Gêneros textuais
e ensino
Autores
aula
09
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo: Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções; Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas; Fasc. 3 - o jogo discursivo
no processo de leitura; Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra; Fasc. 5 - a leitura como prática social; Fasc. 6 – produção
textual-perspectivas teóricas; Fasc. 7 – a tessitura do texto; Fasc. 8 – gêneros textuais ou discursivos; Fasc. 9 – gêneros
textuais e ensino; Fasc. 10 – a escrita como processo; Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão; Fasc. 12 – recursos
de textualidade – coerência; Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo; Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais –
a resenha; Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial
ISBN: 978-85-87108-59-3
1. Leitura (Lingüística). 2. Produção de textos. 3. Educação a Distância. I. Título.
22 ed. CDD 418.4
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Apresentação
Nesta aula vamos dar continuidade ao estudo sobre os gêneros textuais.
Nesse momento, vamos aprofundar um pouco mais sobre a prática do uso dos gêneros,
destacando-os como instrumentos de ensino no contexto da sala de aula.
Para tanto, como na aula anterior, também vamos desenvolver um trabalho, de modo
que reconheçamos a constituição dos gêneros textuais e sua relação direta com as práticas
sociais de uso da linguagem em diversas esferas da atividade de comunicação humana.
Cabe lembrar, que a aprendizagem desse conteúdo vai exigir que você continue
realizando todas as atividades e estabeleça as relações de interação com os colegas, os
tutores e os professores, para tirar dúvidas e buscar os esclarecimentos necessários.
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você
O gênero textual, então, pode ser utilizado como instrumento no processo de apropriação
social do conhecimento. Constitui-se, portanto, numa ferramenta cultural na atividade
humana, em especial, pelas práticas históricas e sociais em que se inscreve, estabelecendo
interações efetivas ao longo da história da humanidade.
Já sabemos que por meio dos gêneros textuais nós produzimos nossos enunciados,
nossos discursos, seja na forma oral ou escrita. Por meio dos gêneros nós recordamos,
ordenamos, informamos, pedimos, reclamamos, damos instruções, noticiamos, estudamos,
explicamos, ensinamos, narramos fatos e acontecimentos sócio-históricos. E por aí vai...
É uma lista imensa de gêneros antigos e gêneros novos que se transformam e emergem,
conforme a variedade de contextos de uso da linguagem.
Que tal brincarmos um pouco de ser poeta e criar versos sobre outros temas de
seu interesse? São tantos temas: violência, saudade, amizade...
Escreva seu verso no quadro abaixo e mostre aos colegas. Vocês podem
organizar um mural no Pólo onde estudam e divulgarem suas produções.
sua resposta
A produção de bilhetes, um gênero simples, pode ser um excelente recurso para ajudar
alunos e professores a interagirem no processo de construção social do conhecimento.
Ao vivenciar as trocas de bilhetes, alunos e professores podem estabelecer o diálogo e
evidenciar momentos ricos de discussão sobre o que estão aprendendo.
6) se for o caso, refaça sua produção textual, contemplando as sugestões que seu colega
enviou por meio do bilhete;
7) se você desejar também pode trocar bilhetes por outros motivos (combinar algo, trocar
dúvidas, comentar as aulas). Fique à vontade para escrever sobre o quiser.
Importante – Não rasgue seus bilhetes. O tutor será o responsável pelo arquivo
de todos esses bilhetes. Para isso, vocês devem organizar uma caixa de coleta de
bilhetes que, ao final do curso, serão recolhidos para análise pelos professores.
Que tal começar agora? Escreva um bilhete para seu professor comentando sobre esta idéia.
N
os trabalhos do grupo de Didática de Línguas da Universidade de Genebra
(especialmente, DOLZ, SCHNEUWLY, de PIETRO, PASQUIER), a utilização de
Gêneros gêneros como (mega-)instrumentos concretizou-se na possibilidade de construção
de Seqüências Didáticas (SDs), que focalizam o gênero como objeto de ensino, a partir
Os gêneros textuais como
um instrumento social de uma proposta didática sistematizada em um plano de ensino aplicável numa situação
e cultural multiplicam de aprendizagem. Uma seqüência didática (SD) define-se, assim, por um conjunto de
as possibilidades para
procedimentos que se destina ao momento de ensino-aprendizagem de um determinado
os sujeitos enunciarem
num contexto e situação gênero, seguindo critérios e passos previamente planejados (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004).
precisos.
Os gêneros são organizados e selecionados por meio de uma proposta de agrupamentos
de gêneros, elaborada a partir das capacidades de linguagem requeridas para a produção
Sequência didática dos mesmos (narrar, relatar, expor, argumentar, descrever ações) (DOLZ, NOVERRAZ e
SCHNEUWLY, 2004).
“Uma ‘seqüência
didática’ é um conjunto
Numa SD, dois procedimentos iniciais são previstos: a descrição do gênero e a sua
de atividades escolares
organizadas, de modelização didática. Por modelização didática entende-se o “modelo didático” que orienta o
maneira sistemática, que ensinar, como ensinar, quais os materiais necessários, quais as capacidades exigidas na
em torno de um gênero
produção do gênero e que devem ser apropriadas, qual o papel do professor e como intervir
textual oral ou escrito”
(DOLZ, NOVERRAZ e na produção de textos no gênero.
SCHNEUWLY, 2004).
Rojo (2001, p. 319), ao refletir sobre essas propostas, esclarece que “o momento da
modelização didática constitui-se no mecanismo que transforma uma descrição de gênero (ou
de qualquer outro objeto de ensino) num programa de ensino de gênero”. Nessa perspectiva
de trabalho, a organização de uma SD implica, necessariamente, pensar nas “necessidades”
e “possibilidades” de ensino. Ou seja, leva a procedimentos sobre o que se quer ensinar e
sobre o que é ensinável para aqueles aprendizes.
Vamos então produzir mais um gênero textual para concluir nossa aula.
Atividade 3
Coleguismo e amizade
Outro dia estava com um pessoal conversando e de repente surgiu o tema “Ter
Amizade”. Cada um narrava algum fato ocorrido em suas vidas e eu escutando,
atentamente, conclui que em muitos grupos há muitos colegas e somente
poucos amigos.
Isso não é novidade, afinal todo mundo sabe que amigos são poucos.
Fica pobre ou sem nada e deixa de oferecer festas e divertimentos para ver
o que acontece. Desaparecem os chamados “amigos”. Está claro que esses
“amigos” na realidade são colegas.
Alguém está alegre, feliz e de bem com a vida? Tenham certeza de que a inveja
aparece e alguns desses “amigos” revelam-se negativamente.
Ufa! Não é fácil. O pior é que não tem jeito, todo mundo precisa relacionar-se
e permanecer num grupo, para trocar idéias e distrair-se um pouco. O humano
precisa disso.
Assim sendo, saber conviver com as pessoas é uma arte, que exige de
todos nós muita paciência e tolerância. Recomenda-se treinar a paciência e
tolerância, diariamente.
Pronto, uma vez identificado quem são os colegas, então, não devemos
esperar que se comportem como amigos. Daí, não tem problema. Está tudo
muito bem, no controle.
São, uns deles, alegres e divertidos; outros são simpáticos e amáveis; e outros
têm bom papo.
Com colegas não devemos falar em demasia, nem dizer o que pensamos, só
devemos manter o astral legal, dando risadas de tudo e, é claro, conversar
abobrinhas com alguns deles. É melhor assim. Vai por mim…
Não se preocupem se um colega não quer mais papo com você. Tudo bem, porque
logo vem outro para substituí-lo. Ah! era colega mesmo. Nada de importante.
Devemos desejar felicidades e dizer; foi bonzinho enquanto durou…
Não é a primeira vez que um colega vai embora sem mais e nem menos. Muitos
já se foram, passaram pelas nossas vidas sem registrar nada de importante. A
Não há distância e nem outros fatores que possam destruir uma verdadeira
amizade. O laço é forte e o amor e o sentimento estão presentes nessa relação.
Esses, sim, são importantes e necessários, para as nossas vidas. Eles são
o alimento de nossas almas e dão sentido a nossa existência. Esses amigos
estão contidos numa energia cósmica, porque só assim justifica-se o fato de
muitos estarem longe, num outro continente e continuarem presentes na nossa
existência, alimentando as nossas almas e dando sentido as nossas vidas.
São esses amigos que devemos cuidar com muito carinho e atenção, respeitando
sempre a individualidade de cada um deles, estando prontos para estender as
mãos no momento em que precisarem.
Conceição Vetsch
http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/coleguismoeamizade.htm Consulta 02/06/07
Escreva um depoimento em que você narre esse fato relacionado a uma das duas
situações acima.
Não se esqueça de que seu depoimento deve ser escrito de forma comovente e deve
permitir que dele se extraiam lições de vida.
Concluído seu depoimento, peça a um colega que leia seu texto e, se possível, envie um
bilhete comentando e apresentando sugestões. Revise-o, reescreva-o, se for o caso, incorporando
as sugestões que julgar conveniente e divulgue no mural do Pólo onde você estuda.
Este livro apresenta diferentes gêneros textuais que circulam socialmente e que são
usados nas mais variadas situações de interação verbal. Contribui para ampliar a capacidade
dos estudantes de lidar com as dificuldades e exigências da vida escolar, bem como prepará-
los para os desafios do atual mercado de trabalho.
O livro apresenta textos diversos sobre o ensino escolar de gêneros escritos e orais.
Com esta obra, os autores concretizam um pouco mais, para professores e formadores
de professores, encaminhamentos ou procedimentos possíveis para o ensino de gêneros
selecionados pelo projeto da escola ou da série/ciclo.
Resumo
Nesta aula aprendemos que, em relação às práticas pedagógicas, os gêneros
podem ser tomados como objeto de ensino-aprendizagem. Compreendemos,
ainda, que, por meio do trabalho com os gêneros, podemos organizar
procedimentos para ajudar nossos alunos a produzir seus enunciados e
construir novos saberes. Constatamos, assim, a origem “sócio-interativa dos
gêneros” e vimos que é possível criar dinâmicas que permitam aos alunos
compartilhar significados, organizar e dar sentido aos seus enunciados e por
meio de práticas de linguagens diversas concordar, criticar, reclamar, expor
opiniões, entre tantas formas de enunciar.