Anda di halaman 1dari 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA

CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO- CENFLE


TÓPICOS DE LITERATURA CEARENSE
PROFESSOR: VALDEMAR NETO TERCEIRO
ACADEMICA: MARIA SANAILA CAETANO PONTES

A PADARIA ESPIRITUAL

INTRODUÇÃO
A Padaria Espiritual era uma grupo literário que surgiu no Centro de Fortaleza,
em 1892, onde reuniam alguns escritores e artista sobre a liderança de Antônio
Sales para discutir assuntos de letras, que tinham como principal veículo de
divulgação o jornal “O Pão” que traziam a produção dos padeiros semanalmente.
Faziam parte desta agremiação 20 sócios.
A padaria esta divida em duas fases: a primeira de 1892 a 1894, tinha como
característica o humor e a irreverencia; e a segunda foi no período de 1894 a 1896;
que foi o momento de maior produção da associação do qual resultou diversos livros
e textos avulsos publicados.
Antônio Sales o criador da Padaria Espiritual buscava romper com a
inatividade literário em que encontrava-se o Ceará. Para isso necessitava criar algo
novo e original.
Ulysses e Sabino insistiram que formassemos um
grêmio literário para despertar o gosto das letras,
então em estado de lethargia, mas eu me oppunha.
Uma sociedade literária, como se havia fundado
tantas, com um caráter formal de academia-mirim,
burgueza, rhetorica e quase burocratica, era cousa
para qual eu sentia uma negação absoluta.
– Só si fosse uma cousa nova, original e mesmo um
tanto escandalosa, que sacudisse o nosso meio e
tivesse uma repercussão lá fora.
– Pois seja assim, diziam os outros. ( AZEVEDO
1996, p.54).

Percebe-se que Antônio Sales não queria formar uma sociedade literária igual
a tantas que existiam no Ceará, ele necessitava criar algo original que ganhasse
destaque nacional e até internacional, já que alguns Padeiros tentava comunicar-se
com escritores Portugueses.

II – A Padaria Espiritual se comporá de um Padeiro-


mór (presidente), de dois Forneiros (secretários), de
um Gaveta (thesoureiro), de um Guarda-livros na
accepção intrinseca da palavra (bibliothecario), de
um Investigador das Cousas e das Gentes, que se
chamará – Olho da Providencia, e demais
Amassadores (sócios). Todos os sócios terão a
denominação geral de Padeiros. ( AZEVEDO1996,
p.59)

Este artigo vai expor como se dava a organização da associação que mesmo
sendo livre tinha uma hierarquia para os seus participantes, e também vai justificar o
nome que ela tem, Padaria Espiritual, já que alguns de seus sócios eram chamados
de “Padeiros”.
CARACTERÍSTICAS DA PADARIA ESPIRITUAL

A padaria espiritual tinha como principio fornecer o “pão de espirito”, isso


mostra o quanto a arte possuía valor para eles, sendo considerada um alimento para
o espirito.
A padaria espiritual pregava uma valorização da língua nacional, tentando
assim preservar o idioma puro sem que houvesse qualquer interferência de idiomas
estrangeiro na nossa língua vernácula. Podemos perceber essa preocupação no
artigo XIV, que diz.

XIV – É prohibido o uso de palavras estranhas à


lingua vernácula, sendo, porem permittido o
emprego dos neologismos do Dr. Castro Lopes.
( AZEVEDO 1996, p.61).

Estes neologismos do Dr. Castro Lopes eram utilizados para substituir


algumas palavras que pertenciam a outros idiomas que estavam sendo utilizados em
nossa língua.

XXI – Será julgada indigna de publicidade qualquer


peça litteraria em que se fallar de animaes ou
plantas extranhas á Fauna e á Flora Brazileira, como
– cotovia, olmeiro, rouxinol, carvalho etc.( AZEVEDO
1996, P.62).

A valorização da cultura brasileira era algo que os "padeiros" consideravam


essencial para publicação de suas obras, sendo considerada indignas qualquer obra
que destaca-se a cultura estrangeira. Essa valorização da cultura nacional que a
padaria pregava só estaria em alta no Brasil 30 anos depois durante a Semana de
Arte Moderna. Essa preocupação com o nacional vai destacar uma atitude moderna
da Padaria Espiritual.
A padaria com o todo o caráter inovador que trazia, buscando romper termos
e temas na literatura, não deixava de enaltecer o nome de grandes personalidade da
literatura mundial. Podemos perceber esse respeito quando Sales cita o nome de
grandes autores no artigo XX,(Homero, Shakespeare, Dante, Hugo, Goethe,
Camões e José de Alencar).
XXVI – São considerados, desde já, inimigos
naturaes dos Padeiros – os padres, os alfaiates e a
policia. Nenhum Padeiro deve perder ocasião de
patentear seu desagrado a essa gente. (AZEVEDO
1996, p.62).

De acordo com esse artigo os padeiros eram claramente anticlericais, tinham


uma grande aversão aos padres. De acordo com Azevedo (2011) esse
comportamento era graça ao cientificismo que estava em alta na metade do século
XIX. O alfaiate vai representar a rejeição a exploração que determinadas classes
exerciam. Nava (1972, p. 92, grifo do autor) esclarece acerca do termo: “É evidente
que a palavra alfaiate aí está em sentido simbólico, como exemplo da extorsão, do
lucro e da exploração que é preciso combater”.
A polícia também era motivo de descontentamento para a padaria. Nava
(1972, p. 92), o qual declarou que “[...] polícia é que é polícia mesmo, símbolo
odioso de poder num país onde ouvi de seus poucos estadistas inteligentes, [...]
Francisco Campos, a frase estarrecedora de que “governar é prender’”, esse
pensamento possa justificar o desagrado em relação a polícia.
A padaria valorizava as questões nacionais principalmente as Cearenses e
isso já demostrava que era necessário realizar mudanças no cenário artístico
brasileiro, algo que só viria acontecer três décadas depois na Semana de Arte
Moderna.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A padaria espiritual considerada a mais original agremiação do Ceará,


conseguiu reunir os mais diversos estilos para compor seus sócios, uma associação
de “ rapazes de letras e artes”.
O processo de instalação da padaria já demostravam a preocupação com o
nacional e como deveria ser valorizada a cultura local, e principalmente a língua,
protegendo-a de palavras estrangeiras que estavam sendo usadas. Isso demonstra
o desejo de romper com o tom acadêmico e retórico que era bastante comum em
outras agremiações da época. Esse rompimento de padrões geraria a possibilidade
de inovação da arte no Ceará.

REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Sânzio de. A Padaria Espiritual e o Simbolismo no Ceará. 2.ed.
Fortaleza: Edições UFC, 1996.
NAVA, Pedro. Baú de ossos. 2.ed. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1972.

Anda mungkin juga menyukai