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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE OSASCO - SP

Processo nº 1004/05

BANCO DO BRASIL S/A, por intermédio de seus


advogados que ao final subscrevem, com escritório na Rua Dom José de
Barros, 264, 2º andar, São Paulo - SP, local onde receberá intimações, nos
autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO, que lhe move PAULA CAROLINA
TACHINARDI DA SILVEIRA, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, oferecer

CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito à seguir aduzidos.

SÍNTESE DOS FATOS

Pleiteia a autora condenação do banco réu ao


pagamento de R$ 10.400,00 (Dez mil e quatrocentos reais) à título de
indenização pelos constrangimentos enfrentados, em virtude de compensação
de cheque no valor errôneo, debitado em sua conta corrente.
Diante dos acontecimentos, salienta que suportou
inúmeros dissabores de ordem moral, em virtude dos eventuais defeitos nos
serviços prestados pelo réu, ensejando dever ao banco réu em indeniza-lá pelo
abalo moral a que foi submetida.

Entretanto, em que pese os acontecimentos


narrados pelo autor, sua pretensão não procede, conforme passa-se a expor.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Aduz a autora ter enfrentado dissabores, em virtude


do serviço prestado por esta Instituição de forma defeituosa, que ao compensar
cheque, emitida pela mesma, debitou quantia de R$ 100,00 (cem reais) de
forma errônea, o que causou-lhe diversos aborrecimentos e até mesmo
prejuízos.

Alega, ter emitido em 02/06/2004, 05 (cinco)


cheques, nos valores de aproximadamente R$ 78,00 (setenta oito reais), todos
com vencimento para o dia 06 dos meses subsequentes, cheques estes
emitidos para pagamento de material acadêmico.

Ocorre que, em 08/10/2004 foi procedida a


compensação do cheque de número 850255, ocasião fora debitado da conta
da autora o valor de R$ 178,00 (cento e setenta oito reais), referente ao quarto
cheque da seqüência acima mencionada.

Em decorrência, após a verificação do referido


débito em sua conta, a autora em 13/10/2004 entrou em contato com a agência
do banco – réu, responsável pela manutenção de sua conta corrente,
informando acerca do ocorrido, bem como solicitando a microfilmagem do
cheque, com o intuito de demostrar aos seus gerentes bancários o equivoco
efetivado em sua conta.

Observa-se que, por ser um procedimento especial,


utilizado apenas em ocorrências excepcionais, os prepostos do banco – réu na
mesma data solicitaram a microfilmagem do cheque junto ao departamento
responsável, entretanto, tal procedimento levaria aproximadamente 05 (cinco)
dias úteis para retorno.
De conseguinte, o banco – réu recebeu a
microfilmagem do cheque, eventualmente compensado de forma errônea, em
28/10/2004, na qual, imediatamente, foi repassado para departamento
encarregado de analisar a cártula e prontamente, após confirmação do setor,
fora devidamente restituído à autora em 03/11/2004, o valor debitado a mais
em sua conta, correspondente a R$ 100,00 (cem reais), mais todas as taxas e
encargos cobrados pela Instituição em virtude da compensação equivocada.

Todavia, após todo exposto, algumas considerações


devem ser feitas.

Por certo, nada de gravoso fora procedido por esta


Instituição em relação ao imprevisto ocorrido entre as partes.

Em nenhum momento, houve quaisquer restrições


no nome da autora devido ao débito em sua conta, em nenhum momento
houve devoluções de cheques por falta de fundos, em nenhum momento sofreu
constrangimentos e dissabores mediante terceiros, em nenhum momento
procedeu qualquer pagamento de tarifas e encargos cobrados pelo banco – réu
em decorrência do fato em tela, em nenhum momento houve descaso desta
Instituição ao caso em baila, pelo contrário, após a ciência do débito efetuado
equivocadamente na conta corrente da autora, o banco réu prontamente se
disponibilizou a auxiliar a mesma em todas as ocasiões, procurando, sempre
de forma cortês e atenciosa, orientar a autora acerca dos procedimentos que já
estavam sendo adotados, para a resolução do imprevisto.

Vale destacar que, engana-se a autora quando


relata que os valores pertinentes as taxas e tarifas cobradas em sua conta,
decorrente do infortúnio, ainda não lhe foram devolvidos, pelo contrário,
conforme já relatado, em 03 e 04/11/2004 esta Instituição creditou em sua
conta corrente R$ 15,00 e R$ 46,70, respectivamente, pertinentes aos
encargos gerais, cobrados pelo banco réu em virtude do imprevisto ocorrido.

Daí conclui-se que não há dano a ser reparado por


esta Instituição junto a autora, seja porque não há danos materiais a serem
restituídos, seja porque não houve sequer repercussão destes fatos, que
pudessem ensejar, eventualmente, condenação em danos morais, por tratar-se
de situação vexatória, que acarreta-se dissabores e prejuízos à autora.

Ademais, é óbvio que a conduta do banco se dá


sempre de forma zelosa, a fim de se evitar danos, não só aos clientes,
mas também a si próprio.
Assim que ciente do ocorrido o banco réu,
imediatamente providenciou a reparação do equivoco, não podendo este fato
ser considerado vexatório, que eventualmente tenha degradado a honra da
autora, ensejando graves seqüelas internas a esta, constrangendo-a em
relação à terceiros.

Outrossim, considerando a numeração contida na


cártula, é possível afirmar que realmente os valores tidos como R$ 78,00
(setenta oito reais) podem ser entendidos por qualquer indivíduo como sendo
R$ 178,00 (cento e setenta oito reais), uma vez que há símbolo em frete ao
numerário, induzindo ao possível número 1 (um), motivo pelo qual o banco réu,
procedeu o debito no valor mencionado.

E por fim, apenas à título de ilustração, a autora,


que se diz cumpridora de suas obrigações, em junho/2004 obteve devolução
de cheques, por insuficiência de fundos, o qual serve para corroborar as
contradições em suas alegações.

Isto posto, o dano moral alegado pela autora deve


ser apreciado com muita cautela por este nobre Juízo, sendo certo que a honra
das pessoas é de fato um patrimônio, que não tem preço e não pode ser
maculado, e portanto não se deve admitir que a autora procura dar ao fato uma
roupagem irreal, de se ter gerado conseqüências as mais nefastas possíveis.

DA AUSÊNCIA DE RESULTADO LESIVO

O pleito da autora é infundado, visto que os fatos


relatados não demonstram a ocorrência dos danos alegados, além de estar
totalmente desprovido de provas concretas aptas a ensejar a procedência da
ação.

Verifica-se que a autora se limita em alegar a


ocorrência de dano moral, sem, contudo demonstrar de forma concreta
os supostos prejuízos e percalços sofridos em decorrência da conduta do
banco-réu.

Assim, é certo que não basta que o agente tenha


procedido contra jus, isto é, não se define a responsabilidade pelo fato de
cometer um erro de conduta, ou melhor, não basta que a vítima sofra um
dano, que é elemento objetivo do dever de indenizar, pois se não houver
um prejuízo a conduta antijurídica não gera obrigação de indenização.
Além do que, em se tratando de pedido de
indenização, vemos pelo artigo 186 do Código Civil que, é indispensável que a
autora demonstre cabalmente a ocorrência dos três elementos
caracterizadores da responsabilidade civil, quais sejam: o dano, a culpa e o
nexo de causalidade entre o dano e a culpa, pois a simples alegação de
ocorrência de dano, como ocorre nos autos, não é suficiente para a obtenção
de indenização.

Portanto, não existe no caso sub judice dano moral a


ser indenizado, tendo em vista a falta de provas de sua ocorrência,
asseverando a aventura jurídica proposta pela autora.

DO DANO MORAL

A presente demanda reforça ainda mais a tese de


que com o advento da questão do dano moral, criou-se uma verdadeira
indústria de indenizações imotivadas, representadas por verdadeiras aventuras
jurídicas, sem qualquer fundamentação técnica, configurando-se como um
desrespeito a própria figura da justiça, como também dos ilustres magistrados
que a cada dia se vêm deparados com verdadeiras anomalias jurídicas, que
visam nitidamente o locupletamento imoderado e indevido, mas é certo que tal
comportamento não prosperará, ante ao senso de equilíbrio e moderação que
move nosso poder Judiciário.

Por isso, de inteira adequação ao caso presente é o


lapidar voto proferido pelo Desembargador SÉRGIO CAVALIERI FILHO, por
ocasião do julgamento da apelação cível nº 8.218/95, pela Segunda Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Discutia-se, naquela
oportunidade, indenização em virtude de suposta experimentação de danos
morais, pleiteada por empregados de empresa transportadora de valores que,
diariamente, eram submetidos a revista pessoal, quando do final da jornada de
labor. Diz o acórdão:

“A matéria de mérito cinge-se em saber o que


configura e o que não configura o dano moral. Na falta de critérios
objetivos, essa questão vem se tornando tormentosa na doutrina e na
jurisprudência, levando o julgador a situação de perplexidade.
Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua
inacumulabilidade com o dano material, corremos agora o risco de
ingressarmos na fase da sua industrialização, onde o aborrecimento
banal ou mera sensibilidade são apresentados como dano moral, em
busca de indenizações milionárias.”
Wilson de Melo Silva, em sua obra “O Dano Moral e
sua Reparação” - Ed. Revista Forense, pág. 1, define o dano moral como
sendo:

“Lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa


natural de direito em seu patrimônio ideal, entendendo-se por patrimônio
ideal, em contraposição a patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo
que não seja suscetível de valor econômico”.

“Seu elemento característico material é a dor,


tomado o termo em seu sentido amplo, abrangendo tanto os sofrimentos
meramente físicos, como os morais, propriamente ditos”.

Desse conceito extraímos, sem muito esforço, que


da simples ocorrência de um ato ilícito, não se pode presumir a existência do
dano moral.

Somente aqueles atos ou fatos ilícitos que


ocasionaram no ofendido sofrimento profundo, uma “dor” em sentido amplo,
refletindo gravemente em seu patrimônio moral, justificam a reparação dessa
espécie de dano. Se não vejamos:

133177460 – CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – RESPONSABILIDADE CIVIL –


DEVOLUÇÃO DE CHEQUE POR ERRO NO PREENCHIMENTO –
COBRANÇA EM DUPLICIDADE DE DÉBITO RELATIVO A CARTÃO DE
CRÉDITO – RESPONABILIDADE CIVIL DO AGENTE FINANCEIRO E
ADMINISTRAÇÃO DE CARTÕES – CUMULAÇÃO SUBJETIVA NÃO
CARACTERIZADA – AUSÊNCIA DE CULPA CONCORRENTE DA CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL – REDUÇÃO DA VERBA HONORÁRIA – I - O pedido
de reparação por danos materiais e morais, decorrente da devolução de
cheques, pressupõe a demonstração da responsabilidade da instituição
financeira. Inexistindo culpa concorrente da Caixa Econômica Federal pela
referida devolução, afigura-se incabível a indenização pleiteada, mormente
quando a autora assume a responsabilidade pelo equívoco no preenchimento
da ordem de pagamento, ensejador da respectiva devolução, como no caso. II
- Não caracterizada, na espécie, a hipótese prevista nos artigos 46 e 47 do
Código de Processo Civil, descabe o almejado litisconsórcio passivo na
espécie dos autos. IV - Apelação parcialmente provida, tão-só, no tocante à
verba honorária, para reduzindo-a ao percentual de 10% (dez por cento) sobre
o valor da causa, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC, sobrestando-se,
contudo, a sua execução, nos termos do art. 12 da Lei nº 1.060/50, por se
tratar de beneficiária da Justiça gratuita. (TRF 1ª R. – AC 38000360070 – MG –
6ª T. – Rel. Des. Fed. Souza Prudente – DJU 01.12.2003 – p. 65) JCPC.46
JCPC.47 JCPC.20 JCPC.20.3 JLAJ.12
APELAÇÃO CÍVEL – INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – PORTA
GIRATÓRIA DETECTORA DE METAIS – ESTABELECIMENTO BANCÁRIO –
Cliente de agência bancária que fica preso em porta detectora de metais. Fato
que não submeteu a pretensa vítima a qualquer tipo de humilhação ou
constrangimento. Ressarcimento indevido, pois trata-se de aborrecimento
corriqueiro, afeto às grandes cidades, portador de doença de chagas e
taquicardia ventricular sustentada. Uso de um cardioversor-desfibrilador
implantável metálico em seu peito "marca passo". Sentença mantida. Recurso
não provido. (TAPR – AC 0263300-9 – (221671) – Fazenda Rio Grande – 6ª
C.Cív. – Rel. Juiz Paulo Habith – DJPR 19.11.2004) (grifo nosso)

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –


TRANCAMENTO DE PORTA GIRATÓRIA EM AGÊNCIA BANCÁRIA –
REVISTA EFETUADA PELO GERENTE PREPOSTO DO RÉU – NÃO
CONFIGURAÇÃO DE EXPOSIÇÃO DA AUTORA A SITUAÇÃO VEXATÓRIA –
ATO ILÍCITO INEXISTENTE – INDENIZAÇÃO INDEVIDA – SENTENÇA
MANTIDA – " Em princípio, em época em que a violência urbana atinge níveis
alarmantes, a existência de porta detectora de metais nas agências bancárias
é medida que se impõe para a segurança de todos, a fim de prevenir furtos e
roubos no interior desses estabelecimentos de crédito. Nesse sentido, as
impositivas disposições da Lei nº 7.102/83 " (RESP nº 551.840, Min. Castro
Filho). Revista consentida realizada pelo gerente de agência bancária em
cliente que pretendia adentrar no recinto e foi impedido ante o travamento da
porta giratória, sem prova de que tenha havido situação vexatória, não
caracteriza dano moral passível de indenização, mesmo porque é dever do
preposto da instituição financeira garantir a segurança dos demais clientes e
funcionários. (TJSC – AC 2003.026781-6 – Criciúma – Rel. Des. Marcus Tulio
Sartorato – J. 13.02.2004)

Como também:

DANO MORAL – Responsabilidade civil - Ato ilícito - Pedido de indenização


decorrente do travamento de porta giratória em estabelecimento bancário -
Alegação de discriminação pela cor - Inocorrência de ilicitude na atuação do
vigilante que fiscalizava a porta - Ausência de qualquer ofensa ou
constrangimento oriundo do estabelecimento ou de qualquer de seus
prepostos - Situação admissível diante da realidade social atual, impregnada
pela violência urbana - Impossibilidade de responsabilização do
estabelecimento bancário sem que tenha sido demonstrado (ou sequer
alegado) abuso ou excesso na proteção instituída pela porta detectora de
metais, reconhecida a ação nos estritos limites do exercício do direito -
Inexistência, outrossim, de vício na instrução que justificasse o acolhimento do
agravo retido interposto - Indenizatória improcedente - Recurso provido para
esse fim. (1º TACSP – Ap 1242263-2 – Mogi das Cruzes – 2ª C.Fér. – Rel. Juiz
Jacob Valente – J. 28.07.2004) (grifo nosso)
Por outro lado, cumpre ressaltar que não há nos
autos qualquer prova, ou mesmo indício, que possa demonstrar a veracidade
dos percalços e dissabores supostamente experimentados pela autora., uma
vez que conforme exaustivamente relatado, não houve restrições em seu
nome, cheques devolvidos por insuficiência de fundos, repercussão dos fatos,
tarifas cobradas e não restituídas, resumindo não há danos, nem materiais e
muito menos morais a serem reparados por esta Instituição, e admitir em
contrário, seria o mesmo que dar azo as demandas infundadas e inverídicas
que nosso Judiciário recebe diariamente.

No mais, não houve qualquer demonstração de que


da conduta do banco-réu tenha ocasionado um resultado lesivo de tamanha
monta, a ponto de ensejar uma indenização de R$ 10.400,00 (DEZ MIL E
QUATROCENTOS REAIS), restando totalmente impugnado este valor, e, por
conseguinte não ocorrendo resultados lesivos, impossíveis de se falar em nexo
causal, sendo totalmente infundado o pedido aduzido na exordial.

Verifica-se que a autora se limita em alegar a


ocorrência de danos decorridos de culpa do banco réu, sem, contudo
demonstrar de forma concreta os supostos prejuízos e percalços sofridos em
decorrência da conduta do mesmo.

Assim neste diapasão, pela análise dos autos,


constata-se que, pelos elementos neles existentes, não há prova, produzida
pela autora, capaz de demonstrar que o banco réu agiu de forma ilícita, sendo
certo que aqui deve prevalecer o princípio da verdade real da prova, que neste
caso, se encontra ausente.

No caso dos autos, não restou provado, pela prova


documental o nexo causal do dano que se pretende indenizar, até porque, o
ônus da prova neste caso, compete à autora, aliás, sobre o tema, veja-se:

"A prova do nexo de causalidade é do autor." (RT


573/202).

Para melhor enfatizar a tese acima, vejamos trecho


da brilhante decisão monocrática, nos autos do processo n.º 01.081691-7,
promovida por Adilson Antônio Rodrigues em face da Companhia Brasileira de
Trens Urbanos – CBTU:
“ALIÁS, SE TRATANDO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS, SÃO
CORRIQUEIROS OS PEDIDOS SOB OS MAIS
DIVERSOS FUNDAMENTOS.

NA REALIDADE, OS MAIS TRIVIAIS


ABORRECIMENTOS DO DIA-A-DIA ESTÃO HOJE
SENDO EQUIPARADOS A UM SOFRIMENTO
QUALIFICADO COMO INSUPORTÁVEL,
RESULTADO DE FORTE DOR
MORAL,ACOMPANHADO DE VERGONHA.

CHEGA-SE A PODER AFIRMAR QUE QUALQUER


CONTRARIEDADE, MESMO QUE CORRIQUEIRA,
É PARA MUITOS NÓDOA INDELÉVEL E
PERMANENTE QUE MESMO COM O VALOR
PRETENDIDO, TALVEZ NEM ASSIM SE
REPARE”.

E na mesma esteira, nossos Tribunais, em casos


semelhantes tem decidido da seguinte forma:

“Houve um incidente, uma irregularidade, sem


reflexos no patrimônio do autor e mesmo na sua honra. É oportuno
utilizar o mesmo procedente colacionado nas contra-razões para
fundamentar este entendimento: ali se lê que a violência moral deve ser
tal que provoque a necessidade “da dolorosa e desgastante peregrinação
pelos escritórios de advocacia e repartições forenses em busca da
reparação”., o que, à evidência, não aconteceu com o autor.”

“O simples aborrecimento, naturalmente


decorrente do insucesso do negócio, não se enquadra no conceito de
dano moral, que envolve a dor, o sofrimento profundo”. (JTJ 167/44).

“...onde não há sensibilidade moral, não pode


haver dano moral indenizável”(JTJ - 170/35).

Por certo não pode o banco réu ser condenado ao


pagamento de indenização em favor da autora, uma vez que não deu azo aos
prejuízos por ela alegados, e não provados, e ainda, em momento algum se
configurou que o banco foi o causador de tais prejuízos.
E se não há evento danoso em decorrência da
conduta do banco réu, ausente requisito essencial à configuração do dever de
indenizar, qual seja, o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano
experimentado pelo ofendido.

Assim, mesmo que a autora tenha sido submetido a


alguma espécie de constrangimento, essas situações não são indenizáveis, eis
que ausentes os elementos necessários à caracterização do dano, o que torna
injustificada eventual indenização, sob pena de se proporcionar a quem
pretende, um enriquecimento sem causa.

Nesta esteira, pede-se vênia a Vossa Excelência


para transcrever entendimento jurisprudencial a respeito, conforme segue:

“DANO MORAL – PRESSUPOSTOS – RISCO DE BANALIZAÇÃO – O direito


à indenização por danos morais requer a presença simultânea do ato ilícito, do
implemento do dano, do nexo causal e da culpa do réu. Sem a comprovação
da ocorrência desses pressupostos, não pode prosperar a pretensão. Se, por
um enfoque, o reconhecimento do dano moral e sua reparação pecuniária
representa progresso extraordinário da ciência jurídica, para melhorar a
convivência respeitosa e valorizar a dignidade humana, por outro lado, não se
pode levar a extremo sua aplicação, com o risco de banalizar a conquista ou
levá-la ao descrédito. Não cabe o deferimento de dano moral pelas ocorrências
rotineiras das atividades profissionais, pelo simples melindre, contrariedades
ou pequenas mágoas. Como assevera o Desembargador Sérgio Cavalieri
Filho, da 2ª Câmara Cível do TJRJ, no julgamento da Ap. 7.928/95, "mero
dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão
fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da
normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e até
no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de
romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender,
acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca
de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos". (TRT 3ª R. – RO 9.727/00
– 2ª T. – Rel. Juiz Sebastião G. Oliveira – DJMG 29.11.2000 – p. 20)”

Nota-se então, que almeja a autora através da


presente, aproveitar-se de um fato para locupletar-se ilicitamente, sendo que
de forma superficial e sem qualquer embasamento, busca a condenação do
banco-réu ao pagamento de indenização por reparação de danos, os quais se
eximiu de comprovar, em total desatendimento ao disposto no artigo 333, I, do
Código de Processo Civil.
DO VALOR DA INDENIZAÇÃO

Em atenção ao princípio da eventualidade, importa


seja enfrentada a questão pertinente ao quantum indenizatório para a remota
hipótese de vir a ser reconhecida a obrigação de indenizar.

Assim sendo, caso Vossa Excelência, entenda que o


evento danoso restou comprovado, que se admite apenas por hipótese, com
relação ao quantum, o mesmo deve ficar ao arbítrio de V.Exa., desde que
respeitados os limites legais, bem como a quantificação do dano supostamente
sofrido.

O valor a ser indenizado há de ser deixado ao


prudente arbítrio do Juiz que levará em conta as peculiaridades do caso
concreto, notadamente a intensidade da culpa e a repercussão do evento tido
como danoso.

A monta relativa à indenização jamais poderá


corresponder a um locupletamento indevido da autora, por isso que o
arbitramento deverá ser moderado e eqüitativo.

No caso em epígrafe, nada justifica o quantum


pretendido pela autora, à título de reparação de supostos danos, visto que
resta claro o intuito desta em auferir quantia as custas do banco réu.

A partir daí, conclui-se que o valor pretendido pela


autora, resta-se totalmente impugnado, sendo infundado e distante dos valores
concedidos pelas decisões atuais de nossos Tribunais, senão vejamos:

17025965 – RESPONSABILIDADE CIVIL CHEQUE DEVOLVIDO


INDEVIDAMENTE – COMPROVAÇÃO DO DANO CAUSADO INEXISTÊNCIA
– O dano é elemento essencial na configuração da responsabilidade. Pode
haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade sem
dano. Não há que se falar em ressarcimento se aquele não ocorreu. A
devolução do cheque não acarretou repercussão negativa na esfera da
Autora-Segunda Apelante, tendo em vista que ocorreu em conta corrente
de sua titularidade e o Réu diligenciou solucionando o problema a
contento. 1ª APELAÇÃO PROVIDA. 2ª APELAÇÃO (RECURSO ADESIVO)
PREJUDICADO. (TJRJ – AC 15829/2001 – (2001.001.15829) – 6ª C.Cív. – Rel.
Des. Luiz Zveiter – J. 15.01.2002)
1302013211 – CIVIL – INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS – DEVOLUÇÃO
INDEVIDA DE CHEQUE – INFORMAÇÃO ERRADA DE INSUFICIÊNCIA DE
FUNDOS EM CONTA – CORRENTE – FALHA NO SISTEMA DO BANCO – I. A
Constituição Federal em seu art. 5º, V, garante a indenização da lesão moral,
independente de estar, ou não, associada a prejuízo patrimonial. II. O dano
moral se configura sempre que alguém injustamente causa lesão de interesse
não patrimonial. III. A parte sofrendo constrangimento, diante de falha no
sistema bancário, deve ser indenizada por danos morais. IV. É atribuído ao
juiz fixar o valor dos danos morais, não devendo causar o enriquecimento
indevido da parte. V. Diante de informação errada da instituição bancária,
quando da apresentação de cheque emitido pela autora, com a devolução
deste por falta de fundos, mesmo havendo saldo, causando constrangimentos
ao titular da conta corrente, justa é a indenização por danos morais no valor de
R$ 1.000,00 (um mil reais). VI. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (TRF
5ª R. – AC 2003.82.00.002372-2 – 4ª T. – PB – Relª Desª Fed. Margarida
Cantarelli – DJU 20.10.2005 – p. 556) JCF.5 JCF.5.V

100477891 – DIREITO DO CONSUMIDOR – RESPONSABILIDADE CIVIL –


ATIVIDADE BANCÁRIA – PRESUNÇÃO DE CULPA – CHEQUE DEVOLVIDO
– DANOS MORAIS – OCORRÊNCIA – R$ 2.400,00 – SALÁRIO MÍNIMO –
DESVINCULAÇÃO – Está-se firmando o posicionamento de que a atividade
bancária subsume-se as regras do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078/90), e este Diploma Legal dispõe, expressamente, sobre a
responsabilidade objetiva que tem a instituição financeira no exercício da sua
atividade, dispensado o particular de produzir a prova da culpa do banco, em
caso de falha na prestação do serviço; O Código de Defesa do Consumidor
consagra, ainda, a inversão do ônus da prova como direito básico do
consumidor, uma vez verificada a fragilidade de uma parte litigante diante da
outra. É a hipótese versada no presente caso. Um particular litiga contra uma
instituição financeira; Sem olvidar a previsão contida no Código de Defesa do
Consumidor, há provas nos autos de que houve a devolução de cheque, sob o
fundamento equivocado de que a conta corrente estava encerrada, lesionando
a honra objetiva e subjetiva da conta-correntista; De acordo com o atual
entendimento dos Tribunais Superiores, está vedada qualquer vinculação ao
salário mínimo, pelo que a condenação por danos morais sofridos deve ser
fixada em R$ 2.400,00, corrigida monetariamente é acrescida de juros demora.
(TRF 2ª R. – AC 2001.51.02.003642-7 – RJ – 2ª T. – Rel. Juiz Paulo Espírito
Santo – DJU 15.12.2003 – p. 386)

1400465999 – RESPONSABILIDADE CIVIL – ATIVIDADE BANCÁRIA –


APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR –
RESPONSABILIDADE OBJETIVA – DEVOLUÇÃO DE CHEQUE – DANOS
MORAIS – INDENIZAÇÃO – CABIMENTO – I - As atividades bancárias estão
inseridas no conceito de serviço expresso no art. 3º, §2º, do Código de Defesa
do Consumidor - CDC. II - Extrai-se, conseqüentemente, da situação
apresentada, a verossimilhança das alegações autorais, assim como sua
hipossuficiência perante a instituição financeira, calcada não apenas na
discrepância econômica entre as partes, mas, principalmente, no aspecto
técnico, relativo à possibilidade de realização da prova, eis que competiria ao
banco demonstrar que não houve deficiência no seu serviço, porquanto
responsável pela implantação e bom funcionamento do sistema bancário
oferecido a seus clientes. A instituição financeira tem o dever de prestar os
esclarecimentos necessários quanto à movimentação de contas de seus
correntistas, principalmente quando há lançamento de débito, e,
conseqüentemente, redução do saldo disponível. III - Há de se reconhecer que
o cheque em questão foi devolvido por falha exclusiva da ré, que efetuou
descontos na conta-corrente da demandante inadvertidamente, ocasionando a
esta constrangimentos e situação vexatória, passíveis de reparação. Soma-se,
ainda, o desconforto suportado pela autora em decorrência da inclusão
imerecida de seu nome no cadastro de emitentes de cheques sem fundos -
CCF. V - A condenação pecuniária decorrente de dano moral deve ser
fixada com moderação, vez que seu objetivo não é o enriquecimento da
parte que a pleiteia, devendo ser levada em conta a dimensão do evento
danoso e sua repercussão na esfera do ofendido. Assim, a indenização por
danos morais deve ser fixada em R$ 3.000,00 (três mil reais). (TRF 2ª R. – AC
2002.51.10.003876-7 – 7ª T. – Rel. Des. Fed. Sergio Schwaitzer – DJU
20.10.2005 – p. 142) JCDC.3 JCDC.3.2

Nossos tribunais utilizam certos elementos para a


fixação do dano moral, como por exemplo, segundo entendeu a 4ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça, tendo como rel. o Exmo. Sr. Min. César Asfor
Rocha, ao julgar o recurso especial nº 337771/RJ, em 16/04/2002, cuja decisão
foi publicada no DJ em 19/08/2002, p. 175, que:

“Na estipulação do valor do dano moral deve-se


observar os limites dos bons princípios e da igualdade que regem as relações
de direito, para que não importe em um prêmio indevido ao ofendido, indo
muito além da recompensa ao desconforto, ao desagrado, aos efeitos do
gravame suportado”.

Cumpre frisar que em situações análogas à versada


nestes autos a orientação jurisprudencial prevalecente nos Tribunais de São
Paulo é de que a indenização mínima deve ter por limite o equivalente a 5
(cinco) salários mínimos, a saber:

“Não há, é certo, um parâmetro definido para se


medir o dano moral. Então, deve ser arbitrado pelo juiz que, para esse fim,
pode valer-se, à falta de outro, do critério previsto no Código Brasileiro de
Telecomunicações (Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962), que estabelece
reparação de dano moral causado por calúnia ou injúria divulgadas pela
imprensa em quantum entre cinco e cem vezes o maior salário mínimo
vigente.” (apel. nº 222.962.2/6, 14ª Câmara do Tribunal de Justiça de São
Paulo).
Diante de todo exposto, o critério de arbitramento
deve ser justo à par dos fatos narrados, sobretudo para que não haja o
locupletamento ilícito da autora, razão pela qual resta totalmente impugnado o
montante pretendido na exordial, sendo que em eventual condenação deverá
prevalecer os entendimentos atuais de nossos Tribunais, caracterizando o valor
de eventuais danos morais não superior a 10 (dez) salários mínimos.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, requer a total improcedência da


ação, devendo ser afastada a condenação do banco réu ao pagamento de
indenização e honorários advocatícios, visto que não se vislumbra no caso em
tela o dever de indenizar.

Requer provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidos, especialmente depoimento pessoal, juntada de
documentos, inquirição de testemunhas, expedição de ofícios, exames
periciais, etc.

Termos em que
Pede deferimento.
São Paulo, 28 de março de 2006

NEI CALDERON
OAB/SP 114.904

MARCELO OLIVEIRA ROCHA


OAB/SP 113.887

FABIANO ZAVANELLA
OAB/SP 163.012

DONES MANUEL DE F. NUNES DA SILVA


OAB/ SP 182.770

MARCOS TRINDADE JOVITO


OAB/SP 119.652

CLODOALDO CALDERON
OAB/SP 200.158
PATRÍCIA MASCKIEWIC ROSA
OAB/SP 167.236

ANA PAULA PINTO DA SILVA


OAB/SP 182.744

GISELE DE ANDRADE DE SÁ
OAB/SP 208.383

ERIKA TRAMARIM
OAB/SP 215.962

ANDERSON DE CAMPOS
OAB/SP 232.485

ALESSANDRA CHRISTINA F. OLIVEIRA


OAB/SP 140.305

ADRIANA PECORA RIBEIRO


OAB/SP 230.669

ARTHUR ALEXANDRE V. VIDAL


OAB/SP 209.707
OAB/CE 1944

PRISCILLA COSTA
OAB/SP 213.570

ROMERIO FREITAS CRUZ


OAB/SP 204.212

FABIO MASCKIEWIC ROSA


OAB/SP 160.537

MARCO ANTONIO CUSTODIO


OAB/SP 99.502

ALAINA SILVA OLIVEIRA


OAB/SP 230.968
DELMAR SOUZA CRUZ
OAB/SP 187.111

ENIO NASCIMENTO ARAUJO


OAB/SP 149.469

MARCIO ARAUJO TAMADA


OAB/SP 196.509

FERNANDO ROBERTO SOLIMEO


OAB/SP 162.275

JUSCELAINE LOPES RIBEIRO


OAB/SP 237.581

LUIZ GUSTAVO TEIXEIRA COELHO


OAB/SP 222.928

CELIA DE SOUZA
OAB/SP 182.319

TATIANE MENDES
OAB/SP 138.281 E

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