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ARTIGO Fotos devem ser encaminhadas
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Retração em
alvenaria estrutural
efeito da retração, quando não tensão,pode-se adotar o seguinte valor
O tratado corretamente, é uma das
principais causas de fissuras em edifí-
Guilherme Aris Parsekian
Professor-doutor, Programa de
para a retração da alvenaria:
 0,25 (retração por carbonatação) +
Pós-Graduação em Construção Civil
cios, incluídos os de alvenaria estrutu- 0,5 x retração por secagem do bloco
da Universidade Federal de São
ral. Este artigo tem por objetivo indi- (ensaio NBR 12117) = 0,65 [mm/m]
Carlos (UFSCar).
car alguns detalhes de projeto e cuida-
parsek@power.ufscar.br
dos durante a execução, para minimi- De forma simplificada, pode-se
zar o potencial de desenvolvimento de adotar os seguintes valores limites
Davidson Figueiredo Deana
fissuras por retração em edifícios de (Parsekian, 2002):
Engenheiro civil, Ethos Soluções.
alvenaria estrutural.
dfdeana@yahoo.com
 0,5 mm/m
São indicados alguns cuidados  0,6 mm/m (alvenarias protendidas)
como posicionamento de juntas, esco-
Kleilson Carmo Barbosa
lha correta dos blocos e respeito ao Ensaios
Engenheiro civil, Mestre em
tempo de assentamento desses, arma- Estudo realizado no Programa de
Construção Civil.
ção das paredes e preenchimento das Pós-Graduação em Construção Civil da
klecbarbosa@terra.com.br
juntas verticais. UFSCar avaliou experimentalmente a
retração em blocos e paredes de alvena-
Thiago Bindilatti Inforsato
Blocos de concreto ria. O trabalho completo é relatado em
Engenheiro civil, Mestrando em
O ensaio de retração por secagem Barbosa (2005) e em Parsekian (2005).
Construção Civil, Universidade Federal
dos blocos é realizado de acordo com a Foram ensaiados blocos de 8,0 e
de São Carlos (UFSCar).
NBR 12117/1991. Serve para certifica- 14,0 MPa de um fabricante de grande
thi_bin@yahoo.com.br
ção da qualidade destes e deve ser rea- porte da Região Metropolitana de
lizado apenas pelo fabricante e não São Paulo, sujeitos a três tipos de
pela obra. A máxima retração permiti- somar a retração por carbonatação, curas e produzidos na mesma parti-
da dos blocos é igual a 0,65 mm/m. Se- além da retração inicial irreversível. da. Os ensaios foram iniciados sete
gundo a NCMA (National Concrete Segundo o NCMA (2003b) a retra- dias após a produção dos blocos, com
Masonry Association) (2003a), quan- ção por carbonatação ocorre a partir três dias de cura a vapor, úmida ou
do não há variação no traço ou no da reação entre materiais cimentí- natural (sem cura alguma). As pare-
procedimento de fabricação, deve-se cios e o dióxido de carbono presente des foram moldadas cinco dias após a
repetir o ensaio a cada dois anos. Nesse na atmosfera; é caracterizada por produção dos blocos.
ensaio os blocos são submetidos a um processo lento e ao longo de vá- Também foram utilizados blocos
condições extremas de umidade, pró- rios anos e sugere considerar o valor de um pequeno fabricante do interior
xima a zero e 100%. de 0,25 mm/m. de São Paulo, com resistência de 4,5
No caso da parede construída na De acordo com o ACI 530- MPa e cura úmida. Essas paredes
obra, não se espera que esta seja sub- 05/ASCE 5-05/TMS 402-05 e "Ma- foram moldadas após cinco e 19 dias
metida a condições tão extremas e, sonry Designers Guide" (The Masonry da produção dos blocos.
portanto, a retração por secagem da Society, 2003), para levar em conta o O aqui chamado "grande fabrican-
parede será igual a uma parcela da re- efeito da retração nos projetos, como te" detém todo o processo de produ-
tração medida no bloco. Entretanto, por exemplo para dimensionar juntas ção dos blocos, automatizado e con-
para se obter a retração total, deve-se de controle ou calcular perdas de pro- trolado eletronicamente, com vibro-

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14 - vapor 14 - úmida 14 - natural 8 - vapor


8 - úmida 8 - natural 4, 5 - SC - 5 dias 4, 5 - SC - 19 dias
0,00
Log. (14 - vapor) Log. (14 - natural) Log. (14 - úmida) Log. (8 - vapor)
Log. (8 - natural) Log. (8 - úmida) Log. (4, 5 - SC - 5 dias) Log. (4, 5 - SC - 19 dias)
-0,01 y = -0,0026Lm(x) - 0,0067
R² = 0,5262
-0,02 y = -0,0028Lm(x) - 0,0105
R² = 0,5269
Retração (%)

-0,03 y = -0,0031Lm(x) - 0,0121


R² = 0,4373
y = -0,0034Lm(x) - 0,0112
-0,04
R² = 0,6702
y = -0,0077Lm(x) - 0,0001
-0,05 R² = 0,8606
y = -0,0068Lm(x) - 0,0109
-0,06 R² = 0,7468
y = -0,0079Lm(x) - 0,0056
-0,07 R² = 0,8309
50 100 150 200 250 300 350 y = -0,0084Lm(x) - 0,0083
Tempo (dias) R² = 0,853
Figura 1– Retração horizontal medida, média das paredes analisadas (mm/m x 10-1)

prensa de grande porte e cura a vapor dução desses, especialmente quando produzir blocos com menor potencial
no procedimento normal de produção. não há cura adequada. de retração por diferentes motivos.
O cimento utilizado foi o CP-II. O fato de se ter controle do traço e
O "fabricante de pequeno porte" Prevenção de fissuras uma energia de vibroprensagem ele-
não tinha controle do processo de pro- A retração causa variação do volu- vada permite otimização do traço, es-
dução e da dosagem dos materiais, me das paredes e, quando não é impe- pecialmente da quantidade de cimen-
possuía vibroprensa pequena e usual- dida, apenas diminui seu tamanho. to. Quanto menor a taxa de cimento
mente executa a cura por meio do es- Entretanto, nas construções usuais menor o potencial de retração.
palhamento dos blocos no chão e mo- existem restrições a essa retração, seja Também são fatores importantes
lhagem por um dia. O cimento utiliza- pelo intertravamento das faces late- no processo de produção a utilização
do foi o CP-V. rais com outro painel de alvenaria, de materiais limpos e bem graduados,
A figura 1 mostra a retração hori- seja pelo travamento inferior ou su- a especificação de dosagem adequada,
zontal medida nas paredes. perior por lajes, provocando o apare- o controle da umidade dos agregados
Baseado nesses estudos e na biblio- cimento de tensões de tração e poden- e a mistura adequada.
grafia consultada, pode-se concluir: do levar a fissuras. A utilização de cura a vapor, além
 A retração da alvenaria depende ba- Existem vários caminhos para pre- de contribuir para a otimização do
sicamente da retração do bloco (a re- venção de fissuras devido à retração, traço, acelera as reações iniciais do ci-
tração da argamassa é usualmente discutidos a seguir. mento, fazendo com que grande parte
maior que a dos blocos, porém a junta da parcela de retração irreversível
de argamassa preenche apenas peque- Minimização da retração dos blocos ocorra nos primeiros dias, antes do as-
nos espaços nas paredes). É de fundamental importância sentamento dos blocos.
 Blocos fornecidos por fabricantes com que, após o assentamento, os blocos Neste trabalho são considerados
vibroprensa de pequeno porte, sem con- tenham a menor retração possível. Di- dois fatores para recomendação de
trole rigoroso do processo de fabricação ferentes conclusões podem ser extraí- tempo de espera para assentamento.
têm potencial de retração maior. das de Barbosa (2005). Fabricantes O primeiro fator é relativo ao fabri-
 Blocos de maior resistência têm com vibroprensa de maior eficiência cante: se esse tem ou não cura a vapor.
maior potencial de retração. em termos de energia de vibração e Ainda que a cura a vapor não seja o
 Parcela significativa da retração compactação, com controle rigoroso único fator para escolha do fabricante,
ocorre nos primeiros dias após a pro- da produção e cura a vapor, podem entende-se que fabricantes com cura a

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ARTIGO

vapor terão também maior controle indicando valores de retração máxi- juntas. Neste artigo, serão adotados
de produção, além de equipamento de mos (de todos os exemplares) infe- três níveis de taxa de armadura hori-
vibroprensagem de maior porte. riores ao especificado com início de zontal das paredes: 0%, 0,04% e 0,1%.
É interessante escolher blocos de ensaio aos 14 dias; Essas taxas são relativas à área bruta
fabricantes com cura a vapor. Quando V. Nunca se deve molhar os blocos da seção lateral da parede (espessura x
isso não for possível, além de se certi- antes do assentamento. Eles devem altura) e foram adaptadas de reco-
ficar de que o produto atende a todas estar secos (em equilíbrio com a mendações internacionais.
as especificações de norma, é impor- umidade média local), quando do Para se obter uma taxa de armadu-
tante aguardar maior período antes assentamento. ra de 0,04% em uma parede de 14 cm e
do assentamento. Contudo, respeita- 2,80 m de altura, deve-se ter a seguinte
dos os prazos adequados, o processo Juntas de controle e armação das área de aço horizontal: 0,04 x 14 x 2,80
de cura úmida em câmaras com ne- paredes = 1,57 cm2. Essa taxa pode ser obtida
bulizadores, antigotejadores e higrô- Juntas de controle podem reduzir com uma canaleta a meia altura e outra
metro que garanta a umidade em o potencial de aparecimento de fissu- no respaldo da laje, cada uma armada
todo o ambiente acima de 80% são ras por retração, pois estas permitem com uma barra de 10 mm.
aceitáveis. O outro fator é relativo à que as deformações ocorram livre- A figura 2 indica alguns detalhes
resistência do bloco. mente, sem o aparecimento de ten- de armação, havendo ainda outras
A NBR 8798/1985 recomenda a sões. No sentido contrário, a armação possibilidades, como o uso de arma-
utilização de blocos somente com das paredes permite o aumento na re- duras de pequeno diâmetro nas jun-
idades superiores a 21 dias. Entende- sistência à tração, provendo à alvena- tas de assentamento horizontal.
se que esse prazo pode ser diminuí- ria capacidade de resistir a eventuais O Projeto de Norma na NBR10837
do para cura a vapor e blocos de trações ocorridas. (2005) especifica os espaçamentos
baixa resistência. Quanto maior for a taxa de arma- indicados na tabela 1. Recomenda-
Baseado nessas considerações re- dura horizontal de uma parede, se, como boa prática executiva, a
comenda-se: menor deve ser o espaçamento das armação das paredes externas com
I. A retração por secagem dos blocos,
ensaiados segundo NBR 12117, fica li-
8

mitada a 0,65 mm/m; Armadura


II. Blocos produzidos sem cura a vapor 1 x ø10 mm 1 x ø10 mm
construtiva
não devem nunca ser utilizados com
menos de 21 dias de idade;
III. Blocos de resistência moderada, até 1 x ø10 mm
8,0 MPa, produzidos com cura a vapor,
podem ser utilizados aos sete dias; para
tanto, a fábrica deve possuir certificado
280

1 x ø10 mm
de ensaio de retração por secagem, se-
gundo NBR 12117, indicando valores 1 x ø10 mm
de retração máximos (de todos os
exemplares) inferiores ao especificado 1 x ø10 mm
com início de ensaio aos sete dias;
IV. Blocos de resistência elevada,
acima de 8,0 MPa, produzidos com 1 x ø10 mm
cura a vapor, podem ser usados aos 14
dias; para tanto, a fábrica deve pos- Caso A Caso B Caso C
suir certificado de ensaio de retração Taxa de 0% Taxa de 0,04% Taxa de 0,1%
por secagem, segundo NBR 12117,
Figura 2 – Detalhes de armação horizontal para várias taxas de armadura

Tabela 1– RECOMENDAÇÃO PARA ESPAÇAMENTO HORIZONTAL DAS JUNTAS DE CONTROLE


Localização Taxa de Limite (m)
da parede armadura Blocos produzidos Blocos produzidos
com cura a vapor sem cura a vapor
Externa Sem armadura (figura 2-A) 7,0 5,0
Externa 0,04% (figura 2-B) 9,0 7,5
Interna Sem armadura (figura 2 -A) 9,0 7,5
Interna 0,04% (figura 2-B) 11,0 9,0

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uma cinta intermediária e respeito seca (não preenchida), sendo esse dios e altos durante a elevação das
ao espaçamento das juntas de con- procedimento favorável à capacida- paredes. Em prédios baixos re-
trole anotadas nessa tabela. de de absorver deformações e evitar comenda-se considerar o não preen-
Exemplos de utilização da tabela: o surgimento de fissuras e patolo- chimento de juntas verticais e fechá-
1) uma parede interna, armada com gias nas paredes". las após a execução da parede (suge-
cinta intermediária (figura 2-B) e Entretanto, alguns fatores como re-se aguardar pelo menos uma se-
bloco produzido com cura a vapor: resistência ao cisalhamento diminuí- mana), empregando uma argamassa
deve-se prever uma junta de controle da e menor isolação acústica devem de resistência inferior à usada no as-
a cada 11,0 m; 2) uma parede externa, ser levados em conta. sentamento. Essa opção deve ser de-
sem armadura longitudinal e bloco Projetistas especializados em al- finida na fase de projeto com aval do
produzido sem cura a vapor: o com- venaria estrutural recomendam o engenheiro de estruturas.
primento máximo de uma parede não preenchimento ou preenchi-
deve ser igual a 5,0 m. mento posterior das juntas verticais Agradecimentos
para evitar patologias associadas à re- Os autores agradecem à Fapesp,
Argamassa e preenchimento das tração (Wendler, 2005). Capes e à ABCP (Associação Brasileira
juntas verticais Recomenda-se o preenchimento de Cimento Portland) pelo financia-
O traço adequado de argamassa é das juntas verticais para prédios mé- mento e apoio ao projeto de pesquisa.
o que garante a resistência adequada
da alvenaria, empregando a menor
quantidade de cimento possível. É
importante usar traços mais fortes
LEIA MAIS
quando há necessidade de resistência
à flexão e ao cisalhamento elevadas e NBR 12117 – Blocos vazados de
Crack Control in Concrete
esta só pode ser obtida pela aderência concreto para alvenaria – retração por
Masonry Walls. National Concrete
bloco–argamassa (na construção de secagem. Associação Brasileira de
Masonry Association. TEK 10-1A,
muros de arrimo, caixas d'água, pare- Normas Técnicas. Rio de
2003b.
des enterradas), sendo usual o traço Janeiro, 1991.
1:0,5:4,5 (cimento:cal:areia, em volu-
Avaliação Experimental do
me) nesses casos. NBR 8798 – Execução e controle de
Fenômeno de Retração em
No caso de edifícios de múltiplos obras em alvenaria estrutural de
Alvenaria de Blocos de Concreto.
pavimentos, a resistência da arga- blocos vazados de concreto – Rio de
2o Relatório. G. A. Parsekian. Projeto
massa deve ser no mínimo igual a 5,0 Janeiro, 1985.
de Pesquisa Fapesp 02/13766-7. Não
MPa ou 70% da resistência do bloco.
Publicado, 2005.
Em geral, o traço 1:1:6 é adequado NBR 10837 – Projeto de estruturas
para edifícios até quatro pavimentos e de alvenaria com blocos de concreto
Tecnologia de produção de
a dosagem experimental deve ser feita – Projeto de Norma, Cap. 9 a 13, V.5,
alvenaria estrutural protendida.
para edifícios mais altos. out., 2005.
G. A. Parsekian. São Paulo, Tese
Segundo Ramirez-Vilato (2004)
(Doutorado), EPUSP, 263p., 2002.
"entre as alterações de tecnologia Avaliação Experimental do
ocorridas nos últimos anos está a téc- Fenômeno de Retração em
Influência do preenchimento
nica de não preenchimento da junta Alvenaria de Blocos de Concreto.
das juntas verticais entre
vertical de assentamento dos blocos K. C. Barbosa. Dissertação
componentes no comportamento
(...). Nesse processo construtivo, essa (mestrado). Universidade Federal de
da alvenaria estrutural. R.
técnica objetivava principalmente a São Carlos - UFSCar, 233p. São
Ramirez-Vilato, São Paulo, Tese
redução da possibilidade de ocorrên- Carlos, 2005.
(Doutorado), Epusp, 165p, 2004.
cias de problemas patológicos causa-
dos por movimentações intrínsecas Building Code Requirements for
Masonry Designers' Guide. The
da alvenaria, de origem higroscópica Masonry Structures (ACI
Masonry Society. 4th Edition. The
ou térmica". 530/TMS 402/ASCE 5). Masonry
Masonry Society, 2003.
A partir de resultados de vários Standards Joint Committee. 2005.
ensaios e da caracterização de vários
Relatórios de Alvenaria estrutural
aspectos relativos ao comporta- Control Joints for Concrete
– Wendler Projetos. A. Wendler.
mento de uma parede com ou sem Masonry Walls – Alternative
Disponível em:
junta vertical preenchida, o autor Engineered Method. National
www.wendlerprojetos.com.br. Acesso
conclui que "em várias situações é Concrete Masonry Association. TEK
em: 15/10/2005.
viável a utilização da junta vertical 10-3, 2003a.

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