AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
Batatais
Claretiano
2017
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou
qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento
em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.
658.5 P398a
ISBN: 978-85-8377-534-8
CDD 658.5
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Automação Industrial
Versão: ago./2017
Formato: 15x21 cm Páginas:
200 páginas
CDD 658.151
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 13
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 19
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 20
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 20
Conteúdo
Introdução aos sistemas a eventos discretos. Aplicações para automação de
processos. Estruturas dos sistemas de controle: processos a eventos discretos,
controladores programáveis. Modelamento das tarefas de controle: descrição
do algoritmo de controle, diagramas de relés. Representação de sistemas a
eventos discretos por redes de Petri. Desenvolvimento do controle de siste-
mas a eventos discretos utilizando as redes de Petri. Metodologias de projeto
de sistemas de controle.
Bibliografia Básica
CASSANDRAS, C. G.; LAFORTUNE, S. Introduction to discrete event systems. Springer
Science and Business Media. New York: LLC, 2008.
______, C. G.; LAFORTUNE, S.; OLSDER, G. J. Introduction to the modelling, control
and optimization of discrete event systems. Trendes in control. Springer Verlag: 1995.
p. 217-292.
MIYAGI, P. E. Controle programável: fundamentos do controle de sistemas a eventos
discretos. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
Bibliografia Complementar
DECLERCK, P. Discrete event systems in dioid Algebra and Conventional Algebra.
Hoboken, Nova Jersey, EUA: John Wiley e Sons, 2013. p. 1-8.
RAMADGE, P. J. G.; WONHAM, W. M. The control of discrete event systems. Proceedings
of the IEEE, v. 77, n. 1, jan. 1989, p. 81-98.
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
8 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Automação Industrial, por meio
do qual você obterá as informações necessárias para o embasa-
mento teórico de sua futura profissão e para as atividades que
exercerá.
Incialmente, serão apresentados os conceitos fundamen-
tais de controle que podem ser aplicados a qualquer tipo de sis-
tema SVC (Sistemas de Variáveis Continuas) ou SED (Sistemas a
Eventos Discretos) e, no decorrer de nossos estudos, focaremos
nos aspetos mais relevantes aos sistemas de controle de SED.
É relevante destacar que, ao final de cada uma das unida-
des, serão apresentados exemplos de aplicação dos temas estu-
dados, exemplos esses desenvolvidos com o intuito de facilitar a
compreensão dos conceitos vistos nas unidades.
Agora, vamos entender um pouco melhor o que são os Sis-
temas a Eventos Discretos e como eles são controlados.
Com relação ao surgimento do controle de SED como téc-
nica, poderia afirmar-se que seu início ocorreu no ano de 1824,
quando Sturgeon desenvolve o primeiro eletroímã, o que permi-
te a Henry construir o relé eletromagnético, em 1836. Já toda a
fundamentação matemática do controle de SED nasce em 1854,
quando Boole propõe os enunciados da Álgebra de Boole.
Num sistema de produção industrial são inclusas diferen-
tes tecnologias que permitem sua automação; é essa a impor-
tância de sistemas como o SED e o SVC, os quais permitem a mo-
delagem matemática dos componentes utilizados nos processos
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 9
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
10 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 11
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
12 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Álgebra booleana: linguagem de programação de Con-
trolador Programável na qual as ações de controle são
representadas por meio de expressões booleanas.
2) Assincronismo: caraterística que define eventos que
podem ocorrer em qualquer momento e que não é
controlada por nenhum tipo de relógio de controle.
3) Bobina: é um circuito elétrico cuja função é a geração
de campos eletromagnéticos. Nos diagramas de Lad-
der, as bobinas representam variáveis lógicas e sua ati-
vação é feita quando ela é energizada ou não.
4) Ciclo de vida de um projeto: faz referência à cada uma
das etapas em que estão compostas a metodologia de
desenvolvimento, a implementação da operação e a
manutenção de um projeto de controle de SED.
5) Circuito de memorização ou latching: circuito encar-
regado de manter o estado da saída mesmo se as en-
tradas mudam.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 13
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
14 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 15
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
16 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 17
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
18 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 19
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOLTON, W. Programmable Logic Controllers. 4th. Elsevier Newnes: Oxford, 2006.
CASSANDRAS, C. G.; LAFORTUNE, S. Introduction to discrete event systems. Springer
Science and Business Media. LLC: New York, 2008.
______, C. G.; LAFORTUNE, S.; OLSDER, G. J. Introduction to the modelling, control and
optimization of discrete event systems. In: Trendes in control. Springer Verlag: 1995.
p. 217-292.
DECLERCK, P. Introduction: discrete event systems. Discrete event systems in dioid
Algebra and Conventional Algebra. London: Wiley Online Libray, p. 1-8.
MIYAGI, P. E. Controle programável: fundamentos do controle de sistemas a eventos
discretos. Edgard Blucher: São Paulo, 1996.
RAMADGE, P. J. G.; WONHAM, W. M. The control of discrete event systems. Proceedings
of the IEEE, vol. 77, n. 1, jan. 1989, p. 81-98.
5. E-REFERÊNCIAS
PAREDE, M. I. GOMES, L. E.; HORTA, E. Eletrônica Automação industrial. Disponível em:
<http://eletro.g12.br/arquivos/materiais/eletronica6.pdf>. Acesso em: 9 dez. 2015.
20 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS
DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS
DE CONTROLE
Objetivos
• Reconhecer o conceito de controle automático.
• Identificar os conceitos básicos de um sistema a eventos discretos
SED.
• Identificar os diferentes dispositivos utilizados em um sistema de con-
trole SED.
• Reconhecer as aplicações dos sistemas a eventos discretos na auto-
mação de processos.
Conteúdos
• Fundamentos de sistemas e controle.
• Controle de SVC.
• Controle de SED.
• Tipos de controle SED.
• Modelagem e características do sistema de controle.
• Exemplos de aplicação.
• Técnicas de processamento do controle.
21
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
22 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está
preparado?
Nesta unidade, estudaremos os conceitos básicos de con-
trole automático, revisando os conceitos de controle qualitativo
e quantitativo. Também, faremos a comparativa entre o controle
SVC (Sistema de Variáveis Contínuas) e SED (Sistema a Eventos
Discretos). Do mesmo modo, estudaremos os conceitos básicos
usados nos sistemas de controle SED e identificaremos como é a
estrutura básica desse tipo de controle.
Por fim, estudaremos os diferentes dispositivos usados nos
sistemas de controle SED e veremos como eles são classificados.
É importante observar como são construídos os conceitos, pois
eles serão fundamentais ao longo de nosso estudo.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 23
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Sistema
O primeiro conceito a ser trabalhado é o conceito de sis-
tema. Um sistema pode ser definido como a interação de dife-
rentes componentes destinados ao cumprimento de uma fun-
ção. É importante frisar que os sistemas não necessariamente
encontram-se relacionados com sistemas físicos, pois é possível
encontrar sistemas que se encarregam da modelagem dos com-
portamentos humanos ou da dinâmica populacional.
{u (t ),...., u
1 f (t )} t0 ≤ t ≤ t f Equação 1.1
{ y (t ),...., y
1 f (t )} t0 ≤ t ≤ t f Equação 1.2
24 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
y1 (t ) g=
1(u1 (t ),..., u f (t )),..., y f (t ) g f (u1 (t ) ,..., u f (t )) Equação 1.3
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 25
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
ENTRADAS SAÍDAS
SAIDAS
SISTEMA
R2
Vr 2 = V Equação 1.4
R2 + R1
26 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Caso A
Vamos supor que o propósito do sistema é ajustar a ten-
são de entrada V (variável de entrada) e regular a tensão Vr 2
(variável de saída). Então, nesse caso, o modelo do sistema será
o proposto na Figura 3. Observe:
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 27
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Modelo do
V
sistema
Caso B
Agora, vamos supor que o propósito é ter uma tensão de
entrada fixa e um valor de resistência R2 ajustável (variável de
entrada) e ajustar a queda de tensão na R2 denominada Vr 2 .
Neste caso, o modelo do sistema é representado pela Figura 4,
como:
Modelo do
R2
sistema
Caso C
O propósito, no caso C, é ter uma tensão de entrada e um
valor de resistência R2 ajustável (variáveis de entrada) e ajustar a
corrente i . Neste caso, o modelo do sistema será o proposto na
Figura 5. Observe:
28 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
V Modelo do
R2 sistema
Estado
O estado de um sistema num instante de tempo t provê
a informação necessária do comportamento do sistema nesse
instante de forma mensurável.
Segundo a definição dada por Miyagi (1996), o estado de
um sistema no momento t0 é a informação requerida no t0 , de
tal modo que a saída y (t ) , para todo t ≥ t0 , seja unicamente de-
terminada a partir dessa informação e de u (t ), t ≥ t0 .
Como as entradas e as saídas, os estados também são re-
presentados como um vetor. Os componentes desse vetor são
chamados de variáveis de estado.
Evento
Um evento não tem uma definição específica, mas, para
intuito de estudo, pode ser definido como uma ocorrência num
instante de tempo que produz a transição de um estado para
outro. Um evento pode ser uma ação específica tomada pelo
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 29
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
30 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 31
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Controlador
u(t) = γ(r(t), t)
Variáveis de
r(t) atuação
Objeto de
Regulador Atuador
controle
u(t)
Detector
Variáveis controladas
32 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Controladora
Comandos Variáveis de
Comandos de atuação
de tarfea Processador controle Objeto de
Atuador
de comandos controle
Estados
Detector
Variáveis controladas
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 33
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Dispositivo de Controle
Sistema de Controle
34 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Interruptores: dispositivos
que abrem ou fecham o
circuito de forma perma-
nente.
Comutadores: dispositivo
encarregado de trocar de
um circuito para outro.
Dispositivos de comando
Seletores: segundo a
posição selecionada, os
contatos mudam de um
circuito para outro.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 35
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Circuitos eletrônicos de
controle.
Dispositivos de realização
de controle
Contadores
Temporizadores
36 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Mecânicos
Ultrassônicos
Indutivos
Dispositivos de detecção
Capacitivos
Medição
Fotoelétricos
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 37
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
m
N t = ∏N i Equação 1.7
i =1
38 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Número de elementos
m
1 .... 1
Estados ....
N1
Nm
h { z ( k ) , v ( k )}
z ( k + 1) = Equação 1.8
w ( k ) = q { z ( k ) , v ( k )} Equação 1.9
Em que:
• v : sinais de entrada de atuação sobre os m elementos.
• z : vetor dos n estados nos m elementos.
• w : variável vetorial de saída.
• h {}
. : função matricial.
• g {}
. : função matricial.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 39
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
z(k+1) z(k)
h Delay q
v(k) w(k)
40 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 41
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
42 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Dispositivos de comando
uc ( k ) = f c {s ( k )} Equação 1.10
No qual:
• uc : saída do dispositivo de comando.
• f c : função vetorial.
• s : entrada do dispositivo de comando.
Ressaltamos que os dispositivos de comando são aquelas
ferramentas com as quais é possível inicializar ou deter o proces-
so de controle.
Dispositivo de atuação
v ( k ) = g a { ya ( k )} Equação 1.11
Em que:
• v : saída do dispositivo de atuação.
• g a : função vetorial.
• ya : entrada do dispositivo de atuação.
Os dispositivos de atuação, como vimos, são componentes
com a capacidade de produzir movimento como resultado de es-
tímulos elétricos ou mecânicos.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 43
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Dispositivos de detecção
ud ( k ) = f d {w ( k )} Equação 1.12
Em que:
• ud : saída do dispositivo de detecção.
• f d : função vetorial.
• w : entrada do dispositivo de detecção.
Recordamos que os dispositivos de detecção são os encar-
regados do sensoriamento do estado do objeto de controle e de
entrega da informação para realizar o regulamento.
Dispositivos de Monitoração
r ( k ) = g m { ym ( k )} Equação 1.13
No qual:
• r : saída do dispositivo de monitoração.
• g m : função vetorial.
• ym : entrada do dispositivo de monitoração.
De acordo com o que vimos, os dispositivos de monito-
ração encarregam-se de entregar informações ao operário ou
usuário do estado da tarefa de controle.
O diagrama de blocos que representa o dispositivo de con-
trole de SED é o apresentado na Figura 11. Vejamos:
44 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Dispositivo de controle
r(k) yM(k)
gM
u(k)
f Delay g yA(k)
v(k)
fC uC(k)
y(k)
gA
uD(k) w(k)
fD
r(k) yM(k)
gM
u(k)
f Delay g yA(k) v(k)
fC uC(k)
y(k)
gA
uD(k)
fD
Objeto de controle
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 45
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
H { z ( k ) , x ( k )}
z ( k + 1) = Equação 1.14
F { x ( k ) , z ( k ) , s ( k )}
x ( k + 1) = Equação 1.15
r ( k ) = G { x ( k )} Equação 1.16
Onde:
• H {}
. , F {}
. , G {}
. : funções vetoriais.
Exemplo de aplicação
Vamos trabalhar um exemplo de aplicação de um sistema
de controle de SED. Na Figura 13, é ilustrado um sistema de en-
vasamento de garrafas. O intuito do sistema é encher garrafas
até um volume limite estabelecido para o sistema. Observe:
46 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Válvula
uD1
Sensor1
M Motor1
Sensor2
uD2
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 47
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
48 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 49
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
, z2 P=
z1 I =
• Estado dois:= , z3 1,=z4 0
z1 M=
• Estado três:= , z2 P= , z3 0,=
z4 0
• Estado quatro:=z1 M= , z2 P=
, z3 0,=
z4 1
• Estado cinco:= , z2 NP=
z1 V= , z3 0,=
z4 0
Em que:
Para z1 :
• V : nível zero (Vazio).
• I : nível intermédio.
• M : nível máximo.
Para z2 :
• NP : não presença
• P : presença
Para z3 e z4 :
• 0 : desligado – fechado
• 1 : ligado – aberto
As variáveis de entrada do objeto de controle são:
• v1 : variável que representa o estado da válvula –(Aber-
to/Fechado) (0/1).
• m1 : variável que representa o estado do motor –Ligado/
Desligado) (1/0).
Os estados do fluxo de entrada e o transporte das garrafas
dependem dos estados do motor e da válvula. As equações de
estados para este sistema são definidas da seguinte forma:
50 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
z1 ( k + 1) =f1 { z1 ( k ) , z2 ( k ) , z3 ( k ) , z4 ( k )}
z2 ( k + 1) =f 2 { z2 ( k ) , z3 ( k ) , z4 ( k )}
z3 ( k + 1) =f3 { z3 ( k ) , m1 ( k )}
z4 ( k + 1) =f 4 { z4 ( k ) , v1 ( k )}
w1 ( k ) = q1 { z1 ( k )}
w2 ( k ) = q2 { z2 ( k )}
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 51
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
v1 ( k ) = g A1 { y A1 ( k )}
m1 ( k ) = g A 2 { y A 2 ( k )}
52 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
uD1 ( k ) = f D1 {w1 ( k )}
uD 2 ( k ) = f D 2 {w2 ( k )}
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 53
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
r ( k ) = g M { yM ( k )}
uC yM
u = uD1 y = y A1
uD 2 y A 2
x ( k + 1) =f { x ( k ) , u ( k )} Equação 1.17
y ( k ) = g { x ( k )} Equação 1.18
54 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 55
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Forma de onda
Para esta caraterística dos sinais de entrada e saída, cita-
mos os circuitos como amplificadores de onda, de alteração de
forma de onda e amplificador e repetidor de forma de onda.
Na Figura 14, é apresentado um exemplo de circuito de
controle, no qual o sinal de entrada se mantém igual depois de
ter passado pelo Circuito de Controle Básico (CCB). Observe:
CCB
Entrada Saída
56 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
CCB
Entrada Saída
CCB
Entrada Saída
Defasagem no tempo
Neste item são descritas as relações entre os sinais de en-
trada e os sinais de saída baseadas no tempo de transmissão. Para
isso, são usados circuitos como temporizadores e atrasadores.
Na Figura 17, ilustramos um exemplo de circuito de contro-
le, em que a saída é ativada após um tempo t1 do início do sinal
de entrada. Vejamos:
t1
CCB
Entrada Saída
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 57
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
t2
CCB
Entrada Saída
t1 t2
CCB
Entrada Saída
58 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
CCB N
Entrada
Saídas
Fonte: adaptado de Miyagi (1996).
Figura 20 Múltiplas saídas para uma entrada.
M CCB
Saída
Entradas
Fonte: adaptado de Miyagi (1996).
Figura 21 Circuito com múltiplas entradas e uma saída.
M CCB N
Entradas Saídas
Fonte: adaptado de Miyagi (1996).
Figura 22 Circuito com múltiplas entradas e múltiplas saídas.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 59
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
Polaridade
Para este aspecto, a saída tem o seu sinal invertido em re-
lação ao sinal de entrada. É conhecido como circuito inversor.
Na ilustração representada pela Figura 23, é possível per-
ceber que o sinal de saída está invertido em relação ao sinal de
entrada, ou seja, no estado alto da entrada, ele permanece em
baixo na saída, e vice-versa.
CCB
Entrada Saída
Combinações lógicas
No caso do controle de SED, as saídas de um sistema estão
determinadas por uma ou várias de suas entradas, independen-
temente da ordem. Os circuitos lógicos usados em controle de
SED são OR, AND e NOT. Para a combinação dos sinais, existem
propriedades e teoremas, resultado da aplicação destas proprie-
dades. Vejamos:
• Propriedade comutativa:
a +b= b + a
a ⋅b = b ⋅ a
60 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
• Propriedade associativa:
( a + b ) + c =a + ( b + c )
( a ⋅ b ) ⋅ c =a ⋅ ( b ⋅ c )
• Propriedade distributiva:
a ⋅ c + b ⋅ c= (a + b) ⋅ c
( a + c ) ⋅ (b + c ) = a ⋅ b + c
• Teorema de DeMorgan:
a + b + c = a ⋅b ⋅c
a ⋅b ⋅c = a + b + c
a⋅a =0
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 61
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e se-
lecione: Automação Industrial – Vídeos Complementares – Comple-
mentar 1.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
62 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 63
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
64 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar suas dúvidas.
1) Segundo a definição tratada neste texto, um evento é uma ocorrência
num instante que produz a mudança de um estado para outro. Existem
dois tipos deles:
a) Internos e externos.
b) Reais e simulados.
c) Discretos e contínuos.
d) Ligado e desligado.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 65
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
4) O exercício realizado por uma pessoa que faz uma caminhada aleatória
pode ser considerado um sistema:
a) Time-Driven – Contínuo.
b) Time-Driven – Discreto.
c) External Event-Driven – Contínuo.
d) External Event-Driven – Discreto.
66 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
a) Sensor 1 e Motor.
b) Sensor 1 – Sensor 2 e Lâmpada.
c) Botão de acionamento e lâmpada.
d) Controle e Motor.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) b.
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 67
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
3) b.
4) b.
5) b.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve
a oportunidade de estudar os principais conceitos utilizados nos
sistemas de controle de SED aplicados na automação industrial.
Além disso, foram apresentadas as técnicas de modelagem
matemática de cada um dos componentes do sistema de contro-
le e desenvolvidos exemplos para realizar uma contextualização
dos conceitos. Ao final, foi realizada uma introdução aos concei-
tos e operadores utilizados na álgebra de Boole, principal ferra-
menta matemática para a descrição desse tipo de sistema.
Na próxima unidade, você aprenderá a respeito das dife-
rentes linguagens usadas para a descrição dos sistemas de con-
trole SED.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSANDRAS, C. G.; LAFORTUNE, S. Introduction to discrete event systems. Springer
Science and Business Media. New York: LLC, 2008.
______, C. G.; LAFORTUNE, S.; OLSDER, G. J. Introduction to the modelling, control and
optimization of discrete event systems. In: Trendes in control. Springer Verlag: 1995.
p. 217-292.
DECLERCK, P. Introduction: discrete event systems. Discrete event systems in dioid
Algebra and Conventional Algebra. London: Wiley Online Libray, p. 1-8.
MIYAGI, P. E. Controle programável: fundamentos do controle de sistemas a eventos
discretos. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
68 © AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS E MODELAGEM DOS SISTEMAS DE
CONTROLE
© AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 69