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ISSN 1808-6810

Boas Práticas Agrícolas na produção de


72 uva de mesa (pré colheita)
____________________________________________________________
Circular
Técnica
Introdução
A segurança dos alimentos é conseqüência do controle de todas as etapas
e de cada elo da cadeia produtiva, desde a produção primária (campo), até
a mesa do consumidor. A produção agrícola, quando conduzida sob as
condições necessárias de higiene, reduz a possibilidade da presença,
introdução e aumento de perigos que possam afetar, de forma adversa, a
segurança e a propriedade para o consumo dos produtos agrícolas,

Bento Gonçalves, RS
incluindo os estágios posteriores da cadeia de alimento.
Dezembro, 2006
Os programas de controle integrado, do campo à mesa, estão sendo
propostos em nível internacional e já foram adotados pela União Européia
e por vários países. Esses programas têm sido propostos e incentivados
em nível de produção agrícola, pois nos últimos anos tem-se observado
Autor um aumento de surtos de doenças alimentares relacionadas com o
Lucas da consumo de frutas, entre outros alimentos.
Ressurreição Garrido
Embrapa Uva e Vinho, O controle de agentes biológicos e químicos é imprescindível para que os
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Bento Gonçalves, RS
produtos agrícolas não ofereçam risco à saúde do consumidor. As Boas
Práticas Agrícolas (BPA) se referem às práticas e procedimentos
estabelecidos para a produção primária, objetivando o controle de perigos,
a produtividade e a qualidade. Para o controle dos perigos (agentes de
doenças), não é necessário que se caracterize e identifique
especificamente quais estão presentes em cada etapa da produção. As
práticas e procedimentos se baseiam na aplicação de tecnologias
desenvolvidas para o controle dos perigos possíveis e potenciais, para a
qualidade do produto final e para a produtividade no campo. Estes
procedimentos e práticas são objetos de correções quando o resultado
final esperado não é satisfatório. Para o controle dos perigos por BPA,
consideram-se as fontes de contaminação e as condições que se
relacionam à introdução, multiplicação e permanência dos perigos no
produto.
fonte importante de contaminação
1 Higiene ambiental
química e também de origem biológica.
Sempre que possível, as fontes potenciais de
O uso de agrotóxicos sempre está associado
contaminação do ambiente devem ser
à possibilidade de ocorrência de
identificadas. O viticultor deve avaliar o uso
contaminações ambientais diretas e
anterior do local, assim como os arredores,
indiretas. Elas podem ocorrer elas por
para considerar a possibilidade de presença
acidentes, descuido, negligência ou falta de
de perigos. O processo de avaliação inclui:
conhecimento quanto ao armazenamento,
a) uso prévio e presente da área do transporte e manuseio desses produtos.
vinhedo e seus arredores, identificando Assim, torna-se importante a escolha
perigos, em especial os contaminantes adequada do tipo de equipamento que deve
microbianos de origem fecal, lixo ser utilizado na aplicação do produto, a
orgânico e químico, que possam calibração do mesmo antes da pulverização,
comprometer o local de cultivo da videira para que se obtenha eficiência na aplicação,
e colheita da uva; além da adoção de procedimentos para

b) acesso de animais domésticos e descarte de calda e embalagens vazias de

selvagens contaminando as áreas dos produtos, bem como, à necessidade de

vinhedos com depósitos não controlados utilização dos equipamentos de proteção

de fezes; individual (EPI).

c) o potencial de contaminação dos Trabalhos têm mostrado que os desperdícios

vinhedos por enchentes e vazamentos de agrotóxicos provocados por manuseio

dos locais de conservação de esterco inadequado ultrapassam 70% do total

fresco, de compostagem ou de águas aplicado. Entre os componentes ambientais

superficiais poluídas; de especial risco de contaminação por


agrotóxicos estão as nascentes, poços,
d) a contaminação e a preservação do
açudes ou leitos e cursos de água (córregos,
ambiente. O solo e os mananciais de
riachos, rios e canais); a fauna e flora
água devem ser preservados de
silvestre; os solos, explorados ou não para
contaminação. Os defensivos agrícolas
cultivo; o ar e a atmosfera; e o homem.
usados indiscriminadamente ou na
época da pré-colheita, bem como os
adubos nitrogenados, podem contaminar 2 Higiene na produção da uva
águas superficiais pela chuva. A
Os insumos agrícolas não podem conter
possibilidade de contaminação das
contaminantes químicos ou microbianos em
águas superficiais por esgoto doméstico
níveis que representam riscos à saúde
e industrial deve ser avaliada, pois é
humana e vegetal.
substâncias tóxicas (metais pesados,
2.1 Água
agrotóxicos, etc.).
Os viticultores devem identificar a origem da
A qualidade da água proveniente de uma
água usada no vinhedo. Esta água pode ser
mesma fonte pode variar com o tempo,
da rede de distribuição, poço, canal,
sendo maior nas fontes superficiais e menor
reservatório, rios, lagos, água reutilizada ou
nas subterrâneas. Assim, a freqüência dos
reprocessada. Independente de sua origem,
testes de qualidade deve ser estabelecida
a água não pode apresentar níveis de
dependendo do tipo de fonte:
contaminantes químicos e biológicos que
possam afetar a saúde humana. Caso a • poços subterrâneos, devidamente
mesma apresente níveis não aceitáveis, construídos, cobertos e mantidos: realizar
devem ser tomadas ações corretivas para um teste anual no início da safra;
controlar os contaminantes presentes. Os
• poços descobertos, principalmente poço
viticultores devem avaliar a água usada,
raso, canal aberto, lagoa, represa, rios e
através de análises laboratoriais. A
riachos: realizar testes a cada três meses
freqüência da análise depende da origem e
durante a safra;
do risco de contaminação ambiental.
• rede de água municipal: manter registros
Dentre as possíveis fontes potenciais de
do sistema de água municipal.
poluição dos recursos hídricos salientam-se:
O teste recomendado para verificar o nível
resíduos industriais, esgotos domésticos,
de contaminação fecal da água usada na
resíduos de origem agropecuária e aqueles
produção agrícola é o da contagem de
decorrentes de outras atividades humanas
bactérias coliformes fecais, especialmente
(lixo, por exemplo). Essas atividades,
Escherichia coli, posto que não se
conduzidas por práticas inadequadas, levam
multiplicam no ambiente e são abundantes
a impactos ambientais na qualidade da água,
nas fezes humanas e dos animais. Um
sejam por contaminações biológicas e
indicador alternativo, por ser de mais fácil
químicas, alterações físico-químicas, perdas
determinação, é a contagem de coliformes
de recursos para uso em diferentes fins,
totais. Entretanto, a segurança bacteriológica
assoreamentos, etc.
da água não indica, necessariamente, que
Entre os principais problemas decorrentes do
esta não esteja contaminada por
consumo de água de má qualidade citam-se
protozoários, vírus ou quaisquer substâncias
as transmissões, direta ou cruzada, de
potencialmente prejudiciais.
enfermidades, como febre tifóide, disenteria,
A classificação da água, segundo seu uso
cólera, diarréia, hepatite, leptospirose e
predominante, no Território Nacional, foi
giardíase, ou ainda, a transmissão de
regulamentada pela Resolução nº 20/1986
doenças causadas pela presença de
do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA). Das noves classes A água utilizada para o preparo de
estabelecidas, duas se encaixam na fertilizantes ou de agrotóxicos também não
produção de uvas irrigadas: pode conter contaminantes que afetem a
segurança do produto agrícola. Deve ter
• Classe 1 (< 200 coliformes
características químicas que não interajam
fecais/100 mL): irrigação de produtos que
com o produto, que não inative, diminua ou
são predominantemente consumidos
potencialize sua ação, de forma a manter a
crus, sem a remoção da película e que
eficiência do agroquímico e prevenir o uso de
crescem rentes ao solo;
quantidades maiores do que a necessária.
• Classe 2 (200-1.000 coliformes
Irrigações realizadas de forma inadequada,
fecais/100 mL): irrigação de produtos
principalmente quando em excesso,
consumidos crus, com remoção de
favorecem maior incidência de doenças e,
película e que crescem distantes do solo,
conseqüentemente, um maior risco de
desde que não irrigadas por aspersão.
contaminação dos produtos por agrotóxicos
Quanto mais próximo da data da colheita que são aplicados em maior freqüência.
ocorrer a irrigação, maior será a chance de Favorecem, ainda, a lixiviação de agrotóxicos
sobrevivência de patógenos e a presença e fertilizantes, especialmente de nitrato, com
residual de substâncias químicas nos
conseqüente contaminação das águas
produtos. Todavia, nos sistemas de irrigação
subterrâneas.
em que o contato da água com a videira não
existe ou é minimizada, existe uma menor
probabilidade de contaminação. 2.2 Esterco, biossólidos e outros

O objetivo principal do tratamento de águas fertilizantes naturais


contaminadas para fins de irrigação é A “cama” de animais é uma mistura de
eliminar ou, pelo menos reduzir, a níveis substrato orgânico (maravalha, serragem,
seguros, os microrganismos patogênicos e capim, casca de arroz, etc.) e dejetos de
substâncias químicas potencialmente animais, principalmente aves, criadas em
prejudiciais presentes na água, a fim de regime de confinamento parcial ou total. O
proteger a saúde dos irrigantes e dos esterco fresco e a “cama” podem representar
consumidores. Diversos processos podem uma fonte importante de contaminação de
ser utilizados no tratamento da água. Os alimentos por patógenos, como Salmonella
processos de cloração, iodo ativado, spp., potencialmente alta no esterco de
filtragem biológica + sedimentação galinha, por coliformes fecais em esterco
apresentam eficiência na redução de bovino e ovino, além de outros patógenos.
bactérias acima de 90%. Quando adequadamente tratados
constituem-se fertilizantes seguros e
eficientes para promover o desenvolvimento a) adoção de tratamento de esterco,
das culturas. Por outro lado, o uso excessivo biossólidos e outros fertilizantes naturais,
de esterco pode representar risco químico como compostagem;
para a produção de alimentos, por promover
b) esterco, biossólidos e outros fertilizantes
a acumulação de nitratos e possibilitar a
naturais, tratados parcialmente ou não
lixiviação e contaminação de águas
tratados, só devem ser usados quando
subterrâneas e superficiais. Da mesma
medidas corretivas forem adotadas para
forma, com relação a metais como o cobre e
reduzir a contaminação microbiana como,
o zinco, que fazem parte da dieta de suínos e
por exemplo, o maior espaçamento entre
podem se acumular no solo, devido à
a aplicação e a colheita da uva;
aplicação contínua de altas quantidades de
c) minimizar o contato direto ou indireto da
dejetos.
fruta com fertilizantes naturais,
O esterco, biossólidos e outros fertilizantes
especialmente nos períodos próximos à
não devem conter contaminações de
colheita da uva;
natureza biológica, química e física. Estes
d) medidas para minimizar a contaminação
produtos podem apresentar metais pesados
da uva na área de produção e nos
e outros compostos tóxicos. Quando estes
campos vizinhos (água de chuva ou
contaminantes estão presentes nos insumos,
irrigação), por meio da utilização de áreas
em níveis que afetem a segurança da uva de
acimentadas, com proteção lateral para
mesa, os mesmos não devem ser usados.
evitar a lixiviação ou escorrimento do
Um programa de garantia de segurança
chorume;
através das Boas Práticas Agrícolas depende
e) não localizar a área para tratamento de
de um bom sistema de informações sobre os
esterco, biossólido e outros fertilizantes
fertilizantes orgânicos, como origem do
naturais próxima das áreas de cultivo ou
material e o tratamento aplicado, o tempo e a
de fontes de água utilizada no vinhedo;
temperatura durante o tratamento de
estabilização, a quantidade usada nos f) não armazenar fertilizantes naturais ou
vinhedos, data da aplicação, responsável estercos, em áreas próximas às de
pela aplicação, quadras onde foi aplicado e armazenamento de produtos já colhidos;
resultados de análise microbiológica do g) o esterco ou “cama” de animais deve ser
fertilizante e de fertilidade do solo. protegido de chuvas fortes ou re-
Para reduzir o risco de contaminantes contaminação por pássaros e roedores,
biológicos, as seguintes práticas podem ser cobrindo-se a pilha com uma lona ou
aplicadas: plástico, ou por uma cobertura
permanente;
h) os implementos (por exemplo, carrinhos, menor retenção de água, que pode favorecer
carriolas) usados no manuseio do esterco a multiplicação e sobrevivência de
fresco ou da “cama” de animais devem ser microrganismos patogênicos.
lavados antes de serem usados para
outras finalidades dentro da área de
produção;
2.4 Agroquímicos

i) o trabalhador que lida com esterco ou Os agroquímicos são utilizados para várias

“cama” de animais deve ser vacinado práticas agrícolas. Entretanto, o seu uso

contra tétano e não deve manusear o deve ser realizado com segurança. Deve ser

material quando apresentar feridas considerada a proteção do aplicador de

expostas. As mãos devem ser bem agroquímicos tóxicos e do produto agrícola.

lavadas após o manuseio do esterco ou Portanto, as seguintes regras são

da ”cama” de animais como medida de importantes:

prevenção de doenças e de a) os viticultores devem usar os agrotóxicos


contaminação. registrados pelos órgãos nacionais e/ou
estadual competentes, para a cultura da
videira. Devem-se seguir as
2.3 Solo
recomendações do receituário agronômico
O solo deve ser avaliado a fim de verificar a e do fabricante do produto e para a
presença de perigos que não fazem parte de finalidade proposta. Resíduos dessas
sua microbiota natural ou a sua substâncias na uva não podem exceder
contaminação. Essa avaliação deve os níveis estabelecidos pela legislação
considerar os níveis do contaminante que vigente no Brasil;
pode representar um risco à segurança da
b) os trabalhadores rurais que aplicam os
uva produzida.
produtos agroquímicos devem estar
O uso prévio deve ser estabelecido e o solo devidamente treinados nas técnicas,
deve ser avaliado com cuidado, sempre que procedimentos e práticas adequadas para
se verifique que foi usado para descarte ou esta operação. Devem estar devidamente
depósito de substâncias químicas, aplicação informados da necessidade de utilizar os
de pesticidas organoclorados ou aplicação equipamentos de proteção individual (EPI)
abusiva de outros defensivos agrícolas que durante a aplicação de agrotóxicos, assim
ainda podem permanecer no solo. Outras como da atitude a tomar, caso ocorra
características que devem ser avaliadas são acidente. Os EPIs são os elementos mais
a posição relativa do vinhedo em relação às importantes para diminuir ou eliminar a
áreas de animais e de fossas assépticas e possibilidade de riscos de intoxicação ou
granulação do solo, permitindo maior ou de contato com os produtos químicos.
Devem ser seguidas todas as instruções armazenamento da uva de mesa e dos
dos fabricantes e as normas de segurança locais de moradia;
e medicina do trabalho, para que não haja
h) os recipientes próprios do agrotóxico ou
riscos aos trabalhadores;
usados no preparo não podem ser usados
c) os viticultores devem manter registro das para transportar alimentos, incluindo a uva
aplicações dos agroquímicos no vinhedo produzida, devendo ser encaminhados
(caderno de campo). No caso de para o depósito de reciclagem de
agrotóxicos, os registros devem incluir embalagens de agrotóxicos;
informações quanto à data da aplicação,
i) realizar adequadamente a tríplice lavagem
produto químico utilizado, praga ou
das embalagens rígidas vazias e o
doença contra a qual foi usado,
acondicionamento das embalagens não
concentração do produto na calda, volume
laváveis (flexíveis, como sacos plásticos,
de calda usado, freqüência da aplicação e
de papel ou metalizados) em sacos
data de colheita da uva, para verificar o
plásticos devidamente fechados e
tempo decorrido entre a aplicação e a
identificados, sendo armazenadas em
colheita;
local isolado até o momento do
d) os pulverizadores devem ser devidamente recolhimento ou entrega nos locais de
calibrados, para controlar a quantidade e recebimento de embalagens de
a vazão da aplicação; agrotóxicos;

e) o preparo e aplicação de agrotóxicos k) pequenos volumes de calda que sobram


devem ser conduzidos de forma a evitar no tanque do pulverizador devem ser
contaminação da água e da terra das diluídos em água e aplicados no interior
áreas adjacentes e proteger os do vinhedo tratado.
trabalhadores rurais envolvidos na
atividade;
2.5 Controle biológico
f) os pulverizadores e os recipientes
utilizados para a mistura devem ser Os viticultores só devem empregar produtos

lavados imediatamente após o uso; para controle biológico nos vinhedos quando
o uso do mesmo estiver autorizado e seja
g) os agrotóxicos usados no vinhedo devem
específico para uva. O seu uso deve ser
ser mantidos em suas embalagens
conduzido de acordo com as instruções do
originais, rotulados com os nomes das
fabricante.
substâncias químicas que os compõem e
com as instruções de uso. Devem ser
mantidos em local seguro, ventilado, longe
das áreas de produção, processamento e
de transmissão por produtos agrícolas não
3 Higiene, saúde pessoal e
devem estar envolvidas nas atividades
instalações sanitárias executadas no vinhedo que possam vir a

Manter a higiene e saúde das pessoas que contaminar a uva.

entram em contato direto ou indireto com a


uva no campo, de forma a evitar a
3.3 Higiene pessoal
contaminação da mesma. Os visitantes
devem respeitar as mesmas regras Os trabalhadores rurais que têm contato
estabelecidas para o pessoal que trabalha no direto com a uva devem manter um padrão
vinhedo. de higiene pessoal adequado. Cortes e
feridas na superfície do corpo devem ser
tratados e protegidos por curativos à prova
3.1 Higiene pessoal e instalações de água. Os trabalhadores devem lavar bem
sanitárias as mãos antes de manusear a uva, os

As instalações sanitárias devem estar insumos agrícolas e as superfícies que

previstas para assegurar e manter um nível entram em contato com os mesmos,

adequado de higiene pessoal e do ambiente. imediatamente após as paradas para as

Tanto quanto possível, estas instalações refeições, após o uso das instalações

devem: sanitárias e o manuseio do material


contaminado. As roupas devem ser lavadas
• estar localizadas nas proximidades do
com freqüência e os sapatos devfem estar
vinhedo;
limpos, a fim de não constituírem fontes de
• ser construídas de forma a assegurar a contaminação de perigos físicos e biológicos.
remoção de dejetos e evitar a
contaminação dos vinhedos, da uva
colhida, bem como dos insumos agrícolas
3.4 Comportamento pessoal

que serão utilizados; Os trabalhadores devem evitar qualquer


comportamento que possa resultar na
• estar providas de meios adequados para
a lavagem e secagem das mãos; contaminação do alimento, como fumar,
espirrar, comer, tossir, cuspir, etc., sobre a
• ser mantidas sob condições de higiene e
uva. Adornos pessoais como jóias, bijuterias
em bom estado de conservação.
e relógios, que podem cair ou quebrar sobre
a uva colhida, não devem ser utilizados.

3.2 Condição de saúde

As pessoas com suspeita de estarem


afetadas por doenças, cujo agente é passível
perigosos, como os agroquímicos, devem ser
4 Equipamentos usados no
devidamente identificados, mantidos e
cultivo e colheita conservados separadamente em instalações

• Os equipamentos, recipientes e de armazenamento seguras. Os programas

colhetores, que entrem em contato direto de limpeza devem estar estabelecidos e

com a uva, devem ser fabricados com implementados para assegurar que sua

material não tóxico. Devem permitir que, execução seja conduzida de forma efetiva e

sempre que necessário, possam ser apropriada. Os sistemas e programas de

limpos e desinfestados, para evitar a limpeza e desinfecção devem ser

contaminação da uva; monitorados para certificação de sua


eficiência e eficácia e devem ser revistos
• os recipientes para lixo, subprodutos,
periodicamente e adaptados sempre que as
partes não comestíveis, desperdícios e
circunstâncias indicarem esta necessidade.
para substâncias perigosas, devem estar
Os materiais de limpeza e os utilizados na
devidamente identificados, solidamente
desinfecção devem ser usados conforme as
construídos e feitos com material
especificações do fabricante. Instrumentos
impermeável. Quando apropriado, em
para colheita e recipientes reutilizáveis na
especial para o descarte de substâncias
colheita da uva devem ser lavados e
perigosas, devem ser vedados de forma
desinfestados, segundo a necessidade. Os
a prevenir contaminação intencional ou
procedimentos de limpeza devem incluir a
acidental da uva e dos insumos utilizados
remoção de sujidades aderidas nas
no vinhedo. Tais recipientes devem ser
superfícies de ferramentas ou contentores,
excluídos da utilização para a colheita da
com a aplicação de uma solução de
uva;
detergente para a retirada de sujidades
• os recipientes que não podem ser menores, o enxágüe com água e, quando
mantidos em boas condições de higiene necessário, a aplicação de solução
devem ser descartados. desinfetante, com subseqüente enxágüe,
seguindo as recomendações do fabricante.

4.1 Programa de limpeza, higienização


e manutenção das instalações e 4.2 Programa de controle de pragas
equipamentos usados na pré-colheita As pragas representam um alto risco à
As instalações e equipamentos utilizados na segurança e adequação e ao consumo dos
colheita da uva devem ser mantidos em produtos e alimentos. Nos locais de
estado apropriado de conservação e reparo armazenamento de insumos e de produtos
para facilitar sua limpeza e sanitização. Os agrícolas deve-se implantar sistema
materiais de limpeza e os produtos integrado de controle de pragas. A higiene
adequada destes locais e a inspeção de todo detectada, empregando-se produtos
o material recebido, associado à proteção e aprovados pela legislação, nas condições
manutenção da área física, podem minimizar especificadas pelo fabricante, sem afetar
a possibilidade de infestação. a segurança do produto agrícola.

• Prevenção do acesso: a construção deve • Gerenciamento do lixo: é importante


ser mantida em boas condições de estabelecer um programa de retirada
manutenção, de forma a prevenir o regular do lixo. A disposição destes
acesso de pragas e para eliminar materiais deverá ser em recipiente
possíveis locais de refúgios. Os ralos e adequado e, quando necessário,
outros sistemas de drenagem, por onde devidamente tampado para não atrair
determinadas pragas podem ter acesso, moscas e outros animais.
devem ter sistemas de fechamento,
quando não estiverem sendo usadas.
Proteção por telas em janelas, portas e
4.3 Cuidados na colheita

ventiladores pode reduzir o problema de Durante a colheita, devem ser adotadas


entrada de pragas. Os animais medidas efetivas para prevenir a
domésticos não devem ter acesso a contaminação cruzada entre a uva e os
essas áreas. insumos ou pelo pessoal que trabalha com a
mesma. Devem ser considerados os
• Nidificação e infestação: a disponibilidade
seguintes pontos:
de alimento e água predispõe à
nidificação e infestação. As possíveis • na colheita, os trabalhadores não devem
fontes de alimento devem estar levar outros produtos, que não os da
armazenadas em locais e recipientes à colheita, nos recipientes e contentores
prova de pragas. As áreas internas e destinados a acondicionar a safra, como
seus arredores externos devem ser lanches, marmitas, ferramentas,
mantidos limpos e não podem ser usados combustível, agroquímicos e outros;
para manutenção de lixo, desperdícios e
• os equipamentos e recipientes que foram
de outros descartes.
previamente usados para acondicionar
• Monitoramento e detecção: o programa produtos potencialmente perigosos, como
integrado de pragas deve incluir o adubos, esterco e agroquímicos, não
monitoramento constante para verificar e podem ser usados para acondicionar o
detectar qualquer evidência da presença produto da colheita e nem para o material
de pragas. que será utilizado para embalar a uva;

• Erradicação: a infestação de pragas deve • deve-se adotar o máximo de cuidados


ser tratada imediatamente após ser quando a uva é embalada no vinhedo,
para evitar a contaminação das 4.5 Procedimentos operacionais
embalagens, por contato com adubo ou
No geral, os procedimentos operacionais são
fezes de animais ou do homem. Deve-se
simples e devem especificar o que, como,
evitar deixar caixas com uvas por
com que freqüência e por quem serão
períodos longos no campo, em especial
realizados, além do monitoramento das
durante a noite, e em contato direto ou
ações corretivas quando se verificar um
muito próximo do nível do solo, para
desvio ou não conformidade e de um
evitar a entrada de animais do campo,
programa de verificação, para garantir que o
como roedores e cobras.
objetivo e efetividade do procedimento sejam
conduzidos e mantidos de forma constante,

4.4 Controles operacionais da pré- como: calibração de pulverizadores; rotação


de estoque de insumos; programas de
colheita
controle de pragas e doenças; programa de
O gerenciamento da segurança das etapas limpeza e sanitização de equipamentos;
de pré-colheita deve: processos usados para tratamento de água,
• identificar etapas e práticas que para a compostagem, na aplicação de
representem um risco para a segurança fertilizantes e agrotóxicos; métodos de
da uva; colheita, entre outros.

• estabelecer e implantar procedimentos de


controle efetivo para as etapas e práticas Bibliografia consultada
consideradas críticas;
GUIA para minimização de riscos
• monitorar os procedimentos de controle microbianos em produtos hortifrutícolas
para garantir a continuidade da frescos. Washington, DC: US-FDA, 1998. 40
efetividade do controle; p.
• rever os procedimentos e práticas MEJORANDO la seguridad y calidad de
periodicamente ou sempre que houver frutas y hortalizas frescas: manual de
modificações operacionais; formación para instructores. College Park:
• registrar em planilhas elaboradas para University of Mariland, 2002. Várias
cada procedimento, para fins de paginações. Apostila do treinamento sobre
rastreabilidade de possíveis problemas boas práticas agrícolas para produção
(caderno de campo e planilhas). segura de frutas e hortaliças, 9 a 13 de maio
de 2005, Bento Gonçalves, RS, Brasil.

PROGRAMA DE ALIMENTOS SEGUROS.


Elementos de apoio para as boas práticas
agrícolas e o sistema APPCC. Brasília, DF:
Embrapa Informação Tecnológica, 2004a. SENAI, SEBRAE: CNI, SESI: SESC
198 p. (Série Qualidade e Segurança Nacional: SENAC: SENAR: ANVISA:
Alimentar). Instituições responsáveis: CNI, Embrapa.
SENAI, SEBRAE: CNI, SESI: SESC
PROGRAMA DE ALIMENTOS SEGUROS.
Nacional: SENAC: SENAR: ANVISA:
Manual de boas práticas agrícolas e
Embrapa.
sistema APPCC. Brasília, DF: Embrapa
PROGRAMA DE ALIMENTOS SEGUROS. Informação Tecnológica, 2004c. 100 p. (Série
Guia de verificação de sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar).
segurança na produção agrícola. Brasília, Instituições responsáveis: CNI, SENAI,
DF: Embrapa Informação Tecnológica, SEBRAE: CNI, SESI: SESC Nacional:
2004b. 61 p. (Série Qualidade e Segurança SENAC: SENAR: ANVISA: Embrapa.
Alimentar). Instituições responsáveis: CNI,

Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:


Embrapa Uva e Vinho Comitê de Presidente: Lucas da Ressurreição Garrido
Técnica, 72 Rua Livramento, 515 – Caixa Postal 130 Secretária-Executiva: Sandra de Souza Sebben
Publicações Membros: Jair Costa Nachtigal, Kátia Midori Hiwatashi,
95700-000 Bento Gonçalves, RS
Osmar Nickel, Viviane Maria Zanella Bello Fialho
Fone: (0xx) 54 3455-8000
Fax: (0xx) 54 3451-2792
http://www.cnpuv.embrapa.br Expediente Normatização bibliográfica: Kátia Midori Hiwatashi

1ª edição
1ª impressão (2006)

CGPE 6398

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