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RENNÓ, L. Teoria da Cultura Política: Vícios e Virtudes.

Revista de Informações
Bibliográficas em Ciências Sociais, n. 45, p. 71-92, 1998.

A preocupação com a cultura política está subentendida em muitos autores clássico da


ciência política. Maquiavel, Montesquieu, Rousseau, Tocqueville, platão e Aristóteles.
Mas só se torna um objeto relevante para a ciência política a partir dos anos 60. Isso se
deve a dois motivos: o primeiro é a desilusão em relação ao ideário iluminista motivado
pelas duas grandes guerras. O segundo, por sua vez, está relacionado com a difusão de
métodos de pesquisa e amostragem mais refinados a partir da segunda guerra mundial.
Este permitiu o aumento na confiabilidade de pesquisa por amostragem e permitiu a
investigação de grandes populações nacionais.

O estudo de cultura política surge como uma reposta a duas correntes dominantes do
pensamento social em sua época: o marxismo e a teoria da escolha racional. Ambos
tendem a atribuir a cultura como sendo uma variável secundária no entendimento dos
processos políticos.

Segundo Almond e Verba, o conceito de cultura política pode ser definido como sendo o
conjunto de orientações subjetivas, que podem ser crenças, valores e sentimentos de uma
determinada população.

A cultura é resultado do processo de socialização e das experiências vivenciadas pelo


indivíduo. A relação entre cultura e estrutura não acontece em um sentido causal único,
mas ambas se influenciam mutuamente.

O objeto de estudo da cultura política foram traçados na obra pioneira The Civic Culture,
que é a cultura e a mudança cultural das sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento.

Os primeiros trabalhos que se se utilizavam do termo cultura política analisavam o caráter


nacional se baseavam em impressão literárias ou generalistas. A partir do
desenvolvimento de técnicas de inferência estatística e amostragem que possibilitaram
pesquisas empíricas, estes estudos começam a cair em descrédito.
Nos anos 60 e 70 a abordagem culturalista passou a sofrer diversas críticas. No campo da
esquerda, denunciavam que os valores e crenças eram produtos da base estrutural, com a
preponderância da base material em detrimento dos valores e crenças. Nesta perspectiva,
a cultura política era produto da classe social, etnia ou seriam falsa consciência construída
pelos mecanismos capitalistas de socialização política. Já a crítica de direita à abordagem
culturalista vinha principalmente da escolha racional. Os atores políticos são indivíduos
racionais maximizadores de bem estar. A explicação do comportamento político se dava
por meio do cálculo racional, sendo a cultura dispendiosa neste processo.

A terceira fase da abordagem culturalista marca o renascimento da cultura política nos


anos 80. Tanto as críticas de esquerda e direita passaram a arrefecer e a perder força,
principalmente por conta de transformações internas dentro destas próprias correntes de
pensamento. Tanto o marxismo como a escolha racional passaram a incorporar diversos
conceitos que flexibilizaram as suas premissas e, como consequência, as críticas a
abordagem culturalista.

São elencados como influencias do culturalismo:


a) A sociologia weberiana – Weber atribui a crença e valores um papel central na
ação humana, como o ethos protestante e o espírito do capitalismo ou os tipos
ideais de dominação, como sendo formas de legitimação
b) A psicologia social que objetivava a análise do comportamento individual a partir
do contato com outros indivíduos ou grupos sociais
c) A psico-antropologia e os estudos de caráter nacional que atribuíam esta variável
como sendo produto da socialização vivenciada pelos indivíduos. Tais estudos
caíram em descrédito uma vez que a definição deste caráter nacional era produto
da interpretação subjetiva do pesquisador e muitas vezes eram considerados
racistas ou etnocêntricos. Diante disto, diversos pesquisadores passaram a
concordar com a necessidade de estudos com amostras representativas e
inferência estatística.
d) O modelo liberal de democracia como sendo base para as análises de compreensão
de como a democracia dava certo em determinado país e não em outro. Aqui a
abordagem culturalista apenas adotou o modelo vigente na teoria democrática sem
fazer um balanço crítico em relação as consequências desta escolha (vide carole
patman e sua crítica – nota minha)
A queda dos regimes comunistas e o florescimento de nacionalismos foram os
responsáveis pela retomada dos estudos de cultura política nos anos 80 e 90. Mas algum
problemas teóricos ainda precisam ser solucionados. Para Street (1993) os principais
questionamentos e críticas a esta abordagem aparecem em três momentos: após a
publicação de The civic culture, logo em seguida a publicação de The civ culture revised
e durante a publicação de estudos contemporâneos sobre cultura política.

Todas estas críticas se resumem a relação entre estrutura e cultura política. Para Almond
e Verba a cultura política “provê a o ambiente para a mudança ou continuidade de um
regime” (p. 5), logo a estrutura e a cultura política são apenas separadas em nível
analítico, objetivando desta forma verificar a sua congruência. A cultura política é a
ligação entre o âmbito micro e macro do funcionamento dos sistemas políticos. O
fenômeno da cultura é definido pelo comportamento individual tomado de forma
agregada. Mas the civic culture, segundo Street, não consegue descrever de forma clara
esta relação. Por se tratar de um estudo comparativo, discussões acerca da formação,
forma, e disseminação não entraram no escopo de análise de Almond e Verba.

The civic culture revised inclui perspectivas reformistas e de aceitação a algumas críticas
direcionadas ao culturalismo. A principal crítica é feita a partir da relação entre cultura e
estrutura, afirmando que a primeira era apenas reflexo da segunda. A crítica marxista
alega que não há preocupação com questões econômicas no culturalismo,
impossibilitando a real avaliação do interesse dos cidadãos. A resposta dos culturalistas
a estas críticas é que existe uma relação cruzada entre estrutura e cultura política. A
cultura política é causa e efeito da estrutura.
Outra crítica a abordagem culturalista está na incapacidade da mesma de identificar as
variáveis responsáveis pela formação da cultura política. Os adeptos desta corrente teórica
atribuem ao processo de socialização a responsabilidade pela incorporação de valores,
crenças e atitudes. Para Street (1993) esta resposta é insuficiente para equacionar o dilema
entre cultura política e estrutura.

Nos estudos contemporâneos sobre este tema, a definição de cultura política ganha
contornos mais amplos e passa a englobar muitos itens da política, conferindo a esta
variável o molde para a ação política, fazendo dela um componente integral do agir
político, é o meio segundo o qual se criam as preferências. A relação entre cultura política
e estrutura passa a não existir, uma vez que a primeira está inserida na segunda, afirmando
a inexistência de um elo direto entre ambas, uma vez que as avaliações de ordem política
não podem negligenciar a cultura. Desta forma tais estudos buscam explicar o elo de
ligação entre cultura política, estrutura e ação política por meio de estudos que analisam
a formação e sustentação de um cultura política. A ideia central é de que a cultura política
define os interesses políticos estruturais e é definida por estes também.

Relação entre cultura e estrutura.

A cultura é aprendida. Segundo Almond e Verba a cultura política e a estrutura são


mutuamente orientadas.

O determinismo cultural é incompatível com a premissa de que a cultura é mutável, uma


das características presente na definição de cultura política elaborada em The Civic
Culture.

Cultura política é melhor concebida como o deposito de sedimento históricos de varias


épocas e não apenas como um legado comum. É uma variável interveniente na
manutenção de um regime político, juntamente com a história, a estrutura social e etc...

Estudos sobre a cultura política de países comunistas demonstraram que, a despeito dos
esforços em moldar a cultura, alguns valores ainda persistiram, contestando o papel da
estrutura na definição da cultura. Outra questão são os estudos na Ásia que demonstram
que os países influenciados pelo islã e pelo hinduísmo são mais atrasados
economicamente quando comparados com outras matrizes culturais.

A cultura muda a partir de quatro fatores: 1) mudança na população. 2) mudança de


gerações, 3) mudanças do ciclo de vida e 4) alterações na estrutura política e econômica
do país.

Crítica ao modelo de democracia liberal. As diferenças socioeconômicas não produzem


subculturas e sim culturas divididas (Pateman).

Racionalidade cultural

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