SÓCIOS:
Instituto da Potassa e do Fosfato (EUA)
Instituto da Potassa e do Fosfato (Canadá)
Website: www.potafos.org
DIRETOR:
AGRONÔMICAS
T. Yamada
Engo Agro, Doutor em Agronomia N0 98 JUNHO/2002
A
incorporação das áreas de cerrado como instru-
mento de produção agrícola nacional só foi possí- Veja neste número:
vel devido ao desenvolvimento de tecnologias de
correção e adubação das áreas e a criação de novas cultivares Importância dos micronutrientes na fixação
adaptadas a essas regiões de cultivo. biológica do N2 .................................................... 6
No início da abertura do cerrado utilizaram-se de parâmetros Relação entre nutrição de plantas e
técnicos empregados na região Sul do país, não adaptados à re- incidência de doenças é tema de Workshop ..... 10
gião. Isto acarretou vários problemas que em algumas regiões do Adubação potássica na cultura da soja .............. 14
Centro-Oeste persistem até hoje. Somados a estas falhas, ocorre-
ram também erros operacionais como a má distribuição do calcário, Entraves à competitividade da soja .................... 16
devido à utilização de equipamentos inadequados, além da sobre- Há déficit de mais de 1 milhão de toneladas
posição da aplicação e a incorporação superficial. Estes fatos oca- de nitrogênio na agricultura brasileira .............. 20
sionaram muitos problemas, entre eles a deficiência de micronu-
trientes.
Diante disso, foi imprescindível o desenvolvimento de fertilidade da área são de extrema importância, juntamente com as
tecnologias que permitissem melhor utilização dos fertilizantes e análises de solo e de folha, para definir o melhor manejo para cada
corretivos, de forma a aumentar a produtividade e melhorar a efi- campo da propriedade. Neste trabalho, alguns desses resultados e
ciência da utilização dos insumos. conclusões estarão sendo observados e discutidos com o objetivo
Para atender a estes objetivos, a Fundação MT iniciou em de esclarecer algumas dúvidas de técnicos e agricultores, bem como
1997 o Programa de Monitoramento de Adubação – PMA. O obje- trazer informações sobre o manejo da fertilidade do solo nas condi-
tivo foi gerar novos parâmetros de correção e adubação dos solos ções do Cerrado.
de cerrado com base em dados experimentais e padrões obtidos no
campo. O trabalho do PMA envolveu inúmeros experimentos e apro- ADUBAÇÃO PARA A SOJA - nitrogênio, fósforo
ximadamente 200.000 hectares de áreas monitoradas anualmente.
Para a realização deste projeto, a Fundação MT contou com o apoio
e potássio
de produtores, laboratórios de análises de solo e de folhas e de O PMA, após cinco anos de experimentos em área de aber-
empresas de fertilizantes (Galvani Indústria Comércio e Serviços tura do cerrado, observou que o fósforo foi o nutriente que mais
Ltda., Nutriplant Indústria e Comércio Ltda. e Fertilizantes Serra- limitou a produtividade, seguido de outros macronutrientes como
na S.A.). potássio e enxofre. Entre os micronutrientes, em áreas de abertura
Os resultados obtidos com esse trabalho mostrou que ape- do cerrado, o zinco foi o mais limitante, porém, em áreas cultivadas
sar de existirem ferramentas mais sofisticadas, como sistemas de há vários anos o zinco apresenta níveis elevados, sem respostas
análises DRIS e PASS, instrumentos simples como o histórico de positivas à adubação.
1
Pesquisadores da Fundação MT, Rondonópolis-MT. Telefone: (66) 423-2041. E-mail: leandro.pma@fundacaomt.com.br, tessaro.sas.pma@fundacaomt.
com.br, joel.pma@fundacaomt.com.br
Tabela 1. Resultados das análises de solo antes da implantação do experimento sobre resposta da soja à adubação fosfatada em solo argiloso
de cerrado. Sapezal, MT, 1999.
pH P-Mehl. K Ca + Mg Ca Mg Al H M.O. Areia Silte Argila Soma Bases (S) CTC
Água CaCl 2 - - mg/dm3 - - - - - - - - - - - - - - cmolc/dm3 - - - - - - - - - - - - g/dm3 - - - - - - - g/kg - - - - - - - - - - - - - cmolc/dm3 - - - - -
4,6 4,0 0,6 20 0,3 0,2 0,1 0,8 6,7 33,1 334 86 580 0,4 7,9
4,5 1,3 2,9 2,2 1,9 1,5 68,1 0,7 86 0,4 0,3 167 2,1 4,8 0,16
Tabela 2. Produtividade da soja em função da fonte de fósforo, forma de aplicação e quantidade aplicada em solo argiloso (60% de argila), de
primeiro ano de cultivo, na região de Sapezal (MT), safra 1999/2000.
Tabela 3. Produtividade da soja em função da fonte de fósforo, forma de aplicação e quantidade aplicada em solo argiloso (60% de argila),
segundo ano de cultivo, na região de Sapezal (MT), safra 2000/2001.
P2O5 P2O5 a lanço antes da semeadura e incorporado (kg/ha) - apenas no primeiro plantio
no sulco Super Triplo Fosfato Natural Reativo Super Simples
kg/ha 0 80 160 240 80 160 240 240
1
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - sc/ha - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
0 3,7 13,4 28,0 38,7 17,2 26,3 36,4 43,0
41 30,1 35,6 44,2 51,4 38,3 42,4 48,6 55,3
74 46,0 50,5 55,3 58,7 50,9 55,6 58,2 61,2
109 55,5 54,7 59,4 61,0 56,8 60,1 59,2 63,4
156 59,6 61,1 63,1 63,1 60,2 62,0 61,8 64,4
1
sc/ha x 60 = kg/ha.
P2O5 P2O5 a lanço antes da semeadura e incorporado (kg/ha) - apenas no primeiro plantio
no sulco Super Triplo Fosfato Natural Reativo Super Simples
kg/ha 0 80 160 240 80 160 240 240
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - sc/ha1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
0 6,1 11,8 17,2 25,7 13,0 20,1 30,7 26,6
40 29,8 35,9 43,0 47,4 36,0 44,4 47,3 51,5
80 49,6 52,1 57,7 61,7 52,8 55,7 59,2 60,8
120 58,3 59,7 62,5 63,8 59,6 62,2 64,0 65,0
160 61,9 61,3 62,0 64,0 65,6 61,4 66,1 65,9
1
sc/ha x 60 = kg/ha.
Tabela 5. Produtividade média da soja em função da fonte de fósforo, forma de aplicação e quantidade aplicada em solo argiloso (60% de
argila). Média das safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002, na região de Sapezal (MT).
P2O5 P2O5 a lanço antes da semeadura e incorporado (kg/ha) - apenas no primeiro plantio
no sulco Super Triplo Fosfato Natural Reativo Super Simples
kg/ha 0 80 160 240 80 160 240 240
1
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - sc/ha - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
0 6,8 18,9 31,2 39,3 20,0 28,9 37,5 40,4
37 27,1 37,1 46,1 51,5 38,1 45,0 49,2 54,4
79 45,6 51,6 57,3 61,9 51,9 55,3 59,6 61,8
115 56,3 58,7 62,4 65,0 59,5 62,3 63,8 65,2
146 60,8 62,5 64,7 65,7 64,1 63,5 66,3 66,3
1
sc/ha x 60 = kg/ha.
lanço e incorporado do que na linha de semeadura. Portanto, em considerar que no Mato Grosso, atualmente, boas produtividades
áreas com baixos teores de fósforo a aplicação de fósforo na linha referem-se a 60 sc/ha ou mais. Esta é apenas uma sugestão, e como
de plantio é prioritária. toda tabela de interpretação dos resultados das análises de solo,
• A fosfatagem proporciona aumento de produtividade e não deve ser utilizada isoladamente e de forma absoluta, sem consi-
pode ser viável financeiramente, desde os primeiros anos. O PMA derar o histórico de manejo e a produtividade de cada campo dentro
sugere que os produtores e os profissionais da área técnica estu- da propriedade. É importante que o profissional utilize os dados de
dem estes resultados para ver qual a melhor maneira de trabalhar pesquisa associados à sua experiência na região.
com o fósforo, a fim de obter o maior retorno por cada quilograma Os dados da Fundação MT sobre a exportação de fósforo
de fósforo adicionado, ao longo dos anos, considerando-se a con- na cultura da soja (Tabela 10) são provenientes dos experimentos
dição financeira e as condições de compra. Neste cálculo também do PMA em Nova Mutum, Sapezal e Campo Novo do Parecis con-
se deve considerar o tempo necessário para que o produtor tenha o duzidos durante a safra 2000/2001.
retorno do capital investido e suas condições de investimento.
• No primeiro ano de cultivo (Tabela 2), a eficiência da aplica- Tabela 6. Produtividade da soja em função dos teores de fósforo no
ção a lanço seguida de incorporação do fosfato natural reativo, solo e a resposta à adubação fosfatada do experimento con-
duzido em Sapezal, na safra 2001/2002.
com granulometria mais fina que a comumente encontrada no mer-
cado, foi da ordem de 80 a 90% em relação ao superfosfato triplo. P2O5 Teores de fósforo no solo (mg/dm3) - Mehlich 1
No segundo e no terceiro ano de cultivo (Tabela 3) não houve no plantio 1,8 2,0 2,8 3,1 4,1
diferença quanto ao residual do superfosfato triplo e do fosfato 1
kg/ha - - - - - - - - - - - - - - - - - sc/ha - - - - - - - - - - - - - - - - -
natural reativo. Os resultados obtidos, principalmente no primeiro 0 26,6 39,6 47,4 56,0 56,9
ano de cultivo, são superiores aos encontrados em outros traba- 40 40,0 51,5 55,1 61,1 61,6
lhos de pesquisa. Isto é devido, provavelmente, ao fosfato natural 80 51,2 55,8 60,8 63,8 64,5
utilizado ter granulometria bastante fina, o que ocasionou aumen- 120 52,3 60,2 62,0 65,0 66,0
to da reatividade deste fertilizante. Quanto mais fino o material, 160 54,2 58,4 63,4 64,4 65,9
mais rápida é a sua dissociação. 1
sc/ha x 60 = kg/ha.
No entanto, o objetivo principal deste trabalho, e dos de-
mais conduzidos pelo PMA em solos arenosos e de textura média, Tabela 7. Interpretação da análise de solo para recomendação de
não é avaliar a adubação corretiva versus a adubação de fósforo na adubação fosfatada (fósforo extraído pelo método Mehlich 1).
linha de plantio, e sim fornecer informação quanto à produtividade Teor de argila Teor de P (mg/dm3)
da soja em função dos teores de fósforo e da adubação fosfatada. (%) Muito baixo Baixo Médio Bom
Os resultados da safra 2001/2002 são apresentados na Tabela 6.
61 a 80 0 a 1,9 2,0 a 3,9 4,0 a 5,9 > 6,0
Com base nos resultados dos experimentos e no banco de
41 a 60 0 a 4,9 5,0 a 7,9 8,0 a 11,9 > 12,0
dados da PMA formados pelas lavouras participantes, é apresenta-
da uma sugestão para a interpretação dos níveis de fósforo no solo 21 a 40 0 a 5,9 6,0 a 11,9 12,0 a 17,9 > 18,0
e para a recomendação de adubação (Tabelas 7, 8 e 9). É importante < 20 0 a 7,9 8,0 a 14,9 15,0 a 19,9 > 20,0
1
Pesquisadores da Embrapa Soja, Caixa Postal 231, CEP 86001-970, Londrina, PR. E-mail: rjcampo@cnpso.embrapa.br e hungria@cnpso.embrapa.br
Fonte: Anais do II Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2002. Londrina: Embrapa Soja, 2002. p.355-366. (Embrapa Soja. Documentos 180)
Tabela 1. Efeito da aplicação complementar de Mo nas sementes de soja, cv. Conquista (produzida em Londrina), com distintos teores de Mo
no número e massa de nódulos secos (MSN), N total nos grãos e rendimento de grãos de soja. Experimento conduzido em Uberaba,
MG, em solo sem população estabelecida de Bradyrhizobium (0,0 x 10-2). Safra 99/00, EPAMIG, MG. Embrapa Soja, 2000.
Tratamento N°/plantas MSN (mg/pl) N (kg/ha) Rendimento (kg/ha)
Mo (1,3 µg.g-1) com Mo 0,5 3 186 3.203
Mo (1,3 µg.g-1) sem Mo 1,3 13 165 2.972
Mo (11,8 µg.g-1) com Mo 0,6 11 225 3.915
Mo (11,8 µg.g-1) sem Mo 1,0 8 203 3.517
Mo (23,9 µg.g-1) com Mo 0,5 3 217 3.664
Mo (23,9 µg.g-1) sem Mo 0,6 7 186 3.723
C.V. (%) - - 12,8 11,0
D M S. (5 %)1 - - 21,2 324
1
Diferença entre médias de dois tratamentos, cujo valor é superior a esses valores, para cada coluna, indica que os dois tratamentos são diferentes entre
si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
ALBINO, U.B.; CAMPO, R.J. Efeito de fontes e doses de molibdênio KLIEWER, M.; EVANS, H.J. Cobamide coenzyme contents of
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ciated with seed source on progeny response to applied molib- Applied and Enviromental Microbiology, Washington, v.60,
denum. Agronomy Journal, Madison, v.57, p.397-399, 1965. p.581-586, 1994.
Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra
1. NITROGÊNIO NA SEMEADURA DA SOJA EM SISTEMA DE na cultura do trigo nos anos de 1999 e 2001, da soja na safra 1999/
PLANTIO DIRETO 2000 e do milho na safra 2000/2001. Quanto à cultura do trigo, na
média dos dois anos, o tratamento a rendeu 2.595 kg/ha, o tratamen-
SOUZA, J.A.; ZITO, R.K.; PAES, J.M.V.; TEIXEIRA, M.R. In: to b rendeu 2.518 kg/ha e o c 2.345 kg/ha, o que representa um
CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA E MERCOSOJA, 2., Foz incremento de 10,6% e 7,3% para os tratamentos a e b, respectiva-
do Iguaçu, 2002. Resumos... p.235. mente, comparado ao tratamento c (adubação individual de cada
Adubação nitrogenada na cultura da soja não é uma prática cultura na semeadura).A cultura da soja, safra 1999/2000, apresen-
recomendada pela pesquisa. No entanto, agricultores da região do tou os seguintes rendimentos para os tratamentos a, b, c: 3.086 kg/ha,
Triângulo Mineiro, associados ao Clube Amigos da Terra de Ube- 3.522 kg/ha, 3.482 kg/ha, respectivamente. A cultura do milho apre-
raba (MG), questionavam sobre a influência da aplicação de N no sentou o rendimento de 7.837 kg/ha, 7.711 kg/ha e 6.436 kg/ha,
plantio da soja. Com o objetivo de estudar o efeito da adubação respectivamente, para os tratamentos a, b, c. Estes dados prelimina-
nitrogenada na cultura da soja, instalou-se experimentos em pro- res mostram a tendência favorável para se realizar 2/3 da adubação
priedades rurais, no município de Sacramento (MG), no ano de 1999, da cultura de verão (soja ou milho) no inverno, por ocasião da
e no município de Uberaba (MG), no ano de 2000, ambos em solo de semeadura do trigo. O maior aporte de adubo no trigo irá poten-
textura argilosa, com parcelas de 16 linhas de 60 metros de compri- cializar o seu rendimento, produzir maior palhada e deixar um resi-
mento. Utilizou-se delineamento em blocos ao acaso com três trata- dual de adubação adequado a cultura de verão. Cabe destacar que
mentos e quatro repetições, sendo os tratamentos: TT = testemu- esta tendência somente é válida para áreas com fertilidade média a
nha, sem N; T1 = 20 kg.ha-1 de N no plantio e T2 = 40 kg.ha-1 de N no alta, em plantio direto com rotação de culturas.
plantio. Todas as parcelas receberam uma adubação de 80 kg.ha-1
de P2O5 (450 kg.ha-1 de superfosfato simples) e 80 kg.ha-1 de K2O 3. ADUBAÇÃO NITROGENADA NO PLANTIO E MOLIBDÊNIO
(130 kg.ha-1 de cloreto de potássio). No ano 1999, a cultivar planta- VIA FOLIAR NA CULTURA DA SOJA [Glycine max (L.)
da foi MG/BR-46 Conquista, e no 2000 a BRSMG Liderança, em Merrill]
plantio direto, tendo o milho como cultura anterior. No ano 1999, a
SILVA, G.P.; MENEZES, C.C.E.; MENEZES, J.F.S.; IVANOFF, P.
aplicação de 40 kg.ha-1 de N proporcionou acréscimo de 16% na
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA E MERCOSOJA, 2., Foz
produtividade (2.920 kg.ha-1 – a testemunha produziu 2.523 kg.ha-1).
do Iguaçu, 2002. Resumos... p.227.
Já no ano seguinte, em outra área, a aplicação de nitrogênio não
influenciou na altura de plantas, no peso de 100 sementes e na As variedades modernas de soja, recomendadas para a re-
produtividade da soja. Diante destes resultados verifica-se a ne- gião dos cerrados, possuem um elevado potencial produtivo. Altas
cessidade de mais estudos sobre o assunto. produtividades podem ser alcançadas, desde que as recomenda-
ções técnicas sejam usadas adequadamente, principalmente a adu-
2. EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE ADUBAÇÃO NO bação. O cultivo da soja em áreas em que o sistema de plantio direto
RENDIMENTO DA SOJA, MILHO E TRIGO NO SISTEMA é adotado tem apresentado limitações nutricionais. Esta limitação
PLANTIO DIRETO torna-se mais acentuada quando a cultura anterior foi uma gramínea,
que apresenta alta relação C/N. O nitrogênio, nutriente requerido
GUTH, O.L.; LORENZONI, J.; MELLO, J.S. In: CONGRESSO em maiores quantidades, fica imobilizado durante o processo de
BRASILEIRO DE SOJA E MERCOSOJA, 2., Foz do Iguaçu, 2002. decomposição da palha, reduzindo a disponibilidade para as plan-
Resumos... p.251. tas. Com o objetivo de avaliar a produtividade da cultura da soja e
A racionalização das operações de máquinas, visando maxi- os teores foliares dos nutrientes em resposta à adubação nitro-
mizar o tempo para a semeadura das culturas, é uma necessidade genada no plantio, conduziu-se um experimento a campo, na safra
nas médias e grandes propriedades. Por outro lado, no sistema 2000/2001, em uma área com adoção do sistema de plantio direto na
plantio direto já estabilizado e com bons níveis de fertilidade, há palha, em um LV. A área vem sendo cultivada em plantio direto há
uma tendência para adubar a exportação das culturas e ajustar a nove anos e a cultura anterior à condução do experimento foi sorgo.
época da colocação do fertilizante. Com o objetivo de avaliar dife- Os tratamentos constituíram-se da combinação dos fatores doses
rentes sistemas de adubação química, foi instalado um experimento de N no plantio (0, 8, 16 e 32 kg.ha-1) com doses de Mo via foliar (0,
em novembro de 1998, no Campo Tecnológico da COTRIJUÍ, Ijuí-RS, 40, 80, 120 g.ha-1) e via sementes (20 g.ha-1). O delineamento experi-
em um Latossolo Vermelho Distroférrico típico, com matéria orgânica mental utilizado foi o de parcelas subdivididas, com quatro repeti-
de 2,8%, P 10 mg/l, K 89 mg/l e pH em água 5,6. A parcela de 2.400 m2 ções, sendo que as doses de N foram aplicadas nas parcelas, en-
foi dividida em três sub-parcelas de 800 m2 cada uma com os se- quanto as de Mo nas subparcelas. Houve diferenças estatísticas
guintes tratamentos: a) aplicação de 100% da necessidade de adu- significativas de produtividade entre as doses de N, sendo a maior
bo da cultura de inverno e de verão, no inverno; b) aplicação de produtividade obtida com a dose de 8 kg.ha-1 de N. Além disso,
67% da necessidade de adubo da cultura de inverno e de verão no houve maiores teores de K, B e Zn com o aumento das doses. A
inverno e 33% restante junto com a cultura de verão; c) colocação aplicação de Mo não afetou significativamente a produtividade,
da necessidade de adubo da cultura de inverno e da cultura de mas influenciou significativa e positivamente os teores foliares de
verão na sua respectiva semeadura. Em todos os tratamentos P e negativamente os de S. Além de influenciar positivamente a
seguiu-se a recomendação da exportação de nutrientes (N, P2O5 e produtividade da soja, a dose de 8 kg.ha -1 de N no plantio
K2O) por tonelada de grão colhido. Foram avaliados os resultados mostrou-se economicamente viável.
CURSO DA POTAFOS
CURSO DE RECICLAGEM SIMPAS
Sistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável
(POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras)
Local: Unaí-MG
Data: 08-10/OUTUBRO/2002
Informações: Wilson, Evandro ou Silvia, fone (19) 3433-3254 ou pelo site www.potafos.org
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
OUTROS EVENTOS EM 2002
1. 6th INTERNATIONAL CONFERENCE ON PRECISION 4. SECOND SILICON IN AGRICULTURE CONFERENCE
AGRICULTURE AND OTHER PRECISION RESOURCES
Local: Tsuruoka, Japão
MANAGEMENT
Data: 22 a 26/AGOSTO/2002
Local: Radisson Hotel South and Plaza Tower, Minneapolis, Informações: Dr. Jian Feng Ma
Minnesota, EUA Faculty of Agriculture - Kagawa University
Data: 14 a 17/JULHO/2002 Ikenobe, Miki-cho, Kita-gun
Informações: Kellen Sullivean - Program Coordinator Kagawa 761-0795 Japão
Telefone: 612 - 624-4224 Telefone: + 81- 87-891-3137
Fax: 612 - 624-4223 Fax: + 81- 87-891-3137
E-mail: sullivan@soils.umn.edu E-mail: maj@ag.kagawa-u.ac.jp
Website: www.precision.agri.umn.edu/2002 Website: http://cpln.kais.kyoto-u.ac.jp/silicon_in_agriculture/
index.html
2. 42o CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA
11o CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HORTICULTURA
5. XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLAN-
Local: Universidade Federal de Uberlândia, MG TAS DANINHAS
Data: 28/JULHO a 02/AGOSTO/2002
Informações: Secretaria do 42o CBO e 11o CLAH Local: Gramado, RS
Telefone/fax: (34) 3218-2225 Data: 29/JULHO a 01/AGOSTO/2002
E-mail: 42cbo@iciag.ufu.br Informações: XXIII CBCPD - Office Marketing
Telefone/fax: (51) 3226-3111
E-mail: officemarketing@officemarketing.org.br
3. 1o CONGRESSO DA CADEIA PRODUTIVA DE ARROZ
Website: www.ufsm.br/xxiiicbcpd
VII RENAPA - Reunião Nacional de Pesquisa de Arroz
Local: Centrosul - Centro de Convenções de Florianópolis-SC
6. 17th WORLD CONGRESS OF SOIL SCIENCE
Data: 20 a 23/AGOSTO/2002
Informações: Beatriz/Tarcízio - VII RENAPA Local: Bangkok, Tailândia
Telefone/fax: (62) 533-2266 Data: 14 a 21/AGOSTO/2002
Fax: (62) 533-2221 Informações: Fax: (662) 940-5788
E-mail: renapa@cnpaf.embrapa.br E-mail: o.sfst@nontri.ku.ac.th
Website: www.cnpaf.embrapa.br/renapa Website: www.17wcss.ku.ac.th
ERRATA:
No último Encarte Técnico do Informações Agronômicas (Março/2002), na página 8, Tabela 5, os valores corretos das faixas de
teores adequados de N, Ca, Mg, S, B e Zn para cana-de-açúcar são:
Tabela 5. Faixas de teores adequados de nutrientes na cana-de-açúcar (RAIJ & CANTARELLA, 1996).
N P K Ca Mg S
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - g/kg - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
18-25 1,5-3,0 10-16 2,0-8,0 1,0-3,0 1,5-3,0
B Cu Fe Mn Mo Zn
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg/kg - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
10-30 6-15 40-250 25-250 0,05-0,20 10-50
Pedidos: POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP. Telefone/fax: (19) 433-3254 ou via internet: www.potafos.org
Forma de pagamento: cheque nominal à POTAFOS anexado à sua carta com a relação das publicações desejadas.
Dados necessários para a emissão da nota fiscal: nome, CPF (ou razão social, com CGC e Inscrição Estadual), instituição, endereço, bairro/
distrito, CEP, município, UF, fone/fax, atividade exercida.
Periodicamente estaremos enviando-lhe novas informações via endereço eletrônico. Para tal, precisamos de
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lo para a POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 Piracicaba-SP.
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CEP: CIDADE: ESTADO:
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E
Apesar de não quantificado, sabia-se há tempo que havia
neladas de nutrientes minerais (N + P2O5 + K2O). grande déficit de nitrogênio na agricultura brasileira. Em 1998,
Do total, 25% do consumo foi na China, com 36 T. Yamada e A. S. Lopes estimaram em 500 mil toneladas de N/ano o
milhões de toneladas. A seguir, próximo de 20 milhões de tonela- déficit entre o N exportado pelas culturas e o N aplicado como
das, tivemos os Estados Unidos e a Índia. Ocupando o 4º lugar no fertilizante – supondo eficiência de uso de 100% e todo o N da soja
ranking esteve o Brasil, com 6 milhões de toneladas. Analisando e do feijão como proveniente da fixação biológica. Como na prática
estes números com atenção percebe-se que é pequeno o consumo estas duas condições não ocorrem, é de se esperar que o déficit
de nitrogênio na agricultura brasileira em relação aos líderes no seja bem maior. E maior ainda quando se contabiliza o N imobili-
ranking (Tabela 1). zado na palha do sistema de plantio direto, hoje adotado em mais de
12 milhões de hectares (sem considerar as áreas com safrinhas).
Tabela 1. Consumo de fertilizantes nos cinco principais países e no Como se sabe, aumentar o teor de matéria orgânica do solo
mundo em 1999. Entre parênteses, a relação N:P 2O 5:K2O.
significa aumentar também o de N, que é imobilizado no solo junto
N P 2O 5 K 2O N+P 2O 5+K 2O Participação com o C. Assim, ao redor de 240 kg de N/ha são imobilizados quan-
País
- - - - - - - - Milhões de toneladas - - - - - - - - - % do se aumenta em 1% o teor de matéria orgânica do solo com rela-
ção C/N de 50/1, na camada de 0-20 cm de profundidade. Supondo
China 23,9 (7,2) 8,8 (2,7) 3,3 (1,0) 36,0 25,5
que este aumento se processe num período de seis anos, é preciso
EUA 11,2 (2,5) 3,9 (0,9) 4,5 (1,0) 19,6 13,9
aplicar mais 40 kg de N/ha/ano além da dose de N usualmente uti-
Índia 11,6 (6,8) 4,8 (2,8) 1,7 (1,0) 18,1 12,8
lizada. Portanto, para a área total sob plantio direto no Brasil de
Brasil 1,7 (0,7) 2,0 (0,9) 2,3 (1,0) 6,0 4,2
12 milhões de hectares há necessidade adicional de 480 mil tonela-
França 2,6 (2,2) 1,0 (0,8) 1,2 (1,0) 4,8 3,4
das de N. Somando-se o déficit entre entrada de N no solo, na forma
Mundo 85,0 (3,9) 33,4 (1,5) 22,2 (1,0) 140,6 100,0
de fertilizante, e sua saída, como produto colhido, com o N imobili-
Fonte: Anuário Estatístico Setor de Fertilizantes 2001, ANDA (2002). zado na matéria orgânica, pode-se estimar com grande probabilida-
de de acerto que há déficit de mais de 1 milhão de toneladas de N na
Para facilidade de comparação, foi feita a relação entre os agricultura brasileira.
nutrientes, deixando como valor unitário o potássio (entre parênte-
ses, na Tabela 1). No mundo, esta relação é de 3,9:1,5:1,0, nos EUA
é de 2,5:0,9:1,0 e no Brasil de 0,7:0,9:1,0. Tomando como exemplo a P.S.: Parabéns, seleção brasileira, pela conquista do Penta! Resul-
agricultura americana, que como a nossa tem o milho e a soja como tado do trabalho de equipe, sem egoísmo pessoal, pensando ape-
principais culturas, pode-se concluir que ela consome 3,5 vezes nas na vitória do Brasil. Imaginem que país fantástico construire-
mais N por unidade de K que a brasileira. mos com a manutenção deste espírito!
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