Departamento de Informática
Disciplina : Lógica para Computação
Prof. Simone C. Mendes Paiva
3 SISTEMAS FORMAIS..........................................................................................................................................18
representação: ∧ , &
leitura: e, mas, também
Podemos formalizar a sentença (1) como sendo A, e a sentença (2) como B. Se desejarmos representar a
sentença “Portas abrem e telhados cobrem.” , teremos a fórmula abaixo. A versão “Portas abrem mas telhados
cobrem.” possuiria a mesma representação.
A∧B
representação: ∨
leitura: ou
representação: →
leitura: se...então, somente se
A sentença “Se portas abrem, então telhados cobrem.” é formalizada como A→B
1.1.4 Equivalência
representação: ↔
leitura: se e somente se
A sentença “Portas abrem se, e somente se, telhados cobrem.” é formalizada como A↔ B
A ↔ é a abreviatura para (A → B) ∧ (B → A).
A e B têm o mesmo valor verdade.
1.1.5 Negação
representação: ~, ¬
leitura: não, não é o caso que
A sentença “Portas não abrem.” ou “Não é o caso que portas abram.” é representada por ~A
A tabela abaixo resume os conectivos lógicos e suas representações:
Qualquer outra coisa não estabelecida por uma das regras acima não é uma wff.
Exercícios:
1.Utilize as regras de formação para determinar quais das seguintes fórmulas são wffs e quais não são. Justifique
sua resposta.
a) ~~~R
b) (~R)
c) PQ
d) P→Q
e) (P→Q)
f) ~(P→Q)
g) ((P∧Q) →R)
h) (P∧Q) →R
i) ~(~P ∧ ~Q)
j) ((P∧Q) ∨ (R∧S))
2. Interprete a letra sentencial “C” como 'Está chovendo', e “N” como 'Está nevando' e expresse a forma de cada
sentença na notação do cálculo proposicional.
a) Está Chovendo
b) Não está chovendo
c) Está chovendo ou nevando
d) Está chovendo e nevando
e) Está chovendo mas não está nevando
f) Não é o caso que está chovendo e nevando
g) Se não está chovendo, então está nevando
h) Não é o caso que se está chovendo então está nevando
i) Não é o caso que se está nevando então está chovendo
4. Formalize os seguintes argumentos usando as letras sentenciais indicadas. Utilize os indicadores de premissa
(vírgulas) e conclusão (asserção --| ) para distinguir as premissas da conclusão.
a) Se Deus existe, então a vida tem significado. Deus existe. Portanto, a vida tem significado. (D, V)
b) Deus não existe. Pois, se Deus existisse, a vida teria significado. Mas a vida não tem significado. (D, V)
d) Como hoje não é quinta-feira, deve ser sexta-feira. Hoje é quinta-feira ou sexta-feira. (Q, S)
e) Se hoje é quinta-feira, então amanhã será sexta-feira. Se amanhã for sexta-feira, então depois de amanhã será
sábado. Conseqüentemente, se hoje for quinta-feira, então depois de amanhã será sábado. (Q, S1, S2)
f) Hoje é um fim de semana se e somente se é sábado ou domingo. Portanto, hoje é um final de semana, desde que
hoje é sábado. (F, S, D)
g) Hoje é um fim de semana se hoje é sábado ou domingo. Mas, hoje não é um fim de semana. Portanto, hoje não é
sábado e hoje não é domingo. (F, S, D)
h) Hoje é um fim de semana somente se hoje é sábado ou domingo. Hoje não é sábado. Hoje não é domingo. Portanto,
hoje não é um fim de semana. (F, S, D)
i) A proposta de auxílio não está no correio. Se os árbitros a receberem até sexta-feira, eles a analisarão. Portanto,
eles a analisarão porque se a proposta estiver no correio, eles a receberão até sexta-feira. (C, S, A)
j) Ela não está em casa ou não está atendendo ao telefone. Mas se ela não está em casa, então ela foi seqüestrada. E se
ela não está atendendo ao telefone, ela está correndo algum outro perigo. Portanto, ou ela foi seqüestrada ou ela
está correndo um outro perigo. (C, T, S, P)
1.3 Tabelas-Verdade
O conceito central na semântica da lógica proposicional é o valor-verdade. Os enunciados verdadeiros possuem
valor-verdade verdadeiro, e os enunciados falsos possuem valor-verdade falso. Todos enunciados possuem um único
valor-verdade. A semântica para a lógica proposicional se baseia no princípio de bivalência, supondo que verdadeiro e
falso são os únicos valores-verdade e que em toda situação possível cada enunciado assume um deles. Utiliza-se as
abreviações V para verdadeiro e F para falso.
A tabela abaixo chama-se Tabela-Verdade. Abaixo de A são analisadas duas possibilidades: ou A é verdadeiro
ou A é falso. ~A possui os valores-verdade para cada valor-verdade de A.
A ~A
V F
F V
A B ∧B
A∧
V V V
V F F
F V F
F F F
A B ∨B
A∨
V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplo:
Indique o antecedente e o conseqüente das frases abaixo:
A B A→ →B
V V V
V F F
F V V
F F V
Considere a seguinte afirmação:
Agora vamos considerar todas as combinações entre verdadeiro e falso para as letras sentenciais A e B.
Situação: Passei na prova e não viajei. Logo, a afirmação é falsa, pois eu havia afirmado que, se passasse na
prova, viajaria.
Situação: Não passei na prova e viajei. Logo, a afirmação é verdadeira, pois eu não afirmei que, se não
passasse na prova, não iria viajar.
A B →B
A→ →A
B→ →B) ∧ (B→
(A→ →A)
V V V V V
V F F V F
F V V F F
F F V V V
A B ↔B
A↔
V V V
V F F
F V F
F F V
1. (A → Β) ↔ (Β → A)
2. (A ∨ ~A) → (Β ⊥ ∼Β)
3. (A → B) → B
4. (~B → ~A) → B
5. (A ∨ ~B) → ~(A ∨ B)
6. ~(P → Q)
7. (A ∧ ~A)
Tautologia: a wff será uma tautologia quando todos os valores-verdade resultantes na tabela-verdade forem
verdadeiros.
Contradição: a wff será uma contradição quando todos os valores-verdade resultantes na tabela-verdade forem falsos.
Contingência: a wff será uma contingência quando os valores-verdade resultantes na tabela-verdade variarem entre
verdadeiro e falso.
Exercício:
6. Classifique as wffs do exercício anterior como tautologia, contradição ou contingência.
Se um argumento for válido, então sua conclusão poderá ser provada com a utilização das regras de dedução
natural, que serão vistas nas páginas seguintes.
Exemplo 1:
Seja a forma de argumento P∨Q, ~P |-- Q. Construa a tabela-verdade para essa forma de argumento e mostre se ela é
válida ou inválida.
Exemplo 2:
Seja a forma de argumento P→Q, Q |-- P. Construa a tabela-verdade para essa forma de argumento e mostre se ela é
válida ou inválida.
Nas linhas 3 e 5, as premissas são todas verdadeiras. São apenas nestas linhas que deve ser analisada a
conclusão. Na linha 3 a conclusão é verdadeira, porém, na linha 5, a conclusão é falsa. Como ocorreu um caso em que
as premissas foram verdadeiras e a conclusão falsa (linha 5), a forma de argumento é inválida.
Exercício:
7. Formalize os enunciados abaixo e utilize a tabela verdade para afirmar se eles são válidos ou não.
a) Se eu passar na prova, irei viajar. Não passei na prova, logo, não viajei.
b) Vou passar de ano se, e somente se, eu estudar e não viajar. Não estudei. Viajei. Logo, passei na prova.
As tabelas-verdade podem auxiliar na resolução de problemas em que se deseja saber a verdade ou não. Os
exercícios abaixo mostram uma aplicação de tabelas-verdade e formalização.
Exercícios:
Formalize estas três declarações na linguagem lógica proposicional utilizando o vocabulário abaixo. A seguir,
monte a tabela-verdade das proposições e utilize-a para responder as questões a, b e c:
P: Paulo fez o teste.
R: Rogério fez o teste.
Formalize estas três declarações na linguagem lógica proposicional utilizando o vocabulário abaixo. A seguir,
monte a tabela-verdade das proposições e utilize-a para responder as questões a, b e c:
P: Pedro entregou o trabalho.
J: João entregou o trabalho.
M: Maria entregou o trabalho.
Paulo: Eu não estudei lógica, mas se João estudou, então Maria não estudou.
João: Se um dos meus colegas não estudou lógica, então eu também não estudei.
Maria: Se Paulo e João estudaram lógica, então eu também estudei.
Formalize estas três declarações na linguagem lógica proposicional utilizando o vocabulário abaixo:
P: Pedro estudou lógica.
J: João estudou lógica.
Maria: Maria estudou lógica
Monte a tabela-verdade para responder e justificar as seguintes questões. Indique em que linha da tabela-verdade é
possível identificar as situações.
a) Se apenas Paulo estudou lógica, quem diz a verdade e quem está mentindo?
b) Se ninguém estudou lógica, quem está dizendo a verdade e quem está mentindo?
c) Se todos dizem a verdade, quem estudou lógica?
Representação: ∀
Lê-se: “para todo”, “para cada”, “qualquer que seja”
Usando a letra x para representar objetos individuais, podemos expressar o enunciado como “qualquer que seja
x, se x é S, então x é P”.
O quantificador universal é o símbolo que representará o “qualquer que seja”. Assim, a representação do
enunciado é:
∀x(Sx →Px)
Exemplo:
Todas as janelas são transparentes.
Formalização: ∀x(Jx →Tx)
Representação: ∃
Lê-se: “existe um”, “para pelo menos um”, “para algum”
Usando a letra x para representar objetos individuais, podemos expressar o enunciado como “para pelo menos
um x, x é S e x é P”.
O quantificador existencial é o símbolo que representará o “para pelo menos um”. Assim, a representação do
enunciado é:
∃x (Sx ∧ Px)
Exemplo:
Algumas as janelas são transparentes.
Formalização: ∃x(Jx ∧Tx)
Exercícios:
11. Interpretando a letra “C” como a sentença “Está chovendo” e pelas letras “R”, “V”, “S” e “I” os predicados
“É uma rã”, “É verde”, “É saltitante”, “É iridescente”, formalize as seguintes sentenças:
Nem todos enunciados contêm quantificadores. Os enunciados do tipo sujeito-predicado atribuem uma propriedade
a uma pessoa ou coisa.
As letras minúsculas (do início ao meio do alfabeto) podem ser interpretadas como nomes próprios para indivíduos,
enquanto as letras finais minúsculas do alfabeto representam variáveis (sempre associadas a quantificadores) e letras
maiúsculas do alfabeto representam letras nominais.
As wffs desse tipo são chamadas wffs predicativas, enquanto as demais são wffs proposicinais.
wff Proposicional: são as que contêm apenas símbolos proposicionais e conectivos lógicos (^, ∨, ~, →, ↔)
Exemplos:
1. Bob ama Cátia
2.3 Formalização: Abc
Exercício:
12. Formalize as sentenças a seguir utilizando predicados e nomes próprios;
a) Cátia é mecânica.
b) Bob é mecânico.
c) Cátia e Bob são mecânicos.
d) Ou Cátia ou Bob são mecânicos.
Nomes:
a – Al
b – Beth
f – fama
d – dinheiro
Predicados Unários:
F – é famoso
A – é ambicioso
H – é ser humano
Predicado binário:
G - ...gosta de...
Predicado ternário:
P - ...prefere...do que ...
Certas wff's são aceitas como axiomas, os seja, são wff's que não precisam ser provados. Assim, um axioma
deve ser uma wff cuja “verdade” seja evidente. Um axioma, então, deve ser uma tautologia, ou, se envolve predicados,
uma wff válida.
Além dos axiomas, sistemas formais contêm regras de inferência, que são uma convenção que permite a uma
nova wff ser inferida, ou deduzida, de uma ou duas outras wff's, ou seja, são regras capazes de gerar todas as formas de
argumento válidas e que podem ser expressas na linguagem do cálculo proposicional.
Seqüência de Prova é uma seqüência de wff's na qual cada wff seja ou um axioma ou o resultado da aplicação
de uma das regras de inferência às wff's anteriores. Um teorema é o último componente desta seqüência. A seqüência é
a prova do teorema.
Em uma derivação ou prova, as regras de inferência geram as formas de argumento numa série de etapas
simples e precisas de raciocínio, que é a derivação ou prova.
A→B
A
MP
B
A → B , A |-- B
1. A → B ---------------------------- premissa
2. A ---------------------------------- premissa
3. B ---------------------------------- 1, 2 MP
Exemplos:
C, S → Α, S → S |-- A
1. C ----------------------------premissa
2. S → A --------------------- premissa
3. C → S --------------------- premissa
4. S --------------------------- 1, 3 MP
5. A --------------------------- 2, 4 MP
1. ~P → (Q → R) --------------------- premissa
2. ~P ------------------------------------ premissa
3. Q ------------------------------------- premissa
4. (Q → R) --------------------------- 1, 2 MP
5. R ------------------------------------- 3, 4 MP
~~A
E~
A
~~ A |-- A
1.~~ A -------------------------- premissa
2. A ----------------------------- E~
3.1.3 ∧)
INTRODUÇÃO DA CONJUNÇÃO (I∧
A
B
I∧
A∧B
A , B |-- A ∧ B
1. A ---------------------------- premissa
2. B ---------------------------- premissa
3. A ∧ B ---------------------- 1, 2 I∧
3.1.4 ∧)
ELIMINAÇÃO DA CONJUNÇÃO (E∧
A∧B A∧B
E∧ E∧
A B
A ∧ B |-- A
1. A∧ B ---------------------------- premissa
2. A --------------------------------- E∧
A ∧ B |-- A
1. A∧ B ---------------------------- premissa
2. B --------------------------------- E∧
P |-- P ∧ P
1. P ----------------------------------------- premissa
2. P ∧ P ----------------------------------- 1, 1 I ∧
P → (Q ∧ R), P |-- P ∧ Q
1. P → (Q ∧ R) ---------------------------- premissa
2. P ------------------------------------------ premissa
3. (Q ∧ R) ---------------------------------- 1, 2 MP
4 Q ------------------------------------------ 4 E ∧
5. P ∧ Q ------------------------------------ 2, 4 I ∧
P ∧ Q |-- Q ∧ P
1. P ∧ Q ------------------------------------ premissa
2. P ----------------------------------------- 1 E ∧
3. Q ----------------------------------------- 1 E ∧
4. Q ∧ P ------------------------------------ 2, 3 I ∧
1. (P ∧ Q) → (R ∧ S) ---------------------- premissa
2. ~~P ---------------------------------------- premissa
3. Q ------------------------------------------ premissa
4. P ------------------------------------------- 2 E~
5. P ∧ Q ------------------------------------- 3, 4 I ∧
6. (R ∧ S) ----------------------------------- 1, 5 MP
7. S ------------------------------------------ 6 E ∧
De uma wff A, podemos inferir a disjunção de A com qualquer wff (A pode ser o
primeiro ou o segundo disjunto dessa disjunção)
A A
I∨ I∨
A∨B B∨A
A |-- A ∨ B A |-- B ∨ A
1. A ---------------------------- premissa 1. A ---------------------------- premissa
2. A ∨ B ----------------------- I ∨ 2. B ∨ A ----------------------- I ∨
P |--- (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R)
1. P ---------------------------------- premissa
2. P ∨ Q ---------------------------- 1 I∨
3. P ∨ R ---------------------------- 1 I∨
4. (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R) ------------- 2, 3 I ∧
P, ~~(P → Q) |--- Q ∨ ∼Q
1. P -------------------------------- premissa
2. ~~(P → Q) -------------------- premissa
3. P → Q ------------------------- 2 E ~~
4. Q ------------------------------- 1, 3 MP
5. Q ∨ ∼Q ------------------------ 4 I ∨
P, ~~(P → Q) |--- (R ∧ S) ∨ Q
1. P -------------------------------- premissa
2. ~~(P → Q) -------------------- premissa
3. (P → Q) ----------------------- 2 E ~
4. Q ------------------------------- 1, 3 MP
5. (R ∧ S) ∨ Q ------------------ 4 I ∨
3.1.6 ∨)
ELIMINAÇÃO DA DISJUNÇÃO (E∨
Considere as seguintes afirmações:
Qual é a conclusão a que se pode chegar a partir das três afirmações acima?
Que, independente do que eu faça, ir ao teatro ou ao cinema, será divertido.
C ∨ T , C → D , T → D |-- D
S ∨ D, S → F, D → F |--- F
1. S ∨ D -------------------------------- premissa
2. S → F ------------------------------- premissa
3. D → F------------------------------- premissa
4. F -------------------------------------1, 2, 3 E∨
(P ∨ Q) ∧ (P ∨ R), P → S, Q → S, P → Τ, R → Τ |--- S ∧ T
1. (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R) --------------------------------- premissa
2. P → S ------------------------------------------------ premissa
3. Q → S ----------------------------------------------- premissa
4. P → Τ ----------------------------------------------- premissa
5. R → Τ ----------------------------------------------- premissa
6. P ∨ R ------------------------------------------------ 1 E ∧
7. T ---------------------------------------------------- 4, 5, 6 E ∨
8. P ∨ Q ------------------------------------------------ 1 E ∨
9. S ------------------------------------------------------ 2, 3, 8 E ∨
10. S ∧ T ---------------------------------------------- 7, 9 I ∧
3.1.7 ↔):
Introdução do Bicondicional (I↔
A→B A→B
B→A B→A
---------- I↔ ---------- I↔
A↔B B↔A
1. P → Q ------------------------- premissa
2. (P→Q) → (Q→P) ----------- premissa
3. Q→P -------------------------- 1, 2 MP
4. P ↔ Q ------------------- 1, 3↔
3.1.8 ↔)
ELIMINAÇÃO DO BICONDICIONAL (E↔
A↔B A↔B
--------- E↔ --------- E↔
A→B B→A
A ↔ B |-- A→B
1. A ↔ B -------------------- premissa
2. A → B ---------------------- 1 E↔
A ↔ B |-- B→A
1. A ↔ B -------------------- premissa
2. B → A ---------------------- 1 E↔
Exemplos:
F ↔ (S ∨ D), S |--- F
1. F ↔ (S ∨ D) -------------------- premissa
2. S ---------------------------------- premissa
3. S ∨ D → F ---------------------- 1 E ↔
4. S ∨ D ----------------------------- 2 I ∨
5. F ---------------------------------- 3, 4 MP
P ↔ Q |--- Q ↔ P
1. P ↔ Q ---------------------------- premissa
2. P → Q ---------------------------- 1 E ↔
3. Q → P ---------------------------- 1 E ↔
4. Q ↔ P ---------------------------- 2, 3 I ↔
3.2.1 SUBPROVA
Ao escrever uma hipótese, estamos iniciando uma subprova, que será uma prova menor dentro da prova principal. Para
representar a subprova graficamente, usamos a tabulação mais à direita.
Depois de encerrada a subprova, não é permitido utilizar regras que estejam nela. Apenas podem ser usadas
regras que estejam na mesma tabulação que a atual ou mais à esquerda dela.
É possível construir subprovas dentro de subprovas já iniciadas. Para encerrá-las, é necessário fazer na ordem
inversa em que foram iniciadas. Uma prova não estará completa caso seja encerrada com alguma subprova ainda não
encerrada. A linha vertical ao lado da subprova indica que ela está encerrada.
No esquema acima, as linhas 3, 4 e 5 não poderão ser utilizadas nas linhas 6 e 7, pois estão encerradas
juntamente com a subprova. Dentro da subprova, ou seja, nas linhas 3, 4 e 5 é possível utilizar as linhas 1 e 2, que estão
mais à esquerda.
1.Cada hipótese introduz numa prova o início de uma nova linha vertical;
2.Nenhuma ocorrência de uma fórmula à direita de uma linha vertical pode ser citada em qualquer regra aplicada depois
que terminar a linha vertical;
3.Se duas ou mais hipóteses são vigentes simultaneamente, então a ordem na qual elas são descartadas deve ser a ordem
inversa na qual elas são introduzidas;
4.Uma prova não está completa até que as hipóteses sejam descartadas.
Dada uma derivação de uma wff B a partir de uma hipótese A, podemos "!$#&%(')#*%+#-,.0/213'4 "5
inferir Α → Β
A ∧ B |-- A → B
1. A ∧ B ------------------------------------- premissa
2. A ------------------------- hipótese (p/ PC)
3. B -------------------------------------- 1 E∧
4. A → B------------------------------------- 2 – 3 PC
I, (I ∧ C) → ~S, ~S → ~A |-- C → ~A
1. I ----------------------------------------- premissa
2. (I ∧ C) → ~S -------------------------- premissa
3. ~S → ~A ------------------------------- premissa
4. C ----------------------------- hipótese (p/ PC)
5. I ∧ C ------------------------- 1, 4 I ∧
6. ~S ----------------------------- 2, 5 MP
7. ~A ---------------------------- 3, 6 MP
8. C → ~A -------------------------------- 4 – 7 PC
P ∨ Q |-- Q ∨ P
1. P ∨ Q --------------------------------------- premissa
2. P ---------------------------------- hipótese (p/ PC)
3. Q ∨ P ----------------------------- 2 I ∨
4. P → (Q ∨ P) -------------------------------- 2 – 3 PC
5. Q ---------------------------------- hipótese (p/ PC)
6. Q ∨ P ----------------------------- 5 I ∨
6. Q → (Q ∨ P) -------------------------------- 5 – 6 PC
7. Q ∨ P ---------------------------------------- 1, 4 , 6 E ∨
Para provar uma conclusão negada por RAA, colocamos como hipótese a conclusão sem o sinal de negação e
daí derivamos uma contradição. Isso mostra que a hipótese é falsa. De onde segue que a conclusão da negação é
verdadeira.
Dada uma derivação de uma contradição a partir de uma hipótese A podemos 6 789":;*<>=4;&<?;A@B0C2D3=48 9"8E8FB0GH(8*<"BI<KJ2L
~B, B |-- A
5. ~B ------------------------------------- premissa
6. B --------------------------------------- premissa
7. A ------------------------- hipótese (p/ RAA)
8. B ∧ ~B ---------------------------- 1 E∧
9. ~A --------------------------------------- 2 – 3 RAA
P → Q, ~Q |-- ~P
1. P → Q ---------------------------- premissa
2. ~Q -------------------------------- premissa
3. P ----------------------- hipótese (p/ RAA)
4. Q ----------------------- 1, 3 MP
5. Q ∧ ~Q ---------------- 2, 4 I ∧
6. ~P --------------------------------- 3 – 5 RAA
Exercícios Resolvidos
b) P → Q |−− ∼P∨ Q
1. P → Q ------------------------------------------ premissa
2. ~(~P ∨ Q)---------------------------- hipótese (p/RAA)
3. P --------------------------- hipótese (p/RAA)
4. Q ---------------------------1, 3 MP
5. ~P ∨ Q -------------------- 4 I ∨
6. (~P ∨ Q) ∧ ~(~P ∨ Q) --- 2, 5 I ∧
7. ~P ------------------------------------- 3 – 6 RAA
8. ~P ∨ Q -------------------------------- 7 I ∨
9. (~P ∨ Q) ∧ ~(~P ∨ Q) --------------- 2 , 8 I ∧
10. ~~(~P ∨ Q) ------------------------------------- 2 – 9 RAA
11. ~P ∨ Q ------------------------------------------ 10 E ~
c) ~(P ∧ Q) |--- ~P ∨ ∼Q
1. ~(P ∧ Q) ---------------------------------------------- premissa
2. ~(~P ∨ ~Q) -------------------------------- hipótese (p/RAA)
3. ~ P ------------------------------- hipótese (p/RAA)
4. ~P ∨ ~Q ------------------------- 3 I ∨
5. (~P ∨ ~Q) ∧ ~(~P ∨ ~Q) ----- 2, 4 I∧
6. ~~P ----------------------------------------- 3 – 5 RAA
7. P -------------------------------------------- 6 E ~
8. ~Q ------------------------------- hipótese (p/RAA)
9. ~P ∨ ~Q ------------------------- 8 I ∨
10. (~P ∨ ~Q) ∧ ~(~P ∨ ~Q) ---- 2, 9 I ∧
11. ~~Q --------------------------------------- 8 – 10 RAA
12. Q ------------------------------------------ 11 E ~
13. P ∧ Q ------------------------------------- 7, 12 I∧
14. (P ∧ Q) ∧ ~(P ∧ Q) --------------------- 1, 13 I∧
15. ~~(~P ∨ ~Q) --------------------------------------- 2 – 14 RAA
16. ~P ∨ ~Q --------------------------------------------- 15 E ~
e) |--- P → (Q → (P ∧ Q))
f) (P ∧ Q) |--- P → Q
1. P ∧ Q ----------------------------------- premissa
2. P ------------------------------ hipótese (p/PC)
3 Q ------------------------------ 1 E ∧
4. P → Q ---------------------------------- 2 – 3 PC
g) (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R) |--- P ∧ (Q ∨ R)
1. (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R) ------------------------------------ premissa
2. P ∧ Q --------------------------------------- hipótese (p/PC)
3. P --------------------------------------------- 2 E ∧
4. Q -------------------------------------------- 2 E ∧
5. Q ∨ R -------------------------------------- 4 I ∨
6 P∧ (Q ∨ R)--------------------------------- 3, 5 I∧
7. (P ∧ Q) → (P ∧ ( Q ∨ R))-------------------------- 2 – 6 PC
8. P ∧ R --------------------------------------- hipótese (p/PC)
9. P -------------------------------------------- 8 E ∧
10. R------------------------------------------- 8 E ∧
11. Q ∨ R ------------------------------------- 10 I ∨
12. P ∧ (Q ∨ R) ----------------------------- 9, 11 I∧
13. (P ∧ R) → (P ∧ (Q ∨ R) ------------------------- 8 – 12 PC
14. P ∧ (Q ∨ R) ---------------------------------------- 1, 7, 13 E ∨
De uma wff quantificada universalmente, ∀βφ, podemos inferir uma wff, da forma φ α/β , a qual
resulta substituindo-se cada ocorrência da variável β em φ por uma letra nominal α.
∀x Hx |--- Ha
1. ∀x Hx ------------------------------ premissa
2. Ha----------------------------------- 1 EU
Exemplos:
Para uma wff φ contendo uma letra nominal α que não ocorre em qualquer uma das premissas ou em
qualquer hipótese vigente na linha em que φ ocorre, podemos inferir uma wff da forma ∀ β φ β/α, onde
φ β/α é o resultado de se substituir todas as ocorrências de α em φ por uma variável β que não ocorra em φ.
→ no exemplo anterior, na aplicação de IU na linha 6, a wff φ é 'Pa→ Va', a letra nominalα
é 'a', a variável β é 'x' e a fórmula φ β/α é '(Px → Vx)'
Restrição 1: A letra nominal α não pode ocorrer em qualquer premissa. A seguinte derivação ignora essa restrição e
consequentemente, é inválida:
1. Pa ----------------------------- premissa
2. ∀x Px ------------------------ 1 IU (incorreto)
Restrição 2: A letra nominal α não deve ocorrer em qualquer hipótese vigente numa linha em que φ ocorre (uma
hipótese é vigente numa linha se ela foi introduzida antes dessa linha e ainda não foi descartada naquela linha, em
outras palavras, ela é vigente se a linha vertical começando com a hipótese estende-se para baixo até aquela linha). Isso
impede o tipo de invalidade exibida acima.
Restrição 3: φ β/α é o resultado de substituir todas as ocorrências de α em φ por uma variável β. A ênfase aqui, está na
palavra “todas”. Esta cláusula previne o seguinte tipo de erro:
Dada uma wff φ contendo uma letra nominal α, podemos inferir uma wff da forma ∃β φ β/α, onde φ β/α é o
resultado de se substituir uma ou mais ocorrências de α em φ por uma variável β, que não ocorra em φ.
Exemplo:
Dada a premissa “Fa ∧ Ga” (a suposição de que o indivíduo “a” tem a propriedade F e G, podemos inferir “ ∃x (Fx ^
Gx)”.
Prova:
1. Fa ∧ Ga ------------------------ premissa
2. ∃x (Fx ∧ Gx) ----------------- 1 IE
em que....
α é 'a'
β é 'x'
φ β/α é '(Fx∧ Gx)
Em contraste com o casa para IU a variável β não precisa substituir todas as ocorrências de α em φ; é preciso substituir
somente uma, ou mais. Assim, as duas demonstrações a seguir estarão corretas:
1. Fa ∧ Ga -------------------------------- premissa
2. ∃x (Fx ∧ Ga) -------------------------- 1 IE
1. Fa ∧ Ga -------------------------------- premissa
2. ∃x (Fx ∧ Gx) -------------------------- 1 IE
podemos descartar φ α/β e reafirmar ψ. Restrição: A letra nominal α não pode ocorrer em ψ, nem em qualquer
premissa, nem em qualquer hipótese vigente na linha em que EE é aplicada.
∃x(Fx∧Gx) |--∃x Fx
A regra de eliminação do existencial, assim como a regra de introdução do universal, possui restrições.
1. ∀x ∃y F(y,x) --------------------------------premissa
2. ∃y F(y,a) ----------------------------------- 1 EU não pode!
3. F(a,a) ---------------------------- hipótese (p/EE)
4. ∃x F(x,x) ------------------------ 3 IE
5. ∃x F(x,x) ---------------------------------- 2, 3 – 4 EE (incorreto)
Restrição 2: A letra nominal α não deve ocorrer em ψ(a conclusão de uma derivação hipotética.
1. ∃x Gx ------------------------------------ premissa
2. Fa ---------------------------------------- premissa erro!
3. Ga ---------------------------- hipótese (p/EE)
4. Fa ∧ Ga --------------------- 2, 3 I ∧
5. ∃x (Fx ∧ Gx) --------------- 4 IE
6.∃x (Fx ∧ Gx) ---------------------------- 1, 3 – 5 EE (incorreto)
Restrição 4: α não pode ocorrer em qualquer hipótese vigente na linha em que EE é aplicada.
1. ∃x Gx --------------------------------------- premissa
2. Fa -------------------------------- hipótese (p/PC)
3. Ga --------------------- hipótese (p/EE)
4. Fa ∧ Ga --------------- 2, 3 I ∧
5. ∃x (Fx ∧ Gx) --------- 4 IE
6. ∃x (Fx ∧ Gx) ------------------- 1, 3 – 5 EE (incorreto)
7. Fa → ∃x (Fx ∧ Gx) --------------------- 2 – 6 PC
REGRAS BÁSICAS
Prova condicional (PC) Exibida uma derivação de uma wff ψ a partir de uma
hipótese φ, descarta-se a hipótese e infere-se ψ → φ .
REGRAS DE EQUIVALÊNCIA