Anestesia local: anestesia é a perda de sensibilidade em uma área circunscrita do corpo causada por
drogas apropriadas sem induzir a perda da consciência.
Anestésicos locais: substâncias químicas que impedem a geração e a condução de um impulso nervoso.
1. não ser irritante para o tecido, não causar alteração permanente da estrutura nervosa,
2. deve ser eficaz na aplicação por injeção nos tecidos ou tópica em mucosas,
3. baixa toxicidade sistêmica,
4. o tempo de latência deve ser o menor possível (±5min),
5. a duração do anestésico tem que ser suficiente para a conclusão do procedimento,
6. deve ter uma potencia suficiente para produzir anestesia sem o uso de soluções concentradas,
7. deve ser relativamente incapaz de causar reações alérgicas
8. deve ser estável em solução e rapidamente sofrer biotransformação no corpo
9. deve ser estéril ou passível de ser esterelizada sem deterioração.
*os efeitos colaterais ocorrem geralmente no momento da aplicação ou nos primeiros 5 minutos após a
aplicação. É necessário entã, prestar atenção no paciente durante esse tempo.
Todo anestésico local possui uma estrutura química semelhante à da cocaína, o primeiro anestésico
conhecido e o único natural. A divisão funcional da molécula que determina a sua difusão através dos
tecidos é a seguinte: uma parte lipofílica apolar e uma hidrofílica polar, ambas unidas por uma cadeia
intermediaria aberta. A parte intermediaria é éster ou amida e a parte lipofílica que é responsável pela
difusão do anestésico para dentro do axônio.
A) Tipo éster: procaína, benzocaina, tetracaína, dificilmente usado pois em sua biotransformação traz
probabilidades de reações alérgicas que ocorrem geralmente sem relação com o composto original
(ex: procaína) e sim com o PABA que é o principal metabolito dos anestésicos tipo éster.
B) Tipo amida: lidocaína, prilocaina, mepivacaina, bupivacaina. Atualmente usamos do tipo amida
para injetar. Com excessão de poucos anestésicos (prilocaina, hexilcaina) a maioria são aminos
terciários.
Os anestésicos locais são bases fracas, instáveis e pouco solúveis, formando com a água soluções
alcalinas com pH de 7 a 9. Sob esta forma os anestésicos não podem ser utilizades devido à:
Assim, os problemas de solubilidade e estabilidade são resolvidos pela combinação com o ácido clorídrico,
formando cloridratos, que são sais extremamente solúveis e estáveis. Portanto, para ser injetado no
organismo, o sal anestésico deve ser combinado com acido clorídrico. Os cloridratos quando são
misturados em soluções salinas ou água, formam a soluça anestésica iônica acida de pH 3 a 6. Assim, a
solução que é injetada no nosso organismo é ÁCIDA, ESTÁVEL e SOLÚVEL.
Os anestésicos locais que contem adrenalina ou outras substâncias vasoativas são acidificadas pelo
fabricante para inibir a oxidação da adrenalina. Então o pH fica mais acido ainda quando tem adrenalina.
Mecanismo de ação dos anestésicos locais: a membrana nervosa é o local onde os anestésicos locais
exercem suas ações farmacológicas, eles se ligam à receptores específicos no canal de sódio. A mediade
que rompem-se as ligações fármaco-receptor, o fármaco deixa de agir assim que diminui sua
concentração nos fluidos extracelulares. Nem todas as moléculas do A.L atingem o interior do neurônio por
causa do preocesso de difusão e porque algumas serão absorvidas pelos vasos sanguíneos locais e pelos
teciso moles extracelulares no local da injeção.
Solução anestésico contem moleculas de A.L não carregadas (RN), também denominadas bases, e
moléculas positivamente carregadas (RNH+), chamadas cátion.
RNH+ RN + H+
A proporção relativa de cada forma na solução depende do pH da solução ou dos tecidos adjacentes.
A porção carregada (RNH+) é responsável pelo bloqueio do canal de sódio, enquanto a porção não
carregada (RN) se difunde para dentro do axônio.
Os dois fatores envolvidos na ação de um anestésico local são a difusão do agente através da bainha
nervosa e a ligação com o sitio receptor no canal iônico. A forma básica livre (RN) lipossolúvel, neutra,
do anestésico é responsável pela difusão através da bainha do nervo. No lado axoplasmático, a forma
catiônica (RNH+) liga-se ao receptor do canal e acaba responsável pelo bloqueio da condução
resultante.
Ao injetar a anestesia a base livre (RN) passa para o interior do axônio e La existe anestésico na forma
livre e na forma de cátion. Ela ira se dissociar na mesma proporção que ocorreu no lado extracelular,
pois o pH não mudou. Então se dissociara na proporção de 75% de RNH+ para 25% de RN. Das 250
RN que passaram, 80 serão RNH+ e 70RN. A forma que não esta dissociada (RNH+) bloqueará o
canal de sódio e impedira o fluxo nervoso. Isto vai acontecendo até que o gradiente de concentração
seja invertido. No interior do axônio o pH não altera mesmo em situações em que o lado de fora esteja
mais ácido. O pH do liquido extracelular que determina a facilidade com a qual o anestésico sai do
local da sua administração para o axoplasma da célula nervosa.
Anestesia em locais infeccionados: É mais difícil de conseguir um bloqueio adequado do nervo pois os
tecidos apresentam escassez de moléculas capazes de atravessar a bainha do nervo (RN), e da maior
absorção das moléculas de anestésico remanescentes pelos vasos sanguíneos dilatados nessa região.
A anestesia não é muito eficaz, a absorção é mais rápida devido à maior vasodilatação dos vasos
inflamados, eliminando com maior rapidez o anestésico.
1. Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel mais potente, se aumentar o anestésico vai penetrar
com mais facilidade ainda por a membrana nervosa é formada por lipidios (90%).
2. Grau de ligação com proteínas: é responsável pela duração da atividade do anestésico pois quanto
maior o seu grau de ligação proteína maior vai ser a sua fixação nos receptores.
3. Atividade vasodilatadora: quanto mais vasodilatador for o anestésico menor será a sua potência.
4. Constante de dissociação: (pka) inicio da ação anestésica. Quando maior for o pka menor vai ser a
porcentagem de moléculas disponíveis na forma base livre em um pH tecidual 7,4, portanto, o inicio
é mais lento.
Bloqueio diferencial: as diversas fibras não respondem da mesma maneira ao contato com o A.L. Isso
depende de: posição e diâmetro das fibras, presença de mielina, potência do anestésico, concentração de
base livre (quanto mais base livre maior será o efeito do anestésico).
Primeiro bloqueia as fibras de menor diâmetro, responsáveis pelas sensibilidades térmica, dolorosa e tátil,
a seguir as relacionadas à pressão e vibração, e por último as proprioceptivas e motoras.
Quanto maior espessa a camada de mielina e maior a distância internodal, menor a sensibilidade da fibra
ao A.L.
A recuperação de função das fibras de uma área anestesiada é inversa a sua perda.
Absorção: todo anestésico local possui certo grau de vasoatividade, aumentando a velocidade de
absorção, reduzindo a duração da anestesia e aumentando o nível sanguíneo do A.L Fatores que
determinam a velocidade de absorção:
Metabolismo:
1. Anestésicos locais do tipo éster: são rapidamente hidrolizados no plasma pela enzima
pseudocolinesterase. É degradado em 70% PABA que vai ser eliminado na urina e dietilamino que
ainda sofre outra biotransformação. O PABA é responsável pelas reações alérgicas e tamém a
pseudocolinesterase atípica que acarreta na incapacidade de hidrolisar os anestésicos.
2. Anestésicos locais do tipo amida: são biotransformados no fígado, a prilocaina sofre metabolismo
primário no fígado que também pode ocorrer no pulmão. Prilocaina -> Ortotoluidina ->
Metemoglobina -> Metemoglobinemia (depressão respiratória e sincope).
Excreção: a insuficiência renal significativa (inclusive pacientes submetidos à diálise renal e aqueles com
glomerulonefrite e/ou polinefrite crônica) é uma contra-indicação relativa à administração de anestésicos
locais.
A maioria dos vasoconstritores associados aos anestésicos locais, mimetizam a resposta dos nervos
adrenérgicos à estimulação, sendo classificados como drogas simpaticomiméticas ou adrenérgicas:
epinefrina, levonordefrina, noradrenalina, fenilefrina.
Mecanismos de ação: drogas de ação direta, atuam diretamente nos receptores adrenérgicos alfa e beta.
Nos receptores alfas provocam contração do músculo liso nos vasos sanguíneos e nos receptores beta
provocam o relaxamento do músculo liso e estimulação cardíaca.
Adrenalina: (aminas simpatomiméticas) sal ácido hidrossolúvel, ao qual é adicionado bissulfito de sódio
para retardar a deterioração. Atua nos receptores alfa e beta, porém tem predominância nos efeitos beta.
Os níveis plasmáticos de adrenalina duplicam após administração de 1 tubete de lidocaína com adrenalina
1:100.000. Este aumento tem relação linear dose-dependente e persiste por vários minutos.
Evidências recentes demonstram que depois de uma injeção intra-oral, podem ser atingidos níveis
plasmáticos de adrenalina equivalentes aos alcançados durante exercício moderado a intenso,
aumentando o débito cardíaco.
Os efeitos cardiovasculares de doses convencionais de adrenalina têm pouca importância pratica, mesmo
nos pacientes com cardiopatia. Todavia, mesmo observando as precauções habituais, pode ocorrer
absorção de adrenalina suficiente para causar taquicardia, sudorese e palpitação = reação da adrenalina.
Ações sistêmicas: no miocárdio atua em receptores beta aumentando o débito e a frequência cardíaca,
nas artérias coronárias atua em receptores beta aumentando o fluxo sanguíneo (relaxamento das
artérias), aumenta a pressão arterial, na rede vascular atua em receptores alfa da pele; mucosa e rins,
em recptores alfa e beta2 dos músculos esqueléticos (pequenas doses dilatam os vasos e doses altas
constringem), no sistema respiratório atuam em beta2 causando relaxamento do músculo liso dos
bronquiolos = tratamento de arma aguda (broncoespasmo), no SNC provoca ansiedade, tensão, agitação,
cefaléia, tremor, fraqueza, tonteira, palidez, dificuldade respiratória e palpitação (podem precipitar
episódios de angina e arritmias cardíacas pois eleva a PA)
Final da ação de eliminação: recaptação pelos nervos adrenérgicos, inativação no sangue pelas enzimas
catecol-o-metiltransferase (COMT) e (MAO), é rapidamente eliminada do sangue (10min) injeções podem
ser repetidas, apenas 1% da adrenalina é excretada inalterada na urina.
Doses máximas por consulta: saudável – 0,2mg ou 20ml de uma concentração 1:100.000, ASAIII ou
ASAIV - 0,04mg ou 4ml de 1:100.000.
Noradrenalina: ações sistêmicas: atua quase exclusivamente nos receptores alfa (90%), determinando
vasoconstrição periférica intensa com elevação da PA. Esta associada com 9x mais efeito colateral do que
adrenalina. No sistema respiratório o músculo liso brônquico não é relaxado como a adrenalina, no SNC
as manifestações clinicas da superdosagem são semelhantes (menos frequentes e menos intensas) às da
adrenalina. Pode conduzir a necrose e a descamação tecidual.
Felipressina: associada com a prilocaina, não é vasoconstritor simpatomimético, não é indicado para longa
duração, é análogo sintético do hormônio antidiurético vasopressina.
Mecanismo de ação: estimulante direto do músculo liso vascular, sua ação é mais acentuada na
microcirculação venosa, não causa arritimia, tem menor homeostasia, não exerce efeito sobre o SNC,
pode ser administrada com segurança em pacientes com hipertireoidismo e que façam uso de inibidores
da MAO ou antidepressivos tricíclicos, possui ações antidiuréticas e ocitóticas (contração uterina).
Fenilefrina: possui ação direta nos receptores alfa (95%), tem pouca ou nenhuma ação beta no coração,
provoca vasoconstrição intensa que pode levar a uma braquicardia chegando até à uma parada cardíaca.
ANESTÉSICOS
Lidocaína 2%, 4,4mg/kg, 300mg: metabolismo gera a xilidida que é tóxica, excreção renal (10% na forma
inalterada e 80% metabolitos inativos), causa sonolência em pacientes mais sensíveis, possui tempo de
latência curto, de 2 a 3 minutos, e duração também curta, 5 a 10 minutos de anestesia pulpar e 1 a 2 horas
de anestesia nos tecidos moles, devido a sua ação vasodilatadora, tem propriedade vasodilatadora muito
alta, pode causar IDIOSINCRASIA, melhor uso com ADRENALINA 1:100.000.
Mepivacaína 2%, 4,4mg/kg, 300mg: produz uma vasodilatação discreta, contra indicado em pacientes
com hipertermia maligna (hiperpirexia), ADRENALINA 1:100.000
Prilocaina 3% 6mg/kg, 400mg: tem inicio da ação em 2 a 4minutos, propriedade vasodilatadora maior
que a mepivacaina e menor que a lidocaína, anestesia pulpar em 5 a 10 minutos, tecido mole 3 a 8horas e
bloqueio regional, é metabolizada no fígado e parte nos pulmões, ortotoluidina -> metemoglobinemia, ação
ocitocica, FELIPRESSINA 1:30.000
Bupivacaina 0,5%, 1,3mg/kg, 90mg: tem inicio de 6 a 10 minutos, 4x mais potente, menos toxica que a
lidocaína e mepivacaina, anestesia pulpar em 1,5 a 3 minutos, tecido mole 4 a 9hrs, contra indicado para
crianças; em procedimentos simples e pacientes mentalmente incapacitados/ hepatopatas e nefropatas,
propriedade vasodilatadora apenas pouco menor que a procaína, ADRENALINA 1:100.000
Articaina 4%, 7mg/kg, 700mg: potencia 1,5x maior que lidocaína, toxicidade menor, inicio de 1 a 2
minutos, duração pulpar de 60minutos, risco de metemoblobinemia, propriedade vasodilatadora
equivalente a lidocaina , contraindicado em pacientes que usam medicamentos contendo enxofre, porfiria,
epilepsia, diabéticos, quem usa antidepressivo tricíclico, fármacos que produzem alteração na PA (MAOS),
grávidas, asmáticos, fenotiazinas, agentes oxitocicos. ADRENALINA 1:100.000
Anestesiologia PROVA II
1. Seringa: veículo pelo qual o anestésico é introduzido no paciente. Seringa ideal: durável,
esterilizável, admitir vários tipos de tubetes e agulhas, leves e de uso simples com uma das
mãos, devem ter refluxo.
Refluxo: evita a ingestão intravascular acidental, seringa com arpão, seringa automática (auto-
aspitatória – pressão feita através do anel do polegar – se der aspiração positiva: afasta e injeta
novamente o mesmo tubete).
Vantagens das seringas metálicas: tubo visível, aspiração com uma das mãos, autoclavável,
resistente a oxidação, duradoura com manutenção adequada.
Desvantagens: pesada, tamanho muito grande, possiblidade de infecção se o manuseio for
incorreto
Problemas que podem ocorrer:
Seringa de pressão: supera a resistência do tecido, tubete protegido, alto custo, injeção fácil
e muito rápida (desconforto para o paciente)
Seringa de segurança: descartável (uso único), leve, alto custo, não é aconselhável
recarregamento com um segundo tubete
Computadorizada: controla velocidade de injeção do anestésico
Partes da agulha: extremidade que penetra na seringa, adaptadores da seringa, canhão, haste
e bisel.
Calibre da agulha: é o diâmetro da luz da agulha, quanto menor o numero, maio o diâmetro.
Usuais 27G e 30G, quanto mais grossa mais fácil a aspiração, porém mais dolorosa é a
penetração tecidual. (10, 20 e 30 mm)
Cuidados: sempre utilizar agulhas estéreis, uso em único paciente, trocar após múltiplas
perfurações, recobrir agulha cuidadosamente após o uso, descartar em local apropriado.
(agulha longa + usada – 1/3 para fora), não alterar direção da agulha nos tecidos, jamais
forçar contra qualquer resistência.
Cuidados: não emergir em solução desinfetante (não está bem vedado); verificar integridade;
validade; não autoclavar; passar álcool 70 ou PVPI no diafragma de borracha.
4. Material auxiliar:
Anti-séptico: reduz flora microbiana; PVPI 10% com 1% de Iodo ativo; digluconato de
clorexidina 0,12%
Anestésico tópico: gel, spray ou pomada. Gel 5% de lidocaína ou 20% benzocaína. Conforto e
segurança ao paciente
Roletes de algodão: secagem da mucosa; aplicação do Anestésico tópico; esconder agulha
em odontopediatria.
Espelho clínico: afastamento de lábio e bochecha; visualização. Pinça Clinica para manuseio
seguro de materiais.
Tencionar o tecido (esticar); manter seringa fora do campo de visão do paciente; apoio para a
mão (tórax do paciente; apoio da seringa no dedo que vai afastar; parte do braço encostado
no corpo); introduzir agulha na mucosa (bisel voltado para o osso); observar e comunicar-se
com o paciente; injetar algumas gotas de anestésico; aprofundar agulha em direção ao alvo;
aspiração prévia; deposição de AL; observar paciente (5 minutos)
Anestesia tópica: bloqueio das terminações nervosas livres e fibras terminais (superficiais).
Indicações: supressão da dor causada pela agulha; controlar náuseas; aliviar a dor causada
por próteses novas, matrizes, anéis; permitir alimentação de pacientes portadores de aftas e
ulceras. Tensionar o tecido, secar a mucosa e aplicar anestésico tópico.
Anestesia Subperiosteal: bloqueia grandes ramos terminais do plexo dentário (polpa, raiz,
osso, tec. Conj. e mucosa)
Indicações: intervenções em dentes superiores e região mandibular em crianças (osso
poroso)
Contra-indicações: dor pós operatória – dor após injeção mascarando o pós operatório.
Técnica: força a agulha para ela entra no periósteo, injeta solução por baixo do periósteo – vai
chegar no mesmo lugar da supraperióstea (ápice do dente) – um pouco mais intensa, técnica
é a mesma.
Deve-se também anestesiar no palatino.
1) Nervo alveolar superior anterior (anestesia perióstea, polpa dental, alvéolo dos incisivos e
caninos, mas só do lado vestibular);
2) Nervo alveolar superior médio (periósteo e alvéolo dos pré-molares e raiz mesial do
primeiro molar superior e a polpa dos pré-molares. Só lado vestibular)
3) Nervo infra-orbitário ( Nasal lateral: asa do nariz; Palpebral inferior: pálpebra; Labial
superior: lábio superior, gengiva, mucosa e periósteo vestibular desde o segundo pré até o
incisivo central). Se feita corretamente não é dolorida
- Usa-se agulha longa de calibre 25. Introduz metade da agulha (anestesia dentes e tecidos
moles)
Indicações: intervenções envolvendo mais de 2 dentes maxilares e seus tecidos bucais;
quando um processo infeccioso ou inflamatório contra-indique a supraperióstea
Contra-indicações: tratamento em 1 ou 2 dentes; não serve para diminuir sangramento no
local
Vantagens: segura e simples; minimiza volume de AL e o numero de perfurações
Desvantagens: medo inicial do profissional de lesar o olho do paciente; dificuldade de definir
pontos de reparo anatômico; abordagem extra-oral pode ser incômoda ao paciente
Bloqueio do Nervo Palatino Maior: anestesia porção posterior do palato duro e seus tecidos
moles adjacentes, desde a divisão com palato mole até o 1° pré-molar e medialmente até a linha
média.
- Indicações: quando for necessária anestesia de tecidos moles palatinos para tratamento
restaurador em mais de dois dentes; controle da dor durante procedimentos periodontais ou
cirurgias orais envolvendo tecidos palatinos.
- Contra-indicações: inflamação ou infecção no local da injeção; áreas de menores tratamentos
(um ou 2 dentes)
- Desvantagens: potencialmente traumática; não há hemostasia
- Pontos de reparo anatômico: Forame palatino maior – o nervo palatino maior fica paralelo as
cristas alveolares palatinas. (Tem que fazer aspiração – no forame saem artérias também)
- Posição de trabalho: lado direito – 7/8 hrs; esquerdo – 11 hrs; boca aberta e pescoço estendido
– decúbito dorsal
- Técnica: localizar forame palatino maior (distal do 2°molar maxilar – 1cm abaixo das cristas
alveolares); aplicar pressão(com cotonete – cai na depressão criada pelo forame palatino maior)
sobre o forame (30 seg.) e observar isquemia; injetar solução bem devagar para ficar menos
dolorido; direcionar a seringa para a boca pelo lado oposto (agulha em ângulo reto); bisel da
agulha voltado para os tecidos moles palatinos; introduzir até tocar o osso; aspiração; injetar
0,6ml de AL lentamente com agulha curta; retirar seringa; proteger agulha, aguardar 3 a 5
minutos
- Falhas na anestesia: anestesia do palato na área do 1° molar pode ser inadequada devido as
fibras sobrepostas do nervo nasopalatino (sucesso parcial) – para corrigir pode ser necessária
infiltração local suplementar; se o anestésico for depositado muito anterior ao forame, pode não
produzir anestesia adequada.
Bloqueio do Nervo Nasopalatino: anestesia-se porção anterior do palato duro (tecidos moles e
duros) desde a face medial do 1° pré-molar esquerdo até a face mesial do 1° pré-molar direito
-Indicações: quando é necessária anestesia dos tecidos moles palatinos em mais de 2 dentes
para tratamento restaurador; para analgesia durante procedimentos cirúrgicos orais e
periodontais
- Contra-indicação: inflamação ou infecção no local da injeção; áreas menores de tratamento
- Desvantagens: não há hemostasia; injeção intra-oral mais traumática
- Pontos de reparo anatômico: incisivos centrais e papila incisiva
- Técnica: recomenda-se a agulha curta; introdução lateralmente a papila incisiva (nunca de
frente); área-alvo – forame incisivo, sob a papila incisiva; com cotonete aplicar pressão sobre a
papila incisiva e observar isquemia; bisel da agulha deve estar voltado para tecidos moles
palatinos; avançar lentamente a agulha em direção ao forame incisivo (até que toque suavemente
o osso) – ângulo de 45° em direção a papila incisiva; aspiração (positiva em menos de 1%);
injetar 0,45 ml de solução anestésica; retirar seringa; proteger agulha; aguardar 3 a 5 minutos.
- Falhas na anestesia: anestesia unilateral (nova anestesia com punção para lado não
anestesiado); anestesia dos tecidos moles palatinas inadequada na região de canino e primeiro
pré-molar (superposição do nervo – fazer uma infiltrativa).
- Pode-se fazer utilizando múltiplas perfurações:
C) Injeção intrapulpar: Doi muito, introduz agulha na polpa; punção direta sobre o tecido pulpar
(agulha curta); ultimo recurso; Deve-se introduzir agulha dentro de cada canal; quando for aplicar
em posteriores dobra a agulha com pinça clinica (não pode 90°).
- Será usada em: pulpotomia (câmara), pelpectomia (câmara e canal); exodontia
- Técnica: secar com algodão (não usa jato de ar – dor); anestésico tópico em abundancia (não
adianta); após 3 minutos introduzir o bisel da agulha e injetar gradualmente o anestésico
aprofundando a agulha; injetar em cada canal; se o dente não possui abertura coronária, realiza-
la com broca esférica diamantada nova e calibrosa.
D) Injeção Intra-óssea: punção medular óssea após perfuração da cortical (com broca); melhor
usar essa técnica quando já se tem uma loja óssea exposta; usada para diminuir dor e realizar
hemostasia (adrenalina ou noradrenalina)
- Técnica: quando já se tem uma loja óssea – após anestesia de tecidos moles, realizar perfusão
na região apical e distal do dente a ser anestesiado, rompendo a cortical óssea; introduzir agulha
e injetar; colocar o perfurador na caneta, segurá-lo perpendicularmente a lamina cortical,
empurra-lo através da gengiva até que fique apoiado no osso; ligar a caneta em curtos toque até
que se perceba uma perda de resistência; comprimir gaze contra a cortical p/absorver
hemorragia; segurar a seringa como uma caneta e introduzir agulha na perfuração; injetar AL
lentamente
Anestesia Pterigomandibular: bloqueio dos nervos alveolar inferios, lingual e bucal. Anestesia
todos os dentes do hemi-arco – desde molares até incisivos. Fica anestesiado tecido mole tanto
em vestibular quanto lingual (única)
-Considerações anatômicas: anestesia o nervo no forame; muitas vezes tem que fazer
complementação no bucal.
- Nervos bloqueados e áreas anestesiadas:
1) Nervo alveolar inferior e seus ramos terminais (nervo incisivo e mentoniano – anestesiar todos
os dentes do hemi-arco, gengiva; mucosa, periósteo; vestibular dos pré-molares; canino e
incisivos, lábio inferior e pele do mento (tanto lingual quanto vestibular);
2) Nervo lingual (anestesia gengiva, mucosa, submucosa e periósteo lingual de todo hemi-arco;
porção anterior da língua (cuidado para não anestesiar garganta)
3) Nervo bucal (anestesia gengiva, mucosa, submucosa e periósteo vestibular dos molares,
mucosa da buchecha;
1)Nervo mentoniano (pelo do mento, mucosa labial e mucosa da região anterior da mandíbula;
não fica anestesiado linfgual, se for por grampo ou exodontia tem que anestesiar lingual)
2)Nervo incisivo (polpa, ligamento periodontal, osso alveolar dos pré-molares, canino e incisivos
- Indicações: intervenções cirúrgicas na região anterior da mandíbula (biopsia, sutura);
intervenções nos pré-molares caninos e incisivos (dentistica, prótese, endodontia, tratamento
periodontal)
- Contra indicações: infecção ou inflamação na área da punção.
- Pontos de referencia: pré-molares inf. (forame entre eles); base da mandíbula; arco alveolar;
forame mentoniano.
- Ténica: paciente em posição semi-supina; operador – 12 horas; localizar forame mentoniano
entre os pré-molares intra e exteriormente, mantendo o dedo sobre ele; com o polegar afastar
lábio inferior; inseiri agulha curta na prega mucobucal, próximo ao forame, orientando-se de tras
para frente e de cima para baixo até tocar o osso; aspiração; seringa e agulha devem formar com
a face vestibular da mandíbula ângulo de 45° (bisel para o osso); injetar algumas gotas de
anestésico inicialmente depois aprofundar agulha 5 a 6mm até alcançar forame; injetar 2/3 de AL
após aspiração negativa; retira agulha, coloca no estojo; aguardar 3 a 5 minutos
- Sinais e sintomas: formigamento ou dormência do lábio inferior; anestesia ou ausência de dor no
tratamento de pré-molares, incisivos e canino. (não anestesia lingual)
- Falhas e complicações: hematoma (extravasamento de sangue); insensibilidade prolongada
(parestesia – semanas); dor após termino do efeito do anestésico (ocorre se ficou cutucando com
a agulha)
- Complementação: (por lingual) – sensibilidade incisivo central inferior (supraperiostea incisivo
central homologo); se a intervenção abranger lado lingual (anestesia submucosa na linha media
do lado lingual)
Obs- não introduzir agulha reta; angulação e na mesma direção do forame.
Complicações anestésicas:
A) complicações locais:( na região da infiltração).
1) Quebra de agulha:
- Causas: enfraquecimento da agulha (dobragem); mov. Súbito paciente; defeitos de fabricação;
agulhas reutilizáveis
- Problemas: infecções ; migração (raras); encapsulamento por tecido fibroso; angustia do
profissional e paciente
- Tratamento: instruir paciente a não se movimentar; se fragmento for visível remova com pinça;
se fragmento estiver perdido, encaminhar paciente para um avaliação com um cirurgião
bucomaxilofacial.
- Prevenção: agulhas descartáveis e de boa qualidade; não introduzir agulha toda; não forçar
agulha contra qualquer resistência; não mudas direção da agulha quando estiver dentro de
tecidos
2) Dor a injeção:
- Causas: injeção rápida da solução anestésica; agulhas com farpas
- Problema: dor aumenta a ansiedade do paciente e pode levar a mov. Bruscos, aumentando
risco de quebrar agulha
´Prevençao: usar agulhas afiadas; usar anestersicos estéreis. Injetar anestésicos lentamente
3) Queimação a injeção:
- ph da solução anestésica em torno de 5 ou 3; injeção rápida do anestésico ; contaminação da
solução anestésica
- Problema: sensação de queimação indica irritação tecidual que pode levar a trismo, edema e
parestesia
- Prevenção: diminuir velocidade da injeção; armazenamento correto do tubete (temp ambiente ou
geladeira)
4) Lesões com agulha:
- Tratamento: lavar com agua, sabão e PVPI; suspender atendimento; preencher notificação de
acidentes; solicitar colaboração do paciente (coleta de exames); mediacação retroviral (HIV
positivo ou Hepatite ou sem exame)
- Prevenção : remover agulha da seringa com alicate 121, ou técnica da cureta; descartar agulha
imediatamente
5) Parestesia: Anestesia persistente – sensação de dormência por varias horas, dias, semana ,
meses, anos, séculos
- Causas: traumatismo do nervo pela agulha; solução anestésica contaminada; hemorragia
- Problemas: desconforto do paciente; autolesão; perda do paladar (nervo lingual)
- Tratamento: tempo (regride em 8 semanas); apoio psicológico (pqp)
6) Paralisia facial temporária:
- Causas: introdução de AL na capsula da glândula parotida
- Problemas: perda transitória da função motora dos músculos da expressão facial; diminuição da
lubrificação ocular
- Tratamento: tranquilizar paciente; fechar manualmente a pálpebra inferior; lentes de contato
devem ser removidas
7) Trismo: prolongado espasmo tetânico dos músculos da mastigação levando a limitação da
abertura da boca
- causas: trauma em músculos/ vasos; AL contaminado ou em excesso; hemorragia; múltiplas
perfurações; infecções
- Tratamento: terapia de calor; fisioterapia; miorrelaxantes; analgésicos; após 48 hr: antibiótico por
7 dias
-Prevenção: técnica anestésica correta; assepsia; volumes mínimos de AL; agulha sem farpas,
afiada e estéril
8) Traumas de tecido mole: paciente pediátricos, deficiente mentais durante a dormência de
tecidos moles após AL
- Prevenção: alertar paciente e responsável; colocar roletes de algodão entre os lábios; escolher
AL de duração certa
- Tratamento: analgésicos; vaselina; antibioticoterapia
9) Hematoma: extravasamento de sangue para os espaços extravasculares por lesão de vasos
sanguíneos; contusão pode ou não ser visível; poderá aparecer trismo e dor; estará presente de 7
a 14 dias
- Tratamento: compressão; gelo nas primeiras horas; analgésico; VC; calor depois de 4 horas
- Prevenção: conhecimento anatômico; técnica adequada; minimizar perfurações;
10) Necrose tecidual: irritação prolongada dos tecidos gengivais e palatinos
- Causas: descamação por sensibilidade ao AL; Abcesso estériol (isquemia prolongada)
- Tratamento: tranquilizar paciente; tratamento sintomático
11) Lesão intra-oral pós anestésicas: estomatite afitosa e/ou herpes simples; tratamento
sintomatológico