Na página Resistência dos materiais I foi visto que a energia da deformação de uma barra, da
condição livre até a situação de equilíbrio com uma força F, é dada por
W = F2 L / (2 E S). Multiplicando dividendo e divisor por S, temos: W = (F/S) 2 L S / 2 E. Lembrando
que F/S é a tensão de deformação e L S, o volume da barra: W = 2 V / 2 E.
Na mesma página pode ser visto pela igualdade #III.4# que a relação entre tensão e deformação é
= E ou E = / . Substituindo na igualdade anterior, W = V / 2.
ur = W / V = p / 2 #I.1#.
Fig 1.1
Fig 1.2
Os gráficos da Figura 2.1 já foram dados na página Resistência dos materiais I. São curvas típicas
aproximadas de tensão x deformação de materiais dúcteis (a) e frágeis (b). A Figura 1.2 do tópico
anterior também mostra a diferença.
Os materiais frágeis não apresentam limite definido (e) para as regiões elástica e plástica. Assim,
para efeito de dimensionamento, usa-se a tensão de ruptura (r). Para os materiais dúcteis, usa-se
a tensão de escoamento e.
Coeficientes de segurança são usados para
prevenir incertezas quanto a propriedades dos
materiais, esforços aplicados, variações, etc.
Fig 2.1
Observações:
- cargas cíclicas devem ser dimensionadas pelo critério de fadiga (aqui não dado).
- se houver possibilidade de choques, o mínimo coeficiente deve ser 2 multiplicado por um fator de
choque (em geral, de 1,5 a 2,0).
- os dados da tabela são genéricos e muitas vezes subjetivos. Não devem ser usados em aplicações
críticas e/ou de elevada responsabilidade. Nestes casos, informações devem ser obtidas em
literatura ou fontes especializadas, normas técnicas, etc.
3-) Reservatório cilíndrico de parede fina (início da página)
Um reservatório cilíndrico de raio r e espessura t é considerado de parede fina se r/t 10. Nessa
condição, podemos supor que as tensões se distribuem de maneira uniforme ao longo da espessura
do cilindro.
Fig 3.1
2 1 S1 = 2 1 x t = p 2r x. Notar que a força devido à pressão é igual ao valor dela multiplicado
pela área frontal às extremidades das superfícies S1 (2r x) e não ao longo da circunferência.
Portanto, 1 = p r / t #III.1#.
2 2 r t = p r2.
Fig 3.2
Portanto 2 = p r / (2 t) #III.2#. Por esta e pela igualdade #III.1# podemos concluir que a tensão
determinante para dimensionamento é 1, ou seja, a tensão no sentido da circunferência do
cilindro. Outro aspecto importante: junções (soldadas ou de outros tipos) ao longo do eixo do
cilindro sofrem tensões iguais ao dobro das tensões em junções ao longo da circunferência.
Seja um reservatório esférico de raio r e espessura t de parede. A parede é considerada fina (r/t
10), de forma similar ao cilíndrico do tópico anterior.
Se o reservatório é preenchido com um fluido sob
pressão p (relativa a atmosférica), a simetria
sugere que as tensões são as mesmas em
quaisquer direções.
Além das tensões superficiais, reservatórios submetidos a pressões internas estão sujeitos a
tensões radiais, que variam do valor da pressão na superfície interna até zero na superfície externa.
Na suposição de paredes finas conforme tópicos anteriores, essas tensões são em geral de 5 a 10
vezes menores que as demais e podem ser desprezadas.
As fórmulas dos dois tópicos anteriores valem para reservatórios sob pressão interna. No caso de
reservatórios submetidos a pressões externas (para vácuo por exemplo), falhas podem ocorrer
antes da ruptura devido à deformação das superfícies.
As fórmulas dadas nos dois últimos tópicos são as mais simples para reservatórios cilíndricos e
esféricos. Existem várias outras considerações a tomar no projeto dos mesmos (coeficientes de
segurança, reforços em apoios e outros locais como tampas e saídas de tubos, temperatura,
corrosão, etc). Consultar normas técnicas e outras fontes sobre o assunto.
Elaborado
26/12/04 P018/1A -