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BRINQUEDOS CANTADOS

1. APRESENTAÇÃO

Antes de entrar na discussão sobre os brinquedos cantados, vamos


realizar algumas reflexões sobre possíveis experiências adquiridas na nossa
infância. Provavelmente, podemos recordar das canções de ninar que ouvimos
nossos pais cantarem quando éramos crianças. É possível que lembremos
também, das brincadeiras de rodas, das parlendas1 como tantos outros
brinquedos cantados que praticamos na escola com nossos amigos e colegas,
ou mesmo com familiares na nossa própria casa.
Entre os variados exemplos de brinquedos cantados podemos destacar:
Ciranda-Cirandinha; Atirei o Pau no Gato, Roda Cutia; O sapo não lava o pé;
Marcha Soldado; Borboletinha; Escravos de Jô; Boi da cara preta. Além das
brincadeiras cantadas referenciando datas comemorativas como: Coelhinho da
Páscoa; Noite Feliz; Mãezinha do Céu, ou seja, são várias cantigas ou canções
que aprendemos na nossa infância.
Diante dessas recordações adquiridas, enfatizamos que essas vivências
fazem parte dos cancioneiros de diversos povos. São experiências passadas de
gerações para gerações conforme tradições adquiridas no seu meio, além das
novas descobertas culturais.
As autoras Brandão e Froeseler (1997), destacam que essas brincadeiras
foram trazidas ao Brasil pelos portugueses e africanos. Também sofreram
influencias dos povos indígenas que aqui viviam e seu vasto repertório. Outros
povos que foram chegando (franceses, holandeses, alemães, poloneses,
italianos e japoneses) também contribuíram com suas canções e variações de
brinquedos que encontraram nas regiões onde se estabeleceram. Entretanto, os
brinquedos cantados, de origens tão diversas, foram passando por variações e

1 As parlendas são brincadeiras registradas em várias partes do mundo. Em Portugal, as


parlendas são chamadas de “lenga-lengas”; em inglês se diz: “folk rhymes”, em francês: “rimes
populaires”; em alemão: “reimsprüchen”; em espanhol: “rimas populares” Exemplos: Uni Duni
Te, Salamê, Minguê... Um, dois, feijão com arroz (HEYLEN, 1987, p.13 citado por MORAES,
2012, p. 38). Pode ser definida também, como um conjunto de palavras de arrumação rítmica
em forma de verso que rima ou não. Ela distingue-se dos demais versos pela atividade que a
acompanha, seja jogo, brincadeira ou movimento corporal (HEYLEN, 1987, p.13 citado por
MORAES, 2012, p. 38).
transformações constantes e chegaram a uma forma que reconhecemos
atualmente.
Considerando que os brinquedos cantados estimulam a música e
expressões gestuais de forma rítmica e recreativa, podemos destacar que este
tipo de atividade pode ser aplicado como proposta pedagógica nas diferentes
fases da criança e adolescência.

2. BRINQUEDOS CANTADOS NA FASE DA INFÂNCIA

A Educação Infantil é uma das etapas em que as vivências das atividades


pedagógicas devem ser desenvolvidas de forma lúdica e com muito cuidado,
pois, além de ser um ciclo importante para a formação integral da criança, o
educador deve evitar pular etapas no processo de ensino e aprendizagem
desses alunos.
Antes de falarmos sobre os brinquedos cantados na educação infantil,
vamos primeiramente buscar compreender o termo lúdico. Para isso, nos
baseamos em Costa (2005, p. 45) “a palavra lúdica vem do latim ludus e significa
brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e a
palavra é relativa também à conduta daquele que joga, brinca e que se diverte”.
Diante desta afirmação entendemos que atividades lúdicas significam a
vivência prazerosa de atividades através dos jogos e brincadeiras, e por meio
deste prazer, a criança se favorece construindo um mundo de imaginação,
invenção ou criatividade.
Considerando que a ludicidade é fundamental para a formação da criança,
percebemos que os brinquedos cantados fornecem subsídios com questões
importantes como a fantasia, a imaginação e o faz de conta. Assim, junto com o
processo de formação da personalidade, constrói também sua identidade.
Ainda nessa perspectiva, os brinquedos cantados podem contribuir, a
partir de temas e ritmos diversificados, à criança ter contato com possibilidade
de movimentação corporal variada, com diversas situações gramaticais, dentre
outras possibilidades de aprendizagem. Inclusive o conhecimento das limitações
do seu próprio corpo através
2.1 BRINQUEDOS CANTADOS NA FASE DA ADOLESCÊNCIA E ADULTA

A prática dos brinquedos cantados nas fases da adolescência e adulta


também é comum, seja com o intuito recreativo ou pedagógico. Nesse sentido,
acreditamos ser pertinente apresentar uma ideia do conceito e algumas
características da recreação. “A palavra recreação provém do verbo latino
“recreare”, que significa recrear, reproduzir ou renovar”. A recreação pode, desta
forma, compreender as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras, que o
indivíduo busca para melhor ocupar o seu tempo livre (ARRUDA e MOURA,
2007, p.18).
Os autores (ARRUDA e MOURA, 2007, p.18) enfatizam também, algumas
características das atividades recreativas, das quais acreditamos ser relevantes
para nossa discussão acerca do tema. Portanto, a recreação deve:
 Ser desenvolvida de forma espontânea, sem esperar resultados ou
benefícios específicos. Para tanto a opção por sua prática deve ser livre,
atendendo os interesses de cada indivíduo;
 A uma prática das atividades recreativas deve levar as pessoas a “estados
psicológicos positivos”, se realizando em um clima e com uma atitude
predominantemente alegre e entusiasta;
 Deve ser um estímulo para a criatividade, um benefício para a formação
pessoal e para as relações sociais, dando lugar à liberação de tensões da
vida cotidiana, resgatando os valores essenciais para uma auto-realização.

Diante dessas características, nos chama atenção a indicação em que a


recreação pode proporcionar um clima predominantemente alegre e
descontraído, além de propiciar um clima favorável nas relações sociais entre
grupos de determinadas atividades. Mas, onde podemos vivenciar momentos de
recreação através dos brinquedos cantados?
Diante dessa reflexão, destacamos diversos eventos em que podemos
nos deparar com os brinquedos cantados, como: gincanas; encontros de jovens;
retiros espirituais; dinâmicas para entrevistas de emprego, dentre outros.
2.3 BRINQUEDOS CANTADOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO

O brincar pode ser compreendido como produção cultural predominante


imaginária, ligada a fantasia e dotada de significado. Seu valor torna-se muito
favorável no contexto escolar. Nesse sentido, o brincar através dos brinquedos
cantados permitem o reconhecimento prazeroso na educação infantil, como
também, os saberes culturais tradicionais transmitidos a cada geração.
Visando a importância dos brinquedos cantados como instrumento de
aprendizagem e desenvolvimento da criança, diversas escolas e professores
vem incluindo esse conteúdo em seu planejamento, principalmente na educação
infantil. Essa estratégia contribui para o desenvolvimento das habilidades
motoras, cognitivas e afetivas das crianças.
Isto é confirmado na pesquisa elaborada por Paiva, (2000, p.71):

Não faz muito tempo que os Brinquedos Cantados foram reconhecidos


como fator de educação. Primeiro, precisou-se evidenciar o valor
pedagógico do jogo e da música vocal em coro para se chegar depois,
a ver nos Brinquedos Cantados, poderoso elemento educativo.

A associação da música (letra) com o movimento, oportuniza a criança ao


conhecimento de seu próprio corpo, seja através da relação da música com os
membros corpo, como também dos gestos propostos e expressões corporais
propostas benéficas as habilidades motoras como: correr, pular, saltar, e
habilidades cognitiva como: raciocínio, memória, atenção.
Outro fator interessante que esse tipo de atividade oferece, vem ao
encontro da socialização ou integração entre os alunos. Os brinquedos cantados
incluem a todos os alunos as mesmas oportunidades de participação,
resgatando alunos tímidos ou introvertidos e propiciando melhorias dessas
características aos mesmos.
No momento em dar as mãos, cantar em conjunto e acompanhar o grupo
são situações que proporcionam uma vivência social sem nenhuma
diferenciação entre os alunos, tornando o brinquedo cantado em uma atividade
de grande valor educativo.
3 CLASSIFICAÇÃO DOS BRINQUEDOS CANTADOS

Como vimos anteriormente, ao pensar em atividades de brinquedos


cantados, podemos atingir inúmeros objetivos ligados a formação e
desenvolvimento integral da criança através de momentos de alegria,
descontração, etc. Por isso, acreditamos na relevância de direcionar essas
atividades de forma que proporcione aos participantes a ludicidade e o prazer.
Como podemos realizar esse tipo de atividade com diferentes faixas etárias ou
públicos, apresentamos algumas classificações dos brinquedos cantados,
baseando-se em Brandão e Froeseler (1997):

1) Brinquedos de rodas: “Ciranda cirandinha”, etc.


2) Brinquedos de grupos opostos: “O pobre e o rico”, etc.
3) Brinquedos de fileira: “Passarás, não passarás”, etc.
4) Brinquedos de marcha: “Marcha, soldado”, etc.
5) Brinquedos de palmas: “Pirolito que bate, bate”, etc.
6) Brinquedos de pegar: “Vamos passear no bosque”, etc.
7) Brinquedos de esconder: “Senhora D. Sancha”, etc.
8) Brinquedos de cabra-cega: “A gatinha parda”, etc.
9) Chamadas para brinquedo: “Ajunta povo, para brincar”, etc.
10) Cantigas de escolha de jogadores: “Um no ni é de pó politana”, etc.

De todas as classificações citadas anteriormente, destacamos os


brinquedos de rodas como um modelo bastante comum e atrativo,
principalmente para as crianças. A roda cantada se caracteriza pela formação
em círculo, “no qual as crianças geralmente se dão as mãos, deslocando-se para
uma ou outra direção, cantando, simultaneamente, uma música (a uníssona ou
dialogada) que pode conduzir a uma ação coreografada” (GARCIA e MARQUES,
2001, p. 13).
Diante deste modelo, encontramos nas autoras Brandão e Froeseler
(1997), subsídios para aplicar alguns critérios relacionados às expressões
gestuais ou à letra da música e ao movimento, levando em consideração:
1. Quanto ao conteúdo da letra:
a) Temas de vida social: “Ciranda, cirandinha”, etc.
b) Temas da natureza: “A pombinha voou”, etc.
c) Temas instrutivos: “As estações do ano”, “O bá-bé-bí-bó-bu”, etc.
d) Temas do romanceiro: “Terezinha de Jesus”, “O cravo brigou com a rosa”,
“Esta rua tem um bosque”, etc.

2. Quanto ao andamento
a) Rodas lentas: “Terezinha de Jesus”.
b) Rodas moderadas: “Escravos de Jô”, “Sambalelê”.
c) Rodas vivas: “Pirulito que bate, bate”.
d) Rodas alternantes: “O cravo brigou com a rosa”,

3. Quanto à execução musical:

a) Côro: “A canoa virou”, “Escravos de Jô”


b) Solo e côro: “Senhora viúva”, “Esta rua tem um bosque”
c) Forma mista (côro e parte falada ou declamada): “Ciranda, cirandinha”

4. Quanto à estrutura
a) Tipo aaa (em que todas as quadras são cantadas com a mesma melodia):
“A moda das tais anquinhas”, etc.
b) Tipo ab (que reúne duas melodias diferentes): “O cravo brigou com a
rosa”, etc.
c) Tipo abc (em que se sucedem três ou mais diferentes melodias): “Eu fui
ao Tororó”, etc.

5. Quanto à formação:
a) Roda simples: “Ainda não comprei”, etc.
b) Roda com um figurante no centro: “Ciranda”, etc.
c) Roda com dois ou mais figurantes no centro: “O cravo brigou com a rosa”,
etc.
d) Roda com um figurante fora: “A mão direita tem uma roseira”, etc.
e) Roda com figurante fora e dentro: “A linda rosa juvenil”, etc.
f) Roda assentada: “Escravos de Jô”, etc.
g) Rodas concêntricas: “Onde está a margarida”, etc.

6. Quanto à movimentação
a) Marcha simples: “Ai! – eu entrei na roda”, etc.
b) Marcha na ponta dos pés: “Eu sou a borboleta”, etc.
c) Saltitos: “Atirei um pau no gato”, etc.
d) Roda em cadeia ou serpentina: “Havia um novo navio”, etc.
e) Rodas que acentuam um determinado ritmo ou marcam os tempos fortes
da melodia: “Ciranda, cirandinha”, Pirulito que bate, bate”, “Palma, palma,
palma...”, etc.
f) Rodas imitativas: “Carneirinho, carneirão”, etc.
g) Misto de roda e dança: “Os quindô-le-lê...”, etc.
h) Rodas dramatizadas: “O cravo brigou com a rosa”, etc.

Podemos perceber as inúmeras possibilidades de atividades através das


rodas cantadas. Entre as diferentes formações e variações que as rodas e outros
formatos nos oferecem, essas brincadeiras possuem particularidades em
relação aos movimentos e linguagens sonoras (sons, melodias e ritmos), a
linguagem corporal (tipos de movimentos, posturas, gestos), e a linguagem
verbal (letra, poesia, fala).
Veja a seguir. Destacamos alguns exemplos de brinquedos cantados com
diferentes formatos, seja a partir da movimentação, da forma de execução ou
tema:

Arram sam sam Dança do chep-chep


Arram sam sam Fui pra nova iorque,
Arram sam sam Visitar a minha tia,
Guli, guli, guli, guli ram sam sam E ela me ensinou,
Arram sam sam A dança do chep-chep
Arram sam sam Dança do chep-chep (2x)
Guli, guli, guli, guli ram sam sam Chep-chep auê!
Auê, auê
Guli, guli, guli, guli ram sam sam
Auê, auê
Guli, guli, guli, guli ram sam sam
Escravos de jó Cabeça, ombro, joelho e pé
Escravos de jó Joelho e pé
jogavam caxangá Cabeça, ombro, joelho e pé
tira, põe, deixa ficar
guerreiros com guerreiros Joelho e pé
fazem zigue, zigue, zá
Olhos, ouvidos, boca e nariz
Cabeça, ombro, joelho e pé
Joelho e pé

Hum, ombro, joelho e pé


Joelho e pé
Hum, ombro, joelho e pé
Joelho e pé....

Ciranda cirandinha Sítio do Seu Lobato


Ciranda, cirandinha, Seu Lobato tinha um sitio
vamos todos cirandar, Ia-ia-ho
vamos dar a meia volta, E nesse sitio tinha um boizinho
volta e meia vamos dar. Ia-ia-ho
O anel que tu me deste, Era mu-mu-mu, pra cá
era vidro e se quebrou, Era mu-mu-um, prá lá
o amor que tu me tinhas, Era mu-mu-um, pra todo lado
era pouco e se acabou. Ia-ia-ho
Seu Lobato tinha um sitio
Ia-ia-ho
E nesse sitio tinha um galinha
Ia-ia-ho
Era có-có-có, pra cá
Era có-có-có pra lá
Era có-có-có, pra todo lado
Ia-ia-ho…

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as possiblidades pedagógicas ou recreativas que os


brinquedos cantados oferecerem aos professores, enquanto recurso didático,
vemos a necessidade de reconhecer neles as oportunidades de oferecer às
crianças, jovens, adultos ou idosos, condições de apropriar-se de
conhecimentos, valores, e outras experiências que estão intimamente ligadas a
questões de caráter social, afetivo, motor ou cognitivo.
Assim, presumimos que os brinquedos cantados, inseridos dentro de um
planejamento bem estruturado, auxiliará na ação pedagógica dos professores,
levando o aluno a experiências prazerosas durante seu processo de
aprendizagem.
Entendendo ainda, os brinquedos cantados como elementos de nossa
cultura – transmitido de gerarão em geração, acreditamos inclusive que sua
inclusão no planejamento dos professores pode favorecer a transmissão de
componentes de nossos costumes. Isto porque, há uma comunicação entre o
que é aprendido na escola, na vida cotidiana das crianças. O contrário também
é verdadeiro.

REFERÊNCIAS

ARRUDA, A.R. MOURA, T.A. Perfil da recreação escolar e sua importância


como ação educativa para alunos de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental.
UFRO, PORTO VELHO, RO 2007.

BRANDÃO, H. FROESELER, M.G.V. O livro dos jogos e brincadeiras: para


todas as idades. Belo Horizonte – MG. Editora Leitura, 1997.

MORAES, INGRID MERKLER. A Pedagogia do Brincar: Intercessões da


ludicidade e da psicomotricidade para o desenvolvimento infantil. Americana:
Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2012. 164 f.

PAIVA, I.M.R. Brinquedos Cantados. Dissertação de mestrado - UFSC.


Florianópolis/SC, 2001.

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