NO INÍCIO DO SÉCULO XX
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Departamento de Sociologia - U E L - Londrina - PR. - Brasil.
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Georg Lukács, analisando o impacto da Primeira Guerra Mundial na filosofia alemã,
observa que: "Quando explode a primeira guerra imperialista, aquela linha que
segue a Filosofia da Vida dentro de sua evolução, encontra-se brutalmente inter-
rompida. No dia da declaração de guerra, quase todos os intelectuais alemães têm
'modificado seu modo de refletir' [...] Surge um jornalismo filosófico que justifica
a agressão imperialista e as visões de conquista mundial da Alemanha de Guilherme
I I . " (Lukács, 1959, p. 59).
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As Befreiungskriege (guerras de libertação) ocorreram entre 1813-1815, quando, então,
o povo alemão enfrentou o exército francês de ocupação de Napoleão I. Trata-se de um
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A presença do darwinismo social durante a Primeira Guerra Mundial aparece no livro
clássico de Richard Hofstadter, Social Darwinism in American Thought. Segundo
Hofstadter, a utilização do darwinismo social para a afirmação dos interesses econômi-
cos e políticos das Nações européias surge logo no início do século X X . É o que afirma.
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refletindo sobre a obra de von Bernhardi, autor da idéia de que a "guerra não é mera-
mente um elemento necessário na vida das Nações, mas um fator indispensável da
cultura, na qual a verdadeira nação civilizada encontra a mais alta expressão da força e
vitalidade... A guerra ocasiona uma justa decisão biológica, pois sua decisão está apoiada
sob a verdadeira natureza das coisas... Ela não é somente uma lei biológica, mas uma
obrigação moral, e, como tal, um fator indispensável de civilização" (1945, p. 197).
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A crise da modernidade
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Acerca desta questão, Michel Löwy cita uma significativa reflexão desenvolvida por
Georg Lukács sobre a sua época e os dilemas de sua geração no início da Primeira
Guerra Mundial: "E se existisse um Deus, apesar de tudo? E se somente um Deus
estiver morto, mas outro, de um tipo novo, com uma essência diferente e com outra
relação conosco, estivesse prestes a chegar? E se a escuridão, que é nossa falta de
objetivos, não fosse senão a escuridão de uma noite entre o crepúsculo de um Deus e
a aurora de outro?... Não há no nosso abandono um grito de dor e de nostalgia a um
Deus que está para chegar? E, neste caso, a luz ainda fraca que nos aparece ao longe
não seria mais essencial que o brilho enganador de um herói?... Desta dualidade saíram
os heróis de Dostoiévski: ao lado de Nikolai Stavrogin, o príncipe Mychkin, ao lado
de Ivan Karamazov, seu irmão Alioscha" (Löwy, 1990, p. 60).
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No Prefácio escrito nos anos sessenta, Georg Lukács descreve a concepção de seu
livro nas seguintes palavras: "O ponto de partida do livro Teoria do Romance foi
a declaração de guerra em 1914, a reação da inteligência de esquerda diante da
atitude da social-democracia que tinha aprovado essa guerra. Minha mais íntima
posição era uma recusa veemente, global e, sobretudo ao início, pouco articulada da
guerra mais ainda do entusiasmo bélico. Eu me recordo de uma conversa com a Sra.
Marianne Weber no final do outono de 1914. Ela pretendia vencer minha resistên-
cia narrando alguns atos concretos de heroísmo. Respondia simplesmente: 'Quan-
to mais os fatos da arma são heróicos, pior é a guerra' " (Lukács, 1963, p. 5-6).
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Referências Bibliográficas
A D O R N O , T. Aquellos anos veinte. In Intervenciones, trad. R. Vernengo.
Caracas: Monte Avila Editores, s/d.
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ABSTRACT: This text intends to present some elements for the study of
the role the intelligentsia had on the crisis of modernity at the beginning
of the 20 century. Through this approach, a comparative analysis of the
th
debates about the meaning of history and the meaning of the role of the
intelligentsia in Germany and France at the time of the First World War is
done. The focus of the analysis were the substancial changes on the role
of the intelligentsia after the abdication of the universal ideals and the
introduction of the ideal of glory of each nation in the world politics.
Ideals of reason, science, culture, liberty and equality were substituted
by words such as race, blood, power, intincts and redemption by war.
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