Há muito tempo, em uma vila distante, vivia junto um casal de velhinhos. Num
certo dia, o velhinho colhia gravetos de madeira na montanha e a velhinha lavava
roupas no riacho. Enquanto esfregava as roupas, ela viu um pêssego enorme
flutuando no rio e, com alguma dificuldade, conseguiu alcançá-lo.
Ela carregou o pêssego para casa, parando diversas vezes no caminho para
descansar. O velhinho chegou em casa no final da tarde e ficou muito contente
quando viu o enorme pêssego. "Que lindo pêssego, parece delicioso!", disse o
velhinho. Quando se preparavam para fatiá-lo, o pêssego se mexeu. "Esta vivo,
está vivo", disse a velhinha.
O tempo passou e, quanto mais o Momotaro crescia, mais saudável ficava. Numa
certa noite, ele ouviu conversas sobre os Onis, monstros que atacavam as aldeias e
assustavam os moradores locais. Ele ficou tão bravo que tomou uma decisão: iria à
Ilha dos Onis para combatê-los.
A princípio, seu pais ficaram muito assustados, mas gostaram de ver a coragem do
filho. Apesar do medo que sentiam, os velhinhos preparam diversos bolinhos, os
kibidangos, para Momotaro levar na viagem.
O macaco, com toda sua agilidade, escalou o alto portão e o destrancou por dentro.
Todos entraram no castelo e deram de cara com os horrendos Onis, que se
levantaram e encararam os quatro. "Sou Momotaro e vim enfrentá-lo". Travou-se
então uma grande luta. O faisão voava e, com seu bico afiado, feria os inimigos. O
cachorro corria em volta do Onis e lutava com dentadas, enquanto o macaco
utilizava suas unhas.
Então, fiquem vocês com o primeiro conto que posto aqui. Antes de tudo quero
dizer que tive essa idéia assim que eu cheguei em casa ontem. Meu irmão faz aula
de japones e pegou um livro emprestado do curso que se entitula ... . Eu fiquei tao
apaixonada pelas histórias e pela ilustração também que resolvi criar esse espaço.
Espero que todos curtam!
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Kaguya Hime
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CURIOSIDADES SOBRE:
Simbologias
Ricos em simbologias e mistérios, os contos japoneses receberam grande influência
do budismo e xintoísmo, religião presente na origem da mitologia japonesa. Daí
vem a crença de que todos os elementos da natureza possuem um kami, uma
alma, uma divindade, que não é exatamente o que os ocidentais entendem por
Deus. Nos contos, o nascimento de um herói sempre se dá de forma milagrosa, às
vezes ele nasce dos elementos da própria natureza. Assim como a natureza,
existem outros elementos e personagens que freqüentemente aparecem nos contos
japoneses.
Os personagens
O mal, por exemplo, é representado pelo Oni, um demônio ou monstro, que
ameaça a tranqüilidade dos humanos. As fadas, típicas dos contos de origem
européia, são substituídas por uma força mágica ou por seres sobrenaturais que
trazem mensagens positivas e recompensas. Há forte presença também de
personagens idosos nas lendas, o ojissan e a obaassan (o velhinho e a velhinha).
As bruxas aparecem mais como um espírito da floresta, a Yamauba.
O Senhor Palha
Conto japonês
Era uma vez, há muitos e muitos anos, é claro, porque as melhores histórias passam-se
sempre há muitos e muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa,
nem mulher, nem filhos. Para dizer a verdade, só tinha a roupa do corpo. Ora o Senhor
Palha não tinha sorte. Era tão pobre que mal tinha para comer e era magrinho como um
fiapo de palha. Era por esse motivo que as pessoas lhe chamavam Senhor Palha.
Todos os dias o Senhor Palha ia ao templo pedir à Deusa da Fortuna que melhorasse a
sua sorte, mas nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar:
— A primeira coisa em que tocares quando saíres do templo há-de trazer-te uma
grande fortuna.
O Senhor Palha apanhou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que
estava bem acordado e que o templo estava vazio. Mesmo assim, saiu a pensar: “Terei
sonhado ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do
templo, ao encontro da sorte. Mas, na pressa, o pobre Senhor Palha tropeçou nos degraus e
foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu por terra. Ao levantar-se,
ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fio de palha.
“Bom”, pensou ele, “uma palha não vale nada, mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu
a apanhasse, é melhor guardá-la.”
E lá foi ele, com a palha na mão.
Pouco depois, apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou afastá-
la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da cabeça dele. “Muito bem”,
pensou ele. “Se não queres ir embora, fica comigo.” Apanhou a libélula e amarrou-lhe o fio
de palha à cauda. Ficou a parecer um pequeno papagaio (de papel), e ele continuou a descer
a rua com a libélula presa à palha. Encontrou a seguir uma florista, que ia a caminho do
mercado com o filho pequenino, para vender as suas flores. Vinham de muito longe. O
menino estava cansado, coberto de suor, e a poeira fazia-o chorar. Mas quando viu a
libélula a zumbir amarrada ao fio de palha, o seu pequeno rosto animou-se.
— Mãe, dás-me uma libélula? — pediu. — Por favor!
“Bem”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna disse-me que a palha traria sorte.
Mas este garotinho está tão cansado, tão suado, que pode ficar mais feliz com um pequeno
presente.” E deu ao menino a libélula presa à palha.
— É muita bondade sua — disse a florista. — Não tenho nada para lhe dar em troca
além de uma rosa. Aceita?
O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um
pouco e viu um jovem sentado num tronco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos.
Parecia tão infeliz que o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido.
— Hoje à noite, vou pedir a minha namorada em casamento — queixou-se o rapaz. —
Mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer.
— Bem, eu também sou pobre — disse o Senhor Palha. — Não tenho nada de valor,
mas se quiser dar-lhe esta rosa, é sua.
O rosto do rapaz abriu-se num sorriso ao ver a esplêndida rosa.
— Fique com estas três laranjas, por favor — disse o jovem. — É só o que posso dar-
lhe em troca.
O Senhor Palha continuou a andar, levando três suculentas laranjas. Em seguida,
encontrou um vendedor ambulante puxando uma pequena carroça.
— Pode ajudar-me? — disse o vendedor ambulante, exausto. — Tenho puxado esta
carroça durante todo o dia e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de
um gole de água.
— Acho que não há nenhum poço por aqui — disse o Senhor Palha. — Mas, se quiser,
pode chupar estas três laranjas.
O vendedor ambulante ficou tão grato que pegou num rolo da mais fina seda que havia
na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo:
— O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.
E, uma vez mais, o Senhor Palha continuou o seu caminho, com o rolo de seda debaixo
do braço.
Não tinha dado dez passos quando viu passar uma princesa numa carruagem. Tinha um
olhar preocupado, mas a sua expressão alegrou-se ao ver o Senhor Palha.
— Onde arranjou essa seda? — gritou ela. — É justamente aquilo de que estou à
procura. Hoje é o aniversário de meu pai e quero dar-lhe um quimono real.
— Bem, já que é aniversário dele, tenho prazer em oferecer-lhe a seda — disse o
Senhor Palha.
A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte.
— O senhor é muito generoso — disse sorrindo. — Por favor, aceite esta jóia em troca.
A carruagem afastou-se, deixando o Senhor Palha com uma jóia de inestimável valor
refulgindo à luz do sol.
“Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fio de palha que não valia nada e agora
tenho uma jóia. Sinto-me contente.”
Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de
arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz.
Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.
Mas a riqueza não o modificou. Oferecia sempre arroz aos que tinham fome e ajudava
todos os que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fio de palha, mas
quem sabe se não terá sido com a sua generosidade?
William J. Bennett
O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996
1. As bodas do ratinho
Era uma vez um bebê da senhora Rato. Era uma ratinha que crescia
rápido, e havia nascido em bom lar.
Um dia o senhor Rato disse, "Quero que minha filha ratinha fique
noiva de algum pretendente. O noivo, entretanto, tem que ser o mais
importante do mundo, e não qualquer um". Esta idéia não saía da
cabeça do senhor Rato.
Depois de algum tempo, o senhor Rato decidiu conversar com o Sol.
O senhor Rato chegara à conclusão de que o Sol era o mais
importante no mundo. Estava aguardando impacientemente o
momento de falar com o Astro-Rei.
"Rei Sol, ó rei, tenho uma bela ratinha, filha minha, em casa. Meu
desejo, do fundo do coração, é que ela seja tua noiva e tu sejas seu
marido. Considero-te o mais importante no mundo. Por favor, aceita
minha filha como tua noiva e casa-te com ela", dizia o senhor Rato,
reverenciando com respeito o Sol.
Assim que ouviu isso, o senhor Rato decidiu conversar com o senhor
Nuvem. E foi atrás dele.
2. O omusubi rolante
Os homens da vila, entretanto, diziam entre si, "desta vez ele não vai
pregar suas peças na gente de novo. Aquele danado... ninguém vai
até lá!"
4. Gonbeesan
Os patos, por outro lado, pareciam não escutar o que ele dizia e
continuavam a subir.
Mas... meu Deus! seu corpo estava ficando menor e cada vez menor!
Surgiram asas no lugar de seus braços e um bico no lugar de sua
boca! Gonbeesan havia se tornado um pato-selvagem! Agora ele
podia voar com os outros, e foi o que fez.
Estava mais do que surpreso com tal mudança. Depois de voar algum
tempo, sentiu fome e teve vontade de descer para comer algo. Como
os outros patos, Gonbeesan procurava um lugar para pousar e
procurar comida. Viu, finalmente, um lago pantanoso e decidiu dar
uma esticada até lá.
Uma tristeza profunda invadiu sua alma e pensou, "fui muito mau
quando fiz aquilo com os patos-selvagens. Agora entendo como fui
mau com eles!" Lágrimas começaram a escorrer pela face até o bico.
Mas a onça não sabia que esse lugar ficava bem em frente ao lugar
que o veadinho havia escolhido. A onça pensou, "muito bom lugar! E,
olhem só: há galhos de árvore, areia e lenha aqui. Não sei quem
carregou tudo isto, mas... obrigado assim mesmo!" E carregou a
lenha, os galhos e a areia para construir a base da casa.
E, como sempre, o veadinho chegou ao local assim que o sol deu seu
bom-dia. Ficou extremamente surpreso ao ver o teto e o telhado
prontos. "Há alguém me ajudando nesta casa", pensava, "e está
ficando muito boa. Hoje vou trabalhar bastante e a casa ficará
pronta!" E o veadinho trabalhou o dia inteiro.