Palavras-chave:
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
NEXO FUNCIONAL
CORRUPÇÃO PASSIVA
VANTAGEM INDEVIDA
CRIME FORMAL
CORRUPÇÃO PRIVILEGIADA
PREVARICAÇÃO
RESISTÊNCIA
OPOSIÇÃO ILÍCITA
DESOBEDIÊNCIA
DESACATO
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE
CORRUPÇÃO PASSIVA
A primeira corrente entende que a vantagem indevida deve ter natureza econômica.
Essa corrente é minoritária, defendida por Nelson Hungria. O fundamento é a mens
legislatoris, pois o legislador teve em mente a solicitação de dinheiro.
Para que haja o funcionário no art. 317, deve ter o particular praticando o art. 333
do CP.
O particular pode praticar o art. 333 e o funcionário público pode não praticar o art.
317, quando não aceita.
Não influencia, o particular pode ser inimputável, não gerando consequência penal.
Trata-se de um crime
A primeira corrente entende que cabe tentativa nas três condutas, pois os crimes
são plurissubsistentes. É defendida por Magalhães Noronha, Nucci, Fernando Capez.
PREVARICAÇÃO
O agente retarda, deixa de praticar ou pratica ato de ofício para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal.
O agente pratica ato de ofício, que deve ser de atribuição do funcionário público,
exige o nexo funcional.
O agente viola a lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, que consiste em
vingança, ódio, paixão, inveja.
Se o agente público tiver uma discricionariedade para praticar ou não o ato, não
há crime de prevaricação. Não há contradição à lei.
RESISTÊNCIA
O crime está previsto no art. 329 do CP: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos
O funcionário público pode praticar crimes do Capítulo II, que são aqueles
praticados por particulares, desde que esteja agindo na condição de particular. Não pode
estar exercendo a sua função.
O agente se opõe a uma ordem legal de funcionário público. Não incide em relações
entre particulares. O agente público deve emitir a ordem.
do CP (desobediência).
Se o ato do agente público for ilegal( como um mandado de prisão temporária para
crime não previsto em lei), não há o crime de resistência, ainda que haja violência ou
grave ameaça.
Os crimes estão ligados pelo mesmo contexto fático. A violência foi exercida para
garantir a impunidade, configurando, assim, o roubo impróprio do art. 157, § 1º. A troca
de tiros é elemento do crime do roubo = violência empregada para garantir o produto do
roubo.
A resistência tem uma especialidade no art. 4º, I, da Lei 1579/52: Art. 4º. Constitui
crime:
DESOBEDIÊNCIA
O crime está previsto no art. 330 do CP: Art. 331 - Desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela.
A conduta pode ser comissiva ou omissiva. A ordem legal pode ser para não fazer e
o agente faz ou a ordem pode ser um fazer e o agente não faz.
Exemplo: uma pessoa precisa ser internada para fazer uma cirurgia urgente. O juiz
manda internar a pessoa, sob pena de desobediência. Se o agente for privado, consiste em
desobediência. Porém, se o destinatário da intimação for agente público, o crime pode ser
de prevaricação, e não de desobediência.
Esse tipo penal é especializado no art. 12 da Lei 1079/50, art. 307 do CTB, art. 347
da Lei 4737/65, art. 10 da Lei 7347/85.
DESACATO
O crime está previsto no art. 331 do CP: Art. 331 - Desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela.
O crime de desacato sofreu controle de convencionalidade pelo STJ, uma vez que foi
comparado à Convenção Americana de Direitos Humanos.
O desacato não pode mais subsistir na ordem jurídica, pois viola a liberdade de
manifestação das pessoas e há prevalência ao agente público em detrimento do
particular. Informativo 596 do STJ.
O crime se manifesta por palavras, gestos, gritos, agressões físicas, vias de fato etc.
Não há concurso de crimes entre os tipos penais (ameaça, calúnia, difamação, lesão
corporal e vias de fato) e o desacato.
Injúria X desacato
Desta forma, o desacato poderia ser praticado por videoconferência, pois seria
uma forma de presença.