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CONCURSO DA PREFEITURA DE BELÉM - IPAMB

PRINCÍPIOS DE INTERSETORIALIDADE – VIOLÊNCIA –


EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL

Contempla no edital:

Princípios da intersetorialidade. Reabilitação/reinserção psicossocial, clínica da


subjetividade, compreensão do sofrimento psíquico.
Processos de Exclusão/Inclusão Social. Construção Social da Violência.
Concepção sobre grupos e instituições.

PRINCÍPIOS DE INTERSETORIALIDADE

A descentralização é um processo de transferência de poder dos níveis centrais


para os periféricos. Apesar de não haver uma concordância sobre este conceito, a
perspectiva progressista aborda-o como uma estratégia para reestruturar o aparelho
estatal, não para reduzi-lo, mas para tomá-lo mais ágil e eficaz, democratizando a gestão
através da criação de novas instâncias de poder e redefinindo as relações
Estado/sociedade.
A descentralização, como um processo que se define de maneira dialética em
relação à centralização, é a possibilidade de levar a decisão sobre as políticas sociais
para o âmbito do município, para junto dos seus cidadãos.
Nesse quadro, o município passa a desempenhar um novo papel e,
conseqüentemente, o estado, unidade federada. Os princípios constitucionais mudam a
relação Estado/sociedade. No entanto, não basta o poder formal se os municípios não
dispõem dos recursos financeiros necessários à implementação das políticas, que estão,
na maioria das vezes, nos níveis federal e estadual.
Ademais, o governo estadual, detendo os recursos, realiza em algumas áreas a
prestação de serviços, mantendo o papel de prestador, hoje de competência do nível
municipal. Isso de algum modo pode acarretar constrangimentos na realização de sua
função de articulação intergovernamental, orientação e implementação do
desenvolvimento regional e estadual.
O processo de descentralização como estratégia governamental aponta para a
necessidade de recolocar cada ente federativo em seu espaço de ação peculiar, de modo
que o município preste os serviços locais à sua população e que o estado o apóie,
através da regulação das relações e da moderação das desigualdades regionais,
garantindo a ação intergovernamental e intersetorial no âmbito da unidade federada,
com vistas à qualidade de vida da sua população.
A intersetorialidade "é vista como uma articulação de saberes e experiências no
planejamento, realização e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em
situações complexas visando ao desenvolvimento social", superando a exclusão social
(Junqueira & Inojosa, 1997). É uma nova lógica para a gestão da cidade, buscando
superar a fragmentação das políticas e considerar o cidadão na sua totalidade, nas suas
necessidades individuais e coletivas. Mas essa totalidade passa também pelas relações
homem/natureza.

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EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL

É o espaço geográfico onde se dão as relações, mas que também é construído


socialmente.
Nessa perspectiva, a intersetorialidade não é um conceito que engloba apenas as
políticas sociais, mas também sua interface com outras dimensões da cidade, como sua
infra-estrutura e ambiente, que também determinam sua organização e regulam a
maneira como se dão as relações entre os diversos segmentos sociais.
Essa lógica determina uma nova maneira de gerenciar a cidade, que passa pela
identificação dos problemas e pela solução integrada, buscando garantir aos diversos
grupos populacionais seus direitos de cidadãos.
Portanto, a descentralização e a intersetorialidade são dois conceitos que se
completam e que determinam uma nova forma para a gestão das políticas públicas na
cidade. Referem-se basicamente à população, aos seus problemas, circunscritos em um
determinado território ou região da cidade. Essa concepção deve também informar um
novo formato organizacional da prefeitura, que, estruturada setorialmente para atender a
uma mesma população, deve adequar-se a essa nova proposta.
Isso não significa que o formato institucional que surge dessa nova concepção
garanta, necessariamente, maior eficácia à gestão municipal. Mas, sem dúvida, é um
meio para tomá-la mais aderente às necessidades dos cidadãos.
Com a descentralização, o poder fica mais próximo dos munícipes, suscetível às
suas demandas e ao seu controle. A intersetorialidade possibilita que o aparelho estatal
mais integrado possa otimizar os recursos disponíveis no trato dos problemas da
população no território sob sua jurisdição.
A população não é homogênea, nem nas suas necessidades nem nas suas
aspirações. A intervenção da prefeitura em seu território deve respeitar as singularidades
da população e do espaço onde vive e/ou trabalha. Para isso, é necessário estabelecer
critérios que permitam formular, a partir de prioridades, objetivos e metas que
promovam a qualidade de vida da população, mediante o acesso a bens materiais e
imateriais disponíveis.
Nesse sentido, o critério geográfico, do território, ocupa um lugar particular, pois é aí
que as pessoas vivem e interagem com seu meio. Esse critério, combinado com aquele
dos grupos populacionais, determina formas de agir e serviços. Essa forma de
organização não pode dar origem a uma estrutura vertical e hierarquizada. Assim, para
atender a essa realidade é necessária uma organização matricial, ou seja, uma
organização flexível, por projeto, que otimize os recursos humanos existentes, seu saber
e competências. Com isso, se estabelece uma forma de organização que deve privilegiar
prioridades, estruturando-se para responder integradamente os problemas da população
da área nas suas especificidades.

CLÍNICA DA SUBJETIVIDADE: UM SUJEITO EM (RE)CONSTRUÇÃO

A subjetividade no diagnóstico

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A concepção de diagnóstico está se massificando nos últimos anos, parece que


diagnosticar significa unicamente, agora, atribuir um código por meio de identificação
de sintomas disciplinares ou normativos, sem nada saber a respeito da constituição
histórica, da função e dos mecanismos presentes no curso de uma resistência aos
diversos atravessamentos discursivos em uma vida (FIGUEIREDO, MACHADO: 2000;
FIGUEIREDO, TENÓRIO, 2002).

Isso se deve ao fato de haver alguma confusão entre as concepções das ciências médicas
e as concepções das ciências do sujeito, isto é, entre a Psiquiatria e a Psicopatologia. Até
certo ponto, a judicialização dos comportamentos consequentes da sociedade disciplinar
e da sociedade do controle direciona este processo (cf. FOUCAULT, 1987; DELEUZE:
1992). Mas, não podemos deixar de lado a força da indústria farmacêutica que promete
a cura das dores psíquicas com a administração das pílulas da felicidade (cf. ROSE,
NOVAS: 2005; ROSE, MARTINS: 2010) que somadas à tentativa de unificação das
linguagens sobre o sofrimento humano, na figura dos Manuais Diagnósticos, sejam da
Organização Mundial da Saúde (CID) ou da Associação Americana de Psiquiatria
(DSM), são responsáveis pela captura do sofrimento humano e pela tentativa de tornar
qualquer sofrimento um problema médico.

Até o final da década de 1960, a psicanálise representava o saber mais


apropriado para a compreensão do funcionamento psíquico e, por consequência, os
Manuais Diagnósticos inseriam em sua nomenclatura termos como neurose e psicose.
Com a tendência à objetivação dos diagnósticos, a partir do DSM III, que excluía a base
teórica de uma abordagem psicológica, essas definições conceituais da psicanálise
foram banidas como categorias diagnósticas e apagadas dos seus critérios. Mas a
objetividade não tratava somente o sofredor como objeto positivo, tratava-o, sobretudo,
como destituído de subjetividade (RUSSO, VENÂNCIO: 2006).

Os manuais diagnósticos cumprem, então, o papel de atribuir a qualquer


portador de um sofrimento humano um código identificatório e um destino,
independentemente de sua história, de suas resistências e de seus desejos. Desta forma,
há uma psicopatologia sem sujeito e um diagnóstico sem histórico, nem singularidade.
A linguagem é codificada e inserida no universo digital dos controles dos indivíduos.

Para ser singular, agora, o sujeito precisa de uma nova atitude, precisa buscar um
novo comportamento que não seja previamente classificado, mas também que não seja
algo muito assustador, sob pena de exclusão social. Daí surge um novo comportamento,
um modo razoavelmente transgressor do establishment, uma singularidade visual,
marcada no próprio corpo. Com suporte tecnológico, as drogas e as próteses corporais
de todos os tipos (de escaras e tatuagens até as cirurgias plásticas) vêm preencher este
espaço não possível, portanto utópico, de busca de singularidade e expressão da
insatisfação consigo mesmo.

Tal qual um artista sem talento que ao filiar-se a uma escola de arte reproduz
determinadas linhas de expressão e seus traços, ao invés de tornarem-se uma
demonstração criativa de uma época, tornam-se uma repetição rígida e previsível do
mundo imediato, os profissionais do campo psicológico estabelecem diagnósticos que

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nada dizem respeito ao (do) sujeito que sofre, dizem apenas de seus índices normativos,
de seus desvios da média e de seus neurotransmissores deficitários.

Com esse modelo médico, o poder médico-disciplinar controla o sujeito,


enquanto no modelo das ciências da subjetividade o sujeito aprende algo sobre si e o
poder exercido sobre ele esmaece, tornando o diagnóstico, para além de uma avaliação
classificatória, um ato de liberdade.

A subjetividade na direção do tratamento

No tratamento psicológico estão envolvidas diversas linhas de subjetividade e há


disputas de poder (sobre si e sobre um saber) e, portanto, de resistência em todos os
momentos. A psicoterapia não pode tornar-se mais uma ou até mesmo a poderosa linha
de subjetivação da atualidade, nem enveredar-se pelos caminhos de objetivação na
direção do mercado dos saberes sobre o indivíduo. Por princípio, então, o psicoterapeuta
não tem nada a dizer para o seu paciente e, retomando Winnicott (1975), o papel do
terapeuta é o de aprendizagem com seus pacientes, e assim se manifestava na
dedicatória de seus livros: agradeço aos meus pacientes por me pagarem para que eu
aprendesse com eles.

Bion também se expressava de forma semelhante, afirmando que o paciente só


cresce se o terapeuta aprende algo novo com ele. A capacidade de reverie e de suportar
a frustração torna o analista apto ao enfrentamento da realidade (BION, 1991), e, desta
forma, apto a auxiliar o paciente. O significado que tanto Bion, quanto Winnicott dão à
interpretação psicanalítica é o de que uma interpretação tem validade apenas uma única
vez, e se uma interpretação se repete, o terapeuta está confundindo pacientes, no
significado mais radical do termo "com-fusão", ou dizendo de si e apagando a alteridade
do paciente.

Na situação terapêutica tradicional estão presentes os sujeitos terapeuta e cliente.


Esses são construções circunscritas ao espaço, ao tempo e a um conjunto de práticas
discursivas e não discursivas. Esse cenário enunciativo impele o primeiro à escuta, e o
segundo à fala confessional. O discurso é performativo, do discurso nasce o sujeito, ele
próprio e, nessa relação, sobre a fala, o psicoterapeuta produz um saber compartilhado e
problematizado por ambos.

A subjetividade do terapeuta pode estar carregada de desejos, memórias e teorias


(compreensões) e, se isso ocorre, sua produção será sobre seu referencial particular,
sobre seu desejo, sobre sua história e, principalmente, sobre sua teoria e sua filiação
institucional. Por esse motivo, Bion (1991) afirma que o terapeuta deve atuar sem
desejo e sem memória.

Ainda, antes de abordar a subjetividade do paciente, cabe lembrar que o


atendimento de Freud a Anna O., acompanhado de Breuer, foi motivo de um
acontecimento valiosíssimo à história da psicanálise. A partir de determinado ponto do

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atendimento, Anna O. manifestou afetos de desejo sexual em relação a Breuer, e ele, em


resposta, suspendeu suas visitas à paciente, dando-a como curada e alegou que se sua
esposa soubesse do acontecimento, se aborreceria (BREUER, FREUD: 1980 [1885]).
Sem o aprofundamento que merece este tema, deixando-o para outro texto, vimos aí a
mostra de que a subjetividade não nasce dos atravessamentos, mas, sobretudo, das
defesas. É ao dizer não a uma sedução, a um prazer, a uma intensidade ou a um
atravessamento qualquer que se delineia a subjetividade. Encaminho o leitor à leitura de
Birman (2005) que trata desse tema com profundidade e clareza.

O que se nota nessa passagem freudiana é que a subjetividade de Breuer, que


certamente se achava merecedor desse afeto, emergiu com uma resposta do tipo: "já sou
comprometido!" O que Freud compreendeu dessa passagem foi identificado como a
presença da contratransferência que afeta o tratamento e, somente a partir daí, elaborou
a transferência. Observa-se, na história da psicanálise, então, a presença da
subjetividade do terapeuta antes mesmo de se elaborar a subjetividade do paciente.

Da mesma forma que a subjetividade do terapeuta está posta em prova em sua


interpretação, a subjetividade do paciente pode ser reconstruída a partir de sua fala. A
busca da verdade de sua história, dos movimentos e consequências deles na sua
construção de si mesmo, de suas escolhas e vínculos, das repetições na forma de
sintomas e de pensamentos rígidos, é a tarefa a se realizar. De nada adianta substituir
suas próprias crenças pela crença do terapeuta, pois o pensamento do terapeuta sendo
rígido, do ponto de vista da teoria ou mesmo das práticas, é, igualmente, um mecanismo
de defesa contra a realidade, uma barreira de contato.

A construção de si, a partir da reconstituição de sua subjetividade, implica


necessariamente em liberdade e na busca de restos deixados de lado por escolhas
passadas, mas que significaram alianças consigo e com outros de natureza desleal. É
neste sentido que dizemos, concordando com Birman (2001), que todo sintoma é uma
formação de compromisso e uma negociação que precisa ser analisada e desfeita sob
pena de não crescimento e ausência de liberdade subjetiva.

Considerações finais

A clínica da subjetividade é, enquanto prática terapêutica, uma experiência cuja


proposta se faz desde as origens da psicanálise. No entanto, hoje, encontra fortes
resistências devido ao discurso prevalente no meio profissional, seja do ponto de vista
do diagnóstico ou do processo clínico.

A emergência do sujeito como um fator de resistência à sociedade do controle e


aos discursos disciplinares, com toda sua sutileza, força o enfraquecimento das posições
subjetivas e favorece as resoluções objetivas, pragmáticas e, como dispositivo de bem-
estar, abastece o sujeito pela proposta do prazer estético, dificultando as práticas de
introspecção, tidas como desnecessárias e prejudiciais por permitirem o contato do
sujeito a uma dor incurável e à insatisfação proveniente de sua falta constitutiva.

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As práticas de diagnósticos sindrômicos – baseados nos sintomas – preconizadas


pelo uso dos manuais diagnósticos refletem a ausência da subjetividade como valor a
ser desenvolvido na contemporaneidade e as abordagens terapêuticas que são
fundamentadas em métodos e práticas de supressão de sintomas, seja via
medicamentosa ou práticas de si, a despeito da história e do significado desse sintoma,
corroboram a exclusão da subjetividade na clínica.

Portanto, tal qual o sujeito emerge na sua resistência aos discursos, a prática da
clínica da subjetividade só pode se efetivar no enfrentamento das técnicas que propõem
o controle dos comportamentos e das práticas utilizadas independentemente de quem
seja o terapeuta ou o cliente. O desenvolvimento da clínica da subjetividade opõe-se ao
tipo de intervenção que funciona na exclusão do saber subjetivo e que não funciona se
um de seus elementos, terapeuta ou cliente, emerge como sujeito.

COMPREENSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO

É importantíssimo desmistificar as visões a cerca das pessoas em sofrimento


mental, para romper com essas visões é essencial possibilitar habilitação psicossocial
através da construção de uma rede de possibilidades que explore a autonomia dos que
estão em tratamento, promovendo trabalhos de desconstrução dos rótulos atribuídos à
doença mental. O modelo anterior de cuidado a pessoa em sofrimento mental centrava -
se na incapacidade do sujeito, em alguém que precisava ser curado, no entanto surge a
reforma psiquiátrica que contempla uma reorientação para o modelo hospitalocêntrico
mostrando novas possibilidades a esse sujeito, pautando-se assim em cuidados que
visam a autonomia do mesmo (JORGE e BEZERRA, 2004).

A palavra autonomia é originada do grego para designar a capacidade de um


indivíduo de se autodeterminar, de se auto realizar, de autos (si mesmo) e nomos (lei),
ou seja, autoconstrução, autogoverno. Portanto, autonomia pode ser considerada como
momento que o usuário consegue viver a vida e encontra-se ligada à noção de indivíduo
capaz de se autodeterminar, aquele que produz e vive de acordo com normas próprias
(SANTOS et al. 2000).

Costa e Paulon (2012) comentam que autonomia sugere a capacidade de saber se


autodeterminar, de, ativamente, traçar formatos e projetos de vida, sendo que o projeto
de "autogoverno" está colado em processos de subjetivação muito próximos das amarras
de que justamente pretende se libertar: da solidão individualista. Nessa perspectiva, o
tão promulgado fomento à autonomia pode se tornar muito mais uma bandeira de luta
de movimentos políticos instituídos para esses fins do que propriamente um exercício
de pensar sobre si mesmo, de (re)criar regras e modos de vida compatíveis com os
sonhos singulares de cada um.

De acordo com Mielk et al. (2011), os profissionais do CAPS devem entender


que a construção da autonomia do usuário faz parte do cuidado oferecido no serviço de
atenção psicossocial, devendo o mesmo atuar na reinserção social do usuário, tendo

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como base o resgate da autonomia. As atividades desenvolvidas pelos profissionais


necessitam ir ao encontro desse pensamento, sendo realizadas prioritariamente na
comunidade. Entende-se assim que práticas voltadas à autonomização do usuário devem
ser perseguidas pelos profissionais do CAPS, uma vez que esse recurso de saúde tem
condições de contribuir para que o usuário retome a sua vida de maneira mais
independente e autônoma. não se trata de tarefa fácil, mas ela não deve ser esquecida no
cotidiano do trabalho do CAPS.

Para Pelbart (1993, apud Carvalho e Amarante, 2000) é preciso construir


espaços singulares nos quais não exista a busca de técnicas “bem sucedidas”, ou a
reprodução de enunciações preestabelecidas que definitivamente não rimam com
loucura, sendo fundamental construir juntamente com cada pessoa em sofrimento a
melhor forma de cuidado.

Nesse contexto, Guimarães e Meneghel (2003) afirma que a subjetividade é


produto das redes da história, ou seja, produzida nos registros coletivos da sociedade e
da cultura, por meio diversos mecanismos e estratégias, definindo modos de existência
regulados por leis, verdades, crenças, valores, configurando assim formas de vida que
definem o jeito do sujeito se

experienciar no mundo. A invenção de formas de vida nada mais é do que a produção


de subjetividades.

Segundo Costa-Rosa (2013) a produção de subjetividade singularizada deve ser


entendida concretamente visto que a saúde psíquica não é mais entendida como um
estado, mas sim como um processo de produção de subjetividade e de subjetivação,
sendo assim não se trata de um processo de produção sobre os sujeitos do sofrimento,
mas um processo no qual eles são participantes diretos e protagonistas.

Apesar de tanto se falar nessas novas praticas de cuidado, é preciso estar atento
para não reproduzir a instituição manicomial perante outras roupagens, pois como
alertam Pande e Amarante (2011, p. 2075): "[...] os serviços podem, a um só momento,
cronificar, restringir, segregar, proteger, bem como libertar, favorecer autonomia,
cidadania e protagonismo".

Yasui (2010) aponta que a atenção psicossocial deve inventar um novo modelo
de cuidar do sofrimento psíquico através da criação de espaços de constituição de
relações sociais baseadas em princípios e valores que possibilitam reinventar a
sociedade, de forma que haja um espaço para o sujeito dito louco.

REABILITAÇÃO/REINSERÇÃO PSICOSSOCIAL

A reabilitação psicossocial é uma estratégia que visa proporcionar a autonomia


do portador de sofrimento psíquico para que ele possa atuar com independência nos
diversos contextos sociais, exercendo sua cidadania plena, e direcionando-o à reinserção
social. Esta, por sua vez, se refere à possibilidade de convívio do portador com seus

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familiares, pares, amigos e demais membros da sociedade, através da circulação e


ocupação dos espaços sociais.
Deve-se discutir a reinserção tendo em vista o histórico social de exclusão da
loucura. A sociedade ocidental se organizou de modo a excluir o que é diferente e,
portanto, marginalizou o portador de sofrimento psíquico, criando rótulos e estigmas
pejorativos, além da destituição de seus direitos civis. A reforma psiquiátrica tem como
proposta devolver tal público aos espaços sociais, através de ações que permitam que
essas pessoas se tornem autônomas e sujeitos de suas ações.
Diante disso, não basta somente reinserir: é preciso que haja antes uma
reabilitação, ou seja, oferecer ao usuário de saúde mental possibilidades que o
capacitem para a vida em sociedade, considerando as diversas perdas sofridas pelo
sujeito em decorrência do seu adoecimento. Do mesmo modo, não basta só reabilitá-lo
sem proporcionar a ocupação cidadã por parte do louco de seu lugar na sociedade.
Nesse sentido, esses dois conceitos devem andar juntos para que sejam realizadas ações
profícuas no âmbito da saúde mental.
No processo de reabilitação psicossocial, a imposição normalizadora pode ser
usualmente observada quando, associado à indiferença pelas particularidades e
interesses do paciente, procura-se reintegrá-lo ao corpo social sem que se tenha buscado
o estabelecimento de vias reais para a expansão de sua capacidade contratual nos planos
da habitação, do trabalho e da família, isto é, na ausência de qualquer transformação dos
modos de funcionamento e dos lugares sociais impostos, cristalizados na interpretação
de constituírem a única maneira possível de existir no mundo (Fiorati & Saeki, 2006).
Intervenções terapêuticas desenvolvidas nessa direção tornam-se politicamente débeis,
posto sofrerem da incapacidade de produzirem redes efetivas de negociação social,
necessárias tanto ao provimento de oportunidades para trocas simbólicas entre o usuário
e seu entorno cultural, quanto à construção de novos contratos sociais, legitimados no
interior da estrutura de funcionamento societal, a partir dos quais possam articular
interesses e necessidades próprios à participação na produção de mercadorias e valores
(Saraceno, 1996). Sendo assim, tais intervenções não agregam valor ou sentido para a
existência dos reabilitandos, pois os mantêm alienados dos sistemas de negociação
social, cerceando suas possibilidades de arquitetar devires plenos de potência vital.
Dessa tentativa de reinserção, desvinculada do campo das negociações sociais e
marcada pela submissão e obediência às segregatórias normas de convivência urbana,
decorre uma reintrodução abrupta do paciente num espaço social topologicamente
caracterizado por práticas de exclusão, o qual, sem qualquer modificação, tende a
permanecer pouco apto a dialogar com a diferença. Por um lado, sabemos que tal modo
de reinserção costuma produzir nos familiares (seja pela total responsabilização do
cuidado, insuficiente preparo ou ausência de suporte comunitário) uma sobrecarga de
atribuições, com consequente deterioração dos vínculos estabelecidos junto ao usuário
(Galdós & Mandelstein, 2009). Por outro, corre-se o risco de tentar transformar o louco
num “sujeito da razão e vontade” para conformá-lo ao corpo social e com isso mantê-lo

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indeterminadamente preso a testes, avaliações e treinamentos, nunca considerado


habilitado (Benetton, 1996).
Sabemos também que fatores ambientais desempenham um papel fundamental no
processo de desfiliação e de progressiva diminuição das articulações sociais, e que
existe uma ligação entre as expectativas e exigências das pessoas com as quais o
paciente interage e a forma com que ele desenvolve sua competência social (Cases &
González, 2010). Assim sendo, observamos que práticas discriminatórias, violências
físicas e simbólicas, atos de recusa e negligência perpetrados por aqueles que fazem
parte do seu espaço social comprometem gravemente o desenvolvimento de suas
habilidades sociais, pois produzem em seu campo de experimentação percepções e
sentimentos incapacitantes de falência, frustração e autodepreciação (Saraceno, 1999).
A constante exposição a essas práticas faz com que o paciente comece a evitar qualquer
situação de interação, posto que sob um contexto estigmatizador aprende que suas
tentativas de contato tendem a produzir, de imediato, reações negativas nos sujeitos com
os quais busca se relacionar. Um isolamento cada vez mais acentuado constitui-se
através deste processo, no qual a competência social que apresenta embota conforme
sua dessocialização amplia-se.
Acredita-se que a reabilitação/reinserção psicossocial deve planejar e estruturar
seus esforços terapêuticos sobre as necessidades concretas de moradia, trabalho e
socialização apresentadas por cada paciente, expandindo seu escopo de ação para além
das consequências sintomáticas mais imediatas do sofrimento psíquico. Trata-se de
facilitar aos indivíduos com limitações a restauração no melhor nível possível de
autonomia de suas funções na comunidade (Pitta, 1996), auxiliando-os na superação da
identidade e da trajetória de doente psiquiátrico e na remitência dos efeitos comórbidos
associados a essa condição, quais sejam a pobreza, o desemprego, a interdição das
possibilidades de participação política, as dificuldades de acesso à educação formal, a
invisibilização e o isolamento social (Basaglia, 2005; Lussi et al., 2006).

Processos de Exclusão/Inclusão Social

Inclusão:

Segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos a inclusão é um conjunto


de meios e ações que combatem a exclusão, provocada pelas diferenças de
classes sociais, idade, sexo, escolhas sexuais, educação, deficiências, preconceitos
raciais etc. A Inclusão Social tem como objetivo oferecer oportunidades de acesso à
tudo para todos. O processo de inclusão vem sendo aplicado em cada sistema social, na
educação, nos ambientes de trabalho, no lazer, nos transportes etc. Todo o sistema deve
ser inclusivo, educação, trabalho, lazer e meio de transporte para todos!

'' Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados
de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.''

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Exclusão:

São dificuldades ou problemas sociais que levam ao isolamento e até à


discriminação de um determinado grupo.O sociólogo francês Robert Castel (1990),
definiu a exclusão social como o ponto máximo atingível no decurso da marginalização,
sendo este, um processo no qual o indivíduo se vai progressivamente afastando da
sociedade através de rupturas consecutivas com a mesma. A pobreza pode, por
exemplo, levar a uma situação de exclusão social, no entanto, não é obrigatório que
estes dois conceitos estejam intimamente ligados. Um trabalhador de uma classe social
baixa, pode ser pobre e estar integrado na sua classe e comunidade. Deste modo,
factores/estados como a pobreza, o desemprego ou emprego precário, as minorias
étnicas e ou culturais, os deficientes físicos e mentais, os sem-abrigo, trabalhadores
informais e os idosos podem originar grupos excluídos socialmente mas, não é
obrigatório que o sejam.

'' Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na


presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de
língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de
fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita
nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do
território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob
tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania. ''

Diante das condicionantes sociais, constata-se que os fatores de exclusão social


são estabelecidos pela negação, a certos indivíduos ou grupos, da possibilidade de
igualdade de oportunidades (Almeida, 1993; Wixey et al., 2005). Por conseguinte, os
fatores associados a inclusão social prezam pela equidade social. Verifica -se, ainda,
uma padronização de influências externas associadas essencialmente a economia e
cultura,

Fatores de exclusão social

 Desemprego;
 Desvalorização;
 Precarização do trabalho;
 Pobreza;
 Violência;
 Insegurança;
 Injustiça social;
 Desqualificação social;
 Desigualdade educacional;
 Falta de acesso a bens e serviços.

Fatores de inclusão social

 Emprego;

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 Valorização do capital humano;


 Programas Institucionais;
 Solidariedade social;
 Treinamentos;
 Segurança;
 Justiça Social;
 Qualificação social;
 Igualdade educacional;
 Acesso a bens e serviços.

O fenómeno de exclusão social é um processo que abrange a todos com condições e


níveis diferenciados. Tal processo sugere que a sociedade é suscetível à exclusão social.
Além dos recursos financeiros e materiais, a exclusão social engloba aqueles que são
limitados por uma causa ou uma diversidade de obstáculos, tais como: a discriminação,
a falta de oportunidades de emprego local, baixas qualificações, doença crónica, medo
do crime e isolamento geográfico (Barry, 1998; Rodrigues et al., 1999; Wixey et al.,
2005). Tsugumi (2006, p. 21) considera o processo de exclusão social perverso, pois
condiciona os excluídos a criarem situações que garantam a sua própria sobrevivência
através do mercado de trabalho informal ou da ilegalidade.

Minimização da exclusão social

A participação de todos os indivíduos em atividades sociais, culturais e de lazer


assume um papel crucial no âmbito da coesão social, como realça Wixey et al. (2005, p.
18), e contribui para a melhoria da saúde, emprego, educação, bem como a redução da
criminalidade, proporcionando uma melhoria da qualidade de vida da população em
geral.

Apresenta-se a seguir uma síntese das principais medidas de minimização da exclusão


social:

Promoção do Emprego

Apoio e incentivos fiscais para integração de jovens no primeiro emprego; cursos de


capacitação profissional para os desempregados; percentual estabelecido para
contratação de funcionários com deficiência; obrigatoriedade de um programa de
Cursos Profissionais nas empresas com o objetivo de assegurar a empregabilidade;
serviços de infantários e creches; medidas fiscais e sociais mais flexíveis para as
empresas.

Promoção da Educação

Participação de empresas e da sociedade civil em prestações de serviços voluntários


para complementar a educação; apoio financeiro às famílias mais desfavorecidas
com filhos na escola; ofertas de formação diversificada como medidas de
reinserção para reduzir a evasão escolar; cursos profissionalizantes aos jovens.

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Promoção da Saúde

Programas de apoio à família com visitas médicas em domicílio; campanhas preventivas


com a participação de todos (sociedade, escolas, entidades públicas, privadas e sem fins
lucrativos) em temas mais relevantes para a região (e.g. tabagismo, alcoolismo,
obesidade e gravidez na adolescência); fixação de tempo de espera para as consultas
(generalistas e especialista) e as intervenções cirúrgicas. Melhoria nos serviços de
urgência primando a qualidade e a redução do tempo de espera, iniciando-se com uma
triagem mais ágil e rigorosa e uma modernização nos serviços de urgência.

Proteção de Idosos

Programas de saúde com visitas domiciliares; atividades físicas, culturais, desportivas e


de lazer com a participação de todos os atores sociais. Incentivo ao voluntariado; apoio
as instituições existentes de solidariedade social.

Por conseguinte, o combate à exclusão social requer a conceção e a implementação de


planos estratégicos intersectoriais, integrando transversalmente as dimensões social,
económica (incluindo a tecnologia) e ambiental, com o intuito de garantir a
sustentabilidade social e o desenvolvimento.

CONSTRUÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA

A violência, ancorada nas relações sociais e nas tramas intersubjetivas, é um


conceito amplo, transitivo e recorrente das circunstâncias individuais e sociais. Como
reflexo do ambiente cultural e histórico, a análise da violência está também associada a
outros conceitos sociais da ordem, como o poder, a força e a potência, que convergem
para o entendimento de ações e de comportamentos humanos que desafiam o
institucionalizado, o moral e o ético. A associação destes conceitos com a finalidade de
problematizar o entendimento da violência. Nesta direção, é fundamental para a
compreensão de poder, força e potência o uso das noções conceituais referenciadas
principalmente nos trabalhos de Arendt (1994), Foucault (1998) e Agamben (2002), no
que se refere ao conceito de violência e seus desdobramentos. As tentativas de
interpretação conceitual dessa noção são sempre marcadas pela diversidade de práticas e
ações caracterizadas por contextos específicos. Portanto, a violência é um fenômeno
social e culturalmente constituído ao longo do processo civilizatório de uma sociedade,
não é recente e sua incidência progressiva na contemporaneidade induz a
questionamentos que buscam explicitar as formas concretas como se manifesta o
fenômeno.

A noção de violência é, portanto, relativa, plural e contingente às circunstâncias


históricas de sua manifestação; e é muitas vezes difusa, o que dificulta a sua definição.
Manifestada historicamente em contextos de incivilidade, descivilidade, agressividade e
em tantas outras situações de constrangimento, a violência atualmente aparece
naturalizada na própria sociedade civil, quando os atos violentos não são mais
“exceções”, mas manifestações práticas do cotidiano das pessoas, que normalizam
gradativamente a ação violenta. Foucault (1998) analisa o processo de normalização da

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violência, não por ser oficial ou legal, mas por ser utilizada como meio de manutenção
de relações de poder na dinâmica social.

O processo de normalização incorpora distorcidamente a violência no âmbito


das instituições sociais como uma conduta corriqueira e “aceitável”, o que supõe que a
apreensão do sentido da norma implícita “às situações de violência” resulte das formas
concretas como os indivíduos agem, em situações específicas, explicitando regras de
poder (implícitas ou explícitas), de forma a compreender o fenômeno do ponto de vida
das mudanças da ordem social e suas formas de reprodução.

Como uma prática contraditoriamente humana, a violência revelase


desqualificadora das formas de racionalização da vida social. A violência resulta,
consciente ou inconscientemente, de dispositivos sociais e convenções sociais
construídas, que criam necessidades materiais e imateriais, as quais, quando não
alcançadas, geram conflitos, tensões e frustrações que potencializam a reprodução da
violência, manifestando-se na forma de condutas desviantes que dilaceram a moral, os
valores e corroem as relações de sociabilidade.

Como manifestação e objetivação contraditória de construção/ desconstrução de


relações sociais, o fenômeno da violência é influenciado pela mediação de aparelhos
culturais, econômicos e políticos que atuam sobre a conduta humana e sobre a ordem
social expressa em um campo de disputa, marcado por “relações de poder que
influenciam comportamentos e permeiam as interações entre os grupos e as classes”
(FOUCAULT, 1998, p. 38-39). Ainda segundo este autor, numa sociedade caracterizada
por campos de disputa, a violência é percebida como um meio de adulterar a ordem
vigente e produzir mecanismos de controle alternativos para impor sua força que
desagrega e agrega, desconstrói e constrói novas ordens e representações sociais. E
nesse jogo social, empodera ou vulnerabiliza indivíduos, fortalece ou dissolve grupos.

A violência, na perspectiva de Foucault (1998), se produz na dinâmica dos jogos


de poder e se mostra cada vez mais difusa na sociedade, envolvendo cada vez mais um
número maior de pessoas, estruturando-se cada vez mais em terrenos incertos da vida
social e transitando entre fronteiras do legal e ilegal, lícito e ilícito, formal e informal,
ampliando a gravidade de dramas sociais como a exclusão social, a segregação urbana,
a pobreza e a vulnerabilidade social.

Associada ao funcionamento das redes de poder, a violência mostra-se presente


na construção da própria sociedade e na construção das relações interpessoais,
institucionais, entre as individuais e as coletivas. A sociedade se estrutura com base em
relações econômicas e relações de reprodução cultural que, por sua vez, expressam
relações de poder. Conforme indica Foucault (2003), as relações de poder são
constitutivas da sociedade e estão presentes nas relações humanas, nas contradições de
classes, de sexo, de gênero, de etnia, nas interações simbólicas, culturais, institucionais,
profissionais e afetivas. O exercício do poder, para Foucault (1998, p. 24), consiste em
“conduzir condutas”, e essas são, ao mesmo tempo, um ato de “conduzir” os outros e a
maneira de se comportar num campo social mais ou menos aberto, de possibilidades.

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O poder inerente às relações sociais é geralmente compreendido e utilizado


como potência mobilizadora da força e substrato da violência, quando se direciona a
potencializar as diferenças que hierarquizam e discriminam os homens, fortalecem os
estigmas e ampliam as desigualdades sociais, e dilui o espaço público como lugar do
diálogo, aniquilando o entendimento entre os homens pelo uso da palavra. O verdadeiro
sentido do poder deve ser compreendido como possibilidade de reverso dessas
situações, quando concebido como instrumento político de empoderamento das
minorias sociais, ressignificador de práticas e restituidor da ação coletiva. Desse modo,
a depender do uso e da compreensão que se faz do poder, contém ao mesmo tempo a
violência e a antiviolência, a construção e a desconstrução de padrões de convívio na
sociedade.

As relações que definem e separam poder, força e violência se estabelecem na


própria execução do comportamento humano e na interpretação que realizamos deste
comportamento. Para Arendt (1994), o que define e separa a violência do poder é a
dimensão da política, que está ausente em situações de violência e presente em relações
de poder. Para essa autora, assim como para Foucault (1998), a violência distingue-se
do poder, pois ela é utilizada em relações sociais desiguais e hierarquizadas, em que não
há liberdade, sendo compreendida como dispositivo de controle e subjugação.

O poder pertence ao mundo cotidiano das relações entre os indivíduos. Para


Foucault (1998), só há relação de poder entre pessoas livres. Entretanto, o autor
reconhece que o poder pode ser confundido como potência e se transformar em
extensão da violência, quando é utilizado para obter a sujeição e a domesticação do
outro, quando o poder se transformar em biopoder (poder sobre a vida), em que as
pessoas passam a ser governadas para que se possa obter o máximo de suas energias
vitais.

A violência é a instrumentalização da potência e da força com vista à sua


ampliação, e a força é a energia liberada, que pode ser utilizada para fortalecer ou não as
relações sociais. A violência é conduzida e imposta pelo uso da força, não só a força
física, mas também a simbólica, sendo uma ação destrutiva que ameaça a autoridade e o
poder. Ao compreendermos a violência como uma transgressão dos padrões de
civilidade, mediada pela força, quanto maior a concentração e direcionamento do uso da
força, maior será a intensidade agressiva da conduta violenta. Neste sentido, Ives
Michaud (1989), em seu livro La Violence, após explorar os mais diversos sentidos da
violência, de forma similar a Hannah Arendt, afirma que a violência pode ser definida
como um emprego de “força desmedida”, algo que ultrapassa e transgride a ordem
estabelecida, instituindo a “força não qualificada” (MICHAUD, 1989, p. 12), que
subverte a ordem e dissemina o clamor através de múltiplas formas de agressão.

A violência, na perspectiva de Arendt (1994), expressa a deterioração da


política, com a ausência da palavra e do discurso, expressões efetivas do exercício do
poder como constitutivos sociais. A humanização das pessoas opera através da “palavra
e do discurso” (ARENDT, 2006), pois é através deles que o homem presume a sua
verdade. Segundo essa autora, o discurso se institui no âmbito da ação coletiva; sem
esta ação o discurso vira pura conversa que manipula, mas não comunica; sem a

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comunicação pelo discurso não há transitividade. A violência aniquila a “palavra e o


discurso”, ela não permite o falar, o ouvir, pautando-se apenas no ato agressivo. Como
movimento de mudança, a ação coletiva mediadora do diálogo destrava o homem,
rompe as amarras e possibilita a liberdade do pensamento, o desenvolvimento das
subjetividades e a mediação da pluralidade humana.

O discurso e a ação coletiva estão imbricados e são manifestações singulares da


vida humana, e fazem do homem um ser político e constitutivo de um mundo comum e
sem violência. Em diálogo com alguns conceitos de Hannah Arendt, Michel Foucault e
Giorgio Agamben, consideramos que o poder é um elemento fundamental na vida do
indivíduo e possui relação de aproximação e distanciamento com a violência, ou seja,
ele está presente na prática do ato violento como mobilizador da potência e da força, e
pode se fazer ausente quando associado à prática política, tendo em vista que a violência
institui-se através de vidas apolíticas. Na concepção de Agamben (2002), o indivíduo
que tem negada a sua existência política encontra-se encerrado na existência biológica,
diferenciado, excluído e violentando pelo não acesso a uma vida digna. Neste contexto
de ausência da política, o autor incorpora, na discussão da violência, compreensões
sobre o Estado, o poder soberano, este e sua força deliberativa no desenho dos limites
da inclusão e da exclusão do indivíduo na vida política.

Nos nexos estabelecidos entre Estado, violência e organizações revolucionárias,


há espaços para se refletir sobre as instituições formativas que necessitam assumir
responsabilidades pelo mundo, na perspectiva de Arendt (1994), reafirmando sua
vinculação social transformadora através de práticas que estimulem a liberdade do
pensamento e inibam ações desumanizadoras, assegurando a circulação da palavra e sua
autoridade enquanto organização revolucionária que deve promover a inclusão da vida
na política.

Segundo Agamben (2002), a violência não pode ser totalmente incluída ou


excluída do poder soberano. O Estado não pode abrir mão do uso da violência como
instrumento de pacificação, tendo em vista a sua condição de instituidor da civilidade,
mediante a necessidade de destituir a descivilidade como forma de manter o controle
social. Desse modo, o poder soberano manifesta a necessidade de definir vidas
politicamente desqualificadas, “vida nua” (despolitizada), em que a violência precisa ser
exercida para reforçar o domínio, o poder e a força do Estado. A violência cometida
pelo Estado integra o processo civilizatório de manter o controle social e promover a
justiça e o bem-estar coletivo através de regulamentações que devem ser obedecidas
mesmo a contragosto de alguns. Toda a responsabilidade alocada no Estado, no que se
refere à promoção da coesão social, faz de sua violência uma ação legítima, e é
funcionalmente diferenciada da violência cometida por outras instituições e pelos
indivíduos. Mesmo com função social clara e institucionalizada, a violência promovida
pelo Estado não perde a conotação de expressão de força que agride a condição humana
e desqualifica a política.

Na complexidade analítica apresentada pela violência, enquanto fenomeno


social, associamos a sua compreensão com a afirmação ou negação de outras categorias
como poder, força e política. Conduzida e imposta pelo uso da força, a violência não é

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só a força física, mas também a simbólica, se revela como uma ação destrutiva que
ameaça a autoridade e o poder e a diluição do diálogo como linguagem necessária no
âmbito da política. Como uma ação antipolítica, a violência manifesta entre os homens
aniquila o sentido e a força da palavra, brutaliza as relações sociais e condena o homem
contemporâneo a conviver com a insegurança e o medo. Ao subjulgar o discurso e a
ação coletiva, ao uso da força desmedida, o homem destitui o mundo comum, como um
lugar de entendimento e sociabilidade.

A dialética que se constitui em torno do conceito da violência, dentro das


intercalações dos elementos que marcam a civilidade e a incivilidade, disseminam-se no
espaço social e faz insurgir comportamentos contraditórios associados às novas
sociabilidades entre os homens, que alteram linguagens, significados e representações, a
exemplo da ordem e do conflito, da defesa e do ataque, do formal e do informal, do
legal e do ilegal, contradições que complexibilizam ainda mais o entendimento deste
fenômeno, que cada vez mais se banaliza e se instala na relação entre os homens.

Percebe-se que o crime, como categoria sociológica, é menos complexo do que a


violência, tendo em vista que ele é regulado por leis e códigos instituídos pela sociedade
civil, diferente da violência que esta associada a um complexo de interpretações que se
alteram a depender do tipo de intensidade e entendimento da forma de agressão. A
evolução dos códigos sociais, através das leis modernas e a afirmação dos direitos
humanos negam a violência ao mesmo tempo em que a reconhecem como um problema
crescente na sociedade contemporânea. A violência como um mal que atinge a vida
social deve ser combatido, pois ela agride a condição humana e os direitos civis e
sociais, desqualificando as formas de sociabilidade e solidariedade entre os homens.

CONCEPÇÃO SOBRE GRUPO E INSTITUIÇÕES

Segundo Bleger (1998) o grupo é “um conjunto de indivíduos que interagem


entre si compartilhando certas normas numa tarefa”. Entretanto o ponto de partida é o
problema da simbiose e do sincretismo. Por isso a relação no grupo é paradoxalmente,
por ser uma não-relação, de forma que propõe uma não-individualização, que se impõe
como matriz ou estrutura básica de todo grupo (Relação de sociabilidade sincrética). A
sociabilidade por interação se estrutura o conhecimento de psicologia grupal.

A identidade/existência do grupo se manifesta pelo cotidiano e pela estrutura e


integração do ego individual e grupal (Grau de organização, amplitude e integração dos
conjuntos de manifestações dos indivíduos). A individualização de um individuo ou
grupo baseiam-se numa imobilização dos estratos sincréticos ou não discriminados da
personalidade ou do grupo, por isso é importante ressaltar, que a identidade é dada pelo
ego e ego sincrético (BLEGER, 1998);
Segundo Bleger (1998) é descartado por motivos didáticos, os grupos que por
clivagem, não ocorre ou não existe. É plausível delimitar os aspectos institucionais do
grupo terapêutico que funciona fora das instituições, e em seguida, o grupo terapêutico,
deve funcionar como uma instituição. Bleger (1998), também define o grupo, como um
conjunto de pessoas que entram em interação entre si, sendo baseado na sociabilidade
com indiferenciação ou sincretismo.

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O grupo terapêutico diferencia-se apenas, por ter um terapeuta que intervém


papel especializado e predetermnado, envolvido num fundo sincrético. A concepção do
senso comum, um grupo começa atuar, quando pessoas diferentes e separadas, obtém
um espaço para interatuar. Já na concepção sartreana (nega aquilo que o autor expõe),
somente com a interação, que vai existir o grupo, e ausência disso, nesta perspectiva é a
“serialidade” (para o autor trata-se de solidariedade, indiscriminação ou sincretismo).
Por isso cada individuo é igual a outro, ou seja, todos são iguais (BLEGER, 1998).
Por outro lado, pelo naturalismo, o fenômeno realizado por um observador, é
descrito, um fenômeno que existe independente do observador, por isso a definição do
grupo, é de conjunto de indivíduos que interatuam com papéis. Por isso os fenômenos
pela fenomenologia, com linguagem naturalista, correspondem por um grupo que se
caracteriza por não relação ou fenômeno de não discriminação entre os indivíduos e
entre o ego e os objetos. O autor utiliza o exemplo, para expor sobre o grupo, por isso,
expõe do caso, em que a mãe e o filho, ambos estão na sala, mas fazendo coisas
diferentes e independentes, na seqüência a mãe sai da sala, e a criança, logo sai a
seguindo, ou seja, isto representa a sociabilidade sincrética (BLEGER, 1998).
Segundo Bleger a identidade grupal é formada pela identidade proporcionada
por trabalha em comum, e que o fim é estabelecer interação e comportamentos
institucionalizados, já a outra identidade é dada pela integração e interação entre as
pessoas. Todavia outra identidade, que é particular é a identidade grupal sincrética, que
não é dada pela integração ou interação, mas pela socialização. Segundo o autor quanto
maior é o pertencimento a um grupo, maior é a identidade grupal sincrética (oposição a
identidade por integração), assim como quanto maior foi a identidade por integração,
menor será o pertencimento sincrético ao grupo.
Os tipos de grupos ou indivíduos que pertencem a grupos são de: 1º Tipo de
individuo dependentes ou simbióticos, a medida que utiliza o grupo como
pertencimento e equidade da identidade individual e grupal, sendo que estes indivíduos
transforma o grupo numa organização estável, em que será uma interação superficial; 2º
Tipo de individuo é o de neuróticos ou normais, neste caso a neurose corresponde parte
da personalidade, a medida que a tendência é de sociabilidade de interação, em que os
sujeitos são ativo, “motivados” e que garantem a clivagem; 3º Tipo de individuo
corresponde a indivíduos que não tiveram e não irão estabelecer relação simbiótica
(BLEGER, 1998).
Segundo Bleger (1998) a instituição, pode ser definida, como o conjunto de
normas e atividades com valores e funções sociais. Todavia, também pode ser definida
como organização, distribuição de funções. De igual, forma o grupo é uma instituição,
mas ao mesmo tempo tende a estabilizar-se como organização, com padrões fixos e
próprios. Segundo o autor, a organização da interação leva a anti-terapêutica, que ocorre
no nível em que se organizam as interações de maneira fixa e estável, mas que ocorre
fixação e estereotipia e outro nível se baseiam no controle sobre clivagem.
A organização e burocratização (antiprocesso) não para deve apenas a
preservação ou compulsão da repetição das interações, mas garante a clivagem, e com
isso descobre ou bloqueia os níveis simbióticos ou sincréticos. Segundo o autor, toda
organização tem a mesma estrutura, que o problema que enfrenta, e pelo motivo que foi
criada. As organizações possuem função de manutenção e controle da clivagem
(burocratização). As organizações formam parte da nossa personalidade. Segundo o
autor, o ser humano antes de ser pessoa é um grupo, a medida que sua personalidade é o

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grupo. Assim como para trabalhar em instituição, por meio da Psicologia Institucional, a
dinâmica de grupo é uma técnica para enfrentar os problemas organizacionais. Por isso
um dos problemas das organizações, não apenas a dinâmica intragrupal, mas intergrupal
(BLEGER, 1998).

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