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RPG

Introdução

Problemas com posturas seja no trabalho, seja durante o período de descanso, sempre
estiveram presentes em nossas vidas e provavelmente estarão ainda por muito tempo.

O problema é que a maioria das pessoas não se preocupa em manter uma postura
adequada, gerando com isso, uma série de reflexos como dores e incômodos que
geralmente acabam causando muitos transtornos no dia a dia. Para solucionar esse
problema e ensinar o indivíduo a se comportar adequadamente, foi criada a técnica da
RPG, que como veremos ao longo do curso, nada mais é do que um método de
fisioterapia que visa corrigir exatamente problemas posturais.

Assim, ao longo do curso apresentaremos informações importantes sobre os conceitos e


definições da RPG® com destaque para as cadeias musculares e as dicas para a
manutenção de uma boa postura no dia a dia.

Veremos também, alguns dos principais problemas e lesões causadas por posturas
inadequadas e como podem ser tratadas.

Por fim, daremos destaque para a aplicação da RPG®, demonstrando as técnicas,


princípios e posturas do método. Ainda nesta unidade, apresentaremos algumas técnicas
de autopostura que poderá ser realizada por você, sem riscos à saúde.

Bom curso!

Conceitos e definições

Olá,

Bem vindo a primeira unidade do curso de RPG®.

Nesta unidade, você vai receber informações importantes sobre os conceitos da


Reeducação Postural Global®, com destaque para a sua definição e evolução histórica.

Verá também, a importância da coluna vertebral para o desenvolvimento do método e o


comportamento dos músculos estáticos e dinâmicos, bem como o papel das cadeias
musculares em todo o processo.

Por fim, apresentaremos, de forma bem humorada, algumas dicas de posturas que
devem ser observadas no dia a dia para evitar que surjam doenças e lesões decorrentes
das más posturas.

Bom estudo!

1.1 – O que é Reeducação Postural Global®?

A Reeducação Postural Global®, também conhecida como RPG® é um método de


fisioterapia desenvolvida no início da década de 1980 na França, pelo fisioterapeuta
Philippe Emmanuel Souchard.

Esse método é baseado na teoria do “Campo Fechado”, que procura esclarecer os


motivos que levam o ser humano a permanecer de pé para realizar seus movimentos.
Por essa teoria, para o ser humano conseguir permanecer de pé e realizar os movimentos
que desejar, como por exemplo, correr, depende da harmonia das cadeias musculares
tanto as cadeias musculares estáticas quanto as cadeias musculares dinâmicas, que com
as suas contrações e descontrações, permite-nos realizar tais movimentos com equilíbrio
e força.

Trataremos das cadeias musculares em tópico próprio, no entanto, gostaríamos de


destacá-la neste momento apenas para complementar o conceito de RPG®. Assim, a
musculatura posterior ou estática está sempre contraída e pronta para entrar em ação, já
os músculos anteriores ou dinâmicos que são responsáveis pelo movimento ativo,
entram em estado de relaxamento quando não estão sendo utilizados.

A RPG®, através de suas posturas, faz com que essas duas estruturas musculares
trabalhem de forma harmoniosa, como um todo (por isso a palavra ”global”) evitando
ou recuperando problemas de postura e consequentemente as dores e incômodos
causados por ela.

Apesar de ter grande importância a manutenção de uma postura correta, poucas vezes
reparamos como nos esquecemos em mantê-la de forma adequada. Pare neste momento e
observe a forma como você está sentado diante do computador. Certamente não está da
maneira correta.

Agora procure sentar direito, apoiando os dois ossos mais pontudos do glúteo na cadeira,
mantendo os pés corretamente plantados no chão, os ombros levemente para trás e a coluna
reta. Tente fazer isso inspirando e expirando com a mesma frequência. Na maioria dos casos,
você vai sentir certo desconforto, tendo a impressão que, agora sim, seu corpo está
desalinhado. Na verdade, está é a posição mais adequada para ter como padrão.

Porém, nem tudo é culpa sua. Claro que observando com cuidado o que fazemos durante o dia
e mudando esses conceitos, viveríamos muito melhor, no entanto, há fatores, como a própria
gravidade, que estão fora de nosso alcance e também contribui com a sua força para
comprimir nossos músculos enrijecendo ainda mais nossa estrutura corporal.

Outro problema que até está ao alcance de todos, mas poucos notam a sua importância é a
respiração. Durante o movimento respiratório, costumamos inspirar o ar com determinada
força, mas não o espiramos com a mesma energia, a não ser quando estamos gritando ou
tossindo. Tanto é verdade que, quando tossimos muito durante o dia, terminamos esse dia
com dor no peito. Dor esta, causada pela ausência de movimentos musculatórios na expiração.

Tudo isso causa grande desequilíbrio no corpo e, equilíbrio, é fundamental para nos
mantermos de pé. Assim, acabamos compensando isso em outras posturas como colocarmos a
cabeça para frente, elevarmos os ombros, entortar a pisada, parar de se movimentar
mantendo as costas arqueadas e várias outras posturas que prejudicam a nossa saúde.

A Origem da Reeducação Postural Global®

Tudo começou no início da década de 1950 quando a terapeuta corporal francesa


Françoise Mézières propôs uma nova forma de trabalhar o corpo, conhecida como
antiginástica.

Sua observação levou-a a conclusão que o deslocamento das massas do corpo,


representado por cabeça, barriga e costas, causavam uma acentuação nas curvas
vertebrais. Assim, a cabeça mantida para frente, por exemplo, obrigava os músculos
ligados às vértebras a realizarem um arco côncavo.

Para Mézières, cada vez que tentava diminuir a curva de um segmento da coluna
vertebral, a curva era deslocada para outro segmento. Concluiu então que a única forma
de alcançar o resultado desejado era considerar o corpo como um todo, cuidando dele,
desta mesma maneira.

Assim, Souchard, grande entusiasta do Método Mézières, ensinou-o durante dez anos
no Centro Mézières, localizado no sul da França. Aproveitando-se de seu profundo
conhecimento em anatomia, fisiologia e biomecânica, além de conhecimentos em
acupuntura, reflexologia e cinesiologia e de um trabalho de pesquisa profunda que
durou aproximadamente 15 anos, permitiu-lhe embasar a técnica hoje conhecida como
RPG®.

Souchard não concordava com a fisioterapia tradicional que trata apenas o local lesionado.
Para ele, o sistema muscular trabalha de forma integrada, causando interferências umas nas
outras. Para ficar mais claro o que queremos dizer, vamos demonstrar com um exemplo
proposto pela Sociedade Brasileira de RPG®:

Imagine que você torça o tornozelo direito. Certamente, vai começar a mancar. Como reflexos
dessa ação, você vai enrijecer os músculos posteriores da perna, fazer dobrar o joelho,
entortar a bacia, endurecer a coluna e elevar o ombro esquerdo. Dias depois, o incomodo do
tornozelo acaba e você para de mancar, mas com o passar dos dias, você começa a sentir
muita dor no ombro esquerdo.

A fisioterapia tradicional vai tratar seu ombro, porém isso não vai adiantar muita coisa, pois o
problema está espalhado pelo corpo. Na RPG® se começa a tratar da dor para chegar à sua
causa. Assim, quando você alinha o ombro, descobre a deformidade na coluna, que colocada
em seu lugar, desvenda o problema na bacia e assim por diante, até chegar ao tornozelo
torcido.

Este exemplo demonstra a principal diferença entre a fisioterapia tradicional e a RPG®.

A professora Amélia Marques, também identifica algumas diferenças entre o método


tradicional e o método RPG®. São elas:

Método Tradicional

1) Em pé => é necessário uma força atrás;

2) Para manter a posição, caso contrário, o homem cairia para frente pelo
excesso de peso de suas vísceras;

3) A gravidade é o principal inimigo da má postura, encurtamentos, dores e


deformidades. Ela joga o indivíduo para frente;

4) Há uma causa para tudo => Músculos posteriores fracos;

5) Para se manter corretamente em pé, só há um remédio: fortalecimento dos


músculos paravertebrais e abdominais mesmo nos indivíduos musculosos;

6) Problemas musculares e o corpo são vistos de forma segmentada;

7) Tratamento envolve somente a região comprometida;

8) Para recuperar a função deficiente é necessário exercitar.

1.2 – Diferença entre a RPG® de Souchard e a RPG® Australiana

Como já vimos no tópico anterior, o método de RPG® criado por Philippe Souchard
busca tratar as desarmonias do corpo humano como um todo e ao mesmo tempo,
considera as necessidades individuais de cada paciente. Essa técnica busca atender
não só pacientes com problemas físicos, como também aqueles que procuram
desenvolver um melhor equilíbrio e harmonia do seu corpo.

Já a técnica australiana de Reeducação Postural Global apresenta uma abordagem um


pouco diferente do RPG® original. A RPG australiana trabalha com base nas cadeias
musculares, assim com a original, porém, traz para o método exercícios de pilates
resultando numa forma mais ampla de trabalho, mais criatividade e,
consequentemente, maior motivação para o paciente.

A RPG combinada com pilates criou um conceito de tratamento ainda mais completo,
priorizando a musculatura profunda estabilizadora da coluna vertebral e articulações
periféricas. Neste sentido, a RPG australiana busca o reequilíbrio da musculatura local
e global do corpo, sendo a primeira composta por músculos mais profundos e mais
resistentes, responsáveis pelo posicionamento ideal da coluna e da pelve,
proporcionando um eixo alinhado e a segunda composta pelos músculos mais
superficiais, responsáveis pelos movimentos mais amplos do corpo e com maior
capacidade de força.

A sua proposta é desenvolver de maneira uniforme, tanto a musculatura estática


quanto a dinâmica, trabalhando o alongamento, o fortalecimento e o controle motor;
reequilibrando os músculos locais; e aumentando a estabilização segmentar. Também
melhora a consciência corporal e diminui dores posturais.

1.3 – A importância da coluna vertebral

A RPG® está intimamente ligada à recuperação e manutenção de uma boa postura e,


grande parte desse processo, depende da boa estabilidade de nossa coluna vertebral.
A coluna vertebral é responsável por manter o corpo em uma posição ereta, sendo
considerado o principal eixo de movimentação do corpo, recebendo um grande volume
de peso e por consequência, projetando a sua carga para os membros inferiores.

Além de oferecer sustentação e flexibilidade ao tronco, a coluna vertebral também é


responsável pela proteção do sistema nervoso central, ou seja, a medula espinhal, que
recebe, processa e transmite todas as informações transmitidas pelo corpo, como
cansaço, dor ou repouso.

1.3 – A importância da coluna vertebral

A RPG® está intimamente ligada à recuperação e manutenção de uma boa postura e,


grande parte desse processo, depende da boa estabilidade de nossa coluna vertebral.

A coluna vertebral é responsável por manter o corpo em uma posição ereta, sendo
considerado o principal eixo de movimentação do corpo, recebendo um grande volume
de peso e por consequência, projetando a sua carga para os membros inferiores.

Além de oferecer sustentação e flexibilidade ao tronco, a coluna vertebral também é


responsável pela proteção do sistema nervoso central, ou seja, a medula espinhal, que
recebe, processa e transmite todas as informações transmitidas pelo corpo, como
cansaço, dor ou repouso.
Observem que quando a coluna é vista de forma lateral, ela apresenta duas curvaturas
que permitem oferecer ao homem, o equilíbrio necessário para manter-se de pé.

Do ponto de vista mecânico, podemos considerar a coluna vertebral, uma ferramenta


perfeita. A Coluna vertebral é dividida da seguinte forma:

1) Região Cervical – Região constituída por 7 vértebras, na qual a primeira, chamada de


atlas, se articula com o crânio permitindo que ele se movimente.

2) Região Torácica – Região constituída por 12 vértebras que servem de ponto de


inserção para as costelas.

3) Região Lombar – Região constituída por apenas 5 vértebras, no entanto, são as


vértebras maiores que possuem a função de suportar a maior carga de peso.

4) Região Sacrococcigiana – Região constituída por 5 vértebras sacrais que servem de


articulação para movimentação do fêmur e 4 vértebras no cóccix, tornando-se as últimas
vértebras da coluna.

Diante dessa descrição, podemos notar a importância da coluna para a manutenção de


um corpo ereto e a necessidade de adotar alguns cuidados para a manutenção de uma
vida mais saudável e sem dores nas costas.

Estima-se que problemas referentes à coluna estão presentes em aproximadamente 80%


das pessoas, o que a torna corriqueira e sem importância para a maioria delas. No
entanto, se não forem tratadas de maneira adequada, podem causar lesões mais sérias e
de difícil solução.
Para melhor identificar os riscos de problemas que podem ocorrer na coluna, apresentamos as
três fases pelas quais o ser humano passa e as características para adotar uma vida mais
saudável:

Fase 1 – Jovem em período de crescimento e desenvolvimento.


Esta é a primeira etapa da vida do ser humano. É aqui que ele vai criar os alicerces e as bases
de sustentação para formação de sua estrutura corpórea. Nesta fase é importante andar,
correr, brincar, praticar esportes, com o objetivo de desenvolver os ossos e músculos do
corpo.

Nesta fase também, os pais devem observar como seus filhos se comportam quanto a postura;
se estão com uma postura ereta ou uma postura curvada e desalinhada, a maneira como se
sentam, quanto tempo passam na mesma posição, entre outras características que possam
indicar futuros problemas para a coluna. Caso notem algumas alterações é preciso buscar
orientação médica para correção imediata.

Fase 2 – Adulta com aproveitamento das atividades físicas.

Esta fase é marcada pela utilização do corpo para as diversas atividades físicas que
marcam este período. Devido ao tempo em que o individuo fica a disposição do trabalho
que exerce, acaba surgindo muitos problemas de posicionamentos inadequados,
sobrecarga nas articulações, excesso de movimentos, estresse, entre outros. Aqui ainda
dá tempo de buscar ajuda médica.

Fase 3 – Idosa com certo aproveitamento, dependendo de como lidou com as duas
fases anteriores.

Esta fase de aposentadoria, geralmente se colhe os frutos plantados nas duas fases
anteriores. Conseguiu-se manter uma postura adequada ou corrigir posturas
desalinhadas, terá uma velhice tranquila. Caso não tenha tomado nenhuma atitude a esse
respeito, ainda será possível adotar procedimentos para recuperá-la, no entanto, sem a
mesma eficiência de etapas anteriores.

1.4 – Músculos Estáticos e Dinâmicos

Em 1873, um francês chamado Louis-Antoine Ranvier, classificou os músculos


esqueléticos em dois grupos distintos. Sua classificação baseava-se na observação dos
músculos quanto à sua rapidez de contração diante de estímulos elétricos. Assim, os
músculos podiam ser:

1) Lentos que acabavam por relaxar vagarosamente e apresentar uma cor vermelha
forte;

2) Rápidos de contração e relaxamento rápidos e uma cor mais pálida.

Somente em 1973, um século depois, após uma longa pesquisa realizada por Burke,
confirmou essa classificação criada por Ranvier e também introduziu um terceiro tipo
de músculo que apresentava características intermediárias entre os lentos (vermelhos) e
os rápidos (pálidos), chamado simplesmente de músculo intermediário.
Assim, o músculo esquelético passa a apresentar as seguintes classificações:

Tipo de Velocidade de
Tipo de fibra Denominação dada
neurônio condução do impulso
muscular por Burke
associado nervoso
• De condução
rápida
• De célula FF "Fast fatigable"
Fibra rápida Alta
grande Rápida fadiga
• De axônio
espesso
• De condução
lenta
Fibra lenta • De célula Baixa S "Slow" Lenta
pequena
• De axônio fino
Fibra • De condução F "Fast resistent"
Intermediária
intermediária rápida Rápida, resistente

Como pode observar na tabela acima, estamos apresentando cada músculo como “fibra
muscular”, isso porque cada músculo esquelético é formado por diversas fibras
musculares que se diferenciam pelo tipo de inervação e pelas propriedades elétricas
como visto na tabela.

Já quanto às características de cada tipo de músculo, podemos caracterizá-los como:

Músculo rápido Músculo lento Músculo intermediário


• É vermelho (pelo alto teor
• É pálido. de mioglobina).

• Possui poucas • Possui poucas


mitocôndrias. mitocôndrias. • É vermelho.

• É pouco vascularizado. – • É muito vascularizado • Muito vascularizado.


Usa glicose para gerar (funciona com metabolismo
energia (pode funcionar em de oxigênio). • Apresenta muitas
condições anaeróbicas). mitocôndrias.
• Suas fibras são capazes de
• Suas fibras são capazes de contração e relaxamento • O tempo de contração, o
contração e relaxamento lentos. limite de tensão e a
rápidos. fatigabilidade são
• É capaz de desenvolver intermediários. Suas fibras
• É capaz de grande tensionamento dentro de são capazes de metabolizar
tensionamento: suas fibras limites estreitos: as fibras oxigênio e glicose.
longas o permitem. curtas só permitem pequenas
amplitudes de contração.
• Fatiga-se rapidamente.
• Altamente resistente à
fadiga.
Função: Adapta-se a Função: Adapta-se a
Função: Atividade postural-
atividades musculares contrações de longa duração,
direcional - Prepara o
intensas e de curta duração; necessárias à manutenção
músculo para um movimento
por isso, denomina-se postural; por isso,
preciso, orientando-o a um
músculo fásico ou denomina-se músculo tônico
objetivo preciso.
dinâmico. ou estático.

Para tentar tornar mais claro o entendimento sobre músculos rápidos e lentos ou
dinâmicos e estáticos, vamos utilizar o tríceps sural que tem sido o músculo mais
utilizado para estudos.

O tríceps sural é um músculo formado por:

1) Músculo Sóleo – Composto por fibras de contração lenta e que não se cansam
rapidamente;

2) Músculo Gastroctêmio – Composto por fibras de contração mais rápida e que podem
desenvolver tensão maior que o sóleo, porém por um curto espaço de tempo.

Assim, Burke concluiu que com as características apresentadas acima, os músculos estáticos
são importantes para a manutenção da postura enquanto que os músculos dinâmicos são
importantes para a realização do movimento.
Desta forma, se observarmos a figura acima, veremos que na imagem “A”, com o corpo em
repouso, o sóleo, nosso músculo estático, está em constante atividade, trabalhando para que
o corpo mantenha o equilíbrio sob a ação da gravidade.

Já na imagem “B”, quando o corpo passa a se movimentar, o gastroctêmio, nosso músculo


dinâmico, passa a se contrair durante a caminhada, de forma intermitente para garantir que o
pé saia do chão a cada movimento.

Apenas para concluir:

A FUNÇÃO DO MÚSCULO ESTÁTICO É IMPEDIR O DESEQUILÍBRIO QUANDO POSSÍVEL E


CONTROLÁ-LO OU LIMITÁ-LO QUANDO NECESSÁRIO. ESTÁ AÇÃO É REFLEXA E
INCONSCIENTE.

A FUNÇÃO DO MÚSCULO DINÂMICO É REALIZAR O MOVIMENTO. SUA FUNÇÃO É


VOLUNTÁRIA E CONSCIENTE.

1.5 – Cadeias Musculares

É sempre importante lembrar que a RPG® é uma técnica de fisioterapia que trata o
corpo como um todo, baseando-se no alongamento de músculos encurtados seja por
questões posturais ou pela ação do tempo. Assim, considera que o sistema muscular
deve ser avaliado de forma integrada, no qual os músculos estão organizados em
conjuntos conhecidos como Cadeias Musculares.

Segundo Tanaka e Farah, em sua obra intitulada “Anatomia Funcional das Cadeias
Musculares”, o estudo de tais cadeias, uma vez que são formadas por músculos
gravitacionais que trabalham de forma sinérgica, facilita o entendimento da função
muscular, da biomecânica da postura, bem como de suas alterações.
Segundo Souchard, os músculos se organizam nas seguintes cadeias musculares
estáticas: posterior, anterior, inspiratória, ânteromedial do ombro, anterior do braço e
ânteromedial do quadril, que passamos a analisar com mais detalhes, a seguir:
Cadeia Mestra Posterior

Esta é a cadeia que nos permite permanecermos de pé contra as forças da gravidade. É


composta pelos seguintes músculos principais:

- Pelvitrocanterianos;
- Glúteo Máximo;
- Ísquios Tibiais;
- Poplíteo;
- Tríceps Sural;
- Plantares;
- Espinhais.

O encurtamento dos espinhais altera a harmonia das curvas vertebrais com


encurtamento da nuca e o posicionamento da cabeça para frente, ausência de cifose
dorsal ou hiperlordose lombo-dorsal.

Já o encurtamento dos músculos estáticos dos membros inferiores impede o bom


posicionamento de diferentes segmentos como joelho ou calcâneo, de acordo com a
predominância da rigidez dos músculos da coxa, da panturrilha ou da planta do pé.

Esta morfologia será mais afetada por distorções da panturrilha e da região posterior da
coxa, entorse de tornozelos, dores lombares, dorsais e cervicais.

Cadeia Mestra Anterior


Esta é a cadeia que nos permite realizar os movimentos do corpo, mantendo-o em
suspensão. É composta pelos seguintes músculos principais:

- Esternocleidomastóideos;
- Longo do Pescoço;
- Escalenos;
- Intercostais.

Estes músculos têm a importante função de manter o tórax e o sistema fibroso profundo,
suspender o diafragma e a massa visceral. Esse sistema de suspensão é de extrema
importância, uma vez que responde pela manutenção do aparelho respiratório.

Seu encurtamento acarreta a projeção da cabeça à frente, hipercifose e ombros protusos.


Pessoas que apresentam esta morfologia possuem grande fragilidade nos joelhos,
adutores, ombros e nas articulações vertebrais em todos os níveis.

Cadeia Inspiratória
Esta é a cadeia responsável pela manutenção das atividades inspiratórias. É constituída
por:

- Diafragma e o sistema suspensor do diafragma e vísceras;


- Esternocleidomastóideos;
- Escalenos;
- Intercostais;
- Espinhais dorsais;
- Peitoral maior e menor.

A retração desta cadeia causa a elevação do tórax, impedindo-o de voltar e descer


livremente, limitando com isso a amplitude dos movimentos do diafragma.

Além disso, o indivíduo não poderá mais alongar a coluna cervical, soltar os ombros ou
corrigir a lordose lombar sem acarretar o bloqueio inspiratório. O bloqueio do
diafragma eleva exageradamente a parte inferior do tórax, limitando a sua ventilação.
Para obter o seu relaxamento é preciso expirar descendo primeiro o alto do tórax, depois
as costelas inferiores e por fim a contração do abdômen.

Cadeia ânterointerna do ombro


Esta cadeia muscular é responsável pela movimentação do braço. É composta pelos
seguintes músculos:

- Coracobraquial;
- Subescapular;
- Peitoral Maior.

Sua retração impede que o braço realize movimentos de elevar-se e abrir-se livremente.

Cadeia ânterointerna do braço


Esta cadeia muscular compreende todos os suspensores do braço, do antebraço, da mão
e dos dedos. É composta por:

- Coracobraquial;
- Bíceps;
- Braquial;
- Supinador longo;
- Todos os músculos anteriores do antebraço;
- Face tênar e hipotênar.

O encurtamento desta cadeia leva a flexão do cotovelo e dos dedos, limitando todo o
movimento de extensão dos músculos.

Cadeia ânterointerna do quadril


Esta cadeia muscular é composta pelos seguintes músculos:

- Iliopsoas;
- Fáscia Ilíaca;
- Adutores Pubianos.

Seu encurtamento escava a região lombar, báscula a pelve para a frente e limita a
abertura das pernas.

Cadeia lateral do quadril


Esta cadeia muscular é composta pelos seguintes músculos:

- Piramidal;
- Glúteo máximo;
- Tensor da fáscia lata.

A rigidez desta cadeia afeta particularmente a boa posição dos joelhos.

Souchard afirma ainda que qualquer tentativa de alongar a extremidade de uma cadeia
muscular vai provocar um encurtamento em outra parte dessa cadeia. Portanto, para ter
sucesso no alongamento de um músculo, é preciso trabalhar com as duas extremidades
da cadeia, impedindo que se tenha qualquer tipo de compensação.

1.6 – Como manter uma boa postura no dia a dia

Manter uma postura correta é fundamental para evitar dores e desconfortos no corpo.
Nossos músculos estão preparados e prontos para realizar todas as atividades que
desejarmos, como caminhar, sentar, correr, pular ou simplesmente ficar parado em pé.

Entretanto, se realizarmos estas ações de maneira incorreta, provocará uma perda


gradual da capacidade muscular tendo como resultado final, dores, desconfortos e se
não tratados, problemas graves de saúde.

O grande problema é que, sem percebermos e de forma inconsciente, passamos a adotar


algumas posturas que aliviam a dor momentaneamente, porém, acabam sobrecarregando
outras regiões o que a longo prazo, podem causar sérios danos a estrutura muscular.
Como medida para reduzir esse problema, sugerimos algumas dicas que, se forem
atentamente observadas e aplicadas no dia a dia, poderão ajudá-lo a eliminar tais vícios.

1.7 – Leitura Complementar

A REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL RPG®: FISIOTERAPIA


REVOLUCIONÁRIA?

A Fisioterapia, desde o seu nascimento, fez progressos enormes na compreensão da


fisiologia do movimento, da coordenação motora etc.…, o que afirmou sua reputação.

O mesmo não aconteceu, a meu ver, no que concerne a função estática. Nossa
morfologia, seja ela boa ou má, depende da tonicidade e da resistência fibroelástica de
músculos cuja função é predominantemente estática, e isto, independente de qualquer
contração.

Esta vocação se exerce em três direções fundamentais: a ereção, que é assegurada


principalmente por músculos extensores (espinhais, por exemplo); a suspensão (do tórax
pelos escalenos, os intercostais etc.); e a manutenção dos segmentos ósseos no eixo, em
abdução-adução, flexão-extensão e rotação.

É assim que um encurtamento dos adutores do fêmur provoca um genuvalgo, ou que um


desequilíbrio de tensões recíprocas dos espinhais fixa a escoliose. Isto traduz toda a
importância dos três aspectos da função estática.
A segunda originalidade da RPG® é afirmar sem trégua que a fisiopatologia dos
músculos da estática é a hipertonia, a rigidez e o encurtamento (exceção feita, bem
entendido, às patologias neurológicas flácidas).

O papel tônico fundamental desses músculos na manutenção da nossa posição ereta, ao


qual é preciso adicionar sua função contrátil nos movimentos, proíbe-os de relaxar-se, o
que não acontece com os músculos dinâmicos, de atividade ocasional, como os
abdominais, por exemplo.

Ora, desde sempre nossa profissão esteve obcecada pela noção de fraqueza muscular e,
portanto, pela necessidade de exercícios de fortalecimento.

Não me parece lógico fazer musculação concêntrica - e assim encurtá-los ainda mais -
de músculos já enrijecidos pelo exercício repetitivo de suas funções.

Entretanto, a hipertonia, a rigidez e o encurtamento são, na verdade, uma fraqueza…


pois um músculo é um elástico vivo e, se ele se enrijece, a pré-tensão, que deve
preceder sua contração, fica reduzida, o corpo se deforma, os movimentos são freados.
Um músculo rígido é, então, um músculo fraco, do mesmo modo que os abdominais
relaxados de um obeso. O que equivale a dizer que, se um anoréxico é fraco, um
pletórico também é.

Porém, seria correto tratá-los da mesma maneira? Evidentemente, não.

Em RPG®, todos os exercícios aplicados aos músculos da estática se fazem em


alongamento. Pode-se imaginar a que ponto isto gerou polêmicas nos anos 80 e como,
ainda hoje, representa uma atualidade revolucionária, tão difícil é mudar os hábitos.

O terceiro ponto fundamental é que nossos músculos são organizados em forma de


“cadeias musculares”. A expressão satisfaz-me medianamente, pois ela é
frequentemente utilizada e interpretada erroneamente. Na realidade, para satisfazer às
exigências da coordenação estática ou motora, nossos músculos não podem agir
isoladamente. Como um jogador de futebol, por mais talentoso que seja, não pode jogar
ignorando seus companheiros de equipe.

Mas esta noção de “cadeias musculares” é prática, para fazer facilmente compreender
que um alongamento analítico, de um só músculo da cadeia, se transmitirá
automaticamente e se perderá, sob forma de compensação, em um ponto qualquer da
cadeia à qual ele pertence. É preciso então, para ser eficaz, proceder a um alongamento
total da cadeia muscular. Daí a expressão Reeducação Postural GLOBAL.

Como me foi possível identificar essas cadeias? Graças à noção de hegemonia


funcional. Certas funções estáticas são mais difíceis de assegurar do que outras, o que
determina a necessidade de músculos mais numerosos, mais volumosos e mais tônicos.
Assim são os extensores, os adutores e os rotadores internos, por exemplo.

Sua identificação permitiu-me elaborar posturas de estiramento global desses grupos


musculares hegemônicos ligados entre si pela necessidade de coordenação estática.

Como todos os métodos (e contrariamente às técnicas), a RPG® tem bases


neurológicas. Trata-se de um método proprioceptivo de inibição, o que significa que
nossa especialidade é a de liberar o “freio de mão”, para permitir ao carro avançar
convenientemente outra vez.

Morfologia e movimento são indissociáveis. A retração dos músculos tônicos


hegemônicos afeta um e outro, e a RPG® procura remediar este inconveniente
honestamente.

A RPG® se aplica aos casos ortopédicos, pós-traumáticos, respiratórios,


reumatológicos, neurológicos espásticos, e em todos os casos onde esteja indicada
fisioterapia.

Que me seja permitido enfim atrair a atenção do leitor para o fato de que a RPG® é um
método complexo, o que significa que sua boa aplicação depende de terapeutas bem
formados em RPG® original, por mim e por minha equipe, excluindo toda e qualquer
pirataria simplificadora, adaptativa ou simplesmente comercial.
Philipe SOUCHARD - Autor do método
http://www.sbrpg.com.br/publica13.asp

Problemas de saúde que podem ser solucionados com a RPG®

Olá,

Nesta unidade, veremos as principais doenças que podem ser tratadas pela aplicação da
técnica de RPG®.

Não vamos nos ater a qual técnica será aplicada a cada problema muscular, uma vez que
este assunto será tema da próxima unidade do nosso curso.

Apenas para introduzir o conceito de doenças, identificamos abaixo os principais grupos


nos quais os problemas estão alocados:

Doenças Ortopédicas – Pés planos, joelhos para fora ou para dentro, joanetes,
escolioses, dores cervicais e dorsais.
Doenças Neurológicas – Hérnias de disco e labirintite.
Doenças Reumatológicas – Artrites, artroses, bursite e tendinite.
Doenças Respiratórias – Asma e bronquite.
Doenças Somáticas – Estresse, distúrbios circulatórios e digestivos.
Doenças Oculares – Estrabismo.

Boa aula.

2.1 – Hipercifose dorsal

Tecnicamente, a hipercifose dorsal é o aumento da curvatura no plano sagital da coluna


torácica, ou seja, ocorre um aumento na curvatura da região dorsal. Na prática, esse
problema é vulgarmente chamado de corcundez (a pessoa com este problema costuma
ser chamada de corcunda).
O aumento da curvatura costuma seguir em progressão bem lenta, com ou sem dor nas
costas, fadiga, sensibilidade e rigidez da coluna vertebral. Promove também, alterações
anatômicas causando o dorso curvo, gibosidade posterior, encurtamento vertebral e em
alguns casos, dificuldades respiratórias, por reduzir a capacidade de sustentação da
coluna e a expansibilidade torácica.

Esta doença é muito comum em adolescentes de ambos os sexos, uma vez que estes,
não possuem muita preocupação com a adoção de posturas adequadas, tendo maus
hábitos ao sentar, andar, estudar ou mesmo em pé, conversando com os amigos.

Também destaca-se nesta fase, o problema de cifose em adolescentes com estaturas


elevadas. Os meninos mais altos, para não se destacarem em meio aos demais,
costumam andar de forma arqueada. Da mesma forma, as meninas com mamas muito
grandes, adotam postura cifótica com o objetivo de esconderem sua estrutura física.
Estes adolescentes, se não forem orientados a tempo, poderão desenvolver com o
tempo, sérios problemas estruturais, tornando o processo de tratamento e recuperação
mais difícil e demorado.
Já em adultos, é mais comum em mulheres idosas, uma vez que costumam aparecer
devido a osteoporose, cujas vértebras ficam frágeis devido a um desgaste dos ossos.

Quanto ao tratamento desse problema, é possível obter bons resultados quando ainda a
deformidade é apenas em consequência de postura incorreta. Neste caso, o tratamento
pode ser feito por meio de exercícios de fisioterapia, pela troca de colchões usados por
outros mais firmes e adequados e, em casos mais graves, o uso de coletes ortopédicos e
palmilhas posturais, até que se complete o período de crescimento.

Dentre as técnicas de fisioterapia mais eficazes, destacamos a própria RPG®, pois como
já vimos, trata-se de um método totalmente isento de medicamentos que consiste apenas
na manipulação da coluna vertebral e dos membros envolvidos no tratamento.

2.2 – Hiperlordose

1 – Lordose normal
2 – Hiperlordose

O termo lordose é designado para identificar as curvaturas normais da coluna vertebral,


nas regiões lombar e cervical. Quando esta curvatura se torna acentuada em uma ou nas
duas regiões, passamos a chamar este desvio de hiperlordose cervical ou lombar.

A hiperlordose lombar é causada por um desequilíbrio e enfraquecimento dos músculos


abdominais e dos glúteos com um encurtamento da musculatura lombar. Este problema
acaba gerando outros problemas na coluna uma vez que realiza um realinhamento de
todas as outras curvas num processo de compensação.

Já a hiperlordose cervical é caracterizada por uma proeminência da cabeça,


caracterizando um pescoço mais alongado à frente.

Entre as principais causas para a formação da hiperlordose é a má postura e


surpreendentemente, o culto ao corpo. Explicamos: este problema é muito comum em
mulheres que costumam usar sapatos de salto alto por muito tempo e praticantes de
balé. No mesmo sentido, mulheres que frequentam academias de ginástica e praticam
com frequência exercícios para fortalecer a região glútea, também costumam sofrer de
hiperlordose, uma vez que tais exercícios sobrecarregam a musculatura lombar.

No entanto, nem tudo é motivado pela busca do corpo perfeito. Há situações como as
gestantes que passam a apresentar a hiperlordose quando tentam compensar o peso da
barriga jogando a coluna para trás, assumindo com isso, uma postura inadequada. Na
maioria dos casos, após o parto, a musculatura permanece flácida, dificultando o retorno
à postura correta.

A hiperlordose torna-se evidente quando o indivíduo passa a sentir muitas dores nas
costas, principalmente quando realiza atividades que exigem a extensão da coluna
lombar, como permanecer muito tempo em pé. Como a flexão do tronco alivia a dor,
esta pessoa prefere permanecer sentada ou deitada.

Esta é uma doença que quanto mais cedo for detectada, mais fácil será o seu tratamento.
Assim, é importante que ao sentir dores nas costas, o indivíduo procure um médico que
irá realizar os seguintes exames:

- Exames físicos com observações detalhadas do paciente. Geralmente é realizado com


as costas desnudas.

- Exame de radiografia para complementar o exame físico. Este exame vai identificar
possíveis deformidades na coluna vertebral

Como se trata de uma doença que não possui um tratamento específico, o fisioterapeuta
deverá planejar um programa de tratamento onde destacará a recuperação física,
funcional e postural do paciente. Entre os métodos mais eficientes de tratamento estão o
alongamento e a RPG® que tem trazido resultados surpreendentes para o paciente.

2.3 – Escoliose

Como já vimos anteriormente, a coluna vertebral, vista por trás, deve ser reta e alinhada.
Assim, como observado na figura acima, a escoliose é um desvio da coluna vertebral
tanto para a esquerda quanto para a direita resultando em um formato de “S”.

Para o professor Souchard, a escoliose é uma deformação morfológica da coluna


vertebral nos três planos, ou seja, ela realmente se torce, não somente para os lados, mas
também, para frente, para trás e sobre seu próprio eixo.

Existem diversas causas para o surgimento da escoliose, como veremos a seguir:

Posturais – São as escolioses frequentes em adolescentes. As curvas são leves e


desaparecem completamente com a flexão da coluna vertebral.

Idiopática – São as escolioses de causas desconhecidas, geralmente, presentes em 70%


dos casos. Na maioria dos casos é causada por fatores hereditários. Conforme a idade,
pode ser classificada em três tipos:

- Infantil: Aparecem antes dos três anos de idade e se não forem cuidadas, podem se
tornar muito graves.

- Juvenil: Dos três aos 10 anos de idade.

- Adolescente: dos 10 anos de idade até a maturidade. Consideramos aqui maturidade, o


período após a primeira menstruação e o final da puberdade.

Neuromuscular – Causadas por problemas neurológicos como paralisia cerebral ou


poliomielite.
Congênita – Relacionadas com a falha na formação das vértebras ou falhas na
segmentação.

Como na Hiperlordose, o diagnóstico realizado de forma precoce e uma avaliação


clínica e radiológica do paciente, podem agilizar o tratamento, evitando que o paciente
venha a sofrer danos mais graves. A avaliação postural está dentro da avaliação clínica,
cabendo ao examinador comparar os dois hemicorpos do indivíduo nas vistas anterior,
posterior e lateral, observando possíveis diferenças assimétricas.

Para realizar um tratamento adequado da escoliose, é preciso verificar alguns fatores,


entre eles a idade, flexibilidade, gravidade da curva e a sua causa, podendo realizar
tratamentos conservadores como a fisioterapia e a RPG® até a utilização de coletes e a
necessidade de intervenções cirúrgicas.

Colete de Milwaukee

Achamos interessante aqui, destacar o uso do colete em casos de escoliose. O Colete de


Milwaukee foi idealizado em 1957 para ser usado como uma ferramenta que permite,
através de uma força corretiva, solucionar o problema de escoliose sem impedir que o
seu usuário realize as atividades que achar necessárias, claro que dentro de certo limite,
para que não coloque em risco a eficiência do tratamento.

O colete deve ser usado por 23 horas diárias, com uma hora para realização de
exercícios e higiene pessoal. Quanto ao tempo de uso do colete, vai depender da
regressão da curvatura, podendo ser usado por anos a fio. A retirada do colete deve ser
gradativa, devendo utilizá-lo apenas a noite, até que haja o amadurecimento completo
do esqueleto do paciente.
2.4 – Cervicalgia

A coluna cervical é considerada o elo flexível entre o crânio e o tronco, fazendo com
que a cabeça realize uma movimentação adequada. Também é sua função dar suporte ao
pescoço e proteção às estruturas vasculares e do sistema nervoso.

Por tamanha importância, a coluna cervical merece cuidados especiais que nem sempre
são oferecidos a ela, trazendo como consequência, dores, tensões e rigidez a esta região.

Estes problemas que podem causar desde pequenos desconfortos até dores
incapacitantes são conhecidos como cervicalgia (cervical=região do pescoço +
algia=dor).

A cervicalgia, na maioria dos casos, está relacionada com movimentos bruscos do


pescoço, longa permanência em posição forçada (dormir sentado com a cabeça
pendurada), esforço ou trauma. O paciente costuma adquirir uma rigidez dos
movimentos do pescoço e dor durante a palpação da musculatura da região afetada. Essa
dor pode ser leve e local com uma sensação de cansaço, até uma dor mais forte e
limitante.

As cervicalgias podem ser decorrentes de várias causas, entre elas destacamos a


desordem mecânica, fatores posturais e ergonômicos ou ao excesso de sobrecarga nos
membros superiores. Como exemplo, podemos citar postura inadequada, posição
imprópria durante o sono, bolsas pesadas com suporte nos ombros, sentar em cadeiras
com braços elevados, estresse elevado durante atividade profissional, hérnias cervicais,
lesões e fraturas das vértebras cervicais, tumores e históricos de doenças reumáticas.

O diagnóstico dessa doença pode ser realizado clinicamente, apenas com a observação
das características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Outros exames
como radiografia, tomografia e ressonância magnética auxiliam o médico a determinar o
tamanho da lesão e em que região da coluna ela está localizada.
O tratamento da cervicalgia deve ser, inicialmente, direcionado para a diminuição das
dores. Apresentando uma melhora no quadro, inicia-se o trabalho sobre a causa das
dores. Entre as diversas técnicas para solução do problema, podem ser utilizadas: terapia
manual, recursos de eletrotermofototerapia, exercícios para alongamento e
fortalecimento muscular e atividades posturais como a própria RPG®.

2.5 – Artrose

Artrose é uma perturbação crônica das articulações que causam um processo


degenerativo de desgaste da cartilagem e do osso adjacente que pode causar dor e
rigidez. Afetam principalmente as articulações que costumam suportar pesos ou aquelas
que realizam movimentos em excesso, como os joelhos.

Esta doença afeta tanto homens quanto mulheres e está ligada intimamente ao
envelhecimento, surgindo, na maioria dos casos, por volta dos 40 ou 50 anos de idade,
mas tendo um grau mais elevado em pessoas de aproximadamente 70 anos. Podem
ocorrer casos em que a doença aparece de maneira precoce, principalmente em casos de
traumatismo ou doenças congênitas que possam afetar as articulações.
Os casos mais prováveis para o surgimento da artrose são anomalias nas células que
sintetizam os componentes da cartilagem, representados pelo colágeno e os
proteoglicanos. Neste caso, a cartilagem pode formar cavidades que enfraquecem a
medula do osso, causando o problema. Outra causa, pode estar vinculada ao
crescimento excessivo do osso nas bordas das articulações interferindo no seu
funcionamento normal e podendo causar dor.

Especialistas classificam a artrose em:

Primária (idiopática) – Quando a causa para o problema é desconhecida.

Secundária – Quando a causa para o problema é decorrente de outra doença, que


através de uma infecção, deformidade ou simplesmente uma ferida, tornam os
indivíduos vulneráveis quando forçam suas articulações de forma reiterada.
Quanto aos sintomas da doença, poucas pessoas o desenvolvem com facilidade. É
comum pessoas com idades mais avançadas, fazerem radiografias e nelas, aparecerem
as artroses, principalmente nas articulações do quadril que sustentam o peso do corpo,
porém, sem qualquer tipo de sintoma.

Os sintomas surgem aos poucos através da dor em uma ou algumas articulações como
dos dedos, pescoço, região lombar, quadril e joelhos. Outro sintoma é a rigidez que em
alguns casos, costuma desaparecer em alguns minutos depois de se manter em
inatividade, como acordar depois de uma noite de sono. Em alguns casos, as
articulações perdem completamente a mobilidade podendo permanecer rígida em uma
posição incorreta ou inadequada, piorando ainda mais a lesão provocada pela artrose. Os
joelhos podem sofrer distensões de seus ligamentos que tal maneira que deixa o joelho
instável, causando muita dor e sofrimento.

Em casos mais graves, a artrose do pescoço ou da zona lombar pode causar sérios
distúrbios como sensações estranhas, dor e fraqueza em braços ou pernas. Pode causar
ainda problemas de visão, náuseas e vômitos quando há a compressão dos vasos
sanguíneos que chegam à parte posterior do cérebro.

Alguns acreditam que a artrose é inerente a idade, assim como a mudança na pele e a chegada
dos cabelos brancos. Porém, é possível evitar os fatores que a favoreçam, como o sobrepeso
que causa sobrecarga nas articulações.

Outro fator importante que pode ajudar na prevenção da artrose, é a prática de exercícios
físicos como caminhar, andar de bicicleta ou nadar, principalmente, aqueles exercícios que não
ofereçam grandes impactos para as articulações. A dor é um bom indicador de limite, uma vez
que ao sentir dor durante o exercício, é sinal que é melhor diminuir o ritmo para que não force
tanto as articulações.

O ideal é tentar prevenir ou tratar a artrose sem a necessidade de medicamentos, porém,


quando isso não é possível, já existem anti-inflamatórios que não causam problemas
secundários, como a irritação do estômago e ainda nutrem a cartilagem para que ela recupere
sua consistência.

De qualquer forma, o melhor tratamento é aquele realizado através de exercícios de


alongamento para manutenção das cartilagens em bom estado, aumentando a mobilidade de
uma articulação e reforçando os músculos ao seu redor, de maneira que possam absorver
melhor os impactos gerados no dia a dia. Importante lembrar que estes exercícios devem ser
compensados com períodos de descanso em local apropriado, ou seja, longe de cadeiras ou
colchões muito moles, o que pode agravar ainda mais a artrose.

Outro tratamento que costuma ser eficiente são aqueles com uso de calor local, como a
parafina misturada ao óleo mineral, a uma temperatura de 48 ºC a 51 ºC que costumam
aliviar as dores, principalmente das articulações dos dedos.

Quando a artrose afeta o pescoço, os melhores resultados são atingidos por massagens
realizadas por terapeutas profissionais através de tração dos músculos e aplicação de
calor intenso e ultrassons.
Em último caso, o indivíduo pode recorrer à cirurgia quando outros tratamentos não
oferecerem solução adequada para o problema da dor. É comum intervenções cirúrgicas
que substituem a articulação natural, principalmente dos quadris ou joelhos, por uma
prótese artificial que, na maioria dos casos, traz bons resultados para o paciente,
melhorando a mobilidade e reduzindo consideravelmente a dor no local.

2.6 – Lombalgias

Lombalgia, popularmente chamada de dor na coluna, é um conjunto de dores na parte


inferior da coluna vertebral, concentrada principalmente na região lombar, causada por
alguma anormalidade na região.

Atualmente, a lombalgia é um dos principais fatores de incapacidade funcional, ficando


atrás apenas da cefaleia. Para se ter uma ideia, existem números e pesquisas que
indicam que três em cada quatro adultos terão dor nas costas ao longo de sua vida,
podendo aumentar, caso o número de idosos no Brasil continue a crescer.

A coluna é formada por uma interconexão complexa de nervos, articulações, músculos,


tendões e ligamentos, todos eles capazes de causar dores. Assim, por menor que seja a
causa da dor, ela poderá irradiar para os braços e pernas, através de seus longos nervos.
As maiores causadoras de dor nas costas são as, já tão faladas, posturas inadequadas.
Porém, este não é o único motivo, existem outros fatores que desencadeiam as dores
lombares como sedentarismo, posições incorretas no ambiente de trabalho e nos
trabalhos domésticos, obesidade, fumo, herança genética, levantamento inadequado de
pesos, síndromes depressivas, entre outros.

Os sintomas mais comuns são citados como uma dor na parte inferior da coluna, logo
acima das nádegas, na altura da cintura. É uma dor que começa de forma discreta e vai
aumentando progressivamente e agravando-se com a ausência de mobilidade da região.
Geralmente é acompanhada de contratura muscular.

Quando ocorrem crises de dor, elas podem durar alguns dias, gerando desconfortos em
certas posições como exemplo quando a pessoa tenta se manter em pé ou sentada de
forma ereta. A dor chega a tal ponto de desconforto que passa a gerar no indivíduo
distúrbios emocionais em relação a sua vida social e profissional.

Especialistas classificam a lombalgia como sendo:

Dor aguda – quando o problema perdura por apenas algumas semanas, podendo ocorrer
novamente em outras oportunidades.

Dor crônica – quando o problema perdura pela vida inteira.

Em geral essa dor não gera problemas mais graves de saúde, não tendo progressividade
acentuada. Por outro lado, existem situações em que esta dor na coluna ganha
proporções e torna-se um problema médico. Neste sentido, destacamos os seguintes
casos:

1) Os sinais típicos de problemas mais graves de lombalgia ficam evidentes com a


ocorrência de incontinência dos intestinos e/ou bexiga e fraqueza progressiva nas
pernas.

2) Dor severa na coluna, forte o suficiente para interromper o sono, acompanhada de


febre, perda de peso, entre outras, pode indicar um problema mais grave como câncer.

3) Dores muito fortes causadas por traumas em acidentes de carro ou quedas, devendo
ser rapidamente avaliadas por um médico para excluir o risco de lesão ou fratura.

4) Casos em que a dor do paciente pode ser decorrente de fraturas por osteoporose ou
mieloma múltiplo, exigindo atenção médica imediata.

Para identificação da lombalgia é necessário apenas o exame clínico, tendo os demais


exames como radiografias e ressonâncias a função de identificar o lugar exato do
problema. Contribui também para identificação do problema, possuir o histórico do
paciente.

Para este tipo de problema, é muito difícil estabelecer um tratamento padrão, uma vez
que nem todos os tratamentos funcionam para os diversos tipos de dores na coluna e
diversos perfis de indivíduos. Neste sentido, o mais indicado e que costuma atender um
grande número de pacientes, é o repouso, medicação para a dor e programas de
fisioterapia.

Porém é necessário atentar para alguns cuidados. O repouso, em casos de dores muito
fortes com espasmos da musculatura, não pode ultrapassar mais que 3 dias, devendo o
paciente, depois desse período, voltar a se movimentar. No caso de dores mais leves, o
paciente é orientado a manter as atividades do dia a dia, mas com ressalvas, como
movimentos bruscos, esportes de contato, entre outros que podem agravar o problema.

Outra técnica que ajuda a diminuir a dor é a aplicação de gelo e calor, de maneira
alternada, o que ajuda a relaxar os músculos, diminuindo a dor e a inflamação. Os
profissionais orientam para que sejam realizadas compressas quentes por
aproximadamente 20 minutos e logo em seguida compressas geladas por mais 20
minutos, devendo ser repetido de 2 a 3 vezes por dia.

Quando o quadro de dor mais grave passar, o paciente é orientado a retornar às suas
atividades no trabalho e iniciar atividades físicas controladas o mais breve possível, o
que facilita na recuperação. E claro, será orientado por um profissional competente a
realizar os programas de fisioterapia e posturais mais adequados.

2.7 – Hérnia de disco

Tecnicamente, podemos considerar a hérnia de disco como uma afecção aguda ou


crônica da coluna vertebral, onde ocorre uma projeção da parte central do disco
invertebral para além de seus limites, através de uma ruptura da parede do anel fibroso,
provocando a compressão de estruturas altamente inervadas como a raiz espinhal, o
ligamento comum posterior e o nervo espinhal.
Para ser mais didático, podemos considerar como discos invertebrados, as estruturas em
forma de anel que separam as vértebras da coluna. É constituída por tecido cartilaginoso
e elástico cuja função é evitar o atrito e amortecer possíveis impactos entre uma vértebra
e outra.

O desgaste desses discos e o seu deslocamento, facilitam a formação de hérnias de


disco. Geralmente, estas hérnias surgem nas regiões lombares e cervicais, uma vez que
ficam mais expostas aos movimentos e suportam a maioria da carga.

Entre os principais sintomas, podemos destacar:

1) Dor intensa na região inferior do dorso que desce ao longo das pernas;

2) Formigamento com ou sem dor;

3) Dor na coluna;

4) Dor na coluna e no braço ou na coluna e na perna;

5) Dor apenas na perna ou na coxa;

6) Dor no pé;

A dor pode ser mais grave quando a pessoa se inclinar, fazer esforços, tossir ou se
levantar depois de permanecer sentada. Por outro lado, pode se atenuar com o repouso
de costas, quando se mantém ereta ou quando caminha.

Na maioria dos casos, afeta pessoas a partir dos 40 anos de idade.

As causas para o surgimento da hérnia de disco podem ser as mais variadas possíveis.
Podem surgir por fatores genéticos, onde a herança genética é responsável por até 60%
das causas. Pode ser provocada também, por um longo período de exposição à vibrações
combinadas com levantamento de pesos, como exemplo, podemos citar os motoristas de
caminhão que realizam viagens até o porto e ainda ajudam a descarregar o caminhão.
Estes apresentam grande tendência a desenvolver uma hérnia de disco.
Outros fatores que podem levar à uma hérnia de disco:

- Trabalho físico pesado;


- Postura de trabalho estática ou inadequada;
- Inclinar e girar o tronco com frequência;
- Levantar, empurrar e puxar;
- Traumas;
- Infecções;
- Malformações congênitas;
- Trabalho repetitivo;
- Entre outros.

Assim como outras doenças que já estudamos, o diagnóstico da hérnia de disco pode ser
realizado clinicamente, levando em conta as características dos sintomas. Exames
complementares como radiografias e ressonância magnética, ajudam a localizar o local exato e
o tamanho da lesão.

Quanto ao tratamento, o objetivo principal é restabelecer o equilíbrio da coluna


comprometido pela hérnia e consequentemente, a melhora da dor.

Entre as técnicas mais utilizadas, destacamos:

- Uso de calor superficial;


- Massagens;
- Reeducação Postural Global® (RPG®);
- Eletroterapia;
- Fisioterapia manual;
- Estabilização vertebral;
- Pilates.

2.8 – Bursite e tendinite

Tendinite e bursite são inflamações do tecido macio ao redor dos músculos e ossos,
geralmente em locais como ombros, joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos.
A tendinite é especificamente uma inflamação ou irritação em um tendão, ou seja, uma
faixa de cordas fibrosas que prendem os músculos aos ossos. Os tendões são
responsáveis por tracionar os músculos junto aos ossos, com o objetivo de realizar um
movimento do corpo.

Já a bursite é a inflamação ou irritação de uma bursa, ou seja, um pequeno saco repleto


de fluídos que fica localizado entre o osso e outras estruturas móveis como músculos,
pele ou tendões, facilitando e permitindo um melhor deslizamento entre estas estruturas.

Tratamos estas duas doenças dentro de um mesmo tópico, em razão de suas


características serem muito parecidas. Entre os sintomas principais de ambas as
doenças, destacamos:

- Dor e rigidez da área afetada;


- Dor principalmente nos períodos noturnos;
- Habitualmente ocorre inchaços na área afetada.

Os locais mais sensíveis, onde é mais comuns sentir esses sintomas são os ombros,
cotovelos, pulsos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés.
Em geral, tanto a tendinite quanto a bursite, são causadas por um trauma em razão do
excesso de atividade, seja no lazer ou no trabalho. Especificamente, a tendinite é o
resultado mais frequente para a lesão por esforço repetitivo (LER) enquanto que a
bursite é causada, em sua maioria, por um excesso na utilização de um músculo ou por
um trauma direto a uma articulação.

Essas lesões são vistas com mais frequência em pessoas mais velhas, uma vez que com
o passar dos anos, os tendões ficam menos flexíveis e mais susceptíveis à lesões.

Outro fator que pode levar a uma lesão são infecções, artrite, gota, doença da tireoide e
diabetes que podem causar inflamação na bursa ou no tendão.

Para diagnosticar tanto a tendinite quanto a bursite é necessário levantar o histórico


médico do problema e realizar um exame físico cuidadoso. O médico deve investigar a
localização da dor, quando ela tem início, como ela aumenta ou diminui ao longo do dia
e a noite e os possíveis fatores que aliviam ou aumentam a dor.

É importante ressaltar que o diagnóstico por radiografia é ineficaz, uma vez que tanto
bursa quanto tendões, não são visíveis nestes exames. No entanto, como nas demais
doenças, podem ser fundamentais para excluir anormalidades ósseas e definir o local e o
grau da lesão.

Outro teste comum neste tipo de problema, é aquele realizado com a aspiração do local
por agulha, ou seja, o médico pode retirar o fluido da área inflamada para realizar um
teste a fim de excluir infecções ou outras doenças como artrite reumatoide ou diabetes.

O tratamento tem por objetivo recuperar a bursa ou o tendão lesionado. Neste sentido, a
primeira etapa de tratamento consiste em reduzir a dor e inflamação do local com
repouso, compressão, elevação e anti-inflamatórios.

Em seguida, sugere-se o acompanhamento de fisioterapia com atividades que envolvam


programas de alongamento, utilização de ultrassom para aquecer os tecidos mais
profundos e melhorar o fluxo sanguíneo, além de técnicas para fazer com que o
medicamento haja mais depressa e com mais eficiência.

LER (Lesão por Esforço Repetitivo)

Como dissemos no início desse tópico, a tendinite pode ser causada pela LER (Lesão
por Esforço Repetitivo). No entanto, muitos já ouviram falar dessa tal LER, mas não
sabe o que ele significa.

Segundo especialistas, o termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atacam


músculos, nervos e tendões causando uma série de irritações e inflamações nos mesmos.
Podemos considerar que o motivo principal para surgimento desse problema, são os
movimentos repetitivos e contínuos que sobrecarregam o sistema músculo esquelético
causando dor e inflamação. Além disso, o estresse do dia a dia, má postura, esforços
excessivos e condições precárias de trabalho acabam por agravar ainda mais esse
quadro.

Importante ressaltar aqui, a diferença entre LER e DORT. O termo DORT significa
Distúrbio Osteo-muscular Relacionado ao Trabalho e refere-se especificamente a
doenças causadas pelo trabalho enquanto a LER é um conjunto de doenças causadas
tanto pelo trabalho quanto pelo dia a dia, ou seja, para se contrair a LER, basta que se
repita os movimentos de forma contínua, seja trabalhando, seja em momentos de lazer,
como atividades esportivas que exijam grande esforço físico. No entanto, para muitos,
LER e DORT significam a mesma coisa, chegando a denominar esse distúrbio como
LER/DORT.

Entre as principais vítimas desse distúrbio estão as pessoas que costumam passar horas
em frente ao computador, com destaque para digitadores, jornalistas, publicitários,
bancários, programadores, entre outros.

As doenças mais comuns presentes na LER são:

1) Tenossinovites
2) Tendinites
3) Epicondilite
4) Síndrome do túnel do carpo
5) Bursites
6) Dedo em gatilho
7) Síndrome do desfiladeiro torácico
8) Síndrome do pronador redondo
9) Mialgias

Existem muitas causas para o surgimento da LER. Entre as principais, podemos


destacar:

1) Posto de trabalho inadequado com mobiliário desconfortável para exercer o trabalho;


2) Atividade profissional que exija força excessiva com as mãos;

3) Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações,

4) Repetição continua de movimentos semelhantes;

5) Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos;

6) Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores;

7) Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores;

9) Ritmo intenso de trabalho;

10) Jornada de trabalho prolongada;

11) Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes;

12) Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho;

13) Manutenção de uma mesma postura durante um longo tempo;

14) Tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes;

15) Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto.

Os sintomas da LER, são um pouco diferentes dos sintomas das outras doenças que
elencamos nesse tópico. Em geral é caracterizado por uma dor semelhante a dor de
reumatismo ou uma dor parecida com aquela que sentimos quando seguramos algum
objeto com o braço esticado por muito tempo, sem movimentá-lo. Ocorre um
formigamento e dores que dão a sensação de queimadura.
A figura abaixo identifica as regiões mais afetadas pela LER:

Quanto às etapas de evolução da dor, elas seguem o seguinte quadro:

Etapa 1 Se a doença for identificada nesta fase, caracterizada por algumas pontadas, pode ser curad
facilmente.
Etapa 2 Dor mais intensa, porém tolerável, mais localizada, acompanhada de calor e formigamento
Nem o repouso consegue, nesta fase, fazer com que a dor diminua por completo.
Etapa 3
Incapacidade para certas funções simples.
Dores insuportáveis e só pioram tornando a parte afetada dolorida, sem força e deformada
Etapa 4
paciente tem depressão, ansiedade, insônia e angústia.
Fonte: Ministério do Trabalho

Unidade 3 – Aplicação da RPG®

Olá,

Nesta unidade você vai conhecera RPG® na prática. Tentaremos oferecer, da forma
mais didática possível, algumas informações quanto às técnicas e princípios do método.

Apresentaremos também, o foco da RPG® que são as suas oito posturas, destacando
cada uma delas e as áreas do corpo que deverão atender.

Por fim, você vai conhecer o Stretching Global Ativo, uma técnica baseada na RPG®
que tem por objetivo realizar autoposturas.

Bom estudo.

3.1 – Técnicas

Nosso objetivo neste tópico é apresentar os procedimentos utilizados na prática, para


atender a um paciente que apresente algum problema postural e que necessite da
intervenção da técnica de RPG®.

Exame do Paciente

A primeira etapa é realizar um exame minucioso no paciente, baseando-se sempre, nas


formas normais do corpo humano. O profissional deve ter em mãos, a ficha de
anamnese do paciente. Esta ficha nada mais é do que uma avaliação completa do
paciente que contem todas as informações necessárias, desde seus dados pessoais até
informações sobre doenças e tratamentos já realizados. Em resumo, esta ficha vai evitar
que o fisioterapeuta cometa algum erro, podendo prejudicar ainda mais a saúde do
indivíduo.

Este exame deve ser realizado em pé, seguindo algumas normas como:

1) Exame de frente – O fisioterapeuta deve respeitar alguns dados como:


- A simetria de todos os volumes do hemicorpo;
- Ombros em posição adequada, nem curvados e nem elevados;
- Cabeça reta e com movimentação livre, cintura marcada e quadris no mesmo nível;
- Os joelhos em posição correta, nem varos e nem valgos, com as rótulas voltadas para
frente;
- Os membros inferiores devem se tocar no nível dos maléolos internos, panturrilhas,
joelhos e parte superior das coxas;
- O antepé deve apresentar uma abertura natural;
- As linhas laterais do corpo devem ser retas da altura das axilas até a cintura.

2) Exame de perfil – O fisioterapeuta deve observar as seguintes características:


- A cabeça não deve estar projetada para frente. Deve apresentar a nuca alongada;
- As linhas do tórax devem ser oblíquas para baixo e para frente, partindo da clavícula
até os mamilos, e verticais dos mamilos até o púbis;
- O braço deve ser observado com cuidado, pois, precisa se situar dentro da espessura
do tronco a 2/3 da linha anterior do tórax e a 1/3 da linha posterior das costas, que não
devem estar arqueadas;
- Os joelhos devem estar em posição normal, nem em flexão e nem em hiperextensão;
- A região lombar também precisa ser observada com cuidado, procurando identificar
qualquer problema de lordose.

3) Exame de costas – Da mesma forma que o exame de frente e de perfil, o


fisioterapeuta precisa adotar alguns cuidados ao realizar o exame de costas:
- Deve observar os volumes simétricos, com as omoplatas no mesmo nível, nem
descoladas nem abduzidas, com sua borda espinal paralela à coluna vertebral;
- As linhas inferiores do glúteo, devem estar na mesma altura;
- Os pés não podem se apresentar nem planos e nem cavos, tendo o tendão de Aquiles,
se apresentado de forma vertical.

É importante deixar claro que este exame deve ser realizado com o objetivo de verificar
qual a postura habitual do paciente, ou seja, a postura que o deixa confortável, sem
forçar uma postura correta. É importante analisar as consequências da postura
inadequada, para depois se chegar as causas.

No entanto, neste exame, já é possível identificar, através do comportamento postural,


algumas retrações musculares apresentadas pelo paciente. Como exemplo, o professor
Souchard esclarece que um ombro excessivamente elevado está obrigatoriamente
relacionado com uma contração excessiva do trapézio superior, do angular ou dos
escalenos. Da mesma forma, uma nuca curta com a cabeça projetada para frente, ou
uma hiperlordose lombar, indicam uma retração dos espinais.

Determinação das causas

Como já dissemos, para determinar as causas da lesão é preciso remontar as suas


consequências. Portanto, o fisioterapeuta deve estar sempre atento às posturas naturais
do paciente, pois na maioria das vezes, o problema que deu causa à lesão mais dolorida,
não está onde se imaginava.

Imagine a situação: Um paciente chega ao consultório com uma dor nas costas. O
fisioterapeuta realiza o exame frontal, lateral e de costas e verifica que este paciente
apresenta um problema postural no quadril esquerdo e na região sacro-lombar. Verifica
também que existe uma elevação do ombro cada vez que o pé esquerdo toca o chão.

Quando o fisioterapeuta começa a aplicar posturas específicas, vai verificar que


qualquer tentativa para abaixar o ombro elevado provoca uma perturbação cervical pela
retração do trapézio superior, do angular e dos escalenos.

Com a correção (sempre simultânea) dessa posição incorreta do ombro e da nuca


acentua a lordose lombar sobretudo à direita. A correção dessa nova compensação
revela uma rotação interna do joelho (contração do semitendinoso e do
semimembranoso).

Por fim, com a correção postural do joelho, mantendo em posição correta, é revelada
uma antiga lesão do joelho, uma entorse do ligamento lateral interno que havia sido
encoberta pela má postura e pelo mecanismo de defesa do corpo e não curada.

Correção das Compensações

Se levarmos em consideração que cada músculo realiza mais de uma função, poderemos
concluir que toda tentativa de alongar um músculo em uma determinada função, resulta
numa compensação nas demais funções exercidas por ele, o que deve ser impedido sob
pena de todo o processo realizado pelo fisioterapeuta resultar em nada e ainda agravar a
postura do paciente.

Por outro lado, todo tensionamento de um músculo retraído traciona a inserção livre, ou
seja, puxando o osso, pode desordenar outros músculos que haviam se retraído em
função desse comportamento. Como exemplo, cada vez que os espinais se apresentam
retraídos, toda tração na nuca acarreta um exagero na lordose lombar e, inversamente,
toda correção desta, aumenta a lordose cervical.

O mais importante aqui é saber que o tensionamento realizado de maneira correta, com
as correções das compensações à medida que aparecem, permite reconstruir o histórico
de retrações do paciente, tratando-o no todo e de forma adequada.

Posturas

Durante a prática da RPG® o fisioterapeuta deve manter as posturas durante o máximo


de tempo possível, uma vez que o tempo influencia no resultado do exercício e diminui
a atividade tônica do músculo.

Com isso, tende a ganhar cada vez mais amplitude articular, sem ultrapassar a
normalidade e sempre preservando a forma correta.

Respiração

A respiração é de fundamental importância durante os exercícios de RPG®. A maioria


dos músculos situados acima da cintura são inspiratórios e qualquer tentativa de tração
vai criar um bloqueio que deverá ser impedido.

Como exemplo, o alongamento da nuca provoca um bloqueio inspiratório torácico alto.


Já uma conexão da lordose lombar bloqueia o diafragma na inspiração devido à tração
que exerce sobre os pilares.

A expiração deve ser exercida de forma normal, sem o controle da boca ou mesmo da
laringe, ampliando-se progressivamente em razão do relaxamento dos músculos
inspiratórios.

3.2 – Princípios do tratamento

Assim como as técnicas, há alguns princípios do tratamento que devem ser observados
para que a RPG® seja realizada com eficiência. Vamos a eles:

Princípios básicos da RPG®

As regras a serem seguidas são:

1) Cada tratamento deve ser realizado de forma individual, adotando-se as posturas mais
adequadas depois de um minucioso exame no paciente.

2) Todo tratamento deve ser realizado de forma a remontar às causas da lesão.

3) Sabendo que os sintomas surgem, na maioria dos casos, em lugares diferentes das
verdadeiras causas e, geralmente, com algum retardo, todo tratamento deve ser o mais
abrangente possível.

Trabalho expiratório

Como vimos no tópico anterior, a maioria dos músculos situados acima da cintura são
inspiratórios e toda tentativa de correção da lordose lombar implica em um bloqueio
inspiratório. Cada exercício deve ser feito impedindo-se formalmente o bloqueio
inspiratório e insistindo na expiração, que deverá ser progressiva e exercida de forma
ampla e livre, sem controle da boca ou da laringe.

Trabalho expiratório

Como vimos no tópico anterior, a maioria dos músculos situados acima da cintura são
inspiratórios e toda tentativa de correção da lordose lombar implica em um bloqueio
inspiratório. Cada exercício deve ser feito impedindo-se formalmente o bloqueio
inspiratório e insistindo na expiração, que deverá ser progressiva e exercida de forma
ampla e livre, sem controle da boca ou da laringe.

Posturas

Como vimos também, as posturas devem ser mantidas pelo maior tempo possível para
um melhor aproveitamento do método. Os momentos desagradáveis que surgem ao
manter a postura por um longo tempo, devem ser corrigidos, na medida do possível, por
manobras na pele que visem amenizar a sensação de incômodo.

Escolha das posturas

O fisioterapeuta para decidir qual a postura mais indicada para determinado tratamento,
deve levar em consideração as seguintes análises:

1) Deve realizar uma minuciosa avaliação geral da estática do paciente;

2) Deve realizar um interrogatório, procurando descobrir e identificar todo o histórico


de problemas do paciente;

3) Deve realizar um exame morfológico nos locais em que se concentram as dores ou


deformidades, confrontando com as radiografias ou ressonâncias magnéticas para
encontrar o local exato da lesão;
4) Deve realizar manobras de correção das deformações ou das lesões, em diversas
situações de famílias de posturas. Esse exame deve ser repetido no início de cada
consulta, uma vez que uma postura que hoje é essencial pode, na próxima consulta,
ceder seu interesse a outra postura mais adequada para aquele momento.

Duração e ritmo das consultas

Em geral, a duração de uma consulta de RPG® não deve ultrapassar uma hora,
compreendendo duas posturas. Quanto à sua periodicidade, o ideal é que se repita
semanalmente, mas em caso de urgência, pode ser realizada de duas a três consultas na
semana.

Ao terminar o tratamento, é comum os fisioterapeutas sugerirem ao paciente a prática de


autoposturas, que veremos com mais detalhes no próximo tópico.

Não há prazo definido para a duração do tratamento, pois tudo vai depender do tipo de
patologia apresentada pelo paciente. Pode durar apenas uma consulta, no caso de uma
simples dor na coluna, ou vários anos caso se trate de uma escoliose evolutiva ou um
problema neurológico.

3.3 – As Posturas

Como vimos, as posturas serão indicadas depois que o fisioterapeuta realizar um exame
minucioso, observando as sete zonas do corpo do paciente:

- Cervical;
- Ombros;
- Dorsal;
- Lombar;
- Quadris;
- Joelhos;
- Pés.

Para que possa indicar a postura correta para atender às necessidades do paciente, além
da análise dessas sete zonas, deverá levar em consideração os sintomas apresentados
pelo paciente e os exames radiográficos ou de ultrassonografia que tenha realizado, para
assim, indicar os exercícios de respiração e as posturas a serem seguidas.

O tratamento é fundamentado em oito posturas para cada grupo muscular que deve ser
mantida pelo paciente pelo tempo indicado e realizado em movimentos lentos, graduais
e progressivos que duram em média 20 minutos cada.

O objetivo dessa técnica é alongar e descomprimir os músculos do corpo, fazendo com


que fiquem nas posições fisiologicamente corretas, mantendo posturas corretas e
evitando dores desnecessárias.
As posturas criadas por Souchard são:

1 - A Rã No Chão, Braços Fechados:

Esta postura estimula os músculos responsáveis pela respiração e contribui para a


melhora em casos de dores na nuca e cifose (posição corcunda).

Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a nuca
2) o tórax e a respiração
3) a coluna vertebral
4) os ombros
5) os cotovelos
6) as mãos
7) a pelve
8) o quadril
9) os joelhos
10) os pés

2 - A Postura Em Pé Contra A Parede:

Esta postura visa solucionar lesões em ombros, pernas, joelhos e pés.

Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:


1) o tórax e a respiração
2) a coluna vertebral
3) os ombros
4) o quadril
5) os joelhos
6) os pés

3 - A Postura Em Pé No Centro:

Esta postura tem por objetivo amenizar as dores lombares e problemas de coluna como
escoliose.

Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a coluna vertebral
2) o quadril
3) os joelhos
4) os pés
5) o equilíbrio
6) o esquema corporal
4 - A Postura Rã No Chão, Braços Abertos:

Esta postura procura alongar a cadeia de músculos posteriores e ajudar nos problemas
de "ombros caídos".
Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a nuca
2) o tórax e a respiração
3) a coluna vertebral
4) os ombros
5) os cotovelos
6) as mãos
7) a pelve
8) o quadril
9) os joelhos
10) os pés

5 - A Postura Rã No Ar, Braços Fechados:

Esta postura favorece o alongamento dos músculos posteriores da perna e corrige a


posição da cabeça.

Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a nuca
2) o tórax e a respiração
3) a coluna vertebral
4) os ombros
5) os cotovelos
6) as mãos
7) a pelve
8) o quadril
9) os joelhos
10) os pés

6 - A Postura Sentada:

Esta postura age sobre os músculos posteriores. É recomendada em casos de escoliose


(coluna envergada para um dos lados).
Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a coluna vertebral
2) o quadril
3) os joelhos
4) o esquema corporal

7 - A Postura Em Pé, Inclinado Para Frente:

Esta postura é recomendada para dores lombares e doenças como hérnia de disco.

Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a coluna torácica
2) a região lombar
3) a pelve
4) o quadril
5) os joelhos
6) os pés

8 - A Postura Rã No Ar, Braços Abertos:

Esta postura, além de tratar dores na nuca e cifose, trabalha a musculatura dos ombros.
Nesta postura, o terapeuta irá trabalhar as seguintes regiões do corpo:

1) a nuca
2) o tórax e a respiração
3) a coluna vertebral
4) os ombros
5) os cotovelos
6) as mãos
7) a pelve
8) o quadril
9) os joelhos
10) os pés

Autoposturas

As posturas de RPG® devem ser definidas e executadas apenas por um profissional de


fisioterapia treinado e capacitado para este fim. No entanto, existem algumas posturas,
conhecidas como autoposturas, que foram idealizadas para o exercício de alongamentos
sem dores ou com maior segurança.

Estas posturas estão baseadas no Stretching Global Ativo (SGA), que por sua vez, se
baseia na RPG®, como veremos a seguir:

O SGA, também foi criado por Philippe Souchard e tem suas bases científicas nos
princípios da Reeducação Postural Global® (RPG®). Trata-se de um alongamento
progressivo e não forçado, aplicado de forma global e específica para cada indivíduo.
Essa técnica solicita a execução de vários músculos ao mesmo tempo, com a diferença
de que aqui, não existem muitas compensações em outras partes do corpo, podendo ser
realizado sozinho, sem a necessidade de um fisioterapeuta. Os exercícios preservam o
eixo e o espaço das articulações, as curvaturas da coluna e os seus discos intervertebrais.
O SGA utiliza posturas de alongamento e a musculação em alongamento
contrarresistência, com a duração de até 10 minutos cada postura. As sessões de 50
minutos podem ser individuais ou em grupo, com uma frequência de no mínimo 2 vezes
por semana. Pode ser realizado por pessoas de todas as idades, a partir da pré-
adolescência.
A seguir, apresentaremos as principais posturas a serem praticadas:
AUTOPOSTURA RÃ NO AR COM BRAÇOS ABERTOS

Esta postura trabalha os seguintes grupos musculares: Grande cadeia posterior, os


espinhais, os músculos adutores dos braços, os anteriores dos braços, dos antebraços e
das mãos e os músculos inspiratórios.

Progressão

Deitado sobre as costas, pernas dobradas, joelhos juntos, cole as nádegas contra a
parede e apoie o sacro no chão.

Expire profundamente, auxiliando a descida do alto do tórax com a mão.

Alongue a nuca com as mãos, apoiando a parte posterior do crânio no chão.


Recoloque seus braços no chão, posicionado a cerca de 45º do corpo, com os cotovelos
estendidos e as palmas das mãos viradas para cima. Alongue suas pernas ao máximo,
girando os joelhos ligeiramente para fora e as pontas dos pés em sua direção. Mantenha-
as nesta posição com as nádegas sempre coladas à parede e o sacro apoiado no chão.

Posicione os braços a 90º, com os cotovelos estendidos, palmas das mãos viradas para
cima e desenrole os seus ombros, ou seja, desça os ombros procurando apoiá-los no
chão.
Abra os braços progressivamente, mantendo a atenção na respiração para que ela não
seja bloqueada.

Abra os braços o máximo que conseguir, mantendo sempre os cotovelos estendidos.


Depois da posição 7, deve-se realizar uma insistência sobre a abertura dos braços, ou
seja, com a ajuda de um assistente que deverá apenas manter a posição, você deve
realizar a contração dos músculos ao final de uma profunda expiração, que deve ser
mantida por aproximadamente 3 segundos. Essa insistência favorece o aumento na
amplitude.

Em seguida, com os braços ainda abertos e estendidos ao máximo, vire as palmas das
mãos para o chão e dobre os punhos e dedos para cima.

Novamente irá realizar outra insistência, com a ajuda de uma assistente, sobre a
extensão dos punhos e dedos.

AUTOPOSTURA RÃ NO AR COM INSISTÊNCIA SOBRE OS


MEMBROS INFERIORES

Esta postura trabalha os seguintes grupos musculares: Grande cadeia posterior, os


espinhais, os músculos profundos das nádegas, os ísquios-tibiais, a panturrilha, os
adutores e os fascia-latas.
Deitado de costas com as pernas dobradas e os joelhos juntos, cole as nádegas contra a
parede, apoiando o sacro no chão.

Expire profundamente, insistindo com a mão na descida do alto do tórax.

Apoiando a parte posterior do crânio no chão, realize um alongamento de sua nuca.


Dobre os joelhos de forma a manter as pernas abertas, alinhando a planta de um pé com
a planta do outro pé. Com as mãos, puxe os calcanhares para baixo.

Realinhe os braços em uma posição de 45º, com os cotovelos estendidos e palmas das
mãos viradas para cima. Desenrole os ombros.

Prestando a atenção para não perder o contato com a parede e nem descolar o sacro do
chão, tente separar os joelhos o máximo que conseguir.
Agora, de forma progressiva, estenda os joelhos, mantendo as pernas abertas, sem voltar
a fechar as coxas.

Ainda sem perder o contato das nádegas com a parede e do sacro com o chão, procure
estender completamente os joelhos, virando as pontas dos pés para sua direção.
Da mesma forma que na postura anterior, você pode realizar insistências de 3 segundos
que favorecerá um aumento na amplitude dos músculos.

Essa insistência também poderá ser realizada com o auxílio de um assistente.


Insistência sobre a flexão dorsal do pé com o auxílio de um assistente.

Junte os joelhos com as pernas esticadas, mantendo-os ligeiramente rodados para fora.
Puxe as pontas dos pés em sua direção.
Com a ajuda de um assistente, realize uma nova insistência sobre a flexão dorsal dos
pés.

Tente dobrar um dos joelhos ao máximo, mantendo a outra perna estendida. Cruze a
perna dobrada para o outro lado da perna estendida.

Procure realizar esta postura sem rodar a bacia, que você manterá no lugar com uma das
mãos. Repita o exercício com a outra perna.
Dobre os dois joelhos ao máximo sem descolar a bacia do chão.

AUTOPOSTURA DE PÉ INCLINADO PARA FRENTE

Esta postura trabalha os seguintes grupos musculares: Grande cadeia posterior, os


espinhais, os músculos profundos das nádegas, os ísquios-tibiais e as panturrilhas.

Enrole uma toalha, deixando-a com uma espessura de aproximadamente 8 cm. Coloque-
a debaixo de seus ante-pés e alongue os dedos dos pés.
Ainda com a toalha na mesma posição, ponha-se de cócoras com as palmas das mãos no
chão e joelhos e tornozelos unidos.

Ajuste a posição das costas, alinhando cabeça, região dorsal e bacia. Posicione os braços
ao longo do tronco, mantendo os ombros relaxados. Gire ligeiramente os joelhos para
fora mantendo-os nesta posição.

Com a ajuda de um assistente, apoie a parte posterior do crânio contra a sua mão que
deverá puxar ligeiramente para si. Mantenha os pés e tornozelos unidos.
De forma bem progressiva, estenda os joelhos, mantendo-os sempre em rotação externa,
inclinando o corpo para frente. Expire profundamente. Lembre-se de manter a cabeça, o
dorso e a bacia sempre alinhados.

Procure estender completamente os joelhos sem virá-los para dentro. Os pés e


tornozelos continuam juntos e cabeça, dorso e bacia permanecem alinhadas. Expire
profundamente inclinando-se ao máximo para frente.

AUTOPOSTURA RÃ NO CHÃO COM INSISTÊNCIA SOBRE OS


MEMBROS INFERIORES

Esta postura trabalha os seguintes grupos musculares: Grande cadeia anterior, adutores,
psoas-ilíacos, músculos anteriores da perna, músculos profundos da nádega, fascia-lata.
Deitado de costas no chão, com as pernas dobradas e joelhos unidos, expire
profundamente, insistindo com a mão sobre a descida do alto do tórax.

Bascule a bacia para frente com a ajuda das mãos e dos abdominais.

Com a parte posterior do crânio apoiada no chão, alongue sua nuca manualmente.
Reposicione os braços em 45º, mantendo os cotovelos estendidos e as palmas das mãos
voltadas para cima. Desça os ombros procurando apoiá-los no chão.

Mantendo as plantas dos pés unidas, procure afastar seus joelhos o máximo que puder.
Lembre-se de não arquear a região lombar e nem relaxar a propulsão anterior da bacia.

Mantendo a posição anterior, estenda os joelhos progressivamente, sem voltar a fechar


as coxas. Atente para as pontas dos pés que deverão estar estendidas.

Mantendo sempre o contato da região lombar com o chão, estenda totalmente os


joelhos, mantendo as pernas afastadas e as pontas dos pés estendidas.
Observação importante: Todas as imagens presentes neste tópico, foram retiradas da
obra “O Stretching Global Ativo - A Reeducação Postural Global a Serviço do
Esporte”. 2ª ed., São Paulo: Editora Monole Ltda, 1996.

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