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nº ______
Rub. _____

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
DIRETORIA DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 10ª VARA FEDERAL DA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA/DF.

O Departamento de Polícia Federal, por seu Delegado de Polícia Federal


signatário, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, vem, mui respeitosamente,
perante Vossa Excelência, representar por:

PRISÕES PREVENTIVAS e TEMPORÁRIAS, BUSCAS E


APREENSÕES E SEQUESTRO DE BENS E VALORES

com fundamento no art. 5º, inciso XI da Constituição Federal c/c art. 240 e seguintes do
Código de Processo Penal, Art. 311 e seguintes do Código de Processo Penal, Art. 1º da Lei
7.960/89 e Art. 4º da Lei 9.613/98, REPRESENTO pelo afastamento da inviolabilidade
de domicílio e expedição de MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO, bem como
decretação de PRISÕES PREVENTIVAS e TEMPORRÁRIAS, além de
SEQUESTRO DE BENS E VALORES, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

PRELIMINAR DE DISTRIBUIÇÃO MANUAL POR PREVENÇÃO

Preliminarmente, pugna-se pela Distribuição manual por prevenção, tendo


em vista que o presente pedido refere-se à investigação levada a efeito nos autos do

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Processo nº 28042-88.2014.4.01.3400 (IPL nº 004/2014 – COGER/DPF), bem como do


Processo nº 28068-86.2014.4.01.3400 (Cautelar de Afastamento de Sigilo Bancário e
Fiscal), Processo nº 45072-39.2014.4.01.3400 (Cautelar de monitoramento telefônico) e
do Processo nº 53824-97.2014.4.01.3400 (Cautelar de monitoramento telemático) que
tramitam perante esse Meritíssimo Juízo.

I – PREÂMBULO:

Foi recebido nesta Polícia Federal envelope pardo dirigido ao Coordenador-


Geral de Polícia Fazendária, tendo como remetente o CARLOS EDUARDO MARGANO
MARCHIOLLI contendo documento que narra suposto esquema de Tráfico de Influência,
Corrupção e Lavagem de Dinheiro dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
promovidos por alguns Conselheiros com utilização da empresa SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL.
Conforme o citado documento, JOSÉ RICARDO DA SILVA seria
advogado e sócio de empresas que formariam uma verdadeira organização criminosa por
ele comandada, a qual oferecia, dissimuladamente sob a manta de “assessoria jurídica”, a
facilitação de negociações ilegais ou obtenção de vantagens junto a diversos órgãos do
Poder Executivo e Legislativo que ocasionaria prejuízos de bilhões de reais aos cofres da
União.
O principal foco de atuação da organização criminosa seria justamente o
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o chamado CARF, vinculado ao Ministério
da Fazenda, o qual é o responsável pelo julgamento de recursos administrativos de
autuações promovidas pela Receita Federal do Brasil, sendo que o “esquema” seria o de
influenciar e corromper funcionários públicos, diga-se Conselheiros, com o objetivo de

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cancelar os autos de infrações, resultando em milhões de reais economizados pelas


empresas autuadas em detrimento do erário da União com prejuízo potencialmente em
bilhões de reais incalculável, mas estimado na casa dos bichões de reais.
O documento mencionou a ascensão meteórica de JOSÉ RICARDO DA
SILVA o qual aos 40 anos de idade cuidava fazenda da Família em Minas Gerais e de
repente se tornou advogado de sucesso o qual, com os contatos que conseguiu em São
Paulo/SP e Brasília/DF, foi indicado como Conselheiro do CARF pela Confederação
Nacional do Comércio.
Posteriormente, a narrativa indicava as principais sociedades operadoras do
esquema que seriam a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e a J.R. SILVA
ADVOGADOS & ASSOCIADOS, ambas com sede em Brasília/DF, as quais não possuíam
uma carteira de clientes efetivos, se tratando de empresas de fachada somente para
dissimular a realização de negociações com empresas que sofreram autuações milionárias
da Receita Federal.
Além das empresas SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e J.R.
SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, o JOSÉ RICARDO DA SILVA se serviria
outras empresas para a movimentação e lavagem de dinheiro que recebe das empresas para
obter julgamentos favoráveis às desconstituições de autuações da Receita Federal, além de
intermediar contatos e decisões beneficiadoras de empresas em diversos Ministérios. Entre
as empresas utilizadas para o branqueamento de capitais, se destacaria a
AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL, que tem como sócios toda a família do JOSÉ
RICARDO e funcionaria no Hotel San Marco em Brasília, não havendo qualquer cliente ou
realizando vendas.
O documento voltava-se novamente ao JOSÉ RICARDO informando que o
mesmo não colocaria nenhum bem em seu nome, ficando todos em nome de pessoas
interpostas e suas “empresas de fachada”, visando driblar o Fisco. Ademais, relata ainda

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que ele é dado a transitar com dinheiro vivo em Brasília/DF e no Aeroporto e nesse sentido,
havia menção a “um funcionário de nome HUGO” o qual seria um dos responsáveis por
realizar vultosos saques em espécie e entregar malas de dinheiro para pagar os integrantes
dos “esquemas” de Brasília/DF.
Cabe destacar ainda a informação trava também da ADRIANA OLIVEIRA
E RIBEIRO já que a mesma teria sido funcionária e estagiária da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA e da J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, sendo que
atualmente é sócia do escritório de advocacia. ADRIANA também teria conseguido ser
indicada conselheira do CARF.
Da mesma, a irmã do JOSÉ RICARDO, a senhora EIVANICE CANÁRIO
DA SILVA, também seria sócia do escritório e de algumas outras empresas da família,
além de ter conseguido também ser indicada a Conselheira do CARF.
Fechando o grupo de conselheiros que se uniam para “derrubar” autuações
da Receita para favorecimento de empresas apareciam os Conselheiros Fazendários
VALMAR FONSECA DE MENEZES e JORGE CELSO FREIRE DA SILVA.
Está declarado na carta que o JOSÉ RICARDO tomaria suas decisões no
Lago Sul em Brasília, especialmente na QI 05, conjunto 13, casa 22, local aonde também
trabalharia a irmã EIVANICE, e outros irmãos GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA e
FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA.
Ainda, há menção a empresas sediadas em outras cidades do Brasil,
especialmente São Paulo/SP, como a ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL
LTDA, MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA
CORPORTIVA e a PLANEJA PARTICIPAÇÕES. Os representantes dessas empresas
atuariam na captação de clientes após recebimento de informações privilegiadas do JOSÉ
RICARDO DA SILVA obtidas de dentro do CARF, acerca de decisões administrativas
tributárias desfavoráveis a grandes empresas e conglomerados.

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Por fim, relacionou algumas empresas que teriam se beneficiado do suposto


esquema, como a CIMENTO PENHA, JBS, GERDAU, CAOA, MMC, RBS, e
ANFAVEA.

II – O CARF

Primeiramente cabe uma breve explanação sobre o Conselho Administrativo


de Recursos Fiscais, tendo em vista a sua confusa natureza já que, embora faça parte do
Ministério da Fazenda, tem como função precípua de dizer o direito em julgamentos de
Processos Administrativo, que aliás, é função constitucionalmente precípua e reservada ao
Poder Judiciário que detém (ou deveria deter) o seu monopólio. Vejamos o seu
Organograma:

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O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) é um órgão federal,


criado pela Medida Provisória n.º 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n.º 11.941/2009,
sediado em Brasília/DF, e integrante da estrutura do Ministério da Fazenda.
É um órgão colegiado, paritário, que tem por finalidade julgar, em segunda
instância (segundo a Lei), recursos administrativos fiscais referentes a tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Sua missão é dirimir
conflitos administrativos fiscais, e assegurar à sociedade imparcialidade e celeridade na
solução dos litígios tributários.
O CARF decide administrativamente questões de importante repercussão
teórico-prática e econômico-financeira, posto que lida com processos que envolvem
litígios tributários da ordem de bilhões e até trilhões de reais.
O CARF está estruturado em três Seções de Julgamento, especializadas por
matéria, cada uma composta por quatro Câmaras, cada qual dividida em três turmas de
julgamento, perfazendo um total de 36 (trinta e seis) colegiados.
Cada turma é composta por seis membros: três representantes da Fazenda
Nacional e três representantes dos contribuintes (indicados pelas Confederações
Empresariais e pelas Centrais Sindicais). No total, o CARF possui 216 (duzentos e
dezesseis) Conselheiros.
As turmas podem ser ordinárias ou especiais, diferenciando-se pelo valor de
alçada do crédito tributário em litígio. Acima das Seções de Julgamento estão a Câmara
Superior de Recursos Fiscais (CSRF), composta por três Turmas especializadas por
matéria, e, ainda, o Pleno.
Às turmas ordinárias e especiais das Câmaras cabe julgar os recursos de
ofício e voluntário contra decisão pela proferida pela DRJ, de acordo com a matéria de sua
especialização. Às turmas da CSRF compete o julgamento dos recursos especiais

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interpostos contra decisões das turmas ordinárias ou especiais das Câmaras e aprovar
enunciado de súmula que trate de matéria concernente à sua atribuição.
Ao Pleno da CSRF compete uniformizar decisões divergentes das turmas da
CSRF, por meio de resolução, dirimir controvérsias sobre interpretação e alcance de
normas processuais aplicáveis no âmbito do CARF e apreciar enunciado de súmula quando
se tratar de matéria que, por sua natureza, for submetida a duas ou mais turmas da CSRF.
De acordo com o Art. 40 do Regimento Interno do CARF (Portaria do
Ministério da Fazenda n.º 256, de 22/06/2009, Os conselheiros do CARF serão designados
pelo Ministro de Estado da Fazenda, com mandato de 3 (três) anos.
A sistemática do processo administrativo fiscal (PAF) funciona da seguinte
maneira: é lavrado o Auto de Infração pela Delegacia da Receita Federal do Brasil
competente. A eventual impugnação interposta pelo contribuinte será julgada pela
Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ), órgão colegiado integrante da RFB,
primeira instância do contencioso administrativo. Em segunda instância (segundo a Lei), os
recursos interpostos pelo contribuinte (denominado recurso voluntário) ou pelo Fisco
(chamado recurso de ofício) são julgados pelo CARF. Assim, no contencioso
administrativo fiscal federal, o julgamento pode vir a ser realizado em até três instâncias
pelos órgãos colegiados, a saber: na primeira instância, pela DRJ; na segunda, pelo CARF –
primeiramente pelas Turmas Ordinárias e Especiais; com possibilidade, ainda, de recurso à
Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF, conforme ilustra o gráfico a seguir:

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Ressalta-se que, após o encerramento do processo administrativo fiscal, se


uma das partes desejar, ainda pode discutir a matéria na esfera judicial.
Em verdade, pela lógica, a segunda instância do processo administrativo
fiscal (PAF) seria o julgamento da impugnação interposta pelo contribuinte pela Delegacia
da Receita Federal de Julgamento (DRJ), órgão colegiado integrante da RFB, e somente
isso já atenderia muito bem o princípio do duplo grau de jurisdição.
Isto posto, com o perdão dessa conclusão, por melhor que seja a intenção de
criação do CARF o que se observa é a existência de uma estrutura inflada, com uma série
de recursos (voluntário, de ofício, embargos e especial) com a finalidade de dizer o direito
em Processos Administrativos Fiscais que envolvem milhões e até bilhões de reais, sem a
obrigatoriedade de atender aos princípios e aos regramentos tão necessários e que regem o
Poder Judiciário, sendo essa inclusive a razão pela qual a Constituição lhe deu o Monopólio
da função de jurisdição. E vale mencionar que toda essa estrutura é posta para que no final
o contribuinte possa, em caso de perda, socorre-se do judiciário, o que poderia ter sido feito
logo após o julgamento pelas DRJs.
Cabe frisar que nem de perto a assunção ao cargo de Conselheiro se equipara
à investidura dos nossos juízes e para exercer essa basilar função, ao revés, muito mais se
assemelha à burla à previsão constitucional do Concurso Público, e muito tendente a
atendimento de interesses de políticas já que a seleção dos Conselheiros é realizada pelo
Comitê de Seleção de Conselheiros (CSC), vinculado à Secretaria Executiva do Ministério
da Fazenda, formado por representantes do próprio CARF, da RFB, da PGFN, das
confederações representativas das categorias econômicas de nível nacional e da sociedade
civil. Dar-se-á a partir da indicação em listas tríplices encaminhadas pela RFB, pelas
Confederações Empresariais e pelas Centrais Sindicais. Os conselheiros serão selecionados
a partir da análise do currículo profissional e de entrevista de avaliação de conhecimentos
específicos inerentes à função e aferição da disponibilidade para o exercício do mandato.

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III – INVESTIGAÇÕES PRELIMINARES:

Diante desses dados foi determinado pelo Coordenador-Geral de Polícia


Fazendária e pelo Chefe de da Divisão de Repressão a Crimes Fazendários a adoção de
providências e a realização de diligências preliminares a fim de apurar a veracidade das
informações recebidas. O resultado dessas diligências foi relatado em Informação Policial
acostado às fls. 09/30 dos autos do IPL Nº 0004/2014 – COGER/DPF.
Foi possível observar de plano que o remetente da carta não pôde ser
identificado pois não foram localizadas ocorrências do nome “CARLOS EDUARDO
MICHELLOTTI MORGANO”, seja em banco de dados disponíveis ao DPF, seja em
fontes abertas. Embora não tenha sido identificado o noticiador dos ilícitos, com relação às
demais informações lá constantes, tudo que se refere a dados qualificativos restou
confirmado. Assim:
1) Restaram confirmados todos os laços familiares, empregatícios e
societários do JOSÉ RICARDO DA SILVA, isto é, ele é Conselheiro do CARF inclusive
tendo sido reconduzido em 02/04/2013 por mais 03 anos;
2) Foi possível identificar o sacador HUGO, como sendo o HUGO
RODRIGUES BORGES, tendo este mantido vínculo empregatício com a
AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL (empresa da família do JOSÉ RICARDO DA SILVA)
desse agosto de 2003 a março de 2013;
3) Também foi confirmado que a ADRIANA é Conselheira do CARF, e
manteve e ainda mantém vínculos tanto com a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL
LTDA e A J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS;
4) Da mesma forma, também foram confirmados como conselheiros do
CARF, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, VALMAR FONSECA DE MENESES e

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JORGE FONSECA CELSO FREIRE DA SILVA, sendo estes 2 (dois) últimos,


respectivamente, Presidentes das Primeiras Turmas Ordinárias das 3 ª e 4ª Câmaras do
CARF;
5) GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA e FLÁVIO ROGÉRIO DA
SILVA são de fato irmãos de JOSÉ RICARDO da SILVA, sendo que os dois juntamente
com a supracitada irmã e a mãe, NICEA CANÁRIO, são os sócio da AGROPECUÁRIA
TERRAFERTIL. O FLÁVIO ainda foi sócio de outras empresas como TF COMÉRCIO DE
FRUTAS E CEREAIS LTDA – ME e a LINNEAR CONSTRUTORA,
EMPREENDIMENTOS E PROJETOS AMBIENTAIS LTDA, e curiosamente, mesmo
sendo sócio de empresas, apresentou vínculo empregatício com a ECOMEK
CONSULTORIA EMPRESARIAL;
6) Com relação às empresas, fazem parte do quadro societário da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, o JOSÉ RICARDO DA SILVA, o JOÃO
BATISTA GRUGINSKI e o EDISON PEREIRA RODRIGUES, tendo como ex-sócios a
irmã e o pai do JOSÉ RICARDO, a EIVANICE CANÁRIO DA SILVA e o EIVANY
ANTONIO DA SILVA, o qual foi Auditor Fiscal da Secretaria da Receita Federal e
Secretário Adjunto da Receita Federal dos idos de 1971 até o ano de 1990, atuando desde
então como Advogado sendo um dos fundadores do SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA;
7) No que tange à J.R. ADVOGADOS & ASSOCIADOS o escritório de
advocacia tem como sócios o JOSÉ RICARDO DA SILVA, EUVANICE CANÁRIO DA
SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, EDUARDO GONÇALVES VALADÃO e
CLARA VENUSTA LOPES DA ILVA BARROS PENHA;
8) Citado no item acima, o EDUARDO GONÇALVES VALADÃO,
sócio do JOSÉ RICARDO no escritório de advocacia, também participou com este do
quadro societário de mais 04 (quatro) empresas, a SVR CONSTRUTORA E

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INCORPORADORA LTDA, a RMSV – EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS


LTDA, a DAVOS ENERGIA LTDA e a DAVOS PRESTADORA DE SERVIÇOS EM
ENERGIA ELÉTRICA LTDA;
9) A empresa ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL
LTDA, bem como a PLANEJA PARTICIPAÇÕES, citadas como captadoras de clientes
em São Paulo/SP, possuem em seus quadros societários em comum as pessoas do SILVIO
GUATUMA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI, os quais participam de
quadros societários de mais outras diversas empresas;
10) Também foi confirmada a existência da empresa MARCONDES E
MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA a qual fica
localizada em São Paulo/SP tendo como sócios a CRISTINA MAUTONI MARONDES
MACHADO e MELISSA MAUTONI, menor de idade que foi incluída no lugar do pai,
MAURO MARCONDES MACHADO;
11) Ainda foram identificados inúmeros processos administrativos de
autuações em desfavor das empresas citadas na carta inicial, a JBS (J&F
INVESTIMENTOS – FRIBOI FRIGORÍFICOS), a GERDAU INTERNACIONAL
EMPREENDIMENTOS LTDA, GERDAU AÇOMINAS S.A., MMC AUTOMOTORES
DO BRASIL S.A., e que nos julgamentos dos recursos que contaram com a participação
dos mencionados conselheiros, houve reversão ou cancelamento das autuações.
12) Com relação aos ENDEREÇOS, após realização de diligências
externas, constatou-se o seguinte:
 Que a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, não
estaria funcionando no SHIS QI 05, CONJUNTO 13, CASA 22, LAGO
SUL, e nem no SHCN CL QUADRA 204, BLOCO C 51, SALA 206,
ASA NORTE, BRASÍLIA/DF, mas possivelmente no SHIS QI 15,
CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, o qual

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estava indicado numa placa no 1º endereço. Vale ressaltar que nesse


último endereço foram identificados diversos veículos de propriedade
do JOSÉ RICARDO, FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA e da ADRIANA
OLIVEIRA E RIBEIRO;
 No que tange à J.R. ADVOGADOS & ASSOCIADOS o
escritório de advocacia que teria sede no endereço o SHIS QL 14
CONJUNTO 09, CASA 18, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, durante os
trabalhos de vigilância não foi verificada nenhuma movimentação,
sendo eu funciona no mesmo endereço da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL, SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO
SUL, BRASÍLIA/DF;
 No endereço SH/SUL QUADRA 05, BLOCO C, LOJA 02,
TERREO S/N, SAN MARCO HOTEL, BRASÍLIA/DF, não foi
localizada a sede da empresa AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL como
apontado na carta noticiante;
 O endereço SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO
SUL, BRASÍLIA/DF, foi declarado à Receita Federal como sendo o
residencial do JOSÉ RICARDO DA SILVA, FLÁVIO ROGÉRIO DA
SILVA, GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA e da EIVANICE
CANÁRIO DA SILVA, no entanto, durante os levantamentos só foram
constatadas as presenças de veículos do JOSÉ RICARDO DA SILVA e
de sua filha MAÍRA CARVALHO DA SILVA;
Em continuidade, feitas as diligências preliminares que ratificaram os dados
informados na carta denunciante e comprovaram a existência de indícios que apontam para
a possível existência condutas delituosas nela mencionadas, aos 13 dias do mês de março
de 2014, foi instaurado o IPL nº 004/2014 – COGER/DPF, com o escopo de apurar suposta

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prática dos delitos de Corrupção Passiva e Ativa, Tráfico de Influência, Participação em


Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, previstos respectivamente nos Artigos
317, 333 e 332 do Código Penal, Art. 2º da Lei n° 12.850/2013 e no Art. 1º da Lei n°
9.613/1998, inicialmente atribuíveis a JOSÉ RICARDO DA SILVA, EIVANICE
CANÁRIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, GUSTAVO HENRIQUE
DA SILVA, FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA, JOSÉ CELSO FREIRE DA SILVA e
VALMAR FONSECA DE MENEZES, tendo em vista que os mencionados nacionais
estariam agindo coadunadamente para manipular e influenciar decisões do Conselho de
Recursos Administrativos (CARF), através de corrupção de Conselheiros, em benefício de
empresas desfavorecidas em decisões administrativo-tributárias condenatórias de instâncias
inferiores. Em razão da amplitude que a investigação podia tomar em face da quantidade de
informações de pessoas físicas e jurídicas apontadas na carta noticiante, foi necessário se
estabelecer, neste primeiro momento uma linha investigativa mais restritiva com o foco
primário no núcleo corruptor a fim de se verificar incialmente a fonte do problema, como
inclusive se encontra descrito na Portaria de instauração do apuratório policial.
Posteriormente, foi utilizado o Sistema Eletrônico de Informações do
Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, a fim de que o mesmo
informasse a esta Autoridade Policial a existência de movimentações atípicas que
envolvessem os investigados e empresas que fazem ou fizeram parte do quadro societário o
que gerou Relatórios de Inteligência Financeira com uma enormidade de informações
financeiras consideradas atípicas e que foram analisadas e serão a seguir explanadas.

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IV – ANÁLISE DE MOVIMENTAÇÕES
FINANCEIRAS ATÍPICAS E PARTICIPAÇÕES
SOCIETÁRIAS:

A análise de movimentação bancária decorreu do tratamento de dados brutos


obtidos através dos Relatórios de Inteligência Financeira formulados pelo COAF, além de
outros dados, com a finalidade de produzir informação estruturada para análise em conjunto
com outras informações angariadas ao longo da investigação para produção e
aprimoramento do conhecimento acerca dos alvos investigados.
Compilados os dados recebidos foram identificadas 101 (cento e uma)
movimentações consideradas atípicas assim classificadas pelo Conselho de Controle de
Atividades Financeiras:

I) Saques em espécie em valor igual ou superior a R$ 100.000,00 (cem


mil reais);
II) Depósitos em espécie em valor igual ou superior a R$ 100.000,00
(cem mil reais);
III) Compras de apólices com importância segurada igual ou superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão reais) para pessoa física;
IV) Aporte ou pagamento único de PGBL ou VGBL em valor igual o
superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais);
V) Resgate antecipado de PGBL ou VGBL de valor igual ou superior a
R$ 100.000,00 (cem mil reais);

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VI) Contratação de seguro de danos por pessoa física com importância


segurada seja maior ou igual a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);
VII) Emissão de cheque administrativo, TED ou qualquer outro
instrumento de transferência de fundos contra pagamento em espécie
em valor igual ou superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais); e
VIII) Pagamento em espécie de valor igual ou superior a R$ 30.000,00
(trinta mil reais).

As diversas transações bancárias consideradas atípicas ocorreram em São


Paulo/SP, Rio de Janeiro, Luziânia/GO, Recife/PE e Brasília/DF, com grande concentração
nesta capital federal.
O valor total dos recursos financeiros movimentados nas diversas
transações financeiras resultou no montante de R$ 60.782.467,00 (sessenta milhões
setecentos e oitenta e dois mil quatrocentos e sessenta e sete reais).
O cruzamento dos dados obtidos em variados bancos sobre participações
societárias e empregatícios, investigação preliminar e RIFs do COAF, uma vez
diagramados mesmos evidenciaram elos que configuraram grupos de pessoas que se
interligam direta ou indiretamente, conforme se constata no diagrama de elos da “VISÃO
GERAL”.
Para fins de Análise foi utilizada a seguinte metodologia:

1) Foram criadas 07 (sete) Entidades, a Pessoas, Organização, Órgão


Público (CARF), Conta Bancária, Cheque (Cheque Administrativo),
Seguro (Contratos de seguros e apólices), Previdência Privada
(contratação e resgate de VGBL e PGBL);

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2) Foi criada a ligação do tipo “Pessoa-Conta” (linha de cor vermelha),


para vincular as Pessoas físicas ou Jurídicas à conta corrente de sua
titularidade;

3) Foi criada a ligação do tipo “Pessoa-Organização” (linha de cor azul),


para evidenciar a ligação dos sócios às empresas;

4) Foi criada a ligação do tipo “Pessoa-Órgão Público” (linha de cor


rosa), para demonstrar a ligação dos conselheiros com o CARF;

5) Foi criada a ligação do tipo “transação financeira” (setas de cor


verde) para especificar quem sacou dinheiro (seta no sentido conta-
pessoa) ou quem depositou (sentido pessoa-conta) e ainda quantas vezes
uma manteve vínculos de saque ou depósito com uma conta corrente;

6) Ainda foi criada a ligação do tipo “transação financeira” (setas de cor


verde) para especificar quem adquiriu seguro, apólices ou previdência
privada ou se utilizou de cheque administrativo para realização de saque;

7) Por fim, em alguns casos foi utilizada a ligação “Pessoa-Pessoa” (seta


em cor azul ciano) para evidenciar grau de parentesco entre as pessoas.

A seguir passamos a comentar sobre as entidades e ligações acima


explicadas com foco às pessoas físicas e jurídicas e contas bancárias que apareceram com
maior contumácia, bem como as que receberam maior volume de dinheiro.

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VISÃO GERAL

O gráfico acima tem o objetivo de demostrar relações existentes entre as


pessoas físicas e jurídicas e transações financeiras atípicas identificadas pelo COAF, bem
como as ligações decorrentes de participações societárias.

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É possível visualizar através desse diagrama que todas as pessoas possuem


ligações diretas com movimentações financeiras atípicas ou indiretas através de empresas
da qual fazem parte societário.
A partir do topo da pirâmide, representado pelo Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (CARF), se ramificam os 05 (cinco) conselheiros mencionados na
correspondência recebida na Polícia Federal e mais 04 (quatro) identificados em vínculos
societários com os demais.
Ficou evidente que um dos principais vértices de conexões é justamente o
JOSÉ RICARDO DA SILVA, tido como o articulador e possível chefe da suposta
organização criminosa.
Tendo em vista a grande quantidade de ligações entre as entidades no
panorama geral passaremos a analisá-las pormenorizadamente:

1) SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA

Tipo de vínculo Entidade A Direção Entidade B Vínculos


Pessoa Organizaçao EDISON PEREIRA RODRIGUES SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOAO BATISTA GRUGINSKI SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio

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Pessoa Organizaçao EIVANY ANTONIO DA SILVA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Advogada
Pessoa Conta SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 64408 Titular
Transação Financeira 64408 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA 15
Transação Financeira 64408 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES 8
Transação Financeira 64408 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA 6
Transação Financeira 64408 A ---> B JOSIMAR TELES DA SILVA 1
Transação Financeira 64408 A ---> B SAQUES DIVERSOS 1
Transação Financeira VITOR WEREBE A ---> B 64408 1

A SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA é uma das principais


empresas em questão cujo objeto seria consultoria em especialidade não sabida. A empresa
apresentou ligações com 06 (seis) entidades, a sua Conta Corrente 64408 da Agência 2837-
1 do Banco BRADESCO nesta capital federal, e seus 03 (três) sócios, JOSÉ RICARDO
DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI e EDISON PEREIRA RODRIGUES.
Vale salientar que o EIVANY ANTONIO DA SILVA, já foi sócio da
mencionada empresa saindo do quadro societário em 13/05/2005 e que a ADRIANA
OLIVEIRA E RIBEIRO se declara como advogada da mencionada empresa.

1.1) MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA:

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Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


19/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.000,00
20/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.000,00
22/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 270.000,00
11/11/2005 64408 / 2837-1 A ---> B SAQUES DIVERSOS R$ 670.000,00
21/12/2005 VITOR WEREBE A ---> B 64408 / 2837-1 R$ 325.000,00
12/06/2007 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
13/10/2008 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
03/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
04/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
05/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
19/01/2009 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 125.000,00
11/11/2009 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 110.000,00
11/12/2009 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
14/12/2009 64408 / 2837-1 A ---> B JOSIMAR TELES DA SILVA R$ 150.000,00
04/03/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 200.000,00
15/03/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 151.162,00
18/06/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 105.763,00
02/08/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 104.175,00

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24/10/2011 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 100.916,00


25/10/2011 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.985,00
14/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 307.975,00
15/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 300.354,00
22/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 201.192,00
26/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.150,00
29/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 300.012,00
12/01/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 326.129,00
16/01/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 301.014,00
10/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.000,00
13/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.161,00
14/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.000,00
15/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 116.761,00
06/03/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 100.000,00

Esta empresa muito se destaca em razão da grande quantidade


movimentação financeira já que a mesma que a mesma foi pivô de 32 (trinta e dois)
registros sendo 31 (trinta e um) saques em espécie e 01 depósito em espécie. O volume
movimentado atipicamente pela conta dessa empresa, entre setembro de 2005 e março de
2012, resultou no montante de R$ 6.216.749,00 (seis milhões duzentos e dezesseis mil
setecentos e quarenta e nove reais).
O único depósito foi realizado por VITOR WEREBE (advogado de São
Paulo do Escritório Werebe & Associados Advogados e Consultores Legais S/C) no dia
21/12/2005, no valor de R$ 325.000,00 (trezentos e vinte e cinco mil reais). Notícia do site
CONJUR indica que o VITOR WEREBE atua na área Tributária com impugnação de
autuações da Receita Federal (http://www.conjur.com.br/2004-fev-
02/juiza_autoriza_empresa_assistir_julgamento_receita).

No que tange aos saques em espécie, como já mencionado acima, o JOSÉ


RICARDO DA SILVA foi responsável por 15 (quinze) deles perfazendo a cifra de R$
2.958.233,00 (dois milhões novecentos e cinquenta e oito mil duzentos e trinta e três
reais).

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Outra pessoa que se destacou no quesito “saque” foi o empregado da


AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL LTDA, da família de JOSÉ RICARDO DA SILVA, o
nacional HUGO RODRIGUES BORGES que realizou 08 (oito) saques em espécie,
totalizando a quantia de R$ 1.012,085 (um milhão doze mil e oitenta e cinco reais).
Ainda, ocorreram 06 (seis) saques realizados pelo EIVANY ANTONIO DA
SILVA, ocorridos entre outubro de 2011 e março de 2012, o que aponta para a sua
participação ainda ativa na empresa, e que somados resultaram no valor de R$ 1.101.431
(um milhão cento e um mil quatrocentos e trinta e um reais).
Por fim, cumpre ressaltar 01 (um) saque de no valor de R$ 150.000,00
(cento e cinquenta mil reais) realizado por JOSIMAR TELES DA SILVA no dia
14/12/2009.
O COAF ainda fez menção a diversos saques em espécie realizados no
período de 01/01/2005 a 11/11/2005 que juntos totalizaram o montante de R$ 670.000,00
(seiscentos e setenta mil reais), entretanto esses saques não foram detalhados.
2) JOSÉ RICARDO DA SILVA

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Tipo de vínculo Entidade A Direção Entidade B Nº de Vínculos


Pessoa Órgão Público CARF JOSE RICARDO DA SILVA Conselheiro
Pessoa Conta JOSE RICARDO DA SILVA 69191 Titular
SGR CONSULTORIA
Pessoa Conta 64408 Titular
EMPRESARIAL LTDA
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA DAVOS ENERGIA LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA GOIAS INDUSTRIA E COMERCIO DE OLEOS VEGETAIS LTDA Sócio
FPE - FERTIVITA PARTICIPACOES EMPRESARIAIS
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA Sócio
INOVACAO TECNOLOGICA E SOLUCAO AMBIENTAL LTDA
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA TF COMERCIO DE FRUTAS E CEREAIS LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA Sócio
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B 49618800 1
Transação Financeira 64408 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA 15
Transação Financeira 69191 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA 3
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1

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Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1


Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1
Transação Financeira JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO 1

O JOSÉ RICARDO DA SILVA apresentou no total vínculo com 18


entidades sejam elas contas correntes, pessoas jurídicas e transações financeiras. JOSÉ
RICARDO DA SILVA até fevereiro de 2014 foi conselheiro titular no CARF, Vice-
Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, e integra a 1ª Turma Ordinária da 1ª
Câmara da 1ª Seção de Julgamentos representando os Contribuintes, sendo também da 1ª
Turma Vinculada a 1ª Seção da Câmara Superior de Recursos.
Os número de vínculos pessoa-organização se sobressaem porque ele é ou
fez parte do quadro societário de empresas, e em que pese ele seja sócio de 09 (nove
empresas): TF COMÉRCIO DE FRUTAS E CEREAIS LTDA, JES CONSULTORIA E
ASSESSORIA SS LTDA, GOIAS INDÚSTRIA E COMERCIO DE OLEOS VEGETAIS
LTDA, FPE – FERTIVITA PARTICIPACOES EMPRESARIAIS INOVACAO
TECNOLOGICA E SOLUCAO AMBIENTAL LTDA, AGROPECUARIA
TERRAFERTIL LTDA, J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, SVR CONSTRUTORA E
INCORPORADORA LTDA e a DAVOS ENERGIA LTDA, da qual saiu do quadro
societário em 13/08/2012.
Nesse ponto cabe mencionar as empresas que apresentam um cunho familiar
como a TF COMÉRCIO DE FRUTAS E CEREAIS LTDA que tem como sócios o JOSÉ
RICARDO DA SILVA e FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA e a pessoa jurídica
AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA que tem caráter mais familiar já que reúne no

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quadro societário o JOSÉ RICARDO DA SILVA, seus pais, EIVANY ANTONIO DA


SILVA e NICEA CANÁRIO DA SILVA seus irmãos, FLAVIO ROGÉRIO DA SILVA e
GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA, a irmã EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, além de
ter como funcionário o HUGO RODRIGUES BORGES, sacador de contas corrente de
empresas do “esquema” e tipo como o entregador de valores aos beneficiários finais. Ainda
há a JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA que tem como sócios o JOSÉ
RICARDO DA SILVA, a mãe com nome de solteira: NICEA DANTAS FERREIRA
CANÁRIO e a irmã EIVANICE CANÁRIO DA SILVA.
O escritório J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS se mostra
deveras importante já que tem como sócios o JOSÉ RICARDO DA SILVA e as
conselheiras ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, e a sua irmã, EIVANICE CANÁRIO
DA SILVA, além do EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO, que faz parte do quadro
societário de outras empresas do grupo, e a CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA
BARROS PENHA.
Ressalte-se ainda a SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA a
qual tem como sócios o Conselheiro PAULO ROBERTO CORTEZ e além do mencionado
EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO, sócio da J.R. SILVA ADVOGADOS.
A empresa FPE - FERTIVITA PARTICIPACOES EMPRESARIAIS
INOVACAO TECNOLOGICA E SOLUCAO AMBIENTAL LTDA tem mais uma vez
como sócio os conselheiros JOSÉ RICARDO SILVA e PAULO ROBERTO CORTEZ.
Novamente os conselheiros JOSÉ RICARDO SILVA e PAULO ROBERTO
CORTEZ se unem em mais um quadro societário da empresa GOIÁS INDÚSTRIA E
COMÉRCIO DE ÓLEOS VEGETAIS LTDA.

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No que tange às empresas SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e


DAVOS ENERGIA LTDA cujas contas corrente apresentaram movimentações financeiras
atípicas, estas serão adiante detalhadamente comentadas.
Merece destaque as parecerias que o JOSÉ RICARDO DA SILVA manteve
com o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, conhecido lobista de Brasília/DF, através de
parcerias em empresas diretas ou por intermédio de familiares e outros sócios, bem como
de transações financeiras que serão destacadas ao longo do Relatório.

1.2) MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA:

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


23/12/2004 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 01 R$ 3.696.294,00
07/04/2005 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B 49618800 / 4454 R$ 210.000,00
19/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.000,00
20/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.000,00
22/09/2005 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 270.000,00
15/02/2006 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 02 R$ 3.553.737,00

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19/09/2007 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 03 R$ 1.054.000,00


03/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
04/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
05/12/2008 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 100.000,00
19/01/2009 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 125.000,00
29/06/2009 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 04 R$ 1.266.760,00
08/10/2009 69191 / 0977-6 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 151.863,00
16/10/2009 69191 / 0977-6 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 105.000,00
11/11/2009 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 110.000,00
19/11/2009 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 05 R$ 1.260.000,00
02/12/2009 69191 / 0977-6 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 168.851,00
22/11/2010 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 06 R$ 1.337.000,00
22/11/2010 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 07 R$ 1.393.000,00
22/11/2010 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B SEGURO / J. R. 08 R$ 2.467.000,00
14/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 307.975,00
22/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 201.192,00
26/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 200.150,00
29/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 300.012,00
12/01/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 326.129,00
16/01/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 301.014,00
15/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B JOSE RICARDO DA SILVA R$ 116.761,00

Com relação às transações financeiras de toda a organização somente o


JOSÉ RICARDO movimentou atipicamente o equivalente a R$ 19.621.738,00 (dezenove
milhões seiscentos e vinte e um mil setecentos e trinta e oito reais), entre saques em
espécie, depósitos em espécie, contratações de seguros e compra de apólices realizadas,
segundo o COAF entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2012. Segue abaixo diagrama
contendo cada uma das movimentações financeiras atípicas realizadas por JOSÉ
RICARDO DA SILVA.
Analisando os gráficos e tabelas acima verifica-se que o JOSÉ RICARDO
DA SILVA realizou 15 (quinze) saques em espécie da conta 64408 da agência 2837-1 do
Banco BRADESCO em Brasília/DF, de titularidade da empresa SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA – EPP (CNPJ Nº 06.265.629/0001-40), resultando no montante

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de R$ 2.958,233,00 (dois milhões novecentos e cinquenta e oito mil duzentos e trinta e


três reais).
Ademais, JOSÉ RICARDO DA SILVA realizou 03 (três) saques em espécie
da conta 69191 da agência 0977-6 do Banco BRADESCO em Brasília/DF, de titularidade
própria, totalizando a quantia de R$ 425.714,00 (quatrocentos e vinte cinco mil
setecentos e catorze reais).
Outrossim JOSÉ RICARDO DA SILVA realizou 01 (um) depósito na conta
saques em espécie da conta 49618800, possivelmente da agência 4454 do Banco
BRADESCO em Brasília/DF, de titularidade do seu pai EIVANY ANTONIO DA SILVA,
no valor de R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil reais).
Por fim, cumpre ressaltar os gastos do JOSÉ RICARDO DA SILVA com
compra de apólices e contratação de seguros em 08 (oito) oportunidades, cujas
importâncias seguradas somadas resultaram num montante de R$ 16.027.791,00 (dezesseis
milhões vinte e sete mil setecentos e noventa e um reais).

3) ALEXANDRE PAES DOS SANTOS

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


Pessoa Conta ALEXANDRE PAES DOS SANTOS 9611126 / 1606-3 Titular
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS Ex-Sócio
LTDA
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS DAVOS ENERGIA LTDA Ex-Sócio
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Ex-Sócio
SERVIÇOS S C LTDA
RMSV EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Sócio
LTDA
DAVOS PRESTADORA DE SERVICOS EM
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Sócio
ENERGIA ELETRICA LTDA
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E
Pessoa Organizaçao JOSIMAR TELES DA SILVA Ex-Funcionário
SERVIÇOS S C LTDA
Transação Financeira 12/09/2008 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS A ---> B SEGURO / ALEXAN. 02 R$ 1.250.000,00
Transação Financeira 02/02/2010 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS A ---> B SEGURO / ALEXAN. 03 R$ 1.583.000,00
Transação Financeira 04/08/2012 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS A ---> B SEGURO / ALEXAN. 05 R$ 1.320.000,00
Transação Financeira 09/09/2011 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS A ---> B SEGURO / ALEXAN. 04 R$ 1.320.000,00
Transação Financeira 08/06/2010 JOSIMAR TELES DA SILVA A ---> B 9611126 / 1606-3 R$ 100.000,00
Transação Financeira 30/06/2007 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS A ---> B SEGURO / ALEXAN. 01 R$ 1.230.120,00

Pesquisas realizadas em fontes abertas e disponíveis à Polícia Federal


evidenciaram que ALEXANDRE PAES DOS SANTOS é um conhecido lobista desta
capital federal, outrora envolvido em diversas negociações de empresas privadas com o
Governo Federal, se utilizando para isso de qualquer sorte de manobra a fim de alcançar
seus objetivos. A vasta lista de antecedentes criminais do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS ratifica suas atividades e os meios utilizados, já que o mesmo fora indiciado nos
mais diversificados tipos penais incluindo-se aqui Tráfico de Influência e Corrupção Ativa.
Segue abaixo rol de indiciamentos:
1) Infração Penal ART 332 DO CPB; Procedimento IPL 171/1980-
SR/DPF/DF BRASILIA/DF de 12/08/1980;

2) Infração Penal ART 171 PAR 2 INCISO VI DO CPB, Procedimento


SSP 500/1981-1 DP/DF BRASILIA/DF de 24/11/1981;

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3) Infração Penal ART 171 DO CPB, Procedimento IPL nº DPF


1110/1991-SR/DPF/DF BRASILIA/DF de 14/03/1991;

4) Infração Penal ART 334 CAPUT DO CPB, Procedimento: IPL nº


1272/1993-SR/DPF BRASILIA/DF de 22/11/1993;

5) Infração Penal ART 334 DO CPB, Procedimento IPL nº 1203/1993-


SR/DPF BRASILIA/DF de 09/09/1993;

6) Infração Penal ART 147 CPB, ART 331 CPB e ART 333 CPB,
Procedimento IPL nº 1117/1994-CART/SR/DPFAZ BRASILIA/DF de
27/05/1994;

7) Infração Penal ART 333 CPB, Procedimento IPL nº 18/2002-


DFIN/DCOR/BRASILIA/DF;

8) Infração Penal ART 332 CPB e ART 333 CPB Procedimento IPL nº
313/2003-SR DPF BRASILIA/DF de 17/07/2003;

ALEXANDRE PAES DOS SANTOS possui intensa atividade empresarial já


que o mesmo participou do quadro societário de diversas empresas, tais como: 1) APS
TELECOMUNICACOES S/C LTDA (CNPJ Nº 01.642.912/0001-20; 2) APS
ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS S/C LTDA – ME (CNPJ Nº
00.580.381/0001-25); 3) ESPACO K COMERCIAL DE JOIAS E MODA LTDA – ME
(CNPJ Nº 07.671.785/0001-73); 4) DIGITALTRONIC DO BRASIL SERVICO DE
GRAVACAO LTDA – ME (CNPJ Nº 08.288.890/0001-90), todas elas já foram
baixadas; 5) ACE ASSESSORIA E REPRESENTACOES LTDA (CNPJ Nº

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00.663.443/0001-62); 6) EFICIENCIA BRASIL CONSULTORIA E EVENTOS LTDA


(CNPJ Nº 12.222.784/0001-81); 7) DAVOS ENERGIA LTDA (CNPJ Nº 11.388.932/0001-
70); 8) IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS
ECONOMICO LTDA – EPP (CNPJ Nº 05.769.231/0001-88), das quais o ALEXANDRE
PAES teria sido formalmente excluído do quadro societário, no entanto nesta a sua
irmã permanece como sócia; 9) RMSV – EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS
LTDA (CNPJ Nº 14.022.592/0001-57); 10) DAVOS PRESTADORA DE SERVICOS EM
ENERGIA ELETRICA LTDA (CNPJ Nº 15.240.894/0001-64); e 11) CONFRARIA DA
GULA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA – ME (CNPJ Nº 09.686.212/0001-49),
dessas 03 (três) últimas ALEXANDRE ainda continua como sócio.
No que tange às transações financeiras atípicas do ALEXANDRE PAES
DOS SANTOS, destacaram-se os gastos com compra de apólices e contratação de seguros
em 05 (cinco) ocasiões em que as importâncias seguradas somadas resultaram numa
quantia de R$ 6.703.120,00 (seis milhões setecentos e três mil cento e vinte reais).
Além desses gastos também há uma transação interessante que seria um
depósito em espécie de R$ 100.000,00 (cem mil reais) efetuado por JOSIMAR TELES
DA SILVA, no dia 08/06/2010, na conta 9611126 da agência 1606-3 do Banco do Brasil
em Brasília/DF, de titularidade do próprio ALEXANDRE PAES DOS SANTOS.
O JOSIMAR TELES DA SILVA assim como o HUGO RODRIGUES
BORGES aparecem como elos de ligação financeira entre o ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS e JOSÉ RICARDO DA SILVA, já que aqueles realizaram saques e depósitos em
contas próprias deles e das empresas SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e o
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS
ECONOMICOS LTDA. Ademais, o JOSIMAR TELES DA SILVA já trabalhou tanto em
empresa ALEXANDRE PAES DOS SANTOS como no escritório de advocacia do JOSÉ
RICARDO DA SILVA.

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4) HUGO RODRIGUES BORGES

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


Pessoa Conta 64408 / 2837-1 SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Titular
IDEPE INSTITUTO DE DESEN. DE EST. E PROJ.
Pessoa Conta 1311077 / 2881-9 Titular
ECON. LTDA
Pessoa Conta 69191 / 0977-6 JOSE RICARDO DA SILVA Titular
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao HUGO RODRIGUES BORGES AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA Ex-Funcionário
Transação Financeira 12/06/2007 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
Transação Financeira 13/10/2008 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
Transação Financeira 07/10/2009 69191 / 0977-6 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
Transação Financeira 15/10/2009 69191 / 0977-6 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 205.180,00
Transação Financeira 22/10/2009 69191 / 0977-6 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
Transação Financeira 04/11/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
Transação Financeira 05/11/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 135.677,00
Transação Financeira 03/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 305.236,00

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Transação Financeira 08/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 184.625,00
Transação Financeira 11/12/2009 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
Transação Financeira 11/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
Transação Financeira 14/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 113.100,00
Transação Financeira 05/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 234.625,00
Transação Financeira 25/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00
Transação Financeira 26/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00
Transação Financeira 27/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00
Transação Financeira 04/03/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 200.000,00
Transação Financeira 15/03/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 151.162,00
Transação Financeira 18/06/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 105.763,00
Transação Financeira 02/08/2010 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 104.175,00
Transação Financeira 25/10/2011 64408 / 2837-1 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.985,00

Conforme estava escrito na carta noticiante recebida na Polícia Federal havia


um tal de “HUGO”, um funcionário do JOSÉ RICARDO, era quem realizava saques em
espécie e entregava malas de dinheiros do esquema em Brasília/DF.
Esse HUGO foi identificado, se tratando do funcionário da empresa da
família do JOSÉ RICARDO, a AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL LTDA, o HUGO
RODRIGUES BORGES.
Feita a consulta do nome junto ao COAF, foram identificados diversos
registros em nome do HUGO RODRIGUES BORGES de transações financeiras atípicas as
quase foram estruturadas culminando no gráfico e tabela acima apresentados.
De lá, observa-se que o HUGO RODRIGUES BORGES foi responsável por
21 (vinte e um) saques em espécie que juntam resultaram no valor de R$ 3.640.528,00 (três
milhões seiscentos e quarenta mil quinhentos e vinte e oito reais).
Esses saques mais uma vez ratificam as informações constantes da carta
recebida na Polícia Federal e demonstram que o HUGO de fato poderia sacar e distribuir os
valores a mando do JOSÉ RICARDO.
Além disso, os saques mostram o elo que há entre as empresas SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e o IDEPE INSTITUTO DE

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DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA, do qual


contavam no quadro societário o FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA (irmão do JOSÉ
RICARDO) e o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, conhecido lobista desta capital
federal, outrora envolvido em diversas negociações de empresas privadas com o Governo
Federal.
Detalhando os mencionados saques em espécie vemos que o HUGO
RODRIGUES BORGES realizou 08 (oito) saques da conta n° 64408, da agência 2837-1 do
Banco BRADESCO em Brasília/DF, de titularidade da empresa SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA (CNPJ Nº 06.265.629/0001-40), resultando na quantia de R$
1.012.085,00 (um milhão doze mil e oitenta e cinco reais).
O HUGO RODRIGUES BORGES, no mês de outubro de 2009, realizou 03
(três) saques em espécie da conta 69191 da agência 0977-6 do Banco BRADESCO em
Brasília/DF, de titularidade do JOSÉ RICARDO DA SILVA, totalizando o valor de R$
505.180,00 (quinhentos e cinco mil cento e oitenta reais).
Corroborando o mencionado acima acerca da ligação das empresas SGR e
IDEPE, HUGO RODRIGUES BORGES, mesmo sendo funcionário da AGROPECUÁRIA
TERRAFERTIL, realizou 10 (dez) saques em espécie da conta nº 1311077, da agência
2881-9 do Banco do Brasil em Brasília/DF, de titularidade da pessoa jurídica IDEPE
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS
LTDA, que juntos alcançara a cifra de R$ 2.123.263,00 (dois milhões cento e vinte e três
mil duzentos e sessenta e três reais).

5) JOSIMAR TELES DA SILVA

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


Pessoa Conta ALEXANDRE PAES DOS SANTOS 9611126 Titular
Pessoa Conta SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 64408 Titular
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Ex-Sócio
E SERVIÇOS S C LTDA
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO
Pessoa Organizaçao JOSIMAR TELES DA SILVA Ex-Funcionário
E SERVIÇOS S C LTDA
J.R. SILVA ADONVOGADOS &
Pessoa Organizaçao JOSIMAR TELES DA SILVA Ex-Funcionário
ASSOCIADOS
Transação Financeira 14/12/2009 64408 A ---> B JOSIMAR TELES DA SILVA R$ 150.000,00
Transação Financeira 08/06/2010 JOSIMAR TELES DA SILVA A ---> B 9611126 R$ 100.000,00

O JOSIMAR TELES DA SILVA surge como sacador e depositante de


pessoas relacionadas nesta investigação.
Segundo o COAF ele teria sido responsável pelo depósito em espécie de R$
100.000,00 (cem mil reais) efetuado no dia 08/06/2010, na conta 9611126 da agência
1606-3 do Banco do Brasil em Brasília/DF, de titularidade do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS.
Assim, observa-se que o JOSIMAR TELES DA SILVA assim como o
HUGO RODRIGUES BORGES se mostra como um elo de ligação financeiras entre o
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS e JOSÉ RICARDO DA SILVA, já que aqueles
realizaram saques e depósitos em contas próprias deles e das empresas SGR

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CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e o IDEPE INSTITUTO DE


DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA.
Outrossim consta em bancos de dados disponíveis ao DPF que o JOSIMAR
TELES DA SILVA foi funcionário da APS ADMINISTRACAO PARTICIPACAO E
SERVICOS LTDA (CNPJ Nº 02.704.120/0001-03), entrando em 1992 e da APS
ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS S C LTDA (CNPJ Nº 00.580.381/0001-
25) entre 02/01/1994 e 15/06/2004, bem como também teria sido funcionário do escritório
de advocacia do J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS (CNPJ Nº
11.297.807/0001-54) entre o período de 01/12/2009 a 01/10/2010.

6) IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E


PROJETOS ECONOMICOS LTDA:

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE
Pessoa Conta 1311077 / 2881-9 Titular
ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Ex-Sócio
ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA Ex-Sócio
ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA

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Transação Financeira 04/11/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 100.000,00
Transação Financeira 05/11/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 135.677,00
Transação Financeira 03/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 305.236,00
Transação Financeira 08/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 184.625,00
Transação Financeira 11/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 150.000,00
Transação Financeira 14/12/2009 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 113.100,00
Transação Financeira 05/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 234.625,00
Transação Financeira 25/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00
Transação Financeira 26/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00
Transação Financeira 27/01/2010 1311077 / 2881-9 A ---> B HUGO RODRIGUES BORGES R$ 300.000,00

O IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E


PROJETOS ECONOMICOS LTDA é uma pessoa jurídica importante na organização seja
pelo quadro societário seja pela movimentação financeira atípica, sendo que foi registrado
no COAF a utilização do nome de fantasia IPA INSTITUTO DE PROJETOS
AVANCADOS S/C, para o mesmo CNPJ de número 05.769.231/0001-88.
A referida pessoa jurídica contou com sócios como o FLÁVIO ROGÉRIO
DA SILVA e o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, sendo que ambos deixaram a
empresa, o primeiro em 24/09/2012 e o segundo em 11/03/2013. Permanece ainda como
sócia a MARGARET PAES DOS SANTOS, irmã do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS.
Com relação às transações financeiras, a conta nº 1377077 da Agência 2881-
9 do Banco do Brasil em Brasília/DF, cujo titular é IDEPE INSTITUTO DE
DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA, sofreu
vários saques todos realizados pelo HUGO RODRIGUES BORGES o qual era funcionário
da AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL LTDA.

No total foram realizados 10 (dez) saques sequenciais ocorridos entre


novembro de 2009 e janeiro de 2010 que somados resultaram no montante de R$
2.123.263,00 (dois milhões cento e vinte e três mil duzentos e sessenta e três reais).

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7) EIVANY ANTONIO DA SILVA

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


Pessoa Conta 49618800 / 4454 EIVANY ANTONIO DA SILVA Titular
Pessoa Conta 128058 / 0941-5 EIVANY ANTONIO DA SILVA Titular
Pessoa Organizaçao AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA EIVANY ANTONIO DA SILVA Sócio
Pessoa Organizaçao SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA EIVANY ANTONIO DA SILVA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao SBS COMSULTORIA EMPRESARIAL LTDA EIVANY ANTONIO DA SILVA Ex-Sócio
Pessoa Pessoa JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA Filho
Transação Financeira 07/04/2005 JOSE RICARDO DA SILVA A ---> B 49618800 / 4454 R$ 210.000,00
Transação Financeira 11/04/2005 LUIS EDUARDO PAES LEME A ---> B 128058 / 0941-5 R$ 162.000,00
Transação Financeira 05/05/2005 LUIS EDUARDO PAES LEME A ---> B 49618800 / 4454 R$ 120.000,00
Transação Financeira 18/09/2007 EIVANY ANTONIO DA SILVA A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA / EIVANY 01 R$ 115.340,00
Transação Financeira 18/06/2008 EIVANY ANTONIO DA SILVA A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA / EIVANY 02 R$ 124.007,00
Transação Financeira 23/06/2008 EIVANY ANTONIO DA SILVA A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA / EIVANY 03 R$ 210.643,00
Transação Financeira 24/10/2011 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 100.916,00

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Transação Financeira 15/12/2011 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 300.354,00
Transação Financeira 10/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.000,00
Transação Financeira 13/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.161,00
Transação Financeira 14/02/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 200.000,00
Transação Financeira 06/03/2012 64408 / 2837-1 A ---> B EIVANY ANTONIO DA SILVA R$ 100.000,00

EIVANY ANTONIO DA SILVA tem relacionamentos com 03 contas


correntes, sendo 02 de titularidade própria e uma da empresa SGR CONSULTORIA
EMPRESARIA LTDA, 01 empresa e é o pai do JOSÉ RICARDO DA SILVA.
EIVANY ANTONIO DA SILVA é sócio da pessoa jurídica
AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA que tem caráter mais familiar já que reúne no
quadro societário os seus filhos JOSÉ RICARDO DA SILVA, FLAVIO ROGÉRIO DA
SILVA, GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, além
da NICEA CANÁRIO DA SILVA, possivelmente ex-cônjuge já que esta passou a
reutilizar seu nome de solteira NICEA DANTAS FERREIRA CANÁRIO.
EIVANY ANTONIO DA SILVA é ex-sócio da SBS CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, a qual será mais à frente detalhada já que o COAF apontou
movimentação atípica a ela relacionada, valendo somente frisar que a mesma esteve
envolvida em pelo menos 02 (dois) eventos de irregularidades e conta com mais um
Conselheiro do CARF no seu quadro societário, o JORGE VICTOR RODRIGUES.
Da mesma forma, EIVANY ANTONIO DA SILVA é ex-sócio da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, mas ainda possui forte relação com a empresa
já que foi responsável por 06 (seis) saques ocorridos entre outubro de 2011 e março de
2012 na conta da citada empresas nº 64408 da Agência 2837-1 do BRADESCO, os quais
somados resultaram no valor de R$ R$ 1.101.431 (um milhão cento e um mil
quatrocentos e trinta e um reais).
No dia 07/04/2005 JOSÉ RICARDO DA SILVA realizou 01 (um) depósito
em espécie da conta 49618800, possivelmente da agência 4454 do Banco BRADESCO em

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Brasília/DF, de titularidade do seu pai EIVANY ANTONIO DA SILVA, no valor de R$


210.000,00 (duzentos e dez mil reais).
No dia 11/04/2005 a conta nº 128058 da Agência 0941-5 do Banco do Brasil
em Luziânia/GO, de titularidade de EIVANY ANTONIO DA SILVA recebeu um depósito
em espécie do LUIS EDUARDO PAES LEME no valor de R$ 162.000,00 (cento e
sessenta e dois mil reais).
Menos de 01 (um) mês depois, no dia 05/05/2005 a conta nº 49618800,
possivelmente da agência 4454 do Banco BRADESCO em Brasília/DF, também de
titularidade do EIVANY ANTONIO DA SILVA, recebeu outro depósito em espécie do
mesmo LUIS EDUARDO PAES LEME no valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais).
O LUIS EDUARDO PAES LEME responsável pelos depósitos na conta do
nas contas EIVANY ANTONIO DA SILVA também era empregado da
AGROPECUARIA TERRAFERTIL, assim como o HUGO RODRIGUES BORGES.
EIVANY ANTONIO DA SILVA ainda fez 01 (um) aporte ou pagamento
único de PGBL ou VGBL, no dia 18/09/2007 no valor de R$ 115.340,00 (cento em quinze
mil trezentos e quarenta reais).
Por fim, EIVANY ANTONIO DA SILVA, em junho de 2008, efetuou 02
(dois) resgates antecipados de previdências privadas que totalizaram a cifra de R$
334.650,00 (trezentos e trinta e quatro mil seiscentos e cinquenta reais).

8) FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


ECOMEK CONSULTORIA EMPRESARIAL
Pessoa Conta 230782 Titular
E MEIO AMBIENTE S/S LTDA
ECOMEK CONSULTORIA EMPRESARIAL
Pessoa Organizaçao JOSE CARLOS ABBUD BARRETO Sócio
E MEIO AMBIENTE S/S LTDA
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS SÓCIO
LTDA
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA SÓCIO
ECOMEK CONSULTORIA EMPRESARIAL E
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA Empregado
MEIO AMBIENTE S/S LTDA
TF COMERCIO DE FRUTAS E CEREAIS
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA Sócio
LTDA
LINNEAR CONSTRUTORA,
Pessoa Organizaçao FLAVIO ROGERIO DA SILVA EMPREENDIMENTOS E PROJETOS Sócio
AMBIENTAIS LTDA
Transação Financeira 19/09/2007 FLAVIO ROGERIO DA SILVA A ---> B SEGURO / FLAVIO 01 R$ 1.054.000,00
Transação Financeira 29/06/2009 FLAVIO ROGERIO DA SILVA A ---> B SEGURO / FLAVIO 02 R$ 1.359.083,00
Transação Financeira 01/12/2011 FLAVIO ROGERIO DA SILVA A ---> B SEGURO / FLAVIO 03 R$ 1.110.120,00
Transação Financeira 08/05/2010 FLAVIO ROGERIO DA SILVA A ---> B JOSE CARLOS ABBUD BARRETO R$ 100.000,00

FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA é sócio do JOSÉ RICARDO DA SILVA


na empresa TF COMÉRCIO DE FRUTAS E CEREAIS LTDA e também da pessoa

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jurídica AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA que tem caráter mais familiar já que
reúne no quadro os irmãos JOSÉ RICARDO DA SILVA, GUSTAVO HENRIQUE DA
SILVA, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA e seus pais, EIVANY ANTONIO DA SILVA
e NICEA CANÁRIO DA SILVA (ou nome de solteira: NICEA DANTAS FERREIRA
CANÁRIO).
Ainda é sócio da empresa LINNEAR CONSTRUTORA
EMPREENDIMENTOS E PROJETOS AMBIENTAIS LTDA juntamente com a sua
esposa EDNA MARIA BRAZ DE QUEIROZ DA SILVA.
Cumpre destacar que o FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA é sócio excluído em
24/09/2012, da pessoa jurídica IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE
ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA, a qual por vezes aparece com o nome
IPA INSTITUTO DE PROJETOS AVANCADOS S/C, e que também já teve como sócio o
já citado ALEXANDRE PAES DOS SANTOS.
Cabe ressaltar a constatação de que o FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA
curiosamente apresentou vínculo empregatício com a empresa ECOMEK CONSULTORIA
EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE S/S LTDA, que por sua vez apresentou registro de
um saque em espécie da conta da empresa de nº 230782, Agência 1003-0 do Banco do
Brasil, realizado no dia 08/05/2013 pelo seu sócio administrador o JOSE CARLOS
ABBUD BARRETO.
No que tange às transações financeiras atípicas realizadas pelo FLÁVIO
ROGÉRIO DA SILVA consta que o mesmo realizou em 03 (três) ocasiões (19/09/2007,
29/06/2009 e 01/12/2011) a compra de apólices e contratação de seguro em que a
importância somada segurada alcançou a cifra de R$ 3.523.203,00 (três milhões
quinhentos e vinte e três mil duzentos e três reais).
9) EDISON PEREIRA RODRIGUES e MEIGAN SACK RODRIGUES:

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


Pessoa Conta 81647 / 2883-5 RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS Titular
Pessoa Conta 149160 / 1606-3 EDISON PEREIRA RODRIGUES Titular
Pessoa Organizaçao EDISON PEREIRA RODRIGUES SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao EDISON PEREIRA RODRIGUES RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS Sócio
Pessoa Organizaçao MEIGAN SACK RODRIGUES RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS Sócia
Pessoa Órgão Público CARF EDISON PEREIRA RODRIGUES Ex-Presidente
Pessoa Órgão Público CARF MEIGAN SACK RODRIGUES Conselheira
Pessoa Pessoa MEIGAN SACK RODRIGUES A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES Filha
Transação Financeira 02/08/2007 EDISON PEREIRA RODRIGUES A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA / EDISON 01 R$ 600.000,00
Transação Financeira 21/07/2009 81647 / 2883-5 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 150.000,00
Transação Financeira 19/01/2012 149160 / 1606-3 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 27/01/2012 EDISON PEREIRA RODRIGUES A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA / EDISON 02 R$ 1.500.000,00
Transação Financeira 10/02/2012 149160 / 1606-3 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 10/04/2012 81647 / 2883-5 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 27/04/2012 81647 / 2883-5 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 09/05/2012 81647 / 2883-5 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 28/06/2012 81647 / 2883-5 A ---> B EDISON PEREIRA RODRIGUES R$ 100.000,00

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Conforme se observa no gráfico e tabela acima o EDISON PEREIRA


RODRIGUES participa do quadro societário da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL
LTDA e do escritório RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S, do qual
também faz parte sua filha a MEIGAN SACK RODRIGUES.
Conforme pesquisa em fontes abertas o EDISON PEREIRA RODRIGUES
foi Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 1995 a 2005, sendo que
a sua filha MEIGAN SACK RODRIGUES atualmente é Conselheira dos da 3ª Turma
Especial Vinculada à 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento representante dos contribuintes.
No que tange à movimentação financeira o EDISON PEREIRA
RODRIGUES realizou 05 (cinco) saques em espécie, 04 deles de abril a junho de 2012, da
conta 81647 da agência 2883-5 do Banco do Brasil em Brasília/DF, de titularidade da
empresa RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S (CNPJ Nº 07.397.724/0001-
60), resultando no montante de R$ 550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais).
EDISON PEREIRA RODRIGUES ainda realizou 02 (dois) saques em
espécie da conta 149160 da agência 1606-3 do Banco do BRASIL em Brasília/DF, de
titularidade própria, totalizando a quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
A mais, EDISON PEREIRA RODRIGUES efetuou 02 (dois) aportes ou
pagamento único de PGBL ou VGBL, 01 em janeiro de 2007 e outro em janeiro de 2012,
que totalizaram a cifra de R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais).

10) JOÃO BATISTA GRUGINSKI

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Pessoa Organizaçao JOÃO BATISTA GRUGINSKI SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Transação Financeira 02/08/2007 JOÃO BATISTA GRUGINSKI A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA R$ 400.000,00

JOÃO BATISTA GRUGINSKI é o último sócio da SGR CONSULTORIA


EMPRESARIAL LTDA e consta dos registros de movimentações atípicas do COAF que o
mesmo efetuou 01 (um) aporte no mês ou pagamento único de PGBL ou VGBL ou título de
capitalização no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), no dia 02/08/2007,
mesma data que o EDISON PEREIRA RODRIGUES realizou o mesmo “investimento”.

11) J.R SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS:

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Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS JOSE RICARDO DA SILVA SÓCIO
Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS EIVANICE CANARIO DA SILVA SÓCIA
Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS EDUARDO GONCALVES VALADAO SÓCIO
Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO SÓCIA
Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA BARROS PENHA SÓCIA

O escritório J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS como o próprio


nome já diz é capitaneado por JOSÉ RICARDO DA SILVA, e apresenta grande
importância já que congrega em seus quadros 03 (três) conselheiros do Conselho
Administrativo de Recursos (CARF), isto é, o próprio JOSÉ RICARDO e mais 02 (duas)
conselheiras, a ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, e a irmã, EIVANICE CANÁRIO DA
SILVA. Além deles integram ainda o quadro de sócios o EDUARDO GOLÇALVES
VALADÃO, que faz parte do quadro societário de outras empresas do grupo em sociedade
com o JOSÉ RICARDO DA SILVA, e ainda a CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA
BARROS PENHA.

12) EIVANICE CANÁRIO DA SILVA

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Pessoa Organizaçao EIVANICE CANARIO DA SILVA J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS SÓCIA
Pessoa Organizaçao EIVANICE CANARIO DA SILVA AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA SÓCIA
Pessoa Organizaçao EIVANICE CANARIO DA SILVA JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA SÓCIA
Pessoa Órgão Público EIVANICE CANARIO DA SILVA CARF CONSELHEIRA
Transação Financeira 22/07/2010 EIVANICE CANARIO DA SILVA A ---> B SEGURO R$ 1.231.480,00
Transação Financeira 03/11/2010 EIVANICE CANARIO DA SILVA A ---> B PREVIDENCIA PRIVADA R$ 315.730,00

EIVANICE CANÁRIO DA SILVA se relaciona com o CARF sendo


Conselheira Suplente, representante dos contribuintes, da 1ª Câmara da 2ª Seção de
Julgamento do CARF.
Como já mencionado faz parte do quadro societário J.R. SILVA
ADVOGADOS & ASSOCIADOS, bem como da pessoa jurídica AGROPECUARIA
TERRAFERTIL LTDA que tem caráter mais familiar já que reúne no quadro societário seu
irmão JOSÉ RICARDO DA SILVA, seus pais, EIVANY ANTONIO DA SILVA e NICEA
CANÁRIO DA SILVA seus irmãos, FLAVIO ROGÉRIO DA SILVA e GUSTAVO
HENRIQUE DA SILVA.
Ainda há a JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA que tem como
sócios seu irmão o JOSÉ RICARDO DA SILVA e sua mãe com nome de solteira NICEA
DANTAS FERREIRA CANÁRIO.
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA teve registrada 02 (duas) transações
financeiras consideradas atípicas pelo COAF que juntas totalizaram R$ 1.547.210,00 (um
milhão quinhentos e quarenta sete duzentos e dez reais). No dia 22/07/2010,
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA contratou seguro cuja importância segurada foi de R$
1.231.480,00 (um milhão duzentos e trinta e um mil quatrocentos e oitenta reais) e no
dia 03/11/2010, realizou 01 (um) resgate antecipado ou portabilidade de previdência
privada no valor de R$ 315.730,00 (trezentos e quinze mil setecentos e trinta reais).

13) ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO

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Pessoa Órgão Público CARF ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO Conselheira
Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO Sócia
Pessoa Organizaçao ABC CONSULTORIA TRIBUTARIA LTDA ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO Sócia
Pessoa Organizaçao SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO Advogada

ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO é Conselheira Suplente no CARF,


representante dos contribuintes, da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF e como
já mencionado faz parte do quadro societário J.R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS. Consta em fontes abertas o currículo da ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO na qual ela mesma se declara como advogada da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA.
ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO é sócia da pessoa jurídica ABC
CONSULTORIA TRIBUTÁRIA LTDA, juntamente com outro Conselheiro o PAULO
ROBERTO CORTEZ.

14) CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA BARROS PENHA

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CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA


Pessoa Organizaçao J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Sócia
BARROS PENHA
CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA
Transação Financeira 13/05/2010 A ---> B SEGURO / VENUSTA 01 R$ 1.835.000,00
BARROS PENHA

Como já mencionado, CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA BARROS


PENHA faz parte do quadro societário J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS.
De movimentação atípica, há registro de que no dia 13/05/2010, CLARA
VENUSTA LOPES DA SILVA BARROS PENHA contratou seguro cuja importância
segurada foi de R$ 1.835.000,00 (um milhão oitocentos e trinta e cinco reais).

15) EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Sócio
Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO DAVOS ENERGIA LTDA Sócio
SVR CONSTRUTORA E Sócio
Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO
INCORPORADORA LTDA
DAVOS PREST.DE SER. ENERGIA Sócio
Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO
ELETRICA LTDA
RMSV EMPRESA CORRETORA DE Sócio
Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO
SEGUROS LTDA
COPEN COMPANHIA PAULISTA DE
Pessoa Conta 1800000 / 0504-5 A ---> B Titular
ENERGIA S.A

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Transação Financeira 13/12/2011 EDUARDO GONCALVES VALADAO A ---> B 1800000 / 0504-5 R$ 2.615.760,00

EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO é um dos sócios do escritório J.R.


SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS juntamente com os conselheiros JOSÉ
RICARDO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, EIVANICE CNÁRIO DA
SILVA e CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA.
O referido advogado também faz parte do quadro societário da SVR
CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA a qual tem como sócios os conselheiros
PAULO ROBERTO CORTEZ e o JOSÉ RICARDO DA SILVA.
EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO é sócio da DAVOS ENERGIA
LTDA a qual tem como outro sócio o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, famoso
lobista desta capital federal o qual inclusive já foi investigado e indicado por diversas vezes
conforme já comentado em tópico específico. Cumpre destacar que o JOSÉ RICARDO DA
SILVA também foi sócio desta empresa, tendo registro de exclusão em Agosto de 2012.
Da mesma forma, EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO e ALEXANDRE
PAES DOS SANTOS apresentam novas parcerias societárias, tanto na empresa da DAVOS
PRESTADORA DE SERVIÇOS EM ENERGIA ELÉTRICA LTDA como também na
empresa RMSV EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS LTDA..
Por fim é válido informar que o EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO
apresentou uma considerável movimentação atípica registradas no COAF vez que no dia
13/12/2011 o mesmo teria realizado um depósito em espécie na conta da empresa COPEN
COMPANHIA PAULISTA DE ENERGIA S.A. (CNPJ Nº 00.996.174/0001-56) no valor
de R$ 2. 615.760,00 (dois milhões seiscentos e quinze mil setecentos e sessenta reais).

16) DAVOS ENERGIA LTDA:

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


Pessoa Conta DAVOS ENERGIA LTDA 234893 Titular
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA DAVOS ENERGIA LTDA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao EDUARDO GONCALVES VALADAO DAVOS ENERGIA LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao ALEXANDRE PAES DOS SANTOS DAVOS ENERGIA LTDA Ex-Sócio
Transação Financeira 09/08/2011 MAURICIO DE ASSIS SALDANHA A ---> B 234893 R$ 3.089.460,00
Transação Financeira 09/08/2011 234893 A ---> B MAURICIO DE ASSIS SALDANHA R$ 3.089.460,00

A DAVOS ENERGIA LTDA se destacou porque congregou em seu quadro


societário o JOSÉ RICARDO DA SILVA, ALEXANDRE PAES DOS SANTOS e
EDUARDO GONÇALVES VALADÃO, todos incluídos em 13/06/2011, no entanto os 02
(dois) primeiros deixaram a sociedade, o JOSÉ RICARDO DA SILVA em agosto de 2012
e o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS em março de 2013.
Outro ponto importante com relação à DAVOS ENERIGIA LTDA foram as
duas movimentações financeiras atípicas de depósito e saque ocorridos no dia 09/08/2011,
na conta 234893 da Agência 2574-7 do BRADESCO em São Paulo/SP, realizados por
MAURÍCIO DE ASSIS SALDANHA (CPF Nº 038.126.907-80) nos valores idênticos tanto
para o depósito quanto para o saque de R$ 3.089.460,00 (três milhões oitenta e nove mil
quatrocentos e sessenta reais).
No período acima mencionado, segundo base de dados disponíveis à Polícia
Federal, o MAURÍCIO DE ASSIS SALDANHA era empregado da empresa DELTA

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BIOCOMBUSTIVEIS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (CNPJ Nº 11.513.699/0001-


00)

17) PAULO ROBERTO CORTEZ

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


Pessoa Órgão Público PAULO ROBERTO CORTEZ CARF Conselheiro
Pessoa Organizaçao PAULO ROBERTO CORTEZ GOIAS IND. COM. DE OLEOS VEGETAIS Sócio
Pessoa Organizaçao PAULO ROBERTO CORTEZ FPE - FERTIVITA PART. EMP Sócio
Pessoa Organizaçao PAULO ROBERTO CORTEZ ABC CONSULTORIA TRIBUTARIA LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao PAULO ROBERTO CORTEZ SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA Sócio
Transação Financeira 14/02/2014 PAULO ROBERTO CORTEZ A ---> B FARIA VEICULOS LTDA R$ 31.699,00

PAULO ROBERTO CORTEZ é Conselheiro titular no CARF,


representantes dos contribuintes na 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento.
O citado Conselheiro é sócio da SVR CONSTRUTORA E
INCORPORADORA LTDA a qual tem como sócios o conselheiro JOSÉ RICARDO DA
SILVA e além do supramencionado advogado EDUARDO GOLÇALVES VALADÃO.
A parceria societária entre os Conselheiros PAULO ROBERTO CORTEZ e
JOSÉ RICARDO DA SILVA se renova em mais 02 (duas) ocasiões já que os mesmos são

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sócios da FPE – FERTIVITA PARTICIPACOES EMPRESARIAIS INOVACAO


TECNOLOGICA E SOLUCAO AMBIENTAL LTDA, e também da empresa GOIÁS
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ÓLEOS VEGETAIS LTDA.
Ainda, com relação à participação societária ainda vale lembra PAULO
ROBERTO CORTEZ também é sócio da pessoa jurídica ABC CONSULTORIA
TRIBUTÁRIA LTDA, juntamente com outra Conselheira, a ADRIANA OLIVEIRA
RIBEIRO, que demonstra estreitos laços com o JOSÉ RICARDO DA SILVA já que ela é
sócia da J.R SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS e advogada da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA.
No que tange às transações atípicas, constou registrado no COAF um
pagamento em espécie de R$ 31.699,00 (trinta e um mil seiscentos e noventa e nove reais)
realizado pelo PAULO ROBERTO CORTEZ à empresa FARIA VEÍCULOS LTDA em
São Paulo/SP no dia 14/02/2014.

18) SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA:

Tipo de vínculo Data Entidade A Entidade B Valor


Pessoa Conta SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA 1119702 / 0606-8 Titular
Pessoa Organizaçao ROMEU SALARO SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao AGENOR MANZANO SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA Sócio

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Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao EIVANY ANTONIO DA SILVA SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA Ex-Sócio
Transação Financeira 13/05/2005 1119702 / 0606-8 Valor depositado em conta R$ 2.891.528,00

A SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA foi trazida à


investigação em razão do EIVANY ANTONIO DA SILVA ter sido sócio da mesma, tendo
deixado o quadro societário em 11/10/2004, mas com registro da exclusão agosto de 2006.
Outro sócio de relevância para esta investigação é o JORGE VICTOR
RODRIGUES o qual atualmente é conselheiro do CARF atuando na Terceira Turma
Especial vinculada à 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento.
A SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S C LTDA ainda conta com mais
02 (dois) Ex-Auditores da Receita Federal o ROMEU SALARO e o AGENOR
MANZANO e a mencionada empresa de consultoria ficou conhecida no início da década
passada em razão de ser protagonista de um episódio envolvendo o lobby para alteração de
legislação a fim de beneficiar a FIAT livrando-a do pagamento de multas e juros num
montante de aproximadamente R$ 630 milhões de reais referentes ao não recolhimento da
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). O episódio culminou com os sócios
acionados como réus de um processo de improbidade administrativa.
Esse fato foi publicado na revista época edição 364 de maio de 2005 (link:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT50113-15223,00.html), constando o seguinte:
“12,8 milhões que saíram da montadora foram repartidos entre Paulo Baltazar e Sandro,
um escritório de consultoria chamado SBS - pertencente a ex-funcionários da Receita - e o
advogado Alberto Andrade”. O COAF levou isso em consideração pelo que identificou
atipicidade na conta nº 1119702 da Agência 0606-8 do BRADESCO em Brasília que no dia
13/05/2005 possuía depositado o valor de R$ 2.891.528,00 (dois milhões oitocentos e
noventa e um mil quinhentos e vinte e oito reais).

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19) JORGE VICTOR RODRIGUES:

Tipo de vínculo Data Entidade A Entidade B Valor


Pessoa Conta JORGE VICTOR RODRIGUES 111983 / 0606-8 Titular
Pessoa Conta JORGE VICTOR RODRIGUES 51217 / 508 Titular
Pessoa Órgão Público JORGE VICTOR RODRIGUES CARF Conselheiro
Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES VICTOR' S FACTORING E FOMENTO MERCANTIL LTDA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES VR ASSESSORIA E CONSULTORIA S/S Sócio
Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/C LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES COMERCIAL RIO TAVARES LTDA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao JORGE VICTOR RODRIGUES VICTOR AGENCIA DE TURISMO E CAMBIO LTDA Ex-Sócio
Transação Financeira 24/08/2004 111983 / 0606-8 JORGE VICTOR RODRIGUES R$ 100.000,00
Transação Financeira 04/07/2005 111983 / 0606-8 JORGE VICTOR RODRIGUES R$ 150.000,00
Transação Financeira 31/10/2006 JORGE VICTOR RODRIGUES SEGURO / J.V. 01 R$ 1.039.751,00
Transação Financeira 09/11/2006 CLEUBER JONES ENES 51217 / 508 R$ 104.000,00
Transação Financeira 22/02/2007 JORGE VICTOR RODRIGUES SEGURO / J.V. 02 R$ 1.079.331,00
Transação Financeira 22/06/2011 JORGE VICTOR RODRIGUES SEGURO / J.V. 03 R$ 1.199.000,00
Transação Financeira 21/12/2011 JORGE VICTOR RODRIGUES SEGURO / J.V. 04 R$ 1.031.000,00
Transação Financeira 14/08/2009 JORGE VICTOR RODRIGUES COMPRA DE IMOVEL R$ 559.971,00

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Como já mencionado anteriormente o Outro sócio de relevância para esta


investigação é o JORGE VICTOR RODRIGUES o qual atualmente é conselheiro do CARF
atuando na Terceira Turma Especial vinculada à 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento.
JORGE VICTOR RODRIGUES faz parte do quadro societário da empresa
SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/C LTDA, a qual já foi detalhada acima. Ele
ainda é sócio da VR ASSESSORIA E CONSULTORIA S/S e já fez parte do quadro
societário da VICTOR AGENCIA DE TURISMO E CAMBIO LTDA, COMERCIAL RIO
TAVARES LTDA e VICTOR' S FACTORING E FOMENTO MERCANTIL LTDA.
Feita a consulta do nome junto ao COAF, foram identificados diversos
registros em nome do JORGE VICTOR RODRIGUES de transações financeiras atípicas as
quase foram estruturadas e mencionadas no gráfico e tabela acima apresentados.
De lá, observa-se que o JORGE VICTOR RODRIGUES foi responsável por
movimentações atípicas que resultaram no montante de R$ 5.263.053,00 (cinco milhões
duzentos e seiscentos e três mil e cinquenta e três reais).
JORGE VICTOR RODRIGUES realizou 02 (dois) saques em espécie da
conta n° 111983, da agência 0606-8 do Banco BRADESCO em Brasília/DF, de titularidade
própria, resultando na quantia de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), sendo
que o primeiro, ocorrido em 24/08/2004, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
segundo ele para a compra de bois, e o segundo em 04/07/2005, no valor de R$ 150.000,00
(cento e cinquenta reais).
Ainda houve um depósito em espécie na conta nº 51217, da agência 508 do
Banco do Brasil em Unaí/MG, de titularidade de próprio JORGE VICTOR RODRIGUES e
também do MAURO TAVEIRA RIBEIRO, ocorrido no dia 09/11/2006, no valor de R$
104.000,00 (cento e quatro mil reais), efetuado por CLEUBER JONES ENES.

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O COAF notificou 04 (quatro) registros de contração de apólices de seguros


feitas por JORGE VICTOR RODRIGUES cujas importâncias seguradas foram maiores que
R$ 1.000.000,00 (um milhões de reais), que somadas resultaram na quantia de R$
4.703.082,00 (quatro milhões setecentos e três mil e oitenta e dois reais), ocorridas e,
31/10/2006, 22/02/2007, 22/06/2011 e 21/12/2011.
Por fim, ainda foi comunicada a compra de um imóvel, registrada em
14/08/2009, considerada atípica porque para efetuar o pagamento no valor de R$
559.971,00 (quinhentos e cinquenta e nove mil novecentos e setenta e um reais), foram
utilizados recursos de origens diversas (cheques de várias praças e/ou vários emitentes) ou
de diversas naturezas.

20) VALMAR FONSECA DE MENEZES

Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


Pessoa Órgão Público VALMAR FONSECA DE MENEZES CARF CONSELHEIRO
Pessoa Conta VALMAR FONSECA DE MENEZES 7104391 Titular
Pessoa Conta 294756 AVANTE VEICULOS LTDA Titular
Transação Financeira 29/05/2009 VALMAR FONSECA DE MENEZES A ---> B 294756 R$ 118.000,00
Transação Financeira 13/12/2013 MARIA LUIZA PARIZI DA SILVA A ---> B 7104391 R$ 280.013,00

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VALMAR FONSECA DE MENEZES é Conselheiro titular no CARF,


Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, e integra a 1ª Turma Ordinária da 3ª
Câmara da 1ª Seção de Julgamentos representando a Fazenda.
VALMAR num primeiro momento não apresente ligações societárias
diretamente ou indiretamente ao JOSÉ RICARDO DA SILVA, entretanto se ligam por
meio do CARF sendo que os 02 (dois) se ligam em importante decisão do Conselho no
Processo nº 10680.724392/2010-28 quando ambos foram favoráveis à desconstituição da
autuação da GERDAU AÇOMINAS S.A. em razão da utilização de ágio interno para
amortização do IRPJ e CSLL.
Com relação a pessoas jurídicas o VALMAR FONSECA DE MENEZES
aparece como Presidente do LAR MAEZINHA DO CÉU (CNPJ Nº 10.852.489/0001-83)
desde maio de 2009.
No que tange à movimentação atípica, o COAF informou dois registros,
sendo um depósito em espécie na conta da pessoa jurídica AVANTE VEÍCULOS (CNPJ
Nº 05.725.540/0004-07) no dia 29/05/2009 no valor de R$ 118.000,00 (cento e dezoito mil
reais), devendo se tratar de aquisição de veículo com pagamento em espécie à vista.
Outra movimentação atípica foi um depósito em espécie realizado pela
MARIA LUIZA PARIZI DA SILVA no dia 13/12/20013, feito na conta pessoal do
VALMAR FONSECA DE MENEZES no valor de R$ 280.013,00 (duzentos e oitenta mil
e treze reais).

21) JORGE CELSO FREIRE SILVA

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Tipo de vínculo Data Entidade A Direção Entidade B Valor


Pessoa Órgão Público JORGE CELSO FREIRE SILVA CARF Conselheiro
Transação Financeira 08/05/2013 JORGE CELSO FREIRE SILVA A ---> B CHEQUE ADMINISTRATIVO R$ 104.220,00

JORGE CELSO FREIRE SILVA é Conselheiro titular no CARF, Presidente


da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, e integra a 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª
Seção de Julgamentos como representante da Fazenda.
Não possui vínculos societários, mas há 01 (um) registro de movimentação
atípica informada pelo COAF que seria um saque de um cheque administrativo (sem
identificação do titular), no dia 08/05/2013, no valor de R$ 104.220,00 (cento e quatro mil
duzentos e vinte reais).

V – NOVAS ANALISES E DILIGÊNCIAS

Ainda foram realizadas novas análises acerca de padrões e vínculos de


endereços e números telefônicos, bem como novas diligências de campo em no
Distrito Federal, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul Recife a fim de apurar a real
existência das empresas envolvidas nas investigações e se as mesmas possuem atividade ou
capacidade econômico-financeira capaz de lastrear a intensa movimentação financeira que
apresentaram.
Segue abaixo gráfico contendo vínculos entre endereços, telefones, pessoas e

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empresas decorrente da análise de dados fornecidos pelos investigados aos mais


diversificados órgãos federais e particulares (Receita Federal, Polícia Federal, DETRAN,
Ministério do Trabalho e Emprego, Operadoras de Telefonia, etc..).

GRUPO 01

Tipo de Entidade Nome da Entidade Vínculos

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PESSOA EIVANY ANTONIO DA SILVA 15


PESSOA FLAVIO ROGERIO DA SILVA 13
PESSOA JOSE RICARDO DA SILVA 10
PESSOA EIVANICE CANARIO DA SILVA 10
LOCAL SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 BRASILIA LAGO SUL DF 10
PESSOA ALEXANDRE PAES DOS SANTOS 9
LOCAL SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 BRASILIA LAGO SUL DF 9
LOCAL SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 BRASILIA LAGO SUL DF 7
ORGANIZAÇÃO SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 7
TELEFONE FIXO 6132266188 6
TELEFONE FIXO 6132488144 6
LOCAL SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 BRASILIA LAGO SUL DF 6
TELEFONE FIXO 6132488100 5
PESSOA EDUARDO GONCALVES VALADAO 5
LOCAL SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 BRASILIA LAGO SUL DF 4
ORGANIZAÇÃO J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS 4
TELEFONE FIXO 6132483444 4
PESSOA ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO 4
ORGANIZAÇÃO AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA 4
LOCAL SHCN CL QUADRA 204 BLOCO C 51 SALA 206 BRASILIA ASA NORTE DF 3
LOCAL CONDOMINIO ESTANCIA JARDIM BOTANICO CONJUNTO J CASA 124 LAGO SUL DF 3
LOCAL PRACA JANDAIA QUADRA 205 LOTE 05 APTO 405 BRASILIA AGUAS CLARAS DF 3
TELEFONE FIXO 6133287044 2
TELEFONE FIXO 6133677751 2
TELEFONE FIXO 6135041419 2
TELEFONE FIXO 6134271339 2
FAX 6132488146 2
TELEFONE FIXO 6133631990 2
TELEFONE FIXO 6134273819 2
CELULAR 6185640141 2
TELEFONE FIXO 6134298000 2
TELEFONE FIXO 6133665390 2
TELEFONE FIXO 6134084000 2
A tabela acima a evidencia a quantidade de vínculos entre as entidades e
tendo em vista o grande número de entidades interligadas deste grupo, passaremos a

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detalhar alguns endereços e números telefônicos que se destacam pelas ligações em comuns
entre pessoas físicas e jurídicas e incongruências apresentadas. Os vínculos com as pessoas
físicas serão destacados à medida que os endereços e telefones forem comentados.

1) SHIS QL 12, CONJUNTO 04, CASA 20, LAGO SUL,


BRASILIA/DF:

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Etiqueta

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Telefone Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF 6132488100 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF 6132488144 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF 6133287044 Telefone Fixo
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA Endereço Comercial
IDEPE INSTITUTO DE DESELVOLVIMENTO
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF Endereço Comercial
DE ESTUDOS E PROJETOS
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Endereço Residencial
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF Endereço Comercial
SERVICOS S C LTDA
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF EIVANY ANTONIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF JOSE RICARDO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL DF FLAVIO ROGERIO DA SILVA Endereço Residencial

O local SHIS QL 12, CONJUNTO 04, CASA 20, LAGO SUL,


BRASILIA/DF é citado porque aparece como sendo o endereço residencial, tanto do
EIVANY ANTONIO DA SILVA, segundo a base de dados de passaporte da Polícia
Federal, quanto do ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, conforme informado à Receita
Federal, o que demonstra a ligação entre os mesmos. Está situada no local uma suntuosa
residência.
Ademais, o mesmo endereço foi utilizado por JOSÉ RICARDO DA SILVA
e FLAVIO ROGERIO DA SILVA para cadastro de linhas telefônicas junto à Operadora
VIVO, o que demonstra o vínculo dos mesmos com o citado endereço.
Da mesma forma, coincidentemente, o citado local foi citado como sendo o
endereço de funcionamento tanto da empresa APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E
SERVICOS S C LTDA (conforme base de dados da Receita Federal) como da
AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA (de acordo com a base de dados do Ministério
do Trabalho em Emprego) e ainda do IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE
ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA (de acordo com a operadora de telefonia
TIM, entretanto utilizando o outro nome da empresa IPA INSTITUTO DE PROJETOS
AVANCADOS S/C, a qual possui o mesmo número de CNPJ)

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No que se refere a ligações com telefones fixos, o endereço SHIS QL 12,


CONJUNTO 04, CASA 20, LAGO SUL, BRASILIA/DF apresenta 03 (três) terminais
fixos vinculados a ele, são os números (61) 32488100, (61) 32488144 e (61) 33287044.
Conforme base da Receita Federal o terminal (61) 33287044 é informado
como sendo o número fixo do comentado endereço vinculado à sede da empresa APS
ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS S C LTDA, da é sócio o ALEXANDRE
PAES DOS SANTOS, uma vez testado, esse telefone foi informado como se fosse número
inexistente.
Os demais terminais fixos (61) 32488100 e (61) 32488144, por apresentarem
ligações com outros endereços, serão mais detalhados adiante.
Vigilâncias no citado endereço situado em um conjunto residencial e não
identificaram placas indicativas de empresa. Realizando vigilâncias não houve
movimentação de pessoas e/ou veículos. Não foi constatado o funcionamento de nenhuma
empresa.

2) TELEFONE (61) 32488144

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Telefone Local SCS QUADRA 01 BLOCO B SALA 604 ASA SUL BRASILIA/DF 6132488144 Telefone Fixo

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SHCN CL QUADRA 204 BLOCO C 51 SALA 206 ASA NORTE


Telefone Local 6132488144 Telefone Fixo
BRASILIA/DF
Telefone Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL BRASILIA/DF 6132488144 Telefone Fixo
Pessoa Telefone 6132488144 JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA Proprietário
Pessoa Telefone 6132488144 SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Usuário
Pessoa Telefone 6132488144 EIVANY ANTONIO DA SILVA Usuário

O telefone (61) 32488144 apresenta forte incongruência já que


supreendentemente é tido com o número fixo residencial do EIVANY ANTONIO DA
SILVA, de acordo com base de dados da Polícia Federal, mas também é o número fixo do
endereço SHCN CL QUADRA 204, BLOCO C 51, SALA 206, ASA NORTE,
BRASÍLIA/DF, que por sua vez é um dos endereços comerciais SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, conforme a base da Receita Federal.
Da mesma forma, o telefone (61) 32488144, ainda de acordo com base de
dados da Receita Federal é informado como o número fixo do endereço SCS QUADRA 01,
BLOCO B, ED, MARISTELA, SALA 604, ASA SUL, BRASILIA/DF, o qual é a sede da
JES CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA.
Diligências realizadas no endereço SCS QUADRA 01, BLOCO B, ED,
MARISTELA, SALA 604, ASA SUL, BRASILIA/DF identificou a existência de uma
empresa de crédito chamada FACILITÁ, em o funcionamento há mais de 3 anos, segundo
informações da funcionária. Nada foi informado sobre funcionamento da empresa JES
CONSULTORIA E ASSESSORIA SS LTDA.
Realizadas ligações para o número (61) 32488144 foi obtida a informação de
que o mesmo pertence a um escritório de advocacia, não sendo obtidos outros dados
informativos.

3) TELEFONE (61) 32488100

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Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Telefone Local SHIS QL 12 CONJUNTO 04 CASA 20 LAGO SUL 6132488100 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL 6132488100 Telefone Fixo
Pessoa Telefone 6132488100 J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Proprietário
Pessoa Telefone 6132488100 SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA Usuário
Pessoa Telefone 6132488100 ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Proprietário

O telefone (61) 32488100 está como telefone fixo do endereço SHIS QL 12,
CONJUNTO 04, CASA 20, LAGO SUL, BRASILIA/DF, e também está como telefone
fixo de outro endereço o SHIS QL 14, CONJUNTO 09, CASA 18, LAGO SUL,
BRASILIA/DF, o qual será mais a frente detalhado, valendo mencionar agora que é o tanto
o endereço como o telefone do J. R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS.
O supracitado número telefônico (61) 32488100 ainda é informado como
sendo o número fixo da em empresa SRV CONSTRUTORA E INCORPORADORA
LTDA, conforme base de dados da Receita Federal.
Da mesma forma também é informado pelo ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS à Receita Federal, como sendo seu número fixo residencial.

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Realizadas ligações para o número (61) 32488100 o mesmo sempre é


retirado do gancho e fica grande barulho de conversa, no entanto, ninguém responde
verdadeiramente ao chamado.

4) SHIS QL 14, CONJUNTO 09, CASA 18, LAGO SUL,


BRASILIA/DF:

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Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA Endereço Comercial
FPE - FERTIVITA PARTICIPACOES
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL EMPRESARIAIS INOVACAO TECNOLOGICA E Endereço Comercial
SOLUCAO AMBIENTAL LTDA
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Endereço Comercial
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL FLAVIO ROGERIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL ALEXANDRE PAES DOS SANTOS Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL EIVANICE CANARIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL JOSE RICARDO DA SILVA Endereço Residencial
Telefone Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL 6132488100 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QL 14 CONJUNTO 09 CASA 18 LAGO SUL 6133631990 Telefone Fixo

O endereço SHIS QL 14, CONJUNTO 09, CASA 18, LAGO SUL,


BRASILIA/DF segundo a base de dados da Receita Federal, o local é a sede das empresas
SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA, FPE - FERTIVITA
PARTICIPACOES EMPRESARIAIS INOVACAO TECNOLOGICA E SOLUCAO
AMBIENTAL LTDA e ainda o escritório J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS.

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Ademais, o citado endereço foi utilizado por JOSÉ RICARDO DA SILVA,


FLAVIO ROGERIO DA SILVA e EIVANICE SILVA CANÁRIO para cadastro de linhas
telefônicas junto à Operadora VIVO, e, da mesma forma, o ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS informou a Operadora CLARO para cadastro de linha telefônica, o que
demonstra o vínculo de todos eles com o citado endereço.
No que se refere a vínculos com telefones fixos, o endereço SHIS QL 14,
CONJUNTO 09, CASA 18, LAGO SUL, BRASILIA/DF apresenta 02 (dois) terminais
fixos vinculados a ele, são os números, (61) 32488100 e (61) 33631990.
O telefone (61) 32488100 já foi deveras detalhado acima, mais
especificamente no item 3 deste Grupo 01.

No que tange ao telefone (61) 33631990, este foi indicado como sendo o
número fixo do endereço em comento neste item, pertencente à empresa FPE -
FERTIVITA PARTICIPACOES EMPRESARIAIS INOVACAO TECNOLOGICA E
SOLUCAO AMBIENTAL. Realizadas diligências no local, não se constatou qualquer
atividade comercial realizada no local, inexistindo trânsito de pessoas e/ou mercadorias.

5) SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL,


BRASILIA/DF:

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Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Ligação Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Endereço Comercial
Ligação Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA Endereço Comercial
Ligação Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL EIVANY ANTONIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL FLAVIO ROGERIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL JOSE RICARDO DA SILVA Endereço Residencial
Telefone Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL 6133677751 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QI 15 CONJUNTO 8 CASA 5 LAGO SUL 6135041419 Telefone Fixo

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O endereço SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL,


BRASILIA/DF é surge como mais um endereço residencial do EIVANY ANTONIO DA
SILVA, conforme informações prestadas pela Operadora de Telefonia OI.
Do mesmo modo, o supracitado endereço foi utilizado por JOSÉ RICARDO
DA SILVA e FLAVIO ROGERIO DA SILVA para cadastro de linhas telefônicas junto à
Operadora VIVO, o que demonstra o vínculo dos mesmos com o citado endereço.
Outrossim, o citado local também foi informado pela Operadora OI como
sendo um dos endereços de funcionamento da AGROPECUÁRIA TERREFERTIL LTDA,
empresa da família do JOSÉ RICARDO DA SILVA.
Segundo a Operadora OI há dois números telefônicos fixos vinculados ao
mesmo endereço, são eles, (61) 33677751, como telefone residencial do EIVANY
ANTONIO DA SILVA, e (61) 3504-1419, como telefone comercial da AGROPECUÁRIA
TERRAFERTIL LTDA. Os 02 (dois) números foram testados sendo que em ambos os
casos ninguém atendeu às diversas chamadas efetuadas.
Esse endereço se destacou, pois aparentemente o imóvel situado na SHIS QI
15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL, BRASILIA/DF é aparentemente a verdadeira
sede de atuação da suposta organização criminosa.
Diversas diligências no local identificaram a presença de inúmeros veículos
dos investigados, além de apresentar movimentação de pessoas no local e outros
automóveis de possíveis clientes e/ou funcionários das empresas. Na verdade esse é o único
endereço em que foi identificada movimentação de pessoas vinculadas as empresas
investigadas.
Durantes as vigilâncias foram encontrados no local alguns veículos
estacionados tanto na garagem como defronte ao imóvel, sendo eles:

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1) HYUNDAI/TUCSON GLS 2.0L, preta, placa JHD7161, registrado em


nome do Bradesco Leasing S/A Arrendamento Mercantil e arrendada por
FLAVIO ROGERIO DA SILVA;
2) VW/POLO SEDAN 1.6, preto, placa JHL7550, registrado em nome de
ADRIANA DE OLIVEIRA E RIBEIRO;
3) VW/GOL 1.0 GIV, branco, placa JKM8497 registrado em nome de
JOSE RICARDO DA SILVA;
4) AUDI/A3 1.8, cinza, placa HDD7003 registrado em nome de
AUGUSTO DE ALBUQUERQUE PALUDO;
5) HYUNDAI/SANTA FE V6, prata, placa JHP 6023, registrado em nome
de GUILHERME ALMEIDA FRANCISCO;
6) FIAT/500, preto, placa JIY 4150, registrado em nome de ROBSON
BARBOSA RIBEIRO (provável cônjuge da ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO);

6) SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO SUL,


BRASILIA/DF:

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Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Ligação Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL EIVANICE CANARIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL JOSE RICARDO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL FLAVIO ROGERIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA Endereço Residencial
Telefone Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL 6132266188 Telefone Fixo
Telefone Local SHIS QL 22 CONJUNTO 04 CASA 14 LAGO SUL 6133665390 Telefone Fixo
Com relação ao endereço SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO
SUL, BRASÍLIA/DF, tanto o JOSÉ RICARDO DA CILVA, como seus irmãos FLÁVIO

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ROGÉRIO DA SILVA, GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA e EIVANICE CANÁRIO


DA SILVA, são residentes no imóvel situado nesse endereço, conforme a Base da Receita
Federal.
Ainda conforme a Base da Receita Federal número telefônico (61) 3226-
6188 é vinculado ao endereço SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO SUL,
BRASÍLIA/DF e por isso também é o telefone residencial de JOSÉ RICARDO DA
CILVA, FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA, GUSTAVO HENRIQUE DA SILVA e
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA. Efetuada ligação para o número restou verificado que
o mesmo não existe.
Em relação ao número telefônico (61) 3366-5390, esse foi declarado pelo
JOSÉ RICARDO DA SILVA à Polícia Federal como sendo o número fixo residencial,
portanto, também se vincula ao endereço em comento.

7) SHIS QI 05, CONJUNTO 13, CASA 22, LAGO SUL,


BRASILIA/DF:

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Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Ligação Local SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL EIVANY ANTONIO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL JOSE RICARDO DA SILVA Endereço Residencial
Ligação Local SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Endereço Comercial
Ligação Local SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL AGROPECUIARIA TERRAFERTIL LTDA Endereço Comercial
Telefone Local SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL 6132483444 Telefone Fixo

O endereço SHIS QI 05, CONJUNTO 13, CASA 22, LAGO SUL,


BRASILIA/DF aparece como sendo mais um endereço residencial do EIVANY ANTONIO
DA SILVA, segundo a base de dados da Receita Federal.
Da mesma forma, o supracitado endereço foi utilizado por JOSÉ RICARDO
DA SILVA para cadastro de linhas telefônicas junto à Operadora VIVO, o que demonstra o
vínculo dos mesmos com o citado endereço.
Outrossim o citado local também surge como sede da empresa SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, conforme citado na DENUNCIA, como sendo
o local onde JOSE RICARDO, EIVANICE, GUSTAVO e FLAVIO se reuniriam para
tomadas de decisões relativas ao esquema de corrupção.

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A operadora VIVO informou que todos os celulares vinculados à empresa


AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL foram cadastrados como se a empresa também tivesse
sediada no endereço em comento.
Diligências identificaram que não há qualquer atividade comercial realizada
no local, inexistindo transito de pessoas ou mercadorias, e o imóvel encontra-se
aparentemente desocupado e disponível para aluguel.

8) TELEFONE (61) 32483444

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Pessoa Telefone 6132483444 SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Proprietário
Pessoa Telefone 6132483444 EIVANY ANTONIO DA SILVA Usuário
Telefone Local 6132483444 SHIS QI 05 CONJUNTO 13 CASA 22 LAGO SUL Telefone Fixo
Telefone Local 6132483444 PRACA JANDAIA QUADRA 205 LOTE 05 APTO 405 AGUAS CLARAS Telefone Fixo

O telefone (61) 32483444 apresenta forte incongruência já que


supreendentemente é telefone fixo em 02 (dois) endereços distintos um no Lago Sul e outro
em Águas Claras.
O citado telefone é indicado pelo tido com o número fixo residencial do
EIVANY ANTONIO DA SILVA, de acordo com base de dados da Polícia Federal, num

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dos seus endereços residenciais, o SHIS QI 05, CONJUNTO 13, CASA 22 LAGO SUL,
BRASÍLIA/DF, que por sua vez é um dos endereços comerciais SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, conforme a base da Receita Federal.
De outro lado, o telefone (61) 32483444, conforme informação prestada pela
operadora OI é tido como o número fixo do endereço PRACA JANDAIA QUADRA 205
LOTE 05 APTO 405 AGUAS CLARAS, BRASILIA/DF, o qual, ainda de acordo com o
cadastro na Operadora OI, também é citado como sede a sede da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, mas ao receber chamadas o atendente informou que se trata do
número telefônico da J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS.
Outrossim, a operadora OI ainda informou que o EDUARDO
GONÇALVES VALADÃO tem como endereço residencial o mesmo local acima
mencionado, PRACA JANDAIA QUADRA 205 LOTE 05 APTO 405 AGUAS CLARAS,
BRASILIA/DF, o que demonstra vínculo com a citada empresa da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA e não só com o escritório J.R. SILVA ADOVOGADOS &
ASSOCIADOS.

9) TELEFONE (61) 85640141

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


Ligação Local SHIS QI 09 CONJUNTO 14 LOTE 09 LAGO SUL J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Endereço Comercial
Ligação Local SMAS TRECHO 01 LOTE C BLOCO H APARTAMENTO 412 EDUARDO GONCALVES VALADAO Endereço Residencial

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CONDOMIO LIVING SUPERQUADRA PARK SUL GUARA


Pessoa Telefone 6185640141 EDUARDO GONCALVES VALADAO Usuário
Pessoa Telefone 6185640141 J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS Proprietário

De acordo com a Base de dados da Polícia Federal EDUARDO


GONÇALVES VALADÃO declara que utiliza o telefone número (61) 85640141, contudo,
a Operadora OI informou que o citado número está registrado em nome do escritório de
advocacia J.R SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, o qual, de acordo com a
operadora, teria sede no endereço SHIS QI 09, CONJUNTO 14, CASA 09, LAGO SUL,
BRASILA/DF.

Diligências no local não evidenciaram transito de pessoas e mercadorias que


evidenciassem atividade comercial no endereço. A única coisa digna de registro foi a
presença do automóvel BMW 320 I, Placas NPW 0022, muito embora, nesse momento, não
há evidências de envolvimento do veículo, ou do seu proprietário JEOVA BEZERRA DE
AZEVEDO, em atividades suspeitas.

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10) CONDOMINIO ESTANCIA JARDIM BOTANICO CONJUNTO J


CASA 124, LAGO SUL, BRASILIA/DF:

Para finalizar este grupo, cabe apenas mencionar o endereço


CONDOMINIO ESTANCIA JARDIM BOTANICO, CONJUNTO J, CASA 124, LAGO
SUL, o qual foi mencionado como sendo o endereço residencial tanto da EIVANICE
CANARIO DA SILVA (conforme informações prestadas das operadoras CLARO e VIVO)
quanto da ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO (de acordo com suas declarações à Receita
Federal e às Operadoras VIVO e TIM).
O veículo que se encontra na foto, o FIAT/500, preto, placa JIY 4150,
registrado em nome de ROBSON BARBOSA RIBEIRO (provável cônjuge da

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ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, também foi avistado na endereço SHIS QI 15,


CONJUNTO 8, CASA 05, LAGO SUL.

GRUPO 02

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


SCS QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105 S/N
Telefone Local 6132015744 Telefone Fixo
BRASILIA ASA SUL DF
CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE QUADRA 12
Telefone Local 6133216869 Telefone Fixo
CASA 31 BRASILIA LAGO SUL DF
CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE QUADRA 12
Telefone Local 6133271632 Telefone Fixo
CASA 31 BRASILIA LAGO SUL DF
SQSW 301 BLOCO B APTO 603 BRASILIA
Telefone Local 6133271632 Telefone Fixo
SUDOESTE DF

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CA 07 LOTE 25 BLOCO Y LOJA 01 TRREO S/N


Telefone Local 6139646434 Telefone Fixo
BRASILIA LAGO NORTE DF
SCS QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105 S/N
Telefone Local 6133271723 Telefone Fixo
BRASILIA ASA SUL DF
SCS QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105 S/N
Telefone Local 6133412777 Telefone Fixo
BRASILIA ASA SUL DF
Pessoa Telefone 6133271632 EDISON PEREIRA RODRIGUES Proprietário
Pessoa Telefone 6133271632 MEIGAN SACK RODRIGUES Usuário
Pessoa Telefone 6181636226 EDISON PEREIRA RODRIGUES Usuário
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S
Pessoa Telefone 6181636226 Proprietário
CNPJ: 07397724000160
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S
Pessoa Telefone 6132015744 Proprietário
CNPJ: 07397724000160
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S
Pessoa Telefone 6133271723 Proprietário
CNPJ: 07397724000160
Pessoa Telefone 6199654649 EDISON PEREIRA RODRIGUES Usuário
RP ASSESSORIA E CONSULTORIA TRIBUTARIA
Pessoa Telefone 6139646434 Proprietário
LTDA CNPJ: 03407631000118
Pessoa Telefone 6133412777 EDISON PEREIRA RODRIGUES Usuário
Pessoa Telefone 6133216869 MEIGAN SACK RODRIGUES Proprietário
CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE QUADRA 12 Endereço
Ligação Local MEIGAN SACK RODRIGUES
CASA 31 BRASILIA LAGO SUL DF Residencial
SCS QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105 S/N RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S Endereço
Ligação Local
BRASILIA ASA SUL DF CNPJ: 07397724000160 Comercial
SQSW 301 BLOCO B APTO 603 BRASILIA RP ASSESSORIA E CONSULTORIA TRIBUTARIA Endereço
Ligação Local
SUDOESTE DF LTDA CNPJ: 03407631000118 Comercial
SQSW 301 BLOCO B APTO 603 BRASILIA Endereço
Ligação Local EDISON PEREIRA RODRIGUES
SUDOESTE DF Residencial
CA 07 LOTE 25 BLOCO Y LOJA 01 TRREO S/N RP ASSESSORIA E CONSULTORIA TRIBUTARIA Endereço
Ligação Local
BRASILIA LAGO NORTE DF LTDA CNPJ: 03407631000118 Comercial
SQSW 300 BLOCO G APT0 610 BRASILIA Endereço
Ligação Local EDISON PEREIRA RODRIGUES
SUDOESTE DF Residencial

Na verdade esse grupo engloba traz as ligações em comum somente do


EDISON PEREIRA RODRIGUES e sua filha e sócia MEIGAN SACKS RODRIGUES,
bem como da empresa em que ambos são sócios, a RODRIGUES E ADVOGADOS
ASSOCIADOS S/S.
Cabe destaque o telefone (61) 3327-1632, indicado por MEIGAN SACKS à
Receita Federal com sendo o seu número residencial fixo no endereço CONDOMINIO
VILLE DE MONTAGNE, QUADRA 12, CASA 31, LAGO SUL, BRASILIA/DF,
enquanto o mesmo também é número fixo da residência do seu pai, EDISON

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RODRIGUES, no endereço SQSW 301, BLOCO B, APTO 603, SUDOESTE,


BRASILIA/DF. Em tentativa de contato com o número foi informado que o mesmo não
existe.
O outro número informado pela MEIGAN SACK RODRIGUES (61)
33216869, conforme base de dados da Polícia Federal, quando testado, constatou-se ser do
escritório RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S.
Da mesma forma, conforme base de dados da Polícia Federal, o telefone
celular (61) 8163-6226 foi informado pelo EDISON PEREIRA RODRIGUES como se seu
fosse, entretanto, segundo a operadora VIVO este número pertence à empresa
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S.
No que tange a endereço vale ressaltar que o SQSW 301, BLOCO B, APTO
603, SUDOESTE, BRASILIA/DF, utilizado comumente pelo EDISON PEREIRA
RODRIGUES como sendo seu endereço residencial, também, foi utilizado como a sede da
RP ASSESSORIA E CONSULTORIA TRIBUTÁRIA LTDA, isto de acordo com a base
de dados do Cadastro Nacional de Empresas.
Fato interessante é que o CNPJ 03.407.631/0001-18 da RP ASSESSORIA E
CONSULTORIA TRIBUTÁRIA LTDA, conforme a base de dados da Receita Federal,
pertence à empresa LUZ E SOM ESCOLA DE MUSICA CULTURA E ARTE LTDA.
Diligências de campos evidenciaram a existência e funcionamento da
empresa RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S, no local indicado à Receita
Federal.

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OUTRAS INFORMAÇÕES COLETADAS

1) TELEFONE (11) 55437769

Tipo de vínculo Entidade A Entidade B Valor


RUA AUGUSTA 2529 CONJUNTO 31 CERQUEIRA
Telefone Local 1155437769 Telefone Fixo
CESAR SAO PAULO SP
ALAMEDA DOS ARAPANES 881 ANDAR 10
Telefone Local 1155437769 Telefone Fixo
CONJUNTO 101 MOEMA SAO PAULO
Pessoa Telefone 1155437769 PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA Proprietário
Pessoa Telefone 1155437769 ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA Proprietário
ALAMEDA DOS ARAPANES 881 ANDAR 10
Ligação Local ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA Endereço Comercial
CONJUNTO 101 MOEMA SAO PAULO
RUA AUGUSTA 2529 CONJUNTO 31 CERQUEIRA
Ligação Local PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA Endereço Comercial
CESAR SAO PAULO
RUA AUGUSTA 2529 CONJUNTO 31 CERQUEIRA
Ligação Local SILVIO GUATURA ROMAO Endereço Residencial
CESAR SAO PAULO

O telefone (11) 55437769 apresenta forte incongruência já que


supreendentemente é telefone fixo em 02 (dois) endereços distintos em São Paulo SP, um
na RUA AUGUSTA, 2529, CONJUNTO 31, CERQUEIRA CESAR, SAO PAULO/SP e

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outro na ALAMEDA DOS ARAPANES 881 ANDAR 10 CONJUNTO 101 MOEMA SAO
PAULO.
O citado telefone é indicado pelo tido com o número fixo comercial tanto da
empresa PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, cuja sede seria na RUA
AUGUSTA, 2529, CONJUNTO 31, CERQUEIRA CESAR, SAO PAULO/SP, quanto
seria da ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, esta sediada na
ALAMEDA DOS ARAPANES 881 ANDAR 10 CONJUNTO 101 MOEMA SAO
PAULO, tudo conforme a base da Receita Federal.
Ao ser testado, o telefone (11) 55437769 foi dado como número inexistente.
Solicitada a realização de diligências em São Paulo, na sede da ALFA
ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, na Alameda dos Arapanés, 881,
conjunto 101, Moema, São Paulo/SP, o porteiro do edifício comercial confirmou a sede da
empresa e disse que o responsável é SILVIO ROMÃO.

De acordo com a base de dados da Receita Federal, os sócios da empresa


ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA são: SILVIO GUATURA

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ROMÃO (sócio administrador), inscrito no CPF/MF sob o nº 242.841.148-91 (incluído na


sociedade em 04/02/2011) e EZIQUIEL ANTÔNIO CAVALLARI, inscrito no CPF/MF
sob o nº 165.098.629-72 (incluído na sociedade em 10/05/2012).
SILVIO GUATURA ROMÃO também informa a Receita Federal como
endereço residencial o mesmo local da sede da ALFA ATENAS ASSESSORIA
EMPRESARIAL LTDA, isto é Alameda dos Arapanés, 881, conjunto 101, Moema, São
Paulo/SP.
A empresa PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA - ME é
sediada, conforme base de dados da RFB, à Rua Augusta, 2.529, Cerqueira Cesar, São
Paulo/SP. Em diligência realizada no local o porteiro do edifício comercial disse que a
empresa funciona no conjunto 31 e que o responsável é o advogado EZIQUIEL. Segue
abaixo foto do local:

De acordo com a base de dados da Receita Federal, os sócios da empresa


PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA – ME, mais uma vez são SILVIO
GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTÔNIO CAVALLARI (sócio administrador),

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inscrito no CPF/MF sob o nº 165.098.629-72. Conforme a base de dados, SILVIO foi


incluído na sociedade em 03/05/2012 e EZIQUIEL em 15/07/2010.
No total, a dupla SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTÔNIO
CAVALLARI fazem ou fizeram parcerias em 06 (seis) empresas, as duas já mencionadas
ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL e PLANEJA ASSESSORIA
EMPRESARIAL LTDA – ME, e ainda outras 04 (quatro) como, AMBIENTAL
NORDESTE - INDUSTRIA DE RECICLAGEM DE PLASTICO (05.155.089/0001-89),
ECO NORDESTE INDUSTRIA DE RECICLAGEM DE BORRACHA (05.193.215/0001-
90), ALFA ATENAS COMERCIAL IMPORTADORA LTDA (CNPJ Nº
02.808.704/0001-10), ALFA BRASIL NEGOCIOS E PARTICIPACOES LTDA (CNPJ Nº
05.831.608/0001-81).

2) IDEPE – INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE


ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA (CNPJ: 05.769.231/0001-88)

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Não foi constatado o funcionamento da empresa no endereço indicado na


Receita Federal, isto é, CLSW 303, Bloco C, Entrada 18/20, Sala 129, Setor Sudoeste,
Brasília/DF. A sala encontrava-se fechada nas diligências realizadas. Segundo funcionários
da portaria, funciona uma empresa de fotografias há menos de 07 meses. Anteriormente
funcionava agência de turismo que permaneceu por longo período.
Efetuada ligação no telefone nº (61) 33287947, o mesmo pertence a um
escritório de contabilidade.
Realizadas diligências em outro endereço indicado no Cadastro Nacional de
Empresas, isto é, SIBS QUADRA 03 CONJUNTO A, LOTES 30 E 32 1º PAVIMENTO,
Núcleo Bandeirantes, verificou-se que no 1º pavimento do endereço funcionam alguns
escritórios virtuais de empresas. Consta o nome da empresa em lista fixada na porta de
entrada, porém, não se constatou o real funcionamento da citada empresa a qual, se existe,
parece-nos ser somente no papel sem sede física.

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3) LINNEAR CONSTRUTORA, EMPREENDIMENTOS E


PROJETOS AMBIENTAIS LTDA

Não foi constatado o funcionamento da empresa no endereço indicado à


Receita Federal, Setor de Mansões Dom Bosco, Conjunto 12, Bloco G, Lago Sul.
Percorridas todas as salas, não se confirmou o funcionamento da empresa neste local. Em
entrevistas, de forma velada, com pessoas que trabalham no local há muito tempo, nunca
houve empresa deste tipo de seguimento.

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Efetuada ligação no telefone (61) 32344063, o mesmo pertence a um


escritório de contabilidade.
O veículo VW/GOL 1.0 GIV, branco, placa JKM8497 registrado em nome
de JOSE RICARDO DA SILVA, também está registrado no endereço Setor de Mansões
Dom Bosco, Conjunto 12, Bloco G, Lago Sul, conforme a base de dados RENAVAM do
DETRAN/DF.

4) JES CONSUTORIA E ASSESSORIA SS LTDA

Não foi constatado o funcionamento da empresa no endereço fornecido à


Receita Federal, SCS Quadra 01, Bloco B, Sala 604, Ed. Maristela, Brasília/DF, sendo que
no local funciona a FACILITÁ, EMPRESA DE CRÉDITO, há mais de 03 (três) anos,
segundo informações da funcionária. Em entrevistas, de forma velada, com funcionários do
condomínio, foi informado que não se lembram do funcionamento da citada empresa.

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5) SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA

Realizadas diligência no endereço END: SHIS QL 10, CONJUNTO 10,


CASA 01, LAGO SUL/DF, verifica-se que o imóvel fica situado num conjunto residencial
e não há placas indicativas de empresa. Realizando vigilâncias não houve movimentação de
pessoas e/ou veículos. Não foi constatado o funcionamento de nenhuma empresa.
Foram confirmados os telefones (61) 33641255 e (61) 33641088 (FAX),
como sendo da empresa.

6) RMSV CORRETORA DE SEGUROS LTDA

Não foi constatado o funcionamento da empresa no endereço CRN 502


Norte, Bloco B, Parte I, Entrada 68, Brasília/DF. Nesse local funciona a empresa RHODES
CONTADORES ASSOCIADOS. Em entrevista com alguns funcionários do bloco, obteve-
se a informação de que nunca houve nenhuma empresa no ramo de seguros em
funcionamento nesse prédio, tampouco com empresa com o nome RMSV CORRETORA
DE SEGUROS LTDA.

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7) SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA

Em que pese essa seja uma das principais empresas sob investigação e já
tenha sido comentado inúmeros endereços e telefones para a mesma, no que tange endereço
informado para a Receita Federal para o cadastro de pessoa jurídica, verificamos que não é
possível que a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA funcione no endereço
SHCN CL Quadra 204 Bloco C sala 206, Brasília/DF, posto que o bloco C da SCLN 204
encontra-se em reforma, sem que haja nenhuma empresa está funcionando no local.

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8) GOIAS INDUSTRIA E COMERCIO DE OLEOS VEGETAIS


LTDA (FERTIVITA FERTILIZANTES)

Assim, como as demais, também não foi constatado o funcionamento da


empresa no endereço indicado à Receita Federal, a saber, Travessa industrial 01, nº 355,
Formosa/GO.
O endereço corresponde a um setor industrial. Não foi localizado nenhum
lote com o número informado. Em entrevistas, de forma velada, com trabalhadores e
proprietários de empresas localizadas no setor foi informado que inexiste outra empresa que
atue no ramo de fertilizantes, somente a CISBRA, que tem sede no referido setor e na
Quadra 01.
Não foi verificada ligação da CISBRA com a organização investigada,
somente coincidência de endereços. Efetuada ligação no número (61) 36314533, constante
nos bancos de dados, pertence a um escritório de contabilidade, na cidade de Formosa.

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9) TF COMERCIO DE FRUTAS E CEREAIS LTDA (TERRAFERTIL


FRUTAS E CEREAIS)

No lote situado no endereço END: R. Gonçalves Dias, Quadra 80, Lote 01,
loja 02, Parque Estrela Dalva, Luziânia/GO, informado à Receita Federal, funciona uma
oficina de motores a diesel, há mais de 03 anos, e uma “lan house”. Em entrevistas nos
comércios próximos foi informado que há muito tempo atrás funcionou um pequeno
verdurão, cerca de 07 (sete) anos, sendo a única empresa que trabalhou com comércio de
frutas e verduras.

VI – ANÁLISE DO SIGILO BANCÁRIO E FISCAL

Considerando as informações acima, por meio do Processo nº 28068-


86.2014.4.01.3400, também em trâmite nesse Meritíssimo Juízo, foi solicitado afastamento
do sigilo bancário e fiscal das inúmeras pessoas físicas e jurídicas acima citadas para
corroborar e materializar melhor as informações repassadas pelo COAF, bem como
identificar transações consideradas e suspeitas que evidenciassem pagamentos em troca de

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favores e decisões favoráveis no CARF, bem como transações ou informações que


pudessem evidenciassem o ocultamento e simulação de pagamentos ou transferências de
valores pagos em decorrência dos crimes investigados, caracterizando dessa forma a
lavagem de dinheiro
Uma vez afastado o sigilo bancário foi enviado ofício judicial o Banco
Central do Brasil para que este realizasse consulta ao Cadastro de Clientes do Sistema
Financeiro Nacional (CCS), para a identificação das instituições financeiras nas quais as
referidas pessoas físicas e jurídicas (investigadas) mantiveram relacionamento.
Posteriormente, o Banco Central do Brasil encaminhou o teor da decisão judicial de
afastamento de sigilo exclusivamente às instituições financeiras com as quais os
investigados mantiveram relacionamento durante os períodos específicos para cada
investigado baseadas nas informações do COAF. Após isto, as instituições financeiras
identificadas pela consulta no CCS encaminharam os dados bancários dos investigados,
referente aos períodos especificados na tabela mencionada, via rede mundial de
computadores, utilizando-se dos programas VALIDADOR BANCÁRIO SIMBA e
TRANSMISSOR BANCÁRIO SIMBA, disponibilizados no sitio na internet
http://www.pf.gov.br/simba, tudo para o Código Identificador do Caso nº 002-PF-001166-
06.
Esta Autoridade policial expediu o Memorando nº 025/2014-
DFAZ/CGPFAZ/DICOR/DPF ao Instituto Nacional de Criminalística para que realizasse a
análise prévia das informações repassadas pelos bancos ao Sistema SIMBA, o que foi feito
e, posteriormente, concluído, como informado pelo Memorando nº 122/2014 –
SPCONT/DPER/INC/DICTEC/DPF e informação técnica de fls. Memorando nº 146/2014
– INC/DICTEC/DPF (todos os documentos contam dos autos).

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De outro lado, em atendimento à determinação judicial de quebra de sigilo


bancário, foi recebido o OFICIO RFB/Copei/Coope nº OP20140002, assinado pelo Dra.
ANA AMÉLIA OLCZEWSKI, encaminhando as informações fiscais solicitadas.
De posse dos arquivos contendo dados de contas e operações bancárias
fornecidas pelos bancos, as informações bancárias foram compiladas em planilha, de onde
foi possível apurado o número de 163.709 (cento e sessenta e três mil setecentos e nove)
transações bancárias tanto a crédito quanto a débito, identificadas ou não pelos bancos,
sendo que a soma de todas essas transações totalizaram bilionária cifra de R$
1.309.349.820,23 (um bilhão trezentos e nove milhões trezentos e quarenta e novem
mil oitocentos e vinte reais e vinte e três centavos).
Tendo em vista que muitas das transações não interessariam ao escopo
principal da investigação, seja muitas vezes por se tratar de tarifas bancárias, seja por serem
valores de pouca monta, este signatário estabeleceu uma linha de corte de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) a fim de otimizar a análise, tendo em vista que o número de transações
bancárias caiu vertiginosamente de 163.709 (cento e sessenta e três mil setecentos e nove)
para o número de 21.541 (vinte e um mil quinhentos e quarenta um), sem afetar
substancialmente a soma delas que caiu para o valor de R$ 1.221.560.980,24 (um bilhão
duzentos e vinte um milhões quinhentos e sessenta mil reais e vinte e quatro centavos).
Aqui vale ressaltar que os valores somados acima mencionados são de todas
as transações e de todas as pessoas investigadas ou que tenham conta conjunta com os
investigados, sem distinção de origem e destino, já que por vezes, quando se tratam de
transações entre os próprios investigados, os valores são duplicados vez que há contagem
de 01 (uma) vez como crédito ou débito para um deles e mais 01 (uma) vez débito ou
crédito para o outro.

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Essas informações tem o condão de ilustrar a quantidade de valores em reais


circularam nas contas dos investigados, contudo os ganhos e pagamento reais serão
detalhados quando da análise por investigado.
Vale ressaltar que podem ocorrer contas similares, muitas vezes
diferenciando umas das outras por apenas os números a mais com o que parece ser o dígito
verificador da conta, entretanto optamos por não considerar como apenas uma conta para
que a integridade das informações repassadas pelos bancos fosse mantida.
Tendo em vista as milhares de informações que foram recebidas, não houve
tem hábil realizar a análise de todas as pessoas que tiveram o sigilo bancário e fiscal
afastados, contudo, tendo em vista a relevância da empresa SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA para a investigação, priorizamos a análise das informações
bancárias referentes à mesma, bem como outras pessoas físicas e jurídicas mais se
relacionaram com a ela, cotejando essas transações bancárias com as decisões do CARF
que guardassem relações com essas.

QUADRO SOCIETÁRIO DA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA

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Tipo de vínculo Entidade A Direção Entidade B Vínculos


Pessoa Conta SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 64408 Conta Corrente Titular
Pessoa Conta SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 64408 Conta Corrente Titular
Pessoa Organizaçao EDISON PEREIRA RODRIGUES SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOAO BATISTA GRUGINSKI SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao JOSE RICARDO DA SILVA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Sócio
Pessoa Organizaçao EIVANY ANTONIO DA SILVA SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Ex-Sócio
Pessoa Organizaçao ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA Advogada

A SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA é uma das principais


empresas em questão cujo objeto seria consultoria em especialidade não sabida. A empresa
possui ligações com seus 03 (três) sócios, JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA
GRUGINSKI e EDISON PEREIRA RODRIGUES e ainda com a ADRIANA OLIVEIRA
E RIBEIRO já que ela mesma se intitula advogada da empresa. Vale salientar que o
EIVANY ANTONIO DA SILVA, já foi sócio da mencionada empresa saindo do quadro
societário em 13/05/2005.
A movimentação geral da conta da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL
LTDA no período compreendido entre de 01/01/2005 a 31/12/2013, considerando somente
os valores circulantes em suas contas acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), foi um total
de R$ 115.575.021,46 (cento e quinze milhões quinhentos e setenta e cinco mil vinte e
um reais e quarenta e seis centavos), resultado obtido a partir da soma de 909
(novecentos e nove) transações financeiras.
Desse total acima mencionado R$ 58.130.677,10 (cinquenta e oito milhões
cento e trinta mil seiscentos e setenta e sete reais e dez centavos) foram movimentados
a CRÉDITO em 275 (duzentos e setenta e cinco) operações financeiras das quais 134
(cento e trinta e quarto) transações foram identificadas perfazendo a cifra de R$
33.165.029,75 (trinta e três milhões cento e sessenta e cinco mil vinte e nove reais e setenta
e cinco centavos) e 141 (cento e quarenta e uma) operações não identificadas pelos bancos

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e que somadas resultam em R$ 24.965.647,35 (vinte e quatro milhões novecentos e


sessenta e cinco mil seiscentos e quarenta e sete reais e trinta e cinco centavos).
De outra forma, R$ 57.444.344,36 (cinquenta e sete milhões quatrocentos
e quarenta e quatro mil trezentos e quarenta e quatro reais e trinta e seis centavos)
foram movimentados a DÉBITO em 634 (seiscentos e trinta e quatro) operações
financeiras das quais apenas 64 (sessenta e quarto) transações foram identificadas
perfazendo a cifra de R$ 9.372.683,55 (nove milhões trezentos e setenta e dois mil
seiscentos e oitenta e três reais e cinquenta e cinco centavos) e 570 (quinhentos e setenta)
operações não identificadas que somadas resultam em R$ 48.071.660,81 (quarenta e
oito milhões setenta e um mil seiscentos e sessenta reais e oitenta e um centavos).
Em suma, quase a totalidade do dinheiro que entrou na conta SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA saiu sendo que aproximadamente 84% do
valor a débito foi retirado de forma que a distribuição não viesse a ser identificada
pela instituição financeira.

A) Números de transações

Tipo de vínculo Entidade A Direção Entidade B Quantidade


Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) 59
Transação Financeira 37000902 A ---> B 64408 (Conta Corrente) 20
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A <--> B 1504193 13
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Corrente) 12
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 605050 11
Transação Financeira 167310 A ---> B 64408 Conta Corrente 11
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A <--> B 69191 / 2837 / 237 (Corrente) 9
Transação Financeira 159934 A ---> B 64408 Conta Corrente 8
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 149160 7
Transação Financeira 28806 A ---> B 64408 Conta Corrente 7
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 95605 6
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 2750970 6
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 71161 5
Transação Financeira 64408 Conta Corrente A ---> B 2750970 5

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Foram evidenciadas no gráfico as contas com que as contas da SGR


CONSULTORIA EMPRESARIAL realizaram operações financeiras, cabendo destaque
desta empresa foi sua conta corrente 64408, da agência 2837 do banco Bradesco a qual
centralizou a circulação de valores da SGR CONSULTORIA. As contas que estão mais à
direita do gráfico, são aquelas com as quais a conta corrente 64408 realizou 05 (cinco) ou
mais transações, além das outras contas de pessoas que somadas resultaram em mais de 05
transações. Tais relações também estão informadas na tabela acima.
Segundo a análise da tabela o sócio JOSÉ RICARDO DA SILVA, através de
suas 04 (quatro) contas corrente e poupança número 69191, das agências 2837 e 977 do

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Bradesco, somadas com as de número 223921 (conjunta com o irmão FLÁVIO ROGÉRIO
DA SILVA) e 199320 ambas do Banco do Brasil, realizou um total de 88 (oitenta e oito)
transações financeiras com a conta corrente da SGR.
Da mesma forma, o sócio EDISON PEREIRA RODRIGUES também teve
inúmeras transações através de suas 02 (duas) contas números 149160, ambas no Banco do
Brasil, totalizando 11 (onze) transações.
JOÃO BATISTA GRUGINSKI, o último sócio da SRG CONSULTORIA,
manteve 11 (onze) relacionamentos através de suas 03 (três) contas números 2750970 e
outra número 275097 (possivelmente a mesma sem o dígito “0”) todas do Banco do Brasil.
Por sua vez, EIVANY ANTONIO DA SILVA, que é ex-sócio e um dos
fundadores da consultoria manteve 18 (dezoito) transações com a conta da SGR
CONSULTORIA, destacando-se 11 (onze) pela conta 605050 e 4 (quatro) pela conta
71161.
Da mesma forma, seu filho FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA, irmão do por
meio de sua conta 1504193, também realizou 13 (treze) transações, e ainda mais 03 (três)
por meio da conta 18813 no Bradesco, além de outras 02 (duas) transações através da já
mencionada conta 223921 (conjunta com o irmão JOSÉ RICARDO DA SILVA),
totalizando, portanto, 18 (dezoito) transações.
No que tange a pessoas jurídicas que realizaram transações financeiras com a
conta 64408 da SGR CONSULTORIA, sobressaíram-se ELECTROLUX DO BRASIL
S.A. (CNPJ Nº 76487032000125) a qual por realizou 20 (vinte) transferências da sua conta
corrente 37000902, bem como a MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS
E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA (CNPJ Nº 02811007000119) a qual efetuou
11 (onze) transferências para de sua conta 167310.
Ainda chama a atenção a empresa CAENGE S.A (CNPJ Nº
00578443000164), a qual por meio de suas contas 15930 e 159934 realizou 10 (dez)

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depósitos, e ainda a na conta 64408 da SGR CONSULTORIA, assim como o escritório de


advocacia J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS (capitaneados pelo JOSE
RICARDO DA SILVA) que realizou 08 (oito) transações através de suas contas 95605 e
93386, e ainda empresa H C A CONSULTORIA LTDA (CNPJ Nº 23421167000121)
que efetuou 7 (sete) transferências de sua conta 28806.
A seguir passaremos a detalhar melhor como se realizaram essas transações
financeiras além de comentarmos sobre as transações mais vultosas e outras que chamaram
a atenção em razão de coincidências com datas e processos no CARF.

B) Principais Transações Financeiras:

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Tabela de transferência de valores (somados):


Tipo de vínculo Entidade A Direção Entidade B Valor
Transação Financeira 2620934006 / 100 A ---> B 64408 / 2837 R$ 11.970.567,48
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B BANCO BRADESCO S/A R$ 6.925.005,90
Transação Financeira 167310 / 2958 A ---> B 64408 / 2837 R$ 4.771.035,66
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 69191 / 977 R$ 4.378.285,44
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 149160 / 4267 R$ 3.598.823,52
Transação Financeira BANCO BRASCAN S/A - RIO DE / 9999 A ---> B 64408 / 2837 R$ 2.725.232,44
Transação Financeira 166839 / 1409 A ---> B 64408 / 2837 R$ 1.607.733,09
Transação Financeira HSBC BANK B. S. -. B. MULT / 9999 A ---> B 64408 / 2837 R$ 1.546.893,78
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 2750970 / 4884 R$ 1.506.445,17
Transação Financeira 124079 / 3089 A ---> B 64408 / 2837 R$ 1.448.617,83
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 3405363 / 1342 R$ 1.162.000,00
Transação Financeira 182605 / 2774 A ---> B 64408 / 2837 R$ 1.126.200,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 149160 / 1606 R$ 958.500,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 1504193 / 707 R$ 914.068,01
Transação Financeira IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIM / 2881 A ---> B 64408 / 2837 R$ 618.625,00
Transação Financeira 66522 / 1248 A ---> B 64408 / 2837 R$ 566.400,03
Transação Financeira 69191 / 977 A ---> B 64408 / 2837 R$ 545.045,37
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 223921 / 941 R$ 512.105,00
Transação Financeira 84805 / 910 A ---> B 64408 / 2837 R$ 469.250,00
Transação Financeira 7700313 / 689 A ---> B 64408 / 2837 R$ 469.250,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 605050 / 707 R$ 461.857,09
Transação Financeira SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LT / A ---> B 64408 / 2837 R$ 455.000,00
Transação Financeira 1476009 / 138 A ---> B 64408 / 2837 R$ 422.325,00
Transação Financeira 2600051063 / 10 A ---> B 64408 / 2837 R$ 405.502,03
Transação Financeira 37000902 / 7 A ---> B 64408 / 2837 R$ 387.228,03
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 2750970 / 3596 R$ 334.000,00
Transação Financeira 21936035 / 20 A ---> B 64408 / 2837 R$ 328.257,27
Transação Financeira 1252 / 1956 A ---> B 64408 / 2837 R$ 305.012,50
Transação Financeira 159934 / 52 A ---> B 64408 / 2837 R$ 300.920,59
Transação Financeira 656190 / 280 A ---> B 64408 / 2837 R$ 292.242,78
Transação Financeira 6422403 / 2373 A ---> B 64408 / 2837 R$ 257.208,67
Transação Financeira 140897 / 8482 A ---> B 64408 / 2837 R$ 238.980,16
Transação Financeira 243500 / 654 A ---> B 64408 / 2837 R$ 227.471,76
Transação Financeira 30455 / 1586 A ---> B 64408 / 2837 R$ 222.007,81
Transação Financeira 20400 / 2976 A ---> B 64408 / 2837 R$ 217.260,37
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 199320 / 941 R$ 201.000,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 69191 / 2837 R$ 193.000,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 961112 / 4267 R$ 186.000,00
Transação Financeira 38438 / 911 A ---> B 64408 / 2837 R$ 177.700,00

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Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 69191 / 2837 R$ 145.000,00


Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 122521 / 707 R$ 135.000,00
Transação Financeira 50779 / 2976 A ---> B 64408 / 2837 R$ 134.677,13
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 3903780800 / 7 R$ 130.000,00
Transação Financeira 64408 / 2837 A ---> B 238722 / 3841 R$ 128.590,68
Transação Financeira SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LT / 2837 A ---> B 64408 / 2837 R$ 124.839,51
Transação Financeira 6792 / 644 A ---> B 64408 / 2837 R$ 117.312,50
Transação Financeira 145334 / 522 A ---> B 64408 / 2837 R$ 110.000,00
Transação Financeira 1067311 / 1005 A ---> B 64408 / 2837 R$ 102.000,00
Transação Financeira 2004608763 / 2872 A ---> B 64408 / 2837 R$ 100.000,00

Tabela de ligação Pessoa-Conta:


Tipo de vínculo Entidade A Entidade B
MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA CNPJ:
Pessoa Conta 167310 / 2958
02811007000119
Pessoa Conta 140897 / 8482 PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA - ME CNPJ: 09505599000190
Pessoa Conta 64408 / 2837 SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA CNPJ: 06265629000140
Pessoa Conta 149160 / 1606 EDISON PEREIRA RODRIGUES
Pessoa Conta 149160 / 4267 EDISON PEREIRA RODRIGUES
Pessoa Conta 122521 / 707 EIVANICE CANARIO DA SILVA
Pessoa Conta 605050 / 707 EIVANY ANTONIO DA SILVA
Pessoa Conta 223921 / 941 FLAVIO ROGERIO DA SILVA
Pessoa Conta 223921 / 941 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 223921 / 941 EIVANICE CANARIO DA SILVA
Pessoa Conta 1504193 / 707 FLAVIO ROGERIO DA SILVA
Pessoa Conta 2750970 / 1403 JOAO BATISTA GRUGINSKI
Pessoa Conta 2750970 / 4884 JOAO BATISTA GRUGINSKI
Pessoa Conta 199320 / 941 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 69191 / 977 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 69191 / 977 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 69191 / 2837 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 69191 / 2837 JOSE RICARDO DA SILVA
Pessoa Conta 3903780800 / 7 OLIVIO CESAR COPETTI
Pessoa Conta 145334 / 522 OLIVIO CESAR COPETTI
Pessoa Conta 3405363 / 1342 NICEA DANTAS FERREIRA CANARIO
Pessoa Conta 2750970 / 3596 JOAO BATISTA GRUGINSKI
Pessoa Conta 961112 / 4267 HERMES RIBEIRO DOS SANTOS

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Pessoa Conta 50779 / 2976 ARCEL EMP E PARTICIPACOES CNPJ: 00347024000111


Pessoa Conta 656190 / 280 AVIPAL S/A A. AGROPEC. CNPJ: 92776665000100
Pessoa Conta 159934 / 52 CAENGE S/A CONSTR ADM ENG CNPJ: 00578443000164
Pessoa Conta 124079 / 3089 CALAZANS, PAGNOZZI & ASSOC CONS. EMP.S/ CNPJ: 01082334000114
Pessoa Conta 37000902 / 7 ELECTROLUX DO BRASIL S A CNPJ: 76487032000125
Pessoa Conta 238722 / 3841 GESTAO GERENCIAMENTO TRIBUT CNPJ: 00671739000125
Pessoa Conta 182605 / 2774 GRV SOLUTIONS S.A CNPJ: 05197119000110
Pessoa Conta 20400 / 2976 HOTEIS ROYAL PALM P. LTDA CNPJ: 46134425000194
Pessoa Conta 1067311 / 1005 JLT INTERMEDIACAO NEGOCIOS CNPJ: 01586564000110
Pessoa Conta 6422403 / 2373 MERCK SA CNPJ: 33069212000184
Pessoa Conta 38438 / 911 OPPORTUNITY G. R. LTDA CNPJ: 01608570000121
Pessoa Conta 21936035 / 20 PAGNOZZI C. ASSOCIADOS CNPJ: 05465814000115
Pessoa Conta 1252 / 1956 QUALY MARCAS COM EXP DE CEREAIS LTDA CNPJ: 23591589000145
Pessoa Conta 2620934006 / 100 RBS ADM E COBRANCAS LTDA CNPJ: 94995693000143
Pessoa Conta 84805 / 910 SUZANO PAPEL C. S.A. CNPJ: 16404287003332
Pessoa Conta 66522 / 1248 TOV CORRETORA DE CAMBIO TVM LT CNPJ: 74451022000104
Pessoa Conta 166839 / 1409 VIA ENGENHARIA S/A CNPJ: 00584755000180
Pessoa Conta 243500 / 654 VIA ENGENHARIA S/A CNPJ: 00584755000180
Pessoa Conta 30455 / 1586 VINICIO KALID ADVOCACIA EMPRESARIAL CNPJ: 08739510000197
Pessoa Conta 7700313 / 689 VOTORANTIM C. P. S. A CNPJ: 60643228000121
Pessoa Conta 1476009 / 138 WEREBE E ASSOCIADOS ADV E CONS LEGAIS CNPJ: 48701056000108

Neste item foram evidenciadas no gráfico as contas bancárias identificadas


que realizaram operações financeiras com a corrente 64408, da agência 2837 no banco
Bradesco a qual centralizou a circulação de valores da SGR CONSULTORIA. As contas
que estão mais à direita do gráfico, são aquelas com as quais a conta corrente 64408
realizou operações que somadas, ou unicamente, resultaram na envio ou recebimento de
mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Tais relações também estão informadas nas tabelas
acimas nas quais constam o total de recursos circulados e a ligação das pessoas físicas ou
jurídicas com as contas. Passaremos a seguir a descrever ainda mais detalhadamente os
relacionamentos e a relevância para a investigação.

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1. SGR CONSULTORIA X RBS:

Operações Individualizadas Valores Somados

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


30/09/2011 2620934006 / 100 / 41 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 2.992.641,87
01/11/2011 2620934006 / 100 / 41 A ---> B 64411 / 2837 / 237 R$ 2.992.641,87
05/12/2011 2620934006 / 100 / 41 A ---> B 64410 / 2837 / 237 R$ 2.992.641,87
12/01/2012 2620934006 / 100 / 41 A ---> B 64409 / 2837 / 237 R$ 2.992.641,87

Esta relação que envolve transferência de maior monta de toda a


movimentação financeira analisada. De acordo com a informação bancária repassada pelo
banco Bradesco a conta corrente 64408 da Agência 2837 de titularidade da SGR
COLSULTORIA EMPRESARIAL recebeu 04 (quatro) depósitos da conta nº
2620934006, Agência 100 do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A., de titularidade
da empresa RBS ADM E COBRANCAS LTDA (CNPJ nº 94995693000143) cada um
deles no valor de R$ 2.992.641,87 (dois milhões novecentos e noventa e dois mil
seiscentos e quarenta e um reais e oitenta e sete centavos), ocorridos em 30/09/2011,
01/11/2011, 05/12/2011 e 12/01/2012, perfazendo, portanto, o montante de R$
11.970.567,48 (onze milhões novecentos e setenta mil quinhentos e sessenta e sete reais
e quarenta e oito centavos). Esses valores constam do Ajuste de Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição:

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1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, tanto no ano de 2011
(Setembro, Outubro e Dezembro), como no ano de 2012 (Janeiro).
Feita consulta no site do CARF encontramos o Processo nº
11080.010647/2005-36, em que a citada empresa RBS ADM E COBRANCAS LTDA
(CNPJ nº 94995693000143) era devedora e que o JOSÉ RICARDO DA SILVA era um dos
conselheiros até o final de 2009 quando se declarou impedido de participar do julgamento.

Posteriormente, em junho de 2013 o processo foi julgado com provimento


de recurso para a empresa. O relator do processo foi o conselheiro VALMIR SANDRI.
Vale destacar que a empresa RBS ADM E COBRANCAS LTDA (CNPJ nº
94995693000143) foi citada como tendo sido beneficiada com venda de decisão favorável
pelo esquema do CARF, mas em que pese ainda não tenhamos prova cabal que houve
corrupção, o fato do JOSÉ RICARDO se declarar impedido somado com as transferências
de dinheiro para as contas da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL acaba dando provas
de que o mesmo defendia interesse privado da RBS junto ao CARF órgão em que exercia a
função de Conselheiro e, portanto, de funcionário público, o que se subsume ao Crime de
Advocacia Administrativa Fazendária, previsto no Art. 3º, Inciso III da Lei nº 8137/1990.
2. SGR CONSULTORIA X MARCONDES E MAUTONI:

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Operações Individualizadas Valores Somados

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


29/01/2010 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 100.397,66
01/03/2010 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 2.136.552,00
19/05/2010 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 286.948,00
28/07/2010 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 500.000,00
09/05/2011 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 788.738,00
26/10/2011 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 200.000,00
01/12/2011 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 200.000,00
31/01/2012 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 100.000,00
29/02/2012 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 100.000,00
01/04/2013 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 210.000,00
14/06/2013 167310 2958 341 A ---> B 64408 2837 237 R$ 148.400,00

A MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA


CORPORATIVA LTDA é tida na notícia criminal como sendo umas das empresas
parceiras da SGR CONSULTORIA EMRESARIAL sediada em São Paulo, utilizada para a
captação de clientes que possuem processos no CARF intermediando assim o recebimento
de pagamentos pelos “serviços prestados” dentro do citado Conselho.
Confirma-se o exposto acima, o fato da empresa MARCONDES E
MAUTONI efetuou 11 (onzes) remessas de dinheiro para a SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL entre janeiro de 2010 e junho de 2013, que juntos resultaram no montante

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de R$ 4.771.035,66 (quatro milhões setecentos e setenta e um mil trinta e cinco reais


sessenta e seis centavos).
A MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA
CORPORATIVA LTDA tem como sócios o CRISTINA MAUTONI MARCONDES
MACHADO (CPF Nº 023.455.328-66) e a MELISSA MAUTONI MARCONDES
MACHADO (CPF Nº 230.148.728-81), filha menor da primeira sócia com sócio excluído
MAURO MARCONDES MACHADO.
Cumpre mencionar que o envio desses valores não foram mencionados nem
na declaração de ajuste de imposto de renda da empresa SGR COLSULTORIA
EMPRESARIAL, tampouco na da MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS
E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA.

3. SGR CONSULTORIA X JOSÉ RICARDO DA SILVA :

Entidade A Direção Entidade B Valor


64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 4.378.285,44
64408 / 2837 / 237 A ---> B 223921 / 941 / 1 R$ 512.105,00

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69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 405.545,37
64408 / 2837 / 237 A ---> B 199320 / 941 / 1 R$ 201.000,00
64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Poupança) R$ 145.000,00
64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 96.500,00
64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) R$ 30.000,00

Como é possível observar no gráfico e tabela acima, a conta corrente


principal da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL se relacionou com 06 (seis) contas do
JOSÉ RICARDO DA SILVA, sendo 04 (quatro) do BRADESCO e 02 (duas) do BANCO
DO BRASIL. O valor total transferido entre a da SGR CONSULTORIA e as contas do
JOSÉ RICARDO foi de R$ 5.768.435,81 (cinco milhões setecentos e sessenta e oito mil
quatrocentos e trinta e cinco reais e oitenta e um centavos), sendo R$ 5.362.890,44
(cinco milhões trezentos e sessenta e dois mil oitocentos e noventa reais e quarenta e
quatro centavos) a crédito para o JOSÉ RICARDO, e R$ 405.545,37 (quatrocentos e
cinco mil quinhentos e quarenta e cinco reais e trinta e sete centavos) a débito do
JOSÉ RICARDO. Temos, portanto, que JOSÉ RICARDO DA SILVA é o sócio que mais
dinheiro recebeu da empresa SGR CONSULTORIA.
No Dossiê Integrado e Declaração Anual de Imposto de Renda do JOSÉ
RICARDO DA SILVA, estão informados como “LUCROS E DIVIDENDOS
RECEBIDOS” da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, os valores de R$
664.000,00 (seiscentos sessenta quatro mil reais) no ano calendário 2006 (exercício
2007) e de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) referentes ao ano-calendário 2007
(exercício 2008), havendo dessa forma uma diferença não declarada de R$
3.698.890,44 (três milhões seiscentos e noventa e oito mil oitocentos e noventa reais e
quarenta e quatro centavos).
Considerando o grande número de transações ocorridas, e em se tratando de
um dos principais investigados desta apuração, buscaremos detalhar as individualmente as
contas e suas transações financeiras logo abaixo.

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C.1) Conta 69191 / 977 / 237 (Poupança):

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


23/05/2008 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 19.000,00
20/10/2008 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
01/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 50.000,00
07/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 150.000,00
08/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 285.000,00
15/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 400.000,00
21/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 89.000,00
23/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 35.150,00
12/11/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 50.000,00
18/02/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 50.000,00
12/03/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 85.500,00
29/03/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 46.000,00
14/04/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
10/05/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 15.000,00
28/05/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
17/06/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
24/06/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 210.916,19
04/08/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 15.000,00
09/08/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 28.800,00
23/03/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 12.000,00
11/05/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 60.000,00
13/05/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 12.000,00

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25/05/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 50.000,00
02/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
06/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 21.500,00
09/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
28/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
29/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 100.000,00
05/07/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
22/07/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 15.520,00
01/08/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 50.000,00
05/08/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.800,00
23/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 70.000,00
26/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
27/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 200.000,00
28/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 100.000,00
29/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 99.780,00
07/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 58.000,00
11/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 22.500,00
13/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 210.000,00
19/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 500.000,00
31/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 107.000,00
11/11/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
01/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 240.000,00
13/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 51.750,00
14/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 160.000,00
20/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 142.000,00
22/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 60.000,00
26/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
24/01/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 13.000,00
07/02/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 32.200,00
13/02/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 12.869,25
17/02/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 126.000,00
27/02/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
02/03/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 13.000,00
02/04/2013 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
22/04/2013 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 18.000,00
14/06/2013 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 96.000,00
03/07/2013 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Poupança) R$ 15.000,00

Como restou demonstrado na tabela e gráfico, a SGR COLSULTORIA,


através de sua conta número 64408, agência 2837 do Banco BRADESCO, realizou 59
(cinquenta e nove) transferências para a conta poupança do JOSÉ RICARDO DA SILVA

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número 69191, agência 977, também do banco BRADESCO, se destacando (negrito) em


razão do curto período e/ou grande movimentação financeira, os meses de outubro de 2009,
Março e Junho de 2010, Setembro, Outubro e dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012
(períodos coincidentes ou muito próximos dos pagamentos feito pela RBS ADM E
COBRANCAS LTDA à SGR) e Junho de 2013.
Assim, essa foi a conta do JOSÉ RICARDO DA SILVA que mais se
relacionou com a empresa, das quais recebeu no total o montante de R$ 4.378.285,44
(quatro milhões trezentos e setenta e oito mil duzentos e oitenta e cinco reais e
quarenta e quatro centavos).

C.2) Conta 69191 / 977 / 237 (Conta corrente):

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


05/07/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) R$ 20.000,00
23/04/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 12.500,00
30/04/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 100.000,00
02/05/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 12.045,37
08/05/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 30.000,00
01/06/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 75.000,00
04/06/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 100.000,00

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30/08/2012 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 76.000,00
02/04/2013 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 977 / 237 (Conta Corrente) R$ 10.000,00

Com relação à conta corrente 69191 da agência 977 do Banco Bradesco, esta
foi a única que enviou dinheiro para a SGR no montante de R$ 405.545,37 (quatrocentos e
cinco mil quinhentos e quarenta e cinco reais e trinta e sete centavos), entre abril e
agosto de 2012. Contudo, recebeu da SGR em duas oportunidades, 05/07/2011 e
02/04/2013, um total de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

C.2) Contas 199320 / 941 / 1 E 223921 / 941 / 1 (Banco do Brasil):

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


10/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 199320 / 941 / 1 R$ 76.000,00
24/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 223921 / 941 / 1 R$ 65.000,00
31/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 223921 / 941 / 1 R$ 447.105,00
20/03/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 199320 / 941 / 1 R$ 125.000,00

No que tange às contas que o JOSÉ RICARDO DA SILVA possui no Banco


do Brasil, estas são 02 (duas) ambas na mesma agência 941, A conta de número 199320,
que recebeu R$ 02 (dois) depósitos, o primeiro de R$ 76.000,00 (setenta e seis mil

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reais) em 10/10/2011 e o segundo de R$ 125.000,00 (cento e vinte cinco mil reais) em


20/03/2012. Já a conta de número 223921, a qual se trata de conta conjunta com o irmão
FLAVIO ROGERIO DA SILVA (titular) e EIVANICE CANARIO DA SILVA (co-titular),
recebeu 02 (dois) depósitos sendo o primeiro dia 24/10/2011 no valor de R$ 65.000,00
(sessenta e cinco mil reais) e outro no dia 31/10/2011 no valor de R$ 447.105,00
(quatrocentos e quarenta e sete mil cento e cinco reais), totalizando o montante de R$
512.105,00 (quinhentos e doze mil cento e cinco reais). Cumpre mencionar que os
períodos coincidem ou são muito próximos dos pagamentos feitos pela RBS ADM E
COBRANCAS LTDA à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA que totalizaram a
quantia de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais).

C.2) Contas 69191 / 2837 / 237 (Conta corrente e Poupança):

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


27/04/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 10.000,00
25/05/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.000,00
03/07/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 10.000,00
10/08/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.000,00
25/08/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 15.000,00
25/09/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.000,00

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06/10/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.000,00
10/11/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.000,00
27/11/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 10.000,00
13/12/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 5.500,00
05/01/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 15.000,00
12/02/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Conta Corrente) R$ 6.000,00

Conforme relação à conta “corrente” 69191 da agência 2837 do Banco


Bradesco, esta recebeu a quantia de R$ 96.500,00 (noventa e seis mil e quinhentos reais),
em pequenas transferências nos anos de 2006 e 2007.

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


24/06/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Poupança) R$ 15.000,00
12/09/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
27/09/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
04/05/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 69191 / 2837 / 237 (Poupança) R$ 110.000,00

Da mesma forma, a conta “poupança” 69191 também da agência 2837 do


Banco Bradesco, esta recebeu a quantia de R$ 145.000,00 (cento e quarenta e cinco mil
reais), isso no ano de 2005 e principalmente na única em maio de 2007.

4. SGR X EDISON PEREIRA RODRIGUES:

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Operações individualizadas Valores somados

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


07/01/2005 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 28.500,00
22/12/2005 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 100.000,00
03/05/2006 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 25.000,00
04/09/2006 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 46.000,00
05/01/2007 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 150.000,00
03/05/2007 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 450.000,00
29/06/2007 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 1606 / 1 R$ 159.000,00
14/10/2011 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 4267 / 1 R$ 577.297,52
28/10/2011 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 4267 / 1 R$ 500.000,00
09/11/2011 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 4267 / 1 R$ 1.421.526,00
13/12/2011 64408 / 2837 / 70 A ---> B 149160 / 4267 / 1 R$ 1.100.000,00

À vista do gráfico e tabela acima, é possível sócio da SGR


CONSULTORIA, EDISON PEREIRA RODRIGUES, possui estreita relação à empresa já
que suas contas receberam da conta da SGR o montante de R$ R$ 4.557.323,52 (quatro
milhões quinhentos e cinquenta e sete mil trezentos e vinte e três reais e cinquenta e
dois centavos).
Nesse aspecto é bom informar que entre os anos de 2005 e 2007, a conta
número 149160 da agência 1606 do Banco do Brasil, recebeu o equivalente a R$
958.500,00 (novecentos e cinquenta e oito mil e quinhentos reais), destacando-se as

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transferências de Janeiro, Maio e Junho de 2007, principalmente a de 03/05/2007, que foi


de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais).
Da mesma forma, é extremamente importante ressaltar a movimentação da
conta número 149160, agora da agência 4267 do Banco do Brasil, a qual movimentou
recebeu a cifra de R$ 3.598.823,52 (três milhões quinhentos e noventa e oito mil
oitocentos e vinte três reais e cinquenta e dois centavos).
As transferências acima mencionadas ocorreram nos meses de outubro
novembro de dezembro, justamente o período em que foram realizadas as transferências
que resultaram no em aproximadamente R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) feitas
pela RBS ADM E COBRANCAS LTDA à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL
LTDA.
No Dossiê Integrado e Declaração Anual de Imposto de Renda do
EDISON PEREIRA RODRIGUES esses valores foram declarados e estão informados
como “LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS” da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, os valores de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
referentes ao ano-calendário 2007 (exercício 2008), e R$ 3.598.823,52 (três milhões
quinhentos e noventa e oito mil oitocentos e vinte três reais e cinquenta e dois),
referentes ao ano-calendário 2011 (exercício 2012).

5. SGR CONSULTORIA X BANCO BRASCAN S/A:

Esta relação que envolve transferência R$ 2.725.232,44 (dois milhões


duzentos e trinta e dois reais e quarenta e quatro centavos) por uma conta do BANCO

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BRASCAN S/A (CNPJ Nº 33.923.111/0001-29) para a conta corrente 64408 da Agência


2837 de titularidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL. A data da transferência
ocorreu no dia 22/09/2011. Essa transação consta do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF
- REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, em setembro de 2011.
Consulta realizada no CARF resultou na existência de 03 (três) processos em
desfavor do BANCO BRASCAN S/A. Nos processos de número 10768.002986/2003-95 e
10768.003317/2003-31, ambos tiveram decisões foram favoráveis para o BANCO
BRASCAN, respectivamente nos acórdãos 9101-00.707 e 9101-00.706. Não verificamos a
participação de conselheiros investigados participando dos julgamentos, mas observamos
mais uma vez a presença do Conselheiro VALMIR SANDRI.
O terceiro processo é o de nº 10768.051120/93-11, que teve data de sessão
em 20/11/2012, Acórdão 9101001.508, contudo a BRASCAN teve decisão desfavorável.
Esse processo teve o JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, como Relator, que votou
favoravelmente ao Recurso Especial da Fazenda. Ainda participaram da sessão de
julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales
Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, Suzy Gomes
Hoffmann, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (Suplente Convocado), Valmir
Sandri, Valmar Fonseca de Menezes, José Ricardo da Silva e Plinio Rodrigues de Lima,
sendo que foram votos vencidos VALMIR SANDRI, JOSÉ RICARDO DA SILVA e João
Carlos de Lima Junior.
O interessante dessa situação é que mesmo a empresa do JOSÉ RICARDO
DA SILVA, a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, tendo recebido R$ 2.725.232,44
(dois milhões duzentos e trinta e dois reais e quarenta e quatro centavos) da empresa
cliente BANCO BRASCAN S/A, no final de setembro de 2009, segundo o andamento
processual obtido no site do CARF, o processo foi para relatoria em fevereiro de 2012 e ele

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aceitou participar do julgamento sem levantar qualquer tipo de suspeição ou


incompatibilidade.

6. SGR CONSULTORIA X VIA ENGENHARIA S/A:

Operações individualizadas Valores somados

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


02/09/2005 166839 / 1409 / 237 A ---> B 64408 / 2837 R$ 1.607.733,09
04/10/2005 243500 / 654 / 341 A ---> B 64408 / 2837 R$ 29.037,19
24/02/2006 243500 / 654 / 341 A ---> B 64408 / 2837 R$ 198.434,57

De acordo com o gráfico e tabela acima, verificamos que a VIA


ENGENHARIA S.A. (CNPJ: 00.584.755/0001-80), por meio de suas 02 (duas) contas,
enviou para a SGR CONSULTORIA o total de R$ 1.835.204,85 (um milhão oitocentos e
trinta e cinco mil duzentos e quatro reais e oitenta e cinco centavos) em três 03 (três)
transações ocorridas entre setembro de 2005 e fevereiro de 2006. A conta número 166839
agência 1409 do Banco Bradesco enviou em uma transação de 02/09/2005 o valor de R$
1.607.733,09 (um milhão seiscentos e sete mil setecentos e trinta e três reais e nove
centavos), já a conta de número 243500 agência 654 do Itaú Unibanco, mandou R$
29.037,19 (vinte e nove mil trinta e sete reais e dezenove centavos) no dia 04/10/2005 e

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mais R$ 198.434,57 (cento e noventa e oito mil quatrocentos e trinta e quatro reais e
cinquenta e sete centavos).
Essas transações constam do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF -
REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, nas declarações dos anos de 2005 e 2006.
Consulta realizada no site CARF resultou na existência de 02 (dois)
processos em desfavor da VIA ENGENHARIA S.A. (CNPJ: 00.584.755/0001-80).
Primeiro o Processo nº 10166.000054/2004-78 julgado em 07/12/2005, o qual teve mais de
R$ 300.00,00 (trezentos mil reais) de autuação desconstituída na 1ª Câmara do Primeiro
Conselho de Contribuintes havendo participação na sessão dos Conselheiros Manoel
Antônio Gadelha Dias (Presidente), Sebastião Rodrigues Cabral (Relator), VALMIR
SANDRI, PAULO ROBERTO CORTEZ, Sandra Maria Faroni, Caio Marcos Cândido,
ORLANDO JOSÉ GONÇALVES BUENO e Mário Junqueira Franco Junior.
O segundo processo nº 10166.000239/2004-82 que teve no acórdão 101-
95.136 de 11/08/2005 a exclusão de mais de R$ 45.000.000,00 (quarenta e cinco milhões
de reais em tributos), a qual foi confirmada no Acórdão 101-95.365 e posteriormente, em
no Acórdão 101-96.458 de sessão em 05/12/2007, houve correção e ratificação dos outros
acórdãos, sendo que neste último julgamento participaram os Conselheiros Antônio Praga
(Presidente), Sandra Maria Faroni, JOSÉ RICARDO DA SILVA, PAULO ROBERTO
CORTEZ, VALMIR SANDRI, Caio Marcos Cândido, João Carlos de Lima Júnior e
Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho.
Mais uma vez, chama a atenção o fato de mesmo a empresa SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL ter recebido R$ 1.835.204,85 (um milhão oitocentos e
trinta e cinco mil duzentos e quatro reais e oitenta e cinco centavos) da empresa
cliente VIA ENGENHARIA S/A de setembro de 2005 a fevereiro de 2006, o Conselheiro
e sócio JOSÉ RICARDO DA SILVA participou do julgamento do processo VIA

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ENGENHARIA S.A. do julgamento sem levantar qualquer tipo de suspeição ou


incompatibilidade. Além disso, há nova participação do VALMIR SANDRI e agora do
PAULO ROBERTO CORTEZ.

7. SGR CONSULTORIA X JOÃO BATISTA GRUGINSKI:

Operações individualizadas Valores somados

Data Entidade A Direção Entidade B Valor


22/12/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 3596 / 1 R$ 100.000,00
03/05/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 3596 / 1 R$ 25.000,00
05/09/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 3596 / 1 R$ 46.000,00
18/06/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 3596 / 1 R$ 70.000,00
29/06/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 3596 / 1 R$ 93.000,00
28/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 70.445,17
06/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 210.000,00
13/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 350.000,00
25/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 200.000,00
01/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 276.000,00
20/01/2012 64408 / 2837 / 237 A ---> B 2750970 / 4884 ou 1403 / 1 R$ 400.000,00

Considerando os números do gráfico e tabela acima, é possível sócio da SGR


CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, recebeu em

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suas 03 (três) contas da SGR o montante de R$ R$ 1.840.445,17 (um milhão oitocentos e


quarenta mil quatrocentos e quarenta e cinco reais e dezessete centavos).
Entre os anos de 2005 e 2007, a conta número 2750970 da agência 3596 do
Banco do Brasil, recebeu o equivalente a R$ 334.000,00 (trezentos e trinta quatro mil
reais), em 05 (cinco) transações destacando-se as transferências de Junho de 2007 que
somadas chegaram ao valor de R$ 163.000,00 (cento e sessenta e três mil reais).
Com relação às contas 2750970 das agências 4884 e 1403, ambas do Banco
do Brasil, acreditamos que seja a mesma conta em agência diferente já que os valores
estavam duplicados (mesmos valores nas mesmas datas) e também porque a conta da
agência 4884 foi encerrada em agosto de 2012 enquanto que a da agência 1403 foi aberta
em agosto de 2011. De outra forma, analisando os envios diretos SGR para o GRUGINSKI,
só aparece a agência 4884, o que nos leva a crer que ou esta agência mudou de número, ou
o GRUGISNKI mudou de agência, mas manteve a conta na nova agência.
Feita a explanação acima, essa conta número 2750970 das agências 4884
e/ou 1403, ambas do Banco do Brasil, movimentou o montante de R$ 1.506.445,17 (um
milhão quinhentos e seis mil quatrocentos e quarenta e cinco reais e dezessete
centavos) recebendo 06 (seis) transferências no período de junho de 2011 a janeiro de
2012, ressaltando-se que se trata justamente do período em que foram realizadas as
transferências que resultaram em aproximadamente R$ 12.000.000,00 (doze milhões de
reais) feitas pela RBS ADM E COBRANCAS LTDA à SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA.
No Dossiê Integrado e Declaração Anual de Imposto de Renda do JOÃO
BATISTA GRUGINSKI, todos os valores foram declarados e estão informados como
“LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS” da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, os valores de R$ 1.106.445,17 (um milhão cento e seis mil
quatrocentos e quarenta e cinco reais e dezessete centavos) no ano calendário 2011

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(exercício 2012) e de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) referentes ao ano-


calendário 2012 (exercício 2013).

8. SGR CONSULTORIA X HSBC BANK BRASIL S.A.:

Esta relação que envolve transferência R$ 1.546.893,78 (um milhão


quinhentos e quarenta e seis mil oitocentos e noventa e três reais e setenta e oito
centavos) por uma conta do HSBC — BANK BRASIL S.A. — BANCO MÚLTIPLO
(CNPJ Nº 01.701.2010/001-89) para a conta corrente 64408 da Agência 2837 de
titularidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL. A transferência ocorreu no dia
29/07/2005. Essa transação consta do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF - REMUNER
SERV PRESTADOS POR PJ”, em setembro de 2011.
Consulta realizada no CARF resultou na existência de 02 (dois) processos
em desfavor do HSBC — BANK BRASIL S.A. — BANCO MÚLTIPLO, julgado mais ou
em período aproximado da transferência. O primeiro foi o de número 10980.003357/2003-
68, com sessão em 18/03/2005 registrada no Acórdão nº 101-94.902. Já o segundo Processo
teve número 10980.011978/2003-15, com sessão no dia 25/01/2006 registrada no Acórdão
nº 101-95.351. Os processos versavam sobre a aquisição de ativos do Banco Bamerindus, e
ambas as decisões foram favoráveis para o BANCO HSBC.
Mais uma vez, os processos tramitaram na 1ª Câmara do Primeiro Conselho
de Contribuintes e os julgamentos contaram com a participação dos Conselheiros Manoel
Antônio Gadelha Dias (Presidente), Mário Junqueira Franco Junior (Relator) Sebastião

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Rodrigues Cabral, VALMIR SANDRI, PAULO ROBERTO CORTEZ, Sandra Maria


Faroni, Caio Marcos Cândido e Orlando José Gonçalves Bueno.

9. SGR CONSULTORIA X CALAZANS & PAGNOZZI:


À vista do gráfico acima observamos que há 02 (dois) pagamentos feitos por
02 (duas) empresas de consultoria diretamente à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL,
os quais, em que pese apresentem números de CNPJ diferentes, utilizam os nome
CALAZANS e PAGNOZZI.
Feita consulta a sistema disponível ao DPF verificamos que o CNPJ
05.465.814/0001-15, que outrora aparece como sendo PAGNOZZI C. ASSOCIADOS
(informação repassada pelo Banco BRADESCO) hoje pertence a PAGNOZZI, PAGNOZZI
& ASSOCIADOS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/S LTDA, que tem como sócios
MARIO PAGNOZZI JUNIOR (CPF Nº 724.918.178-53) este é o responsável, CELIA
REGINA APARECIDA GARCIA PAGNOZZI (CPF Nº 954.124.178-68), FABIO
PHELIPE GARCIA PAGNOZZI (CPF Nº 303.960.078-80), e o sócio excluído em
04/10/2007, JOSE LUIS GUTTO DE MORAES (CPF Nº 101.921.788-06). Segundo as
informações bancárias esta empresa, através de sua conta nº 21936035, da agência 20 do
Itaubank (código 479), teria feito uma transferência em 15 junho de 2005 no valor de R$

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328.257,27 (trezentos e vinte e oito mil duzentos e cinquenta e sete reais e vinte e sete
centavos) para a conta da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL.
Com relação à CALAZANS, PAGNOZZI & ASSOC CONS. EMP.S/
(CNPJ: 01.082.334/0001-14), em consulta a sistema, verificamos que o nome comercial é
PAGNOZZI CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA – EPP, e que tem os mesmos
sócios da primeira empresa acima mencionada, MARIO PAGNOZZI JUNIOR (CPF Nº
724.918.178-53), este o responsável, e CELIA REGINA APARECIDA GARCIA
PAGNOZZI (CPF Nº 954.124.178-68), além de estarem sediadas no mesmo endereço Rua
Frei Caneca, nº 33, Conjunto 33, 3º Andar, Consolação, São Paulo/SP, CEP 01307-001 e
telefone (11) 3094-8054. Segundo as informações bancárias esta empresa, através de sua
conta nº 124079 da agência 3089 do Banco Bradesco, realizou no dia 20/04/2007 uma
transferência no valor de R$ 1.448.617,83 (um milhão quatrocentos e quarenta e oito
reais seiscentos e dezessete reais e oitenta e três centavos) para a conta da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL.
Outra transferência constantes das informações bancárias repassadas pelo
Banco Bradesco foi que a mesma empresa CALAZANS, PAGNOZZI & ASSOC CONS.
EMP.S/ (CNPJ: 01.082.334/0001-14), que foi detalhada no parágrafo acima, também
realizou um depósito de R$ 11.190,13 (onze mil cento e noventa reais) para a conta da J.R
SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS (da qual falaremos mais detalhadamente em
tópico específico), isto no dia 08/11/2012, também do grupo do JOSÉ RICARDO DA
SILVA o que denota o duradouro e estreito relacionamento entre os investigados e as
empresas do MARIO PAGNOZZI JUNIOR.
Tendo em vista que não temos o afastamento do sigilo bancário das
empresas do MARIO PAGNOZZI JUNIOR, bem como não há qualquer menção dessas
transferências na Declaração de Ajuste de Imposto de Renda da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL, não foi possível identificar neste primeiro momento

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a real origem desses recursos, nem se proveio de pagamentos de empresas que contrataram
as consultorias para obter benefícios em processo no CARF, em que pese essa seja a maior
probabilidade.

10. SGR CONSULTORIA X NICEA DANTAS FERREIRA CANARIO:

Valores somados
Operações individualizadas

NICEA DANTAS FERREIA CANÁRIO (nome de solteira) é ex-esposa e


EIVANY ANTONIO DA SILVA (quando da ocasião se chamava NICEA CANÁRIO DA
SILVA). Ela é mãe do JOSÉ RICARDO DA SILVA, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA e
do FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA.
Em que pese, segundo o Cadastro Nacional de Empresas, ela já tenha
participado do quadro societário da SBS CONSULTORIA no seu início, assim como seu
ex-marido EIVANY (excluído em 11/10/2004 (08/2006)), bem como faça parte do quadro
societário da AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL LTDA e da JES CONSULTORIA E
ASSESSORIA SS LTDA – ME, NICEA apareceu non quadro societário da empresa SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, o que causa estranheza a mesma ter recebido
um total de R$ 1.162.000,00 (um milhão cento e sessenta e dois mil reais) sendo uma
transferência em 05/01/2007, no valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) e outra
27/12/2011 no valor de R$ 1.087.000,00 (um milhão e oitenta e sete reais), cabendo

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destacar que se trata justamente do período em que foram realizadas as transferências que
resultaram em aproximadamente R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) feitas pela RBS
ADM E COBRANCAS LTDA à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA.

11. SGR CONSULTORIA X GRV SOLUTIONS S.A.:

Operações individualizadas
Valores somados

Depreende-se do gráfico acima que a GVR SOLUTIONS S.A transferiu R$


1.126.200,00 (um milhão cento e vinte e seis mil e 200 reais) através de sua conta nº
182605 da agência 2774 do Banco Bradesco para a conta corrente 64408 da Agência 2837
de titularidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL. As datas das transferências
foram 29 e 30 de setembro de 2009.
Realizadas pesquisas no site do CARF, não localizamos nada em nome da
empresa GRV SOLUTIONS S.A (CNPJ Nº 05.197.119/0001-10), contudo sistema
disponível ao DPF detectamos que a GRV SOLUTIONS havia sido “Baixada” por motivo
de “Incorporação”, mas, antes disso, fez parte dos quadros de sócios excluídos da GRV as
empresas MEGADATA COMPUTACOES LTDA com CNPJ Nº 27.877.729/0001-05,
outra empresa MEGADATA COMPUTACOES LTDA, agora com CNPJ Nº

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04.014.181/0001-66 e a DATASYSTEM TELEPROCESSAMENTO LTDA (CNPJ Nº


82.527.094/0001-16).
Consultando primeira a MEGADATA COMPUTACOES LTDA com o
CNPJ Nº 27.877.729/0001-05, verificamos a existência do Processo nº
18471.001994/2003-51 o qual, em que pese tenha perdido o recurso voluntário, ocorreu
uma movimentação no processo no dia 03/11/2009, portanto bem próximo às datas dos
pagamentos, 29 e 30/09/2009 (praticamente apenas um mês depois), isto após o processo
ter permanecido parado por mais de 02 anos aguardando relator.

Nos chama a atenção e cria vínculo entre as empresas GRV SOLUTIONS


com a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o fato de ter participado do julgamento no
Acórdão 1803-001.484 a Conselheira MEIGAN SACK RODRIGUES, que é filha do
EDISON PEREIRA RODRIGUES, este sócio da desta última empresa.

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Não identificamos a existência no Ajuste de imposto de Renda da SGR


CONSULTORIA EMPRESARIAL para a GVR SOLUTIONS ou MEGADATA
COMPUTAÇÕES LTDA, contudo, há registros no documento fiscal da empresa GRV
INFO TECNOLOGIA LTDA com outro número de CNPJ o Nº 09.473.050/0001-60, mas a
pesquisa em sistema disponível ao DPF detectou que o nome comercial vinculado a esse
CNPJ nº 09.473.050/0001-60 é o da empresa CETIP INFO TECNOLOGIA S.A. em ambos
os casos o ROBERTO DAGNONI (CPF Nº 920.122.489-34) é sócio.
Essa transação consta do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF -
REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, em setembro de 2011.

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12. SGR CONSULTORIA X FLAVIO ROGERIO DA SILVA:

Operações Individualizadas Valores Somados

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


06/09/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 104.000,00
23/09/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 251.168,00
01/02/2008 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 37.000,00
07/02/2008 1504193 / 707 / 237 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 37.000,00
13/11/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 90.000,00
30/03/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 82.114,14
06/05/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 35.000,00
11/08/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 60.000,00
13/07/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 44.384,00
29/09/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 18.330,86
24/10/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 16.400,00
10/11/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 12.671,01
01/12/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1504193 / 707 / 237 R$ 200.000,00

FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA é irmão do JOSÉ RICARDO DA SILVA,


EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, filho de EIVANY ANTONIO DA SILVA com
NICEA DANTAS FERREIA CANÁRIO (nome de solteira, NICEA CANÁRIO DA
SILVA era o seu nome de casada).
Em que pese o FLÁVIO ROGÉRIO não participe do quadro societário
da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, o mesmo parece ter participação ativa já
que recebeu da empresa, ao logo do período investigado, o montante de R$ 914.068,01

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(no0vecentos e catorze mil sessenta e oito reais e um centavo) em sua conta 1504193 da
agência 707 do Banco Bradesco, isso sem contabilizar os R$ 512.105,00 (quinhentos e
doze mil cento e cinco reais) que foram depositados na conta conjunta que mantém com
seus mencionados irmãos de número 223921 agência 941 do Banco do Brasil.
Sobressaem-se na conta do FLAVIO em comento o recebimento do
montante de R$ 355.168,00 (trezentos e cinquenta e cinco mil centos e sessenta e oito
reais) setembro de 2005, R$ 177.114,14 (cento e setenta e sete mil cento e catorze reais
e catorze centavos) entre março e agosto de 2010, e, principalmente, 05 (cinco)
depósitos que totalizaram R$ 291.785,87 (duzentos e noventa e um mil setecentos e
oitenta e cinco reais e oitenta e sete centavos) entre julho e dezembro de 2011, próximo
ou justamente no período em que foram realizadas as transferências que resultaram em
aproximadamente R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) feitas pela RBS ADM E
COBRANCAS LTDA à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, com destaque
para o depósito de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em 01/12/2011.
Não há no Dossiê Integrado ou Declaração de Ajuste de imposto de Renda
da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL ou do próprio FLAVIO ROGÉRIO DA
SILVA, qualquer menção de prestação de serviço ou doação em favor desse último que
justificasse ou explanassem as transferências realizadas para o mesmo.
Tendo em vista os valores movimentados para a conta do FLAVIO pode
servir de intermediário para posterior realização de saque e depósitos em outras contas de
“colaboradores” do grupo, entretanto, falaremos mais do FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA
em tópico específico, já que o mesmo mantém uma enormidade de contas e é sócio da
empresa da família AGROPECUÁRIA TERRAFERTIL.
Já em há uma nova conta relacionada ao FLAVIO ROGERIO DA SILVA,
pertencente ao IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E

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PROJETOS ECONÔMICOS LTDA, empresa que teve no seu quadro societário além do
FLAVIO o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS.

13. SGR CONSULTORIA X IDEPE:

Operações individualizadas Valores somados

De acordo com o gráfico acima, verificamos que a conta do IDEPE


INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONÔMICOS
LTDA, enviou para a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o total de R$ 618.625,00
(seiscentos e dezoito mil seiscentos e vinte e cinco reais) em três 02 (duas) transações
ocorridas em 11/11/2009, na qual foram transferidos de R$ 318.625,00 (trezentos e
dezoito mil seiscentos e vinte e cinco reais), e em 11/12/2009 que foi transferido o valor
de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Vale informar que o banco Bradesco, ao passar as informações da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL, não especificou o número da conta que originou a
remessa, contudo, esse vácuo foi suprido pelo Banco do Brasil ao repassar as transações da
conta 1311007 da agência 2881, pertencente ao INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
DE ESTUDOS E PROJETOS ECONÔMICOS LTDA, nas quais constam essas mesmas 02

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(duas) transferência de 11/11/2009 e 11/12/2009, razão pela qual podemos inferir que se
trate da mesma conta do citado instituto.
No Dossiê Integrado ou Declaração de Ajuste de imposto de Renda da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL ou do próprio INSTITUTO DE
DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONÔMICOS LTDA, não há
qualquer menção de prestação de serviço ou doação em favor desse último que justificasse
ou explanassem as transferências realizadas para o mesmo.
Em que peses tenhamos item específico para tratar do INSTITUTO DE
DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONÔMICOS LTDA, vale aqui
mencionar que o mesmo contou com sócios como o FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA e o
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, sendo que ambos deixaram a empresa, o primeiro
em 24/09/2012 e o segundo em 11/03/2013. Permanece ainda como sócia a MARGARET
PAES DOS SANTOS, irmã do ALEXANDRE PAES DOS SANTOS.

14. SGR CONSULTORIA X TOV CORRETORA DE CÂMBIO LTDA:

Valores somados
Operações individualizadas

De acordo com o gráfico e tabela acima, verificamos que a TOV


CORRETORA DE CÂMBIO LTDA (CNPJ Nº 74.451.022/0001-04), por meio de sua
conta 66522 agência 1248 do Banco Itaú Unibanco enviou para a conta da SGR

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CONSULTORIA EMPRESARIAL o total de R$ 566.400,03 (quinhentos e sessenta e seis


mil quatrocentos reais e três centavos), em 03 (três) transferências, sendo a primeira
em 26/10/2005 de R$ 93.850,00 (noventa e três mil oitocentos e cinquenta reais), a
segunda em 14/02/2006 de R$ 378.700,03 (trezentos e setenta e oito mil setecentos reais
e três centavos) e a última também no valor de R$ 93.850,00 (noventa e três mil
oitocentos e cinquenta reais) ocorrida em 02/03/2006.
Dessas transações, consta do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF -
REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, somente o para pagamento do ano-calendário
2005, isto é, o de 26/10/2005, não constando nada que justificasse as demais transações
ocorridas em 14/02/2006 e 02/03/2006, resultado em uma diferença de R$ 472.550,03
(quatrocentos e setenta e dois mil quinhentos e cinquenta reais e três centavos).
Identificamos 03 (três) processos no CARF em desfavor da TOV
CORRETORA DE CÂMBIO LTDA (CNPJ Nº 74.451.022/0001-04), números
16327.721704/2011-38, 16327.721705/2011-82 e o 16327.001381/2004-33. Este último
processo de número 16327.001381/2004-33, nos chamou a atenção pela movimentação
processual, vejamos:

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Analisando a movimentação acima é possível observar que data de sessão


de julgamento foi 26/01/2006, (Acórdão 101-95.367) (período em que ocorreram os 02
(dois) últimos pagamentos) com decisão favorável ao contribuinte e teve como relator o
Conselheiro investigado, PAULO ROBERTO CORTEZ e além dele participaram do
julgamento os Conselheiros Sebastião Rodrigues Cabral, VALMIR SANDRI, Sandra Maria
Faroni, Caio Marcos Cândido, Orlando José Gonçalves Bueno e Mário Junqueira Franco
Junior, sendo que o segundo pagamento de 14/02/2006 de R$ 378.700,03 (trezentos e
setenta e oito mil setecentos reais e três centavos), ocorreu em pouco mais de 15
(quinze) dias após o julgamento. Outro ponto interessante foi que o pagamento do dia
26/10/2005 ocorreu justamente entre o sorteio do Relator, que foi o PAULO ROBERTO
CORTEZ, em 10/08/2005 e a rápida colocação em pauta no dia 23/11/2005.
Cumpre ainda mencionar que o sócio principal da TOV CORRETORA DE
CAMBIO, TITULOS E VALORES MOBILIARIOS LTDA é o FERNANDO
FRANCISCO BROCHADO HELLER (CPF Nº 030.076.338-77), com quem EDISON
PEREIRA RODRIGUES manteve contato em diálogos interceptados que serão detalhados
mais a frente, bem como falaremos dos diálogos travados entre a MEIGAN com a
GUSTAVA HELLER (provável esposa do FERNANDO), que comprovam que a prática de
advocacia administrativa fazendária no interesse desse cliente já data de longo período.

15. SGR CONSULTORIA X SUZANO PAPEL CELULOSE S.A.:

Valores somados
Operações individualizadas

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De acordo com os gráficos acima, verificamos que a empresa SUZANO


PAPEL CELULOSE S.A (CNPJ Nº 16.404.287/0033-32), através de sua conta número
84805 agência 910 do Banco Itaú Unibanco, enviou para a conta da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL o total de R$ 469.250,00 (quatrocentos e sessenta e nove mil duzentos
e cinquenta reais), em 02 (duas) transferências, sendo a primeira em 24/10/2007, no
valor de R$ 46.925,00 (quarenta e seis mil novecentos e vinte e cinco reais) e a segunda
em 07/01/2009, no eleva do importe de R$ 422.325,00 (quatrocentos e vinte e dois mil
trezentos e vinte e cinco reais).
Ambas as transações constam do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF
- REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, estando os valores sem o recolhimento de
impostos de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) no ano-calendário 2007, e R$ 450.000,00
(quatrocentos e cinquenta mil reais) no ano-calendário de 2008.
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério “SUZANO
PAPEL”, foram encontrados 87 (oitenta e sete) acórdãos, referentes à COMPANHIA
SUZANO DE PAPEL E CELULOSE, bem como da sua sucessora SUZANO PAPEL
E CELULOSE S.A.
De plano, nos chamou a atenção o Processo nº 19515.003089/200698, já que
no mesmo participaram da sessão de julgamento do dia 30/06/2011 os conselheiros:
Francisco de Sales Ribeiro, JOSÉ RICARDO DA SILVA (Vice-Presidente), Edeli
Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro e
Nara Cristina Takeda.
Outro Processo que chama a atenção é o de número 13808.002059/98-58, o
qual teve o PAULO ROBERTO CORTEZ como relator, e ainda participaram do presente
julgamento ocorrido em junho de 2007, e somente formalizado em março de 2009 (período
próximos dos pagamentos realizados) os Conselheiros JOSÉ RICARDO DA SILVA,

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sandra maria faroni, VALMIR SANDRI, Caio Marcos Cândido e Marcos Vinicius Barros
Ott'oni (Suplente Convocado).
Mais uma vez causa-nos grande estranheza que o Conselheiro JOSÉ
RICARDO DA SILVA tenha participado desses julgamentos cujo contribuinte interessado
era justamente empresa “cliente” que realizou pagamentos para a SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL. Essa conduta denota que o JOSÉ RICARDO tinha interesse pessoal nas
decisões e não levantou suspeição ou incompatibilidade.

16. SGR CONSULTORIA X VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL


S.A.:

Operações individualizadas Valores somados

De forma idêntica ao item anterior que tratava da empresa SUZANO PAPEL


E CELULOSE S.A., verificamos que a empresa VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL
S.A. (CNPJ Nº 60.643.228/0001-21), através de sua conta número 7700313 agência 689 do
Banco Real, também enviou para a conta da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o
total de R$ 469.250,00 (quatrocentos e sessenta e nove mil duzentos e cinquenta reais),
em 02 (duas) transferências, no entanto em datas diferentes, ambas no ano de 2008. A
primeira ocorreu em 29/01/2008, no valor de R$ 46.925,00 (quarenta e seis mil

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novecentos e vinte e cinco reais) e a segunda em 22/09/2008, no valor de R$ 422.325,00


(quatrocentos e vinte e dois mil trezentos e vinte e cinco reais).
Ambas as transações constam do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF
- REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o recolhimento de
impostos como R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 450.000,00 (quatrocentos e
cinquenta mil reais), ambos no ano-calendário de 2008.
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº
“60.643.228/0001-21”, encontramos 34 (trinta e quatro) acórdãos, referentes à FIBRIA
CELULOSE S/A, sucessora da VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL S.A., mas em que
pese tenhamos identificado esse padrão de ramo (papel e celulose) e de valores idênticos,
não achamos nenhum processo que oferecesse situações que nos chamasse a atenção seja
por coincidência com pagamentos seja pela presença de conselheiros investigados nas
decisões.

17. SGR CONSULTORIA X EIVANY ANTONIO DA SILVA:

Entidade A Direção Entidade B VALOR


64408 / 2837 / 237 A ---> B 496188003 / 23 / 479 R$ 60.000,00

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64408 / 2837 / 237 A ---> B 71161 / 2837 / 237 R$ 55.000,00


64408 / 2837 / 237 A ---> B 5127998 / 3602 /1 R$ 25.000,00
64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 461.857,09
64408 / 2837 / 237 A ---> B 512799 / 4883 / 1 R$ 15.871,80

Como é possível observar no gráfico e tabela acima, a conta corrente


principal da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL se relacionou com 06 (seis) contas do
EIVANY ANTÔNIO DA SILVA, sendo 03 (três) do BRADESCO e 02 (duas) do BANCO
DO BRASIL e um do BANCO ITAU UNIBANCO. O valor total transferido entre a da
SGR CONSULTORIA e as contas do JOSÉ RICARDO foi de R$ 617.728,89 (seiscentos e
dezessete mil setecentos e vinte oito reais e oitenta e nove centavos).
No Dossiê Integrado de EIVANY ANTONIO DA SILVA, está
informado como “RENDIMENTO DIPJ / LUCRO PRESUMIDO SÓCIO PESSOA
FÍSICA DOMICILIADO NO BRASIL / JUROS CAP. PR´ÓP.” O valor de R$
1.217.932,00 (um milhão duzentos e dezessete mil novecentos e trinta e dois reais) no
ano base 2005. Na Declaração Anual Imposto de Renda ano-calendário 2005
(exercício 2006) esse valor aparece como “rendimentos isentos e não tributáveis”,
sendo que a sua renda oriunda do Ministério da Fazenda foi de 182.723,40 (cento e
oitenta setecentos e vinte e três reais e quarenta centavos).
Considerando a quantidade de transações ocorridas buscaremos detalhar as
individualmente as contas e suas transações financeiras logo abaixo.

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Conta Poupança 605050 / 707 / 237 Outras Contas

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


07/01/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 496188003 / 23 / 479 R$ 60.000,00
07/01/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 11.000,00
17/06/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
14/11/2005 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 7.000,00
07/02/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
16/02/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 71161 / 2837 / 237 R$ 10.000,00
16/02/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
01/03/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 71161 / 2837 / 237 R$ 10.000,00
01/03/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 10.000,00
31/08/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 71161 / 2837 / 237 R$ 10.000,00
05/01/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 5127998 / 3602 /1 R$ 25.000,00
05/01/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 71161 / 2837 / 237 R$ 25.000,00
05/01/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 25.000,00
03/05/2007 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 314.000,00
31/07/2008 64408 / 2837 / 237 A ---> B 512799 / 4883 / 1 R$ 15.871,80
31/10/2008 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 15.000,00
05/10/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 20.000,00
18/01/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 605050 / 707 / 237 (Poupança) R$ 19.857,09

Como é possível observar no gráfico e tabela acima, a principal da conta do


EIVANY em relação à SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL foi a conta poupança nº
605050 da agência 707 do Banco Bradesco a qual recebeu o montante de R$ 461.857,09
(quatrocentos e sessenta e um mil oitocentos e cinquenta e sete reais e nove centavos)
em 11 (onze) transações, destacando a realizada no dia 03/05/2007 a qual teve o valor
de R$ 314.000,00 (trezentos e catorze mil reais).

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As demais contas do EIVANY receberam a coma de R$ 155.871,80 (cento e


cinquenta e cinco mil oitocentos e setenta e um reais e oitenta centavos) em 07 (sete)
transações, das quais se destacam as realizadas no dia 05/01/2007 em que foram
depositados R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil) distribuídos em 03 (três) contas
diferentes cada uma recebendo R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

18. SGR CONSULTORIA X WEREBE E ASSOCIADOS ADVOGADOS :

Verificamos no gráfico acima que o escritório WEREBE E ASSOCIADOS


E CONSULTORES LEGAIS (CNPJ Nº 48.701.056/0001-08) realizou uma transferência
no dia 15/05/2007 no valor de R$ 422.325,00 (quatrocentos e vinte e dois mil trezentos
e vinte cinco reais) através de sua conta nº 1476009 da agência 138 do Banco Bradesco
para a conta principal da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL.
Da mesma forma, de posse das informações bancárias, pudemos
complementar as informações repassadas pelo COAF que diz que o VITOR WEREBE
(advogado de São Paulo do Escritório Werebe & Associados Advogados e Consultores
Legais S/C) teria sido o responsável pelo depósito em espécie no valor de R$ 325.000,00
(trezentos e vinte e cinco mil reais) no dia 21/12/2005. Esse depósito foi confirmado no
valor e dia mencionados através das informações repassadas pelo Banco Bradesco, contudo
a informação do banco está incompleta e aparece comente como sendo um depósito em

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favor SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, mas decorrente da Agência Consolação nº


138, que é justamente a agência da conta do escritório de advocacia.
Notícia do site CONJUR indica que o VITOR WEREBE atua na área
Tributária com impugnação de autuações da Receita Federal (http://www.conjur.com.br/2004-
fev-02/juiza_autoriza_empresa_assistir_julgamento_receita), nos causando grande estranheza que tão
conceituado escritório em 02 (duas) oportunidades realize pagamentos que somados
atingiram o montante de R$ 747.325,00 (setecentos e quarenta e sete mil trezentos e
vinte e cinco reais), provavelmente como contraprestação de serviços prestados pela SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL em favor de clientes do escritório de advocacia.

19. SGR CONSULTORIA X CONTA 2600051063 / 10 / 1:

Operações Individualizadas Valores Somados

Acima no gráfico uma conta que não foi identificada pelo Banco do Brasil
quando enviou o afastamento do sigilo bancário da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL, assim não foi possível ainda identificar o titular dessa conta. Em contato
com o Banco do Brasil os mesmos explicaram que o prefixo “26000” normalmente é de
conta interna do banco.
Como é possível observar a Conta nº 2600051063 da agência 10 do
Banco do Brasil enviou para a conta da SGR o total de R$ 405.502,06 (quatrocentos e

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cinco mil quinhentos e dois reais e três centavos), em 02 (duas) transferências em


dezembro de 2006, a primeira, no dia 27/12/2006, de R$ 276.095,05 (Duzentos e
setenta e seis mil noventa e cinco reais e cinco centavos), e a segunda, no dia
28/12/2006 de R$ 129.406,98 (cento e vinte e nove mil quatrocentos e seis reais e
noventa e oito centavos). Ambas os lançamentos são descritos como sendo
“TRANSF.ENTRE AGEN.CHEQUE”.
Feita a consulta ao Banco do Brasil acerca de dado de cadastro dessa conta
obtivemos a informação de que a conta nº 2600051063, da agência 0010, na verdade trata-
se da conta nº 5106-3, de titularidade da empresa INDUSTRIAL E COMERCIAL
BRASILEIRA LTDA (CNPJ Nº 92.721.315/0001-46), e realizada a pesquisa no Dossiê
Integrado da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL foi possível confirmar tanto o nome
da empresa como a declaração dos valores no Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF
- REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o recolhimento de
impostos como R$ R$ 432.074,60 (quatrocentos e trinta e dois mil setenta e quatro reais e
sessenta centavos) em dezembro do ano-calendário de 2006.
Consultada a base de dados da Receita Federal acerca do CNPJ Nº
92.721.315/0001-46, verificamos que o nome de fantasia da empresa INDUSTRIAL E
COMERCIAL BRASILEIRA LTDA é a INCOBRASA, situada em Porto Alegre/RS, tem
como sócio responsável o RENATO BASTOS RIBEIRO (CPF Nº 001.248.260-91), e os
demais são a INCOBRASA AGRICOLA LTDA (CNPJ Nº 84.591.999/0001-80),
CORONEL PEDRO OSORIO AGROPECUARIA LTDA (CNPJ Nº 92.193.861/0001-51),
OLEOS VEGETAIS TAQUARUSSU LTDA (CNPJ Nº 89.982.078/0001-62), ALUIZIO
MERLIN RIBEIRO (CPF Nº 563.757.780-34), ADVAIR CORBARI (CPF Nº
114.298.959-34), ROGERIO MERLIN RIBEIRO (CPF Nº 932.631.550-91) e CARLOS
ALBERTO BASTOS RIBEIRO

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(CPF Nº 085.110.710-91).
Uma vez consultado o site do CARF identificamos vários processos dentre
os quais se destacaram em razão do período de tramitação, o de número 13002.000254-97-
92 e especialmente o Processo nº 11080.000449/00-33, o qual foi convertido em diligência
em dezembro de 2006 (mesmo mês dos pagamentos) e posteriormente, quando do seu
julgamento em maio de 2009 (Acórdão 1101-00.035) contou com a participação do JOSÉ
RICARDO, obtendo provimento parcial, mesmo tendo sua empresa recebido a expressiva
quantia acima revelada de mais de R$ 405.502,06 (quatrocentos e cinco mil quinhentos e
dois reais e três centavos).

20. SGR CONSULTORIA X ELECTROLUX DO BRASIL S.A:

Operações Individualizadas Valores Somados

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


05/01/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 9.385,00
17/01/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,85
28/02/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,85
23/03/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,85
25/04/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 18.266,20
19/05/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
23/06/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84

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03/08/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84


25/08/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
28/09/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
17/10/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
25/11/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
29/12/2005 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
30/01/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
23/03/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 35.957,68
25/05/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 35.957,68
23/06/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
02/08/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
28/08/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84
29/09/2006 37000902 / 7 / 479 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 17.978,84

Observamos através do gráfico e tabela acima que a SGR CONSULTORIA


EMPRESARIAL e a ELECTROLUX DO BRASIL S.A. mantiveram uma relação estável
por mais de um ano e meio resultando em 20 (vinte) transferências, quase que mensais, que
resultaram no montante de R$ 387.228,03 (trezentos e oitenta e sete mil duzentos e vinte
e oito reais e três centavos). Todos os depósitos decorreram da conta nº 37000902,
agência 07 do Itaubank S.A., e na média e foram transferidos aproximadamente R$
18.000,00 (dezoito mil reais) mensalmente, entre os meses de janeiro de 2005 a setembro
de 2006, com destaque para os meses de março e maio de 2006 que receberam os valores
dobrados.
As transações constam do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF -
REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o recolhimento de
impostos como R$ 229.884,00 (duzentos e vinte e nove mil oitocentos e oitenta e quatro
reais) no ano-calendário de 2005 e R$ 172.413,00 (cento e setenta e dois mil quatrocentos e
treze reais) no ano-calendário de 2006.

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Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº


“76487032000125” encontramos 33 (trinta e três) acórdãos, referentes à ELECTROLUX
DO BRASIL S.A. (CNPJ Nº 76.487.032/0001-25).
Destacou-se o Processo nº 10980.002897/00-74, posto que segundo o
Acórdão nº 101-94.282, participaram da turma de julgamento o EDISON PEREIRA
RODRIGUES, PAULO ROBERTO CORTEZ e o VALMIR SANDRI em julho de 2003
formalizado em agosto desse mesmo ano. Posteriormente houve julgamento de embargos
de declaração (Acórdão nº 101-95.264), em 10/11/2005, que teve como relator o PAULO
ROBERTO CORTEZ. Ressalte-se que o Processo subiu para a Câmara Superior em
16/11/2006, pouco depois de cessarem os pagamentos realizados pela empresa.
Outro Processo que segue a mesma linha é o de número 10980.002901/00-
40, e conforme o Acórdão nº 101-94.339, este também foi julgado em setembro de 2003
(formalizado em dezembro de 2003), contando com EDISON PEREIRA RODRIGUES,
PAULO ROBERTO CORTEZ (Relator) e o VALMIR SANDRI na turma e posteriormente
o PAULO ROBERTO CORTEZ também foi o relator dos embargos de declaração em
25/05/2006 (Acórdão nº 101-95.551). Ressalte-se que o Processo subiu para a Câmara
Superior em 10/11/2006, pouco depois de cessarem os pagamentos realizados pela
empresa.

21. SGR CONSULTORIA X QUALY MARCAS:

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Operações Individualizadas Valores Somados

Conforme acima demonstrado a empresa QUALY MARCAS COMÉRCIO


E EXPORTAÇÃO DE CEREAIS LTDA (CNPJ: 23.591.589/0001-45), por meio de sua
conta nº 1252 da agência 1956 do Banco Bradesco transferiu para a conta da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL o total de R$ 305.012,50 (trezentos e cinco mil doze
reais e cinquenta centavos), em 02 (duas) transferências, sendo a primeira no dia
29/08/2006, no valor de R$ 187.700,00 (cento e oitenta e sete mil s setecentos reais) e a
segunda, quase 02 (dois) anos depois, no dia 01/07/2008 no valor de R$ 117.312,50
(cento e dezessete mil trezentos e doze reais e cinquenta centavos).
Analisando as informações do Dossiê Integrado e Ajuste de Imposto de
Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, somente consta como
“Tributo / Descrição: 1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, o valor
sem o recolhimento de impostos de R$ 125.000,00 (cento e vinte e cinco mil reais) no ano-
calendário de 2008, não havendo qualquer menção à parcela do ano-calendário de 2006.
Realizada a pesquisa através do CNPJ da empresa em comento, um processo
que parece importante para a QUALY MARCAS é o de número 13674.000107/99-90, o
qual está em trâmite no CARF desde 06/09/2001, aparece a empresa INDÚSTRIA E
COMÉRCIO DE CAFÉ IRMÃOS JÚLIO LTDA como recorrente e que ocorreram 08
(oito) decisões ao longo desse processo. Em que pese na movimentação processual o

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EIVANY ANTONIO DA SILVA atuava como advogado do contribuinte, não


identificamos nas decisões participação de Conselheiros que nos chamasse a atenção.
Ainda há processo nº 10665.000819/2001-04, o qual teve julgamento dia
24/05/2006 e formalização em 06/10/2006, justamente o período do pagamento da primeira
parcela, no entanto, da mesma forma que aconteceu no processo anterior, não identificamos
participação de Conselheiros que nos chamasse a atenção.

22. SGR CONSULTORIA X CAENGE S.A.:

Valores Somados
Operações Individualizadas

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


22/10/2009 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 36.667,08
04/01/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 32.157,03
01/04/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 37.906,68
01/04/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 37.906,68

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30/07/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 39.070,78


15/10/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 39.070,78
22/11/2010 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 39.070,78
27/04/2011 159934 / 52 / 422 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 39.070,78

Observamos através do gráfico e tabela acima que a SGR CONSULTORIA


EMPRESARIAL e a CAENGE S.A - CONSTRUCAO ADMINISTRACAO E
ENGENHARIA mantiveram uma relação constante por mais de um ano e meio resultando
em 08 (oito) transferências, quase trimestral, que resultaram no montante de R$ 300.920,59
(trezentos mil novecentos e vinte reais e cinquenta e nove centavos). Todas as
transferências decorreram a partir da nº 159934, agência 52 do Banco Safra, e na
média e foram transferidos aproximadamente R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais)
trimestralmente, entre os meses de outubro de 2009 a abril de 2011, com destaque
para o mês de abril de 2010 em que ocorreram 02 (duas) transferências de R$
37.906,68 (trinta e sete mil novecentos e seis reais e sessenta e oito centavos).
As transações constam do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF -
REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o recolhimento de
impostos como R$ 108.901,23 (cento e oito mil novecentos e um reais e vinte e três
centavos) no ano-calendário de 2009 e R$ R$ 73.334,16 (setenta e três mil trezentos e trinta
e quatro centavos) no ano-calendário de 2010.
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº
“00578443000164” encontramos 03 (três) processos, referentes à CAENGE S.A -
CONSTRUCAO ADMINISTRACAO E ENGENHARIA (CNPJ Nº 00.578.443/0001-64)
dos quais interessa o Processo nº 14041.000167/2004-31. Este teve julgamento em
17/09/2008, mas estranhamente, passados 06 (seis) anos, ainda não há no site o acórdão
referente ao processo, assim colocaremos abaixo a tela da pesquisa no site do CARF, mas o

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interessante é que para este cliente CAENGE, o Conselheiro JOSÉ RICARDO DA SILVA
aparece como impedido de participar do julgamento.

23. SGR CONSULTORIA X AVIPAL S.A.:

Conforme gráfico observamos que a AVIPAL S.A (CNPJ Nº


92.776.665/0001-00) transferiu para a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o valor de
R$ 292.242,78 (duzentos e noventa e dois mil duzentos e quarenta e dois reais e setenta
e oito centavos) numa transferência feita no dia 16/06/2007.
A transação consta no Dossiê integrado do Ajuste de Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição:
1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o
recolhimento de impostos como sendo R$ 311.393,48 (trezentos e onze mil trezentos e

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noventa e três reais e quarenta e oito centavos) no ano-calendário de 2007. O CNPJ


utilizado (92.776.665/0001-00) é o mesmo, entretanto, o nome lá constante é ELEVA
ALIMENTOS S.A.
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº
“92776665000100” encontramos 53 (cinquenta e três) acórdãos, referentes à AVIPAL S.A.
(CNPJ Nº 92.776.665/0001-00), e ELEVA ALIMENTOS S.A (de mesmo CNPJ)
Os processos 11080.012500/2002-38 e 11080.009340/2004-10 tiveram o
VALMIR SANDRI como o relator e o Conselheiro JOSE RICARDO DA SILVA declarou-
se impedido e participar do julgamento. Os recursos voluntários foram julgados
improcedentes por unanimidade, respectivamente, nos dias 16/12/2008 e 13/03/2009. O
JOSÉ RICARDO DA SILVA também se declarou impedido no Processo nº
11080.009832/2004-05 que foi julgado em 02/10/2010.
No item relacionado à interceptação telemática há alguns e-mail do JOSÉ
RICARDO para seus parceiros de São Paulo da ALFA ATENAS e PLANEJA em que se
confirma que o JOSÉ RICARDO é sim contratado da ELEVA ALIMENTOS S/A para
trabalhar em processos em trâmite do CARF, mencionando especialmente o Processo nº
11080.011652/2003-02, no qual JOSÉ RICARDO recebe de EZIQUIEL um e-mail uma
informação fiscal e a cópia de acórdão 3301-00.427.

24. SGR CONSULTORIA X MERCK S.A.:

Valores Somados

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Operações Individualizadas

À vista dos gráficos acima observamos que a MERCK S.A (CNPJ Nº


33.069.212/0001-84) transferiu para a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o montante
de R$ 257.208,67 (duzentos e cinquenta e sete mil duzentos e oito reais e sessenta e sete
centavos) em 02 (duas) transferências, sendo a primeira no valor de R$ 243.465,67
(duzentos e quarenta e três mil quatrocentos e sessenta e sete reais e sessenta e sete
centavos) ocorrida em 05/01/2005, e a segunda no dia 04/02/2005 no valor de R$
13.743,00 (treze mil setecentos e quarenta e três reais).
A transação consta no Dossiê integrado do Ajuste de Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição:
CNPJ Fundo/Clube Investimento”, constando os valores sem o recolhimento de impostos
como sendo R$ 14.643,56 (catorze mil quatrocentos e quarenta e três reais e cinquenta e
seis centavos) no ano-calendário de 2005. Assim, não há registro do pagamento do maior
valor de R$ 243.465,67 (duzentos e quarenta e três mil quatrocentos e sessenta e sete reais e
sessenta e sete centavos).
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº
“33.069.212/0001-84” em “acompanhamento processual” 01 (um) processo nos chamou
atenção, o de número 15374.000246/0093, já que o mesmo teve o investigado PAULO
ROBERTO CORTEZ como o seu relator, tendo o Recurso da MERCK S/A
INDÚSTRIAS QUÍMICAS sido parcialmente provido, e segundo o Acórdão nº 101-

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94.789, o julgamento ocorreu em 01/12/2004 tendo disso formalizado em


01/02/2005, período dos pagamentos que ocorreram em 05/01/2005 e 04/02/2005.

25. SGR CONSULTORIA X VINICIO KALID ADVOCACIA:

Verificamos acima que a pessoa jurídica VINICIO KALID ADVOCACIA


EMPRESARIAL (CNPJ Nº 08.739.510/0001-97) efetuou 01 (um) depósito de R$
222.007,81 (duzentos e vinte dois mil sete reais e oitenta e um centavos) na data de
03/12/2008 para a conta corrente da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL.
A pessoa jurídica se trata de um escritório de advocacia que tem como sócio
responsável o VINICIO KALID ANTONIO (CPF Nº 555.972.036-49) e sede na Avenida
Prudente de Morais, nº 1070, Coração de Jesus, Belo horizonte/MG, e possui nada menos
que 50 (cinquenta) advogados associados, razão pela qual causa bastante estranheza a
subcontratação ou a contratação da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL senão para
obter o principal produto oferecido pela “consultoria”, diga-se facilidade de acesso ao
CARF, já que juridicamente não faria o menor sentido.
A transação consta no Dossiê integrado do Ajuste de Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição:
1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o
recolhimento de impostos como sendo R$ 236.556,00 (duzentos e trinta e seis mil
quinhentos e cinquenta e seis reais) no ano-calendário de 2008.

26. SGR CONSULTORIA X HOTÉIS ROYAL PALM:

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Operações Individualizadas Valores Somados

Aqui pudemos observar que a empresa HOTEIS ROYAL PALM PLAZA


LTDA (CNPJ Nº 46.134.425/0001-94) realizou 02 (dois) depósitos na conta corrente da
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL que totalizaram R$ 217.260,37 (duzentos e
dezessete mil duzentos e sessenta reais e trinta e sete centavos) sendo que o primeiro
depósito no valor de R$ 99.947,87 (noventa e nove mil novecentos e quarenta e sete
reais e oitenta e sete centavos) ocorreu no dia 06/02/2006, e o segundo no valor de R$
117.325,50 (cento e dezessete mil trezentos e vinte e cinco reais e cinquenta centavos)
no dia 16/06/2006.
Em consulta ao site do CARF com o critério de pesquisa do CNPJ
“46.134.425/0001-94” em acompanhamento processual, foram localizados 03 (três)
processos de números 12045.000650/2007-01, 17546.000206/2007-50 e
17546.000177/2007-26, todos em desfavor dos HOTEIS ROYAL PALM PLAZA LTDA,
no entanto todos entraram no CARF após a realização dos depósitos acima comentados,
mas durante o período em que o JOSÉ RICARDO DA SILVA era conselheiro. Do processo
nº 12045.000650/2007-01, surgiu o Acórdão nº 2301-01.0814, e do Processo decorre o
Acórdão nº 2301-02.665.
Pesquisa relacionada ao quadro societário da empresa identificou a ROYAL
PALM PLAZA PARTICIPACOES E EMPREENDIMENTOS LTDA (CNPJ Nº

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

43.649.359/0001-05), se tratando, pois, de empresa do mesmos grupo econômico, e que


também teve processos no CARF de números 10830.007372/2004-80, 10830.002504/00-64
e 10830.003824/2007-05, sendo os 02 (dois) primeiro mais antigos, podendo ser o início da
relação do Grupo econômico com a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL. Do processo
mais antigo nº 10830.002504-00-64, decorre o Acórdão nº 203-09.592.
As transações acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de renda ao Fisco.

27. SGR CONSULTORIA X HERMES RIBEIRO SANTOS:

Operações Individualizadas Valores Somados


HERMES RIBEIRO DOS SANTOS é pai do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS e ao que tudo indica é a pessoa interposta utilizada por este para receber dinheiro
de diversas fontes, e no caso ora apresentado, da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL.
A conta acima mencionada 961112 da agência 4267 do Banco do Brasil tem
como o titular o HERMES, mas segundo informações repassadas pela própria instituição
financeira, o ALEXANDRE é co-titular e por isso ela teve seu sigilo afastado conforme
autorizado em decisão judicial dos autos do Processo 28068-86.2014.4.01.3400, que
autorizou o afastamento de contas em que os investigados eram titulares, co-titulares ou
procuradores.

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Como observamos acima a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL


efetuou 02 (duas) transferências para a conta conjunta do HERMES / ALEXANDRE,
que somaram a importância de R$ 186.000,00 (cento e oitenta e seis mil reais), sendo
um no dia 12/03/2010, no valor de R$ 86.000,00 (oitenta e seis mil reais) e segunda no
dia 08/06/2010 de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
No Dossiê Integrado ou Declaração de Ajuste de imposto de Renda da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL ou do próprio ALEXANDRE PAES DOS SANTOS,
não existe qualquer menção de prestação de serviço ou doação em favor desse último que
justificasse ou explanassem as transferências realizadas para o mesmo, tendo sido tal
informação sonegada ao Fisco.
Tendo em vista os valores movimentados para a conta do HERMES pode
servir de intermediário para posterior realização de saque e depósitos em outras contas de
“colaboradores” do grupo.
Vale relembrar que o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS foi sócio do
FLAVIO ROGERIO DA SILVA, irmão do JOSÉ RICARDO DA SILVA no IDEPE
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONÔMICOS
LTDA, e que o ALEXADRE também foi sócio do JOSÉ RICARDO na empresa DAVOS
ENERGIA LTDA.

28. SGR CONSULTORIA X OPPORTUNITY G. R. LTDA:

Operações Individualizadas Valores Somados

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Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


17/04/2009 38438 / 911 / 341 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 44.425,00
27/07/2009 38438 / 911 / 341 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 44.425,00
27/07/2009 38438 / 911 / 341 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 44.425,00
27/07/2009 38438 / 911 / 341 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 44.425,00

Os gráficos acima informam que a empresa OPPORTUNITY GESTORA


DE RECURSOS LTDA (CNPJ Nº 01.608.570/0001-21) realizou 04 (quatro) depósitos na
conta SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, totalizando o montante de R$ 177.700,00
(cento e setenta e sete mil e setecentos reais) sendo a primeira ocorrida no dia
17/04/2009 no valor de 44.425,00 (quarenta e quatro mil quatrocentos e vinte e cinco
reais), e as demais 03 (três) todas no mesmo dia 21/07/2009, também no valor de R$
44.425,00 (quarenta e quatro mil quatrocentos e vinte e cinco reais), cada uma delas.
A empresa tem OPPORTUNITY GESTORA DE RECURSOS LTDA
(CNPJ Nº 01.608.570/0001-21) tem como sócio responsável o NORBERTO AGUIAR
TOMAZ, e tem pessoa jurídica SANTA LUZIA COMERCIAL E PARTICIPACOES
LTDA (CNPJ Nº 36.163.277/0001-82) no quadro societário, que ainda conta com a
participação do famoso banqueiro DANIEL VALENTE DANTAS e VERNÔNICA
VALENTE DANTAS.
As transações constam no Dossiê integrado do Ajuste de Imposto de Renda
da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição:
1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o
recolhimento de impostos como sendo R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) no ano-
calendário de 2009.
Em pesquisa ao sítio do CARF na internet com o critério do CNPJ Nº
“01.608.570/0001-21” em “acompanhamento processual”, foram localizados 18 (dezoito)
processos em desfavor da OPPORTUNITY GESTORA DE RECURSOS LTDA, mas

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somente 01 (um) processo nos chamou atenção, o de número 10768.003622/2002-41, o


único com uma decisão em sede de embargos de declaração, Acórdão nº 1802-01.324.

29. SGR CONSULTORIA X GRUPO PLANEJA:

Acima observamos que a PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL


LTDA (CNPJ Nº 09.505.599/0001-90) e a PLANEJA PARTICIPAÇÕES LTDA (CNPJ Nº
52.565.538/0001-47) realizaram 03 (três) transferências para a SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL totalizando a cifra de R$ 144.490,08 (cento e quarenta e quatro mil
quatrocentos e noventa reais e oito centavos), sendo a primeira de R$ 25.000,00 (vinte
e cinco mil reais) em 14/12/2005 e as outras duas em 27/06/2013 e 03/07/2013, cada
uma no valor de R$ 59.745,04 (cinquenta e nove mil setecentos e quarenta e cinco mil
e quatro centavos).
Como se sabe a empresa PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA
(CNPJ Nº 09.505.599/0001-90) tem como sócios os parceiros captadores de clientes em
São Paulo EZIQUIEL ANTONIO CAVALARI e SILVIO GUATIRA ROMÃO. A
novidade seria a empresa PLANEJA PARTICIPAÇÕES LTDA (CNPJ Nº
52.565.538/0001-47) que na época da transação em dezembro de 2005, tinha como sócio o
EZIQUIEL ANTONIO CAVALARI, o que demonstra a duradoura parceira entre os
mesmos.

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As transações acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste


de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de renda ao Fisco.

30. SGR CONSULTORIA X OLIVIO CESAR COPETTI:

Data Entidade A Direção Entidade B VALOR


30/06/2009 64408 / 2837 / 237 A ---> B 3903780800 / 7 / 41 R$ 130.000,00
14/12/2009 3903780800 / 522 / 104 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 29.000,00
15/01/2010 145334 / 522 / 104 A ---> B 64408 / 2837 / 237 R$ 110.000,00

OLIVIO CESAR COPETTI (CPF nº 263.349.170-72) aparece na


investigação através das transações financeiras acima apresentadas, sendo que o mesmo
reside na Rua Jari, nº 162, Ap. 103, Passo da Areia, Porto Alegre/RS, CEP 91.350-170,
entretanto não foi desvelada qual seria sua participação.
Conforme as informações bancárias o OLIVIO CESAR COPETTI (CPF nº
263.349.170-72) recebeu da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL um depósito de R$
130.000,00 (cento e trinta mil reais) no dia 30/06/2009, e posteriormente, por meio de suas
02 (duas) contas parece ter devolvido o valor pagando com um acréscimo de R$ 9.000,00 já
que ainda em 14/12/2009 pagou R$ 29.000,00 (vinte e nove mil reais) e no início de R$
2010, depositou mais R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais).

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31. SGR CONSULTORIA X GESTÃO GERENCIAMENTO TRIBUT:

Operações Individualizadas Valores Somados

Acima observamos que a empresa GESTÃO – GERENCIAMENTO


TRIBUTÁRIO LTDA (CNPJ Nº 00.671.739/0001-25) recebeu 02 (duas) transferências da
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL totalizando a cifra de R$ 128.590,68 (cento e
vinte e oito mil quinhentos e noventa reais e sessenta e oito centavos), sendo a
primeira de R$ 6.585,68 (seis mil quinhentos e oitenta e cinco e sessenta e oito
centavos) em 23/11/2006 e a segunda no valor de R$ 122.005,00 (cento e vinte e dois
mil e cinco reais), em 29/06/2007.
A empresa tem sede na cidade de Porto Alegre tem como sócio responsável
JORGE ANDERSEN CORTE REAL (CPF Nº 201.840.000-25) e possivelmente se trate de
pagamento de captação de cliente no Rio Grande do Sul..
As transações acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de renda ao Fisco.

32. SGR CONSULTORIA X LEMOS ASSOCIADOS ADVOCACIA:

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Verificamos acima que a pessoa jurídica LEMOS ASSOCIADOS


ADVOCACIA (CNPJ Nº 49.637.473/0001-93) efetuou 01 (um) depósito de R$ 117.312,50
(cento e dezessete mil trezentos e doze reais e cinquenta centavos) no dia 10/01/2006,
para a conta corrente da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL e posteriormente,
no dia 29/06/2006, esta devolveu a quantia de R$ 15.375,00 (quinze mil trezentos e
setenta e cinco reais).
A pessoa jurídica se trata de um escritório de advocacia tem como
responsável ARTHUR PINTO DE LEMOS NETO (CPF Nº 014.033.548-04) e tem sede na
Rua Açu, nº 28, no Bairro Alphaville em Campina/SP, que possui 22 (vinte e dois)
advogados associados, razão pela qual novamente nos causa estranheza a subcontratação ou
a contratação da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL senão para obter o principal
produto oferecido pela “consultoria”, diga-se fácil acesso junto ao CARF, já que
juridicamente não faria o menor sentido.
A transação da LEMOS ADVOCACIA para a SGR CONSULTORIA consta
no Dossiê integrado do Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL, como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF - REMUNER
SERV PRESTADOS POR PJ”, constando os valores sem o recolhimento de impostos
como sendo R$ 125.00,00 (cento e vinte e cinco mil reais) no mês de janeiro de ano-
calendário de 2006. Importa ressaltar que no mesmo dossiê integrado também consta a
declaração de pagamento de R$ 125.00,00 (cento e vinte e cinco mil reais) no mês de

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fevereiro de ano-calendário de 2006, entretanto a transação não aparece na movimentação


bancária enviada pelo banco o que nos faz inferir que o pagamento pode ter sido efetuado
em espécie.

33. SGR CONSULTORIA X JLT INTERMEDIAÇÃO:

Acima observamos que a empresa JLT INTERMEDIAÇÃO NEGOCIOS


LTDA (CNPJ Nº 01.586.564/0001-10) no dia 19/04/2006 efetuou 01 (uma) transferência
de R$ 102.000,00 (cento e dois mil reais) para a conta da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL.
Realizada pesquisa verificamos que o CNPJ Nº 01.586.564/0001-10 está
vinculado à empresa JLT CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, empresa que tem sede
na Rua Apucarana, nº 1629, Tatuapé, São Paulo/SP, e que tem com sócio responsável o
JOSÉ TERUJI TAMAZATO.
Esta provavelmente se trata de uma empresa de parceiros captadores de
clientes em São Paulo, já que, conforme será exposto no item das interceptações
telefônicas, JOSÉ TERUJI TAMAZATO aparece como veiculador de acesso de
conselheiros a clientes em São Paulo, principalmente grandes instituições financeiras.
Assim, em vista da transferência ocorrida em abril de 2006, observa-se que a
relação entre a JOSÉ RICARDO DA SILVA, EDISON PEREIRA RODRIGUES e JOÃO
BATISA GRUGINSKI com JOSÉ TERUJI TAMAZATO já data de longo período, e

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reforça a natureza habitual deste último como meio de acesso à obtenção de facilidade de
acesso junto ao CARF.
As transações acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de Renda ao Fisco.

34. SGR CONSULTORIA X ASSOCIACAO BRASILEIRA DE


COHABS:

Como é possível observar a Conta nº 2004608763 da agência 2872 do Banco


do Brasil transferiu para a conta da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL a quantia de o
total de R$ 100.000,00 (cem mil reais), no dia 25/05/2008tendo o sido o lançamento
descrito como sendo “TRANSF.ENTRE AGEN.CHEQUE”.
Após Consulta ao Banco do Brasil obtivemos a seguinte informação: “Após
pesquisa no sistema verifiquei tratar-se da conta nº 460.876-3, da agência 2872, de
titularidade da ASSOCIACAO BRASILEIRA DE COHABS ABC, CNPJ 42.328.708/0001-
16. Tal transferência foi realizada através da compensação do cheque nº 850001.
Ocasionalmente, quando da compensação de cheques, o sistema assume dígitos aleatórios
junto ao número da conta, principalmente quando da transferência de recursos para
outros bancos. Neste caso, os dígitos 200 antes da conta devem ser desconsiderados”.

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Realizadas consultas no site do CARF em “acompanhamento processual” e


“jurisprudência” com os critérios CNPJ e Nome do Contribuinte, não foi localizado
nenhum processo.
A transação acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de Renda ao Fisco.

35. SGR CONSULTORIA X H C A CONSULTORIA:

Valores Somados
Operações Individualizadas

Acima observamos que a empresa H C A CONSULTORIA (CNPJ Nº


23.421.167/0001-21) efetuou 07 (sete) transferências para a SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL totalizando a cifra de R$ 98.542,50 (noventa e oito mil quinhentos e
quarenta e dois reais e cinquenta centavos), em prestações a de RS 14.077,50 (catorze
mil e setenta e sete reais e cinquenta centavos) ocorridas entre novembro de 2010 e
junho de 2011.
A HCA CONSULTORIA trata-se da pessoa jurídica HOLDENN
CONSTRUCOES ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA, tendo o ROGÉRIO FROTA
DE ARAUJO (CPFº 102.942.283-49) como sócio responsável e está sediada na ST SHIS
CL QI 11, BLOCO I, SALA 104, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF e possivelmente se trate de

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empresa captadora de cliente nesta capital federal que esteja repassando pagamento de
serviços obtidos junto ao CARF..
As transações acima comentadas não constam no Dossiê integrado do Ajuste
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL o que
denota que há informações sonegadas na Declaração de Imposto de renda ao Fisco.
As transações da HOLDENN CONSTRUCOES ASSESSORIA E
CONSULTORIA LTDA para a SGR CONSULTORIA constam no Dossiê integrado do
Ajuste de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL,
como “Tributo / Descrição: 1708 / IRRF - REMUNER SERV PRESTADOS POR PJ”,
constando os valores sem o recolhimento de impostos como sendo R$ 75.000,00 (setenta e
cinco mil reais) em cinco prestações de janeiro a junho de ano-calendário de 2011. As 02
(duas) transações de 2010 não constam no dossiê integrado podendo ter sido sonegadas do
fisco na declaração de ajuste de imposte de renda.

36. OPERAÇÕES COM PESSOAS FÍSICAS:

No que tange às transações identificadas da SGR CONSULTORIA


EMPRESARIAL com as pessoas físicas, excetuando-se as que já foram acima mencionadas
em função dos vultosos valores transferidos, estas não foram muitas, e as transações estão
evidenciadas na tabela logo abaixo:
Data Conta A Direção Conta B Nome CPF VALOR
01/09/2006 64408 / 2837 / 237 A ---> B 3014959 / 3295 / 1 GERALDO MAGELA PINTO GARCIA 00074195620 R$ 28.155,00
30/01/2007 XXXX / 1856 / 1 A ---> B 64408 / 2837 / 237 EZIO GIOBATTA BERBARDINIS 00581712900 R$ 6.985,00
12/03/2009 90435605 / 99 / 21 A ---> B 64408 / 2837 / 237 SILVIO GERALDO MALTA CRUZ 52542971749 R$ 5.000,00
19/11/2010 64408 / 2837 / 237 A ---> B 1056425 / 1273 / 1 SILAS RONDEAU CAVALCANTI SILVA 04400496368 R$ 12.070,50

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03/06/2011 64408 / 2837 / 237 A ---> B 6094 / 4097 / 341 MAURICIO DE ASSIS SALDANHA 03812690780 R$ 6.200,00

De chamar a atenção somente as 02 (duas) últimas transações, isso porque o


beneficiário da transferência de R$ 12.070,50 (doze mil setenta reais e cinquenta centavos),
no dia 19/11/2010, foi o SILAS RONDEAU CAVALCANTI SILVA, o qual já Ex-
Ministro das Minas e Energia (07/2005 a 05/2007), do Membro do Conselho de
Administração da ELETROBRÁS e da PETROBRÁS, Presidente da ELETRONORTE,
consta em fontes abertas que:
“Em 22 de maio de 2007, Silas Rondeau entregou uma carta de demissão ao presidente
Lula devido ao seu envolvimento em esquemas de fraudes em licitações para realização de
obras públicas. Segundo a investigação da Polícia Federal, foram feitas gravações que
comprovariam o envolvimento de Silas com a empreiteira Gautama. Quando foi
denunciado na Operação Navalha, em maio de 2008, Rondeau já era alvo de outro
inquérito da PF, desta vez destinado a apurar tráfico de influência em órgãos públicos e
outros ilícitos, também com o envolvimento do empresário Fernando Sarney, filho do
presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), de quem Rondeau é amigo e aliado
político.”
Outra relação financeira da SGR CONSULTORIA com pessoa física é a
mantida com a conta corrente do MAURÍCIO DE ASSIS SALDANHA, pela transferência
de R$ 6.200,00 (seis mil e duzentos reais) no dia 03/06/2011. Essa transferência, não é tão
importante em razão de seu valor, no entanto o MAURÍCIO DE ASSIS SALDANHA é um
dos investigados e, segundo o COAF, aparece com responsável pelo depósito e saque de da
quantia de R$ 3.089.460,00 (três milhões oitenta e nove mil quatrocentos e sessenta reais)
da conta corrente da empresa DAVOS ENERGIA LTDA (CNPJ Nº 11.388.932/0001-70),
de forma que a relação entre essas empresas se mostra mais uma vez configurada.

37. OPERAÇÕES NÃO IDENTIFICADAS:

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Por fim, gostaríamos de destacar que as inúmeras operações acima


apresentadas se tratam somente das que foram identificadas pelos bancos quando das
transmissões para a Polícia Federal.
Não obstante salientamos que elas não foram analisadas agora por
indisponibilidades de dados, mas podem ser objeto de nova análise inclusive com grande
possibilidade de identificação de inúmeras pessoas beneficiárias das operações da saída de
recursos da empresa SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, principalmente as que
sacaram mediante apresentação de cheques da empresa inclusive na “boca do caixa”.
Essas informações serão solicitadas num segundo momento a fim de buscar
trazer mais beneficiários dos pagamentos recebidos pela SGR CONSULTORIA, mormente
Conselheiros que tenha se corrompido ou pessoas ligadas a eles.
Com relação às operações a débito com cheques, em análise
identificamos pelo menos o numero de 512 (quinhentos e doze) transações que
resultaram no montante de R$ 25.318.399,48 (vinte e cinco milhões trezentos e dezoito
mil trezentos e noventa e nove reais e quarenta e oito centavos).
Uma operação não identificada que chamou muita a atenção foi uma
ocorrida no dia 31/08/2005 no valor de R$ 1.273.918,97 (um milhão duzentos e setenta
e três mil novecentos e dezoito reais e noventa e sete centavos). A informação
repassada pelo Banco Bradesco foi que o lançamento tinha a natureza de “DEPOS
TRANSF AUTOAT”, no entanto não traz outras informações acerca do depositante.

VII – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS E NOVAS


DILIGÊNCIAS

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Como já mencionado anteriormente, a presente operação policial


denominada “OPERAÇÃO ZELOTES”, tem como objetivo apurar o suposto esquema de
Tráfico de Influência, Corrupção Ativa e Passiva, Advocacia Administrativa Fazendária e
Lavagem de Dinheiro, tudo dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais,
promovido por alguns Conselheiros e particulares que atuam paralelamente em escritórios
de assessoria e consultoria jurídica.
O modus operandi dos criminosos também foi comprovado por meio
desta investigação e consiste justamente no que havia sido descrito na notícia criminal,
os Conselheiros se valendo de informações privilegiadas de dentro do CARF, captam
clientes através de “escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia” em São Paulo
e outras localidades para que esses ofereçam seus serviços e facilidades promovendo
tráfico de influência ou corrompendo conselheiros em julgamentos recursos a autos de
infrações tributárias, manipulando o andamento normal do processo (venda de
pedidos de vista) ou alteração de pauta para atendimento dos interesses deles próprios
ou dos seus clientes, em resumo, interferem na lisura da condução dos processos
administrativos em julgamento no CARF. Evidente, de plano, é o intenso tráfico de
influência que permeia o órgão e compromete princípios de isenção e imparcialidade,
tão necessários em seus julgamentos.
Assim, a medida de interceptação telefônica se mostrou deveras importante
e eficaz na comprovação dos crimes acima ventilados, vez que a equipe de investigação
conseguiu identificar um número considerável de ligações telefônicas de grande relevância
e que corroboraram as impressões iniciais anteriormente já historiadas ao longo desta
representação.
O monitoramento telefônico pôde evidenciar a ação de grupos em vários
eventos criminosos que ameaçam ou lesam o interesse e patrimônio público da União,
sendo que os caso que citaremos logo abaixo, podem gerar um prejuízo de pelo menos R$

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14.800.000.000,00 (catorze bilhões e oitocentos milhões de reais), somente com o processo


administrativos da J.S. (Banco Safra) (avaliado em R$ 1,8 bilhões), Banco Santander (de 5
bilhões), GERDAU AÇOMINAS (de quase 4 bilhões), e o Banco Bradesco (3 bilhões), isto
sem mencionar os demais processos que os investigados vêm tratando, nem os demais
processos que os investigados trataram no passado ou vêm tratando, como os de
participação do Ex-Presidente do CARF e sua filha.
A interceptação ocorreu no período compreendido entre os dias
28/07/2014 a 20/11/2014 detectando inúmeras ligações relevantes das quais, as que
mais se destacaram, serão elencadas e explicitadas logo abaixo, bem como no capítulo
das individualizações das condutas.
Manteremos a mesma estrutura de divisão por “NÚCLEOS” utilizada nas
representações de interceptação telemática, a fim de tornar mais didática explanação da
atuação em conjunto dos grupos criminosos e participações de cada investigado, que
também serão mais a frente detalhados.

1. NÚCLEO JORGE VICTOR E LUTERO:

Coube grande destaque durante o monitoramento telefônico a atuação de um


grupo formado pelo Conselheiro do CARF, JORGE VICTOR RODRIGUES (Auditor
Fiscal aposentado da Receita Federal), que juntamente com LUTERO FERNANDES DO
NASCIMENTO (membro efetivo do CARF e Chefe do Setor de Assistência Técnica e
Jurídica), JEFFERSON RIBEIRO SALAZAR (também Auditor Fiscal aposentado e Ex-
Superintendente Regional da Receita Federal), EDUARDO CERQUEIRA LEITE (Auditor
Fiscal e Chefe da Divisão de Ordem e Análise Tributária da Delegacia de Instituições
Financeiras da Receita Federal em São Paulo) e WAGNER PIRES DE OLIVEIRA
(Procurador da Fazenda Nacional aposentado e Ex-Procurador Geral Adjunto da Fazenda

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Nacional), aparecendo mais ao final do monitoramento o JOSÉ TERUJI TAMAZATO e


mais ao final MARIO PAGNOZZI JUNIOR.
Conforme os diversos diálogos travados entre os mesmos estão envolvidos
em atividades criminosas de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, organização
criminosa e atos preparatórios de lavagem de dinheiro.
Tentaremos destacar as principais ligações buscando juntá-los em eventos e
tentando colocá-las em uma ordem cronológica de acontecimentos dentro de CASOS e não
em relação a todo o conjunto das ligações, visando demonstrar como ocorreram as
negociações dentro de cada um deles.

1.1. CASO BANCO SANTANDER:

Começaremos falando sobre o caso envolvendo o Banco SANTADER, vez


que este nos parece mais bem configurados os crimes de a corrupção ativa e passiva de
Conselheiro do CARF.
As conversas sobre esse caso se iniciam quando o JORGE VICTOR sonda
com o LUTERO a fim de que o mesmo faça aproximação com o seu xará, JORGE CELSO
FREIRE DA SILVA, a fim de cooptá-lo através de uma conversa mais “aberta” para
facilitar decisões processos do seu interesse, como o do seu parceiro LEONARDO SIADE
MANZAN que será citado mais abaixo no item 1.4 (OUTROS CASOS), mas
principalmente no Processo nº 16561.000222-2008-72 do Banco SANTANDER. Nesse
caso, confirma-se aqui o “modus ooperandi” descrito na notícia criminal inicial de
prospecção de informações privilegiadas de pessoas de dentro do CARF para encontrar
meios de beneficiar clientes com processos de grandes autuações no Conselho.

Código: 514235
Data: 23/09/2014 Hora: 13:34:28 Duração: 00:02:58

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Alvo: JORGE VICTOR


Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: A- JORGE VICTOR X LUTERO- COOPTAÇÃO DE JORGE CELSO
Arquivo: 20140923133428032.wav

Degravação:
JORGE VICTOR pergunta para LUTERO se a 1ª SEÇÃO está tendo seção esta semana, no que
LUTERO responde afirmativamente; JORGE VICTOR diz que estava pensando..., o que LUTERO
acha de marcar um almoço ou se encontrar na sala de LUTERO "com o xará de JORGE VICTOR
(JORGE CELSO)" para conversar abertamente com ele sobre os dois casos, um do SANTANDER que
já está com o exame de admissibilidade pronto e o outro "esse caso nosso agora, caso a gente venha
amanhã a contratá-lo". LUTERO diz que "é, pode ser uma". JORGE VICTOR pergunta o que
LUTERO acha, se acha que ele ficaria constrangido, que LUTERO precisaria antes fazer uma
"apresentação minha" para ele, para dizer quem JORGE VICTOR é, quem ele foi. LUTERO diz que
isto não é problema, que consegue conversar numa boa, acha que deve primeiramente fazer uma
introdução para depois ter esta reunião. JORGE VICTOR fala que se LUTERO tiver oportunidade de já
dar uma sondada, uma conversada com ele e aí na quinta feira fariam a reunião, por que eu queria era testar o
bicho já (risada), dizer que isto aqui é assim, que tem o bom direito, que está tudo nos conformes, é só
acelerar para julgar. LUTERO diz que faz o contato; JORGE VICTOR diz que amanhã de noite se falam.

Abaixo vemos que o JORGE VICTOR e LUTERO lograram êxito em


cooptar o Conselheiro JORGE CELSO FREIRE, já que a análise dos áudios nos
permite concluir que ocorreu de fato a corrupção passiva do JORGE CELSO
FREIRE DA SILVA, e isso e facilmente dedutível quando observada a sequência de
conversas travadas entre LUTERO e JORGE VICTOR.
Logo abaixo traremos o processo de corrupção ativa promovida por
LUTERO e JORGE VICTOR, com o conhecimento e apoio dos seus comparsas
SALAZAR e EDUARDO. Aqui, por exemplo, o LUTERO diz que vai ao encontro do
“amigo lá do décimo” e que depois menciona que chamou o “nosso amigo” para
conversar e que “ já tinha dado o toque inicial”.
Código: 537707
Data: 01/10/2014 Hora: 15:46:12 Duração: 00:01:02
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: A- LUTERO X JORGE VICTOR-PORTARIAS E JORCE CELSO
Arquivo: 20141001154612061.wav

Degravação:
LUTERO diz que vai dar uma subida já lá no "nosso amigo"; JORGE VICTOR diz que está ligando para

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perguntar se LUTERO chegou a ver alguma coisa; LUTERO fala que tinha que ver com JORGE VICTOR,
que estava tentando bater nisso, tentando ver aquele "nosso amigo lá do décimo", mas que tinha uma outra
coisa que estava procurando lembrar mas não conseguia; JORGE diz que era para ver se o negócio das
portarias saíram; LUTERO diz que irá ver e já retorna.
Código: 538201
Data: 01/10/2014 Hora: 19:12:14 Duração: 00:00:52
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: A- LUTERO X JORGE VICTOR - ALMOÇO AMANHÃ
Arquivo: 20141001191214061.wav

Degravação:
LUTERO fala para JORGE VICTOR "notícias alviçareiras, aquele nosso almoço que foi cancelado a semana
passada, vai acontecer amanhã, viu"; JORGE fala: "amanhã?"; LUTERO diz que chamou "nosso amigo"
(JORGE CELSO) pra conversar, já deu o "toque inicial" e aí depois conversará com JORGE VICTOR
pessoalmente. JORGE VICTOR diz "maravilha".
No dia seguinte LUTERO liga para o gabinete do JORGE CELSO FREIRE
DA SILVA e este o atende com intimidade chamando de “grande chefe”, no que o
LUTERO desmarca o almoço previamente agendado e remarca um café para as 15 horas.
Código: 539280
Data: 02/10/2014 Hora: 11:49:36 Duração: 00:02:35
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: A- LUTERO X JORGE CELSO FREIRE - CAFÉ MAIS TARDE
Arquivo: 20141002114936061.wav

Degravação:
JOSI atende como Presidência da 1ª Sessão do CARF; LUTERO pergunta se JOSI tem o telefone de JORGE,
pois tinha marcado com ele para almoçar e, devido a consulta médica, não poderá comparecer; JOSI faz
confusão a respeito do nome de JORGE e LUTERO esclarece que é JORGE FREIRE; JOSI então fornece o
telefone de JORGE CLESO FREIRE como sendo 88-9965-2195; LUTERO pede que JOSI transfira a
ligação para JORGE; JORGE CELSO FREIRE atende falando "diga aí grande chefe"; LUTERO
explica que ainda está no médico e que não poderá ir ao almoço com JORGE FREIRE e marcam um
café lá pelas 15 horas.
JORGE VICTOR ansioso liga para saber do resultado da reunião, mas este
informa do desencontro no almoço e remarcação do café às 3 horas.
Código: 539507
Data: 02/10/2014 Hora: 13:10:17 Duração: 00:00:49
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: A-LUTERO X JORGE VICTOR-CAFÉ COM JORGE CELSO

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Arquivo: 20141002131017061.wav

Degravação:
JORGE VICTOR pergunta "como é que ficou?"; LUTERO diz que não teve almoço, que está saindo
do médico agora, pois a consulta atrasou, diz que marcou para tomar um café as 3 horas; LUTERO
fala que vai passar as informações pra ele e que liga em seguida.
Observe no horário da ligação abaixo que esta ocorreu após o horário
agendado de 15 horas e aqui o LUTERO já deixa transparecer que o processo de
cooptação do Conselheiro dizendo que “O CAFÉ FOI MUITO BOM”, que “FOI
PROMISSOR”, provavelmente porque expôs a situação do processo e o outro ficou de
dar alguma resposta.
Código: 540086
Data: 02/10/2014 Hora: 17:58:01 Duração: 00:01:06
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE VICTOR-CONVENCENDO JORGE CELSO
Arquivo: 20141002175801061.wav

Degravação:
LUTERO diz que vai dar só um detalhe pra JORGE VICTOR e que eles conversam amanhã
pessoalmente e diz que "O CAFÉ FOI BOM!". JORGE pergunta se é e LUTERO diz que sim, que "foi
promissor!!!" e JORGE VICTOR diz que é beleza. LUTERO diz que eles se falam pessoalmente
amanhã, porque hoje não tem mais condições de passar aí, mas que amanhã passa logo cedo e que eles
colocam os assuntos em dia. JORGE VICTOR diz que está joia.

JORGE VICTOR demonstra ansiedade novamente em saber da presença do


JORGE CELSO no CARF para que o LUTERO veja aquele negócio do SANTO
(SANTANDER).

Código: 550982
Data: 07/10/2014 Hora: 12:05:14 Duração: 00:02:41
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X LUTERO-JORGE CELSO E SANTANDER
Arquivo: 20141007120514032.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz a LUTERO que cobrou o aditivo lá da JOSAPAR e que lhe disseram que
protocolizaram no dia 26 de setembro e que já estaria junto com o processo, segundo eles. LUTERO
então diz que vai ver aqui agora, porque até então a gente não tinha nada no sistema e que vai ver agora e que

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o tiver a gente já faz contato e já põe a coisa pra funcionar. JORGE VICTOR pergunta se "o nosso amigo
vai estar aí nessa semana" (JORGE CELSO FREIRE) e LUTERO diz que acha que sim. JORGE
VICTOR pergunta se ele tem Seção e LUTERO diz que tem e JORGE VICTOR diz que é "porque
teria que ver com ele aquele negócio do SANTO” (SANTANDER) e LUTERO diz que sim e que
verifica isso e depois retorna e diz que nós temos hoje, amanhã e depois na 2ª Seção e que temos 14, 15 e
16 na 3ª (Seção) e a 1ª vai ser 21, 22 e 23. JORGE VICTOR então diz que vai ser na outra semana e que
a nossa vai ser na semana que vem. LUTERO diz que na 3ª Semana vai ser Câmara Superior, também
da 2ª Turma. JORGE VICTOR pede pra que LUTERO ver se ele (JORGE CELSO FREIRE) vai estar
aqui na próxima semana e LUTERO diz que vai ver isso e JORGE diz que é pra "ver com ele o
problema pra gente conversar sobre isso rápido" e que "já estamos no final do ano” (risos) e LUTERO
diz que verifica isso hoje e retorna sobre as duas situações.
Código: 551940
Data: 07/10/2014 Hora: 19:04:12 Duração: 00:01:36
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-JOSAPAR/JORGE CELSO/NOSSO AMIGO
Arquivo: 20141007190412061.wav

Degravação:
LUTERO diz que quanto à JOSAPAR, JORGE está certo, que já houve a anexação e que acham que já
começa a fazer alguma coisa, mas que tem uma outra situação em relação a isso, mas que combina com
JORGE amanhã. LUTERO diz que "com relação aos meninos", não teve oportunidade de verificar, pois ele
telefonou, mas que não lhe retornaram o telefonema. JORGE pergunta se não chegou nem...(inaudível) e
LUTERO diz que não chegaram aqui não e que perguntou se o "xará de JORGE" (JORGE CELSO)
viria e que ela disse que iria verificar e que depois ligaria, mas que não recebeu o retorno e que o
"nosso amigo" também pediu pra fazer contato com ele, mas que não complementaram e que vai fazer
direto daqui da sala e que liga em seguida pra JORGE. LUTERO diz que com relação ao outro, a gente
vai ter que demandar aqui e pedir preferência, porque se não... porque já tem tempo demais e que aí amanhã a
gente vê isso aí.
No dia seguinte o LUTERO confirma a presença dizendo que os “atores que
compõem aquele cenário de ontem estão todos aqui a postos", mas que vai ser difícil deles
conversarem por causa da sessão no CARF, mas que deixam para o final do expediente.
Código: 553186
Data: 08/10/2014 Hora: 12:17:38 Duração: 00:03:24
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X LUTERO-ENCONTRO COM JORGE CELSO
Arquivo: 20141008121738032.wav

Degravação:
LUTERO diz a JORGE VICTOR que está lhe ligando, porque os "atores que compõem aquele cenário
de ontem estão todos aqui a postos" e que a menina não me retornou ontem porque tinha muito
trabalho e que veio lhe retornar agora há pouco e que realmente é da 1ª Seção que está havendo, da 1ª

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Turma da Câmara Superior, que está sendo feita a 1ª e que houve uma alteração e que LUTERO não olhou
pra alteração e que olhou pro calendário velho. JORGE VICTOR pergunta se então eles estão em Seção e
LUTERO diz que sim. JORGE VICTOR diz que vai ser “foda” a gente conversar e LUTERO diz que
não, que fazem isso no final do expediente. JORGE VICTOR pergunta se será e LUTERO diz que sim,
que no final do expediente tem como a gente trabalhar, com certeza. JORGE pergunta sobre aquele outro
caso do JOSAPAR e LUTERO diz que esse aí gente vai ter que fazer um requerimento pedindo preferência,
mas que "não sabe como é que está a situação de JORGE com o pessoal lá e JORGE diz que é fácil e que esse
aí é rapidinho" e que é só passar pra eles uma minuta e que já mandam esse aí. LUTERO diz que então
pronto, que deixamos pronto isso aí pra amanhã. JORGE diz que a gente vai ter que dar um jeito de se
encontrar amanhã ou hoje à tarde pra conversar sobre o... porque JORGE vai ter que viajar na sexta que tem
um casamento de uma sobrinha em Florianópolis no sábado e que só vai voltar no domingo e que na segunda-
feira... bom, também só tem aquele em pauta do... e que o problema é só a falta de prova e LUTERO diz que é
e que não tem mais nada não, mas que vai levantar ele agora e que no final da tarde dá uma posição a JORGE,
que pergunta se só ficou aquele mesmo com 70 e tantos lá e LUTERO confirma e JORGE diz que na
segunda-feira vai chegar e que vai ser aquele tumulto porque na terça-feira já começa a Seção e que JORGE
tem que estar preparado. LUTERO diz que até o final da tarde dá uma posição pra JORGE lhe mandando um
rascunho. JORGE diz que então de hoje pra manhã eles veem se conseguem alinhavar alguma coisa, porque
na sexta viaja logo na hora do almoço e que a manhã vai muito tumultuada ter que ir a uma reunião de pais e
mestres no colégio da filha e que na sexta ele estará fora do ar e que de tarde viaja entre meio dia e duas
horas. LUTERO diz que é pra ele ficar tranquilo que eles se falam depois do encaminhamento dado.
Já no diálogo abaixo LUTERO, após um novo encontro com JORGE
CELSO FREIRE, diz a JORGE VICTOR que “tem novidade” e que “é o resultado do café
com o nosso amigo”, no que o JORGE VICTOR diz que isso é importante porque precisa
“dessa informação” para passar para os parceiros lá, no caso de São Paulo, o SALAZAR e
o EDUARDO. LUTERO e JORGE VICTOR marcam reunião no escritório do JORGE
VICTOR, a SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL.

Código: 553536
Data: 08/10/2014 Hora: 14:04:18 Duração: 00:01:45
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE VICTOR-ENCONTRO COM JORGE CELSO
Arquivo: 20141008140418061.wav

Degravação:
LUTERO pergunta se JORGE VICTOR já almoçou e se está no escritório e que tem novidade pra
JORGE VICTOR que é o resultado do nosso café com "o nosso amigo" (JORGE CELSO). JORGE
VICTOR diz que isso é muito bom e que está precisando inclusive dessa informação pra conversar com
o nosso parceiro lá. LUTERO pergunta como ele faz, se passa no final da tarde aí, porque pensou em fazê-lo
agora que está dentro do carro no CARF e pergunta como é que JORGE VICTOR quer fazer e JORGE
VICTOR diz que demora uns 20 minutos, no máximo e que LUTERO poderia ir pro escritório esperar
JORGE VICTOR.

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Após a reunião o JORGE VICTOR liga para o SALAZAR e ao EDUARDO


e repassar enfim a informação que o LUTERO havia lhe passado, que seria a solicitação de
propina do JORGE CELSO FREIRE DA SILVA para que ele agilizasse o processo do
banco SANTANDER.
Cumpre-nos mostrar aqui as palavras do JORGE VICTOR já que ele
dá detalhes dos valores solicitados pelo Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA
SILVA, no início para fazer a admissibilidade do recurso e para pautar o julgamento,
as condições de pagamento no êxito e a distribuição do que eles normalmente chamam
de “honorários”, e as condições de execução do andamento do processo, vejamos:
“JORGE VICTOR FALA QUE "QUANTO AO OUTRO ASPECTO LÁ DO
ESPANHOL (SANTANDER), O MOÇO (LUTERO) PASSOU PRA MIM
AQUI HOJE DE TARDE O QUE TINHA FICADO TE DEVENDO DE
ONTEM, ELES QUEREM 500 (QUINHENTOS) PRA PODER FAZER A
ADMISSIBILIDADE E BOTAR ISTO EM PAUTA RAPIDAMENTE E
ESTES QUINHENTOS SERIAM PAGOS DA SEGUINTE FORMA:
QUANTO SAIR A ADMISSIBILIDADE 300 (TREZENTOS) E 200
(DUZENTOS) QUANDO O PROCESSO FOR PAUTADO; EDUARDO FALA
"PAUTADO, QUE VOCÊ FALA..." E JORGE VICTOR DIZ "PAUTADO
PARA JULGAMENTO"; EDUARDO DIZ "JÁ NA SUPERIOR"; JORGE
DIZ, NÃO, POR QUE ELE JÁ ESTÁ NA SUPERIOR (...) E AÍ NO ÊXITO
4% (QUATRO POR CENTO) DO VALOR TOTAL SENDO QUE SESSENTA
FICARIA AQUI E QUARENTA AÍ; EDUARDO diz que entendeu e que está
bom; JORGE VICTOR informa que o cara está bem inteirado do assunto, acha
que tem bom prognóstico de julgamento e diz que tem condição de já em
janeiro liquidar a fatura; EDUARDO pergunta se em janeiro já teria o
julgamento ao que JORGE VICTOR responde que sim; que não vão ter seção
em dezembro que foi cancelada; que para a seção de novembro não teria
condição; que teria o espaço necessário para fazer o juízo de admissibilidade,

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jogar isto dentro do e-processo, distribuir, sortear o relator e já botar em


pauta”.

Código: 554074
Data: 08/10/2014 Hora: 17:57:08 Duração: 00:13:08
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: A- SALAZAR X JORGE VICTOR X EDUARDO-PROPINA SANTAN
Arquivo: 20141008175708064.wav

Degravação:
SALAZAR diz para JORGE VICTOR que tem uma notícia boa para dar; o COMPRIDO, que o
CAREQUINHA (INÁCIO) acabou de ligar dizendo que está indo hoje para o exterior, que o nosso amigo
(LONGO) foi aí hoje entregar o documento para aquele CHEFE; que é para JORGE VICTOR ficar de
"botuca"; que INÁCIO ligou agora dizendo para SALAZAR avisar o "nosso irmão" (no caso, JORGE
VICTOR) que o documento deve ter sido entregue hoje; SALAZAR diz que vai passar o telefone para "o
nosso irmão" (EDUARDO); EDUARDO diz que leu e que JORGE VICTOR havia feito duas considerações,
sendo que a primeira era relativa a composição, que já tem até uma alteração definida, que não está nomeada,
mas que está definida e a outra é que haverá vacância; EDUARDO diz que a outra refere-se a sobrestamento e
que foi infeliz na hora que redigiu, que refere-se a sobrestamento se ele voltar para o judiciário, que aí correria
o risco de ser sobrestado por conta da repercussão geral; JORGE VICTOR diz que achava que EDUARDO
estava referindo-se a sobrestamento administrativo e aí discorre sobre sobrestamento no CARF; que tinham
mais de mil processos sobrestados por que tinha um comando dizendo que, quando tinha determinação
repercussão geral no STJ ou no SUPREMO, teria que sobrestar no CARF; que aí o CARTAXO soltou uma
portaria no começo do ano dizendo que só faz sobrestamento se o despacho de repercussão geral citar
especificamente o processo dizendo que ele não pode prosseguir, caso contrario segue o curso normal
administrativamente; EDUARDO diz que o quis mostrar para eles é se voltarem para o judiciário alegando
descumprimento de sentença corre o risco de ficar lá esperando repercussão geral e aí podem perder tudo;
prossegue EDUARDO dizendo que vai alterar a redação para corrigir a interpretação; (...); EDUARDO diz
que vai lá amanhã as 11 horas, vai estar com três VICE-PRESIDENTES e o PRESIDENTE da CASA, então
o negócio vai ser assim de ...; JORGE VICTOR diz se EDUARDO leu a observação que ele fez, que esse
"paper" não tem o elemento suficiente, aquele toque de midas que vai fazer que os caras decidam pela
contratação; EDUARDO fala que isto ele não podia escrever até para não comprometer ninguém, mas que vai
verbalizar isto; que é uma análise técnica que nós podemos ajudar, nós temos condições de ajudar, por que
temos pessoas que podem, em funções importantes, que vão tomar decisões a nosso favor; JORGE VICTOR
fala que acha que é muito relevante colocar para eles para insistir com o patrono para vir fazer a sustentação
oral, por que na primeira vez que foi pautado e foi retirado de pauta veio aqui o RICARDO, que é filho do
LEO e no mês passado, com certeza, eles não sabiam que o assunto ia ser retirado de pauta e não apareceu
ninguém; a não ser que, como eles tem escritório aqui em BRASÍLIA, algum funcionário deles tenha estado
no CARF no dia do julgamento pela manhã e alguém disse para ele que a PROCURADORIA ia pedir, por
que o próprio GILENO falou que estranhou, por que ele mesmo estava na dúvida se ia ser retirado de pauta ou
não; JORGE VICTOR prossegue dizendo que GILENO é o vice-presidente da turma e foi a pessoa com quem
pessoa com quem combinou para pedir vista; que GILENO comentou que nem o LEO e nem RICARDO
apareceram no CARF; EDUARDO diz que é boa esta informação e que de passagem irá comentar isso lá;
JORGE VICTOR diz que é importante salientar para eles para que o patrono acompanhe o julgamento e, se
possível, convencê-lo a levantar as duas questões que colocou aí; que a primeira questão diz respeito ao

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pedido de nulidade do julgamento, por que se ele entrar com este pedido de nulidade, a DRJ vai ter alguma
dificuldade para manter isso aí sem o apoio da, né, por que vão ter que saber a jurisprudência, a decisão que
transitou em julgado; e não se ativer quando este processo retornar a BRASILIA para ser julgado novamente,
ele vem com outra cara diferente da que tá aí hoje, por que a própria turma tá passando por cima em cima
disso aí e que vai chamar atenção na terça-feira em cima do GILENO pra caso o LÉO ou o RICARDO
levantem esta questão da nulidade da decisão de primeira instância em face dela não ter fundamento legal e aí
seria o caso de anulá-la e devolver o processo para que outra fosse proferida em boa forma; JORGE VICTOR
prossegue dizendo que "ela vindo pra cá, pode ser inclusive que a gente já conte com uma outra composição
na turma, mais favorável do que a que tá hoje, por que a que tá hoje é de leva ferro como te falei ou eles vão
perde ou vão baixar o processo em diligência e nem uma das duas situações interessa pra eles"; JORGE fala
que seria interessante alertá-los disso aí e pedir, por que tem quase certeza que (inaudível) não cogitou de
levantar esta questão da nulidade da decisão; que não sabe as razões do patrono; EDUARDO diz que está
bom, que amanhã, após a reunião passa a informação do resultado da reunião; JORGE VICTOR FALA
QUE "QUANTO AO OUTRO ASPECTO LÁ DO ESPANHOL (SANTANDER), O MOÇO (LUTERO)
PASSOU PRA MIM AQUI HOJE DE TARDE O QUE TINHA FICADO TE DEVENDO DE ONTEM,
ELES QUEREM 500 (QUINHENTOS) PRA PODER FAZER A ADMISSIBILIDADE E BOTAR
ISTO EM PAUTA RAPIDAMENTE E ESTES QUINHENTOS SERIAM PAGOS DA SEGUINTE
FORMA: QUANTO SAIR A ADMISSIBILIDADE 300 (TREZENTOS) E 200 (DUZENTOS)
QUANDO O PROCESSO FOR PAUTADO; EDUARDO FALA "PAUTADO, QUE VOCÊ FALA..." E
JORGE VICTOR DIZ "PAUTADO PARA JULGAMENTO"; EDUARDO DIZ "JÁ NA SUPERIOR";
JORGE DIZ, NÃO, POR QUE ELE JÁ ESTÁ NA SUPERIOR (...) E AÍ NO ÊXITO 4% (QUATRO
POR CENTO) DO VALOR TOTAL SENDO QUE SESSENTA FICARIA AQUI E QUARENTA AÍ;
EDUARDO diz que entendeu e que está bom; JORGE VICTOR informa que o cara está bem inteirado
do assunto, acha que tem bom prognóstico de julgamento e diz que tem condição de já em janeiro
liquidar a fatura; EDUARDO pergunta se em janeiro já teria o julgamento ao que JORGE VICTOR
responde que sim; que não vão ter seção em dezembro que foi cancelada; que para a seção de
novembro não teria condição; que teria o espaço necessário para fazer o juízo de admissibilidade, jogar
isto dentro do e-processo, distribuir, sortear o relator e já botar em pauta; EDUARDO diz que tá bom e
que a respeito do que SALAZAR falou para JORGE VICTOR hoje, o "COMPRIDO" teve hoje em
BRASÍLIA para levar o documento pedindo para que entre na pauta e para que seja analisada a
admissibilidade; que supõe que COMPRIDO deva ter vindo ontem, tendo uma conversa preliminar e já
recebeu uma sinalização; que ele voltou satisfeito, que ele entregou o documento para que seja acelerado o
julgamento; que a coisa foi boa; JORGE VICTOR diz "por que o CAREQUINHA deve ter entregue pra ele
(inaudível) que nós entregamos pra ele pessoalmente lá, talvez com outra adaptação".

Assim, entendemos restar demonstrado que o grupo composto com


JORGE VICTOR, LUTERO, SALAZAR e EDUARDO corrompeu o Presidente da
Turma JORGE CELSO FREIRE DA SILVA para fazer o exame de admissibilidade e
colocar em pauta, tendo este cobrado o valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e
falam que os valores envolvidos no caso seriam de pelo menos R$ 5.000.000.000,00
(cinco bilhões de reais) razão pela qual dariam bons “honorários”.

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Em verdade, logramos êxito em identificar o processo nº


16561.000222/2008-72, no qual inclusive foi feita a admissibilidade no dia 09/12/2014,
como se observa na movimentação processual (clicar no link), estranhamente após ficar
parado desde 07/02/2013, portanto, mais de 1 (um) ano e 10 (dez) meses, seguindo portanto
o cronograma mencionado pelo JORGE VICTOR ao conversar com seus comparsas de São
Paulo EDUARDO e SALAZAR, de ser feita a admissibilidade este ano para julgamento
ainda em janeiro. Contudo, tendo em vista a interrupção do monitoramento telefônico por
determinação da justiça, não foi possível verificar o se de fato ocorreu o pagamento dos R$
300.000,00 (trezentos mil reais) solicitados pelo JORGE CELSO FREIRE DA SILVA e
LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO para a realização do exame de
admissibilidade do recurso.
Cabe destacar que parece que há irregularidade neste Processo nº
16561.000222/2008-72, quando ainda estava na Câmara Baixa, já que há áudio do PAULO
ROBERTO CORTEZ falando da ação dos Conselheiros VALMAR FONSECA DE
MENEZES, JORGE CELSO FREIRE DA SILVA e ANTONIO JOSÉ PRAGA DE
SOUZA. Segundo nossos levantamentos o processo 16561.000222/2008-72, tratou da
utilização do ágio interno pelo BANCO SANTANDER por conta da compra do banco
BANESPA, tendo sido derrubado um auto de infração de aproximadamente R$
4.000.000.000,00 (quatro bilhões de reais) em desfavor do SANTANDER, sendo que o
relator do Acórdão 1402-00.802 foi o Conselheiro ANTONIO JOSÉ PRAGA DE
SOUZA. No áudio abaixo comenta-se que o PRAGA teria se corrompido para decidir
a favor do Banco e posteriormente foi chamado a São Paulo para dar uma palestra,
sendo que na ocasião teria aceitado ir de avião, mas negou o retorno de avião mesmo
sendo graça, segundo eles porque uma “mala de dinheiro” chamaria a atenção no
aeroporto, motivo pelo qual o Conselheiro teria voltado de ônibus de São Paulo.

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Outros levantamentos indicaram a ocorrência de uma palestra do


Conselheiro PRAGA em São Paulo no dia 24/05/2012
(http://qiscombr.winconnection.net/icet/paginas/eventos.interno.asp?IDEvento=31),
sobre “ÁGIO: REORGANIZAÇÕES SOCIETÁRIAS – ASPECTOS
TRIBUTÁRIOS”, sendo que cabe destacar também a possível participação do
Advogado do Banco SANTANDER citado no áudio o “QUIROGA”, Provavelmente o
ROBERTO QUIROGA MOSQUERA.
Código: 439319
Data: 25/08/2014 Hora: 14:19:14 Duração: 00:11:18
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: CORTEZ X MALLMANN-PROCESSO COM JOSE RICARDO
Arquivo: 20140825141914035.wav

Degravação:
CORTEZ diz que o que MALLMANN lhe mandou foi esse ano e que não tinha mais "PRAGA na
jogada". MALLMANN diz que a PRAGA julgou na primeira instância e CORTEZ diz que
MALLMANN botou aqui os acórdãos. MALLMANN diz que são 4 acórdãos e que o cara foi o relator
quando era da turma de CORTEZ e que esse processo foi julgado na Turma de CORTEZ e que
quando foi pra Câmara Superior, foi aí que entrou o CELSO FREIRE "na jogada" e que ele foi o
Relator. CORTEZ diz que foi o JORGE FREIRE e diz que sabe, que isso aí foi distribuído em mãos e
que quando botam pra ele... e que o JOSÉ RICARDO participou também. MALLMANN diz que é "o
bando aí" e que essa história começou lá embaixo e que se CORTEZ ler o acórdão, vai ver que o
PRAGA "já forçou a barra lá embaixo" e que o MOISÉS estava ali e mais o filho do VALDEVAN e
que o VALMIR se dá bem com o filho do VALDEVAN e que eles passearam juntos e CORTEZ diz que
viajaram juntos e que o esquema começou já lá no afro e que aí foi dado provimento lá na época,
Turma de CORTEZ, na 2ª Turma e que os outros ali entraram de graça, porque ali o que pesou foi o...
(inaudível) mais o MOISÉS e o LEONARDO, filho do VALDEVAN e que quando foi pra Câmara
Superior entrou o FREIRE como relator e que quando foi julgado em junho ou julho de 2013, o
BOLACHÃO (JOSÉ RICARDO) ainda estava (no CARF). CORTEZ diz que na época, quando tinha
um acordo, um acerto, davam na mão desse CAPANGA aí pra relatar, porque ele veio como "testa de
ferro". MALLMANN diz que foi embargado duas vezes esse aí e que eles forçaram a barra meio por
cima assim, mas que foram negados os embargos e que transitou em julgado e são 200 milhões o auto.
CORTEZ diz a MALLMANN que é uma boa informação e que é pra MALLMANN guardar isso aí.
MALLMANN lembra que 200 milhões a 5 por centinho, dá. CORTEZ diz que esse processo aqui foi o
que teve 1 milhão e que um enganou o outro. CORTEZ explica que um enganou o outro e que um deles
toma todas e que ele tomou um porre outro dia e confidenciou pra alguém que o BRAÇO DIREITO
passou a perna nele e MALLMANN diz que ali é cobra arrastando cobra. CORTEZ diz que esse cara é
bêbado e inconsequente, que é "gambá" e que ele veio só pra enfrentar isso e que deram o processo pra
ele relatar e que ele relatou e deu provimento e que agora esse ai também que não sabia desse e que
ficou sabendo hoje, só que teve 1 milhão nesse e que o outro cara passou a perna nele. MALLMANN

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diz que esses acórdãos ele tinha, que não tinha da Câmara Superior e que quando ele viu que foi
julgado o MARCOPOLO na época, que ele precisava porque a SCHINCARIOL também tem esse
problema e que viu aquele voto e viu que isso aqui foi "encaixado" e que mais por uma razão, que
quando subiu pra Câmara Superior, a MARY ELBE, através do HELENO TORRES... que quem
sustentou foi o HELENO TORRES, mas que isso foi tudo... e CORTEZ diz que ele está toda hora aí
sustentando e MALLMANN diz que foi tudo trabalhado e que aí o VALMIR que estava por trás da
sombra... tanto é que o VALMIR estava impedido, porque esse processo, na verdade é da MARY
ELBE e que deve ter sido pelo escritório dele. CORTEZ pergunta se ele votou e MALLMANN diz que
não, que ele não votou, que se julgou impedido e que devem ter acertado tudo, que ele estava envolvido
e que, provavelmente este processo transitou pelo escritório de...(inaudível). CORTEZ diz que então o
que lhe falaram hoje aqui é "quente". MALLMANN diz que a Fazenda bloqueou, em primeiro lugar
porque é um precedente muito grande e que já vinha um outro do SANTANDER que foi o PRAGA
também que relatou e CORTEZ diz que depois disso ele foi convidado a dar uma palestra em São
Paulo e que quis voltar de ônibus e não quis que tirassem a passagem dele de avião mesmo sendo de
graça. ironizam dizendo que ele é pobre e que por gosta de andar de ônibus. CORTEZ pergunta se
MALLMANN entendeu o espírito da coisa e MALLMANN fala que num aeroporto como é que ele iria
justificar uma mala cheia de dinheiro. CORTEZ pergunta se MALLMANN não tem esse do
SANTANDER que o defensor era o QUIROGA e pede pra MALLMANN baixar e CORTEZ diz que é
o do SANTANDER então que que eles vão guardar pra escreverem um livro dessa história e que o
CARF tem que acabar e que quem paga impostos são só os coitadinhos e que quem não pode fazer
acordo, acerto, que não é acordo, que é "negociata", que "se fode", que perde todo mundo e que eles
estão mantendo absurdos lá contra os pequenininhos e que com esses grandões aí estão passando tudo
livre, isento de imposto e que "é só pagar a taxa". MALLMANN diz que não adianta, que tira uma
raposa e que se criam 2 lá dentro e CORTEZ diz que não adianta tirar, que tem que mudar o órgão e
que disseram que o Presidente vai sair e que vai deixar o VALMAR na Presidência e que o Presidente
vai trabalhar aqui com o MANZANO é colega aposentado e que CARTAXO vai trabalhar com o sócio
e com o genro e com o pai do genro. MALLMANN diz que trabalhar ele não vai e que só vai
"oficializar o esquema" e CORTEZ diz que é isso aí e que ele vai deixar o BRAÇO DIREITO de
presidente do CARF. MALLMANN diz que aí vai a fundo e que não sai nem as pautas. CORTEZ diz
que tem que acabar imediatamente o CARF e que isso é pura verdade, que tem que fechar, mudar pro
Judiciário e que não pode isso aí e que virou balcão de negócios. MALLMANN diz que hoje está mais "à
vista", porque o pessoal trabalhava por debaixo do pano, porque não tinha muitos adeptos e que não era essa
turma do...(inaudível) e que a Câmara Superior é o ponto vital da coisa e que a Câmara baixa ajuda, mas que
não é independente, mas que imagine que um processo desse na Câmara baixa passando, já está com ponto
favorável. CORTEZ diz que botaram uns fazendários completamente despreparados, que o VALADÃO só
nega, mas que não sabe nada de nada e que não sabe nem quando é dia nem quando é noite, porque é doutor
nos Estados unidos, em Londres e que se acha o "rei da cocada", mas que ele é um idiota e que todo mundo
vai de encontro a ele e que até os fazendários vão de encontro a ele e que acaba virando esculhambação e que
esse JORGE CELSO também não sabe nada, mas que é testa de ferro, que é o que leva tudo adiante,
que dão pra ele relatar e tudo bem e MALLMANN diz que é isso aí e que é "mel na chupeta".
CORTEZ fala pra MALLMANN ver se acha esse do SANTANDER e que é pra ele ir guardando tudo,
que eles depois vão escrever um livro.
Voltando ao grupo, observamos na ligação a seguir, além de falarem
sobre o caso do BRADESCO que será analisado mais abaixo, JOSÉ TERUJI

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TAMAZATO fala ao EDUARDO para ele “ver com carinho” o caso do Banco
SANTANDER porque “já está indo bem”, o que demonstra a participação do mesmo
nessa empreitada captando o cliente para a corrupção.
Código: 572793
Data: 16/10/2014 Hora: 17:25:09 Duração: 00:02:45
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X TAMAZATO-CONTINUAÇÃO BRADESCO/SANTANDER
Arquivo: 20141016172509011.wav

Degravação:
EDUARDO diz que "conhece uma pessoa que é muita amiga dela" (FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS -
CONSELHEIRA DO CARF), mas que "não sabe se vale a pena fazer alguma coisa"; TAMAZATO fala que
vai pro mês que vem agora; EDUARDO diz que "no sentido de tentar mudar o cenário", por que, como já tem
uma pessoa que conhece, que sabe que pode estar com eles, ela agora, conversou com uma pessoa "que a
conhece" que também poderia e "de repente poderia até mudar o quadro" (risos); TAMAZATO diz que neste
primeiro momento eles não vão nos contratar; EDUARDO diz que o sentimento é aquele mesmo, eles vão
aguardar; pergunta se eles (BRADESCO) mandaram alguma mensagem neste sentido; TAMAZATO diz que
não, que não falaram nada; EDUARDO diz que "também até vale a pena falar com ela para manter a
posição"; TAMAZATO diz que é para EDUARDO ver com carinho o caso do ESPANHOL
(SANTANDER) por que está indo bem; EDUARDO diz que queria falar com TAMAZATO sobre isto
aí, até para saber o que ele está pensando; TAMAZATO pergunta se segunda-feira EDUARDO vai
estar lá para tomarem um café e combinam o encontro por volta de 11 horas; TAMAZATO diz que
então tomam um café e batem um papo na segunda-feira; EDUARDO pergunta se TAMAZATO entregou
as amostras, TAMAZATO diz que não ficou pronto e que só na semana que vem.
Esta ligação deixa clara a intenção do grupo em manipular os resultados dos
julgamentos dos processos administrativos dos bancos BRADESCO e SANTANDER, já
que o SALAZAR pergunta como está andando a admissibilidade do “ESPANHOL” e
JORGE fala que “eles estão aguardando” só está esperando o “start” de EDUARDO e
diz que quando isso acontecer “está contratado” e que “vão levar o negócio em
frente”.

Código: 576277
Data: 17/10/2014 Hora: 18:04:30 Duração: 00:07:32
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X JORGE VICTOR-IDA A SÃO PAULO
Arquivo: 20141017180430004.wav

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Degravação:
SALAZAR diz que esteve conversando por telefone com nosso irmão (EDUARDO), e que ele pediu que
perguntasse para JORGE VICTOR se sabe ou imagina qual foi o motivo ou os motivos da retirada de pauta
por nossa amiga (FABÍOLA KERAMIDAS) aí daquele processo; JORGE VICTOR diz que tinha falado com
ela no mês passado para que ela pedisse vista; se SALAZAR lembrava; só que no mês passado ela não foi;
que neste mês JORGE VICTOR não falou com ela, que na verdade não sabe o que aconteceu no julgamento
que ocasionou esta pedido de vista, se foi o pedido anterior ou se foi algo que aconteceu na seção; SALAZAR
diz que independentemente deste ponto de vista se JORGE VICTOR vislumbra alguma coisa, alguns outros
interesses, o que você tem na sua cabeça?; JORGE VICTOR diz que falou muito rapidamente ontem com
GILENO no intervalo da seção quando teve a vista para ...; que até perguntou para ele se ele chegou a ver na
tela do computador o voto de Presidente WALBER; que GILENO lhe falou que não viu por que, como tinha
transferido de um dia para o outro o julgamento e que de manhã cedo já ficou combinado que a FABÍOLA
ficaria com vista, ele nem chegou colocar o negócio no e-processo; que ele nem ficou sabendo a posição que
o relator iria adotar em relação ao processo; JORGE VICTOR fala que está tentando contato com GILENO,
que deveria ter falado ontem pessoalmente; que está tentando falar com ele, que GILENO mora em SÃO
PAULO, que passou o dia inteiro atrás dele e ele não lhe retornou, por que a menina do escritório informou
que ele estava num cliente e não sabia se ele voltaria ao escritório hoje; JORGE VICTOR fala que está
querendo ir a SÃO PAULO na semana que vem para conversar com GILENO pessoalmente a respeito do
processo; SALAZAR diz que é ótimo que assim já conversam os "nossos assuntos outros também"; JORGE
VICTOR diz que não sabe se vale a pena já começar a conversar com ele, se ainda não têm a contratação;
JORGE VICTOR diz que estava pensando em ir na terça-feira; SALAZAR fala que "para nós quanto mais
cedo você vir é melhor"; JORGE VICTOR fala que se tivesse conseguido falar com ele hoje, iria na segunda,
mas como não conseguiu falar com ele hoje, vai tentar novamente na segunda e vai na terça; SALAZAR diz
que "na hora que você fechar com ele, ato continuo você me liga, tá?; por que aí JORGE poderá dizer o
momento que estará livre; JORGE VICTOR diz que seria interessante SALAZAR conversar "com o nosso
irmão aí" (EDUARDO) por que está tomando a iniciativa de fazer estas ações, mas que por enquanto é tudo
no escuro por que não sabe "se os caras vão nos contratar"; que de repente estão investindo num negócio que
não vai em frente; SALAZAR diz que há ainda uma expectativa muito grande de EDUARDO de eles serem
contratados; que estas medidas que JORGE VICTOR está tomando, embora escuras, "são compatíveis com
nosso raciocínio"; que acha que está correto; como agora vai dizer que JORGE virá na terça, já vai passar esta
informação para EDUARDO hoje que "já vai agilizar os pauzinho dele, pra acionar, ver e inflamar tudo pra
na terça-feira a gente sentar e passar, e como diz, passar a régua nos nossos assuntos"; SALAZAR fala sobre
a admissibilidade do ESPANHOL como é que está, o que está andando...; JORGE VICTOR diz que
estão aguardando notícias de vocês pra levar o troço em frente; que eles também estão aguardando;
QUE NA HORA QUE DER O START, TÁ CONTRATADO, estarão levando o negócio em frente; que
estão aguardando vocês”; SALAZAR diz que vai ligar para EDUARDO agora, que bateram este papo,
que ele tinha estas dúvidas e vai dizer que você deve estar vindo aqui na segunda ou terça feira, que na
hora que você vislumbrar você me dá mais ou menos o momento que nós vamos estar juntos, se antes
ou depois de se conversar com GILENO, você é que escolhe o "time"; JORGE diz que primeiro vai ver
a disponibilidade de tempo que GILENO teria e aí a gente vê; SALAZAR diz que para "nosso irmão"
(EDUARDO) na parte da tarde sempre é melhor pra ele.
Já na ligação abaixo JORGE VICTOR traça a “estratégia” no caso do
SANTANDER (que eles comumente chamam de “espanhóis”) que deve ser adotada por
eles e que conta com a participação do Auditor Fiscal e Conselheiro JORGE CELSO

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FREIRE DA SILVA como foi acima demonstrado. JORGE VICTOR fala em admitir o
recurso mesmo intempestivo, o que já teria sido sugerido por JORGE CELSO FREIRE pra
não levantar suspeitas, e em “armar” uma situação para questionar a intempestividade
posteriormente e, “alinhados”, votarem nesse sentido. JORGE VICTOR também diz pra
SALAZAR avisar a EDUARDO para que tome cuidado e não diga “aos Espanhóis” (do
SANTANDER) que o recurso da Fazenda é intempestivo e SALAZAR complementa
dizendo que “aí não tem mercadoria pra vender”. JORGE também fala que está tentando
contato como Conselheiro GILENO (um dos julgadores do processo do BRADESCO,
outro caso que será detalhado na sequencia) e aventa a possibilidade de ir a São Paulo
encontrá-lo pessoalmente.
Código: 585692
Data: 21/10/2014 Hora: 17:37:42 Duração: 00:10:32
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X JORGE VICTOR-ESCLARECE SANTANDER
Arquivo: 20141021173742064.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz que o processo foi julgado na 2ª Câmara e que a decisão foi em duas partes, que na
primeira parte da decisão eles estavam alegando decadência e nisso aí eles perderam. SALAZAR pergunta se
o contribuinte perdeu e JORGE VICTOR confirma e diz que a segunda parte, que era referente à amortização
do ágio, eles ganharam, mas não foi unânime e que aí da parte que eles perderam, eles fizeram um Recurso
Especial para a Câmara Superior e que da parte que eles ganharam, a Fazenda Nacional entrou com um
recurso contra a decisão que o favoreceu. SALAZAR pergunta se é Recurso Especial também e JORGE
VICTOR diz que sim, que é o Recurso Especial do Procurador. JORGE VICTOR diz que esse processo está
parado lá há não sabe quanto tempo, que 3 anos ele acha, aguardando o exame de admissibilidade dos 2
recursos, porque só depois do exame de admissibilidade é que tanto o contribuinte quanto a Fazenda é
notificado pra apresentar as contra razões e que então não há contra razões no processo, mas SALAZAR diz
que há sim, com certeza absoluta. JORGE VICTOR diz que não há e que as contra razões só vão para o
processo depois que o recurso é admitido. SALAZAR diz que ele (EDUARDO) não tem todo o processo, mas
que mostrou a SALAZAR algumas folhas e que SALAZAR leu contra razões do contribuinte, na preliminar
alegando que o Recurso Especial do Procurador é intempestivo, porque a ciência foi feita dia 06/03, que o
prazo era 21 e que eles entraram dia 22 e JORGE diz que foi ele quem falou pro nosso irmão (EDUARDO),
que o processo estava aguardando exame de admissibilidade e que está nessa situação e que nós já
examinamos e que o Recurso Especial do Procurador é intempestivo. SALAZAR pergunta se já houve o
exame de admissibilidade e JORGE VICTOR diz que não houve, porque tanto o exame de
admissibilidade do procurador, quanto do contribuinte só é feito e que no caso de ser feito, só é feito
quando o contribuinte tem ciência de que o recurso foi admitido, porque se o recurso não for admitido,

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o "processo morreu" e que aí o cara não tem porque fazer as contra razões. SALAZAR pergunta se o
contribuinte não tem ciência do recurso e JORGE VICTOR diz que nem ele e nem a Procuradoria tem
ciência do Recurso do contribuinte. JORGE VICTOR diz então que o que está acontecendo é isso e que
falou isso com o nosso irmão (EDUARDO), pra ele ter cuidado ao tratar isso com o cliente, porque se
ele já de cara abre o jogo pros "ESPANHÓIS lá" (SANTANDER) que o recurso é intempestivo, "aí nós
não temos o que fazer". "SALAZAR diz que não tem o que falar e que "não tem mercadoria que
vender" e JORGE VICTOR diz: "exatamente!". JORGE VICTOR diz que como essa questão da
admissibilidade e da tempestividade é uma questão relativa, que essa questão da intempestividade do Recurso
da Fazenda é controvertida, porque a ciência do Procurador é considerada como dada na data em que o
processo é colocado à disposição da Procuradoria e que o processo foi colocado à disposição da Procuradoria
no dia 6 de março, mas o Procurador entendeu que o prazo dele começava contar a partir do dia seguinte e
que entrou com o Recurso Especial no dia 21, entendendo que o recurso estava tempestivo. JORGE
VICTOR diz que então a nossa estratégia e que já falou isso com o nosso irmão (EDUARDO) e que
talvez ele não tenha percebido a dimensão da coisa, que falou com ele que pra todos os efeitos, "ao fazer
o exame de admissibilidade e que quem vai fazer isso é o nosso companheiro aqui" (JORGE CELSO
FREIRE) e que "ele vai admitir o recurso como se tempestivo fosse", que ele vai admitir os 2 recursos,
tanto o do contribuinte quanto à decadência, quanto o da Procuradoria e que "aí nós vamos armar
uma situação de tal forma que quando o patrono chegar aqui pra fazer a sustentação aqui no dia que
pautar o recurso pra julgamento, alguém dentro do Conselho vai levantar a questão da tempestividade
e que aí nós vamos... como se nós estivéssemos apreciando a matéria. SALAZAR diz que aí nesse
momento levanta a intempestividade. "JORGE VICTOR diz que sim e que como estamos todos nós
alinhados", nós vamos entender que realmente o recurso é intempestivo e que portanto, não tem o
que... e que o processo está findo e que aí vamos dar provimento... e que aí vão dar provimento ao
Recurso do Contribuinte quanto à questão da decadência. JORGE VICTOR pergunta se SALAZAR
entendeu e este diz que sim, que ficou meio nebuloso isso aí e que ele (EDUARDO) ficou meio confuso.
JORGE diz que ele entendeu mal a coisa e SALAZAR diz que como ele tem aula a semana inteira e só tem
uma hora de almoço e com medo de JORGE VICTOR vir amanhã aqui e nós não podermos estar juntos, ele
(EDUARDO) chamou SALAZAR ontem e lhe fez essa colocação e que pediu pra SALAZAR anotar uns
quadrinhos pra falar com ele (JORGE VICTOR) "isso, isso e isso", que foi o que SALAZAR acabou de falar
com JORGE VICTOR, mas que agora deu pra SALAZAR entender, que embora tenha lá as contra razões,
isso ainda não foi apreciado e JORGE VICTOR diz que não foi apreciado ainda e que talvez ache
interessante, não que SALAZAR não vá conseguir explicar isso a ele (EDUARDO), que a coisa é simples,
que não é tão complexa assim, mas que JORGE VICTOR acha interessante que SALAZAR falasse com ele
(EDUARDO) pra dar uma ligada hoje de noite pra JORGE VICTOR, nesse telefone aqui pra gente conversar
mais um pouco sobre isso. SALAZAR diz que está bom e que vai falar com ele. JORGE VICTOR diz que é
pra SALAZAR explicar a ele como é que é e como está a coisa e SALAZAR diz que é porque ele e JORGE
VICTOR são o senhor da situação e que acompanharam "pari passo" desde o começo. SALAZAR diz que por
estar muito afastado disso há muitos anos, de repente não pega na hora, mas que acredito que entendeu o que
JORGE VICTOR falou, mas que de qualquer forma vamos ver se de noite ele liga pra JORGE VICTOR nesse
telefone aí. "JORGE VICTOR pede que ele lhe ligue nesse telefone que eles falam à vontade". SALAZAR diz
que vai ver se hoje ou amanhã e que vai ver depois da aula se encontra com ele (EDUARDO) e "aí ele liga
desse mesmo que é mais fácil", mas que agora está entendido. SALAZAR diz que então por enquanto
JORGE não vem aqui e JORGE VICTOR diz que não, que está aguardando, porque" ele só vai
conseguir falar com o GILENO, com o cara pra gente tratar do outro assunto lá de OSASCO", que só
vai conseguir falar com ele amanhã, porque acha que ele viajou e que só estaria em São Paulo amanhã
e que vai depender da conversa de JORGE VICTOR com ele (GILENO) saber se vai na quinta ou na

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sexta ou se vai ou não vai. SALAZAR pede pra que JORGE, assim que souber disso, dar um
posicionamento a ele. JORGE VICTOR diz que sem dúvida e SALAZAR diz que é pra ver se tem como,
porque SALAZAR e JORGE tudo bem, mas que isso tudo não resolve e que como ele está tendo aula a
semana inteira, SALAZAR precisa ver se ele tem um tempinho pra nós nos encontrarmos ou na aeroporto ou
na ida ou na volta, coisa nesse sentido. JORGE diz que entendeu.

O áudio abaixo reforça o que foi relatado logo acima sobre a participação do
Conselheiro ANTONIO JOSÉ PRAGA DE SOUZA, no Processo do SANTANDER
quando em Câmara Baixa, e o próprio EDUARDO dá a entender que o PRAGA teria sido
cooptado pelo Banco SANTANDER o qual era representado pelo QUIROGA
(provavelmente o ROBERTO QUIROGA MOSQUERA) mesmo nome dado anteriormente
pelo PAULO ROBERTO CORTEZ. O EDUARDO também lembra acerca do “custo”
cobrado pelo JORGE CELSO FREIRE DA SILVA para fazer a admissibilidade e colocar o
processo na pauta de julgamento.

Código: 587548
Data: 22/10/2014 Hora: 13:21:42 Duração: 00:28:39
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X JORGE X EDUARDO-ALINHANDO SANTANDER
Arquivo: 20141022132142004.wav

Degravação:
SALAZAR diz que vai passar o telefone pro nosso amigo e também pergunta se JORGE VICTOR localizou
aquele documento e JORGE VICTOR diz que ainda não e que vai precisar esperar o nosso amigo que foi pra
Recife. JORGE VICTOR diz a EDUARDO que tentou ligar ontem à noite pra ele naquele outro telefone, mas
que... EDUARDO diz que estava no médico e que até falou pra SALAZAR e que depois que chegou em casa
que eram 11 e pouco da noite e que viu uma chamada. JORGE VICTOR diz que queria ligar pra EDUARDO,
porque ficou muito preocupado depois com a conversa que teve com SALAZAR em relação ao caso que ele
falou lá da "ESPANHA" e (SANTANDER) que percebeu que EDUARDO não tinha entendido nada do que
JORGE VICTOR colocou. EDUARDO diz que entendeu, mas que vai tentar resumir pra ver se o que JORGE
VICTOR leu é exatamente o que EDUARDO também leu. EDUARDO continua dizendo que o contribuinte
teve o auto que foi pra DRJ e perdeu e que foi para o Conselho e ganhou de 6 a 0. JORGE VICTOR
interrompe e diz que foi para a Turma ordinária e que não ganhou não e que a parte que ele ganhou que foi a
dedutibilidade do ágio, ganhou mas não foi por unanimidade e que inclusive teve um voto divergente do
Presidente que ele fez declaração de voto, que não foi por unanimidade. EDUARDO diz que esse é um
detalhe e que ele entrou com 3 questionamentos e que o primeiro era a decadência em relação ao vínculo
societário e que este ocorreu em 2001 e que ele começou a aproveitar o ágio em 2002, 2003, 2004, 2005 e
2006 e que então a primeira questão dele era apagar todo o auto pela decadência por conta do ato societário.
EDUARDO diz que a segunda questão era afastar a decadência só do ano de 2002 porque ele foi autuado em
2008 e que então já teria passado 5 anos e que a terceira coisa era, no mérito, reconhecer o direito dele de

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abater o ágio. EDUARDO diz que o julgamento foi que a questão da decadência por conta do ato societário
foi afastada, que ele perdeu. JORGE VICTOR diz que perdeu por unanimidade e EDUARDO concorda e diz
que vai perder o Recurso Especial, porém, ele ganhou a decadência de 2002 porque afastaram a multa
agravada, reconheceram a aplicação dos 150 e, portanto, ele ganhou e que 2002 está fora, que já ganhou e que
ganhou no mérito, porque o ágio era passível de dedução e que como ele ganhou no mérito, ficou, entre aspas,
prejudicada a própria decadência de 2002, que ele ganhou o todo e que então a parte está dentro do todo, mas
que é óbvio que se ele voltar a decisão, ela vai conseguir ganhar só a parte. EDUARDO diz que então a União
entrou com Embargo. JORGE VICTOR diz que a União entrou com o Recurso Especial e EDUARDO diz
que não, que entrou com o Embargo primeiro pedindo o esclarecimento de que havia omissão em relação ao
aproveitamento do ágio. JORGE VICTOR reconhece que havia o Embargo primeiro. EDUARDO diz que
inclusive ele ataca isso dizendo que houve uma inovação no Embargo, porque nele a União começa a falar em
Embargo de si mesmo e que tem uma série de argumentos. EDUARDO diz que o Embargo foi rejeitado
pelo mesmo Relator, que foi o PRAGA e que "na opinião de EDUARDO o PRAGA estava com eles" e
JORGE VICTOR diz que o PRAGA votou contra a dedutibilidade do ágio e que ele (PRAGA) inclusive
fez uma declaração de voto em separado votando contra a dedutibilidade. EDUARDO diz que não.
JORGE VICTOR insiste em dizer que foi, com certeza. EDUARDO diz que está com o voto do PRAGA
com ele e que tem 110 páginas e que leu inteirinho. JORGE VICTOR diz que ele foi voto vencido e
EDUARDO diz que vai pegar o voto aqui pra ler pra JORGE VICTOR, que diz que a dedutibilidade do ágio
foi pela maioria, com voto vencido do PRAGA. EDUARDO diz que não, que o PRAGA votou a favor, mas
que não tem importância e pede pra prosseguir. EDUARDO diz que ele entrou com Embargo e este foi
rejeitado e que aí a União entrou com um Recurso Especial e que o recurso especial foi admitido já. JORGE
VICTOR diz que não foi admitido e EDUARDO diz que foi e que ele está com a cópia do voto de admissão,
que foi admitido e que o Relator não falou da intempestividade e que então ele já está admitido e que aí o
contribuinte entrou com as contra razões e que já disse na preliminar que o recurso da União era intempestivo,
que já está dito lá, que já está escrito e que além disso ele entrou com um Recurso Especial dele e que nesse
recurso ele quer voltar à tese da decadência total por conta do ato societário e que isso é ridículo e que isso ele
só está "embromando" e que vai ser admitido porque ele apresentou um paradigma, porém, no julgamento do
mérito ele vai perder porque isso já está mais do que batido. EDUARDO diz que o recurso especial da
Fazenda já foi admitido e a parte já apresentou a contra razão já questionando a intempestividade. JORGE
VICTOR diz que o cara (LUTERO) então lhe informou errado esse negócio e EDUARDO complementa
dizendo que está errado e que tirou a cópia inteira e que "então EDUARDO não tem o que dizer pra eles".
JORGE VICTOR diz que se é realmente assim, então não tem. EDUARDO diz que está com cópia e que a
única coisa que nos poderia salvar é que o recurso especial da União está datado, no papel do recurso, de 20
de março. JORGE VICTOR diz foi protocolizado dia 22 e que o prazo vencia dia 21. EDUARDO diz que foi
protocolizado dia 22 e que o prazo vencia dia 21, mas que a Procuradora que fez o recurso coloca na sua
primeira linha que a Procuradoria tomou ciência da decisão do CARF no dia tal e que, portanto, contado o
prazo legal do artigo x, y, z, esse Recurso Especial tem o prazo vencido no dia 21 e que, portanto, ele está
sendo apresentado tempestivamente e que aí, quando aparece o carimbo no recurso, está com data do dia 22.
JORGE VICTOR diz que foi isso que o LUTERO tinha lhe dito e que "era o que a gente poderia trabalhar",
porque ele tinha dito a JORGE VICTOR que esse recurso da Fazenda, embora intempestivo, seria admitido
pra ir pro Pleno da Câmara Superior porque há uma controvérsia a respeito de datas na ciência dos recursos na
Procuradoria, se o prazo do procurador se conta a partir do dia seguinte ao que ele tomou ciência ou se é no
mesmo dia e que como quem iria julgar o processo na Câmara Superior seria o Relator, ele iria
levantar... que ele não falou comigo que o recurso já teria sido admitido e que "ele inclusive falou e que
JORGE falou com EDUARDO também, a respeito do custo que ele falou pra poder fazer a
admissibilidade disso e botar em pauta" (500 MIL REAIS). EDUARDO diz que já foi feita e que já está

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longe. JORGE diz que a primeira informação que ele (LUTERO) tinha me dado era a de que a
admissibilidade do recurso já tinha sido feita e que faltava agora pautar o recurso e que eles estavam
"ensebando" porque se tratava de matéria de ágio e que eles não estavam querendo apreciar e que "aí
ele (LUTERO) conversou com o Presidente da Câmara" (JORGE CELSO FREIRE) e que este falou
que não, que a admissibilidade não tinha sido feita ainda e que "passaria pra ele, pro próprio LUTERO
fazer o exame de admissibilidade", já que eles estão com pouca gente lá pra fazer isso e que já faria a
distribuição disso pra ir pra Câmara e que a orientação que ele passou foi de que, embora o recurso
seja intempestivo, que a admissibilidade deveria ser aceita para que a questão fosse levantada pelo
Relator a respeito da intempestividade e que essa foi a notícia que ele (LUTERO) passou pra JORGE
VICTOR para que este passasse pra vocês (EDUARDO e SALAZAR). EDUARDO repete que se
JORGE olhar, o PRAGA deu voto favorável e que foi o relator e que na opinião de EDUARDO, "de
uma maneira forçadíssima" e que juntou no voto dele um voto do VALMIR SANDRI de um outro
processo de um outro julgamento que não guarda as mesmas características, porque eram as duas
empresas no Brasil e que é da área de telecomunicações e que aí ele joga aquele o voto lá e que diz que a
autoridade fiscal autuante se equivocou e que usou umas palavras... e que diria pra EDUARDO que ele teria
uns 300 argumentos pra ele perder e que pra ganhar EDUARDO não tem nenhum, praticamente, que teria um
só porque é um equívoco, e que é uma confusão e que a Procuradoria fala uma coisa, o julgador... o relator
fala outra e que ele fala de ágio de si mesmo, que a procuradoria entra com ágio de si mesmo com uma outra
interpretação e que o contribuinte vem com ágio interno e que é uma confusão geral. JORGE VICTOR diz
que isso era outra coisa que o LUTERO tinha lhe levantado, que tinha lhe falado que poderia, caso a Turma
fosse vencida com relação à contagem do prazo do recurso da Fazenda, que era outro aspecto que o
LUTERO falou pra JORGE VICTOR que poderia ser contestado é a de que como quem adquiriu o
BANESPA que foi a SANTANDER da Espanha, a legislação que se aplica a essa ágio, não seria a
legislação nacional, mas sim a de lá e que só num segundo momento é que a matriz passou essa
aquisição para a filial Brasil e que "ele (LUTERO) lhe disse textualmente que se nós eventualmente
viermos a ter dificuldade em convencer a Turma", porque o Procurador vai estar presente e
certamente vai "chiar", dizer e querer defender a todo custo que o recurso é tempestivo e que se nós
eventualmente formos vencidos nisso aí, nós vamos alegar os artigos tais e tais e tais da Lei, do CTN e
que lhe mostrou lá tudo, dizendo que o que a procuradoria estava alegando em relação ao recurso dela
não se aplica, porque a legislação que se aplica nesse caso é a legislação espanhola e não a brasileira e
que ele conseguiria derrubar isso por aí. JORGE VICTOR diz que está dizendo esse negócio a EDUARDO
sobre o PRAGA, porque está aqui com o extrato da ementa do julgamento feito no dia 21 de 10 de 2011 que
diz que o "texto da decisão do acórdão do colegiado, que por maioria de votos, foi “1”. rejeitar a preliminar de
impossibilidade do fisco efetuar, em 2008, a auditoria dos elementos contábeis e fiscais do ano calendário de
2001 para glosar valores com repercussão em períodos posteriores" e que está entre parêntese: ágio passível
de amortização. JORGE VICTOR continua lendo e diz que: "vencido o Conselheiro LEONARDO
HENRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA, que acolhia a preliminar cancelando integralmente o
lançamento. EDUARDO diz que foi exatamente isso, que esse foi contra. JORGE continua dizendo que o
Conselheiro MOISÉS GIACOMELLI DA SILVA votou pelas conclusões. “2”. Por unanimidade de votos,
desqualificar a multa de ofício e acolher a preliminar de decadência relativa ao IRPJ e à CSL do ano de 2002.
“3”. No mérito, por unanimidade de votos, restabelecer a dedutibilidade da amortização do ágio efetivamente
pago na aquisição do BANESPA pelo SANTANDER e por conseguinte, cancelar as exigências do IRPJ e da
CSL". EDUARDO diz que é o que ele está falando. JORGE VICTOR conclui dizendo: "tudo nos termos do
relatório de voto que passa a integrar o presente voto". EDUARDO diz que é exatamente isso que estava
falando e JORGE VICTOR diz que estava confundindo e que o voto que o PRAGA foi vencido foi o voto da
"JS". EDUARDO diz que só a primeira que foi a da decadência geral foi absurda, que foi do MAGALHÃES,

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esse LEONARDO, que conhece esse cara e que ele é louco e JORGE VICTOR também diz que é louco.
EDUARDO diz que ele (LEONARDO) dá tanta volta no voto dele que EDUARDO fica assustado com as
pessoas ao lado dele acompanham o voto dele. EDUARDO insiste que ele é um louco e que conversou uma
vez com ele aqui em São Paulo e que esse cara á um maluco e que é brigado até com o irmão dele.
EDUARDO diz que foi o que ele falou, que o voto do PRAGA, na opinião dele é fraco, porque ele roda,
roda, roda... JORGE VICTOR diz que normalmente os votos do PRAGA são fracos. EDUARDO diz
que "ele estava junto com o QUIROGA" e que "não tem a menor dúvida disso". EDUARDO diz que a
única coisa que temos é saber qual é a chance de ser admitido o recurso da Procuradoria por conta do
prazo, da intempestividade. EDUARDO diz que não pode acreditar que a mulher escreveu no texto que ela
estava entregando dentro do prazo, que ela escreve a data que vai expirar o prazo e diz que está sendo
apresentado a tempo e que ela vai e protocoliza no dia errado... JORGE VICTOR diz que é exatamente por
causa dessa controvérsia que há lá no CARF, porque quando você tem um AR nos autos ou uma entrega via
edital nos outros normais é uma coisa e que quando você tem a ciência do Procurador, essa matéria não está
pacificada no CARF e que como a procuradora vai estar presente no julgamento, ela vai fazer o diabo pra
sustentar que o recurso é tempestivo. EDUARDO repete dizendo que ela escreveu no texto dizendo que o
prazo vencia no dia 21, que foi ela quem escreveu e que então ela não iria entregar no dia 22 e que então ela
não tem nem argumentos, se ela entregou no dia 22, ela mesma disse textualmente que vencia no dia 21 e que
esse documento tinha que ter sido entregue no dia 21 e que ele foi parar na mão de alguém que carimbou no
dia 22 por um erro e que não acredita que essa mulher não tenha protocolado esse documento no dia 21.
JORGE VICTOR diz que isso o LUTERO lhe mostrou, que foi o carimbo do dia 22. EDUARDO diz quer
isso foi o carimbo da secretária do Protocolo e quem garante que esse documento já não estava lá.
EDUARDO diz que não dizer que a moça tenha culpa, mas que na opinião dele "esse troço chegou lá atrasado
de propósito" e que não acredita que a mulher escreva, que ela assina o termo dela no dia 20, que o
documento está datado do dia 20 e que ela escreve que vence no dia 21 e que ela vai e protocoliza no dia 22,
que não tem cabimento e que "isso é armação". JORGE VICTOR diz que é meio estranho e EDUARDO diz
que a pergunta que ele faz e pede pra JORGE VICTOR transmitir os nossos sentimentos pela perda da mãe
dele e que ontem eles tentaram falar com JORGE VICTOR, que SALAZAR estava preocupado e que
EDUARDO falou pra tentar no escritório e questionou se teria acontecido alguma coisa com ele (JORGE
VICTOR) de saúde ou familiar. JORGE VICTOR diz que tinha falado com SALAZAR que tinha saído e que
deixou o celular sem carga e que na hora que voltou e que respondeu pra ele já era 6 e pouco. EDUARDO diz
que é pra JORGE VICTOR perguntar a LUTERO se ele vislumbra alguma coisa por trás dessa data que foi
carimbada, porque é que o recurso está muito confuso e que na contra razão que o patrono apresenta primeiro
a intempestividade e que depois ele questiona também o mérito e que ele diz que a PFN a cada momento
inova na tese e que ela começa com uma coisa e que depois vai pra outra. Mas EDUARDO diz que
particularmente está convencido de que o que "o contribuinte fez não tem amparo legal pelo menos de
forma transparente pra ganhar assim de 6 a 0", que não tem e que "é absolutamente impossível de não
ter tido 1 voto contrário" e que é inacreditável e que "ali foi feito muito bem um acordo", que foi muito
bem feito. JORGE diz que ainda mais com o voto favorável do PRAGA, que é "uma praga" (risos),
além de ser fraquíssimo. EDUARDO diz que então o que teria que perguntar a LUTERO, dentro dessa
questão do carimbo... que não sabe porque o carimbo que tem é da seção e pergunta se não tem um protocolo
geral, porque ela entrega o recurso na secretaria da Câmara, porque o carimbo que tem o dia 22 é da secretaria
da Câmara e JORGE VICTOR diz que é porque a procuradoria tem as suas prerrogativas lá diferente do
contribuinte e que pelo que LUTERO lhe falou, existem vários casos em que essa questão já foi colocada no
CARF. EDUARDO pergunta como é que ela vai questionar uma coisa que ela mesma escreveu no corpo do
recurso. JORGE VICTOR diz que com os carimbos está nos autos e que é incontestável o que está lá.
EDUARDO diz que ela tem que ter outro documento e que ela tem que ter outra explicação, que no dia 21

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não quiseram lhe receber, que esteve aqui e não tinha ninguém pra lhe atender e que não sabe o que ela vai
falar e que a pergunta de EDUARDO ele reitera que é conversar com LUTERO e ver lá que infelizmente
aquilo que JORGE VICTOR entendeu, não é bem aquilo e que na verdade o recurso da Fazenda já foi
admitido e que o patrono já questionou a intempestividade. JORGE diz que aí muda de figura. EDUARDO
diz que muda de figura e que pra voltar ao status anterior de ter pelo menos o julgamento do mérito, precisa se
suplantar essa intempestividade e pergunta o que é que ele entende, se a mulher veio aqui e protocolizou, mas
que ela deve dizer aqui que veio no dia anterior e que não sabe como ela vai provar que esteve lá no dia
anterior e que não tem ideia, mas que "não é possível que essa mulher, num negócio de 5 bilhões, a
mulher perde o prazo escrevendo". JORGE VICTOR concorda e EDUARDO diz que ela no mínimo vai ser
taxada de irresponsável e de desídia e que não tem cabimento. JORGE VICTOR concorda que seria desídia e
EDUARDO diz que isso é desídia e que ela deveria ser processada e que tem que abrir uma sindicância contra
ela. EDUARDO diz que se ela perder o prazo tem que responder a uma sindicância, porque o cara ganhou de
6 a 0. EDUARDO diz que não tem mais o que falar com a pessoa aqui e que iria escrever um "paper"
pra ele, que leu inteirinho e que inclusive notou antinomia da defesa, que o cara falou aqui em aquisição e
que o cara não adquiriu nada, que o cara fez foi uma conferência de ações com o aumento de capital, que não
houve aquisição. JORGE VICTOR diz que foi uma conferência de bens em substituição e EDUARDO diz
que ele coloca na defesa dele um julgamento do CARF e fala que a conferência é uma aquisição e
EDUARDO pergunta de quem e diz que é da outra parte que está conferindo e que está adquirindo o controle
da empresa investida e não aqui o Brasil que está recebendo que está adquirindo, que não está adquirindo
nada. "EDUARDO diz que tem argumentos pra mostrar que a defesa tem erros, mas que se não ganha
nem no prazo, aí esquece, que não tem o que falar e que o cara vai ganhar de 6 a 0 de graça".
EDUARDO pede pra que se JORGE puder dar uma palavra com ele (LUTERO), ver se ele vislumbra
alguma coisa nesse imbróglio, dizendo se de fato esse dia 22 que está aqui no carimbo a mulher vai
dizer aqui que não vale e que não sabe quem trouxe inclusive, se foi um boy, se foi um serventuário
qualquer que levou lá e disseram pra deixar aqui e que foi embora e que a mulher recebeu na mesa
dela e que carimbou na hora em que ela recebeu na mesa dela. EDUARDO continua dizendo que é
impossível ou que é muita incompetência, ou outra coisa. JORGE VICTOR diz que está achando
interessante é o Presidente da Câmara (JORGE CELSO FREIRE) ter dito inicialmente já há mais de 2 meses,
quando EDUARDO apresentou o problema a JORGE VICTOR, que a admissibilidade do recurso já
havia sido feita e que depois ele vem com essa conversa com LUTERO dizendo que não, que não tinha
sido feita ainda e que "foi por isso que JORGE falou a EDUARDO sobre a proposta dele". EDUARDO
diz que só não foi feita a admissibilidade do recurso do patrono, mas que o dele precisa voltar à tese da
decadência integral e que ela vai ser admitida porque ele colocou um paradigma que fala em base negativa de
CSL, que não pode depois de 5 anos a receita querer rever a base de cálculo, mas que isso é lá em 1993 e que
aquilo lá não vai prosperar, que vão admitir, mas que na hora do julgamento do mérito, aquilo vai ser
fulminado, absolutamente fulminado e que então o que vai prevalecer é a tese da intempestividade e que então
se JORGE VICTOR trocar uma palavra com ele, aí a gente vê o que ele (LUTERO) acha. JORGE VICTOR
diz que no domingo eles tiveram um imprevisto que faleceu a mãe do LUTERO e que ele teve que ir pra
Recife e que só está voltando amanhã e que "JORGE VICTOR vai provocá-lo amanhã ou sexta, pegar
esse processo e destrinchar e conversar inclusive com mo presidente da Câmara (JORGE CELSO
FREIRE) à respeito da proposta que ele fez" e que "ele fez uma proposta pra um negócio que ele já tinha
feito". EDUARDO diz que sem dúvidas, que JORGE vê aí e depois dá um alô e eles prosseguem com a
conversa.
Abaixo o JORGE VICTOR esclarece a situação do processo do BANCO
SANTANDER e fala do seu interesse em conversar para convencer EDUARDO sobre suas

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“nuances”. JORGE inclusive sugere que SALAZAR e EDUARDO viajem até Brasília para
que possam conversar pessoalmente SALAZAR e JORGE VICTOR deixam claro o
interesse pelos “honorários” do caso. JORGE fala nos riscos do banco perder
questionamentos caso eles não “intervenham” e diz que podem “trabalhar” para admitir o
recurso do banco.
Aqui também se fala do processo do Banco BRADESCO, aonde SALAZAR
chega a dizer a JORGE VICTOR que o pensamento de EDUARDO é que o contribuinte
nesse caso “tome pau” para que os serviços do grupo sejam contratados.
Código: 592334
Data: 24/10/2014 Hora: 16:30:51 Duração: 00:07:16
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-AVANÇO NO SANTANDER
Arquivo: 20141024163051008.wav

Degravação:
JORGE VICTOR pergunta se SALAZAR ainda está em São Paulo e se tem jeito de falar com o nosso irmão
(EDUARDO) e SALAZAR diz que ele (EDUARDO) está doente e que ele teve um desconforto vascular
ontem e que não foi trabalhar ontem e que hoje SALAZAR não conseguiu falar com ele, mas que pode tentar.
JORGE VICTOR diz que é porque aquele assunto que nós conversamos anteontem do ESPANHOL
(SANTANDER), não é bem daquele jeito que ele colocou e que tem uma nuances muito importantes
que JORGE VICTOR queria ver se eles conversavam pessoalmente e que está saindo agora aqui do
CARF e que acabou de conversar com o nosso amigo e que ele estava até pensando na possibilidade de
vocês dois (SALAZAR e EDUARDO) virem aqui amanhã. SALAZAR diz que acha bom a gente conversar
isso aí junto e que ficou meio confuso, mas que acha que não tem como, porque ele saiu ontem do hospital 8
horas da noite e que deu uma pressão violenta no coração. SALAZAR diz que concorda com JORGE
VICTOR que pela relevância seria bom eles se falarem, mas que vai ser muito difícil ele topar ir amanhã e
que não sabe dizer se ele voltar pro hospital ontem ou hoje. JORGE VICTOR diz que o negócio ali tem uma
relevância muito importante e que a gente teria até uma certa urgência em conversar sobre isso e que aquele
entendimento dele sobre aquele negócio da tempestividade, tem uma nuance ali muito importante que seria
bom ... que pode falar com ele até por telefone, mas que o mais importante seria conversar pessoalmente
sobre o outro Recurso Voluntário, o recurso do contribuinte. JORGE VICTOR diz que esse processo tem dois
recursos nele, que tem um Recurso Especial da Fazenda e um do contribuinte. JORGE VICTOR diz que o da
Fazenda, que JORGE tinha dito a ele (EDUARDO) que não tinha sido admitido ainda, mas que já foi e que
tem aquelas razões que o patrono fez. "JORGE VICTOR diz que o segundo ponto é que tem muita coisa
importante pra gente conversar a respeito dessas contra razões do patrono, que não é uma coisa
pacífica e que a gente tem como trabalhar aquilo pra ele e que corre o risco de perder inclusive o
questionamento da tempestividade se a gente não intervir". JORGE VICTOR diz que quanto ao
recurso do contribuinte que não foi admitido ainda, que a gente teria que fazer um trabalho pra
admiti-lo e que embora ele tenha dito que não seja relevante, ele tem uma relevância especial pra eles,

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porque ele pode comprometer inclusive o resultado do que eles já ganharam. SALAZAR diz que
quando ligou pra ele anteontem, que ele já tinha pedido pra SALAZAR que na cabeça dele (de
EDUARDO) e que basta ver a de JORGE VICTOR, que o negócio de OSASCO (BRADESCO) tem que
levar pau" e que até agora ele não foi chamado e que "se JORGE VICTOR puder trabalhar aí é pra
levar pau" e que "se der pau é favorável pra gente" e JORGE VICTOR diz que entendeu e SALAZAR
diz que tinha esquecido de falar isso a JORGE VICTOR. SALAZAR diz que sobre isso que JORGE
VICTOR está lhe falando, ele acha ótimo e que eles têm que dirimir todas as dúvidas disso aí, mesmo
porque é importante, que os valores são importantes. JORGE diz VICTOR que é muito importante e
SALAZAR reforça e diz que está com JORGE e não abre e que vai tentar fazer um contato com ele
(EDUARDO) e que se não ligar pra JORGE é porque não conseguir falar com ele, mas que se conseguir fazer
qualquer contato com ele volta a ligar pra JORGE VICTOR dizendo se ele está em casa ou no hospital,
porque ele tinha uma série de exames hoje à tarde e que pode ser que SALAZAR ligue nesse número e ele
não atenda, mas que na segunda-feira, num primeiro momento SALAZAR faz contato com JORGE VICTOR,
que diz que está bom. SALAZAR diz que achou ótima essa ideia de JORGE VICTOR e que se for o caso
eles vão no começo da semana de noitinha e que vai e volta na mesma hora e esclarece que "realmente o
assunto vale a pena" e que é um cara simples e que JORGE VICTOR sabe e que "o nível de honorário
justifica tudo isso". "SALAZAR pergunta se JORGE VICTOR concorda e este diz que é claro e que é
por isso que ele está brigando ainda pelo negócio". SALAZAR dá parabéns e dá nota dez pra JORGE
VICTOR.
JORGE VICTOR ligação abaixo com EDUARDO torna a falar sobre o
processo do BANCO SANTANDER, onde articulam um encontro pessoal em Brasília com
a participação de LUTERO. JORGE fala das complicações do processo e sobre “a chave
pra sair delas”, que é o “produto que eles têm que vender”. JORGE VICTOR fala em
fazer “manobra” através do Relator e que eles vão têm que ter quórum entre os 10
Conselheiros no dia da votação. JORGE fala da tempestividade do Recurso da
Fazenda, mas que “se deixar correr frouxa essa discussão, que eles levam tinta”. Ele
também aponta a fragilidade desse mesmo recurso, mas diz que “eles tem que
trabalhar pra terem pelo menos um voto da Fazenda” pra não ter o voto de qualidade
e afirma que é “necessário e imperioso que haja um trabalho” e que “sem a gente eles
não vão vencer”.
Código: 602941
Data: 28/10/2014 Hora: 14:00:17 Duração: 00:20:22
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X EDUARDO-CASO SANTANDER
Arquivo: 20141028140017008.wav

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Degravação:
Inicialmente falam sobre o problema de saúde de EDUARDO. A partir de 4 min e 50 seg: EDUARDO diz
que estava conversando com SALAZAR e que a ideia era de irem aí (Brasília) essa semana e JORGE diz que
eles têm um assunto muito sério pra conversar e que parte dele JORGE acha que podem falar por telefone e
que pode antecipar a EDUARDO, mas que tem uma parte em que ele gostaria que todo mundo estivesse
presente e EDUARDO repete que a ideia é eles (SALAZAR e EDUARDO) irem aí e que vai conversar com o
"SALA" na hipótese de irem no sábado e que é até conveniente pra JORGE e pra SALAZAR e JORGE diz
que pra ele e pra SALAZAR acha que também não tem problema. EDUARDO diz que se forem talvez vão no
sábado e que se não, iriam logo o começo da semana, talvez na terça, porque na segunda EDUARDO diz que
vai fazer uns exames e que iriam na terça e que pegariam um voo aqui à tarde e que chegaria aí no final da
tarde e que ficariam aí até o final da noite. JORGE diz que não teria problema e EDUARDO diz que vai
combinar com SALAZAR e liga pra JORGE e que se for possível eles vão no sábado ainda. JORGE pede pra
adiantar alguma coisa pra EDUARDO pra que ele possa ir dando uma examinada. JORGE diz que aquele
caso lá do ESPANHOL (BANCO SANTANDER), o negócio não é tão tranquilo assim como tinham
conversado por último a respeito de dois pontos, tanto do recurso da Fazenda, quanto do Recurso especial do
contribuinte. JORGE diz que o recurso da Fazenda ataca a questão da tempestividade, mas essa
questão, do jeito que está aí nas contra razões, "eles vão levar tinta" por um motivo simples que é o de
que o Regimento do CARF prevê o prazo de 15 dias para o... que primeiro ele diz que a intimação da
Fazenda é pessoal e que depois ele diz que... "a matéria é um pouco controversa aqui e que nós temos a
chave pra sair dela" (risos) e que "esse é que é o produto que a gente tem que vender" e que "como
vender isso é que é o nó cego". JORGE diz que o problema é que pelo regimento do CARF, o recurso ele
deu entrada lá na Procuradoria, em linhas gerais e que está lá reconhecido pela própria Procuradora que
recebeu, no dia 6 de março e que ela faz a conta dos 15 dias, que dá 21 de março e que, portanto, o meu
recurso é tempestivo e que realmente no processo se você for olhar lá nele e que seria bom até que
EDUARDO anotasse, mas que já tirou cópia e que na folha 1.277 e EDUARDO diz que está anotando.
JORGE diz que tem uma RM, que é uma remessa, realmente datada de 21 de março e EDUARDO diz que
entendeu. JORGE diz que tem depois na folha seguinte um carimbo da pessoa do CARF que recebeu o
recurso com data do dia 22 e que então está aí instaurada a controvérsia que levou a fazer com que a
Procuradora estar dizendo que o recurso dela é tempestivo e que o patrono veio dizendo que é intempestivo,
de acordo com o regimento. JORGE diz que o regimento não fixa qual o termo inicial da contagem do prazo
dos 15 dias, nem o termo inicial nem o termo final e que isso só veio acontecer numa Portaria do Ministro que
é a 527, de 9 de novembro de 2010 e que é posterior ao regimento do CARF e que por uma "cagada" não
modificou o regimento do CARF e que devia tê-lo feito. JORGE continua dizendo que essa Portaria 527 de
2010, estabelece no artigo sétimo, parágrafo quinto que o prazo para interposição do recurso será contado a
partir da data da intimação pessoal presumida ou em momento anterior se o Procurador da Fazenda se der por
intimado antes da data prevista no parágrafo terceiro, mediante assinatura no documento de remessa e entrega
do processo administrativo. JORGE diz que o que vale aqui para todos os efeitos, é a RM, que é o documento
de remessa do processo administrativo. JORGE diz que no parágrafo sexto do artigo sétimo, diz que a data do
retorno do processo ao CARF atestada no documento de remessa e entrega do processo administrativo, será
considerada para fins de aferição da tempestividade, do recurso interposto ou da petição protocolada. JORGE
diz que nas contra razões que o patrono fez, ele se deteve exclusivamente no regimento interno do CARF que
não diz qual é o termo e que esse termo não está dito aqui nessa Portaria Ministerial. JORGE diz que se você
for alegar, que se o patrono chegar lá pra sustentar que o recurso é intempestivo, a Procuradora vai alegar que
pelo regimento interno do CARF o recurso é tempestivo e que ele é do dia 21. "JORGE diz que nós vamos
ter que levantar ou através do Relator e que aí vai ser uma manobra que é trabalho nosso ou através de
um Conselheiro no dia da votação" e que "nós vamos ter que ter quórum entre os 10 Conselheiros da

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Câmara Superior" e que nós vamos ter que sustentar que tem que se aplicar a Portaria Ministerial,
porque ela é posterior ao Regimento e que ela dá expressamente o comando para dizer qual é o termo
inicial do prazo do Procurador, coisa que o RICARF não fala. EDUARDO diz que pela Portaria estaria
expirado e JORGE diz que estaria, mas que se ninguém fizer nada e o patrono chegar lá pra fazer a
sustentação oral no dia do julgamento, a Procuradora vai levantar e vai dizer que tem que se aplicar o
regimento interno do CARF e que vai ficar por isso mesmo e que todo mundo vai votar e que vai dar o
recurso por tempestivo, porque realmente tem uma folha no processo com a data da RM de 21 de março, que
era o último dia do prazo dela. EDUARDO diz que entendeu, mas pergunta se não dá pra considerar essa data
da RM do dia 21, mesmo para efeito da Portaria. JORGE diz que não, porque ela é mandatória e que ela está
explicitando que a portaria anterior do regimento do CARF não explicitou e que está fixando qual é a data do
prazo final para a entrega do recurso pelo Procurador. "JORGE diz que se deixar essa discussão correr
frouxa lá sem o apoio de alguém, eles levam tinta", que vai prevalecer a posição do Procurador e que
prevalecendo a tese do Procurador da tempestividade, nós vamos entrar no mérito da recurso dele e
que também é furado e que "o recurso da Procuradora é fácil de ser derrubado, mas que precisa de um
trabalho de alguém pra ter pelo menos um voto da Fazenda" se não vai dar voto de qualidade. JORGE
pergunta se EDUARDO entendeu e este diz que sim. JORGE diz que aí vem o segundo detalhe, que é o que
JORGE queria que o LUTERO explicasse com mais detalhe pra EDUARDO, que é que embora EDUARDO
tenha dito que o recurso especial do contribuinte que está lá e cuja admissibilidade ainda não foi feita e que
gerou a confusão e EDUARDO diz que é verdade. JORGE diz que quando o LUTERO falou com o
Presidente da Câmara que a admissibilidade ainda não tinha sido feita, ele estava se referindo ao recurso do
contribuinte. EDUARDO diz que sim e JORGE diz que é porque o recurso da Fazenda já estava nos autos,
inclusive com contra razões. JORGE diz que aí entra um problema que é o de que se você deixar o recurso
voluntário ir para julgamento e perder o recurso no mérito, embora EDUARDO tenha dito que ele é
irrelevante e que não tem muita importância do ponto de vista... (inaudível), ele vai contaminar o mérito da
parte que foi ganha. JORGE diz que por isso gostaria que LUTERO expusesse pra EDUARDO essa parte,
porque ele está mais familiarizado e estudou melhor o assunto que JORGE e que aí entra aquela questão da
decadência dos 2 anos iniciais, o problema de se a Fazenda pode ou não lançar em 2008, mas uma coisa que
ocorreu no ano de 2001, que entra o problema lá que foi objeto do julgamento. JORGE diz que aí vem a
questão também do fato de que houve ou não houve ágio, eles pagaram mediante subscrição ou não foi
subscrição. JORGE diz que se EDUARDO pegar o relatório do Relator e a parte do voto que foi vencida, ele
vai ver que a matéria ficou controvertida e que então "é necessário e imperioso que haja um trabalho, além
do problema da tempestividade pra superar essa questão, haja um trabalho em relação ao mérito que
nós tenhamos fazendários a nosso favor pra conseguir vencer essa parada". EDUARDO diz que está
claro e "JORGE diz que só queria dar a EDUARDO esse introito a respeito da matéria pra dizer a
EDUARDO que a coisa não é tão simples assim quanto parece e que a processualística disso na hora do
julgamento na Câmara Superior, ela tem alguns macetes aí que "sem a gente ele não vai conseguir
vencer". EDUARDO diz mais uma vez que está claro, que entendeu e que "está bom. "JORGE diz que
acha que de uma conversa dessa, talvez vocês possam produzir ou o próprio LUTERO pode fazê-lo
uma notinha curta com 3 parágrafos pra vocês mostrarem pra eles da necessidade da nossa
contratação". "EDUARDO diz que isso é bom fazer e que vai fazer um breve histórico como fez no
outro caso lá de Osasco (BRADESCO) e que essas particularidades que ele (LUTERO) apontou e que
JORGE está se referindo é importante e que ainda que ele não coloque no histórico, mas que depois é
exatamente a carta na manga". "JORGE diz que é o pulo do gato". EDUARDO diz que vai fazer, mas
que era bom se ele (LUTERO) desse lá umas 3 linhas só pra EDUARDO ter a direção da coisa. JORGE
diz que está perfeito e que se eles quiserem ir no sábado, não tem problema nenhum e EDUARDO diz que vai
conversar com o SALA e que ele rapidamente avisa a JORGE se eles vão no sábado mesmo, até pra JORGE

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se organizar com LUTERO também. JORGE concorda e diz que quanto ao negócio de Osasco
(BRADESCO), ele está atrás, desde o dia da última seção quando conversou com o GILENO e que o
GILENO é o único dos...(a ligação caiu)
Na outra ponta do grupo o LUTERO FERNANDES se mobiliza e mantém
contato com MARY ELBE GOMES QUEIROZ para atuar nos casos do processo judicial
do JS/SAFRA (isso de depreende pelas datas em que ela diz que estará Brasília e quando
ela mesma menciona “aquele caso lá de São Paulo que tem como ver no TRF 1”), bem
como no administrativo do BANCO SANTANDER.
Código: 605234
Data: 29/10/2014 Hora: 11:12:50 Duração: 00:01:45
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X MARY ELBE-MANDADO DE SEGURANÇA NO TRF 3
Arquivo: 20141029111250061.wav

Degravação:
MARY ELBE diz a LUTERO que precisa falar com BIA sobre um Mandado de Segurança a ser impetrado
em Brasília, numa ação que corre no TFR 3 que ela fez um estudo e que vai estar em Brasília no dia 11.
LUTERO diz que BIA também quer conversar com MARY ELBE sobre um processo que regressou e que
MARY ELBE tinha pedido devolução. MARY ELBE diz que no dia 11 ou 12 ela vai ver quando o seu
processo será colocado em pauta e que "sobre aquele caso lá de São Paulo eles têm como ver no TRF
1".
No dia 04/11/2014 acompanhamos uma reunião do JORGE VICTOR
RODRIGUES e LUTERO DO NASCIMENTO com o JEFERSON SALAZAR e
EDUARDO LEITE, que vieram até Brasília provavelmente para acertar detalhes das
negociações com os Bancos Bradesco e Santander. Seguem os áudios que falava da viagem
para o encontro e as fotos do SALAZAR e EDUARDO chegando ao escritório do JORGE
VICTOR e LEONARDO MANZAN, bem como registros fotográficos do carro do
LUTERO estacionado à porta do imóvel aonde fica situada a SBS CONSULTORIA
EMPRESARIAL, NA SHIS QL 10, CONJUNTO 10, CASA 1, LAGO SUL. Segues
imagens dos bilhetes das passagens do JEFERSON SALAZAR e EDUARDO LEITE
obtidos junto à empresa aérea TAM e fotos do encontro.

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- Carro do LUTERO acima

- Foto ao lado, SALAZAR e EDUARDO chegado à


SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL

Após reuniões de JORGE VICTOR e LUTERO com a MARY ELBE,


JORGE VICTOR conversa com EDUARDO no dia 12/11 sobre acertos do caso
SANTANDER, pois ficou sabendo que EDUARDO iria ter encontro com representantes do
banco. JORGE diz que a conversa preliminar que tiveram em Brasília se confirmou e que
uma determinada pessoa os ajudaria e que ela tem seu nome constantemente citado para
assumir uma cadeira no STF. No detalhamento da conversa JORGE diz que adiantou para
pessoa que eles teriam uma “manga para botá-la no circuito”.
Outro diálogo importante encontra-se a seguir. Nela o alvo EDUARDO
esclarece que após contato com representantes do Banco SANTANDER, a “comissão”

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do grupo no caso, poderia ficar entre 1,1% e 1,5% e que estaria preparando um
“paper” para sensibilizar os contratantes.
Código: 637460
Data: 12/11/2014 Hora: 18:14:13 Duração: 00:06:47
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X EDUARDO-PROPINA E MARY ELBE
Arquivo: 20141112181413008.wav

Degravação:
SALAZAR diz que até sexta dá a JORGE o negócio do CAREQUINHA (JOÃO INÁCIO) e diz que vai
passar pra ele (EDUARDO). JORGE diz que falou com SALAZAR que queria falar com EDUARDO
hoje porque lembra que EDUARDO tinha falado de um almoço que EDUARDO teria amanhã com os
Espanhóis (do BANCO SANTANDER). "EDUARDO diz que sim e que está encaminhando uma
conversa e que houve uma conversa preliminar onde EDUARDO falou diretamente com um deles e que
já comentou com SALAZAR que eles já fizeram uma sinalização que se de fato a gente vier a fechar
um trabalho de honorários não é aquilo que a gente gostaria e que eles estão falando em 1,1% e que
EDUARDO comentou talvez de chegar a 1,5%" e que estava até comentando isso com SALAZAR e
que está escrevendo um "paper", que começou na segunda-feira a fazer esse trabalho em casa e que
ontem fez mais um pouco e que "está alinhando os fatos e as inconsistências para que ele tenha algum
discurso organizado pra sensibilizar a pessoa". JORGE diz que está ligando pra EDUARDO exatamente
porque ele teve novidade hoje em relação às duas matérias, tanto ao que diz respeito ao negócio da
Procuradoria lá, do BOZZANO, do ex-BOZZANO, quanto em relação ao outro que nós conversamos a
respeito da contratação para o julgamento daquele lá que teve o problema da tempestividade (BANCO
SANTANDER). "JORGE diz que em relação ao primeiro, aquela conversa que a gente teve preliminar
aqui se confirmou e que realmente a pessoa confirmou que tem meio de, em 30 dias, trazer o processo
aqui pra Brasília, tirar daí do TRF, da 3ª e decidi-lo e assim, vapt-vupt e que precisaria de uma
sinalização nossa pra já começar a trabalhar em cima" e que "assegurou pro LUTERO que tem meios
de fazer isso rapidamente e solucionar a questão. EDUARDO diz que entendeu. JORGE diz que o
segundo, ela também tem condições de nos ajudar e pensando naquela proposta de honorários que
JORGE tinha dito a EDUARDO, JORGE sinalizou que a gente tinha uma ‘manga’ aí pra poder botá-la
no circuito, mas que agora é uma questão que ela também consegue fazer rapidamente e que ela vai
inclusive interferir na elaboração da admissibilidade do Recurso Especial do contribuinte que está
faltando e na colocação disso em pauta o quanto antes possível e que JORGE acha que são duas
notícias importantes, tendo em vista que EDUARDO vai ter esse contato lá amanhã e que por isso
pediu pra SALAZAR pra gente ter essa conversa hoje pra passar pra EDUARDO esses elementos que
JORGE acha que são muito importantes. EDUARDO pergunta se eles acham que em relação à
tempestividade, se eles acham que é possível o fato culminal, o julgamento com base na perda do prazo.
JORGE diz que a posição é aquela de que se por acaso a gente for vencido na questão da
tempestividade, a gente tem meios de ganhar isso no mérito, de ganhar tudo. EDUARDO diz que
entendeu e que é mais ou menos na linha que JORGE abordou e este diz que é que a gente conversado aqui.
A seguir, para a nossa surpresa, o EDUARDO fala com o MARIO
PAGNOZZI JUNIOR, que tem forte participação no caso do BRADESCO. Aqui o

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EDUARDO diz que o processo do BRADESCO que foi julgado era relativo a R$
3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), mas na sequência o MARIO mostra seu
prestígio dizendo que almoçou com o PAIVA, o homem forte do banco SANTANDER,
e EDUARDO diz que já falou com o JORGE VICTOR e que está preparando um
“paper” para apresentar ao banco. Pesquisa na internet mostraram que o PAIVA
mencionado pelo MARIO pode ser o JOSÉ PAIVA FERREIRA, o Vice-Presidente
executivo sênior do SANTANDER. Assim, podemos observar também a participação
do MARIO PAGNOZZI nesta empreitada criminosa.

Código: 639497
Data: 13/11/2014 Hora: 14:15:16 Duração: 00:01:46
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato: 11-985857034
Interlocutores: EDUARDO X MARIO-3 BI BRADESCO/PAPER SANTANDER
Arquivo: 20141113141516011.wav

Degravação:
MARIO pergunta se o valor do processo que foi votado no Conselho ontem foi 3 ou 2 e EDUARDO diz que
foi tudo e que foi 3. MARIO diz que “estão fodidos" e que estão ligando e que já ligaram duas vezes e
MARIO não atendeu e pergunta se eles tem o telefone de EDUARDO (risos). MARIO pergunta se
EDUARDO sabe com quem ele almoçou e MARIO diz que foi com PAIVA e que esse é o homem que
manda no SANTANDER hoje e manda EDUARDO guardar esse nome. EDUARDO diz que está
preparando o "paper" nosso e que ontem inclusive falou com o pessoal lá (JORGE VICTOR) e que vai
ver se consegue terminar até o fim de semana e depois conversam e que o de ontem é 2 do principal e 1 de
multa e que por isso dá 3.
Já na ligação abaixo, JORGE VICTOR demonstra curiosidade sobre o
resultado da reunião que o alvo EDUARDO teria com representantes do BANCO
SANTANDER, já que a pessoa que ajudaria dentro CARF está agoniada pra saber a
resposta por causa do “esquema”.
Código: 642654
Data: 14/11/2014 Hora: 15:23:06 Duração: 00:02:26
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X JORGE-PROCESSO BARUERI/RESPOSTA SANTANDE
Arquivo: 20141114152306008.wav

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Degravação:
SALAZAR pergunta se JORGE ouviu ele falando com JOÃO INÁCIO e JORGE diz que sim e
SALAZAR diz que disse a ele tudo o que JORGE lhe falou, que o processo já estava em Barueri, que
ele tem mandar ir lá e que continua precisando do documento pra aceitar a admissibilidade deles.
JORGE diz que está perfeito e que ligou novamente porque foi almoçar com LUTERO e este
perguntou o resultado do almoço do nosso irmão aí com os Espanhóis. SALAZAR diz que acha que não
almoçou porque não lhe falou nada. "JORGE diz que ele (LUTERO ou JORGE CELSO) está agoniado
com a resposta deles (de EDUARDO) por causa do esquema aqui" e SALAZAR diz que entendeu e que
vai entrar em contato com ele (EDUARDO) e ver o que ele lhe diz.

Isto posto, restou demonstrado que o grupo, neste caso, composto por
JORGE VICTOR, LUTERO, EDUARDO e SALAZAR conseguiram corromper o
Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, para que este os ajudassem a ganhar
dinheiro sobre o Processo do Banco SANTANDER.
O JORGE CELSO FREIRE fez a sua proposta solicitando o montante
de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), R$ 300.000,00 trezentos para fazer a
admissibilidade do recurso e mais R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para botar o
processo na pauta de julgamento rapidamente, e, além disso, 4% (quatro por cento)
do valor total no êxito.
Agora o EDUARDO está trabalhando em SÃO PAULO para fechar o
contrato com o banco SANTANDER para que este aceite a proposta oriunda do
Conselheiro do CARF. O EDUARDO sinalizou que já teve uma conversa preliminar
onde falou diretamente com um deles e que eles já fizeram uma sinalização que se de
fato a gente vier a fechar um trabalho de honorários não é aquilo que a gente gostaria,
já que eles estão falando em 1,1% e o grupo que chegar a pelo menos 1,5% do valor
da autuação de R$ 5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais).
Assim, embora tenha ocorrido o encerramento do monitoramento
telefônico por determinação da justiça, há indícios de que o banco SANTANDER
aceitou de fato a proposta de corrupção do conselheiro em razão realização da
admissibilidade em 09/12/2014, dentro do prazo proposto e justamente após 1 (um)
ano e 10 (dez) meses paralisado. Outrossim já observamos a consumação dos crimes

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de corrupção ativa e passiva atribuíveis à JORGE VICTOR RODRIGUES, LUTERO


FERNANDES DO NASCIMENTO, EDUARDO CERQUEIRA LEITE, SALAZAR
RIBEIRO SALAZAR, JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, JOSÉ TERUJI
TAMAZATO e MARIO PAGNOZZI JUNIOR.

1.2. CASO JS/SAFRA:

Desde o 2º período de monitoramento o investigado JORGE VICTOR


RODRIGUES se mostra está envolvido negócios obscuros juntamente com JEFERSON
RIBEIRO SALAZAR, EDUARDO CERQUEIRA LEITE e o JOÃO INÁCIO PUGA
(vulgo “CAREQUINHA”) para resolução de processos do CARF sobre casos do BANCO
SAFRA.
Para esta caso houve acerto de pagamento de uma propina de R$
28.000.000,00 (vinte e oito milhões de reais), equivalente a 10% do valor de um dos
processos (Processo nº 13820.000860/2002-10), a fim de que fossem distribuídos entre
o pessoal de São Paulo, JORGE VICTOR, conselheiros, para agilização dos processos
dentro do CARF, e o pessoal da Procuradoria da Fazenda, caso houvesse reversão de
um Parecer do CAT (NOTA PGFN/CAT Nº 547/05) da Procuradoria da Fazenda que
beneficiaria a JS ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A, administradora do
SAFRA FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES DA PETROBRÁS, gerido por J.
SAFRA ASSET MANAGEMENT LTDA, e distribuídos e custodiadas pelo BANCO
SAFRA S/A. Vide áudios abaixo:

Código: 399934
Data: 13/08/2014 Hora: 17:49:17 Duração: 00:11:57
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-78038099 (NEXTEL) Direção: Originada
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-CASO BOZANO/SAFRA 28 MILHÕES

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Arquivo: 20140813174917032.wav

Degravação:
JORGE diz que agora SALAZAR está lhe ligando de um terceiro telefone e SALAZAR diz que JORGE
entender o porquê da precaução dele e que o telefone é de uma pessoa amiga e que ele está em São Paulo.
SALAZAR diz que JORGE vai ver se a preocupação dele procede ou não quando ele começar a falar, ou se
ele está extremamente cauteloso e JORGE diz que "isso (cautela) nunca é demais". SALAZAR diz que
quando ele começar a falar, ele vai falar num nome e que JORGE talvez vá lhe dar razão. SALAZAR
pergunta se JORGE lembra que o "nosso irmão" falou com ele sobre aquele caso do BOZANO, aquele
assunto do Procurador, da Procuradoria, que tinha lá CASSIANO e aquele outro Conselheiro...
SALAZAR pergunta se JORGE está lembrado e este diz que sim. SALAZAR pede certeza e JORGE
reafirma, mas diz que acha que o que SALAZAR não lhe passou foi o número do Processo. SALAZAR
interrompe dizendo que esse assunto não tem processo, não tem nada e que "o nosso" irmão conversou
com JORGE "en passant", dizendo que ele tinha uma situação, um cliente e com um problema pra
resolver, mas que ele envolve "em definitivo", "de forma imperativa" a Procuradoria aí na área de
"CAT"(?)...JORGE interrompe e diz que é "daquele parecer" e diz que está lembrado. SALAZAR diz:
"isso, isso, isso, isso, isso!" e que "caiu a ficha, né?" JORGE diz que "caiu" (a ficha) e SALAZAR diz
que agora vai entrar o que interessa. SALAZAR diz que "ele" (o amigo) falou com o pessoal,
novamente depois que "nós estivemos aqui" e que o pessoal "abriu o jogo pra eles", dizendo que
estavam conversando com o LEONARDO e que "não chegaram num acordo no quanto", porque eles
tinham "um patamar" e o LÉO (LEONARDO MANZAN) pediu um outro patamar. SALAZAR diz
que, resumindo, eles fazem um contrato "pra resolver", os honorários completos são 28 milhões e o
nosso amigo já fez a parte mínima aqui de São Paulo, seria 8 (milhões) e JORGE "assumiria aí o
comando de 20 (milhões)" e que aí é problema seu, mas que é pra você não esquecer que "nesses 20
(milhões) está também a Procuradoria eles tem uma boca grande!". JORGE fala que está certo e sem
problemas. SALAZAR diz que então esse assunto ele não podia falar...e que entende que "envolvendo esses
nomes"...JORGE diz: "claro, claro" e SALAZAR diz que queria falar com JORGE de um outro telefone.
SALAZAR diz que então vai repetir, que "ele" disse que é pra JORGE estudar porque eles só chegam
em definitivo, eles só pagam 28 milhões, 10% do valor do processo, JORGE diz: "certo". SALAZAR
diz que o irmão dele lá por São Paulo já fez os cálculos, que são 4, SALAZAR, seu irmão e mais 2 e que
teria que ficar 8 (milhões) e que mandaria pra JORGE comandar aí 20 (milhões), envolvendo também
a Procuradoria que tem em definitivo um parecer dele. SALAZAR diz que ele disse ter conversado mais
ou menos com JORGE isso e JORGE diz que foi e que se lembra, que agora se lembra. SALAZAR diz que
"ele" disse pra SALAZAR repassar isso pra JORGE e que se JORGE ver que "dá samba", eles
estreitam o papo. SALAZAR diz que tem outra coisa também e que eles querem um prazo e que esse contrato
seria de 5 meses, por causa da preocupação da troca de governo. JORGE diz: "certo". JORGE pergunta
então se eles já tinham conversado com o LÉO e que ele (o LÉO) "não topou nesse nível". SALAZAR
confirma que eles já tinham conversado com o LÉO, mas que ele não sabe qual "o nível" do LÉO e que
eles estão propondo isso pra nós e que não sabe se o nível era esse, acima, ou enfim... JORGE diz que,
com certeza "a pedida deve ter sido maior". SALAZAR diz que é capaz e que ele até lhe perguntou se
por acaso o LÉO já teria conversado isso com o JORGE e tal...JORGE diz que precisa de mais
elementos do caso em concreto pra poder começar a trabalhar isso aí e pra saber se há a possibilidade.
SALAZAR pergunta se JORGE não "abriria esse caminho conversando com o LÉO, já que o LÉO
trabalha com o JORGE. JORGE diz que trabalha. SALAZAR pergunta se não seria melhor e JORGE
pergunta se LÉO já tem esses elementos e SALAZAR diz que acha tem, porque eles disseram que
conversaram com ele e que só não deu certo por causa do "quanto", mas não passaram pra eles o

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quanto, mas que só passaram que eles tem esse valor aí de 28 (milhões) e que até escreveu e que o irmão
de SALAZAR falou que era pra SALAZAR falar direito e que ele mesmo (SALAZAR) disse que não
gosta de errar e que era pra falar com o nosso irmão VICTOR (JORGE) que eles chegam a
28(milhões), assinam um contrato de 4, 5 meses pra resolver tudo...e nosso irmão aqui preocupado, que
ele sabe que "a Procuradoria não é fácil", falou que era pra dizer a JORGE que era pra JORGE
"humilhar bem o terreno lá" que era pra ver o que JORGE faria com esses 20 (milhões) e que mandou
dizer também que esse 28 (milhões) no total é em definitivo, que não vai oportunidade de jogar pra lá, pra
cá, pra cá, pra lá e que era pra SALAZAR falar bem claro pra JORGE, que diz que vai tentar ver se o LÉO
tem os elementos que ele precisa pra tocar o negócio em frente e que se não tiver JORGE volta a ligar
pra SALAZAR. JORGE diz que quando voltar a ligar já liga no telefone de SALAZAR normal e que só
vai dizer que "é pra SALAZAR mandar o número do processo que é pra JORGE começar a cavar o
negócio aqui". SALAZAR diz que é isso e que número de processo é o de menos e que JORGE pode ligar
naquele número mesmo dele ou naquele segundo que deu a JORGE. SALAZAR finaliza dizendo que é pra
eles aguardarem até dia 25 aquela posição daquele amigo deles em comum. JORGE diz que esteve com ele
hoje e que era pra ter adiantado alguma coisa com ele, mas que ele teve que fazer uma viagem meio urgente e
só voltou ontem, mas que hoje já esteve com ele e que já passou pra ele as preocupações e que vão tocar o
"troço" em frente. SALAZAR pergunta se esse de quem JORGE está falando é o de São Paulo e JORGE diz
que não, que é o daqui (de Brasília).

Um documento obtido na interceptação telemática demonstra os


processos da JS/SAFRA que poderiam ser beneficiados com essa solução e que o valor
passaria do R$ 1.400.000.000,00 (um bilhão e quatrocentos milhões de reais).

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Código: 403224
Data: 14/08/2014 Hora: 15:31:42 Duração: 00:07:47
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-957795932 (VIVO) Direção: Recebida
Interlocutores: #JORGE X SALAZAR- SAFRA 1 BILHÃO E 800 MILHÕES
Arquivo: 20140814153142032.wav

Degravação:
SALAZAR diz que seria ótimo se JORGE arrumasse a passagem e viesse (a São Paulo), porque eles vão
encontrá-lo de qualquer jeito, mas que na pior das hipóteses, o nosso amigo, se não puder, vai lhe deixar o
material pra SALAZAR conversar com JORGE. SALAZAR diz que o "carequinha" aí do banco que o
JORGE está falando, tinha reunião com SALAZAR amanhã e que ele chegou agora do hospital e que
encontrou um recado cancelando a reunião e que deve ser porque ele quer falar com JORGE. SALAZAR diz
que conversou tudo com ele (com o carequinha), inclusive aquilo que JORGE tinha autorizado a falar,
inclusive quem estava com JORGE, aquela outra pessoa em caráter de sigilo nem externou o nome pra ele e
que a única coisa que SALAZAR acha, de interesse de SALAZAR e de JORGE, que JORGE não deve falar e
se ele perguntar se SALAZAR falou em algum valor, etcétera e tal. JORGE diz que era isso que estava
perguntando a SALAZAR na ligação anterior e pergunta se SALAZAR chegou a conversar com ele sobre
algum valor e SALAZAR diz que claro e que trabalhou esse assunto por quase três anos e que JORGE
não percebeu e que ficou fechado por 14. JORGE diz que SALAZAR não falou com ele sobre isso, mas
SALAZAR diz que inclusive o irmão dele disse a JORGE que agora ele achava que...JORGE diz que
agora se lembra. SALAZAR diz que fecharam em 14, mas que ele e o irmão dele não detalharam em
nada "quanto subia", "quanto descia", "quanto ficava pra lá", "pra cá". JORGE diz que lembra.
SALAZAR diz que o nosso irmão acha isso hoje baixo (o valor de 14) e que ele também acha. JORGE
diz que é, porque o saldo que se encontra lá hoje deve estar em 270, 280 algo assim, pelo esquema que
ele botou no papel aqui. SALAZAR pergunta se JORGE fala processual e JORGE diz que sim e
SALAZAR diz que não e que o saldo processual é 1 bi (bilhão) e 800 (milhões de reais) tudo, porque
tem os outros que estão pendurados, que tem "uma porrada pendurado". JORGE diz que na hora que
solucionar "aquele", os outros estão solucionados. SALAZAR diz que "aquele sim que é 280 qualquer
coisa. JORGE diz que é aquele que estava anotado no papel aqui. SALAZAR lembra que inclusive o
JORGE lhe deu um arremate dizendo que se ele aderir à Medida Provisória, não esqueça de lembrar a ele que
"o que tiver na esteira vai tudo junto" e que SALAZAR repetiu isso pra ele aqui. JORGE diz que tem a
sensação de que ele já deve ter reunido o Conselho e que já deve ter decidido não aderir ao parcelamento, só
se ele deve estar querendo alguma segurança da parte de JORGE aqui pra poder levar ao Conselho e dizer,
"olha, nós vamos enfrentar porque vale a pena". SALAZAR diz que esteve com ele na segunda-feira e que
repetiu tudo novamente a ele e que o lembrou da conversa que teve com JORGE, a "fortaleza", a "robustez" e
disse a ele que estava convencido de que ele, junto com JORGE e com a "pessoa que estava junto",
resolveriam o problema dele. SALAZAR diz que a conversa que teve com JORGE e com a pessoa que o
JORGE levou junto, que tinha a certeza de que eles iriam resolver e que bastava ele resolver esse problema de
aderir ou não, pra eles desencadearem, sentarem e conversarem. SALAZAR finaliza dizendo que disse a ele
que tem que começar do começo, a partir da admissibilidade, da distribuição e daí pra frente e que tudo o que
JORGE conversou com SALAZAR, SALAZAR conversou com ele, mas que acha que se JORGE for falar
com ele, deve falar em tudo, mas que não em valores pra "proteger eles". JORGE diz que está certo e
SALAZAR diz que aposta com JORGE o que ele quiser como ele, embora JORGE tenha muito mais
amizade e tempo com ele, que ele vai querer abaixar isso aí e diz pra JORGE "não entrar nessa".
SALAZAR lembra que tudo hoje atualizado dá 1 e 800. JORGE diz que pelo jeito, pelo fato de

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SALAZAR dizer que tinha uma reunião com ele e que ele desmarcou, é bem provável que ele já tenha
conseguido passagem pra vir pra Brasília e que aí fica suspensa aquela ideia da ida de JORGE pra São Paulo,
e que JORGE precisa que hoje de noite com o nosso irmão, SALAZAR pegue todos os elementos "do
outro caso", porque amanhã à tarde JORGE se encontraria com o nosso amigo Procurador aqui (em
Brasília). SALAZAR diz que vai "trocando figurinha" com JORGE e que amanhã de manhã, quem
tiver a necessidade primeiro liga pro outro, porque se JORGE vier (pra São Paulo), tem que avisar a
SALAZAR, porque o nosso amigo é muito complicado pra tirá-lo daquele órgão pra se encontrarem e JORGE
diz que entendeu.
Código: 403148
Data: 14/08/2014 Hora: 15:16:44 Duração: 00:03:57
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-957795932 (VIVO) Direção: Originada
Interlocutores: #JORGE X SALAZAR-NEGÓCIO DO SAFRA NO CA
Arquivo: 20140814151644032.wav

Degravação:
JORGE diz que o amigo deles "o Carequinha" lhe ligou agora há pouco perguntando se JORGE não
tinha alguma coisa amanhã pra São Paulo e que JORGE respondeu que em princípio não e que ele
então perguntou como estava o dia de JORGE amanhã e que queria ver se ia no escritório de JORGE
amanhã pra eles conversarem. JORGE então diz a SALAZAR que está com compromisso marcado
com o Procurador pra tratar daquele outro assunto, mas que pode remarcar pra segunda-feira e que se
o nosso amigo (o "Carequinha") não puder ir lá (no escritório), que está pensando e ir a São Paulo,
conversar pessoalmente com o nosso irmão pra tratar daquele assunto lá do "CAT". JORGE diz que se
lembra que eles conversaram na churrascaria e que "ele" fez lá no verso do papel umas anotações à
respeito do resumo do que é problema e que realmente JORGE ficou perdido, que se lembra do valor,
mas que não está se fixando no negócio do parecer, o que eles teriam que fazer em relação ao parecer e
que precisaria desses elementos pra conversar com o parceiro dele aqui. JORGE diz que então estava
pensando em ir aí (São Paulo) amanhã e "matar os 2 coelhos", que conversava com o nosso irmão e
com ele lá no banco. JORGE diz que não sabe se vai dar por causa do problema de horário e passagem,
mas que de qualquer forma vai esperar a manifestação do Carequinha, pra ver se ele vem. JORGE
pergunta se na conversa que SALAZAR teve com ele, se chegou a se aventar alguma coisa de valor e
SALAZAR pergunta se o carequinha que JORGE fala é o do banco e JORGE diz que é do
"Carequinha do banco".

E de fato o conteúdo da ligação acima se confirma já que o CAREQUINHA


(JOÃO INÁCIO PUGA) veio à Brasília para se reunir com o JORGE VICTOR e realizar
tratativas da contratação e tão logo este deixa o escritório da SBS CONSULTORIA,
JORGE VICTOR faz contato com SALAZAR pra lhe relatar o resumo do encontro,
fazendo colocações que não deixam dúvidas da intenção do grupo:

Código: 407686
Data: 15/08/2014 Hora: 16:08:34 Duração: 00:09:55

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Alvo: JORGE VICTOR


Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-957795932 Direção: Originada
Interlocutores: #JORGE X SALAZAR-REUNIÃO BANCO SAFRA
Arquivo: 20140815160834032.wav

Degravação:
JORGE diz que achou a conversa muito boa e que "ele" chegou e já "abriu logo de cara" que
SALAZAR já tinha conversado com ele e que sabia que EDUARDO também estava e que SALAZAR
teria conversado com ele sobre o nosso amigo aqui e que perguntou como é que era o negócio. JORGE
diz que ele começou lhe pedindo explicações sobre a estratégia de ação nossa, pediu "os nomes dos
Conselheiros todos que fazem parte do grupo", como é que a gente tem que agir, "do lado de cá, do
lado de lá" e que aí conversaram bastante e que está com ele desde às 11 e pouco da manhã (risos) e que
depois de alinhavado tudo ele lhe falou que agora vamos "ao quanto" e como ele já tinha lhe adiantado
muita coisa, JORGE diz que ficou à vontade pra dizer a ele que quando esteve no encontro que JORGE
teve com os dois amigos em São Paulo, eles lhe falaram a respeito do assunto, que lhe pediram inclusive
pra dar uma olhada pra ver se tinha viabilidade de fazer alguma coisa, mas que já tinham lhe
adiantado que tinham um acerto com ele de 14 e, de antemão, lhe posicionaram que "estariam
dispostos a dividir isso aí por três", pra que JORGE pudesse entrar no negócio. JORGE diz que falou
no encontro que não chegaram a conversar o detalhamento da coisa, mas que, em princípio, ficou nisso
aí. JORGE diz então que explicou a "ele" que a sua estratégia "envolve outras participações" e que ele
não tinha condições de viabilizar esse negócio por menos de 20. JORGE diz que pensou que ele fosse se
assustar, mas ele não balançou, SALAZAR diz que ele não tem saída. JORGE diz que ele falou que
tudo bem, que ele ia conversar com o pessoal e que na semana que vem, muito provavelmente já daria
uma posição a JORGE, que disse que inclusive queria que ele visse isso com uma certa rapidez, porque
embora o cenário não seja dos melhores, mas pode piorar, porque vem eleições aí e que a gente não
sabe o que vai...né? e que a ideia de JORGE é resolver isso talvez ainda esse ano e que lhe disse que
então, o quanto antes ele pudesse tomar essa decisão, que ele lhe ajudasse pra que a gente já pudesse ir
começando a agilizar alguns procedimentos iniciais, já a partir da própria admissibilidade do recurso
ou não, que uma das hipóteses inclusive é isso. JORGE diz que a conversa se estendeu mais um
pouquinho e que "ele" perguntou se "isso aí" (os 20) é líquido ou é bruto e que aí JORGE lhe disse que
era uma outra coisa que queria conversar com ele e JORGE disse que quando fez esses cálculos estava
pensando em termos de pagar o imposto e que o custo tributário de JORGE é de 15 por cento, mas que
JORGE gostaria de que toda a parte financeira disso aqui, do acerto final, fosse feito através do nosso
amigo de São Paulo e que aí SALAZAR vai ver qual é a forma melhor que ele tem de equacionar isso
com "ele", se vai ser com nota, se vai ser sem e que se for com SALAZAR já sabe que tem menos 15
por cento disso aí, que vai ter que tirar e que em princípio é isso aí. JORGE diz que "ele" disse que não
tem problema nenhum e que falou que a parte final do acerto. JORGE diz que conversaram sobre outras
coisas mais e que a coisa foi evoluindo e que sentiu dele muita firmeza em relação ao desejo se prosseguir o
negócio assim. JORGE diz que falou a ele que se ele tiver de falar com JORGE na semana que vem, na terça,
quarta e quinta JORGE está no Conselho e que se não atender ao telefone é que ele está em sessão, mas que
tiver qualquer coisa ele pode falar com SALAZAR que a gente tá entrosado aí em relação a isso aí,
sintonizado e que tudo que vai ser feito, vai ser conduzido entre nós três. JORGE repete, dizendo que sentiu
muita firmeza nele. SALAZAR diz que acha, cá pra nós dois, que ele não tem outra saída não e que o
caminho é JORGE... nós aí e que ele vai ter que chegar aí onde a gente quer. JORGE diz que também tá
achando. JORGE diz que queria reportar isso a SALAZAR antes dele ir pra fazenda, pra que se por acaso ele
ligar pra SALAZAR, este já estar também por dentro. SALAZAR diz que não vai mais atender telefone a

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partir de agora. SALAZAR diz que tem uma reunião com ele na terça-feira e se ele perguntar se SALAZAR
falou com JORGE, que acha melhor dizer que não hoje, que na segunda nos falamos rapidamente e reportar
tudo isso que é pra não ter nenhum desencontro. SALAZAR diz que qualquer outro negócio de imposto e tal,
mesmo que converse com "ele" aqui, gostaria que JORGE estivesse junto e que não quer que uma vírgula
fique fora do lugar e que isso tem que ser assim. JORGE diz a SALAZAR que depois eles têm que
conversar que "ele" falou também do outro processo que eles perderam e que tá com embargo aqui.
SALAZAR reconhece e JORGE diz que nesse, eles não chegaram a entrar em detalhamento não.
SALAZAR diz que passou três arquivos pra JORGE e que é do assunto que JORGE ia falar com o
procurador hoje e JORGE interrompe dizendo que vai falar com ele agora e que ele (o Procurador) já
está me esperando lá embaixo e SALAZAR diz que então vai passar rapidinho pra JORGE o que seu
irmão lhe passou. SALAZAR então diz que o irmão dele lhe falou que isso aí (no e-mail) é o documento
que ele preparou aqui se tudo tivesse dado certo na conversa anterior, mas que não deu nada certo no
assunto lá com o LÉO (LEONARDO). SALAZAR diz que o “irmão” dele acha o seguinte, que a
critério de JORGE, se achar por bem envolver CASSIANO ou EDISON, tudo bem. SALAZAR
também diz que "em dando samba", ele (o irmão de SALAZAR) acha que o requerimento, a inicial,
tem que ser dada na Procuradoria por São Paulo e que ele acha inevitável o pronunciamento do CAT e
que JORGE vai ver a nota lá. JORGE diz que viu a notinha dele aqui. SALAZAR diz que seu irmão
disse que a não ser que a pessoa aí (em Brasília) tenha "cacife" e diga pra JORGE que é pra dar
entrada tudo aqui, que a gente resolve tudo aqui (em Brasília) e que aí, tudo bem. JORGE pergunta o
total que foi negociado e SALAZAR responde que foi 28 (milhões), subindo 20 pra JORGE resolver
tudo aí (em Brasília) e 8 fica pra cá. JORGE diz que tá certo. SALAZAR diz que está mandando
segunda-feira 5 processos de novos clientes aí pra JORGE analisar, mas que lhe passa segunda pelo e-
mail dele. JORGE pergunta se o contrato é de 5 meses e SALAZAR diz que sim, em razão de mudança de
governo, etcétera e tal. JORGE pergunta se esse contrato seria feito com SALAZAR ou com JORGE e
SALAZAR responde que eles vão costurar ou pra fazer direto com JORGE, ou se não, com um intermediário
dele, com a interveniência de JORGE. SALAZAR diz que isso não vai ter problema nenhum, segundo o
nosso amigo aqui (de São Paulo).

Seguem abaixo fotografias que comprovam o encontro do dia 15/08/2014


ocorrido entre JORGE VICTOR e o JOÃO INÁCIO PUGA (“CAREQUINHA”), e após o
término deste, outro encontro entre o JORGE VICTOR e o procurador aposentado
WAGNER PIRES DE OLIVEIRA, provavelmente para viabilizar acesso do JORGE
VICTOR a pessoas que dessem o resultado esperado na Procuradoria da Fazenda.

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MERCEDEZ CHEGANDO AO ESCRITÓRIO DE JORGE VICTOR (SBS CONSULTORIA)

Às 16:07h, aproximadamente, “CAREQUINHA” sai do escritório de JORGE VICTOR e entra no veículo, deixando o local.

Por volta de 16:13h, o MITSUBISHI LANCER, placa JFJ 2310, com registro em nome de WAGNER PIRES DE OLIVEIRA,
CPF: 027.472.358-15, Ex- Procurador da Fazenda Nacional, chega ao escritório de JORGE VICTOR. WAGNER desce do veículo
e caminha à porta de entrada.

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WAGNER chegando ao escritório de JORGE VICTOR JORGE VICTOR, na sacada, e WAGNER caminhando à
porta de entrada.

Embora mais abaixo tenhamos um item somente para tratar somente das
interceptações telemáticas, visando a melhor contextualização deste caso, cabe trazer à
baila neste momento um e-mail captado na caixa de correspondência eletrônica
panijo@uol.com.br, utilizada pelo investigado JORGE VICTOR RODRIGUES, já que
após o encontro acima mencionado o JORGE VICTOR envia e-mail para o WAGNER
contendo, nos anexos, minuta de Requerimento à PGFN e cópia da Nota PGFN/CAT nº
547/05, além de um texto orientando como proceder no caso em que conversaram em
reunião, inclusive citando a participação de EDSON PEREIRA RODRIGUES, o que
denota que este também foi sondado para trabalhar no CASO JS/SAFRA.

Mensagem WAGNER X JORGE

De: Wagner Oliveira [mailto:w.p.o@uol.com.br]


Enviada em: quinta-feira, 28 de agosto de 2014 12:22
Para: jorgevicrod@gmail.com
Assunto: ENC: Processos

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É possível observar no documento abaixo que o arquivo “Jorge Victor.odt”


contém orientações e a estratégia de atuação da organização criminosa com detalhes do
procedimento em relação a compra da alteração da NOTA PGFN Nº 547/05,que precisa ser
revista por “aquela autoridade”, no caso o Procurador-Geral da Fazenda Nacional como
consta no documento “Requerimento PGFN.PDF”. Há diálogos telefônicos que confirmam
que esse e-mail na verdade foi originariamente enviado pelo EDUARDO CERQUEIRA
LEITE, Chefe do DEINF em São Paulo, já que ele se diz autor do requerimento em anexo e
a própria NOTA dá a entender que foi retirada de um processo que passou pela DEINF,
tendo em vista a inscrição nas páginas da NOTA.

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Após esses 02 (dois) encontros em Brasília JORGE VICTOR viaja a São


Paulo no dia 25/08/2014, aonde o mesmo se encontra com o SALAZAR e seguem para
um restaurante para encontrar o JOÃO INÁCIO PUGA a fim de continuarem
pessoalmente as tratativas para obter a decisão favorável no CARF visando derrubar
os autos de infração dos processos da JS ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A
do BANCO SAFRA. Cumpre destacar que o após a reunião o JOÃO INÁCIO PUGA
se dirige até a sede do Banco Safra na Avenida Paulista.

Encontro no aeroporto e indo para o restaurante

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Encontro de JORGE VICTOR, SALAZAR e o JOÃO PUGA no Restaurante Bistrô Charlô

Chegada do JOÃO INÁCIO PUGA ao Prédio do Banco Safra

Os diálogos sobre o caso JS/SAFRA continuam e aqui JORGE


VICTOR e SALAZAR, além de conversarem sobre um adiantamento para viabilizar
a corrupção de procuradores da fazenda e de conselheiros, deixando bem
caracterizados os esquemas de “corrupção, advocacia administrativa fazendária e
tráfico de influência” ainda somam a esses delitos a lavagem de dinheiro”, falando em
utilização de serviços de “doleiros” (quando comentam em pagar 3%) ou utilização de
uma empresa que passe no “compliance” do banco, e até mesmo a criação de uma
sociedade em cota de participação, para justificarem sua emprestada criminosa.
JORGE VICTOR finaliza dizendo que isso não seria um problema pra eles, isso

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porque o mesmo dispõe de empresas como a SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL


S C LTDA – EPP e a sua VR ASSESSORIA E CONSULTORIA S/S – ME que
passariam tranquilamente pela área de “compliance” dos Bancos.
Código: 442877
Data: 26/08/2014 Hora: 16:23:23 Duração: 00:05:24
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-EVIDENCIA A PROPINA
Arquivo: 20140826162323032.wav

Degravação:
SALAZAR pergunta se JORGE fez uma boa viagem (sua volta de São Paulo a Brasília) SALAZAR diz que
mandou o envelope de JORGE hoje pelo sedex e que amanhã às 10 horas estará com JORGE. SALAZAR diz
que esteve com "o nosso amigo" e que vai arrumar uma palavra pra definir tudo: "ficou absolutamente
sem documento e que não tem como, segundo eles ... JORGE pergunta se nenhuma parte e SALAZAR
continua dizendo que "nenhuma parte" e que vai falar tudo e que depois vai dar a opinião dele porque
também não pode ser como eles querem. SALAZAR diz que o recado que ele lhe trouxe é que ficou
tudo sem documento e que isso era inquestionável, naquele patamar de 15.3; SALAZAR diz que a
partir de janeiro, caso não se concretize tudo, teria um "castigo" para eles (JORGE e SALAZAR) de
um milhão por mês. SALAZAR fala que ele queria resolver tudo. SALAZAR diz que falou a ele que nem
iria levar isso pra JORGE e que por mais que JORGE estivesse empolgado, ele não iria conseguir. SALAZAR
diz que ele falou que se resolvesse um já estaria bom. SALAZAR diz que então eles devem ter cuidado,
pois como não vai ter nada escrito... que então tem que repicar isso com JORGE e ele, que se até
dezembro resolver um, o contrato vai estar valendo, senão vai estar, pra não ter "borogodó" em cima
deles. SALAZAR diz que é pra JORGE ir por SALAZAR, porque ele está defendendo o interesse dos caras lá
e que eles estão defendendo o pão deles. JORGE diz que é lógico e que é claro. SALAZAR diz que depois de
tudo isso ele pediu para mandar o texto para entregar a ele. JORGE diz que vai mandar o texto. SALAZAR
manda JORGE pensar direitinho e que se for o caso segura mais um ou dois dias o texto ou manda o
SALAZAR segurar e que não entrega pra ele. SALAZAR diz que esse castigo aí JORGE tem que pensar
muito bem se até dezembro consegue se resolver pelo menos um dos problemas, porque senão ele vai querer...
e que JORGE sabe como é que é e que eles não podem bobear. SALAZAR diz que a dependência é toda dele
para JORGE e SALAZAR e que ele veio todo senhor da... e que SALAZAR lhe disse que não adiantava ele
querer só jogar o problema e que o problema vai ser nosso e que lhe deu o exemplo dele fazer essa proposição
e eles não conseguirem executar e que lhe perguntou de que adiantou e que aí ele caiu na real e que
SALAZAR disse que eles tem que se ajudar a arrumar um caminho e que lhe perguntou que sugestão
ele dava "pra transferência dessas coisas pra lá" e que ele chegou a dizer que não sabia e que não tinha
como, mas que acabou lhe dando a ideia de "um pessoal que trabalha com isso" e diz que não sabe se
JORGE vai entender, mas esse diz que entendeu e SALAZAR diz que seria através desse pessoal que
trabalha com isso e que SALAZAR lhe disse que isso vai ter custo e JORGE diz que é e que são, no
mínimo, 3%. SALAZAR diz que eles têm que ver alguns detalhes e que, se for o caso, eles voltam a se
encontrar na semana que vem pra não deixar dúvidas com ele, porque depois ele vem cobrar deles e
que ele vem, mas sempre dizendo que são os outros lá. SALAZAR diz que não vê alternativa, senão
JORGE tocar tudo aí e JORGE diz que eles se falam amanhã. SALAZAR resume dizendo que o sedex de
JORGE já foi, que é sem documento nenhum 15 ponto 3 e que está aguardando o texto e que tem um castigo,

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a partir de janeiro, de 1 por mês, por atraso, contra JORGE e SALAZAR; SALAZAR pede pra JORGE
estudar devagarzinho, sem nos afobarmos e JORGE diz que vão ver como é.
Código: 444937
Data: 27/08/2014 Hora: 11:37:05 Duração: 00:14:45
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-OPERACIONALIZAÇÃO DA PROPINA
Arquivo: 20140827113705032.wav

Degravação:
JORGE diz que precisava falar daquele negócio da Procuradoria com o nosso amigo, o "EDU" e pede
pra que SALAZAR articule uma forma melhor e este diz que vai ao encontro dele (de EDU,
EDUARDO) e coloca JORGE na linha. JORGE diz que quando conversaram naquela hora, à tarde,
casualmente ele estava no CARF e que a ligação estava muito ruim, cortando, mas que pelo que
JORGE entendeu da conversa, o "CAREQUINHA" não quer "nada por dentro" e que "é tudo por
fora" e que o acerto seria feito na base 1 (milhão) por mês a partir de janeiro. SALAZAR diz que é o
contrário, que é tudo "por fora", sem possibilidade de nada, absolutamente nada por dentro e que
depois que ele falou tudo, SALAZAR lhe disse que não é pelo fato de JORGE ter ido a São Paulo e ter
fechado e ele traz essa parcela dessa proposta, mas que não resolve nada e que se não ajudarem eles a
equacionar, a operacionalizar, do que valerá essa proposta? SALAZAR diz que aí ele caiu na real e que
ainda lhe disse que eles precisam dar a eles oportunidade, raciocinar com eles pela dificuldade que eles
vão ter de "operacionalizar isso", de viabilizar isso, "de fazer chegar nos devidos lugares" e que ele
chegou a dizer que não tinha e que SALAZAR lhe disse que não seria possível, porque ele está no meio
e que aí o ele virou pra ele e disse que a única sugestão que ele pode dar é que "tem aquele pessoal que
trabalha no meio" e que o JORGE até entendeu ontem e que JORGE falou até que tem uma taxa de
"3". SALAZAR diz que ainda bem até que JORGE entendeu, porque senão iria ficar "foda".
SALAZAR diz que lhe falou que ainda estava pouco e que era pra eles irem amadurecendo e que iria
ligar pra JORGE, mas que ele estava transferindo um "pepinaço" pra eles. SALAZAR diz que então ele
falou justamente o contrário do que JORGE raciocinou, que JORGE teria falado pra ele que até dezembro
resolveria tudo e que ele, conversando com "os pares lá", disseram que a partir de janeiro, se não tivesse
resolvido tudo, teria uma multa contra eles, ou seja, um castigo de 1 milhão por mês e que é "contra nós" e
JORGE diz que entendeu. SALAZAR diz que ele tem essa mania e que numa época ele fez um negócio com
ele, esse mesmo assunto, há 4 ou 5 anos, ele deu um prazo e disse que se não resolvesse, a partir dali ele
diminuiria, do total da conversa, 1 (milhão) por mês. SALAZAR disse que falou a ele que JORGE não estava
presente e que ele (SALAZAR) não assumiria isso, porque é uma loucura, mas que ele falou que acha
razoável, até dezembro, resolver pelo menos um dos problemas e que SALAZAR lhe disse que aí também
concordava com ele. SALAZAR diz que finalizou (a conversa de ontem) dizendo pra JORGE pensar bem e
que vê que se eles aceitarem tudo ele joga todo o macaquinho nas costas deles e que entende que ele não tem
outra saída, a não ser esse caminho deles e que disse a JORGE pra pensar, amadurecer e que é pra eles não se
afobarem e assumir tudo isso aí, porque depois ele cobra mesmo. JORGE diz que tinha entendido o contrário
e que ele topava fazer esse negócio e que a remuneração só sairia a partir de janeiro, á base de 1 (milhão) por
mês. SALAZAR diz que em termos de remuneração eles não tocaram em nada. JORGE pergunta se ele falou
em parcelar e SALAZAR diz que não. JORGE pergunta então que se der tudo certo até dezembro, pagam de
uma vez e SALAZAR diz que também não falaram sobre isso, mas aquele entende que sim. JORGE diz que
isso precisa ficar explícito porque pelo menos uns 4 ou 5 (milhões) JORGE precisa aqui, assim que o
negócio se concretizar que isso é um compromisso que ele vai assumir "com os caras". SALAZAR diz

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que isso ele nem achou necessário repetir, porque JORGE, já de partida, falou e ele ficou quieto e que está
entendendo que essa parcela que JORGE falou é necessário a partir digamos... vamos supor, JORGE passa o
texto, aconteceu lá... e que SALAZAR está entendendo assim e JORGE diz que 10 dias depois tem que estar
"com o troço na mão". SALAZAR diz que acha que pra um negócio dessa estirpe, eles conversaram
muito pouco, porque faltaram detalhes e diz que está entendendo que fecharam por cima o "quanto,
tudo" e pergunta se JORGE se lembra que ele falou que o processo, o 860... "não sei o quê", ele é muito
importante em termos jurídicos, em termos de direito, mas que lhe parece que o valor dele não é muito
expressivo, ou que tem um desse ou outro que não é expressivo. JORGE diz que o 860 (numeração do
processo) é 280 (milhões) e SALAZAR diz que o que acha que JORGE tem que pensar aqui é pegar os
3 e que JORGE está com a planilha aí e que SALAZAR não tem, pegar os 3 ou 4 (processos) mais
importantes e que vão, inevitavelmente entrar pra julgamento e primeiro ver sua necessidade inicial,
após a admissibilidade, depois ver qual é o que vai primeiro e qual o percentual que vai entrar, colocar esses
valores num papel e que acha que JORGE tem que fazer um esforço ou mandar um e-mail pra SALAZAR ou
vir aqui novamente e que já quer adiantar pra JORGE que, a juízo de SALAZAR, essas despesas de viagem
de JORGE pra cá (São Paulo) pra resolver esse assunto, eles têm que compartilhar, pra não ficar pesado nem
pra lá, nem pra cá e que quer isso pra ser justo e que pra JORGE não tenha nenhum desânimo em vir aqui,
como também se SALAZAR precisar ir aí (Brasília) ele vai na hora. SALAZAR retoma dizendo que "o por
cima, o quantum" está fechado, mas que acha que tem que ficar claro aquela necessidade de JORGE,
mais clara ainda, porque ele não falou nada, nem sim, nem não e que pelo que SALAZAR e JORGE
conhecem, ele vai dizer que não foi isso que foi... e que isso eles tem que ter num rascunho e JORGE diz que
é e que tem que ter um papelzinho com carbono, uma cópia com ele e uma com eles. SALAZAR diz que é
exatamente isso e que não gosta de errar e que é pra JORGE ir por ele e que ele acha bom que, se JORGE lhe
autorizar a falar com ele que JORGE vai voltar aqui no dia que puder, amanhã, depois ou no início da semana
com o texto em mãos e que eles sentariam e que JORGE já traria o rascunho dele e que vão acertar o rascunho
com ele, a forma das entradas e tal., porque SALAZAR está muito com medo de JORGE assumir
compromissos aí, não ficar muito claro aqui e depois ele "mijar pra trás". JORGE diz que isso aí não
pode e SALAZAR arremata dizendo que não tem papel escrito, mas que isso não evita que JORGE vá
ultimando o que tiver de ultimar e que na nossa cabeça JORGE já dá o assunto como fechado e JORGE vai
esses 2 ou 3 ou 4 dias aí e que JORGE vem aqui e que SALAZAR já marca com ele pra não ter desencontro e
eles terem um papelzinho ficando uma cópia com JORGE, uma com SALAZAR e uma outra com ele e á
medida em que for passando alguma coisa pra SALAZAR, ele vai dando baixa aqui e JORGE aí. SALAZAR
pergunta o que JORGE acha e este diz que está no caminho certo. SALAZAR pede mais uma vez que JORGE
pense bem, porque não tem nada escrito e que nada impede que amanhã ou depois ele diga que entendeu
diferente do que eles estão propondo. SALAZAR diz que JORGE deixou claro pra ele (SALAZAR),
desde a primeira conversa, que há a necessidade imperativa daquele quanto em torno de 4 e 5 e que ele
ouviu e não falou nada, mas que ele tem que dar o "ok" e que no nosso papelzinho deles, eles tem que
dar um "ok" e anotar que passou o processo número tal, e que quantos dias depois tem que dar o ok?
SALAZAR diz que isso é á juízo dele, mas que se JORGE quiser assumir tudo, fica do lado dele, mas
que o medo dele é amanhã ou depois eles ficarem "sem eira nem beira" e que isso é o ganha pão deles ,
mas que pra eles , não sabe... JORGE diz que vai evoluir nisso e que talvez ainda hoje no final da tarde ou
amanhã, porque JORGE tem que ver ainda o texto que "ele" lhe pediu, mas que não vai passar esse texto
antes de ser tudo acertado. SALAZAR concorda e diz que esse texto é a segurança deles e lembra a
JORGE que lhe falou que se ele quisesse mandar o texto, que tudo bem, mas que só iria entregá-lo
quando estivesse tudo alinhavado e que não está tudo alinhavado, só o "quantum", mas a distribuição,
as parcelas, não estão. SALAZAR diz que acha que eles devem sentar e que se não for aqui eles levam ele
pra aí, porque é interesse deles e que é pra JORGE pensar direitinho, porque a coisa vai correr aí sob a

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responsabilidade de JORGE. SALAZAR diz que a dele vai ser tranquila, parcial, que vai ser "pega aqui, passa
lá e dá lá", mas que se não tiver um rascunho escrito, cada um com uma cópia, que tem muito medo disso.
SALAZAR diz que vai tentar falar com o nosso amigo e que na hora que ele conseguir, liga pra JORGE.
SALAZAR diz que uma coisa que tem que perguntar a JORGE, porque esteve com "ele" ontem à noite
e que ele vai perguntar a JORGE é que se JORGE já está tocando alguma coisa daqueles 5 e 400 e
pergunta a JORGE se além desse do assunto do Procurador, se tinha mais algum negócio de BANCO.
JORGE diz que lembrou e que estão tocando e SALAZAR diz que "ele" vai lhe perguntar sobre isso,
porque pediu pra que SALAZAR falasse com JORGE pra ver como estava. SALAZAR diz que tem que
sentar com JORGE pra acertarem como é que vão fazer os "papéis" chegarem a JORGE.
Código: 446297
Data: 27/08/2014 Hora: 18:41:10 Duração: 00:14:10
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR X EDUARDO-GESTÕES NA PROCURADORIA
Arquivo: 20140827184110032.wav

Degravação:
SALAZAR diz que amanhã vai ligar do fixo pra JORGE, pra eles conversarem e que conversou um pouco
com o nosso amigo aqui que vai passar pra ele (EDUARDO), pra fortalecer a gente e que ele (EDUARDO) já
olhou os mapas que JORGE passou pra SALAZAR e que ele disse "tudo tem a ver" e que tudo são
dependentes, basicamente, de 2 processos e JORGE diz que todos inter-relacionados e SALAZAR confirma e
diz que amanhã liga do fixo pra JORGE e que eles então conversam "tranquilos". SALAZAR pergunta um
melhor horário pra ligar pra JORGE e este lhe diz pra lhe ligar depois das onze, porque ele tem médico
amanhã cedo e que não sabe que a horas ele vai sair de lá. SALAZAR confirma que vai ligar depois das onze
e lembra que vai ser do fixo. Passado o telefone pra o nosso amigo (EDUARDO) este diz que. JORGE diz
que o negócio do parecer da Procuradoria está evoluindo bem e que tem dois aspectos que ele (WAGNER)
me colocou e que JORGE acha muito relevantes. O primeiro é que ele entende que o parecer da Procuradoria
é nulo, porque ela não tem competência regimental, nem legal pra falar sobre um julgamento do CARF, até
porque a Procuradoria, neste caso, é parte. JORGE diz que ele (WAGNER) ainda lhe colocou, com toda a
propriedade, que é a mesma coisa de um Promotor dizer que a decisão de um Juiz é nula e que o promotor é
parte e que é o Estado contra o réu e que então, como parte, ele falece de competência pra dizer de um órgão
julgador se a decisão vale ou não vale ou que é nula, anulável ou qualquer coisa. JORGE diz que ele
(WAGNER) acha que no requerimento a ser feito, a partir daquele documento que EDUARDO enviou a
JORGE isso deveria ser colocado, claro que de uma forma sutil, pra não ficar ofensivo, mas de uma forma
enfática. EDUARDO diz que concorda. JORGE repete que a procuradoria não tem competência pra dizer que
um julgamento, que um acórdão do CARF é nulo, que não existe isso. JORGE diz que o segundo ponto
relevante é que, apesar de JORGE não ter tido tempo de fazer a pesquisa, mas que ele lhe disse que já há
jurisprudência do STJ, no sentido de que essas decisões do contribuinte, ao aderir ao programa do REFIS, que
promove a remissão de dívida, a anistia, etc. já é muito questionado no judiciário, porque ela não pode ser
levada ao extremo que o parecer quer conduzir. EDUARDO diz que é o que disse a JORGE a ele ontem, que
essa é a grande sacada, que não existe confissão irretratável de algo que não se deve. JORGE diz que
exatamente, você não pode renunciar a alguma coisa, implicitamente, que você não deve e que foi exatamente
as palavras que EDUARDO usou e que as tirou da boca de JORGE. EDUARDO diz que é um direito
indisponível e JORGE diz que isso já está dito de alguma forma naquela minuta, mas que ele (WAGNER)
acha que esses dois aspectos teriam que ser trabalhados e que, em terceiro lugar, ele acha que a gente deve já,
contratar, mas que não pode dar a garantia antecipada de que vai conseguir reverter administrativamente a

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decisão, porque, como ele já tinha antecipado pra JORGE, isso aí é uma coisa difícil de se conseguir e que
"isso é uma coisa que você tem que trabalhar politicamente lá dentro pra conseguir". Mas JORGE diz que ele
só pode trabalhar isso na medida em que já exista alguma coisa formal de lá de dentro e que então ele acha
que a gente deveria contratar e já providenciar o protocolo do documento que é aquilo lá com as adaptações
que EDUARDO já disse que teriam que ser feitas em razão do problema do REFIS e com essas duas
colocações e que "a partir daí ele vai conduzir o negócio lá dentro pra nós". JORGE pergunta o que
EDUARDO acha dessa posição dele (de WAGNER). EDUARDO diz que acha bastante razoável e coloca
duas coisas. A primeira é que esse adendo, essa melhoria no requerimento, precisaria da colaboração de
alguma pessoa, porque EDUARDO não tem... a menos que leia a jurisprudência que tem... que ele não tem
como ficar procurando... que ele não tem... que tem que ficar perdendo um tempo que talvez ganhasse se
alguém lhe ajudasse e ele dissesse pega esses dispositivos e tal... Ademais tem essa questão da nulidade, da
manifestação da Procuradoria e JORGE suplementa, dizendo que é do parecer e que isso eles podem ver aqui.
EDUARDO diz que quem iria fazer isso com ele e que ele já tinha comentado com JORGE, era o EDISON e
que pelo menos era o que o CASSIANO havia proposto, que era a inclusão do EDISON e que inclusive
EDUARDO foi pra lá um dia, que era pra discutir com EDISON já a melhoria da redação e que acabaram não
deixando EDUARDO falar com EDISON, que esconderam o EDISON e ele não sabe o porquê e que ele ficou
até... bom, não quer... e que se eles tiverem condições de escrever sem isso... JORGE diz que está falando isso
com EDUARDO porque ele imaginou que o próprio autor daquela minuta pudesse fazer esse trabalho e
EDUARDO diz que foi ele quem fez a minuta. JORGE diz que pensou que fosse algum patrono que ele já
tivesse contratado e EDUARDO diz que o patrono é ele e foi ele quem escreveu aquilo tudo. JORGE diz que
ele está muito bem redigido, que é naquela linha mesmo, mas que não tem condições de contratar, de pegar
alguém ou ele mesmo, de sentar pra fazer alguma coisa aqui, porque tem detalhes que EDUARDO é o
detentor do conhecimento e que esse adendo que EDUARDO falou a respeito da última opção dele pelo
REFIS, que é um detalhamento que só EDUARDO poderia traduzir em palavras pra encaixar dentro do
parecer. EDUARDO diz que é sem problemas e que se tiver os "insights", o material...tá aqui, essa é a lei,
esse é o... alguma coisa... a gente insere, a gente senta e EDUARDO vai escrevendo e que depois submete a
JORGE que dá uma lida e JORGE diz que a parte da procuradoria EDUARDO pode deixar que ele mesmo
pede a ele próprio (WAGNER) pra fazer. EDUARDO diz que tá bom e que a segunda questão que é
importante, é que, se ele vislumbre... que eles tem que ter o pé no chão... que nós conseguimos e que aí... a
partir do momento que se fizer um contrato, ele (WAGNER) acha que... JORGE interrompe dizendo que é a
questão do prazo e EDUARDO diz que ele (WAGNER) acha eles conseguem resolver isso, digamos em 4, 5
meses. JORGE diz que é como ele (WAGNER) disse, que isso aí é um tiro no escuro que nós vamos dar.
JORGE diz que não pode assegurar pra EDUARDO que já conversou e que já tem uma pessoa que vai fazer o
trabalho, que não é assim. EDUARDO pergunta se ele não tem ainda, "internamente, uma pessoa com
quem...."; JORGE diz que ele (WAGNER) já tem alguns contatos que ele fez, mas que são pessoas que não
vão ter a capacidade final decisória de assinar, e que essa pessoa vai ter que levar o troço, depois do assunto
amadurecido do ponto de vista de um exame prévio lá dentro, pra quem tem competência pra assinar e que aí
é que vai entrar o grau de incerteza da coisa. EDUARDO entendeu e diz que ele (WAGNER) acha inviável
qualquer sondagem preliminar pra saber se subindo a pessoa vai vetar ou vai... e JORGE diz que ele acha que
não e que ele acha que tem que ter o caso concreto já. EDUARDO diz que entendeu e pergunta se ele
(WAGNER) acha que até pra dizer que não conseguiu nesse prazo, num prazo de 4, 5 meses, pelo menos se o
documento chega lá pra quem vai tomar a decisão. JORGE diz que sem dúvidas, que isso aí ele já vai estar lá
na mão. EDUARDO diz que uma terceira questão que é muito importante é onde seria dada a entrada
no requerimento e JORGE responde que é aqui em Brasília e que inclusive perguntou a WAGNER
isso, se seria em São Paulo ou aqui e que ele (WAGNER) disse que tem que ser feito aqui. EDUARDO
diz que como os autos estão aqui, se ele não vê nenhum óbice de dar entrada aí, pra que depois as

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pessoas aí chamassem o processo ou fizesse o que fosse, se ele acha que é por aí mesmo e JORGE diz
que é, porque o alvo é o parecer que foi feito em um Órgão Central. EDUARDO pergunta se ele
cuidaria de fazer o protocolo e JORGE diz que sim, desde que alguém... que ele não vai poder atuar e
assinar junto e que ele vai ter que ter alguém aí que assine como representante da empresa, como
interessado e que aí ele mesmo dá entrada aqui. EDUARDO diz que a ideia é que de fato chegue aí,
protocole e chegue na mão da pessoa que vai começar a olha e JORGE diz que é claro. EDUARDO diz
que é pra não sumir nos escaninhos da vida e não virar nada e JORGE diz que senão alguém senta em cima e
acabou. EDUARDO fala com JORGE pra de qualquer maneira pedir a ele (WAGNER), JORGE mesmo ou
com a ajuda dele, esses dois aspectos de ordem legal, pedir algum julgado e da questão da incompetência da
Procuradoria no caso, pra se manifestar e que se JORGE tiver esses elementos, JORGE põe no e-mail e
manda pro SALAZAR, o quanto antes melhor, porque aí EDUARDO redigindo o requerimento com essa
inserção... JORGE diz que já pra fazer a gestão final e EDUARDO diz que é pra ir já elaborando uma
decisão final. JORGE diz que já vai cuidar disso. EDUARDO diz que vai tratar aqui com ele que vai
dizer o seguinte, que firmando o contrato, as pessoas vão entrar no contrato e que digamos que seja
JORGE ou seja ele (WAGNER)... que é pra segurar amanhã, até pra efeito de representatividade e pra
efeito também de garantias. EDUARDO acrescenta que a única coisa que as pessoas perguntam lá e
que já perguntaram outra vez quando EDUARDO falou do EDISON e do CASSIANO é que se as
empresas nominadas eram empresas naturalmente idôneas e que estão no mercado há algum tempo,
pra não dizer que o cara abriu a empresa ontem pra fazer esse trabalho, porque aí não passa lá no
"COMPLIANCE DO BANCO" e JORGE suplementa dizendo, do contratante e que ele pergunta como
vai pagar um honorário de 20 ou não sei quantos milhões pra um camarada que começou a trabalhar
ontem, numa empresa que eu não sei nem quem é e que então precisam ser empresas que realmente
possam... que tenham capacidade financeira e histórico pra gente poder colocar no contrato. JORGE
diz que é sem problemas. EDUARDO diz que é pra JORGE ir conversando com ele (WAGNER) pra
eles irem pegando os elementos e elaborar, o mais rápido possível, o novo requerimento e JORGE diz
que já vai ver isso amanhã.

Como já mencionado, esse casos do JS/SAFRA envolvem cifras


bilionárias e uma das estratégias do grupo seria agir administrativamente, através da
mudança da Nota PGFN/CAT nº 547/05 um parecer da Procuradoria da
Coordenação-Geral de Assuntos Tributário da PGFN (vulgo CAT), e por isso
contando com o apoio do Procurador da Fazenda aposentando WAGNER PIRES DE
OLIVEIRA, que manda e-mail, com a NOTA em anexo para “uma pessoa competente
lá de dentro” para que ela dê sua “abalizada opinião” sobre a viabilidade da causa
tendo em vista que “a verba honorária é boa”.

Código: 455179
Data: 01/09/2014 Hora: 13:52:16 Duração: 00:04:30
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X WAGNER-AVANÇO NA PROCURADORIA

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Arquivo: 20140901135216032.wav

Degravação:
WAGNER pede pra que JORGE lhe responda, "porque o pessoal está perguntando lá", em qual
REFIS eles estão incluídos e qual é a Lei e pede pra que JORGE localize pra ele também. WAGNER
diz que parece que naquela época havia a possibilidade e que já é um bom caminho e pede isso por e-
mail. JORGE diz que passa, mas que tem um detalhe importante nisso aí, que os REFIS antigos, o que teve
antes de 2009, o penúltimo, porque agora este ano já teve outro, eles eram um programa que tinha um
dispositivo dizendo que a opção pelo regime dessa lei, pelo parcelamento, implica na irretratabilidade da
confissão da dívida e na desistência de todos os recursos e que a partir dessa desse ano, eles passaram a exigir,
porque eles levaram tanta porrada no judiciário e no CARF, eles passaram a exigir que o contribuinte
apresente, antes de fazer a opção, a renúncia expressa num formulário e que esse aspecto é relevante.
WAGNER diz que "o nosso caso tá no antigo ainda" e JORGE confirma isso e diz que nos casos
anteriores e que inclusive nesse caso nosso, a aceitação das condições era tácita, que não tinha
desistência expressa e que o CARF depois, e tem uma série de julgados, diz que essa irretratabilidade,
que essa irrevogabilidade da decisão, não pode ser tomada ao "pé da letra" e que é o problema do
parecer, que diz que é... WAGNER diz que vai ler e que inclusive "a pessoa que está vendo isso pra
gente lá dentro", pra quem já passou um e-mail dizendo que esse era o caso da decisão do Conselho e
que já passou a NOTA, "favorável ao contribuinte em sede de embargos... decidido após a entrada do
REFIS... Estou com dúvidas porquanto já há uma Nota da PGFN sobre a matéria... já para alertar...
em anexo, mandei em anexo.... Embora pareça, num exame rápido, discutível, a Nota né, A VERBA
HONORÁRIA É BOA e, no entanto, só pegarei a causa, se houver alguma viabilidade. Gostaria que
você, com a sensibilidade de sempre, desse a sua abalizada opinião (...inaudível...) WAGNER”.
WAGNER diz que ele lhe respondeu o seguinte, que a primeira coisa a investigar é em qual REFIS está
incluído e localizar a lei e verificar quais eram as condições e que depois pode-se analisar se há alguma
chance. JORGE diz que é a MP 66. WAGNER diz que passa pra ela já e que "é pessoa de dentro".
JORGE diz que naqueles papéis que mandou pra WAGNER está escrita a lei em que ele optou e que é
a MP 66 e outra MP posterior. WAGNER pergunta se JORGE tem este diz que sim e WAGNER diz
que passa depois, que repassa depois e que isso é busca rápida e que agora nós estamos mais... que pelo
menos está aparecendo uma luzinha... e JORGE complementa dizendo que é no caminho e WAGNER
concorda, dizendo que é uma pessoa competente de lá de dentro. JORGE diz que é ótimo.
Na ligação a seguir o JORGE VICTOR diz ao WAGNER, falou que os
interessados dos bancos já sinalizaram a liberação da quantia de R$ 2.500.000,00 (dois
milhões e quinhentos mil reais) para que o WAGNER procurasse a pessoa que
aceitasse o acerto da mudança. Vale dizer que essa proposta de 01/09/2014, surgiu
após encontro do JORGE VICTOR com o JOÃO INÁCIO PUGA representante do
Banco Safra que ocorreu em São Paulo em 25/08/2014.
Código: 461132
Data: 03/09/2014 Hora: 17:20:27 Duração: 00:01:52
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:

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Interlocutores: JORGE X WAGNER - VALOR DA PROPINA


Arquivo: 20140903172027032.wav

Degravação:
JORGE diz que mandou por e-mail, uns rabiscos sobre o problema do parecer e que esteve em São
Paulo com eles terminando de fechar as negociações pra ver quais os caminhos que vão adotar pra
resolver isso ai e ELES AUTORIZARAM A DIZER PARA WAGNER QUE TEM DOIS MILHÕES E
MEIO (R$ 2.500.000,00) DISPONÍVEIS DE HONORÁRIOS PRA RESOLVER ESSA ENCRENCA.
WAGNER diz que vai dar uma olhada. JORGE diz que é muito dinheiro; WAGNER que está
esperando aquela resposta do (...trabalhador???...) e que não é bom não é um ótimo dinheiro; JORGE
diz que a ideia deles é incorporar naquele requerimento, na redação final daquele requerimento que eles
dariam entrada, incorporar esses argumentos ai. WAGNER diz que vai dar uma olhada. JORGE diz que tem
que ir com um pouco mais de sutileza, com delicadeza para não ficar assim muito ofensiva.
JORGE VICTOR também inclui o LUTERO no “esquema” a fim de
viabilizar as tratativas processuais (andamento do processo e colocação na pauta de acordo
com o interesse do grupo) coleta de informações dos conselheiros e manter contato com o
Presidente do órgão OTACILIO DANTAS CARTAXO, do qual o JORGE VICTOR passa
o e-mail para que o JOÃO PUGA possa manter contato direto com o Presidente.
Além disso, há um agendamento de uma visita, no dia 26/09/2014, ao
CARTAXO a ser feita pelo sinônimo do “COMPRIDO”, que detectamos ser o advogado
paulista JOSÉ HENRIQUE LONGO, também Ex-Conselheiro do CARF, para tratar de
assuntos dos processos da JS ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A, pertencente ao
grupo SAFRA.
Código: 440290
Data: 25/08/2014 Hora: 18:45:44 Duração: 00:03:19
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE VICTOR-PROCESSO DO "JS"
Arquivo: 20140825184544061.wav

Degravação:
JORGE VICTOR pergunta se LUTERO já viu o processo da JS. LUTERO diz que sim. LUTERO diz
que está terminando de dar uma olhada com cuidado no processo todo e que viu a manifestação de
inconformidade, que começou a ver o voto de primeira instância e que o processo é muito interessante e
a coisa é meio subjetiva e que por isso é que a gente tem que olhar com muito cuidado pra ver onde é
que está a "sutileza". JORGE diz que "caiu um pedaço" lá da DRJ e que tem um recurso de ofício
aqui, junto com um recurso especial e que está aguardando exame de admissibilidade. JORGE diz que
foi a São Paulo hoje e que adiantaram bastante a situação. LUTERO diz que hoje de noite vai dar uma

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continuada e que acha que amanhã a gente já tem uma análise conclusiva. LUTERO diz que está levando aos
poucos e fazendo um resumo no computador, porque na hora de fazer o trabalho a gente está com os
elementos na mão. JORGE diz que queria ver se eles conversam amanhã sobre o processo. LUTERO diz que
vamos sim e que passa no final da tarde na casa de JORGE.

Código: 455941
Data: 01/09/2014 Hora: 18:03:09 Duração: 00:05:14
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X LUTERO-CORRUPÇÃO NO CASO BRADESCO
Arquivo: 20140901180309032.wav

Degravação:
LUTERO diz que amanhã, durante a reunião, é para JORGE lembrar de levantar outras
possibilidades, que o pessoal tem mais de uma alternativa e na justiça eles tem mais de uma também,
que a especialidade deles é essa, no judiciário também de São Paulo; LUTERO diz que eles já iam fazer
os contatos com os "parceiros" e iam dar uma lida e que estão esperançosos, dizem que vão resolver
isto aqui; LUTERO diz que o pessoal ventilou solução da reforma do texto do parecer, mas que essa
não é a única e talvez seja a menos provável; JORGE diz que o problema do judiciário que se não tiver um
suporte bom não consegue nesse prazo; LUTERO diz que eles tem, que eles mostraram um trabalho que
conseguiram fechar em 47 dias, que LUTERO leu e viu, inclusive a determinação para pagar em casa.
LUTERO diz pra lembrar de outras possibilidades além dessa; JORGE diz que não vão abandonar a
Procuradoria que está inclusive caminhando, mas não deve se restringir a ela por que pode ser que dali não
saia; LUTERO diz que eles tem cartuchos tanto na esfera administrativa quanto na judicial; LUTERO deseja
boa viagem para JORGE que viaja amanhã. JORGE diz que amanhã tem muita coisa pra ser tratada:
do JS, esta daqui e do BRADESCO. Prossegue: "eu tive vendo inclusive a composição da turma onde
está e eu acho muito difícil, aquilo lá só na Câmara Superior", diz também que foi pedido vista e vai
voltar automático para pauta do mês que vem; LUTERO diz que pode ter sido estratégia por que se
botasse hoje "podia não ganhar”, então vamos botar no próximo mês, aí seria interessante que alguém
no próximo mês pedisse também; JORGE diz que estava vendo a composição da turma que é do
WALBER, e vendo se teria alguma coisa possível de ser feita no adiamento, ou alguma coisa assim;
JORGE diz que tem esses 3 casos principais que estão em mente; LUTERO diz que já muita coisa e diz
que na volta do JORGE eles conversam.
Código: 463320
Data: 04/09/2014 Hora: 14:39:22 Duração: 00:01:20
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X INACIO-E-MAIL PARA CARTAXO
Arquivo: 20140904143922032.wav

Degravação:
INACIO pergunta a JORGE se ele sabe o e-mail pra quem INACIO deve mandar aquele documento e
JORGE diz que INACIO pode mandar para o próprio Presidente e INACIO pergunta se é o VALMAR
e JORGE diz que não, que VALMAR é o Presidente da Câmara, da 3ª Câmara da 1ª Sessão e que teria
que ser mandado pro Presidente do CARF. INACIO se surpreende e diz que é o CARTAXO e JORGE

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COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

confirma e diz que aí cai direto na mesa do LUTERO lá. INACIO diz que tá bom e pede o e-mail do
CARTAXO e JORGE diz que liga já pra passar pra INACIO.
Código: 463371
Data: 04/09/2014 Hora: 14:51:02 Duração: 00:01:05
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X INACIO-PASSA E-MAIL DE CARTAXO
Arquivo: 20140904145102032.wav

Degravação:
JORGE passa para INACIO, o e-mail de CARTAXO: otacilio.cartaxo@carf.fazenda.gov.br
Código: 475333
Data: 09/09/2014 Hora: 12:41:18 Duração: 00:05:09
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-78038099
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-SEDEX DO CAREQUINHA
Arquivo: 20140909124118032.wav

Degravação:
SALAZAR pergunta se JORGE se lembra do assunto do e-mail do CAREQUINHA e diz que este lhe chamou
e que conversaram longamente. SALAZAR diz que o CAREQUINHA o chamou para conversar e que
sexta o CAREQUINHA esteve com aquela pessoa lá, que vai dar o sinônimo... "O COMPRIDO".
JORGE diz que entendeu. SALAZAR diz que eles estiveram conversando e SALAZAR fala o seguinte:
"o COMPRIDO admitiu, mas... primeiro... falasse com o “JAPONÊS”(TAMAZATO?)... segundo... não
iria mandar sem antes falar com o chefe do ÓRGÃO aí, o "CARTA" (CARTAXO), ele vai dia 26 para
Brasília fazer uma visita de cortesia para o chefe do ÓRGÃO, conversar com ele e perguntar o que ele
acha, se está na hora de colocar (em pauta). JORGE questiona que seria só dia 26. SALAZAR diz que
virou para o CAREQUINHA e disse que o macaquinho está com ele, até lá eles (SALAZAR e JORGE) vão
ficar parados. SALAZAR diz que ele respondeu que não conseguiu. SALAZAR diz que está jogando o
pepino nas costas dele. SALAZAR diz que mandou um SEDEX para JORGE com aquele material que
JORGE pediu e além dele tem um caso da Bahia que é um caso muito importante, muito bom pra eles,
o amigo (EDUARDO) pediu para JORGE lê e tem certeza que dá para derrubar tudo aí (em Brasília)
porque foi um absurdo que fizeram com a empresa. SALAZAR diz que ele quer que JORGE leia com calma
que tem 30 dias para decidir, ou seja, o que vão propor para esse pessoal. SALAZAR diz que o amigo falou
que de preferência aguente os trancos ai sem precisar ligar pra ele, na ausência de SALAZAR, mas em caso
de urgência.....(cai a ligação).

Em continuidade às tratativas para a resolução do caso JS/SAFRA, o


Procurador da Fazenda aposentado WAGNER conversa com uma Procuradora da
Fazenda Nacional que é sua amiga de nome VALÉRIA que trabalha no CAT
(pesquisas na internet identificaram que pode ser a PFN VALÉRIA SAQUES).
WAGNER comenta com JORGE VICTOR que ela é a pessoa aquele ele já tinha

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mandado a “Nota”, o que nos remete à “pessoa competente de dentro” que ele
mandou um e-mail que ele comunica a JORGE na ligação de código 455179, do dia
01/09/2014, e que está na fl. 197 acima. Segundo o WAGNER a VALÉRIA disse que
não há grande esperança quanto à modificação do Parecer da Procuradoria do CAT.
WAGNER argumenta que falta o “elemento de ligação” já teve no passado que ele já
teve no passado, mas “agora fica meio complicado nesse sentido” e eu “pra entra num
diálogo mais diferente é mais difícil”. Por fim WAGNER orienta JORGE a dar
entrada no requerimento que busca reverter posicionamento da Procuradoria, se
oferecendo para intervir numa necessidade.
Código: 491215
Data: 15/09/2014 Hora: 13:50:18 Duração: 00:09:58
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato: 61-99810506
Interlocutores: WAGNER X JORGE VICTOR-TENTATIVA NA PROCURADORIA
Arquivo: 20140915135018029.wav

Degravação:
WAGNER liga para JORGE e diz que estava em SÃO PAULO, que fica uma semana por mês por lá
quanto verificou que JORGE tinha ligado; WAGNER diz que ELA (VALÉRIA) lhe respondeu não lhe
dando grande esperança não, que ELA é daquelas pessoas que o contato é mais ou menos, "é amiga,
tudo, mas você não pode atropelar a coisa", que ELA vê dificuldade de modificar aquela nota de
Procuradoria; WAGNER diz que do seu ponto de vista a nota é modificável, mas que não encontrou a
pessoa que... lhe desse sinal verde, que aquela nota está equivocada, porque uma nota não tem poder de
anular um ato administrativo válido, um ato do CONSELHO, mas o grande problema é a nota do
PROCURADOR GERAL, que não é parecer normativo e caberia recurso ao próprio PROCURADOR
GERAL, ou ao Ministro ou à até pra PGU (...inaudível...) instância também administrativamente que poderia
estar subordinado; WAGNER diz que “eu não tive esse sinal ver... que no começo ELA olhou... dizer o
que que tá com uma certa possibilidade... entendeu? Depois eu mandei o material... ELA examinou...
mandei o material só a aquela.... mandei só a nota, não mandei o parecer não... mandei só a nota...
então ELA me respondeu... é a VALÉRIA... minha amiga, mas ELA é... nesse sentido... mas eu não
vejo,... é muito difícil a modificação da posição da Procuradoria... É da CAT, ELA trabalha na CAT”;
WAGNER diz que não tem nada de concreto pra resolver o problema; WAGNER novamente diz sobre
a possibilidade dos recursos, já que a nota não foi do PROCURADOR GERAL, mas um ato da "CLEA
BERTÃO" que era adjunta, então o ato pode ser revisto pelo PROCURADOR GERAL inclusive, mas
aí precisaria daquele elemento de...; JORGE diz "de ligação"; WAGNER diz que "eu já tive no
passado, mas agora fica meio complicado neste sentido", eles agilizam se eu pedir pra coisa desse
sentido, eu ainda tenho, mas "pra entrar num diálogo mais diferente é mais difícil, pelo menos tenho
que examinar isto com mais calma"; WAGNER diz que essa é a posição; JORGE pergunta o que
WAGNER acha, se daria entrada no requerimento e WAGNER fala que daria entrada, dirigido ao

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PROCURADOR GERAL dando os argumentos "e ainda possibilita que qualquer coisa possa que,
entendeu, que nós estamos no fim de governo, entendeu, qualquer coisa eu fico atento se eu puder
colaborar eu entro pra ajudar, é nessa linha. JORGE fala que a dúvida deles dar entrada sem ter um
esquema de retaguarda, vai sentar em cima. WAGNER fala que vai tem que entrar pois as vezes a coisa
aparece quando se está discutindo com os argumentos apresentados; "eu daria entrada, acho que
devem dar entrada, agora, eu só não posso dar uma certeza por que o que gostaria de dar um..., se eu
tivesse um..., entendeu, um outro tipo de coisa, a gente pudesse dar uma orientação, um empurrão".
JORGE diz que o perigo é dar entrada num negócio desse lá e alguém pegar e botar numa gaveta;
WAGNER diz que gaveta não pois ele tem amizade pra agilizar sim, só que não pode dar a resposta
positiva que JORGE gostaria que fosse, que não pode dar resposta concreta nesse nível, que só age
quando tem certeza. JORGE pergunta se WAGNER não tem nenhuma outra pessoa que pudesse
intermediar o assunto; WAGNER diz que "vou ter que examinar as outras pessoas na coisa, vou
examinar, quando der andamento, vou lá, só o fato de demonstrar interesse sempre..., só não quero dar
é certeza, entendeu, isso é evidente, não posso e não tenho condições de dar esta certeza no momento...
evidente que no andar da carruagem, contato sempre tem"; WAGNER diz entende que o pedido é justo,
tem base, inclusive a renúncia tinha que ser expressa e hoje tem renúncia expressa, e isso é igual a no
Conselho de Contribuintes; WAGNER diz que é um ato administrativo para ele perfeito.... aquele negócio de
nulidade, nulidade não é assim, a Procuradoria não tem poder de decretar nulidade, ela estaria de agir de
ofício pedindo a revisão do ato; WAGNER diz "meu conselho é o seguinte, eu acho que tem que, como
advogado entendo que a situação tem que batalhar, entendeu, tem que..., principalmente porque o negócio já é
meio antigo, se fosse um negócio novo..." Na sequência falam da prescrição, que está interrompida por terem
entrado na Justiça. WAGNER pergunta como está a situação na Justiça; JORGE diz que eles ganharam na
primeira instância e tão aguardando o recurso no TRF de São Paulo; WAGNER critica o Tribunal daqui;
WAGNER fala que se já houvesse a decisão favorável, poderia existir uma tentativa de acordo; JORGE diz
então que vai orientá-los a entrar com um requerimento; WAGNER reafirma que não pode dar certeza,
pois “as pessoas que ele viu não pode ter este nível de entendimento”; JORGE diz que vai conversar com
eles e mantém WAGNER informado.

Após as notícias do WAGNER para o JORGE este adverte SALAZAR


quanto a um alerta dado pelo Procurador aposentado WAGNER, de que “esse assunto está
muito mexido na Procuradoria” e que “estão querendo puxar o tapete de alguém” e mais,
que “tem gente da DEINF de São Paulo interessada nesse assunto”. Ainda o SALAZAR
procura saber se o CARTAXO estará em Brasília para conversar o JOSÉ HENRIQUE
LONGO, enviado do JOÃO INÁCIO PUGA, sobre as questões do JS/SAFRA.

Código: 501444
Data: 18/09/2014 Hora: 19:22:34 Duração: 00:04:10
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato: 61-94147000
Interlocutores: SALAZAR X JORGE-CASOS SARAHYBA E BOZZANO
Arquivo: 20140918192234004.wav

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Degravação:
SALAZAR diz a JORGE que amanhã vão precisar conversar os 3 (SALAZAR, JORGE e EDUARDO) e que
só está ligando hoje pra JORGE pra fechar a agenda do dia; SALAZAR pergunta a que horas seria melhor
amanhã pra ligar; JORGE diz que deve sair pra almoçar por volta de uma e quinze e que até esse horário está
no escritório e que depois está de volta duas e meia, 15 para as 3; SALAZAR diz que vai ligar antes de uma
ou depois das duas, por aí; SALAZAR diz que "nosso amigo" (EDUARDO) quer conversar com JORGE,
pois gostou muito da ideia dele do problema dos embargos, que é 15 dias e já está contando e do Recurso
Voluntário e que aí SALAZAR disse a ele (EDUARDO) que ele tem que conversar com JORGE, porque fica
triangulando e que "você que é o líder da situação aí". SALAZAR diz que EDUARDO mandou perguntar a
JORGE, de qualquer forma, se JORGE, vê, vislumbra, se teria como, algum paradigma nessa questão aí da
SARAÍBA e JORGE confirma que tem e SALAZAR diz que então é tudo que EDUARDO quer porque
EDUARDO falou que se JORGE fizesse o milagre de pesquisar alguém aí, alguma pessoa pra dar um
paradigma... então ótimo e sobre esse assunto, SALAZAR diz que conversam amanhã, porque JORGE fala do
paradigma pra EDUARDO e JORGE concorda. SALAZAR diz que do Procurador JORGE ficou lhe devendo
alguma coisa e JORGE diz que o Procurador (WAGNER), falou que o negócio está meio complicado e
que WAGNER acha que a gente deve dar entrada no requerimento com as alegações que JORGE já
falou pra "nosso irmão" (EDUARDO), preparar a formatação final daquele documento, do
requerimento e dar entrada aqui em Brasília, no órgão central e que ele vai tentar lá ver se consegue,
que não deu garantia a JORGE de que vai conseguir, mas que vai tentar ver se consegue "fazer com
que o assunto não morra lá", porque o normal é que quando um assunto desse, muito complexo, cai lá
na mesa do Procurador, o cara senta em cima, bota numa gaveta e espera a cabeça esfriar e que então
WAGNER tem acesso lá pra fazer com que a coisa pelo menos ande, que não lhe deu garantia de que
vai conseguir fazer com sucesso, porque tem um detalhe aí que é importante passar pro "nosso irmão"
(EDUARDO), que ele (WAGNER) disse que "esse assunto está muito mexido lá" e que inclusive lhe
disse uma coisa que assustou JORGE, de que o assunto já foi mexido lá com várias pessoas e que "tem
gente querendo armar uma cama de gato", como dizem na gíria.
Código: 501484
Data: 18/09/2014 Hora: 19:28:26 Duração: 00:05:22
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato: 61-94147000
Interlocutores: SALAZAR X JORGE-CASOS SARAHYBA E BOZZANO 2
Arquivo: 20140918192826004.wav

Degravação:
JORGE continua o assunto da ligação anterior reafirmando que ele (WAGNER) lhe falou que o caso
está muito mexido lá (na Procuradoria) e que "tem gente querendo puxar o tapete de alguém" e que ele
(WAGNER) também lhe falou que tem gente da "DEINF" de São Paulo interessada nesse assunto e
que quando ele (WAGNER) falou isso JORGE se assustou e que então falou que vamos fazer isso com
prudência, porque se a coisa está nesse nível... porque nós estamos procurando inclusive, JORGE com
o" nosso amigo aqui" (LUTERO), um caminho alternativo aqui, que não vão deixar de fora a
alternativa aqui do caminho do procurador aqui, só que isso tem que ser feito aqui com muito cuidado.
SALAZAR diz que é com certeza absoluta e JORGE continua dizendo que a ideia é essa, que é preparar,
ultimar a versão final do requerimento, dar entrada aqui e ele vai correr atrás. SALAZAR diz que está ótimo e
que já adiantou bastante e JORGE diz que é pra SALAZAR falar pra ele (EDUARDO) que é pra "botar
as barbas de molho", porque ele (WAGNER) ouviu essa conversa lá e que é uma conversa meio
perigosa e SALAZAR diz que é muito, muito, muito, muito providencial JORGE ter ouvido isso, que tá

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ótimo, excelente. SALAZAR passa pra outro assunto e diz que eles acharam interessante JORGE saber
se "o nosso amigo maior" (CARTAXO) vai estar em aí mesmo (em Brasília) aí no dia 26 ou não, pra
que SALAZAR tome um café aqui com o CAREQUINHA (JOÃO INÁCIO) e lhe dizer que não adianta
o cara ir lá (JOSÉ HENRIQUE LONGO) nesse dia, porque o fulano não está lá. JORGE diz que ele
ficou de lhe dar uma resposta amanhã, que ele vai olhar a agenda do homem e que acha que na hora
que SALAZAR lhe ligar meio dia já deve ter essa resposta. SALAZAR diz que então está ótimo e que por
último, dentro daquele nosso contrato, do nosso acordo contábil, se JORGE estiver disposto, eles gostariam
que JORGE viesse aqui (em São Paulo) na semana que vem pra gente sentar e conversar e passar tudo a limpo
e JORGE diz que pode ser e SALAZAR diz que na segunda ou terça JORGE marca com ele e que JORGE
viria pra sentarem sossegados e "passarem tudo a limpo". SALAZAR diz que outra coisa é que é importante
que JORGE, no diz em que for a São Paulo, já leve num papel ou num "pen drive" um modelo de contrato de
JORGE e um modelo de uma "SCP", porque as coisas já estão chegando num momento em que a gente vai
fechar aqui e que manda só pra JORGE leia e que se estiver de acordo assinar e mandar de volta e JORGE diz
que está perfeito. SALAZAR diz mais uma coisa, sobre o caso da Bahia, SARAÍBA, ele (EDUARDO) disse
que é pra JORGE quantificar isso aí, dizer quanto é o custo disso aí, "pro lado daí" e JORGE diz que está bom
e SALAZAR diz que, qualquer coisa, amanhã JORGE dá a ele. JORGE pergunta a SALAZAR, que disse que
ele (EDUARDO) gostou da ideia, mas que é pra não fazer o Embargo de Declaração e ir direto pro Recurso
Voluntário e pergunta por qual dos caminhos, se é pra gente fazer o recurso ou o patrono e SALAZAR diz
que falou com ele do patrono, mas que ele (EDUARDO) ouviu tudo, mas que só lhe perguntou isso aí e que
então acha que amanhã ele (EDUARDO) vai decidir isso com JORGE, mesmo porque amanhã quando se
falarem, SALAZAR já vai estar com ele (EDUARDO) e que vai falar com ele pra ganharem tempo e
SALAZAR diz que aí já liga pra JORGE nesse número e que JORGE já atende direto e "JORGE diz que esse
aqui é só pra isso" e SALAZAR que "está ótimo" e que é "excelente" e que esse aqui de SALAZAR também é
só pra isso e que tem 3 dias pra ficarem só pra isso e "JORGE diz que mesmo sendo só pra isso, vamos evitar
de falar nomes (risos), evitar de falar valores..." e SALAZAR diz que está de pleno acordo com "JORGE e
que nesse aspectos eles estão comungando o máximo total" e que eles não vão fazer mal a ninguém, mas
nunca se sabe quem pode fazer mal a eles.

SALAZAR não perde tempo em alertar EDUARDO sobre a situação


do assunto na Procuradoria e na DEINF/SP, mas dizendo que estão querendo “armar para
EDUARDO”.
Código: 501574
Data: 18/09/2014 Hora: 19:53:18 Duração: 00:02:27
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato: 11-972748887
Interlocutores: E-SALAZAR X EDUARDO-BOI NA LINHA DA DEINF
Arquivo: 20140918195318004.wav

Degravação:
SALAZAR diz que falou agora com o "nosso amigo" (JORGE), repassaram tudo, realmente razoável e
tal, mas uma preocupação, "tem boi na linha lá no negócio do PROCURADOR". SALAZAR diz que
não adianta que não vai falar agora para EDUARDO, tem duas opções para EDUARDO: encontram-se
entre meio dia, meio dia e meia até uma hora, que é a hora que ele vai sair pra almoçar e volta depois
das duas ou encontram-se de tarde porque há necessidade deles (EDUARDO e SALAZAR)

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conversarem. EDUARDO propõe amanhã meio dia e meia. EDUARDO pergunta se o "boi na linha" é
tentando tirar o PROCURADOR. SALAZAR diz que não. SALAZAR diz que é tirar alguém, não
falaram só o nome, alguém que é o melhor amigo de SALAZAR (na DEINF?). SALAZAR diz que já
descobriram e que estão querendo armar. EDUARDO pergunta se é armar contra o Procurador.
SALAZAR diz que não, SALAZAR diz que EDUARDO não entendeu nada. SALAZAR diz que
EDUARDO fica nervoso com SALAZAR quando fala coisa que EDUARDO não entende, SALAZAR
diz "que estão querendo armar contra nós, você cara". SALAZAR comenta "será que é preciso eu
falar isso". EDUARDO responde que é difícil dele entender. EDUARDO reclama que a ligação está ruim.
SALAZAR diz que EDUARDO quer falar tudo no telefone e amanhã se falam no Pão de Queijo

Voltando à situação da visita do JOSÉ HENRIQUE LONGO, também


Ex-Conselheiro, ao CARTAXO, no dia 26/09/2014, para tratar de assuntos dos processos da
JS/SAFRA (exame de admissibilidade e colocar na pauta), detectamos uma ligação do
LUTERO para o JORGE VICTOR passando a agenda de CARTAXO, para que o
“COMPRIDO” viesse lhe fazer a visita programada.
Código: 504236
Data: 19/09/2014 Hora: 14:43:22 Duração: 00:02:06
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-CARTAXO AQUI DIA 26
Arquivo: 20140919144322061.wav

Degravação:
LUTERO diz que está aqui agora na Receita e que no dia 26 o nosso prezado amigo (CARTAXO) vai
estar aqui e que está tentando levantar aqui a jurisprudência que JORGE lhe pediu e que veio aqui só pra
fazer isso pra JORGE e que diz que "os nossos parceiros" (SALAZAR e EDUARDO) ligaram pra ele pra
cobrar na hora do almoço e JORGE confirma se CARTAXO vai estar aqui no dia 26 e LUTERO diz que sim
e que é certeza e que ele tinha uma viagem, mas cancelou e que viu isso com a secretária aqui. LUTERO diz
que está vendo aqui e que manda pra JORGE daqui a pouco.

Como veremos em outros diálogos de outros casos que serão detalhados


mais abaixo, a reunião acima mencionada entre o CARTAXO e o LONGO, não
ocorre de fato e o documento que era para ser entregue se perde já que o JOÃO
INÁCIO PUGA faz uma longa viagem ao exterior e não consegue fazer contato com o
JOSÉ HENRIQUE LONGO para saber a quem ele teria entregado o documento que
falaria sobre a admissibilidade do recurso.

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Enquanto não se desvelava o paradeiro do documento o LUTERO


FERNANDES se mobiliza e mantém contato com MARY ELBE GOMES QUEIROZ para
atuar nos casos do processo judicial do JS/SAFRA (isso de depreende pelas datas em que
ela diz que estará Brasília e quando ela mesma menciona “aquele caso lá de São Paulo que
tem como ver no TRF 1”), bem como no administrativo do BANCO SANTANDER. Nas
ligações abaixo, as conversas de LUTERO fornecem os indícios de que a pessoa a ser
“colocada no circuito” – como disse JORGE VICTOR – é a MARY ELBE GOMES
QUEIROZ.
Código: 605234
Data: 29/10/2014 Hora: 11:12:50 Duração: 00:01:45
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X MARY ELBE-MANDADO DE SEGURANÇA NO TRF 3
Arquivo: 20141029111250061.wav

Degravação:
MARY ELBE diz a LUTERO que precisa falar com BIA sobre um Mandado de Segurança a ser impetrado
em Brasília, numa ação que corre no TFR 3 que ela fez um estudo e que vai estar em Brasília no dia 11.
LUTERO diz que BIA também quer conversar com MARY ELBE sobre um processo que regressou e que
MARY ELBE tinha pedido devolução. MARY ELBE diz que no dia 11 ou 12 ela vai ver quando o seu
processo será colocado em pauta e que "sobre aquele caso lá de São Paulo eles têm como ver no TRF
1".
Na sequência LUTERO adianta a JORGE que há uma “solução possível”
para o processo judicial do caso de São Paulo, sem ser o do “BRE” (achamos que seja o do
JS/SAFRA) e que isso seria conversado entre os dias 11 e 12 .
Código: 608772
Data: 30/10/2014 Hora: 11:09:43 Duração: 00:02:58
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X LUTERO - NOTÍCIAS ALVIÇAREIRAS
Arquivo: 20141030110943032.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz que viu a mensagem de LUTERO ontem no whatsapp, mas que ontem teve que fazer
um "bate e volta" no RIO, mas que ficou curioso com as "notícias alviçareiras"; LUTERO fala que precisam
conversar pessoalmente, mas que é o seguinte: "as notícias alviçareiras é com relação ao processo que
tá lá em SÃO PAULO, certo?; que é preocupação nossa, tal, surgiu solução possível pra ele; JORGE

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VICTOR dia "ôpa"; LUTERO diz "certo?; isto vai ser conversado entre os dias 11 e 12 próximo, aqui,
entendeu?; JORGE VICTOR fala " 11 e 12, é... 11 e 12 vai ser, hã, hã ...; LUTERO diz "é..., é dia de
julgamento; JORGE VICTOR diz "é, que eles voltam automático"; LUTERO confirma, mas esclarece
que não é o processo do BRE (BRADESCO), que é o outro; "que a gente precisa ver como é que a gente
tá na fita pra saber como é que a gente vai compor"; JORGE VICTOR pergunta como que LUTERO
está de compromisso agora; LUTERO fala "você tá no escritório?"; JORGE diz que sim; LUTERO diz
que vai passar agora no escritório de JORGE, dentro de 15 a 20 minutos; JORGE pergunta se LUTERO
está no CARF e este diz que não, que estava indo para o CARF e que está desviando o percurso; JORGE fala
sobre o congestionamento ocorrido de vido a acidente na ponte JK.

Após reuniões de JORGE VICTOR e LUTERO com a MARY ELBE,


JORGE conversa com EDUARDO no dia 12/11 sobre acertos do caso SANTANDER, pois
ficou sabendo que EDUARDO iria ter encontro com representantes do banco. JORGE diz
que a conversa preliminar que tiveram em Brasília se confirmou e que uma determinada
pessoa os ajudaria e que ela tem seu nome constantemente citado para assumir uma cadeira
no STF. No detalhamento da conversa JORGE diz que adiantou para pessoa que eles teriam
uma “manga para botá-la no circuito”.
Outra coisa importante na ligação abaixo demonstrada é o alvo EDUARDO
esclarecendo é que após contato com representantes do Banco SANTADER, a “comissão”
do grupo no caso, poderá ficar entre 1,1% e 1,5% e que estaria preparando um “paper” para
sensibilizar os contratantes.
Código: 637460
Data: 12/11/2014 Hora: 18:14:13 Duração: 00:06:47
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X EDUARDO-PROPINA E MARY ELBE
Arquivo: 20141112181413008.wav

Degravação:
SALAZAR diz que até sexta dá a JORGE o negócio do CAREQUINHA (JOÃO INÁCIO) e diz que vai
passar pra ele (EDUARDO). JORGE diz que falou com SALAZAR que queria falar com EDUARDO
hoje porque lembra que EDUARDO tinha falado de um almoço que EDUARDO teria amanhã com os
Espanhóis (do BANCO SANTANDER). "EDUARDO diz que sim e que está encaminhando uma
conversa e que houve uma conversa preliminar onde EDUARDO falou diretamente com um deles e que
já comentou com SALAZAR que eles já fizeram uma sinalização que se de fato a gente vier a fechar
um trabalho de honorários não é aquilo que a gente gostaria e que eles estão falando em 1,1% e que
EDUARDO comentou talvez de chegar a 1,5%" e que estava até comentando isso com SALAZAR e
que está escrevendo um "paper", que começou na segunda-feira a fazer esse trabalho em casa e que

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ontem fez mais um pouco e que "está alinhando os fatos e as inconsistências para que ele tenha algum
discurso organizado pra sensibilizar a pessoa". JORGE diz que está ligando pra EDUARDO exatamente
porque ele teve novidade hoje em relação às duas matérias, tanto ao que diz respeito ao negócio da
Procuradoria lá, do BOZZANO, do ex-BOZZANO, quanto em relação ao outro que nós conversamos a
respeito da contratação para o julgamento daquele lá que teve o problema da tempestividade (BANCO
SANTANDER). "JORGE diz que em relação ao primeiro, aquela conversa que a gente teve preliminar
aqui se confirmou e que realmente a pessoa confirmou que tem meio de, em 30 dias, trazer o processo
aqui pra Brasília, tirar daí do TRF, da 3ª e decidi-lo e assim, vapt-vupt e que precisaria de uma
sinalização nossa pra já começar a trabalhar em cima" e que "assegurou pro LUTERO que tem meios
de fazer isso rapidamente e solucionar a questão. EDUARDO diz que entendeu. JORGE diz que o
segundo, ela também tem condições de nos ajudar e pensando naquela proposta de “honorários” que
JORGE tinha dito a EDUARDO, JORGE sinalizou que a gente tinha uma ‘manga’ aí pra poder botá-la
no circuito, mas que agora é uma questão que ela também consegue fazer rapidamente e que ela vai
inclusive interferir na elaboração da admissibilidade do Recurso Especial do contribuinte que está
faltando e na colocação disso em pauta o quanto antes possível e que JORGE acha que são duas
notícias importantes, tendo em vista que EDUARDO vai ter esse contato lá amanhã e que por isso
pediu pra SALAZAR pra gente ter essa conversa hoje pra passar pra EDUARDO esses elementos que
JORGE acha que são muito importantes. EDUARDO pergunta se eles acham que em relação à
tempestividade, se eles acham que é possível o fato culminal, o julgamento com base na perda do prazo.
JORGE diz que a posição é aquela de que se por acaso a gente for vencido na questão da tempestividade, a
gente tem meios de ganhar isso no mérito, de ganhar tudo. EDUARDO diz que entendeu e que é mais ou
menos na linha que JORGE abordou e este diz que é que a gente conversado aqui.
Código: 637492
Data: 12/11/2014 Hora: 18:22:49 Duração: 00:04:41
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X EDUARDO-MARY ELBE
Arquivo: 20141112182249008.wav

Degravação:
EDUARDO diz que ficou relativamente claro e que compreendeu um pouco que JORGE transmitiu e
que na verdade nós temos que mesmo se não superar a questão da intempestividade, já teria algum gás
pra ganhar no mérito. EDUARDO pergunta se não se vislumbrou nenhum outro fato novo além
daquele que nós conversamos no nosso encontro e JORGE diz que é pra EDUARDO deixar ele lhe dar
uma informação adicional e que talvez seja relevante e que essa pessoa que está se unindo a nós nessa
empreitada de resolver os dois problemas é uma ex-colega nossa da Receita, foi Auditora aqui, foi
Conselheira aqui durante muito tempo, muito influente na casa e que hoje é uma figura que está por
aqui sempre no CARF, muito respeitada, faz defesas, faz palestras e que está sempre sendo chamada
pra fazer palestras sobre temas tributários e que quando mostrado pra ela o problema desse caso
específico, do segundo, do caso da tempestividade, ela falou que conhece esse assunto com profundidade
e que já levou esse assunto em algumas palestras dela e que "tinha condições de rapidamente
solucionar o problema de forma definitiva" e que aí foi... e que pra EDUARDO ter uma ideia é uma
pessoa que de vez em quando tem umas cogitações dela pra ser Ministra do Supremo (MARY ELBE) e
que então nós estamos falando de uma pessoa que realmente tem aqui nos Tribunais Superiores e que
então é uma pessoa que tem credibilidade e que é a mesma pessoa, por coincidência, porque o
LUTERO tem muita liberdade com ela e colocou o outro problema pra ela também e ela também disse

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que conhece o assunto e que teria essa solução na via judicial de trazer o processo pra cá e solucioná-lo.
EDUARDO diz que entendeu e JORGE diz que acha que essa informação é relevante porque de
repente EDUARDO pode trabalhar isso aí de acordo com o que EDUARDO já julgar conveniente na
conversa com ele. EDUARDO diz que está bom e que está compreendido. EDUARDO procura saber se
JORGE sabe se houve julgamento lá do... e JORGE diz que está aguardando ligação dele (de
LUTERO) porque terminaram a seção deles um pouco mais cedo e que teve que sair pra ir lá no STJ e
que não teve tempo de passar lá e que na hora que passou eles estavam em Seção fechada lá na 4ª
Câmara e que pediu pra LUTERO dar uma examinada pra ele e que assim que tivesse, dar uma ligada
pra JORGE e que não soube se teve já o julgamento (PROCESSO DO BRADESCO), mas que tendo
notícia ele passa imediatamente pro "SALA" (SALAZAR). EDUARDO diz que então aguarda e que é pra
JORGE eles já inclusive lhe ligaram duas vezes pra perguntar se EDUARDO tinha alguma informação e que
ele disse que estava aguardando também. JORGE diz que foi bom até EDUARDO ter falado que vai dar uma
cobrada lá e que tendo notícia já liga pra SALAZAR.
Com o retorno de viagem do JOÃO INÁCIO PUGA, a questão foi
retomada clareando-se o destino do procurado documento trazido pelo JOSÉ
HENRIQUE LONGO.
Nas ligações abaixo vemos que JOÃO INÁCIO pede a JORGE VICTOR o
seu e-mail para lhe enviar a notícia da apreciação e acolhimento do recurso da Fazenda
apresentado no processo do BANCO SAFRA. Após, INÁCIO conversa com JORGE
VICTOR dizendo que SALAZAR está com ele e tratam do documento encaminhado ao
CARF para a apreciação do exame de admissibilidade de recurso no processo do
JS/SAFRA. JORGE lhe explica que o recurso admitido foi o da Fazenda e que resta o do
contribuinte e que por isso o documento ainda seria útil.
Código: 640460
Data: 13/11/2014 Hora: 19:34:17 Duração: 00:06:24
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato: 11-958475485
Interlocutores: JORGE X JOÃO INACIO-RETOMADA CASO JS
Arquivo: 20141113193417008.wav

Degravação:
INÁCIO diz que está aqui com uma pessoa chamada SALAZAR e JORGE diz que SALAZAR tinha lhe
falado que iria estar com JOÃO INÁCIO hoje à noite. JORGE diz que sobre a mensagem, realmente foi
feita essa semana, na terça-feira e que foi feito o exame só do recurso da Fazenda e lembra a INÁCIO
que esse processo tem 2 recursos, que tem o recurso da Fazenda e que tem o recurso de vocês, da parte
que você não ganhou. INÁCIO diz que está certo e JORGE diz que então foi feito por enquanto só foi
feita a admissibilidade do recurso da Fazenda e que aí o processo desceu pra que vocês tenha ciência e
apresentem, se quiser, as contra razões ao recurso da Fazenda Nacional e INÁCIO diz que está certo. JORGE

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diz que aí só depois disso ele volta pra cá pra ser feito o exame de admissibilidade do Recurso Especial do
contribuinte e que aí a Fazenda vai ser ouvida pra apresentar eventualmente contra razões ao recurso de vocês
e aí sim ele vai para a Câmara Superior pra Julgamento. INÁCIO diz que aquilo que JORGE estava
aguardando que tinha que estar um movimento lá, INÁCIO pergunta se isso já não aconteceu e
JORGE diz que não conseguiu verificar se esse exame aconteceu em razão do documento que o
'homem" (COMPRIDO) deixou aqui e que a gente não conseguiu localizar em lugar nenhum e que a
única hipótese é que ele tenha deixado isso pessoalmente em mãos do Presidente da Câmara, só que a
gente não sabe se o exame de admissibilidade foi feito em razão do documento ou se porque já estava na
fila lá pra sair, porque eles estão inclusive convocando alguns Conselheiros da Fazenda agora no mês de
dezembro pra fazer alguns exames de admissibilidade porque está um caos lá no Conselho esse problema de
análise, porque não tem quem faça. JORGE diz que eles estão sem assessoria suficiente de nego qualificado
pra fazer exame de admissibilidade e que estão pegando a laço alguns Conselheiros da Fazenda pra fazerem
isso nos períodos de folga e que ainda não pôde saber se esse exame que foi feito agora na terça-feira, da
segunda-feira e expedido na terça, se decorreu da provocação ou se é porque já estava no momento de
sair. JOÃO INÁCIO pergunta se JORGE ainda fica precisando de, se for possível obter, do pedido que
foi feito e JORGE diz que sim e INÁCIO pergunta ainda e JORGE diz que sim, porque tem o exame de
admissibilidade do recurso de vocês ainda pra ser feito. INÁCIO diz que está bom e que é porque a
pessoa com quem ele ia falar está viajando e que então ele não conseguiu falar. JORGE diz que entendeu
e que seria interessante que como a Delegacia de São Paulo está muito lenta também pra processar a ciência,
se INÁCIO tiver a oportunidade já na semana que vem de falar com "ele"(?) podia pedir pra que ele
fosse lá e que esse processo foi remetido para a Delegacia da Receita Federal em Guarulhos, pra ele ir
lá e pedir pra tomar ciência e dizer que teve a informação através do site do CARF que o processo está
aqui pra ciência e que eu gostaria de antecipar a ciência porque aí ele já prepara as contra razões pra
mandar pra cá pra ganhar tempo. JORGE diz que porque se for esperar ser intimado, você vai esperar aí 4
ou 5 meses (risos). INÁCIO diz "ok" e que está bom. JORGE diz que na oportunidade em que falar com
ele, que é pra procurar saber com quem deixou o documento e dizer pra ele que esse documento não foi
localizado no CARF e que a gente, como ainda tem a análise de admissibilidade do recurso especial do
contribuinte, que esse documento seria necessário pra também ganhar tempo aí. INÁCIO diz que certo
e que está bom e JORGE diz que se for o caso tem ele manda para aquele e-mail (de LUTERO) lá que o
SALAZAR já passou pra INÁCIO e este diz que está bom. INÁCIO comenta sobre o Ministro que está
pior que briga de foice no escuro.
Logo na sequência JORGE VICTOR comenta com LUTERO a “saia justa”
em que entraram por não saberem da admissibilidade do recurso da Fazenda no processo
JS/SAFRA. A saia justa seria pelo desconhecimento da notícia que JOÃO INÁCIO teria em
primeira mão, atestando “falta de controle” da situação que deveria ser conduzida por eles.
JORGE pede pra LUTERO confirmar a existência do documento de provocação do exame,
para saber se o exame foi apreciado e aceito em razão desse documento que eles vinham
procurando no CARF e que não encontraram.
Código: 640486
Data: 13/11/2014 Hora: 19:45:55 Duração: 00:06:34

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Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-RETOMADA JS II
Arquivo: 20141113194555061.wav

Degravação:
JORGE diz a LUTERO que eles entraram numa outra saia justa agora meio complicadinha, mas que
ele acha que conseguiu se sair bem. LUTERO pergunta o que é que houve. JORGE diz que o nosso caso
amigo lá do "JS" e pergunta se LUTERO está lembrado e este diz que sim e JORGE continua dizendo
que é o caso que inclusive tinha o recurso da Fazenda e o recurso do contribuinte para a Câmara
Superior e que LUTERO fez a minuta pra mandar o pedido de prioridade para o exame do juízo de
admissibilidade. JORGE diz que agora no fim da tarde ele recebeu um e-mail do interessado lá (JOÃO
INÁCIO) e que é o próprio interessado e que não foram os meninos (SALAZAR e EDUARDO),
dizendo que tinha recebido uma informação a respeito do exame de admissibilidade do recurso da
Fazenda e imediatamente, antes de telefonar pra ele JORGE entrou no site e viu que realmente no dia
11, ante ontem, terça-feira, saiu daqui com destino a São Paulo o processo, provavelmente para a
ciência do contribuinte do exame de admissibilidade que tinha sido feito e que na impressão de JORGE
deve ter sido admitido e que pode também não ter sido admitido e saiu para a ciência do contribuinte
pra que ele pudesse... LUTERO diz que só pode fazer isso amanhã de manhã e posiciona LUTERO.
JORGE pergunta se só pode ser amanhã de manhã porque ele já saiu e LUTERO diz que é, porque ele
não está mais lá. JORGE diz que ele já está na rua e LUTERO diz que já, mas que amanhã cedo já vê
isso. JORGE diz que é pra ver cedo mesmo, porque JORGE deu a desculpa de que foi feito só... com
base naquele outro caso nosso, JORGE chutou na hora e que "não iria entregar a rapadura pro
bandido" e LUTERO diz que é lógico e que como não aconteceu de um lado a gente fez, agiu do outro e
como demorou pra fazer a gente mandou o processo embora. JORGE diz que a primeira coisa que ele
me perguntou quando eu liguei foi se esse exame de admissibilidade ocorreu por causa da provocação
do documento que nós mandamos e que a gente não conseguiu achar lá ou se foi por causas naturais.
LUTERO diz que amanhã de manhã responde isso a JORGE e este diz que disse pra ele que ainda não
tinha essa informação, porque o problema dos exames de admissibilidade do Conselho está um caos e
que é porque não tem ninguém pra fazer e que como nós não conseguimos achar o documento, a gente
não sabe se eventualmente o companheiro dele lá entregou diretamente ao Presidente da Câmara e em
face dele o Presidente acelerou o exame de admissibilidade, mas que também pode ter sido pela ordem
natural das coisas e que só poderia dar essa informação pra ele amanhã. JORGE diz que de qualquer
forma disse pra ele que o recurso voluntário ainda não foi feita a apreciação, o recurso especial do
contribuinte e que aí ele me perguntou se em face disso, nós ainda precisávamos do documento, porque
JORGE já tinha dito pro SALAZAR pra falar pra ele pra preparar o documento e mandar pro e-mail de
LUTERO e que aí ele perguntou se em função disso... como o moço que faz esse troço que é o patrono dele
não está em São Paulo hoje e que só vai estar na segunda, ele não teve condições de falar com o cara hoje e
que só vai falar com ele na segunda-feira. LUTERO pergunta se é o do almoço e JORGE diz que não e que
aí falou com ele (JOÃO INÁCIO) que de qualquer forma seria interessante a gente mandar pro e-mail
lá do LUTERO, porque o SALAZAR estava com ele lá na hora que a gente estava conversando por telefone
e que lhe disse que iria amanhã dar uma resposta a ele, mas que em princípio o documento é necessário
ainda porque ainda remanesce o outro recurso pra ser examinada a admissibilidade e que disse pra ele
que o processo teria sido baixado pra dar ciência do exame de admissibilidade do recurso da Fazenda e,
eventualmente, apresentar contra razões e que até recomendou a ele... LUTERO diz que vai fazer
melhor que vai conversar pessoalmente com JORGE amanhã e que vai lhe dizer já qual é a nossa

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estratégia. JORGE concorda e LUTERO diz que olha cedo o quanto antes e passa no escritório de
JORGE.

Aqui JORGE fala para o SALAZAR sobre o exame de admissibilidade que


foi feito no processo do JS/SAFRA na terça-feira e que este teria sido feito porque
LUTERO procurou o Presidente da Câmara e disse “"ó porra, tem um recurso aí que a
gente tá querendo..., que o contribuinte tem ligado atrás e tal, entendeu...".
Código: 642645
Data: 14/11/2014 Hora: 15:20:14 Duração: 00:02:05
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X SALAZAR CONTINUAÇÃO (642634)
Arquivo: 20141114152014008.wav

Degravação:
SALAZAR diz que caiu a ligação e que escutou até quando JORGE VICTOR falou com nosso amigo aí e
que então ele foi falar com o Presidente da CÂMARA; JORGE VICTOR confirma e diz que aí saiu o
exame de admissibilidade, nesta semana, saiu na terça feira, mas que saiu só o da FAZENDA
NACIONAL; SALAZAR indaga se JORGE VICTOR falou isto para INÁCIO ontem; JORGE VICTOR diz
que o que INÁCIO lhe perguntou ontem foi se o exame de admissibilidade teria saído em razão do documento
ou por outro motivo; que ontem não tinha esta informação, pois não tinha falado com LUTERO; que
LUTERO só lhe falou hoje que havia conversado com o Presidente da CÂMARA; que, como ele não
achava o documento, ele resolveu ir até o PRESIDENTE da CÂMARA e falar "ó porra, tem um
recurso aí que a gente tá querendo..., que o contribuinte tem ligado atrás e tal, entendeu..."; SALAZAR
diz que entendeu, que de qualquer forma precisa do documento pra fazer a outra admissibilidade;
JORGE VICTOR fala que "a não ser que o COMPRIDO diga pra nós, olha entreguei o documento pra
fulano"; que se ele dizer para quem entregou, aí acham o documento aqui; SALAZAR diz que vai falar
com ele e que qualquer coisa liga para JORGE.

Logo depois, LUTERO FERNANDES diz a JORGE que o processo foi


despachado pelo próprio Presidente da Câmara, MARCOS AURÉLIO PEREIRA
VALADÃO. No mesmo sentido, JORGE diz que está afirmado no corpo do e-mail que
JOÃO INÁCIO lhe passou com o dizer: “despachado com o Presidente”. Mas segundo
LUTERO, “isso não quer dizer que a gente não tenha feito a incursão”. Mais a frente
ele diz que a estratégia é “a gente afirmar que foi por interveniência nossa”,
chamando pra si a autoria e a responsabilidade pelo andamento do processo, já que é
essa uma das atribuições do grupo. LUTERO insiste sugerindo a JORGE que “ele fez

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a incursão e que essa incursão resultou nisso" e que “o documento teria sido só
coincidência”. JORGE diz que eles têm que acompanhar o processo de perto e
LUTERO chega a questionar “como vai ficar isso”, visto que “houve um trabalho
efetivo”. JORGE o tranquiliza dizendo que “esse já está contratado” e que “já está
resolvido”.
Código: 642910
Data: 14/11/2014 Hora: 16:51:21 Duração: 00:16:40
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-REQUERIMENTO BOZZANO
Arquivo: 20141114165121061.wav

Degravação:
LUTERO diz a JORGE que não há novidade nenhuma e que a única novidade é que o despacho foi
feito pelo próprio Presidente, "mas que isso não quer dizer que a gente tenha feito a incursão como
deveria fazer". JORGE pergunta se no e-processo tem no processo o requerimento que JORGE mandou pra
LUTERO por e-mail e LUTERO diz que não, que no processo não tem nada, mas que ele vai ver e diz a
JORGE. LUTERO diz que não tem isso aqui não e JORGE diz que está aí como... e pergunta a LUTERO se
ele viu que está protocolizado no CARF e despachado com o Presidente e LUTERO diz que essa peça que
JORGE está colocando aqui ele não viu e JORGE diz que essa aí é um resumo daquela que LUTERO tinha
feito e que mandaram pra eles e que ele tirou uns 3 ou 4 parágrafos que ele achou que eram os mais relevantes
e entrou e LUTERO diz que sim e que vai inclusive imprimir isso aqui agora. JORGE diz que no corpo do
e-mail o pessoal lá do escritório do QUIROGA está dizendo pro INÁCIO que é o homem do banco que
está aí a cópia do documento que ele despachou com o Presidente e protocolizou no CARF. LUTERO
diz que no processo não tem essa demanda e que vai abrir mais uma vez e que vai dizer a JORGE a última
folha que tem aqui e JORGE diz que deve ser o despacho e LUTERO diz que o despacho está em separado e
foi anexado, mas que no e-processo está em separado. LUTERO diz que tem muita apensação e que pode ser
um desses apensados e JORGE diz que só pode ser. LUTERO diz que não e que abriu peça por peça e que
está peça não está nos autos. JORGE diz que é uma coisa impressionante e pergunta o que foi protocolizado
no dia 4 de outubro nesse processo e LUTERO diz que essa peça de 4 de outubro é de 2010 e que não tem
nada, nada, nada. JORGE diz que é esquisito e "LUTERO diz que se não digitalizaram e colocaram nos
autos, de qualquer sorte isso não impede de utilizarem aquela estratégia" e que não tem como e JORGE
diz que entendeu e LUTERO diz que ele não tem como ele dizer... que não está nos autos e que a peça aqui...
JORGE pergunta se é normal essa logística do CARF, de quando tem 2 recursos, quando tem o recurso do
contribuinte e o recurso especial da Fazenda, primeiro fazer o exame de admissibilidade de um e depois fazer
o do outro e LUTERO diz que eles fazem e JORGE pergunta se não deveria fazer dos 2 e que se eles fazem o
da Fazenda como fizeram agora, dá ciência ao contribuinte, este faz contra razões, o recurso volta e que aí não
volta pra ir pra pauta, porque não vai ser examinado primeiro o Recurso da Fazenda pra depois o do
contribuinte e que eles vão ser examinados numa seção só e que pelo menos é o que JORGE entende. JORGE
diz que depois que voltar o processo já com as contra razões do contribuinte, pergunta se cai para fazer o
exame de admissibilidade do recurso do contribuinte. LUTERO diz que agora a Fazenda vai se opor ao
recurso do contribuinte, se houver, que ela faz as contra razões do recurso especial do contribuinte, assim

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como o contribuinte faz dela também. JORGE diz que o que aconteceu nesse processo específico foi o exame
de admissibilidade só do recurso da Fazenda, o processo baixou pra região pra ser cientificado o contribuinte
tanto do recurso quanto do exame de admissibilidade e que aí o contribuinte vai fazer as suas contra razões e
que estas vêm pra cá e que na hora que chegar aqui, JORGE pergunta se faz o exame de admissibilidade do
recurso do contribuinte e LUTERO diz que sim. JORGE diz que é um troço esquisito e LUTERO diz que vai
um pra cada lado. JORGE diz que então manda pra Fazenda pra ela oferecer contra razões e LUTERO diz
exatamente e que o processo veio pra cá e a Fazenda ofereceu recurso e que então o recurso é admitido, vai-se
uma intimação para ele tomar ciência do acórdão e do recurso da Procuradoria e que ele tem o prazo dele pra
apresentar as contra razões dele também. JORGE pergunta se daí o processo volta pra cá e pergunta se daí é
que vai ser examinado o recurso dele e LUTERO diz que sim e JORGE diz que então é um troço moroso e
LUTERO diz que a coisa vai por aí e que aqui não tem nenhuma afirmação e nem tem nenhuma comprovação
de que isso foi entregue, que não tem nada. JORGE diz que não tem nenhum protocolo, que não tem "porra"
nenhuma, não tem recebido e LUTERO diz que não tem nada... LUTERO diz: "ah! tem aqui, tem!" que
aqui tem um protocolo do CARF, mas que aqui está em 9 de outubro de 2014 e JORGE diz que é e que
então é isso mesmo, que "ele" tinha estado aqui dia 26 de setembro e pergunta se LUTERO se lembra e
este diz que é exato e JORGE diz que "ele" não conseguiu falar com o Chefe (CARTAXO) e LUTERO
diz exatamente e que aqui ele não voltou mais e JORGE diz que acha que ele voltou aqui ou que então
deixou com o chefe do escritório aqui de Brasília pro cara dar entrada e LUTERO diz que pode ter sido
isso, mas que nesse intervalo a coisa já estava andando e pergunta se JORGE entendeu e esse diz que é.
"LUTERO diz que essa é a sua estratégia aí" e JORGE diz que então "a gente pode afirmar que foi por
interveniência nossa" e LUTERO diz que sim e que é exatamente a sua estratégia". JORGE diz que a
gente não achava essa porra em lugar nenhum e que então estava aí, que estava dentro do processo e
LUTERO diz que essa peça não está dentro do processo e JORGE pergunta como se tem o protocolo do
CARF e LUTERO diz que tem o protocolo, mas que não está nos autos, que não foi digitalizado e que não foi
colocado nos autos e que pelo não está no e-processo e JORGE diz que entendeu. LUTERO diz que o
protocolo que tem aqui é do dia 9 de outubro. JORGE diz que deve ter acontecido... que eles tem uma
filial aqui em Brasília do escritório deles e que o funcionário deles aqui é o MARCOS JOAQUIM e que
esse cara vive aí dentro do CARF e que ele deve ter despachado isso direto com o VALADÃO e que não
deve ter falado com o CARTAXO e LUTERO diz que não falou com ninguém aqui. JORGE diz que
deve ter falado porque aí no e-mail ele está afirmando: "despachado com o Presidente". "LUTERO diz
que o que ele quer dizer a JORGE é que quando isso aconteceu, a última reunião com JORGE com o
pessoal já tinha ocorrido e que então a partir daquele dia da última reunião aqui, JORGE fez a
incursão e que essa incursão resultou nisso", independentemente desse protocolo e JORGE diz: "desse
documento". LUTERO diz que o documento foi só coincidência e JORGE diz que é e que esse
documento não deve estar nos autos, porque deve ter sido entregue direto na mão do VALADÃO e
"LUTERO diz que pode ter sido, mas que não tira a incursão de JORGE" e este diz que é e que está
certo. LUTERO diz que essa é a questão, porque no dia em que JORGE se reunião com o pessoal na
última reunião, foi falado nessa possibilidade e JORGE diz que foi. JORGE diz que vamos ver e que
agora vamos esperar ele tomar ciência lá dessa "porra", fazer as contra razões, trazer pra cá de volta e
que "vamos ter que acompanhar esse trem aí de perto" e "LUTERO diz que é e que o que ele vê aqui
de bom é só uma questão, que não sabe até que ponto o que foi feito vai surtir efeito, porque houve um
trabalho efetivo". "JORGE diz que é e LUTERO questiona como é que fica isso e que essa é a questão
a ser tratada lá com o menino e JORGE diz que é verdade e que esse aí já está contratado e que esse aí
já está definido o... que esse já está resolvido" e LUTERO diz que então está resolvido e que não tem
mais o que perguntar e "JORGE diz que agora é só tocar aqui pra frente, tentar ver o que é que dá pra
fazer pra dar celeridade à apreciação disso aí e botar isso em pauta". LUTERO diz que então tudo bem

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e "JORGE diz que esse aí é difícil porque é da Câmara do homem, que esse é da 1ª" e LUTERO diz
que então toca-se o boi pra frente (risos) e que vamos trabalhar.
EDUARDO e SALAZAR suspeitam da “má fé” de JORGE VICTOR em
deixar subentendido que foi ele o responsável por fazer o processo caminhar. EDUARDO
fala sobre o Processo nº 13820.000860/2002-10 e que o documento encaminhado pelo
BANCO SAFRA não teria sido encontrado porque “esse tipo de coisa não vai para o
processo”, que foi “um pedido para agilizar”.
Código: 643003
Data: 14/11/2014 Hora: 17:25:42 Duração: 00:07:28
Alvo: EDUARDO (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942923037 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X SALAZAR-BOZZANO 860 MILHÕES
Arquivo: 20141114172542065.wav

Degravação:
EDUARDO diz que estava raciocinando e leu e que "o caso lá dos 860" só tem 1 recurso que é o do
Procurador e que não tem deles. SALAZAR diz que não e que tem deles sim e depois pergunta se não tem e
EDUARDO diz que não tem porque ele foi vitorioso, que ele ganhou e que só tem o recurso do Procurador
e que foi ele que foi admitido e que na verdade o que se queria com o papel era exatamente se fazer a
admissibilidade desse recurso do Procurador e que não tem o recurso do contribuinte e o que o
contribuinte pode fazer agora, se for admitido o recurso do Procurador, é apresentar contra razões.
SALAZAR diz que "puta que pariu", então como é que até agora o JORGE VICTOR está me falando uma
coisa e "porra"... EDUARDO diz que é alguma confusão, que estão confundindo com o outro, porque no
outro sim, que aí no outro foi feito... que tem essa questão de embargos e que então nesse em particular não
tem e que é só o recurso do Procurador e que agora quando ele receber as... quando for notificado e tiver
ciência, seguramente o "JAPONÊS" vai querer apresentar as contra razões. SALAZAR diz que até concorda
com EDUARDO e que se os caras ganharam, não tinha porque ter recurso especial, que concorda com
EDUARDO e este diz que sem dúvidas e que na hora que SALAZAR falou que tinham dois lados
EDUARDO perguntou que dois lados, que vai recorrer do quê e que vasculhou o processo inteiro em
tudo e que não tem, que só tem o do Procurador. SALAZAR diz que não vai nem ligar pra JORGE,
mesmo porque o documento o "SOMBRA" (JOÃO INÁCIO) já conseguiu, já mandou pra ele e ele já
me ligou e SALAZAR já avisou e que então vamos deixar eles resolverem esses imbróglio lá.
EDUARDO diz que SALAZAR não vai ligar mais hoje porque também não vai resolver mais nada, mas que
na segunda até que tem que falar que nós paramos aqui e refletimos e que não tem recurso da parte e que é só
1 recurso e que o papel era pra poder andar exatamente esse recurso pra poder desentravar a pauta e
SALAZAR diz que era pra poder desentravar a pauta e que está concordando com EDUARDO que diz que
eles fazem uma confusão e SALAZAR concorda e que se eles ganharam não tem que recorrer "porra"
nenhuma. EDUARDO diz que o que é ruim é que daqui a pouco o SOMBRA (PUGA) vai fazer uma
associação e vai dizer que esses caras estão me deixando maluco, que esses caras não sabem nem o que
estão falando e SALAZAR diz que não sabem o que estão fazendo. EDUARDO diz que é aquela mesma
coisa que ele falou da outra vez em relação aquele outro caso lá que EDUARDO mostrou e que ele falou
que EDUARDO tinha razão e que tinha se enganado e que lhe deram a informação errada. EDUARDO

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diz que o que precisa a gente olhar é se por um acaso essa análise decorreu do papel que acabou
chegando lá de alguma maneira e que então é só checar quando esse papel chegou lá, porque se esse
papel chegou antes do dia 24, alguém pegou esse papel e realmente fez a... analisou a admissibilidade e
acolheu. EDUARDO diz que tem até que perguntar pro JORGE quando esse papel foi entregue aí pra alguém
e que deve ter lá um dia, uma data e que no processo EDUARDO olhou e não consta papel nenhum, mas
que como é um papel pró-forma, ninguém iria por lá que pediram pra agilizar e que "esse tipo de coisa
não vai pro processo". EDUARDO diz que a gente tem que entender como isso foi feito, se foi por conta do
papel e SALAZAR diz que tudo bem EDUARDO diz que de repente foi pelo papel mesmo, porque o cara foi
lá mesmo e conversou com o tal de VALADÃO e que aí começa a fazer sentido se quem recebeu o papel foi
o próprio cara e ela analisou e já foi... SALAZAR diz que foi e que ele (JOÃO INÁCIO) falou pra mim que o
cara falou com o VALADÃO e EDUARDO diz que então é isso aí, que o papel chegou na mão do cara, mas
que agora o papel não tem mais nenhuma função, que já foi feito o que tinha que fazer. "SALAZAR diz que
na realidade vai questionar isso com JORGE segunda-feira, mas que nem vai falar nada com o
SOMBRA (PUGA), porque aí nós estamos dando um atestado de incompetência". EDUARDO diz que é
sem dúvida, mas que temos que ficar cientes disso, que o JAPONÊS (TAMAZATO) quando for lá olhar ou
alguém for lá olhar o processo, ele vai querer apresentar contra razão que EDUARDO acha que é bastante
plausível e que ele tem que... SALAZAR diz que é lógico e EDUARDO diz que ele tem que exercer esse
direito. SALAZAR diz que está certo e que é isso aí e que agora está mais situado e que EDUARDO lembrou
muito bem que se o cara ganhou não tem que ter recurso especial "porra" nenhuma e que recurso especial é de
quem não está satisfeito. EDUARDO diz que é sem dúvida e que se eu ganhei, eu vou fazer recurso pra quê e
que agora sim, se o Procurador apresentou um recurso e ele foi admitido, agora cabe contra razões porque ele
vai contestar o que o Procurador está alegando. SALAZAR diz que segunda-feira vai questionar isso com ele
(JORGE VICTOR), mas que não vai ligar porque já falou com ele umas 6 vezes hoje e que está de saco cheio.
Assim, verificamos através das conversas casadas com os encontros
registrados que o NÚCLEO, para esse caso, composto por JORGE VICTOR,
LUTERO, EDUARDO, SALAZAR, WAGNER negociaram um valor com JOÃO
INÁCIO PUGA, membro Conselho de Administração do Banco SAFRA, de R$
28.000.000,00 (vinte e oito milhões), a pretexto de influir no CARF e buscar os meios
necessário a corromper os Conselheiros para agilizar o andamento dos processos da
JS ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A, principalmente a admissibilidade do
recurso do Processo nº 13820.000860/2002-10, e obtenção de decisão favoráveis nos
processo da JS/SAFRA, além de alteração do NOTA PGFN/CAT nº 547/05 dado no
processo do Banco BOZZANO e que beneficiaria a JS/SAFRA.
Da mesma forma JORGE VICTOR solicita um adiantamento, e foi
autorizado o valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), a pretexto
de localizar e cooptar a pessoa certa para a manipulação da NOTA do CAT para

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favorecimento do grupo JS/SAFRA, contando com a participação do Procurador da


Fazenda Aposentado WAGNER PIRES DE OLIVEIRA.
Ainda foi captado não só como seria a partilha da propina, mas também os
planos de trazer o dinheiro para os beneficiários dela e se ocorreria desconto de imposto de
renda sobre a empreitada criminosa a fim de dar um aspecto limpo ao dinheiro. Falou ainda
como se faria para realizar o pagamento, havendo inclusive menção a utilização de
doleiros.
Em que pese a promíscua relação do NÚCLEO JORGE VICTOR com
JS/SAFRA seja bastante promissora para a investigação no sentido de revelar um
comprovado caso de corrupção ativa e passiva e, ainda que haja oferta de pagamento
indevido para corromper servidores do CARF e da Procuradoria da Fazenda Nacional, não
nos parece que essa proposta tenha chegado a funcionário público competente para prática
do ato de ofício.
Isto posto, muito embora a última decisão judicial do processo de
intercepção telefônica tenha determinado o encerramento do monitoramento das
comunicações dos investigados, constatamos que os fatos captados nos diálogos e nas
diligências constituam o crime consumado de tráfico de influência em razão das
solicitação de vantagem indevida a pretexto de influir em atos de servidores públicos,
atribuíveis neste primeiro momento a JORGE VICTOR, LUTERO FERNANDES DO
NASCIMENTO, JEFERSON RIBEIRO SALAZAR, EDUARDO CERQUEIRA
LEITE, WAGNER PIRES DE OLIVEIRA e JOÃO INÁCIO PUGA.
1.3. CASO BANCO BRADESCO:

Além dos casos da JS/SAFRA e do Banco SANTANDER, outra importante


empreitada desse mesmo grupo seria o caso do Banco BRADESCO, de número o qual está

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no processo 16327.000190/2011-83 no CARF na 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª


Sessão de julgamento, e que foi julgado recentemente no acórdão 3302-002.768.

Nesse processo além da participação do JORGE VICTOR, SALAZAR,


EDUARDO e LUTERO, como poderemos verificar nas ligações abaixo, este realizam
diversas tratativas visando corromper Conselheiros da Turma aonde o processo se encontra,
como a Conselheira FABÍOLA CASSIANO e o Conselheiro GILENO GURJÃO
BARRETO, bem como angariar informações sobres outros Conselheiros que eles se
queixam ser “carne de pescoço” o WALBER JOSÉ DA SILVA e MARIA DA
CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ.

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Código: 454635
Data: 01/09/2014 Hora: 11:22:08 Duração: 00:01:54
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X LUTERO-CASO BRADESCO E REUNIÃO
Arquivo: 20140901112208032.wav

Degravação:
JORGE pergunta se LUTERO ainda está no CARF e passa um número de processo pra LUTERO
anotar e diz: 16327000190/2011-83. JORGE diz que esse caso, é o caso do BRADESCO, só que ele foi
colocado em pauta pelo WALBER na sessão de agosto passado, dia 20 de agosto e que saiu com vistas.
JORGE diz que queria que LUTERO entrasse no e-processo e visse pera ele o valor desse processo.
LUTERO diz que leva pra JORGE, que lhe pergunta como está o contato com o pessoal e LUTERO
responde que o pessoal está indo pra aí na hora certa e que ele vai chegar também aí, daqui a pouco.
JORGE pergunta se é por volta do meio-dia e LUTERO diz que sim. JORGE pergunta se aquele negócio do
LÉO, se tem jeito de LUTERO... e interrompe dizendo que não vai dar tempo e LUTERO diz que ficou pra
terça feira e JORGE diz que é, porque ainda tem que pegar a assinatura do Chefe. LUTERO diz que é por isso
e que chegamos já aí.

Código: 455023
Data: 01/09/2014 Hora: 13:11:07 Duração: 00:02:56
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 61-99762232
Interlocutores: JORGE X LEONARDO MANZAN-CORROMPER FABIOLA KERAMIDAS
Arquivo: 20140901131107032.wav

Degravação:
JORGE pergunta a LEONARDO se ele se dá com FABÍOLA KERAMIDAS e LEONARDO diz que
sim e que ela é namoradinha do HENRIQUE. JORGE pergunta se LEONARDO se dá bem assim, a

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ponto de... JORGE pergunta se ela á ainda namoradinha do HENRIQUE e LEONARDO diz que sim e
JORGE pergunta se então "ela é jogo duro" e LEONARDO diz que "nesse ponto" ela não interfere.
JORGE pede pra LEONARDO confirmar e pergunta se "ela não é perigosa" e LEONARDO diz que
não e que inclusive ela já resolveu problema pra ele. JORGE pergunta se foi mesmo e diz que eles estão
com um caso aqui de um processo que "é muito grande", que está na Câmara dela e que o relator é um
Presidente que é "carne de pescoço" e que é um baixinho lá do Piauí. LEONARDO diz que é o
WALBER e JORGE confirma, diz que é um carne de pescoço daqueles e LEONARDO concorda,
dizendo que "esse é pesado". JORGE acrescenta que tem 2 Fazendários na Câmara dela e que um deles está
impedido e que deve ser alguma coisa de jubilamento, que é o tal do JOSÉ ANTONIO FRANCISCO e que é
um cara até aqui de Brasília e que tem uma outra mulher que é da Fazenda também e que é MARIA DA
CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ e pergunta a LEONARDO se ele já ouviu falar e LEONARDO diz
que sim. JORGE pergunta se ela é “jogo duro” também e LEONARDO diz que é, que "é dura".
JORGE diz que então não tem muito o que fazer e que tem que esperar isso aqui “ir pra Câmara
Superior”. LEONARDO diz que se quiser falar com a FABÍOLA, eles falam. JORGE pergunta se ela é
de São Paulo e LEONARDO diz que sim. LEONARDO diz que é pra JORGE decidir e que se quiser falar...
JORGE pergunta se LEONARDO tem o telefone dela e LEONARDO diz que tem e que passa pra JORGE
pelo what's app.
Código: 483010
Data: 12/09/2014 Hora: 11:05:28 Duração: 00:02:42
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X LUTERO-WALBER NÃO É BOM DE NEGÓCIO
Arquivo: 20140912110528032.wav

Degravação:
LUTERO diz ontem entregou o material para o pessoal e eles falaram que até segunda, terça-feira tem
uma posição já em definitivo. LUTERO diz que falou pra eles que tinha uma terceira pessoa que
poderia também trabalhar que ia aguardar a posição deles pra que não fique uma coisa muita gente
mexendo. LUTERO pediu uma posição deles porque tinha muita gente interessada e responderam que
segunda ou terça tem uma posição e reforçaram que "as tratativas deles lá podem trazer realmente resultados".
JORGE diz que ontem mandou para LUTERO três e-mails do CORINTO devolvendo alguns processos, tem
que fazer algumas retificações e o negócio do LÉO que está cobrando do JORGE; LUTERO diz que vai lá
pessoalmente, vai lá e retorna. JORGE pergunta sobre o outro. LUTERO diz que nada, o Presidente não
mandou nada pra ele. LUTERO diz que o problema não lá é o Presidente encaminhar a ata; JORGE pergunta
se ele travou o trem. LUTERO diz que nem o mês passado, nada, as duas últimas estão lá com ele. LUTERO
diz "parece que o WALBER não é bom de negócio não"; LUTERO diz que o negócio do AVIÃO, o
contrato saiu, vai pegar a procuração e o documento e amanhã LUTERO e JORGE já comentam alguma
coisa.

JORGE e LUTERO confabulam sobre voto no processo da empresa


BELÉM DIESEL e LUTERO chega a dizer que “então vamos negar”, com o que JORGE
concorda, demonstrando o grau de cumplicidade em suas emprestadas.

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Em seguida, JORGE fala que conseguiu falar com a “menina lá de São


Paulo”, possivelmente a Conselheira FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS, para pedir
vista no processo, mas que ela não vai participar da Seção. Então partem para outro
Conselheiro, desta vez o GILENO (GILENO GURJÃO BARRETO) e LUTERO diz que
“vê isso antes e que a gente já chega com ele”.
Código: 491033
Data: 15/09/2014 Hora: 12:25:42 Duração: 00:02:37
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato: 61-99810506
Interlocutores: LUTERO X JORGE-ALTERAÇÃO NO VOTO DA BELÉM DIESEL
Arquivo: 20140915122542061.wav

Degravação:
LUTERO diz que não retornou antes porque estava com o "nosso chefe" no gabinete; LUTERO diz
que está terminando só alguma coisinha e ficará à disposição e em seguida procura saber de JORGE se
este deu uma olhada no e-mail e LUTERO diz que passou e-mail e recado pra JORGE e JORGE diz que já
viu. LUTERO pergunta se isso mesmo e JORGE diz que acha que esse da BELÉM DIESEL eles vão ter
que fazer uma alteração no voto. LUTERO pergunta se "então vamos negar" e JORGE diz que "com
esse trem não passa lá não" e que queria discutir isso com LUTERO pessoalmente; LUTERO diz então
"maravilha", que é pra JORGE ver na sua agenda e que a partir da próxima meia hora estará à disposição;
JORGE que diz que depois do almoço dá uma ligada; LUTERO diz que na hora que JORGE der uma ligada
ele desce dá uma encontrada; JORGE diz que LUTERO que ele lhe falou sobre aquele caso do "BRA" e
LUTERO diz que sim. JORGE diz que falou com a menina lá de São Paulo (CONSELHEIRA
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS), que conseguiu finalmente falar com ela pra ver se ela poderia
pedir vista e que ela não vai participar da Sessão desse mês e que ela está vindo pra cá só na sexta-feira
por causa desse encontro aí da CNC e que então deve ir um Suplente pro lugar dela, mas que ela lhe
disse que quem ficou com vista na Sessão passada, desse processo, foi um tal de ALEXANDRE que
também é Conselheiro do Contribuinte e que então só sobra o GILENO que o LUTERO lhe falou e que
é daqui de Brasília e pergunta a LUTERO se eles teriam jeito de conseguir o telefone desse cara pra
entrar em contato com ele. LUTERO diz que vê isso antes de ir e que "a gente já chega com ele".
JORGE diz que é pra LUTERO já trazer o negócio do LÉO e LUTERO diz que também já está junto
com o material.
O próximo passo adotado pelo grupo JORGE VICTOR, SALAZAR e o
EDUARDO e mais um parceiro chamado TAMAZATO (JOSÉ TERUJI
TAMAZATO foi a realização de uma reunião com a Presidência do Banco
BRADESCO envolvendo LUIZ, ABREU, ANGELOTTI e o Presidente TRABUCO,
tudo visando para buscar fechar sua a contratação com vistas a reverter a situação do
processo no CARF.

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JOSÉ TERUJI TAMAZATO atua junto à MACEFAPE PARTICIPAÇÕES


LTDA, empresa do ramo de assessoria em gestão empresarial de São Paulo. A confirmação
para EDUARDO da reunião ocorrida em Osasco/SP com a Presidência do BRADESCO
veio em nome de TAMAZATO e através do escritório da MACEFAPE, numa ligação feita
por CÉLIA APARECIDA GARCIA PAGNOZZI, sócia de MÁRIO PAGNOZZI JÚNIOR
na MACEFAPE.
Cumpre destacar que a análise da movimentação financeira evidenciou que
as empresas de consultoria do PAGNOZZI já possuem longo relacionamento com as
empresas que atuam junto ao CARF, vez que a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL,
dos sócios e investigados JOSÉ RICARDO DA SILVA, EDISON PEREIRA RODRIGUES
e JOÃO BATISTA GRUGINSKI, para os quais já enviara cerca de R$ 1.400.000,00 (um
milhão e quatrocentos mil reais).
Abaixo vemos que o EDUARDO CERQUEIRA LEITE recebe uma ligação
de um terminal móvel cadastrado em nome da MACEFAPE PARTICIPAÇÕES LTDA ME
(CNPJ 86.982.444/0001-95), com endereço na Rua Votuverava, 83 - Jardim Guedala, São
Paulo/SP, em que uma tal de CÉLIA lhe diz que TAMAZATO mandou lhe informar que a
reunião com o BRADESCO ficou marcada para às11 horas de quinta-feira.

Código: 548507
Data: 06/10/2014 Hora: 10:43:18 Duração: 00:00:38
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato: 11-976511030
Interlocutores: EDUARDO X CÉLIA-REUNIÃO DO BRADESCO
Arquivo: 20141006104318011.wav

Degravação:
CÉLIA diz que o SR. TAMAZATO pediu para avisar o EDUARDO que a reunião no BRADESCO
ficou para quinta-feira, às 11 h.
EDUARDO também recebe uma mensagem do terminal cadastrado em
nome de JOSÉ TERUJI TAMAZATO, com o mesmo dia e horário da reunião e se prepara

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para reunião e prepara um relatório inclusive pedindo a opinião de JORGE VICTOR


enviando o documento via Sedex solicitando resposta antes do encontro.

Código: 549540
Data: 06/10/2014 Hora: 16:59:24 Duração: 00:01:40
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X EDUARDO-PREPARA RELATÓRIO DO BRADESCO
Arquivo: 20141006165924064.wav

Degravação:
EDUARDO (a partir de 49 s.) diz que ontem começou e escreveu a metade do relatório do qual havia
falado; que termina hoje à noite e amanhã passa para SALAZAR porque na quinta-feira, às 11 horas
EDUARDO vai lá no local; EDUARDO diz que é oportuno deixar o relatório com SALAZAR para que
seja mostrado a outra pessoa ver se EDUARDO não vai falar bobagem, não cometer nenhum erro;
ficam de se encontrar amanhã.
Código: 549760
Data: 06/10/2014 Hora: 18:09:26 Duração: 00:04:51
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X SALAZAR-REUNIÃO COM O BRADESCO
Arquivo: 20141006180926008.wav

Degravação:
A partir de 1 minuto e 25 segundos SALAZAR fala que só vai ter novidade para JORGE VICTOR
amanhã porque "o nosso amigo" irá fazer um relatório e entregará a SALAZAR que o remeterá a
JORGE pelo SEDEX, sobre o "BRA"; que ele precisa ir lá na quarta ou quinta-feira, sem falta, para
definir, mas não quer ir sem que JORGE leia e dê sua opinião; quanto as outras coisas, está meio
embolado, mas que deixará que ele fale com JORGE e que amanhã, por estas horas, deverão se estar se
falando; SALAZAR diz que ele (EDUARDO) não que ir lá e bater o martelo sem antes ouvir a opinião
de JORGE; JORGE fala que "a segunda prioridade é o caso do SANTANDER, aquele grande";
SALAZAR informa que já falou com ele (EDUARDO) e que é melhor conversarem no telefone, tanto é
que na sexta quando SALAZAR ligou, ele estava junto; SALAZAR prossegue dizendo que tem hora
que JORGE VICTOR e EDUARDO tem que conversar na hora de bater o martelo, pois tem coisas que

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SALAZAR não pode decidir; SALAZAR diz que amanhã acha que passam tudo a limpo, que na hora que
SALAZAR ligar EDUARDO deverá estar junto dele; JORGE diz que antes disso SALAZAR mandará e-mail
com o relatório dele; SALAZAR informa que o relatório será enviado via e-mail ou SEDEX; finalizando diz
que amanhã passam tudo a limpo.

A ligação abaixo, realizada na véspera da reunião, é de suma


importância para esta investigação já que de uma só vez há menção sobre do LONGO
em Brasília para entregar documento ao CARTAXO (pauta e admissibilidade), a
possibilidade de utilização do GILENO para eventualmente pedir vista no processo do
BRADESCO bom como reunião que o EDUARDO e o TAMAZATO marcam com a
Presidência do Banco BRADESCO, além da corrupção do Conselheiro JORGE
CELSO FREIRE DA SILVA que será mais bem detalhada mais abaixo.

Código: 554074
Data: 08/10/2014 Hora: 17:57:08 Duração: 00:13:08
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: A- SALAZAR X JORGE VICTOR X EDUARDO-PROPINA SANTAN
Arquivo: 20141008175708064.wav

Degravação:
SALAZAR diz para JORGE VICTOR que tem uma notícia boa para dar; o COMPRIDO, que o
CAREQUINHA (INÁCIO) acabou de ligar dizendo que está indo hoje para o exterior, que o nosso
amigo (LONGO) foi aí hoje entregar o documento para aquele CHEFE; que é para JORGE VICTOR
ficar de "botuca"; que INÁCIO ligou agora dizendo para SALAZAR avisar o "nosso irmão" (no caso,
JORGE VICTOR) que o documento deve ter sido entregue hoje; SALAZAR diz que vai passar o telefone
para "o nosso irmão" (EDUARDO); EDUARDO diz que leu e que JORGE VICTOR havia feito duas
considerações, sendo que a primeira era relativa a composição, que já tem até uma alteração definida, que não
está nomeada, mas que está definida e a outra é que haverá vacância; EDUARDO diz que a outra refere-se a
sobrestamento e que foi infeliz na hora que redigiu, que refere-se a sobrestamento se ele voltar para o
judiciário, que aí correria o risco de ser sobrestado por conta da repercussão geral; JORGE VICTOR diz que
achava que EDUARDO estava referindo-se a sobrestamento administrativo e aí discorre sobre sobrestamento
no CARF; que tinham mais de mil processos sobrestados por que tinha um comando dizendo que, quando
tinha determinação repercussão geral no STJ ou no SUPREMO, teria que sobrestar no CARF; que aí o
CARTAXO soltou uma portaria no começo do ano dizendo que só faz sobrestamento se o despacho de
repercussão geral citar especificamente o processo dizendo que ele não pode prosseguir, caso contrario segue
o curso normal administrativamente; EDUARDO diz que o quis mostrar para eles é se voltarem para o
judiciário alegando descumprimento de sentença corre o risco de ficar lá esperando repercussão geral e aí
podem perder tudo; prossegue EDUARDO dizendo que vai alterar a redação para corrigir a
interpretação; (...); EDUARDO diz que vai lá amanhã as 11 horas, vai estar com três VICE-
PRESIDENTES e o PRESIDENTE da CASA, então o negócio vai ser assim de ...; JORGE VICTOR diz

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se EDUARDO leu a observação que ele fez, que esse "paper" não tem o elemento suficiente, aquele
toque de midas que vai fazer que os caras decidam pela contratação; EDUARDO fala que isto ele não
podia escrever até para não comprometer ninguém, mas que vai verbalizar isto; que é uma análise
técnica que nós podemos ajudar, nós temos condições de ajudar, por que temos pessoas que podem, em
funções importantes, que vão tomar decisões a nosso favor; JORGE VICTOR fala que acha que é muito
relevante colocar para eles para insistir com o patrono para vir fazer a sustentação oral , por que na
primeira vez que foi pautado e foi retirado de pauta veio aqui o RICARDO, que é filho do LEO e no mês
passado, com certeza, eles não sabiam que o assunto ia ser retirado de pauta e não apareceu ninguém; a não
ser que, como eles tem escritório aqui em BRASÍLIA, algum funcionário deles tenha estado no CARF no dia
do julgamento pela manhã e alguém disse para ele que a PROCURADORIA ia pedir, por que o próprio
GILENO falou que estranhou, por que ele mesmo estava na dúvida se ia ser retirado de pauta ou não;
JORGE VICTOR prossegue dizendo que GILENO é o vice-presidente da turma e foi a pessoa com
quem pessoa com quem combinou para pedir vista; que GILENO comentou que nem o LEO e nem
RICARDO apareceram no CARF; EDUARDO diz que é boa esta informação e que de passagem irá
comentar isso lá; JORGE VICTOR diz que é importante salientar para eles para que o patrono
acompanhe o julgamento e, se possível, convencê-lo a levantar as duas questões que colocou aí ; que a
primeira questão diz respeito ao pedido de nulidade do julgamento, por que se ele entrar com este pedido de
nulidade, a DRJ vai ter alguma dificuldade para manter isso aí sem o apoio da, né, por que vão ter que saber a
jurisprudência, a decisão que transitou em julgado; e não se ativer quando este processo retornar a BRASILIA
para ser julgado novamente, ele vem com outra cara diferente da que tá aí hoje, por que a própria turma tá
passando por cima em cima disso aí e que vai chamar atenção na terça-feira em cima do GILENO pra caso o
LÉO ou o RICARDO levantem esta questão da nulidade da decisão de primeira instância em face dela não ter
fundamento legal e aí seria o caso de anulá-la e devolver o processo para que outra fosse proferida em boa
forma; JORGE VICTOR prossegue dizendo que "ela vindo pra cá, pode ser inclusive que a gente já
conte com uma outra composição na turma, mais favorável do que a que tá hoje, por que a que tá hoje
é de leva ferro como te falei ou eles vão perde ou vão baixar o processo em diligência e nem uma das
duas situações interessa pra eles"; JORGE fala que seria interessante alertá-los disso aí e pedir, por que tem
quase certeza que (inaudível) não cogitou de levantar esta questão da nulidade da decisão; que não sabe as
razões do patrono; EDUARDO diz que está bom, que amanhã, após a reunião passa a informação do resultado
da reunião; JORGE VICTOR FALA QUE "QUANTO AO OUTRO ASPECTO LÁ DO ESPANHOL
(SANTANDER), O MOÇO (LUTERO) PASSOU PRA MIM AQUI HOJE DE TARDE O QUE TINHA
FICADO TE DEVENDO DE ONTEM, ELES QUEREM 500 (QUINHENTOS) PRA PODER FAZER
A ADMISSIBILIDADE E BOTAR ISTO EM PAUTA RAPIDAMENTE E ESTES QUINHENTOS
SERIAM PAGOS DA SEGUINTE FORMA: QUANTO SAIR A ADMISSIBILIDADE 300
(TREZENTOS) E 200 (DUZENTOS) QUANDO O PROCESSO FOR PAUTADO; EDUARDO FALA
"PAUTADO, QUE VOCÊ FALA..." E JORGE VICTOR DIZ "PAUTADO PARA JULGAMENTO";
EDUARDO DIZ "JÁ NA SUPERIOR"; JORGE DIZ, NÃO, POR QUE ELE JÁ ESTÁ NA
SUPERIOR (...) E AÍ NO ÊXITO 4% (QUATRO POR CENTO) DO VALOR TOTAL SENDO QUE
SESSENTA FICARIA AQUI E QUARENTA AÍ; EDUARDO diz que entendeu e que está bom;
JORGE VICTOR informa que o cara está bem inteirado do assunto, acha que tem bom prognóstico de
julgamento e diz que tem condição de já em janeiro liquidar a fatura; EDUARDO pergunta se em
janeiro já teria o julgamento ao que JORGE VICTOR responde que sim; que não vão ter seção em
dezembro que foi cancelada; que para a seção de novembro não teria condição; que teria o espaço
necessário para fazer o juízo de admissibilidade, jogar isto dentro do e-processo, distribuir, sortear o
relator e já botar em pauta; EDUARDO diz que tá bom e que a respeito do que SALAZAR falou para
JORGE VICTOR hoje, o "COMPRIDO" teve hoje em BRASÍLIA para levar o documento pedindo

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para que entre na pauta e para que seja analisada a admissibilidade; que supõe que COMPRIDO deva ter
vindo ontem, tendo uma conversa preliminar e já recebeu uma sinalização; que ele voltou satisfeito, que ele
entregou o documento para que seja acelerado o julgamento; que a coisa foi boa; JORGE VICTOR diz "por
que o CAREQUINHA deve ter entregue pra ele (inaudível) que nós entregamos pra ele pessoalmente lá,
talvez com outra adaptação".

Em que pese tenhamos mobilizado uma equipe de policiais em São


Paulo para tentar acompanhar o encontro na Presidência do banco Bradesco, dessa
vez não logramos êxito em registrar já que a equipe de policiais em São Paulo foram
convidados a se retirar do prédio da Presidência do banco.
Não obstante, realizando um cruzamento de informações de chamada
recebida pelo EDUARDO às 11:11 do dia combinado para a reunião (09/10/2014) e a
ERB (antena) que mandou a informação da chamada, observamos que esta
encontrava localizada na Cidade de Deus em Osasco, justamente no complexo do
Banco BRADESCO, o que confirma a ida do EDUARDO ao local e reunião como os
Vice-Presidentes e o Presidente.

Detalhes da Chamada

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Endereço da Antena em Destaque Acima

Mapa da Localização da Antena

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As ligações a seguir corroboram não só o encontro, mas também as


tratativas para o julgamento, e as impressões de JORGE VICTOR, SALAZAR,
EDUARDO e ainda o TAMAZATO, que é aquele que mantém contato com a
presidência do BANCO BRADESCO e também contato na outra empreitada que será
mais abaixo comentada. SALAZAR chega a dizer ao JORGE VICTOR que
EDUARDO foi bem em suas colocações na reunião lá com o "BRA" (BRADESCO) foi
muito boa, que estavam todos, os vice e o Presidente o "TRABU"(TRABUCO) esteve
presente cumprimentou a todos e saiu e que o EDUARDO acha que “vai dar samba”.
Nessa mesma ligação há menção sobre o paradeiro do documento do JS/SAFRA de onde se
vê que JORGE VICTOR e SALAZAR ainda não têm a posição se o “COMPRIDO” deu
entrada no pedido pelo protocolo ou o fez diretamente a CARTAXO.

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Código: 556324
Data: 09/10/2014 Hora: 18:52:52 Duração: 00:08:45
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-ESTRATÉGIA CASO BRADESCO
Arquivo: 20141009185252008.wav

Degravação:
SALAZAR diz que esteve com o nosso irmão (EDUARDO) e que a reunião lá com o "BRA"
(BRADESCO) foi muito boa, que estavam todos, os vice e o Presidente e que o "TRABU"(TRABUCO)
cumprimentou todo mundo lá e saiu, enfim e que a reunião foi muito boa, que foi muito longa e que
"ele (EDUARDO) acha que foi muito feliz nas colocações e que acha agora que "VAI DAR SAMBA" e
que é só aguardar a resposta deles. JORGE pergunta se é pra quando ficaram de dar a resposta,
porque o processo está pautado pra terça-feira e SALAZAR diz que vai chegar lá e que eles não deram
data. SALAZAR diz que a segunda pergunta que teria a JORGE seria o que ele teria a falar sobre o
processo. JORGE diz que está pautado para terça duas da tarde e SALAZAR diz que já vai passar isso
hoje pro "nosso amigo" (EDUARDO). SALAZAR diz que aquelas receitas de "SPREAD" que estavam
falando lá da diligência, que ele perguntou e que eles disseram textualmente que não dá pra separar
absolutamente nada e que é uma notícia que EDUARDO mandou dar a JORGE, que pergunta se não tem
como separar e SALAZAR diz que não, que eles não fizeram nenhuma contabilidade, que eles não tem nada
pra poder separar e que é caso já decidido. SALAZAR diz que ele (EDUARDO) mandou perguntar se
JORGE, através do GILENO sabe dizer alguma coisa sobre a alteração do voto do Relator. JORGE diz que
ainda não, porque só vai encontrar com ele na terça-feira, porque ele mora em São Paulo e JORGE não tem
contato com ele fora, a não ser na seção aqui. SALAZAR diz que o EDUARDO mandou dizer a JORGE
que o assunto do Espanhol (SANTANDER) que está trabalhando, trabalhando e aguardando uma
resposta e que não vai demorar muito e que é pra JORGE ter paciência que nós estamos aqui a pleno
vapor. SALAZAR pergunta se JORGE sabe dizer se o "COMPRIDO" apareceu aí (em Brasília) e deu
o documento e JORGE diz que falou com o nosso amigo aqui (LUTERO), que falou que até a hora que
eu falei 11:30 da manhã com ele que não tinha sido juntado aos autos, porque ele não conseguiu saber
se o homem (COMPRIDO) entregou pro Chefe (CARTAXO) ou se protocolizou no Protocolo Geral do
CARF. JORGE diz que ele não conseguiu localizar qual foi a forma, porque o Chefe (CARTAXO) não
estava lá de manhã e que ele ia até lá na sala dele pra ver se ele tinha deixado sobre a mesa, mas que
acabou não dando certo de fazer isso porque ele não estava lá. SALAZAR pede pra quando JORGE
descobrir isso dá um alô pra ele. JORGE diz que, provavelmente na segunda e SALAZAR diz que tudo
bem, porque vai estar com o CAREQUINHA (JOAO INACIO) na terça e que provavelmente nós é que
vamos dar a notícia pra ele primeiro, porque ele (JOAO INACIO) foi ontem à noite pra Nova York, que só
volta no domingo e já marcou pra tomar um café comigo na terça e que o CAREQUINHA (JOAO INACIO)
até pediu pra que SALAZAR, se soubesse de alguma coisa desse notícia pra ele. SALAZAR diz que falou a
ele que iria falar com "o nosso amigo de Brasília" (JORGE VICTOR) hoje, porque estavam esperando saber
disso. JORGE pergunta se sobre as sugestões que deu pra ele, se não falaram mais nada na reunião de Osasco,
sobre o patrono fazer a sustentação oral e SALAZAR diz que ele (EDUARDO) não lhe falou nada, nem se
detalhou isso lá na reunião, mas que entregou o relatório, que fez as modificações de JORGE, que as achou
pertinentes. JORGE diz que quando conversaram pessoalmente ontem, disse pra ele (EDUARDO) que
era importante que abordasse com eles a questão do patrono vir pra fazer uma sustentação oral pra
pedir a nulidade do julgamento de primeira instância. SALAZAR diz que viu que JORGE já tinha
praticamente escrito isso, que ele (EDUARDO) lhe falou e que SALAZAR achou que isso era importante,

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mas que não conversou hoje sobre isso. JORGE diz que como disse pra ele que o próprio GILENO, da
vez passada estranhou que o KRAKOWIAK não apareceu, nem o filho dele pra fazer a sustentação
oral e que até comentamos que eventualmente ele poderia estar sabendo através do escritório daqui de
Brasília já por volta do meio dia daquele dia lá que ele pode ter ficado sabendo que ele é super bem
informado, que o processo seria retirado de pauta e que aí nesse caso ele já nem apareceu lá, mas que o
GILENO até comentou com JORGE que estranhou o fato de não ter pelo menos o RICARDO, o filho do
LÉO, aparecido lá e que ele (EDUARDO) disse que ia até usar este argumento no comentário que ele faria lá
hoje (em Osasco). JORGE pergunta se ele (EDUARDO) não comentou nada e SALAZAR diz que não,
porque é muito assunto, mas que tem certeza e que afirma que ele (EDUARDO) comentou isso lá com
eles (DIRETORIA DO BRADESCO). JORGE diz que está perguntando isso a SALAZAR, porque de
repente vale a pena a gente tentar mais uma vez, adiar mais um mês esse julgamento. SALAZAR
pergunta se JORGE conseguiria. JORGE diz que acha que o GILENO poderia pedir uma vista lá.
SALAZAR diz que vai repassar esse assunto que está lá na pauta terça-feira, porque acha que nem eles sabem
disso e que nem a gente sabia disso ontem, se não teria falado na reunião isso hoje. JORGE diz que esqueceu
de falar isso com ele (EDUARDO), que foi falha dele. SALAZAR diz que vai repassar isso pra ele agora e
que vai dizer que se ele (EDUARDO) entender que... se eles (BRADESCO) lá... tire, que JORGE falou que
tem condições através do nosso amigo aí e que ainda fala com JORGE amanhã ou até hoje mesmo, a
depender da resposta dele. JORGE diz que amanhã está indo a Florianópolis no casamento de sua sobrinha e
que só vai estar aqui de volta no domingo à noite, mas que está levando o celular e que fora quando estiver no
avião, SALAZAR o alcança nele. JORGE diz que na pior das hipóteses se falam na segunda-feira e
SALAZAR concorda.

Na ligação abaixo o EDUARDO liga para seu parceiro TAMAZATO e


informa que o julgamento do processo do BRADESCO está na pauta naquela semana e
lembra o alerta do JORGE VICTOR de fala à direção do Banco para mandar o patrono ir
fazer a sustentação oral para marcar uma posição e que era para o TAMAZATO passa para
o LUIZ, Vice-Presidente do Banco, a preocupação deles para eles saberem que o grupos
está acompanhando o Processo e estão “dando um auxílio” de forma indireta e oferecer um
pedido de vista se eles quiserem, pois isso seria possível.

Código: 558138
Data: 10/10/2014 Hora: 14:41:25 Duração: 00:03:12
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X TAMAZATO-JULGAMENTO DO BRADESCO
Arquivo: 20141010144125011.wav

Degravação:
EDUARDO informa a TAMAZATO que lhe enviou um e-mail e diz que é relativo ao julgamento que já
está marcado e que está na pauta para terça ou quarta-feira da semana e que é pra informá-los (à
Direção do BRADESCO). TAMAZATO pergunta o dia do julgamento e EDUARDO diz que é na terça

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ou quarta e diz que pode acontecer alguma coisa de alguém pedir vistas ou não e que inclusive fez um
comentário sobre uma sugestão que lhe foi feita (por JORGE VICTOR), que é a do patrono ir lá e fazer
uma sustentação oral relativo a um tópico. TAMAZATO pergunta quando seria essa sustentação e
EDUARDO lhe diz que é na própria seção e que á mais pra marcar posição e que não é que vai mudar,
mas que é uma questão interessante e que está como sugestão e que "se TAMAZATO achar interessante
passar pro LUIZ (VICE DO BRADESCO) até pra eles verem que de fato nós estamos acompanhando e
que estamos tentando, até de forma indireta, dar algum auxílio". EDUARDO acrescenta que "se eles
quiserem que tire (de pauta), é possível", que não é certeza que a gente consiga, mas que a gente
poderia pedir pra um lá pra fazer de novo um pedido de vista. TAMAZATO diz que acha que "pra nós
é melhor julgar agora e eles perderem". EDUARDO diz que sim, de fato e que aquela sustentação oral que
está proposta ali é pra ele combater uma questão que lá na frente pode também ser positiva pra nós.
EDUARDO pede pra TAMAZATO ler e que na segunda-feira eles conversam e que trocam uma palavra.

Na importantíssima conversa abaixo, entre EDUARDO X SALAZAR X


JORGE VICTOR, em que são retratados detalhes da reunião com a PRESIDÊNCIA
DO BANCO BRADESCO (citando a presença do ANGELOTTI e o ABREU), em que
o EDUARDO comenta que o próprio TAMAZATO relata que o Banco irá contratar o
grupo. Ademais comentam sobre o adiamento do julgamento para hoje de manhã e
sobre a estratégia para fechar contrato com o BANCO SANTANDER.

Código: 567358
Data: 14/10/2014 Hora: 18:54:41 Duração: 00:27:02
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X SALAZAR X EDUARDO-ADIA E SANTANDER
Arquivo: 20141014185441064.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz que EDUARDO não lhe falou nada sobre a reunião de OSASCO (BRADESCO),
como foi; JORGE VICTOR diz que foi ver como é que estava, pois estava pautado para as 14 horas e o
julgamento foi adiado para manhã as 9 horas; JORGE VICTOR que a pessoa que iria pedir vista, que
era o GILENO, não veio nesta seção; JORGE VICTOR diz que tem a impressão que amanhã o "troço
deve ir pro pau", numa daquelas duas alternativas: ou pela diligência ou pela negativa de provimento;
EDUARDO diz que conversou com eles, que a conversa foi muito boa sob o ponto de vista de
entendimento, inclusive de respeito, que eles lhe conhecem bem e que por isso até falam com
EDUARDO; EDUARDO diz que levou aquele "paper" com aqueles “pits” que JORGE havia dado,
acabou melhorando a redação para ficar clara a situação de voltar para o judiciário e que também fez
a sugestão para que o patrono estivesse presente fazendo a sustentação; que eles gostaram muito e
ficaram muito satisfeitos com os esclarecimentos; EDUARDO diz que fizeram uma serie de perguntas,
que chegaram a perguntar qual a certeza do resultado final; EDUARDO disse que iria repetir o mantra
"certeza eu só tenho da morte", porém vocês me conhecem e sabe que eu sou uma pessoa bastante
transparente e determinado, que tem a certeza que iriam trabalhar com toda a intensidade e acha que o

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momento tem pontos positivos "ao nosso favor"; EDUARDO diz que daí um deles disse "quando você
diz pontos positivos a nosso favor, o que você quer dizer com isso??? por que no nosso entendimento
hoje o CONSELHO ele é francamente contra os contribuintes"; EDUARDO diz que explicou que hoje
existe no CARF um grupo majoritário que age muito mais sob o aspecto ideológico do que sob o ponto de
vista técnico-jurídico; EDUARDO diz que o governo vem aparelhando uma série de órgãos e lá também,
mas felizmente ainda existe algumas pessoas de bom senso e são exatamente estas que estão conosco;
EDUARDO que quem nos procurou são pessoas que pensam como nós; EDUARDO diz que a primeira
palavra que eles me disseram é que "o direito é bom", aí disse que é isso que lhe leva a frente ;
EDUARDO que se não tivesse nenhuma perspectiva do bom direito, que não venderia ilusão; EDUARDO
vislumbra que possa haver sucesso num julgamento posterior; EDUARDO prossegue dizendo na reunião que
não teriam pretensão de mudar a ordem das coisas agora; EDUARDO menciona que o que nos preocupa é
que o processo seja baixado para diligência, como fizeram com o "outro contribuinte"; EDUARDO diz que
discutiram muito sobre isso e uma pessoa que sempre foi muita dura nas suas posições, desta feita, ele
praticamente concordou com tudo que o EDUARDO falava, que ABREU, um dos vice-presidentes, e
que foi muito positivo nesse...; EDUARDO diz que o outro, o ANGELOTTI, disse "mas nós ganhamos
o direito..." e EDUARDO disse "ANGELOTTI, você não entendeu? Você ganhou quanto? Você
ganhou o que?, Então é essa discussão que ainda pode vir à tona”; EDUARDO diz que se o processo
baixar para fazer diligência, vai bater e voltar, por que a diligência vai ser nula e que não há como fazer
diligência nenhuma, a diligência inepta e eles concordaram, com isso por que não há como separar uma coisa
da outra, que é impossível isto; EDUARDO diz que o fisco vai dizer que se você não consegue separar o
problema é teu, não meu, e o ABREU concordou com esta colocação, por que se você não consegue provar o
que quer você não tem direito nenhum; EDUARDO conclui dizendo que foi boa a condução a conclusão
da conversa; EDUARDO diz que mostrou aquele “paper” a composição e ainda disse "olha... como é
que alguém pode dizer que tem certeza de resultado... a composição da própria turma, ela varia.. hoje
tem uma vacância, amanhã poderá ter outra... e você nunca sabe o que vai ocorre... você não tem
controle sobre estas variáveis"; EDUARDO diz que explanou que o importante é saber como se vai
conduzir, por que tem que haver a admissibilidade, que ela é uma barreira por que hoje não existe
precedente perfeito para enquadrar; EDUARDO diz que foi tudo muito bem e que ontem mandou um
recado de tentativa de um novo adiamento sem certeza de sucesso mas que poderiam tentar, mas eles
agradeceram e não me falaram nada e não responderam pra que tentassem, então o negócio é deixar a
coisa se definir; JORGE VICTOR diz deixar ir pro pau; EDUARDO fala que a única coisa que seria
muito boa se ocorresse é que houvesse o julgamento do mérito em caráter definitivo e não baixar para
diligência; EDUARDO diz que como GILENO foi um dos autores daquela proposta; JORGE VICTOR
diz que ele era o relator; EDUARDO diz que se ele não passar por cima disso e não submeter essa
hipótese na votação; JORGE VICTOR fala que o adiamento do julgamento para amanhã foi em função
da falta de GILENO pois ele não veio e que a fazendária CONCEIÇÃO disse que ele poderia vir
amanhã; JORGE VICTOR diz que não sabe se foi o LÉO que pediu ou o WALBER, que é o presidente da
turma, decidiu em não julgar o processo sem a presença de GILENO, mas ela disse que amanhã poderia ser
julgado; EDUARDO diz que se julgarem o mérito "de vez", tem a impressão que na semana que vem
estarão sendo chamados; EDUARDO diz que o clima ficou bom, que a pessoa que o acompanhou na
reunião (TOMAZATO), ao sair de lá, disse "eu acho que eles vão nos contratar"; (...); JORGE
VICTOR passa a falar do ESPANHOL (SANTANDER), comentando sobre a vontade de EDUARDO e
SALAZAR terem um encontro pessoal com ele em BRASÍLIA; JORGE VICTOR diz que fizeram uma
análise profunda do negócio e que têm dois trunfos que podem ser usados como elemento de
convencimento da contratação dos serviços; JORGE VICTOR diz que o primeiro é que o recurso da
PROCURADORIA é intempestivo e que a ideia do "nosso colega aqui" (LUTERO), no caso da

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contratação, ele faria o exame de admissibilidade, ele já contratou isso com o cara da câmara, o
presidente, (JORGE CELSO FREIRE) e, até para acelerar, ele próprio faria; JORGE VICTOR diz
que como o valor é muito expressivo, ele tem medo de já rejeitar a admissibilidade do recurso da
FAZENDA, e o PRESIDENTE, o CHEFÃO (CARTAXO), assustar por causa do valor, tirar isto de
pauta, não deixar ir pra pauta ou sentar em cima; JORGE VICTOR diz que ele acha que deve ser dado
parecer favorável a admissibilidade do recurso voluntário do contribuinte e já desfavorável ao da
FAZENDA, mas a estratégia seria que o PATRONO levantasse, no dia do julgamento no dia em que
colocar em pauta, arguiria pré-questionar o problema da tempestividade do recurso da FAZENDA,
por que aí liquida o da FAZENDA; JORGE VICTOR diz que a questão da intempestividade é
explícita, não tem o que se conversar, é fatídica, e que eles tinham que dar entrada no dia 21 e
entraram no dia 22, e isto é um adianto do "caralho" no processo; JORGE VICTOR fala que isto
merece uma avaliação se deve ser usado para a contratação ou se guarda na manga e usa somente após
estar com o contrato na mão; JORGE VICTOR diz que o segundo ponto é que "temos o PRESIDENTE
da câmara na mão" (JORGE CELSO FREIRE), "ele vai se beneficiar com uma parte do negócio e tem
mais um colega fazendário (???), por segurança" , nos daria o voto favorável pelo acolhimento do
recurso; que o que se tá discutindo no recurso voluntário da FAZENDA é porcaria em relação ao
principal e pelo que LUTERO levantou, dá menos de 10%; EDUARDO diz que o recurso do
contribuinte é relativo a decadência e a decadência deve ser parcial; JORGE VICTOR diz que a parte
mais relevante é a parte que foi ganha e que está sendo contestada pela FAZENDA NACIONAL e que
vai pro brejo com este negócio da intempestividade; JORGE VICTOR DIZ que agora a bola está com
EDUARDO, que têm na mão dois votos dos FAZENDÁRIOS e que dos contribuintes não tem dúvida
que conseguem, que então é um tiro certeiro isso aí; EDUARDO pede para perguntar uma coisa, que
esta questão de ordem procedimental ou processual ele não conhece, "quando a FAZENDA apresenta o
recurso especial, o contribuinte tem oportunidade de apresentar contra razões sempre ou não?";
JORGE VICTOR informa que sempre tem; EDUARDO pergunta no caso ele poderia ter apresentado
contra razões para alegar a intempestividade; JORGE VICTOR diz que poderia e não o fez, ou passou
batido, por que o recurso especial antes do regime atual o prazo era de 30 dias e que agora é 15 e que às
vezes tem muito advogado que passa batido achando que o prazo é 30 dias e que pode ter sido uma
questão de lapso; EDUARDO quer saber se no dia o PATRONO pode apresentar memorial; JORGE
VICTOR responde que pode, inclusive distribuir no momento do julgamento e que o PATRONO deve
falar em sua sustentação oral sobre a intempestividade; EDUARDO diz que comentou com SALAZAR
e que um dos motivos do provável encontro pessoal com JORGE é alinharem esta estratégia;
EDUARDO diz que elaborariam um memorial para ser entregue ao PATRONO para municiá-lo de
informações; EDUARDO pergunta se tem algum ponto de mérito que pode ser acrescentado e se existe
algo que possa contrapor ao recurso apresentado pela FAZENDA; JORGE VICTOR diz que esta
questão agora virou prejudicial; EDUARDO diz que é apenas para acrescentar, pois na verdade o que
é mais forte, mais importante é a preliminar; JORGE VICTOR destaca que no próprio exame de
admissibilidade já colocar por terra o problema da intempestividade, mas que a posição de cautela e de
uma certa sabedoria do "nosso amigo" (LUTERO) é de que isso pode causar um retardamento por
receio, medo, por causa do valor; JORGE VICTOR fala que não sabe se seria de bom alvitre abrir isto
na atual fase de negociação e já entregar o ouro pro bandido; EDUARDO e JORGE VICTOR
concordam em guardar este trunfo; EDUARDO diz que queria deixar isso pro último minuto.; JORGE
VICTOR diz que isso é a carta na manga; EDUARDO insiste sobre alguma coisa relativa ao mérito;
JORGE VICTOR diz que o que pode ser usado como argumento negocial e que é muito importante é
que o paradigma que a FAZENDA juntou não se presta para o recurso, ele é muito fraquinho e a
correspondência dele com a matéria é muito vaga; JORGE VICTOR diz que não sabe se o próprio

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PATRONO já teria levantado isso, pois hoje leu um trecho do acórdão que está falando de uma coisa
quando o negócio é outro; JORGE VICTOR diz que estava falando com o "nosso amigo" (LUTERO)
pois estava terminando de fazer o exame na parte do mérito em relação ao problema da decadência,
que não é relevante em valor do total, e que em princípio perderia 10% do total do processo, e que o na
pior da hipóteses ganhar 90% é melhor ganhar que perder; JORGE VICTOR diz que pode conversar
com o "nosso amigo" se tem mais alguma coisa sobre o mérito, para dar mais algum elemento;
EDUARDO diz que é importante; JORGE VICTOR diz que, com relação a fazer o memorial, eles
fazem e que fazem um memorial curto e grosso para ser levado no julgamento pelo próprio PATRONO
e "nós não apareceríamos"; EDUARDO diz que pode falar com ele (LUTERO) e ver o que ele
responde a mais voltam a se falar amanhã no fim do dia até para saber o que aconteceu com o
julgamento lá; EDUARDO diz que queria ver a questão do PROCURADOR, do RIO DE JANEIRO,
que queria avançar um pouco neste assunto e que se não conseguirem ir até sábado, na semana que
vem querem marcar um encontro para discutir este assunto também.
Após as reuniões e conversas com a Presidência do Banco BRADESCO em
Osasco/SP, envolvendo LUIZ, ABREU, ANGELOTTI e o Presidente TRABUCO, o grupo
do JORGE VICTOR, SALAZAR, EDUARDO e TAMAZATO conversam muito sobre
o resultado da sessão em que a FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS, acaba pedindo
vistas do processo. Em que pese a “vista” do processo aparentemente não tenha sido por
interferência do grupo, o JORGE VICTOR esclarece a SALAZAR que a FABÍOLA é
“nossa amiga” e acaba por confessar a LUTERO que pretende colocar o Conselheiro
GILENO GURJÃO BARRETO na “jogada” já que o mesmo é Vice Presidente da
Turma que está julgando o caso do BRADESCO e reporta isso ao alvo SALAZAR.
JORGE VICTOR tenta falar no telefone do GILENO e não consegue, mas deixa
recado.
Código: 572531
Data: 16/10/2014 Hora: 16:10:20 Duração: 00:03:58
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-GILENO NA TURMA DO OSASCO
Arquivo: 20141016161020008.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz que antes dele começar a falar com SALAZAR, se encontrou com GILENO, que
é da Turma lá do OSASCO (risos) e que aí teve que conversar com ele e desligar o de SALAZAR.
JORGE VICTOR diz que em relação àquele processo lá, foi retirado de pauta outra vez com vista pra uma
Conselheira, a FABÍOLA e que então ficou novamente adiado pro mês que vem o julgamento. SALAZAR
pergunta se a FABÍOLA é Conselheira e JORGE diz que é, dos Contribuintes e é "amiga nossa".

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SALAZAR diz que estava esperando isso aí que o nosso amigo quer fazer algum contato lá com
OSASCO e que então vai já repassar pra ele. JORGE diz que é pra SALAZAR repassar pra ele
(EDUARDO) porque ele já pode dá a notícia lá, dizer que ficou adiado pro mês que vem. SALAZAR diz que
vai passar agora pra ele. SALAZAR pergunta pelo documento e JORGE VICTOR diz que o documento
está difícil, mas que o processo inclusive já está ali na mão do nosso amigo (LUTERO), mas o documento
não aparece e que precisa saber com quem que ele deixou esse documento aqui. JORGE VICTOR diz que o
ideal seria que o CAREQUINHA (JOAO INACIO PUGA) estivesse aí, pra ele falar lá com o COMPRIDO
(LONGO) pra dar um reforço e mandar uma cópia do documento que ele deixou aqui pro nosso amigo
(LUTERO). SALAZAR diz que ele só volta no dia 4 e quando ele viaja ele não leva o telefone que eu falo
com ele e que então nós vamos ter que aguardar se até o dia 4 JORGE VICTOR não achar, que não tem jeito.
JORGE diz que o problema é que a pressa é deles e SALAZAR diz que não resta dúvida e que depois ficam
enchendo o saco da gente. JORGE VICTOR diz que, pois, é e que queriam fazer um contrato pra janeiro,
você imagina. SALAZAR diz que isso aí tem algo de ruim, mas que até certo ponto não pode cobrar nada da
gente e pergunta se JORGE VICTOR concorda e este diz que é claro, que é lógico. SALAZAR diz que não
pode cobrar nada porque não está dependendo da gente. SALAZAR pergunta se nesse final de semana
JORGE VICTOR vai estar aí ou se vai viajar e JORGE VICTOR diz que vai estar aqui e SALAZAR diz que é
porque mediante essa informação de hoje, pode ser que amanhã, ainda está de pé nós irmos aí sábado pra
sentar e conversar com JORGE VICTOR e que não sabe se a gente iria lá no escritório ou se eles se
encontrariam no aeroporto, que não sabe como é que é mais conveniente pra JORGE, que pede só pra
SALAZAR avisar e este diz que qualquer coisa lhe avisa.
Código: 572691
Data: 16/10/2014 Hora: 16:49:21 Duração: 00:01:13
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 11-996697872
Interlocutores: JORGE VICTOR-RECADO PARA GILENO
Arquivo: 20141016164921032.wav

Degravação:
JORGE VICTOR deixa recado para GILENO: "GILENO, boa tarde, é JORGE VICTOR; encontrei
com você ainda pouco no elevador e conversamos lá embaixo na frente do CARF, é..., eu estava
precisando falar com você, não sei se você vai viajar hoje a noite, mas eu queria ver se conseguia falar com
você antes de você tá indo viajar... se puder retornar neste número eu te agradeço... obrigado"
Código: 572894
Data: 16/10/2014 Hora: 17:39:32 Duração: 00:07:12
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-COLOCAR GILENO NA JOGADA
Arquivo: 20141016173932061.wav

Degravação:
JORGE VICTOR diz que esse caso que a gente está aí atrás, o de "OSASCO", que não sabe se
LUTERO lembra, ele tem uma decisão judicial transitada em julgado e que lhe parece que tem uma
ação deles que transitou em julgado e que tem um RE que está no Supremo, de uma outra empresa,
que está pro Supremo ver qual é o alcance disso em relação às instituições financeiras. JORGE VICTOR
então pergunta como é que operacionaliza a Declaração de Inconstitucionalidade do parágrafo 3º lá, que foi
feita, dizendo pra afastar as receitas financeiras da base de cálculo e como é que isso funcionaria no caso de

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instituição. JORGE VICTOR diz que estava conversando naquela hora que saiu daí com o amigo que
eu te pedi o telefone (GILENO) e que está tentando falar com ele aqui e que ainda não conseguiu e que
conseguiu um outro telefone dele de São Paulo e que a menina me deu um celular dele de São Paulo e
que pelo jeito ele mora lá, que deve ter um escritório aqui, mas que acha que ele mora lá, porque ela lhe
disse que o telefone que JORGE VICTOR tinha, que LUTERO lhe deu, que ele não está mais
funcionando e que inclusive se LUTERO quiser anotar aí o de São Paulo, pra atualizar o seu...
LUTERO pede pra JORGE por no what's app, porque ele está impossibilitado de anotar agora e JORGE
VICTOR diz que manda pra ele depois e LUTERO diz que "é, porque a gente guarda isso aí e vamos
trabalhando". JORGE VICTOR diz que o que levantou uma dúvida agora aqui foi que se de repente os caras
pudessem decidir esse troço na Turma Ordinária por concomitância por exemplo, porque na verdade eles
entraram no judiciário simultaneamente ao administrativo. LUTERO diz que lá eles já tem uma decisão e
que o problema deles ali é que na hora da execução do acórdão, foi formulada uma consulta pra ver a
amplitude da decisão e até onde ia o direito material. JORGE VICTOR diz que é e que aí veio o Parecer
da Procuradoria e que aí eles se insurgiram com um recurso. LUTERO diz que isso trouxe repercussão já e
que uma vez que o Parecer acha que essa parte não foi tocada pela decisão judicial, portanto ela faria
parte da base de cálculo e o contribuinte já havia demandado um pedido de ressarcimento e declaração
de compensação por conseguinte. LUTERO diz que então as compensações aí, foram entendidas como não
homologadas. JORGE VICTOR diz que elas foram entendidas como não declaradas. LUTERO diz que pelo
que ele viu no final está como não homologadas e que aí existe uma multa isolada por conta disso e JORGE
VICTOR diz que á na qual eles recorreram e LUTERO concorda e diz que o recurso que está aqui é tratando
disso. JORGE VICTOR diz que, inconformado com a multa e com a não homologação e LUTERO concorda.
JORGE VICTOR diz que eles não chegaram a receber auto de infração e LUTERO diz que isso, em tese,
seria via notificação, que isso é revisão interna. JORGE VICTOR diz que eles devem estar com as 3 coisas no
recurso, que devem estar se insurgindo contra a não homologação da compensação, contra a cobrança
indevida, porque eles entraram com um pedido de compensação que não foi homologado e que portanto o
débito ficou em aberto e que devem estar se insurgindo contra... que não sabe se eles chegaram a se insurgir
contra o negócio do Parecer da Procuradoria. JORGE VICTOR diz que se lembra que comentou com
LUTERO que esse Parecer da Procuradoria é um absurdo, porque a decisão da DRJ, sequer entra no mérito e
que ela simplesmente decidiu com base no Parecer e que então não cabe declaração de concomitância porque
o troço já está na fase de execução. LUTERO diz que é e que a situação aqui já é outra e que já passou e que a
execução, essa sim é que precisa ser reconhecida. JORGE VICTOR diz que na hora que foi falar com o
nosso amigo (GILENO), que se encontrou com ele aí embaixo e que ele desceu pra fumar e que
encontrou com ele lá embaixo e que "JORGE VICTOR quis meio que sondar ele e saber se
eventualmente..." e que ele já tinha dito a JORGE VICTOR que a FABÍOLA já tinha pedido vistas e
que JORGE VICTOR chegou a perguntar a ele se ele não chegou a ver o voto do WALBER, porque
certamente ele deve estar inclinado por negar provimento”. LUTERO diz que ele deve ter visto, porque
o voto é aberto e que todo mundo da Turma vê e JORGE VICTOR diz que aí ele lhe disse que não, que
ele (WALBER) nem chegou a botar na pasta "P", porque já estava combinado hoje... porque o
julgamento ia ser ontem e que já estava combinado hoje de manhã que a FABÍOLA ia pedir vista e que
então ele nem chegou a botar o processo na pasta "P" e que não deu pra ele (GILENO) ver. JORGE
VICTOR diz que não sabe se é verdade o que ele (GILENO) estava lhe falando, mas que pelo menos.
LUTERO diz que pode ser, se já estava combinado e que deve ter sido isso mesmo e JORGE VICTOR
diz que ele se saiu por aí. JORGE VICTOR diz que está tentando ver se fala com ele (GILENO) e que
ligou ainda agora há pouco já no celular dele, mas que ele deve estar em seção ainda e que "QUER
CONVERSAR COM ELE PESSOALMENTE E QUE DE REPENTE BOTA ELE NA JOGADA" e
LUTERO diz: "MEU AMIGO, É BOM! VEJA AÍ, DE REPENTE A GENTE SENTA, ENTENDEU?"

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e JORGE pergunta: "porque não?". LUTERO diz que sim. JORGE VICTOR diz que está tentando
ver se consigo falar com ele, mas que aí lhe tocou esse negócio da concomitância, mas que tinha esquecido
do problema da decisão da Delegacia e da cobrança. LUTERO diz que já tem e que o processo já desceu pra
execução do acórdão. JORGE VICTOR fala "nada do ANTONIO?" e LUTERO diz que retorna pra JORGE,
que vai ligar lá novamente e que retorna pra JORGE VICTOR.
Nesta ligação inclusive, EDUARDO chega a consultar TAMAZATO sobre
o procedimento a ser adotado dizendo que eles têm a possibilidade de “mudar o cenário” ou
“manter a posição” através da Conselheira FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS.
TAMAZATO lhe diz que “neste primeiro momento eles não vão nos contratar”,
evidenciando sua ligação com o BANCO BRADESCO.
Código: 572793
Data: 16/10/2014 Hora: 17:25:09 Duração: 00:02:45
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X TAMAZATO-CONTINUAÇÃO BRADESCO/SANTANDER
Arquivo: 20141016172509011.wav

Degravação:
EDUARDO diz que "conhece uma pessoa que é muita amiga dela" (FABÍOLA CASSIANO
KERAMIDAS - CONSELHEIRA DO CARF), mas que "não sabe se vale a pena fazer alguma coisa";
TAMAZATO fala que vai pro mês que vem agora; EDUARDO diz que "no sentido de tentar mudar o
cenário", por que, como já tem uma pessoa que conhece, que sabe que pode estar com eles, ela agora,
conversou com uma pessoa "que a conhece" que também poderia e "de repente poderia até mudar o
quadro" (risos); TAMAZATO diz que neste primeiro momento eles não vão nos contratar; EDUARDO
diz que o sentimento é aquele mesmo, eles vão aguardar; pergunta se eles (BRADESCO) mandaram
alguma mensagem neste sentido; TAMAZATO diz que não, que não falaram nada; EDUARDO diz que
"também até vale a pena falar com ela para manter a posição"; TAMAZATO diz que é para EDUARDO
ver com carinho o caso do ESPANHOL (SANTANDER) por que está indo bem; EDUARDO diz que queria
falar com TAMAZATO sobre isto aí, até para saber o que ele está pensando; TAMAZATO pergunta se
segunda-feira EDUARDO vai estar lá para tomarem um café e combinam o encontro por volta de 11 horas;
TAMAZATO diz que então tomam um café e batem um papo na segunda-feira; EDUARDO pergunta se
TAMAZATO entregou as amostras, TAMAZATO diz que não ficou pronto e que só na semana que vem.
Esta ligação deixa clara a intenção do grupo em manipular os resultados dos
julgamentos dos processos administrativos dos bancos BRADESCO e SANTANDER. O
primeiro, com a tentativa de corromper o Conselheiro GILENO GURJÃO e a
específica preocupação de JORGE VICTOR de não cooptar GILENO antes que
EDUARDO acerte a “contratação” deles, inclusive com a possibilidade de ir a São
Paulo para fazer isso pessoalmente. Quanto ao SANTANDER, JORGE diz que só está

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esperando o “start” de EDUARDO e diz que quando isso acontecer “está contratado”
e que “vão levar o negócio em frente”.

Código: 576277
Data: 17/10/2014 Hora: 18:04:30 Duração: 00:07:32
Alvo: JEFFERSON SALAZAR
Fone Alvo: 11957795932 Fone Contato:
Interlocutores: SALAZAR X JORGE VICTOR-IDA A SÃO PAULO
Arquivo: 20141017180430004.wav

Degravação:
SALAZAR diz que esteve conversando por telefone com nosso irmão (EDUARDO), e que ele pediu que
perguntasse para JORGE VICTOR se sabe ou imagina qual foi o motivo ou os motivos da retirada de pauta
por nossa amiga (FABÍOLA KERAMIDAS) aí daquele processo; JORGE VICTOR diz que tinha falado com
ela no mês passado para que ela pedisse vista; se SALAZAR lembrava; só que no mês passado ela não foi;
que neste mês JORGE VICTOR não falou com ela, que na verdade não sabe o que aconteceu no julgamento
que ocasionou esta pedido de vista, se foi o pedido anterior ou se foi algo que aconteceu na seção;
SALAZAR diz que independentemente deste ponto de vista se JORGE VICTOR vislumbra alguma
coisa, alguns outros interesses, o que você tem na sua cabeça?; JORGE VICTOR diz que falou muito
rapidamente ontem com GILENO no intervalo da seção quando teve a vista para ...; que até perguntou
para ele se ele chegou a ver na tela do computador o voto de Presidente WALBER; que GILENO lhe
falou que não viu por que, como tinha transferido de um dia para o outro o julgamento e que de manhã
cedo já ficou combinado que a FABÍOLA ficaria com vista, ele nem chegou colocar o negócio no e-
processo; que ele nem ficou sabendo a posição que o relator iria adotar em relação ao processo;
JORGE VICTOR fala que está tentando contato com GILENO, que deveria ter falado ontem
pessoalmente; que está tentando falar com ele, que GILENO mora em SÃO PAULO, que passou o dia
inteiro atrás dele e ele não lhe retornou, por que a menina do escritório informou que ele estava num
cliente e não sabia se ele voltaria ao escritório hoje; JORGE VICTOR fala que está querendo ir a SÃO
PAULO na semana que vem para conversar com GILENO pessoalmente a respeito do processo;
SALAZAR diz que é ótimo que assim já conversam os "nossos assuntos outros também"; JORGE
VICTOR diz que não sabe se vale a pena já começar a conversar com ele, se ainda não têm a
contratação; JORGE VICTOR diz que estava pensando em ir na terça-feira; SALAZAR fala que
"para nós quanto mais cedo você vir é melhor"; JORGE VICTOR fala que se tivesse conseguido falar
com ele hoje, iria na segunda, mas como não conseguiu falar com ele hoje, vai tentar novamente na
segunda e vai na terça; SALAZAR diz que "na hora que você fechar com ele, ato continuo você me liga,
tá?; por que aí JORGE poderá dizer o momento que estará livre; JORGE VICTOR diz que seria
interessante SALAZAR conversar "com o nosso irmão aí" (EDUARDO) por que está tomando a
iniciativa de fazer estas ações, mas que por enquanto é tudo no escuro por que não sabe "se os caras
vão nos contratar"; que de repente estão investindo num negócio que não vai em frente; SALAZAR diz
que há ainda uma expectativa muito grande de EDUARDO de eles serem contratados; que estas
medidas que JORGE VICTOR está tomando, embora escuras, "são compatíveis com nosso raciocínio";
que acha que está correto; como agora vai dizer que JORGE virá na terça, já vai passar esta
informação para EDUARDO hoje que "já vai agilizar os pauzinho dele, pra acionar, ver e inflamar
tudo pra na terça-feira a gente sentar e passar, e como diz, passar a régua nos nossos assuntos";
“SALAZAR fala sobre a admissibilidade do ESPANHOL como é que está, o que está andando...;

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JORGE VICTOR diz que estão aguardando notícias de vocês pra levar o troço em frente; que eles
também estão aguardando; que na hora que der o start, tá contratado, estarão levando o negócio em
frente; que estão aguardando vocês”; SALAZAR diz que vai ligar para EDUARDO agora, que
bateram este papo, que ele tinha estas dúvidas e vai dizer que você deve estar vindo aqui na segunda ou
terça feira, que na hora que você vislumbrar você me dá mais ou menos o momento que nós vamos
estar juntos, se antes ou depois de se conversar com GILENO, você é que escolhe o "time"; JORGE diz
que primeiro vai ver a disponibilidade de tempo que GILENO teria e aí a gente vê; SALAZAR diz que
para "nosso irmão" (EDUARDO) na parte da tarde sempre é melhor pra ele.

Código: 603022
Data: 28/10/2014 Hora: 14:20:37 Duração: 00:14:58
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X EDUARDO-CASO BRADESCO
Arquivo: 20141028142037008.wav

Degravação:
Pra retomar a conversa anterior, JORGE pergunta até onde EDUARDO o ouviu e este diz que
"JORGE estava dizendo que estava atrás do GILENO desde aquele dia" e JORGE diz que está atrás
dele (de GILENO) desde a semana passada e que não tem conseguido falar com ele, mas que tem
conseguido se comunicar e que ele está com um problema de saúde na família e que não tem ido no
escritório. "JORGE DIZ QUE A SUA INTENÇÃO É COOPTÁ-LO PARA UMA TESE NOSSA" que
JORGE acha que pode derrubar o processo na Turma Ordinária, se ele topar. JORGE diz que está
ressabiado de fazer o investimento nessa empreitada, porque o SALA lhe disse que o EDUARDO falou
que manda eles se "foderem" porque não deram resposta nenhuma pra EDUARDO depois daquele
contato lá em Osasco e que então "queria saber de EDUARDO se ele leva a empreitada adiante ou se
deixa ver o que vai acontecer na Turma Ordinária pra gente depois tentar voltar ao circuito" e
pergunta a EDUARDO o que ele acha e EDUARDO diz que se JORGE vislumbra uma tese favorável,
EDUARDO não descartaria e que a única preocupação, que a única questão, que é uma precaução na
verdade é a de que JORGE vai falar com ele e que "se ele agasalhar a ideia" e que se a gente não tiver
uma sinalização aqui positiva pra isso de momento e que aí "ele teria que também estar conosco no
aspecto de recuar" e que ele seria a pessoa que faria parte e condicionado se nós conseguirmos ter um
sinal verde, seguimos nessa tese, se não, "ele também continua conosco recuando" e que "depois vamos
levar lá pra cima" e que "naturalmente ele fica conosco de alguma forma". EDUARDO diz que então
se JORGE consegue ter essa abertura com ele de fazer uma avaliação e avaliação propositiva de que é
possível termos essa perspectiva, que aí a gente vê como é que tenta colocar isso pra eles aqui. JORGE
diz que está certo e EDUARDO diz que é porque mesmo que isso venha a ocorrer e eles também concordem,
nós temos certeza de que haverá recurso de qualquer maneira da parte deles. JORGE diz que sim, que vai
ter um recurso da Fazenda. EDUARDO complementa dizendo que a única diferença é a de que subiria
com 1 dos votos favoráveis, numa situação que no mínimo é melhor do que tentar virar tudo depois.
"JORGE diz que a nossa ideia, em rápidas pinceladas, é convencê-lo e que JORGE acha que não é
difícil", porque no dia em que JORGE conversou com ele e que foi no dia em que a FABÍOLA pediu
vistas, que JORGE chegou a perguntar se ele (GILENO) tinha chegado a ver o voto do Presidente, do
relator, como é que estava e que ele lhe disse que não, porque o processo não chegou a sequer ser
colocado na pasta "P", que é onde os Conselheiros passam a ter acesso a todo o processo já com voto e
tudo, com a minuta de voto do Relator e que ele (o Presidente) não chegou a colocar o processo na pasta

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"P" porque já tinha, antes do início da seção, já tinha ficado combinado que a FABÍOLA pediria vista
e que então JORGE falou com ele (GILENO) se ele achava que ia se encaminhar pelo mesmo rumo do
MERCANTIL (BANCO MERCANTIL), de uma diligência e que ele (GILENO) falou que era um
pouco diferente, porque eles têm uma sentença transitada em julgado e que então caso deles é um
pouco diferente e que aí a gente não evoluiu muito porque ele (GILENO) tinha descido pra fumar lá e
que voltou e estava em seção e que então não deu pra gente conversar e que JORGE tinha esperança de
conversar com ele mais tarde, no final da seção, mas que foi exatamente na quinta-feira que foi o dia
que ele iria embora de volta pra São Paulo e que estava terminando e que acha que já pegou ele no
avião e que o telefone estava fora da área e que depois disso não conseguiu falar mais com ele e que na
semana passada toda tentou e que não conseguiu. JORGE diz mais uma vez que a ideia dele é tentar
convencê-lo da tese de que a decisão da DRJ, na verdade ela é nula, porque ela não poderia ter se...(inaudível)
exclusivamente com o parecer da Procuradoria. JORGE diz que é aquela tese dele antiga de que a opinião da
Procuradoria num processo administrativo dentro do CARF, tem o mesmo poder que tem a opinião do
contribuinte, pois ela é parte do mesmo jeito que o contribuinte é parte. JORGE pergunta como é que a
Delegacia de Julgamento, sem fundamentar, sem trazer qualquer fundamento, julga um processo com base
num parecer da Procuradoria e diz que a Procuradora não tem competência pra fazer isso. "JORGE diz que
então a sua tese é a de que isso seja levantado eventualmente, arguido por ele próprio e que ele faria um
trabalho de tentar cooptar alguém da Fazenda que desse suporte à tese dele e que na pior das hipóteses
a gente ganharia por 4 a 2". EDUARDO pergunta se a tese for vencedora, se voltaria pra julgar na primeira
instância. JORGE diz que numa hipótese dessas é claro que a Procuradoria iria recorrer querendo sustentar
que sim, que o parecer da Procuradoria tem, né... mas que isso aí morre na Câmara Superior de graça, porque
a Câmara Superior já tem jurisprudência assentada de que a competência da Procuradoria no sentido de
elaborar pareceres consultivos só se aplica entre os órgãos da própria Procuradoria, da dívida ativa, da
execução fiscal e que ela não pode...(inaudível) como vinculante junto à DRJ nem ao CARF e que aí a gente
mataria o processo por aí. JORGE diz que isso aí tudo depende da concordância dele (GILENO) de ir
por esse rumo ou eventualmente da gente dar uma forçada de barra em cima disso pesada pra que o
Relator levante essa bola no dia do julgamento pra poder pré questionar a hipótese de um Recurso
Especial para a Câmara Superior, onde esse assunto seria examinado de forma mais consistente.
EDUARDO diz que entendeu e que se eles forem no sábado mesmo ou na próxima semana, que de
qualquer maneira nos próximos dias eles irão aí e que vai levar o "paper", que é aquele que ele tem e
que vai anotar alguns pontos pra JORGE trabalhar em cima, raciocinar em cima e que na hora que JORGE for
falar eventualmente com ele (GILENO), comentar sobre isso, se existe uma outra na própria DRJ, o
julgamento de uma outra, ele analisando um outro aspecto, que é o aspecto jurídico do acórdão que foi
transitado em julgado. EDUARDO diz que a própria julgadora da DRJ, a Relatora, diz que o acórdão que
restou julgado, que foi o acórdão do Tribunal, não teria acolhido a tese das receitas financeiras e que depois
ela aborda o parecer da Procuradoria e que aí teria que ser uma coisa concomitante, porque ele teria primeiro
que acolher o acórdão como sendo integrativo, a sentença transitada em julgado integrativa, desde a sentença
em primeiro grau mais aquilo que ficou ajustado no Tribunal e que aí contemplaria as receitas financeiras.
EDUARDO diz que aí num segundo momento que viria a questão da não aplicabilidade da Portaria do
parecer da Procuradoria e que tem 2 aspectos que EDUARDO inclusive citou. JORGE diz que essa questão
da Procuradoria que ele está levantando, seria tratada como preliminar e não como mérito, que seria o acórdão
do Tribunal em si, que aí teria que ser levado... EDUARDO diz que acha que tem que inverter e que ele vai
ter primeiro que reconhecer o aspecto do acórdão, porque a solução de consulta bate exatamente nessa
questão primeiro, que ela primeiro diz que o acórdão transitado em julgado não deu o direito para o
contribuinte sequer afastar as receitas financeiras. JORGE diz que o problema é que essa questão não subiu ao
CARF e que não foi adotada pela DRJ e que a DRJ simplesmente se ateve ao parecer da Procuradoria pra

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negar provimento ao recurso e que se fosse pela questão do acórdão o processo teria que voltar pra DRJ para
que ele voltasse a se pronunciar por uma matéria que ela não se pronunciou ainda e que aí nós vamos perder
tempo. EDUARDO diz que concorda e que é exatamente essa a preocupação dele, se não acabariam fazendo
voltar para a DRJ pra fazer um novo julgamento. JORGE diz que é isso que estão querendo evitar pra tratar o
assunto do parecer da Procuradoria como preliminar, porque você poderia considerá-lo como inapropriado,
como inadequado como fundamentos da decisão e decidir de forma diferente, sem precisar ouvi-lo
novamente. JORGE diz que essa decisão não se presta e vamos às razões do recurso que subiu a gente remete
ao CARF e que a decisão da DRJ ela é de fato anulável, mas que a DRJ não precisa se pronunciar novamente
sobre a matéria, porque a gente está decidindo exatamente sobre a possibilidade ou não da DRJ usar como
fundamento de razão de decidir, um parecer da Procuradoria que é parte no processo. EDUARDO diz que
entendeu e que vai até pegar o "paper" porque esqueceu de como ele alinhou essa questão e que sempre foi
fraco nesse argumento e que não abordou muito esse ponto de vista que JORGE está levantando, mas que aí
quando eles sentarem, eles conversam sobre isso e que até quando JORGE for falar com ele de novo, com o
GILENO na primeira oportunidade que é pra levar o assunto meio consensado entre nós, lhe dizendo que tem
esse e esse aspecto e que JORGE vai ver com ele o que é que ele acha e que é... JORGE diz que isso aí
também é um negócio que a gente tem que ter uma certa urgência porque no dia 11 nós temos seção e
que ainda não saiu publicada a pauta, mas que automaticamente o processo volta pra ela e dada a
importância dele, é bem provável que ele esteja na pauta já do primeiro dia da seção ou no segundo, dia
12. EDUARDO diz que entendeu e JORGE diz que 11 já é sem ser nessa semana, na outra e que então
se fosse o caso de uma decisão dessa a gente teria que ainda convencer o GILENO de pedir uma nova
vista de um processo que já foi tirado de pauta por vista duas vezes seguidas e que aí teríamos que
contar com a boa vontade do Presidente de conceder a vista (risos). EDUARDO diz que entendeu e
JORGE diz que é um negócio que tem que ter...(risos). EDUARDO diz que está claro e que está bom.
EDUARDO diz que vai falar com o SALAZAR, que eles combinam aqui e que falam com JORGE que
dia eles irão (a Brasília). JORGE diz que está bom e deseja saúde. EDUARDO agradece a mensagem de
apoio para que EDUARDO fique bom.
No último período monitorado houve uma questão importante no caso do
Banco BRADESCO, foi o julgamento do processo em comento, no qual o mesmo foi
autuado em R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais). O Banco sofreu um revés e perdeu
o processo por unanimidade por 6 votos a 0, conforme o acórdão 3302-002.768.
Com esse resultado o que se observou foi que a Presidência do banco
BRADESCO parece se render às tentativas de cooptação da organização criminosa no
atuante no CARF. A partir desse momento fica mais clara a participação de mais um
integrante, o MARIO PAGNOZZI JUNIOR (CPF Nº 724.918.178-53), o qual é sócio do
TAMAZATO e inclusive já foram identificadas transações no passado com a empresa SGR
CONSULTORIA do JOSÉ RICARDO DA SILVA e EDISON PEREIRA RODRIGUES.

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Nas primeiras conversas do monitoramento do alvo JOSÉ TERUJI


TAMAZATO, surgiu o MÁRIO mostrando interesse no resultado do julgamento do
processo do BANCO BRADESCO. Noutras conversas que MÁRIO estabeleceu com
EDUARDO, vê-se que ele também está envolvido no processo do BANCO SANTANDER.
Nessas conversas com TAMAZATO, MÁRIO mostra que mantém contato
direto com membros da Diretoria Executiva do BANCO BRADESCO e fala em “fechar
contrato” com eles. Fica claro também que o relacionamento existe há anos e que trata
pessoalmente com DOMINGOS FIGUEIREDO DE ABREU e LUIZ CARLOS
ANGELOTTI. Outros nomes são mencionados: TEIXEIRA e GUILHERME. Estes nomes
estão sendo analisados para identificação, visto que existem dois membros externos do
Conselho de Administração do BRADESCO que são: MÁRIO DA SILVA TEIXEIRA
JÚNIOR e CARLOS ALBERTO RODRIGUES GUILHERME.
MÁRIO não só demonstra interesse no resultado do julgamento do processo
do BANCO BRADESCO no CARF, como também diz que vai ao BRADESCO se
encontrar com ANGELOTTI, um dos Vice-Presidentes.
Notou-se em meio ao diálogo que eles falam sobre negociação de
“honorários” e na relação de confiança que o banco deve ter com MARIO e
TAMAZATO pelo tempo em que atuam juntos e em nome de empreitadas bem
sucedidas do passado. Segundo MÁRIO, cogitaram um encontro seu com TRABUCO,
Presidente do BRADESCO, para negociarem valores de honorários e sobre assunto
levado por EDUARDO sobre tributação de juros de capital próprio que interessou ao
banco.
Código: 636888
Data: 12/11/2014 Hora: 15:27:03 Duração: 00:02:12
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato: 11-985857034
Interlocutores: EDUARDO X MARIO-FALAR COM ANGELOTTI
Arquivo: 20141112152703011.wav

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Degravação:
MARIO pergunta se sabe se já foi julgado lá; EDUARDO diz que somente terá uma posição por volta de
cinco horas; MARIO fala que está indo no BANCO agora encontrar o ANGELOTTI; pergunta em qual
câmara que está, por que vai pedir para um amigo dar um ir lá ver o que está acontecendo;
EDUARDO informa que está na 3ª Câmara da 2ª Turma.
Código: 637239
Data: 12/11/2014 Hora: 17:21:36 Duração: 00:09:25
Alvo: TAMAZATO
Fone Alvo: 11991912066 Fone Contato:
Interlocutores: TAMAZATO X MARIO-VAI FECHAR O CONTRATO
Arquivo: 20141112172136000.wav

Degravação:
MARIO diz que conversou lá e que ele vai fechar aquele negócio lá conosco e que então tinha que
mandar alguns dados mais pra ele, mas que vai fechar e que justamente ele queria que o EDUARDO
visse pra ele sobre matriz, sobre as empresas daquele processo que vocês ficaram falando e que
MARIO foi embora, pagamento de dividendo, PIS, COFINS, tudo isso aí. MARIO diz que ele falou que
conversou com o ZÉ (TAMATAZO) e que falou pra ele diminuir o honorário e que ele não diminuiu e
que MARIO diz que diminuiu e que era 4 e depois 3 e TAMAZATO diz que não, que era 15 e que nós
fechamos por cima e MARIO diz que falou a ele que não e que vamos falar agora e que aí ele disse que era
pra eles ligarem pro ZÉ e que MARIO disse que era pra ele pegar o e-mail e que aí começaram a ligar pra
TAMAZATO e que disse a ele que era pra ele achar o e-mail lá, que estava no e-mail e que ele
(TAMAZATO) diminuiu e que tinha certeza absoluta de que ele diminuiu. TAMAZATO diz que é
lógico que diminuiu e MARIO diz que ele se queixou de que 1 bilhão ele iria pagar iria pagar 30 e que
MARIO lhe disse que ele ganha 1 bilhão e que não quer pagar 30. MARIO diz que ele perguntou se o
MARIO pode falar, se marcar com o TRABUCO vir e que MARIO lhe disse que sim, que se marcar
um dia a gente vem e vamos falar e que ele disse que então tá bom. MARIO diz que lhe perguntou sobre o
resto e que ele disse que não sabia e que ele perguntou se não estava julgando hoje e que MARIO lhe disse
que era outro processo que estava julgando hoje e que MARIO disse também que não acompanha isso aí e
que não estava sabendo. MARIO diz que ele falou que não estava julgando todos os processos todos
nossos não e que aquele de 3 bilhões e tanto não é hoje não e que saiu de pauta e que se tivesse entrado
tinham lhe falado e que MARIO disse que ele que tinha achado e que ele perguntou a MARIO de tiver uma
diligência e que MARIO disse que achava que não iria ter e que eles poderiam até ganhar esse processo,
que tem decisão judicial e que ele disse que iria ganhar aqui e que perguntou se na Câmara Superior
ganha e que MARIO lhe disse que aí não sabia e que ele disse a MARIO que a conversa dele não estava
igual àquele dia e que MARIO disse que era porque eles viram que estavam forçando e que deixaram
ele tocar e que LÉO é um "puta" advogado e que ele falou que MARIO estava falando isso porque eles
iriam perder e que MARIO disse que não e que tem decisão judicial. MARIO diz que ele falou que o
GUILHERME não conhece nem MARIO nem o TAMAZATO e que está a pouco tempo nessa área de
Vice Presidência do banco (BRADESCO). MARIO diz que estava ontem procurando uma carta da "MP
BIL" e que achou uma carta do ABREU assinando em 2002 o nome de MARIO, o nome do irmão de MARIO
e o nome de TAMAZATO e pergunta se TAMAZATO lembra dessa carta e este diz que não e MARIO diz
que está aqui com ele e que ele tirou uma fotografia e que hoje mostrou lá pra eles e que mandou eles lerem
isso aqui e que eles disseram que era pra mandar pro e-mail deles isso e que disse a ABREU que vai achar as
outras e que o ABREU se perguntou se foi ele quem tinha assinado essa carta junto com o MILTON e que aí
o ANGELOTTI falou que era um visto dele em cima da carta e que aí "perguntou a MARIO quanto eles

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recuperaram nessa época e que respondeu que foram 200 e poucos milhões de reais" e que eles
perguntaram quanto de novo e que MARIO respondeu 200 e poucos milhões de reais e que aí o
ANGELOTTI falou que não foi recuperação e que era homologação e que MARIO disse recuperação e
homologação e que foram eles que descobriram e que foram falar com eles lá e que até o TAMAZATO
veio pedir uns documentos pra você e que aí ele disse que foi verdade e que disseram caramba, faz
tantos anos assim e que aí MARIO falou se eles estavam vendo e que já era pra eles terem confiança
neles e assinar de costas e que aí eles deram risada e que aí entrou o TEIXEIRA e que MARIO mostrou
a carta pro TEIXEIRA e este disse que já tinha falado pra eles que eles não querem deixar com
MARIO, que por isso não fecha, mas que eles iriam pagar o pato depois. MARIO diz que então o restante
TAMAZATO tem que fazer o embasamento aí. TAMAZATO pergunta será eles ganharam o processo de
hoje pro ANGELOTTI ter falado isso pro MARIO e este diz que não sabe e que é na 3ª Câmara, 2ª
Turma. TAMAZATO diz que o ANGELOTTI ganhou na primeira e na Câmara Superior ganha
também e se MARIO fez essa pergunta e MARIO diz que ele perguntou se ganhar na primeira, se na
Câmara Superior ganhava e que MARIO disse que não sabia e que não podia falar e que eles disseram
que MARIO está mudando a conversa e que era porque MARIO sabia que eles iriam perder então.
MARIO disse que era o contrário e que uma decisão judicial não pode se negar e que aí o ABREU
mandou MARIO "tomar no cú", que falou desse jeito e que só porque ele tinha falado que manda
prender os caras e que MARIO disse que não e que MARIO tiver uma decisão judicial vai com ela até o
fim e que ele disse que o banco não pode ir e que MARIO disse a ABREU que sabe que não pode e que
por isso ele falou e que perguntou como é que o banco ia sair amanhã no jornal "BANCO BRADESCO
MANDA PRENDER CHEFE DA TRIBUTAÇÃO DE SÃO PAULO" ou o Superintendente de São
Paulo e que eles criaram o maio inimigo da face da terra e que o ABREU falou que é verdade. MARIO
diz então que a conversa foi boa e que eles pediram pra formatar então SEFIS, COFINS e que MARIO
perguntou se eles não iriam usar isso e que eles falaram que não e que é pra fechar e que então tem que
chamar o EDUARDO porque foi TAMAZATO e EDUARDO que ficaram lá no final dizendo que
poderia chegar a muitos bilhões esses créditos, dividendos, pagamentos e TAMAZATO diz que sim e
que são juros de capital próprio. MARIO diz que ele falou que o EDUARDO falou também sobre o
holding e que falou sobre tudo e que disse a MARIO que ele tinha ido embora e que esse cara
(EDUARDO e TAMAZATO) ficou falando sobre tudo e que então é isso aí e que vamos fechar PIS,
COFINS e TAMAZATO diz que a holding já examinou que precisa de capital próprio e MARIO diz
que então vamos embora, vamos fazer isso aí. TAMAZATO diz que vai ficar sabendo do resultado
ainda hoje e MARIO diz que ele falou que não tinha votação nenhuma e TAMAZATO diz que tem
votação hoje sim e MARIO diz que não é do valor que do negócio dele e TAMAZATO diz que é esse aí,
a não ser que alguém tirou da pauta e MARIO diz que ele falou que tirou da pauta e TAMAZATO diz
que pode ser que tiraram hoje e MARIO diz que não quis entrar nisso, porque disse a eles que sabia e
que não estava acompanhando esse processo e que ele ainda perguntou se MARIO não estava
acompanhando na 3ª Câmara, 2ª Turma, que foi desse jeito e que MARIO falou que não adiantava
acompanhar um negócio do qual ele não participa e TAMAZATO diz que ele (EDUARDO) marcou pra
falar 5 e meia a 6 horas lá.
Ainda no dia 12/11/2014 JORGE VICTOR pede pra que LUTERO sonde o
resultado do julgamento do processo do BANCO BRADESCO.
Código: 637113
Data: 12/11/2014 Hora: 16:42:01 Duração: 00:00:36
Alvo: LUTERO

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Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:


Interlocutores: LUTERO X JORGE-SONDA RESULTADO DO BRADESCO
Arquivo: 20141112164201061.wav

Degravação:
JORGE pergunta se tem jeito pra LUTERO dar uma sondada no resultado do julgamento do negócio
de Osasco (BANCO BRADESCO).
Já no outro dia de manhã cedo o LUTERO faz seu dever de casa e informa
ao JORGE VICTOR o resultado do julgamento do processo do BRADESCO dizendo que
“o negócio deu errado” e que “negou provimento”.
Código: 638926
Data: 13/11/2014 Hora: 11:29:52 Duração: 00:00:27
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE-NEGÓCIO DEU ERRADO
Arquivo: 20141113112952061.wav

Degravação:
LUTERO diz a JORGE que o negócio lá deu errado por unanimidade de votos e que passou um
torpedo pra JORGE e que negou provimento. JORGE pergunta se foi por unanimidade e LUTERO
confirma e diz que conversa depois com JORGE, pois está impedido.
Em continuidade o JORGE VICTOR liga para o EDUARDO para repassar a
informação da perda no julgamento do processo do BRADESCO.

Código: 638995
Data: 13/11/2014 Hora: 11:40:39 Duração: 00:01:08
Alvo: EDUARDO (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942923037 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X JORGE-BRADESCO PERDEU
Arquivo: 20141113114039065.wav

Degravação:
JORGE diz que o caso de ontem de Osasco, foi negado provimento por unanimidade. EDUARDO diz
que está ótimo.
EDUARDO, por sua vez, conversa com o MARIO e este procura saber
sobre o resultado do julgamento do caso BRADESCO, sendo que comenta que o
próprio TRABUCO (Presidente do BRADESCO) conversou com ele e que antes mas
antes de ir embora aí o TRABUCO entrou: “o MARIO, é..., fico feliz de você estar
aqui é...., ajudando o BANCO”. MÁRIO ainda fala sobre créditos tributários, assunto

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levado pelo próprio EDUARDO na reunião do dia 09/10/2014, e na possibilidade de serem


contratados.

Código: 639012
Data: 13/11/2014 Hora: 11:45:06 Duração: 00:05:29
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato: 11-985857034
Interlocutores: EDUARDO X MARIO-RESULTADO E CRÉDITOS BRADESCO
Arquivo: 20141113114506011.wav

Degravação:
EDUARDO pergunta se MARIO ficou sabendo do resultado (BRADESCO) e este responde que não
está sabendo de nada; EDUARDO informa que perderam por unanimidade; MARIO diz que ficou com
eles ontem e que, inclusive, TRABUCO veio lhe cumprimentar, "por que o que fui ontem lá, quero
conversar muito com você, se quiser eu vou no centro tudo, eu falei; se lembra duma conversa que você
teve lá, ele falou assim olha pagamento de dividendos, alguma coisa assim pode ter crédito holding ou
quando se paga pela holding, uma conversa que vocês tiveram paralela, lembra?"; EDUARDO diz que
sim; MARIO fala "orra, então aqui vai ter muito crédito, tem muito crédito, PIS, COFINS, isso, aquilo,
você foi falando lá pra ele, aí eu tive que vir embora, ele falou pô, fala pro nosso amigo que nos temos
interesse em contrata vocês pra fazer isso"; "então, alguém falou em torno de um bilhão, quinhentos,
não sei se foi você ou ele, entendeu; que ele mandou este recado querendo contratá-los a respeito disso;
MARIO prossegue dizendo que "a gente faz um paperzinho pra mandar, é..., baseado em que disse
naquilo, pá, ele contrata"; "bom, aí o TRABUCO me viu, entrou, então achei que eles já tinham
perdido, isto foi ontem ou foi hoje, foi ontem, né"; EDUARDO diz que foi ontem; MARIO fala "então
vou te contar, sai ontem seis horas da tarde, por que eu acho que tinha perdido; eles entraram, entrou o
TEIXEIRA, tava lá, o ABREU, tudo, escuta, perdendo lá e se for feito por diligência, como que vai
fazer"; "eu tava descalço, eu falei a... eu acho que vocês não perdem meu, vocês tem uma ação judicial,
é..., uma ação judicial, vocês tem argumento dentro do CONSELHO, em tanto tempo vocês tem o
trânsito em julgado, não tem valor, o valor que eu falo, o que é valor, é quinze, vinte, cem duzentos,
vocês tem o mérito, mérito vocês tem, ganhou o mérito, então, eu não sei..., aí eu vi que até o
TAMAZATO até me ligou, não sabia, contei esta história para ele, a então eles ganharam"; "ao
contrário, TAMAZATO falou eles ganharam, eles queriam saber de você, mas ganharam, olha como o
TAMAZATO falou, heim"; MARIO continua falando que foi dormir pensando neste negócio que eles
pediram; "ah, mas antes de ir embora aí o TRABUCO entrou: o MARIO, é..., fico feliz de você estar
aqui é...., ajudando o BANCO; e saiu também por que o cara é muito ocupado, né"; "pô, feliz que tá
ajudando o BANCO, não entendi, mas que eu entendi, que tudo que nós tamo falando, tão levando pra ele,
óbvio; ANGELOTTI e ABREU tá reportando a ele que a gente tem ido lá, você entendeu"; "isto eu entendi
bem, claro, bão agora perdeu, perdeu como, vai fazer a diligência também, não"; EDUARDO diz que não,
que não vão fazer; MARIO fala que " o dele perdeu, perdeu"; EDUARDO diz que perdeu por
unanimidade; MARIO prossegue: "você quer saber de uma coisa, na minha opinião, não ganha isso
nunca no SUPERIOR"; EDUARDO diz que acha que tem chance; MARIO fala para conversarem isto
pessoalmente, falar sobre aquele CNPJ que o JAPONÊS passou, se já mandou seguir e sobre aquele
negócio que EDUARDO conversou com ABREU, que EDUARDO falou que "então tem crédito";
MARIO diz que "foi ele quem chamou para a reunião, que não fui eu que marquei, ele me chamou, saí
de lá, cheguei lá quatro hora e sai seis hora, ficamo batendo bato, também muito papo furado lá, né; saí

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de lá depois de duas hora de conversa, uma hora de conversa séria, vai; sabiam que tinha perdido,
puta, agora você me alertando, ha..., foi isso que o homem ó..., tô feliz de tá aqui nos ajudando;
EDUARDO diz que tentou falar com TAMAZATO, mas que não atendeu; mas "seria interessante
depois você fala que ele de uma ligadinha lá pra eles, pro LUIZ e perguntar como é que foi, só pra ver o
que ele vai falar"; MARIO diz "pode deixa, eu mesmo ligo agora"; "vamo encontrar que isso ele quer
contratar é pra este ano, heim meu".
EDUARDO pede pra que SALAZAR confirme com JORGE sobre a suspeita
de interferência de GILENO no julgamento.
Código: 639066
Data: 13/11/2014 Hora: 12:04:03 Duração: 00:04:14
Alvo: EDUARDO (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942923037 Fone Contato:
Interlocutores: EDUARDO X SALAZAR-DETALHES DO JULGAMENTO BRADESCO
Arquivo: 20141113120403065.wav

Degravação:
EDUARDO diz que JORGE e ele estão tentando ligar pra SALAZAR e não dá nada e que JORGE teve que
ligar pra EDUARDO, que diz que o telefone de SALAZAR está com problema. SALAZAR pergunta se será
que está grampeado e EDUARDO diz que deve ser o aparelho. SALAZAR pergunta se pode desistir de ligar
pera JORGE, já que ele conseguiu falar com EDUARDO e este diz que se SALAZAR quiser tirar alguma
dúvida, porque conversou rapidamente com JORGE e que seria importante, porque o resultado foi 6 a
0 contra (risos). SALAZAR pergunta se foi contra o contribuinte e EDUARDO confirma. SALAZAR
diz que era o que se esperava e EDUARDO diz que 6 a 0 não esperava não. SALAZAR diz que "meio
azar, azar inteiro" e "EDUARDO diz que tínhamos aquela suspeita de pudesse haver alguma
interferência lá" e que o que SALAZAR depois puder falar com ele (JORGE) pra ter algum detalhe se
ele tiver já, "até como votou o amigo dele lá (GILENO)". SALAZAR pergunta se JORGE falou alguma
coisa com EDUARDO sobre o amigo dele e EDUARDO diz que não e que foi muito rápido que conversou
com ele. SALAZAR diz que vai tentar falar com ele e EDUARDO diz que esqueceu ontem de falar com
SALAZAR sobre o pessoal da "POLI", do nosso amigo do centro que vai estar lá, vai falar sexta-feira de
manhã e que deve saber alguma coisa. SALAZAR diz que então nesse caso vai até aguardar e que nem vai
ligar pra ele e EDUARDO diz que está só falando com SALAZAR.
TAMAZATO conversa com EDUARDO sobre o resultado do julgamento e
este procura saber de TAMAZATO se ele já tinha falado com MÁRIO. TAMAZATO diz
que sim e que ficou sabendo que tinha dado unanimidade.

Código: 639365
Data: 13/11/2014 Hora: 13:34:43 Duração: 00:04:27
Alvo: TAMAZATO
Fone Alvo: 11991912066 Fone Contato:
Interlocutores: TAMAZATO X EDUARDO-JULGAMENTO BRADESCO
Arquivo: 20141113133443000.wav

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Degravação:
EDUARDO pergunta se TAMAZATO falou com MARIO “por um acaso... lá da PUC(?)” e este diz
que MARIO lhe falou que tinha dado unanimidade e pergunta quanto foi e EDUARDO diz que foi 6 a
0. TAMAZATO então diz: "puta merda" e pergunta se agora prosseguimos e EDUARDO diz que é
possível, mas que agora é ver o que eles vão dizer, qual vai ser a reação deles, mas que acha
interessante conversar e que vamos ter que trabalhar bastante, mas que acha que... TAMAZATO diz
que tem que ser mais ou menos rápido pra ter tempo. EDUARDO diz que precisa ver e que está esperando
naturalmente os detalhes de como foi e que se não tiver isso hoje, mas amanhã, até pra ver o teor, mas que é
aquilo que EDUARDO tinha esclarecido lá naquele dia com eles, deixando claro que não é aquilo que ele
pensa. TAMAZATO diz que então aquilo que nós falamos ontem nem aconteceu e EDUARDO diz que
acha que não e que aquela suposição que EDUARDO também tinha de que haveria alguma
interferência lá não aconteceu. TAMAZATO diz que o que gente sabe é que ele nunca trata disso e
EDUARDO diz que seria uma surpresa, mas que nunca descarta, até porque as coisas vão mudando,
que as pessoas mudam, mas que não ocorreu, senão não teria sido essa “avalanche”. TAMAZATO diz
que então tá bom e que vão caminhando e se falando. EDUARDO diz que agora liga lá pro TEIXEIRA e que
um HNI disse que assinava... e EDUARDO diz que assinar, assinava, mas que ele disse que apostava com
todas as fichas que estava tudo sob controle. TAMAZATO pergunta se EDUARDO recebeu o e-mail que lhe
mandou e EDUARDO pergunta se é o negócio lá do MOBIL e TAMAZATO diz que é sim, aquele do Pará e
EDUARDO diz que viu ontem, mas que não conseguiu abrir porque estava com problema na rede aqui.
TAMAZATO diz que ele fez já uma análise superficial e que como ele mandou só o resultado, TAMAZATO
falou pra ele mandar a outra via onde tem os comentários e que então ele ficou de mandar pra TAMAZATO
entre hoje e amanhã e que o CRISTIAN é que está vendo e que foi ele quem descobriu isso. TAMAZATO diz
que a pessoa não precisa desembolsar nada e que a pessoa só quer participar do assunto. EDUARDO diz que
vai ter que fazer a mesma coisa e que vai acabar tendo que mandar o ...(inaudível) dar uma olhada e
TAMAZATO concorda e diz que pediu as vias que já tem a análise feita só pra ver se a empresa é idônea,
mas que logo que chegar vai mandando pra EDUARDO.
EDUARDO volta a fala com o MARIO que o processo do BRADESCO que
foi julgado era relativo a 3 bilhões de reais e sobre o “paper” que EDUARDO está
preparando do processo do BANCO SANTANDER.
Código: 639497
Data: 13/11/2014 Hora: 14:15:16 Duração: 00:01:46
Alvo: EDUARDO 3
Fone Alvo: 11999531854 Fone Contato: 11-985857034
Interlocutores: EDUARDO X MARIO-3 BI BRADESCO/PAPER SANTANDER
Arquivo: 20141113141516011.wav

Degravação:
MARIO pergunta se o valor do processo que foi votado no Conselho ontem foi 3 ou 2 e EDUARDO diz
que foi tudo e que foi 3. MARIO diz que “estão fodidos" e que estão ligando e que já ligaram duas vezes
e MARIO não atendeu e pergunta se eles tem o telefone de EDUARDO (risos). MARIO pergunta se
EDUARDO sabe com quem ele almoçou e MARIO diz que foi com PAIVA e que esse é o homem que
manda no SANTANDER hoje e manda EDUARDO guardar esse nome. EDUARDO diz que está
preparando o "paper" nosso e que ontem inclusive falou com o pessoal lá (JORGE VICTOR) e que vai

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ver se consegue terminar até o fim de semana e depois conversam e que o de ontem é 2 do principal e 1
de multa e que por isso dá 3.

Na outra ponta do Núcleo SALAZAR se anima com JORGE entendendo


que a derrota do BANCO BRADESCO seria boa para eles serem “contratados” e procura
detalhes do julgamento. SALAZAR diz que “ainda estamos na jogada”, com o que JORGE
VICTOR concorda.

Código: 639789
Data: 13/11/2014 Hora: 16:13:23 Duração: 00:03:20
Alvo: SALAZAR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 11942053511 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-BRADESCO /RESPOSTA DO CAREQU
Arquivo: 20141113161323064.wav

Degravação:
SALAZAR diz que JORGE já deu um retorno pro irmão e que disse que a porrada foi violenta.
JORGE diz que sim (risos) e "SALAZAR diz que isso ele acha que ajuda a gente" e pergunta qual é a
percepção de JORGE e este diz que não sabe se ajuda, porque JORGE acha que vai ficar um pouco
difícil agora pra arrumar um paradigma e que o problema todo é que você não tem um precedente
nessa matéria. SALAZAR concorda e diz que JORGE já tinha falado, mas que vamos pra frente e que
está curioso e pergunta se JORGE descobriu ou vislumbrou alguma coisa do GILENO e JORGE diz
que não e "que tentou de todo jeito, mas que não conseguiu" (risos), mas que "pelo jeito que ele pensou
que tivesse cooptado pelos patronos da causa", caiu por terra, porque foi por unanimidade, que eles
perderam por... e que então ele votou contra. SALAZAR diz que pensou igual a JORGE e que quando
nosso irmão lhe falou SALAZAR disse, "puta merda" se o outro está do lado de lá, se "fodeu". JORGE diz
que estava crente que a coisa ia sair pela diligência, como foi o outro daquele caso do BANCO MERCANTIL
e que não entendeu porque eles optaram por negar provimento por unanimidade. SALAZAR pergunta se o
patrono estava lá e JORGE diz que não conseguiu obter essa informação e que o LUTERO está tentando ver
essa informação pra nós. SALAZAR diz que se ele estivesse de corpo presente é uma porrada e JORGE diz
que é e que deve ter sido por isso que ele não quis dar a notícia pro contribuinte (risos) e que imagine levar
uma notícia dessas. SALAZAR diz que não resta dúvida e que "de qualquer forma nós ainda estamos na
parada" e JORGE diz que estamos na parada. SALAZAR diz que vai conversar e que estar 7 horas com o
CAREQUINHA e que dependendo da resposta ainda liga pra JORGE.
Aqui, SALAZAR pede a JORGE que inicie a procura por um
paradigma juntamente com o LUTERO, pois EDUARDO vai marcar uma reunião
com o BRADESCO e está confiante de que serão contratados para atuarem na
Câmara Superior. JORGE então já sugere que entrem com Embargos de Declaração,
visto que terão dificuldades em encontrar o paradigma para o julgamento na Câmara

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Superior.
Código: 639834
Data: 13/11/2014 Hora: 16:27:51 Duração: 00:02:30
Alvo: JORGE VICTOR (CIRCUITO)
Fone Alvo: 6194147000 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X SALAZAR-JÁ SUGERE EMBARGO DE DECLARAÇÃO
Arquivo: 20141113162751008.wav

Degravação:
SALAZAR diz a JORGE que já procuraram o nosso amigo (EDUARDO) e que ele pediu pra JORGE e o
outro nosso amigo aí (LUTERO), junto com JORGE procurasse logo um paradigma porque ele acha
que já vai marcar uma reunião aqui e que vai dar tudo certo aqui e que tem convicção que “nós
estamos na fita”. JORGE diz que o problema é que ele acha que o que nós temos que fazer agora, antes de
qualquer coisa, é um Embargo de Declaração, porque este independe de paradigma e que a gente vai ter que
ver o acórdão pra ver as razões que eles alegaram pra negar o provimento e lascar um embargo de declaração
em cima já pré questionando alguma coisa. JORGE diz que é porque se depois a gente não conseguir de
qualquer forma o paradigma, em cima do embargo de declaração, a gente pode talvez optar pelo caminho
judicial e que aí vai no Mandado de Segurança. SALAZAR diz que está certo, que gostou da ideia e que vai
passar isso pra ele e amanhã com certeza vai ligar pra JORGE pra se falarem e que vai ligar de tarde com ele
(EDUARDO) junto pra eles já se falarem, mas que já ligaram pra ele hoje e que era pra passar pra JORGE
que já estão querendo conversar.
Voltando um pouco no tempo, no contexto da conversa que EDUARDO,
TAMAZATO e MÁRIO tiveram com a Presidência do BRADESCO em Osasco/SP no dia
09/10, e iniciada por EDUARDO, vislumbra-se que se trata de algo de caráter sigiloso,
mas que ainda assim EDUARDO se compromete a levar a informação por escrito.
Percebe-se também que beneficia o contribuinte a partir de seus balancetes e que gira
em torno de “juros de capital próprio”. Falam também sobre o caso do BRADESCO,
quando TAMAZATO diz que tem que trabalhar para achar um paradigma e o
patrono da causa, LÉO KRAKOWIAK, deve fazer o recurso. Acrescenta ainda que
eles, devem “achar e ter uma pessoa que aceite este paradigma”, pois “se for direto
vão indeferir e aí só resta o judiciário”, mas “aí esquece”.
Código: 642139
Data: 14/11/2014 Hora: 13:14:47 Duração: 00:02:47
Alvo: TAMAZATO
Fone Alvo: 11991912066 Fone Contato: 11-985857034
Interlocutores: TAMAZATO X MARIO-INFORMAÇÃO SIGILOSA

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Arquivo: 20141114131447000.wav

Degravação:
TAMAZATO diz que terça-feira, 11:00 h., ele (EDUARDO) vai no escritório, que este negócio de juros
de capital próprio não tem uma legislação própria dizendo que é isento; que ele tem uma informação da
procuradoria de uma consulta que ele fez, só que ninguém sabe disso; que na segunda feira TAMAZATO vai
tentar montar pelos balancetes do BANCO CENTRAL e que na terça feira irão sentar para ver se
incluiu em 2009 ou não; que ele vai levar este embasamento com esta informação da
PROCURADORIA que mesmo sendo sigiloso ele vai passar para um papel; TAMAZATO fala que este
assunto grande (BRADESCO), ele falou que não tem paradigma para admissibilidade para a
CÂMARA SUPERIOR; que ele falou que tem que trabalhar para achar um paradigma para o LÉO
colocar no recurso dele e que vai ter uma pessoa que vai apreciar isso e vai aceitar; que se for direto
eles vão indeferir e aí só resta ir ao judiciário de volta; MARIO diz "aí esquece"; TAMAZATO fala
que o discurso ao falar com MARIO TEIXEIRA é este, que LÉO não vai encontrar paradigma para
admissibilidade na CÂMARA SUPERIOR; vai ter que achar um e ter uma pessoa que aceite este
paradigma; MARIO diz que se ele (JORGE VICTOR) tem aquele cara que ele falou lá que é o genro
(?) ...; TAMAZATO diz que ele falou que dá pra fazer tudo; que na terça sentam os três para ver o que
fazer.
Feitas essas colocações, observamos que o NÚCLEO de fato tem grande
proximidade com o mais alto escalão do Banco BRADESCO e o fazem por intermédio de
MARIO PAGNNOZI JUNIOR E JOSÉR TERUJI TAMAZATO.
Analisando o conteúdo dos diálogos e diligências, constatamos que o
NUCLEO praticou mais uma vez o crime de Tráfico de Influência já que colocaram o
EDUARDO para se reunir com a Presidência do Banco BRADESCO a fim de solicitar
contratação a pretexto de influir no resultado do Processo nº 16327.000190/2011-83,
inclusive informando que poderiam corromper os Conselheiros FABÍOLA
CASSIANO KERAMIDAS e GILENO GURJÃO BARRETO ou obter vistas a fim de
retardar o julgamento.
O julgamento do processo ocorreu no dia 12/11/2014, como observamos
no acórdão 3302-002.768, de acordo com o último período de interceptação o
NÚCELO confabulava mais uma vez a venda de mais um produto, a reversão do
resultado negativo no Processo na Câmara Superior, prometendo achar o paradigma
para o Recurso Especial e alguém para apreciar isso e aceitar, Incidindo mais uma vez
no crime de tráfico de influência, e assim na outra incidência acima mencionada,

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atribuíveis ao JORGE VICTOR RODRIGUES, LUTERO FERNANDES DO


NASCIMENTO, JEFERSON RIBEIRO SALAZAR, EDUARDO CERQUEIRA
LEITE, JOSÉ TERUJI TAMAZATO e MARIO PAGNOZZI JUNIOR.
Tendo em vista o encerramento do monitoramento telefônico em razão
de determinação judicial restou pendente saber se a Presidência do banco BADESCO
iria compactuar com o grupo e buscará corromper conselheiros para fazer valer os
seus interesses em detrimento da Fazenda Federal, ou repudiar a oferta.

1.4. OUTROS CASOS:

Como já demonstrado acima o JORGE VICTOR se coaduna com o


LUTERO realizando traficando influência e advocacia administrativa fazendária. Aqui, os
mesmo procuram informações para um cliente do LEONARDO SIADE MANZAN, o qual
inclusive trabalha no escritório da SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL. Esse caso se
trata da JG RODRIGUES E CIA LTDA, está relacionado novamente a JORGE
FREIRE (JORGE CELSO FREIRE DA SILVA), Conselheiro e membro da 1ª Turma,
vinculada à 1ª Sessão da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF e Presidente da 4ª
Câmara da 1ª Turma Ordinária da 1ª Seção de Julgamentos.

Código: 462826
Data: 04/09/2014 Hora: 11:46:36 Duração: 00:04:51
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X LUTERO-NOTÍCIAS ALVIÇAREIRAS
Arquivo: 20140904114636032.wav

Degravação:
LUTERO diz a JORGE que tem notícias "alviçareiras" e JORGE diz que isso é bom e que ele gosta e
LUTERO pergunta como está o tempo de JORGE no expediente da tarde, bem no iniciozinho e JORGE diz
que vai passar com a JULIANNA aí pra conversarem, por volta das duas horas e diz que marcou reunião com
os meninos hoje e que perece que eles têm novidade e que vai dar um toque pra eles lá, pra depois falar com
JORGE e que marcou com ele entre duas e meia e 3 horas, mas que essa notícia que LUTERO tem que dar a

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JORGE é pessoalmente, pra JORGE se articular também. JORGE pede pra que LUTERO leve pra ele
aquele negócio do JORGE FREIRE e LUTERO diz que sim, JORGE complementa dizendo que é o
negócio do "LÉO" e LUTERO diz que está certo. JORGE pergunta se a menina já devolveu a
LUTERO e ele diz que pegou uma informação aqui agora e que está no e-mail dele. LUTERO pergunta
se JORGE se lembra do número do processo e JORGE passa: 10283720724/2007-82 e LUTERO diz
que está com um outro aqui que pegou agora a decisão e diz "negar provimento ao recurso, beleza, eu
sabia disso, esse aqui é do pessoal lá do outro lado!". LUTERO diz que já vai subir pra levar pra
JORGE.

Código: 476541
Data: 09/09/2014 Hora: 18:32:02 Duração: 00:00:36
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE- NEGÓCIO DO LÉO MANZAN
Arquivo: 20140909183202061.wav

Degravação:
JORGE diz que o LÉO está cobrando dele o negócio do amigo (...enorme???...)” (possivelmente o
LONGO???) lá e pergunta se LUTERO consegue pegar a assinatura. LUTERO fala que até agora não,
porque o “JOR”..."nosso amigo" não chegou; JORGE pergunta se não chegou. LUTERO diz que não, o
“PRESIDENTE” esteve lá e saiu cedo. LUTERO diz que ontem até pegou umas coisas lá, mas não veio no
meio. LUTERO diz que vai fazer o seguinte: amanhã vai buscar pessoalmente e resolve amanhã de todo jeito.

Código: 552780
Data: 08/10/2014 Hora: 10:37:37 Duração: 00:00:29
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato:
Interlocutores: MANZAN X THOMPSON-PASSA ENDEREÇO
Arquivo: 20141008103737051.wav

Degravação:
THOMPSON pergunta qual é o endereço mesmo de MANZAN aí e MANZAN diz: QL 10, Conjunto 10,
CASA 1 e THOMPSON agradece e diz que está chegando aí.

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Além do caso demonstrado acima, o JORGE VICTOR se coaduna com o


LUTERO para praticarem advocacia administrativa em favor de mais um cliente do
LEONARDO SIADE MANZAN, parceiro de JORGE VICTOR na SBS CONSULTORIA
EMPRESARIAL. Eles chamam de EVORA e aparentemente também envolve o JORGE
CELSON FREIRE DA SILVA, porque se referem novamente “ao nosso amigo” EVORA
COMERCIAL DE GENEROS ALIMENTÍCIOS LTDA, no processo 10950.001001/2006-
90.

Código: 520322
Data: 25/09/2014 Hora: 11:59:08 Duração: 00:01:30
Alvo: JORGE VICTOR

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Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:


Interlocutores: JORGE VICTOR X LUTERO-CASO ÉVORA DE LÉO
Arquivo: 20140925115908032.wav

Degravação:
JORGE diz que o LÉO está lhe perguntando aqui sobre o caso ÉVORA (risos) e LUTERO diz que
ficou de fazer uma minuta pro "nosso amigo" e conversar com ele e JORGE fala que é um novo
despacho e LUTERO confirma, mas diz que nesse corre-corre isso não foi possível até o momento .
JORGE diz que ele deve estar indo embora hoje e LUTERO diz que possivelmente amanhã ou hoje no final
da tarde, mas que hoje LUTERO está num corre-corre só, mas que na semana que vem ele está aqui.
LUTERO diz que convidou "nosso amigo" para almoçar fora e que ficou de passar na sala dela umas
duas e meia, que havia muita gente perto e que por isso não conseguiu conversar.
Código: 551000
Data: 07/10/2014 Hora: 12:08:24 Duração: 00:01:00
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE VICTOR X LUTERO-ALIADO NO CASO ÉVORA
Arquivo: 20141007120824032.wav

Degravação:
JORGE diz que LUTERO lhe falou que são duas situações (no final da ligação anterior), mas que são 3,
porque LUTERO lhe falou que outro estaria aqui nessa semana também, pra ver o negócio da ÉVORA
e LUTERO confirma dizendo que sim e que está com o material em cima da mesa dele também.
JORGE pergunta se LUTERO chegou a "minutar o troço" e LUTERO diz que está aqui fazendo isso e
que tem alguma coisa a mais pra conversarmos com ele além da simples minuta, mas que vai verificar
isso também ao mesmo tempo, se um e outro vai estar aqui e posiciona JORGE.
JORGE VICTOR comenta com LUTERO sobre o processo da ÉVORA em
que eles precisam trabalhar ainda neste ano e, para tanto, devem aproveitar a presença de
JORGE CELSO em Brasília/DF.
Código: 648510
Data: 17/11/2014 Hora: 11:42:05 Duração: 00:01:32
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato:
Interlocutores: LUTERO X JORGE VICTOR -ENVIAR DUAS PEÇAS
Arquivo: 20141117114205061.wav

Degravação:
(A PARTIR DE 0:33) JORGE VICTOR diz que LUTERO ficou lhe devendo duas peças que iria enviar por e-
mail, que uma era o recurso da Fazenda e o outro é... LUTERO diz que lembrar quais são as duas; LUTERO
diz que está sem condições de passar neste momento pois não está no órgão; quando chegar lá ele manda; que
já estão com ele; JORGE VICTOR diz que esta semana o "nosso amigo" (JORGE CELSO) deve estar
aqui, pois tem seção, pra ver o negócio da ÉVORA, pois daqui a pouco termina o ano e não conseguem
matar "esse trem"; LUTERO diz que eles têm condição de trabalhar a questão esta semana.

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Mais um caso que explicita a parceria do grupo JORGE VICTOR,


LUTERO, SALAZAR é um caso de uma empresa na Bahia que eles chamam de
“SARAÍBA”, para o qual buscam paradigmas para levar o caso à Câmara Superior, aonde
tudo parece ser mais fácil de resolver. Analisando as circunstâncias percebemos que pode
se tratar de um processo da Ilha de Saraíba, que se encontra na Baía de Todos os Santos e
que foi alvo de OPERAÇÃO ALQUIMIA, em trabalho conjunto da Polícia Federal com a
Receita Federal. Segue link de matéria sobre a operação que culminou no confisco da ilha
de Saraíba, avaliada em 15 milhões. (http://www.photossintese.blog.br/index.php?option=com_c
ontent&view=article&id=403%3Ailha-confiscada-pela-operacao-alquimia-tem-dono-marcelo-
guimaraes&catid=35%3Aartigos&Itemid=53”)

Código: 501548
Data: 18/09/2014 Hora: 19:45:05 Duração: 00:05:31
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 61-99869141
Interlocutores: JORGE X LUTERO-CASO SARAHYBA E AGENDA DE CARTAXO
Arquivo: 20140918194505032.wav

Degravação:
LUTERO diz que está no CARF ainda, mas que já conversou com "o nosso amigo” e que acha que eles têm
novidade pra amanhã e JORGE diz que é beleza e que fala a JORGE pessoalmente e JORGE diz que está bom
e LUTERO diz que ele concordou na gente dá um toque pra frente no negócio, na bola lá, dar mais um passo
e JORGE diz que é muito bom e que amanhã conversam pessoalmente; JORGE pergunta se "os rapazes
deram notícia" e LUTERO diz que não, que deve se encontrar com eles amanhã de manhã e que soube que
eles viajaram hoje novamente. JORGE diz que LUTERO havia lhe dito que eles estariam aqui hoje no almoço
e LUTERO diz que eles voltaram ontem mesmo à noite, mas que hoje viajaram e que a gente tinha agendado
pra depois do almoço, mas como LUTERO não confirmou, não foi, mas que já passou um what's app pra eles
pra se reunirem amanhã de manhã. LUTERO diz que amanhã tem um evento da 3ª Sessão lá na CNC e
JORGE diz que não gosta muito dessa área aduaneira, que tem raiva desse troço, que a legislação é antiquada
e horrorosa, que é um absurdo e LUTERO diz que ele tem razão e JORGE diz que só em falar em termo de
perdimento ele se arrepia e que é uma matéria que nunca lhe chamou a atenção e que ele nunca gostou.
JORGE diz que tem duas coisas que queria de LUTERO pra amanhã e LUTERO diz pra JORGE mandar e
este diz que precisava dessas informações até a hora do almoço, pois precisa conversar com "os nossos
parceiros" (SALAZAR e EDUARDO) por volta de uma hora da tarde e que precisa disso pra passar
pra eles e que uma delas é o caso da SARAHYBA, que deu a LUTERO junto com o negócio do "BRA"
(BRADESCO)... LUTERO diz que é da Bahia e JORGE diz que é exatamente o da Bahia e JORGE que
a empresa se chama "não sei o quê SARAÍBA" e que aquele caso lá, JORGE precisa que LUTERO faça
uma pesquisa rápida pra ver se a gente tem paradigma pra um Recurso Especial daquilo lá e LUTERO diz
"ok" e JORGE diz que gostaria que LUTERO lhe fizesse essa gentileza, pois é um assunto importante pra

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fechar com os caras e que parece que a empresa recebeu já a notificação da decisão que saiu do CARF e como
a gente tinha visto ontem à tarde e LUTERO diz que se lembra e JORGE diz que LUTERO lhe deu até o
extrato que já estava no "DR" (DRJ) de Salvador e que os caras já receberam a intimação e que então o prazo
já está correndo para... e que falou com eles que não adiantava fazer Embargo de Declaração, porque
Embargo de Declaração com LEONARDO, é claro que ele vai rejeitar e que ele foi o voto vencedor e que ele
foi contra todos e que foi voto de qualidade e que a gente precisava saber se tem alguma coisa firme que possa
justificar o Recurso Especial pra Câmara Superior. JORGE diz que a segunda coisa é que queria que
LUTERO visse se tem acesso à agenda do Chefe (CARTAXO), pra saber se ele vai estar aqui em
Brasília no dia 26, porque LUTERO falou a JORGE que ele (CARTAXO) estava com uma viagem
para Espanha por agora e LUTERO confirma e JORGE diz que de repente pode coincidir, porque
aquele caso "JS", o cara vem aqui no dia 26 para uma conversa com ele, pra poder depois dar entrada
naquele requerimento. LUTERO diz que beleza e JORGE diz que ele está sem saber, porque como ele
mencionou que talvez o homem fosse viajar, talvez ele antecipe a vinda aqui e que sabe que na semana que
vem tem Câmara Superior, mas como o homem já colocou o substituto dele aí de volta, de repente ele nem
vai presidir a Câmara Superior, que quem vai presidir (risos) é o HENRIQUE. LUTERO diz que tem um
bocado de coisas pra gente conversar aqui, mas que vai verificar essas duas situações e que posiciona JORGE
amanhã, no final da manhã.

No próximo diálogo, LEONARDO SIADE MANZAN fala em ajudar


cliente que pretende ingressar com processo administrativo numa Delegacia da
Receita Federal e o encoraja dizendo que pode ajudá-lo pela relação de amizade que
possui com o Delegado da Receita que foi seu colega de Turma de Julgamento,
querendo demonstra seu prestígio, e conclui dizendo que independentemente do
resultado na DRJ ele iria trabalhar aqui no CARF e que eles trabalhariam em favor
da empresa.

Código: 497351
Data: 17/09/2014 Hora: 14:01:58 Duração: 00:09:41
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 51-81233931
Interlocutores: MANZAN X FERNANDO-TRABALHAR PROCESSO NO CARF
Arquivo: 20140917140158051.wav

Degravação:
Após falarem longamente sobre situação de restituição de imposto, aos 7 min e 30 s FERNANDO procura
saber de MANZAN onde ele pode dar entrada no processo para escapar da prescrição e se seria em
Brasília e MANZAN lhe diz que teria que ser por aí mesmo e que aí poderia ajudar vocês inclusive,
porque o Delegado daí é muito meu amigo e que foi meu colega de TURMA DE JULGAMENTO .
FERNANDO pergunta se isso seria feito diretamente na Receita e MANZAN diz que sim, na DRF (Delegacia
da Receita Federal) e que esse pedido de restituição hoje é eletrônico e que FERNANDO pode fazer pelo
computador, mas FERNANDO diz que o próprio DR ALEXANDRE PORTINHO disse que nós temos que

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historiar isso aí e que se entrar no computador, eletronicamente, eles vão de cara indeferir. MANZAN diz que
eles vão indeferir de qualquer jeito e que pode entrar com papel que eles vão indeferir de qualquer jeito.
FERNANDO pergunta e aí. MANZAN diz que a gente só vai na verdade "trabalhar aí no CARF" e que
aí eles vão indeferir sem dúvida nenhuma e que a DRJ vai indeferir de novo e que aí a gente vai
trabalhar no CARF. FERNANDO diz que eles vão conversando e que vai mandar pra MANZAN uma
síntese do material. MANZAN diz que vão indeferir, mas quando chegar no CARF eles trabalham a
favor da empresa.
2. NÚCLEO EDISON PEREIRA RODRIGUES

Cabe ainda destacar ainda os importantes áudios captados que apontam


crimes praticados por EDISON PEREIRA RODRIGUES e a sua sócia e filha MEIGAN
SACK RODRIGUES.
O que nos chamou muita atenção para o núcleo foi o tráfico de influência
exercido por EDISON dentro do CARF, se utilizando de sua filha MEIGAN SACK, a qual
ele deve ter “plantado” nos quadros do Conselho, em razão dos seus longos 09 anos de
Presidência, com a finalidade de obter decisões favoráveis e manipulação de pauta de forma
favorável aos interesses do escritório de advocacia deles.

2.1. COMPRA DE VISTAS:

Abaixo temos uma sequencia de diálogos importante que denota o


modus operandi da dupla, quando o EDISON, após receber pedido externo do
advogado e seu parceiro, THARYK JACCOUD PAIXÃO, literalmente tenta
VENDER “um pedido de vista”, revelando assim um esquema de corrupção de
conselheiros com essa finalidade.
Código: 514501
Data: 23/09/2014 Hora: 15:05:32 Duração: 00:03:02
Alvo: EDISON 3
Fone Alvo: 6199654649 Fone Contato: 61-99594899
Interlocutores: A- EDISON X THARYK VISTA PROCESSO CARF $

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Arquivo: 20140923150532018.wav

Degravação:
THARYK diz que mandou e-mail agora e pergunta se tem como abrir. EDISON abre o e-mail e THARYK
manda ele abrir a imagem e ler a linha de interesse; EDISON diz que na quinta-feira vem o pessoal de SÃO
PAULO do caso INFRA; EDISON diz que abriu o e-mail e fala "CARF FAZENDA" sendo que
THARYK pede para ler o andamento, sendo que após desencontros; EDISON lê: setembro de 2014,
processo em pauta, data da seção 24 de setembro, amanhã então; THARYK pergunta: será que você
consegue mudar; EDISON fala se é uma "vista"; THARYK responde afirmativamente; EDISON diz
que não sabe se consegue pois está muito em cima, que pode dar uma tentada; THARYK diz que sabe,
que lhe fale o que precisar, tão querendo com urgência; EDISON diz que vai dar uma "olhadinha",
que está tão em cima, que vai ver se consegue e que dirá o custo; THARYK diz que se EDISON puder lhe
dar uma posição, que não pediu para outra pessoa. EDISON diz que vai ver se consegue agora. VER E-MAIL
NESTA DATA
Código: 515265
Data: 23/09/2014 Hora: 18:21:45 Duração: 00:00:55
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: A- MEIGAN X EDISON-NEGÓCIO DA VISTA $
Arquivo: 20140923182145017.wav

Degravação:
EDISON fala para MEIGAN sobre o resultado do julgamento de hoje no CARF e diz que perderam de 4 X 2,
e o PIS e o COFINS ficaram em vista; EDISON diz que agora vai ter que explicar para o "ELER
(FERNANDO ELER)" que deve ter sido aquela nota que não ajudou, mas também tem paradigma
para a Câmara Superior; MEIGAN diz que vão ter que correr pra isso senão vai entrar com o judiciário;
EDISON pergunta para MEIGAN se conseguiu o negócio da vista (pedido do THARIK); MEIGAN diz
que está indo lá agora.
As mensagens abaixo corroboram com as ligações anteriores. Nelas,
EDISON identifica o processo que deveria ter o pedido de vistas e diz a MEIGAN que
esse “serviço” sairá por 20 mil reais. O número do Processo é o 19515.721802/2011-46,
da LASER TECH COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE ELETRÔNICOS, na 2ª
Turma ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF.

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Depois dessas tratativas com MEIGAN, esta consegue realizar a


corrupção ativa de algum Conselheiro já que o EDISON conversa novamente com o
THARYK dizendo que conseguiu a prometida “vista” por R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais), mas que iria barganhar um pouco para chegar a R$ 30.000,00 (trinta mil
reais) por que segundo o próprio EDISON "pessoal tá meio bocudo". Podemos
observar ainda nessa conversa que na verdade este não é o primeiro caso, pois o
EDISON lembra ao THARYK que seria “MAIS OU MENOS AQUELE VALOR”,
“AQUELE OUTRO LÁ QUE NÓS FECHAMOS”, então o THARYK pergunta se foi
20 ou 30 e o EDISON confirma dizendo 30 (R$ 30.000,00 (trinta mil reais)) só que
“ELE” (o conselheiro) pediu um pouco mais.

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Código: 515306
Data: 23/09/2014 Hora: 18:28:40 Duração: 00:03:32
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 61-99594899
Interlocutores: A- EDISON X THARYK-NEGÓCIO VISTA CARF $
Arquivo: 20140923182840017.wav

Degravação:
EDISON diz que já "falamos" com uma pessoa, e amanhã de manhã é que vai dar a resposta; EDISON diz
que é mais ou menos "aquele valor"... pediu um pouco mais aí se conseguir, porque vai dar uma olhada
primeiro; THARYK pergunta qual; EDISON diz aquele outro lá lembra que nós fechamos; THARYK
pergunta 20, 30, quanto; EDISON diz 30, mas ele pediu um pouco mais, ele disse que ia ver, mas em
princípio 30 acha que daria, mas não sabe, mas deixa amanhã que "ele" ver e dá "um retorno pra gente";
THARYK diz "beleza, beleza então... fechou"; Aos 2 minutos e 48 segundos THARIK volta a falar
dizendo que vai avisar a ele do preço agora; EDISON diz que é pra dar uns 40 por que de repente a
gente não sabe, mas que 30 é garantido; EDISON diz que na verdade ele pediu 50, mas EDISON não
concordou, que o "pessoal tá meio bocudo"; EDISON diz que ele não confirmou por que vai dar uma
olhada primeiro pra ver se não é uma matéria muito corriqueira; EDISON diz que vai dar um retorno.
Embora o acerto já estivesse concretizado, quando da confirmação para o
pagamento que seria o exaurimento da corrupção, o THARYK informa da desistência do
pedido de vistas ao processo, porque uma das pessoas que bancaria o custo não pôde ser
contatada, mas dizem que “trabalham esse processo lá em cima”.
Nessa mesma ligação o THARYK informa a EDISON que estaria
reacendendo a questão da liminar da falência do banco BVA já acima comentada, inclusive
viajando para São Paulo para procurar “pessoas que tinham dinheiro lá dentro”.
Código: 515592
Data: 23/09/2014 Hora: 19:52:43 Duração: 00:06:49
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 61-99594899
Interlocutores: E-EDISON X THARYK- DESISTE DA VISTA/VAI A SP
Arquivo: 20140923195243017.wav

Degravação:
EDISON - Você chamou pra cá, atendi e caiu, o que é que foi? THARIK - Na hora que eu tava chamando o
senhor ai ficou mudo, ai entrou a ligação do Dr. MILTON que era sobre essa situação. Deixa eu te perguntar
Dr. EDISON: Dr. MILTON me ligou, eu falei já do valor, falei de tudo. Olha só o que ocorreu: o advogado
da EMPRESA, que tá tratando com o Dr. MILTON, sofreu um acidente hoje, cara e o Dr. MILTON
não está conseguindo falar com ele. Ai ele me falou "THARIK é se for .... ai beleza eu banco, agora se
for pra ser mais do que isso fica um pouco complicado", que fica caro aí ele pediu tipo pra deixar rolar,
entendeu, aí a gente trabalha esse processo lá em cima. EDISON - Então deixa de lado, então? THARIK -

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OI? EDISON - Então deixa de lado, então, como é? THARIK - Deixa de lado, deixa de lado, é melhor.
Porque como ele não conseguiu falar com o advogado, o advogado teve um, parece que ele teve um AVC,
alguma coisa assim, entendeu. Ai ele acabou de me falar aqui eu tava passando as informações ai ele falou pra
mim assim: "tá vou lugar aqui para o advogado pra fechar ai amanhã cedo você me avisa, né?". Ai eu falei
"aviso'. Ai foi na hora que eu tava te ligando ....., eu já tinha falado com ele. né. Ai tocou aqui , me ligou, ai eu
falei:"não deixa eu ouvir primeiro o Dr. MILTON que vai ter alguma novidade" e era, né. . EDISON - Então
não tem problema nenhum.. THARIK - Não tem problema? EDISON - Não. A gente deixa pra lá. THARIK -
Mas ai esse processo é bom, tá. Já foi bem analisado. EDISON - Tudo bem, vamos que vamos. Vou informar
então pra deixar de lado. THARIK - Pode deixar de lado. Pra gente fazer o negócio e..... EDISON - E depois
ter que bancar. THARIK - Então fechou. Deixa eu te falar: é tem umas novidades que andei descobrindo
sobre aquela situação do banco. EDISON - Tá. THARYK - Ai eu queria falar contigo, só que amanhã
estou indo lá pra São Paulo. O que acontece .....falar com o senhor e parece que o interesse do dono,
realmente, não é voltar. Parece que quem tem interesse em voltar são pessoas que tinham dinheiro lá
dentro que tem três grupos grandes. EDISON - Ah é. THARIK - É. Ouvi assim uma história de um amigo
meu lá de São Paulo, entendeu, nem foi o Dr. MILTON, foi uma outra pessoa que é bem conhecida lá,
conhece todo mundo, e ele falou: " não THARIK, ele falou desse jeito, o IGOR não quer que melhore a
situação, não". EDISON - Quer deixar como tá. THARIK - Quer deixar como tá. Então eu estou indo pra
descobrir quem são essas pessoas, ai eu vou te passar, a gente tenta contatos com elas. EDISON - Tá
bom. THARIK Tá bom? EDISON - Tudo bem, vamos aguardar. THARIK - São três grupos, um eu já sei que
é o CAOA. É ruim. EDISON - Esse é podre. Está todo enrolado ai, se vê o tamanho dos AUTOS dele, um
bilhão e cacetada. THARIK - Pois é. Não, tem um aqui de oitocentos e pouco. EDISON - Na época ele
mandou me procurar um advogado dele vagabundo que nem ele, mandou me procurar, pra defender aquela
questão de IPI, quando eu vi era matéria podre, ruim e ele queria pagar quinhentos mil só, eu disse pode
procurar outro. Eram cento e poucos milhões naquela época, faz uns quatro ou cinco anos. Perdeu. Perdeu não
tem paradigma. A PARTIR DE 5:10 THARIK - ..... ai o que acontece, quem me disse foi o próprio Dr.
MILTON agora, eu estava também falando com ele sobre essa questão, ai ele falou: " não THARIK se for
com o CAOA tem que achar outro, que o CAOA eu já descobrir que são só seiscentos que tem". Tem uma
pessoa que tem 1.4 lá. Tem que achar essa pessoa. EDISON - então tem gente que tem mais dinheiro
que lá? TARICK - Exatamente. Salvo engano o nome da pessoa é VALTER. É VALTER alguma coisa.
EDISON - Tem umas coisas boas dai pra falar com você, mas muito boa, muito boa, até resolveria até o
problema da CAOA ai. THARIK - É. né, o senhor comentou comigo. EDISON - É, é aquilo mesmo.
THARIK - Assim, o senhor comentou por telefone, a gente não chegou a aprofundar. EDISON - É isso que eu
quero falar com você. THARIK - Vamos nos encontrar. Estou voltando na quinta à noite. Na sexta-feira à
noite a gente consegue se encontrar? EDISON - É falamos sexta-feira. THARIK - E o senhor vai entrar
amanhã com o pessoal da "INFRA"? EDISON - amanhã, não, acho que é quinta-feira. TARICK - Ai qualquer
coisa me dá uma novidade que eu já falo lá.
Finalizando este evento, EDISON repassa a MEIGAN o recuo do
interessado na “vista” e a MEIGAN confirma a corrupção ativa dizendo que “até já
tinha falado com a pessoa” e que vai avisa a ELE que não precisa mais do negócio.
Código: 515618
Data: 23/09/2014 Hora: 19:59:23 Duração: 00:01:10
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: E-EDISON X MEIGAN-DESISTE DA VISTA DO PROCESSO

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Arquivo: 20140923195923017.wav

Degravação:
EDISON - MEIGAN?
MEIGAN - oi pai tudo bem?
EDISON - Pode tirar vista daquela, viu?
MEIGAN - Por quê?
EDISON - Acho que arrumaram outro caminho, diz que deixa rolar.
MEIGAN - Eu já tinha até conversado com a PESSOA.
EDISON - Eu acho que eles devem ter, eles estavam muito apressados queriam uma resposta hoje, mais
cedo, né, mas acho que deve ter arrumado outro caminho ai, o negócio é abortar lá.
MEIGAN - Eu vou falar pra ELE, então.

Outra situação importante com relação à “vista” em processo é a da


MEIGAN com o CASSULI sobre questão de processo em trâmite no Conselho e a
mesma o tranquiliza dizendo que já falou com o SAMUEL (SAMUEL
SCHOENHERR colega do CASSULI) e que “não era para ele falar nada e sequer se
mexer”. Após CASSULI pergunta se ele entregou o “material” (que acreditamos que
pode ser entrega de dinheiro para pagamento de acordo com algum Conselheiro) no
que a MEIGAN confirma o recebimento do material dizendo que até já repassou e
depois desconversa dizendo fora de contexto “os memoriais”, entretanto o CASSULI
não entende e pergunta se ele, SAMUEL, pode entregar os memoriais e ela, se esquece
que teria dito que já tinha os recebido, e diz que é para enviar os memoriais por e-
mail e que ele deixaria pra entregar em papel na próxima seção, e CASSULI completa
dizendo que “se não acontecer hoje” ele pode entregar.
Código: 583986
Data: 21/10/2014 Hora: 08:50:06 Duração: 00:01:28
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato: 47-96531111
Interlocutores: MEIGAN X CASSULI- ENCONTRO COM SAMUEL
Arquivo: 20141021085006020.wav

Degravação:
CASSULI pergunta se MEIGAN encontrou com o colega dele; MEIGAN diz que sim, que já falou com
SAMUEL, que já resolveu; CASSULI pergunta se MEIGAN já orientou SAMUEL, se é para pedir
preferência ou aguardar; MEIGAN diz "não, não, não, eu já falei pra ele nem, nem se mexer, hã, tá
bom? pode deixar que tá tudo certo, tá bom"; CASSULI diz que então tá bom, e pergunta se ele

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entregou o material (DINHEIRO???); MEIGAN diz "é já me entregou e até repassei também... tá
bom?... os memoriais.."; CASSULI diz “perfeito, perfeito”; CASSULI pergunta a MEIGAN se o orientou
se ele pode entregar os memoriais; MEIGAN diz que pode, mas que era preferível que entregasse por e-mail;
que entregar por e-mail é melhor, que deixa para entregar em papel na próxima seção; CASSULI diz que
então se não acontecer hoje ele pode entregar as vezes é melhor.

O mesmo CASSULI conversa com o EDISON, parar tratar do processo


que já tinha conversado com a MEIGAN, e EDISON confirma a negociação
explicando que havia “dado tudo certo e que saiu a vista”, provavelmente que eles
teriam vendido para o cliente do CASSULI. JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR é
Conselheiro no CARF atuando na como representante dos contribuintes na 4ª CÂMARA da
1ª TURMA ORDINÁRIA da 3ª Seção de Julgamento, e, além disso, advoga com escritório
sediado em Jaraguá do Sul/SC, possivelmente, “terceirizando causas” no CARF para o
escritório de EDISON e MEIGAN, realizando, dessa forma, advocacia administrativa
fazendária.
Código: 585014
Data: 21/10/2014 Hora: 13:53:26 Duração: 00:00:49
Alvo: EDISON 3
Fone Alvo: 6199654649 Fone Contato: 47-96531111
Interlocutores: EDISON X CASSULI-SAIU A VISTA
Arquivo: 20141021135326018.wav

Degravação:
EDISON pergunta se CASSULI está em reunião ou está em BRASÍLIA; CASSULI diz que quem está em
BRASÍLIA é seu colega (SAMUEL); EDISON diz que "deu tudo certo aí viu... saiu a vista"; CASSULI
diz "ah que bom"; EDISON fala que já conseguiram a jurisprudência; CASSULI diz que também
localizou ela, que até colocou no memorial; EDISON diz que está tudo ok.

2.2. CASO BANCO BVA:

Na sequência de ligações a seguir observamos a prática do crime de tráfico


de influência realizado pelo EDISON em conjunto com o CHIQUEKI MURAKAMI e
participação do THARYK JACCOUD PAIXÃO quando tratam sobre um processo de

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liquidação extrajudicial do Banco BVA


(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/09/1514620-banco-bva-pede-falencia-na-
justica-de-sao-paulo.shtml, http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/09/16/justica-
aceita-pedido-e-decreta-falencia-do-banco-bva.htm).
Nessa ligação MURAKAMI passa o telefone para o advogado MARCOS
conversar com o EDISON e este diz que tem uns canais em São Paulo para conseguir uma
liminar, mas que teria que dar uma conversada para ver “custos”, mas que teria que ser
pessoalmente. Pede ainda para mandar um resumo via e-mail com as informações para
mandar para o parceiro que é a pessoa que tem o contato aí, mas que tem que ser muito
reservado e conclui dizendo que o parceiro “é do meio”.
Código: 493094
Data: 16/09/2014 Hora: 10:57:59 Duração: 00:03:33
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 11-982030820
Interlocutores: MARCOS X EDISON-PROPINA NO JUDICIÁRIO
Arquivo: 20140916105759017.wav

Degravação:
MURAKAMI chama EDISON de "chefe" e diz que o MARCOS quer conversar com o EDISON;
EDISON lembra a MARCOS de que tem uns canais aí em SÃO PAULO. MARCOS diz que a situação
é muito estranha, pois os caras entraram com o pedido na quinta e na sexta feira 4 horas da tarde foi
decretada a falência com 30 laudas, foi uma armação, precisam saber como vão retroagir. EDISON diz
que pode sair uma liminar suspendendo; EDSON reafirma que tem uns canais, que ganhou algumas
coisas aí, que teriam que dar uma conversada para ver custos, "essas coisas aí também" e falar
pessoalmente; pede para mandar um resumo para que possa ter uma noção e levar para o seu parceiro
aqui, que é a pessoa com quem tem contato daqui para aí, diz que tem que ser muito reservado;
MARCOS diz que vai mandar um e-mail com a decisão; EDISON diz que o seu parceiro é do meio, "tá
fora, mas é do meio", diz que falará com ele, ele "checa" e diz sim ou não; MARCOS diz que fechou.
Aqui, EDISON pede para o MURAMAKI entrar em contato com o
advogado MARCOS para oferecer a VENDA DE UMA LIMINAR JUDICIAL POR
70 (SETENTA) A 80 (OITENTA) MILHÕES DE REAIS. EDISON confirma que
acabou de se reunir com o pessoal que disse que tem solução o caso, que tem liminar e
tudo, mas a conta é alta, sendo R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) de entrada, R$
30.000.000,00 (trinta milhões de reais) na liminar e mais R$ 30.000.000,00 (trinta

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milhões de reais) no mérito. MURAKAMI, que intermediou o contato entre EDISON


e MARCOS, pergunta “onde eles estão nessa negociação”, quando EDISON diz que o
valor negociado é pra todo mundo, "é prá mim, pro meu parceiro que tá aqui, para o
advogado e para o pessoal lá, quero ver o custo deles lá, entendeu", e finaliza dizendo
que eles “podem colocar uns 10 mi a mais” porque senão “vai sobrar muito pouco”.
Código: 494181
Data: 16/09/2014 Hora: 15:17:33 Duração: 00:02:05
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 11-982030820
Interlocutores: MURAKAMI X EDISON-COMPRA DECISÃO
Arquivo: 20140916151733017.wav

Degravação:
MURAKAMI liga para falar sobre outras situações e fala que IGOR VIEZZI, que é da TRANSVALE vai
ligar em nome do LUIZ do COPERSUCAR para falar sobre FGTS. EDISON diz que o assunto do amigo
dele (MARCOS) tem solução, que acabaram de falar sobre o assunto e que resolve, tem liminar, tem
tudo, só que a conta é alta, diz que vai de R$ 60 a R$ 80 milhões, sendo R$ 10 milhões de entrada, R$ 30
milhões na liminar e R$ 30 milhões no mérito. MURAKAMI pergunta: "e nóis tamo aonde?"; EDISON
diz que terão que pegar uma parte desta importância, que este valor é pra todo mundo, "é prá mim,
pro meu parceiro que tá aqui, para o advogado e para o pessoal lá, quero ver o custo deles lá,
entendeu". MURAKAMI pergunta se é mais ou menos 70; EDISON diz que é mais ou menos 70, mas
deve colocar uns 10 mi a mais, pois senão vai sobrar muito pouco. MURAKAMI diz que vai ligar e
retornar.
Em seguida o MURAKAMI diz que passou a proposta e pegaria a reposta
no dia seguinte e EDISON se preocupa já em fazer um contrato para garantir, no que o
MURAKAMI diz que “ELE” tem garantia (bastante imóveis) e confirma que falou o valor
de 70 a 80 (milhões). Na sequência o MURAKAMI diz que foi a uma reunião e que o
MARCOS daria uma resposta.

Código: 494197
Data: 16/09/2014 Hora: 15:23:06 Duração: 00:01:33
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 11-982030820
Interlocutores: MURAKAMI X EDISON-COMPRA DECISÃO
Arquivo: 20140916152306017.wav

Degravação:
MURAKAMI diz que falou lá e que amanhã até as 11 h. tem a resposta; EDISON diz que tá bom e que

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manda uma minuta de contrato para garantia; MURAKAMI diz que ele tem garantia e que o EDISON
sabe que tem; MARAKAMI diz que até às 11 ele já vai ter a resposta de tudo sim ou não, quanto que é,
e que já falou naquele preço, de 70 a 80; MURAKAMI diz que falou pra ele vê aí, sente o cara e depois
você fala e conforme for EDISON vai ter que ir lá, que tem bastante imóveis; EDISON pergunta se os
bens não estão indisponíveis e MURAKAMI diz que não que tem outros lá; MURAKAMI diz que hoje a
noite ele esta indo lá e que EDISON sabe como é, encontra aqui, encontra lá, você sabe como é que é.
Código: 497142
Data: 17/09/2014 Hora: 13:15:45 Duração: 00:01:54
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: MURAKAMI X EDISON-COMPRA DECISÃO
Arquivo: 20140917131545017.wav

Degravação:
MURAKAMI diz que acabaram de sair da reunião e que MARCOS ligou, que a tarde estarão
definindo, que vão chamar vocês mesmo, diz que "o barbeiro, pra fazer barba e cabelo, está em SÃO
PAULO" e que EDISON deverá ir pra lá. MURAKAMI está em trânsito (CAMPO GRANDE) e falou para
ligar direto para EDISON. Quanto a valores e garantia é para EDISON discutir em SÃO PAULO.
MURAKAMI diz que está bem encaminhado.
O EDISON já se anima e pede para seu parceiro THARYK JACCOUD
PAIXÃO providenciar a minuta do contrato com garantia de imóveis por que o “negócio”
estava andando. Mas ao final o MURAKAMI retorna dizendo que o banco abortou a
situação e que era para esperar.
Código: 497206
Data: 17/09/2014 Hora: 13:28:06 Duração: 00:02:41
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X THARIK-COMPRA DECISÃO
Arquivo: 20140917132806017.wav

Degravação:
EDISON diz que recebeu notícias e que o negócio está andando; fala para THARYK providenciar a
minuta do contrato incluindo cláusula de garantia - imóvel ou fiança bancária. EDISON diz que talvez
tenha que ir a SÃO PAULO amanhã.
Código: 500680
Data: 18/09/2014 Hora: 15:25:17 Duração: 00:02:50
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X MURAKAMI-BANCO QUER ESPERAR
Arquivo: 20140918152517017.wav

Degravação:
MURAKAMI diz que na semana que vem vai ter uma reunião com MANOEL, da KIRIN e SCHINCARIOL.

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Fala também que abortou a situação do banco e que deixou MARCOS de lado e que é pra esperar .
EDISON diz que o SILVIO é o mesmo que passou a perna nele e em MEIGAN e que foi ela quem o lembrou
disso e que envolvia uma liminar e pergunta a MURAKAMI se é ele mesmo e MURAKAMI confirma.
EDISON diz que ele não era banqueiro. MURAKAMI diz que passou o número do FGTS da CECRISA, da
conta, de LEANDRO e FABRÍCIO pra verificar lá.
THARIK cobra resposta de EDISON e este fala que houve um recuo dos
interessados na “compra da decisão liminar”, mas como dito por MURAKAMI na ligação
anterior, EDISON diz que “parece que recuaram”.
Código: 504146
Data: 19/09/2014 Hora: 14:23:46 Duração: 00:00:47
Alvo: EDISON 3
Fone Alvo: 6199654649 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X THARIK-PARECE QUE RECUARAM
Arquivo: 20140919142346018.wav

Degravação:
THARIK pergunta se teve alguma novidade e EDISON diz que não, mas que parece que recuaram,
mas que está numa reunião e que quando sair história direitinho pra THARIK.

2.3. OUTROS ÁUDIOS RELEVANTES:

Segue alguns diálogos aonde vemos a MEIGAN conversando com o


“VLAD” (VLADIMIR, possivelmente outro advogado do escritório RODRIGUES E
ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S) depósitos de valores expressivos muito
provavelmente de trabalhos desenvolvidos no CARF, já que fala em valor do “auto”.
Código: 455397
Data: 01/09/2014 Hora: 15:04:57 Duração: 00:01:36
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: #MEIGAN X VLAD - PERDEU 600 MIL REAIS
Arquivo: 20140901150457020.wav

Degravação:
MEIGAN diz que teve uma péssima reunião e que perdeu R$ 600.000,00 nessa brincadeira.
VLADIMIR pergunta se é o saldo. MEIGAN diz que sim. VLADIMIR pergunta de quanto é o auto;
MEIGAN diz que não é o auto e sim os honorários que agora a empresa agora não quer pagar, tem
desconto, vai ter que faturar, “um inferno”.

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Código: 473172
Data: 08/09/2014 Hora: 16:18:58 Duração: 00:02:23
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: #MEIGAN X VLADIMIR-DEPÓSITO DE R$ 1.141.991
Arquivo: 20140908161858020.wav

Degravação:
MEIGAN procura saber de VLADIMIR qual foi o valor que "eles" depositaram e VLADIMIR diz que
vai abrir o comprovante, mas que foi 1 e alguma coisa. MEIGAN pergunta quanto era pra "eles"
depositarem e se era 1 e 800 e VLADIMIR diz que não e que esse é o total no final e que esse foi só 50
por cento e que faltam agora 50 por cento. MEIGAN pergunta se o total era 1 800 e pouco e
VLADIMIR diz que "esse" (1.800 é aquele líquido, quando a gente tira os nossos... e diz que
1.141.991,00. MEIGAN diz que então era por isso que não estava achando, porque ela ficou com o total
de 1.800 e pergunta a VLADIMIR se não era isso e este diz que isso era 100 por cento e que eles
dividiram em 3 vezes, 50, 25 e 25 (por cento) que era a entrada de 50 e duas de 25. MEIGAN diz que
então a entrada era de 900 e que por isso não estava achando e que esse valor que entrou aqui ela achou
que fosse de outro pagamento e VLADIMIR brinca pergunta se são dois desses por semana e MEIGAN diz
que não, porque estava com outro valor na cabeça. VLADIMIR diz que vai mandar os comprovantes pra
MEIGAN e ela diz que agora os outros pagamentos vão ficar menores, que não vai ficar 50 por cento restando
e VLADIMIR repete dizendo que é 50, 25 e 25 e que essa foi de 50 por cento do que eles tem direito e que na
próxima é 25 e que na próxima é mais 25 e que agora foi a entrada, e que virão com 30 e 60 (dias). MEIGAN
pergunta se 2.282 é o valor final da gente. VLADIMIR diz que é isso. MEIGAN diz que é porque ela pensou
que era 1.800. VLADIMIR diz que acabou de mandar e que no anexo, o dele é página 1 e o de MEIGAN é
página 2.

MEIGAN e EDISON conversam sobre o depósito acima e aplicações


financeiras e MEIGAN lembra sobre a necessidade de divisão do valor para pagamento
das outras pessoas que provavelmente auxiliaram na decisão que gerou o valor acima:

Código: 476154
Data: 09/09/2014 Hora: 16:43:20 Duração: 00:01:27
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: MEIGAN X EDISON - APLICAÇÃO E DIVISÃO COM OUTROS
Arquivo: 20140909164320020.wav

Degravação:
MEIGAN pergunta se EDISON aplicou o valor; EDISON diz que está fazendo a aplicação de R$
900.000,00 na pessoa física; MEIGAN diz que falou para EDISON deixar uma parte para pagamentos e
este valor tem que dividir; EDISON diz ficou ainda dividir dá duzentos e poucos; MEIGAN
CONFIRMA E DIZ QUE TEM QUE PAGAR OS OUTROS E O DINHEIRO ELES DIVIDEM;
EDISON diz que quando voltar eles desaplicam.

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Código: 476177
Data: 09/09/2014 Hora: 16:46:48 Duração: 00:02:05
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: MEIGAN X EDISON-APLICAÇÃO E DIVISÃO DE HONORÁRIOS
Arquivo: 20140909164648020.wav

Degravação:
EDISON que tentou desfazer, mas que não conseguiu e que na hora já tinha feito e que pensou que era
pra aplicar esse aqui. MEIGAN explica que tinha dito que eles vão receber mais 50 por cento desse
valor e que então disse pra EDISON deixar esse aí aplicado 50 por cento na RODRIGUES e que os
outros 50 a gente divide, porque esse a gente já deixa aplicado porque já iam pagar um monte de
pessoas e que os outros a gente não vai pegar a ninguém e que aí dividia e que era isso que ela queria
fazer, mas que é pra deixar e que agora EDISON já aplicou e EDISON diz que quando MEIGAN
voltar eles acertam. MEIGAN concorda e diz que o resto a gente vê o que é que faz. Em seguida falam sobre
a viagem de MEIGAN a Amsterdã.

No áudio baixo EDISON fala para um cliente OLIVIO que vai “dar
uma forçada com uns contatos que ele tem” a conversa é toda em tom de que está
segurando uma sinalização mais favorável para reverter a situação através do seu
prestígio.

Código: 479600
Data: 10/09/2014 Hora: 21:43:44 Duração: 00:13:40
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X OLÍVIO-PROCESSO DE MAURICIO NO CONSELHO
Arquivo: 20140910214344017.wav

Degravação:
EDISON diz que acha que vai ganhar esse processo do MAURÍCIO no Conselho (CARF), que tem boas
chances. OLÍVIO pergunta se vai ser julgado logo e EDISON diz que "vai dar uma forçada" com uns
contatos que ele tem e que quando há um viés contra o contribuinte "a gente segura, não bota", agora
quando está com um viés a favor, "aí que a gente bota" e que no momento não está muito bom pra
botar, que não está nada bom e que o viés está negando e que agora o Ministro vai sair também e que
possivelmente o CARTAXO vai sair também. OLÍVIO diz que vai haver uma remodelada lá. EDISON diz
que é porque, mudando o não o governo o Ministro vai embora e que já está admitido isso e que de qualquer
forma a situação ficou meio russa e que é capaz de MARINA ganhar mesmo no segundo turno. EDISON diz
que já fez vários contatos por aqui e que ainda não "partiram para o pau" por razões estratégicas,
porque não tem uma sinalização totalmente favorável e que então não dá pra correr risco, mas que vai
ter uma hora que vai ter que "partir pros finalmente" e que já "azeitou a máquina" como tem que
azeitar e tal e que agora vamos aguardar ver se o viés é pró contribuinte e que aí a gente parte pra...
né? OLÍVIO diz que aí o prejuízo é grande e que não pode ser feito uma coisa assim de qualquer jeito ou
muito leviana, porque o prejuízo da pessoa é enorme e EDISON concorda e diz que tem outra que vão vir

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atrás desse daí que estão chegando e que se você entorta a banana aqui, depois pra desentortar fica
difícil e que a gente tem que ir devagarzinho e que ainda tem a justiça, se der alguma zebra aqui. Mas
EDISON diz que está com boa esperança de que a gente consiga reverter a situação aqui. OLÍVIO diz
que é bom ouvir isso de EDISON, pois estamos todos esperando também. OLÍVIO diz que se EDISON tiver a
oportunidade de se encontrar com ele, tudo bem. EDISON diz que quando for a São Paulo eles se encontram
pra almoçar.
A dupla EDISON e MEIGAN também aparece com alguma coisa referente
ao Banco BOZZANO, onde o BANCO SANTANDER aparece como interveniente anuente
para apresentar garantias reais para o contrato de serviços advocatícios.
Código: 505656
Data: 19/09/2014 Hora: 19:24:08 Duração: 00:02:34
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: A- MEIGAN X EDISON-CONTRATO COM SANTANDER
Arquivo: 20140919192408020.wav

Degravação:
MEIGAN diz que leu o negócio, mas que o problema é que eles botaram o negócio assim: que o
SANTANDER se responsabiliza com garantias reais, mas que não disse qual e que MEIGAM mandou um e-
mail pra ele assim: que o contrato estava bom, mas que as cláusulas de garantias reais não foram elencadas e
que eles necessitavam dizer quais as garantias reais pra fazer valer e que necessitava de uma procuração antes
de assinar o contrato, porque senão MEIGAN não teria acesso à cota pra cumprir a cláusula da exigência e
receber os honorários dela, que era apresentar a cópia do despacho e que precisava da procuração e que
mandou assim pra ele e que EDISON também vai receber e vamos ver e que não mexeu nada no contrato
e que só falou que eles precisavam elencar pra ela quais são as garantias reais que cubram o...
(inaudível) que vocês vão me dar e que achou ótimo a solidariedade do interveniente anuente que é o
SANTANDER, mas que ela precisa que eles lhe digam quais são as garantias deles ou do BOZZANO,
que não interessa pra MEIGAN que o que ela quer é que cubra. EDISON diz que é porque até agora
não serve. MEIGAN diz que eles colocaram que dão a garantia real, mas ela pergunta qual, se é um
apartamento, um imóvel, se é um prédio inteiro e que inclusive pediu com registro pra ver se não estão
lhe dando "moeda podre", lhe dano um monte de imóvel que está tudo penhorado e que aí não dá e
MEIGAN diz que não é ela não e EDISON diz que vai dar uma olhada depois.
Código: 524216
Data: 26/09/2014 Hora: 13:23:57 Duração: 00:01:51
Alvo: MEIGAN RODRIGUES 1
Fone Alvo: 6181164976 Fone Contato:
Interlocutores: A- MEIGAN X EDISON-CASO SANTANDER BOZZANO
Arquivo: 20140926132357020.wav

Degravação:
MEIGAN diz que recebeu e-mail de FRANCISCO VITELLI dizendo que a diretriz do banco não
compreende necessidade de oferecer garantia na forma solicitada sob a alegação de nunca terem tido
problema com pagamento de honorário e que não vislumbra forma de superar esta exigência. EDISON

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diz que "toca o pé na bunda e vai tomar no cú", que eles não tem como resolver, que vão para a justiça ; Que
EDISON diz que depois podem tomar um cano de 8 milhões e que sem a garantia não tem negócio.

Aqui o EDISON aparece contando vantagem dentro do CARF ao dar


notícia de julgamento ao seu cliente FERNANDO, provavelmente o FERNANDO
ELER da TOV corretora de câmbio, já que ele dá a entender que conversou com um
Conselheiro dele no caso que tinha falado que estava mais ou menos certo, mas o
Procurador PAULO RISCADO teria conseguido reverter a situação em prol da
FAZENDA razão pela qual o desqualifica. EDISON ainda fala das facilidades que
encontra com algumas peças que possui na Câmara Superior e lá seria diferente,
vendendo uma imagem ao seu cliente inclusive de que o Presidente do Conselho
(CARTAXO) votaria com ele. Nessa mesma ligação ainda confessa que teria tenta
conseguir “uma vista” no processo, mas não conseguiu.
Código: 515466
Data: 23/09/2014 Hora: 19:11:45 Duração: 00:06:06
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato: 11-999396969 Direção: Originada
Interlocutores: EDISON X FERNANDO ELER-RESULTADO JULGAMENTO
Arquivo: 20140923191145017.wav

Degravação:
EDISON informa do resultado dizendo que não foram bem, que o PROCURADOR é um mala, que não
escuta ninguém, que as pessoas com quem tinham conversado, que estava mais ou menos certo, lhe
disseram que ele chegou lá e mostrou "vocês vão votar com isso aqui com esta empresa?", aí "ele"
(OUTRO CONSELHEIRO) disse assim "eu mostrei pra vocês que tem uma nota da empresa que diz
que não tem nada a ver com isso aqui"..."pra mim não tem problema doutor, eu votei a favor", mas
outras pessoas se assustaram com a pressão que ele fez, nos bastidores e depois pessoalmente";
EDISON diz que estrategicamente tinha colocado uma pessoa pra fazer defesa oral, cujo o pai já foi
presidente de câmara lá também; EDISON diz que perderam uma batalha, mas na "Câmara Superior a
situação vai ser diferente", por que aí passou essa fase; EDISON diz que "tentou uma vista" mas não
conseguiu porque tinha um prazo, e ficaram enrolando o que puderem até surgir um paradigma, por
que se tivesse perdido antes não tinha paradigma pra Câmara Superior; EDISON pergunta se
FERNANDO lembra que ele falou que agora saiu um paradigma, então perderam uma batalha mas não
perderam a guerra; EDISON diz que se tivesse colocado naquela época que o FERNANDO estava um
pouco ansioso, não tinha paradigma, agora "a gente" tem e, e agora vão pra Câmara Superior e o jogo
é outro; EDSON diz que o PIS e o COFINS ficou com vista e é possível que tenha algum sucesso em função
da matéria que não é tão ruim, por que nesse caso teve essa nota safada que os empenou; EDISON diz que
na Câmara Superior o jogo é outro, que são outros personagens, são 10 ou 12 pessoas dependendo da
situação, e quando julgarem vai está distante desse fato agora; FERNANDO diz que esse fato não tem

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nada que falou com todos os bancos e isso é tudo desculpa e que pode ligar pro diretor do Banco Central;
EDISON explica que o procurador é o famoso "PEZÃO" - o PAULO RISCADO. Aos 4:10 EDISON diz há
uma possibilidade boa de reverter na Câmara Superior, que um fator que pode ocorrer por ocasião do
julgamento da Câmara Superior "é uma mudança de algumas peças importantes nossas, mas poderão
entrar outras", mas em princípio na Câmara Superior "a gente" está bem. EDISON diz que o
resultado foi 4 a 2 e que dois que tinham conversado, "eu estava mais ou menos certo" se assustaram
com a situação. EDISON finaliza dizendo que vão ter sucesso no final porque agora pelos menos tem
paradigma, o que significa que outra Câmara que vota na Câmara Superior vai votar com "a gente",
inclusive o PRESIDENTE.
Em seguida EDISON mostra indignação com o resultado do julgamento
chamando de “traíra” o Conselheiro representante do contribuinte que “votou contra”,
dizendo a MEIGAN que eles precisam saber quem é.

Código: 515485
Data: 23/09/2014 Hora: 19:19:07 Duração: 00:03:15
Alvo: EDISON 2
Fone Alvo: 6181636226 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X MEIGAN-SOBRE A CONVERSA COM FERNANDO
Arquivo: 20140923191907017.wav

Degravação:
EDISON diz que teve um conselheiro dos contribuintes que votou contra, tem que saber quem é este traíra.
Por fim cumpre destacar que o EDISON também negócios com o
Procurador da Fazenda aposentado WAGNER PIRES DE OLIVEIRA, aquele que também
está envolvido no Tráfico de Influência do Caso JS/SAFRA do NUCLEO do JORGE
VICTOR, no entanto com o EDISON ele trata de assuntos de processo em trâmite
provavelmente da Delegacia da Receita em Goiânia/GO.

Código: 480286
Data: 11/09/2014 Hora: 10:45:42 Duração: 00:02:09
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato:
Interlocutores: EDISON X WAGNER - VAI A GOIÂNIA
Arquivo: 20140911104542029.wav

Degravação:
WAGNER diz que vai chegar amanhã em Brasília e vai dar uma olhada nisso recebeu. WAGNER pergunta
se tem que ir a Goiânia ou pode resolver isso por aqui. EDISON diz que é mais provável que tenha que
ir a Goiânia. WAGNER diz que quando chegar em Brasília ele vê. EDISON diz que quer conversar porque
ela tem uma pressa que estão cobrando dela. WAGNER diz que alguns detalhes que EDISON falou e

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pergunta se é uma composição; EDISON diz que é uma "compensação", já foi feita uma igual e falta só
homologarem essa compensação, essa segunda que a empresa fez uma certidão negativa; WAGNER
pergunta se é o Procurador Chefe de Goiás; EDISON diz que é uma procuradora de Goiânia;
WAGNER diz que tem amigos lá e vai ligar pra se inteirar.
Código: 483816
Data: 12/09/2014 Hora: 14:55:46 Duração: 00:01:28
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato:
Interlocutores: WAGNER X EDISON-AJUDA EM GOIÂNIA
Arquivo: 20140912145546029.wav

Degravação:
WAGNER diz que já está em Brasília/DF e vai entrar em contato com FLÁVIO de GOIÂNIA, que é
seu amigo pra ver se ele dá uma mão nisso aí. EDSON pergunta se quer que mande informações por e-
mail e WAGNER diz: "detalha pra mim, detalha, que assim eu converso com ele. Se precisar ir, eu vou,
mas se puder resolver daqui, eu resolvo"; EDISON diz que vai mandar o material por e-mail agora.
Código: 490665
Data: 15/09/2014 Hora: 10:44:19 Duração: 00:08:31
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato: 61-81636226
Interlocutores: WAGNER X EDISON - NÚMEROS DE PROCESSOS
Arquivo: 20140915104419029.wav

Degravação:
WAGNER quer confirmar o número direito e pergunta se são dois processos? EDISON diz que sim.
WAGNER pede para EDISON confirmar os números e o nome comercial. EDISON responde que um é
JKS COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO REPRESENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA
TÉCNICA LTDA e o processo é 10983.720987/2013-42; e o outro COMERCIAL SANTANA LTDA,
processo judicial 2002.34.00. WAGNER diz que quer o administrativo. WAGNER diz que o que
interessa é o processo na Procuradoria. WAGNER diz que tinha um número que EDISON mandou
antes dois números administrativos um é de 2012 e o outro é de 2014, era 101207253192012-81.
EDISON diz que tem um de número 10120.725319/2012-81. WAGNER diz que vai repetir:
10120725319/2012-81, este está perfeito e o outro: 101207. EDISON diz que vai pedir e retorna de novo.
WAGNER diz que ela mandou um administrativo e diz que esse está confirmado que ela mandou o
andamento do processo, esse 81. WAGNER diz que tem até o andamento dele, mas o outro ela não
mandou. EDISON pergunta se o 81 WAGNER tem. WAGNER responde que o 81 ele tem. WAGNER
diz que o outro é 10120.726691/2014-76 pede para confirmar e se é este mesmo. EDISON pergunta se
WAGNER quer ir até Goiânia. WAGNER diz que vai tentar resolver por telefone, se não der vai até lá.
Código: 513622
Data: 23/09/2014 Hora: 11:02:44 Duração: 00:01:20
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato:
Interlocutores: WAGNER X EDISON - ASSUNTO DE GOIÂNIA
Arquivo: 20140923110244029.wav

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Degravação:
WAGNER diz que FABRÍCIO já deu resposta, que encaminhou para GOIÂNIA; WAGNER diz que falou
com o PROCURADOR também; EDISON diz que mandou o nome da Procuradora e pergunta se
WAGNER recebe; WAGNER confirma e diz que o Procurador amigo dele também está vendo;
WAGNER pergunta se EDISON tem certa urgência; EDISON diz que sim que é de uma empresária parceira.
WAGNER orienta JORGE a dar entrada no requerimento que busca reverter
posicionamento da Procuradoria, se oferecendo para intervir numa necessidade e como
ainda não sabemos o momento em que darão entrada no mencionado requerimento, nem
quando o alvo WAGNER “entrará em ação”, decidimos por sugerir que este continue
monitorado.

Código: 491215
Data: 15/09/2014 Hora: 13:50:18 Duração: 00:09:58
Alvo: WAGNER PROCURADOR 1
Fone Alvo: 6199872252 Fone Contato: 61-99810506
Interlocutores: WAGNER X JORGE VICTOR-TENTATIVA NA PROCURADORIA
Arquivo: 20140915135018029.wav

Degravação:
WAGNER liga para JORGE e diz que estava em SÃO PAULO, que fica uma semana por mês por lá quanto
verificou que JORGE tinha ligado; WAGNER diz que ELA (VALÉRIA) lhe respondeu então lhe dando
grande esperança não, que ELA é daquelas pessoas que o contato é mais ou menos, "é amiga, tudo, mas você
não pode atropelar a coisa", que ELA vê dificuldade de modificar aquela nota de Procuradoria; WAGNER diz
que do seu ponto de vista a nota é modificável, mas que não encontrou a pessoa que... lhe desse sinal verde,
que aquela nota está equivocada, porque uma nota não tem poder de anular um ato administrativo válido, um
ato do CONSELHO, mas o grande problema é a nota do PROCURADOR GERAL, que não é parecer
normativo e caberia recurso ao próprio PROCURADOR GERAL, ou ao MINISTRO ou à até pra PGU;
WAGNER diz que mandou o material, mas só a nota, e ela examinou; WAGNER diz que ELA é a
VALÉRIA, sua amiga, que acha muito difícil a modificação da posição da Procuradoria; WAGNER diz que
ele é da CAT, trabalha na CAT, sua amiga, que não tem nada de concreto pra resolver o problema; WAGNER
novamente diz sobre a possibilidade dos recursos, já que a nota não foi do PROCURADOR GERAL, mas um
ato da "CLEA BERTÃO" que era adjunta, então o ato pode ser revisto pelo PROCURADOR GERAL
inclusive, mas aí precisaria daquele elemento de...; JORGE diz "de ligação"; WAGNER diz que "eu já tive
no passado, mas agora fica meio complicado neste sentido", eles agilizam se eu pedir pra coisa desse
sentido, eu ainda tenho, mas "pra entrar num diálogo mais diferente é mais difícil, pelo menos tenho
que examinar isto com mais calma"; WAGNER diz que essa é a posição; JORGE pergunta o que
WAGNER acha, se daria entrada no requerimento e WAGNER fala que daria entrada, dirigido ao
PROCURADOR GERAL dando os argumentos "e ainda possibilita que qualquer coisa possa que,
entendeu, que nós estamos no fim de governo, entendeu, qualquer coisa eu fico atento se eu puder
colaborar eu entro pra ajudar, é nessa linha. JORGE fala que a dúvida deles dar entrada sem ter um
esquema de retaguarda, vai sentar em cima. WAGNER fala que vai tem que entrar pois as vezes a coisa
aparece quando se está discutindo com os argumentos apresentados; "eu daria entrada, acho que devem

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dar entrada, agora, eu só não posso dar uma certeza por que o que gostaria de dar um..., se eu tivesse um...,
entendeu, um outro tipo de coisa, a gente pudesse dar uma orientação, um empurrão". JORGE diz que o
perigo é dar entrada num negócio desse lá e alguém pegar e botar numa gaveta; WAGNER diz que
gaveta não pois ele tem amizade pra agilizar sim, só que não pode dar a resposta positiva que JORGE
gostaria que fosse, que não pode dar resposta concreta nesse nível, que só age quando tem certeza.
JORGE pergunta se WAGNER não tem nenhuma outra pessoa que pudesse intermediar o assunto;
WAGNER diz que "vou ter que examinar as outras pessoas na coisa, vou examinar, quando der
andamento, vou lá, só o fato de demonstrar interesse sempre..., só não quero dar é certeza, entendeu,
isso é evidente, não posso e não tenho condições de dar esta certeza no momento... evidente que no
andar da carruagem, contato sempre tem"; WAGNER diz entende que o pedido é justo, tem base,
inclusive a renúncia tinha que ser expressa e hoje tem renúncia expressa, e isso é igual a no Conselho de
Contribuintes; WAGNER diz que é um ato administrativo para ele perfeito.... aquele negócio de nulidade,
nulidade não é assim, a Procuradoria não tem poder de decretar nulidade, ela estaria de agir de ofício pedindo
a revisão do ato; WAGNER diz "meu conselho é o seguinte, eu acho que tem que, como advogado entendo
que a situação tem que batalhar, entendeu, tem que..., principalmente porque o negócio já é meio antigo, se
fosse um negócio novo..." Na sequência falam da prescrição, que está interrompida por terem entrado na
Justiça. WAGNER pergunta como está a situação na Justiça; JORGE diz que eles ganharam na primeira
instância e tão aguardando o recurso no TRF de São Paulo; WAGNER critica o Tribunal daqui; WAGNER
fala que se já houvesse a decisão favorável, poderia existir uma tentativa de acordo; JORGE diz então que vai
orientá-los a entrar com um requerimento; WAGNER reafirma que não pode dar certeza, pois “as pessoas
que ele viu não pode ter este nível de entendimento”; JORGE diz que vai conversar com eles e mantém
WAGNER informado.
Isto posto, verifica-se que o NÚCLEO do EDISON é muito ativo e em
diversos eventos ficou demonstrado o seu potencial de atuação criminosa para dentro
e fora do CARF.
Como acima expostos, verificados a consumação de delitos de Tráfico de
influência, no caso do banco BVA e Corrupção Ativa, com a venda da “vista” no
processo, e Advocacia administrativa Fazendária para cliente do CASSULI, todos
crimes atribuíveis a EDISON PEREIRA RODRIGUES, MEIGAN SACK
RODRIGUES, CHIQUEKI MURAKAMI e THARYK JACCOUD.

3. NÚCLEO JOSÉ RICARDO E O CASO GERDAU:

Integram este grupo JOSÉ RICARDO DA SILVA, EIVANICE CANÁRIO


DA SILVA, EIVANY ANTÔNIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO,

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HUGO RODRIGUES BORGES, PAULO ROBERTO CORTEZ e o JOÃO BATISTA


GRUGINSKI.
Em que pese um monitoramento telefônico tenha como objetivo demonstrar
as ações criminosas em tempo real, como aconteceu com o NÚCLEO DO JORGE
VICTOR e LUTERO, esta medida também teve como um dos objetos obter informações
que pudessem de alguma forma reconstruir o passado do NÚCLEO JOSÉ RICARDO
corroborando as informações contidas na notícia criminal, nas diligências de rua e
movimentações financeiras atípicas e financeira obtidas com o afastamento do sigilo
bancário, bem como a atuação do núcleo nos dias atuais, especialmente no que se refere ao
CASO GERDAU.
Nesse diapasão, a interceptação telefônica coletou grande quantidade de
informações as quais buscaremos contextualizar conversas que corroboram que a notícia
criminal de que o JOSÉ RICARDO DA SILVA e as pessoas envolvidas no seu escritório
de advocacia e de consultoria eram corrompidos e corrompiam servidores no intuito de
obter decisões favoráveis no CARF para os seus clientes.
Assim, na conversa abaixo, temos que o investigado HUGO RODRIGUES
BORGES dialoga com a pessoa identificada como DR. MÁRCIO, passando o recado de
OLGA que concorda em “pagar propina”, caso alguém em BRASÍLIA peça alguma coisa.
Já DR. MÁRCIO relata a HUGO que saiu “indignado” do MINISTÉRIO porque um
servidor cobrou propina de forma velada. HUGO argumenta que é “assim mesmo” e que
quando trabalhava num escritório de advocacia, seu ex-patrão “ZÉ RICARDO” pagava
mensalmente uma funcionária do MINISTÉRIO DA FAZENDA só para passar
informação que necessitava. Abaixo segue a transcrição do diálogo:

Código: 370082
Data: 04/08/2014 Hora: 12:23:33 Duração: 00:04:50
Alvo: HUGO 5
Fone Alvo: 21997887317 Fone Contato: 61-84054682

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Interlocutores: HUGO X MARCIO - JOSE RICARDO pagava propina


Arquivo: 20140804122333030.wav
Degravação:

MÁRCIO: - Oi HUGO! Tudo bom?


HUGO: - E aí, tudo bom?
MÁRCIO: - Beleza. O quê que você manda?
HUGO: - Tudo bom? É... na hora que a OLGA me ligou e aí ela pergunta se eu tenho falado com você.
Eu digo assim...é... ela quer saber se eu tô, se eu sei de alguma coisa, né?! Como é que tá, aquela coisa
toda... Aí, eu disse pra ela que ia falar com você, mas eu não sei o que está acontecendo. Aí, ela ligou
agora de manhã... é... falou com você na Sexta-Feira, que você foi lá... é... não sei se foi entregar o
processo e me parece que alguém queria propina.
MARCIO: Hum rum..
HUGO: É, aí ela falou pra mim, ela, eu não sei se ela, ela te fala o que que ela quer, porque eu não sei.
Aí ela falou que é pra, se alguém cobrar ou pra facilitar alguma coisa, que é pra você, é... combinar de
quando sair o dinheiro, pagar a propina, entendeu?! Ela vai pagar a propina, a parte da pessoa que tá
pedindo, né, mas só quando o processo sair. Aí ela me disse que vai pra Brasília, porque ela disse que
tem que ir mesmo, né?! Quando ... se sair alguma posição, alguma coisa, vai ela e a .... ( ininteligível)...
aí, daí mesmo ela faz os acertos, entendeu?!
MARCIO: ... (ininteligível)...
HUGO: Se tiver alguém por ...
MARCIO: ...( ininteligível)...
HUGO: Mas não que vá mexer no seu, tá? Mas não que vá mexer no seu, mas a pessoa que cobrar: vou querer
tanto para poder levar esse processo lá, para fulano assinar, ... isso e aquilo. Pode combinar com o pessoal
aqui, quando ela sair, ela vai para Brasília e daí ela faz o acerto.
MARCIO: Ah não, tranquilo. Eu expliquei pra ela...
HUGO: Enten...
MARCIO: Eu tava falando que ... (ininteligível)
HUGO: hum
MARCIO: Indignado, cara. Eu saí lá do ministério e liguei pra ela, né?!
HUGO: Ham ram. Mas...
MARCIO: Cara, ele não falou com todas as letras, né?! Mas pra quem... (ininteligível)... tudo é letra, né?! O
salário todo
HUGO: É, mas eles... eles....
MARCIO: ... ( ininteligível).. eu contei pra ela o aconteceu, entendeu?!
HUGO: Então, aí ela... é porque eles pedem mesmo, não adianta. Dentro do governo, pra adiantar, eles
tem que pagar, não adianta. O ZÉ RICARDO, onde eu trabalhava, ele era assim. Com o grupo dele lá...
aí.. molhava a mão, até numa amiga dele que era do MINISTÉRIO DA FAZENDA... é... ele pagava ela
todo mês uma quantia, para ela dar informação pra ele, que ele tava precisando... né?! De gente lá
dentro e tudo. Mas eles pedem mesmo, não tem jeito. Ela falou assim que a preocupação dela, ela não
está preocupada em relação ao montante... né ... da indenização, mas sim, a, por mês, né, que ela vai
receber, e aí, o que cobrar pode ir que ela faz o acerto quando ela for aí.
MARCIO: Entendi.
HUGO: Vai ela e a ... (ininteligível). Então assim...
MARCIO: Mas somente nessa condição mesmo... (ininteligível)...

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HUGO: É... Se não for não vai ter jeito, as pessoas não vai facilitar, porque eles também querem ganhar,
entendeu?! Então assim, aí se você não conhecer alguém lá, porque esse processo tem que chegar na... quem
assina, entendeu... Porque se for em outros setores dentro da... lá do... da ... desse órgão aí, vai ficar parado
igual, porque ela já... na época que ela mexeu, ela foi em todo mundo, inclusive na secretária lá do
presidente... e não conseguiu... a OLGA.... Então ela já rodou muito...
MARCIO: Eu to acompanhando, tá?! Fica tranquilo aí, tá?! ... (ininteligível)... firmando aí, viu?!
HUGO: Eu to, to sempre firmando, mas assim, olha, aqui eles vão cobrar mesmo para poder facilitar,
entendeu?! Aí negocia aí. Fala oh, assim que sair, pega os dados da pessoa, contato e tudo, porque a
OLGA vai praí de qualquer forma.
MARCIO: Beleza.
HUGO: Entendeu?! E resolve tudo aí mesmo. Porque... dessa forma sai, entendeu?! Se for nos meios legais
mesmo do órgão, eles deixam o processo parado, não agiliza...
MARCIO: Beleza então.
HUGO: Né?! Era isso que ela, ela me ligou e eu não sabia, eu falei: pode deixar que vou falar com o
MARCIO, eu vou ligar pra ele...
MARCIO: Ela fica super ansiosa, cara, e atrapalha...
HUGO: É...
MARCIO: Ela fica me pressionando, pô. Eu não gosto disso não.
HUGO: É, ela é demais. Eu falei, eu falei pra ela esperar, pra ter calma que vai dar certo. Aí ela fica me
ligando, aí fala: falou com o MÁRCIO. Eu falei: não, vou falar o quê com ele? O quê que você quer que eu
fale com ele? Entendeu?! Aí ela ligou hoje cedo para falar isso. Eu falei ... (ininteligível).. pode deixar que eu
vou ligar pro MARCIO, que aí eu vejo o quê que é que tá acontecendo, que ela também num.... né?! Então tá,
mas aí qualquer novidade ou se tiver dificuldade, ela me avisa porque eu mexo os pauzinhos, para pedir ao ...
(ininteligível).. para ver se desentrava também.
MARCIO: Então beleza, então... (ininteligível)... Obrigado, viu?!
HUGO: Falou... Não, qualquer coisa manda no ZAP ZAP ( WHATSAPP) .
MARCIO: Falou então. Obrigado, viu?!
HUGO: Falou. Um abraço, viu?! Tchau.
MARCIO: Tchau.

O PAULO ROBERTO CORTEZ, em que pese demonstre ter afeto ao JOSÉ


RICARDO DA SILVA, também ofereceu à investigação grande quantidade de ligações que
atestam contra a retidão de comportamento do JOSÉ RICARDO DA SILVA que devem ser
levadas em consideração.
Na conversa abaixo com ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, conhecido
lobista que atua em BRASÍLIA, em que pese haja muita especulação por parte deste, o
PAULO ROBERTO CORTEZ narra como foi sua audiência na Justiça do Trabalho e diz
que foi tudo uma “mentira deslavada” e que a “quadrilha toda estava lá”.
Código: 348102
Data: 28/07/2014 Hora: 18:21:12 Duração: 00:06:20

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DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
DIRETORIA DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Alvo: PAULO CORTEZ 3


Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: internacional Direção: Recebida
Interlocutores: PAULO X ALEXANDRE - falam de JOSE RICARDO
Arquivo: 20140728182112035.wav
Degravação:

ALEXANDRE diz que leu o email de PAULO e diz que sabia que o "filho da puta " do JOSE
RICARDO iria aprontar com ele. PAULO diz que adiar mas que a juíza foi "foda", foi "ruim" ...
PAULO diz que a juíza aceitou que ele (JOSE RICARDO) incluísse um documento que apresentou,
uma confissão de dívida. PAULO diz que estava lá a "quadrilha" dele. ALEXANDRE diz: " a irmã, a
gorda da ADRIANA, e a EIVANICE. PAULO diz que sim e informa que mais o advogado dele.
PAULO comenta que a audiência foi muito ruim. PAULO diz que a GEGLIANE falou bem dentro
daquilo que ela poderia falar e lamenta que ALEXANDRE não estava presente. PAULO diz que ficou
muito chateado com a "mentira deslavada"... (passamos a transcrever o inteiro teor do diálogo):
1min25s
PAULO - Eu fiquei muito chateado, muito sentido, por causa da mentira deslavada... Eles não tem
vergonha na cara, rapaz !
ALEXANDRE - E falei naquela ocasião que reuni eu e o SILAS e uma vez a ERENICE ...
PAULO - Sim...
ALEXANDRE - Ele chegou e falou assim: "ah eu devo dois milhões ao ALEXANDRE mas não tenho
como pagar!"
PAULO - Ah então é assim ?! Ele não paga e pronto!
ALEXANDRE - Aí ele disse; "Ah eu não posso pagar porque o MAURO MARCONDES da ANFAVEA
tá me devendo". Eu falei: ZÉ RICARDO deixa de ser filho da puta e mentiroso, cara! Por isso que não
falo mais com ZÉ RICARDO... Tenho é vontade de dar porrada nele!
PAULO - Eu também! Eu chamei ele e disse ... Eu disse pra ele na frente da juíza que ele é uma fraude.
A juíza me mandou calar a boca... (risos) Mas eu disse!
ALEXANDRE - Tem que falar mesmo é uma fraude... Um filho da puta!
PAULO - Aí ele pediu pro advogado dele se poderia me processar... Pode me processar e eu comprovo
que ele é fraude. Eu provo que ele é uma fraude.
ALEXANDRE - Esse negócio do MINISTÉRIO PÚBLICO pode fazer e põe meu nome...
PAULO - Não deixa você voltar... Vamos conversar bem e não dar pra deixar a coisa assim cara...
ALEXANDRE - Eu não te falei naquela ocasião da RECEITA FEDERAL... que o pessoal do MINISTÉRIO
tinha feito um acordo com a FOLHA DE SÃO PAULO...
PAULO - Certo...
ALEXANDRE - No caso MANTEGA... que o MANTEGA pode estar envolvido nessa merda....
PAULO - É....
ALEXANDRE - Fizeram um acordo com a FOLHA DE SÃO PAULO e o .... FERNANDO RODRIGUES,
como DIRETOR DA FOLHA em BRASÍLIA, fica pegando informações do MINISTÉRIO DA FAZENDA
enquanto.... Até o dia que não tiver mais informação e acaba até no MANTEGA. Mas aí já acabou o
GOVERNO, né...
PAULO - Pois é.... Eu não sei se é melhor depois da eleição. É vamos sentar e conversar se não é melhor
depois da eleição vir a tona esse assunto aí.
ALEXANDRE - Que depois da eleição o quê, Paulo! Tem que botar agora!
PAULO - Tá bom! Pra mim tá bom!
ALEXANDRE - Vai é sujar... (inaudível por falam juntos)

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PAULO - Agora eu acho é o seguinte... formalizar assinada uma denúncia, eu acho que eles tem que
investigar isso! Eles são obrigados a abrir processo.
ALEXANDRE - No MINISTÉRIO DA FAZENDA a CORREGEDORIA não quis fazer porque? Por causa
do MANTEGA ...
PAULO -É ....
ALEXANDRE - O cara da CORREGEDORIA fica lá porque foi o MANTEGA que colocou.
PAULO - Sim....
ALEXANDRE - Se fizer uma denúncia o MANTEGA tira ele...
PAULO - (inintelegível)
ALEXANDRE - O PALÁCIO tira ele... Aquele negócio
PAULO - É....
ALEXANDRE - Como é que o cara pode ser da CORREGEDORIA do MINISTÉRIO indicado pelo
MINISTRO?
PAULO - Pois é...
ALEXANDRE - Não existe isso aí ...
PAULO - É verdade!
ALEXANDRE - É essa putaria que tem em BRASÍLIA... Ah é o cara que tá no lugar tal, mas não vai fazer
denúncia porque ele foi indicado pelo MINISTRO.
PAULO - Hoje tem também foi putaria a audiência. Agora dia 20 vai ter outra lá... Outra audiência mais ... É
pra encerrar o processo. Dentro de pouco tempo ela deverá dar a decisão... Sabe? Agora eu....
ALEXANDRE - Dia 20 as partes vão poder comparecer?
PAULO - Querendo...
ALEXANDRE - Ah eu faria questão de ir!
PAULO - Pois é... pois é... Vamos ver... Exatamente!
ALEXANDRE - Não tem problema nenhum! Eu faço questão de falar!
PAULO - Foi uma pena ... Se você quisesse ali... Você sabe se manifestar de uma forma mais veemente, mais
firme, de mais posição. Sabe... Então seria mais esclarecido, seria melhor. Eu fiz o depoimento mas ele
tentaram de toda a forma desfazer e destorcer os fatos. "Não aquilo é só prestação eventual de serviços." É
porque ele trabalhava o dia inteiro lá. Todo o dia estava lá!
ALEXANDRE - Todo o dia estava lá e quando não ficava até de madrugada.
PAULO - E participava de reuniões com os clientes...
ALEXANDRE - Lógico!
PAULO - Aí o advogado deles: "mas era cliente de quem? " Era cliente do PAULO. Olha quando que eu fui
levar um cliente meu lá no escritório, cara ....
ALEXANDRE - Risos... É eu te falei.. é filho da puta !
PAULO - Mas tá bom! Tá ALEXANDRE! Te agradeço pela ligação . (final 5mim25s)
Código: 348119
Data: 28/07/2014 Hora: 18:27:58 Duração: 00:16:29
Alvo: PAULO ROBERTO 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: 55-99947587 Direção: Originada
Interlocutores: PAULO X MAGALI - emprestou dinheiro a JR
Arquivo: 20140728182758035.wav
Degravação:

PAULO diz que ALEXANDRE está nos EUA e que falou com ele também está puto com o JOSE
RICARDO; PAULO fala que a ADRIANA também foi uma cara de pau na audiência; PAULO diz que

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um advogado amigo do MALLMANN ligou e que na certa era pra pedir favor a acerca de algum
processo; PAULO diz que o JOSE RICARDO apresentou uma confissão de dívida no processo, mas
que o documento não corresponde com a dívida; PAULO diz que depois de emprestar dinheiro a JOSE
RICARDO vem com essa conversa; PAULO diz que aquela gente é do mal e que eles fazem qualquer
negócio pra se beneficiar e tirar dinheiro dos outros, todos ali vivem disso, não né trabalho honesto, é
falcatrua, é safadeza, é sem vergonhice; MAGALI diz que eles querem ganhar dinheiro fácil e rápido;
PAULO diz que pra ganhar dinheiro honestamente tem que trabalhar e eles não gostam, de trabalhar,
que não faz parte do princípios deles trabalhar; Aos 12 minutos e 40 segundos: “PAULO - Bem feito
pra mim, fui me envolver com sem vergonha, mas eu fui iludido Eu já falei com o EDISON que estou
pensando em formalizar a denuncia.
MAGALI - Mas calma não faz ainda!”

Nesse próximo diálogo com uma mulher não identificada, CORTEZ


afirma: “JOSÉ RICARDO fez tudo o que foi falcatrua no CARF, vendia decisões e
tudo". Na sequência diz que conversou com o Conselheiro VALMIR SANDRI dizendo
que ia denunciar tudo, e o VALMIR demonstrando conhecimento do que acontece no
CARF diz para CORTEZ ficar quieto porque ele tinha perder:
Código: 348298
Data: 28/07/2014 Hora: 19:27:47 Duração: 00:14:11
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: 61-96843960 Direção: Originada
Interlocutores: PAULO ROBERTO X ELIANE - falam sobre JOSE RICARDO
Arquivo: 20140728192747035.wav
Degravação:

PAULO ROBERTO fala com ELIANE sobre uma audiência de ação trabalhista, contra empresa de JOSÉ
RICARDO, em que estavam presentes EIVANICE e ADRIANA; PAULO diz que ADRIANA é amiguinha
de ELIANE e ELIANE diz que ADRIANA é mais amiga de PAULO do que dela; PAULO diz que eles que
alegaram que ele não trabalhava na empresa e somente prestava eventual serviço; PAULO diz que o
"JOSÉ RICARDO" não paga ninguém deve 2 milhões para ALEXANDRE, ex-sócio, e 1 milhão e 750
mil para EDISON, ex-sócio, além de "uma fortuna" para bancos; ELIANE diz que quem sé quem não
paga se dá bem no Brasil; PAULO diz que ficou doente e foi hospitalizado e quase teve infecção generalizada
por conta do JOSÉ RICARDO; PAULO diz que "JOSÉ RICARDO" "tirou" todos os bens do nome dele;
MNI pergunta se ADRIANA teria coragem de testemunhar contra o PAULO e ele diz que sim; PAULO diz
justamente a ADRIANA que ia jantar na casa dele 3 ou 4 vezes por semana junto com o bêbado do marido
dela; PAULO que o JOSÉ RICARDO fez " tudo o que foi falcatrua no CARF, vendia decisões e tudo" e
que está pensando em formalizar uma denúncia contra ele; ELIANE diz que se ele fizer isso agora ele
vai alegar outras coisas contra o PAULO.
Código: 351237
Data: 29/07/2014 Hora: 19:01:42 Duração: 00:19:04
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:

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Interlocutores: CORTEZ X MAGALI


Arquivo: 20140729190142035.wav

Degravação:
Nesta ligação PAULO fala do ALEXANDRE, do VALMIR (CONSELHEIRO), do HUGO, da NICEA
(Mãe do JOSE RICARDO), da ADRIANA e do EDISON... Todos estão envolvidos com a família.
IMPORTANTE A PARTIR DOS 5 MINUTOS E 14 SEGUNDOS ATÉ OS 12 MINUTOS E 46
SEGUNDOS:
PAULO: Tu viu no email que o ALEXANDRE me mandou?
MAGALI: Eu vi
PAULO: HA, HA, HA... O ALEXANDRE é bem assim... é na casa dele... esse filho da puta com aquela
gangue dessa sem vergonha... rache tudo.. eu mandei um monte aqui... aí já veio o VALMIR aí,
conselheiro... "não, mas Deu o livre, não faça isso meu Deus"... aí eu disse, uai, por que é que eu não
vou fazer?... "Não mas não ...(ininteligível)... tu vai é perder"... Perder o que? Eu não tenho mais nada
pra perder o que eu tinha pra perder eu já perdi... Eu não tenho nada pra perder não... hora... vamo
ver... espere um pouco... mas que eu tô com vontade eu tô sim... ir lá e abrir a latrina... abrir a latrina...
Não, tu sabe o que que é? Essa cara aí... esse filho da puta, como diz o coisa, esse corno escroto, escroto,
é assim que ele chama... ele vai usar isso aí pra depois não pagar, sabe?... ele vai alegar isso... tenho
certeza... por que que ia juntar só esse papel? Por que? Agora tá, discutiu perdeu, agora na instância
superior ele diz, não mas eu já acertei, tá aqui... aí vá começar a discussão tudo de novo... Ele é
especialista... Ele é especialista em falcatrua, é só isso que ele sabe fazer !
MAGALI: É... ele está pegando um caminho dali de sacanagem vamo ver o que que a juíza vai entende... Ele
vai tentar pela sacanagem sim que foi a intenção.
PAULO: Claro que sim... Claro que é sacanagem!
MAGALI: Mas vamos ver o que que a juíza vai entender, e aí a sua advogada vai ter que impugnar.. mas ela
não pode ... (ininteligível)...
PAULO: Olha... a juíza não queria, não queria, não queria botar aquilo no processo e o cara insistiu, insistiu,
insistiu... e a juíza não queria, não queria e acabou cedendo... e acabou cedendo.
MAGALI: Quem insistiu foi o advogado... dele...
PAULO: Hoje eu mandei um e-mail... hoje eu mandei um e-mail para o cara da Receita da investigação
MAGALI: Ela não vai considerar aquilo ali
PAULO: Ô, mas vai estar no processo ele vai arguir... na. no, no, no tribunal... Claro que vai arguir no
tribunal...
MAGALI : Mas tem documentos juntados que o juiz pode... pode... dizer que aqui ali não faz parte do
processo
PAULO: Sim, não faz, é o que a advogada em falou, "não isso não tem nada a ver, isso é outra coisa
que não tem nada a ver"... Mas é que também aquele filho da puta do escroto... ele não tem outros
argumentos para falar e ne m pra argumentar, o que que ele vai dizer me, me conta, me conta o que
que ele vai dizer? não tem né... esse que é o caso... É tá fudido, claro que ele vai espernear de tudo
quanto é jeito ele é especialista em sacanagem, sem vergonhice... é... é... agora eu não me lembro o que
eu tava começando, começando a te contar... (ininteligível)... Eu esqueci...
MAGALI: Do VALMIR? Do ALEXANDRE?... Da denúncia?
PAULO: Agora eu vou te dizer, esse sujeito tá com o nome sujo aí na praça viu... quem conhece ele... tá
com o nome sujo na praça.. A, e e faltou dois processo que ele não entregou... vão te que abrir um
inquérito contra ele... bem feito, vai se foder... agora eu acho engraçado que ele não está nem aí pra
nada, ele não esquenta a cabeça... É o que o EDISON diz, ele é pródigo... É, o EDISON que diz, ele não

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esquenta, ele não tá nem aí, ele não se preocupa com nada, deixa que acontece e tá e azar.. ele não
esquenta... tá... engraçado com é que pode a gente...
MAGALI: Eles têm uma visão assim que.. que funcionário, que as pessoas...
PAULO: Ah, os funcionários deles são tudo... são tudo escravo né... são servis, tem que ser serviçal dele,
ele e a família, não é só ele, a família, a mãe dele também é assim, usavam aquele HUGO, usavam e
abusavam, cagavam na cabeça dele, mijavam, escroteavam e o HUGO corria com os filhos de todo
mundo, buscando no colégio, fazendo isso, fazendo aquilo, sabe?... e viviam cagando na cabeça dele...
MAGALI: É a visão deles, essa do mundo... que as pessoas são pra servir eles...
PAULO: Exato
MAGALI: A mãe dela me contou que a empregada, final de ano ela não dá folga no natal, em datas
comemorativas... por que ela, né?
PAULO: Ela se acha toda poderosa aquela velha nojenta ...
MAGALI: O que que seria da gente se não fosse empregado né... ela é tão boazinha, tão querida a minha
empregada, eu pedi pra ela, fica pra mim, e ela ia fazer o que?...
PAULO: Aquela véia nojenta escrota... é ela que é a chefona da quadrilha
MAGALI: Eles tratam bem, por que ela disse que ela trata como se da família, isso aí eles aprenderam, eles
tratam bem, mas aí pagar que é bom nada...
PAULO: Mas eles não tratam bem, mas não tratam bem, o HUGO era o apavorado, coitado, viviam
mijando e cagando na cabeça dele, não tratam bem não, ela que quer se fazer de dizer que sim, mas não
tratam bem não... É pra estacionar aqui...
MAGALI: Ou demite então pra engatar..
PAULO: Exatamente, exatamente bem isso, exatamente, depois o, depois joga assim no lixo... os funcionários
todo mundo vira lixo pra eles... ninguém presta... consegui estacionamento... bom...
MAGALI: É ADRIANA no fim ficou com raiva dela, mas ela deve sofrer muito lá por que...
PAULO: Olha eu estou achando que sim por que ele não tem consideração com ela também... mas ela
se vendeu né...
MAGALI: Ela se vendeu, mas no fundo ela não, ela, se ela fala que é pau que, que é competente isso e
aquilo, mas ela não se garante porque ela não sai de lá...
PAULO: Ah, ela fala, ela vive falando que ela... ela falava mal do EDISON, vivia falando mal do
EDISON... O EDISON, você conhece, aquele meu colega aposentado
MAGALI: Se ela é tão competente assim ela abre um escritório dela...
PAULO: É, exatamente, não, não, é, e ela falava mal, que o EDISON não sabia, que ela era, Ela que
sabia, que ganhou de, cansou de ganhar... ganhar discussão do EDISON... Eu nunca falei pro EDISON,
mas vou falar... vou falar pra ele..."
No próximo diálogo o PAULO ROBERTO CORTEZ continua revelando a
conduta do JOSÉ RICARDO, quando da conversa com o Conselheiro ORLANDO (que
seria o ORLANDO JOSÉ GONÇALVES BUENO, Vice-Presidente da 2ª Turma Ordinária
da 2ª Câmara, representante dos contribuintes), com o qual o JOSÉ RICARDO já teria
trabalhado junto no CARF, tendo o ORLANDO mencionado o RICARDO tentou lhe
“roubar” clientes.

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Código: 359783
Data: 01/08/2014 Hora: 09:08:48 Duração: 00:14:53
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: PAULO X MAGALI - chama JOSE RICARDO de vagabundo
Arquivo: 20140801090848035.wav
Degravação:

Aos 11min24s PAULO comenta que o trabalho que ORLANDO deu para ele pode dar uns
"troquinhos" para ele e o MALLMANN. PAULO diz que está junto em contato. Diz que ORLANDO já
havia lhe arrumado um trabalho primeiro. Fala que ORLANDO é de CAMPINAS/SP, é um
ADVOGADO e é do CONSELHO e que já trabalhou com PAULO na 1ª CÂMARA. PAULO diz
RICARDO "sacaneou" ORLANDO. TRECHO IMPORTANTE - TRANSCRIÇÃO LITERAL A
PARTIR DE 11 minutos 51 segundos até os 13 minutos e 32 segundos:
PAULO - Ele me arrumou uns trabalhos e ta e coisa l... Só que aí... O RICARDO sacaneou ele. O
RICARDO... Eu não sei o que ele foi falar com RICARDO de um cliente.. Sabe ? Que ele tinha um
processo....
MAGALI - Hum rum...
PAULO - E o RICARDO não... E era um processo grande! E o RICARDO não vai lá no cliente dele
para roubar o cliente do ORLANDO....
MAGALI - Foi esse aí que tu tinha me contado ...
PAULO - Eu tinha te falado esse ? Desse ? Será ?
MAGALI - humm...
PAULO - E aí mas não conseguiu... Esse é outro. E aí o cliente falou pro ORLANDO : "Oh teve um
amigo seu aqui querendo pegar a causa sua." Aí o ORLANDO disse que veio aqui em BRASÍLIA falar
com o RICARDO. Falou sério com o RICARDO e aí nunca mais. E aí ele se afastou de mim porque eu
trabalhava com o RICARDO. E eu não sabia. Se afastou e nunca mais ele quis... Sabe a gente só se
cumprimentava de longe mas nunca mais... Agora que esses dias aí, uma duas ou três semanas atrás
que o ORLANDO veio... Soube que eu tinha saído de lá e veio falar comigo. Aí ele me contou: " Olha
PAULO eu me afastei aí... Tu trabalhava com RICARDO e RICARDO fez essa sujeira comigo...
(inintelegível)
MAGALI - Tá vendo! Quem está junto responde também, né?!
PAULO - É tu vê né... Exatamente ! Até isso me estragou trabalhar com esse "vagabundo" sujo !
Bahhh... Isso aí foi um atraso na minha vida ! Foi um atraso na minha vida!
Ainda há a conversa do PAULO CORTEZ com o EDISON sobre a
audiência que teve falando-lhe do empréstimo que concedeu ao EDISON, o qual tem
uma confissão de dívida que foi juntado ao processo trabalhista que moveu contra o
JOSÉ RICARDO. O Processo é o de número RT-0001728-09.2013.5.10.0005, que
tramitou na 5ª Vara do Trabalho do Distrito Federal, cujas cópias das principais
peças se encontram acostadas no APENSO II dos autos o IPL 004/2014-4 –
COGER/DPF, sendo que o documento da confissão de dívida acima mencionado

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encontra-se às fls. 163 do citado Apenso. Nesse mesmo diálogo transparece o


pagamento do feito de pela RBS à SGR CONSULTORIA, segundo ele de R$
13.000.000,00 (Treze milhões de reais) e que ele teria direito a R$ 150.000,00 (cento e
cinquenta mil reais):
Código: 366159
Data: 02/08/2014 Hora: 19:09:56 Duração: 00:12:21
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: PAULO X EDISON - falam processo JOSE RICARDO
Arquivo: 20140802190956035.wav

Degravação:
TRECHO IMPORTANTE INICIA AOS 57S . TRANSCRIÇÃO LITERAL :
EDISON - Como é que está homem ? Não me liga mais ? Não manda mensagem ?!
PAULO - Pois é rapaz.... Eu ando meio chateado com esse troço daquele meu processo contra aquele
"vagabundo" ! Sabe cara...
EDISON - O que houve ?
PAULO - Ah pura "mentirama" , rapaz ! Um monte de mentira ! Tivemos audiência na segunda-
feira...
EDISON - E aí ?
PAULO - E aí vamos ver agora... Dia vinte tem outra e depois a juíza vai dar o... o... a decisão
EDISON - Ah então agora é rápida a coisa !
PAULO - Mas é primeira instância e depois tem... Ele vai recorrer e ele é safa.... Tú conhece né ?!
Aquilo é "safado" e "sem vergonha" ...
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Tá encharcado de tanta mentira ! Aquela "vagabunda" da ADRIANA, ainda bem que a
juíza não quis ouví-la...
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Ainda bem.. Porque eu.. eu ia ficar muito "puto" . Ela ia ... ela ia fazer... dar depoimento
favorável ao RICARDO. Ela ia mais mentir ainda, cara !
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Mas tudo bem ! Tudo bem ! O que é da gente...
EDISON - Mas como é que tu foi ?
PAULO - Eu acho que tudo bem, ô EDISON... A minha advogada é .. A minha advogada "não mas
você disse que tinha emprestado dinheiro pra ele e não sei o quê... Isso não está no processo e não devia
ter dito". Mas eu digo isso é verdade, pois eles vão por uma cópia da confissão de dívida...
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Mas tu comprova que eu emprestei ? Mas vai ... prova não tem ué... Era promessa que eu
tinha de ganhar nos processos que ele ganhou. Ele ficou de me dar uma parte. Ele recebeu o dinheiro e
me pediu emprestado e eu emprestei. Quer dizer, eu não recebi mas ele assinou um termo de confissão
de dívida. Então é isso aí... E aí ?
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Então qualé o mal?

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EDISON - Ahrãm... Claro !


PAULO - Né... Eu fiz o meu trabalho, além do que eu era empregado dele , né !
EDISON - Ahrãm...
PAULO - Ele me prometeu uma migalha no êxito. Só da RBS aí ele ganhou TREZE MILHÕES. Me
prometeu CENTO E CINQUENTA MIL
EDISON - Ahrãm...
PAULO - E ele recebeu os TREZE. É... é... E os outros também. Mas ele.. olha só ... A gente conversa
essa semana com mais calma
EDISON - Tá bom...
PAULO - E trocamos ideia ... Eu ando já enjoado disso aqui ... Desse lugar aqui!

Ademais, em mais 02 (dois) de seus diálogos, PAULO CORTEZ fala do


afastamento de JOSÉ RICARDO dos quadros do CARF dizendo que este foi “convidado a
renunciar o mandato” e que “saiu corrido”, mas deixou no CARF a sua irmã EIVANICE e
sua sócia ADRIANA, para continuar operando lá dentro.

Código: 417567
Data: 18/08/2014 Hora: 16:05:04 Duração: 00:04:49
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: 61-81438702DEG
Interlocutores: #PAULO X PEDRO JAGUARIBE-JOSÉ CORRUPTO
Arquivo: 20140818160504035.wav

Degravação:
PAULO diz que JOSÉ RICARDO é corrupto, ladrão, salafrário e que saiu corrido do CARF, mas
deixou sua irmã (EIVANICE) e sua sócia (ADRIANA). PEDRO quer falar com PAULO sobre um
processo que caiu na sessão de PAULO. Marcam pra almoçarem juntos e conversarem sobre o assunto.
No áudio abaixo o PAULO ROBERTO CORTEZ menciona sobre o
Processo do Ágio interno da GERDAU, dizendo que todo mundo sabia que que havia
“maracutaia” do JOSÉ RICARDO e que ele saiu sem punição, mas que o esquema
continua e envolveria os Conselheiros VALMIR SANDRI, VALMAR, JORGE
CELSO e possivelmente o CARTAXO, sendo que a relatoria do processo foi para o
VALMIR SANDRI que teria sondado. Segundo o CORTEZ o mesmo teria recebido
“ameaças veladas” oriundas de OTACÍLIO CARTAXO e transmitidas por VALMIR
SANDRI, em retaliação às denúncias que ele sinaliza promover, Finaliza dizendo que
foram prometidos R$ 50.000,000,00 (cinquenta milhões de reais) em propina para a

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resolução da questão do ágio da GERDAU e que esse valor seria a “aposentadoria


tranquila” de alguns. Esse processo parece ser o de número 10680.724392/2010-28, o
qual o JOSÉ RICARDO estava com a relatoria até o dia 18/03/2014, quando deixou o
CARF, sendo repassada a relatoria para o VALMIR SANDRI. Vale destacar também
que, conforme observamos no acórdão 1101-00.708 o processo foi julgado na Câmara
Baixa e teve como o relator o VALMAR FONSECA DE MENEZES. A GERDAU teve o
seu recurso voluntário provido (os links acima levam à movimentação do processo e ao
Acórdão).
Código: 384541
Data: 08/08/2014 Hora: 12:13:05 Duração: 00:06:21
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: 51-92431125
Interlocutores: #PAULO X MALLMANN-ESQUEMA NO CARF
Arquivo: 20140808121305035.wav

Degravação:
PAULO avisa a MALLMANN que os processos da GERDAU foram pro VALMIR SANDRI e que já
vão ser colocados em pauta e que foram distribuídos recentemente e que o VALMIR lhe disse que vai
negar provimento e que é "interessante" e estranho VALMIR lhe dizer isso "logo de cara".
MALLMANN diz que é estranho porque não foi "um cara da Fazenda". PAULO acrescenta que o DR.
VALMAR, que não votou aqueles, que fugiu da sessão, que saiu e colocou outro no lugar dele, de novo
foi votar ágil agora mês passado e que de novo não votou, chamou um substituto pra não votar a
matéria na Câmara Baixa. PAULO diz que é "interessante" e que está aguardando o voto dele na
Câmara Superior e pergunta por que será. PAULO diz que daqui a 1 ou 2 meses já vai entrar em pauta
os do ágil, da Câmara Superior, da GERDAU. PAULO diz que o VALMIR SANDRI, que vai ser o
Relator, foi falar com PAULO que era pra ele parar com esse "troço" dele ficar falando e fazendo
denúncia e que VALMIR disse a PAULO que o DR. CARTAXO não gostou, que não está gostando
disso, dando um "recado sutil" que é pra mandar "calar a boca", mas que nada disso, que vai fazer
tudo o que tem fazer e que "vai entregar tudo direitinho" e que "já entregou" e que "todo mundo sabe
do esquema do RICARDO" com a GERDAU. MALLMANN diz que teve uma "maracutaia" e PAULO
repete o termo e diz que o CARTAXO veio mandar um recado sutil dizendo que era pra não denegrir a
imagem do CARF, mas que "eles é quem estão denegrindo fazendo esquema de negociata de voto" e
que ele que passou o assunto aí dentro "pra limpar isso daí". MALLMANN diz que eles devem ter
"alguma carta na manga" e que mesmo que o VALMIR seja o "boi de piranha", provavelmente eles
vão querer dar provimento e PAULO concorda, mas diz que se PAULO votar, vai negar.
MALLMANN acrescenta que se eles estiverem com o pessoal da Fazenda "fechado"...PAULO diz que
o voto de CARTAXO nunca se sabe, mas que o VALMAR vai dar (provimento) e aquele outro
"capanga" dele, o JORGE (JORGE CELSO). MALLMANN diz que é estranho, porque, normalmente
nesses casos, os processos vão parar na mão de alguém da Fazendária... ou VALMIR ...(inaudível).
PAULO diz que não devia ter dito (sobre o voto dele, porque acha que por isso não vão convocá-lo, e

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porque ele (VALMIR) deve servir de "boi de piranha"...(inaudível). MALLMANN diz a PAULO que
um caso desse é "muita grana no jogo". PAULO então diz: "Deus o livre! É aposentadoria tranquila!"
e que agora eles já estão com 50 milhões pra receber com esses processos aí da GERDAU e que o
contrato continua com os mesmos valores e que o esquema continua do mesmo jeito e que só foi
convidado o DR. JOSÉ RICARDO pra se retirar, pra renunciar o mandato do cargo, que é a única
coisa que aconteceu até hoje e que aí ele continua livre pra continuar negociando os contratos e que
irmã e a ADRIANA, a sócia dele continua no CARF. MALLMANN diz que fica imaginando, o
VALMIR vai "pular fora", que "esses caras ficaram ricos só com grampo". PAULO diz que é sim e
MALLMANN diz que pode ter algum sentido que eles não saibam e PAULO diz que pode haver algum
outro significado e MALLMANN diz: "vamos deixar julgar, né?". PAULO diz que ainda não abriu o e-
mail que MALLMANN passou pra ele e pergunta quantos ele mandou ali e MALLMANN diz que foram 7.
PAULO CORTEZ continua conversando e reafirmar o conteúdo da conversa
anterior sobre o esquema de votação no processo da GERDAU, as ameaças veladas e a
sondagem do seu voto no caso, traz a possível inclusão de MOISÉS GIACOMELLI
NUNES DA SILVA, membro do CARF, no rol do esquema investigado. CORTEZ faz
menção sobre “achaques de tudo quanto é jeito” promovidos por GIACOMELLI e sua
convocação para a Câmara Superior PAULO também cogita a “vitória” do grupo envolvido
nesta trama da GERDAU, que “garantiria a aposentadoria” de VALMIR SANDRI.
Código: 405677
Data: 15/08/2014 Hora: 10:15:38 Duração: 00:05:41
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato: 51-92431125 Direção: Originada
Interlocutores: #PAULO X MALLMANN-ESQUEMA NO CARF
Arquivo: 20140815101538035.wav

Degravação:
PAULO pergunta se o sócio do GIACOMELLI é o VOLNEI e não se recorda o sobrenome. PAULO diz
que vai agora conversar com seu amigo da Receita e que lhe mandaram um "cala boca" e que ele não
sabe de onde saiu essa conversa e que falou e fala mal do RICARDO e que já vai juntar as conversas,
porque o MOISÉS foi convocado pra Câmara Superior agora e que todo mundo sabe que ele faz
"achaque de tudo quanto é jeito" e que na semana que vem MOISÉS vai estar na Câmara Superior.
PAULO pergunta se contou que os processos da GERDAU estão com o VALMIR SANDRI e que são 2,
aqueles que era do RICARDO e que foi recém distribuído e que ele (VALMIR) já vai botar em pauta
logo e que acha que talvez no mês que vem. PAULO diz que o VALMIR lhe disse que vai negar
provimento, mas que é bem possível que "eles estivessem lhe pescando" e aí PAULO diz que abriu o
bocão dizendo que iria negar, mas que deveria ter ficado quieto e que agora PAULO acha que não vai
participar desse e que "eles vão ganhar". MALLMANN diz que se PAULO não participar, já está
sabendo e PAULO diz que é verdade (risos), mas que foi bom pra "teste". MALLMANN diz que não é
muito bom comentar com esses caras, porque "eles vão direto" e que o VALMIR e o "BOLACHÃO"
(JOSÉ RICARDO) têm afinidade com... e PAULO diz que é muita grana, que é muita grana rolando

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nisso daí. MALLMANN pergunta se PAULO acha que o VALMIR vai abrir mão de uma...(inaudível) e
PAULO diz que é capaz e que ele (VALMIR) vai sair no ano que vem. MALLMANN diz que ele tem
em torno de 1 ano e meio ainda e que "ele tem que arrumar a aposentadoria dele" e que depois as
coisas ficam difícil, que trabalhar fica difícil. PAULO diz que não lembra o nome daquele safado (sócio
do GIACOMELLI) e MALLMANN diz que vai tentar ver se consegue...(inaudível) e que manda por e-
mail pra PAULO, que fala do trabalho de ORLANDO e MALLMANN diz que vai lhe mandar uma
mensagem e PAULO diz que tem que ver quanto vão cobrar o serviço nosso, o serviço tem pra fazer lá
alguma coisa, os argumentos, justificar, tentar de forma técnica, mas que eles querem que MALLMANN vá
na empresa, no setor produtivo pra tentar fazer o lançamento. MALLMANN diz que aí que pega e que isso aí
é "defunto", que é complicado e PAULO diz que não tem problema e que mesmo que não dê, pelo menos sai
o trabalho realizado e que como é muito grande, que o ORLANDO falou que isso é 100 milhões e que então
dá pra cobrar um troco pra fazer o serviço e depois tudo bem e que nem se pede participação e sugere que
MALLMANN cobre "x" só pelo serviço e pronto, mas já cobrar um valor que compense e que é pra
MALLMANN dar uma pensada que PAULO vai falar com ele na segunda ou terça e que eles já tinham que
sair mais ou menos com o rumo encaminhado.
Os diálogos de PAULO ROBERTO CORTEZ que seguem abaixo são de
suma importância, já que ele conversa com o seu sócio do Rio Grande do Sul, o
MALLMANN, sobre a situação de processos do ágio da MARCOPOLO. Ele fala que
o CARTAXO teria o BRAÇO DIREITO (VALMAR) e o CAPANGA (JORGE
CELSO FREIRE), e que “o BRAÇO DIREITO teria passado a perna no CAPANGA”
“na divisão do produto” do processo da MARCOPOLO. Segundo o CORTEZ ele
teria ouvido isso do próprio JORGE CELSO quando este se encontrava embriagado.
O Processo da MARCOPOLO S/A, segundo a inteligência de outras ligações, seria o
de número 11020.003681/2009-92, e segundo o Acórdão 9101-01.402 (clicar nos
hiperlink para ver andamento do processo e o acórdão), ambos teriam participado do
julgamento, assim como o próprio CARTAXO, o ORLANDO (que já apareceu como
parceiro do CORTEZ), o JOSÉ RICARDO DA SILVA. VALMIR SANDRI se
declarou impedido de participar. Por fim, CARTEZ diz que o Presidente CARTAXO,
vai sair para trabalhar com o JORGE VICTOR, outro “roleiro” segundo ele, e o
genro, o Ex-Conselheiro LEONARDO SIADE MANZAN, no escritório deles que, a
SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL, e que vai deixar seu BRAÇO DIREITO
(VALMAR) como Presidente do CARF.

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Código: 438731
Data: 25/08/2014 Hora: 11:22:19 Duração: 00:03:40
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: CORTEZ X MALLMANN -SOBRE O CARF
Arquivo: 20140825112219035.wav

Degravação:
CORTEZ diz a MALLMANN que ele sabe que tem o "BRAÇO DIREITO" e que tem o "CAPANGA"
e que no início do ano foi julgado um processo da MARCOPOLLO. MALLMANN diz que foi
MARCOPOLLO ÁGIO e CORTEZ diz que não sabe e que é MARCOPOLLO Câmara Superior e que
"os dois ganharam 1 milhão", só que o BRAÇO DIREITO passou a perna no CAPANGA e que este
bebe e que um dia encheu a cara e que confidenciou pra alguém que o BRAÇO DIREITO lhe passou a
perna na "divisão do produto". MALLMANN então diz que não deve ter sido ágio e CORTEZ pede
que MALLMANN lhe mande cópia do acórdão, pois já deve estar formalizado. MALLMANN diz que
vai ver e que manda pra CORTEZ, que diz que é bom que eles vão colhendo as informações.
MALLMANN diz que "o cara" só ficou porque tem "mutreta" e que ele não faz um acórdão, que ele
não faz um ata e que não faz nada. CORTEZ diz que ele é que nem o sócio dele, o JOSÉ RICARDO,
"BOLACHA", mesma coisa e que só fala, fala e não faz nada. MALLMANN diz que queria ver uma
decisão de ágio que foi na Câmara dele e que não dá pra ver porque ele não faz a ata, que não fez
nenhuma e que como se pode conceber um membro do Conselho que já foi Presidente de Câmara e que
já foi Presidente de Seção... CORTEZ diz que o pior é que o CARTAXO vai sair pra trabalhar com o
JORGE VICTOR que é outro "roleiro" e que o genro dele que é o MANZANO, no escritório do genro
no final do ano ele vai deixar o BRAÇO DIREITO dele de Presidente do CARF. MALLMANN fala
"Meu Deus..." CORTEZ diz que já é zona e que vai virar uma bagunça e que o cara anda de parceria
com o VALMIR, com o MOISÉS GIACOMELLI e que é essa a parceria dele
Nessa ligação o PAULO ROBERTO CORTEZ volta a falar do processo
da GERDAU, que este seria o motivo de retorno do VALMAR ao CARF e de como ele
tem fugido das decisões de ágio na Câmara Baixa para não se comprometer na
Câmara Superior. Trata da reunião de processo da GERDAU com o VALMIR após a
saída do JOSE RICARDO, e que este ainda seria o “dono” do Contrato de R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) e como o VALMIR sondou o CORTEZ
para sabe como ele votaria, razão pela qual acredita que não será convocado para a
Câmara Superior. Continua falando que o VALMIR irá de aposentar após esse
processo e que já esta investindo em imóveis em MIAMI, sendo que isso foi
confirmado em ligações captadas do VALMIR SANDRI (que serão comentadas mais

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adiante) de que ele realmente este investindo dinheiro e imóveis em MIAMI e


adquirindo novo apartamento no Rio de Janeiro.

Código: 438767
Data: 25/08/2014 Hora: 11:26:41 Duração: 00:06:01
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: CORTEZ X MALLMANN -PROCESSO DA GERDAU
Arquivo: 20140825112641035.wav

Degravação:
MALLMANN diz que esse cara só voltou pro Conselho porque alguém ofereceu muita coisa pra ele.
CORTEZ diz que ele voltou porque tinha os processos da GERDAU na 3ª Câmara e MALLMANN diz
que também por isso e que acha que todo aquele teatro que ele fez, foi tudo planejado e CORTEZ diz
que sim e que foi porque estavam na 3ª Câmara o processo maior da GERDAU e que o esquema
continua e que eles tem um contrato tanto é que ele se afastou e não votou nas duas, nos processos que
teve na Câmara dele, na Câmara Baixa, que ele não participou e que no mês passado de novo teve
outro ágil e que ele não votou. MALLMANN diz que ele está guardando cartucho pra ... e CORTEZ
suplementa dizendo que ele está guardando cartucho pra "valer", porque na "Câmara baixa não vale
nada" e que o que vai valer é na Câmara Superior e que o contrato vai valer... e que o contrato está em
vigor, o que o BOLACHÃO fez e que aí eles fica nadando em dinheiro, que são 50 milhões aí pra
dividir, que não sabe entre quantos, mas que não são muitos. CORTEZ diz que não contou pro
MALLMANN o principal, que é que os processos já estão na mão de VALMIR SANDRI e que vão ser
julgados logo. MALLMANN diz que viu e que os 3 estão na mão dele e CORTEZ diz que ele vai colocar
em pauta os 3 numa botada só. MALLMANN diz que aí deve ter um esquema muito bem organizado e
CORTEZ pergunta como é que foi parar na mão dele e então MALLMANN ironiza dizendo que "é
sorteio" e diz que claro que foi escolhido o cara. CORTEZ pede pro MALLMANN dar uma olhada no
acórdão desse processo da MARCOPOLLO, quem foi que votou e em quem e MALLMANN diz que
manda pra lá e que queria dar uma olhada no do ágio lá da 3ª Câmara, aquele de 1 bilhão e 700, como
que os contribuintes votaram. CORTEZ diz que lá tiveram 2 contribuintes que deram provimento e
que um negou e que parece que foi isso, que foi 4 a 2. MALLMANN pergunta se foi o VALMIR que
negou o foi o... e CORTEZ diz que com certeza não, porque o VALMIR não vai negar e MALLMANN
diz exatamente, porque ele está nessa Câmara do nosso querido amigo. CORTEZ diz que eles têm rolo
e que é o seguinte, que VALMIR falou que vai colocar em pauta logo e que vai negar provimento e que
estava "pescando" CORTEZ, só que ele caiu e que disse que iria negar se votasse na Câmara Superior
e que agora ele acha que não vão convocá-lo para Câmara Superior quando tiver de votar o processo
da GERDAU e que é pra MALLMANN escrever aí, porque ele falou que iria negar. MALLMANN diz que
ele só foi sondar, porque não foi à toa que esses processos foram seguidos pra ele e que deve ter corrido muita
cerveja pra ter decidido isso aí naquelas reuniões e que é assim que eles fazem e que o VALMIR quer se
aposentar e CORTEZ diz que é isso e que no ao que vem ele sai e que ele quer investir agora e que está
indo pros Estados Unidos agora pra investir lá, comprar imóveis lá em Miami e que ele falou essa
semana. MALLMANN diz que num processo milionário desses o cara pode faturar milhões e que ele pega lá
no exterior o dinheiro e quem é que vai correr atrás disso. CORTEZ diz que só queria ver quem votou em
quem no processo da MARCOPOLLO e que nesse da GERDAU ele deu provimento na 3ª Câmara e que foi

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ele e mais um contribuinte que CORTEZ não sabe o nome. MALLMANN diz que é estranho como ele agora,
num processo de 1 bilhão e 700 milhões ele votou contra, negando e CORTEZ diz que não, que ele deu mas
MALLMANN diz que ele não faz as atas e que tu não consegue saber o julgado. CORTEZ diz que o
VALMAR não votou e que botou o MATOSINHO pra votar. MALLMANN diz que VALMAR não faz as
atas e que ele não fez uma ata ainda neste ano e que nós já estamos em agosto e que não existe um
acórdão formalizado esse ano da 3ª Câmara e que o que não tem ata, você não pode formalizar.
CORTEZ diz que tem um rolo grande e pesadíssimo por ali e pergunta a MALLMANN como é que fica
tudo por isso e MALLMANN diz que na hora que ele embolsar o dinheiro ele vai embora e que vai
armar um esquema muito melhor fora.

Nesta importantíssima Ligação PAULO CORTEZ e o sócio


MALLMANN conversam novamente sobro o Processo da MARCOPOLO
anteriormente mencionado. Relatam que o JORGE CELSO foi colocado para assumir
a relatoria na Câmara Superior e que o Conselheiro PRAGA (ANTONIO JOSÉ
PRAGA DE SOUZA), “já tinha forçado a barra lá embaixo” junto o com o MOISÉS
GIACOMELLI e o LEONARDO (o Conselheiro LEONARDO HENRIQUE
MAGALHÃES DE OLIVEIRA) filho do WALDEVAN (WALDEVAN ALVES DE
OLIVEIRA), que é amigo do VALMIR SANDRI, que estava trabalhando por trás da
sombra, e que deve ter sido do escritório dele contando com a participação da MARY
ELBE. De fato os Conselheiros citados aparecem no 1º Acórdão do processo da
MARCOPOLO S/A, o de número 1402-00.754. Cita ainda que o auto foi de R$
200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) e que 5% daria os R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais) dos quais o VALMAR teria “passado a perna” no JORGE CELSO.
Ainda comenta sobre um processo do SANTANDER em que o relator,
novamente o Conselheiro PRAGA teria se corrompido para decidir a favor do Banco
e posteriormente foi chamado a São Paulo para dar uma palestra sendo que na
ocasião teria aceitado ir de avião, mas negou o retorno de avião mesmo de graça,
segundo eles porque uma “mala de dinheiro” chamaria a atenção no aeroporto,
motivo pelo qual o CONSELHEIRO teria voltado de ônibus de São Paulo à Brasília.
Segundo pesquisa no site do CARF localizamos o importante processo

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16561.000222/2008-72, que tratou do Ágio do BANCO SANTANDER na compra do


banco BANESPA, tendo sido derrubado um auto de aproximadamente R$
4.000.000.000,00 (quatro bilhões de reais) em desfavor do SANTANDER, sendo que o
relator do Acórdão 1402-00.802 foi o Conselheiro ANTONIO JOSÉ PRAGA DE
SOUZA. Outro Processo, mas do SANTANDER SEGUROS, que teve o ANTONIO
JOSÉ PRAGA DE SOUZA como relator foi o de nº 16327.001725/2010-52, que gerou
o acórdão 1402-001.141. Em ambos os caso o Conselheiro representante da Fazenda
votou a favor do Contribuinte.
Por fim, o PAULO CORTEZ ainda menciona que o CARF tem que
acabar porque os “grandões” sempre fazem negociatas e só que paga são os
“coitadinhos”. Reitera o que já havia mencionado que o Presidente CARTAXO ao
sair do CARF tentará emplacar o VALMAR, seu BRAÇO DIREITO como presidente
do Conselho, e que irá trabalhar no escritório do genro, o Ex-Conselheiro
LEONARDO SIADE MANZAN e o pai deste, no escritório deles que a SBS
CONSULTORIA EMPRESARIAL, da qual o JORGE VICTOR faz parte da
sociedade.
Código: 439319
Data: 25/08/2014 Hora: 14:19:14 Duração: 00:11:18
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: CORTEZ X MALLMANN-PROCESSO COM JOSE RICARDO
Arquivo: 20140825141914035.wav

Degravação:
CORTEZ diz que o que MALLMANN lhe mandou foi esse ano e que não tinha mais "PRAGA na
jogada". MALLMANN diz que a PRAGA julgou na primeira instância e CORTEZ diz que
MALLMANN botou aqui os acórdãos. MALLMANN diz que são 4 acórdãos e que o cara foi o relator
quando era da turma de CORTEZ e que esse processo foi julgado na Turma de CORTEZ e que
quando foi pra Câmara Superior, foi aí que entrou o CELSO FREIRE "na jogada" e que ele foi o
Relator. CORTEZ diz que foi o JORGE FREIRE e diz que sabe, que isso aí foi distribuído em mãos e
que quando botam pra ele... e que o JOSÉ RICARDO participou também. MALLMANN diz que é "o
bando aí" e que essa história começou lá embaixo e que se CORTEZ ler o acórdão, vai ver que o
PRAGA "já forçou a barra lá embaixo" e que o MOISÉS estava ali e mais o filho do VALDEVAN e

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que o VALMIR se dá bem com o filho do VALDEVAN e que eles passearam juntos e CORTEZ diz que
viajaram juntos e que o esquema começou já lá no afro e que aí foi dado provimento lá na época,
Turma de CORTEZ, na 2ª Turma e que os outros ali entraram de graça, porque ali o que pesou foi o...
(inaudível) mais o MOISÉS e o LEONARDO, filho do VALDEVAN e que quando foi pra Câmara
Superior entrou o FREIRE como relator e que quando foi julgado em junho ou julho de 2013, o
BOLACHÃO (JOSÉ RICARDO) ainda estava (no CARF). CORTEZ diz que na época, quando tinha
um acordo, um acerto, davam na mão desse CAPANGA aí pra relatar, porque ele veio como "testa de
ferro". MALLMANN diz que foi embargado duas vezes esse aí e que eles forçaram a barra meio por
cima assim, mas que foram negados os embargos e que transitou em julgado e são 200 milhões o auto.
CORTEZ diz a MALLMANN que é uma boa informação e que é pra MALLMANN guardar isso aí.
MALLMANN lembra que 200 milhões a 5 por centinho, dá. CORTEZ diz que esse processo aqui foi o
que teve 1 milhão e que um enganou o outro. CORTEZ explica que um enganou o outro e que um deles
toma todas e que ele tomou um porre outro dia e confidenciou pra alguém que o BRAÇO DIREITO
passou a perna nele e MALLMANN diz que ali é cobra arrastando cobra. CORTEZ diz que esse cara é
bêbado e inconsequente, que é "gambá" e que ele veio só pra enfrentar isso e que deram o processo pra
ele relatar e que ele relatou e deu provimento e que agora esse ai também que não sabia desse e que
ficou sabendo hoje, só que teve 1 milhão nesse e que o outro cara passou a perna nele. MALLMANN
diz que esses acórdãos ele tinha, que não tinha da Câmara Superior e que quando ele viu que foi
julgado o MARCOPOLO na época, que ele precisava porque a SCHINCARIOL também tem esse
problema e que viu aquele voto e viu que isso aqui foi "encaixado" e que mais por uma razão, que
quando subiu pra Câmara Superior, a MARY ELBE, através do HELENO TORRES... que quem
sustentou foi o HELENO TORRES, mas que isso foi tudo... e CORTEZ diz que ele está toda hora aí
sustentando e MALLMANN diz que foi tudo trabalhado e que aí o VALMIR que estava por trás da
sombra... tanto é que o VALMIR estava impedido, porque esse processo, na verdade é da MARY
ELBE e que deve ter sido pelo escritório dele. CORTEZ pergunta se ele votou e MALLMANN diz que
não, que ele não votou, que se julgou impedido e que devem ter acertado tudo, que ele estava envolvido
e que, provavelmente este processo transitou pelo escritório de...(inaudível). CORTEZ diz que então o
que lhe falaram hoje aqui é "quente". MALLMANN diz que a Fazenda bloqueou, em primeiro lugar
porque é um precedente muito grande e que já vinha um outro do SANTANDER que foi o PRAGA
também que relatou e CORTEZ diz que depois disso ele foi convidado a dar uma palestra em São
Paulo e que quis voltar de ônibus e não quis que tirassem a passagem dele de avião mesmo sendo de
graça. ironizam dizendo que ele é pobre e que por gosta de andar de ônibus. CORTEZ pergunta se
MALLMANN entendeu o espírito da coisa e MALLMANN fala que num aeroporto como é que ele iria
justificar uma mala cheia de dinheiro. CORTEZ pergunta se MALLMANN não tem esse do
SANTANDER que o defensor era o QUIROGA e pede pra MALLMANN baixar e CORTEZ diz que é
o do SANTANDER então que que eles vão guardar pra escreverem um livro dessa história e que o
CARF tem que acabar e que quem paga impostos são só os coitadinhos e que quem não pode fazer
acordo, acerto, que não é acordo, que é "negociata", que "se fode", que perde todo mundo e que eles
estão mantendo absurdos lá contra os pequenininhos e que com esses grandões aí estão passando tudo
livre, isento de imposto e que "é só pagar a taxa". MALLMANN diz que não adianta, que tira uma
raposa e que se criam 2 lá dentro e CORTEZ diz que não adianta tirar, que tem que mudar o órgão e
que disseram que o Presidente vai sair e que vai deixar o VALMAR na Presidência e que o Presidente
vai trabalhar aqui com o MANZANO é ex-colega e que CARTAXO vai trabalhar com o sócio e com o
genro e com o pai do genro. MALLMANN diz que trabalhar ele não vai e que só vai "oficializar o
esquema" e CORTEZ diz que é isso aí e que ele vai deixar o BRAÇO DIREITO de presidente do
CARF. MALLMANN diz que aí vai a fundo e que não sai nem as pautas. CORTEZ diz que tem que

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acabar imediatamente o CARF e que isso é pura verdade, que tem que fechar, mudar pro Judiciário e
que não pode isso aí e que virou balcão de negócios. MALLMANN diz que hoje está mais "à vista", porque
o pessoal trabalhava por debaixo do pano, porque não tinha muitos adeptos e que não era essa turma do...
(inaudível) e que a Câmara Superior é o ponto vital da coisa e que a Câmara baixa ajuda, mas que não é
independente, mas que imagine que um processo desse na Câmara baixa passando, já está com ponto
favorável. CORTEZ diz que botaram uns fazendários completamente despreparados, que o VALADÃO só
nega, mas que não sabe nada de nada e que não sabe nem quando é dia nem quando é noite, porque é doutor
nos Estados unidos, em Londres e que se acha o "rei da cocada", mas que ele é um idiota e que todo mundo
vai de encontro a ele e que até os fazendários vão de encontro a ele e que acaba virando esculhambação e que
esse JORGE CELSO também não sabe nada, mas que é testa de ferro, que é o que leva tudo adiante,
que dão pra ele relatar e tudo bem e MALLMANN diz que é isso aí e que é "mel na chupeta".
CORTEZ fala pra MALLMANN ver se acha esse do SANTANDER e que é pra ele ir guardando tudo,
que eles depois vão escrever um livro.
Saindo dos reveladores áudios do PAULO ROBERTO CORTEZ, surge uma
conversa do próprio JOSÉ RICARDO DA SILVA aonde observamos que acompanhou
sessões de julgamentos no CARF juntamente com a sua sócia ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO, no J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS e Conselheira suplente do
CARF. Aqui a ADRIANA conversa com o alvo JOSÉ RICARDO, demonstrando
interesse em processos que estão sendo julgados no CARF. JOSÉ RICARDO fala
também que voltará à tarde para acompanhar julgamento e que até “conversou com
CLARISSA e vamos ver”, essa pessoa aparenta ser a Conselheira ANA CLARISSA
MASUKO DOS SANTOS ARAÚJO.

Código: 493842
Data: 16/09/2014 Hora: 13:45:33 Duração: 00:04:15
Alvo: ADRIANA
Fone Alvo: 6199776768 Fone Contato:
Interlocutores: ADRIANA X JOSE-ACOMPANHAM SESSÃO
Arquivo: 20140916134533016.wav

Degravação:
JOSE procura saber de ADRIANA e há alguma novidade e ADRIANA diz que não. JOSE diz que a Sessão
está tranquila e que ele está esperançoso e que o INDERLEI trouxe num outro caso que não é o nosso, um
argumento muito bem ponderado e que gostou muito da posição dele em relação à pressão do FISCO.
ADRIANA diz que são essas coisas que ela está tentando fazer essa análise há muito tempo e que bom que
JOSE está tendo essa impressão. JOSE diz que era até um caso do MÁRIO e ADRIANA diz que o MARIO
estava na turma na hora que ela passou lá, mas passou lá rapidinho e que só abriu a porta e JOSE diz que
estava de um lado e o AUGUSTO do outro. ADRIANA pergunta se eles vão voltar lá à tarde e JOSE
diz que o "PAN" está aqui com ele e que ele não foi de manhã, mas que agora de tarde vai lá. JOSE diz

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que conversou com a CLARISSA antes e que vamos ver. ADRIANA diz que a CLARISSA escreveu pra
ela ontem à noite, depois que ela saiu do escritório, se justificando que não teve como, que não sei o
quê... e diz que eles vão de falando no decorrer do dia. JOSE diz que ouviu lá a notícia de que tinha uma
Portaria do HENRIQUE, reposicionando. ADRIANA diz que no Diário Oficial não tem nada. JOSE diz que
quem ele ouviu falando foi a ANGELA e ADRIANA diz que essa fonte não é nada fidedigna e que ela estava
dizendo a todo mundo que foi reconduzida, mas não foi unanimidade a decisão do Comitê. JOSE diz que
então vamos em frente e que qualquer coisa se falam no what's up. ADRIANA diz que está voltando e JOSE
pergunta em que Turma ADRIANA está hoje e ela diz que está no "JULIO", na Primeira Turma da Quarta
Câmara, no 1º andar, bem embaixo de onde JOSE está.

Dito isto, temos que a interceptação de fato nos trouxe fortes indícios da
atuação criminosa do JOSÉ RICARDO DA SILVA e seus sócios, tanto da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA quando do escritório J. R. SILVA
ADVOGADOS E ASSOCIADOS, e da realização realizavam advocacia
administrativa tributária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva e lavagem
de dinheiro.
Entretanto, para esse núcleo as ligações por si só a mesma concretude de
ações como ocorreu com os demais alvos, de forma que os elementos terão que ser
avaliados em conjuntos com as outras medidas como a interceptação telemática bem como
na individualização das condutas.

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VIII – INTERCEPTAÇÕES TELEMÁTICAS

Assim, como a medida cautelar acima comentada, a interceptação telemática


também trouxe alguns elementos que reforçam os indícios e provas de que alguns
conselheiros e pessoas a eles ligadas se uniam para defender interesses particulares em
detrimento do erário da União.
A medida ocorreu em tempo real de meados de Agosto a início de dezembro
de 2014, se mostrando importante para demonstrar atividades ilícitas praticadas nos dias
atuais, diga-se, durante o período monitorado, mas principalmente para reconstruir as
negociações realizadas no passado que deram origem aos diversos pagamentos às contas
das empresas de consultoria e escritórios de advocacia obtidos através do afastamento do
sigilo bancário e fiscal.
Assim, passaremos a comentar os principais e-mails que interessam à
investigação em voga, dividindo-os pelas contas utilizadas pelos alvos investigados.

1) JOSERICARDO@ADVJRSILVA.COM.BR

Essa conta de e-mail, segundo confirmação do provedor do serviço


LOCAWEB, pertence ao JOSÉ RICARDO DA SILVA. O conteúdo das mensagens
também confirma que a caixa de correspondência eletrônica é de fato utilizada pelo mesmo.
A análise das mensagens pretéritas ao período acima da conta de e-mail em
questão evidenciou grande atividade de JOSÉ RICARDO recebendo orientações de como
atuar em processos no CARF e repassando e recebendo informações para potenciais
clientes que possuíam autuações em desfavor sendo processadas no CARF.

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As correspondências eletrônicas que seguem abaixo, talvez as mais


importantes para a investigação em andamento, evidenciam que o Conselheiro JOSÉ
RICARDO foi corrompido já que o mesmo recebeu seu sócio JOÃO BATISTA
GRUGINSKI diversos e-mails tratando voto favorável ao recurso da GERDAU
AÇOMINAS para a questão do ágio interno a fim de derrubar as autuações em desfavor
dessa empresa que somadas a chegariam à cifra de quase R$ 4.000.000.000,00 (quatro
bilhões de reais). Observa-se também a participação da sócia do JOSÉ RICARDO na J.R.
SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, a ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, e vale
ressaltar que a GERDAU foi citada na notícia criminal como sendo uma das empresas
beneficiadas do esquema de venda de decisões do CARF.
Este caso da GERDAU teve muita repercussão no âmbito da Receita Federal
e CARF sendo talvez a questão que gerou pressão para a saída do JOSÉ RICARDO do
Conselho, conforme muito aparece nas conversas monitoradas no outro processo cautelar
de interceptação telefônica, que já foram comentadas no item acima.
Abaixo o GRUGINSKI encaminha a minuta provisória do voto no dia
14 de janeiro de 2014. Observe que o GRUGINSKI diz que vai focar o voto na RESP e
Contra-razões da “G” (GERDAU) e pede para o JOSÉ RICARDO enviar minuta do
memorial que a “G” (GERDAU) tinha fornecido (clicando nos links abaixo é possível
acessar o conteúdo dos e-mails que segue abaixo bem como ao documento anexado).

Mensagem GRUGINSKI X JOSE RICARDO

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: terça-feira, 14 de janeiro de 2014 13:48
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: G. - Remessa MINUTA VOTO VF.Provisória

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Mensagem GRUGINSKI X JOSE RICARDO 2

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: quinta-feira, 16 de janeiro de 2014 09:59
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: G. - Remessa ARQUIVOS em WORD

Abaixo constata-se que o GRUGINSKI está trabalhando o voto em cima


das contrarrazões apresentadas pela GERDAU, e marca para conversarem sobre o
voto no dia 22/0/2014, para analisarem a matéria em conjunto.
Mensagem GRUGINSKI X JOSÉ RICARDO 3

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De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: segunda-feira, 20 de janeiro de 2014 16:50
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: Remessa segunda minuta VOTO caso Ágio

Mensagem GRUGINSKI X JOSÉ RICARDO 4

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: quarta-feira, 22 de janeiro de 2014 10:28
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: Remessa terceira minuta VOTO caso Ágio

Mensagem GRUGINSKI X JOSÉ RICARDO 5

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: sexta-feira, 24 de janeiro de 2014 09:33

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Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: Remessa QUARTA minuta VOTO caso Ágio

A seguir o GRUGINSKI envia a “VERSÃO FINAL” do voto para


análise do JOSÉ RICARDO e da ADRIANA OLIVEIRA.

Mensagem GRUGINSKI X JOSÉ RICARDO 6

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: sexta-feira, 24 de janeiro de 2014 20:08
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: oliveiraeribeiro@uol.com.br; silva.jr@brturbo.com.br
Assunto: Remessa VERSÃO FINAL minuta VOTO caso Ágio

Por fim, no dia 27/01/2014 o JOÃO GRUGINSKI envia mais uma vez a
VERSÃO FINAL do voto para o JOSÉ RICARDO e da ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO, para ser utilizado na seção do dia 28/01/2014, data pautada pelo JOSÉ
RICARDO o julgamento do processo 10680.724392/2010-28 (Processo da GERDAU

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AÇOMINAS), que acabaria por ser favorável ao Contribuinte caso não tivesse
ocorrido o pedido de vistas.

Mensagem GRUGINSKI X JOSÉ RICARDO 7

De: gruginski [mailto:gruginski@uol.com.br]


Enviada em: segunda-feira, 27 de janeiro de 2014 10:56
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: silva.jr@brturbo.com.br; oliveiraeribeiro@uol.com.br
Assunto: VERSÃO FINAL de 27.02.14 da MINUTA VOTO Ágio

AS 2 (DUAS) PRIMEIRAS PÁGINAS DA MINUTA ANEXO DO EMAIL

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ÚLTIMA PÁGINA DA MINUTA ANEXO AO EMAIL

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MOVIMENTAÇÃO DO PROCESSO 10680.724392/2010-28

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Logo após esse novo adiamento do julgamento do Processo da GERDAU,


em 05 de fevereiro de 2014, JOSÉ RICARDO sai do CARF a pedido e quem assume a
relatoria do processo é o Conselheiro VALMIR SANDRI, exatamente como já professava o
PAULO ROBERTO CORTEZ, quando disse que houve um “convite” para que o JOSÉ
RICARDO DA SILVA deixasse porque já “todo mundo” estava sabendo que o processo
estava comprado por R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), mas que ele
participaria da partilha porque o contrato com a GERDAU, e é o que de fato nos parece
pela troca de e-mails com o seu sócio JOÃO GRUGINSKI da sua empresa de “consultoria”

“PORTARIA Nº 42, DE 5 DE FEVEREIRO DE 2014


O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso de suas atribuições, e
tendo em vista o disposto na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, no

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Decreto nº 7482, de 16 de maio de 2011, alterado pelo Decreto nº 8.029,


de 20 de junho de 2013, e no Regimento Interno do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256,
de 22 de junho de 2009, e conforme consta no processo nº
15169.000010/2014-11, resolve:
Dispensar, a pedido, JOSÉ RICARDO DA SILVA, CPF nº 339.794.991-
20, do mandato de Conselheiro, representante dos Contribuintes, junto a
Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de
Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais deste
Ministério.
GUIDO MANTEGA
Pág. 41. Seção 2. Diário Oficial da União (DOU) de 07 de Fevereiro de
2014”

Outro ponto que causa muita estranheza é que o JOSÉ RICARDO tinha sido
reconduzido para um mandato de 03 (três) anos em 04 de abril de 2013, o que lhe permitiria
ficar até 2016, não fazendo o menor sentido ele deixar o CARF a pedido.
“N 212- Reconduzir JOSÉ RICARDO DA SILVA, CPF 339.794.991-20,
para exercer o mandato de Conselheiro, representante dos
Contribuintes, junto a Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara
da Primeira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais deste Ministério, com duração de 3 (três) anos,
contados na forma do art. 40 do Anexo II do Regimento Interno do CARF.
(Pág. 32. Seção 2. Diário Oficial da União (DOU) de 04 de Abril de
2013)”
Assim, entendemos que há elementos probatórios suficientes para afirmar
que de fato o JOSÉ RICARDO havia sido corrompido pela interessada no processo, já que
seu sócio na empresa de consultoria vinha trabalhando para o voto favorável no processo.
Ademais há outros e-mails que comprovam o modus operandi descrito na
notícia criminal de captação de clientes por meios de outras empresas de São Paulo como a

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ALFA ATENAS e PLANEJA dos seus parceiros SILVIO ROMÃO e EZIQUIEL


CAVALLARI.
Dando continuidade ao CASO GERDAU, verificamos aqui que o JOSÉ
RICARDO encaminha a EZIQUIEL CAVALARI uma minuta de memorial para um caso
da empresa GERDAU GTL SPAIN (holding na Espanha), dizendo que “depois de muitas
idas e vindas nas últimas horas segue o memorial em forma de minuta” e orienta para que a
minuta seja repassada para o patrono da causa, comprovando que de fato o JOSÉ
RICARDO tinha interesse no Processo do GRUPO GERDAU tanto antes, como tem até os
dias de hoje, e corroborando que ele realmente pode ser ainda o responsável pelo “contrato”
ou ligação da empresa com o CARF, mas se utilizando dos seus parceiros para intermediar
o contato com as empresas interessadas.

Mensagem JOSÉ RICARDO X EZEQUIEL


De: josericardo@advjrsilva.com.br [mailto:josericardo@advjrsilva.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 19 de setembro de 2014 11:23
Para: Eziquiel Cavallari; Alfa
Assunto: Minuta de Memorial.

O CASO GERDAU não é único que foi trabalhado pelo grupo do JOSÉ
RICARDO, já que podemos observar que tanto ao longo do período monitorado como em
algumas mensagens anteriores ao monitoramento em tempo real, que os investigados desse

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Núcleo de fato trabalhavam para diversas empresas em processos em trâmite no CARF o


que nos releva a pratica dos crimes de advocacia administrativa fazendária ou até mesmo,
em alguns casos como o acima mencionado, de corrupção ativa e passiva, e lavagem de
dinheiro decorrentes desses ilícitos contra a administração pública federal.
Nesse sentido, outro cliente do grupo seria a MMC AUTOMOTORES
DO BRASIL, a qual aparece no processo 12466.001011/98-23, como responsável
solidária empresa CIA. EXPORTADORA E IMPORTADORA COIMEX.
Observamos abaixo que o JOSÉ RICARDO DA SILVA recebeu nos dias 24 e 26 de
abril de 2013, mensagem de ADRIANA RIBEIRO (oliveiraeribeiro@uol.com.br),
conselheira suplente do CARF, sócia de JOSÉ RICARDO na empresa J.R. SILVA
ADVOGADOS & ASSOCIADOS que encaminha o voto do julgamento do citado
processo ocorrido no dia 23/04/2013, Acórdão 3403-002.018, proferido um dia antes
do envio do e-mail.
A MMC AUTOMOTORES DO BRASIL foi uma das empresas citadas
na notícia criminal como possível beneficiária do esquema fraudulento nas decisões do
Conselho.

Mensagem ADRIANA X JOSÉ RICARDO


De: Adriana Ribeiro [mailto:adrianaacconsultoria@uol.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 26 de abril de 2013 11:37
Para: silva.jr@brturbo.com.br; josericardo@advjrsilva.com.br
Assunto: Fwd: Auto

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Ainda com relação à MMC AUTOMOTORES DO BRASIL, observamos


que no dia 18 de agosto de 2013, JOSÉ RICARDO envia mensagem à CRISTINA
MAUTONI e MAURO MARCONDES, da empresa MARCONDES E MAUTONI
EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA – EPP citando
processos administrativos em tramitação no CARF das empresas MMC e COIMEX. JOSÉ
RICARDO escreve que de 13 processos existentes 07 já possuem decisão favorável à
cliente e cita que o processo 12466.001423/98-91, o mais relevante dos 06 restantes por
representar 70% do total exigido pela Receita Federal no conjunto dos 13 processos, foi
para a distribuição a um Relator para análise e colocação em pauta de Julgamento na
Câmara Superior. Por fim o JOSÉ RICARDO aproveita para saber sobre os honorários dos
07 processos já encerrados.
Assim restou confirmado informação contida na notícia criminal de que a
MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA

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CORPORATIVA LTDA – EPP se trata de uma captadora de clientes para do Núcleo JOSÉ
RICARDO.

Mensagem JOSÉ RICARDO X MAUTONI E MARCONDES

De: josericardo@advjrsilva.com.br [mailto:josericardo@advjrsilva.com.br]


Enviada em: segunda-feira, 18 de agosto de 2014 15:33
Para: cristinamautoni@marcondesmautoni.com.br;
mauromarcondes@mrcondesmautoni.com.br
Assunto: COIMEX E MMC-B

Cumpre destacar que analisando as transações financeira envolvendo a


MMC AUTOMOTORES DO BRASIL, verificamos a existência de 18 (dezoito)
transferências realizadas por esta empresa à MARCONDES E MAUTONI
EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA – EPP, entre os meses
de novembro de 2012 a dezembro de 2013, que totalizaram o montante de R$ 3.640.229,47
(três milhões seiscentos e quarenta mil duzentos e vinte e nove reais e quarenta e nove
centavos), sendo que no mesmo período, mais especificamente nos dias 01/04/2013 e
14/06/2013, a empresa MAUTONI E MARCONDES transferiu respectivamente R$

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210.000,00 (duzentos e dez mil reais) e R$ 148.400,00 (cento e quarenta e oito mil e
quatrocentos).
Dito Isso, observamos que o JOSÉ RICARDO e seu escritório realizava
ao menos advocacia administrativa fazendária em favor da MMC AUTOMOTORES
DO BRASIL, e se valia da MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E
DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA – EPP, para ocultar e dissimular tanto a
atividade criminosa quanto a transferência dos recursos financeiros dela decorrente.
A ELEVA ALIMENTOS S.A foi mais um cliente identificado com
processos dentro do CARF, só que desta vez envolve a parceria SGR X PLANEJA X
ALFA ATENAS. O CNPJ da ELEVA ALIMENTOS S.A é o 92.776.665/0001-00,o qual
se trata do mesmo da AVIPAL S.A. que por sua vez transferiu para a SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL o valor de R$ 292.242,78 (duzentos e noventa e dois
mil duzentos e quarenta e dois reais e setenta e oito centavos) no dia 16/06/2007. A
empresa ELEVA ALIMENTOS S/A, que teve suas ações incorporadas pela PERDIGÃO
S/A, conforme consta em declaração de FATO RELEVANTE, esta, por sua vez, associou-
se á SADIA, nascendo a empresa BRF (Brasil Foods), justificando o assunto da mensagem.
Abaixo podemos perceber que JOSÉ RICARDO recebeu mensagem de
EZIQUIEL CAVALLARI (planeja@planejanet.com.br), sócio da empresa PLANEJA
ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, na qual este solicita a JOSÉ RICARDO que envie
os cálculos juntamente com a ata de julgamento dos Processos nº 11080.003330/2003-02
(na verdade é o processo 11080.003330/200381, que será tratado mais abaixo) e
11080.003380/2004-40, da BRF/ELEVA. No mesmo e-mail EZIQUIEL ainda pede que
JOSÉ RICARDO analise a “possibilidade de êxito” de processos da empresa CARMONA
ASSESSORIA E CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL LTDA, citando os
números dos processos.

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Mensagem EZEQUIEL X JOSÉ RICARDO

De: Eziquiel Cavallari [mailto:planeja@planejanet.com.br]


Enviada em: segunda-feira, 18 de agosto de 2014 12:16
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Cc: alfaatenas@alfaatenas.com.br
Assunto: ANALISAR POSSIBILIDADES

A seguir vemos que JOSÉ RICARDO responde mensagem de EZEQUIEL,


na qual são encaminhados os números dos processos em que estão trabalhando e as
providências a serem tomadas em cada um deles. Após pesquisa no site do CARF
verificou-se que são processos em nome da empresa

Mensagem JOSÉ RICARDO X EZIQUIEL


De: josericardo@advjrsilva.com.br [mailto:josericardo@advjrsilva.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 10 de setembro de 2014 17:25
Para: Eziquiel Cavallari
Cc: Alfa
Assunto: Re: BRF - PROCESSOS PARA PROVIDENCIAS

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Ainda há mais uma mensagem sobre a ELEVA ALIMENTOS S/A, na qual


JOSÉ RICARDO recebe de EZIQUIEL, em anexo, uma informação fiscal e a cópia de
acórdão 3301-00.427 do Processo nº 11080.011652/2003-02.

Mensagem JOSÉ RICARDO X EZEQUIEL


Assunto:BRF - PROCESSO Nº 11080.011652/2003-03
Data: Wed, 29 Oct 2014 12:16:27 -0200
De: Eziquiel Cavallari <planeja@planejanet.com.br>
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
CC: alfaatenas@alfaatenas.com.br

Em outra mensagem JOSÉ RICARDO escreve que conversou com o


Diretor-Geral Jurídico da empresa Chinesa que sobre a questão dos créditos de ICMS
(junto ao Estado de SP), bem como dos problemas que a empresa enfrentará com relação
aos procedimentos que vêm sendo adotados e que o Diretor deseja conversar pessoalmente.

Mensagem EZEQUIEL X JOSÉ RICARDO 2

De: Eziquiel Cavallari [mailto:planeja@planejanet.com.br]


Enviada em: terça-feira, 19 de agosto de 2014 15:59
Para: josericardo@advjrsilva.com.br
Assunto: RES: BRF/COPIA DE ACORDÃO e RECURSO DA PGFN

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Assim, entendemos restar demonstrado que a medida de interceptação


telemática se mostrou bastante efetiva na media em que nos trouxe bastante elementos
que cobriram as lacunas deixadas pelas outras cautelares telefônica e sigilo bancário e
fiscal, e puderam evidenciar ainda mais os indícios de corrupção passiva e ativa do ex
Conselheiro JOSÉ RICARDO DA SILVA e pessoas ligadas a ele no CASO GERDAU,
bem como de advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro como no
caso da MMC AUTOMOTORES DO BRASIL.
Ademais, as mensagens apresentadas até o momento foram as que
entendemos como mais importantes até o momento, contudo a análise não se exaure por
aqui, porquanto ainda há um vasto material encaminhado pelos provedores de serviço de e-
mail contendo milhares de mensagens anteriores ao período monitorando as quais as quais
estão sendo analisadas e posteriormente serão apresentas a fim de robustecer ainda mais o
corpo probatório.

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2) SILVA.JR@BRTURBO.COM.BR:

Tendo em vista o teor das mensagens e analisando em conjunto com as


diversas mensagens de e-mails inclusive da conta acima mencionada e de parceiros,
confirmou-se que a conta de e-mail silva.jr@brturbo.com.br é de fato utilizada pelo
investigado JOSÉ RICARDO DA SILVA.
Assim, após diversas tratativas a solução foi o envio de mídias contendo as
mensagens de e-mail que foram recebidas e acostadas aos autos do processo cautelar de
interceptação telemática. O conteúdo das mídias são as mensagens referentes aos períodos
do monitoramento e anterior a este, e no que tange a essas mensagens de antes do
monitoramento telemático, em razão do grande volume de mensagens enviadas, não houve
possibilidade de conclusão da análise até a presente data, e estas ainda estão sendo
analisadas e serão apresentadas em relatório final da citada medida cautelar.
Durante o período de monitoramento, foi localizada uma mensagem do
MARCELO PAN respondendo mensagem recebida na qual JOSÉ RICARDO encaminha
Nota Fiscal Eletrônica no valor de R$ 25.000,00 da J. R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS (vide nota fiscal no hiperlink) relativo à 12ª parcela referente a honorários.
JOSÉ RICARDO diz que aguarda contato de MARCELO PAN para marcar uma “conversa
de atualização sobre os andamentos dos casos de interesse”. MARCELO PAN diz que já
lançou no sistema e que agendou reunião com o ANTONIO e pergunta se podem conversar
na Quarta-feira.

JOSÉ RICARDO X MARCELO PAN


From: Marcelo Pan
Sent: Monday, September 01, 2014 5:10 PM
To: Jose Ricardo da Silva
Subject: RE: Honorários

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Em seguida captamos diálogo do JOSÉ RICARDO com o ANTONIO em


que aquele comenta do resultado do julgamento que deu empate em 3X3 e que vai para
Câmara Superior, mas que está “dentro da nossa estratégia, dentro do script”. Menciona
ainda que MARCELO PAN, assistiu sessão no CARF, inclusive apresentou ele para as
pessoas de lá.

Código: 496532
Data: 17/09/2014 Hora: 10:48:04 Duração: 00:02:30
Alvo: JOSE RICARDO 3
Fone Alvo: 6199841127 Fone Contato: jw
Interlocutores: ANTONIO X JOSE RICARDO - sobre resultado
Arquivo: 20140917104804033.wav

Degravação:
JOSE RICARDO diz que o resultado deu empate (3 x 3), que agora vai para a Câmara Superior e que
os votos foram bem interessante para eles; diz que MARCELO (PAN) inclusive assistiu e que "dentro
daquela estratégia nossa, tá dentro do script"; diz que agora vão tomar providencia naquele grande,
que daí percorre o primeiro caminho e aí levam logo os 2 juntos, e que quer fazer isto até o fim do ano. Que

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conversou bastante com as pessoas e inclusive apresentou o MARCELO (PAN). ANTONIO diz que
passa amanhã no escritório tomar um café.

3) ADRIANAACCONSULTORIA@UOL.COM.BR:

Conforme informações prestadas pelo próprio provedor serviço de e-mails, a


empresa UOL, constantes do processo nº 53824-97.2014.4.01.3400 que trata da
interceptação telemática, o e-mail em epígrafe é assinado pela ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO.
A interceptação foi devidamente implementada nos termos especificados na
decisão judicial através de uma conta da conta-espelho
adrianaacconsultoria.00@bol.com.br, para a qual foram espelhadas todas as
correspondências eletrônicas recebidas na conta do alvo,
adrianaacconsultoria@uol.com.br.
Como já demonstrado anteriormente a ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO
trabalha em parceria com JOSÉ RICARDO DA SILVA e ocupa a suplência da 4ª Câmara
da 3ª Turma Ordinária do CARF. Elencaremos abaixo algumas mensagens consideradas
importantes para a investigação.
Na mensagem a seguir, ADRIANA solicita à CAMILA (GRUPO
SANDRIA/CIMENTO PENHA), que seja providenciado pelo contador da empresa um
quadro em que constem algumas informações que são essenciais para avaliar a
plausibilidade jurídica da tese que se quer sustentar. Vale salientar que a conversar entre a
ADRIANA e CAMILA se iniciou em 27/08/2012, informando esta que o Dr. VICTOR
(VICTOR GARCIA SANDRI) estaria muito ansioso com pra saber da análise jurídica do
caso. É importante ressaltar que o GRUPO COMERCIAL DE CIMENTO PENHA

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LTDA é citado na denúncia como beneficiária do esquema de vendas de sentenças do


CARF.

Mensagem ADRIANAAC X CIMENTO PENHA


From: Adriana Ribeiro
Sent: Monday, September 03, 2012 4:13 PM
To: camila@sandria.com.br
Subject: Fwd: RES: Súmula 8

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Em seguida ADRIANA responde outra mensagem na qual CAMILA diz que


o arquivo com requerimento a ser apresentado à Receita Federal para suspensão do
arrolamento de bens do Grupo Comercial de Cimento Penha não foi anexo. Em resposta
ADRIANA agradece e diz que vai “acompanhar por aqui e manter contato como Chefe da
Dicat para acelerarmos isso”.

Mensagem ADRIANA X CIMENTO PENHA


From: Adriana Ribeiro
Sent: Wednesday, September 19, 2012 11:24 AM
To: camila@sandria.com.br
Subject: Re: ENC: Arrolamento de Bens - Requerimento - DICAT – DERAT

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Nesta mensagem ADRIANA encaminha a PAULO CORTEZ, também


alvo da investigação, mensagem com cópia do Acórdão nº 9101-01-274 da Câmara
Superior de Recursos Fiscais do CARF, em que a empresa GRUPO COMERCIAL
DE CIMENTO PENHA LTDA obteve êxito no recurso do Processo nº 19515.001226-
2004-98, sendo cancelada a exigência fiscal, em sua totalidade.
Consta que participaram da sessão de julgamento alguns alvos da
investigação, como: OTACILIO DANTAS CARTAXO – Presidente, JORGE CELSO
FREIRE DA SILVA – RELATOR, VALMAR FONSECA DE MENEZES e VALMIR
SANDRI, além do JOSE RICARDO DA SILVA, que por sinal é sócio da ADRIANA
OLIVEIRA E RIBEIRO, o escritório de advocacia e do PAULO ROBERTO
CORTEZ, de quem obtinha os votos dos seus julgamentos como se observa no Apenso
02 do IPL 004 – 2014-4 – COGER/DPF.

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Mensagem ADRIANA X PAULO CORTEZ

From: Adriana Ribeiro


Sent: Monday, September 24, 2012 10:20 AM
To: pcortez2@gmail.com
Subject: CIMENTO PENHA CSRF

Cumpre destacar que com o afastamento do sigilo bancário da empresa


ABC CONSULTORIA TRIBUTÁRIA, quem tem a ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO e o PAULO ROBERTO CORTEZ, e tem sede no Rio Grande do Sul,
identificamos pagamentos feitos pelo VICTOR GARCIA SANDRI, sócio do GRUPO
CIMENTO PENHA, bem como de empresa SANDRIA, da também é sócio. Em
verdade foram 06 (seis) transferências entre agosto de 2012 e abril de 2013, que
somaram o montante de R$ 56.000,00 (cinquenta e seis mil reais) o que nos faz inferir
que o grupo tinha interesse no mencionado Processo nº 19515.001226-2004-98, e que o
JOSÉ RICARDO poderia estar corrompido quando do julgamento do feito no CARF.

4) PCORTEZ2@GMAIL.COM.BR

Segundo a Dra. ALICE MATSUO, advogada da GOOGLE DO BRASIL,


como a GOOGLE INC está sediada nos EUA, a empresa alega que tem que obedecer ao

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regramento pra interceptação telemática de forma a não frustrar a nem a Lei Brasileira nem
a Lei Americana. Nesse sentido, a GOOGLE INC costuma fazer a interceptação e
posteriormente a envia para o Brasil mídia contendo o período monitorado.
Assim, a partir do dia 13/09/2014, esta Autoridade Policial passou a receber
informações sobre os e-mails do GMAIL enviadas em mídias contendo e-mails
interceptados no período determinado pela autoridade judicial e somente no 2º
cumprimento foram remetidas as mensagens armazenadas na conta.
Assim, foi confirmado que o endereço eletrônico pcortez2@gmail.com foi
utilizado pelo investigado PAULO ROBERTO CORTEZ, Auditor Fiscal da Receita
Federal do Brasil aposentado e atualmente é ocupante do cargo de Conselheiro do CARF.
Durante alguns anos CORTEZ, como é conhecido, trabalhou com JOSÉ RICARDO DA
SILVA no escritório de advocacia JR SILVA ADVOGADOS ASSOCIADOS e também foi
sócio de JOSÉ RICARDO na empresa SVR CONSTRUTORA E INCORPORADORA
LTDA.
Partindo para análise dos e-mails mais relevantes para a investigação, foi
detectada uma mensagem na qual o PAULO CORTEZ envia a GERSON informação e
documento afirmando que houve negociação na decisão do CARF, em processos da
empresa MARCOPOLO S/A. Informa que houve pagamentos de R$ 1.000.000,00 para dois
colegas que participam de um esquema de compra de decisão favorável ao contribuinte e
que também já foi mencionado em diálogos telefônicos.
No corpo da mensagem segue texto que parece ter sido extraído de alguma
reportagem, a qual relata que a decisão do CARF livrou a MARCOPOLO de autuação
milionária da RECEITA FEDERAL. Em anexo, são encaminhados os acórdãos das
decisões favoráveis à empresa.

Mensagem PAULO CORTEZ X ALEXANDRE

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Data: 27 Aug 2014 15:00


Título: Fwd: MARCOPOLO_RECHEARAM O BOLSO
De: pcortez2@gmail.com
Para: alexandreaps@hotmail.com

Na mensagem PAULO CORTEZ diz ao ALEXANDRE PAES DOS


SANTOS, também alvo da investigação, que “aquele Conselheiro do CARF, convidado a
sair”, no caso o JOSÉ RICARDO DA SILVA, “anda por aí à procura de clientes para
negociar decisões do CARF”. CORTEZ comenta que, em conversas com um ex-sócio do
pai de JOSÉ RICARDO, que seria o EDISON PEREIRA RODRIGUES , outro alvo da
investigação, este falou que JOSÉ RICARDO estaria sem clientes no escritório “mas que
vai começar a trabalhar com aproximação entre empresários e conselheiros (com o objetivo
de ganhar dinheiro negociando os votos do CARF)”

Mensagem PAULO CORTEZ X ALEXANDRE 2


Data: 27 Aug 2014 17:42
Título: Re: MARCOPOLO_RECHEARAM O BOLSO
De: pcortez2@gmail.com
Para: alexandreaps@hotmail.com

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CORTEZ também trocou e-mails com o seu sócio NELSON MALLMANN


e abaixo vemos que este fala sobre os casos da LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE
S.A. e AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS LTDA e encaminha os acórdãos, em anexo.
No caso da LIGHT, MALLMANN diz que “Neste caso os amigões
VALMIR SANDRI e o ELIAS FREIRE devem ter enchido o "bocó" de dinheiro. Tanto é
que o VALMIR conhecia os processos de "cabo a rabo", com um detalhe ele nem estava
mais em câmara de física”.
Também chama a atenção a negociação de honorários entre o NELSON
MALLMANN e a NÚBIA BARRETO, representante da SOL EMBALAGENS
PLÁSTICAS, especialmente os depósitos em espécie, normalmente utilizados para
dificultar o rastreamento do depositante ou beneficiário.
Mensagem PAULO CORTEZ X MALMANN

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Data: 04 Agosto 08:19


Título: Re: SOL EMBALAGENS PLÃSTICAS LTDA_HONORÃRIOS
De: graciele@sinos.net
Para: pcortez2@gmail.com

Ainda, em outra ocasião o MALLMANN envia mensagem para PAULO


CORTEZ e comenta sobre um caso do BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A dizendo
que é ágio e o valor é de 4 Bilhões. Diz ainda que QUIROGA vai encher a mala de dinheiro
e que teria dado uma “malinha” para o AFRO retornar de São Paulo para Brasília, de
ônibus, pois tem medo que, caso utilize alguma empresa de transporte aéreo, sua “malinha”

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seja revistada. Comenta ainda que acredita que o AFRO deve dividir a “malinha” com o
“galo fino e o bichinha”.
Não foi possível saber quem seriam as pessoas de GALO FINO e
BICHINHA, mas segundo ligações telefônicas, deduzimos que o AFRO é ANTONIO
JOSÉ PRAGA DE SOUZA, Ex-Conselheiro do CARF, que participou do julgamento do
caso do BANCO SANTANDER, conforme consta no acórdão anexo e ratificado pela
conversa, monitorada em razão de interceptação telefônica autorizada, entre PAULO e
MALLMANN, que descrevem com detalhes toda a situação.

Mensagem CORTEZ X MALLMANN - SANTANDER


Data: 25 Agosto 2014 15:44
Título: SATANDER_QUIROGA ACHA QUE VAI ENCHEI A MALA DE
GRANA
De: graciele@sinos.net
Para: pcortez2@gmail.com

Código: 439319
Data: 25/08/2014 Hora: 14:19:14 Duração: 00:11:18
Alvo: PAULO CORTEZ 3
Fone Alvo: 6191971578 Fone Contato:
Interlocutores: CORTEZ X MALLMANN-PROCESSO COM JOSE RICARDO
Arquivo: 20140825141914035.wav

Degravação:
CORTEZ diz que o que MALLMANN lhe mandou foi esse ano e que não tinha mais "PRAGA na
jogada". MALLMANN diz que a PRAGA julgou na primeira instância e CORTEZ diz que
MALLMANN botou aqui os acórdãos. MALLMANN diz que são 4 acórdãos e que o cara foi o relator
quando era da turma de CORTEZ e que esse processo foi julgado na Turma de CORTEZ e que
quando foi pra Câmara Superior, foi aí que entrou o CELSO FREIRE "na jogada" e que ele foi o

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Relator. CORTEZ diz que foi o JORGE FREIRE e diz que sabe, que isso aí foi distribuído em mãos e
que quando botam pra ele... e que o JOSÉ RICARDO participou também. MALLMANN diz que é "o
bando aí" e que essa história começou lá embaixo e que se CORTEZ ler o acórdão, vai ver que o
PRAGA "já forçou a barra lá embaixo" e que o MOISÉS estava ali e mais o filho do VALDEVAN e
que o VALMIR se dá bem com o filho do VALDEVAN e que eles passearam juntos e CORTEZ diz que
viajaram juntos e que o esquema começou já lá no afro e que aí foi dado provimento lá na época,
Turma de CORTEZ, na 2ª Turma e que os outros ali entraram de graça, porque ali o que pesou foi o...
(inaudível) mais o MOISÉS e o LEONARDO, filho do VALDEVAN e que quando foi pra Câmara
Superior entrou o FREIRE como relator e que quando foi julgado em junho ou julho de 2013, o
BOLACHÃO (JOSÉ RICARDO) ainda estava (no CARF). CORTEZ diz que na época, quando tinha
um acordo, um acerto, davam na mão desse CAPANGA aí pra relatar, porque ele veio como "testa de
ferro". MALLMANN diz que foi embargado duas vezes esse aí e que eles forçaram a barra meio por
cima assim, mas que foram negados os embargos e que transitou em julgado e são 200 milhões o auto.
CORTEZ diz a MALLMANN que é uma boa informação e que é pra MALLMANN guardar isso aí.
MALLMANN lembra que 200 milhões a 5 por centinho, dá. CORTEZ diz que esse processo aqui foi o
que teve 1 milhão e que um enganou o outro. CORTEZ explica que um enganou o outro e que um deles
toma todas e que ele tomou um porre outro dia e confidenciou pra alguém que o BRAÇO DIREITO
passou a perna nele e MALLMANN diz que ali é cobra arrastando cobra. CORTEZ diz que esse cara é
bêbado e inconsequente, que é "gambá" e que ele veio só pra enfrentar isso e que deram o processo pra
ele relatar e que ele relatou e deu provimento e que agora esse ai também que não sabia desse e que
ficou sabendo hoje, só que teve 1 milhão nesse e que o outro cara passou a perna nele. MALLMANN
diz que esses acórdãos ele tinha, que não tinha da Câmara Superior e que quando ele viu que foi
julgado o MARCOPOLO na época, que ele precisava porque a SCHINCARIOL também tem esse
problema e que viu aquele voto e viu que isso aqui foi "encaixado" e que mais por uma razão, que
quando subiu pra Câmara Superior, a MARY ELBE, através do HELENO TORRES... que quem
sustentou foi o HELENO TORRES, mas que isso foi tudo... e CORTEZ diz que ele está toda hora aí
sustentando e MALLMANN diz que foi tudo trabalhado e que aí o VALMIR que estava por trás da
sombra... tanto é que o VALMIR estava impedido, porque esse processo, na verdade é da MARY
ELBE e que deve ter sido pelo escritório dele. CORTEZ pergunta se ele votou e MALLMANN diz que
não, que ele não votou, que se julgou impedido e que devem ter acertado tudo, que ele estava envolvido
e que, provavelmente este processo transitou pelo escritório de...(inaudível). CORTEZ diz que então o
que lhe falaram hoje aqui é "quente". MALLMANN diz que a Fazenda bloqueou, em primeiro lugar
porque é um precedente muito grande e que já vinha um outro do SANTANDER que foi o PRAGA
também que relatou e CORTEZ diz que depois disso ele foi convidado a dar uma palestra em São
Paulo e que quis voltar de ônibus e não quis que tirassem a passagem dele de avião mesmo sendo de
graça. ironizam dizendo que ele é pobre e que por gosta de andar de ônibus. CORTEZ pergunta se
MALLMANN entendeu o espírito da coisa e MALLMANN fala que num aeroporto como é que ele iria
justificar uma mala cheia de dinheiro. CORTEZ pergunta se MALLMANN não tem esse do
SANTANDER que o defensor era o QUIROGA e pede pra MALLMANN baixar e CORTEZ diz que é
o do SANTANDER então que que eles vão guardar pra escreverem um livro dessa história e que o
CARF tem que acabar e que quem paga impostos são só os coitadinhos e que quem não pode fazer
acordo, acerto, que não é acordo, que é "negociata", que "se fode", que perde todo mundo e que eles
estão mantendo absurdos lá contra os pequenininhos e que com esses grandões aí estão passando tudo
livre, isento de imposto e que "é só pagar a taxa". MALLMANN diz que não adianta, que tira uma
raposa e que se criam 2 lá dentro e CORTEZ diz que não adianta tirar, que tem que mudar o órgão e
que disseram que o Presidente vai sair e que vai deixar o VALMAR na Presidência e que o Presidente

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vai trabalhar aqui com o MANZANO é colega aposentado e que CARTAXO vai trabalhar com o sócio
e com o genro e com o pai do genro. MALLMANN diz que trabalhar ele não vai e que só vai
"oficializar o esquema" e CORTEZ diz que é isso aí e que ele vai deixar o BRAÇO DIREITO de
presidente do CARF. MALLMANN diz que aí vai a fundo e que não sai nem as pautas. CORTEZ diz
que tem que acabar imediatamente o CARF e que isso é pura verdade, que tem que fechar, mudar pro
Judiciário e que não pode isso aí e que virou balcão de negócios. MALLMANN diz que hoje está mais "à
vista", porque o pessoal trabalhava por debaixo do pano, porque não tinha muitos adeptos e que não era essa
turma do...(inaudível) e que a Câmara Superior é o ponto vital da coisa e que a Câmara baixa ajuda, mas que
não é independente, mas que imagine que um processo desse na Câmara baixa passando, já está com ponto
favorável. CORTEZ diz que botaram uns fazendários completamente despreparados, que o VALADÃO só
nega, mas que não sabe nada de nada e que não sabe nem quando é dia nem quando é noite, porque é doutor
nos Estados unidos, em Londres e que se acha o "rei da cocada", mas que ele é um idiota e que todo mundo
vai de encontro a ele e que até os fazendários vão de encontro a ele e que acaba virando esculhambação e que
esse JORGE CELSO também não sabe nada, mas que é testa de ferro, que é o que leva tudo adiante,
que dão pra ele relatar e tudo bem e MALLMANN diz que é isso aí e que é "mel na chupeta".
CORTEZ fala pra MALLMANN ver se acha esse do SANTANDER e que é pra ele ir guardando tudo,
que eles depois vão escrever um livro.
Na mensagem seguinte MALLMANN responde a CORTEZ, referindo-se ao
AFRO, ex-Conselheiro ANTONIO JOSÉ PRAGA DE SOUZA, dizendo que “O negrão
deve ter enchido o bolso neste período que ele ficou só como relator”, citando processo
passado do CARF.

Mensagem PAULO CORTEZ X MALLMANN


Data: 26 Agosto 2014 11:29
Título: Re Bom dia
De: graciele@sinos.net
Para: pcortez2@gmail.com

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Por fim, seguinte a sua declarada linha de juntar material para denunciar
esquemas no CARF, o PAULO CORTEZ encaminha para sua outra conta de endereço
eletrônico, mensagem na qual consta número do Processo nº 10920.003482/2006-25, da
empresa AMERICAN INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS
ELETRÔNICOS S/A, e ao que parece seria do interesse do Conselheiro VALMIR
SANDRI e da advogada tributarista MARY ELBE.

Mensagem de PAULO CORTEZ – EMAIL zipmail.com.br


From: Paulo Roberto Cortez
Sent: Wednesday, September 03, 2014 3:42 PM
To: pa.cortez
Subject: interessa

5) PANIJO@UOL.COM.BR.

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O e-mail em epígrafe é utilizado pelo JORGE VICTOR RODRIGUES,


conforme informações prestadas pela própria UOL e conforme consta do processo nº
53824-97.2014.4.01.3400 que trata da interceptação telemática.
A interceptação foi devidamente implementada nos termos especificados na
decisão e se deu através de uma conta-espelho panijo.00@bol.com.br, para a qual foram
espelhadas todas as correspondências eletrônicas recebidas na conta do alvo,
panijo@uol.com.br. Vale salientar que provavelmente o JORGE VICTOR RODRIGUES
redireciona os e-mails da caixa panijo@uol.com.br para a sua conta de e-mails
jorgevicrod@gmail.com do GMAIL, por isso ele aparece nas mensagens mesmo quando
interceptadas na primeira conta.
As mensagens que estavam já estavam armazenadas na conta alvo, segundo
a UOL, por questões técnicas não foram espelhadas, contudo, no dia 03/09/2014, foi
recebida por esta Autoridade Policial um CD com cópia das de todas as correspondências
eletrônicas contidas na conta de e-mail panijo@uol.com.br em período anterior ao do
início do monitoramento.
Com relação ao investigado JORGE VICTOR RODRIGUES, o
monitoramento telemático foi importante porque conseguiu acompanhar e complementar
algumas informações que foram coletadas por meio das conversas telefônicas no que tange
às negociações dos casos lá apurados.
Temos abaixo um exemplo disso, a respeito do CASO JS/SAFRA, quando o
WAGNER OLIVEIRA PIRES, Procurador da Fazenda Nacional, envia e-mail do JORGE
VICTOR e-mail contendo, nos anexos, minuta de Requerimento à PGFN e cópia da Nota
PGFN/CAT nº 547/05, além de um texto orientando como proceder no caso em que
conversaram em reunião, inclusive citando a participação de EDSON PEREIRA
RODRIGUES, o que denota que este também foi sondado para trabalhar no CASO
JS/SAFRA. Esta mensagem em verdade é uma resposta ao e-mail enviado anteriormente no

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dia 15/08/2014 por JORGE VICTOR para o WAGNER às 17 horas e 45 minutos, isto é,
logo após a reunião ocorrida no escritório de JORGE e registrada fotograficamente por
equipe policial a qual foi mencionada e detalhadas às fls. 188.

Mensagem WAGNER X JORGE

De: Wagner Oliveira [mailto:w.p.o@uol.com.br]


Enviada em: quinta-feira, 28 de agosto de 2014 12:22
Para: jorgevicrod@gmail.com
Assunto: ENC: Processos

É possível observar no documento abaixo que o arquivo “Jorge Victor.odt”


contém orientações e a estratégia de atuação da organização criminosa com detalhes do
procedimento em relação a compra da alteração da NOTA PGFN Nº 547/05,que precisa ser
revista por “aquela autoridade”, no caso o Procurador-Geral da Fazenda Nacional como
consta no documento “Requerimento PGFN.PDF”. Há diálogos telefônicos que confirmam
que esse e-mail na verdade foi originariamente enviado pelo EDUARDO CERQUEIRA
LEITE, Chefe do DEINF em São Paulo, já eu ele se diz autor do requerimento em anexo e
a própria NOTA dá a entender que foi retirada de um processo que passou pela DEINF,
tendo em vista a inscrição nas páginas da NOTA.

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Há que se registrar que conforme conversa abaixo o WAGNER repassa a


nota para em anexo nesse e-mail para a sua amiga no CAT em São Paulo, a VALÉRIA, e
menciona que a “A VERBA HONORÁRIA É BOA”, mas posteriormente, como detalhado
no item das interceptações telefônicas, ele diz ter se reunido com ela que diz não haver
como derrubar a orientação administrativamente.

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Código: 455179
Data: 01/09/2014 Hora: 13:52:16 Duração: 00:04:30
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato:
Interlocutores: JORGE X WAGNER-AVANÇO NA PROCURADORIA
Arquivo: 20140901135216032.wav

Degravação:
WAGNER pede pra que JORGE lhe responda, "porque o pessoal está perguntando lá", em qual
REFIS eles estão incluídos e qual é a Lei e pede pra que JORGE localize pra ele também. WAGNER
diz que parece que naquela época havia a possibilidade e que já é um bom caminho e pede isso por e-
mail. JORGE diz que passa, mas que tem um detalhe importante nisso aí, que os REFIS antigos, o que teve
antes de 2009, o penúltimo, porque agora este ano já teve outro, eles eram um programa que tinha um
dispositivo dizendo que a opção pelo regime dessa lei, pelo parcelamento, implica na irretratabilidade da
confissão da dívida e na desistência de todos os recursos e que a partir dessa desse ano, eles passaram a exigir,
porque eles levaram tanta porrada no judiciário e no CARF, eles passaram a exigir que o contribuinte
apresente, antes de fazer a opção, a renúncia expressa num formulário e que esse aspecto é relevante.
WAGNER diz que "o nosso caso tá no antigo ainda" e JORGE confirma isso e diz que nos casos
anteriores e que inclusive nesse caso nosso, a aceitação das condições era tácita, que não tinha
desistência expressa e que o CARF depois, e tem uma série de julgados, diz que essa irretratabilidade,
que essa irrevogabilidade da decisão, não pode ser tomada ao "pé da letra" e que é o problema do
parecer, que diz que é... WAGNER diz que vai ler e que inclusive "a pessoa que está vendo isso pra
gente lá dentro", pra quem já passou um e-mail dizendo que esse era o caso da decisão do Conselho e
que já passou a NOTA, "favorável ao contribuinte em sede de embargos... decidido após a entrada do
REFIS... Estou com dúvidas porquanto já há uma Nota da PGFN sobre a matéria... já para alertar...
em anexo, mandei em anexo.... Embora pareça, num exame rápido, discutível, a Nota né, A VERBA
HONORÁRIA É BOA e, no entanto, só pegarei a causa, se houver alguma viabilidade. Gostaria que
você, com a sensibilidade de sempre, desse a sua abalizada opinião (...inaudível...) WAGNER”.
WAGNER diz que ele lhe respondeu o seguinte, que a primeira coisa a investigar é em qual REFIS está
incluído e localizar a lei e verificar quais eram as condições e que depois pode-se analisar se há alguma
chance. JORGE diz que é a MP 66. WAGNER diz que passa pra ela já e que "é pessoa de dentro".
JORGE diz que naqueles papéis que mandou pra WAGNER está escrita a lei em que ele optou e que é
a MP 66 e outra MP posterior. WAGNER pergunta se JORGE tem este diz que sim e WAGNER diz
que passa depois, que repassa depois e que isso é busca rápida e que agora nós estamos mais... que pelo
menos está aparecendo uma luzinha... e JORGE complementa dizendo que é no caminho e WAGNER
concorda, dizendo que é uma pessoa competente de lá de dentro. JORGE diz que é ótimo.
Nas mensagens abaixo fica demonstrada a parceria entre os investigados já
que JEFERSON SALAZAR RIBEIRO (jefsalazar@ig.com.br) envia mensagem a JORGE
VICTOR contendo números de processos do CARF citados em conversas monitoradas em
interceptação telefônica. Na segunda mensagem SALAZAR retifica o número do dígito de
um processo após pedido de verificação de JORGE.

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Mensagem SALAZAR X JORGE


De: jefsalazar@ig.com.br [mailto:jefsalazar@ig.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 29 de agosto de 2014 13:03
Para: jorgevicrod@gmail.com
Assunto: Processos

Mensagem SALAZAR X JORGE 2


De: jefsalazar@ig.com.br [mailto:jefsalazar@ig.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 29 de agosto de 2014 15:13
Para: J V Rodrigues
Assunto: Re: Processos

JORGE VICTOR RODRIGUES entra novamente em contato com o


WAGNER encaminhando o arquivo nomeado “Considerações sobre a NOTA PGFN/CAT
nº 547/05”, citada em diversas conversas monitoradas em interceptação telefônica.
Mensagem JORGE X WAGNER
De: Jorge Victor Rodrigues [mailto:panijo@uol.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 3 de setembro de 2014 16:42
Para: w.p.o@uol.com.br
Assunto: Bozzano CAT 547-05

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Na mensagem abaixo o JORGE VICTOR recebe mensagem na qual


PAULO BORGES diz que “o cara da JBS vem a Brasília amanha e vai no escritório”,
que precisa acertar com ele o horário pois JORGE estará no CARF. Cita que são 03
processos da JBS e BERTIN com valores de R$ 77.369.356,00 (Processo nº
19515.002361/2008-84), R$ 102.909.795,00 (Processo nº 15868.000008/2010-23) e R$
96.370.652,00 (Processo nº 15868.002023/2009-72).

Mensagem JORGE VICTOR X PAULO BORGES


De: Paulo Borges [mailto:pauloborgespb@yahoo.com.br]
Enviada em: terça-feira, 16 de setembro de 2014 08:44
Para: panijo@uol.com.br
Assunto: processos

Após esta mensagem o PAULO BORGES volta a falar com o JORGE


VICTOR, agora apor meio telefônico e confirma a reunião ocorrida com o “cara da
JBS” e pergunta as condições que vão passar para eles para trabalharem os processos.
Código: 514624
Data: 23/09/2014 Hora: 15:40:01 Duração: 00:01:39
Alvo: JORGE VICTOR
Fone Alvo: 6199810506 Fone Contato: 62-99865081
Interlocutores: E-JORGE VICTOR X PAULO-FALOU COM O CARA DA JBS
Arquivo: 20140923154001032.wav

Degravação:
PAULO - Dr. JORGE é PAULO, tudo bem?
JORGE - Tudo e você?

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PAULO - Tudo, olha o cara acabou de falar comigo agora do JBS, sabe? Aquele de, um de setenta
milhões do JBS, você falou que eles resolveram, né?
JORGE - AHAMM!
PAULO - E tem aqueles dois da BERTIN que é da BRACOL holding, lembra, né?
JORGE- Isso.
PAULO - Um de noventa e seis e outro de cento e dois, esses dá pra trabalhar, não dá?
JORGE - Dá.
PAULO - Então, eles querem já pra mim passar um e-mail pra eles com as condições.
JORGE - Como condições?
PAULO - Como é?
JORGE - Ele quer que passe um e-mail pra ele com as condições, que condições?
PAULO - Não, as condições assim: proposta de honorários, né, esses negócios.
JORGE - Ahm!
PAULO - Tá?. Eu vou colocar o quê? vou colocar que esses dois a gente consegue resolver pra eles e ai
os honorários, mais ou menos, 10%?
JORGE - 10%.
PAULO - Tá bom, não tá?
JORGE - Tá.
Assim, analisando o e-mail em conjunto com o áudio acima
vislumbramos a ocorrência, mais uma vez de crime de tráfico de influência atribuível
a JORGE VICTOR e o PAULO BORGES já que a pretexto de influir nos processo
dizem que vão cobrar 10% sobre os milhões discutidos no processo do GRUPO JBS,
sendo que o representante do JBS veio se reunir o JORGE VICTOR em Brasília.
A seguir, vemos mensagem que corrobora a parceria do JORGE VICTOR e
LUTERO, e desta vez envolvendo a BIA (esposa do LUTERO) já que aqui o JORGE
VICTOR recebe de LUTERO planilha, enviada pela BIA contendo número de processos da
EMPESCA ALIMENT., ENGAR. IGARASSU e BELEM DIESEL, com respectivos
valores. A conta lufernas@zipmail.com.br é de LUTERO FERNANDES DO
NASCIMENTO, Analista Tributário e Chefe do Serviço de Assessoria Técnica e Jurídica
do CARF que mantém constante troca de mensagens com o investigado JORGE VICTOR.

Mensagem LUTERO X JORGE VICTOR

De: lufernas@zipmail.com.br [mailto:lufernas@zipmail.com.br]


Enviada em: segunda-feira, 15 de setembro de 2014 20:56
Para: jorgevicrod@gmail.com
Assunto: Planilha

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Há conversas interceptadas em que o JORGE e LUTERO fala sobre essas


empresas constantes da planilha e sobre alterações do voto, velando dizer que esses são
processo da turma do JORGE VICTOR, inclusive no Processo da EMPESCA
(10380.009493/200240) houve a decisão no acórdão nº 3803006.456, no qual o próprio
JORGE VICTOR foi o Conselheiro Relator.
Código: 491033
Data: 15/09/2014 Hora: 12:25:42 Duração: 00:02:37
Alvo: LUTERO
Fone Alvo: 6199869141 Fone Contato: 61-99810506
Interlocutores: LUTERO X JORGE-ALTERAÇÃO NO VOTO DA BELÉM DIESEL
Arquivo: 20140915122542061.wav

Degravação:
LUTERO diz que não retornou antes porque estava com o "nosso chefe" no gabinete; LUTERO diz
que está terminando só alguma coisinha e ficará à disposição e em seguida procura saber de JORGE se
este deu uma olhada no e-mail e LUTERO diz que passou e-mail e recado pra JORGE e JORGE diz que

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já viu. LUTERO pergunta se isso mesmo e JORGE diz que acha que esse da BELÉM DIESEL eles vão
ter que fazer uma alteração no voto. LUTERO pergunta se "então vamos negar" e JORGE diz que
"com esse trem não passa lá não" e que queria discutir isso com LUTERO pessoalmente; LUTERO diz
então "maravilha", que é pra JORGE ver na sua agenda e que a partir da próxima meia hora estará à
disposição; JORGE que diz que depois do almoço dá uma ligada; LUTERO diz que na hora que JORGE der
uma ligada ele desce dá uma encontrada; JORGE diz que LUTERO que ele lhe falou sobre aquele caso do
"BRA" e LUTERO diz que sim. JORGE diz que falou com a menina lá de São Paulo (CONSELHEIRA
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS), que conseguiu finalmente falar com ela pra ver se ela poderia
pedir vista e que ela não vai participar da Sessão desse mês e que ela está vindo pra cá só na sexta-feira
por causa desse encontro aí da CNC e que então deve ir um Suplente pro lugar dela, mas que ela lhe
disse que quem ficou com vista na Sessão passada, desse processo, foi um tal de ALEXANDRE que
também é Conselheiro do Contribuinte e que então só sobra o GILENO que o LUTERO lhe falou e que
é daqui de Brasília e pergunta a LUTERO se eles teriam jeito de conseguir o telefone desse cara pra
entrar em contato com ele. LUTERO diz que vê isso antes de ir e que "a gente já chega com ele".
JORGE diz que é pra LUTERO já trazer o negócio do LÉO e LUTERO diz que também já está junto
com o material.

6) JEFSALAZAR@IG.COM.BR

O e-mail em epígrafe é utilizado por JEFERSON RIBEIRO SALAZAR,


conforme informações prestadas pela própria IG constantes do processo nº 53824-
97.2014.4.01.3400 que trata da interceptação telemática.
Em 17/09/2014 recebemos e-mail comunicando o cumprimento da decisão,
iniciando o monitoramento que perdurou até o dia 03/10/2014, e no dia 22/09/2014
recebemos mídia contendo cópia das mensagens pré-existentes ao monitoramento que
estavam armazenadas na conta.
O conteúdo das mensagens analisadas nos confirma que a conta de e-mail
em comento é de fato utilizada por JEFFERSON SALAZAR, Ex-Superintendente da
Receita Federal, que aliado de JORGE VICTOR, LUTERO e EDUARDO, atualmente, no

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entendimento da equipe de investigação, compõe o principal grupo articulado para fraudar


as decisões do CARF.
As mensagens e ligações telefônicas corroboram o envolvimento do
SALAZAR na compra de decisões favoráveis aos seus clientes em conluio com os demais
investigados acima mencionados, donde verificamos possíveis crimes de Tráfico de
Influência, Corrupção Ativa e Passiva, Advocacia Administrativa contra a Fazenda e até as
tratativas para a lavagem de dinheiro provenientes desses delitos. Abaixo citamos são
destacadas as mensagens julgadas importantes para a investigação.
Na primeira mensagem SALAZAR encaminha mensagem contendo número
de processos 02 processos. O primeiro é o de número 16327.000190/2011-83, que se refere
ao BANCO BRADESCO, justamente aquele em que eles vinham tentando fechar um
contrato com o Banco e que foi julgado recentemente através do Acórdão 3302002.768, já
exaustivamente detalhado no CASO BRADESCO, no item das interceptações telefônicas.
Com relação ao segundo, o de número 13820.000860/2002-10, este se refere
ao famoso Processo “860”, tão citado por EDUARDO, da empresa JS
ADMINSTRADORA DE RECURSOS S/A e já citado no item CASO JS/SAFRA, junto ao
CARF.

Mensagem SALAZAR X JORGE VICTOR


From: jefsalazar@ig.com.br
Sent: Thursday, July 17, 2014 11:59 AM
To: jorgevicrod@gmail.com
Subject: andamento de processos

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A mensagem seguinte é de suma importância já que nela o JORGE VICTOR


encaminha arquivo contendo resumo de vários processos de debêntures da JS
ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A, com números, objetos e andamentos.

Mensagem SALAZAR X JORGE VICTOR


From: J V Rodrigues
Sent: Wednesday, August 27, 2014 3:52 PM
To: jefsalazar@ig.com.br
Subject: Fwd: doc digitalizados

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Saindo da linha do JS/SAFRA, a parceria de renova quando SALAZAR


envia nova mensagem solicitando a JORGE VICTOR que veja se há interesse em processos
das empresas TRANSPORTES LISOT LTDA e TRANPORTES RODOVAL LTDA,
fornecendo os respectivos números.

Mensagem SALAZAR X JORGE VICTOR


From: jefsalazar@ig.com.br
Sent: Monday, August 18, 2014 10:55 AM
To: jorgevicrod@gmail.com
Subject: pesquisa

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Em outra mensagem, SALAZAR envia, em anexo, à


amtax@amtax.com.br uma minuta de contrato de prestação de serviço (clicar no link),
tendo como contratante a empresa BERTIN S/A e como objeto Procedimentos
administrativos junto à RFB e regularização da situação fiscal da contratante e
BRACOL HOLDING S/A, com remuneração de R$ 5.350.000,00 (cinco milhões
trezentos e cinquenta mil reais) (Pró-labore + honorários), além de “remuneração a
titulo de sucesso”, 4 % de sobre o valor efetivamente reduzido.

Mensagem SALAZAR X AMTAX – Caso BERTIN


From: JEFERSON RIBEIRO SALAZAR
Sent: Tuesday, May 11, 2010 3:15 PM
To: amtax@amtax.com.br
Subject: Bertin

Em que pese a mensagem acima date de 2010, cabe relembrar a Mensagem


JORGE VICTOR X PAULO BORGES, comentada no item acima, eu casa com o contrato
do SALAZAR acima mencionado já que JORGE VICTOR recebe mensagem na qual

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PAULO BORGES diz que “o cara da JBS vem a Brasília amanha e vai no escritório e cita
03 processos da JBS e BERTIN com valores de R$ 77.369.356,00 (Processo nº
19515.002361/2008-84), R$ 102.909.795,00 (Processo nº 15868.000008/2010-23) e R$
96.370.652,00 (Processo nº 15868.002023/2009-72). Cumprindo mencionar que o PAULO
deixa claro na ligação que a BERTIN é da BRACOL HOLDING S.A.

7) RODRIGUES.AD@HOTMAIL.COM

A decisão autorizou a interceptação da rodrigues.ad@hotmail.com, a qual


é utilizada pelo escritório de advocacia RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS
S/S ADVOGADOS ASSOCIADOS, este encabeçado por 02 (dois) dos principais alvos
desta investigação, o Ex-Presidente do CARF, EDISON PEREIRA RODRIGUES e sua
filha a Conselheira MEIGAN SACK RODRIGUES.
O monitoramento das correspondências eletrônicas tem ocorrido através da
conta-espelho brazil11493@hotmail.com, para a qual são espelhadas todas as
correspondências eletrônicas recebidas na conta-alvo, rodrigues.ad@hotmail.com.
Contudo o monitoramento em tempo real não surtiu o efeito esperado em razão da
criptografia constante das mensagens enviadas e pelo fato do escritório representante da
MICROSOFT aqui no Brasil não dispor de suporte para orientar a quebra da criptografia.
Não obstante, pedimos que fossem enviadas as mensagens em mídia para que fossem
analisadas em momento posterior.
No que tange às mensagens que estavam já estavam armazenadas na conta
alvo antes do período monitorado, em razão do grande volume de informações, nos foi
enviado o conteúdo em 07 (sete) DVDs contendo correspondências eletrônicas contidas na
conta antes do período monitorado.

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O conteúdo das mídias ainda está sendo analisados em razão do grande


volume de informações que chegaram, aproximadamente 27 GB de informações, o que
demanda muito tempo dos analistas em razão de que as mensagens tem que ser analisadas
uma a uma. Aqui apresentaremos algumas mensagens que foram analisadas, mas o
conteúdo final será apresentado em relatório final do processo cautelar de interceptação
telemática.
Analisando as mensagens antecedentes o período de monitoramento,
observamos uma importante mensagem na qual EDISON PEREIRA RODRIGUES passa
para seus parceiros captadores de clientes em de São Paulo, SILVIO/EZIQUIEL dizendo
que ganhou um processo da “MISHUBICH” (MITSUBISHI), fabricante de automóveis,
trabalhando com outros dois grupos que não conhecia, pois foram contratos “estanques”.
Relata que em seções posteriores do CARF, entrou em pauta um processo com a mesma
matéria, em outra Câmara, da montadora FORD e que ele fez contato com “BAGRINHOS
e um EX-BAGRÃO” da montadora, sem conseguir captar o processo no valor de R$
3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), embora tenha afirmando-lhes que perderiam, pelo
voto de qualidade, o que realmente ocorreu. EDISON ainda menciona que resta o recurso
especial para a Câmara superior e que se eles o contratarem a chance é de
aproximadamente, 95 %, caso contrário perderão. Continua dizendo que a “bola está com
SILVIO e EZEQUIEL, para captação desse cliente e informa que não pagarão mais que 2
ou 3 %.

Mensagem EDISON X ALFA ATENAS


From: Edison Pereira Rodrigues <rodrigues.ad@hotmail.com>
To: Alfa - Silvio Atenas <alfa.atenas@terra.com.br>
Subject: processo
Date: Tue, 11 Jan 2011 18:09:03

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Em outra mensagem, esta datada de 25/10/2010, reafirmando mais a parceria


e o modus operandi de obtenção de informações de dentro do CARF para captação de
grandes clientes a fim de vender seus “serviços”, EDISON e SILVIO tratam sobre a
empresa ALCATEL, e que eles têm interesse em trabalhar no processo dessa empresa cujo
valor beira os R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais), dos quais devem
derrubar uns R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). Comenta que LONGO,
(provavelmente o Ex-Conselheiro JOSÉ HENRIQUE LONGO, o mesmo que o SALAZAR
e EDUARDO chamam de “COMPRIDO”) está trabalhando para a empresa, mas que não
tem grandes chances e que ELES possuem o “conhecimento técnico que redundará em
êxito de até oitenta por cento”.

Mensagem EDISON X SILVIO (ALFA ATENAS)


From: Edison Pereira Rodrigues <rodrigues.ad@hotmail.com>
To: Alfa - Silvio Atenas <alfa.atenas@terra.com.br>
Date: Mon, 25 Oct 2010 16:06:11

Do outro lado, no dia 05/11/2010, EDISON procura o ORLANDO


(CONSELHEIRO ORLANDO JOSÉ GONÇALVES BUENO) e diz que precisaria do
número do processo da ALCATEL, pois, “o assunto andou muito bem e meus parceiros que
são muito fortes, inclusive mais ainda agora, pós eleição”. Diz que já fizeram o primeiro
contato e tiveram grande receptividade, e o Conselheiro ORLANDO JOSÉ GONÇALVES
BUENO responde dizendo que é pra suspender o contato até 2ª orientação.

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Mensagem EDISON X ORLANDO


De: Edison Pereira Rodrigues [mailto:rodrigues.ad@hotmail.com]
Enviada em: sexta-feira, 5 de novembro de 2010 11:16
Para: Orlando José Gonçalves Bueno
Assunto: processos

Voltando um pouco no tempo, abaixo temos mensagem do dia 03/11/2010,


um advogado chamado ODORICO MOREIRA (o qual pode ser o tal “Moreira Ferreira”
que o EDISON se referiu no e-mail com o ORLANDO) diz ao EDISON PEREIRA
RODRIGUES que uma empresa quer denunciá-lo à comissão de ética da OAB, se
determinado processo não for julgado até a data estabelecida. Cita que já entregou R$
40.000,00 a EDISON e pede agora que ele utilize de “seus conhecimentos” e “vasto
prestígio” para viabilizar uma data de julgamento dentro do prazo previsto.

Mensagem EDISON X ODORICO

Data: 3 Nov 2010 22:59:56


De: odorico moreira <odorico.moreira@hotmail.com
Para: Dr. Edison Rodrigues" <rodrigues.ad@hotmail.com

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A mensagem abaixo também outra parceria que parece ser de longa data
entre o EDISON PEREIRA RODRIGUES e o CHIQUEKI MURAKAMI. Essa relação foi
demonstrada durante o monitoramento telefônico no caso de Tráfico de Influência do
Banco BVA. Aqui abaixo, Ainda demonstrando a grande influência que exerce sobre o
CARF, EDISON responde a mensagem recebida no dia 12/01/2011, na qual MURAKAMI
encaminha relação de Conselheiros do CARF que participarão de uma Sessão de
julgamento e pergunta se EDISON conhece o pessoal para “tocar o processo”, o “quanto” e
o prazo. EDISON explica que na Câmara Especial não processos especiais porque os
valores discutidos nelas são diminutos, e que vale a pena atuar na Câmara Superior em
razão dos valores que lá são discutidos, ou até mesmo nas câmaras Ordinárias.

Mensagem EDISON X MURAKAMI

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From: Edison Pereira Rodrigues <rodrigues.ad@hotmail.com>


To: murakami shishiaki <cs.cm@hotmail.com>
Subject: RE: CARF
Date: Thu, 13 Jan 2011 12:53:38

Na mensagem a seguir o EDISON demonstra parceria com mais uma


Conselheira, ANGELA SARTORI, a qual também foi alvo da investigação, parecendo que
de fato o EDISON tem ascendência sobre a mesma, já que esta liga para reclamar de sua
recondução.
A mensagem no remete a uma parceria entre EDISON e ANGELA já que
esta diz que vai à Brasília e passará lá para conversarem sobre aqueles 07 (sete) casos.
EDISON diz que precisava mesmo falar sobre os processos, e informa que “o parceiro”
perguntou se ela ainda precisava de ajuda.
Não ficou claro quem seria esse parceiro, mas pode ter venda de alguma
facilidade dentro do CARF.

Mensagem EDISON X ANGELA SARTORI

From: Edison Pereira Rodrigues <rodrigues.ad@hotmail.com>


To: ANGELA SARTORI <angelasartori@uol.com.br>
Subject: RE: Brasilia

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DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
DIRETORIA DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Date: Fri, 28 Jan 2011 14:51:13

Por fim, mais uma vez corroborando a parceria entre EDISON e


EZIQUIEL/SILVIO captador de cliente em São Paulo, o EDISON recebe mensagem de
EZIQUIEL, o qual encaminha em anexo, um RECIBO no valor de R$ 1.000.000,00 (Um
milhão de Reais), “por serviços prestados de Assessoria e Consultoria Jurídica no processo
produtivo de esmagamento de soja”. EZIQUIEL pede pra EDISON assinar, pois deverá
acompanhar a nota fiscal da GRANOLEO.

Mensagem EDISON X EZIQUIEL

From: planeja@planejanet.com.br
To: rodrigues.ad@hotmail.com
CC: alfaatenas@alfaatenas.com.br
Subject: RECIBO QUE DEVERA ACOMPANHAR A NOTA FISCAL DA
GRANOLEO

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Cumpre destacar que a movimentação a quebra do sigilo bancário


evidenciou 19 (dezenove) pagamentos realizados pela empresa GRANÓLEO S/A
COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE SEMENTES OLEAGINOSAS E DERIVADOS (CNPJ
nº 88.925.029/0001-25) para as empresas PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL
LTDA – ME, ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA – ME (ambas dos
captadores de São Paulo SILVIO e EZEQUIEL) e do RODRIGUES E ADVOGADOS
ASSOCIADOS S/S, que juntos somaram o montante de R$ 3.787.366,81 (três milhões
setecentos e oitenta e sete mil trezentos e sessenta e seis reais e oitenta e um centavos).

8) ALFA.ATENAS@TERRA.COM.BR:

A decisão judicial autorizou a interceptação da alfa.atenas@terra.com.br,


a qual é utilizada pela empresa ALFA ATENAS CONSULTORIA EMPRESARIAL
segundo o provedor do serviço TERRA, a conta foi está registrada em nome do SILVIO
GUATURA ROMAO.

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Conforme e-mail recebido, o provedor disponibilizou a conta espelho


juridico.si.114.14@terra.com.br com inicio em 10/09/2014 e término em 22/11/2014.
As empresas ALFA ATENAS e PLANEJA, como já deveras comprovado ao
longo desta representação, atuam como intermediadoras e captadoras dos clientes do JOSÉ
RICARDO e EDISON PEREIRA RODRIGUES.
Aqui, encontramos troca de mensagens em que surge o da CRISTINA
SILVA MACEDO Analista-Tributário da Receita Federal, lotada na SEORT/DRF/
Florianópolis, que passa informações solicitadas pelo FABIO CAVALARI sobre processos
da empresa BRF S/A. Em seguida esta a encaminha para seu pai EZIQUIEL CAVALARI
que a repassa para o e-mail alfa.atenas@terra.com.br, provavelmente para o SILVIO, a
partir do e-mail planeja@planejanet.com.br.

Mensagem FABIO CAVALARI X CRISTINA


Assunto:ENC: Processos Brasil Food S/A
Data: Thu, 23 Oct 2014 10:21:51 -0200
De: Eziquiel Cavallari <planeja@planejanet.com.br>
Para: alfaatenas@alfaatenas.com.br

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IX - DOS ILÍCITOS APURADOS

Tendo em vista que os crimes em apuração neste trabalho investigativo não


são os ordinários crimes mais violentos como o homicídio e roubos, ou de clamor popular,
como o tráfico de drogas, pedimos vênia para tecer alguns comentários a fim de melhor
caracterizá-los.

1) IMPEDIMENTOS DO REGIMENTO INTERNO:

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Quanto aos impedimentos dos Conselheiros, segue abaixo os principais


Artigos do Regimento Interno no CARF:
“Art. 38. Fica vedada a designação de mais de dois conselheiros
representantes dos contribuintes que possuam relação ou vínculo
profissional com outro conselheiro em exercício de mandato,
caracterizado pelo desempenho de atividade profissional no mesmo
escritório ou na mesma sociedade de advogados, de consultoria ou de
assessoria.
(...)

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DOS CONSELHEIROS E DA PERDA DE MANDATO

Art. 41. São deveres dos conselheiros, dentre outros previstos neste
Regimento:
I - exercer sua função pautando-se por padrões éticos, no que diz respeito
à imparcialidade, integridade, moralidade e decoro, com vistas à
obtenção do respeito e da confiança da sociedade;
II - zelar pela dignidade da função, vedado opinar publicamente a
respeito de questão que lhe está sendo submetida a julgamento,
ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do
magistério;
III - observar o devido processo legal, assegurando às partes igualdade
de tratamento e zelando pela rápida solução do litígio;
IV - cumprir e fazer cumprir, com imparcialidade e exatidão, as
disposições legais a que estão submetidos; e
V - apresentar, previamente ao início da reunião de julgamento, ementa,
relatório e voto dos recursos em que for o relator, em meio eletrônico.
Parágrafo único. Enquanto não implementada a certificação digital para
acesso aos sistemas do CARF, a ementa, relatório e voto de que trata o
inciso V poderão ser apresentados no início da reunião.

Art. 42. O conselheiro estará impedido de atuar no julgamento de


recurso, em cujo processo tenha:
I - atuado como autoridade lançadora ou praticado ato decisório
monocrático;
II - interesse econômico ou financeiro, direto ou indireto;
III - como parte, cônjuge, companheiro, parentes consanguíneos ou afins
até o terceiro grau;
IV - participado do julgamento em primeira instância.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se existir
interesse econômico ou financeiro, direto ou indireto, nos casos em que
o conselheiro representante dos contribuintes:

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I - preste consultoria, assessoria, assistência jurídica ou contábil ao


interessado, ou dele perceba remuneração sob qualquer título, no
período da instauração do processo administrativo fiscal e até a data da
sessão em que for concluído o julgamento do recurso;
II - atue como advogado, firmando petições, em ação judicial cujo
objeto, matéria, ou pedido seja idêntico ao do recurso em julgamento.

Art. 42-A O Conselheiro estará impedido de atuar como relator em


recurso especial em que tenha atuado, na decisão recorrida, como relator
ou redator relativamente à matéria objeto do recurso especial.

Art. 43. Incorre em suspeição o conselheiro que tenha amizade íntima ou


inimizade notória com o sujeito passivo ou com pessoa interessada no
resultado do processo administrativo, ou com seus respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 44. O impedimento ou a suspeição será declarado por conselheiro ou


suscitado por qualquer interessado, cabendo ao arguído, neste caso,
pronunciar-se por escrito sobre a alegação antes do término do
julgamento, o qual, se não for por ele reconhecido, será submetido à
deliberação do colegiado.
Parágrafo único. No caso de impedimento ou suspeição do relator, o
processo será redistribuído a outro conselheiro integrante do colegiado.

Art. 45. Perderá o mandato o conselheiro que:


I - descumprir os deveres previstos neste Regimento;
II - retiver, reiteradamente, processos para relatar por prazo superior a 6
(seis) meses, contado a partir da data do sorteio, permitida a
prorrogação, quando requerida, justificadamente, antes do fim do prazo,
e autorizada pelo presidente da Câmara ou da CSRF;
III - retiver processos, reiteradamente, ou procrastinar a prática de atos
processuais, além dos prazos legais ou regimentais;
IV- deixar de praticar atos processuais, após ter sido notificado pelo
Presidente do CARF, da Seção ou da Câmara, no prazo improrrogável de
30 (trinta) dias;
V - deixar de formalizar, reiteradamente, o voto do qual foi o relator ou
para o qual foi
designado redator no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da sessão
de julgamento ou da qual recebeu o processo ou relatório e voto do
relator originário; {2}
VI - deixar de observar, reiteradamente, enunciado de súmula ou de
resolução do Pleno da CSRF expedidas, respectivamente na forma dos
arts. 73 e 77 72 e 76, bem como o disposto no art. 62;
VII - praticar atos de comprovado favorecimento no exercício da função;
VIII - deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 8 (oito) das
sessões, ordinárias ou

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extraordinárias, no período de 1 (um) ano;


IX - na condição de suplente, deixar de comparecer, sem motivo
justificado, a 2 (duas)
convocações consecutivas ou a 3 (três) alternadas no período de um ano.
X - assumir cargo, encargo ou função que impeça o exercício regular das
atribuições de
conselheiro;
XI - portar-se de forma incompatível com o decoro e a dignidade da
função perante os demais conselheiros, partes no processo administrativo
ou público em geral;
XII - atuar com comprovada insuficiência de desempenho apurada
conforme critérios
objetivos definidos em ato do Presidente do CARF;
XIII - praticar ilícito penal ou administrativo grave;
XIV - praticar atos processuais perante as Delegacias da Receita Federal
do Brasil de Julgamento e o CARF, exceto em causa própria;
XV - participar do julgamento de recurso, em cujo processo deveria saber
estar impedido; e
XVI - estar submetido a uma das penalidades disciplinares estabelecidas
no art. 127, incisos II a VI da Lei n° 8.112, de 1990, no caso de
conselheiro representante da Fazenda Nacional.
§ 1° A perda do mandato será decidida pelo Ministro de Estado da
Fazenda.
§ 2° Aplica-se à perda de mandato, naquilo que couber, os procedimentos
previstos na Lei n° 8.112, de 1990, incluindo o afastamento preventivo.

À vista desses dispositivos já observamos logo de plano que o Núcleo do


JOSÉ RICARDO burlou o Art. 38 do Regimento Interno já que de trabalhavam em
sociedade de fato e sob o mesmo teto, os então Conselheiros, JOSÉ RICARDO DA
SILVA, sua irmã, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, a ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO e ainda o PAULO ROBERTO CORTEZ o qual era contrata para redigir
os votos do JOSÉ RICARDO, como podemos observar no Apenso 02 do IPL
004/2014-4 – COGER/DPF.
Importante ainda frisar o Art. 41 do Regimento Interno coloca como dever
do Conselheiro zelar pela dignidade da função, atender aos princípios da imparcialidade e
da moralidade.

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Quanto a isso é ululante a incompatibilidade da imparcialidade nos


julgamentos com o exercício da advocacia dentro do CARF realizada por alguns
conselheiros, ademais fere de morte a moralidade pública, bem como a ética profissional, já
que os como servidores do órgão terão extrema vantagem em relação a outros advogados,
pelas facilidades que conseguem através de acesso a informação em sistemas próprios e
proximidade como os julgadores.
No que tange aos impedimentos, cabe destaque o Art. 42, inciso II do
Regimento Interno quando fala a impossibilidade de participar de julgamento quando
houver interesse econômico ou financeiro, direto ou indireto.
Posteriormente, observa-se no parágrafo único a definição do o “interesse
econômico ou financeiro”, que seria a prestação de preste consultoria, assessoria,
assistência jurídica ou contábil ao interessado, ou dele perceba remuneração sob qualquer
título, no período da instauração do processo administrativo fiscal e até a data da sessão em
que for concluído o julgamento do recurso, e ainda, no inciso II, impede a atuação do
Conselheiro quando este atue como advogado, firmando petições, em ação judicial cujo
objeto, matéria, ou pedido seja idêntico ao do recurso em julgamento.
Esse conceito de interesse econômico ou financeiro é relativo já que não há
lei, em sentido estrito, que o defina, assim, segundo a Portaria, ficaria a critério de qualquer
Ministro. Contudo, nossas pesquisas lograram êxito em encontrar um regramento em órgão
paralelo, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, aonde o então
Presidente da República por meio do Decreto nº 1935/1996, instituiu o Regimento Interno
daquele Conselho e estabeleceu através do Art. 15º, Inciso II, §3º, que há interesse
econômico financeiro se o Conselheiro perceber, até dois anos anteriores à interposição
do recurso ou do pedido de revisão, e não pode ter atuado em primeira instância.

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“Art. 15. Os Conselheiros e o Procurador da Fazenda Nacional estarão


impedidos de participar do julgamento quando tenham: (Redação dada pelo
Decreto nº 6.841, de 2009)
I - atuado no âmbito do processo em primeira instância;
II - interesse econômico ou financeiro, direto ou indireto do litígio;
(...)
§ 3º Para os efeitos deste artigo, considera-se também existir interesse econômico
ou financeiro, direto ou indireto, nos casos em que o Conselheiro ou o Procurador
da Fazenda Nacional encarregado de se manifestar nos autos tenha percebido,
nos dois anos anteriores à interposição do recurso ou do pedido de revisão,
remuneração do sujeito passivo ou de firma ou escritório que lhe preste
assistência técnica ou jurídica, em caráter eventual ou permanente, qualquer que
seja a razão ou título de percepção. (Redação dada pelo Decreto nº 6.841, de
2009).

Assim, parecia-nos mais acertado que a Portaria do Ministro da Fazenda


obedecesse ao regramento imposto pelo Chefe do Executivo em órgão congênere e dentro
do mesmo ministério, sendo que não havia muito tempo que a redação do Decreto
Presidencial tinha sido alterada, o que ocorreu em 2009. No mérito, também seria mais
coerente o impedimento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional do que o
do CARF, já que impede a participação de Conselheiros que tenham recebido remuneração
de cliente pouco tempo antes de ter acesso ao processo e por isso ainda se sintam sob o
dever de lealdade com o Cliente. Ademais, como o impedimento para julgar é para o
presente, achamos que alguma remuneração após a saída do Conselheiro ou após o término
do Processo ou a saída do Conselheiro também deveria ser proibida no intuito de coibir
acertos de pagamentos a posteriori do julgamento da causa.
A par dessa explanação, observa-se então que o Regimento Interno do
CARF trata da impossibilidade de participar de julgamento, mas em hipótese alguma
regulamenta e/ou autoriza, como de fato não deveria, a prestação de serviços de consultoria
ou advocacia por parte de Conselheiros, para empresas que possuam processos no CARF.

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Em nossa visão a única regulamentação sobre a defesa de interesses privados


perante a administração pública fazendária por parte de servidor público é a proibição penal
encontra-se prevista no Art. 3º, Inciso III Lei nº 8.137/1990, se tratando, pois, do crime de
advocacia administrativa fazendária, que será mais à frente detalhada.

2) IMPEDIMENTO DA OAB

A Lei nº 8.906/1994, comumente conhecido “Estatuto da Ordem dos


Advogados do Brasil” também define no seu Art. 28, inciso II, que o exercício de função de
julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta é
incompatível com o exercício da advocacia, como destacamos abaixo:

“CAPÍTULO VII
Das Incompatibilidades e Impedimentos
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes
atividades:
(...)
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais
e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas,
bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta e indireta;

Ora a natureza do Conselho de Recursos Administrativos Fiscais é


justamente essa citada no inciso II do Art. 28 da Lei nº 8.906/1994, por se tratar de órgão
de deliberação coletiva da administração pública direta que tem como função precípua de
julgamento de causas da Fazenda Nacional.

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Assim o Conselheiro advogado exercer a advocacia intramuros do CARF,


ainda que sua função não seja remunerada, ferindo de morte a ética tanto a advocatícia,
quanto a judicante.
É de se observar que o Estatuto está em harmonia com o ordenamento
jurídico pátrio já que advindo depois do código penal e da Lei 8.137/1990, coloca como
incompatível um patrono exercer a advocacia em órgão em que realize julgamentos,
robustecendo ainda mais o entendimento que aquele que patrocina interesse privado junto a
órgão em que é funcionário público pratica sim o crime de advocacia administrativa, e se
for contra a Administração Pública Fazendária, o tipo especial de advocacia administrativa
fazendária.

3) FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS:

Preliminarmente, cabe uma breve explanação sobre o que conceito


funcionário público para fins penais, e para tanto temos o Art. 327 do Código Penal
Brasileiro:
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.”

Assim, não há dúvidas de que o Conselheiro do CARF, mesmo não


recebendo remuneração para tanto (pelo menos não logramos êxito em localizar forma de
remuneração) é sim funcionário público para o Direito Penal, devendo se sujeitar a todas as
regras que dizem respeito ao funcionalismo público, especialmente o código de ética.
Considerando que os Conselheiros são designados para exercer o cargo
público por um mandato de 03 (três), podendo haver recondução, é notório que durante

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nesse período, deve estar ciente dos ônus e bônus de seu mister e se abster de condutas que
atentem Contra Administração Pública, principalmente as previstas no TÍTULO XI,
CAPÍTULO I do Código Penal que trata DOS CRIMES PRATICADOS POR
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL, bem com em
legislação esparsa, como no caso desta investigação, a Lei nº 8.137/1990.

4) ADVOCACIA ADMINISTRATIVA FAZENDÁRIA:

Comecemos com a reprodução do texto do Art. 3º, Inciso III, da Lei nº


8.137/1990:
“Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos
previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal (Título XI, Capítulo I):
(...)
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário
público.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Ora, ser um servidor público não se trata de obrigação e todo aquele que opte
por exercê-lo, independentemente de remuneração, deve estar ciente de seus princípios e
ética a ser seguida, ser imparcial, probo e agir com retidão e colocando o interesse coletivo
acima dos interesses particulares e em especial seus próprios interesses de auferir ganhos
financeiros descabidos.
O que vimos e foi demonstrado é que muitos Conselheiros agem em
benefício de causa própria, utilizando o órgão como um meio de obter acesso fácil a

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clientes e causas importantes, se utilizando das facilidades de acesso a sistemas e outros


servidores e conselheiros, tudo em prol do seu interesse particular de enriquecimento em
detrimento dos cofres da União, fazendo do CARF um lucrativo “balcão de negócios” a
ponto de, ainda que não recebem remuneração, contratarem outras pessoas para redigir seus
votos, como era a prática do JOSÉ RICARDO com o PAULO ROBERTO CORTEZ.
O bem jurídico tutelado por este tipo penal é a moralidade e probidade da
função pública e sua respeitabilidade, e mais, especificamente no caso em concreto do
CARF, a imparcialidade das decisões, pois como poderia um Conselheiro manter a isenção
no julgamento de um potencial cliente ou de um atual, sem correr o risco de perder o
contrato? Como julgar com imparcialidade uma causa de um processo, a qual pudesse obter
ganhos “ad exitum” em outro processo que verse sobre a mesma matéria?
Ora, não é à toa que a União veda a pratica de advocacia contra ela exercida
por seus servidores com formação jurídica, e se o Regimento Interno do CARF, que se trata
de uma Portaria do Ministro da Fazenda, de alguma forma o autoriza, o faz agredindo
diretamente a hierarquia das normas, posto que confronta diretamente o Código Penal
Pátrio e a Lei nº 8.137/1990.
A Advocacia é um dos ramos mais vastos de atuação profissional tendo em
vista as infindáveis áreas de ramificação do Direito, portanto não é cabível que um
Conselheiro da Administração Pública Fazendária escolha atuar justamente a advocacia ou
consultoria tributária e dentro do Conselho aonde trabalha.
A ética profissional e a lógica de mercado e da administração pública
obrigam que o Conselheiro trabalhe com outro ramo do direito, ou que se optar pela
advocacia tributarista, que o faça não enquanto perdure o seu mandato no Conselho, sob
pena de se criar uma concorrência desleal em razão das facilidades obtidas pelo fato de ser
servidor do órgão restritas a uma pequena casta de advogados e auditores, atentando contra
o equilíbrio de mercado das causas tributárias.

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Cabe frisar que as empresas clientes também são partícipes dessa conduta
ilícita haja vista que não se valem apenas das contratações de renomados patronos de
grandes escritórios de advocacia, como também apelam para a atuação de Conselheiro para
obter facilidades dentro do CARF sob o disfarce de “Serviços de Consultoria”.
Importante ainda ressaltar que o crime é do tipo formal e por isso se
consuma com a prática de atos de patrocínio de interesses privados perante o órgão que
exercem mandato sem a estrita necessidade de se obter o resultado positivo, isto é, a
desconstituição do auto de infração ou agilização do processo. Esse inclusive é o
entendimento uníssono da doutrina e jurisprudência pátria:

“PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.


ADVOCACIA ADMINISTRATIVA PERANTE A ADMINISTRAÇÃO
FAZENDÁRIA. CRIME FORMAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DO
PROMOTOR NATURAL. REDISTRIBUIÇÃO DE AUTOS ENTRE PROMOTORIAS
ESPECIALIZADAS. ANÁLISE DA DOSIMETRIA. AÇÕES E INQUÉRITOS PENAIS
EM ANDAMENTO PODEM EVIDENCIAR PERSONALIDADE TENDENTE À
CRIMINALIDADE. PERDA DO CARGO PÚBLICO. EFEITO NÃO AUTOMÁTICO
DA CONDENAÇÃO. IMPOSIÇÃO QUANDO PRESENTES OS REQUISITOS DO
ARTIGO 92, I 'A' DO CÓDIGO PENAL. PENA DE MULTA DA LEI 8.137/1990.
INAPLICABILIDADE. FIXAÇÃO EM PARÂMETRO LEGAL REVOGADO.
IMPOSSIBILIDADE DE ANALOGIA EM PREJUÍZO DO RÉU. PROVIMENTO
PARCIAL DE AMBOS OS RECURSOS.
1 NOS CRIMES DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA PERANTE A FAZENDA
(ARTIGO 3º, III DA LEI 8.137/1990), O ELEMENTO SUBJETIVO NA ATUAÇÃO
COMO SERVIDOR PÚBLICO SE CONFIGURA COM O SIMPLES
PATROCÍNIO, AUXÍLIO OU AJUDA NA RESOLUÇÃO DO PROCESSO, NÃO
EXIGINDO NECESSARIAMENTE O RESULTADO FAVORÁVEL AO
ADMINISTRADO, POR SE TRATAR DE CRIME FORMAL.
2 O PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL VISA EVITAR QUE UMA ACUSAÇÃO
POR CRIME SEJA PROCEDIDA POR ÓRGÃO DE EXCEÇÃO. NÃO O OFENDE A
SIMPLES REDISTRIBUIÇÃO INTERNA DOS AUTOS ENTRE PROMOTORIAS
CRIADAS ANTERIORMENTE COM ESPECIALIZAÇÃO NO COMBATE A
DETERMINADOS CRIMES ESPECIFICADOS NA NORMA INTERNA.

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3 A EXISTÊNCIA DE MÚLTIPLAS AÇÕES PENAIS EM CURSO, ALGUMAS


INCLUSIVE COM CONDENAÇÃO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA, DENOTA MÁ
ÍNDOLE E PROPENSÃO PARA O CRIME, AFETANDO NEGATIVAMENTE A
PERSONALIDADE DO RÉU. TODAVIA, SE É A ÚNICA CIRCUNSTÂNCIA
JUDICIAL DESFAVORÁVEL, NÃO TEM O CONDÃO DE IMPEDIR A
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE
DIREITOS, DESDE QUE RECOMENDADA POR OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS
JUDICIAIS IGUALMENTE PONDERÁVEIS.
4 A PERDA DO CARGO PÚBLICO NÃO É EFEITO AUTOMÁTICO DA
CONDENAÇÃO, MAS OCORRE NOS CASOS EM QUE O CRIME É PRATICADO
COM VIOLAÇÃO DO DEVER PARA COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SE A
PENA CORPORAL FOR SUPERIOR A UM ANO, CONFORME EXPRESSA
PREVISÃO DO ARTIGO 92, I, 'A", DO CÓDIGO PENAL.
5 AS PENAS DE MULTA PREVISTAS NA LEI 8.137/1990 SÃO INAPLICÁVEIS
DESDE A EDIÇÃO DA LEI 8.177/1991, QUE EXTINGUIU O INDEXADOR
DENOMINADO "BTN", SEM, CONTUDO, INDICAR OUTRO EM SUBSTITUIÇÃO.
NÃO PODE O INTÉRPRETE DO DIREITO PENAL USAR A ANALOGIA IN MALAM
PARTEM PARA IMPOR ESTA PENA ACESSÓRIA, SOB PENA DE OFENSA AO
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL.
(TJ-DF - APR: 578255420058070001 DF 0057825-54.2005.807.0001, Relator:
GEORGE LOPES LEITE, Data de Julgamento: 06/11/2008, 1ª Turma Criminal, Data
de Publicação: 03/03/2009, DJ-e Pág. 84)”

Na mesma linha do Judiciário se encontra o entendimento do Congresso


Legislativo e a Presidência da República, posto que no ano de 2011 aprovaram e
sancionou, a Lei Orgânica de órgão congênere do CARF, o CONSELHO
ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA, este vinculado ao Ministério na
Justiça, quando a Lei nº 12.529/2011, estabelecendo que incorre em prática de Advocacia a
atuação de Conselheiros representando qualquer pessoa, física ou jurídica, ou interesse
perante o SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência), ainda após o prazo de 120
(cento e vinte) dias após a saída do cargo.

“Art. 8ª. Ao Presidente e aos Conselheiros é vedado:

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(...)
§ 1º. É vedado ao Presidente e aos Conselheiros, por um período de 120 (cento e
vinte) dias, contado da data em que deixar o cargo, representar qualquer pessoa,
física ou jurídica, ou interesse perante o SBDC, ressalvada a defesa de direito
próprio.
§ 3º. Incorre na prática de advocacia administrativa, sujeitando-se à pena
prevista no art. 321 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal, o ex-presidente ou ex-conselheiro que violar o impedimento previsto no §
1o deste artigo.”

Entendemos que a conduta ilícita é igualmente praticada por quem deu causa
ao patrocínio de interesse privado por parte de funcionários públicos do CARF. O Código
Penal no Título IV do Concurso de Pessoas prevê Art. 29 que “Quem, de qualquer modo,
concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade”. Assim, a advocacia administrativa fazendária também é aplicável aos
representantes das empresas quando estes contratam os serviços funcionários públicos,
ainda que a contratação seja informal.
Nesse sentido, não há como nós pensarmos diferente e por isso entendemos
que todos os Conselheiros do CARF que exercitam advocacia intramuros do Conselho, bem
como os seus contratantes, cometem o crime ou participam ativamente do crime de
advocacia administrativa fazendária, tendo verdadeira confissão do crime quando
observamos nos “Ajustes de imposto de renda das empresas” valores recebidos por
“prestação de serviços de consultoria”, que são exaurimento do delito e prova cabal da
realização dos atos em favor dos interesses privados dos contratantes dos “serviços”.
Isto posto, entendemos praticaram o crime de advocacia administrativa
fazendária todos aqueles que foram comprovados envolvimentos em trabalhos da na J.R.
SILVA E ADVOGADOS ASSOCIADOS ou na SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL,
sendo eles o JOSÉ RICARDO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, PAULO

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ROBERTO CORTEZ, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, EDISON PEREIRA


RODRIGUES e JOÃO BATISTA GRUGISNKI, além dos representantes das inúmeras
empresas foram enumeradas na análise da movimentação financeira, passando de mais de
40 (quarenta) pessoas jurídicas, das quais se destaca principalmente a RBS pelo pagamento
de mais de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) pelo êxito no Processo nº
11080.010647/2005-36.
Também praticaram esta conduta o JORGE VICTOR RODRIGUES,
LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO e LEONARDO SIADE MANZAN, já que
se comprovou que os dois primeiros estariam realizando atos para agilizar processos de
interesse do LEO MANZAN, tendo como exemplos os do JG RODRIGUES e o da
ÉVORA.
Da mesma forma praticaram advocacia administrativa fazendária a
MEIGAN SACK RODRIGUES e o EDISON PEREIRA RODRIGUES, pelo menos
identificado no processo da TOV CORRETORA DE CÂMBIO, podendo ocorrer outros a
partir da análise da movimentação bancária e dos materiais obtido com a interceptação
telemática.
Salta aos olhos mais uma atuação da dupla EDISON e MEIGAN em favor
do advogado e também Conselheiro JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, quando este
terceiriza patrocínio de interesse privado de cliente seu junto ao CARF para o escritório de
EDISON e MEIGAN, realizando, dessa forma, advocacia administrativa fazendária. No
entanto, acreditamos “o material” que o CASSULI fala na ligação pode ser DINHEIRO
para execução do acordo com algum Conselheiro o que incorreria na prática de corrupção
ativa, mas vamos detalhar essa hipótese mais abaixo no item dedicado a essa conduta penal.
Há ainda a prática pelo Conselheiro ORLANDO JOSÉ GONÇALVES
BUENO, em pelo menos 02 (duas) oportunidades, juntamente com o outro Conselheiro
PAULO ROBERTO CORTEZ e o sócio deste o NELSON MALLMANN, num processo da

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empresa em Camaçari/BA e quando o ORLANDO fala com o JORGE CELSO FREIRE


DA SILVA a para agilizar processo de seu cliente.
Por fim, entendemos que subsume-se à prática de advocacia administrativa
fazendária as ações do JORGE VICTOR e LUTERO dentro do CARF, cobrados por
SALAZAR, EDUARDO e o JOÃO INÁCIO PUGA, a fim de promover encontro entre
JOSÉ HENRIQUE LONGO, advogado do JS/SAFRA, e o Presidente do CARF,
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO, bem como para localizar documento trazido pelo
mesmo advogado (que depois se verificou ter sido entregue ao VALADÃO) a fim de para
agilizar andamento do Processo nº 13820.000860/2002-10.

5) TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

No que tange ao crime do tráfico de influência, o Art. 332 do Código Penal


Prevê o seguinte:
“Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário”

A doutrina costuma chamar esse crime de “venda de fumaça”, posto que o


perpetrador solicita ou obtém alguma vantagem ou promessa de vantagem, valendo-se de
um prestígio que alega possuir colocando em descrédito funcionário público, já que a ação
é a pretexto de influir em ato deste.
O delito tem com o objeto tutelar o prestígio, confiança, respeito da
Administração Pública perante a coletividade, e de tão maiúscula a sua importância para a

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credibilidade da Administração Pública que o tipo penal foi reformulado pela Lei nº 9.127,
de 1995, a fim de aumentar as apenas e ampliar o seu alcance com a inclusão do verbo
“solicitar”.
De fato, não se pode conceber que alguém exponha a honra e o prestígio da
Administração à situação de objeto de mercancia, de negócio, transformando o funcionário
em aparentemente corrupto, assim, pratica o crime de tráfico de influência, quem pede,
procura, busca, induz, manifesta o desejo de receber, ordena, reclama de forma imperiosa,
impõe, pede pagamento, recebe, consegue, adquiri uma vantagem ou promessa de
vantagem, sob o pretexto de influência junto a funcionário público.
Trata-se de crime formal, na modalidade “solicitar” não se exigindo a
obtenção da devida vantagem ou promessa dela, o que seria mero exaurimento:

“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. PEDIDO DE


TRANCAMENTO DA AÇÃO. ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE DA CONDUTA E
DE INÉPCIA DA DENÚNCIA. IMPROCEDÊNCIA.
1. Segundo a iterativa jurisprudência desta Corte, o trancamento da ação penal,
pela via do habeas corpus é medida excepcional, só admissível quando
despontada dos autos, de forma inequívoca, a ausência de indícios de autoria ou
materialidade delitiva, a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade.
2. A peça vestibular preenche os requisitos do art. 41 do Código de Processo
Penal, descrevendo, com todas as suas circunstâncias, a existência de crime em
tese, bem como a respectiva autoria, com indícios suficientes para a deflagração
da persecução penal.
3. A exordial acusatória narra que o paciente assumira o compromisso, com
terceira pessoa, em troca de proveito econômico, de tomar providências, junto à
Prefeitura do Município de Santo André, para que fosse efetuado o pagamento do
crédito de determinada empresa.
4. Perde relevância o momento da obtenção da vantagem econômica indevida, já
que o delito previsto no art. 332 (tráfico de influência) é de ação múltipla ou
conteúdo variado, contentando-se, nas modalidades formais, com a simples

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solicitação, exigência ou cobrança do proveito, em troca da suposta influência


em ato funcional.
5. Ordem denegada.
(STJ - HC: 146038 SP 2009/0169598-8, Relator: Ministro OG FERNANDES,
Data de Julgamento: 13/04/2010, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe
10/05/2010)

Em que pese o crime seja essencialmente formal entendemos que quando a


participação da pessoa contratante seja determinante para a “venda da influência”, como
aconteceu com o representante do Banco SAFRA no ocorreu no CASO JS/SAFRA,
preenche-se a previsão do Art. 29 do CPB (“Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”), respondendo
também o suposto beneficiário pelo crime de tráfico de influência juntamente como
traficante.
Em vista dos fatos narrados nesta representação podemos afirmar o crime de
Tráfico de Influência consumou-se em diversas oportunidades durante a investigação como
ocorreu no CASO JS/SAFRA, no qual composto por JORGE VICTOR, LUTERO,
EDUARDO, SALAZAR, WAGNER negociaram um valor com JOÃO INÁCIO PUGA,
membro Conselho de Administração do Banco SAFRA, de R$ 28.000.000,00 (vinte e oito
milhões de reais), a pretexto de influir no CARF e buscar os meios necessários a corromper
os Conselheiros para agilizar o andamento dos processos da JS ADMINISTRADORA DE
RECURSOS S/A, principalmente a admissibilidade do recurso do Processo nº
13820.000860/2002-10, e obtenção de decisões favoráveis nos processos da JS/SAFRA,
além de alteração do NOTA PGFN/CAT nº 547/05 dado no processo do Banco BOZZANO
e que beneficiaria a JS/SAFRA, sendo que pra esta situação o JORGE VICTOR solicita um
adiantamento, o valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), o qual foi
autorizado pelo contratante, a pretexto de localizar e cooptar a pessoa certa para a

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manipulação da NOTA do CAT para favorecimento do grupo JS/SAFRA, contando com a


participação do Procurador da Fazenda Aposentado WAGNER PIRES DE OLIVEIRA.
Idem se deu no CASO BRASDESCO em duas oportunidades. A primeira
quando Núcleo JORGE VICTOR, aonde visando obter vantagem através da contratação do
grupo para “atuar” no Processo nº 16327.000190/201183, no qual, , segundo o EDUARDO,
há autuação fiscal de pelos menos R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), JORGE
VICTOR e seus comparsas LUTERO, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO e MARIO,
conseguiram chegar à presidência do Banco Bradesco e descreditar os Conselheiros
GILENO GURJÃO BARRETO e FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS ao dizer sugerir
que podiam corrompê-los na obtenção de votos a favor do Banco ou obter vistas para
retardar o julgamento.
A segunda, de acordo com o último período de interceptação o NÚCLEO
JORGE VICTOR confabulava mais uma vez a venda de mais um produto, posto que após o
julgamento do processo que ocorreu no dia 12/11/2014, como observamos no acórdão
3302-002.768, ainda buscando a vantagem de serem contratados, oferecem a reversão do
resultado negativo no Processo na Câmara Superior, prometendo achar o paradigma para o
Recurso Especial e alguém para apreciar isso e aceitar, incidindo mais uma vez no crime de
tráfico de influência, e assim na outra incidência acima mencionada, atribuíveis ao JORGE
VICTOR RODRIGUES, LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO, JEFERSON
RIBEIRO SALAZAR, EDUARDO CERQUEIRA LEITE, JOSÉ TERUJI TAMAZATO e
MARIO PAGNOZZI JUNIOR.
Da mesma forma, observamos a ocorrência do Tráfico de Influência citado
no CASO BANCO BVA do Núcleo do EDISON PEREIRA RODRIGUES, quando este em
conluio com o CHIQUEKI MURAKAMI, e ao final com participação do THARYK
JACCOUD PAIXÃO que inclusive se predispôs a preparar a minuta do contrato, dizem à
massa falida ou credores dessa massa, que conseguiriam reverter a decisão de Falência do

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Banco BVA, decretada em meados de setembro de 2014. Na ocasião, o EDISON, após


alguns contatos, ele fala para o MURAKAMI transmitir ao advogado MARCOS que
repassasse para os clientes deste uma proposta de pagamento de R$ 80.000.000,00 (oitenta
milhões de reais), segundo o EDISON seriam R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) de
entrada, mais R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais) quando saísse a liminar e mais R$
30.000.000,00 (trinta milhões de reais) no mérito, ou outros R$ 10.000.000,00 (dez milhões
de reais) seriam para dividir entre eles.

6) CORRUPÇÃO ATIVA

A gravíssima conduta de corrupção ativa, conforme o Código Penal Pátrio


consiste na oferta ou promessa de vantagem indevida a funcionário público para que esse
pratique ou deixe de praticar ato de sua esfera de atuação. Vejamos:

“Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para


determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
dever funcional.”

A tutela jurídica aqui, como nos outros crimes acima mencionados é a


moralidade administrativa tão cara à sociedade que está prevista como princípio
constitucional (Art. 5, LXXIII e Art. 37 da CF/88).
É uma das mais graves condutas havidas contra a Administração Pública, pois
revela o menosprezo a ela. A tão acertada localização geográfica deste delito é justamente a

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do capítulo dos crimes praticados por particular contra a administração, por isso ignorá-lo
seria dizer aos cidadãos que a Administração Pública não precisa ser respeitada.
A jurisprudência e a Doutrina são uníssonas em afirmar que o crime de
Corrupção Ativa se trata de crime formal consumando apenas com a oferta ou promessa de
vantagem indevida ao funcionário público, sendo que o resultado, isto é, a prática do ato ou
o recebimento da vantagem indevida, seja o causa de aumento de pena, na primeira
hipótese, ou o mero exaurimento do crime. Contudo, a adequação típica se divide em três
elementos, sendo a primeira a oferta, a segunda, que essa oferta seja a um funcionário
público, e terceiro, para determina-lo a praticar ato de ofício.
Com efeito, temos que a oferta tem que ser feita, direta ou indiretamente, a
um funcionário público a fim de que este pratique, retarde ou omita ato que seja de sua
competência.
Assim, quando analisamos o item 1.1 observamos que o Núcleo do JORGE
VICTOR, composto por ele próprio, mais o LUTERO, SALAZAR, EDUARDO,
TAMAZATO e MÁRIO, vislumbrando a possibilidade de auferir lucros no Processo do
Banco SANTANDER nº 16561.000222/2008-72, se aproximam do Relator do Processo o
Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SIVA e o corrompem ativamente lhe ofertando a
possibilidade de obter indevido ganho financeiro para a prática atos de seu ofício, e o
Conselheiro, para executá-los solicita a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)
sendo R$ 300.000,00 (trezentos mil reis) para fazer o exame de admissibilidade do recurso
e mais R$ 200.000,00 (duzentos mi reais) para pauta-lo para julgamento.
Da mesma forma, quando analisamos o item 2.1 das interceptações
telefônicas, que se refere à compra de “vistas de processos” do CARF, praticadas pelo
Núcleo do EDISON PEREIRA RODRIGUES, observamos sequência de ligações e
mensagens trocadas entre o EDISON, sua filha MEIGAN SACK RODRIGUES nas quais
se verificam a prática do crime de corrupção ativa.

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Na primeira situação vemos o THARYK JACCOUD PAIXÃO pedindo que


o EDISON obtenha vistas no processo da LASER TECH COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO
DE ELETRÔNICOS. EDISON diz que o custo seria o “mesmo de outras vezes”, e repassa
a intenção de compra de vistas para sua filha MEIGAN que está dentro do CARF e passa
informações do processo 19515.721802/2011-46 para sua filha. Depois EDISON retorna
ligação para o THARYK dizendo que algum conselheiro havia cobrado R$ 50.000,000
(cinquenta mil reais) para pedir vistas, mas o THARYK, após tentar contato com o patrono
da empresa, acaba desistindo da compra. Uma vez informado disso EDISON repassa a
MEIGAN que diz que comunicar dizer ao conselheiro que houve a desistência. Dito isto,
mesmo não se concretizando o negócio o crime de corrupção ativa se consumou tendo
concorrido diretamente para o crime o EDISON, MEIGAN e o THARYK. Como o
processo foi julgado não houve como identificar o conselheiro que pediu as vistas, contudo
ainda é possível continuar a investigar a corrupção passiva após a deflagração deste
trabalho.
A segunda situação de possível ocorrência de corrupção ativa se dá ocorreu
quando o JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR (também Conselheiro no CARF,
representante dos contribuintes na 4ª CÂMARA da 1ª TURMA ORDINÁRIA da 3ª Seção
de Julgamento) fala com a MEIGAN sobre questão de processo em trâmite no Conselho e a
mesma o tranquiliza dizendo que já falou com o SAMUEL (SAMUEL SCHOENHERR
colega do CASSULI no seu escritório de advocacia) orientando-o dizendo “não era para ele
falar nada e sequer se mexer”. Acontece que CASSULI pergunta se ele entregou a
MEIGAN o “material”. O contexto dessa conversa nos faz acreditar que esse “material”
pode ser dinheiro para pagamento de acordo com algum Conselheiro, já que ela que
confirma o recebimento do “material” e que até já repassou e depois disfarça falando “os
memoriais” de forma desconectada. Entretanto o CASSULI parece não entender quando a
MEIGAN fala “os memoriais” e pergunta a ela se SAMUEL o pode entregar-lhe os

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memoriais, o que não faria sentido, pois se o “material” fosse “os memoriais” estes já
teriam sido entregues e até distribuídos. Por fim, a MEIGAN também parece se esquecer de
ter dito que já tinha os “memoriais”, e diz que é para enviá-los por e-mail e que SAMUEL
poderia distribui em papel na próxima seção, e CASSULI completa dizendo que “se não
acontecer hoje” ele pode entregar.
Depois o CASSULI conversa com o EDISON, parar tratar do processo que
já tinha conversado com a MEIGAN, e EDISON confirma a negociação explicando que
havia “dado tudo certo e que saiu a vista”, provavelmente que eles teriam vendido para o
cliente do CASSULI.
Além dessas 03 (três) situações mais claras da corrupção ativa acima citadas,
cabe espaço aqui para debater um pouco outros episódios que embora tenham sido
classificados acima como tráfico de influência, tem fortes indícios que possam ser
entendidos como corrupção ativa,
Um importante episódio ocorreu no caso JS/SAFRA, que seria a da proposta
de vantagem indevida promovida pelo representante do banco JOÃO INÁCIO PUGA ter
chegado a funcionário público quando o WAGNER em conversa com o JORGE VICTOR
diz que mandou e-mail para pessoa competente pedindo de forma eufêmica que esta análise
a NOTA PGFN/CAT nº 547/05, fazendo questão de citar, propositalmente, que “A VERBA
HONORÁRIA É BOA”.
Aqui, abramos um parêntese para afirmar que a forma de ofertar se completa
com a sugestão que dê ao funcionário público a ideia de que se ele praticar um ato haverá
uma contraprestação. A jurisprudência já se posicionou que sequer seja necessário que a
oferta aconteça de forma clara, direta e precisa, podendo se caracterizar por gestos, atos ou
eufemismos.

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“PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. CRIME DE


CORRUPÇÃO ATIVA. APTIDÃO DA EXORDIAL ACUSATÓRIA. TIPICIDADE
DOS FATOS. REFORMATIO IN PEJUS E OFENSA À COISA JULGADA.
1. O crime de corrupção ativa, previsto no art. 333 do Código Penal, pode ser
praticado, dentre outras formas, por meio de palavras, atos ou gestos; a oferta
ou promessa não precisa ser clara e direta, podendo ser subentendida à vista das
circunstâncias e do contexto em que realizada.
2. Configura, em tese, o crime de corrupção ativa a conduta do agente que,
diretamente interessado em investigação criminal realizada em inquérito
policial, dirige-se ao Departamento de Criminalística da Polícia Federal e,
depois de dizer ao perito como queria ver elaborado o laudo, fornece seus
endereços e coloca à disposição do expert “tudo o que precisar” para a
realização do trabalho.
3. O tipo do art. 333 do Código Penal não exige senão que a vantagem oferecida
ou prometida ao funcionário público seja indevida. Assim, para a configuração
do crime de corrupção ativa não é mister seja especificada, pelo agente
corruptor, qual seria a vantagem oferecida ou prometida, bastando que
transmita ao funcionário público a idéia de que lhe será propiciada, em troca da
violação ao dever de ofício, alguma vantagem indevida.
4. Se a primeira denúncia foi anulada por ter sido oferecida sem respeito ao
princípio do promotor natural e se a segunda denúncia o foi por ter sido oferecida
antes do trânsito em julgado do acórdão relativo à primeira, nada impede que se
ofereça uma terceira, desde que livre de tais empeços. Inexistência de reformatio
in pejus indireta ou de ofensa à coisa julgada material.
5. Ordem denegada.
(TRF – 3ª Região HC: 16552 SP 2004.03.00.007088-1, Relator: Desembargador
Federal Nelton dos Santos, Data de Julgamento: 30/03/2004, Data de
Publicação: DJU 16/04/2004).”

Depois, em outra ligação o WAGNER dia que a pessoa é a VALÉRIA do


CAT, e logramos êxito em identificar VALÉRIA SAQUES, Procuradora da Fazenda que
serve à Coordenação-Geral de Assuntos Tributários, e parecer ser competente para alterar a
citada Nota, que já observando documento retirado da internet ela é a mentora intelectual

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dos documentos da alta gestão do CAT, por ser ela quem confecciona o PARECER
PGFN/CAT Nº 1176/2014, repassando para o Coordenador-Geral de Assuntos Tributários,
e posteriormente para o Procurador-Geral Adjunto de Consultoria e Contencioso Tributário.
Vejamos:

Ainda há outras situações de possibilidade corrupção ativa que restaram


prejudicadas em razão da determinação de encerramento do monitoramento telefônico, mas
que há possibilidade de correção e elucidação através das buscas quando da operação.

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Uma seria a aceitação por parte da Presidência do BRADESCO realmente


ocorrer a corrupção de Conselheiro para agilizar o Processo nº 16327.000190/201183, para
a realização de admissibilidade, pautar o julgamento e ainda a cooptação de Conselheiros
para reverter a decisão desfavorável na Câmara Superior.
Outra seria a confirmação da captação do Banco SANTANDER para aderir à
emprestada criminosa de corrupção ativa do Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA
SILVA promovia pelo Núcleo do JORGE VICTOR e de quebra à proposta de corrupção
passiva feita pelo citado Conselheiro para realização da admissibilidade e pautar o Processo
nº 16561.000222/2008-72, cabe destacar que, segundo a movimentação do processo, já foi
feita a admissibilidade em 09/12/2014 que seria dentro do prazo dado pelo conselheiro, o
que reforça o indício da adesão à corrupção ativa e passiva.
Cabe trazer à baila mais uma vez o caso JS/SAFRA, posto que classificamos
anteriormente como crime de tráfico de influência o fato de JORGE VICTOR, LUTERO,
EDUARDO e SALAZAR negociarem um valor com JOÃO INÁCIO PUGA, membro
Conselho de Administração do Banco SAFRA, de R$ 28.000.000,00 (vinte e oito milhões
de reais), a pretexto de influir no CARF e buscar os meios necessários a corromper os
Conselheiros para agilizar o andamento dos processos da JS ADMINISTRADORA
DE RECURSOS S/A, principalmente a admissibilidade do recurso do Processo nº
13820.000860/2002-10, e por fim obter de decisões favoráveis nos processos da
JS/SAFRA.
Aqui cabe uma divisão entre os atos de ofício de agilizar o andamento do
processo e promover exames e julgamentos dos processos. Quanto ao primeiro, é possível
entender que tenha havido a corrupção Ativa, e também Passiva, do LUTERO
FERNANDES DO NASCIMENTO, posto que esse na condição de CHEFE DO SERVIÇO
TÉCNICO E JURÍDICO da Presidência do CARF pratica os atos de ofício para encaminhar
os processos aos presidentes das Câmaras, além de cuidar da pauta de processo do CARF.

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Inúmeras ligações como JORGE VICTOR dão conta desse fato, inclusive quando do
episódio da entrega do “documento” do patrono do Banco SAFRA, o JOSÉ HENRIQUE
LONGO ao “Presidente”, o LUTERO tentou de todas as formas, inclusive na sala do
CARTAXO, achar o documento para agilizar o exame de admissibilidade, só que eles não
contavam que era o Presidente da Câmara, o Conselheiro VALADÃO, que de fato fez
rapidamente a admissibilidade do recurso.
No que tange aos atos de realizar exames de admissibilidade e julgamentos
dos processos, para essa situação se faz da maior importância a questão da oferta ou
proposta chegar até o conhecimento do servidor público competente para praticar os atos de
ofício decisórios.
Malgrado haja a proposta milionária feita pelo representante do Banco
SAFRA, e esta tenha chegado aos corruptíveis, Conselheiro JORGE VICTOR
RODRIGUES, Chefe do DEINF de São Paulo EDUARDO CERQUEIRA LEITE e Chefe
da ASTEJ, LUTERO FERNANDES do NASCIMENTO, estes não são aptos a realizar
exames de admissibilidade ou julgá-los ou julgar os processos quistos pelo JS/SAFRA.
Realmente, com relação a alcançar e fazer proposta de vantagens indevidas
aos Conselheiros responsáveis pelos exames e julgamento do processo, isso parece não ter
ocorrido até o presente momento, mas não em razão da falta de vontade do proponente, o
JOÃO INÁCIO PUGA, ou das demais pessoas interpostas (SALAZAR, EDUARDO,
JORGE VICTOR e LUTERO), que mostraram inequívoco dolo direto em corromper
funcionários públicos do CARF e têm se empenhado para esse fim, mas sim por situação
alheias às suas vontades.
Em verdade, os diálogos dão firme testemunho que a proposta de corrupção
só não chegou ao servidor público competente, por que ele ainda não havia sido
identificado (o que chegou até ocasionar desentendimentos entre os membros da
organização criminosa), mas os registros de áudio demonstram o desdém e desrespeito com

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a Administração Pública, sendo que a lesão ao bem jurídico tutelado é real, já que, embora
os servidores públicos (JORGE VICTOR, EDUARDO e LUTERO) não sejam aptos a
praticar os atos de exame e julgamento do processo, os mesmos já foram corrompidos no
em sentido amplo da expressão, e a moralidade e a probidade pública já foi violentada e
devassada pela proposição e aceitação da milionária proposta indevida.
A doutrina clássica normalmente cita a possibilidade de tentativa de
corrupção somente através da “forma escrita”, contudo entendemos que essa é um
entendimento do século passado e que não acompanhou a evolução tecnológica.
Vislumbramos que a ideia da doutrina não é a necessidade de uma forma escrita
propriamente dita, mas sim de que a proposta estivesse registrada de alguma forma, o que
só ocorria na forma escrita.
Atualmente existem outros meios de se fazer um registro de uma proposta
indevida, e uma delas seria através de uma mensagem gravada, por exemplo, num gravador
ou mesmo numa interceptação telefônica, que é a situação do presente caso, que não chegue
ao seu destinatário a contragosto do proponente.
O Art. 14 do CPB diz no seu inciso II que o crime é “tentado, quando,
iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”, que
é exatamente a situação que acabamos de narrar, o que no faz concluir ser crível a
ocorrência de uma Corrupção Ativa Tentada, quando temos o fim pretendido a prática de
atos de realizar exames de admissibilidade e julgamentos dos processos.

7) CORRUPÇÃO PASSIVA

Tão execrável quanto a corrupção ativa, exsurge a corrupção passiva


consistente solicitação ou aceitação de promessa ou obtenção de vantagem indevida por

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parte de a funcionário público para que esse pratique ou deixe de praticar ato de sua esfera
de atuação. Segue a letra do Código Penal Brasileiro:

“Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,


ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

Da mesma forma, o tipo penal visa tutelar a moralidade e a probidade


administrativa, contudo, ao contrário da corrupção ativa, na corrupção passiva a má-fé se
enraíza no servidor público ofendendo diretamente a confiabilidade e respeitabilidade da
Administração Pública, sendo, pois, um dos maiores males que pode lhe ocorrer.
Trata-se de crime formal consumando apenas com a solicitação ou aceitação
da oferta ou promessa de vantagem por parte do funcionário público, sendo o auferimento
desta vantagem somente o exaurimento do crime.
Nesta senda, quando analisamos o item 1.1 observamos que o Núcleo do
JORGE VICTOR, composto por ele próprio, mais o LUTERO, SALAZAR, EDUARDO,
TAMAZATO e MÁRIO, vislumbrando a possibilidade de auferir lucros com o Processo do
Banco SANTANDER nº 16561.000222/2008-72, se aproximam do Relator do Processo o
Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SIVA e lhe ofertam a possibilidade de obter
indevido ganho financeiro para a prática atos de sua competência e o Conselheiro
corresponde às expectativas solicitando a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)
sendo R$ 300.000,00 (trezentos mil reis) para fazer o exame de admissibilidade do recurso
e mais R$ 200.000,00 (duzentos mi reais) para pauta-lo para julgamento.
O encerramento da intercepção telefônica prejudicou a continuidade da
investigação no aspecto de elucidar a adesão do Banco SANTANDER à proposta de
corrupção passiva feita pelo Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SILVA para

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realização da admissibilidade e pautar o Processo nº 16561.000222/2008-72, entretanto


segundo a movimentação do processo, foi feita a admissibilidade em dezembro de 2014,
portanto dentro do prazo previsto que era ainda este ano estipulado, o que reforça o indício
da adesão à corrupção ativa e passiva.

8) ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

A novel Lei nº 12.850/2013 atendendo aso clamor internacional e interno


finalmente tipificou a conduta de organização criminosa, suprindo um vácuo trazido com a
assinatura da Convenção de Palermo no ano 2000, e acabando de uma vez por todas com a
celeuma de que organização criminosa seria o mesmo que o crime de “formação de
quadrilha ou bando” previsto no Art. 288 do CPB, o qual inclusive, com a nova lei teve seu
nomen iuris alterado para crime de “Associação Criminosa”.
Já no Art. 1º, §1º temos a definição do que é organização criminosa no
ordenamento penal pátrio e no Art. 2º o tipo penal propriamente dito com a pena aplicada
ao crime.

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Art. 1o (...)
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda
que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional
(...)
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:

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Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas.”

A investigação em curso evidenciou a ação de verdadeira Organização


Criminosa, vez que de fato a atuação de JORGE VICTOR RODRIGUES, LUTERO
FERNANDES DO NASCIMENTO, JEFERSON RIBEIRO SALAZAR, EDUARDO
CERQUEIRA LEITE, JOESÉ TERUIJI TAMAZATO e MÁRIO PAGNOZZI JUNIOR se
subsume perfeitamente ao §1º do Art. 1, já que há mais 04 (quatro) ou mais pessoas, com
tarefas definidas e estratificadas, isto é, uns atuam na ligação com o CARF junto a
servidores e Conselheiros, outras nas ligações com as empresas contratantes das
emprestadas criminosas, e outros atuando na ligação destes com os primeiros, mas todos
eles com o mesmo propósito e unidade de intenções de obter facilidades dentro do CAF, e
para isso realizaram crimes com penas máximas superiores a 04 (quatro) anos, que seria o
tráfico de influência (reclusão de 2 a 5 anos e multa), corrupção ativa (reclusão de 2 a 12
anos e multa) e corrupção passiva (reclusão de 2 a 12 anos e multa), como o fizeram ou
buscam fazer no Caso BRADESCO e Caso SANTANDER, isto sem contar a prática da
advocacia administrativa que segundo o Art. 3º, III da Lei nº 8137/1990 tem pena de
reclusão de 1 a 4 anos e multa, isto é, igual, mas não superior a 4 anos.
Eles são um grupo unido, articulado e compartimentado, posto que
aparentemente os que estão nas pontas não se conhecem evitando assim uma ligação direta
e dificultando a investigação do grupo completo.
A divisão de tarefas é bem evidente como aconteceu com o Conselheiro
JORGE VICTOR que se utilizou do fez com o LUTERO para chegar ao Conselheiro
JORGE CELSO FREIRE, e por demonstraram que eventualmente podem cooptar outras
pessoas para facilitar a empreitada criminosa, terceirizando o serviço de aproximação com

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os funcionários públicos a serem cooptados, como aconteceu com o WAGNER para chegar
até a Coordenação de Assuntos Tributários da Procuradoria da Fazenda Nacional.
Ainda há atuação de outros grupos, mas como os elementos probatórios
ainda são incipientes, entendemos ser mais adequada a tipificação da associação criminosa,
mas nada impede a o reenquadramento a partir de novos elementos probatórios coletados a
partir das buscas.

9) ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

O Tipo penal do Art. 288 do Código Penal Pátrio, ainda comumente


chamado de “Formação de Quadrilha ou Bando” sofreu alteração no seu nomen iuris com o
advento da Lei 12.850/2013, passando o crime a se chamar “Associação Criminosa” tendo
como finalidade a associação de 03 ou mais pessoas para cometer crimes,
independentemente do tipo de delito ou de pena previsto para o delito. Vejamos:

“Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de
cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.”

Esse tipo é aplicável então quando os crimes praticados pela grupo de


pessoas tiver pena superior a 4 anos, como é o caso da Advocacia Administrativa
Fazendária que tem pena igual a 4 anos.
Ante o exposto, temos uma firme associação composta por JOSÉ
RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, PAULO ROBERTO CORTEZ,
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGISNKI, EDISON PEREIRA
RODRIGUES, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI,

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para a prática de Advocacia Administrativa Fazendária com a utilização das empresas SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, ALFA ATENAS ASSESSORIA
EMPRESARIAL LTDA e PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, além do
HUGO RODRIGUES BORGES, para a prática da Lavagem de Dinheiro recebido como
contraprestação da citada atividade criminosa.
Vale mencionar que para o Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, o
JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA GRUGISNKI,
SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que normalmente
já atuavam associados para as práticas dos delitos acima mencionados, acabam por dar um
passo além e cometem crimes com penas superiores a 4 anos que são a corrupção ativa
(reclusão de 2 a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 2 a 12 anos e multa) do
JOSÉ RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do
Processo 10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do
enquadramento como Organização Criminosa.
Embora esse seja um exemplo de atuação do grupo, é possível que a análise
dos e-mails combinados com a movimentação financeira possam evidenciar mais casos de
corrupção robustecendo a tese de aplicação de organização criminosa para as pessoas
mencionadas neste item.

10) LAVAGEM DE DINHEIRO

O tão famoso e enigmático crime de lavagem de dinheiro está previsto no


Art. 1º da Lei nº 9.613/1998, sofrendo alterações com a Lei nº 12.683/2012, trazendo a

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evolução do nosso ordenamento da 2ª para a 3ª geração no que se refere à matéria, já que


eliminou o rol de crimes antecedentes.

“Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.”
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta
Lei.

A doutrina costuma definir que o objeto da tutela seria a Administração da


Justiça, já que se liga intrinsecamente à função jurisdicional do Estado no escopo de
reprimir condutas que afrontam o ordenamento jurídico penal. Uma parte da doutrina
também prega a tutela da Ordem Econômica e a tutela do Sistema Financeiro como objetos
jurídicos ou bens jurídicos penais tutelados pela Lei 9.613/98, já que não é tolerável a
utilização de capital financeiro decorrente de atividades ilícitas.
Em que pese a inovação e desconhecimento do potencial da norma façam
com que ela tenha sido pouco aplicada ou aplicada com tibieza, esta Lei tem um espírito
aguerrido e vem para dar um basta nas condutas criminais e fortalecer o ordenamento penal
pátrio de modo ao dizer aos criminosos que “ainda que sejam cometidas condutas
penalmente refutáveis, não haverá locupletamento em decorrência dela”.
Assim, pouco importa a atitude ou atividade desenvolvida pelo criminoso,
ainda que ilícita ou moralmente aceitáveis, se a origem do capital empregado nesse ato ou
atividade tiver decorrido, ou seja decorrente, de alguma conduta criminosa.
A ideia é bem simples, não se tolera dinheiro sujo e nesse sentido, tudo que
se faça de forma a camuflar (ocultar ou dissimular) a origem, natureza, movimentação e

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transporte de recursos financeiros obtidos, direta ou indiretamente, através de conduta


penal, também é crime.
Isto posto, entendemos que aquele que cria uma empresa para fazer a
recepção e posteriormente a distribuição de valores pagos como contraprestação de serviços
são reconhecidamente ilícitos, comete sim o crime de lavagem de dinheiro.
Isso é justamente o que ocorre nas empresas de Consultoria aqui
investigadas, como a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA e a SBS
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, além das empresas de Consultoria de São
Paulo.
Os serviços contratados deveriam ser pagos nas contas de pessoa física dos
consultados, ou até mesmo, em se tratando de serviços de consultoria jurídica, nas contas
de pessoa jurídica dos respectivos escritórios de advocacia, contudo, no intuito de distanciar
as condutas ilícitas de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência e
corrupção ativa e passiva, os investigados se utilizavam de uma terceira pessoa jurídica.
Além disso, em muitas vezes o dinheiro não vinha direto dos contratantes
para suas contas de pessoa física, mas sim os pagamentos eram feitos primeiro para as
contas dos parceiros captadores de clientes em São Paulo/SP, para depois serem
transferidos para as contas das empresas de consultoria aqui em Brasília/DF, e somente
após isto para suas contas de pessoa física, tudo com o intuito a afastar a origem e o objeto
do pagamento e fazer circular o dinheiro de modo a dificultar o seu rastreamento.
Ademais, por muitas vezes ao invés de fazerem as transferências para as
contas dos destinatários finais, realizavam-se saques na boca do caixa ou pagamentos por
meios de cheques a portador com finalidade direta de dificultar o rastreamento e
identificação dos destinatários finais que provavelmente seriam conselheiros e outros
funcionários públicos que facilitavam as ações do grupo.

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Outrossim, as omissões e até mesmos os registros nas declarações de ajustes


de imposto de renda, também podem ser entendidos como uma tipologogia do crime de
lavagem de dinheiro através da utilização dos próprios mecanismos estatais para dissimular
a natureza do “serviço” prestado, tentando ludibriar o Fisco simulando uma boa-fé ao
declarar os valores como sendo lícitos, mas na verdade é justamente para mascarar a
ilicitude que originou o pagamento.
Ainda ressaltamos uma modalidade de lavagem de dinheiro foi muito
observada através do afastamento do sigilo bancário e fiscal e nas movimentações atípicas
que seria a tomada de empréstimos. Aqui o criminoso já com o dinheiro sujo disponível em
mão ou com previsão de recebimento, toma um empréstimo no banco e em seguida
promove a sua quitação antecipada ou até mesmo no seu tempo real. Com isso ele coloca
dinheiro sujo na econômica formal, com uma plausível justificativa em primeiro plano para
autoridades fiscalizadoras, que seria o levantamento de um empréstimo, e em segundo
plano, estaria seguro posto que normalmente não existe preocupação por parte dos bancos
com a origem dos recursos utilizados para a quitação, posto que não querem ficar com o
prejuízo na carteira de empréstimos.
A Lavagem de Dinheiro também atinge o mercado de securitização, que
pode ter sido muito utilizado pelos investigados, vez que há inúmeros contratos de seguro
com apólices milionárias. Aqui para limpar o dinheiro pode criar uma empresa de seguros e
pagar as apólices sem qualquer contestação, o que pode ter ocorrido quando da criação da
RMSV – EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS LTDA. Na modalidade “SEGUROS”
ainda pode haver fraude em sinistros para o pagamento do valor da apólice, e também
distrato com a seguradora com o investidor realizando o valores pagos nos do prêmios com
prejuízo, mas não há problema, a intenção é dar aspecto limpo a recurso obtido por meio
ilícito, seria o preço a ser pago pelo branqueamento dos recursos sujos. No entanto, para
chegar as melhores conclusões é importante analisar os contratos e o encerramento da

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relação contratual, o que será feito quando os bancos mandarem o que foi pedido do
afastamento do sigilo bancário.
Cumpre destacar que não se ofende o Princípio da Irretroatividade da Lei
Penal quando falos dos crimes Contra a Administração Pública ora investigados porque
mesmo antes do advento da Lei nº 12.683/2012 que extinguiu o rol de crimes antecedentes,
a Lei nº 9.613/1998 já previa no seu inciso V, a aplicação da Lei quando o crime
antecedente praticado se tratasse de Crime Contra a Administração Pública.
Dessa forma, tendo em vista as movimentações atípicas do item IV em
cotejo com as análises da movimentação financeira do temos que os sócios da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO
BATISTA GRUGINSKI e EDISON PEREIRA RODRIGUES, praticaram crime de
lavagem de dinheiro utilizando as contas da citada empresa.
Da mesma forma, e considerando as contas das empresas foram utilizadas
para a distribuição de valores por meio de saques em espécie que foram promovidos e
distribuídos pelo HUGO RODRIGUES BORGES, funcionário da empresa, que mesmo
confessa que seu patrão corrompia servidores do CARF e ele mesmo realizava os
pagamentos. Assim, nesse modo, tem-se como responsáveis o citado funcionário e seus
sócios, JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI e EDISON
PEREIRA RODRIGUES.
Também, quando declarados ao Fisco pelas empresas contratantes dos
“serviços de consultoria”, há uma simulação da natureza do pagamento que é colocado
como lícito o que seria o ilícito de advocacia administrativa fazendária. Nesse tipo de
Lavagem estariam evolvidos não só a empresa receptora dos recursos, a SGR, como as
pagadoras, cabendo, pois, responsabilidade pela tanto os sócio da primeira, JOSÉ
RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI e EDISON PEREIRA
RODRIGUES como as demais pagadoras.

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Outrossim, com relação a utilização os parceiros de São Paulo/SP como


pessoa interposta para transferência do pagamento dos serviços, cabe responsabilidade para
os sócios da empresa SGR, JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI
e EDISON PEREIRA RODRIGUES, os sócios da empresa PLANEJA ASSESSORIA
EMPRESARIAL LTDA e ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA, o
SILVIO GUATURA ROMÃO e o EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI, e ainda da
MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA
CORPORATIVA, o MAURO MARCONDES MACHADO e a CRISTINA MAUTONI
MARCONDES MACHADO, bem como os representantes das empresas pagadoras dos
serviços.
Igualmente, observamos um tipo de lavagem que seria a mescla ou a mistura
de valores de origem ilícita, com o dinheiro obtido através de atividade profissional lícita,
isso com o intuito de misturar as receitas sujas e limpas numa só contabilidade para
literalmente “lavar a sujeira” do dinheiro obtido através de atividade criminosa e
dissimulando a natureza do serviço prestado. Essa é justamente a tipologia empregada com
a utilização das contas da J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS e da
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S ADVOGADOS ASSOCIADOS.
Por fim, há que se destacar que a apuração da lavagem de dinheiro referente
aos crimes investigados neste trabalho será ainda mais aprofundada com o término das
análises do afastamento do sigilo bancário e fiscal e material obtido no processo de
interceptação telemática.

X - INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS

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Feita a exposição de todos os fatos apurados durante a investigação


passemos à individualização das condutas relacionando a participação dos investigados aos
casos desvelados.

1) JORGE VICTOR RODRIGUES

JORGE VICTOR RODRIGUES, CPF nº 029.869.659-20, RG nº


11883800 SSP/PR, nascido em 05/02/1949, filho de MANOEL VICTOR RODRIGUES e
DJALMIRA LABOISSIÉRE VICTOR RODRIGUES, natural de Paracatu/MG, residente
na SHIS QI 09, CONJUNTO 08, CASA 06, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71625-
080, Auditor da Receita Federal Aposentado e atualmente Conselheiro do Conselho de
Recursos Administrativos Fiscais.
JORGE VICTOR é sócio da SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL,
situada na SHIS QL 10, CONJUNTO 10, CASA 01, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP
71630-105 pessoa jurídica utilizada para dissimular as suas atividades criminosas de
corrupção ativa e passiva, tráfico de influência advocacia administrativa fazendária e
lavagem de dinheiro. Também aparece como sócio da VR ASSESSORIA E

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CONSULTORIA S/S – ME, cujo endereço é tido como na AE AC ADE, CONJUNTO


13 LOTE 32 SALA 202, AGUAS CLARAS, BRASÍLIA/DF, 71987-720.
JORGE VICTOR é considerado um dos principais alvos da investigação,
seja porque é servidor público Conselheiro do CARF, mas principalmente por estar
intrinsecamente ligado aos principais casos ocorridos ao longo da investigação, juntamente
com o LUTERO, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO e o MARIO.
Foi um dos coautores da corrupção ativa e passiva do Conselheiro JORGE
CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER.
Também esteve envolvido nos Tráficos de Influência e/ou corrupção ativa
consumada e tentada do Caso JS/SAFRA.
JORGE VICTOR ainda é um dos articuladores dos tráficos de influência do
CASO BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA CASSIANO
KERAMIDAS e GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a favor do
banco, como agora para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Outrossim, em conluio com o LUTERO e LEONARDO SIADE MANZAN,
realizou crime de advocacia administrativa fazendária, em pelo menos 02 (dois) processos
que seriam o da JG RODRIGUES E CIA LTDA e o da ÉVORA, ambos mencionados no
item das interceptações telefônicas.
Ademais, praticou o crime de organização criminosa, vez que esteve
envolvido com ao menos com o LUTERO, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO e
MARIO para a prática de crimes diversos como advocacia tributária fazendária, tráfico de
influência, corrupção ativa e passiva.
Nesse sentido, entendemos como necessária a decretação da prisão
preventiva de JORGE VICTOR RODRIGUES, estando presente o requisito do “fumus
comissi delicti” em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas
ao longo desta representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da

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gravidade e contumácia dos delitos por ele praticados, da conveniência da instrução


criminal, pois demonstram preocupação em esconder provas, inclusive utilizando celulares
específicos para condutas ilícitas, assegurar a aplicação da Lei penal já que dispõe de
recursos e viaja regularmente para o exterior podendo implementar fuga, e garantia da
ordem econômica por cometer ilícitos contra a Fazenda Nacional e buscando o envolver
grandes instituições financeiras do Brasil.
Procurando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou
o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, fundamental ainda
seria a realização de buscas no endereço residencial e nos endereços comerciais SHIS QL
10, CONJUNTO 10, CASA 01, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71630-105 (todo
imóvel em razão de se tratar de escritórios tanto do JORGE VICTOR, quanto do
LEONARDO SIADE MANZAN) e AE AC ADE, CONJUNTO 13 LOTE 32 SALA 202,
AGUAS CLARAS, BRASÍLIA/DF, CEP 71987-720, a fim de coletar mais elementos
probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas por JORGE VICTOR.

2) LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO

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LUTERO FENANDES DO NASCIMENTO, CPF nº 197.385.284.53, RG


nº 3054943 SESPDS/DF, nascido em 14/04/1960, filho de ISAIAS FERNANDES DO
NASCIMENTO e MARIA SILVA DO NASCIMENTO, natural de Ribeirão/PE, residente
no CONDOMÍNIO OURO VERMELHO I - V1, QUADRA 16, LOTE 08, LAGO
SUL, CEP 71680-379, Analista Tributário da Receita Federal do Brasil.
LUTERO atualmente é assessor direto do Presidente do CARF, OTACÍLIO
DANTAS CARTAXO, ocupando a Chefia do SERVIÇO DE ASSESSORIA TÉCNICA E
JURÍDICA - ASTEJ da Presidência do Conselho Administrativos de Recursos Fiscais.
LUTERO, assim como o JORGE VICTOR, é considerado um dos principais
alvos da investigação por estar intimamente ligado aos principais casos investigados nesta
apuração, juntamente com o JORGE VICTOR, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO e
MARIO.
LUTERO foi um dos coautores da corrupção ativa e passiva do Conselheiro
JORGE CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER.
LUTERO também está intimamente envolvido nos Tráficos de Influência
e/ou corrupção ativa consumada e tentada do Caso JS/SAFRA, podendo ser considerado
como corrupto passivo por esta realizar atos de seu ofício como chefe da ASTEJ do CARF
em favor do grupo SAFRA.
LUTERO ainda se encontra envolvido nos tráficos de influência do CASO
BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS e
GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a favor do banco, como agora
para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Outrossim, utilizando-se do seu privilegiada posição junto à Presidência do
CARF e contato direto com o Presidente de Câmaras e Turmas, LUTERO em conluio com
o JORGE VICTOR e LEONARDO SIADE MANZAN, vem realizando a realizou crime de
advocacia administrativa fazendária, em pelo menos 02 (dois) processos que seriam o da JG

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RODRIGUES E CIA LTDA e o da ÉVORA, ambos mencionados no item das


interceptações telefônicas.
Ademais, praticou o crime de organização criminosa, vez que esteve
envolvido com ao menos com o JORGE VICTOR, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO
e MARIO para a prática de crimes diversos como advocacia tributária fazendária, tráfico de
influência, corrupção ativa e passiva.
Nesse sentido, entendemos como necessária a decretação da prisão
preventiva de LUTERO FERNANDES DO NACIMENTO, estando presente o requisito do
“fumus comissi delicti” em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e
comprovadas ao longo desta representação, seja para a preservação da ordem pública, em
razão da gravidade e contumácia dos delitos por ele praticados, da conveniência da
instrução criminal, pois demonstram preocupação em esconder provas, inclusive
utilizando celulares específicos para condutas ilícitas, e garantia da ordem econômica por
cometer ilícitos contra a Fazenda Nacional e buscando o envolver grandes instituições
financeiras do Brasil.
Visando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou o
M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, seria importante a
realização de buscas em sua residência e no seu gabinete dentro do CARF a fim de coletar
mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas por LUTERO.

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3) EDUARDO CERQUEIRA LEITE

EDUARDO CERQUEIRA LEITE, CPF nº 991.710.318-04, Documento


de Identidade nº 03624703775 - DETRAN/SP, nascido em 12/06/1953, filho de
RAIMUNDO DA CUNHA LEITE e MARIA DULCE CERQUEIRA LEITE, natural de
São Paulo/SP, residente à RUA RUI BARBOSA, Nº 255 APTO 82, SANTO ANDRE,
SANTO ANDRÉ/SP, CEP 09190-370, Auditor da Receita Federal.
Segundo publicação foi nomeado Chefe da Divisão de Orientação e Análise
Tributária da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras
em São Paulo, sendo que em entrevista de 29/09/2014, disponível no site do “youtube”
(link: https://www.youtube.com/watch?v=D-g3qsDWB74) é possível vê-lo, atualmente
com Chefe da Divisão de Tributação de São Paulo.

“PORTARIAS DE 1 DE FEVEREIRO DE 2012


O DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS EM SÃO PAULO (SP), no uso da
competência que lhe foi subdelegada pela portaria RFB nº 4338, de 09 de
setembro de 2005, publicada no DOU de 12 de setembro de 2005, e tendo em vista

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a Portaria RFB nº 4071, de 02 de maio de 2007, publicada no DOU de 02 de maio


de 2007, resolve:
(...)
N 10 - Nomear EDUARDO CERQUEIRA LEITE, Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil, matrícula SIAPECAD nº 00065192, para exercer o Cargo em
Comissão de Chefe da Divisão de Orientação e Análise Tributária da Delegacia
Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras em São Paulo
(SP), código DAS-101.2.
FRANCISCO LABRIOLA NETO”

EDUARDO além de Auditor e Chefe de Divisão na Receita Federal também


atua como associado à MACEFAPE PARTICIPAÇÕES LTDA, que tem endereço,
segundo cadastro telefônico da operadora CLARO, na RUA VOTUVERAVA, 83 -
JARDIM GUEDALA (OU CIDADE JARDIM), SÃO PAULO/SP, CEP 05.604-020, na
companhia do JOSÉ TERUJI TAMAZATO, e do sócio de direito, o MARIO PAGNOZZI
JUNIOR. O endereço segundo a base de dados da Receita Federal é a RUA FREI
CANECA 33, CONJUNTO 33, CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, que também é o
endereço da PAGNOZZI, PAGNOZZI & ASSOCIADOS CONSULTORIA
EMPRESARIAL S/S LTDA, também do MARIO PAGNOZZI, diligências no local
identificaram como sendo a sede da MAGNUM ESCRITÓRIO DE CONTABBILIDADE.
EDUARDO é considerado um dos principais alvos da investigação, seja
porque é servidor público Chefe da Divisão de Tributação da Receita Federal em São
Paulo/SP, mas principalmente por estar intrinsecamente ligado aos principais casos
ocorridos ao longo da investigação, juntamente com o SALAZAR, JORGE VICTOR,
LUTERO, TAMAZATO e MARIO.
Foi um dos coautores da corrupção ativa e passiva do Conselheiro JORGE
CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER.

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Também esteve envolvido nos Tráficos de Influência e/ou corrupção ativa


consumada e tentada do Caso JS/SAFRA.
EDUARDO foi um dos articuladores dos tráficos de influência do CASO
BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS e
GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a favor do banco, como agora
para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Ademais, pratica o crime de organização criminosa, vez que esteve
envolvido com ao menos com o LUTERO, SALAZAR, EDUARDO, TAMAZATO e
MARIO para a prática de crimes diversos como advocacia tributária fazendária, tráfico de
influência, corrupção ativa e passiva.
Nesse sentido, entendemos como necessária a decretação da prisão
preventiva de EDUARDO CERQUEIRA LEITE, estando presente o requisito do “fumus
comissi delicti” em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas
ao longo desta representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da
gravidade e contumácia dos delitos por ele praticados, da conveniência da instrução
criminal, pois demonstram preocupação em esconder provas, inclusive utilizando celulares
específicos para condutas ilícitas, e garantia da ordem econômica por cometer ilícitos
contra a Fazenda Nacional e buscando o envolver grandes instituições financeiras do Brasil.
Procurando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou
o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, fundamental ainda
seria a realização de buscas e apreensões nos endereços residencial do EDUARDO
CERQUEIRA LEITE, e comerciais, como o seu gabinete na Receita Federal em São Paulo,
e sede da MACEFAPE PARTICIPAÇÕES, a fim de coletar mais elementos probatórios e
produtos das atividades ilícitas praticadas por ele.

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4) JEFERSON RIBEIRO SALAZAR

JEFERSON RIBEIRO SALAZAR, CPF nº 064.073.828-15, RG nº


8500604X - SSP/SP, nascido em 04/04/1944, filho de CLOVIS TEIXEIRA SALAZAR e
RAIMUNDA e DINORAH RIBEIRO SALAZAR, natural de Codó/MG, Advogado
residente na RUA CAPITAO ALBERTO MENDES JR, 464, CONDOMÍNIO ED.
RESIDENCIAL BOUGAINVILLE, AP 42 - AGUA FRIA, SÃO PAULO - SP, 02335-
011.
SALAZAR é Ex-Auditor Fiscal do Tesouro Nacional e já foi
Superintendente da Receita Federal na 8ª Região Fiscal. Os diálogos identificaram que ele
possui um escritório que fica SITUADO RUA BRIGADEIRO TOBIAS, Nº 669 (ED.
GALERIA ALMIRA GONÇALVES), BLOCO A, AP 73, LUZ, SÃO PAULO/SP,
CEP 01032-001, o qual foi confirmado por equipe de investigação em São Paulo.
SALAZAR é considerado um dos principais alvos da investigação por estar
ligado aos principais casos ocorridos ao longo da investigação, juntamente com o
LUTERO, SALAZAR, EDUARDO, MARIO e TAMAZATO.
Foi um dos coautores da corrupção ativa e passiva do Conselheiro JORGE
CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER.

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Também esteve envolvido nos Tráficos de Influência e/ou corrupção ativa


consumada e tentada do Caso JS/SAFRA.
SALAZAR também tem envolvimento nos tráficos de influência do CASO
BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS e
GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a favor do banco, como agora
para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Ademais, pratica o crime de organização criminosa, vez que reunido em
unidade de intenções com o LUTERO, JORGE VICTOR, EDUARDO, TAMAZATO e
MARIO promoveu crimes de advocacia tributária fazendária, tráfico de influência,
corrupção ativa e passiva.
Nesse sentido, entendemos como necessária a decretação da prisão
preventiva de JEFERSON RIBEIRO SALAZAR, estando presente o requisito do “fumus
comissi delicti” em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas
ao longo desta representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da
gravidade e contumácia dos delitos por ele praticados, da conveniência da instrução
criminal, pois demonstram preocupação em esconder provas, inclusive utilizando celulares
específicos para condutas ilícitas, e garantia da ordem econômica por cometer ilícitos
contra a Fazenda Nacional e envolvendo grandes instituições financeiras do Brasil.
Procurando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou
o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, fundamental ainda
seria a realização de buscas e apreensões no endereço residencial e no endereço comercial
RUA BRIGADEIRO TOBIAS, Nº 669 (ED. GALERIA ALMIRA GONÇALVES),
BLOCO A, AP 73, LUZ, SÃO PAULO/SP, CEP 01032-001, a fim de coletar mais
elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo SALAZAR, e ainda
documentos que revelem sua clientela.

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5) JOSÉ TERIJU TAMAZATO

JOSÉ TERUJI TAMAZATO, CPF nº 275.662.858-15, RG nº 46957844 -


SSP/SP, nascido em 4/05/1950, filho de FUKUEI TAMAZATO e UTA TAMAZATO,
natural de Presidente Prudente/SP, empresário, residente na RUA MASCARENHAS
HOMEM, Nº 980, COTIA, SÃO PAULO/SP, 06706-145.
TAMAZATO trabalha em São Paulo/SP realizando o papel de captação de
clientes para obtenção de benefícios de empresas junto ao CARF. Está associado à
MACEFAPE PARTICIPAÇÕES LTDA, que tem endereço, segundo cadastro telefônico da
operadora CLARO, na RUA VOTUVERAVA, Nº 83, JARDIM GUEDALA (OU
CIDADE JARDIM), SÃO PAULO/SP, CEP 05.604-020, na companhia do EDUARDO,
e do sócio de direito, o MARIO PAGNOZZI JUNIOR. O endereço segundo a base de
dados da Receita Federal é a RUA FREI CANECA, Nº 33, CONJUNTO 33,
CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, que também é o endereço da PAGNOZZI,
PAGNOZZI & ASSOCIADOS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/S LTDA, também do
MARIO PAGNOZZI, diligências no local identificaram como sendo a sede da MAGNUM
ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE.

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É possível observar bem a estratificação da organização criminosa, pois é o


TAMAZATO quem entra em contato com o MARIO e o EDUARDO e com os clientes, e
este passa para o SALAZAR que passa para o JORGE VICTOR e LUTERO aqui em
Brasília/DF, para atuação dentro do CARF.
TAMAZATO surge mais ao final desta investigação conversando com o
EDUARDO e MARIO PAGNOZZI sobre o caso BRADESCO e também aparece como a
ponte do CARF para o Banco SANTANDER.
Assim verificamos a sua participação indireta na corrupção ativa e passiva
do Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER.
Participou de importante reunião o EDUARDO e o MARIO na Presidência
do Banco BRADESCO, portanto, está ligado aos eventos de tráfico de influência do CASO
BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA CASSIANO KERAMIDAS e
GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a favor do banco, como agora
para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Tendo em vista sua efetiva participação na ligação dos servidores com o
cliente está envolvido no crime de organização criminosa juntamente com o LUTERO,
JORGE VICTOR, EDUARDO, TAMAZATO e MARIO promoveu crimes de advocacia
tributária fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
Cabe mencionar que o JOSÉ TERUJI TAMAZATO também é sócio da
empresa JLT INTERMEDIACAO NEGOCIOS (CNPJ Nº 01.586.564/0001-10), com
sede na RUA APUCARANA, Nº 1629, TATUAPE, SÃO PAULO/SP, CEP 03311-001,
e analisando a movimentação financeira foi possível identificar 01 (uma) movimentação
financeira de R$ 102.000,00 (cento e dois mil reais) ocorrido no dia 19/04/2006 para a
conta corrente da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, o que denota o vínculo dos
sócios JOSÉ RICARDO, GRUGINSKI e EDISON RODRIGUES também com esse
captador de clientes de São Paulo, e pode evidenciar mais uma ocorrência de Lavagem de

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Dinheiro através da utilização de pessoa interposta para dificultar a circulação e


identificação da empresa contratantes de serviços advocacia administrativa fazendário ou
corrupção dento do CARF.
Nesse sentido, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em
razão das condutas ilícitas atribuíveis ao JOSÉ TERUJI TAMAZATO, entendemos como
necessária a decretação da prisão temporária, com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº
7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação policial em
andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos delitos em
apuração, melhor recuperação de produtos e lucros decorrentes dos ilícitos praticados pelo
investigado, combinação de depoimentos com os demais investigados ou outros
participantes dos crimes em comento mas que ainda não tenham sido identificados,
principalmente por se tratar de membro de Organização Criminosa que atenta contra a
Fazenda Nacional composta por JORGE VICTOR, LUTERO, SALAZAR, EDUARDO e
MARIO.
Outrossim, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de buscas e apreensões no endereço residencial e nos
endereços comerciais RUA VOTUVERAVA, Nº 83, JARDIM GUEDALA (OU
CIDADE JARDIM), SÃO PAULO/SP, CEP 05.604-020, bem como na RUA FREI
CANECA, Nº 33, CONJUNTO 33, CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, a fim de coletar
mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo TAMAZATO,
e ainda documentos que revelem sua clientela.

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6) MÁRIO PAGNOZZI JUNIOR

MARIO PAGNOZZI JUNIOR, CPF nº 724.918.178-53, Documento de


Identidade nº 02741018588 - DETRAN/SP, nascido em 29/01/1953, filho de MARIO
PAGNOZZI e EURIDES MAGALHÃES PAGNOZZI, natural de Dracena/SP, empresário,
residente na RUA MARIA ANTONIA LADALARDO, Nº 320, AP 121, JARDIM
FONTE DO MORUMBI, SÃO PAULO/SP, 05704-230.
MARIO, assim como o TAMAZATO, realiza o papel de captação de
clientes para angariar facilidade junto ao CARF. É um dos sócios da MACEFAPE
PARTICIPAÇÕES LTDA, que tem endereço, segundo cadastro telefônico da operadora
CLARO, na RUA VOTUVERAVA, Nº 83, JARDIM GUEDALA (OU CIDADE
JARDIM), SÃO PAULO/SP, CEP 05.604-020. O endereço segundo a base de dados da
Receita Federal é a RUA FREI CANECA, Nº 33, CONJUNTO 33, CONSOLAÇÃO,
SÃO PAULO/SP, que também é o endereço da PAGNOZZI, PAGNOZZI &
ASSOCIADOS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/S LTDA, também do MARIO
PAGNOZZI, sendo que diligências no local identificaram como sendo a sede da
MAGNUM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE.

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MARIO parece ter uma posição privilegiada na estratificação da organização


criminosa, pois é ele que faz o contato com os principais representantes dos bancos, o
TAMAZATO quem entra em contato com o MARIO e o EDUARDO e com os clientes, e
este passa para o SALAZAR que passa para o JORGER VICTOR e LUTERO aqui em
Brasília/DF, para atuação dentro do CARF.
MARIO aparece mais ao final do monitoramento conversando com o
EDUARDO e TAMAZATO sobre o caso BRADESCO e também aparece como a ponte do
CARF para o Banco SANTANDER.
Assim verificamos a sua participação indireta na corrupção ativa e passiva
do Conselheiro JORGE CELSO FREIRE DA SILVA no CASO SANTANDER e segundo
o monitoramento esteve em contato com o JOSÉ PAIVA FERREIRA, Vice-Presidente
executivo sênior do Banco SANTANDER.
Juntamente com o EDUARDO e o TAMAZATO, esteve em importante
reunião na Presidência do Banco BRADESCO, e mostro envolvimento aos eventos de
tráfico de influência do CASO BRADESCO tanto na “venda” os Conselheiros FABÍOLA
CASSIANO KERAMIDAS e GILENO GURJÃO BARRETO para pedir vistas e julgar a
favor do banco, como agora para “venda” de decisão favorável na Câmara Superior.
Tendo em vista sua efetiva participação na ligação dos servidores com o
cliente está envolvido no crime de organização criminosa juntamente com o LUTERO,
JORGE VICTOR, EDUARDO, TAMAZATO e SALAZAR promoveu crimes de advocacia
tributária fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
Vale salientar que o afastamento do sigilo bancário da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL evidenciou que esta recebeu 02 (duas) transferências e
a J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS 01 (uma) transferência de empresas que
tinham com o sócio a o MARIO PAGNOZZI JUNIOR, sendo elas PAGNOZZI C.
ASSOCIADOS (CNPJ 05.465.814/0001-15) e a PAGNOZZI, PAGNOZZI &

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ASSOCIADOS CONSULTORIA EMPRESARIAL S/S LTDA de mesmo CNPJ, e


CALAZANS, PAGNOZZI & ASSOC CONS. EMP.S/ (CNPJ: 01.082.334/0001-14) nome
comercial é PAGNOZZI CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA – EPP.
A primeira transferência ocorreu em 15 de junho de 2005 no valor de R$
328.257,27 (trezentos e vinte e oito mil duzentos e cinquenta e sete reais e vinte e sete
centavos), a segunda, no dia 20/04/2007, foi no valor de R$ 1.448.617,83 (um milhão
quatrocentos e quarenta e oito reais seiscentos e dezessete reais e oitenta e três
centavos) e a terceira de R$ 11.190,13 (onze mil cento e noventa reais) para a conta da
J.R SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, no dia 08/11/2012, também do grupo do
JOSÉ RICARDO DA SILVA o que denota o duradouro e estreito relacionamento vínculo
dos sócios, JOSÉ RICARDO, GRUGINSKI e EDISON RODRIGUES com as empresas do
MARIO PAGNOZZI JUNIOR, captador de clientes de São Paulo, e pode evidenciar, mais
uma vez, novas ocorrências de Lavagem de Dinheiro através da utilização de pessoa
interposta para dificultara a circulação e identificação da empresa contratantes de serviços
advocacia administrativa fazendário ou corrupção dento do CARF.
Nesse sentido, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em
razão das condutas ilícitas atribuíveis ao MARIO PAGNOZZI JUNIOR, entendemos como
necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no inciso I Art. 1º da Lei nº
7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação policial em
andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos delitos em
apuração, melhor recuperação de produtos e lucros decorrentes dos ilícitos praticados pelo
investigado, combinação de depoimentos com os demais investigados ou outros
participantes dos crimes em comento mas que ainda não tenham sido identificados,
principalmente por se tratar de membro de Organização Criminosa que atenta contra a
Fazenda Nacional composta por JORGE VICTOR, LUTERO, SALAZAR, EDUARDO e
TAMAZATO.

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Procurando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou


o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, fundamental ainda
seria a realização de buscas e apreensões no endereço residencial e nos endereços
comerciais RUA VOTUVERAVA, nº 83, JARDIM GUEDALA (OU CIDADE
JARDIM), SÃO PAULO/SP, CEP 05.604-020, bem como na RUA FREI CANECA, Nº
33, CONJUNTO 33, CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, a fim de coletar mais
elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo MARIO
PAGNOZZI, e ainda documentos que revelem sua clientela.

7) JOÃO INÁCIO PUGA

JOÃO INÁCIO PUGA, CPF nº 006.538.618-34, RG nº 3790897 - SSP/SP,


nascido em 26/01/1942, filho de OLIMPIO JOÃO INÁCIO e MARIA PUGA ESTEVES,
natural de Américo de Campos/SP, Advogado, residente na RUA BELA CINTRA, Nº
1900, AP 151, CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, 01415-002.
JOÃO INÁCIO PUGA é membro Conselho de Administração do Banco
SAFRA e aquele que negocia a proposta de vantagem indevida com JORGE VICTOR,
LUTERO, SALAZAR e EDUARDO, no valor de R$ 28.000.000,00 (vinte e oito milhões

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de reais), a pretexto de influir no CARF e buscar os meios necessários a corromper os


Conselheiros para agilizar o andamento dos processos da JS ADMINISTRADORA DE
RECURSOS S/A, principalmente a admissibilidade do recurso do Processo nº
13820.000860/2002-10, ou ainda conseguir alterar a NOTA PGFN/CAT nº 547/05.
JOÃO INÁCIO PUGA é sócio da PRESTON PARTICIPAÇÕES LTDA,
FOLSOM PARTICIPAÇÕES LTDA, QUINCE PARTICIPAÇÕES LTDA, ALTADENA
PARTICIPAÇÕES LTDA, FISAL EMPREEENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA,
TURMALINA COMPANHIA SECURITIZADORA DE CREDITOS FINANCEIROS,
LEBEC PARTICIPAÇÕES LTDA, ITHACA PARTICIPAÇÕES LITDA, INVESTPAR
PARTICIPACOES S/A, todas elas com o mesmo endereço na AVENIDA PAULISTA, Nº
2100, BELA VISTA, SAO PAULO/SP, CEP 01310-000, que também é o endereço da
sede do BANCO SAFRA na AVENIDA PAULISTA. Para finalizar o JOÃO INÁCIO
PUGA ainda aparece como sócio da JS ADMINISTRACAO DE RECURSOS S/A, esta
com endereço ALAMEDA TOCANTINS, Nº 75, ANDAR 2, SALA 203 A 206,
ALPHAVILLE, BARUERI/SP, CEP 06455-020.
JOÃO INÁCIO PUGA está diretamente envolvido no Tráfico de Influência
do Caso JS SAFRA, já que negociou a corrupção de conselheiros e de procurador da
fazenda nacional com JORGE VICTOR e seus comparsas, tendo este solicitado R$
28.000.000,00 (vinte e oito milhões de reais) para tanto.
De outro lado, considerando que a proposta de vantagem indevida
devidamente registrada em conversas gravadas com autorização judicial, só não tenha
chegado aos Conselheiros responsáveis pelos processos da JS ADMINISTRAÇÃO DE
RECUIRSOS S/A por razões alheias à vontade do JOÃO INÁCIO PUGA e da organização
criminosa do JORGE VICTOR, podemos afirmar que há uma corrupção tentada.
Do mesmo, pode-se considerar que o JOÃO INÁCIO PUGA está envolvido
na corrupção ativa e passiva do LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO já que este é

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servidor apto a promover atos de movimentação e agilização dos processos da JS


ADMINISTRACAO DE RECURSOS S/A, devido a sua privilegiada posição de Assessor
Técnico Jurídico da Presidência do CARF.
Outrossim, considerando que o WAGNER tenha sugerido a funcionário
público (PFN VALÉRIA SAQUES) que haveria uma boa “verba honorária” para prática de
seu ofício, no caso a redação de alteração da NOTA PGFN/CAT nº 547/05, podemos
considerar que o JOÃO INÁCIO PUGA, responsável pelo pagamento da boa verba
“honorária”, também teria realizado corrupção ativa, e apenas, essa modalidade, já que a
Procuradora da Fazenda Nacional VALÉRIA SAQUES negou a possibilidade de alteração
da Nota do CAT.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
condutas ilícitas contra a Fazenda Nacional atribuíveis ao JOÃO INÁCIO PUGA,
entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no inciso I
do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação
policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos
delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais investigados ou
outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido identificados.
Ainda, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria a realização de buscas e apreensões no seu endereço residencial e seu
gabinete nos endereços AVENIDA PAULISTA, Nº 2100, BELA VISTA, SAO
PAULO/SP, CEP 01310-000, bem como na ALAMEDA TOCANTINS, Nº 75, ANDAR
2, SALA 203 A 206, ALPHAVILLE, BARUERI, CEP 06455-020, a fim de coletar mais
elementos probatórios de envolvimento com o grupo do JORGE VICTOR e documentos
que possam evidenciar participação de outras pessoas na empreitada criminosa.

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8) WAGNER PIRES DE OLIVEIRA

WAGNER PIRES DE OLIVEIRA, CPF nº 027.472.358-15, RG nº


14147440 - SSP/SP, nascido em 21/11/1931, filho de SEBASTIÃO PIRES DE OLIVEIRA
e ANIZIA TAVARES DE OLIVEIRA, natural de São Paulo/SP, Advogado, residente na
SHIS QL 14 CONJUNTO 03, CASA 01, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, 71640-035.
WAGNER é Procurador da Fazenda Aposentado e segundo pesquisa na rede
mundial de computadores, foi Procurador-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Fiscal, e segundo diálogos alega ter trânsito ou facilidade de acesso ao alto escalão da
Procuradoria da Fazenda Nacional.
WAGNER está envolvido no Tráfico de Influência do Caso JS SAFRA, no
que se refere à obtenção de meios de alterar a NOTA PGFN/CAT nº 547/05, tendo
inclusive recebido liberação do JORGE VICTOR, após liberação do contratante de São
Paulo, o PUGA, de ofertar um adiantamento de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e
quinhentos mil reais) para corromper servidor apto a alterar a mencionada nota.
Ainda nesse diapasão, considerando que o WAGNER tenha sugerido a
funcionário público (PFN VALÉRIA SAQUES) que haveria uma boa “verba honorária”
para prática de seu ofício, no caso a redação de alteração da NOTA PGFN/CAT nº 547/05,

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podemos entender que o WAGNER PIRES DE OLIVEIRA tenha realizado corrupção


ativa, e apenas, essa modalidade, já que a Procuradora da Fazenda Nacional VALÉRIA
SAQUES negou a possibilidade de alteração da Nota do CAT.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão da
conduta ilícita contra a Fazenda Nacional atribuível ao WAGNER PIRES DE OLIVEIRA,
entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no inciso I
do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação
policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos
delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais investigados ou
outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido identificados.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial a
fim de coletar mais elementos probatórios de envolvimento com o grupo do JORGE
VICTOR no caso da corrupção ativa para alteração da multicitada Nota do CAT.

9) JORGE CELSO FREIRE DA SILVA

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JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, CPF nº 373.051.824-00, nascido


em 18/05/1963, filho de ANETILIA FREIRE DA SILVA, residente na RUA SARGENTO
JOSÉ MARCOLINO BRASILEIRO Nº 771 (ESQUINA COM A RUA SÃO
LÁZARO), BAIRRO JARDIM GONZAGA, JUAZEIRO DO NORTE/CE, CEP
63040-170.
JORGE CELSO é Conselheiro Presidente da 1º Turma Ordinária da 4ª
Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, tendo assento na CÂMARA SUPERIOR DE
RECURSOS FISCAIS.
JORGE CELSO cedeu ao assédio do LUTERO com a proposta de obter
vantagem indevida para realizar o exame de admissibilidade e pautar para o julgamento do
Processo do Banco Santander e solicitou a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)
para a prática desses atos, portanto é um dos coautores da corrupção passiva e ativa e do
CASO SANTANDER.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão da
conduta ilícita contra a Fazenda Nacional atribuível ao JORGE CELSO FREIRE DA
SILVA, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais
acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados.
Visando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou o
M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, seria importante a
realização de buscas em sua residência e no seu gabinete dentro do CARF a fim de coletar
mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas por JORGE
CELSO.

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10) LEONARDO SIADE MANZAN

LEONARDO SIADE MANZAN, CPF nº 804.849.991-68, RG Nº 1690387


SSP/DF, nascido em 20/11/1976, filho de AGENOR MANZAN e SALMA SIADE
MANZAN, natural de Brasília/DF, residente na SQS 203, BLOCO G, AP 501, ASA SUL,
BRASILIA/DF, CEP 70233-070.
LEONARDO SIADE MANZAN, conhecido como LEO MANZAN, é filho
de um dos sócios da SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL, o AGENOR MANZAN
(OU MANZANO) que fica situado na SHIS QL 10, CONJUNTO 10, CASA 01, LAGO
SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71630-105. Essa empresa também tem como sócio um dos
principais alvos desta investigação, o JORGE VICTOR, e local de encontro com diversos
outros investigados quando eles vêm de São Paulo para Brasília (SALAZAR, EDUARDO,
WAGNER e PUGA), além de ponto de encontro de LUTERO para tratar de assuntos do
CARF com o JORGE VICTOR.
LEONARDO MANZAN é Ex-Conselheiro do CARF tendo sido exonerado
a pedido quando da assunção do seu genro OTACÍLIO DANTAS CARTAXO à
Presidência do Conselho. Há áudios que inclusive indicam que o CARTAXO, após deixar a
presidência, passará a trabalhar na consultoria do seu genro, a SBS CONSULTORIA

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EMPRESARIAL. Essa condição confere ao LEO MANZAN grande prestígio e influência


dentro do CARF o que ele exerce sem pudor, inclusive praticando advocacia administrativa
através de seus “companheiros” que ainda estão trabalhando no conselho.
No início da investigação há ligações do SALAZAR para o JORGE
VICTOR que indicam que o PUGA procurou primeiro o LEO MANZAN para resolver o
problema da JS SAFRA ADMISNTRAÇÃO DE RECURSOS no CARF, só não chegando
a fechar o negócio em razão do “quantum” pedido pelo LEO para o PUGA, o que fez este
se socorrer dos serviços do EDUARDO, SALAZAR e JORGE VICTOR.
Há inafastáveis indícios que LEONARDO SIADE MANZAN, em conluio
com o LUTERO e JORGE VICTOR, estaria participando de advocacia administrativa
fazendária, em pelo menos 02 (dois) processos que seriam o da JG RODRIGUES E CIA
LTDA e o da ÉVORA, ambos mencionados no item 1.4 das interceptações telefônicas, que
seriam “OUTROS CASOS”.
Ainda há uma ligação em que o LEO MANZAN tranquiliza um amigo do
Rio Grande do Sul de nome FERNANDO dizendo que conhece o Delegado da Receita lá,
mas o encoraja a entrar no CARF dizendo que lá eles “conseguem trabalhar”. A degravação
também está no item 1.4 das interceptações telefônicas, que seriam “OUTROS CASOS”.
Ademais, em diversas ligações podemos observar a proximidade do LEO
MANZAN com o EDISON PEREIRA RODRIGUES e o THARYK JACCOUD PAIXÃO,
para negociações variadas, mas a exemplo dos outros dois, sempre evitando conversar ao
telefone. Observamos que essas relações podem ser para manobras fora do CARF, já que o
acesso do LEO ao Conselho se dá através do LUTERO, JORGE VICTOR e possivelmente
seu genro CARTAXO.
A ligação com o THARYK abaixo, em que apresenta nebulosas manobras
advocatícias e ainda ao final o LEO fala para o THARYK em código e procurando utilizar
aplicativos criptografados para evitar eventual monitoramento.

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Código: 552951
Data: 08/10/2014 Hora: 11:12:01 Duração: 00:01:54
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 61-99594899
Interlocutores: MANZAN X THARYK-PROCESSO MUITO BOM 800
Arquivo: 20141008111201051.wav

Degravação:
THARYK diz que pegou o e-mail que MANZAN passou pra ele e diz que é boa notícia e MANZAN diz
que é um processo muito bom e que THARYK pode pegar e este diz pra MANZAN falar aí que ele está
indo pra São Paulo amanhã e que aí foi muito boa essa resposta rápida de MANZAN, porque já vai
fechar o nosso pró labore aí e o êxito. THARYK então pergunta o que MANZAN indica aí pra negociar
lá e MANZAN diz que pode cobrar 500 mil aí, porque o processo é enorme. THARYK pergunta
quanto, porque tem que lembrar que o DR MILTON está com a gente e MANZAN diz que está
lembrando disso e THARYK diz que MANZAN acha o processo grande e se então em torno de 800 e
MANZAN diz que pode cobrar 8 que está ótimo e THARYK diz que está fechado então e que é
maravilha e que esse aí está praticamente fechadíssimo, porque uma das empresas concessionárias que
está sendo mais prejudicada aí, ela já é a cliente do DR MILTON e que é um dos processos que
THARYK já acompanha aí. MANZAN diz que é beleza, ótimo. THARYK diz que inclusive... pergunta
se MANZAN tem aquele TELEGRAM e MANZAN diz que não, que não sabe nem o que é isso e então
THARYK diz que vai só colocar uma palavra no what's app que é pra ver se MANZAN entende e que
MANZAN só fala sim ou não.

Ademais, em conversar com um tal de RODOLFO o LEO MANZAN deixa


clara sua falta de limites quando se trata do exercício da advocacia inclusive excedendo-a, e
praticando, ao menos, tráfico de influência para obter decisão favorável em um pedido de
medida cautelar. LEO MANZAN pede R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para um
resultado certo e o RODOLFO após convencer o “cliente” pede que o MANZAN confirme
a certeza e este reforça que é certo, mas diz não adianta mandar outro advogado do
escritório, pois seria algo que só podia ser com ele. Assim, o Tráfico de Influência, mas é
possível evoluir para saber de a corrupção ocorreu de fato. Vejamos:
Código: 555672
Data: 09/10/2014 Hora: 15:00:08 Duração: 00:04:06
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 61-99834442
Interlocutores: MANZAN X RODOLFO-COMPRA DE DECISÃO
Arquivo: 20141009150008051.wav

Degravação:
RODOLFO diz que primeiro quer saber se MANZAN tem interesse por que a causa não é tão grande,

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inicialmente, mas com perspectiva boa; que tem quarenta mil a título de honorários para conseguir uma
liminar numa cautelar para obter efeito suspensivo num recurso especial garantindo que a empresa fique na
posse de um imóvel; que a pretensão é que tendo uma decisão favorável é conquistar a causa principal que é
de maior volume; pergunta se MANZAN se interessa em trabalhar na causa e que dividiriam os honorários, os
quais poderiam ser pagos em dinheiro; RODOLFO pergunta se MANZAN tem interesse; MANZAN disse
que interessa mas que o problema é que fica difícil de botar pra frente; RODOLFO pergunta qual o
mínimo que MANZAN trabalha que daí pode ver com o cara lá, se a coisa for garantida aí diz pra ele
"ó, é certo", daí o certo é lógico, tendo resultado positivo ele te acerta; MANZAN diz que ele não vai
topar nunca; RODOLFO fala "duzentos pila, cem ...; MANZAN prossegue dizendo que se ele já tá
combinado em quarenta mil, não irá topar ...; RODOLFO diz que "quarenta pila que eu falei, era..., foi
..., eu fiz o recurso pra ele, certo?", se der resultado você me paga isso aí, para fazer uma cautelar neste
particular, foi encaminhamento de um amigo; RODOLFO fala que se MANZAN tiver esta condição de
viabilizar o que ele está pretendendo, que é permanecer na posse do imóvel, de dizer quanto ele cobra
para garantir o resultado mas que daí só teria o compromisso no êxito; RODOLFO insiste para que
MANZAN forneça o preço, sendo que MANZAN informa que é no mínimo uns 300 (trezentos);
RODOLFO pergunta "mas é certo?"; MANZAN diz "nã.. hã..."; RODOLFO fala "quer que te passe,
por que a cautelar já tá lá, já tá conclusa com o homem"; MANZAN diz que pode passar.
Código: 555690
Data: 09/10/2014 Hora: 15:04:11 Duração: 00:02:21
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 61-99834442
Interlocutores: MANZAN X RODOLFO-CONTINUAÇÃO COMPRA DE SENTENÇA
Arquivo: 20141009150411051.wav

Degravação:
Continuando a ligação, RODOLFO diz que ele não tem problema muito não, pois aí diz pra ele que tem
uma solução e a solução é esta; que trabalha com MANZAN em condições de dar encaminhamento
definitivo; que se for certo e tiver resultado, acha que ele (cliente) não foge não; MANZAN fala que
pode passar a cautelar para ele dar uma olhada; RODOLFO fala que tem uma outra demanda que está
para chegar lá na administrativa, que é de IPI, tem um passivo muito grande, é coisa grande,
"quatrocentos pila"; se MANZAN acha que dá para trabalhar em termos de fazer o recurso, que está
na DRJ, que ainda não teve decisão; RODOLFO informa que acabou de falar com ele e que está em
vias de ...; MANZAN diz que não tem como fazer o recurso; RODOLFO diz que ele queria trabalhar
em cima disso; MANZAN pede que seja lhe passado o auto de infração e quer dar uma olhada para
definir valores; RODOLFO fala "vamos ganhar dinheiro, cara, vamos ganhar dinheiro... tá vendo que
eu tô te demandando", e depois conclui "vou te dar mais lucro do que você imagina"; MANZAN diz
"bom demais"; RODOLFO fala "vamos lá, vamos junto" e que vai mandar a cautelar.
Código: 564625
Data: 13/10/2014 Hora: 18:05:45 Duração: 00:07:53
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 61-99834442
Interlocutores: MANZAN X RODOLFO-FRAUDE EM CAUTELAR EM SÃO PAULO
Arquivo: 20141013180545051.wav

Degravação:
RODOLFO diz que está quase viabilizando aquele negócio lá que falou com MANZAN e este diz que é

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beleza; RODOLFO diz que precisa saber se é certo e MANZAN diz que é certo. RODOLFO insiste que
precisa de MANZAN com isso porque o cara está "fazendo das tripas coração" pra dar um jeito.
MANZAN diz que então beleza e que "é certo". RODOLFO pergunta se MANZAN se incomodaria "se
fosse em 4" e pergunta se isso pra MANZAN é inviável e MANZAN diz que não e que pode ser em 4,
que não tem problema não. RODOLFO pergunta se MANZAN quer que ele lhe substabeleça pra
MANZAN dar uma olhada e MANZAN pergunta se RODOLFO garante que ele paga e este diz que a
gente pode se reforçar e que falou pra ele que uma parte "em cash", pelo menos a metade é em "cash"
e que está trabalhando pra isso e que pelo menos MANZAN se garante com isso. RODOLFO diz a
MANZAN que "precisa que a decisão seja na linha do que ele está requerendo lá na cautelar e
MANZAN diz que isso aí está tranquilo. RODOLFO então diz que então conversa pontualmente com
MANZAN o que é objetivamente. RODOLFO pergunta se então "pode trabalhar com ele com
tranquilidade, serenidade" e MANZAN diz que "pode trabalhar". RODOLFO diz que aí a gente trabalha
aqui e vê no que dá, por onde a gente caminha. MANZAN pergunta se isso aí já está pra sair a decisão e
RODOLFO diz que sim, que já está concluso. MANZAN diz que é porque ele está viajando amanhã e que só
volta pra Brasília na terça-feira que vem e pergunta se será que isso daí tem chance de sair na semana que
vem e RODOLFO diz que tem e que aí seria o case de fazer uma vista lá e MANZAN pergunta se RODOLFO
tem procuração e este diz que é claro que tem e que é ele quem assina orienta a requerer alguma coisa lá pra
segurar um pouco lá por que ele viaja amanhã de manhã e volta na terça feira que vem, dia 21. RODOLFO
diz que vai ficar difícil porque a coisa já está periclitando pra ele (CLIENTE) e que a coisa tem que ser bate-
pronto e que já devia até estar analisando o negócio e que como viu que MANZAN poderia ajudá-lo nesse
negócio aí, RODOLFO até não fez muita gestão lá. MANZAN pergunta se não tem como requerer
qualquer coisa lá pra demorar mais uma semana e pede pra RODOLFO juntar o substabelecimento,
porque aí vai ter que juntar, não sei o quê e tal e que aí já dá uma enrolada. RODOLFO pergunta se
"será?" e MANZAN diz que enrola com certeza, porque eles aí vão ter que trazer de volta os autos pra
autuar, pra depois voltar pra lá pro gabinete. RODOLFO diz que é verdade, mas que aí pra ele fica
difícil, porque uma semana fica forte e que se fossem 2 dias, que ele fica com medo do cara (cliente) ...
MANZAN diz que é pra RODOLFO falar isso pra ele que a gente já pode marcar lá no escritório se ele
quiser, na quarta-feira que vem, que é o dia que MANZAN vai estar aqui, mas que se não puder, o que ele
pode fazer? RODOLFO diz que isso aí é besteira e que é pra MANZAN ficar tranquilo e que é pra deixar com
RODOLFO que isso aí ele encaminha com o cliente, que sabe como lhe dar com ele e que a questão de
RODOLFO é mais com MANZAN na questão "time", porque uma semana é desesperador e porque foi na
semana passada, que foi quarta e que mais uma semana... RODOLFO pergunta se não tem como antes
disso pra MANZAN e ele diz que não, porque vai viajar amanhã e que "isso aí é uma coisa que é
MANZAN quem tem que fazer" e esse é que é o problema e que "se pudesse mandar um advogado lá
do escritório e mandar fazer, beleza, mais que aí não vai adiantar nada" e que "isso aí ou MANZAN
vai pessoalmente ou não vai adiantar nada". RODOLFO pergunta se MANZAN viaja de manhã cedo e
este diz que sim e que seu vôo sai 8 e meia e que tem que estar lá 7 e meia. RODOLFO diz que vai pedir pra
fazer um "subs" lá pra MANZAN e que seria o caso também de MANZAN requerer, mas este diz que é
RODOLFO que tem que requerer, porque a procuração é dele agora e que RODOLFO tem que fazer um
requerimento de juntada de substabelecimento e que aí bota o nome lá de MANZAN e acabou e que é
só isso e que isso aí já dá uma enrolada fácil em uma semana. RODOLFO concorda e diz que vai ver lá
no que dá e que o cara vai lhe dar um "feedback" na hora do almoço. RODOLFO avisa a MANZAN
que vai tratar nessa linha e este diz que é beleza então. RODOLFO diz que ele tá chorando pra caralho
no valor e MANZAN diz que todo mundo chora e que quem não chora não mama. RODOLFO diz que
falou a ele "te vira meu irmão!". MANZAN ri. RODOLFO diz que está pensando, como tudo é no êxito,
dele conferir em caução, pelo menos um valor de metade ou a gente faz um contrato com ele e pergunta a

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MANZAN o que ele acha e este diz que tem que fazer um contrato. RODOLFO diz que vai viabilizar um
contrato que é melhor e que faz no nome dele e que faz junto com MANZAN, que coloca o nome dele
também. MANZAN diz que é beleza e RODOLFO diz que vai encaminhar isso aí e que eles vão se falando.

As ligações abaixo demonstram que a preocupação do LEO MANZAN com


operação da Polícia Federal que apreendeu R$ 100.000,00 (cem mil reais) em jatinho
particular, preferindo realizar transporte de dinheiro em espécie a usar o sistema financeiro
nacional para receber pagamentos pelos “serviços” que presta com a buscando assim ou
sonegar informação de renda aos órgãos de fiscalização do Estado, e ainda ocultar o
transporte dos seus ganhos decorrentes de atividades ilícita, praticando dessa forma o crime
de lavagem de dinheiro.
Código: 555252
Data: 09/10/2014 Hora: 11:37:20 Duração: 00:03:29
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 19-997100230
Interlocutores: MANZAN X HNI-DINHEIRO EM CAMPINAS
Arquivo: 20141009113720051.wav

Degravação:
MANZAN diz a HNI que não vai mais pra Campinas não e pergunta a HNI se ele viu a reportagem de
ontem no Jornal Nacional que foram presos com 100 mill reais num jatinho e que está preso. MANZAN
pede pra que HNI deposite 19 mil em sua conta e que quando ele quiser vai depositando. HNI fala de
"troca" por lá e MANZAN diz que não vai mais lá pra isso de jeito nenhum.
Código: 588859
Data: 22/10/2014 Hora: 19:56:01 Duração: 00:01:50
Alvo: LEONARDO MANZAN
Fone Alvo: 6199762232 Fone Contato: 19-992893116
Interlocutores: MANZAN X LIVO-NÃO VAI PEGAR MAIS
Arquivo: 20141022195601051.wav

Degravação:
MANZAN diz que vai passar por e-mail pra FLÁVIA os dados da sua conta bancária dele pra que
LIVO faça o depósito na conta dele, porque depois do que aconteceu aqui no aeroporto em Brasília
(apreensão de dinheiro no aeroporto) MANZAN não vai mais pegar não e pergunta se LIVO viu no
Jornal Nacional e LIVO diz que é e MANZAN diz que está sem coragem. LIVO diz que se você anda
com "alicate", não passa que eles tomam da gente". MANZAN diz que é exatamente e que LIVO
deposita que fica mais tranquilo e LIVO diz que é que está no contrato direitinho. MANZAN diz que
não é na conta do contrato não e que vai dar a LIVO a conta dele, pessoal. LIVO diz que vai passar pra
lá então.

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das


condutas ilícitas contra a Fazenda Nacional atribuíveis ao LEONARDO SIADE
MANZAN, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base
no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais
acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados. . Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação
adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação
evidencia a participação de LEONARDO SIADE MANZAN em associação criminosa para
a prática pelo menos de advocacia administrativa fazendária.
Visando atender outras formas de obtenção de provas, como determinou o
M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF, seria importante a
realização de buscas em sua residência SQS 203, BLOCO G, AP 501, ASA SUL,
BRASILIA/DF, CEP 70233-070 e bem como no imóvel do seu escritório que fica situado
na SHIS QL 10, CONJUNTO 10, CASA 01, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71630-
105 (SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL) a fim de coletar mais elementos
probatórios e produtos das atividades ilícitas atribuíveis ao LEO MANZAN, e ainda
documentos que revelem sua clientela.

11) EDISON PEREIRA RODRIGUES

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EDISON PEREIRA RODRIGUES, CPF nº 013.244.970-68, RG nº


1006464059 - SSP/RS, nascido em 30/11/1946, filho de WALDEMAR DA SILVA
RODRIGUES e NOEMIA PEREIRA RODRIGUES, natural de São Paulo/SP, Advogado,
residente na SQSW 301, BLOCO B, EDIFICIO VILA LOBOS, AP 603, SETOR
SUDOESTE, BRASILIA/DF, CEP 70673-102.
EDISON PEREIRA RODRIGUES parece como sócio da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, aparentemente sem sede própria, e do
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S, sediado no SETOR COMERCIAL
SUL QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105, ASA SUL, BRASÍLIA/DF, 70302-
000.
EDISON é Auditor Fiscal Aposentado tendo exercido cargos de confiança
dentro da Receita Federal, sendo que sua principal função foi a de presidente do então
Conselho de Contribuintes entres os anos de 1995 a 2004, quando conseguiu angariar
grande influência sobre o órgão, seja por ter sido responsável nomeação de diversos
Conselheiros que estão em atuação, mas principalmente por ter emplacado a sua filha

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

MEIGAN SACK RODRIGUES como Conselheira para ter facilidade de acesso e ser o
braço operacional do seu escritório de Advocacia dento do CARF.
EDISON está envolvido na corrupção ativa para a compra de vistas do
19515.721802/2011-46 da empresa LASER TECH COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE
ELETRÔNICOS, isso em conluio com o THARYK e a MEIGAN.
Ainda também está relacionado com o Tráfico de influência referente à
falência do Banco BVA, juntamente com o MURAKAMI e o THARYK.
Da mesma forma pratica advocacia administrativa fazendária defendendo
interesse privado de cliente do Conselheiro CASSULI, no qual verificamos a possibilidade
de inclusive ter ocorrido corrupção de Conselheiro para obter vistas em processo sendo esta
uma atividade comum ao EDISON.
Também utilizando sua filha MEIGAN defendeu interesses da TOV
CORRETORA DE CÂMBIO em processo dentro do CARF.
Também praticou crime de Associação Criminosa quando esteve junto com
o JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, ADRIANA OLIVEIRA
E RIBEIRO, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, PAULO ROBERTO CORTEZ,
EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI e SILVIO para a prática de advocacia administrativa
fazendária e Lavagem de Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA
ANTENAS e PLANEJA e do HUGO RODRIGUES BORGES.
Assim, entendemos como necessária a decretação da prisão preventiva de
EDISON PEREIRA RODRIGUES, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti”
em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas ao longo desta
representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da gravidade e
contumácia dos delitos por ele praticados, inclusive colocando em cheque a credibilidade
do Poder Judiciário, conveniência da instrução criminal, através da destruição de
documentos importantes à investigação, assegurar a aplicação da lei penal, em razão

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possível implementação de fuga já que possui casa em Miami/Flórida/EUA, e garantia da


ordem econômica por cometer ilícitos contra a Fazenda Nacional.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia RODRIGUES E
ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S sediado na SETOR COMERCIAL SUL QUADRA
02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105, ASA SUL, BRASÍLIA/DF, 70302-000 a fim de
coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo
EDISON, e ainda documentos que revelem sua clientela.

12) MEIGAN SACK RODRIGUES

MEIGAN SACK RODRIGUES, CPF nº 801.678.610-34, RG nº


1059113918 - SSP/RS, nascida em 21/12/1977, filha EDISON PEREIRA RODRIGUES e
MARIA HELENA SACK RODRIGUES, natural de Porto Alegre/RS, Advogada, residente
na CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE, QUADRA 12, CASA 31, LAGO SUL,
BRASÍLIA/DF, CEP 71680-357.

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MEIGAN SACK RODRIGUES é sócia do seu pai EDISON PEREIRA


RODRIGUES no escritório RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S, sediado
no SETOR COMERCIAL SUL QUADRA 02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105, ASA
SUL, BRASÍLIA/DF, 70302-000.
MEIGAN é Conselheira da 3ª TURMA ESPECIAL, Vinculada a 4ª Câmara
da 1ª Seção de julgamento e aparece regularmente representando interesses privados dentro
CARF atuando como um braço operacional do escritório do seu pai EDISON no Conselho,
fazendo contatos com conselheiros que atuam em processos em que ele procura obter
vistas.
MEIGAN está diretamente ligada na corrupção ativa para a compra de vistas
do 19515.721802/2011-46 da empresa LASER TECH COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE
ELETRÔNICOS, isso em conluio com o THARYK e o EDISON.
Da mesma forma praticou advocacia administrativa fazendária defendendo
interesse privado de cliente do Conselheiro CASSULI, no qual verificamos a possibilidade
de inclusive ter ocorrido corrupção de Conselheiro para obter vistas em processo sendo esta
uma atividade comum realizada por ela.
MEIGAN também defendeu interesses da TOV CORRETORA DE
CÂMBIO em processo dentro do CARF.
Assim, entendemos como necessária a decretação da prisão preventiva de
MEIGAN SACK RODRIGUES, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em
razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas ao longo desta
representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da gravidade e
contumácia dos delitos por ela praticados, da conveniência da instrução criminal, através
da destruição de documentos importantes à investigação, assegurar aplicação de lei penal
ante a possibilidade de implementação de fuga já que possui casa em Miami/Flórida/EUA,
e garantia da ordem econômica por cometer ilícitos contra a Fazenda Nacional.

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Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como


determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia RODRIGUES E
ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S sediado no SETOR COMERCIAL SUL QUADRA
02 BLOCO D SALAS 1102 A 1105, ASA SUL, BRASÍLIA/DF, 70302-000 a fim de
coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pela
MEIGAN, e ainda documentos que revelem sua clientela.

13) THARYK JACCOUD PAIXÃO

THARYK JACCOUD PAIXÃO, CPF nº 029.617.134-47, RG nº 2325400


SSP/DF, nascido em 30/06/1980, filho de TALIS FERREIRA DA PAIXAO e TANIA
REGINA NEIVA JACCOUD PAIXAO, natural de Brasília/DF, Advogado, residente na
SQN 112, BLOCO E, AP 204, ASA NORTE, BRASÍLIA/DF, CEP 70762-050.
THARYK JACCOUD PAIXÃO é advogado, possuindo um escritório na
SCLN 309, BLOCO "B", SALA 102, ASA NORTE, BRASÍLIA/DF, CEP 70.755-520,
e aparece em inúmeros diálogos da investigação em razão de parcerias com o Advogado

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LEONARDO SIADE MANZAN, da SBS CONSULTORIA empresarial, e seja também


com o EDISON PEREIRA RODRIGUES com o qual esteve envolvido em pelo menos 02
(dois) eventos criminosos.
THARYK é aquele que procura o EDISON para que este consiga comprar
vistas no Processo nº 19515.721802/2011-46 da empresa LASER TECH COMÉRCIO E
IMPORTAÇÃO DE ELETRÔNICOS a fim de retardar o andamento do processo, tendo
por isso participação efetiva na ocorrência da corrupção ativa de Conselheiro participante
do processo, isso em conluio com o EDISON e a MEIGAN.
THARYK também tem participação no Tráfico de influência referente à
falência do Banco BVA, juntamente com o MURAKAMI e o EDISON.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
condutas ilícitas perpetradas por THARYK JACCOUD PAIXÃO contra a Fazenda
Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais
acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia situado SCLN 309, BLOCO
"B", SALA 102, ASA NORTE, BRASÍLIA/DF, CEP 70755-520, fim de coletar mais
elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo THARYK, e ainda
documentos que revelem sua clientela.

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14) CHIQUEKI MURAKAMI

CHIQUEKI MURAKAMI, CPF nº 142.168.509-44, RG nº 560675


SSP/PR, nascido em 26/01/1948, filho de YUKIE MURAKAMI, Empresário, residente na
RUA BORGES LAGOA, Nº 1209, AP 2003, VILA CLEMENTINA, SÃO PAULO/SP,
CEP 04038-002.
MURAKAMI é parceiro do EDISON PEREIRA RODRIGUES atuando
como um captador de cliente em São Paulo/SP, travando inúmeros diálogos com este.
MURAKAMI está diretamente envolvido no Tráfico de influência referente
à falência do Banco BVA, juntamente com o THARYK e o EDISON.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão da
diversa conduta ilícita perpetrada por CHIQUEKI MURAKAMI, entendemos como
necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº
7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação policial em
andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos delitos em
apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais investigados ou outros
participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido identificados.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial, a


fim de coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo
MURAKAMI, e ainda documentos que revelem sua clientela.

15) JOSÉ RICARDO DA SILVA

JOSÉ RICARDO DA SILVA, CPF nº 339.794.991-20, RG nº 2119012 -


SSP/DF, nascido em 05/05/1963, filho de EIVANY ANTONIO DA SILVA e NICEA
DANTAS FERREIRA CANARIO, natural de Cornélio Procópio/PR, Advogado, residente
na SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71650-
245.
JOSÉ RICARDO DA SILVA era tido como um dos principais alvos desta
investigação, entretanto sua saída do CARF acabou demonstrando uma atuação diminuta
junto ao órgão, e agora, somente como advogado, aparentemente lícita. Contudo, essa
realidade não se aplicava enquanto o mesmo estava como Conselheiro do órgão, exercendo
muita influência já que era Vice-Presidente 1º TURMA ORDINÁRIA da 1º Câmara da 1º
Seção de Julgamento e tinha assento da CÂMARA SUPERIOS DE RECURSOS FISCAIS.

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JOSÉ RICARDO é um dos sócios do escritório de advocacia que leva seu


nome o J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15,
CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL, BRASILIA/DF, CEP 71635-280 local que
acreditamos também seja utilizada como sede da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL
já que esta não foi localizada fisicamente contrariando o seu cadastro na Receita Federal.
JOSÉ RICARDO é filho do EIVANY ANTONIO DA SILVA que foi quem
deixou seu legado na área tributária inclusive a sociedade com o Ex-Presidente do CARF,
EDISON PEREIRA RODRIGUES e JOÃO BATISTA GRUGINSKI, na SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL.
Verificamos que o JOSÉ RICARDO esteve envolvido em associação
criminosa, juntamente com, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA
RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO,
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, PAULO ROBERTO CORTEZ, EZIQUIEL
ANTONIO CAVALLARI e SILVIO GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia
administrativa fazendária e lavagem de dinheiro por meio da SGR CONSULTORIA
EMPRESARIAL, e as empresas de São Paulo ALFA ANTENAS e PLANEJA
ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES BORGES.
Há indícios robustos de que o JOSÉ RICARDO por ser o Conselheiro e
Relator do Processo da GERDAU nº 10680.724392/2010-28, foi corrompido para atuar
votando a favor da empresa de forma que praticou delitos de corrupção passiva e participa
da corrupção ativa.
Ainda para o Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, cumpre destacar
que o JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA
GRUGISNKI, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que
normalmente já atuavam associados para as práticas dos delitos de Advocacia
administrativa Fazendária e Lavagem de Dinheiro, acabam por dar um passo além e

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cometem crimes com penas superiores a 04 anos que são a corrupção ativa (reclusão de 02
a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos e multa) do JOSÉ
RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do Processo
10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do enquadramento
como Organização Criminosa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por JOSÉ RICARDO DA SILVA contra a Fazenda
Nacional entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais
acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação
adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação
evidencia a participação de JOSÉ RICARDO DA SILVA associação criminosa para a
prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia J.R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO
SUL, BRASILIA/DF, CEP 71635-280 a fim de coletar mais elementos probatórios e
produtos das atividades ilícitas praticadas pelo JOSÉ RICARDO, e ainda documentos que
revelem sua clientela.

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16) JOÃO BATISTA GRUGINSKI

JOÃO BATISTA GRUGINSKI, CPF. 004.995.109-25, RG Nº 394.788


SSP/PR, nascido em 24/06/1942, filho de VICENTE GRUGINSKI e CLOTILDE VIDOTO
GRUGINSKI, Natural de Jacarezinho/PR, Aposentado, residente na SHIS QI 29,
CONJUNTO 02, CASA 09, LAGO SUL, BRASÍLIA-DF, CEP. 71675-220.
GRUGINSKI foi Auditor Fiscal da Secretaria da Receita Federal entre 1970
e 1991 e Presidente da Segunda Câmara do Primeiro Conselho e Consultor Legislativo
Tributário da Câmara dos Deputados (1991-1998).
Diálogos evidenciaram que o GRUGINSKI continua atuando em sociedade
com o JOSÉ RICARDO em processo junto ao CARF, possivelmente no mesmo endereço
comercial.
Verificamos que o JOÃO BATISTA GRUGINSKI esteve envolvido em
associação criminosa juntamente com JOSÉ RICARDO, EIVANICE CANÁRIO DA
SILVA, EDISON PEREIRA RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA SILVA, ADRIANA
OLIVEIRA E RIBEIRO, PAULO ROBERTO CORTEZ, EZIQUIEL ANTONIO
CAVALLARI e SILVIO GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia administrativa
fazendária e Lavagem de Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA

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ANTENAS e PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES


BORGES.
O GRUGINSKI é o responsável pela confecção do voto do Processo da
GERDAU, nº 10680.724392/2010-28 tendo o encaminhado via e-mail para o então
conselheiro relator JOSÉ RICARDO, razão porque entendemos ter ligação intrínseca com a
com os praticou delitos de corrupção passiva e participa da corrupção ativa do Caso
GERDAU.
Ainda para o Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, cumpre destacar
que o JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA
GRUGISNKI, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que
normalmente já atuavam associados para as práticas dos delitos de Advocacia
administrativa Fazendária e Lavagem de Dinheiro, acabam por dar um passo além e
cometem crimes com penas superiores a 04 anos que são a corrupção ativa (reclusão de 02
a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos e multa) do JOSÉ
RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do Processo
10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do enquadramento
como Organização Criminosa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por JOÃO BATISTA GRUGISNKI contra a Fazenda
Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais
acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação
adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação

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DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

evidencia a participação de JOÃO BATISTA GRUGISNKI associação criminosa para a


prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial a
fim de coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo
GRUGINSKI, e ainda documentos que revelem sua clientela.

17) ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO

ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, CPF nº 781.934.511-04, nascida em


05/12/1975, filha de JOSE PRUDENTE DE OLIVEIRA e VERA LUCIA DA SILVA
OLIVEIRA, natural de Juiz de Fora/MG, Advogada, residente no CONDOMÍNIO
ESTANCIA JARDIM BOTANICO, Nº 124, CONJUNTO J, JARDIM BOTANICO,
BRASILIA/DF, CEP 71680-365.
ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO é Conselheira Suplente da 4ª Câmara
da 3ª Seção de Julgamento do CARF, e umas das sócias do escritório de advocacia J.R.
SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15, CONJUNTO

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08, CASA 05, LAGO SUL, BRASILIA/DF, CEP 71635-280. ADRIANA ainda era uma
das sócias da ABC CONSULTORIA TRIBUTÁRIA juntamente com a PAULO
ROBERTO CORTEZ, sendo que diligência no loca não identificou existência física da
empresa
Verificamos que a ADRIANA esteve envolvida em associação criminosa,
juntamente com JOSÉ RICARDO DA SILVA, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, JOÃO
BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DAS
ILVA, PAULO ROBERTO CORTEZ, EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI e SILVIO
GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia administrativa fazendária e Lavagem de
Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA ANTENAS e PLANEJA
ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES BORGES.
Há indícios robustos de que ADRIANA participou da corrupção ativa e
passiva do JOSÉ RICARDO então Conselheiro e Relator do Processo da GERDAU, nº
10680.724392/2010-28.
Ainda para o Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, cumpre destacar
que o JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA
GRUGISNKI, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que
normalmente já atuavam associados para as práticas dos delitos de Advocacia
administrativa Fazendária e Lavagem de Dinheiro, acabam por dar um passo além e
cometem crimes com penas superiores a 04 anos que são a corrupção ativa (reclusão de 02
a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos e multa) do JOSÉ
RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do Processo
10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do enquadramento
como Organização Criminosa.
ADRIANA ainda era sócia da ABC CONSULTORIA TRIBUTÁRIA,
juntamente com o PAULO ROBERTO CORTEZ, empresa essa que também tinha a mesma

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COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

finalidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, branquear pagamentos de clientes


em decorrência da prática de advocacia administrativa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO contra a
Fazenda Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária,
com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida
imprescindível para a investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação
de provas materiais acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos
com os demais investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não
tenham sido identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por
adequação adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a
investigação evidencia a participação de ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO associação
criminosa para a prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de
dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia J.R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO
SUL, BRASILIA/DF, CEP 71635-280 a fim de coletar mais elementos probatórios e
produtos das atividades ilícitas praticadas pela ADRIANA, e ainda documentos que
revelem sua clientela.

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18) EIVANY ANTONIO DA SILVA

EIVANY ANTONIO DA SILVA, CPF. 009.655.379-00, Carteira de


Identidade Nº 10556 OAB/DF, nascido em 11/05/1939, filho de JOVINO ANTONIO DA
SILVA e ADELIA POLIZELI DA SILVA, Natural de Viradouro/SP, Advogado, residente
na SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71635-
280.
EIVANY ANTONIO DA SILVA é ex-sócio da SBS CONSULTORIA
EMPRESARIAL LTDA, a qual o COAF apontou movimentação atípica a ela relacionada,
valendo somente frisar que a mesma esteve envolvida em pelo menos 02 (dois) eventos de
irregularidades e conta com mais um Conselheiro do CARF no seu quadro societário, o
JORGE VICTOR RODRIGUES.
Da mesma forma, EIVANY ANTONIO DA SILVA é ex-sócio da SGR
CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, mas ainda possui forte relação com a empresa
já que foi responsável por 06 (seis) saques ocorridos há não muito tempo atrás.
Em verdade o que observamos é que o EIVANY era a pessoa que
comandava os contatos com o EDISON PEREIRA RODRIGUES e tinha muito acesso ano

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CARF durante a década passada, mas passou sua influência para seu filho JOSÉ RICARDO
DA SILVA.
Conversas telefônicas evidenciaram que o mesmo continua trabalhando com
advocacia administrativa no escritório J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS,
inclusive seu endereço residencial foi alterado este ano para o mesmo local do escritório de
advocacia.
Verificamos que o EIVANY ANTONIO DA SILVA esteve em diversas
movimentações atípicas envolvendo a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, de forma
que também entendemos que ele também esteve envolvido em associação criminosa
juntamente com JOSÉ RICARDO, EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, EDISON
PEREIRA RODRIGUES, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO, PAULO ROBERTO CORTEZ, EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI e
SILVIO GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia administrativa fazendária e
Lavagem de Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA ANTENAS e
PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES BORGES.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por EIVANY ANTONIO DA SILVA contra a
Fazenda Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária,
com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida
imprescindível para a investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação
de provas materiais acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos
com os demais investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não
tenham sido identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por
adequação adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a
investigação evidencia a participação de EIVANY ANTONIO DA SILVA associação

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criminosa para a prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de


dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial e
dependências do seu escritório de advocacia J.R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS, que fica sediado SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL,
BRASÍLIA-DF, CEP 71635-280 a fim de coletar mais elementos probatórios e produtos
das atividades ilícitas praticadas pela EIVANY e ainda documentos que revelem sua
clientela.

19) EIVANICE CANÁRIO DA SILVA

EIVANICE CANÁRIO DA SILVA, CPF nº 444.480.401-78, nascida em


12/12/1965, filha de EIVANY ANTONIO DA SILVA e NICEA DANTAS FERREIRA
CANARIO, natural de Cornélio Procópio/PR, residente no QI 27, AVENIDA RIO
AMAZONAS, CONDOMÍNIO QUINTAS DA ALVORADA, CASA 141, LAGO SUL,
BRASÍLIA/DF, CEP 71680-356.
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA é Conselheira Suplente da 1ª Câmara da
2ª Seção de Julgamento do CARF, e umas das sócias do escritório de advocacia J.R.

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SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15, CONJUNTO
08, CASA 05, LAGO SUL, BRASÍLIA-DF, CEP 71635-280.
EVANICE, assim com os demais sócios participa de associação criminosa,
juntamente com JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, EDISON
PEREIRA RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E
RIBEIRO, PAULO ROBERTO CORTEZ, EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI e
SILVIO GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia administrativa fazendária e
Lavagem de Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA ANTENAS e
PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES BORGES.
ADRIANA ainda era sócia da ABC CONSULTOTIA TRIBUTÁRIA,
juntamente com o PAULO ROBERTO CORTEZ, empresa essa que também tinha a mesma
finalidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, branquear pagamentos de clientes
em decorrência da prática de advocacia administrativa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por EIVANICE CANÁRIO DA SILVA contra a
Fazenda Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária,
com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida
imprescindível para a investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação
de provas materiais acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos
com os demais investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não
tenham sido identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por
adequação adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a
investigação evidencia a participação de EIVANICE CANÁRIO DA SILVA associação
criminosa para a prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de
dinheiro.

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Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como


determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial,
bem como nas dependências do seu escritório de advocacia J.R. SILVA ADVOGADOS &
ASSOCIADOS, que fica sediado na SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO
SUL, BRASILIA/DF, CEP 71635-280 a fim de coletar mais elementos probatórios e
produtos das atividades ilícitas praticadas pela EIVANICE e ainda documentos que
revelem sua clientela.

20) PAULO ROBERTO CORTEZ

PAULO ROBERTO CORTEZ, CPF nº 145.923.630-00, nascido em


26/02/1952, filho de ANTONIO CORTEZ e IRENE CORTEZ, natural de Santo
Ângelo/RS, Funcionário Público Federal, residente na SQN 203, BLOCO C, AP 203,
ASA NORTE, BRASILIA/DF, CEP 70833-030.
PAULO ROBERTO CORTEZ é Auditor Fiscal aposentado e Conselheiro da
2º Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, e um dos sócios da

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ABC CONSULTORIA TRIBUTÁRIA juntamente com a ADRIANA OLIVEIRA E


RIBEIRO, sendo que diligência no loca não identificou existência física da empresa.
PAULO ROBERTO CORTEZ moveu ação trabalhista contra a J.R. SILVA
ADVOGADOS & ASSOCIADOS e conforme observamos no Apenso II do IPL 004-2014-
4 – COGER/DPF ficou constatado que o mesmo prestava serviço para o escritório o que
denota seu envolvimento com a Associação Criminosa, inclusive era ele quem redigia os
votos do José Ricardo, como podemos ver nos inúmeros e-mails anexados naquele
Processo, de onde podemos até destacar uma confissão de dívida na fl. 163 do citado
Apenso, segundo o CORTEZ envolve parte do pagamento que lhe era devido no processo
da RBS.
Assim, ficou constatado que PAULO ROBERTO CORTEZ esteve
envolvido em associação criminosa, juntamente com JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO
BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA
SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI e
SILVIO GUATURA ROMÃO, para a prática de advocacia administrativa fazendária e
Lavagem de Dinheiro por meio da SGR, e as empresas de São Paulo ALFA ANTENAS e
PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL e do HUGO RODRIGUES BORGES.
PAULO CORTEZ ainda era sócio da ABC CONSULTORIA
TRIBUTÁRIA, juntamente com a ADRIANA OLVEIRA E RIBEIRO, empresa essa que
também tinha a mesma finalidade da SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL, branquear
pagamentos de clientes em decorrência da prática de advocacia administrativa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por PAULO ROBERTO CORTEZ, contra a Fazenda
Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais

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acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais


investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação
adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação
evidencia a participação de PAULO ROBERTO CORTEZ, associação criminosa para a
prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial a
fim de coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo
PAULO CORTEZ, e ainda documentos que revelem sua clientela.

21) HUGO RODRIGUES BORGES

HUGO RODRIGUES BORGES, CPF nº 482.987.511-91, nascido em


17/02/1970/12/1975, filho de JOSE XAVIER BORGES e NAIR DESIDERIA

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RODRIGUES BORGES, natural de Brasília/DF, Autônomo, residente na QNO 07


CONJUNTO B, CASA 33, CEILANDIA NORTE, BRASÍLIA - DF, 72251-070.
HUGO trabalhou para a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL e
conforme destacado no item das movimentações atípicas, era o responsável pelos saques
das contas da SGR e distribuição do dinheiro.
Conversas da interceptação telefônica do HUGO evidenciam que ele o que
estava fazendo inclusive confessando que participava do esquema de corrupção do seu
chefe o JOSÉ RICARDO e realizava pagamento a mando dele.
Assim, ficou constatado que HUGO RODRIGUES BORGES esteve
envolvido em associação criminosa, juntamente com JOSÉ RICARDO DA SILVA, JOÃO
BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA
SILVA e ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO para a prática de Lavagem de Dinheiro,
sendo que seu testemunho pode ser fundamental para desvelar esquemas de corrupção em
razão de ser aquele que realizava os pagamentos.
Dessa forma, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em
razão das diversas condutas ilícitas perpetradas por HUGO RODRIGUES BORGES contra
a Fazenda Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária,
com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida
imprescindível para a investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação
de provas materiais acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos
com os demais investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não
tenham sido identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por
adequação adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a
investigação evidencia a participação de HUGO RODRIGUES BORGES, associação
criminosa para a prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de
dinheiro.

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DIRETORIA DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como


determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial a
fim de coletar mais elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo
HUGO.

22) SILVIO GUATURA ROMÃO

SILVIO GUATURA ROMÃO, CPF nº 242.841.148-91, nascido em


14/05/1950, filho de ELPIDIO JOSÉ ROMÃO e DALVA GUATURA ROMÃO, natural de
Jacupiranga/SP, Médico, residente na ALAMEDA ARAPANES, Nº 881, AP 101,
MOEMA, SÃO PAULO/SP, CEP 04524-001.
SILVIO GUATURA atua como captador de clientes em São Paulo/SP
juntamente com o seu parceiro EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI por meio das suas
diversas empresas entre as quais se destacam a ALFA ATENAS ASSESSORIA
EMPRESARIAL, sediada no mesmo endereço residencial do SILVIO, ALAMEDA

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ARAPANES, Nº 881, AP 101, MOEMA, SÃO PAULO/SP, CEP 04524-001 e a


PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL, com sede na RUA AUGUSTA, Nº 2.529,
CONJUNTO 31, CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO/SP, CEP 01413-100.
Os inúmeros e-mails trocados com o JOSÉ RICARDO e o EDISON
evidenciaram que SILVIO GUATURA ROMÃO, junto com seu parceiro EZIQUIEL
CAVALLARI, estiveram envolvidos em associação criminosa, juntamente com JOSÉ
RICARDO DA SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA
RODRIGUES, EIVANY ANTONIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO,
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA e PAULO ROBERTO CORTEZ, para a prática de
advocacia administrativa fazendária e Lavagem de Dinheiro por meio da SGR e das suas
empresas ALFA ANTENAS e PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL.
Com relação ao Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, cumpre
destacar que o JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA
GRUGISNKI, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que
normalmente já atuavam associados para as práticas dos delitos de Advocacia
administrativa Fazendária e Lavagem de Dinheiro, acabam por dar um passo além e
cometem crimes com penas superiores a 04 anos que são a corrupção ativa (reclusão de 02
a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos e multa) do JOSÉ
RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do Processo
10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do enquadramento
como Organização Criminosa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por SILVIO GUATURA ROMÃO, contra a Fazenda
Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no
inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a
investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais

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COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍCIA FAZENDÁRIA
DIVISÃO DE REPRESSÃO A CRIMES FAZENDÁRIOS

acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais


investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação
adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação
evidencia a participação de SILVIO GUATURA ROMÃO, associação criminosa para a
prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial e
nos endereços comerciais ALAMEDA ARAPANES, Nº 881, AP 101, MOEMA, SÃO
PAULO/SP, CEP 04524-001 e RUA AUGUSTA, Nº 2.529, CONJUNTO 31,
CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO/SP, CEP 01413-100 a fim de coletar mais
elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo SILVIO, e ainda
documentos que revelem sua clientela.

23) EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI

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EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI, CPF nº 165.098.629-72, RG Nº


48566779 - SSP/SP, nascido em 07/06/1947, filho de ARISTIDES CAVALLARI e
IRACEMA BRANDINO CAVALLARI, natural de Pompéia/SP, Economista, residente na
RUA DOUTOR OSCAR MONTEIRO DE BARROS, nº 333, VILA SUZANA, SÃO
PAULO/SP, CEP 05641-010.
EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI atua como captador de clientes em
São Paulo/SP juntamente com o seu parceiro SILVIO GUATURA por meio das suas
diversas empresas entre as quais se destacam a ALFA ATENAS ASSESSORIA
EMPRESARIAL, sediada no mesmo endereço residencial do SILVIO, ALAMEDA
ARAPANES, Nº 881, AP 101, MOEMA, SÃO PAULO/SP, CEP 04524-001 e a
PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL, com sede na RUA AUGUSTA, Nº 2.529,
CONJUNTO 31, CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO/SP, CEP 01413-100.
Os inúmeros e-mails trocados com o JOSÉ RICARDO e o EDISON
evidenciaram que EZIQUIEL CAVALLARI, junto com seu parceiro SILVIO GUATURA,
estiveram envolvidos em associação criminosa, juntamente com JOSÉ RICARDO DA
SILVA, JOÃO BATISTA GRUGINSKI, EDISON PEREIRA RODRIGUES, EIVANY
ANTONIO DA SILVA, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, EIVANICE CANÁRIO DA
SILVA e PAULO ROBERTO CORTEZ, para a prática de advocacia administrativa
fazendária e Lavagem de Dinheiro por meio da SGR e das suas empresas ALFA
ANTENAS e PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL.
Com relação ao Caso GERDAU, conforme troca de e-mails, cumpre
destacar que o JOSÉ RICARDO, ADRIANA OLIVEIRA E RIBEIRO, JOÃO BATISTA
GRUGISNKI, SILVIO GUATURA ROMÃO e EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI que
normalmente já atuavam associados para as práticas dos delitos de Advocacia
administrativa Fazendária e Lavagem de Dinheiro, acabam por dar um passo além e
cometem crimes com penas superiores a 04 anos que são a corrupção ativa (reclusão de 02

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a 12 anos e multa) e a corrupção passiva (reclusão de 02 a 12 anos e multa) do JOSÉ


RICARDO DA SILVA enquanto este ainda era Conselheiro do CARF e relator do Processo
10680.724392/2010-28, portanto, entendemos haver a possibilidade do enquadramento
como Organização Criminosa.
Assim, estando presente o requisito do “fumus comissi delicti” em razão das
diversas condutas ilícitas perpetradas por EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI, contra a
Fazenda Nacional, entendemos como necessária a decretação da sua prisão temporária,
com base no inciso I do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida
imprescindível para a investigação policial em andamento buscando-se evitar a ocultação
de provas materiais acerca dos delitos em apuração ou ainda a combinação de depoimentos
com os demais investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não
tenham sido identificados. Da mesma forma, cabível a decretação da prisão temporária por
adequação adequa-se a alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a
investigação evidencia a participação de EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI, associação
criminosa para a prática, pelo menos de advocacia administrativa fazendária e lavagem de
dinheiro.
Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial e
nos endereços comerciais ALAMEDA ARAPANES, Nº 881, AP 101, MOEMA, SÃO
PAULO/SP, CEP 04524-001 e RUA AUGUSTA, Nº 2.529, CONJUNTO 31,
CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO/SP, CEP 01413-100 a fim de coletar mais
elementos probatórios e produtos das atividades ilícitas praticadas pelo EZIQUIEL, e ainda
documentos que revelem sua clientela.

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24) ALEXANDRE PAES DOS SANTOS

ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, CPF nº 102.446.201-30, RG Nº


029682515 - IFP/RJ, nascido em 17/03/1954, filho de HERMES RIBEIRO DOS SANTOS
e HELENA PAES DOS SANTOS, natural de Rio de Janeiro/RJ, Administrador, residente
na SMDB CONJUNTO 11 CASA 02 , LAGO SUL, BRASILIA/DF, 71680-1105.
Levantamentos iniciais conjugados com a interceptação telefônica e
telemática evidenciaram que ALEXANDRE PAES DOS SANTOS trabalha realizando
lobby nesta capital federal.
ALEXANDRE possui antecedentes criminais tendo sido indiciado nos mais
diversificados tipos penais incluindo-se aqui Tráfico de Influência e Corrupção Ativa.
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS trabalha há muito tempo com
atividade empresarial sendo que destacamos suas participações formais nos quadros
societário da DAVOS ENERGIA LTDA (CNPJ Nº 11.388.932/0001-70) e o IDEPE
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICO
LTDA – EPP (CNPJ Nº 05.769.231/0001-88), participando como sócio do JOSÉR

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RICARDO DA SILVA e o irmão deste, FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA. ALEXANDRE


ainda continua como sócio da RMSV – EMPRESA CORRETORA DE SEGUROS LTDA
(CNPJ Nº 14.022.592/0001-57), DAVOS PRESTADORA DE SERVICOS EM ENERGIA
ELETRICA LTDA (CNPJ Nº 15.240.894/0001-64) e da CONFRARIA DA GULA
COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA – ME (CNPJ Nº 09.686.212/0001-49).
A DAVOS ENERGIA LTDA se destacou porque congregou em seu quadro
societário o JOSÉ RICARDO DA SILVA, ALEXANDRE PAES DOS SANTOS e
EDUARDO GONÇALVES VALADÃO, todos incluídos em 13/06/2011, no entanto os 02
(dois) primeiros deixaram a sociedade, o JOSÉ RICARDO DA SILVA em agosto de 2012
e o ALEXANDRE PAES DOS SANTOS em março de 2013.
A DAVOS ENERGIA LTDA apresentou 02 (duas) movimentações
financeiras atípicas de depósito e saque ocorridos no dia 09/08/2011, na conta 234893 da
Agência 2574-7 do BRADESCO em São Paulo/SP, realizados por MAURÍCIO DE ASSIS
SALDANHA (CPF Nº 038.126.907-80) nos valores idênticos tanto para o depósito quanto
para o saque de R$ 3.089.460,00 (três milhões oitenta e nove mil quatrocentos e
sessenta reais).
Contudo o que mais chamou a atenção em relação foi como uma empresa
que funcionou de setembro de 2009 a setembro de 2013, somente 04 (quatro) anos de
funcionamento, conseguiu movimentar em 1491 (mil quatrocentos e noventa e uma)
transações financeiras a astronômica quantia de R$ 365.046.585,24 (trezentos e
sessenta e cindo milhões quarenta e seis mil quinhentos e oitenta e cinco reais e vinte e
quatro centavos), uma média de quase R$ 245.000,00 (duzentos e quarenta e cinco mil
reais). Do número total de transações, 726 (setecentos e vinte e seis) foram a crédito,
somando R$ 183.163.606,43 (cento e oitenta e três milhões cento e sessenta e três mil
seiscentos e seis reais e quarenta e três centavos), e outras 765 (setecentos e sessenta e
cinco) movimentações a débito somando R$ 181.882.978,81 (cento e oitenta e um

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milhões oitocentos e oitenta e dois mil novecentos e setenta e oito reais e oitenta e um
centavos).
As 02 (duas) empresas acima mencionadas estariam sediadas no mesmo
local, a saber, RUA JAMES WATT, 142, JARDIM EDITH, SÃO PAULO/SP, contudo
diligência realizada no local a recepcionista do condomínio comercial disse que a empresa
ocupou uma sala e mudou-se há mais de 01 (um) ano, não sabendo informar o número da
sala nem o tempo exato da mudança.
Afora a DAVOS ENERGIA, as contas do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS, inclusive as de co-titularidade com o seu pai HERMES RIBEIRO DOS
SANTOS, e da APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS LTDA,
movimentaram a cifra de R$ 30.730.608,94 (trinta milhões setecentos e trinta mil
seiscentos e oito reais e noventa e quatro centavos).
Chama a atenção na movimentação bancária da APS ASSESSORIA
PLANEJAMENTO E SERVICOS LTDA a presença de 55 (cinquenta e cinco)
transferências realizadas pela CAPUTO BASTOS E FRUET – ADVOGADOS (CNPJ Nº
03.656.386/0001-82) e CAPUTO BASTOS E FRUET - ASSESSORIA E CONSULTORIA
POLITICA E INSTITUCIONAL LTDA (CNPJ Nº 10.788.829/0001-54) mensalmente
entre setembro de 2009 a dezembro de 2013, variando de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco
mil reais) a R$ 73.000,00 (setenta e três mil reais) totalizando o montante de R$
3.198.578,94 (três milhões cento e noventa e oito mil quinhentos e setenta e oito reais e
noventa e quatro centavos), cumprindo destacar que o endereço do escritório da
CAPUTO, BASTOS E FRUET, SHIS QL 12 CONJUNTO 04, CASA 20, LAGO SUL,
BRASILIA/DF, CEP 71630-245 já foi declarado como sendo o residencial do
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, EIVANY ANTONIO DA SILVA, JOSÉ RICARDO
DA SILVA, FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA, além de endereço comercial da própria APS

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ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS LTDA, da AGROPECUÁRIA


TERRAFERTIL LTDA e ainda do IDEPE ou IPA.
Assim, em que pese durante o período de monitoramento telefônico e
telemático não tenha restado muito bem definida a finalidade dessas transferências,
podendo se tratar inclusive de contas utilizadas como meio de ocultar pagamentos
recebidos como contraprestação de advocacia administrativa realizada pelo seu sócio JOSÉ
RICARDO a exemplo do que ocorria com a SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL.
Não obstante, há uma ligação em que o ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS conversa com a GEGLIANE BESSA para ela guardar um HD externo no cofre,
pois lá tem todas as informações referentes que envolve o PAULINHO, o SILVIO, a mim,
o JOSÉ RICARDO, o EDUARDO e que podem complicar uma multa de R$ 500.00,00
(quinhentos mil reais) que a Receita Federal está cobrando.
Código: 394819
Data: 12/08/2014 Hora: 10:18:32 Duração: 00:07:30
Alvo: ALEXANDRE
Fone Alvo: 61 9220522 Fone Contato: 61-32488100
Interlocutores: ALEXANDRE X GEGLIANE-HD EXTERNO
Arquivo: 20140812101832009.wav

Degravação:
ALEXANDRE liga, JULIANA atende e ALEXANDRE pergunta se tem algum recado. JULIANA comenta
que VINÍCIUS havia dito que ALEXANDRE iria viajar. ALEXANDRE diz que vai ao Rio de Janeiro se
encontrar com SÉRGIO VALBUENA. ALEXANDRE pede pra falar com a GÊ (GEGLIANE);
ALEXANDRE diz que está com um negócio com ele para que o MARCOS leve lá na ERENICE agora de
manhã; GEGLIANE diz que o restaurante alagou e precisava de outro cozinheiro; ALEXANDRE pergunta
pela rescisão contratual que ele fez da DAVOS quando o EDUARDO saiu (da sociedade), quando ele mesmo
saiu da empresa e GEGLIANE diz que acha que não tem e ALEXANDRE diz que acha que deu uma cópia
pra ela. GEGLIANE fica de verificar. ALEXANDRE pergunta também sobre o disco rígido que ele
mandou copiar todos os arquivos de São Paulo e mandar pra gente HD externo que o que era gerente lá
em São Paulo mandou. GEGLIANE lembra que o JOSIMAR deixou no computador de ALEXANDRE
que reclama e diz que é pra ser mantido no cofre e que isso é pra que ele possa "quando necessário,
entrar", porque ele está entrando numa multa de quase 500 mil reais que estão lhe cobrando de dívida
ativa pelo não pagamento do imposto de renda da DAVOS e que envolve o PAULINHO, o SILVIO, a
mim, o JOSÉ RICARDO, o EDUARDO e que esse disco rígido foi o ROMÃO quem copiou e que eles
até pagaram a ROMÃO por isso, que é um HD externo de 2 tera (byte) e que isso é uma coisa muito
importante e que tem que ser guardado no cofre e que tem todos os registros a respeito da DAVOS em
São Paulo.

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O contexto da ligação dá a entender que a pessoa que conversou com o


ALEXANDRE estaria num restaurante dele que fica na ST SHIS CC QI 13 BLOCO H SN
LOJA 40, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, contudo, tendo em vista a preocupação do
ALEXANDRE, pode ser que ele tenha levado o HD EXTERNO para um cofre no novo
escritório dele que fica na QI 11, CONJUNTO 5, CASA 10, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF.

Código: 380100
Data: 07/08/2014 Hora: 09:10:50 Duração: 00:03:06
Alvo: ALEXANDRE
Fone Alvo: 61 92205224 Fone Contato: 61 98570860 Direção: Recebida
Interlocutores: ALEXANDRE X ÂNGELA - VOLTA AO GOVERNO
Arquivo: 20140807091050009.wav

Degravação:
ALEXANDRE diz que esteve com FERNANDO CÉSAR, com quem conversou rapidamente e que quem
falou também com ele sobre ÂNGELA foi o JOSÉ CARLOS BARRETO. ÂNGELA diz que 1º de setembro
estará voltando ao Governo, por que faltam 6 anos pra se aposentar, do contrário ela perde, pois está de
licença sem remuneração há 6 anos. ALEXANDRE diz que se mudou da 14 e que agora está na QI 11,
Conjunto 5 Casa 10 e diz que vai passar por torpedo. Marcam encontro no novo escritório de Alexandre.

Assim, tendo em vista a incompatível movimentação milionária da DAVOS


ENERGIA e APS ASSESSORIA, e o envolvimento do ALEXANDRE PAES DOS
SANTOS com os diversos alvos desta investigação especialmente com o JOSÉ RICARDO
DA SILVA, PAULO ROBERTO CORTEZ e SILVIO GUATURA ROMÃO, entendemos
como necessária a decretação da sua prisão temporária, com base no inciso I do Art. 1º da
Lei nº 7.960/1989, por se tratar de medida imprescindível para a investigação policial em
andamento buscando-se evitar a ocultação de provas materiais acerca dos delitos em
apuração ou ainda a combinação de depoimentos com os demais investigados ou outros
participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido identificados. Da mesma
forma, cabível a decretação da prisão temporária por adequação adequa-se a alínea “l” do
inciso III do Art. 1º da Lei nº 7.960/1989, já que a investigação evidencia a participação de
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS, associação criminosa para a prática, pelo menos de
advocacia administrativa fazendária e lavagem de dinheiro.

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Ademais, procurando atender outras formas de obtenção de provas, como


determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço residencial bem
como os endereços comerciais da QI 11, CONJUNTO 5, CASA 10, LAGO SUL,
BRASÍLIA/DF, CEP 71625-250 e no ST SHIS CC QI 13 BLOCO H SN LOJA 40,
LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71635-013 a fim de coletar elementos probatórios de
atividades ilícitas e ainda documentos que revelem a clientela da empresa.

25) MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E


DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA

A interceptação telemática detectou e-mail do JOSÉ RICARDO pode ter


realizado ao menos advocacia administrativa fazendária em favor da MMC
AUTOMOTORES DO BRASIL, se valando da MARCONDES E MAUTONI
EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA – EPP, para ocultar e

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dissimular tanto a atividade criminosa quanto a transferência dos recursos financeiros dela
decorrente.
Cumpre destacar que analisando as transações financeiras envolvendo a
MMC AUTOMOTORES DO BRASIL, verificamos a existência de 18 (dezoito)
transferências realizadas por esta empresa à MARCONDES E MAUTONI
EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA CORPORATIVA LTDA – EPP, entre os meses
de novembro de 2012 a dezembro de 2013, que totalizaram o montante de R$ 3.640.229,47
(três milhões seiscentos e quarenta mil duzentos e vinte e nove reais e quarenta e nove
centavos), sendo que no mesmo período, mais especificamente nos dias 01/04/2013 e
14/06/2013, a empresa MAUTONI E MARCONDES transferiu respectivamente R$
210.000,00 (duzentos e dez mil reais) e R$ 148.400,00 (cento e quarenta e oito mil e
quatrocentos).
Dito Isso e procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço AVENIDA
MAGALHAES DE CASTRO, Nº 4800, CONJUNTO 31 E 32, 3º ANDAR - C -
CIDADE JARDIM, SAO PAULO/SP, CEP 05502-001 a fim de coletar elementos
probatórios de atividades ilícitas e ainda documentos que revelem a clientela da empresa.

26) IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E


PROJETOS ECONOMICOS LTDA

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Realizadas inúmeras diligências a fim de localizar a IDEPE INSTITUTO


DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E PROJETOS ECONOMICOS LTDA
empresa em comento fomos ao endereço indicado no Cadastro Nacional de Empresas, isto
é, SIBS QUADRA 03 CONJUNTO A, LOTES 30 E 32 1º PAVIMENTO, NÚCLEO
BANDEIRANTES, BRASÍLIA/DF, CEP 71701-970 e lá verificou-se que no 1º
pavimento do endereço funcionam alguns escritórios virtuais de empresas. Consta o nome
da empresa em lista fixada na porta de entrada, porém, não se constatou o real
funcionamento da citada empresa a qual, se existe, parece-nos ser somente no papel sem
sede física, contudo nesse local pode haver documentos da contabilidade da empresa que
podem ser importantes para identificar qual era finalidade da empresa, pois, ao que tudo
indica, parece ser utilizada como instrumento de lavagem de dinheiro.
Dito Isso e procurando atender outras formas de obtenção de provas, como
determinou o M.M Juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília/DF,
fundamental seria ainda a realização de busca e apreensão no seu endereço CONJUNTO
A, LOTES 30 E 32 1º PAVIMENTO, NÚCLEO BANDEIRANTES, BRASÍLIA/DF
CEP 71701-970 a fim de coletar elementos probatórios de atividades ilícitas e ainda
documentos que revelem a clientela da empresa.

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XI – DO PEDIDO

Ex positis, esta Autoridade Policial vem perante esse Meritíssimo Juízo


Representar pelo que segue:

1) DISTRIBUIÇÃO MANUAL POR PREVENÇÃO

Preliminarmente, pugna-se pela Distribuição Manual por Prevenção,


tendo em vista que o presente pedido refere-se à investigação levada a efeito nos autos do
Processo nº 28042-88.2014.4.01.3400 (IPL nº 0004/2014 – COGER/DPF), bem como do
Processo nº 28068-86.2014.4.01.3400 (Cautelar de Afastamento de Sigilo Bancário e
Fiscal), Processo nº 45072-39.2014.4.01.3400 (Cautelar de monitoramento telefônico) e
do Processo nº 53824-97.2014.4.01.3400 (Cautelar de monitoramento telemático) todos
em tramite nesse Meritíssimo Juízo.

2) PRISÕES PREVENTIVAS:

Pela laboriosa investigação policial acerca de como estão agindo os


investigados se torna imperiosa a decretada da prisão dos investigados, razão pela qual com
espeque no Art. 311 e seguintes do Código de Processo Penal, REPRESENTO PELA
PRISÃO PREVENTIVA dos alvos enumerados na tabela 01 da presente representação,
logo abaixo.
É certo que a prisão preventiva é medida de exceção, cabível em situações
especiais, presentes os pressupostos e fundamentos. Os pressupostos, a nosso ver, seriam

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não mais do que um dos requisitos da tutela cautelar, qual seja o “fumus boni iuris”,
representado pela prova da existência do crime, juntamente com indícios suficientes de
autoria. Como se leu, tanto está provado que os crimes ocorreram e estão em andamento,
quanto há provas cabais de que os criminosos são responsáveis pelos delitos.
A materialidade está demonstrada em razão das conversas interceptadas pelo
monitoramento telefônico, mensagens de e-mail coletadas na interceptação telemática,
movimentações financeiras atípicas, transferências financeiras obtidas através de sigilo
bancário e fiscal, além das diligências de campos realizadas para registrar reuniões e
encontros dos investigados.
Há, portanto, razões sérias e objetivas para a decretação desta medida
cautelar, pois está fundada em fatos concretos e o que foi produzido até o momento dá fé ao
envolvimento de cada um dos investigados nos crimes de Corrupção Ativa e Passiva,
Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de influência, Associação Criminosa,
Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, exigindo-se o encarceramento das pessoas
abaixo mencionadas em razão gravidade dos delitos que praticaram e praticam se tratando
de verdadeiros atentados à moralidade, probidade, confiabilidade e respeitabilidade da
Administração Pública em geral e em especial, podendo causar sérios danos a ordem
econômica e tributária nacionais.
Os fundamentos da prisão preventiva são, em tese, outro requisito da tutela
cautelar, consubstanciado no “periculum in mora”, estando presente na investigação em
tela em razão das diversas condutas ilícitas por ele perpetradas e comprovadas ao longo
desta representação, seja para a preservação da ordem pública, em razão da gravidade e
contumácia dos delitos praticados e pormenorizados nesta peça, da conveniência da
instrução criminal, pois os criminosos demonstram preocupação em esconder provas,
inclusive utilizando celulares específicos para condutas ilícitas, além da possibilidade de
destruição de provas por se tratarem de pessoas de notável saber jurídico, assegurar a

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aplicação da Lei penal já que dispõe de recursos financeiros, viajam regularmente e até
dispõe de imóveis no exterior, podendo dessa forma implementar fuga, e garantia da ordem
econômica tendo em vista que a continuidade das negociações e ilícitos comentados são
realizados em desfavor da Fazenda Nacional, podendo abrir perigosos precedentes em
prejuízo dos Erário da União , Estados e Município além de envolver grandes instituições
financeiras e empresas do Brasil, o que pode trazer instabilidade para o sistema financeiro e
econômico do Brasil. Nesse sentido segue jurisprudência:

“Ementa: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL.


CONDUÇÃO DO INVESTIGADO À AUTORIDADE POLICIAL PARA
ESCLARECIMENTOS. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 144, § 4º,
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DO ART. 6º DO CPP. DESNECESSIDADE
DE MANDADO DE PRISÃO OU DE ESTADO DE FLAGRÂNCIA.
DESNECESSIDADE DE INVOCAÇÃO DA TEORIA OU DOUTRINA DOS
PODERES IMPLÍCITOS. PRISÃO CAUTELAR DECRETADA POR DECISÃO
JUDICIAL, APÓS A CONFISSÃO INFORMAL E O INTERROGATÓRIO DO
INDICIADO. LEGITIMIDADE. OBSERVÂNCIA DA CLÁUSULA
CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE JURISDIÇÃO. USO DE ALGEMAS
DEVIDAMENTE JUSTIFICADO. CONDENAÇÃO BASEADA EM PROVAS
IDÔNEAS E SUFICIENTES. NULIDADE PROCESSUAIS NÃO VERIFICADAS.
LEGITIMIDADE DOS FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL. ORDEM DENEGADA. I – A própria Constituição Federal assegura,
em seu art. 144, § 4º, às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais. II – O
art. 6º do Código de Processo Penal, por sua vez, estabelece as providências que
devem ser tomadas pela autoridade policial quando tiver conhecimento da
ocorrência de um delito, todas dispostas nos incisos II a VI. III – Legitimidade dos
agentes policiais, sob o comando da autoridade policial competente (art. 4º do
CPP), para tomar todas as providências necessárias à elucidação de um delito,
incluindo-se aí a condução de pessoas para prestar esclarecimentos,
resguardadas as garantias legais e constitucionais dos conduzidos. IV –
Desnecessidade de invocação da chamada teoria ou doutrina dos poderes
implícitos, construída pela Suprema Corte norte-americana e incorporada ao
nosso ordenamento jurídico, uma vez que há previsão expressa, na Constituição e
no Código de Processo Penal, que dá poderes à polícia civil para investigar a
prática de eventuais infrações penais, bem como para exercer as funções de
polícia judiciária. V – A custódia do paciente ocorreu por decisão judicial
fundamentada, depois de ele confessar o crime e de ser interrogado pela
autoridade policial, não havendo, assim, qualquer ofensa à clausula
constitucional da reserva de jurisdição que deve estar presente nas hipóteses dos
incisos LXI e LXII do art. 5º da Constituição Federal. VI – O uso de algemas foi
devidamente justificado pelas circunstâncias que envolveram o caso, diante da
possibilidade de o paciente atentar contra a própria integridade física ou de

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terceiros. VII – Não restou constatada a confissão mediante tortura, nem a


violação do art. 5º, LXII e LXIII, da Carta Magna, nem tampouco as formalidade
previstas no art. 6º, V, do Código de Processo Penal. VIII – Inexistência de
cerceamento de defesa decorrente do indeferimento da oitiva das testemunhas
arroladas pelo paciente e do pedido de diligências, aliás requeridas a destempo,
haja vista a inércia da defesa e a consequente preclusão dos pleitos. IX – A
jurisprudência desta Corte, ademais, firmou-se no sentido de que não há falar em
cerceamento ao direito de defesa quando o magistrado, de forma fundamentada,
lastreado nos elementos de convicção existentes nos autos, indefere pedido de
diligência probatória que repute impertinente, desnecessária ou protelatória,
sendo certo que a defesa do paciente não se desincumbiu de indicar,
oportunamente, quais os elementos de provas pretendia produzir para levar à
absolvição do paciente. X – É desprovido de fundamento jurídico o argumento de
que houve inversão na ordem de apresentação das alegação finais, haja vista que,
diante da juntada de outros documentos pela defesa nas alegações, a magistrada
processante determinou nova vista dos autos ao Ministério Público e ao assistente
de acusação, não havendo, nesse ato, qualquer irregularidade processual. Pelo
contrário, o que se deu na espécie foi a estrita observância aos princípios do
devido processo legal e do contraditório. XI – A prisão cautelar se mostra
suficientemente motivada para a garantia da instrução criminal e preservação
da ordem pública, ante a periculosidade do paciente, verificada pela gravidade
in concreto do crime, bem como pelo modus operandi mediante o qual foi
praticado o delito. Ademais, o paciente evadiu-se do distrito da culpa após a
condenação. XII – Ordem denegada.”
HC 107644, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma,
julgado em 06/09/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-200 DIVULG 17-10-
2011 PUBLIC 18-10-2011

Portanto, a Prisão preventiva é medida que se impõe, fazendo-se necessário


o encarceramento urgente das pessoas elencadas na tabela abaixo.

TABELA 01

ALVO NOME DO ALVO ENDEREÇOS


SHIS QI 09, CONJUNTO 08, CASA 06, LAGO SUL,
01 JORGE VICTOR BRASÍLIA/DF, CEP 71625-080 OU ONDE FOR
RODRIGUES ENCONTRADO.
CONDOMÍNIO OURO VERMELHO I - V1, QUADRA
02 LUTERO FERNANDES 16, LOTE 08, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71680-
DO NASCIMENTO 379 OU ONDE FOR ENCONTRADO.
RUA RUI BARBOSA, Nº 255, AP 82, SANTO

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03 EDUARDO CERQUEIRA ANDRE, SANTO ANDRÉ/SP, CEP 09190-370 OU


LEITE ONDE FOR ENCONTRADO.
RUA CAPITAO ALBERTO MENDES JUNIOR, Nº
04 JEFERSON RIBEIRO 464, CONDOMÍNIO ED. RESIDENCIAL
SALAZAR BOUGAINVILLE, AP 42, ÁGUA FRIA, SÃO
PAULO/SP, CEP 02335-011 OU ONDE FOR
ENCONTRADO.
SQSW 301, BLOCO B, EDIFICIO VILA LOBOS, AP
05 EDISON PEREIRA 603, SUDOESTE, BRASILIA/DF, CEP 70673-102 OU
RODRIGUES ONDE FOR ENCONTRADO.
CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE, QUADRA
06 MEIGAN SACK 12, CASA 31, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71680-
RODRIGUES 357 OU ONDE FOR ENCONTRADA.

3) PRISÕES TEMPORÁRIAS:

Da mesma forma, evidenciada a fumaça do bom direito em razão das


diversas condutas ilícitas perpetradas pelos demais investigados com fulcro no Art. 1º,
incisos I e III da Lei nº 7.960/1989, REPRESENTO PELA PRISÃO TEMPORÁRIA
dos alvos elencados na tabela 02 da presente representação, que segue logo abaixo.
A prisão temporária dos investigados é imprescindível para a investigação
policial em andamento já que durante até o presente momento já se demonstrou o ânimo e
expertise dos investigados para ocultar e dificultar a coleta de provas materiais acerca dos
delitos em apuração, utilizando de empresas de fachadas, endereços falsos e inclusive
celulares específicos para transações criminosas cadastrados em nome de pessoas
interpostas.

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Procura-se ainda a realização das oitivas dos investigados na maior


contemporaneidade possível a fim de evitar a combinação de depoimentos com os demais
investigados ou outros participantes dos crimes em comento que ainda não tenham sido
identificados.
Ainda, há que se salientar a maioria dos investigados apresentavam unidade
de intenções de realizar quaisquer atos para alcançar seus objetivos de enriquecimento
indevido e ocultar e dissimular os ganhos auferidos, cometendo com isso inúmeros delitos
em Associação Criminosa, adequando-se assim à alínea “l” do inciso III do Art. 1º da Lei
nº 7.960/1989.
É certo que a prisão preventiva é medida de exceção, cabível em situações
especiais, presentes os pressupostos e fundamentos. Os pressupostos, a nosso ver, seriam
não mais do que um dos requisitos da tutela cautelar, qual seja o “fumus boni iuris”,
representado pela prova da existência do crime, juntamente com indícios suficientes de
autoria. Como se leu, tanto está provado que os crimes ocorreram e estão em andamento,
quanto há provas cabais de que os criminosos são responsáveis pelos delitos.
A materialidade está demonstrada em razão das conversas interceptadas pelo
monitoramento telefônico, mensagens de e-mail coletadas na interceptação telemática,
movimentações financeiras atípicas, transferências financeiras obtidas através de sigilo
bancário e fiscal, além das diligências de campos realizadas para registrar reuniões e
encontros dos investigados.
Assim, a prisão dos investigados é imprescindível para o bom deslinde das
investigações, fazendo-se necessário o recolhimento ainda que temporário das pessoas
elencadas na tabela abaixo.

TABELA 02

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ALVO NOME DO ALVO ENDEREÇOS


RUA MASCARENHAS HOMEM, Nº 980, COTIA,
01 JOSÉ TERUJI SÃO PAULO/SP, CEP 06706-145 OU ONDE FOR
TAMAZATO ENCONTRADO.
RUA MARIA ANTONIA LADALARDO, Nº 320, AP
02 MARIO PAGNOZZI 121, JARDIM FONTE DO MORUMBI, SÃO
JUNIOR PAULO/SP, CEP 05704-230 OU ONDE FOR
ENCONTRADO.
RUA BELA CINTRA, Nº 1900, AP 151,
03 JOÃO INÁCIO PUGA CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, CEP 01415-002 OU
ONDE FOR ENCONTRADO.
SHIS QL 14 CONJUNTO 03, CASA 01, LAGO SUL,
04 WAGNER PIRES DE BRASÍLIA/DF, CEP 71640-035 OU ONDE FOR
OLIVEIRA ENCONTRADO.
RUA SARGENTO JOSÉ MARCOLINO BRASILEIRO
05 JORGE CELSO FREIRE Nº 771 (ESQUINA COM A RUA SÃO LÁZARO),
DA SILVA BAIRRO JARDIM GONZAGA, JUAZEIRO DO
NORTE/CE, CEP 63040-170 OU ONDE FOR
ENCONTRADO.
06 LEONARDO SIADE SQS 302, BLOCO I, AP 201, ASA SUL,
MANZAN BRASILIA/DF, CEP 70338-090.
SQN 112, BLOCO E, AP 204, ASA NORTE,
07 THARYK JACCOUD BRASÍLIA/DF, CEP 70762-050 OU ONDE FOR
PAIXÃO ENCONTRADO.
RUA BORGES LAGOA, 1209, AP 2003, VILA
08 CHIQUEKI MURAKAMI CLEMENTINA, SÃO PAULO/SP, CEP 04038-002 OU
ONDE FOR ENCONTRADO.
SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, LAGO SUL,
09 JOSÉ RICARDO DA BRASÍLIA/DF, CEP 71650-245, OU ONDE FOR
SILVA ENCONTRADO.
SHIS QI 29, CONJUNTO 02, CASA 09, LAGO SUL,

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10 JOÃO BATISTA BRASÍLIA-DF, CEP. 71675-220 OU ONDE FOR


GRUGINSKI ENCONTRADO.
CONDOMÍNIO ESTANCIA JARDIM BOTANICO, Nº
11 ADRIANA OLIVEIRA E 124, CONJUNTO J, JARDIM BOTANICO,
RIBEIRO BRASILIA/DF, CEP 71680-365 OU ONDE FOR
ENCONTRADA.
SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, LAGO SUL,
12 EIVANY ANTONIO DA BRASILIA/DF, CEP 71635-280 OU ONDE FOR
SILVA ENCONTRADO.
QI 27, AVENIDA RIO AMAZONAS, CONDOMÍNIO
13 EIVANICE CANÁRIO DA QUINTAS DA ALVORADA, CASA 141, LAGO SUL,
SILVA BRASÍLIA/DF, CEP 71680-356 OU ONDE FOR
ENCONTRADA.
SQN 203, BLOCO C, AP 203, ASA NORTE,
14 PAULO ROBERTO BRASILIA/DF, CEP 70833-030, OU ONDE FOR
CORTEZ ENCONTRADO.
ALAMEDA ARAPANES, Nº 881, AP 101, MOEMA,
15 SILVIO GUATURA SÃO PAULO/SP, CEP 04524-001, OU ONDE FOR
ROMÃO ENCONTRADO.
RUA DOUTOR OSCAR MONTEIRO DE BARROS, nº
16 EZIQUIEL ANTONIO 333, VILA SUZANA, SÃO PAULO/SP, CEP 05641-
CAVALARI 010 OU ONDE FOR ENCONTRADO.
QNO 07 CONJUNTO B CASA 33, CEILANDIA
17 HUGO RODRIGUES NORTE, BRASÍLIA/DF, 72251-070 OU ONDE FOR
BORGES ENCONTRADO.
SMDB CONJUNTO 11 CASA 02, LAGO SUL,
18 ALEXANDRE PAES DOS BRASILIA/DF, 71680-1105 OU ONDE FOR
SANTOS ENCONTRADO.

Ademais, no mesmo diapasão, considerando a possibilidade do


Excelentíssimo Senhor Juiz indeferir do pedido de prisão preventiva insculpido no

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item 02 acima, e pelas mesmas razões aqui evidenciadas, isto é, imprescindibilidade


para a investigação criminal e prática de delitos envolvendo organização criminosa e
associação criminosa, sobejamente demonstrada a fumaça do bom direito em razão
das diversas condutas ilícitas perpetradas pelos investigados, com fulcro no Art. 1º,
incisos I e III da Lei nº 7.960/1989, REPRESENTO SUBSIDIARIAMENTE pela
PRISÃO TEMPORÁRIA dos investigados citados na tabela 01 constante do item 02
deste pedido.

4) BUSCAS E APREENSÕES:

Em respeito ao art. 5º, inciso XI, da Constituição, e com base no art. 240 e
seguinte do diploma processual penal pátrio, REPRESENTO POR BUSCA E
APREENSÃO nos endereços dos alvos, os quais também se encontram na tabela 03 da
presente representação, com a expedição do competente mandado para cumprimento nos
endereços abaixo relacionados, com o fim de buscar e apreender documentos, agendas,
anotações, correspondências, pastas, telefones (smartphones), quaisquer mídias de
armazenamento (HDs, HDs externos, Pen Drives, outros...), computadores, e quaisquer
outros objetos que possam robustecer o corpo probatório e que guardem correlação com os
crimes de Corrupção Ativa e Passiva, Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de
influência, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, ou
quaisquer outros delitos, bem com joias, obras de arte, utensílios domésticos de grande
valor, veículos (automóveis, motocicletas, lanchas, aeronaves, etc...), dinheiro em espécie,
cheques ou quaisquer bens e valores, tudo por poder se tratar de produtos de atividade
criminosa ou materialidade de lavagem de dinheiro.

TABELA 03

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ALVO ENDEREÇOS REFERÊNCIA


01 SHIS QI 09, CONJUNTO 08, CASA 06, Residência do Jorge Victor
LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71625-080. Rodrigues
SHIS QL 10, CONJUNTO 10, CASA 01, Escritório do Jorge Victor
02 LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71630-105 Rodrigues e do Leonardo Siade
(SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL). Manzan
AE AC ADE, CONJUNTO 13 LOTE 32
03 SALA 202, AGUAS CLARAS, Contabilidade da empresa do
BRASÍLIA/DF, CEP 71987-720 (VR Jorge Victor Rodrigues
ASSESSORIA E CONSULTORIA S/S).
CONDOMÍNIO OURO VERMELHO I - V1, Residência do Lutero Fernandes
04 QUADRA 16, LOTE 08, LAGO SUL, do Nascimento
BRASÍLIA/DF, CEP 71680-379.
GABINETE DO LUTERO FERNANDES DO
NASCIMENTO NA ASSESSORIA
05 TÉCNICA E JURÍDICA (ASTEJ) DO CARF, Gabinete do Lutero Fernandes do
SEDIADO NO SETOR COMERCIAL SUL, Nascimento
QUADRA 01, BLOCO J, ED. ALVORADA,
CEP 70396-900, BRASÍLIA/DF.
RUA RUI BARBOSA, Nº 255, AP 82, SANTO Residência do Eduardo
06 ANDRE, SANTO ANDRÉ/SP, CEP 09190- Cerqueira Leite
370.
GABINETE DO EDUARDO CERQUEIRA
LEITE NA DIVISÃO DE ORIENTAÇÃO E
07 ANÁLISE TRIBUTÁRIA DA DELEGACIA Gabinete do Eduardo Cerqueira
ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO Leite
BRASIL DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS EM SÃO PAULO,
SEDIADA NA RUA AVANHADAVA, Nº 55 -
BELA VISTA, CEP 01306-900, SÃO

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PAULO/SP.
RUA CAPITAO ALBERTO MENDES
08 JUNIOR, Nº 464, CONDOMÍNIO ED. Residência do Jeferson Ribeiro
RESIDENCIAL BOUGAINVILLE, AP 42 - Salazar
AGUA FRIA, SÃO PAULO/SP, CEP 02335-
011.
RUA BRIGADEIRO TOBIAS, Nº 669 (ED.
09 GALERIA ALMIRA GONÇALVES), Escritório do Jeferson Ribeiro
BLOCO A, AP 73, LUZ, SÃO PAULO/SP, Salazar
CEP 01032-001.
10 RUA MASCARENHAS HOMEM, Nº 980, Residência do José Teruji
COTIA, SÃO PAULO/SP, 06706-145. Tamazato
RUA VOTUVERAVA, Nº 83, JARDIM Escritório do José Teruji
11 GUEDALA (OU CIDADE JARDIM), SÃO Tamazato, Mário Pagnozzi
PAULO/SP, CEP 05.604-020 (MACEFAPE Junior e possivelmente do
PARTICIPAÇÕES LTDA). Eduardo Cerqueira Leite
RUA FREI CANECA, Nº 33, CONJUNTO 33, Contabilidade do José Teruji
CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP Tamazato, Mário Pagnozzi
12 (PAGNOZZI, PAGNOZZI & ASSOCIADOS Junior e possivelmente do
CONSULTORIA EMPRESARIAL S/S Eduardo Cerqueira Leite
LTDA).
RUA MARIA ANTONIA LADALARDO, Nº
13 320, AP 121, JARDIM FONTE DO Residência da Mario Pagnozzi
MORUMBI, SÃO PAULO/SP, CEP 05704- Junior
230.
14 RUA BELA CINTRA, Nº 1900, AP 151, Residência da João Inácio Puga
CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO/SP, CDP
01415-002.
SALA DO JOÃO INÁCIO PUGA E DO
DEPARTAMENTO JURÍDICO NA
15 AVENIDA PAULISTA Nº 2100, BELA Escritório do João Inácio Puga

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VISTA, SAO PAULO/SP, CEP 01310-000


(INVESTPAR E OUTRAS
“PARTICIPAÇÕES LTDA”).
ALAMEDA TOCANTINS, Nº 75 ANDAR 02,
16 SALA 203 A 206, ALPHAVILLE, BARUERI, Escritório do João Inácio Puga
CEP 06455-020 (JS ADMINISTRACAO DE
RECURSOS S/A).
17 SHIS QL 14 CONJUNTO 03, CASA 01, Residência do Wagner Pires De
LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, 71640-035. Oliveira
RUA SARGENTO JOSÉ MARCOLINO
BRASILEIRO, Nº 771 (ESQUINA COM A Residência do Jorge Celso Freire
18 RUA SÃO LÁZARO), BAIRRO JARDIM da Silva
GONZAGA, JUAZEIRO DO NORTE/CE,
CEP 63040-170.
GABINETE DO JORGE CELSO FREIRE
DA SILVA NA PRESIDÊNCIA DA 4º
19 CÂMARA DA 1ª SEÇÃO DE Gabinete do Jorge Celso Freire
JULGAMENTO DO CARF SEDIADO NO da Silva
SETOR COMERCIAL SUL, QUADRA 01,
BLOCO J, ED. ALVORADA, CEP 70396-
900, BRASÍLIA/DF.
20 SQS 203, BLOCO G, AP 501, ASA SUL, Residência do Leonardo Siade
BRASILIA/DF, CEP 70233-070. Manzan
SQSW 301, BLOCO B, EDIFICIO VILA
21 LOBOS, AP 603, SETOR SUDOESTE, Residência do Edison Pereira
BRASILIA/DF, CEP 70673-102. Rodrigues
SETOR COMERCIAL SUL QUADRA 02
22 BLOCO D SALAS 1102 A 1105, ASA SUL, Escritório do Edison Pereira
BRASÍLIA/DF, 70302-000 (RODRIGUES E Rodrigues e da Meigan Sack
ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S). Rodrigues
CONDOMINIO VILLE DE MONTAGNE, Residência da Meigan Sack

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23 QUADRA 12, CASA 31, LAGO SUL, Rodrigues


BRASÍLIA/DF.
24 SQN 112, BLOCO E, AP 204, ASA NORTE, Residência do Tharyk Jaccoud
BRASÍLIA/DF, CEP 70762-050. Paixão
25 SCLN 309, BLOCO "B", SALA 102, ASA Escritório do Tharyk Jaccoud
NORTE, BRASÍLIA/DF, CEP 70755-520. Paixão
RUA BORGES LAGOA, Nº 1209, AP 2003,
26 VILA CLEMENTINA, SÃO PAULO/SP, Residência do Chiqueki
CEP 04038-002. Murakami
SHIS QL 22, CONJUNTO 04, CASA 14, Residência do José Ricardo da
27 LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71650-245 Silva
SHIS QI 15, CONJUNTO 08, CASA 05, Escritório do José Ricardo da
LAGO SUL, BRASILIA/DF, CEP CEP Silva, João Batista Gruginski,
28 71635-280 (J.R. SILVA ADVOGADOS & Adriana Oliveira e Ribeiro,

ASSOCIADOS E PROVAVELMENTE SGR Eivanice Canário da Silva

CONSULTORIA EMPRESARIAL).
29 SHIS QI 29, CONJUNTO 02, CASA 09, Residência do João Batista
LAGO SUL, BRASÍLIA-DF, CEP 71675-220. Gruginski
CONDOMÍNIO ESTANCIA JARDIM
30 BOTANICO, Nº 124, CONJUNTO J, Residência da Adriana oliveira e
JARDIM BOTANICO, BRASILIA/DF, CEP Ribeiro
71680-365.
QI 27, AVENIDA RIO AMAZONAS,
31 CONDOMÍNIO QUINTAS DA ALVORADA, Residência da Eivanice Canário
CASA 141, LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP da Silva
71680-356.
32 SQN 203, BLOCO C AP 203, ASA NORTE, Residência do Paulo Roberto
BRASILIA/DF, CEP 70833-030. Cortez
ALAMEDA ARAPANES, Nº 881, AP 101, Residência do Silvio Guatura
33 MOEMA, SÃO PAULO/SP, CEP 04524-001. Romão e Escritório da Alfa
Atenas Assessoria Empresarial

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RUA AUGUSTA, Nº 2.529, CONJUNTO 31,


34 CERQUEIRA CESAR, SÃO PAULO/SP, Escritório do Silvio Guatura e do
CEP 01413-100 (PLANEJA ASSESSORIA Eziquiel Antonio Cavallari
EMPRESARIAL).
RUA DOUTOR OSCAR MONTEIRO DE Residência do Eziquiel Antonio
35 BARROS, nº 333, VILA SUZANA, SÃO Cavalari
PAULO/SP, CEP 05641-010.
QNO 07, CONJUNTO B, CASA 33, Residência do Hugo Rodrigues
36 CEILANDIA NORTE, BRASÍLIA/DF, CEP Borges
72251-070.
AVENIDA MAGALHAES DE CASTRO, Nº Sede da Marcondes e Mautoni
37 4800, CONJUNTO 31 E 32, 3º ANDAR - C - Empreendimentos e Diplomacia
CIDADE JARDIM, SAO PAULO/SP, CEP Corporativa LTDA
05502-001.
Escritório do Alexandre Paes do
38 QI 11, CONJUNTO 05, CASA 10, LAGO Santos e possível depósito de
SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71625-250. informações Davos Energia e
Davos Prestadora De Serviços
Em Energia Elétrica LTDA
Sede do Restaurante do
ST SHIS CC QI 13 BLOCO H SN LOJA 40, Alexandre Paes do Santos e
39 LAGO SUL, BRASÍLIA/DF, CEP 71635-013. possível depósito de informações
Davos Energia e Davos
Prestadora De Serviços Em
Energia Elétrica LTDA
SIBS QUADRA 03 CONJUNTO A, LOTES Contabilidade do IDEPE
40 30 E 32 1º PAVIMENTO, NÚCLEO Instituto de Desenvolvimento de
BANDEIRANTES, BRASÍLIA/DF, CEP Estudos e Projetos Econômicos
71701-970. LTDA
SMDB CONJUNTO 11 CASA 02 , LAGO Residência do Alexandre Paes

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41 SUL, BRASILIA/DF, CEP 71680-1105 dos Santos


5) SEQUESTRO DE BENS E VALORES:

Com fulcro base no Art. 4º da Lei nº 9.613/1998, represento pelo


SEQUESTRO de bens e valores apreendidos durantes as buscas, bem como pela
aplicação da regra do §2º do mesmo Art. 4º da Lei nº 9.613/1998, para liberação dos
bens sequestrados somente mediante a comprovação da licitude da origem ou dos recursos
utilizados para a aquisição dos mesmos.
Nesse mesmo diapasão, representamos pelo bloqueio de valores
depositados em contas correntes e poupanças, previdências privadas, fundo de
investimentos e apólices de seguros e quaisquer outros investimentos que estejam em
nome das pessoas físicas e jurídicas elencadas na tabela 04 logo abaixo, a ser efetivado
via sistema BACEN-JUD (do Banco Central), baseado no CPF e CNPJ apresentados na
citada tabela, quando do cumprimento dos mandados de buscas e prisões, em caso de
deferimento dos pedidos formulados nos itens anteriores. Ainda, com espeque no Art. 4º da
Lei nº 9.613/1998 representamos ainda pelo SEQUESTRO dos valores bloqueados em
decorrência do procedimento acima e pela aplicação da regra do §2º do mesmo Art. 4º
da Lei nº 9.613/1998, para liberação dos valores sequestrados somente mediante a
comprovação da licitude da origem ou dos recursos.

TABELA 04
NOME CPF / CNPJ
ABC CONSULTORIA TRIBUTARIA LTDA 11346997000152
ADRIANA OLIVEIRA RIBEIRO 78193451104
AGROPECUARIA TERRAFERTIL LTDA 33476987000174
ALEXANDRE PAES DOS SANTOS 10244620130
ALFA ATENAS ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA 09486417000180
APS ASSESSORIA PLANEJAMENTO E SERVICOS S/C LTDA 00580381000125

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CHIQUEKI MURAKAMI 14216850944


CLARA VENUSTA LOPES DA SILVA BARROS PENHA 02997398304
DAVOS ENERGIA LTDA 11388932000170
EDISON PEREIRA RODRIGUES 01324497068
EDUARDO CERQUEIRA LEITE 99171031804
EDUARDO GONÇALVES VALADÃO 83175938191
EIVANICE CANÁRIO DA SILVA 44448040178
EIVANY ANTONIO DA SILVA 00965537900
EZIQUIEL ANTONIO CAVALLARI 16509862972
FLAVIO ROGERIO DA SILVA 46238298120
IDEPE INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS E
PROJETOS ECONOMICOS LTDA 05769231000188
J.R. SILVA ADVOGADOS & ASSOCIADOS 11297807000154
JEFERSON RIBEIRO SALAZAR 06407382815
JOÃO BATISTA GRUGINSKI 00499510925
JOÃO INÁCIO PUGA 00653861834
JORGE CELSO FREIRE DA SILVA 37305182400
JORGE VICTOR RODRIGUES 02986965920
JOSÉ RICARDO DA SILVA 33979499120
JOSÉ TERUJI TAMAZATO 27566285815
LEONARDO SIADE MANZAN 80484999168
LUTERO FERNANDES DO NASCIMENTO 19738528453
MARCONDES E MAUTONI EMPREENDIMENTOS E DIPLOMACIA
CORPORATIVA LTDA 02811007000119
MARIO PAGNOZZI JUNIOR 72491817853
MEIGAN SACK RODRIGUES 80167861034
PAULO ROBERTO CORTEZ 14592363000
PLANEJA ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA 09505599000190
RODRIGUES E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S 07397724000160
SBS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 37081171000100
SGR CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA 06265629000140
SILVIO GUATURA ROMAO 24284114891

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6) SIGILO JUDICIAL:

Outrossim, considerando a reunião ulterior de informações


constitucionalmente protegidas (interesse dos investigados), e a necessidade de ressaltar a
natureza sigilosa do Inquérito Policial (interesse da investigação), qualidade necessária para
que possa a Autoridade Policial assegurar o eficiente prosseguimento das diligências,
solicito que Vossa Excelência determine que o presente feito tenha o seu curso em
“SEGREDO DE JUSTIÇA”, com a expressa disposição de que somente seja dado vista dos
autos e extraídas cópias mediante autorização direta desse Juízo, e somente após o
encerramento das diligências (conforme o cimentado entendimento dos tribunais
superiores), para que a Autoridade Policial possa desenvolver todas as investigações que se
fizerem necessárias ao cabal esclarecimento dos fatos ilícitos e identificação de suas
respectivas autorias. Nesse sentido, já se pronunciou o STF:

"O direito do indiciado, por seu advogado, tem por objeto as informações
já introduzidas nos autos do inquérito, não as relativas à decretação e às
vicissitudes da execução de diligências em curso (cf L.. 9296, atinente às
interceptações telefônicas, de possível extensão a outras diligências);
dispõe, em consequência, a autoridade policial de meios legítimos para
obviar inconvenientes que o conhecimento pelo indiciado e seu defensor
dos autos do inquérito policial possa acarretar à eficácia do procedimento
investigatório" (HC n° 82.354/PR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10-08-
2004). (grifo nosso)

7) Por fim, por razões de segurança das informações, solicito que em caso de
deferimento do pedido, todos os mandados sejam entregues diretamente à
DFAZ/CGPFAZ/DICOR/DPF, em envelope lacrado e sigiloso, ou ser entregue em mãos ao
policial indicado nesta divisão, que deverá se identificar e assinar recibo.

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Brasília/DF, 30 de Janeiro de 2015.

MARLON OLIVEIRA CAJADO DOS SANTOS


Delegado de Polícia Federal – 1ª Classe
Matrícula n° 10.891

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