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D I S C I P L I N A Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação

Ditadura Militar, sociedade e


educação no Brasil

Autores

Cecília Queiroz

Filomena Moita

aula

08
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Estadual da Paraíba


Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
Secretária de Educação a Distância Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Vera Lúcia do Amaral Eliane de Moura Silva

Coordenador de Edição Revisores de Estrutura e Linguagem


Ary Sergio Braga Olinisky Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)

Projeto Gráfico Revisoras de Língua Portuguesa


Ivana Lima (UFRN) Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)

Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)

Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)

Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Q3f    Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro
Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.

15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo:  Fasc. 1- Educação? Educações?;  Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas;  Fasc. 3 - Uma nova
rota...sociologia;  Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional;  Fasc. 5 - A companhia de Jesus e
a educação no Brasil;  Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira;  Fasc. 7 - Novos ventos...
manifesto dos pioneiros da escola nova;  Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil;  Fasc. 9 - Tendências
pedagógicas e seus pressupostos;  Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador;  Fasc. 11 – Outras rotas...um
novo educador;  Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico;  Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer
geográfico;  Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva;  Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa

ISBN: 978-85-87108-57-9
1. Educação  2. Fundamentos sócio-filosóficos  3. Prática Reflexiva  4. EAD  I. Título.
22 ed. CDD 370

Copyright © 2007  Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação

P
rosseguindo viagem. Nos trechos anteriores estudamos que o modelo econômico
desenvolvido no Brasil é o capitalista, que se configura na divisão da sociedade
em classes: burguesa - proprietária das fábricas, das terras, do comércio, e
trabalhadora  -  proprietária apenas de sua força de trabalho, vendida no livre mercado.

Neste trecho da viagem, navegaremos pela rota da Ditadura Militar e estudaremos as


mudanças na sociedade e educação no Brasil, um período de céu cinzento e mares revoltos.
Durante o trajeto será importante o estudo dos conceitos apresentados, a reflexão, a realização
de atividades e a busca de aperfeiçoamento em outras atividades complementares que serão
indicadas para divertimento e aprendizagem.

Objetivos
Ao final desse trecho, você chegará a um porto seguro, com
condição de:

Entender o que desencadeou o Golpe militar de 1964,


1 ocorrido no Brasil;

Identificar quais as conseqüências para a sociedade


2 brasileira do referido golpe;

Compreender quais os desdobramentos do golpe militar


3 para o campo da educação.

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 


Socialismo

O Socialismo clássico
é, teoricamente, um
sistema político em
que todos os meios de
produção pertencem
à coletividade, em que
não existiria o direito à
Zarpando...
propriedade privada e as
desigualdades sociais Iniciamos a rota refletindo sobre o modelo econômico no Brasil – o Capitalista. Este
seriam pequenas. Seria
um sistema de transição
modelo, ao longo da história, contou com o apoio da educação para se consolidar e garantir
para o comunismo, em a manutenção dos seus princípios organizativos, no Brasil, especialmente.
que não existiria mais
Estado nem desigualdade Por outro lado, no mundo, outros modelos de sociedade também disputavam espaço:
social - portanto o o Socialismo e o Comunismo. Essas idéias vieram ao Brasil por meio, também, dos
Estado socialista deveria
diminuir gradualmente até
imigrantes, que aqui chegaram por conseqüência do forte desenvolvimento da indústria e
desaparecer. Disponível da necessidade de mão-de-obra especializada para atender a essa demanda. Recebemos
em: http://pt.wikipedia.org/ um grande contingente de espanhóis, italianos, alemães, que trouxeram, além da força de
wiki/Socialismo, acesso
em: 15julho/2007.
trabalho, as idéias que efervesciam na Europa e no mundo.

Essas novas idéias exerceram forte influência nos trabalhadores, que buscavam
Comunismo fortalecer sua organização à procura de direitos sociais, culturais e reivindicando mais
O Comunismo é um participação política.
sistema econômico que
nega a propriedade privada
dos meios de produção.
Num sistema comunista Vejamos o desenrolar desse momento
os meios de produção são
de propriedade comum histórico ao longo dessa rota.
a todos os cidadãos e
são controlados por seus
trabalhadores. Sob tal
sistema, o Estado não tem
necessidade de existir e No decorrer do século XX, vivemos um forte desenvolvimento da indústria – passávamos
é extinto. Disponível em: do modelo agrário-exportador para o urbano industrial. À medida que a sociedade brasileira
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Socialismo, acesso
foi de desenvolvendo, as duas classes sociais (burguesia/trabalhador) começavam a tornar
em: 15julho/007. visíveis suas opiniões e deixavam claros os seus interesses, diametralmente antagônicos.

 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Já no início dos anos 60, quando emergiam e ganhavam força no Brasil movimentos
sociais, que expressavam correntes sócio-filosóficas de pensamento não conservadoras,
vivíamos um processo de politização dos trabalhadores que estavam participando ativamente
do movimento estudantil, dos sindicatos, das comissões de fábrica, das associações de bairros,
dos partidos políticos etc... Todos reunidos em torno da construção de um projeto político para
o país, baseado em um modelo de desenvolvimento diferente do modelo Capitalista, inspirados
nas idéias: comunistas, socialistas, sociais-democráticas e anti-imperialistas, que se opunham Populismo de
ao Populismo de Getúlio Vargas ao Fascismo de Mussolini (Ditador na Itália de 1922-1943) e Getúlio Vargas
ao Nazismo de Hitler (ditador na Alemanha de 1933-1945). Para saber mais sobre
este assunto, pesquise
Ocorre que uma outra frente, defendendo seus interesses de classe - a burguesa - sobre: Revolução de 1930,
também se organizava para limitar e/ou suprimir essa efervescência de idéias e não queria A Intentona Comunista,
A Aliança Nacional
perder o Poder Político. Para tanto, utilizava-se, especialmente, do Exército Brasileiro,
Libertadora, O Populismo
gerando uma crise entre os interesses de classe. de Jânio Quadros e de
Getúlio Vargas.
Para o professor Florestan Fernandes (1980), o que se procurava impedir era a transição
de uma democracia restrita para uma democracia de participação ampliada que ameaçava
o início da consolidação de um regime democrático-burguês, no qual vários setores das Guerra Fria
classes trabalhadoras (mesmo de massas populares mais ou menos marginalizadas, no
designação atribuída ao
campo e na cidade) contavam com crescente espaço político. conflito político-ideológico
entre os Estados Unidos
(EUA), defensores do
capitalismo, e a União
Soviética (URSS),

Os cenários nacional e internacional


defensora do socialismo,
compreendendo o
período entre o final da

que antecedem o Golpe...
Segunda Guerra Mundial
e a extinção da União
Soviética. É chamada
“fria” porque não houve

N
qualquer combate físico,
o Cenário Nacional - Em meio à crise política que se arrastava, desde a renúncia embora o mundo todo
de Jânio Quadros, em 1961, assume o vice, João Goulart (1961-1964), que fez um temesse a vinda de um
novo conflito mundial
governo marcado pela abertura às organizações sociais, causando a preocupação
por se tratarem de
das classes conservadoras, da Igreja Católica, dos militares e da classe média. Esse estilo duas superpotências
populista e de esquerda chegou a gerar preocupação, até mesmo, nos EUA que, junto com com grande arsenal
de armas nucleares.
as classes conservadoras brasileiras, temiam a implantação do comunismo e uma guinada
Norte-americanos e
do Brasil, para o chamado Bloco Socialista. soviéticos travaram uma
luta ideológica, política e
No Cenário Internacional - Estávamos na efervescência da Guerra Fria. A partir de 1945, econômica durante esse
os EUA recuperaram sua força mundial, abalada pela crise de 1929. A economia do grande período. Disponível: http://
pt.wikipedia.org/wiki/
país capitalista recompõe-se, voltando a ditar as regras para o mercado mundial. Os países Guerra_Fria, acesso em:
europeus, que saíam da 2ª Guerra com profundas dificuldades econômicas, precisavam do 12junho/2007.
apoio dos americanos e, para obtê-lo, era fundamental ser contra a URSS que, segundo o
governo americano, era a inimiga da democracia e do desenvolvimento capitalista. Nesse
sentido, nasce uma forte aliança anti-comunista, comandada pelos norte-americanos.

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 


Em 31 de março de 1964, estoura o Golpe Militar

E com ele, num período de duas décadas, somos “governados” por uma forte repressão
e uma sucessão de cinco Generais Militares na Presidência. São eles:

De 1964-1967 - Castello Branco


Durante esse período Castelo Branco estabeleceu eleições indiretas para presidente;
dissolveu os partidos políticos; vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus
mandatos cassados; cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados
e os sindicatos receberam intervenção do governo militar. Foi instituído o bipartidarismo:
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA); O
governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada
nesse mesmo ano, a Constituição de 1967, que confirma e institucionaliza o regime militar
e suas formas de atuação.

De 1967-1969 - Governo Costa e Silva


Essa fase do governo militar tinha à frente o General Costa e Silva que sucedeu a
Castelo Branco. Eleito indiretamente pelo Congresso Nacional, foi um governo marcado por
protestos e manifestações sociais.
UNE
A oposição ao regime militar crescia no país e uma das forças era a UNE que organizou,
União Nacional dos
Estudantes, foi proibida de no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. Acontece, ao mesmo tempo, o movimento
funcionar por um Decreto- sindical organizado em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam
Lei 477. O ministro
fábricas em protesto ao regime militar. A guerrilha urbana começa a se organizar, formada
da Ministro da Justiça
declarou: que “estudantes por jovens idealistas de esquerda, que assaltavam bancos e seqüestravam embaixadores
têm que estudar” e “não com a intenção de arrecadar fundos para custear o movimento de oposição armada. No dia
podem fazer baderna”.
13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 (AI-5). Esse foi
Disponível em: www.
pedagogiaemfoco.pro. o mais duro dos governos militares, pois aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com
br/heb10htm, acesso em: as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial, contra todos que
12junho/2007
pensavam diferente, indistintamente.

Governo da Junta

Disponível em: http://


De 1969-1969 - Governo da Junta
net/principal/2004-03-
Este governo foi formado devido à doença que acomete o Gen. Costa e Silva. Após
ditadura40-presidentes.
html, acesso em: grandes brigas entre os generais pelo poder, ocorre o que ficou conhecido como o “golpe
23agosto/2007. dentro do golpe” e assumem as três forças Militares: Aurélio de Lira Tavares (Exército),

 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica); Com esse grupo se
fortalece o SNI – Sistema Nacional de Informação, que passa a determinar as ações no país
em nome da segurança Nacional. O SNI se imbui de um poder quase ilimitado para punir e
ser truculento com qualquer um que se opunha às suas determinações.

Neste período, dois grupos guerrilheiros de esquerda, O MR-8 e a ALN seqüestram o MR-8
embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, primeiro diplomata americano a ser vítima de um O Movimento
seqüestro no mundo, e, em troca, exigem a libertação de 15 presos políticos, que foi atendida. Revolucionário 8 de
Mas, em represália, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. Outubro (MR-8) é uma
organização brasileira de
Essa lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de “guerra psicológica adversa, ou esquerda de orientação
revolucionária, ou subversiva”. Uma das vítimas deste período foi o líder da ALN, Carlos marxista-leninista. O MR-8
Mariguella, que foi morto pelas forças de repressão em 1969, no estado de São Paulo. participou da resistência
armada ao regime militar
de 1964 no Brasil. Seu
nome lembra a data em
que foi capturado pela CIA,

De 1969-1974 - Governo Medici na Bolívia, o guerrilheiro


argentino Ernesto “Che”
Guevara. Disponível
Este general foi escolhido pela Junta Militar. E é considerado o mais duro e repressivo
em: http://pt.wikipedia.
do período - “os anos de chumbo” pela forte repressão, especialmente, a luta armada. org/wiki/MR-8, acesso em:
Médici impõe uma forte censura: jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e 12junho/2007.

outras formas de expressão artística são censurados. Fortalece o DOI-Codi (Destacamento


de Operações e Informações e Centro de Operações de Defesa Interna), militares treinados ANL
em parceria com o governo americano e que atuam como centro de investigação e repressão
A Ação Libertadora
do governo militar. Em contra-ponto ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente Nacional (ALN) foi uma
no Araguaia. A guerrilha do Araguaia é fortemente reprimida pelas forças militares. organização comunista
brasileira de resistência
É em seu governo que vivemos “O Milagre Econômico”, construído artificialmente por ao regime militar de
empréstimos do exterior. Nesse governo, foram gerados artificialmente milhões de empregos 1964, surgida no final de
1967, com a expulsão
pelo país e executadas obras faraônicas, como a Transamazônica, a ponte Rio – Niterói. Os de Carlos Marighella
militares, especialmente Médici, deixaram uma conta impagável: a dívida externa Brasileira. do Partido Comunista
do Brasil (ex-PCB), após
sua participação na
conferência da OLAS,

De 1974-1979 - Governo Geisel em Havana. Tinha a


proposta de uma ação
objetiva e imediata contra
É neste governo que se inicia a lenta transição rumo à democracia, no momento em a ditadura, defendendo a
que se vive o fim do milagre econômico e uma profunda insatisfação popular, gerada pela luta armada e a guerrilha
como instrumento de
crise do petróleo e a recessão mundial, que gerou diminuição dos créditos e empréstimos
ação política visando a
internacionais. O governo Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. E a construção de um estado
oposição começa a ter a confiança do povo brasileiro, que é demonstrada nas eleições, nos comunista. Disponível
em: http://pt.wikipedia.
estados e municípios. Com isso, os militares de linha dura começaram a promover ataques
org/wiki/ALN, acesso em:
clandestinos aos membros da esquerda. Uma das vítimas é o jornalista Vladimir Herzog que 12junho/2007.
é assassinado em 1975, nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo.

Devido às pressões populares e a resistência da esquerda, acaba, em 1978, o AI-5. Com


isso restaura-se o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil.

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De 1979-1985 - Governo Figueiredo
Começa a acelerar o processo de redemocratização, com a criação da Lei da Anistia
e com isso o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros
exilados e condenados por crimes políticos. Mas, os militares de linha dura, contrários à
Lei, continuam com a repressão clandestina. Cartas-bomba são colocadas em órgãos da
imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil); uma delas explode durante um show
no centro de convenções do Rio Centro, em 1981, fazendo várias vítimas fatais. Esse ato foi
atribuído aos militares, mas sem provas, não houve punições.

É no governo do General Figueiredo que é restabelecido o pluripartidarismo no país e


os partidos voltam a funcionar dentro da normalidade. A ARENA muda o nome e passa a ser
PDS, enquanto o MDB passa a ser PMDB. São criados o Partido dos Trabalhadores (PT) e o
Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ambos com bandeiras de luta contra o regime militar
e exigindo a redemocratização, nasce a Campanha pelas eleições diretas em 1984, políticos de
oposição, artistas, atletas e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já.
Conseguindo a aprovação, após muita luta da Emenda Dante de Oliveira, que exigia eleições
diretas para presidente naquele ano. Infelizmente, não conseguimos exatamente o queríamos,
sua aprovação. Mas, devido à forte pressão popular, no dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio
Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves para Presidente da República.

Outra surpresa frustrante: o presidente eleito Tancredo Neves fica doente, antes de
assumir, acaba falecendo, e assume o vice-presidente, José Sarney. Três anos de governo
e é aprovada, em 1988, uma nova constituição para o Brasil, que se esforça para apagar os
resquícios da ditadura militar e estabelecer os princípios democráticos.

Ufa... quantas informações até aqui.

Preferimos fazer a leitura corrida, para não segmentarmos a história e facilitar sua
compreensão e nosso diálogo. Após a leitura, vamos juntos tentar resgatar e fortalecer
nossa compreensão, conversando com pessoas que viveram esse período histórico, que
tantas conseqüências trouxe para a sociedade brasileira.

 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Atividade 1
Entreviste 05 moradores de sua comunidade (ou de sua escola) com mais de 50
anos. Elabore previamente perguntas sobre o período da Ditadura Militar e construa
uma síntese, a partir das respostas dos entrevistados estabelecendo relações com
as suas leituras até aqui, verifique o que ficou na memória política dos mesmos
sobre esse período. Se possível, aborde o tema educação, nas entrevistas. Essa
atividade apoiará o entendimento da relação ente ditadura militar no Brasil e nosso
modelo de educação, que é abordado ao longo desta aula.

sua resposta

Após a realização da atividade 1, em que você já pode construir uma

síntese sobre as diferentes opiniões sobre o tema.

Vejamos, afinal, o que representou o Golpe de 64? Que

conseqüências trouxe para a sociedade e para a educação?

Esse conjunto de atitudes tomas pelos governos militares, que você viu ao longo da
viagem até aqui, nos legou, além das mortes e do sofrimento de muitos brasileiros, um
problema sociológico: a despolitização de nosso povo que, ao longo de mais de 20 anos,

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teve dificuldade de acesso à informação e à história e, com isso, permitiu, por omissão, que
pessoas de má fé e interesses escusos administrassem as riquezas de nosso imenso país.

Emir Simão Sader Veja, abaixo, o texto da entrevista do professor Emir Sader, ao Jornalista Rodolfo Viana,
Doutor em Ciência Política,
falando sobre esse momento histórico do nosso país, publicado no site de USP em 2004.
pensador de orientação
marxista, professor da
USP/SP, da Universidade
do Chile e da UNICAP.
Atualmente, colabora com
publicações nacionais
e estrangeiras e é um
dos organizadores do
Fórum Social Mundial.
Autor de “A Vingança da
História”, entre outros
livros. Na ditadura militar,
participou da organização
clandestina de esquerda -
POLOP - Política Operária
que lutou contra o
regime militar. Jornalista Rodolfo Vianna: O que representou o golpe militar dentro da trajetória
política do país?
Sader: Foi o elemento mais regressivo que o Brasil viveu em sua história republicana.
Brecou um processo de consciência e organização popular que vinha em
ascensão, liquidou o que havia de democrático na sociedade brasileira –
sindicatos, movimento estudantil, universidades, setores do Estado – e impôs
um modelo econômico que acelerou a elitização do capitalismo brasileiro,
incentivando o consumo de luxo e a exportação, em detrimento do consumo
popular. Deteriorou os serviços públicos, particularmente a educação e a saúde,
de que sofremos hoje ainda as conseqüências.
Viana: O Sr. sofreu qualquer dano físico, moral ou psicológico no período da
ditadura militar?
Sader: Fui detido duas vezes, mas nada grave, apenas os danos morais de ver o
país ser avassalado pela força militar a serviço dos grandes monopólios e do
governo norte- americano.

Viana:  Exilou-se ou foi exilado?


Sader: Fui condenado a 4 anos e meio de prisão, segui na clandestinidade, mas depois

Disponível em: http://www.fflch.usp.br/sdi/imprensa/noticia/010_2004.html#inicio


acabei me exilando no Chile.

Viana:  Quais forças sociais estavam envolvidas no projeto do golpe militar de 64?
Sader: Basicamente, a grande burguesia brasileira, incluindo a quase totalidade da
mídia, o capitalismo internacional e o governo norte-americano.
Fonte: USP/ SDI - Assessoria de Comunicação - 02/04/2004

Viana: Quais foram as heranças sociais, políticas e econômicas do período da ditadura


militar para a atualidade?
Sader: Creio que a pior foi a consolidação do Brasil como uma ditadura econômica e
social, concentrando mais ainda a renda e excluindo dos direitos básicos de
cidadania a grande maioria da população.
Acesso em: 10 de julho/2007.

Viana: Lembra de alguma intervenção externa que tenha sofrido dentro da Faculdade


por motivos políticos?
Sader: Lembro da ocupação da Faculdade pelas tropas militares e a destruição do
Grêmio da Faculdade, com prisão de vários estudantes.

 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Nessa entrevista você pôde perceber nas palavras do professor Sader
o que houve na educação, mas, seguindo nossa viagem, vamos ver
mais detalhes da educação no período militar. Antes, porém, vamos
dar uma ancorada para a realização de uma atividade.

Atividade 2
Após a leitura das aulas e da entrevista do professor Sader, escreva sua opinião sobre
as conseqüências do período militar para a sociedade brasileira. Respondendo:

O que significa, na prática despolitização?


1
Ela é apenas conseqüência da ditadura militar?
2
Que outros fatores favorecem a despolitização?
3

sua resposta

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 


Seguindo a rota...

A
s décadas de 50/60 foram muito ricas para a educação brasileira. Houve, em 1958,
um segundo Manifesto: Mais uma vez Convocados, ampliado com mais de 160
assinaturas de educadores, intelectuais e políticos, que reafirmavam os termos do
Manifesto dos Pioneiros e ampliavam suas reivindicações, exigindo uma

educação pública, gratuita, liberal, sem distinção de classe, raça e crenças, apoiada nos
valores democráticos e, de liberdade, de solidariedade, de cooperação, de justiça, de
cidadania, de igualdade, de respeito, de tolerância, e de convivência com a diversidade
étnico-cultural. Uma educação voltada para o trabalho e o desenvolvimento econômico.
(SILVA, 2005, p. 60).

Esse período anterior ao ano de 1964, segundo alguns educadores, foi um dos mais
férteis da história brasileira, especialmente, da história da educação. Vários nomes se
destacaram, deixando sua contribuição: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço
Filho, Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira
Lima, Durmeval Trigueiro, entre outros.

Mas, após o Golpe e a repressão a tudo e a todos, os intelectuais e muitos educadores,


que contribuíram com suas idéias em prol da sociedade e da educação, em particular, foram
presos, perseguidos, demitidos, exilados, mortos e outros se recolheram.

Um dos alvos dessa devastação da cultura e da organização popular foi a tentativa de


destruir o Cinema Novo, que despontava como um canal de comunicação excelente entre os
trabalhadores. As ações do Golpe reprimiram, negaram incentivos, censuraram roteiros etc.

10 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Contudo, de acordo com SCHWARZ(1978), excelentes filmes de autores como: Glauber Rocha,
Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra e outros se tornaram
possíveis, a partir desse novo contexto político e ideológico que se constituía no país.

Nossa educação virou o espelho do Regime Militar que, segundo Ghiraldelli Jr,
(2003, p. 125/126),

se pautou pela repressão, privatização do ensino, exclusão de boa parcela dos setores
mais pobres do ensino elementar de boa qualidade, institucionalização do ensino
profissionalizante na rede pública regular sem qualquer arranjo prévio para tal feito,
divulgação de uma pedagogia calcada mais em técnicas do que em propósitos com
fins abertos e discutíveis, várias tentativas de desmobilização do magistério através
de abundante e não raro confusa legislação educacional. Somente uma visão bastante
condescendente com os ditadores poderia encontrar indícios de algum saldo positivo
na herança deixada pela ditadura Militar.

Buscando mobilizar a sociedade e/ou simplesmente utilizando a arte como caminho


para a expressão da indignação, vários artistas fizeram músicas de protesto contra a Ditadura
Militar, (Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores - Geraldo Vandré; Alegria, Alegria - Caetano
Veloso; Fé Cega, Faca Amolada - Milton Nascimento; Viola Enluarada - Marcos Valle / Paulo
Sérgio Valle) atuais primores da nossa Música Popular Brasileira (ver letras em anexo).

Atividade 3
Leia as letras de música (disponíveis no tópico anexos) de nossa
1 aula, se possível, ouça. Pesquise outras letras que tenham relação Ouça
com o tema – ditadura militar no Brasil. Em seguida, escolha uma Você poderá ir ao
das letras para analisar os elementos de protesto contra a ditadura e Pólo ouvir as músicas
a repressão política que aparecem nas letras. sugeridas, lá você
encontrará CD’s e DVD’s
com as músicas e os
filmes indicados em
Em seguida veja, o Filme ZUZU ANGEL (uma história baseada em
nossa viagem.
2 fatos reais, do diretor Sérgio Resende que retrata bem esse período),
faça uma leitura das falas e imagens e compare com os conteúdos
estudados nessa aula.

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 11


ZUZU ANGEL

O diretor Sérgio Rezende (Guerra de Canudos) leva às telas


a cinebiografia da estilista Zuzu Angel. Com Patrícia Pillar,
Daniel de Oliveira, Luana Piovani, Leandra Leal, Alexandre
Borges e Paulo Betti.

Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em


um dos momentos mais obscuros de sua história. Alheia
a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de
modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior.

As diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas.


Ela, uma empresária, ele lutando pela revolução socialista
e Sônia (Leandra Leal), sua mulher, partilha das mesmas
idéias. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo
que “Paulo caiu”, ou seja, Stuart tinha sido preso pelos
militares. As forças armadas negam e Zuzu visita uma
prisão militar e nada acha, mas viu que as celas estavam tão
bem arrumadas que aquilo só podia ser um teatro de mau
gosto, orquestrado pela ditadura. Pouco tempo depois,
ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado
até a morte na aeronáutica. Então, ela inicia uma batalha
aparentemente simples: localizar o corpo do filho e enterrá-
lo, mas os militares continuam fazendo seu patético teatro
e até “inocentam” Stuart por falta de provas, apesar de já
o terem executado. Zuzu vai se tornando uma figura cada
vez mais incômoda para a ditadura e ela escreve que não
descarta de forma nenhuma a chance de ser morta em um
“acidente” ou “assalto”.

http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/
filmes/zuzu-angel/zuzu-angel.asp,

Acesso em: 15julho/2007.

Retomando a rota da Educação...


– Que “medo” tinham os militares dos educadores? Que poder
era esse que precisava ser reprimido?

Após entrevistar pessoas, estudar esta aula, escutar as músicas, ver o filme Zuzu Angel,
pesquisar em outras fontes, podemos responder, o que “temiam” os militares?

Na verdade, a repressão não foi só contra educadores, claro. A repressão foi contra
todos que pensassem diferente, quisessem construir formas de governar, administrar nosso
país seguindo outros princípios. Mas a educação tem e teve um papel muito importante.

12 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Vocês sabem o “poder da educação”. A possibilidade transformadora que o acesso ao saber
e a informação trazem a todos nós. Conhecem esse algo poderoso, que nos possibilita fazer
escolhas sem que ninguém nos manipule ou escolha por nós. Esse era o temor dos militares
daquele período e dos que detém o poder de forma autoritária ou que querem o poder para
se locupletar a qualquer custo.

Todos sabem que a educação pode, se feita com qualidade, ser uma ferramenta muito
poderosa contra as ações políticas e sociais antiéticas, desonestas, irresponsáveis... Nesse
sentido, investiram os capitalistas e os militares contra a educação e a escola.

Atividade 4
Aproveite o trabalho de pesquise que você fez e faça um fechamento, uma
síntese dos aspectos mais importantes, ilustre com novas informações que você
deverá pesquisar na internet, sobre o período da ditadura militar no Brasil.

E o que eles fizeram na prática:


Os militares defensores da ditadura entendiam que a educação não devia ser igual para
todos, mas sim, que deveria ser dividida e oferecida às classes sociais de forma diferente.
A educação não deveria causar na classe trabalhadora a expectativa falsa de que poderia
ascender social e financeiramente, por meio da escolarização e da formação profissional.
Nesse sentido, colocaram a educação, a escola a serviço do mercado, oferecendo uma
educação para a classe trabalhadora e outra para a burguesia. Ações que foram explicitadas,
de forma bastante clara, nas reformas educacionais contidas na legislação elaborada pela
ditadura militar: Lei n.º 5.540/1968 que tratou do ensino superior e a Lei n.º 5.692/1971 que
abordou o ensino médio, veremos mais profundamente nas rotas/aulas seguintes.

As ações para a educação no período ditatorial foram fortemente articuladas pelo


Ministério da Educação Brasileiro e pelo governo americano, firmado por meio de vários
acordos internacionais. Os mais importantes e nefastos foram os 12 acordos entre o
Ministério da Educação (MEC) e o United States Agency for International Development,
(USAID), ou simplesmente, MEC-USAID, que tinham o objetivo de implantar o modelo norte
americano nas universidades brasileiras por meio de uma profunda reforma universitária.
Segundo os pesquisadores, o ensino superior exerceria um papel estratégico porque caberia
a ele forjar o novo quadro técnico que desse conta do novo projeto econômico brasileiro,
alinhado com a política norte-americana, bem como objetivava a contratação de assessores
americanos para auxiliar nas reformas da educação pública, em todos os níveis de ensino:

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 13


n  No caso do ensino superior, essa reforma, dentre outras coisas, propunha à quebra de um

dos pilares mais importantes da educação superior: a tríade, ensino-pesquisa-extensão,


destruída pelo burocracia e pela departamentalização, ou seja, os professores seriam
organizados em departamentos e não mais por áreas de conhecimento e afinidades
Taylorismo-Fordismo teóricas. O lema passou a ser o proposto pelo Taylorismo-Fordismo: racionalidade,
a “junção” do pensamento
eficiência e produtividade;
desenvolvido pelo
n  Matrícula por disciplinas, dividindo o curso em créditos de forma parcelada, quebrando
engenheiro americano
Frederick Winslow Taylor a lógica das “turmas”, dessa forma, dificultando o relacionamento entre os alunos e a
considerado o pai da
organização do movimento estudantil: “um calo no pé” da ditadura militar;
administração científica,
que pretendia definir
n  Vestibularunificado e classificatório, acabando assim, com a grande reivindicação do
princípios científicos
para a administração das movimento estudantil: resolver a questão dos excedentes (candidatos que eram aprovados
empresas: planejmento, mas não podiam efetivar matrículas devido ao número insuficiente de vagas);
preparação dos
trabalhadores (tempos e Para os professores, os militares criaram, a partir do Ato Institucional N.º 5 e de decretos
movimentos), controle,
Lei, uma legislação específica que possibilitou a punição severa aos chamados agitadores,
execução (distribuição de
tarefas). Para ele, o bom criou a infração disciplinar, instrumento com o qual poderiam demitir, suspender, prender,
operário não discute as instaurar inquérito policial. Enfim, o instrumento necessário para fazer com que fossem
ordens, nem as instruções,
severamente punidos aqueles que pensavam e ensinavam a pensar.
faz o que lhe mandam
fazer. Com o pensamento
Foram muitas as atrocidades cometidas nesse período histórico. Pesquise mais sobre
do empresário, também
americano, Henry Ford, esse assunto, é importante manter nossa memória viva e, assim, nunca mais permitir a
criador de um modelo repetição desta história.
de produção em grande
escala que revolucionou a
indústria automobilística
na primeira metade do
século XX. Ford utilizou
à risca os princípios
de padronização e
simplificação de Frederick
Taylor e desenvolveu
Resumo
outras técnicas
avançadas para a época.
Disponível em: http://
Nesta nossa oitava aula, você estudou sobre o nosso o período da ditadura
pt.wikipedia.org/wiki/ militar que representou um período de muitas perdas para a sociedade brasileira,
Princ%C3%ADpio_da_ especialmente, a despolitização que tem conseqüências negativas ainda hoje,
execu%C3%A7%C3%A3,
acesso em 27 de
pôde entender o cenário nacional e internacional que desencadeou aqui no Brasil
julho/2007 o golpe, crise política, guerra fria. Viu as conseqüências desse período para a
sociedade brasileira, desinteresse, despolitização e, conseqüentemente, a falta
de participação. Bem como, puderam compreender os graves desdobramentos
trazidos para a educação, com especial ênfase no ensino superior, tais como
acordos MEC-USAID, sistema de créditos, departamentalização, burocracia
excessiva, criação das chamadas disciplinas e desarticulação dos estudantes e
dos professores, com o sistema de crétitos.

14 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


Auto-avaliação
Essa é a hora da síntese refletida, da construção do seu DIÁRIO DE BORDO. Você fez
a viagem, leu os textos, respondeu às atividades, visitou os sites, assistiu aos filmes, aos
vídeos, mas, com certeza, foi mais além.

Seguindo nosso processo de construção de conhecimentos e buscando saber


se você atingiu os objetivos propostos, reflita sobre as conseqüências da
ditadura militar para a sociedade e para a educação no Brasil. Como seria,
em sua opinião, se nossa experiência histórica de nação fosse a vivência
apenas do processo democrático, como nossa sociedade procederia diante da:
corrupção, concentração de renda, da educação atual etc... Será que haveria
tanta passividade? Justifique.

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 15


16 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Referências
FERNANDES, F. Brasil, em compasso de espera. São Paulo: Hucitec, 1980.

____________. A revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de interpretação sociológica. 3.ed.


Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

GUIRALDELLI JR. P. Filosofia e História da Educação Brasileira. Barueri, SP: Manoli,


2003.

MENEZES, E. T. de. “MEC/USAID” (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira.


São Paulo: Midiamix Editora, 2002.

MELLO, G. N. de. A Pesquisa educacional no Brasil. Cadernos de Pesquisa. São Paulo (46):
67-72, ago., 1983.

MAIA, A. M. A era Ford: Filosofia, ciência, Técnica. Salvador: Casa da Qualidade, 2002.

ROMANELLI, O. História da Educação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2003.

SCHWARZ, R. O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 17


Anexo
1. Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores
Geraldo Vandré

Caminhando e Cantando e seguindo a canção


Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e Cantando e seguindo a canção
[refrão:]
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões 2.  Alegria, Alegria - Caetano Veloso
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Caminhando contra o vento (Ela pensa em casamento
[refrão]
Sem lenço, sem documento E eu nunca mais fui à escola)
Há soldados armados, amados ou não
No sol de quase dezembro Sem lenço, sem documento
Quase todos perdidos de armas na mão
Eu vou. Eu vou,
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão O sol se reparte em crimes, Eu tomo uma Coca-Cola
Espaçonaves, guerrilhas (Ela pensa em casamento)
[refrão]
Em Cardinales bonitas E uma canção me consola,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Eu vou Eu vou.
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção Em caras de presidentes, Por entre fotos e nomes,
Somos todos iguais braços dados ou não Em grandes beijos de amor. Sem livros e sem fuzil.
Os amores na mente, as flores no chão Em dentes, pernas, bandeiras, Sem fome, sem telefone
A certeza na frente, a historia na mão Bomba de Brigitte Bardot No coração do Brasil
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição (O sol nas bancas de revista (Ela nem sabe - até pensei
Me enche de alegria e preguiça: Em cantar na televisão)
Quem lê tanta revista?) O sol é tão bonito

Eu vou Eu vou
Por entre fotos e nomes Sem lenço, sem documento,
Os olhos cheios de cores Nada no bolso ou nas mãos,
O peito cheio de amores Eu quero seguir vivendo,
Vãos Amor

Eu vou Eu vou
Por que não? Por que não? Por que não? Por que não?

18 Aula 08  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação


3. Como Nossos Pais - Elis Regina

Não quero lhe falar Feito tudo o que fizemos


Meu grande amor Ainda somos os mesmos
Das coisas que aprendi E vivemos
Nos discos... Ainda somos os mesmos
E vivemos
Quero lhe contar como eu vivi
Como Os Nossos Pais...
E tudo o que aconteceu
comigo Nossos ídolos
Viver é melhor que sonhar Ainda são os mesmos
Eu sei que o amor E as aparências
É uma coisa boa Não enganam não
Mas também sei Você diz que depois deles
Que qualquer canto Não apareceu mais ninguém
É menor do que a vida Você pode até dizer
De qualquer pessoa... Que eu tô por fora
Ou então
Por isso cuidado meu bem
Que eu tô inventando...
Há perigo na esquina 4.Viola enluarada
Eles venceram e o sinal Mas é você Marcos Valle & Paulo Sérgio Valle
Está fechado prá nós Que ama o passado
Que somos jovens... E que não vê
É você A mão que toca um violão
Para abraçar seu irmão Se for preciso faz a guerra
Que ama o passado
E beijar sua menina, na rua Mata o mundo
E que não vê
É que se fez, o seu braço Fere a Terra
Que o novo sempre vem...
O seu lábio e a sua voz... A voz que canta uma canção
Hoje eu sei Se for preciso canta um hino
Você me pergunta
Que quem me deu a idéia Louva a morte
Pela minha paixão
De uma nova consciência Viola em noite enluarada
Digo que estou encantada
E juventude No sertão é como espada
Como uma nova invenção
Tá em casa Esperança de vingança
Eu vou ficar nesta cidade
Guardado por Deus O mesmo pé que dança um samba
Não vou voltar pr’o sertão
Contando vil metal... Se preciso Vai à luta
Pois vejo vir vindo no vento
Capoeira
Cheiro da nova estação Minha dor é perceber
Quem tem de noite a companheira
Eu sei de tudo na ferida viva Que apesar de termos
Sabe que a paz é passageira
Do meu coração... Feito tudo, tudo
Pra defendê-la se levanta E grita:
Tudo o que fizemos
Já faz tempo Eu vou!
Nós ainda somos
Eu vi você na rua Mão, violão, canção, espada
Os mesmos e vivemos
Cabelo ao vento E viola enluarada
Ainda somos
Gente jovem reunida Pelo campo e cidade
Os mesmos e vivemos
Na parede da memória Porta-bandeira, capoeira
Ainda somos
Essa lembrança Desfilando vão cantando
Os mesmos e vivemos
É o quadro que dói mais... Liberdade
Como Os Nossos Pais...
Liberdade.
Minha dor é perceber
Que apesar de termos

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Anotações

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SEB/SEED

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