Moisés
1450 – 1410 a.C.
Título
A palavra gênesis vem, via latim, do titulo grego do livro. No hebraico, o livro derivava seu nome da primeira
palavra, que significa “no principio”. A palavra gênesis significa “origem” e é, assim, um título apropriado para
um livro que revela as origens de toda a história humana.
Autoria
Gênesis é o primeiro livro de uma obra mais ampla, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento,
denominados Pentateuco, cuja autoria tem sido tradicionalmente atribuída a Moisés. Essa posição é apoiada
pelas seguintes considerações:
1- o próprio Pentateuco afirma a autoria mosaica (Ex 17:14; 24:4, 7; 34:27; Nm 33:1-2; Dt 31:9)
2- outros livros do Antigo Testamento testificam da autoria mosaica do Pentateuco (Js 1:7-8; $:32,34; 22:5; 1
Rs2:3; 2Rs 14:.§; 21:8; Ed 6:18; Dn 9:11-13; Ml4:4)
3- o Novo Testamento igualmente afirma a autoria mosaica (Mt 19:8; Mc 12:26; Jo 5:46-47; 7:19; Rm 10:5)
4- detalhes que somente uma testemunha ocular dos fatos saberia ou poderia incluir indicam que o autor
participou dos acontecimentos, não sendo um redator que tivesse vivido séculos depois (Ex 15:27; Nm 2: 1-31;
11:7-8)
5- as informações de que o autor dispunha sobre nomes, palavras, costumes e geografia egípcios seriam
extremamente difíceis de obter para um autor ou redator que tivesse vivido em Canaã, séculos depois da
época de Moisés (Gn 13:10; 16:1-3; 33:18; 41:43; cf. At 7:22)
A posição crítica sobre a autoria do Pentateuco passou por vários estágios. A princípio, Gênesis foi dividido em
dois documentos com base nos dois nomes diferentes empregados em relação a Deus, Elohim e Yaweh. Por
volta de 1875, Julius Wellhausen defendeu a tese de quatro documentos a partir dos quais o Pentateuco teria
sido compilado. Esses documentos seriam:
J, redigido por volta de 850 a.C. por um escritor desconhecido em Judá
E, redigido por volta de 750 a.C. por outro escritor desconhecido no reino do Norte, Israel
D, composto pelo sumo sacerdote ao tempo do reavivamento comandado pelo rei Josias, em 621 a.C.
P, composto no período que vai de Ezequiel a Esdras, de 600-450 a.C.
Descobertas arqueológicas, todavia, muitas delas posteriores à Primeira Guerra Mundial, têm demonstrado a
exatidão histórica do Pentateuco e trouxeram a lume costumes praticados no segundo milênio a.C. e
abandonados no primeiro milênio. Como poderia, portanto, um autor conhecer tais costumes (e.g., a porção
dobrada para o filho primogênito, a venda do direito de primogenitura, a validade de um testamento oral; cf.
Gn 48:17-20) a não ser que tivesse vivido no período histórico em que eles ocorreram?
Indubitavelmente, Moisés possuía registros escritos e teve acesso a tradições orais sobre a história primeva, os
quais usou sob a direção do Espírito Santo para escrever os acontecimentos anteriores à sua vida.
Naturalmente uma outra pessoa escreveu o registro de sua morte (Dt 34).
Conteúdo
Gênesis é a história real de vários indivíduos, fato que é destacado pelas dez divisões (em seguida ao prólogo,
1:1 - 2:3) que normalmente começam com a frase "Este é o livro da genealogia de" (6:9; 10:1; 11:10; 11:27;
25:12; 25: 19; 36: 1; 37:2; d. 2:4; 5: 1). Esta ênfase oferece uma unidade natural ao livro (cf. Lc 3:23-38).
Gênesis é m livro sobre as origens de muitas coisas: o mundo, o homem, o pecado, a civilização, as nações e
Israel. Gênesis também contêm temas teológicos importantes: a doutrina do Deus vivo e pessoal; a doutrina do
homem criado à imagem de Deus, e depois do homem sujeito ao pecado; a promessa inicial de um Redentor
(3:15); e as promessas da aliança feitas à nação de Israel (12:1-3; 15:18-21). Gênesis é um livro peculiar em
toda a literatura do Oriente Médio antigo e é básico para todos os demais livros da Bíblia.
Título
O título hebraico do livro é extraído do primeiro versículo, “estes são os nomes de”. O nome em português vem
do título adotado pela Septuaginta (uma tradução grega). O êxodo (saída) é o tema principal do livro (cf. 19:1).
Autoria
Desde o tempo de Josué o livro foi atribuído a Moisés (Js 8:31-35; cf. Êx 20:25), uma posição confirmada por
Jesus Cristo (cf. Mc 12:26). Evidências do próprio livro levam à conclusão de que seu autor era um homem
altamente instruído, residente no Egito por longo tempo e testemunha ocular do êxodo. Estava bem
familiarizado com a seqüência das colheitas no Baixo Egito (Êx 9:31-32); suas descrições se conformam
exatamente às situações hoje conhecidas (Êx 2:3,12) e ele inclui detalhes compatíveis apenas com o relato de
uma testemunha ocular (e.g., Êx 15:27).
A Data do Êxodo
Existem dois pontos de vista principais sobre a data em que ocorreu o êxodo: por volta de 1445-1440 a.C., no
reinado de Amenotepe II (1450-1425 a.C.), ou 1290 a.C., durante o reinado de Ramsés Il (1299-1232 a.C.). A
evidência bíblica em favor da data mais recuada inclui a afirmação encontrada em 1 Rs 6: 1 de que o êxodo
ocorrera 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão, colocando-o assim por volta de 1445 a.C. Além
disso, em Jz 11:26, Jefté (por volta de 1100 a.C.) declarou que Israel já dominara a Palestina por 300 anos, o
que colocaria o êxodo por volta de 1400 a.C.
Objeções à data mais recuada incluem:
1- O êxodo não poderia ter ocorrido antes de 1300 a.C. porque a cidade de Ramsés recebeu seu nome do
faraó reinante na época de sua construção, e Ramsés só começou a reinarem 1299 a.C. Todavia, se o êxodo
ocorreu por volta de 1290 a.C. e Moisés tinha 80 anos na ocasião, e se levarmos em conta que a cidade foi
construída antes do nascimento de Moisés, o êxodo não poderia ter se dado tão recentemente, pois
claramente não há tempo para os 80 anos de vida do grande líder entre 1299 e 1290 a.C.
2- afirma-se que a presença de forte oposição edomita a Israel (Nm 20:20-21) teria sido impossível antes de
1300 a.C. já que a área sul da Transjordânia esteve desocupada de 1900 a 1300 a.C. No entanto, escavações
naquela região têm trazido a lume objetos e artigos de cerâmica datados até de 1600 a.C.
3- alega-se que a cidade de Hazor não foi conquistada pelos israelitas até 1300 a.C. Todavia, as Escrituras
afirmam que a cidade foi destruí da duas vezes; primeiro nos dias de Josué (Js 11:10-11), e depois nos dias
e Débora e Baraque (Jz 4:2, 23-24). Além disso, há evidências, na área escavada no local da cidade, de uma
estruição por volta de 1400 a.C.
4- a destruição de Laquis (Js 10:32) e Debir (Js 10:38-39) é normalmente datada em torno de 12,30-1200 a.C., o
que exige a data mais recente para o êxodo. O livro de Josué, todavia, não alega que estas duas cidades
tenham sido destruídas por Josué, como ocorreu com Jericó. Além disso, uma vez que a estela do faraó
Merneptá indica que os hebreus estavam estabelecidos em Canaã quando as exércitos egípcios os atacaram
por volta de 1230 a.C., o êxodo precisaria ter ocorrido algum tempo antes de 1290 a.C.
Assim, não há evidência significativa para rejeitarmos a data mais recuada, particularmente à vista da evidência
escriturística.
Conteúdo
O tema do livro é a libertação do Egito, em cumprimento à promessa de Gn 15:13-14. O livro registra o
nascimento da nação de Israel, a outorga da Lei e a origem da adoração, ritual entre os israelitas. A revelação
de Deus é destaque em todo o livro.
Ele é Quem controla a história (Êx 1)
Ele Se revelou através de um novo nome (3: 14)
Ele é o soberano do relacionamento pactual (19:5)
Ele é o redentor fiel (6:6; 15:13)
Ele é o juiz de Seu povo (4:14; 20:5; 32:27-28) e de Seus inimigos (caps. 7-12)
Ele é o Deus transcendente (33:20) que, todavia, vive entre o Seu povo (29:45)
As passagens favoritas do livro incluem o nascimento e proteção de Moisés (cap. 2), a chamada de Moisés
(3:14; 5:1), a travessia do mar Vermelho (cap. 14), a narrativa do maná (cap. 16), os dez mandamentos (cap.
20), o tabernáculo (caps. 25-27) e o bezerro de ouro (cap. 32).
Título
O título português deste livro, derivado da tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) significa
"relativo aos levitas”. Embora o livro seja um manual para os sacerdotes (que eram da tribo de Levi), muitas de
suas leis dizem respeito a todos os israelitas. O título hebraico ("E chamou”, tradução da primeira palavra do
livro) enfatiza o tema da chamada divina à santidade (cf. 11:45).
Autoria
Cerca de 56 vezes no livro afirma-se que o SENHOR falou tais palavras a Moisés, que anotou-as pessoalmente,
ou as fez serem registradas (cf. 4: 1; 6: 1; 8: 1; 11: 1; 12: 1). Jesus Cristo também atestou a autoria mosaica do
livro (Mc 1:44; cf. Lv 13:49).
Contexto Histórico
O livro de Êxodo terminou com o levantamento do tabemáculo, construido segundo o padrão que Deus dera a
Moisés. Como iria Israel utilizar o tabemáculo? As instruções encontradas em Levítico são a resposta a essa
pergunta, e foram dadas a Moisés no intervalo de 50 dias entre a inauguração do tabernácu1o (Êx 40:17) e a
partida do povo do Sinal (Nm 10:11).
Conteúdo
O livro pode ser entendido de três maneiras complementares. É um livro sobre a santidade de Deus e de Suas
exigências para a comunhão com Ele. Assim, é também um livro que revela a pecaminosidade humana e pode
ser visto ainda como um livro sobre a expiação, a provisão de acesso a Deus para o homem pecador.
Título
Apropriadamente, o título hebraico do livro, extraído do primeiro versículo, significa "no deserto”, já que a
maior parte do livro registra a história dos israelitas em seus quarenta anos de peregrinação no deserto.
A Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, intitulou o livro “Arithmoi" (Números) devido à
proeminência dos números do recenseamento (caps. 1-3,26).
Contexto Histórico
O relato cobre o período entre a partida de Israel do Egito e sua chegada a Canaã. Exatamente um ano depois
de terem saído dó Egito, os israelitas foram reunidos junto ao monte Sinai para receberem instruções
referentes à Lei e ao tabernáculo (conforme registrado no livro de Levítico). Números continua a narrativa
histórica um mês depois do último capítulo de Êxodo (cf. Êx 40:2 e Nm 1:1). O livro cobre a sinuosa jornada de
39 anos do Sinai a Cades-Barnéia, passando por vários lugares no deserto e chegando, finalmente, às planícies
de Moabe, na margem oriental do Jordão, defronte de Jericó.
Tema
A principal lição de Números é que o povo de Deus deve andar pela fé, confiando em Suas promessas, para
poder avançar. Para destacar esta verdade, o livro relata a incredulidade do povo em geral (11: 1) e de Miriã e
Arão (12:1), a recusa de entrar na terra prometida quando chegaram a Cades-Barnéia (14:2), o pecado do
próprio Moisés (20: 12) e o culto idólatra (25:3). No entanto, a despeito de sucessivos fracassos, o Deus de
Israel, fiel à Sua aliança, sustentou milagrosamente o Seu povo durante todos os anos de peregrinação e
rebeldia, conduzindo-o finalmente à terra prometida.
O Novo Testamento usa vários acontecimentos do livro de Números para lembrar aos crentes a seriedade do
pecado (compare Jo 3:14 e Nm 21:9; 1 Co 10:5-11 e Nm 14:29-35, 16:41-50,20:1-13; 2 Pe 2:15-16, Ap 2: 14 e
Nm 22-24; Jd 11 e Nm 16, 27:3). Tais lições não devem ser esquecidas por nós.
Título
O título em português, Deuteronômio (derivado da Septuaginta), significa "segunda lei" e vem de uma tradução
errada de 17:18, onde se lê "uma cópia desta lei”: O título judaico (que significa "palavras") vem do primeiro
versículo e é típico dos inícios de antigos tratados de suserania (veja a nota sobre 19:3). Boa parte do material
de Deuteronômio segue o modelo de tais tratados, apresentando as responsabilidades de Israel como povo em
aliança com Deus. Estão incluídas as repetições de muitas leis contidas em Êxodo, Levítico e Números.
Contexto Histórico
O livro contém os discursos feitos por Moisés durante..,os últimos meses de sua vida, quando os israelitas
estavam acampados nas planícies de Moabe, antes de sua entrada na terra prometida. Israel se defrontava
com guerras, tentações e um novo estilo de vida, mais estabelecida - tudo sob a nova e ainda não provada
liderança de Josué. Os ouvintes de Moisés não haviam experimentado pessoalmente o livramento do Mar
Vermelho nem a doação da Lei no Sinai; era preciso relembrá-los do poder de Deus e das leis de Deus.
Autoria do Capítulo 34
O registro da morte de Moisés no capítulo 34 não poderia ter sido escrito por ele, mas esta verdade óbvia não
nega, de modo algum, a autoria mosaica do resto do livro. Era bem comum acrescentar um obituário à obra
final de grandes homens, e é impossível que alguém (mais provavelmente Josué) não tivesse feito tal adição ao
último escrito de Moisés.
Conteúdo
O livro pode ser visto como uma constituição para a teocracia de Israel uma vez que estivesse estabelecido na
terra. Sua estrutura equivale à do típico tratado de suserania da época:
1- preâmbulo, 1:1-5
2- prólogo histórico, 1:6 -4:49
3- provisões principais, 5:1-26: 19
4- maldições e bênçãos, 27: 1-30:20
5- disposições para a continuação da aliança, 31:3-33:29.
Jesus Cristo citou este livro ao responder ao Diabo (Mt4:1-11) e ao resumir a Lei (Mt 22:37). Dos 27 livros do
N.T., 17 citam Deuteronômio.
Algumas passagens especialmente importantes incluem: 5:6-21 (os dez mandamentos); 6:4-9 (o Shema, "Ouve,
ó Israel”; 13:1-5 (sobre falsos profetas); 18:9-15 (sobre falsos adivinhos); 29:1-30:20 (a aliança palestina).
I. Introdução, 1:1-5
II. Recapitulação da peregrinação de Israel: parte histórica, 1:6 / 4:43
Israel no Sinai, 1:6-18
Israel em Cades-Barnéia, 1:19-46
A jornada de Israel de Cades a Moabe, 2:1 / 3:29
A jornada até a Transjordânia, 2:1-23
A conquista da Transjordânia, 2:24 / 3:11
A divisão da Transjordânia, 3:12-29
Israel nas planícies de Moabe, 4:1-43
Uma chamada à obediência, 4:1-40
As cidades de refúgio, 4:41-43
III. Repetição da Lei de Israel: parte legal, 4:44-26:19
Mandamentos referentes a Deus, 4:44 / 12:32
Os dez mandamentos, 4:44 / 5:33
O mandamento do amor a Deus, 6:1-25
O mandamento de destruir os cananeus, 7:1-26
O mandamento de recordar os atos passados de Deus, 8:1 / 10:11
A chamada a assumir um compromisso, 10:12 / 11:32
O mandamento referente ao santuário central, 12:1-32
Mandamentos referentes a falsos Profetas, 13:1-18
Mandamentos referentes a comida, 14:1-21
Mandamentos referentes a dízimos, 14:22-29
Mandamentos referentes ao ano sabático, 15:1-23
Mandamentos referentes às festas religiosas, 16:1-17
Mandamentos referentes aos líderes, 16:18 / 18:22
Juízes, 16:18 / 17:13
Reis, 17:14-20
Levitas, 18:1-8
Adivinhos e feiticeiros, 18:9-14
Messias, 18:15-19
Profetas, 18:20-22
Mandamentos Referentes a Relações Humanas, 19:1 / 26:19
As cidades de refúgio, 19:1-13
Os marcos de propriedade, 19:14
Testemunhas, 19:15-21
Guerra, 20:1-20
Investigação sobre homícídio, 21:1-9
Casamento e vida familiar, 21:10 / 22:30
A congregação, 23:1-18
Proteção para os fracos, 23:19 / 25:19
As primícias, 26:1-19
IV. Ratificação da aliança de Israel, 27:1 / 30:20
Cerimônias preparatórias, 27:1-26
Promessa de bênçãos, 28:1-14
Promessa de maldições, 28:15-68
Provisões da aliança palestina, 29:1 / 30:20
V. Conclusão, 31:1-34:12
Encargos relativos a Moisés, 31:1-29
O cântico de Moisés, 31:30 / 32:47
O testamento de Moisés, 32:48 / 33:29
A morte de Moisés, 34:1-12
Josué
Josué
1400 - 1370 a.C.
Autoria
Basicamente o livro foi composto pelo próprio Josué. É claro que algumas partes - tais como 15: 13-17 (cf. Jz
1:9-13) e 4:29-31 - não poderiam ter sido escritas por ele. Tais passagens poderiam ter sido escritas por
Eleazar, o sumo sacerdote, ou por Finéias, seu filho. Josué, todavia, é especificado como o autor de 24:1-26, e
o autor do livro claramente foi testemunha ocular da maioria dos eventos registrados - veja, por exemplo, 5:1
(em alguns manuscritos há o pronome "nós" em lugar de “os filhos de Israel”) e 5:6 (nos aparece no original).
Também é evidente que o livro foi escrito pouco tempo depois de seus eventos terem acontecido (6:25).
Contexto Histórico
O livro descreve a conquista e a divisão da terra de Canaã, tendo como pano de fundo as características
corruptas e brutais da religião cananita, claramente retratadas nos tabletes de Ras Shamra. Prostituição de
ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram alguns dos males pelos quais Deus ordenou
aos israelitas a destruição completa dos habitantes de Canaã. Boa parte do declínio espiritual de Israel, anos
depois, se deveu ao fato de os cananeus não terem sido completamente exterminados. Como resultado, sua
religião foi tolerada e freqüentemente absorvida pelos israelitas.
Os acontecimentos de Josué começam onde terminam os de Deuteronômio. Quanto a uma análise da época da
conquista, consultar a Introdução ao Livro de Êxodo.
Josué, o Homem
Evidentemente nascido no Egito, Josué (cujo nome significa “Javé é salvação”, veja a nota sobre Nm 13: 16)
pode ter servido no exército de Faraó. Fato ou não, ele já estava militarmente qualificado para comandar as
forças israelitas contra os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16). Serviu como atendente pessoal de Moisés
durante o ano passado no monte Sinai (Ex 24: 13). Como representante da tribo de Efraim, percorreu a terra de
Canaã com os outros 11 espias e, com Calebe, se opôs ao relatório derrotista da maioria que não queria
conquistar a terra (Nm 14:6-9). Antes da morte de Moisés, Josué foi comissionado como seu sucessor (Nm 27:
18-23), e conduziu o povo na conquista de Canaã. Suas qualidades marcantes eram fé, coragem, obediência e
devoção à Lei de Deus.
Data
Pressupondo a data mais recuada para o êxodo do Egito (veja a Introdução ao Livro de Êxodo), a conquista de
Canaã sob liderança de Josué aconteceu por volta de 1400 a.C. A data mais recente para o êxodo situa a
conquista de Canaã por volta de 1240 a.C, uma data mais difícil de harmonizar com a insignificante presença
dos filisteus no livro de Josué (13:2-3), já que tinham grande poder na Palestina por volta de 1200 a.C.
Ênfases Principais
O livro enfatiza:
1- a fidelidade divina em conceder a Israel a terra de Canaã (cf. Gn 13:15)
2- a importância da Lei Escrita (Js 1:8; 8:32-35; 23:6-16; 24:26-27)
3- a santidade de Deus ao julgar os pecados dos cananeus (cf. Dt 7:1-6)
Contexto Histórico
Os acontecimentos deste livro cobrem o turbulento período da história de Israel que vai de 1380 a 1050 a.C.,
da conquista da Palestina ao começo da monarquia. Embora a terra tivesse sido conquistada e ocupada, de
modo geral, sob a liderança de Josué, muitos bolsões de resistência canaanita haviam sido deixados para que
as tribos os destruíssem individualmente. O Livro de Juízes descreve estas lutas, transcorridas quando os
israelitas tentavam completar sua ocupação da terra.
Os juízes eram líderes civis e militares que exerceram autoridade durante este período em que Israel era uma
confederação praticamente sem estrutura. Alguns dos juízes foram contemporâneos, já que não exerciam sua
autoridade sobre toda a terra.
Autoria e Data
Embora o autor do livro seja desconhecido, o Talmude sugere que foi Samuel, e é bem possível que ele tenha
escrito algumas partes do livro. Juízes foi escrito depois da morte de Sansão e depois da coroação do rei Saul,
mas antes da conquista de Jerusalém por Davi, por volta de 990 a.C. (veja 1:21; 17:6; 18: 1; 19:1; 21:25).
Propósito
Historicamente, o livro serve como elo entre a conquista da Palestina e a monarquia. Teologicamente, oferece
muitos exemplos do princípio de que a obediência à Lei trazia paz, ao passo que a desobediência significava
opressão e morte. Espiritualmente, a fidelidade de Deus em perdoar Seu povo arrependido é vista mesmo
neste período, quando "cada um fazia o que achava mais reto" (17:6; 21:25).
Autoria
O autor nos é desconhecido, embora alguns sugiram o nome de Samuel.
Data
Embora os acontecimentos do livro datem do período dos juízes (talvez a última parte do século XII a.C.), o livro
em si não foi escrito senão muitos anos depois. (Observe-se que o autor se sentiu obrigado a explicar costumes
já não praticados, 4:6-8.) Os últimos versícuIos do livro apresentam a descendência de Rute apenas até o rei
Davi, sugerindo fortemente que o livro foi escrito durante o seu reino. Se tivesse sido escrito mais tarde, seria
de se esperar que a genealogia se estendesse pelo menos até Salomão.
Contexto Histórico
O livro oferece um vislumbre das vidas de pessoas comuns, ainda que tementes a Deus, durante o turbulento
período dos juízes (veja a Introdução ao Livro de Juízes). O livro é um oásis de fidelidade numa era marcada
pela idolatria e infidelidade.
Temas
1- A própria Rute demonstra que os gentios podiam crer no verdadeiro Deus.
2- O livro fornece uma genealogia parcial de Davi, e mostra que havia sangue gentio na linhagem de Cristo,
Aquele que Se tornou o Salvador de toda a humanidade.
3- Boaz, como resgatador (veja a nota sobre 3:9), fornece-nos um belo tipo de Cristo, na medida em que:
A- era um parente de sangue (Rm 1:3; Hb 2:14)
B- tinha os recursos com que comprar a herança que fora perdida (1 Pe 1: 18-19)
C- estava disposto a resgatar (Hb 10:7)
4- O livro é um exemplo tocante da maravilhosa soberania de Deus exercida em Seu cuidado por Seu povo (cf.
Rt 2:12).
Autores
Embora os dois livros de Samuel recebam seu nome por ser ele a figura principal dos primeiros capítulos,
Samuel não poderia ter escrito mais do que uma parte de 1 Samuel, já que sua morte é registrada no capítulo
25. O fato de ter ele escrito um livro fica comprovado em 1 SamueI 10:25. 1 Crônicas 29:29 indica que Natã e
Gade também escreveram sobre os acontecimentos registrados em Samuel.
Contexto Histórico
Samuel emergiu como o último juiz do período dos juízes, que durou cerca de 350 anos. O livro cobre um
período de aproximadamente 115 anos, da infância de SamueI ao início do reinado de Davi. Surgindo no
cenário civil-religioso de Israel num dos períodos mais negros da história israelita, Samuel convocou o povo a
um reavivamento do verdadeiro culto a Javé (o Senhor; At 3:24). Ele foi também um estabelecedor de reis,
ungindo tanto a Saul quanto a Davi (10:1 e 16:13). Assim, o livro de 1 Samuel fornece um elo entre os juízes e a
monarquia.
Conteúdo
Primeiro Samuel focaliza três personagens principais: Samuel, Saul e Davi (2 Samuel focaliza exclusivamente
Davi). A principal lição do livro tem a ver com os efeitos do pecado e da santidade em relação ao povo e seus
líderes. Histórias bem conhecidas no livro incluem a de Davi e Golias (cap. 17), Davi e Jônatas (cap. 18), e Saul e
a feiticeira de En-Dor (cap. 28).
Conteúdo
Primeiro Samuel termina com a morte do primeiro rei de Israel, Saul. Segundo Samuel registra a história do
reinado de Davi, incluindo seu estabelecimento dos centros político e religioso da nação em Jerusalém, o início
da dinastia davídica, as grandes vitórias militares de Davi, seu vergonhoso pecado com Bate-Seba e seu erro ao
recensear o povo. 2 Samuel7:4-14 registra a importante (e ainda a ser totalmente cumprida) aliança feita por
Deus com Davi e seus descendentes.
Título
Compostos originalmente como um único livro, 1 e 2 Reis têm um título apropriado ao seu conteúdo, que
retrata a história dos reis de Israel e Judá, desde Salomão até o cativeiro babilônico. Primeiro Reis termina·
abruptamente no começa do reinado de Acazias em 853 a.C.
Autor
A tradição judaica atribui o livro ao profeta Jeremias. É bem evidente que o autor se valeu de fontes históricas
para a compilação do livro (11:4; 14:19-29), e o último capítulo de 2 Reis deve ter sido escrito por alguém que
viveu na 1Jabilônia e não no Egito, onde Jeremias passou seus últimos dias.
Propósito
O propósito do livro não é apenas registrar a história dos reis, mas demonstrar que o sucesso de qualquer rei (e
da nação como um todo) dependia da medida de sua fidelidade à lei de Deus. O fracasso resultou em declínio e
cativeiro.
Conteúdo
Passagens importantes em 1 Reis incluem a descrição da grande sabedoria de·Salomão (caps. 3 - 4), a
dedicação do templo construído por Salomão (cap. 8), a visita da rainha de Sabá (cap. 10) e o ministério de Elias
(particularmente sua confrontação com os profetas de Baal no monte Carmelo capo 18).
Conteúdo
Continuando onde 1 Reis terminara (com Acazias), 2 Reis descreve o declínio e cativeiro tanto de Israel quanto
de Judá. Israel suportou uma sucessão de maus reis durante 130 anos, até o cativeiro assírio. A história de Judá,
culminando com o cativeiro babilônico, é contada com poucos detalhes. O livro também registra o ministério
de Eliseu, marcado por milagres. Passagens bem conhecidas incluem a ressurreição do filho da sunamita (cap.
4), a cura de Naamã, o general siro leproso (cap. 5), a morte de Jezabel (cap. 9) e os reavivamentos nos
reinados de Ezequias (cap. 18) e Josias (cap. 23).
Durante este período, Amós e Oséias profetizaram em Israel, enquanto Obadias, Joel, lsaías, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias e Jeremias ministraram em Judá.
Título
Originalmente formava um só livro com 2 Crônicas (até 180 a.C.), cujo título hebraico significa "as palavras
(negócios) dos dias”, i.e., os anais de Israel, de Adão ao cativeiro babilônico e o decreto de Ciro permitindo aos
exilados judeus voltar à sua terra. Num certo sentido é "uma miniatura do Antigo Testamento'; registrando de
forma resumida o fluxo da história do Antigo Testamento.
Autoria
Embora não especificado por nome·no livro, Esdras tem sido tradicionalmente apontado como seu autor.
Inquestionavelmente, ele utilizou fontes escritas para escrever o livro, incluindo-se nestas os registros
proféticos de Samuel (1Cr 29:29), Isaías (2Cr 32:32) e outros (2Cr 9:29;-12:'15;-20:34; 33:19), mas em particular
uma fonte chamada "o livro dos reis de Judá e Israel” (2Cr 16:11; 25:26). Não se trata, todavia, do livro
canônico de 1 e 2 Reis, mas de um relato palaciano mais antigo.
Propósito
Esdras, que conduziu um grupo de exilados de volta à Palestina em 458 a.C., tinha a preocupação de
estabelecer um alicerce espiritual sólido para o povo. Para alcançar tal objetivo, ele evidentemente compilou o
livro de Crônicas para enfatizar a importância da pureza religiosa e racial, o lugar apropriado da Lei, do templo
e do sacerdócio. Assim, ele omite as atividades detalhadas dos reis e profetas, enfatizando a rica herança do
povo e a bênção de seu relacionamento pactual com Deus.
Conteúdo
Primeiro Crônicas é livro satura do de genealogias, com um foco especial no reinado de Davi. Porções
importantes incluem a declaração da grande aliança com Davi (17:11-14) e a magnífica oração de louvor
pronunciada por Davi (29:10-19).
Conteúdo
Começando onde 1 Crônicas parou, 2 Crônicas registra a história do reinado de Salomão (971-931 a.C.) e de
todos os reis de Judá, desde Roboão (93.1 a.C) até Zedequias (586 a.C.). Assim, o livro' cobre o mesmo período
contido em 1 e 2 Reis, embora 2 Crônicas focalize exclusivamente os reis de Judá, excluindo os reis de Israel. A
desobediência à Lei mosaica foi a razão do cativeiro babilônico. O livro termina com uma breve menção ao
decreto de Ciro, promulgado em 539 a.C., pelo qual os judeus receberam permissão de voltar à Judéia e
construir seu templo.
Passagens significativas incluem a oração de Salomão pedindo sabedoria (1:7-12), a dedicação do magníf~co
.templo por ele construído (caps. 5-7), a visita da rainha de Sabá (9: 1-12) e a predição da duração do cativeiro
(36:20-21). Versículos favoritos neste livro são 7:14 e 16:9.
Título e Autoria
O livro, intitulado com o nome de seu principal personagem, formava originalmente um só livro com Crônicas
e Neemías. Embora Esdras não seja citado no livro como seu autor, o mais provável é que ele o tenha escrito
usando vários documentos históricos (e.g., 4:7-16), genealogias (e.g., 2: 1-70) e memórias pessoais (e.g., 7:27-
9: 15) como fontes. Na Vulgata (Bíblia Latina), Esdras e Neemías são intitulados 1 e 2 Esdras, ao passo que o
livro apócrifo de 1 Esdras é denominado 3 Esdras na Vulgata.
Data
Embora alguns comentaristas datem o livro de 330 a.C., suas semelhanças lingüísticas com os papiros
aramaicos da comunidade judaica de Elefantina, no Egito, datados do quinto século a.C., apontam para uma
data mais recuada, durante a vida de Esdras (que viveu até o tempo de Neemías, Ne 8:1-9; 12:36). Esdras
provavelmente terminou o livro entre 456 a.C., (quando ocorreram os eventos de 10: 1744) e 444 a.C.,
quando Neemías chegou a Jerusalém.
Contexto Histórico
O livro registra o cumprimento da promessa divina de restaurar Israel à sua terra depois dos 70 anos de
cativeiro em Babilônia (Jr 25:11). Isto foi conseguido através da ajuda de três monarcas persas (Ciro, Dario e
Artaxerxes), bem como de Hderes judeus como Zorobabel, Josué, Ageu, Zacarias e Esdras. Ciro conquistou
Babilônia em 539 a.C. (em outubro) e, de acordo com sua política de estimular os povos subjugados a
retomarem às suas terras de origem, promulgou em 538 a.C. um decreto autorizando os judeus a fazerem o
mesmo (veja a Introdução a Zacarias). Cerca de 50.000 pessoas retomaram sob a liderança de Zorobabel,
lançando em pouco tempo os alicerces do templo, que, no entanto, só viria a ser concluído em 515 a.C., no
reinado de Dario. Esdras 1-6 descreve estes acontecimentos. Os capítulos 7-10 descrevem o retorno de Esdras
a Jerusalém, sob o favor do rei Artaxerxes, para ajudar a trazer um reavivamento espiritual ao seu povo.
Os reis persas envolvidos neste período (em relação a Esdras e a outras porções do Antigo Testamento) são os
seguintes:
O Homem Neemias
Como copeiro do rei Artaxerxes I, a posição de Neemias era de grande responsabilidade (comprovar que o
vinho bebido pelo rei jamais estivesse envenenado) e de muita influência (já que um servo que desfrutava de
tanta confiança freqüentemente se tomava um conselheiro bem íntimo). Ao ouvir que as muralhas de
Jerusalém ainda não haviam sido reconstruí das, e recebendo permissão do rei para ir a Jerusalém e corrigir a
situação, demonstrou qualidades ímpares de liderança e organização. Em 52 dias o trabalho de reconstrução
foi terminado. Como governador de Judá, Neemias demonstrou humildade, integridade, patriotismo, energia,
piedade e altruísmo. Depois de doze anos no cargo, ele retomou por pouco tempo à corte de Artaxerxes (1:1;
13:6) e de lá voltou a Judá, onde exortou seu povo ao arrependimento.
Tão vívido e franco é o relato que muito do material contido no livro provém do que deve ter sido o diário
pessoal de Neemias. Quanto à relação entre este livro e Estiras, veja a Introdução a Esdras.
Contexto Histórico
Consulte a Introdução a Estiras. Os papiros de Elefantina, descobertos em 1903, confirmam a historicidade do
livro de Neemias, mencionando Sambalá (2: 19) e Joanã (6: 18; 12:23). Estas fontes também nos indicam que
Neemias deixou de ser governador de Judá antes de 408 a.C.
Conteúdo
O livro completa a história da restauração do remanescente que voltara do exílio em Babilônia, restauração
esta começada sob a liderança de Estiras. Marca também o inicio das "setenta semanas" de Daniel (veja a nota
sobre Dn 9:25), e fornece o contexto histórico para a profecia de Malaquias.
Autoria
Embora seu nome nos seja desconhecido, o autor deste livro era evidentemente um judeu (o nacionalismo
judeu permeia o livro), pessoalmente familiarizado com o reino de Assuero e com o palácio em Susã. O livro
deve ter sido escrito pouco depois do final do reino de Assuero, já que a administração é nele mencionada
como algo passado (10:2-3).
Contexto Histórico
Os acontecimentos deste livro cobrem um período de 10 anos (483-473) do reinado de Xerxes I (486-465). A
forma hebraica de seu nome é Ahaswerosh, equivalente ao persa Khshayarsha e ao grego Xerxes. Os
acontecimentos transcorrem entre o sexto e o sétimo capítulos do livro de Esdras (veja a Introdução a Esdras
para obter informações históricas adicionais).
Tema Embora o nome de Deus não seja mencionado, Sua soberania e providência são evidentes em toda a
narrativa. A rejeição de Vasti, a posição de rainha obtida por Ester, a dívida de gratidão de Xerxes para com
Mordecai descoberta durante uma noite de insônia, e a maravilhosa libertação dos judeus, todos estes fatos
demonstram o controle de Deus e Seu cuidado para com o Seu povo (51121:4). O livro também explica a
origem da Festa de Purim (2 Macabeus 15:36), celebrada nos dias 13 e 14 de adar (fev - mar), quando os judeus
celebram sua libertação do plano destruidor de Hamã.
Exatidão Histórica
As objeções levantadas quanto à historicidade do livro de Ester incluem as seguintes:
1- a história secular não menciona nem Vasti nem Ester como rainhas durante o reinado de Xerxes. Contudo,
Heródoto, que freqüentemente omite personagens importantes (como Belsazar, Dn 5), relata que Xerxes
buscou consolo em seu harém depois de sua derrota perante os gregos em Salamina, o que ocorreu no mesmo
ano em que Ester foi feita rainha (Ester 2:16; Heródoto 7:7)
2- alega-se, com base em Ester 2:5-6, que o livro indica ter sido Xerxes sucessor imediato de Nabucodonosor,
já que a referida passagem parece aizer que Mordecaifora deportado por Nabucodonosor em 597 a.C. e ainda
vivia no reinado de Xerxes. Entretanto, o antecedente do pronome relativo que no versículo 6 não é Mordecai,
mas Quis, seu bisavô
3- a matança de 75.000 inimigos dos judeus em um só dia, sem intervenção aparente dos persas (Et 9:16-17),
tem recebido objeções. Todavia, embora incomum, tal feito não seria jamais impossível , devido à conhecida
indiferença persa para com a vida humana e à preparação e ao armamento prévio dos judeus (8:13)
Conteúdo
Indubitavelmente 4:14 é o versículo mais conhecido do livro, enfatizando o tema do controle divino sobre todos
os acontecimentos.
Autor
Embora saibamos que o título do livro se deriva de seu personagem principal e que Jó foi um personagem
histórico (Ez 14: 14, 20; Tg 5:11), não sabemos ao certo quem de fato escreveu o livro. As sugestões
incluem o próprio Jó, Eliú, Moíses e Salomão. .
Data
A data dos acontecimentos e a data de autoria do livro são dois assuntos diversos. Os fatos provavelmente
aconteceram numa sociedade patriarcal no segundo milênio a.C. por volta da época de Abraão. Vários fatores
apóiam esta posição:
1- Já viveu mais de 140 anos (42:16), um tempo de vida normal durante a era patriarcal
2- na época de Jó, a economia era semelhante à do período patriarcal, em que a riqueza era medida em termos
de cabeças de gado (1:3)
3- tal como Abraão, Isaque e Jacó, Jó agia como sacerdote de sua família (1:5)
4- a ausência de qualquer referência à nação de Israel e à lei mosaica sugere uma data pré-mosaica (antes de
1500 a.C.).
Três pontos de vista são os mais importantes com respeito à data de autoria:
1- na era patriarcal, logo depois dos acontecimentos narrados no livro
2- ao tempo de Salomão (950 a.C.)
3- na época do exílio ou depois, embora a menção de Jó por Ezequíel (Ez 14: 14) negue data tão recente.
O relato detalhado dos discursos de Jô e seus amigos parece argumentar a favor de uma data de autoria bem
próxima dos acontecimentos. Por outro lado, o livro partilha das características de outras obras da literatura
sapiencial (por exemplo, Salmos 88 e 89), escritas durante a era salomônica, e deve ser considerado um poema
dramático que descreve acontecimentos reais, apesar de não ser um relato literal.
Tema
O livro luta com a antiqüíssima pergunta: "Por que sofrem os justos, se Deus é um Deus de amor e
misericórdia?" Ensina claramente a soberania de Deus e a necessidade humana de reconhecê-Ia. Os três
amigos de Jó ofereceram essencialmente a mesma resposta: todo sofrimento se deve ao pecado. Eliú, todavia,
declarou que o sofrimento é freqüentemente o meio de purificar os justos. O propósito de Deus, portanto, era
eliminar da vida de Jó toda a autojustificação e Ievá-Io ao ponto de confiança plena e exclusiva nEle.
Conteúdo
O livro oferece vislumbres importantes sobre a atividade de Satanás (1:6 / 2:10). Os versículos mais conhecidos
do livro são 19:25-26.
Título
A variedade de cânticos, lamentos e louvores deste livro fez com que permanecesse anônimo no Antigo
Testamento. Os judeus referiam-se a ele como "O Livro dos Louvores”; enquanto que a Septuaginta o intitulou
"O Livro de Salmos" (de uma palavra grega que indica canções acompanhadas por instrumentos de corda). Este
livro era o hinário do povo judeu.
Autoria e Data
Os títulos dos vários salmos relacionam 73 deles a Davi, dois a 5alàmão, doze aos filhos de Coré (veja as notas
sobre Nm 16; veja ainda Nm 26:9-11), doze a Asafe (veja a nota em Ed 2:41), um a Hemã (1Rs 4:31), um a Etã
(1Cr 15:19), e um a Moisés. A maioria dos salmos foi escrita durante o tempo de Davi e 5alomão (10º século
a.C.).
Salmos Imprecatórios
Estes salmos (7, 35, 55, 58, 59, 69, 79, 109, 137 e 139), que invocam juízo ou maldições sobre os inimigos do
salmista têm deixado perplexos muitos comentaristas. Deve-se considerar, entretanto, que os propósitos
destas imprecações são:
1- demonstrar o justo e reto juizo de Deus contra os ímpios (58:11)
2- demonstrar a autoridade de Deus sobre os ímpios (59:13)
3- levar o ímpio a buscar o Senhor (83:16)
4- fazer com que os justos louvem a Deus (7:17)
Por isso, motivados por seu zelo para com Deus e sua repulsa para com o pecado, os salmistas clamam a Deus
para que puna o perverso e vindique a Sua justiça.
Conteúdo
Os Salmos são divididos em cinco livros, cada um dos quais termina com uma doxologia (1-41; 42-72; 73-89; 90-
106; 107-150). A nota inicial de cada salmo contém um resumo de seu conteúdo.
Expressões comuns
As seguintes expressões ocorrem freqüentem ente nos salmos:
Selá - Pode significar Pausa, Crescendo ou Interlúdio Musical.
Masquil - Possivelmente Salmo Contemplativo, Didático ou Judicioso.
Mictam - Possivelmente Poema Epigramático ou Salmo Expiatório.
Seol - O mundo inferior, mundo dos mortos.
Provérbios
Salomão e outros
950 - 700 a.C.
Autoria
Segundo 1 Reis 4:32, Salomão proferiu 3.000 provérbios e·1.005 cânticos. Ele escreveu a maior parte dos
provérbios coleta dos neste livro. A divisão que vai de 1:1 / 9:18 é atribuída a ele, bem como as divisões de
10:1-2 / 22: 16 e 25:1 / 29:27, embora os provérbios nesta última divisão tenham sido selecionados da coleção
de Salomão pelos escribas do rei Ezequias (25:1). Nada sabemos sobre Agur, autor do capítulo 30, ou de
Lemuel, autor do capítulo 31.
Características
O termo hebraico para “provérbio” significa comparação, e acabou por ser usado para qualquer tipo sapiencial
ou moralista (cf. Ez 18:2; SL 49:4). Muitos provérbios são parábolas condensadas. Os ditos reunidos neste livro
formam uma biblioteca de instrução sobre como viver uma vida piedosa na terra e como estar seguro de uma
recompensa na vida por vir. Assim, estes provérbios não são meros ditos populares, mas uma destilação da
sabedoria dos que conheciam a lei de Deus.
Em sua forma escrita, este tipo de literatura remonta a cerca de 2700 a.C., no Egito. A divisão de 22:17 a 24:34
é semelhante aos provérbios de um escritor egípcio, Amenemope, que aparentemente viveu antes de
Salomão.
Conteúdo
Embora o tema que permeia todo o livro seja a sabedoria para o viver, ensinos específicos incluem instruções
sobre a insensatez, o pecado, a bondade, a riqueza, a pobreza, a língua, o orgulho, a humildade, a justiça, a
vingança, a contenda, a gula, o amor, a cobiça, a preguiça, a amizade, a família, a vida e a morte. Quase todas
as facetas dos relacionamentos humanos são mencionadas, e os ensinos do livro são aplicáveis a todos os
homens em qualquer lugar.
I. Introdução, 1:1-7
O autor, 1:1
O propósito, 1:2-6
O tema, 1:7
II. Os preceitos da sabedoria, 1:8 / 9:18
Evitar más companhias, 1:8-19
Ouvir os conselhos da sabedoria, 1:20-33
Evitar a adúltera, 2:1-22
Confiar em Deus e honrá-Io, 3:1-12
Considerar o valor da sabedoria, 3:13-20
Ser bondoso e generoso para com outros; 3:21-35
Adquirir a sabedoria, 4:1-9
Evitar más companhias, 4:10-19
Vigiar a si mesmo, 4:20-27
Deixar de lado a lascívia, 5:1-23
Evitar ser fiador, 6:1-5
Fugir da preguiça, 6:6-19
Evitar o adultério, 6:20-35
Evitar a prostituição, 7:1-27
O contraste entre a sabedoria e a loucura 8:1 / 9:18
As qualidades da sabedoria, 8:1-21
A origem da sabedoria, 8:22-31
O homem de sabedoria, 8:32-36
A mulher-loucura, 9:1-18
III. Os provérbios de Salomão, 10:1 / 24:34
Provérbios que contrastam a vida piedosa e a vida perversa, 10:1 / 15:33
Provérbios que estimulam a vida piedosa, 16:1 / 22:16
Provérbios concernentes a Práticas Diversas, 22:17 / 23:35
Provérbios concernentes a vários tipos de pessoa, 24:1-34
IV. Os provérbios de SaIomão copiados pelos momens de Ezequias, 25:1 / 29:27
Provérbios concernentes aos relacionamentos interpessoais, 25:1 / 26:28
Com reis, 25:1-7
Com o próximo, 25:8-20
Com inimigos, 25:21-24
Consigo mesmo, 25:25 / 26:2
Com insensatos, 26:3-12
Com preguiçosos, 26:13-16
Com mexeriqueiros, 26:17-28
Provérbios concernentes a ações, 27:1 / 29:27
Em relação à vida, 27:1-27
Em relação à lei, 28:1-10
Em relação à riqueza, 28:11-28
Em relação à obstinação; 29:1-27
V. As palavras de Agur, 30:1-33
Palavras pessoais, 30:1-14
Provérbios numéricos, 30:15-33
VI. As palavras de Lemuel, 31:1-9
VII. A mulher virtuosa, 31:10-31
Eclesiastes
Salomão
935 a.C.
Título
O título hebraico é Qohelet; que significa “aquele que convoca uma assembléia e fala a ela”, ou um
“eclesiástico” ou “pregador”. O equivalente grego, ekklesiastes, também significa “pregador”, sendo também
derivado da palavra “assembléia”.
Autoria
Embora não especificado como Salomão, o autor se identifica como “o filho de Davi, rei de Jerusalém” (1:1). As
referências no livro à sabedoria sem paralelo do autor (1:16), à sua riqueza inigualável (2:7), às suas
oportunidades para o prazer (2:3), e vastos empreendimentos de construção (2:4-6) todas apontam para
Salomão, já que nenhum outro descendente de Davi satisfez tais condições. A tradição judaica afirma
explicitamente que Salomão foi o autor.
Seguindo a sugestão de Martinho Lutero, muitos abandonaram o ponto de vista tradicional da autoria
salomônica deste livro, julgando que tenha sido escrito depois do Exílio por um autor desconhecido que usou
Salomão como seu personagem central. Afirma-se que a evidência lingüística exige uma data pós-exílica, mas
as provas não são de maneira alguma conclusivas. Fragmentos de Eclesiastes encontrados em Qumran
eliminam qualquer possibilidade de autoria posterior a 150 a.C.
Mensagem
A mensagem do livro pode ser definida em termos de três proposições:
1- Quando se olha para a vida com seus ciclos aparentemente intermináveis (1:4ss.) e paradoxos inexplicáveis
(4:1; 7:15; 8:8), pode-se concluir que tudo é fútil, já que é impossível discernir qualquer propósito na ordem
dos acontecimentos
2- Apesar disso, a vida deve ser desfrutada ao máximo, com a compreensão de que é o dom de Deus (3:12-13;
3:22; 5:18-19; 8:15; 9:7-9)
3- O homem sábio viverá em obediência a Deus, reconhecendo que Ele, finalmente, julgará todos os homens
(3:16-17; 12:14)
Versículos freqüentemente citados incluem 1:2, 3:1, 4:12b, 11:1, 12:1 e 13.
Título e Autoria
Este livro tem sido intitulado de várias maneiras: o título hebraico, extraído do primeiro versículo, é “Cântico
dos Cânticos”, o que significa o mais excelente dos cânticos; o título em português é inexato pois sugere
pluralidade, enquanto o próprio texto em português sugere a unidade.
O versícu1 afirma que Salomão escreveu este poema (dentre os 1.005 cânticos que escreveu, 1Rs 4:32),
embora o hebraico possa também significar “O Cântico dos Cânticos, que é sobre Salomão”. O conteúdo do
livro concorda com tudo que sabemos da sabedoria e capacidades de Salomão, e não há razão suficientemente
forte para rejeitarmos sua autoria.
Interpretações
1- Alguns consideram o livro uma simples alegoria, i.e., personagens fictícios são empregados para ensinar a
verdade do amor de Deus por Seu povo. Tal visão não-histórica, todavia, é contrária a todos os princípios de
interpretação normal das Escrituras, e deve ser rejeitada.
2- Outros corretamente entendem que o livro é um registro histórico do romance de Salomão e uma mulher
sulamita. Os “instantâneos” no livro retratam as alegrias do amor no noivado e no casamento, contrapondo-se
aos extremos do asceticismo e da luxúria. O lugar apropriado do amor físico, exclusivamente dentro do
casamento, é claramente estabelecido e honrado. Dentro desse referencial histórico, alguns comentaristas
também vêem ilustrações do amor de Deus (e de Cristo) por Seu povo. Obviamente Salomão não oferece o
melhor exemplo de devoção conjugaI, já que teve muitas esposas e concubinas (140 a esta altura de sua vida,
6:8; muitas mais, depois, 1Rs 11:3). As experiências registradas neste livro podem refletir o único (ou
virtualmente o único) romance verdadeiro que ele teve.
Conteúdo
Um poema lírico em forma de diálogo, o livro descreve o amor de Salomão por uma jovem sulamita. O rei vem,
disfarçado, à vinha da família da jovem, ganha o seu coração e, por fim, faz dela a sua noiva.
I. Título, 1:1
II. O noivado, 1:2 / 3:5
A sulamita em monólogo, 1:2-4a
As filhas de Jerusalém falam ao Rei, 1:4b
A sulamita, 1:5-7
As filhas de Jerusalém, 1:8
Salomão fala à sulamita, 1:9-10
As filhas de Jerusalém falam à sulamita, 1:11
A sulamita em monólogo, 1:12-14
Salomão fala à sulamita, 1:15
A sulamita fala a Salomão, 1:16 - 2:1
Salomão fala à sulamita, 2:2
A sulamita fFala a Salomão, 2:3-6
Salomão fala às filhas de Jerusalém, 2:7
A sulamita em monólogo, 2:8-13
Salomão fala à sulamita, 2:14
Um coro, 2:15
A sulamita em monólogo, 2:16 / 3:5
III. O processional do casamento, 3:6-11
IV. A consumação do casamerito, 4:1 / 5:1
Salomão fala à Noiva, 4:1-15
A Noiva fala a Salomão, 4:16
Salomão fala a Noiva, 5:1a
Deus fala ao Casal, 5:1b .
V. A lua-de-mel termina, 5:2 / 6:13
A esposa fala às filhas de Jerusalém: Ela rejeita seu marido, 5:2-8
As filhas de Jerusalém falam à esposa: elas requerem Informação sobre seu marido, 5:9
A esposa fala às filhas de Jerusalém: ela recorda o grande valor de seu marido, 5:10-16
As Filhas de Jerusalém falam à esposa, 6:1
A esposa fala às filhas de Jerusalém, 6:2-3
O marido fala à esposa, 6:4-10
A esposa em monólogo, 6:11-12
As filhas de Jerusalém falam à esposa, 6:13a
O Rei fala às filhas de Jerusalém, 6:13b
VI. O casamento se aprofunda, 7:1 / 8:4
O marido fala à esposa, 7:1-9a
A esposa fala ao marido, 7:9b-10
A esposa fala ao marido (pela manhã), 7:11 / 8:3
A esposa fala às filhas de Jerusalém, 8:4
VII. A maturidade do amor, 8:5-14
A pergunta, 8:5a
A reminiscência de Salomão, 8:5b
A esposa fala a seu marido, 8:6-7
Os irmãos da sulamita, 8:8-9
A esposa fala a todos, 8:10-12
O marido fala a sua esposa, 8:13
A esposa fala a seu marido, 8:14
Isaías
Isaías
740 - 680 a.C.
O profeta
Nascido de família influente da classe alta, Isaías teve contato com a realeza e foi um conselheiro de assuntos
internacionais do reino de Judá. Embora comumente fosse alvo de zombaria, advertiu vigorosamente seu país
contra as alianças com nações vizinhas, exortando Judá a confiar no Senhor (7:4; 30: 1-17). Ele também atacou
os males sociais de sua época, não por ser um reformador social, mas por ver tais abusos como sintomas de
apostasia espiritual (1:3-9; 58:6-10). Depois de viver a maior parte de sua vida em Jerusalém, Isaías foi
martirizado (segundo a tradição judaica) durante o reinado de Manassés (696-642 a.C.), tendo sido serrado ao
meio dentro de um tronco oco (cf. Hb 11:37).
Sua época
Durante a segunda metade do século oitavo a.C., Judá parecia estar seguindo o exemplo de apostasia deixado
pelas dez tribos do reino de Israel (que viriam a ser capturadas pela Assíria em 722 a.C.). O rei Acaz
estupidamente buscou proteção com a Assíria contra o reino do Norte, muito embora Isaías lhe tivesse
afirmado que Israel em breve cairia nas mãos dos assírios (8:3-4). Ezequias, filho de Acaz e homem temente a
Deus, instituiu reformas espirituais, mas buscou a ajuda do Egito em questões de segurança nacional. O Egito
caiu diante dos exércitos de Senaqueribe, rei da Assíria, e foi somente por intervenção divina que Judá escapou
de igual destino (37:36-37). Durante o reinado de Manassés (696-642 a.C.), as práticas idólatras foram
reinstituidas, e Isaías advertiu para a inevitabilidade do cativeiro babilônico. Ele também garantiu
profeticamente a preservação do povo e a restauração nacional.
Composição
Muito debate tem surgido quanto à autoria dos capítulos 40 a 66. Alguns atribuem toda esta divisão do livro a
um “Deutero-Isaías”, que teria vivido por volta de 540 a.C (após o cativeiro babilônico). Outros sugerem que
um “Trito-Isaías” escreveu os capítulos 56-66. Ainda outros vêem inserções e editoração tão recentes quanto o
primeiro século a.C., uma posição difícil de sustentar-se à luz da descoberta do rolo de Isaías (contém todo o
livro) nas cavernas de Qumran, pois este foi datado no segundo século a.C.
Estas sugestões procuram eliminar o elemento sobrenatural necessário à profecia preditiva. Assim, o cativeiro
babilônico e o retorno promovido por um monarca persa (especificamente denominado Ciro) não são vistos
como fatos preditos com 150 anos de antecedência, mas como fatos históricos registrados depois de
acontecidos. Ainda que tal conclusão fosse admitida, não invalidaria a profecia preditiva. O nome do rei Josias
foi predito com três séculos de antecedência por um profeta anônimo (1 Rs 13:2), e Belém foi citada como o
lugar de nascimento do Messias sete séculos antes do evento (Mq 5:2). Além disso, há profecia preditiva nos
capítulos 1 a 39 de Isaías (veja 7:16; 8:4, 7; 37:33-35; 38:8 com respeito a profecias rapidamente cumpridas, e
9: 1-2 e 13: 17-20 com respeito a profecias de cumprimento mais demorado).
Se o chamado “Deutero-Isaías” viveu em Babilônia, como se alega, demonstra pouco conhecimento da
geografia mesopotâmica, mas grande famíliaridade com a Palestina (41: 19; 43: 14; 44: 14). Além disso, afirma-
se que as diferenças de estilo e linguagem só podem ser explicadas se postularmos autores diferentes, uma
teoria que, aplicada a Milton, Goethe, ou Shakespeare, exigiria a conclusão de que muitas de suas obras seriam
espúrias. Muito pelo contrário, podem-se apontar 40 ou 50 frases e sentenças que aparecem em ambas as
divisões do livro e, portanto, favorecem a autoria única (cf. 1:20 com 40:5 e 58: 14; 11:6-9 com 65:25; 35:6 com
41:18, etc.)
Propor dois ou mais autores para este livro é também contra ditar a evidência do Novo Testamento. Citações
dos capítulos 40-66 se acham em Mateus 3:3; 12:17-21; Lucas 3:4-6; Atos 8:28; Romanos 10:16, 20 e são todas
atribuídas a Isaías. Além disso, em João 12:38-41, citações de Isaías 6:9-10 e 53: 1 aparecem juntas e são ambas
atribuídas ao Isaías que viu o Senhor na visão do templo do capítulo 6. Devemos, portanto, concluir que o
mesmo autor foi responsável por todo o livro, e que nenhuma parte dele foi escrita durante ou depois do
cativeiro babilônico.
Conteúdo
Isaías é freqüentemente chamado “o profeta evangélico” por falar muito sobre a obra redentora do Messias.
Em suas páginas se encontra mais sobre a pessoa e obra de Cristo do que em qualquer outro livro do Antigo
Testamento. Conseqüentemente, há muitas passagens importantes e queridas no livro, algumas das quais são:
1:18; 2:4; 6:3, 8; 7:14; 9:6-7; 11:9; 26:3; 35:1; 40:3; 48:16; o capítulo 53; 55:1; 57:15; 59:1; 61:1-3.
Parte 1: Denúncia, 1:1 / 39:8
I. Denúncia contra Judá, 1:1 / 12:6
A condenação de Judá; 1:1 / 5:30
Título, 1: 1
A acusação de Deus, 1:2-23
A promessa divina de restauração depois de juízo, 1:24-31
A glória do reino futuro, 2:1-4 5
A purificação, 2:5 / 4:1
O reino milenar, 4:2-6
A parábola da vinha, 5:1-30
A comissão de Isaías, 6:1-13
A chegada do Messias, 7:1 / 12:6
O sinal de Emanuel, 7:1-25
O sinal de Rápido-Despojo-Presa-Segura, 8:1-22
O sinal do Messias, 9:1:7
Julgamento de Samaria, 9:8 / 10:4
Julgamento (da Assíria) e retorno (de Israel), 10:5-34
O reinado do rebento de Jessé, 11:1-16
Um hino de louvor, 12:1-6
II. Denúncia contra outras nações, 13:1 / 23:18
Contra Babilônia, 13:1 / 14:23
Contra a Assíria, 14;24-27
Contra a Filístia, 14:28-32
Contra Moabe, 15:1 / 16:14
Contra Damasco (Síria) e seu aliado Israel, 17:1-14
Contra a Etiópia, 18:1-7
Contra o Egltó, 19:1 / 20:6
Contra Babilônia, 21:1-10
Contra Edom, 21:11-12
Contra a Arábia, 21:13-17
Contra Jerusalém, 22:1-25
Contra Tiro, 23:1-18
III. A tribulação e o reino futuros (o apocalipse de Isaías); 24:1 / 27:13
Os julgamentos do período da tribulação, 24:1-23
Os triunfos da era do reino, 25:1-12
O louvor no reino, 26:1-21
Israel no reino, 27:1-13
IV. A denúncia contra Israel e Judá (ais e bençãos), 28:1 / 35:10
Ai contra Samaria, 28:1-29
Ai contra Judá, 29:1 / 31:9
Por sua hipocrisia, 29:1-24
Por sua aliança com o Egito, 30:1 / 31:9
O messias e seu reino, 32:1-20
A Assíria e sua destruição, 33:1-24
Armagedom e seus julgamentos, 3:1-17
O reino e suas bênçãos, 35:1-10
V. A denúncia contra Senaqueribe, 36:1 / 39:8
A provocação da Assíria, 36:1-22
A verdade de Deus, 37:1-7
Ameaça da Assíria, 37:8-35
O triunfo sobre a Assíria, 37:36-38
A doença de Ezequias, 38:1-22
A insensatez de Ezequias, 39:1-8
Parte 2: consolação, 40:1 / 66:24
I. A grandeza de Deus, 40:1 / 48:22
Ao libertar Judá do cativeiro, 40:1-11
Em relação à criação, 40:12-31
Em comparação com os ídolos, 41:1-29
Ao oferecer o seu servo, 42:1-25
Ao restaurar Israel, 43:1 / 44:28
Ao usar Ciro, 45:1-25
Ao julgar Babilônia, 46:1- 47:15
Ao libertar Judá de Babilônia, 48:1-22
II. A salvação do servo-messias, 49:1 / 57:21
O servo é comissionado, 49:1-26
O servo é contrastado com o Israel desobediente, 50:1-11
O remanescente é encorajado e exortado, 51:1 / 52:12
O sofrimento e triunfo do servo, 52:13 / 53:12
A salvação oferecida pelo servo, 54:1 / 57:21
O cântico da salvação, 54:1-17
O convite da salvação, 55:1-13
As bênçãos milenares estendidas aos gentios, 56:1-8
A repreensão para os que rejeitam a salvação, 56:9 / 57:21
III. O programa divino para a paz, 58: / 66:24
O contraste entre a verdadeira e a falsa adoração, 58:1-14
O tratamento para o pecado, 59:1-21
A descrição dos pecados de Israel, 59:1-8
A confissão dos pecados de Israel, 59:9-15
A eliminação dos pecados de Israel, 59:16-21
A glória de Israel no reino milenar, 60:1-22
O ministério de paz do messias durante os dois adventos, 61:1-11
A restauração de Israel, 62:1-12
Os pré-requisitos da benção, 63:1 / 65:16
O julgamento dos inimigos de Deus, 63:1-6
A confissão do povo de Deus, 63:7 / 64:12
Arrependimento de pecado, 65:1-16
As características do reino, 65:17-25
A repreensão da hipocrisia, 66:1-6
O renascimento de Israel, 66:7-9
O regozijo no futuro, 66:10-24
Jeremias
Jeremias
627 - 585 a.C.
O Profeta
Freqüentemente chamado ''<J profeta chorão" (9: 1; 13: 17) ou o "profeta solitário" (por ter recebido ordem de
não se casar, 16:2), Jeremias foi também o "profeta relutante" (1:6). No entanto, por mais de 40 anos ele
proclamou fielmente o julgamento divino contra o reino apóstata de Judá, suportando durante todo esse
tempo oposição, espancamentos e aprisionamento (11:18-23; 12:6; 18:18; 20:1-3; 26:1-24; 37:11 - 38:28).
Jeremias começou seu ministério (com cerca de 20 anos de idade) no reinado do bom rei Josias, com quem o
profeta mantinha relações cordiais. Depois da morte de Josias a oposição ao profeta ganhou ímpeto. Ele es-
capou por pouco à prisão, foi proibido de ir 'ao templo, e teve de comissionar Baruque, seu secretário, para
anunciar suas profecias. O rei Jeoaquim destruiu as profecias escritas Jeremias (que foram, depois, reescritas
pelo profeta, 36:22ss.). O rei Zedequias permitiu que nobres de tendências nacionalistas prendessem Jeremias,
e depois reduziu a pena. Quando as forças de Nabucodonosor conquistaram Jerusalém em 586 a.C., Jeremias
foi libertado e recebeu o direito de escolher entre ir para Babilônia ou permanecer em Jerusalém. Preferiu a
segunda opção, mas pouco depois foi raptado e levado para o Egito por alguns judeus que preferiram fugir a
enfrentar a ira de Nabucodonosor. No Egito, Jeremias profetizou ainda por alguns anos e ali, ao que tudo
indica, morreu.
Sensível e compassivo por natureza, recebeu de Deus a incumbência de proclamar uma severa mensagem de
julgamento. A oposição que sofreu foi cruel e opressora, a tal ponto que mais de uma vez ele quis abandonar
sua condição de profeta; continuou, entretanto, até o final da vida, a proclamar a Palavra de Deus.
Descobertas Arqueológicas
Várias descobertas arqueológicas importantes têm corroborado a historicidade do relato bíblico sobre os
últimos anos do reino de Judá:
1- A Crônica Babilônica oferece informações sobre as campanhas dos exércitos babilônicos de 626 a.c. em
diante, incluindo a captura de Jerusalém em 597 a.C.
2- As Cartas de Laquis descrevem a situação em Judá pouco antes do cerco final a Jerusalém por
Nabucodonosor em 586 a.C. Um selo com o nome de Gedalias foi encontrado neste local
3- Tabletes de barro encontrados junto à Porta de Istar, na antiga Babilônia, incluem o nome de “Yaukin
(Joaquim), rei da terra de Yahud (Judá)” como um dos que recebiam dos subsídios reais (cf. 2Rs 25:29-30).
Conteúdo
A disposição das profecias não é cronológica. O seguinte quadro visa situar alguns dos oráculos dentro de seu
contexto histórico, indicado pelo rei que governava Judá.
Advertências contra o pecado e promessas de juízo são proeminentes em todo o livro, mas igualmente o é a
mensagem de esperança e restauração. Profecias importantes incluem a maldição sobre Jeconias (Joaquim,
22:30), a predição sobre o Messias (23:5-6), a duração do cativeiro babilônico (25:11) e a revelação da nova
aliança (31:31-34). Rebeldia e rebelde são palavras-chaves no livro e há mais referências a “Babilônia” em
Jeremias (164) do que em todo o resto da Bíblia.
Título
O termo Lamentações vem do título grego, derivado de um verbo que significa “Chorar em voz alta” e descreve
com exatidão o conteúdo do livro, que consiste de cinco poemas melancólicos de lamentação pela completa
destruição de Jerusalém e do templo pelos caldeus.
Autoria
Embora o livro em si não nos forneça o nome de seu autor, o consenso da tradição judaica o atribui a Jeremias.
O cabeçalho do livro na Septuaginta (tradução do Antigo Testamento para o grego) e na Vulgata (bíblia latina)
traz esta frase: “Jeremias se assentou a chorar e compôs este lamento por Jerusalém”. Existem também muitas
similaridades entre Lamentações e Jeremias (a expressão “filha de” por exemplo, ocorre cerca de vinte vezes
em cada livro). Além disso, Jeremias é especificamente relacionado a este tipo de literatura em 2Cr 35:25.
.
Estrutura
O livro consiste de cinco poemas (cada capítulo, um poema), sendo os quatro primeiros sob a forma de
acrósticos (cada versículo começa com uma das letras do alfabeto hebraico - exceto no capítulo 3, onde cada
uma das 22 letras inicia três versículos). Estes quatro capítulos são, ainda, escritos com a chamada métrica
qinnâ, ou métrica manca, uma cadência utilizada em canções fúnebres, bastante apropriada para este lamento
pela destruição de Jerusalém.
Uso
Os judeus costumam ler publicamente este livro durante o nono dia do mês de ab (por volta de meados de
julho), relembrando as destruições de Jerusalém em 586 a.C. (quando Jerusalém foi destruí da pelos caldeus) e
em 70 A.D. (pelos romanos). Os católicos romanos utilizam o livro durante os três últimos dias da Semana
Santa. O assunto de que se ocupa o livro de fato relembra o peso que Jesus sentia em Seu coração por
Jerusalém (Mt 23:37-38). Os versículos mais conhecidos do livro são sem dúvida, 1:12a e 3:22-23.
O Profeta
Procedente de uma família sacerdotal (1:3), Ezequiel, cujo nome significa “Deus fortalece”, passou seus
primeiros anos em Jerusalém até ser levado como prisioneiro de guerra, juntamente com outros judeus, para
Babilônia em 597 a.C., por Nabucodonosor. Ali ele se instalou, em sua própria casa numa vila próxima de Nipur,
junto ao rio Quebar (o canal real construí do por Nabucodonosor), em Babilônia (3:15, 24). Profetizou durante
pelo menos 22 anos (1:2 e 29:17-21). Sua esposa morreu em 587 a. C. (24:16-18).
A Época
O ministério de Ezequiel aos judeus em Babilônia se deu ao tempo em que Jeremias profetizava aos judeus na
Palestina e na época em que Daniel iniciava seu ministério em Babilônia. Os eventos mais importantes desse
período se acham alistados na Introdução a Jeremias.
Conteúdo
Ezequiel encarregou-se de sempre relembrar os exilados sobre os pecados que haviam trazido sobre eles o
juízo divino, assegurando-os, entretanto, da bênção futura, que Deus traria ao povo, de acordo com a Sua
aliança. Os capítulos 1 a 24 foram escritos, antes da queda de Jerusalém, para relembrar aos seus
companheiros de cativeiro que o juízo de Deus contra a cidade e o templo certamente viria. Os capítulos 33 a
48 contêm profecias da futura restauração de Israel ainda por cumprir-se no reino milenar.
Passagens messiânicas importantes do livro são 17:22-24; 21:26-27 e 34:23-24. A destruição de Cogue é
descrita nos capítulos 38-39 e o templo e a adoração no Milênio são descritos nos capítulos 40-48. Passagens
bem conhecidas incluem 1:4-28; 3:16-21; p:17-20; 14:14; 28:11-19; 36:24-28 e 37:1-28.
O Profeta
Daniel, cujo nome significa “Deus é meu juiz”, foi um estadista na corte de reis pagãos. Levado cativo para a
Babilônia quando jovem, na primeira deportação ordenada por Nabucodonosor, em 605 a.C., passou lá o
restante de sua longa vida como oficial do governo e como profeta do Deus verdadeiro. Ele reivindica a autoria
deste livro e Jesus Cristo identificou-o como profeta (Mt 24: 15; Mc 13: 14). Por não ter ocupado o cargo ou
desempenhado formalmente a função de profeta entre os israelitas, seu livro encontra-se na terceira divisão
da Bíblia Hebraica, os “Escritos”, em vez de na segunda, os Profetas. Durante toda a sua vida Daniel jamais
abriu mão de seu compromisso e fidelidade para com Deus.
Data
O primeiro ataque contra a posição tradicional, que data a composição do livro no sexto século a.C., partiu de
Porfírio (A.D. 232-303), um ardoroso opositor do cristianismo, que afirmou ter sido o livro escrito por um judeu
desconhecido, contemporâneo de Antíoco Epifânio (175-163 a.C.). Este ponto de vista foi amplamente
promovido por eruditos dos séculos XVIII e XIX pelas seguintes razões: alegavam eles que Daniel não poderia
ter feito tais predições, já que elas se cumpriram tão exatamente que só poderiam ter sido escritas depois de
terem acontecido. Palavras persas e gregas usadas no livro, alegavam tais criticas, seriam desconhecidas de um
judeu que tivesse vivido no sexto século a.C. Afirmavam ainda que o aramaico usado em 2:4 - 7:28 pertence a
uma época posterior a Daniel. Alegavam ainda inexatidões históricas. Em resposta a tais argumentos podemos
afirmar que a profecia preditiva não é apenas possível a um verdadeiro profeta de Deus; ela é esperada dele!
Além disso, por ter vivido até o período do império persa, não seria estranho que um estadista como Daniel
conhecesse a língua persa. A presença de palavras gregas é facilmente explicada, já que cem anos antes de
Daniel, mercenários gregos serviam nos exércitos assírios de Esaradom (683 a.C.) e nos exércitos babilônicos de
Nabucodonosor. Descobertas recentes, de documentos aramaicos datados do quinto século a.C., demonstram
que DanieI foi escrito em aramaico imperial, um dialeto oficial conhecido em todas as partes do Oriente Médio
naquela época. Supostas inexatidões históricas têm desaparecido com rapidez, em vista das informações
oferecidas pela Crônica de Nabonido quanto à identidade de Belsazar (5:1) e uma evidência que identifica
Daria, o medo, com um governador chamado Gubaru (5:31).
Além de tudo isso, como justificar o uso tão escasso de palavras gregas se o livro tivesse sido escrito por volta
de 170 a.C., depois de um governo de língua grega ter dominado a Palestina por 160 anos? Era de se esperar a
presença de muitos termos gregos. Também deve-se observar que os documentos de Qumran (os manuscritos
do mar Morto), datados umas poucas décadas depois da data alegada pelos críticos para o livro de Daniel,
mostram diferenças gramaticais que indicam terem sido escritos séculos, e não décadas, depois de Daniel.
Além disso, os rolos de Daniel encontrados em Qumran são cópias, indicando que o original fora escrito antes
do período dos Macabeus.
A Época
Em 605 a.C. Nabucodonosor levou Daniel e outros como cativos para Babilônia (veja a Introdução a Jeremias).
Por causa dos acontecimentos registrados no capítulo 2 do livro, Daniel recebeu um lugar de destaque e
responsabilidade no reino de Nabucodonosor, Depois da morte do rei, Daniel aparentemente perdeu seu lugar
de prestígio, mas foi chamado de volta à corte para interpretar o escrito que aparecera na parede durante a
festa promovida por Belsazar (5:13). Daniel foi nomeado um dos três presidentes durante a administração de
Dario (6:2) e viveu até o terceiro ano de Ciro (536 a.C.). Seu ministério foi o de testificam, por sua vida pessoal
e por suas profecias, do poder de Deus. Embora no exílio, o povo de Israel não fora abandonado por Deus, e
Daniel revelou muitos detalhes do plano divino para o futuro do povo. Daniel também descreveu o curso da
história dos poderes gentílicos desde seus dias até a segunda vinda de Cristo.
Conteúdo
Profecias importantes do livro incluem: o curso histórico dos impérios gentílicos (o futuro de Babilônia, Pérsia,
Grécia e Roma, caps. 2 e 7), detalhes concernentes ao Império Medo-Persa e à Grécia (cap. 8), mais detalhes
sobre a Grécia (cap. 11), a profecia das setenta semanas de anos (9:24-27), e as atividades do anticristo (11:36-
45). Entre as doutrinas mencionadas no livro estão: separação pessoal (1:8; 3: 12; 6: 10; 9:2-3; 10:2-3); anjos
(8:16; 9:21; 10:13, 20-21; 11:1); ressurreição (12:2); anticristo (7:24-25; 9:27; 11:36). Narrativas favoritas
incluem a de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (cap. 3) e a da cova dos leões (cap. 6).
I. A dedicação de Daniel, 1:1-21
A situação de Daniel, 1:1-7
A dedicação de Daniel, 1:8-16
A ascensão de Daniel, 1:17-21
II. O sonho de Nabucodonosor: a grande imagem, 2:1-49
O sonho é recebido por Nabucodonosor, 2:1-6
O sonho é revelado a Daniel, 2:7-23
O sonho é descrito e interpretado a Nabucodonosor, 2:24-45
A promoção de Daniel, 2:46-49
III. A fornalha ardente: uma lição de fé, 3:1-30
A prova da Fé, 3:1-12
A demonstração da Fé, 3:13-18
A vindicação da Fé, 3:19-30
IV. A Visão de Nabucodonosor: A Grande Árvore, 4:1-37
A visão descrita por Nabucodonosor, 4:1-18
A visão interpretada por Daniel, 4:19-27
A visão cumprida por Deus, 4:28-37
V. A Festa de Belsazar, 5:1-31
A contribuição de Belsazar para a festa: Sensualidade sem limites, 5:1-4
A contribuição de Deus para a festa: o escrito na parede, 5:5-6
A contribuição de Daniel para a festa: o anúncio da calamidade, 5:7-29
A contribuição de Dario para a festa: a destruição de Babilônia, 5:30-31
VI. Daniel na cova dos leões, 6:1-28
A posição de Daniel, 6:1-3
A trama contra Daniel, 6:4-9
A oração de Daniel, 6:10-11
O processo contra Daniel, 6:12-17
A proteção a Danie!, 6:18-28
VII. A visão dos quatro animais e do ancião de dias, 7:1-28
Dados históricos, 7:1-3
A visão e a interpretação, 7:4-28
VIII. A visão do carneiro, do bode e do chifre pequeno, 8:1-27
A visão, 8:1-14
A interpretação, 8:15-27
O carneiro, 8:15-20
O bode, 8:21-22
O chifre pequeno, 8:23-25
O efeito sobre Daniel, 8:26-27
IX. A profecia das setenta semanas de anos, 9:1-27
Dados históricos, 9:1-2
A oração de Daniel, 9:3-19
A profecia, 9:20-27
X. O panorama profético de Daniel, 10:1 – 12:13
A visão de Daniel, 10:1-9
O fortalecimento de Daniel, 10:10 - 11:1
Profecias concernentes às nações, 11:2-45
Pérsia, 11:2
Grécia, 11:3-4
Egito e Síria, 11:5-20
O reinado de Antíoco Epifânio, 11:21-35
O reinado do anticristo,11:36-45
Profecias concernentes a Israel, 12:1-13
Oséias
Oséias
710 a.C.
O Casamento de Oséias
O tema do livro é o leal amor de Deus por Israel a despeito de sua contínua infidelidade, tema este que é
vividamente retratado pela experiência conjugal de Oséias que, após casar-se com Gômer, descobriu que ela
era infiel. Embora viesse a separação, o amor de Oséias (como o amor de Deus por Seu povo) persistiu e,
finalmente, aconteceu a reconciliação.
Três teorias têm sido apresentadas sobre o casamento de Oséias:
1- Trata-se de simples alegoria; o livro não contém qualquer registro de um casamento real
2- Oséias casou-se com uma mulher que já era uma prostituta, talvez uma prostituta cultual
3- Gômer prostituiu-se depois do casamento. Embora a experiência trágica de Oséias ilustre o amor de Deus
por Seu povo extraviado, não há bases legítimas para rejeitar a historicidade do casamento. É difícil,
entretanto, determinar qual opinião entre (2) e (3) é a correta.
Conteúdo
Os capítulos 1-3 retratam a vida doméstica do profeta, enquanto os demais capítulos registram excertos de
suas mensagens, apresentadas no decurso dos quase cinqüenta anos de sua carreira profética. Nesta última
divisão do livro, três temas predominam: os pecados do povo, a certeza do juízo divino, e a confirmação do
amor leal de Deus.
O Dia do Senhor
O Dia do Senhor, tema principal desta profecia, envolve uma intervenção especial de Deus nos acontecimentos
da história humana.Três facetas do Dia do Senhor são perceptíveis:
1- a histórica, ou seja, a intervenção de Deus na história passada de Israel (Sf 1:14-18; Jl 1:15) e das nações
pagãs (Is 13:6; Jr 46:10; Ez 30:3)
2- a ilustrativa, em que um incidente histórico representa um cumprimento parcial do Dia do Senhor
escatológico. (Jl 2:1-11; Is 13:6-13)
3- a escatológica, este dia “escatológico” inclui o período da grande tribulação (Is 2:12-19; 4:1), a segunda vinda
de Cristo (Jl 2:30-32) e o milênio (Is 4:2; 12; 19:23-25; Jr 30:7-9).
O Profeta
Amós era morador de Tecoa (uma vila que ficava 16 quilômetros ao sul de Jerusalém) e viajou para o norte, até
Betel, pregando assim no que era, virtualmente, solo estrangeiro. Embora fosse um leigo, não um profeta
profissional, recebera uma chamada direta de Deus para sua obra (7:15). Por ocupação ele era um criador de
ovelhas, talvez um pastor importante, com pastores assalariados. A mesma palavra hebraica é usada para
descrever a atividade de Mesa (2Rs 3:4). A pregação de Amós em Betel, centro de idolatria e residência do rei
de então, Jeroboão II, provocou tamanha oposição que ele retornou a Judá, onde colocou em forma escrita a
sua mensagem. Esse registro demonstra que ele era um homem de negócios, não um pastor rústico e
ignorante.
A Época
Uzias rei de Judá (791-740 a.C.), governava sobre uma nação próspera, mas estava sob a influência de
Jeroboão II rei de Israel (793-753 a.C.), cujo reinado foi, exteriormente, o znite do poderio israelita, ao passo
que, internamente, foi um período de idolatria e corrupção (cf. 2Rs 14:24-25). Além disso, caracterizaram
aquela época prosperidade material e os males sociais (2:6-8; 3:10; 4:1; 5:10-12; 8:4-6).
O Tema
Atacando tanto os males sociais de seu povo quanto seu culto paganizado, Amós lançou um apelo urgente ao
arrependimento como o único meio de escape do juízo iminente. A posição privilegiada de Israel, declarou ele,
deveria ter sido um incentivo a uma vida justa, e jamais uma permissão para o pecado. Alguns versículos
favoritos e importantes do livro se encontram em 3:2; 3:3; 5:24; 9:11.
Tema
Edom já está julgado e seu castigo é certo, devido ao seu orgulho demonstrado no regozijo pela tragédia que se
abateu sobre Jerusalém.
Os Edomitas
Descendentes de Esaú, irmão gêmeo de Jacó, os edomitas viviam em constante conflito com Israel, os
descendentes de Jacó. Rejeitaram a solicitação de Moisés para que Israel passasse por sua terra (Nm 20:14-20),
opuseram-se ao rei Saul (1Sm 14:47), combateram contra Davi (1Rs 11:14-17), foram contra Salomão (1Rs
11:14-45) e Josafá (2Cr 20:22) e se rebelaram contra Jeorão (2Cr 21:8). Do século treze ao século sexto a.C.
estabeleceram-se no Monte Seir, uma região montanhosa ao sul do Mar Morto, da qual Sela (Petra) era a
capital. Tão escarpado é o terreno que o vale em que se localiza Petra só pode ser atingiso por um desfiladeiro
estreito guardado por paredes rochosas muito íngremes de 65-85 metros de altura (veja Ob 3-4). Durante o
quinto século a.C. os nabateus desalojaram os edomitas de seu território, fazendo-os retirar-se para Iduméia,
ao sul da palestina. Herodes, o Grande, era um edomita.
Data
A questão da data depende da batalha contra Jerusalém com a qual os edomitas estiveram associados (VV. 11-
14). Houve quatro invasões significativas de Jerusalém no tempo do A.T.:
1- por Sisaque, rei do Egito, durante o reinado de Roboão, em 926 a.C. (1Rs 14:25-26)
2- pelos filisteus e árabes, durante o reinado de Jeorão, entre 848-841 a.C. (2Cr 21:16-17)
3- pelo rei Joás de Israel, durante o reinado de Amazias, em 790 a.C. (2Rs 14:13-14)
4- por Babilônia, entre 606 e 586 a.C. (2Rs 24-25)
Obadias profetizou contra Edom por sua participação na segunda ou na quarta invasão. Se foi na segunda este
livro é a mais antiga profecia escrita no A.T. (veja 2Rs 8:20 e 2Cr 21:16-17; veja depois Jl 3:3-6 comparado com
Ob 11-12 e o uso de Ob 1-9 na extensa passagem em Jr 49:7-22 como apoio para a data mais antiga).
História ou Alegoria
Alguns consideram este livro uma alegoria, escrito por volta de 430 a.C. para combater o exclusivismo de
Esdras e Neemias. Sob esta ótica, Jonas representa a nação israelita desobediente; o mar representa os
gentios; o grande peixe, Babilânia; os três dias no ventre do peixe, o cativeiro dos judeus em Babilônia.
De acordo com 2Rs 14:25, entretanto, além de ser uma pessoa real, fonas foi também um profeta
nacionalmente reconhecido e oriundo de Gate-Hefer, próximo a Nazaré. Além disso, Jesus tratou Jonas e sua
experiência no ventre do peixe como fato histórico (Mt 12:39-41). E, naturalmente, o livro apresenta um relato
histórico direto e simples. Isso não exclui a presença de lições, através de tipos, ilustradas pelos incidentes
históricos.
A Época
2Rs 14:25-27 relaciona fonas ao reinado de Jeroboão II, rei de Israel (793-753 a.C.), que conseguira restabelecer
o poder israelita sobre a maior parte do território ao norte de Judá outrora dominado por Davi e Salomão.
Nenhuma inscrição assíria menciona um despertamento religioso semelhante ao descrito no livro. Durante o
reinado de Adade-Nirari III (810-783 a.C.), todavia, houve um movimento em direção ao monoteísmo que
poderia ter sido o resultado (ou uma futura ajuda) da pregação de fonas. Outra data possível para o
avivamento é o reinado de Assur-Dan III (771-754 a.C.). Uma epidemia em 765 a.C., o eclipse do Sol em 763 a.C.
e uma segunda epidemia em 759 a.C. foram eventos do tipo considerado pelos antigos como indícios de juízo
divino, e poderiam, por isso, ter preparado o povo para a mensagem de lonas.
Milagres
Vários milagres estão registra dos no livro: o acalmar da tempestade antes que a tripulação do navio fosse
destruí da (1:5); a provisão do grande peixe e a preservação de lonas em seu interior (1:17); o fato de o peixe
ter vomitado lonas junto à praia (2:10), a preparação da planta (4:6), o aparecimento do verme (4:7) e do vento
(4:8), e a salvação de muitos ninivitas.
Tema
O livro demonstra que o Deus dos hebreus se preocupa com todo o mundo.
O Profeta
Enquanto Oséias profetizou às dez tribos de Israel, o reino do norte, e Isaías a corte de Jerusalém, Miquéias,
um judeu de Moresete, uma vila do sudoeste da Palestina, pregou ao povo simples de Judá. Seu nome significa
“Quem é como Javé?”.
Sua Época
Miquéias ministrou durante o reinado de Jotão (750-732 a.C.), Acaz (736-716 a.C.) e Ezequias (716-687 a.C.)
(1:1). Embora de um modo geral tenha sido um bom rei, Jotão não removeu de seu reino os altos onde os
judeus praticavam a idolatria. Acaz foi um rei ímpio (veja 2Rs 16:2-4) que adotou uma política pró-Assíria e
durante cujo reinado aconteceu o exílio das tribos do norte. Ezequias, um dos melhores reis de Judá, era
antiassírio em sua política e resistiu vitoriosamente ao cerco de Jerusalém por Senaqueribe em 701 a.C. (2Rs
18:13 / 19:36). Para os camponeses e moradores das vilas foram tempos de tormento freqüente por parte de
exércitos inimigos, de miséria por causa da exploração pelos ricos (2:1-13) e de opressão pelos governantes
(3:1-4) e falsos profetas (3:5-8). Miquéias, como Amós, clamou por justiça social.
Conteúdo
Três citações importantes de Miquéias são encontradas em outras partes da bíblia. Uma delas salvou a vida do
profeta Jeremias (Jr 26:18, uma citação de Mq 3:12). O sacerdotes e escribas citaram Mq 5:2 em resposta a
pergunta de Herodes quanto ao local de nascimento do messias (MT 2:5-6). Cristo citou Mq 7:6 ao comissionar
os discípulos pela primeira vez (MT 10:35-36). Miquéias 4 é uma das mais importantes descrições bíblicas da
glória futura de Israel, e Miquéias 6:8 é um dos versículos favoritos. As divisões principais do livro são
introduzidas pela palavra “ouvi” (1; 2; 3:1; 6:1).
I. O sobrescrito, 1:1
II. A mensagem de destruição para Samaria e Judá, 1:2 / 2:13
A revelação do juízo vindouro, 1:2-16
As razões do juízo vindouro, 2:1-13
III. Uma mensagem de castigo e libertação, 3:1 / 5:15
Castigo: o juízo vindouro, 3:1-12
Juízo contra os líderes, 3:1-4
Juízo contra os falsos profetas, 3:5-8
Juízo contra Jerusalém, 3:9-12
Libertação: o reino vindouro, 4:1 / 5:1
As glórias do reino, 4:1-8
O sofrimento que precede o reino, 4:9 / 5:1
Libertação: o rei vindouro, 5:2-15
Sua primeira vinda, 5:2-3
Sua segunda vinda, 5:4-15
IV. Uma mensagem de denúncia, 6:1 / 7:10
A primeira acusação de Deus, 6:1-5
A primeira resposta de Israel, 6:6-8
A segunda acusação de Deus, 6:9-16
A segunda resposta de Israel, 7:1-10
V. Epílogo: bênçãos para Israel, 7:11-20
Naum
Naum
663 - 612 a.C.
O Profeta
Nada se sabe a respeito de Naum (cujo nome significa “consolação”), exceto que ele era originário de Elcos,
provavelmente Cafarnaum. Sua mensagem contra Nínive foi dada a Judá, já que o reino do Norte, Israel, já fora
levado cativo.
Tema
Nínive será destruída! Quase todos os versículos entre 1: 15 e 3: 19 descrevem esse evento, que ocorreu em
612 a.C.. Os ninivitas (assírios), convertidos pela pregação de Jonas (mais de cem anos antes de Naum), não
haviam transmitido a seus filhos o conhecimento do Deus verdadeiro, e o povo retomara rapidamente às suas
práticas cruéis e pagãs. Haviam destruído Samaria (o reino do Norte, Israel) em 722 a.C. e quase capturaram
Jerusalém em 701 a.C. Naum descreve brevemente a maldade de Nínive em 3:1, 4. Deus tinha de destruir um
povo tão apóstata.
Conteúdo
O capítulo 1 contém uma descrição magnífica do caráter de Deus (veja especialmente os vv. 2-8). Lendo o
capítulo 2, quase se pode ouvir o barulho da batalha de Nínive.
A Época
Embora nada se saiba sobre o próprio profeta (cujo nome significa “abraçador”, talvez expressam seu amor por
Deus), sabemos algo sobre a época em que profetizou. Seu ministério ocorreu pouco antes da primeira invasão
de Judá por Nabucodonosor em 606-605 a.C. (quando Daniel e outros foram levados para Babilônia).
Habacuque foi comissionado a anunciar a intenção divina de punir Judá com a vindoura deportação para
Babilônia. O rei de Judá da época, Jeoaquim, é descrito pelo profeta Jeremias com as seguintes palavras: “os
teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para
levar a efeito a violência e a extorsão” (Jr 22:17; cf. Hc 1:2-4 e 2Rs 23:34 - 24:5).
As Perguntas de Habacuque
O livro nos apresenta o quadro de um homem que confiava em Deus, mas que estava perplexo diante da vida.
As perguntas de Habacuque foram duas:
1- Por que Deus permitia que o mal crescente em Judá permanecesse impune (1:2-4)?
2- Como podia um Deus santo justificar o uso dos babilônios (caldeus), um povo ainda mais ímpio que os
judeus, para punir Judá (1:12 / 2:1)?
A resposta à primeira pergunta é registrada em 1:5-11, e à segunda em 2:2-20. Assim, o livro consiste de uma
teodicéia, uma defesa da bondade e do poder de Deus em vista da existência do mal.
O Conteúdo
O versículo mais conhecido de Habacuque é 2:4 (citado em Rm 1:17; GI 3:11; Hb 10:38), não apenas por ser o
coração da resposta de Deus a Habacuque e suas perguntas, mas porque o Novo Testamento demonstra que
sua verdade é central para a doutrina da justificação pela fé. Outro versículo favorito é 2:20.O capítulo 3 é um
grande salmo de louvor, dificilmente igualado em sua majestade por qualquer outra passagem no Antigo
Testamento.
I. Introdução, 1:1
II. Os problemas de Habacuque, 1:2 / 2:20
Problema número 1: por que Deus permite a continuidade do mal em Judá? 1:2-4
Resposta número 1, 1:5-11
Problema número 2: por que Deus vai usar urna nação ímpia para punir Judá? 1:12 / 2:1
Resposta número 2, 2:2-20
III. O louvor de Habacuque, 3:1-19
Louvor pela Pessoa de Deus, 3:1-3
Louvor pelo Poder de Deus, 3:4-7
Louvor pelo Propósito de Deus, 3:8-16
Louvor por causa de Fé em Deus, 3:17-19
Sofonias
Sofonias
625 a.C.
Tema
O julgamento é o tema central da mensagem de Sofonias. O cumprimento imediato aconteceu quando
Nabucodonosor, rei de Babilônia, capturou Judá. O cumprimento definitivo ocorrerá no Dia do Senhor, durante
os anos da Tribulação. Sofonias também predisse o juízo das nações pagãs, tanto imediatamente (como no
caso de Nínive, que caiu em 612 a.C.; veja 2:13) quanto no futuro (3:8). O livro termina com uma gloriosa
descrição do Milênio futuro (outro aspecto do Dia do Senhor).
O Profeta
Ageu, cujo nome significa “festivo” ou “minha festa”, foi a primeira voz profética a se ouvir depois do exílio
babilônico. Ele foi contemporâneo de Zacarias (e de Confúcio) e seu ministério foi o de conclamar o povo à
reconstrução do templo, cujo término vinha sendo adiado por 15 anos. Estas profecias foram pronunciadas
entre agosto e dezembro de 520 a.C., e o templo foi completado 4 anos depois. Ageu provavelmente retomara
a Jerusalém vindo de Babilônia com Zorobabel.
Destinatários
O livro é dirigido a todo o povo (1:13; 2:2) visando encorajá-lo a reconstruir o templo. É também dirigido a
Zorobabel, o governador, e a Josué, o sumo sacerdote (1: 1; 2:2, 21).
Conteúdo
O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela expressão “veio a palavra do Senhor”.
Autor
O pai de Zacarias, Berequias, morreu provavelmente quando o profeta ainda era muito jovem, fazendo de
Zacarias o sucessor imediato de seu avô, Ido (Ne 12:4). Este era um sacerdote que voltara de Babilônia com
Zorobabel e Josué e fora, segundo a tradição judaica, um membro da Grande Sinagoga (o grupo governante
dos judeus antes da criação do Sinédrio). O nome Zacarias (usado no A.T. para outras 27 pessoas) significa
“Javé se lembra”. Este Zacarias foi contemporâneo (mais jovem) do profeta Ageu (Ed 5:1; 6:14).
Cristologia do Livro
Zacarias fez mais predições sobre o Messias do que todos os outros profetas, exceto Isaías. Profecias referentes
à Sua primeira vinda incluem 3:8; 9:9, 16; 11:11-13; 12:10; 13:1, 6, e profecias a serem cumpridas em Sua
segunda vinda incluem 6:12; 14:1-21.
Conteúdo
Este é um livro de consolação e esperança; começa com uma chamada ao arrependimento e termina com
profecias referentes ao retorno e ao reinado de Cristo.
O Profeta
Malaquias significa “meu mensageiro” e poderia ser simplesmente a designação de um escritor anônimo. É
mais provável, todavia, que seja um nome próprio. O profeta não é mencionado em qualquer outro lugar do
A.T.
A Época
Cerca de 100 anos haviam se passado desde o retomo dos judeus à Palestina. A cidade de Jerusalém e o
segundo templo haviam sido construí dos, mas o entusiasmo inicial desaparecera. Depois de um período de
reavivamento, liderado por Neemias (Ne 10:28-39), o povo e os sacerdotes haviam-se desviado e transformado
sua obediência à lei em algo mecânico e rotineiro. Embora relapsos em sua adoração (1:7) e negligentes
quanto ao seu dízimo (3:8), não conseguiam entender por que Deus estava insatisfeito com eles.
Propósito e Tema
Malaquias repreendeu o povo por sua negligência quanto ao verdadeiro culto ao Senhor, e chamou-os ao
arrependimento (1:6; 3:7).
Conteúdo
Malaquias usou um método de perguntas e respostas; ocorrem no livro nada menos que 23 perguntas.