DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA
CURSO: MEDICINA
DISCIPLINA: HEMATOLOGIA
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
DEFEITOS NA ESTRUTURA DA
MEMBRANA ERITROCITÁRIA
ESTRUTURA DA MEMBRANA
• Membrana eritrocitária: composta de
fosfolípides (fosfaHdilcolina, esfingomielina,
fosfaHdilserina e fosfaHdiletanolamina),
colesterol, glicolípides em dupla camada;
• Citoesqueleto composto por espectrinas,
anquirina, acHna, tropomiosina – manter
forma bicôncava e flexibilidade das hemácias;
• Defeitos na estrutura levam à hemólise com
graus variáveis de gravidade.
ESTRUTURA DA MEMBRANA
ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA
• Eritrócitos com forma esférica;
• Frequência esHmada 1/2.000-5.000 nascidos;
• Mais frequente em caucasoides;
• Formas leves e portadores assintomáHcos
podem aHngir 1% da população geral;
• Redução dos componentes lipídicos da
membrana – diminuição da superRcie celular
e deficiência da espectrina – gravidade da
hemólise.
MORFOLOGIA DOS ESFERÓCITOS
QUADRO CLÍNICO
• Transmissão: 75% autossômica dominante e 25%
autossômica recessiva;
• Classificação: leve, moderada, moderada a severa
e severa;
• Graus variáveis de anemia, reHculocitose,
aumento da bilirrubina indireta e LDH, redução
da haptoglobina, esplenomegalia, coleliXase;
curva de fragilidade osmóHca alterada;
• Atenção para história familiar.
CLASSIFICAÇÃO DA ESFEROCITOSE
QUADRO CLÍNICO
• Complicações: coleliXase, crise hemolíHca,
aplásica ou megaloblásHca, úlceras em MMII,
hematopoese extramedular, hemocromatose;
• Parvovírus B19 – infecta células e inibe seu
crescimento;
• Carência de ácido fólico.
ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA
DIAGNÓSTICO: TRATAMENTO:
• P r e s e n ç a d e • S u p l e m e n t a ç ã o
esferócitos; conXnua de ácido
• Aumento da fragilidade fólico 1 mg/dia;
osmóHca;
• Esplenectomia;
• Aumento do CHCM;
• C o o m b s d i r e t o • V a c i n a ç ã o p r é -
negaHvo; esplenectomia.
• D i fi c u l d a d e d e
diagnósHco nas formas
leves.
ELIPTOCITOSE HEREDITÁRIA
• Hemácias elípHcas e anemia hemolíHca de
gravidade variável;
• Prevalência em caucasoides 1/3.000;
• AHnge 0,6% dos negros africanos – resistência à
infecção malárica;
• Ocorre alteração na interação horizontal das
proteínas do citoesqueleto;
• Quadro clínico e laboratorial semelhante à
esferocitose – exceto morfologia das hemácias.
ANEMIAS HEMOLÍTICAS
ALTERAÇÕES EM ENZIMAS DA
MEMBRANA ERITROCITÁRIA
ALTERAÇÕES ENZIMÁTICAS
• Sobrevida e função das hemácias dependem
de numerosas enzimas;
• São defeitos raros e poucos provocam
manifestações clínicas;
• Via de Embden-Meyerhof-Parnas: deficiência
de piruvatoquinase;
• Via das pentoses: deficiência de glicose-6
fosfato desidrogenase (G-6PD).
GLICOSE NADH
GLICÓLISE GLICOSE
GLICOSE-6-P LACTATO
Via das
pentoses
CO2
G-6PD
NADPH
ANORMALIDADES DA
HEMOGLOBINA
ANORMALIDADES DA HEMOGLOBINA
• Podem ser estruturais ou no ritmo de síntese
das globinas;
• Estruturais: alteram a viscosidade ou a
deformabilidade das hemácias. Mais comum a
Hb S – não será estudada nesta aula;
• Síntese da globina: representada pelas
síndromes talassêmicas alfa e beta;
• Importância do estudo familiar ao diagnósHco.
ESTRUTURA DA HEMOGLOBINA
• A hemoglobina A (HbA), composta
d a s c a d e i a s a l f a e b e t a ,
c o r r e s p o n d e a 9 6 - 9 8 % d a
hemoglobina total de um adulto;
• U m a v a r i a n t e n o r m a l d a
hemoglobina A, correspondente a
2-3% da hemoglobina total em
adultos, é a HbA2, formada por
cadeias alfa e delta;
• No adulto, a Hb A resulta da
expressão codominante de 2 genes
que codificam a cadeia beta e de 4
genes que codificam a cadeia alfa;
• Durante a vida embrionária e fetal,
Existem 17 genes para globinas diferentes genes para as globinas
no genoma humano. são expressos sucessivamente.
TALASSEMIAS
• Redução da síntese de um dos Hpos de cadeias
de globina que formam as hemoglobinas;
• Heterozigotos são geralmente assintomáHcos; os
portadores de mais de um gene anormal –
apresentam manifestações clínicas variáveis;
• Anemia hemolíHca, hiperplasia eritroide da MO,
h e p a t o e s p l e n o m e g a l i a ; r e t a r d o d o
d e s e n v o l v i m e n t o s o m á H c o e s e x u a l e
deformidades do esqueleto (face e crânio).
GENÉTICA DAS TALASSEMIAS
• Classificam-se em: alfa- e beta-talassemias;
• Um par de genes em cada cromossomo (11) para
cadeias beta: heterozigoto (01 gene) ou
homozigoto (02 genes). Clinicamente: maior,
intermediária e menor;
• Dois pares de genes em cada cromossomo (16)
para cadeias alfa: lesão dos 04 genes (fatal);
outras combinações – síndrome talassêmica
intermediária com anemia crônica. Detecção
segura por métodos de biologia molecular.
GENÉTICA DAS TALASSEMIAS
• Produção em separado e equilibrada de ambas as
cadeias;
• Na beta-talassemia: as cadeias alfa excedentes
formam agregados – lesão na membrana e
hemólise;
• Na alfa-talassemia: as cadeias beta e gama em
execesso são mais solúveis e formam tetrâmeros
β4 (HbH) ou γ4 (Hb Bart’s). Estas Hbs não
parHcipam da oxigenação dos tecidos, são
instáveis e precipitam nos eritrócitos, reduzindo
sua vida.
GENÉTICA DAS TALASSEMIAS
Hemoglobina Subunidade α- Subunidade β- like Tempo de
like expressão
Gower 1 ζ ε Embrionária
Gower 2 α ε Embrionária
Portland ζ γ Embrionária
HbA2 α δ Pós-natal
QUADRO CLÍNICO
ü Fadiga
ü Palidez
ü Icterícia
ü Esplenomegalia
ü Hepatomegalia
ü Linfadenomegalia
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
QUADRO LABORATORIAL
§ Hemograma
§ Morfologia de hemácias:
- policromasia
- esferócitos
§ Reticulócitos
§ Marcadores de hemólise
§ Teste de Coombs (neg em 5-10%)
§ Mielograma
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
QUADRO LABORATORIAL
Teste Resultado
Haptoglobina diminuída
Hemossiderina na urina presente
Hemoglobina na urina presente
Bilirrubinemia indireta aumentada
LDH aumentada
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
TESTE DE COOMBS
Hemácias
Sensibilizadas J Aglutinação
Soro de Coombs
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
ELUIÇÃO
Trauma
Térmico ou
Químico
Identificar os
anticorpos no
painel de Hm
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
TRATAMENTO
ü Evitar Transfusões;
ü Corticoterapia (Pred 1mg/kg/dia) – desmame;
ü Esplenectomia (resposta em 50%);
ü Imunossupressores;
ü Plasmaférese;
ü Imunoglobulina EV;
ü Profilaxias.
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE
AHAI Induzida por drogas
• Acetaminofeno • Ibuprofeno
• Cefalosporinas • Insulina
• Clorpromazina • Isoniazida
• CisplaHna • Levodopa
• Diclofenaco • Metotrexato
• Dipirona • α-meHldopa
• Eritromicina • Penicilamina
• Furosemida • Rifampicina
• HidrocloroHazida • Sulfonamidas