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História da Cultura e das Artes I

Profª Marta Esteves

OS GÉNEROS POLIFÓNICOS DO SÉC.XII e XIII


CONDUCTUS

 Género que surge no sul de França por volta de 1150 e que irá desenvolver-se na Escola de Notre
Dame no início do séc.XIII.
 O conductus é um canto processional, cujo nome deriva da palavra conducere = conduzir, e que é
utilizado na entrada, saída e deslocações do sacerdote durante as cerimónias religiosas.
 Os textos são em latim e consistem em poemas métricos que falam de conteúdos sacros mas não
litúrgicos.
 A composição é sacra mas não litúrgica, feita a partir de uma melodia original a 2, 3 ou 4 vozes,
todas com o mesmo texto e em estilo discante.
 Estilo discante – estilo utilizado no conductus composto em nota-contra-nota, o que produz um
cântico com ritmo igual em todas as vozes, enquanto que a maioria dos outros cânticos
polifónicos da época se movimentam em ritmos diferentes nas diferentes vozes.
 É o primeiro género sacro a admitir melodias profanas e originais e pensa-se que teriam também
uma utilização não litúrgica uma vez que foram encontrados conductus cujas temáticas abordam
temas históricos, políticos ou de moral, muitas vezes de crítica aos abusos do clero.
 A autoria da maioria dos conductus é anónima.
 À medida que avança o séc.XIII, o organum duplum vai sendo abandonado a favor do estilo em
discante e, nesta evolução, as clausulas transformam-se em peças quase independentes,
acabando por dar origem a um outro género - o motete. Por essa razão, o conductus cai em
desuso a partir de 1250.

MOTETE

 Léonin e Pérotin fascinaram e influenciaram as gerações seguintes com as suas cláusulas de


discante, tendo composto centenas, muitas delas permutáveis, ou seja, com várias utilizações do
mesmo tenor.
 Quando as cláusulas se começaram a separar das peças em organum e a funcionarem como
peças independentes, as composições passaram a chamar-se Motetes, devido ao acrescento de
texto que era feito nas vozes agudas. À voz tropada com acrescento de palavras deu-se o nome
de motetus (mot = palavra).
 Assim, o tenor mantinha o texto original em latim e a voz aguda tropada tinha outro,
normalmente em francês. Se era acrescentada uma terceira voz (triplum), eram colocados textos
profanos diferentes nas duas vozes superiores, em francês, mantendo o original em latim, no
tenor.
 Durante o séc.XIII fizeram-se milhares de motetes, muitos deles reunidos nos principais
manuscritos:
o Codex Montpellier – 336 composições
o Codex Bamberg – 108 motetes a 3 vozes.
o Codex Las Huelgas – 141 composições.

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 Podemos encontrar vários tipos de motetes:

Duplum ou motetus em latim ou francês


o 2 vozes
Tenor em latim

Triplum em latim ou francês

o 3 vozes Duplum ou motetus em latim ou francês

Tenor em latim

Quadruplum em latim ou francês


Triplum em latim ou francês
o 4 vozes Duplum ou motetus e latim ou francês
Tenor em latim

 Havendo um texto diferente em cada voz, o processo de identificação da peça é feita através do
título que se compõe da primeira palavra do texto de cada voz, começando na mais aguda. Ex:
Pucelete - Je languis – Domino.
 Chegou-se a um momento em que havia uma total liberdade de escolha:
o Colocar novas letras em melodias antigas ou vice-versa.
o Usar a mesma melodia para vários textos sacros ou profanos.
o Usar o mesmo tenor em composições diferentes.
o Usar melodias profanas na voz do tenor.

 Segundo Grout e Palisca, “A letra utilizada nos motetes geralmente seguia o padrão estilístico das cantigas
dos trovadores com alterações, imagens e expressões estereotipadas, estrutura das estrofes muito
caprichadas e rimas extravagantes, porém com qualidade literária baixa. Alguns motetes não
apresentavam relação de texto entre as vozes agudas e o tenor gregoriano, que era usado somente como
um cantus firmus, o que fez com que muitos preferissem executá-lo com um instrumento. O motetus na
maioria das vezes era lamentoso e o triplum, alegre, com textos geralmente em francês, quase sempre de
canções de amor, principalmente nos motetes franceses. A combinação das vozes não constituía um
conjunto homogéneo, como a de um moderno trio ou quarteto; mesmo quando todas se faziam ouvir em
simultâneo, cada uma delas guardava uma certa independência, permanecendo mais justapostas do que
misturadas à maneira das figuras da pintura medieval, que coexistem na mesma superfície física, mas não
no mesmo espaço visual.”

 Como vimos, por volta de 1275 os tenores dos motetes passam a poder tirar-se de outras fontes
sem ser dos livros litúrgicos de Notre Dame, recorrendo-se a hinos, antífonas e, principalmente,
a canções profanas e inicia-se a substituição de uma voz por um instrumento.

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Motete Franconiano

 Implementado por Franco de Colónia, entre 1250 e 1280, este tipo de motete apresenta
características um pouco diferentes do motete comum. Até aqui, o motete apresentava todas as
vozes com um carácter semelhante mas, no caso do motete franconiano, passará a haver um
maior contraste entre as vozes mais agudas e o tenor. A voz superior (triplum) apresenta um
texto mais longo que o motetus (duplum) e uma melodia mais rápida com notas breves e frases
curtas, enquanto a voz do motetus (duplum) tem uma melodia mais ampla, ambas fazendo
contraste com o tenor que segue mais lento. Cada uma das vozes segue num modo rítmico
diferente.

 Franco de Colónia foi um teórico e compositor do séc.XIII, autor do tratado Ars Cantus
mensurabilis (Arte do Canto Medido) que contém vários exemplos musicais sobre os diferentes
géneros usados na época como o organum, o discante e o conductus, assim como a utilização
dos modos rítmicos e da notação rítmica por si criada – notação franconiana.
 Na notação franconiana cada nota passa a ter a sua duração e o seu valor rítmico representado
através do seu grafismo ou símbolo. Por essa razão, o motete franconiano usa a notação
franconiana que atribui tempo relativo a cada figura.

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Motete Petroniano

 Petrus de Cruce, também conhecido como Pierre de la Croix, seu nome de origem, foi um clérigo
francês, músico teórico e compositor da segunda metade do séc.XIII. Pouco se sabe sobre a sua
vida mas o seu período de atividade situa-se entre os anos de 1270 e 1300.
 A sua forma de motete, conhecida como Motete Petroniano, consiste num motete a 3 vozes em
que a voz mais grave, o tenor, é baseado num cantochão cantado em longas notas, a segunda
voz, o duplum, move-se em subdivisões das notas do tenor e a voz mais aguda, o triplum, move-
se em subdivisões muito rápidas do tempus, próximo da velocidade da fala.

Hoquetus

 Esta técnica de composição adquire o seu nome através da palavra Hocket, palavra francesa para
soluço. Consiste em fazer interrupções constantes motivadas por pausas nas vozes mais agudas
mas que são compensadas com notas nas outras vozes, criando a sensação de que o cantor
soluça enquanto canta.
 A técnica de hoquetus foi muito usada nos finais do séc. XIII e início do séc.XIV, tendo tornado as
peças muito virtuosísticas e expressivas.
 Inicialmente utilizado como uma técnica aplicada aos motetes ou aos conductus, no séc.XIV
passou a ser um género representativo do contratempo.

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1ª página do motete a 3 vozes S’on me regarde/ Prennés i garde/ Hé, mi enfant – Codex Montpellier

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