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A cooriginariedade dos direitos humanos e dos tributos na história moderna e seus

desafios na pós-modernidade.

Estabelecer um parâmetro relacional entre a compreensão moderna de direitos humanos


e estado fiscal é simples pois assente está que as revoluções liberais ocorridas no mundo
a partir do final do século XVIII se pautaram em um Estado financiado por seus cidadãos
na medida da sua capacidade contributiva como forma de estabelecer o domínio do Estado
de Direito nas relações sociais, em especial, em sua etapa original, quanto aos direitos de
primeira geração, os ditos direitos civis e políticos. O tema será tratado em três tópicos
historicamente reconhecidos: i) o liberalismo originário, acima mencionado; ii) o
constitucionalismo instaurado especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, com a
introdução dos direitos humanos de segunda geração, econômicos e sociais; e, iii) a
racionalidade neoliberal dos últimos trinta anos. Em sua segunda etapa, os Direitos
Humanos, como assumidos internacionalmente a partir da Declaração Universal dos
Direitos Humanos da ONU, de 1948, passam a integrar as Constituições nacionais
compondo um direito à ter direitos (H. Arendt) que inspiram a atuação das instituições
para conferir eficácia aos direitos fundamentais na proteção do mínimo existencial e da
dignidade da pessoa humana combinadas com o desenvolvimento econômico, acentuando
a relevância dos princípios tributários da capacidade contributiva e da progressividade
como meio de reduzir as desigualdades econômicas e sociais. Quanto à racionalidade
neoliberal, que substitui o protagonismo do direito pelo da economia, esta estabelece
caráter instrumental às instituições, submete à lex mercatoria elementos essenciais à
dignidade humana e impõe a meritocracia como régua de justiça, mesmo em sociedades
de extrema desigualdade de oportunidades como a brasileira. Nessa fase se propugna por
uma tributação não progressiva desconstruindo a essência que instruiu os sistemas
tributários até a década de 80 do século passado. Surge a questão do abalo à integridade
e à interdependência dos direitos humanos ao se desconstruir o racional tributário
equitativo moderno. A pós-modernidade implica abandono das promessas não cumpridas
da modernidade, principalmente no Brasil, e o rompimento do pacto social e fiscal na
qual a corresponsabilidade é substituída pelo individualismo. Os detentores de condições
econômicas passíveis de incidência tributária se declaram desobrigados de contribuir
proporcionalmente com o Estado em suas atribuições de garantir os direitos
fundamentais. Os sistemas tributários modernos relacionavam-se com os direitos
humanos de duas maneiras: i) o emprego do produto da arrecadação no adensamento da
qualidade de vida dos cidadãos; e, ii) a progressividade da tributação isenta o mínimo
existencial e tributa aqueles que mais detém capacidade econômica. Contudo, atualmente
vivencia-se o divórcio entre o contribuinte e o destinatário do tributo. Está-se diante de
uma nova razão de ser no mundo em que o individualismo tende a reduzir os direitos
humanos à atos de caridade, pessoal ou estatal, em desalinho com o ideal de solidariedade
e emancipação social e econômica da modernidade.

MACIEL, Miguel Angelo. Doutor em Ciências Jurídicas (UMSA-ARG), Mestre em Direito Internacional Econômico (UCB-BRA),
especialista em Direito Tributário (UDF-BRA). Pós-doutorando em Direitos Humanos e Doutorando em Estado de Derecho y
Gobernanza Global pela Universidad de Salamanca. Membro da FESDT - Fundação Escola Superior de Direito Tributário. Professor
de Direito na Universidade Regional da Campanha. Ex-Executivo de Tributos do Conglomerado Banco do Brasil. Advogado.

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