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2014

INSTRUMENTOS FRATURADOS. QUAL A MELHOR ABORDAGEM?


A fratura de um instrumento endodôntico pode ter um
impacto negativo no prognóstico do tratamento, sobre-
tudo por bloquear ou impedir o acesso à totalidade do canal
2. Fatores do instrumento fraturado
Acredita-se que os instrumentos rotatórios de NiTi são mais
se utilizar uma broca de Gates Glidden modificada (com a
ponta cortada até ao diâmetro máximo da parte activa) ou
uma ponta de ultrassons, até se conseguir uma plataforma
radicular comprometendo a sua conformação e limpeza1. difíceis de remover comparativamente aos instrumentos de centrada que permita uma correcta visualização do frag-
Apesar de ser um tema controverso, a revisão bibliográfica aço, pelas seguintes razões: mento e da dentina das paredes circundantes15.
indica que o prognóstico associado à fratura de uma lima A activação das pontas de ultrassons sobre o instrumento
pode ter uma taxa de sucesso favorável na ordem dos 89%, Maior retenção nas paredes do canal radicular pelo movi- fraturado deverá realizar-se em ciclos curtos, de pequena
tanto em casos de polpas vitais como necróticas. Casos em mento, quer reciprocante quer de rotação, assim como intensidade e em sentido anti-horário até que se comece a
que já existe uma lesão periapical prévia, apresentam um pelo facto de terem na maioria das vezes uma maior coni- observar mobilidade do fragmento, acabando este por sair
pior prognóstico, verificando-se uma descida até aos 47% cidade do que as limas manuais. solto do canal radicular. No caso de existirem outros canais
na taxa de sucesso2,3. radiculares é importante proteger as suas entradas com algo-
Maior tendência a fraturarem repetidamente durante o
A abordagem de situações clínicas com instrumentos fratu- dão de forma a que não haja o risco de o instrumento ficar
rados pode ser feita por via cirúrgica ou por via convencional processo de remoção, nomeadamente com a utilização retido num dos outro canais 15,16.
através do tratamento endodôntico não cirúrgico, tentando- de ultrassons.
SEAREMO¥ÎOOUOBYPASSDOSINSTRUMENTOS%STASEGUNDA Nos casos em que não é possível visualizar o instrumento,
Observações clínicas demonstraram que os fragmentos
via de abordagem é normalmente a mais recomendada. É ou em que a fratura ocorreu após uma curvatura, não
de instrumentos de NiTi em curvaturas ficam mais assen-
importante ter em conta que se trata de um processo difícil está indicado tentar a sua remoção sob o risco de provo-
tes na parede externa da parede do canal radicular, não
que requer, além dos conhecimentos e experiência do pro- car danos irreversíveis no dente. Nestes casos podemos
fissional, materiais específicos, nomeadamente microscópio, ficando por isso centrados. TENTAR O BYPASS DO INSTRUMENTO #OMO O PRØPRIO NOME
para que se possa adoptar um procedimento o mais seguro indica, este procedimento consiste em passar ao lado do
Normalmente fraturam em pequenos fragmentos, espe-
possível4. instrumento, permitindo retomar a anatomia original do
cialmente por torção. Quanto maior for o fragmento, mais
A avaliação do caso deve ser feita de forma rigorosa e são canal de forma a conseguir-se atingir os objectivos mais
alta será a taxa de sucesso da sua remoção, sobretudo
conhecidos alguns fatores que podem influenciar a possibili- importantes do tratamento endodôntico, nomeadamente,
porque a sua localização será mais coronária 4,6.
dade de remoção do instrumento e que são importantes de uma correcta irrigação do sistema de canais radiculares e
considerar, nomeadamente: 3,5. um correcto selamento dos mesmos no comprimento de
O desenho e secção de corte das limas são também facto- trabalho previamente estipulado antes da ocorrência da
1. Fatores dentários res importantes. Por exemplo, as limas K são mais fáceis de fratura do instrumento 4,5,6.
remover do que as limas H, uma vez que estas apresentam
É importante avaliar a anatomia do dente em questão, forma e um maior ângulo Helicoidal, espiras com maior profundidade Existem diferentes abordagens para se conseguir um
diâmetro do canal radicular, raio e grau de curvatura do mesmo, e um ângulo de corte positivo, características que aumentam BYPASS5MAPRIMEIRAQUECONSISTEEMCRIARESPA¥OENTRE
assim como a localização do fragmento. A remoção do instru- a sua retenção nos canais radiculares6. o instrumento e o canal radicular, de forma a se conseguir
mento será mais previsível se ocorrer em dentes maxilares ou progredir em comprimento até se passar completamente
em dentes anteriores e quando o fragmento se localiza na por-
3. Fatores relacionados com o operador ao lado, ou, quando isto não é possível, pode realizar-se um
ção mais coronária do canal radicular, bem como se ficar acima BYPASSATRAVÏSDEOUTROCANALRADICULARQUESEJACONFLUENTE
de uma curvatura ou numa porção recta do canal3,5. A fratura de uma lima é sempre uma situação que provoca com o da fratura7,8. Esta segunda opção permite-nos reali-
Existe uma regra amplamente conhecida que preconiza que, um grande stress e que requer, além de muita paciência, zar um selamento apical de ambos os canais, minimizando
se for possível expor um terço do instrumento fraturado, este uma abordagem metódica. Para se conseguir uma aborda- o risco de complicações associadas à porção do canal não
estará acessível para a remoção. Quando falamos de limas gem de sucesso é necessário ter treino específico, conhe- tratada por impedimento do instrumento. Estes casos são
de níquel-titânio (NiTi) sabemos que, devido à sua flexibili- cimento, técnica e instrumentos, além de perseverança e possíveis na raiz mesio-vestibular dos molares superiores,
dade, têm tendência a fraturar mais apicalmente, tornando- criatividade7. em que existe uma grande incidência de confluência do
se mais difíceis de remover. canal mesio-vestibular com o mesio-palatino e nos molares
A grande influência dos factores anatómicos prende-se com
4. Fatores associados aos pacientes inferiores, sobretudo nos segundos molares, onde em mui-
o acesso ao instrumento, ou seja, a capacidade de o conse- tos casos se verifica a confluência dos canais, tanto mesiais,
guir observar de forma a possibilitar a sua remoção da forma Neste tipo de situações é importante o paciente apresen- como distais, quando presentes9.
mais segura possível12,13. tar uma boa capacidade de abertura de boca, não existirem
limitações no acesso ao dente em questão, existir um correto Com este artigo pretendemos apresentar três casos clínicos
controlo da ansiedade e motivação para cooperar com todo o com instrumentos fraturados. No primeiro caso, foi removido
Dr. Carlos Morais procedimento7. o fragmento com pontas de ultrassons; no segundo caso,
Responsável pela Endodontia na clínica White. não foi possível a remoção tendo-se realizado por isso o
Mestrado em Endodontia pela UIC (Universitat "YPASSENOTERCEIROCASOCONSEGUIU SEAREMO¥ÎODOINS-
Internacional da Catalunya).
Outras considerações importantes trumento com auxílio do kit masserann®.
Membro do EndoAcademy. Para a remoção de instrumentos existem inúmeras técnicas
e materiais, sendo que a vibração com ultrassons é das mais Nos dois primeiros casos clínicos os pacientes eram do sexo
utilizadas. masculino e no terceiro tratava-se de uma paciente do sexo
Dr. Miguel Stanley As pontas ultrassónicas utilizadas para este fim são geralmente feminino, mas em nenhum dos casos existiam alterações a
Diretor clínico da clínica White. anguladas, existindo em diferentes larguras e comprimentos. Na destacar da sua história clínica. Todos eles compareceram à
Responsável pelo departamento de Reabili- maioria dos casos são de aço, podendo ser laminadas ou com consulta reencaminhados pelo departamento de reabilitação
tação oral. revestimento diamantado de acordo com a indicação clínica16. por terem sido planeadas reabilitações com coroas e, como
Pós-graduação em Implantologia no Centro O primeiro passo é obter uma plataforma à volta da por- tal, foi-nos pedido para avaliar as endodontias e, se indicado,
Branemark CEOSA em Madrid. ção mais coronária do instrumento fraturado. Para isto pode- realizar os retratamentos.

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Descrição do terceiro caso clínico
Este terceiro caso é novamente o caso de um retratamento
endodôntico de um 46, igualmente diagnosticado com peri-
odontite apical assintomática, mas no qual observamos a
existência de uma lima fraturada na raiz mesial. Neste caso,
a particularidade é o tamanho do fragmento, que ocupa a
Fig.3: Fig.4: totalidade do canal radicular, que obriga a uma abordagem
Fig.1: Fig.2:
Radiografia Inicial. Radiografia Radiografia de Radiografia Final. diferente. Nestes casos a vibração deve ser realizada com cui-
do fragmento comprimento de dado porque aumenta o risco de fratura do mesmo em frag-
fraturado. trabalho após Fig.5: Radiografia Inicial. Fig.6: Radiografia Fig.7: Radiografia final. mentos mais pequenos, complicando sucessivamente a sua
remoção da lima. do Bypass.
remoção. Por este motivo, planeamos a remoção com auxílio
do Kit Masserann, que consiste num sistema de tubos que
Descrição do primeiro caso clínico Descrição do segundo caso clínico permite prender e traccionar o instrumento.
O primeiro dente em questão é um primeiro pré-molar O dente que iremos destacar neste caso é o 46 porque, apesar Para ser possível envolver o instrumento com o tubo, foi neces-
superior direito com uma lima fraturada. Apesar do dente de não apresentar uma lesão periapical extensa, evidenciava sário criar inicialmente uma plataforma à volta do mesmo com
em questão não evidenciar qualquer sinal ou sintomatologia algum espessamento do ligamento periodontal na raiz distal, auxílio do trépano, de forma a conseguir expor a porção mais
indicativo de patologia apical, optámos por realizar o retra- bem como um tratamento endodôntico incompleto, sobretudo coronária do fragmento permitindo a adaptação do tubo. Desta
tamento endodôntico não cirúrgico, uma vez que apresen- na raiz mesial, onde se encontrava fraturado um lêntulo. forma, foi possível remover a totalidade do instrumento por um
tava uma fratura no compósito e iria ser reabilitado com uma O diagnóstico estabelecido neste caso foi o de periodon- movimento único de tracção. O restante procedimento foi o
coroa cerâmica. tite apical assintomática com indicação de retratamento retratamento convencional, com remoção dos materiais obtu-
O primeiro passo foi remover todo o compósito antigo e rea- endodôntico não cirúrgico. radores por recurso a limas mecanizadas do sistema Profile®
lizar uma reconstrução de prova para garantir que não existia Uma vez que seria realizada uma nova coroa, removemos a (35.06, 30.06 e 25.06), permeabilização dos canais radicula-
cárie por baixo. Após a abertura coronária, realizada de forma coroa já existente, de forma a garantir que não havia nenhum res com limas K de pequeno calibre (8 e 10), para de seguida
a conseguirmos ter um correcto acesso aos canais radicula- ponto de infiltração bacteriana, e de seguida realizámos a cavi- se realizar a instrumentação, com a seguinte sequência:
res, procedemos à desobturação dos canais com o sistema dade de acesso, para localizar a entrada dos canais e proceder -TWO® 10.04; 15.05; 19.02; Protaper
Profile® (Limas 30.06, 30.04 e 25.04) para podemos iniciar à remoção dos materiais de obturação do tratamento endodôn- Next X1, X2; Profile : 30.06, 35.06, 40.04; 45.04
® ®

a abordagem ao instrumento fraturado. tico anterior (com sistema Profile®, limas 30.06 e 25.06) Como existia confluência dos
Da observação ao microscópio conseguimos perceber que O passo seguinte foi a tentativa de permeabilização dos canais mesiais, este canal foi instrumentado até ao ponto de
nos era possível ter um bom acesso ao fragmento que estava canais radiculares que, apesar de ser quase sempre um passo confluência com as mesmas limas do canal anterior.
localizado no canal palatino. Por conseguirmos observar ao moroso nos retratamentos endodônticos, neste caso em par- -TWO® 10.04; 15.05; 19.02;
microscópio o instrumento e este se encontrar num canal ticular, traduziu-se num trabalho acrescido associado ao canal Protaper Next X1, X2; Profile : 30.06, 35.06, 40.06; 45.04, 60.04
® ®

reto, decidimos tentar a sua remoção. mesio-lingual onde se encontrava o instrumento fraturado. Tal como nos mesiais, como exis-
Para a remoção do instrumento fomos criando, com pon- Da observação inicial ao microscópio percebemos que não tia confluência dos canais distais, neste caso instrumetámos ape-
tas de ultrassons (ponta Pro-ultra® nº4), uma plataforma na tínhamos um bom acesso ao instrumento de modo a tentar a nas até ao ponto de confluência, com o recurso às mesmas limas.
dentina circundante para de seguida conseguirmos aplicar SUAREMO¥ÎOECOMOTALOPTÉMOSPELOBYPASS QUEFOISENDO Depois de instrumentados os canais, calibramos cones Autofit®
a vibração em sentido anti-horário para soltar o fragmento conseguido através de pequenos avanços com limas K#8 e de 4% de conicidade com os respectivos calibres, 45 e 60.
(ponta Pro-ultra® nº 6). Após aplicação de vários ciclos segui- K#10 monitorizados radiograficamente.
dos de curta duração, verificámos que o instrumento come- Após algum tempo de insistência conseguimos atingir o com-
çava a ganhar mobilidade e após alguma insistência acabou primento de trabalho em todos os canais radiculares, inclusi-
por “saltar” para fora do canal radicular. vamente no mesio-lingual, onde se encontrava o fragmento.
Com isto, ficámos com o canal desimpedido para proceder com Após registo com o localizador confirmámos com radiografia
o restante tratamento endodôntico, pelo que se permeabilizaram periapical.
os canais radiculares com lima K10 e se procedeu de seguida De seguida procedemos à instrumentação seguindo o
com a instrumentação rotatória com a seguinte sequência: protocolo: (19 mm): Pathfiles® 13.02;
Pathfiles® 13.02; 17.02; 19.02; 17.02; 19.02; Protaper® S1, S2, F1; Profile®: 25.06, 30.04, 35.04
Protaper S1, S2, F1; Profile : 25.06, 30.04, 35.04, 40.04.
® ®
Pathfiles® 13.02; 17.02; 19.02 ;
Pathfiles® 13.02; 17.02; 19.02; Profile 15.04, 20.04, 25.04, 30.04.
®

Protaper S1, S2, F1; Profile : 25.06, 30.04, 35.04, 40.04.


® ®
Pathfiles® 13.02; 17.02; 19.02; Protaper® Fig.8: Kit Masserann.
S1, S2, F1; Profile : 30.06, 35.06, 40.06, 45.04, 60.04.
®

De seguida calibrámos os cones Autofit® de 4% de conicidade


com os respectivos calibres (#40) e realizámos a radiografia de Depois de instrumentados os canais, calibrámos cones Autofit®
conometria para posteriormente procedermos com o protocolo de 4% de conicidade com os respectivos calibres, 30, 35 e 60. Fg.9: Trepano
de irrigação final e obturação. Após radiografia de conometria, na qual confirmámos que os para criar
Fig.10: Masserann com a lima acoplada logo após plataforma à volta
O protocolo de irrigação foi realizado com: Hipoclorito 5.25; cones ficavam no comprimento de trabalho pretendido, proce-
a remoção. do instrumento.
Ácido cítrico 10%; Hipoclorito 5.25% e Álcool etílico 96%. demos com o protocolo final de irrigação (igual ao do primeiro
A obturação realizou-se com o Calamus Obturation unit®, caso clínico), seguindo-se a obturação.
primeiro com a compactação vertical a quente dos últimos A obturação realizou-se com o Calamus Obturation unit®, primeiro
5 mm apicais e posteriormente a obturação dos dois terços com a compactação vertical a quente dos últimos 5 mm apicais e
coronários por injeção de gutta-percha aquecida. Neste caso posteriormente a obturação dos dois terços coronários por injeção
apenas realizámos a obturação dos dois terços coronários no de gutta-percha aquecida.
canal vestibular, pois no canal palatino foi colocado um espi- Após a obturação, as entradas dos canais foram seladas com
gão de fibra de vidro com resina de núcleo (Multicore®) para compósito fluido e o paciente seguiu o seu tratamento com o
a posterior reabilitação (Fig. 1, 2, 3, 4). departamento e reabilitação (Fig. 5, 6, 7, ). Fig. 11: Radiografia inicial. Fig. 12: Radiografia final.

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A obturação realizou-se da mesma forma descrita para os casos Seguindo sempre esta avaliação, minimizamos riscos e aumen- Quando a fratura já ocorreu numa fase final da limpeza e
anteriores. tamos a possibilidade de sucesso do tratamento. conformação do canal radicular e se encontra numa zona
Não podemos esquecer que se trata de um procedimento difí- inacessível.
Discussão cil e que requer não só experiência do profissional, como tam-
Com a apresentação destes casos clínicos pretendemos bém os meios necessários para a sua realização, bem como a A abordagem cirúrgica deve ser considerada quando:
demonstrar que, perante uma situação de instrumento fratu- importância da cooperação do paciente. Os outros tratamentos anteriormente descritos falham e
rado, existem diferentes abordagens possíveis e que estas dife- No caso de não conseguir remover o instrumento e em que se desenvolve uma patologia pós-tratamento.
rem em função das especificidades de cada caso. TAMBÏMNÎOÏPOSSÓVELREALIZARUMBYPASSDOMESMO AALTER-
Em casos em que já existe uma patologia apical associada
No primeiro caso, conseguimos remover o instrumento por- nativa é deixar o instrumento in situ preparando-se e irrigando
e em que a fratura ocorre numa fase inicial do tratamento
que tínhamos uma boa visualização e acesso, além de que o canal radicular até ao instrumento para posteriormente obtu-
se tratava de um canal recto. Em casos como este, existem rar até esse ponto. Este procedimento pode ser especialmente endodôntico.
alguns cuidados importantes de salientar, tais como, proteger aplicado em casos em que a fratura ocorre quase no final da Seja qual for a abordagem, todo o procedimento deve
a entrada do segundo canal radicular com algodão, de forma preparação. Posteriormente, deverão ser realizados controles ser informado ao paciente de forma a que este possa
a que no momento em que a lima é removida não exista o periódicos de forma a monitorizar o tratamento3. compreender os riscos inerentes e cooperar da melhor
risco de obstruir outro canal e ter cuidado na aplicação dos Quando todos os tratamentos mais conservadores não são sufi- forma possível.
ultrassons. Um aumento do tempo dos ciclos ou da potência cientes e surgem sinais clínicos e radiográficos de patologia api-
dos ultrassons pode provocar sobreaquecimento da estrutura, cal está indicada uma abordagem cirúrgica, que pode ser uma Conclusão:
desgaste desnecessário da dentina adjacente, fratura do frag- apicectomia, um reimplante intencional ou uma amputação Neste artigo apresentamos três casos clínicos sobre três
mento e até mesmo da própria ponta de ultrassons. radicular dependendo da situação clínica apresentada. Existem, diferentes abordagens a instrumentos fraturados. Um pri-
1UANTO AO SEGUNDO CASO EM QUE SE REALIZOU O BYPASS Ï no entanto, alguns casos em que não é possível proceder com meiro caso, em que conseguimos a remoção do instru-
importante destacar que durante a instrumentação existia o tratamento cirúrgico pela própria localização da área cirúrgica, mento por vibração com ultrassons; um segundo caso clí-
um risco aumentado de fratura de uma segunda lima, devido nomeadamente quando está próxima de outras estruturas ana- NICO EMQUECONSEGUIMOSREALIZAROBYPASSDOINSTRUMENTO
à fricção provocada pela que estava retida, assim como o tómicas vitais 10, 11. No caso das apicectomias, quando se realiza fraturado na raiz mesial de um primeiro molar inferior
risco desta lima retida poder soltar-se e deslocar-se apical- a ressecção radicular é possível eliminar o fragmento, se este direito; e no terceiro caso, em que conseguimos a remoção
mente, levando a uma nova obstrução. Felizmente, no caso estiver alojado nos últimos milímetros apicais quando a sua do instrumento com auxílio do kit Masserann®. Apesar de
apresentado não se verificou nenhuma destas situações. localização é mais a nível do terço médio ou coronário, faz-se se terem conseguido realizar os tratamentos endodônticos
/BYPASSDEUMINSTRUMENTOTEMDEMONSTRADOBONSRESUL- uma retro-preparação e subsequente retro-obturação mas em até ao comprimento de trabalho pretendido, será necessá-
tados na resolução destes casos, apesar de ser importante que sabemos que não é possível remover o fragmento11. rio fazer controlos periódicos de todos os casos de forma a
estar atento aos riscos inerentes, como a a criação de falsos Como resumo, sempre que nos deparamos com um caso clí- monitorizar a sua evolução.
trajectos, perfurações ou fraturas de novos instrumentos14. nico de um instrumento fraturado devemos ter em conta as Todos estes casos foram planeados para reabilitação com
!TENTATIVADEBYPASSDOINSTRUMENTOTAMBÏMPODESERÞTIL seguintes considerações: coroas cerâmicas, pelo que foram reencaminhados para o res-
para a sua remoção, uma vez que, se conseguirmos criar pectivo departamento.
Avaliação em que fase do tratamento ocorreu a fratura.
espaço entre o instrumento e a parede do canal, conseguire-
Localização do instrumento fraturado.
mos aplicar vibração ultrassónica e possivelmente promover
a sua deslocação para coronal5. Experiência clínica e meios técnicos disponíveis.
No terceiro caso clínico, dado o tamanho do fragmento e Sempre que existirem dificuldades nos tópicos anteriores deve-
tendo em conta que tínhamos um bom acesso ao mesmo, mos considerar a referenciação do caso a um colega com for-
1.
também optamos pela tentativa de remoção, mas neste mação mais diferenciada nesta área e com os recursos neces-
caso não por recurso aos ultrassons, mas sim por utilização sários para o resolver. 2.
do kit Masserann®.
Sempre que nos deparamos com estes casos o essencial é Pode tentar-se a remoção do instrumento sempre que: 3.
fazer uma correta avaliação e determinar a melhor aborda-
O fragmento estiver acessível (localizado no terço coroná- 4.
gem. A figura que se segue exemplifica de forma simples os
rio, terço médio ou antes de uma curvatura);
critérios importantes a ter em consideração no momento de 5.
abordar este tipo de situações. Exista um risco baixo de maiores complicações promovi-
das pelo procedimento; 6.
A fratura ocorreu numa fase muito inicial do tratamento, 7.
em que ainda não se realizou quase nenhuma conforma- 8.
ção e limpeza do canal radicular.
9.
O clínico tem conhecimentos e meios para proceder com
o tratamento. 10.
/BYPASSDOINSTRUMENTODEVESERCONSIDERADO SEMPREQUE

A tentativa de remover o instrumento falha; 11.


Quando não existe um bom acesso ao instrumento (locali- 12.
zado no terço apical, ou depois de uma curvatura).

Optar por deixar o fragmento in situ:


13.

Como última abordagem, quando não conseguimos


14.
REMOVEROINSTRUMENTOOUREALIZAROBYPASS 15.
Fig nº13: Esquema representativo sobre a abordagem a seguir em casos Como primeira abordagem, quando o clínico não se sente 16.
de fratura de instrumentos. confiante ou com capacidades de proceder com qualquer
outro dos procedimentos propostos.
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