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O freudismo ­ Bakhtin 

 
“​A essência do homem não é algo abstrato, próprio de um indivíduo isolado. É, em sua 

realidade, o conjunto de todas as relações sociais.” Karl Marx 
 
Contexto filosófico 
 
O texto foi publicado em 1927 como de um dos discípulos de Bakhtin: V. N. Volochínov. 
O contexto filosófico e ideológico do texto: URSS hegemônica na interpretação da história e 
da sociedade nos regimes socialistas transforma em dogma a explicação de tudo como 
fenômeno de classe e ideológico. 
 
Bakhtin apresenta elementos de sua filosofia da linguagem que desenvolverá 
posteriormente. 
 
O texto foi organizado em três partes ou movimentos. O primeiro busca localizar a obra de 
Freud no que chama de contexto filosófico de surgimento e desenvolvimento da psicanálise; 
o segundo, expor os elementos da própria psicanálise; e, o terceiro, fazer sua crítica.  
 
Parte I ­ O freudismo e as correntes atuais do pensamento em filosofia e psicologia 
 
O motivo ideológico central do freudismo. 
 
A psicanálise teria atraído o burguês europeu. 
[Bakhtin pressupõe que a difusão da psicanálise teria algo de identificação da burguesia 
com as teses freudianas.] 
 
O contexto filosófico da psicanálise para Bakhtin. 
Motivo ideológico:  
“​A consciência do homem não é determinada pelo seu ser histórico, mas pelo ser biológico, 

cujo aspecto fundamental é a sexualidade”  (BAKHTIN, 2007, p. 6). 
 
[Seria como um grande enunciado que corre por debaixo de toda a construção freudiana?] 
 
O motivo ideológico central da psicanálise seguiria o da filosofia burguesa de então: 
biologicismo representado pelas pulsões sexuais. 
 
O motivo seria acompanhado pela crítica da consciência. 
 
Centro de gravidade biologicista 
 
“Quando essa ou aquela classe social está em estágio de desintegração…” (p. 7) 
 
Medo da história, retorno à natureza. 
[Em Mal­estar Freud caminha das forças da natureza propondo que a cultura é tudo o que 
elaboramos para afastar tais forças] 
Da filosofia enérgica de Kant e Hegel para a frouxa e passiva filosofia da vida. 
 
Traços básicos: 
1. a vida, biologicamente interpretada… (p. 8). 
 
Destaque: unidade orgânica isolada; desconfiança da consciência; evitar a economia, ir 
para subjetivo e biológico. 
 
[A busca de Bakhtin por determinações históricas e sociais que se sintetizam também na 
psicanálise é um movimento interessante. Mas ele identifica por demais psicanálise e o 
espírito burguês da época, melhor sintetizado na sexologia dominante até o surgimento da 
psicanálise] 
 
[Marxistas até hoje têm resistências à psicanálise visivelmente marcadas pela questão da 
consciência] 
 
“O ‘sexual’ em Freud é…” (p. 10). 
 
Crítica ao indivíduo isolado e a centralidade da classe: 
“​O indivíduo humano…” (p. 11) 
 
 
 
Duas tendências da psicologia atual 
 
 
Busca diferenciar as reivindicações da psicologia marxista de aproximações com a 
psicanálise. 
 
A teoria psicológica de Freud teria valor para alguns apesar do seu motivo central ser 
biologicista. 
 
Luta entre psicologias objetivas e subjetivas. 
Subjetiva: experiência interna; 
Objetiva: experiência externa por meio de respostas do organismo. 
 
Qual deve ser tomada como base para uma psicologia científica? 
 
[Bakhtin está no olho do furacão entre tendências subjetivistas e objetivistas] 
 
A psicologia experimental 
experimento psicológico dual 
 
situação física externa estimula a interna; 
a primeira parte, os estímulos externos, é que podem ser medidos. 
 
a situação interna é restrita ao experimentando. O experimentador necessita que este lhe 
comunique e aí pode relacionar ambas. 
 
vivência interior como objeto da psicologia. 
 
 
A psicologia objetiva 
 
Sustentar o ponto de vista da experiência externa: a manifestação material. 
 
Diferentes respostas do organismo. 
 
 
A resposta verbalizada 
 
Experiência externa: palavras que comunicam as vivências. 
resposta verbal ­ componentes: 
fenômeno físico 
processos fisiológicos 
significado e compreensão  
Neste último entra uma dimensão sociológica do discurso 
 
MARXISMO E PSICOLOGIA 
 
corresponde ao marxismo a corrente objetiva 
o psíquico como propriedade da matéria 
Tomar o físico e investigar em que organização e nível de complexidade desse físico 
surgem os fenômenos psíquicos 
[Questão sobre como o ser humano se tornou consciente. Resposta clássica do marxismo: 
via trabalho] 
Marxismo exige ainda que se incorpore ponto de vista sociológico. 
 
[As exigências de Bakhtin já são desenvolvidas por Freud: unidade do psíquico com o corpo 
é por onde Freud começa (histéricas), condições de formação desse psíquico e produção 
social desse psiquismo representado pela insistência freudiana de reportar­se ao outro e da 
psique individual como composição da social ou cultural.] 
 
A QUESTÃO PSICOLÓGICA DO FREUDISMO 
 
A psicanálise é reconhecida como a que melhor atende às exigências de uma psicologia 
objetiva segundo alguns psicólogos e filósofos e negada por outros. 
 
Perigo: cair em materialismo mecanicista ingênuo. 
tal tendência é observada nos behavioristas americanos e reflexologistas russos. 
 
Bakhtin já elegeu aqui o discurso como grande objeto. 
Freud já levará às respostas verbalizadas. 
Psicanálise faz emergir inter­relações e conflitos complexos entre as respostas verbalizadas 
e não­verbalizadas. 
nesse campo de verbalização ocorrem conflitos entre o discurso interior e exterior e no 
interior do interior 
 
“A força de Freud… (p. 20). 
 
Falta sociologia a Freud. 
 
Outra falha: conteúdo do psiquismo que é completamente ideológico 
[Aqui o espírito da época toma Bakhtin de assalto] 
 
 
CIÊNCIA E CLASSE 
Compromisso de classe da psicanálise expresso por seu motivo central. 
 
[O enunciado de Bakhtin já parece claro: a psicanálise deu um desenvolvimento próprio e 
importante à questão do subjetivo ou psíquico, entretanto sua adesão ao motivo central da 
filosofia e psicologia da época, burguesas, lhe coloca um limite de diálogo ou apropriação 
por uma perspectiva marxista. Vale pensar a que perspectiva marxista Bakhtin se identifica] 
 
PARTE II ­ Exposição do Freudismo 
 
CONSCIÊNCIA E INCONSCIENTE 
 
consciente, inconsciente e pré­consciente 
luta entre os dois primeiros marca o psiquismo 
consciente não diz tudo e falseia 
psicologia centra­se no consciente 
Há quem reconheça o inconsciente mas lhe atribui estabilidade e caráter de anexo à 
consciência 
Para Freud ele é o centro de força e a massa principal do psiquismo se encontram no 
inconsciente.  
Ele é um universo desconhecido e ao mesmo tempo íntimo. 
 
TRÊS PERÍODOS NA EVOLUÇÃO DO FREUDISMO 
 
Primeiro ainda próximo do tratamento ao inconsciente da psiquiatria de seu tempo e ligado 
a Breuer 1890­1897. 
Segundo de elaboração de uma interpretação original sobre o inconsciente. 
Fase positivista, publicação das obras fundamentais. 
1897­1914. 
Terceiro implica uma mudança na concepção de inconsciente e aproximação a 
Schopenhauer e Hartman. 
“​As questões gerais da concepção de mundo começam a predominar sobre as questões 
particulares e especiais” (p. 27). 
Teoria do Ideal do Ego. 
Otto Rank e Sandor Ferenczi marcam a aproximação de Freud com a filosofia ou 
elaboração de uma visão de mundo a partir da psicanálise. 
Para Bakhtin o sucesso e o reconhecimento levaram à adaptação e degenerescência da 
doutrina. 
Além do princípio do prazer e O Ego e o Id são obras que marcam o início da terceira fase. 
 
A PRIMEIRA CONCEPÇÃO DE INCONSCIENTE 
Experiência com histéricas, hipnose e o guarda­chuvas 
fundamentos da primeira concepção:  
motivação da consciência pode não corresponder às causas reais 
ato pode ser determinado por forças que não chegam à consciência 
procedimentos podem levar as forças psíquicas à consciência (p. 29). 
 
O MÉTODO CATÁRTICO 
 
“A essência desse método…” (p. 29). 
 
Frente a um sentimento inadmissível “o medo, a vergonha e a indignação enviam essa 
emoção para um angustiante exílio psíquico. Essa emoção isolada não consegue encontrar 
saída desse exílio: porque sua saída normal seria algum ato, alguma ação ou palavras e 
argumentos racionais da consciência. Todas essas saídas estão fechadas” (p. 29­30). 
 
[Vejamos como Bakhtin vê essa barreira entre desejo e ato. De onde ela vem e como se 
coloca aí?] 
[Aqui se pode compreender um pouco a necessidade do exílio na experiência trans. Como 
se o sujeito transferisse concomitantemente a tensão para o próprio corpo e para a cultura, 
transformando o corpo de acordo com as identificações inconscientes e enfrentando a 
cultura que lhe impôs barreiras ao mesmo tempo que se adere a tais barreiras pela 
transformação do corpo em função da identificação com os ideais e modelos culturais] 
 
A tensão se manifesta no corpo, na histeria. 
Catarse ­ Aristóteles, tragédia como purificadora do medo e do sofrimento  
Freud e Breuer lançam mão da hipnose para levar os sentimentos reprimidos à consciência 
Inconsciente, nesse momento, seria como um corpo estranho que penetra na consciência. 
Freud abandona explicações fisiológicas para o inconsciente enquanto Breuer se propõe a 
fazê­lo. 
Os produtos do inconsciente só são obtidos pela linguagem da consciência. 
Bakhtin reconhece a importância disso como reconhecimento da resposta verbalizada 
 
PECULIARIDADES DO SEGUNDO PERÍODO 
 
Aparelho psíquico aparece na primeira noção de inconsciente como estável e estático. 
Seu estado normal não implica tensão interna. 
A experiência dolorosa ou vergonhosa era isolada ou esquecida compondo o inconsciente. 
“Freud não faz quaisquer ​generalizações tipológicas  dessas experiências, como nem 
sugere a importância excepcional do elemento sexual” (p. 31). 
 
Segunda fase: inconsciente e sua luta com a consciência ganham destaque e são 
proclamados como forma permanente da vida psíquica assim como o inconsciente como 
fonte das criações e sintomas. 
 
processo de formação do inconsciente percorre toda a vida e tem no recalque seu 
mecanismo. 
Freud tipifica as experiências em complexos e dentre eles o sexual ganha centralidade 
 
A DOUTRINA DO RECALQUE 
 
Primeiras fases do desenvolvimento guiadas pelo princípio do prazer. 
Em fases posteriores surge o princípio de realidade 
consciência será composta a partir da tensão entre os dois princípios e seus compromissos. 
Recalque funcionaria mecanicamente sem participação da consciência 
[O SuperEu cumpre essa função] 
Freud, segundo Bakhtin chama o mecanismo responsável pelo recalque nesse momento de 
cencura. 
 
O CONTEÚDO DO INCONSCIENTE 
 
­ A teoria das pulsões 
São representações psíquicas das estimulações somáticas internas. 
 
Pulsões sexuais e do Eu 
 
A VIDA SEXUAL DA CRIANÇA 
Primeiras fases: criança acumula sentimentos e desejos pervertidos e amorais para a 
consciência. 
Pulsões sexuais estão presentes desde o nascimento e nunca se extinguem. 
Peculiaridades: 
genitália não se tornou centro, prazer espalhado por zonas erógenas do corpo; 
pulsão sexual permanece relacionada às necessidades; 
fase oral dispensa o outro, autoerótica; 
pulsão é ainda bissexual já que não se diferencia por estar ausente o primado do genital; 
criança como perverso­polimorfa tendendo a perversões como masoquismo, sadismo e 
homossexualismo. Perversões nos adultos como inibições no desenvolvimento normal. 
 
[Lembrar que o desenvolvimento normal na cultura coloca como exigência a centralidade da 
reprodução, portanto do genital] 
 
COMPLEXO DE EDIPO 
Mais importantes acontecimentos dessa história recalcada: desejo sexual pela mãe e ódio 
ao pai. 
Mãe: primeiro objeto. 
Nascimento: primeiro rompimento com ela. 
Criança atraída para o incesto com a mãe. 
Pai se torna rival. 
Princípio de realidade ganha força, voz do pai reelaborada como da consciência. 
Complexo de Édipo esquecido. 
Surge medo e vergonha frente ao incesto. 
Primeiro amor e primeiro ódio ficarão para sempre como os sentimentos mais integralmente 
orgânicos da vida. 
 
O CONTEÚDO DO INCONSCIENTE NO SEGUNDO PERÍODO 
Grosso do inconsciente: pulsões infantis de caráter sexual. 
Pulsões do Ego: agressivas. 
Criança desconhece restrições morais e culturais. 
“É esse, em linhas gerais, o conteúdo do inconsciente:...” (p. 41). 
 
A TEORIA DAS PULSÕES NO TERCEIRO PERÍODO (EROS E MORTE) 
 
Pulsão sexual ou Eros 
Pulsão de morte 
Pulsão do “eu” e autoconservação entram em Eros. 
Eros: para a vida orgânica, continuação da espécie e conservação do indivíduo. 
Morte: reverter organismos vivos em inanimados. 
Freud: toda a vida é uma luta e um compromisso entre ambas. 
Influência da biologia neodarwinista e de Schopenhauer. 
 
O IDEAL DO EGO 
Ampliação da composição do inconsciente 
Id como inconsciente e que não coincide com o Ego 
O Ego também tem parte inconsciente responsável pelo recalque 
Ideal do Ego: campo inconsciente superior do Ego 
Censor cujas imposições são postas em prática pelo recalque 
Se forma por identificação 
Para Bakhtin a identificação incorpora a voz do pai 
[Centralidade da voz já é filtro de Bakhtin] 
E identificação como sendo ao pai 
 
O MÉTODO PSICANALÍTICO 
­ as formações de compromisso 
análise interpretativa de formações da consciência 
pulsões recalcadas buscariam abrir acesso à consciência 
só podem o fazer pela deformação e o compromisso 
 
“As deformações…” (p. 48) 
[Centralidade em Bakhtin da consciência. As pulsões recalcadas buscam possibilidades de 
realização e não necessariamente de manifestação consciente. Elas fazem compromisso 
com o Eu e não com a consciência que é apenas uma função do Eu. Tanto que 
representam falhas no ideal do Eu e, digamos, se aproveitam de imagens e relações 
supostamente dispersas e estranhas para se manifestarem. Por isso os sonhos. Bakhtin dá 
um salto de tigre entre sua compreensão relativamente justa de Freud e sua concepção 
sobre consciência colocando­a lá onde os marxistas a colocam, no centro, onde ela não 
está em Freud] 
 
O MÉTODO A LIVRE FANTASIA 
 
falar livremente até do aparentemente mais absurdo 
resistência 
Sempre procuramos preservar e observar o ponto de vista da  consciência legal 
[Centralidade da consciência em Bakhtin o impede de compreender que não é a 
consciência no sentido freudiano que o faz, e sim o conjunto das identificações sintetizadas 
no Ideal do Ego que regula por dentro o próprio Ego.] 
 
A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS 
 
a formação de compromisso via imagens ou símbolos nos sonhos 
 
O SINTOMA NEURÓTICO 
formações de compromisso via sintomas 
 
PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA 
 
exemplos de formações cotidianas como lapsos, atos falhos, esquecimentos 
 
A FILOSOFIA DA CULTURA EM FREUD 
 
A cultura e o inconsciente 
criação ideológica? 
biologicamente determinada 
“A criação de símbolos…” (p. 50). 
[Outro salto de tigre de formação de imagens à formação de ideologias] 
“Segundo a teoria de Freud…” (p. 57) 
[Aqui seria melhor dizer: segundo a interpretação de Bakhtin da teoria de Freud…] 
 
As formas da vida social 
[A formação do Ideal do Ego não bem compreendida por Bakhtin. Falta Superego no 
processo. O Ideal do Ego é formado por identificação, logo se trata de objetos externos que 
foram incorporados e não um processo individual e biológico] 
Ver pag. 61 ­ “Qual é o mecanismo…” 
 
“Toda a cultura e a técnica são simbólicas” (p. 63). 
[Outro pulo de Bakhtin. Da consideração de que o desejo de completude, a falta 
constitutiva, está no fundo de todas as criações culturais ele passa para que a cultura é 
simbólica. E não precisa em que sentido seja esse simbólico] 
 
[Nessa parte ele também pula de Freud para Rank] 
 
O FREUDISMO COMO VARIEDADE DA PSICOLOGIA SUBJETIVA 
 
O freudismo e a psicologia moderna 
Freud e psicanalistas não citam outros além de Schopenhauer e Nietzsche, se fecharam, 
não discutem com as demais correntes da psicologia. 
[O que são os Três Ensaios e Psicologia das massas?] 
Resumem a crítica a acusar de identificarem o psiquismo com a consciência 
“Infelizmente, ​o freudismo…” (p. 68). 
 
Composição elementar do psiquismo e do inconsciente 
O psiquismo é pensado na psicanálise com os mesmos termos da velha psicologia: 
sensações, representações, desejos e sentimentos transferidos acriticamente para o 
inconsciente 
 
Mas esses elementos só existem para a consciência [como?] 
Essa divisão foi dita para a velha psicologia pela consciência 
Abandonada a consciência, passa a não ter sentido manter os mesmos elementos no 
inconsciente 
[Correto, o inconsciente, em tese, por ser indiferenciado e polimorfo não tem tais divisões. 
Mas como nosso acesso a ele é por meio da consciência, e só tem sentido falar em acesso 
como acesso consciente, identificamos nos sinais do inconsciente traços que podemos 
classificar assim] 
[Ao classificar a psicanálise como subjetiva em oposição à psicologia objetiva Bakhtin está 
disputando a primazia do externo sobre o interno e acusando Freud de colocar a primazia 
do interno sobre o externo, nada além. Quando Bakhtin diz que a referêcia é algo material, 
mas não reconhece como material as forças no corpo que se sintetizam como pulsões, ele 
está colocando o material externo como referência e afirmando que a psicologia deve tratar 
como que das impressões do externo sobre o interno. Parece acompanhar a tese marxista 
de consciência como reflexo da realidade. Objetivismo] 
 
O subjetivismo da dinâmica psíquica 
Transfere para o inconsciente os elementos da consciência 
[Falta uma precisão quanto à noção de ideologia em Bakhtin] 
Estrutura inconsciente como mecânica 
[Bakhtin como muitos marxistas, não reconhecem que o inconsciente é o próprio corpo] 
 
Crítica à teoria das zonas erógenas 
“Assim, o inconsciente não aproxima…” (71). 
contradição entre relação orgânica e química das partes do corpo, zonas, entre si e a 
autonomia com que aparecem no psiquismo em Freud 
[A tomarmos a consciência como centro e a colocamos como todo o Eu, pressupondo­os 
como existências imediatas, podemos ignorar o que Freud aponta de que para o psíquico, 
inicialmente, as excitações dessas partes aparecem despedaçadas e sem unidade, só a 
função do Eu forma uma unidade] 
 
Questiona as formações de caráter como a do erotismo anal e as derivações na forma da 
acumulação (p. 72) 
[Aqui percorre subliminarmente uma crença marxista. A acumulação é algo completamente 
externa e dada por uma sociedade que elegeu a acumulação como valor, não tem nada no 
sujeito que o faça tender ao acúmulo. Admitir que há algo no sujeito parece uma heresia] 
 
“(...) toda a realidade exterior vem a ser para ele mero ‘princípio de realidade’ psíquico, que 
ele coloca ​no mesmo ​plano com o ‘princípio de prazer’” (72). 
[Eis outra heresia: equiparar o externo ao interno.] 
 
O freudismo e a biologia 
 
A DINÂMICA PSÍQUICA COMO LUTA DE MOTIVOS IDEOLÓGICOS E NÃO DE FORÇAS 
NATURAIS 
 
A novidade do freudismo 
A luta, o caos e o infortúnio da nossa vida psíquica 
Diferença entre Freud e as demais correntes psicológicas, inclusive a subjetivista na qual 
Bakhtin o insere 
Otimismo psicológico: trajetória do psíquico tranquila e ingênua 
Freud rompe assim como Darwin na biolgia 
Influência de Nietzsche 
trágico da vida psíquica 
Luta interna seria de elementos da natureza ou de motivos na consciência individual do 
homem? 
[O binarismo de Bakhtin, ou seja, a pouca dialética o faz ficar enquadrando ou no objetivo 
ou no subjetivo] 
 
A dinâmica psíquica como luta de motivos 
“Toda a teoria psicológica de Freud…” (p. 76). 
Freud se baseia nos enunciados do indivíduo, mas não procura suas raízes fisiológicas e 
sociológicas 
[Não deveria dizer isso: mas Bakhtin não entendeu nada além do que sua paixão pela 
consciência lhe permitiu. Foi até bem longe] 
O paciente deve lhe contar das profundezas do inconsciente 
[Claro, o inconsciente é do paciente] 
Introspecção 
inconsciente assume forma de desejo ou motivo 
expressão verbalizada 
inter­relações e embuste entre inconsciente e consciência não é possível na realidade física 
por exemplo 
[Baby, a realidade psíquica é da ordem da fantasia também] 
depois de adentrar na consciência é que conteúdo inconsciente pode contradizer exigências 
éticas ou serem interpretados como embuste da censura 
 
Toda dinâmica psíquica de Freud é dada numa interpretação ideológica da consciência. 
dinâmica não de forças psíquicas mas de motivos da consciência 
[Centralidade da consciência] 
 
Inconsciente como um motivo ideológico da consciência 
“O que é a consciência de um homem isolado senão a ideologia do seu comportamento?...” 
(78). 
ideologia, mentira, forças materiais objetivas [externas] 
Psicólogo objetivista não aceita como fé enunciados verbalizados e baseados na própria 
experiência interior. 
“É assim que também age o psicólogo objetivista: …” (78). 
[Aceita apenas o externo como material e verdadeiro. Exclusividade do externo. Positivismo] 
 
“A teoria de Freud não nos leva ao solo fértil da experiência objetiva” (78). 
 
Projeção da dinâmica social para a alma individual 
 
De onde vêm as forças como Id, Ego e Ideal do Ego? 
Teoria de Freud é projeção de certas relações objetivas do mundo exterior para o psiquismo 
[Toma psiquismo como interno apenas] 
 
Intencionalmente o paciente busca esconder do médico 
Médico busca preservar sua autoridade 
Clima social presente na relação médico paciente constrói enunciações verbalizadas 
[Posições de sujeitos, conscientes, dada pela luta de classes, produz enunciações. Tudo 
não passa de enunciados que refletem estrutura social externa] 
Enunciação: produto da interação entre falantes em toda uma situação social 
Situação social como externa ao sujeito 
Enunciações como cenários de um acontecimento social: sessão de psicanálise 
 
“Os mecanismos psíquicos nos denunciam…” (80) 
Inconsciente não contradiz a consciência do paciente mas a do médico 
[kkkk é de rir] 
Freud projeta essa relação da sessão para o interior do indivíduo 
[O fato mesmo de o paciente não querer, caso fosse intencional­consciente, falar ao médico 
de seu sofrimento implica uma barreira interna que é também externa em Freud. Mas 
Bakhtin está buscando oitos ou oitentas: ou é interno ou é externo.] 
“A teoria psicológica de Freud…” (p. 80). 
duplicar o externo para o interno [tese da consciência como reflexo do objetivo] 
 
 
Projeção do presente consciente para um passado inconsciente 
“Pode­se reconhecer como cientificamente…” (81) 
Método retrospectivo 
[Então Marx e sua tese de que é o mais desenvolvido que revela a “anatomia” do menos 
desenvolvido não tem validade e portanto a análise de Marx da história fundada no capital 
como o mais desenvolvido que revela retrospectivamente as formas menos desenvolvidas 
da sociedade não tem validade] 
 
[O passado que interessa em Freud é o passado que não passou na experiência do sujeito. 
Aquilo das experiências que foi fixado pelas identificações e compôs a estrutura que se 
formou sobre o Id] 
[Assim como para Marx o passado que interessa não é o do tudo, mas do todo. ] 
 
[A ideologia parece ser tudo do externo que é projetado sobre o indivíduo/interno. Desse 
modo a consciência também é ideologia e logo é uma quimera. Se existe apenas o objetivo, 
o sujeito desaparece e com ele a consciência. A não ser que se autonomize a consciência 
como não um produto do ser social e sim como sua criadora. Se toda a contradição é 
apenas do mundo externo o sujeito ou é passivo ou não existe. O sujeito é um delírio] 
 
 
Os fatos e a teoria 
“Os próprios fatos são verificados…” (82). 
[Objetivismo positivista] 
Trauma do nascimento: fatos são os abalos fisiológicos, mas os derivados freudianos não 
Édipo: erotismo infantil é fato, mas o seu desenvolvimento como complexo não 
fatos encontram­se no plano objetivo e as interpretações freudianas no subjetivo 
[E em Bakhtin só há lugar para um desses pólos e não para a relação entre ambos] 
 
Fatores objetivos da dinâmica psíquica 
O que resta? 
“O conflito no interior do comportamento verbalizado do homem. A luta de motivos, mas não 
a luta de forças materiais” (p. 83). 
 
[O manifesto] 
 
faltam os fatores socioeconômicos 
[Falta a dominância do externo] 
 
O CONTEÚDO DA CONSCIÊNCIA COMO IDEOLOGIA 
 
[Até aqui Bakhtin se esforçou para brilhantemente contestar outra vez a existência do 
inconsciente o colocando como um efeito do consciente. A centralidade da consciência e 
esta como reflexo do mundo externo, ou seja, no fundo a centralidade do externo.] 
 
Freud: desconfiar da consciência e de suas manifestações 
Mas Freud transfere ao inconsciente o que psicologia atribuía ao consciente 
Bakhtin vê inconsciente como um motivo da consciência, uma forma dela 
A diferença é ideológica pois ambos são conhecidos por meio de reações verbalizadas 
A diferença é entre consciência oficial e não oficial 
[O recalque não existe e sim apenas a repressão, lógico. O sujeito é passivo diante o 
externo, ainda que esse externo tenha um outro sujeito absolutamente ativo que explora] 
comportamento se decompõe entre reações motoras e reações verbalizadas explicáveis por 
fatores materiais [externos] 
“O componente verbal do comportamento é determinado em todos os momentos essenciais 
do seu conteúdo por fatores objetivos­sociais” (86). 
[externos] 
contexto imediato da sessão produz reações verbalizadas 
contexto social mais amplo 
Determinado por fatores sócio­econômicos 
consciência como ​reflexo ​da luta de classes (87). 
 
Os métodos de estudo do conteúdo da consciência 
 
Vivência individual conscientizada é elaboração ideológica do ser 
usar o método que se usa no marxismo para estudar as teorias ideológicas 
“Toda enunciação verbalizada do homem é uma pequena construção ideológica” (88). 
 
O conceito de ideologia do cotidiano 
discurso interior e exterior 
difere da ideologia enformada 
ideologia do cotidiano e superestruturas ideológicas formais têm a mesma base econômica 
e social 
conflitos psíquicos em Freud são, na verdade, ideológicos 
Refletem​ a luta de diferentes tendências e correntes ideológicas 
 
As diferentes camadas da ideologia do cotidiano 
 
consciência oficial: exprimem momentos mais estáveis e dominantes da consciência de 
classe 
Inconsciente ou consciência não oficial: distantes do sistema estável da ideologia dominante 
“​Em um grupo sadio…” (89). 
 
a consciência não oficial, o inconsciente, é condicionada pela época e pela classe 
 
“Todos os conflitos com que opera a psicanálise…” (89). 
[Psicanálise é mero reflexo da ideologia burguesa e seus conflitos] 
 
Inconsciente como discurso interior e consciente como discurso exterior, verbalizado, 
enunciado 
[Indivíduo sujeito de sua própria casa, cartesianamente falando. Ele sabe de tudo e só não 
diz por regras sociais. Não há nenhum mecanismo interno ao sujeito que o barra, apenas o 
externo. Não há recalque, só há repressão, e é burguesa] 
 
motivos da consciênci não oficial, que não podem ser manifestos, se são baseados em 
condições sócio­econômicas de um grupo, podem não se tornar a­sociais e formar ideologia 
revolucionária 
[Ideologia como conjunto de ideias] 
 
O sexual 
 
o sexual implica dificuldade para contatos verbalizados por estar mais próximo do animal 
épocas de decadência e desintegração social: superestima do sexual 
Sexual como não social 
Freudismo: completa sexualização da família e das relações familiares 
[Claro, Freud e a psicanálise inventou a sexualidade e a enfiou goela a baixo das famílias 
puras e inocentes] 
 
Conclusões 
Freudismo: psicologia dos desclassificados 
aspiração fundamental da filosofia: criar um mundo além do social e do histórico 
Freudismo: mundo sexualismo 
 
[Bakhtin está, como um bom marxista objetivista, disputando com Freud os fundamentos da 
cultura: será a sexualidade como para Freud, ou as classes como para Bakhtin?] 
 
 
 

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