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Regras de Boa Prática no Desmonte a Céu Aberto (1999)

1. Definições

Para melhor compreender as regras de boa prática no desmonte a céu aberto, torna-se necessário introduzir as
definições de conceitos, princípios e regras fundamentais da exploração mineira.

No que respeita aos conceitos fundamentais da exploração, torna-se importante definir o que se entende por
exploração e quais os tipos existentes, introduzindo o conceito de método de exploração e por último o de método
de desmonte.

Exploração é a actividade posterior à prospecção e pesquisa, abrangendo o reconhecimento, a preparação e a


extracção do minério bruto, do solo ou subsolo, bem como o seu tratamento e transformação, quando processados
em anexos mineiros. Esta pode ser de quatro tipos:

 Subterrânea;
 A céu aberto;
 A partir de perfurações;
 Hidráulica.
A exploração diz-se subterrânea quando as escavações realizadas para a exploração do minério não estão em
contacto com o ar livre, encontrando-se rodeadas pelos terrenos do subsolo.

A exploração diz-se a céu aberto quando as escavações realizadas para a exploração do minério estão em contacto
com o ar livre. É o caso das pedreiras e minas a céu aberto.

A exploração por perfuração acontece quando o jazigo, embora subterrâneo, é explorado sem necessidade de se
abandonar a superfície, por exemplo a partir de sondagens (caso de algumas explorações de minerais uraníferos, sal
gema, petróleo, etc.).
A exploração hidráulica, que pode ser tanto subterrânea como a céu aberto, consiste em utilizar a força hidráulica
(essencialmente água) nas frentes de trabalho para o desmonte do minério.
Método de lavra pode-se definir como o conjunto de processos utilizados e de soluções adoptadas para a remoção
da substância útil contida numa fracção de jazigo.

Este conceito é mais geral que o método de desmonte pois engloba os seguintes elementos fundamentais:

 Domínio dos terrenos;


 Tipo de preparação;
 Posição das vias de transporte;
 Forma, extensão, orientação e sentido de progressão da frente de desmonte;
 Modo de evacuação dos produtos;
 Tratamento dos vazios da exploração;
 Desenvolvimento na horizontal e na vertical, da exploração.
Assim pode-se dizer que o método de lavra engloba operações de desmonte, domínio de terrenos, traçagem,
preparação, remoção, etc. Método de desmonte é definido como o conjunto de processos utilizados para proceder
ao arranque do minério do maciço. Trata-se de um conceito mais restrito que o de método de lavra, pois engloba
apenas o conjunto de operações necessárias à extracção da substância útil da frente de trabalho.

Uma vez compreendidos os conceitos de método de exploração e método de desmonte, torna-se fundamental
compreender os princípios e regras fundamentais que regem a exploração mineira.

Os princípios fundamentais da exploração mineira são:

 Segurança;
 Economia;
 Bom aproveitamento do jazigo.
 Protecção Ambiental;
A segurança é o primeiro e o mais importante princípio fundamental da exploração a respeitar ("safety first"),
estando relacionada com o princípio atrás referido.
Para que uma exploração possa decorrer com normalidade e eficiência os trabalhadores deverão sentir-se seguros,
e com condições que lhes permitam desempenhar os trabalhos adequadamente. Caso tal não aconteça, resultará
numa menor optimização do trabalho com o consequente aumento dos custos de exploração, o que vai contra o
primeiro princípio enunciado.
A economia é um princípio fundamental já que um jazigo só será explorável se a sua exploração for rentável. Deste
modo há que dedicar particular atenção a todos os factores susceptíveis de se traduzirem em abaixamento de
preços de custo do minério extraído, como sejam por exemplo, a boa organização e optimização do trabalho e a
procura de melhores soluções técnicas.

O bom aproveitamento do jazigo é importante pois não se deve esquecer que a indústria mineira se caracteriza pelo
esgotamento progressivo do seu objecto. Tal significa que a riqueza mineral, salvo raras excepções, não se
regenera, sendo por conseguinte esgotável.

Torna-se por isso indispensável que a boa técnica mineira se baseie no bom aproveitamento dos jazigos. Para tal é
necessário ter em consideração inúmeros aspectos resumidos nas regras fundamentais da exploração, a seguir
enunciadas.

A protecção ambiental é cada vez mais essencial em qualquer projecto de exploração, na medida em que é
necessário preservar o meio que nos rodeia para as gerações seguintes. Por conseguinte qualquer plano de lavra
deverá adoptar medidas e sistemas de protecção do ambiente, bem como um plano de recuperação ambiental e
paisagística.

As principais regras da exploração são:

 Equilíbrio entre os princípios fundamentais;


 Boa aplicação do método de exploração;
 Economia global;
 Minimização de custo de operações diferentes;
 Aperfeiçoamento permanente;
 Aproveitamento racional das condições naturais.
Uma primeira análise dos quatro princípios anteriormente enunciados poderá levar à conclusão de que actuam em
sentido inverso, já que uma exploração muito segura pode ser cara e de mau aproveitamento, ou que uma lavra
muito económica pode ser perigosa e ambientalmente opressiva.

Por conseguinte pode-se referir que uma das características que melhor define a perfeição de uma exploração
mineira é o grau de equilíbrio conseguido entre os 4 princípios fundamentais.

A boa aplicação do método de exploração é importante, sendo considerado bom método todo aquele que é seguro,
tenha um bom rendimento económico, aproveite bem o jazigo e proteja o ambiente circundante.

O que se torna fundamental é a sua correcta aplicação, sendo preferível um método regular, bem aplicado e com
continuidade, do que um método "óptimo", mas que é mal compreendido, imperfeitamente aplicado ou
deficientemente gerido.

A economia global é uma regra importante na medida em que qualquer tentativa exagerada de minimização de
custos numa dada operação (por exemplo no desmonte) irá reflectir-se de uma forma negativa numa operação
subsequente (por exemplo na britagem). Deste modo o esforço tendente à redução do preço de custo do produto
deve ser feito de um modo geral considerando o circuito global (exploração-beneficiação) e não apenas uma parte.
O aperfeiçoamento permanente é sem dúvida uma regra que condiciona todo o processo técnico e/ou humano. Por
conseguinte deve merecer a maior atenção no ramo mineiro e não ser descurado, como o é, na maioria dos casos.

O aproveitamento de factores naturais, ocorrentes na área do jazigo, pode determinar substanciais economias, caso
sejam tomadas em consideração na aplicação do método de exploração.

2. Métodos de Desmonte a Céu Aberto

A exploração a céu aberto pode ser feita por:


 Degraus direitos;
 Arranque de pequenas ou grandes massas;
Nas explorações a céu aberto a dimensão dos degraus deve garantir a execução das manobras com segurança,
obedecendo às seguintes condições:

 A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na configuração final, antes de se iniciarem os trabalhos
de recuperação paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 m;
 Na base de cada degrau deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de largura, para permitir, com
segurança, a execução dos trabalhos e a circulação dos trabalhadores, não podendo na configuração final esta
largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos de recuperação;
 Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados depois de retirados os escombros provenientes
do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que os servem;
 Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da frente não inferior a 1.
Sendo a exploração a céu aberto feita, na sua grande maioria, por degraus, é necessário a existência, de acordo com
a lei em vigor, de um plano de trabalhos contendo os seguintes elementos:

 altura das frentes de desmonte (degraus);


 largura das bases dos degraus;
 diagramas de fogo, caso existam;
 situação das máquinas de desmonte em relação à frente e as condições da sua deslocação;
 condições de circulação das máquinas de carregamento, perfuração e transporte;
 condições de circulação dos trabalhadores;
 configuração da escavação durante os trabalhos e no final dos mesmos, devendo-se ter em conta a estabilidade
das frentes e taludes;
 e local de deposição de eventuais escombros e terras de cobertura, área e forma a ocupar por estes.
Os métodos de desmonte a céu aberto podem ser:

 Flanco de encosta;
 Corta (abaixo da superfície).

Figura 1 - Típico Desmonte em Flanco de Encosta

Figura 2 - Típico Desmonte em Corta

O método de desmonte está essencialmente dependente das características da exploração, pelo que o método
usado para explorações de rocha ornamental será completamente diferente do usado em explorações de rochas
industriais.
Assim, dado o facto de as operações inerentes ao método de desmonte dos dois tipos de exploração serem
diferentes, optou-se por tratá-los separadamente.

2.2- Rocha Industrial

A indústria de rocha industrial, ao invés da indústria extractiva de rocha ornamental, realiza o desmonte do minério
com arranque por explosivos no caso de massa mineral consistente, ou por arranque directo ou hidráulico em
massas incoerentes.
Por conseguinte as operações fundamentais de uma exploração de rocha industrial são totalmente diferentes das
operações realizadas numa exploração de rocha ornamental (ver Figura 7).

Figura 7 - Operações fundamentais de uma exploração de rocha industrial

2.2.1- Massas Minerais Coerentes

Neste tipo de explorações são realizados na frente de desmonte pegas de fogo com o intuito de proceder ao
arranque do minério. A realização destas pegas de fogo obedece a determinados critérios e factores que
determinam a concepção e eficiência da mesma.

Quando existe compartimentação geológica é indispensável introduzir a sua presença na previsão da fragmentação,
em virtude de as descontinuidades dos maciços rochosos serem responsáveis por distribuições irregulares da
energia explosiva, quer absorvendo, quer dispersando as ondas da explosão através de fendas pré-existentes na
vizinhança dos furos.

O diâmetro das cargas explosivas deve ser tão próximo quanto possível do diâmetro dos furos, no caso de
explosivos encartuchados, não deve ser nem tão pequeno que impeça o desenvolvimento completo da detonação,
nem tão grande que possa originar vibrações, sopros exagerados, ou mesmo o fenómeno da sobrefracturação da
rocha remanescente.

Em seguida é apresentada uma figura onde pode observar a configuração de uma típica exploração a céu aberto.
Figura 8 - Típica exploração de rocha industrial a céu aberto

Na etapa de estabelecimento do diagrama de fogo deve-se ter em atenção factores importantes como:

 Produção por pega de fogo;


 Diâmetro do furo;
 Comprimento do furo;
 Subfuração;
 Inclinação do furo;
 Distância (afastamento) à face livre;
 Nº de furos;
 Espaçamento entre furos;
 Atacamento;
 Carga específica;
 Consumo específico.

Figura 9 - Factores importantes numa pega de fogo a céu aberto


(Extraído de EXPLOSA, 1994)
O diâmetro do furo depende das propriedades da rocha a ser desmontada, do grau de fragmentação pretendido, da
altura da bancada, e está normalmente condicionado ao tipo de equipamento disponível.
Após a selecção do diâmetro do furo, dimensiona-se o comprimento mais adequado para o diâmetro escolhido e
para as condições existentes, tendo em consideração a inclinação destes, a altura da bancada e a subfuração.

A subfuração, que varia consoante a distância à face livre e inclinação dos furos, facilita a execução da pega de fogo.
No caso de não ser feita a subfuração, a base da bancada não será arrancada segundo um ângulo de 90º, originando
por isso um repé.

Figura 10 - Nomenclatura de um furo


(Adaptado de ATLASCOPCO)

O uso de furos inclinados é uma prática bastante comum nas pegas de fogo, uma vez que apresenta algumas
vantagens, tais como:

 bancadas mais seguras;


 melhor fragmentação;
 maior produção;
 diminuição do consumo de explosivo;
 menores vibrações.
O ajustamento da distância à face livre e o espaçamento entre furos permite melhorar os resultados de
fragmentação e arranque da rocha, que se traduzem numa diminuição do consumo específico de explosivo.

O atacamento deve ter um comprimento semelhante ao valor da distância à face livre de modo a não originar
blocos de grandes dimensões provenientes da parte superior da bancada, não devendo ser muito inferior pois nesse
caso existe a possibilidade dos gases da explosão se escaparem e provocarem projecções além da perda do efeito
da expansão gasosa sobre a rocha.
Figura 11 - Componentes principais de um Jumbo de furação de bancada
(Adaptado de Tamrock, 1984)

Deve ser realizado com material de granulometria fina ou com material destinado para o efeito, tal como argila,
areia não siliciosa, pó da furação, água em manga de plástico, etc.

Nos diagramas de fogo a céu aberto a energia do explosivo necessária para que se produza a rotura da rocha não é
constante em toda a altura da bancada. Com efeito as tensões libertadas pela detonação devem ser superiores à
resistência da rocha ao longo da bancada, especialmente na sua base.
Por tal razão a carga de fundo (ver Figura 9) possui geralmente maior energia que a carga de coluna, embora a
dimensão desta última dependa da altura da bancada.

O atacamento, embora seja muitas vezes esquecido, é uma operação muito importante. Se esta operação não for
correctamente executada pode acontecer que se originem no interior do furo vazios, o que origina uma grande
quebra no rendimento do explosivo, devido à perda de eficiência por parte deste.
Outro aspecto importante a evitar é a folga (desacoplamento), que se define pela relação entre os diâmetro dos
furos e o diâmetro das cargas explosivas, a qual deve ser o mais próximo possível da unidade, para a qual
contribuirá uma boa compactação do explosivo do furo.

O consumo específico pode definir-se como a relação entre o peso de explosivo utilizado na pega de fogo e o
volume total de rocha desmontada.

No que concerne ao dimensionamento dos diagramas de fogo, este tem sido elaborado por diversas fórmulas
envolvendo os respectivos parâmetros geométricos, algumas com certo fundamento científico, mas quase todas
baseadas em relações empíricas.

Existem também ábacos e até réguas de cálculo construídos para o mesmo fim, mas quase todos estes métodos
apresentam o inconveniente de desprezarem um grande número de variáveis que influenciam o fenómeno de
desmonte. Assim, é habitual algumas dessas fórmulas pretenderem aplicar-se a todos os tipos de rocha, outras não
introduzem indicações sobre as propriedades do explosivo, etc.

A principal razão para que existam tais expressões aproximadas deve-se à complexidade, variabilidade e elevado
número de parâmetros que influem nos resultados de um desmonte.

ATEHISON considerou a existência de 20 parâmetros distintos que têm influência decisiva nos desmontes,
dividindo-os em 3 grupos:

 Parâmetros relativos ao explosivo: densidade, velocidade de detonação, pressão de detonação, impedância de


detonação, volume de gases libertados e energia disponível.
 Parâmetros respeitantes ao carregamento dos explosivos nos furos: diâmetro e comprimento dos furos,
natureza do atacamento, espaço livre entre o explosivo e paredes do furo, tipo de escorvamento e ponto de
iniciação.
 Parâmetros relativos à rocha: densidade, velocidade sísmica, impedância característica, índice de absorção de
energia, tensão de rotura à compressão e à tracção, heterogeneidade e estrutura do maciço rochoso.
Além destes há a considerar certos factores externos (como por exemplo, a natureza e toxicidade dos fumos e a
resistência do explosivo à humidade existente no interior dos furos) que podem ditar a escolha de tipos de
explosivos em contradição com as regras gerais. Por conseguinte, o recurso às fórmulas empíricas e ao trabalho por
tentativas são muitas vezes as únicas soluções disponíveis para projectar adequadamente um desmonte, face à
dificuldade intrínseca do problema.
A Figura 12 apresenta as especificações geométricas principais de um desmonte em bancadas, com a respectiva
legenda explicativa.

Figura 12 - Especificações Geométricas dos Esquemas de Fogo para Desmontes em Bancadas


(Adaptado de Gama, C. Dinis , 1988)

Em seguida são apresentadas as relações numéricas lineares, onde as letras têm o significado referido na Figura 12.

A = KA x d (25 £ KA £ 40)

S = KS x A (1.25 £ KS £ 5)

h = Kh x A (1.5 £ Kh £ 4)

G = KG x A (0.2 £ KG £ 0.5)

T = KT x A (0.5 £ KT £ 1)

Segundo a ordem indicada, a partir do conhecimento do diâmetro dos furos determina-se o afastamento das
cargas, e este último permite calcular os restantes parâmetros geométricos do diagrama de fogo.
De salientar que o processo de selecção do tipo de explosivo a utilizar em determinado desmonte deve ser coerente
com o seu mecanismo de actuação após a detonação, e com a reacção da rocha aos correspondentes efeitos
mecânicos.

Em relação o diâmetro das cargas explosivas, a sua escolha deve atender a diversos factores, entre os quais, a
salientar:

 tão próximo quanto possível do diâmetro dos furos (no caso de explosivos com forma geométrica fixa).
 diâmetro nem tão pequeno que impeça o desenvolvimento completo da detonação, nem tão grande que possa
originar vibrações, sopros exagerados, ou mesmo o fenómeno de sobrefracturação da rocha remanescente.

3. Sistema e Circuito de Transporte

O sistema e circuito de transporte em minas a céu aberto depende de inúmeros factores, sendo de realçar os
seguintes:
 Tipo de exploração;
 Condições de trabalho;
 Produção;
 Características do material desmontado.
Os referidos factores, associados a muitos outros, vão determinar o modo como as operações de perfuração, carga
e transporte se desenrolarão, o modo como estas se conjugam ao longo da vida da exploração, bem como o tipo de
sistema adoptado.

O sistema e circuito de transporte pode ser de dois tipos:

 Contínuo;
 Cíclico.
Nas operações contínuas em que certas máquinas combinam ou realizam simultaneamente o arranque e a
remoção, as operações de corte, perfuração e uso de explosivos são eliminados, sendo o arranque e a carga
(extracção) realizados numa única ou simples função, a escavação.
A adopção de um sistema contínuo, em exploração a céu aberto, está essencialmente dependente da inclinação dos
taludes, ou seja, da profundidade da exploração e da coesão e granulometria do material (ver Figura 15).

Figura 15 - Sistema contínuo

Nas operações mineiras de superfície ou a céu aberto, os equipamentos mais comuns em sistema contínuo são as
correias (ou telas) transportadoras e os minerodutos.

No caso das operações cíclicas, as máquinas normalmente realizam em simultâneo as operações de carga e
transporte, denominando-se por vezes máquinas de remoção.

Dependendo do tipo de sistema existente são empregues diferentes equipamentos para a realização do transporte.

No caso dos sistemas cíclicos os equipamentos mais utilizados são os dumpers, as pás mecânicas, e as gruas, sendo
esta última determinante quando os trabalhos se desenvolvem em profundidade (ver Figura 16).
Figura 16 - Sistema cíclico

Para que o transporte em explorações a céu aberto seja feito em segurança, devem ser observados os seguintes
pontos:

 Devem ser balizados os limites exteriores das bancadas utilizadas como estradas;
 A largura mínima das vias de trânsito deve ser 2 vezes maior que a largura do maior veículo utilizado, no caso
de um via única, e 3 vezes no caso de vias duplas;
 É proibido o tráfego de veículos quando a visibilidade for 2 vezes inferior à distância mínima de travagem do
veículo, rodando à velocidade máxima permitida;
 Circulação perto do talude, devendo a demarcação ser visível de modo a evitar a queda do veículo;
 Deve existir um regulamento interno de circulação e as vias devem ter sinalização adequada;
 A circulação em via dupla nas cortas deve fazer-se de modo que os veículos carregados circulem na parte
interior da bancada, isto, é no lado da frente do degrau (ver Figura 17);

Figura 17 - Circulação em via dupla

4. Sistema e Circuito de Esgoto

A presença de água nas explorações causa problemas ao nível da produção, estabilidade de taludes, segurança,
controle de poluição e por conseguinte no custo de exploração.

A realização das operações de esgoto tem como objectivo a combinação dos seguintes aspectos:

 Melhorar a estabilidade dos taludes;


 Melhorar as condições de trabalho;
 Proteger a qualidade da água e dos aquíferos.
Para além dos referidos problemas as actividades decorrentes de explorações podem produzir alterações no regime
das condições hidrogeológicas e da qualidade da água. Quando se atinge o nível freático nas explorações a céu-
aberto pode haver grande afluência da água, sendo necessário recorrer à bombagem, que por sua vez pode
provocar alterações no nível piezométrico e diminuir a quantidade de água disponível para as populações e culturas
vizinhas da área em exploração.
Por conseguinte, todas as informações úteis à posição, extensão e profundidade dos antigos trabalhos e das
acumulações de água, nomeadamente camadas aquíferas reconhecidas e fontes naturais à superfície que existam
no perímetro ou na vizinhança de uma exploração, devem ser registadas em mapas actualizados.
Outra medida importante é a realização prévia de estudos geotécnicos e hidrogeológicos que permitam prever o
comportamento dos terrenos, bem como a realização de sondagem de reconhecimento.

No que respeita à operação de esgoto são vários os sistemas a adoptar para o correcto desvio e captação das águas
com vista à sua completa remoção da exploração mineira:

 Valas de drenagem na zona envolvente à área de exploração;


 Valas de drenagem nos patamares e fundo da exploração;
 Furos subhorizontais para drenagem das águas subterrâneas do interior do talude;
 Poços verticais realizados na área envolvente à exploração;
 Poços verticais realizados nas bancadas ou no fundo da exploração;
 Combinação dos sistemas anteriores;
A selecção de um sistema e circuito de esgoto adequado é crucial para o sucesso da operação, dependendo este
dos seguintes factores:

 Geologia e hidrogeologia do local;


 Magnitude do sistema;
 Método de exploração;
 Custo.

Valas de drenagem na zona envolvente da área de exploração

O referido método deve ser aplicado quando o aquífero é de baixo caudal. O método é pouco oneroso, e deve ser
realizado em conjunto com a drenagem da água superficial.

O circuito consiste em captar a água nas valas de drenagem existentes à volta do perímetro da exploração, por onde
são conduzidas por gravidade para uma depressão de modo a serem colectadas. Após decantação, as águas podem
ser utilizadas na rega de itinerários, lavagem de camiões ou conduzidas para a bacia hidrográfica.
Figura 18 - Sistema de drenagem por valas de drenagem na zona envolvente da área de exploração

Valas de drenagem nos patamares e no fundo da exploração

O sistema e circuito de esgoto é em tudo semelhante ao anterior. A diferença reside apenas no tipo de aquífero;
enquanto que as valas à superfície são na sua grande maioria aplicadas na drenagem de aquíferos não confinados,
as valas nos patamares e no fundo da exploração são usadas para a drenagem de aquíferos confinados.

As águas são colectadas, sendo em seguida conduzidas para uma bacia de decantação no fundo da exploração de
modo a serem posteriormente bombeadas para uma bacia no exterior.

Figura 19 - Sistema de drenagem por valas de drenagem nos patamares e no fundo da exploração

Furos subhorizontais

Este método torna-se bastante eficaz quando a água subterrânea afecta a estabilidade de um dado talude.

O método consiste na realização de furos subhorizontais no maciço através dos quais são normalmente, embora
não seja necessário, introduzidos tubos de PVC. Estes furos apresentam uma ligeira inclinação (2 a 5º) de modo a
que a drenagem se possa fazer por gravidade.
Os drenos podem ser furados a partir do fundo da exploração, ou de uma bancada, mas sempre a partir do ponto
mais baixo do aquífero a ser drenado.
O circuito do referido sistema é simples e semelhante aos anteriores. A água que sai dos furos é drenada por valas
de modo a ser colectada num ponto baixo, onde é em seguida bombada para o exterior da exploração.
As principais vantagens deste sistema são a rapidez de execução, o relativo baixo custo de instalação, o consumo de
energia nulo, pois a drenagem faz-se por gravidade, o baixo custo de manutenção e a longa durabilidade e
flexibilidade.
A principal limitação no uso do referido sistema é o facto de só poder ser economicamente efectuado apenas
depois da escavação estar realizada, e não antes desta. Em muitos casos, o tempo necessário para a instalação de
um sistema eficaz é suficiente para que ocorram desabamentos nos taludes.

Figura 20 - Sistema de Drenagem por furos subhorizontais

Poços verticais realizados na área envolvente à exploração

A drenagem através de poços verticais é um sistema bastante utilizado. A água pode ser retirada por bombagem,
sendo o caso mais comum é o uso de bombas submersíveis.

A grande vantagem deste sistema é a possibilidade de retirar a água antes de iniciar os trabalhos de exploração,
prevenindo assim a contaminação da água e anulando qualquer interferência desta com as operação mineiras. A
possibilidade de drenar vários aquíferos com um único poço, obtido por este sistema, não é imediatamente
conseguido através dos outros métodos referidos.

A grande desvantagem do sistema é o custo de energia necessário para efectuar a operação, principalmente
quando se trata de um aquífero de elevado caudal sobre uma camada impermeável.

Poços verticais realizados nas bancadas ou no fundo da exploração

Os aspectos técnicos do presente sistema são em tudo semelhantes ao anterior.


A vantagem na realização dos furos no fundo da exploração, consiste na diminuição da coluna de água a ser
bombada, o que resulta numa diminuição de custos de energia.

As desvantagens residem no difícil acesso ao local onde os furos serão realizados, e na interferência com as
operações mineiras.

Combinação dos sistemas anteriores

Em muitos projectos de esgoto, são usados dois ou mais sistemas referidos anteriormente, podendo-se
simultaneamente combinar as vantagens dos vários métodos e minimizar as suas desvantagens, obtendo-se uma
optimização da operação de esgoto.
5. Abastecimento de Energia, Ar Comprimido e Água Industrial

5.1- Abastecimento de Energia Eléctrica

Sendo a energia eléctrica a fonte principal de explorações mineiras, o abastecimento de energia torna-se uma
operação de extrema importância.
Esta é responsável pelo accionamento e funcionamento de variadíssimas instalações e equipamentos que realizam
operações vitais para a realização das operações de desmonte, extracção, esgoto, etc.

O desenvolvimento da utilização da electricidade tem sido bastante grande, sendo hoje em dia, a fonte de energia
mais usada nas diferentes explorações.

O seu desenvolvimento deve-se a inúmeros factores:

 Rendimento (8 vezes superior ao do ar comprimido);


 Custo de energia;
 Custo de manutenção;
 Regularidade de marcha;
 Potência;
 Facilidade de estabelecimento de ligações:
a) facilidade de ligar vários equipamentos utilizados;
b) limitação de esforços;
c) telecomando;

 Permite o telecontrolo, ou seja o controlo à distância e monitorização de máquinas e equipamentos;


 Automação.
No entanto, apesar de tantas vantagens, a electricidade apresenta uma série de desvantagens face ao ar
comprimido, sendo eles:

 Segurança:
a) risco de electrocussão;
b) risco de incêndio;
c) risco do grisu (faíscas);

 Custo elevado da aparelhagem eléctrica;


 Dificuldade de electrificar os aparelhos de movimento alternado.
A maioria dos sistemas de abastecimento de energia eléctrica são constituídos pelas seguintes componentes:

 Fontes de alimentação de corrente alterna;


 Fontes de alimentação de corrente contínua;
 Linhas de transmissão;
 Transformadores;
 Rectificadores;
 Condensadores de correcção;
 Condensadores de sobretensão.
Toda a exploração deve apresentar plantas dos esquemas de abastecimento de energia eléctrica onde estejam, pelo
menos, representado:

 a ligação da energia da companhia ao transformador principal da mina;


 o cabo de alimentação principal;
 o esquema eléctrico de alimentação das instalações em subsolo e superfície
 as transmissões, linhas e cabos de tensão;
 Painéis.
O licenciamento e fiscalização das instalações eléctricas, bem como dos respectivos anexos, rege-se pela legislação
vigente para as demais instalações eléctricas, da competência da Direcção Geral de Energia.

O projecto das instalações eléctricas é entregue no Instituto Geológico e Mineiro (I.G.M.).

As instalações eléctricas tem de obedecer aos regulamentos de segurança do domínio da electricidade, sendo a
destacar, entre outros, os seguintes pontos:

 Nas instalações e nos serviços de electricidade, devem ser observadas no projecto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais estabelecidas pelo órgão competente e, na falta
destas, as normas internacionais vigentes;
 Todas as partes das instalações eléctricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas devem ser projectadas,
executadas e dispostas de maneira que permita um espaço suficiente para trabalhar em segurança e de modo
que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque eléctrico e de todos os outros tipos de
acidentes;
 Todas as instalações eléctricas devem estar convenientemente protegidas contra impactos ocasionais, água,
poeira, animais e influência de agentes químicos;
 Os cabos e linhas eléctricas, especialmente no subsolo, devem ser dispostos de modo que não sejam
danificados por qualquer meio de transporte, lançamento de fragmentos ou pelo peso próprio;
 Redes eléctricas, transformadores, motores, máquinas e circuitos eléctricos, devem ser equipados com
dispositivos de protecção automáticos ou fusíveis para os casos de curto circuito, sobrecarga, queda de tensão
e/ou fase;
 Toda a rede eléctrica deve possuir ligação à terra, em intervalos definidos, conforme o projecto, devendo os
pontos de ligação estar assinalados;
 Todos os dispositivos de protecção ao sistema eléctrico devem ser inspeccionados regularmente, de acordo
com as instruções do fabricante e normas técnicas vigentes;
 A pedreira deve ser dotada de instalações de emergência que, por motivos de segurança, garantam o
funcionamento de equipamentos de transporte de pessoal, de esgotos e de iluminação colectiva.
Na realização de trabalhos do tipo eléctrico devem ser observados, entre outros, os seguintes pontos:

 A instalação, a operação e a manutenção de instalações eléctricas devem ser executadas apenas por pessoal
qualificado, treinado e com autorização do responsável da pedreira;
 Deverá conhecer perfeitamente os procedimentos para realizar qualquer tipo de reparação ou modificação que
afecte uma instalação eléctrica;
 Deve ter à sua disposição elementos de protecção e isolamento, tanto pessoal como material, adequados ao
tipo de tensão da instalação;
 É estritamente proibido trabalhar numa instalação eléctrica com tensão;
 A autorização e responsabilidade, tanto do corte como restabelecimento da tensão numa instalação eléctrica
objecto de revisão ou reparação;
 Evitar a existência de lamas ou fogo nas proximidades dos transformadores de modo a prevenir incêndios;
 Os trabalhos sobre linhas eléctricas aéreas só se realizarão após garantia de que os circuitos estão fora de
serviço;
 Na presença de tempestades devem ser interrompidas quaisquer actividades em linhas eléctricas aéreas;
No que respeita a inspecções, devem ser observados os seguintes pontos:

 As inspecções a instalações eléctricas devem ser efectuadas, sempre que possível, em conjunto, pelas entidades
competentes.
 Sempre que a entidade inspectora determine a aplicação de medidas que possam acarretar a paragem total ou
parcial da laboração, deve o IGM ser ouvido previamente.

5.2- Abastecimento de Ar Comprimido


Nas explorações a céu aberto, o ar comprimido tem várias aplicações, sendo de referir a sua utilização no
accionamento de ferramentas (martelos, etc.), de motores (bombas, etc.).

As suas principais vantagens são:

 As máquinas e ferramentas a ar comprimido são robustas, e por conseguinte apresentam um bom tempo de
vida e baixo custo de manutenção;
 As canalizações de ar comprimido são menos delicadas que as transmissões eléctricas;
A sua utilização tem porém, alguns inconvenientes. A principal é o facto de o seu rendimento de utilização ser
muito baixo, podendo em alguns casos atingir 30%, valor este correspondente à diferença entre a energia fornecida
ao compressor e a energia libertada no aparelho utilizador.

Por conseguinte, e embora o ar comprimido tenha ainda utilizações dificilmente substituíveis, tende a ser cada vez
mais preterido em favor da energia eléctrica.
Uma boa eficiência das máquinas utilizadoras só pode ser obtida se as redes de distribuição que as alimentam
forem concebidas de modo a poder fornecer-lhes, à pressão devida, ar de boa qualidade.

Para que tal seja obtido, uma rede de distribuição deve oferecer as seguintes garantias:

 Pequena queda de pressão nas tubagens, para que as máquinas utilizadoras possam ser alimentadas à pressão
devida;
 Rigorosa estanquecidade, segurança de funcionamento e baixo custo de manutenção;
 Eliminação da água de condensação, com o objectivo de evitar diluição das lubrificações e a formação de gelo
nas condutas e mecanismos;
 Custo de instalação o mais baixo possível.
Uma inadequada rede de distribuição de ar comprimido originará elevadas despesas de energia, baixa performance
dos equipamentos originando um fraca produção.

No que respeita aos compressores devem ser observadas as seguintes regras de segurança:

 Os compressores e respectivos equipamentos de condução e distribuição de ar comprimido utilizados devem


observar as normas específicas de segurança e obedecer aos modelos aprovados nos termos da legislação em
vigor;
 Os compressores e respectivos equipamentos de condução e distribuição de ar comprimido devem ser
periodicamente examinados, de acordo com as instruções do fabricante, de modo a mantê-los em perfeitos
estado de funcionamento;
 Só pode ser usado óleo cujo valor da temperatura do ponto de inflamação seja indicado e garantido pelo
fabricante;
 As operações de manutenção devem ser anotadas no livro de registo.
De salientar que a instalação de compressores é precedida da respectiva licença, concedida pelo Instituto Geológico
e Mineiro (IGM). Depois da montagem deverá ser requerida uma vistoria e prova da instalação e do reservatório de
ar comprimido.

Nas redes de ar comprimido é de máxima conveniência a intercalação de separadores de água de condensação


(purgadores), para que esta não chegue aos locais de utilização onde, por um lado, prejudica a lubrificação das
máquinas utilizadoras, arrastando o óleo lubrificante, e, por outro, por congelação, devido ao arrefecimento
provocado pela expansão do ar.

As mangueiras e os seus acessórios são outra componente importante nas redes de distribuição, uma vez que
estabelecem a ligação entre máquinas e ferramentas que utilizam o ar comprimido e a rede de distribuição. Estas,
pelo facto de introduzirem perdas de carga apreciáveis e proporcionais ao seu comprimento, devem ser o mais
curtas possíveis.

Sendo destinadas, geralmente, a permitir o fácil deslocamento das ferramenta e equipamentos pneumáticos, ao
longo dos locais de trabalho, há a necessidade de que tenham a robustez e a resistência ao desgaste suficientes
para que possam ser arrastadas, sem grandes preocupações ao longo dos pisos irregulares e muito abrasivos.
Legenda:

1. Compressor 4. Purgador com colector de poeiras


2. Reservatório de ar 5. Jumbo de furação
3. Misturador

Figura 21 - Abastecimento de ar comprimido

Outro ponto fundamental no abastecimento de ar comprimido é a manutenção das redes de distribuição de ar


comprimido. A manutenção consiste, essencialmente, em verificar e garantir a sua estanquecidade com o objectivo
de minimizar as fugas.

As fugas mais importantes, que podem atingir facilmente 25% do débito dos compressores, são as pequenas fugas.
Estas são, normalmente, as responsáveis pelo essencial das perdas globais das redes uma vez que, ao contrário das
grandes, são mais difíceis de detectar.

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