Noções de cálculo vetorial e tensorial
Variáveis escalares, vetoriais e tensoriais
Os meios contínuos (sólidos, líquidos, gases) (MC) ocupam parte do espaço físico, isto é os MCs ocupam
um certo domínio que pode ser um volume, uma superfície ou uma linha e que são domínios
respectivamente a 3, 2 e 1 dimensão (3D, 2D, 1D), ou seja estão contidos em R3, R2 ou R respectivamente.
Assim a sua caracterização ponto a ponto é representada por uma função real de variável real f: Rp
onde RP é o contradomínio real a p dimensões. Chama‐se a esta função um campo real de variável real.
A cada ponto P do meio contínuo corresponde uma partícula de meio contínuo que é em si um sistema
caracterizado por várias grandezas físicas tais como a pressão p, a temperatura T (escalares) , a velocidade
v (vetor), o tensor das tensões ˆ (tensor de 2ª ordem), que irá ser explicado mais tarde. Os escalares são
caracterizados por um número real, os vetores são caracterizados por: ponto de aplicação (no caso de
vetores aplicados contrariamente a vetores livres), direcção, sentido e módulo (amplitude ou
comprimento). Os tensores são generalizações dos vetores. Os tensores de 2ª ordem podem ser encarados
como um agrupamento de p vetores de dimensão p.
Vetores
Um vetor no espaço vetorial Rn pode ser representado pela seguinte combinação linear.
n
v vi ei
i 1
onde e1, e2 ,..., en constituem uma base (conjunto de n vetores linearmente independentes).
Consideremos o caso mais simples em que e1, e2 ,..., en são normados (vetores de norma unitária ou seja
versores) e ortogonais entre si. Os versores constituem assim uma base ortonormada (bon):
0, se i j
ei e j onde representa o produto interno. A norma quadrática vem:
1, se i j
2
ei 1
Neste caso (de uma bon), as componentes do vetor v exprimem‐se de forma mais simples:
vi v ei (i 1,..., n)
Dem.
n
Consideremos v v j e j e tomemos o produto interno com ei . Graças à ortogonalidade e normalidade,
j 1
Obtem‐se assim cada componente na forma:
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2
v ei v j ei e j v j ei e j vi ei ei 0 vi vi
n n
j 1 j i
qed (quod erat demonstrandum) cqd (como queriamos demonstrar)
A noção de expansão de um vetor numa bon pode generalizar‐se para funções, isto é funções podem ser
expressas como combinações lineares de funções de norma unitária e ortogonais entre si. Este tema é
assunto da Análise Funcional.
Tensores de 2ª ordem
Os escalares não têm componentes (zero componentes), são por isso tensores de ordem zero. Os vetores
são expressos por componentes que fazem percorrer um índice, são por isso tensores de ordem 1. Os
tensores de 2ª ordem são expressos em termos de componentes caracterizadas por de 2 índices i,j=1,…,n.
Da mesma forma que para os vetores, um tensor  (usou‐se o acento circunflexo sobre A para diferenciar
do símbolo de vetor), é representado na forma:
n
Aˆ Aij ei e j onde Aij é a (i,j)‐ésima componente que multiplica a díada ei e j
i , j 1
A díada é obtida pelo produto exterior de ei por e j ou seja ei e j ei e j .A díada é simplesmente visto
como a associação de 2 versores
2
O produto exterior é não comutativo isto é: ei e j e j ei . O produto exterior de 2 versores pertence a ( n ) ,
desse modo a operação binária de produto exterior é não fechada, isto é o produto exterior produz um
resultado que não está no mesmo espaço dos vetores isto é Rn, por isso o produto se diz exterior.
Um tensor de 2ª ordem é formalmente representado por uma matriz quadrada de n2=nxn componentes.
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Noção intuitiva de tensor de 2ª ordem
Um tensor de 2ª ordem é representado por n vetores de n componentes ou seja, pertencentes a Rn. Para
exemplificar consideremos n=3.
Considerarmos um ponto P num meio contínuo em torno do qual está centrado um cubo infinitesimal. Este
cubo tem 3 pares de faces opostas entre si (ver figura) e ortogonais a cada versor e1 , e2 , e3 da bon. Assim
a face de cima é ortogonal a e1 , a face da direita é ortogonal a e2 e a face de cima é ortogonal a e3 .
Generalizando para um hipercubo em R4, teríamos 4 pares de hiperfaces opostas (cubos em R3), ortogonais
aos 4 versores da base.
Tem‐se assim n=3 faces, cada uma correspondente a um versor ei da bon. Sobre cada face é aplicado o
vetor ai correspondente.
Tensor Delta de Kronecker ˆ
O tensor ˆ é um tensor de 2ª ordem que corresponde à matriz identidade de nxn componentes, isto é:
0, se i j
ˆij
1 se i j
1 0 ....0
0 1 ....0
Formalmente tem‐se: ˆ
.
0 0 ..... 1
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Transposto de tensor de 2ª ordem
(Para simplificar a notação eliminemos o símbolo ^ de tensor a menos que seja extritamente necessário)
Definição: Seja A um tensor de 2ª ordem expresso em termos de díadas numa bon. Define‐se o seu
transposto AT a partir da definição operacional: Aij Aji (i, j 1,...n) , ou a partir da troca de índices. O
T
transposto de um tensor é representado pela matriz transposta.
Tensor de 2ª ordem simétrico e anti‐simétrico
Um tensor de 2ª ordem A é simétrico se AT=A ou seja Aij=Aji (tal exige que a matriz triangular inferior iguale
a matriz triangular superior)
Um tensor de 2ª ordem A é anti‐simétrico se AT=‐A ou seja Aij=‐Aji (tal exige que os elementos da diagonal
sejam nulos e que a matriz triangular inferior seja simétrica da matriz triangular superior).
Teorema: Para qualquer tensor de 2ª ordem A tem‐se a decomposição única numa soma de um tensor
simétrico com um tensor anti‐simétrico:
1
As 2 A A parte simétrica
T
A As Aa onde
A 1 A AT parte anti-simétrica
s 2
Exemplo:
1 4 8 1 2 6
A 2 6 10 ; AT 4 6 4 ;
6 4 2 8 10 2
1 3 1 0 1 7
As 3 6 7 ; Aa 1
0 3
1 7 2 7 3 0
Vetor axial associado a um tensor de 2ª ordem em R3
Seja A um tensor anti‐simétrico de ordem 2 e dimensão 3. A é representado por 32=9 componentes das
quais apenas 3 são não triviais, ou seja o tensor fica totalmente caracterizado por 3 componentes que são
também as componentes do vetor axial associado a. escreve‐se então:
a ax Aˆ
Assim A e a representam formalmente o mesmo objecto matemático. A componente ai (i=1,2,3) do vetor
associado é dada por:
ai Ajk
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onde i,j,k constituem uma permutação cíclica da sequência (1,2,3). Uma permutação cíclica é obtida do
seguinte modo. Imagine‐se que (1,2,3) estão dispostos regularmente ao longo de uma circunferência.
Imagine‐se que os índices rodam todos de uma posição no mesmo sentido (empurram‐se todos de uma
posição no mesmo sentido). Tal é uma permutação cíclica simples. Uma permutação cíclica é uma
sequência de permutações cíclicas simples. Assim as permutações cíclicas de (1,2,3) são: (3,1,2) e (2,3,1) tal
como indicado na figura anexa.
0 a3 a2 a1
A a3 0 a1 ; a a
2
a2 a1 0 a
3
Onde se assume que a é um vetor coluna.
Tensor de 3ª ordem e superiores
Um tensor de 3ª ordem necessita de 3 índices para ser explicitado. Por exemplo:
n
C C
i , j , k 1
e e e onde C é representado por uma combinação linear de tríadas (produto exterior de um
ijk i j k
versor por uma díada ou entre 3 versores). Um tensor de ordem p necessita de p índices sendo
representado por uma combinação linear de p‐tuplos (produtos exteriores de p versores). Um tensor de
p
ordem p e dimensão n é um objeto pertencente a ( n ) ou seja tem np componentes.
Produto exterior de dois tensores
Seja C e D tensores de ordem a e b respectivamente. Assim numa bon têm‐se as expansões:
n
n
C
i1 ,...,ia
Ci1 ...ia ei1 ...eia ; D
j1 ,..., jb
D j1 ... jb e j1 ...e jb
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O produto de C por D é um tensor de ordem a+b e cujas componentes são todos os possíveis produtos
(entre escalares) das componentes de C pelas componentes de D. Assim o respectivo produto exterior vem
dado por:
n n
E C D CD
i1 ,...,ia j1 ,..., ja
Ci1 ...ia D j1 ... jb ei1 ...eia e j1 ...e jb .
Em termos de componentes tem‐se:
O produto exterior aplica RaRb em R(a+b). O produto exterior é não comutativo ou seja CDDC visto que o
arranjo dos índices em CD é diferente do arranjo dos índices em DC.
Exemplo 1
Produto exterior de 2 vetores (tensores de ordem 1):
Eij a b ab
ij
ij
ai b j ; Fij b a ba
ij ij
bi a j
É trivial verificar que o transposto de ab é ba .
O vetor axial associado à parte anti‐simétrica do tensor ab é o produto externo de a por b . Em termos de
notação tem‐se:
a b ax ab ba 2 ax ab
a
A demonstração é fácil de obter. De facto a componente (a b ) k ai b j bi a j (ab ba )( i , j ) 2 (ab) a (i , j )
onde (i,j,k) é uma permutação cíclica de (1,2,3) tendo os valores possíveis de (i=1,j=2,k=3); (i=2,j=3,k=1);
(i=3,j=1,k=3).
Exemplo 2
Produto exterior de vetor a por tensor de 2ª ordem B:
Eijk a Bˆ aB
ijk
ˆ
ijk
ai B jk
Produto interior ou contraído de dois tensores
Seja C e D tensores de ordem a e b respectivamente. O produto exterior CD é dado por:
CD i1 ... ia j1 ... jb
Ci1 ...ia D j1 ... jb . O produto exterior é um tensor de ordem a+b ou seja recorre a a+b índices.
O produto interior recorre à noção de contracção de índices. Escolhe‐se assim um par de índices. Estes
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podem pertencer ambos a C ou a D ou ser um deles de C e o outro de D. Depois toma‐se a soma ao longo
de todos os valores possíveis dos índices contraídos ou repetidos ou seja para os valores
1,2,…,N=dimensão do espaço. Chama‐se a essa operação de contracção de índices, uma vez que o objecto
final será um tensor com uma ordem subtraída de 2 por cada contracção. Por cada escolha de par tem‐se
um possível produto interior. Se os índices contraídos forem adjacentes (último de C com primeiro de D),
então o produto interior diz‐se produto interno e representa‐se por C D . Deste modo é possível
generalizar a noção de produto interno para objectos para lá de vetores. Podem executar‐se mais de uma
contracção de índices. A ordem tensorial do produto interior de C por D com r contracções é a+b‐2r.
Vamos dar exemplos de produtos interiores entre um vetor c (tensor de 1ª ordem, a=1) por uma matriz D
(tensor de 2ª ordem, b=2). Existem 3 possíveis produtos interiores com uma contracção. Todos esses
produtos interiores tem ordem a+b‐2r=1+2‐2x1=1 ou seja o resultado final é um vetor (tensor com um só
índice). Assim:
c Di 1
i ji j
c D cTr ( D)
i 1
j ii j
v j c j (contracção do 1º índice de D com o 2º índice de D )
onde Tr(B) é o traço de B ou seja o somatório das componentes da diagonal da matriz B. O produto
algébrico de uma matriz B por um vetor a é um produto interior. Na notação algébrica, a representação DC
do produto de matriz D por vetor c, representa na notação tensorial o produto interior D c . A álgebra
tensorial permite representar objectos mais ricos que a álgebra de matrizes e vetores. Mostremos um
exemplo com 2 contracções.
C D C D
n
ij ij
T
(contracções : 1º índ . deC com 1º de D e 2º de C com 2º de D)
i , j 1
O produto contraído tem 2+2‐2x2=0 índices ou seja trata‐se de um escalar.
Convenção de Einstein (CE) ou dos índices mudos
Sempre que há contracção de índices há que representar o símbolo de somatório que está implícito. Ora
Einstein inventou uma convenção que omite o símbolo de somatório economizando assim a escrita. Essa
convenção diz: Sempre que haja índices representados pela mesma letra (ex. i), admite‐se (a menos que se
diga o contrário) que esses índices contraiem tomando‐se portanto o somatório para todos os valores
possíveis desses índices (de 1 a n). O símbolo de somatório é omitido uma vez que é redundante quando se
admite a convenção de Einstein.
n n
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Na expressão anterior, i e p são índices mudos uma vez que estes são índices de somatório enquanto que j
é um índice fixo.
Neste caso i é índice mudo, (p,j) são índices fixos.
n n
i ou p constituem um índice mudo.
Aniquilação do tensor Delta de Kronecker
Quando se toma o produto interior de um tensor A com o tensor Delta de Kronecker , este deve
desaparecer sendo o índice contraído de A, substituído pelo índice de que não contrai. Por exemplo:
Outros produtos interiores
Seja a um vetor e T, R tensores de 2ª ordem em Rn. Um dos possíveis produtos interiores é a Tˆ Rˆ . Este
tensor contraído tem ordem p dada pela soma das ordens dos tensores (1+2+2), subtraída de duas vezes o
número de contracções (duas neste caso). Assim p=1+2+2‐2x2=1, tratando‐se portanto a Tˆ Rˆ de um
vetor. Assim, usando a convenção de Einstein, a sua i‐ésima componente é:
ˆ ˆ
n n n n
a T R a jT jp R pi a jT jp R pi asTsk Rki asTsk Rki ak Tks Rsi
i
j 1 p 1 s 1 k 1 ,
onde há duas contracções de índices uma vez que há o par de índices j (ou s) e o par de índices p (ou k). Os
índices contraídos são mudos e podem ser representados por letras diferentes, desde que não usem
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outras letras já usadas na expressão. Tome‐se atenção que quando há vários pares de índices contraídos se
tem de usar uma letra diferente para cada um deles. Por exemplo a jT jj R ji refere‐se à soma correndo todos
os valores de j. Esse produto contraído é diferente de a Tˆ Rˆ .
Duplos produtos interiores entre tensores de 2ª ordem
Tem‐se os dois possíveis duplos produtos interiores entre tensores com a seguinte convenção de escrita:
Usando essa convenção pode exprimir‐se o traço de um tensor (soma dos elementos da diagonal) na
forma: Tr ( R) : R R Rij ij Rii R11 ... Rnn . Em particular o traço do tensor Delta de
Kronecker é Tr()=n=dimensão do espaço Rn.
Tensor alternante ou de Levi‐Civita
O tensor de Levi‐Civita ou alternante é um tensor de 3ª ordem (p=3) em R3 (n=3). Podem formalmente
definir‐se generalizações do tensor de Levi‐Civita com p=n (ex. tensor de 2ª ordem em R2, tensor de 4ª
ordem em R4). O tensor tem a seguinte forma:
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Mostra‐se que as permutações cíclicas (todos os índices avançam de uma posição) são pares. No caso n=3,
as permutações pares de (1,2,3) são: (1,2,3), (2,3,1) e (3,1,2), donde 1,2,3= 2,3,1= 3,2,1= 1. As permutações
ímpares de (1,2,3) são: (2,1,3), (1,3,2) e (3,2,1) e portanto 2,1,3= 1,3,2= 3,2,1= ‐1. Todas as outras 21=np‐
6=27‐6 componentes do tensor de Levi‐Civita são nulas.
As propriedades do tensor de Levi‐Civita são as seguintes:
1) ijk jki kij ikj jik kji isto é uma permutação par dos índices deixa invariante ;
uma permutação ímpar produz o simétrico de .
2) A contracção de 2 de qualquer dos seus 3 índices é nula ou seja iik kii iki 0 . Esta propriedade é
trivial porque os termos da soma que está implícita na contracção são todos nulos.
3) Regra Épsilon‐Delta. Trata‐se de uma fórmula que exprime o produto interior de dois tensores
alternantes com uma contracção. Tem‐se pois 2 índices mudos e 4 índices fixos:
O tensor alternante é muito importante na definição de produto externo ou vetorial entre vetores, de
produto misto e triplo de vetores e ainda na definição de determinante de uma matriz ou tensor de 2ª
ordem.
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Produto externo ou vetorial entre vetores
Sejam 2 vetores a e b de R3. O seu produto externo ou vetorial é uma operação binária fechada, isto é cujo
resultado está também no espaço de partida (R3) e é representado por: a b e que possui as seguintes
propriedades:
1) a b é ortogonal (perpendicular) a a e b .
2) Tem sentido dado pela regra do parafuso ou do saca‐rolhas (sentido que o parafuso de rosca direita executa
ao progredir no sentido de a (primeiro vetor do produto) para b (segundo vetor do produto). Como
consequência a b b a .
3) Módulo a b a b sin a , b onde é área do paralelogramo de arestas definidas por a e b .
Recorrendo ao tensor alternante , o produto externo é dado pelo produto interior de com a e b com duas
contracções de índices na forma:
a b ipq a p bq
i
As propriedades 1 e 2 vêm triviais. Na verdade o produto de a b com a é nulo sendo dado por:
a b ai ipq a pbq ai piq a pbq ai (pela prop. 1 de ε)
i
O produto externo de dois vetores pode ser obtido através da notação de determinante:
ex ey ez
a b ax a y az a y bz az by ex az bx ax bz ey ax by a y bx ez
bx by bz
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Produtos entre vetores e tensores de 2ª ordem
Seja a um vetor e bc o produto exterior de dois vetores (ex. díada). Os produtos interno e externo entre
a e bc vêm definidos de forma coerente como:
a bc a bc a b c
; a bc a b c
Produto misto entre 3 vetores de R3
O produto misto entre 3 vetores a , b e c é um escalar obtido pelo produto interno de um desses vetores pelo
produto externo dos dois restantes. Assim tem‐se o produto misto:
a b c b c a c a b ipq ai bp cq
Este produto é invariante para uma permutação cíclica dos três vetores mudando de sinal para uma permutação
ímpar. Tem‐se a b c V que é o volume V do paralelogramo rectângulo definido pelos três vetores (vide
figura).
Produto triplo
O produto triplo de 3 vetores é o produto externo de um deles com o produto externo dos dois restantes.
O produto triplo pode exprimir‐se através de produtos internos graças às propriedade Épsilon‐Delta de .
Tem‐se assim o produto triplo:
a b c a c b a b c
Dem. A componente i do produto triplo é:
a b c a d
i i
(def. de d) ikl ak dl ikl ak lpq bp cq
ikl lpq a b c
k p q
lik lpq a b c
k p q iq kp ak bp cq (prop. ε-δ)
ip kq
donde sai o resultado.
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Determinante de tensor de 2ª ordem
Um tensor A em R3 é representado por matriz 3x3 que é formalmente idêntico à linha de 3 vetores coluna a1 , a2 e
a3 ou seja A a1 , a2 , a3 . O determinante da matriz A é o produto misto a1 a2 a3 e representa (a menos de
um sinal) o volume do paralelogramo definido pelos três vetores. Tem‐se assim o determinante:
O determinante do tensor transposto é idêntico devido às propriedades de .
Pode obter‐se o determinante de um tensor de 2ª ordem em Rn recorrendo ao tensor de Levi‐Civita de n‐ésima
ordem em Rn e que fornece a assinatura de uma permutação genérica de n índices tal como no caso em n=3. Tem‐se
assim:
No caso n=2 o tensor alternante é dado por uma matriz 2x2:
0 1
11 12
21 22 1 0 donde o determinante de A é:
A11 A12
det A ij Ai1 Aj 2 11 A11 A12 21 A21 A12 12 A11 A22 22 A21 A22
A21 A22
A21 A12 A11 A22
Vetor axial associado
Seja um tensor A de 2ª ordem em R3. Das 9 componentes, 3 são nulas sobre a diagonal, e das restantes 6
apenas 3 são independentes sendo as outras simétricas das primeiras. Desse modo o tensor A fica
totalmente caracterizado por um vetor a=ax(A) que é o vetor axial associado cujas componentes são dadas
pela fórmula:
1
ai ipq Apq ax A i
2
Se A é simétrico então o vetor formado pela operação anterior é nulo devido às propriedades do tensor
alternante. A fórmula anterior é equivalente a:
a qual permite obter o tensor original a partir do vetor axial em termos indiciais.
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Cálculo diferencial e integral de campos tensoriais cartesianos em Rn
(Usa‐se a convenção de Einstein a menos que se diga o contrário)
Qualquer ponto Q do espaço Rn pode ser descrito de forma unívoca pelas coordenadas cartesianas x1 ,..., xn . A
base de versores ortonormados (bon) é : e1 ,..., en , sendo cada versor ei tangente à i‐ésima linha coordenada, na qual
apenas xi varia deixando invariantes todas as outras coordenadas x j ( j i ) . Desse modo, qualquer deslocamento
vetorial infinitesimal dr é expresso na forma:
dr dxi ei
Poderemos definir sobre um domínio arbitrário de Rn um campo tensorial de ordem p ou seja a uma
aplicação: T : R R em que a cada ponto Q faz corresponder um tensor de ordem p. São
n (n p )
exemplos em mecânica dos meios contínuos. Os campos escalares da pressão, temperatura, densidade
(p=0); os campos vetoriais da velocidade, aceleração (p=1), campos tensoriais das tensões, da taxa de
deformação (p=2).
O campo T admite‐se contínuo e com derivadas contínuas até uma certa ordem, isto é a ordem necessária
para as aplicações. Estas propriedades permitem a aplicação do cálculo diferencial sobre campos de
tensores.
A integração do campo T em subdomínios de Rn é também necessária e útil em certas aplicações. Por
exemplo o comportamento mecânico integrado de um fluido exige a integração de campos tensoriais.
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Noção de Gradiente e Diferencial
Consideremos um campo tensorial de uma certa ordem p, T (Q) T (r ) , aplicado no ponto Q de vetor
posição r em relação à origem do sistema de coordenadas. Os versores nos quais se exprime T são os
versores fixos da base cartesiana. Vamos exprimir a variação infinitesimal dT num pequeno deslocamento
dr :
T n
T
dT dxi dxi
xi i 1 xi
A variação dT pode exprimir‐se recorrendo ao operador gradiente. Um operador é uma aplicação que
converte uma função noutra função. Por exemplo a derivada é um operador porque converte uma função
na sua função derivada. O operador gradiente é um operador tensorial de ordem 1 ou seja tem a mesma
estrutura que um vetor. Assim, em coordenadas cartesianas definimos o operador gradiente na forma:
n
grad ei ei operador gradiente ou NABLA
xi i 1 xi
O produto interno do deslocamento infinitesimal dr com o operador gradiente fornece o operador diferencial
d :
d dr dxi ei e j
x j dxi
x
ei e j
j
n
dxi ij dxi dxi
x j xi i 1 xi
A derivada dirigida segundo uma certa direcção l, orientada segundo o versor l é dada pelo produto interno
de l com o operador gradiente ou seja:
d
dl l li
xi dl
onde dl é o deslocamento medido ao longo da direcção orientada l. Em particular, se aplicarmos esse operador
dT
a T vem: d l T ou seja a taxa de variação de T ao longo da direcção orientada l.
dl
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Gradiente de um campo escalar
Consideremos um campo escalar diferenciável T ( r ) . O lugar geométrico T dos pontos onde T =T0 =constante
é um domínio (variedade) com dimensão n‐1, sendo n a dimensão do espaço total. Chamemos a esse
domínio T de iso‐domínio T (o prefixo iso significa constante). Por exemplo em R3 os iso‐domínios são iso‐
superfícies (duas dimensões). Em R2, os iso‐domínios são iso‐linhas (uma dimensão). Ao longo dos iso‐
domínios T não há variação do campo T.
Calculemos a variação dT ao longo de um deslocamento dr dr vers(dr ) dr l onde dr 0 é o
comprimento desse deslocamento e l o seu versor.
dT dr l T
Esta expressão permite mostrar as seguintes propriedades do gradiente de um campo escalar.
1) O gradiente de T é perpendicular aos iso‐domínios de T. Na verdade se o versor l for tangente aos iso‐
domínios de T, a variação dT=0 ou seja o produto interno l T 0 o que significa que o iso‐
domínio de T é ortogonal a T .
2) A máxima derivada dirigida positiva de T (máxima taxa de variação espacial positiva de T verifica‐se na
direcção e sentido do gradiente. Na verdade tomando l vers T tem‐se: dT dr T 0 . Assim
T ~ T / r onde r é a distância, medida na perpendicular entre iso‐domínios em que difira de
T 0 . Deste modo quanto menor a distância entre iso‐domínios (iso‐superfícies, isolinhas), maior
o módulo do gradiente de T. O campo escalar T fica totalmente caracterizado pelo gráfico dos iso‐
domínios.
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Gradiente de um campo tensorial cartesiano
Seja T um campo tensorial de ordem p1 em Rn (exemplos: um campo vetorial, um campo de tensores de 2ª ordem).
Um campo tensorial é composto de np campos escalares e portanto poderemos calcular o gradiente e os iso‐
domínios de cada uma das np componentes.
O gradiente do tensor T de ordem p é assim um tensor de ordem p+1 que é formado pelo gradiente (vetorial) de
cada uma das np componentes escalares. Tendo em conta que os versores da base em que se exprime T são
cartesianos e fixos (contrariamente ao que sucede em coordenadas curvilíneas em geral), tem‐se:
T
T ei
xi
T j e j ei e j j
xi
Note‐se a aplicação da Convenção de Einstein.
Para um tensor T de 2ª ordem, o seu gradiente é um tensor de 3ª ordem:
T
T ei
xi
T jk e j ek ei e j ek jk
xi
A variação infinitesimal dT de um tensor de ordem p é dada, tal como para o caso escalar por:
dT dr T
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Operador divergência de tensores cartesianos
O produto interno entre tensores permite construir o operador de divergência, muito útil em cálculo diferencial e
integral em Rn. Assim, em coordenadas cartesianas, define‐se o operador divergência aplicado a um tensor T
cartesiano de ordem p1 na forma:
T div T ei2 ...ei p
xi
Tii2 ...ip
onde se executa a contracção do índice da derivada com o primeiro índice da esquerda de T. O resultado é um
tensor de ordem p‐1. Assim a divergência de um campo vetorial é um campo escalar, a divergência de um campo
tensorial de 2ª ordem é um campo vetorial etc. Por exemplo em R3 com coordenadas cartesianas (x,y,z), a
divergência de um campo vetorial vem:
u v w
div v com v uex vey wez
x y z
onde x , e y , ez
e são os versores associados às direcções orientadas x,y,z respectivamente.
Um campo tensorial de divergência nula diz‐se solenoidal ou seja em que div T 0
Operador Laplaciano
O operador Laplaciano define‐se como a norma quadrada do operador gradiente ou seja o produto interno do
operador gradiente por ele próprio. Tem‐se então o Laplaciano de um tensor T ordem p0 (escalar, vetor, tensor):
T T Lap T ei1 ei2 ...ei p
2 2
xi xi
Ti1i2 ...i p
Por exemplo os Laplacianos de um escalar e de um vetor v uex vey wez em R3 vêm respectivamente:
2 2 2 2v 2v 2v
Lap 2 2 2 ; Lap v 2 2 2
x y z x y z
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Operador Laplaciano iterado
Em algumas aplicações nomeadamente para a modelação do atrito em mecânica de fluidos, usa‐se o laplaciano
iterado (ex. laplaciano do laplaciano). Assim tem‐se o operador bi‐harmónico para a duplicação do laplaciano:
4
T Lap LapT ei1 ei2 ...ei p
2 2
x j x j xi xi
Ti1i2 ...i p
Em coordenadas (x,y,z) e para o caso de um escalar tem‐se:
2 2 2 2 2 2
Lap Lap 2 2 2 2 2 2
x y z x y z
Operador rotacional de tensores cartesianos
O rotacional (rot ou curl em alguma literatura inglesa) de um tensor T de ordem p1 em Rn recorre ao produto
externo em Rn e portanto ao tensor alternante de ordem n em Rn e à operação de produto externo. O rotacional de T
é também um tensor de ordem T.
Rotacional em R3
Usa‐se o tensor alternante em R3 ou o tensor de Levi‐Civita.
T rot T ek ei2 ...ei p kjs
x j
Tsi2 ...i p
Pode assim definir‐se o rotacional de um campo vetorial e o rotacional de um campo tensorial. Um campo tensorial
de rotacional nulo diz‐se irrotacional ou seja rot T 0 .
Em particular o rotacional é de um campo vetorial em coordenadas cartesianas (x,y,z) é:
ex ey ez
w v u w v u
rot v ex ey ez
x y z y z z x x y
u v w
com v uex vey wez
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Rotacional em R2
O equivalente ao rotacional em R2 é um operador vetorial aplicado ao campo escalar na forma:
ex ey
ez ex ey
y x
x y
Identidades entre operadores diferenciais
Usando as propriedades dos operadores divergência, rotacional, do produto externo, interno, triplo e misto, é
possível obter várias entidades entre operadores que são úteis em cálculo diferencial integral em R3 nomeadamente
em mecânica dos meios contínuos.
Tem‐se então para um campo escalar arbitrário e campos vetoriais A, B :
1: rot ( grad ) 0
2:
A div (rot A) 0
3: r n (n=2 em R 2 , n=3 em R 3 )
4: r 0
5:
A A A
6:
A A A
7:
A B B A A B
8:
A B A B B A A B B A
9: A B
A B A B B A B A
10 :
A A A
11:
A B A B A B A B
1
12 : A A 2 A A A A (decomposição de Weber)
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Demonstrações de algumas Identidades entre operadores diferenciais
(Recurso ao cálculo tensorial)
Demonstração de: A B A B B A B A A B .
O produto triplo A B pode expandir‐se como: B A A B ( aplica-se aos dois vectores)
Usando a derivada do produto em que se deriva um dos vetores de cada vez tem‐se:
B A A B B A ; A B B A A B
donde se obtem o resultado.
Demonstração de: A A A
ou
rot (rot ( A)) Grad ( Div( A)) Lap( A)
Desenvolvamos a componente i de A :
As
A ipq A
ipq
qrs
i x p x p
q
xr
2 As 2 As 2 As
ipq qrs x x qip qrs x x ir ps is pr x x (Regra Épsilon-Delta)
p r p r p r
2 Ap 2 Ai Ap
(Aniquilação de Deltas) Ai
x p xi xr xr xi x p
i
A A , i
i
Como a igualdade se verifica para cada componente i então obtem‐se a igualdade para a totalidade do vetor.
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Cálculo Integral de tensores cartesianos
No cálculo integral em Rn são necessários calcular vários tipos de integrais tais como o fluxo de um campo tensorial
através de uma superfície orientada e a circulação ao longo de uma curva fechada.
Fluxo de um campo tensorial através de uma superfície orientada
Consideremos uma superfície orientada no espaço R3 (superfície curva) ou no espaço R2 (superfície plana) limitada
pela curva fronteira . Em R3, uma superfície orientada é aquela que tem dois lados bem definidos e não é possível
através de um percurso ao longo da superfície passar de um lado para o outro da superfície. Existem superfícies não
orientadas tais como a fita de Möbius, isto é que têm apenas um lado como mostra a figura.
A curva fronteira de é em geral uma linha torsa se R e plana se R . Tendo essa superfície dois
3 2
lados bem definidos, poderemos definir um ‘lado de dentro’ e o correspondente ‘lado de fora’. O elemento de
superfície orientada define‐se como:
d nd
onde d é a área infinitesimal (positiva) e n é o versor normal que aponta do lado (convencionado) de dentro
para o lado de fora. O versor tangente é o versor com o sentido directo, tangente à curva orientada . O
t
elemento de arco ao longo de é dl. O sentido directo (anti‐horário) é aquele que deixa a superfície à sua
esquerda. O versor u é tangente à superfície e perpendicular à curva fronteira . Têm‐se as relações:
u t n ; t n u
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O fluxo de um campo tensorial T em R3 (ou R2), de ordem p1 através da superfície orientada (curva ou
plana) é o integral:
T d n T
Em particular a superfície pode ser a fronteira de um certo domínio tridimensional R . Nesse
3
caso a superfície = é uma superfície fechada e o seu bordo é o conjunto vazio (não tem bordo).
Aplicação: Cálculo da quantidade de massa total (ou parcial) escoada por unidade de tempo e que
atravessa a superfície orientada . O campo T e o respectivo fluxo são neste caso:
T v ; v d n v
onde é a densidade do fluido (ou densidade parcial de um certo tipo de massa específico, ex: sal, vapor)
e v é a velocidade do fluido. A quantidade v tem dimensões físicas de kg/s (massa/tempo) e na
terminologia dos fluidos chama‐se débito de massa. Se a velocidade v for tangente em cada ponto à
superfície, então n v 0 e o débito é nulo ou seja a massa não atravessa , verificando‐se a condição de
fluxo nulo ou de impermeabilidade total (ou parcial a um certo tipo de massa ou espécie química).
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Fluxo no bordo de uma superfície orientada
A superfície orientada (curva ou plana) tem como fronteira a curva orientada . Esta curva tem como
versor tangente t , versor normal exterior u e elemento de arco dl. Define‐se o fluxo de um campo
tensorial T (de ordem p1) através da curva como:
T dl u T
Aplicação: Consideremos o escoamento bidimensional sobre uma superfície (ex. escoamento de água
sobre uma bolha de água e detergente (sabonária)). A massa está distribuída por unidade de superfície
sendo o seu valor (densidade areolar ou por área) de dimensões kg/m2. O débito (quantidade de massa
que atravessa é dado por:
T v ; v dl u v
A curva que limita é fechada, no entanto pode igualmente calcular‐se o fluxo ao longo de uma curva
não fechada C com extremidades (início e fim).
Circulação de um campo tensorial T ao longo de uma curva orientada fechada
Consideremos um campo tensorial T de ordem p1 em R3 (ou R2). A circulação de T ao longo de uma curva
fechada orientada C é o integral de linha:
C T dl t T
C
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Aplicação: Consideremos um fluido circulando em circuito fechado em sentido único ao longo da curva fechada C
(célula de circulação) com massa por unidade de comprimento ou densidade linear l (em kg/m). A energia cinética
1
do fluido em circulação é dada pela circulação ao longo de C do vetor l v v onde t é o versor de v .
2
Teoremas Integrais em R2 e R3‐ vol
O cálculo de integrais tridimensionais 3D num domínio R3 pode em certos casos ser obtido pelo integral
na sua fronteira de normal exterior (apontando para fora) n de componentes ni . Tem‐se então o
teorema de Stockes generalizado em volumes (TSG‐vol):
dv ...
d ni ...
xi
Teorema do fluxo‐divergência em R3, de Gauss ou de Ostrogradsky
Tome‐se no TSG‐vol as componentes cartesianas Ai do campo vetorial A e faça‐se a contracção em i.
Obtem‐se:
Ai
dv xi dv div A
d n A A
ou seja o integral de volume da divergência iguala o fluxo através da fronteira. Tal permite definir a
divergência de um campo vetorial como o limite quando 0 do Fluxo/Volume.
Outras aplicações do TSG‐vol
... escalar
(integral de volume de gradiente)
dv grad d n
... A ( produto externo com A )
dv rotA d n A (integral de volume de rotacional)
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Teoremas Integrais em R2 e R3‐sup
O teorema de Stockes generalizado pode aplicar‐se também sobre uma superfície orientada de normal
n com linha fronteira ou bordo orientado∙ com versor tangente t e normal exterior u t n . Tem‐se
então o teorema TSG‐sup:
d n i u i ... dl ti ...
... dl n
Aplicações do teorema TSG‐sup em 3D
... d n
dl t
... A
d n A d n A
Fluxo do Rotacional de A dl t A
Circulação de A no bordo= A (Teorema de Stockes )
Este teorema permite definir rotacional como o limite quando 0 do quociente circulação/área.
... A d n A dl t A
Aplicação: vetor área tomando A r vector posição
1
d n 2 r dr
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Teorema de Green
No caso de ser uma superfície plana com normal n constante tem‐se:
d i
... i ...
dl u
Tomando um campo vetorial A bidimensional (com componentes apenas sobre ) e fazendo a contracção
dos índices tem‐se:
d A 2D
dl u A
A Fluxo de A através da linha orientada
Ou seja, o integral de superfície da divergência iguala o fluxo através do bordo. Este teorema é uma versão
2D do teorema fluxo‐divergência. Outra aplicação em 2D é a do integral do gradiente 2D:
d 2D
dl u
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