Xamanismo Tradicional
Apostila Aula 01
RELIGIÃO
E XAMANISMO
A religião é uma área de conhecimento, e como tal ajuda a com-
preender o ser humano. Como a arte, a filosofia, a ciência, a religião
tem todo um conjunto de elementos que fundamentam sua práti-
ca. O xamanismo é considerado por muitos teóricos, arqueólogos,
antropólogos, cientistas da religião etc., como a primeira religião,
e por isto existem traços do xamanismo em todas as religiões: no
Budismo, no Judaísmo, no Taoísmo, no Cristianismo etc.
UM BREVE ESTUDO
EXPERIÊNCIA RELIGIOSA
Numa leitura pós-romântica, na figura de Friedrich Schleiermarcher,
vemos uma possibilidade do sentimento do sagrado a partir da ex-
periência individual, interior, contrapondo o pensamento moderno
e positivista da época, que vi a experiência religiosa como infantil e
ultrapassada. Esta noção de interioridade é que se expande muito
na história das religiões. Schleiermarcher é o precursor da her-
menêutica e da fenomenologia da religião, sua obra é de grande
influência na ciência das religiões. Mas vamos avaliar a tendência
que leva a pensar a experiência religiosa sobre o aspecto da indi-
vidualidade.
FENÔMENO RELIGIOSO
ENTRE OS INDÍGENAS
O conhecimento do fenômeno religioso nas tradições indígenas
sugere um repensar sobre o nosso conceito acerca desses povos
e sua milenar sabedoria e cultura. Desde a colonização, os povos
indígenas têm sido explorados e excluídos ao longo da história do
Brasil. Vamos ver um exemplo, os Kariri-Xocó estão localizados na
região do baixo São Francisco, no município alagoano de Porto Real
do Colégio, cuja sede fica em frente à cidade Sergipana de Propriá.
Importante notar que os cantos estão inseridos nas festas, que ac-
ontecem na época de abundância de colheita do milho ou da caça
e pesca. Há também festas relacionadas aos rituais de iniciação e
aos heróis fundadores do povo. Nestas festas, as variadas formas
de pintura do corpo, os enfeites com penas, os cantos e as danças
têm grande importância. As cores mais usadas são o vermelho, o
preto e o branco, cujas tintas são extraídas do urucum, jenipapo,
carvão, barro e calcário.
Conforme a tradição de cada tribo, a música é executada pelos
homens e mulheres. Os instrumentos são construídos de ma-
deira, casca de frutas, bambu, entre outros materiais disponíveis
para isso. A música está presente em todos os espaços e tem-
pos, na história pessoal e coletiva dos grupos. É fonte de cultura e
aprendizagem, lazer e prazer, arte e educação.
A MENTE NA CAVERNA
4 http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/homem_das_cavernas_pintu-
ra_rupestre.html
CONCEITO DE
XAMANISMO
Desde o início do século, os etnólogos se habituaram a utilizar
como sinônimos os termos xamã, medicine-men, feiticeiro e
mago (e também pajés e curandeiros) para designar certos in-
divíduos dotados de prestígio mágico-religioso encontrados em
todas as sociedades “primitivas”. Por extensão, aplicou-se a
mesma terminologia ao estudo da história dos povos “civiliza-
dos” e falou-se, por exemplo, em xamanismo indiano, iraniano,
germânico, chinês e até babilônico para referir-se aos elemen-
tos “primitivos” encontrados nas respectivas religiões. Por vári-
as razões, tal confusão só pode prejudicar a compreensão do
fenômeno xamânico em si.
6 http://www.xamanismo.com.br/Teia/SubTeia1191316319It001
Por serem figuras que transitam entre os dois mundos, e em geral
permanecem neste estado de ambiguidade durante a vida toda,
tendem a se assemelham a pessoas antissociais, introvertidos etc.
Casos de transe também são comum como atos histéricos, onde
eles saem pela aldeia as vezes imitando o animal guardião, se
aprofundam na mata etc.
Isso pressupõe que ele passe a ter domínio sobre a doença, ou seja,
passa a ter controle sobre os maus, e sobre espíritos malignos. As
doenças por vezes iniciadas por espíritos malignos logo que são
tratadas pelo empenho do xamã passam a serem seus aliados.