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CADERNO DE ANOTAÇÕES

DISCIPLINA: DIREITO PENAL


PROFESSOR: GABRIEL HABIB
MATÉRIA: PARTE ESPECIAL

Leis e artigos importantes:


Art. 317, 319, 327, 329, 330, 331, 333 do CP

Palavras-chave:
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
NEXO FUNCIONAL
CORRUPÇÃO PASSIVA
VANTAGEM INDEVIDA
CRIME FORMAL
CORRUPÇÃO PRIVILEGIADA
PREVARICAÇÃO
RESISTÊNCIA
OPOSIÇÃO ILÍCITA
DESOBEDIÊNCIA
DESACATO
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE

TEMA: CORRUPÇÃO PASSIVA/ PREVARICAÇÃO/


RESISTÊNCIA/ DESOBEDIÊNCIA/ DESACATO

PROFESSOR: GABRIEL HABIB

CORRUPÇÃO PASSIVA

A vantagem indevida deve ter natureza econômica direta?

A primeira corrente entende que a vantagem indevida deve ter natureza econômica.
Essa corrente é minoritária, defendida por Nelson Hungria. O fundamento é a mens
legislatoris, pois o legislador teve em mente a solicitação de dinheiro.

Matéria: Direito Penal (Parte Especial) – Prof: Gabriel Habib


A segunda corrente defende que não se exige, pois o crime não é contra o
patrimônio e a lei não fez exigência expressa. É a corrente majoritária.

A capacidade penal de quem oferece ou promete influencia no crime?

Nos verbos receber e aceitar, o crime é classificado como crime de encontro ou


bilateral, por Mezger, no qual a sua prática encontra com a prática de outra infração
penal.

O agente recebe ou aceita uma vantagem indevida e o particular promete ou


oferece essa vantagem. O particular oferece ou promete a vantagem indevida e o
funcionário público recebe ou aceita.

O particular pratica crime de corrupção ativa, previsto no art. 333 do CP.

Para que haja o funcionário no art. 317, deve ter o particular praticando o art. 333
do CP.

O encontro ou bilateralidade só acontece do art. 317 para o art. 333 do CP. O


inverso não ocorre.

O particular pode praticar o art. 333 e o funcionário público pode não praticar o art.
317, quando não aceita.

A capacidade penal de quem pratica o art. 333 influencia o art. 317?

Não influencia, o particular pode ser inimputável, não gerando consequência penal.

Trata-se de um crime

formal. Cabe tentativa?

A primeira corrente entende que cabe tentativa nas três condutas, pois os crimes
são plurissubsistentes. É defendida por Magalhães Noronha, Nucci, Fernando Capez.

A segunda corrente entende que não admite, o crime é unissubsistente em todas


as hipóteses, não havendo intervalo entre execução e consumação para ser cabível a
tentativa. Posição de Nelson Hungria, Bitencourt, Luiz Regis Prado.

O § 2º prevê a corrupção privilegiada.

Não há vantagem indevida. O agente cede ao pedido de alguém, sem qualquer


vantagem indevida. Exemplo: amizade.

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Esse tipo é especializado no art. 308 do CPM, art. 3º, II, Lei 8137/90, art. 299 da
Lei 4737/65.

Diferença entre corrupção passiva e estelionato:

Na corrupção passiva, o agente obtém a vantagem em razão da função. No


estelionato, o agente obtém a vantagem em razão da fraude.

PREVARICAÇÃO

O crime está previsto no Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,


ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

É a dicotomia entre a vontade estatal e a vontade do funcionário.

O agente retarda, deixa de praticar ou pratica ato de ofício para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal.

O agente contraria disposição expressa de lei.

Os verbos retardar e deixar de praticar configuram crimes omissivos e se


consumam no momento da prática do retardamento ou do não praticar. O verbo praticar
configura crime comissivo e se consuma no momento em que o agente pratica a conduta.

O agente pratica ato de ofício, que deve ser de atribuição do funcionário público,
exige o nexo funcional.

O agente viola a lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, que consiste em
vingança, ódio, paixão, inveja.

O ato contrariado deve ter previsão em lei em sentido estrito. A interpretação é


restritiva, em observância ao princípio da legalidade.

 O agente deixa de praticar ato, querendo satisfazer interesse pessoal, e


contraria lei flagrantemente inconstitucional, comete crime?

A doutrina entende que a conduta é atípica, pois a lei é manifestamente


inconstitucional e, com isso, o agente não estaria obrigado a praticar o ato.

Se o agente público tiver uma discricionariedade para praticar ou não o ato, não
há crime de prevaricação. Não há contradição à lei.

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Esse tipo penal é especializado em alguns tipos penais específicos: art. 292, 341,
344 e 345 da Lei 4737/65, art. 67 e 68 da Lei 9605/98, art. 23 da Lei 7492/86.

RESISTÊNCIA

O crime está previsto no art. 329 do CP: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos

É um crime praticado por particular contra a Administração Pública.

O funcionário público pode praticar crimes do Capítulo II, que são aqueles
praticados por particulares, desde que esteja agindo na condição de particular. Não pode
estar exercendo a sua função.

A resistência é a oposição ilícita de uma força à ação lícita da autoridade


competente.

O agente se opõe a uma ordem legal de funcionário público. Não incide em relações
entre particulares. O agente público deve emitir a ordem.

A oposição deve ser exercida com violência ou ameaça ao funcionário público. A


violência ou ameaça é elemento do tipo. Se não estiver presente, não haverá o crime.

Não basta a oposição, deve ter violência ou ameaça.

A oposição consiste em uma ação positiva, com violência ou ameaça.

Se na oposição não houver emprego de violência ou ameaça, poderá ser

desobediência. A resistência sem violência ou ameaça pode configurar o art. 330

do CP (desobediência).

Se o ato do agente público for ilegal( como um mandado de prisão temporária para
crime não previsto em lei), não há o crime de resistência, ainda que haja violência ou
grave ameaça.

O crime é formal e se consuma no momento em que o agente pratica a violência ou


grave ameaça.

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O art. 329, § 1º prevê a hipótese de o ato não ser executado.

O § 2º prevê o concurso de crimes entre resistência e lesão corporal ou cumulação


de penas?

A maioria da doutrina sustenta que há concurso de crimes.


O agente pratica roubo a uma agência bancária e a há troca de tiros com a polícia.
Há resistência mais roubo?

Os crimes estão ligados pelo mesmo contexto fático. A violência foi exercida para
garantir a impunidade, configurando, assim, o roubo impróprio do art. 157, § 1º. A troca
de tiros é elemento do crime do roubo = violência empregada para garantir o produto do
roubo.

A resistência tem uma especialidade no art. 4º, I, da Lei 1579/52: Art. 4º. Constitui
crime:

I - Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o


regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício
das atribuições de qualquer dos seus membros.

DESOBEDIÊNCIA

O crime está previsto no art. 330 do CP: Art. 331 - Desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela.

Na desobediência, há uma ordem legal de funcionário público e o agente


desobedece a essa ordem, mas não emprega violência.
Ex. agente da vigilância sanitária fecha um bar. O dono descumpre a ordem e abre
o bar. Constitui crime de desobediência.

A conduta pode ser comissiva ou omissiva. A ordem legal pode ser para não fazer e
o agente faz ou a ordem pode ser um fazer e o agente não faz.

Exemplo: uma pessoa precisa ser internada para fazer uma cirurgia urgente. O juiz
manda internar a pessoa, sob pena de desobediência. Se o agente for privado, consiste em
desobediência. Porém, se o destinatário da intimação for agente público, o crime pode ser
de prevaricação, e não de desobediência.

O crime se consuma com a prática da conduta comissiva ou omissiva que


contraria a ordem legal do agente público.

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Se for concedido prazo para o cumprimento da ordem, o crime se consuma com o
término do prazo.
Não configuram o crime de desobediência, sob a proteção do nemo tenetur se
detegere, a negativa de participação na reprodução simulada dos fatos e bafômetro.

Esse tipo penal é especializado no art. 12 da Lei 1079/50, art. 307 do CTB, art. 347
da Lei 4737/65, art. 10 da Lei 7347/85.

DESACATO

O crime está previsto no art. 331 do CP: Art. 331 - Desacatar funcionário público no
exercício da função ou em razão dela.

O crime de desacato sofreu controle de convencionalidade pelo STJ, uma vez que foi
comparado à Convenção Americana de Direitos Humanos.

O desacato não pode mais subsistir na ordem jurídica, pois viola a liberdade de
manifestação das pessoas e há prevalência ao agente público em detrimento do
particular. Informativo 596 do STJ.

Desacato é afrontar, humilhar, desprezar o agente público. Não é


mero desentendimento.

O crime se manifesta por palavras, gestos, gritos, agressões físicas, vias de fato etc.

Todos esses atos configuram tipos autônomos, como calúnia, difamação,


constrangimento ilegal, ameaça, lesão corporal, contravenção penal. Porém, no desacato,
o dolo do agente é afrontar o agente público em relação à sua função e, com isso, os
tipos são absorvidos pelo art. 331 do CP.

Exige-se o nexo funcional.

Não há concurso de crimes entre os tipos penais (ameaça, calúnia, difamação, lesão
corporal e vias de fato) e o desacato.

Injúria X desacato

Depende do dolo do agente. Se o dolo for ofender o funcionário em relação à função,


é desacato. Se o dolo for ofender o particular, é injúria.

Deve-se analisar o nexo funcional.


O crime se consuma com a prática da conduta que configura o desacato.

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O desacato deve ser praticado na presença do funcionário público.

Se não for na presença, não será desacato. Na ausência do funcionário público, o


crime será de injúria. Para desacato, exige-se que seja praticado na presença do
funcionário público desacatado. Ofender este funcionário público em sua ausência, será
crime de injúria ou difamação.

É possível desacato por videoconferência? Sim, com fundamento no interrogatório


por vídeo conferência, o qual constitui presença virtual.

O CPP permite a audiência por videoconferência, inclusive o interrogatório, que é ato


personalíssimo do juiz.

Desta forma, o desacato poderia ser praticado por videoconferência, pois seria
uma forma de presença.

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