Daniel Santana
SOBRE O AUTOR
Nascido em 1981, enfrentou suas
dificuldades iniciais logo na
gestação de sua mãe. Não se
contentou com a possibilidade de
não nascer e tomou a decisão de
vencer a primeira grande batalha
da vida: nascer! Cresceu na
companhia de outros quatro
guerreiros de muita personalidade
que muito o ensinaram sobre o
amor, brios, dedicação, união,
companheirismo, poder de decisão,
autoconfiança e aos 20 anos,
resolveu buscar novos horizontes.
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ÍNDICE
SOBRE O AUTOR.................................................................................................................................................... 2
PREFÁCIO................................................................................................................................................................. 4
A VIDA ....................................................................................................................................................................... 5
O COMEÇO DE TUDO ........................................................................................................................................... 6
AUTOCONHECIMENTO..................................................................................................................................... 10
A PÍLULA VERMELHA ....................................................................................................................................... 17
PERDOAR OU AGRADECER? .......................................................................................................................... 22
LEI DA ATRAÇÃO TAMBÉM É PARA MENININHAS.............................................................................. 30
PADRÃO REPETITIVO ....................................................................................................................................... 31
O CASTELO IMAGINÁRIO ................................................................................................................................ 35
A SURDEZ NAS DISCUSSÕES .......................................................................................................................... 40
SAINDO DO AUTOMÁTICO .............................................................................................................................. 42
PRÉ-OCUPAÇÃO .................................................................................................................................................. 44
VIVER O PRESENTE ........................................................................................................................................... 47
AMOR, A LEI UNIVERSAL ................................................................................................................................ 50
SONHOS................................................................................................................................................................... 52
A INFÂNCIA PERDIDA....................................................................................................................................... 54
AS MÁSCARAS DO DIA A DIA ......................................................................................................................... 57
A FELICIDADE EXISTE MESMO?................................................................................................................... 60
VOCÊ SE ALIMENTA DO QUE? ....................................................................................................................... 66
SAIA DO PADRÃO................................................................................................................................................ 71
O TEMPO................................................................................................................................................................. 73
AS PEDRAS QUE CARREGAMOS.................................................................................................................... 75
JAMAIS DESISTA DOS SEUS SONHOS ......................................................................................................... 79
CONTEMPLAR OS ERROS ................................................................................................................................ 89
SOU MEU MELHOR ADVERSÁRIO ................................................................................................................ 92
INTUIÇÃO... ESCUTE SEU CORAÇÃO! .......................................................................................................... 94
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PREFACIO
Dedico esse livro a todas as pessoas que me ajudaram ao longo da jornada
que venho percorrendo até aqui. O agradecimento vai ao médico que me
ajudou a nascer, meus professores do colégio e faculdades, amigos, colegas,
namoradas, família e principalmente aos agora aposentados inimigos. Cada
um me ensinou uma pequena parcela do que sou, enquanto minha
incessante busca pela felicidade acontecia. Todos os que passaram pelo meu
caminho deixaram suas marcas e me ensinaram a não desistir nunca e
jamais me importar com os obstáculos, pois, transformados, se tornam um
grande degrau para ir mais adiante. Uma dedicação especial também é feita
ao meu grande irmão e guerreiro Axel, que revisou e auxiliou na construção
desse trabalho.
Também dedico esse livro às novas amizades que foram e serão feitas por
conta do meu desejo de ajudar o mundo a ser um lugar melhor. Entendo hoje
o que a vida quis me dizer, quando me falou que para que eu aprendesse
mais era preciso ajudar mais. Na época tinha uma consciência de que o que a
vida manda é o melhor para nós, mas hoje tenho muito mais confiança nela.
E esse é o objetivo do livro. Sempre digo que o ser humano quer ganhar
sempre. E qual o seu ganho se você entender e praticar o que compartilho
gratuitamente?
Por isso me dedico ao máximo para maximizar o tempo que passo feliz e
minimizar os períodos de tristeza. Se alguém me roubou, por exemplo, não
darei a essa pessoa o meu precioso tempo.
Sendo assim, esse livro não foi escrito para os que tem plena consciência de
que sua vida está perfeita e que o estilo de vida que levam “jamais” irá
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mudar. Para esses talvez não seja a hora e o melhor seria voltar mais tarde
em busca de entendimento, afinal, já levam uma boa vida.
Quem está disposto a sair do padrão e sente que a natureza (incluindo o ser
humano) está mudando e buscam um sentido para a vida, encontrarão aqui
algumas lembranças e dicas que me ajudaram e ajudam muito ao longo da
minha vida. Apertem os sintos e aproveitem a viagem.
A idéia desse livro não é a de levar ninguém para meditação. Também não
vendo nenhum produto “revolucionário” ou algo do gênero. Aqui o intento é
tão simples quanto um bate papo de crianças: observe-se mais. Tente
encontrar a origem de seus problemas, desejos e pensamentos. Existe muito
mais dentro de nós do que nós mesmos acreditamos.
Sendo assim, sorria, abrace, beije, cante e dance. Faça a sua existência valer a
pena e no final de sua jornada, grite com alegria o quanto foi bom ter
nascido, obrigado vida, por ter me criado da forma que sou!
A VIDA
Muito falo nesse livro sobre “A Vida”. Mas do que é que estou falando?
A vida é o que quer que acredite que te criou. Pouco importa aqui no livro se
é Deus, Universo, Pluriverso, Darwin ou qualquer outra crença que possua.
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A idéia é simples: em nossos dedos existe a prova de que existe alguma coisa
que coordena tudo. Suas digitais, segundo os cientistas, não se repetiram e
não se repetirão!
Para que algo do tipo aconteça, existe uma sabedoria que determina que a
sua digital seria utilizada no momento de seu nascimento e não no do sujeito
que ganhou vida no outro lado do planeta. Sendo assim, para piorar, além de
saber o que já foi feito, existe uma conexão que independe da família.
A maior parte das pessoas também acredita que não existem coincidências.
Ent~o para mim a “Vida” é isso! S~o os arquitetos que dizem que agora é a
hora de conhecermos uma nova pessoa ou um lugar novo. Ela comanda
aquele nosso desejo interior de abrirmos ou fecharmos um novo livro e a
vontade de experimentarmos um prato novo.
Mas novamente repito. Pouco importa, para o que trago nesse livro, se você
acredita em Deus ou em Darwin, se você aceitar que existe realmente
alguma sabedoria que coordena os acontecimentos do Planeta.
“A Vida está aí coordenando tudo, não percebe quem não quer vê-la!”
O COMEÇO DE TUDO
Tudo começou com um livro que li em abril de 2010, que fala sobre o amor,
vida alienígena, dimensões e um pouco mais. O livro (Ami, o Menino das
Estrelas), enviado por um amigo, não foi lido logo de cara. Talvez eu não
estivesse pronto para o conhecimento nele contido. O fato é que quando o
recebi, não dei a mínima e acabei me esquecendo. Antes de iniciar a leitura,
não fazia idéia que a sabedoria ali contida viraria minha vida pelo avesso.
Naquele momento pensei: “Melhor eu dar mais atenção a este livro porque
uma criança não sai por aí falando da Bíblia, menos ainda Isaías”. Ao término
da leitura, me lembrei de algum ensinamento que falava para não julgar o
livro pela capa e entendi que uma nova fase de minha vida se iniciava ali.
Com o passar dos anos, por não ser compreendido, me moldei ao padrão da
sociedade e mesmo tendo muitos amigos, mulheres, dinheiro e diversão, não
me sentia nem completo e menos ainda entendido. Apesar de ser bem
recebido na maior parte dos lugares que me colocava, percebia que não fazia
parte deste padrão que a sociedade prega como o melhor.
Na época, morava num lugar que muitos sonham, tinha tudo o que queria,
vivia da diversão e estava empregado numa empresa que sustentava minha
vida automática. Mesmo com tudo isso, não era o suficiente e me sentia
incompleto. Foi quando, certa vez, numa rave, tudo começou a mudar.
Ao escutar a frase, pensei “isto existe” – pior é que era uma música que
escutava sempre, mas nunca tinha percebido a mensagem! Fui embora sem
pensar duas vezes e, ao chegar em casa, saí pesquisando o assunto.
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que estava meditando quando me sentava, relaxava e escutava as músicas
que me guiavam até meus animais de poder. Provavelmente se tivesse
percebido isto antes, eu pensaria: “O que? Eu, meditar? Deixa isso para lá.
Melhor ir para alguma balada dançar e conquistar alguma gata”.
Ponto para o que guia nossa intuição! Me pegou sem que notasse, como em
tantas outras vezes em minha vida.
Essa é a parte mais dolorosa da vida: quando descobrimos que tudo que
vivemos foi criado e atraído por nós mesmos.
Pior é quando temos consciência de que tudo de ruim que nos cerca foi
atraído por nós mesmos, para nosso próprio bem, mas não fazemos nada
para melhorar nosso dia. É muito mais fácil aguardar que Deus (sempre
muito consultado e questionado em nossas horas difíceis), venha e faça um
de seus grandes milagres ou até pior, culparmos alguém pelos desastres de
nossa vida.
Era como se a única coisa que sustentava a minha vida fosse o dinheiro. Ao
ver isso, tive a certeza de que estava tomando o caminho errado e resolvi
mudar o rumo.
Poxa, que legal, não é mesmo? Melhor ainda quando vem de montão! O lado
ruim é que eu era vazio!
Mas não leve nada do que está aqui a sério demais! Creio que a única coisa
que deveríamos levar realmente a sério é nossa evolução e que o resto se
resuma a nos divertimos como crianças que ainda somos.
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AUTOCONHECIMENTO
A compreensão e ampliação da consciência traz o que muitos já ouviram
falar: autoconhecimento.
Como minha base espiritual não foi das mais fortes, para mim era aquela
coisa básica de nascer, crescer, se reproduzir, envelhecer e morrer. Mas
queria algo mais, sentia que tinha muito mais guardado para mim. Apesar de
na infância ter questionado tanto, no colegial “adormeci”.
Como a vida não alivia para os que estão dormindo, tomei um grande
chacoalhão logo na primeira meditação. Para evitar que o livro tome o
caminho de crenças espirituais, vou pular as coisas que vi e deixar para uma
outra oportunidade, quando o foco for divindades e crenças.
Por hora, basta dizer que fui acordado gradualmente e, com o tempo, as
dúvidas foram sendo substituídas por compreensão de porquês.
Claro que também vale lembrar que cada vez que uma pergunta era
respondida, milhares de novas surgiam. Mas a vida é assim mesmo. Nunca
saberemos tudo.
Antes do início na jornada da meditação, via a vida como injusta porque, por
mais que eu tentasse algumas coisas, notava ainda que as pessoas não
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entendiam minhas atitudes. Certa vez até cheguei a me questionar se valia a
pena ajudar as pessoas, pois sempre que tentava, alguma coisa ruim
acontecia comigo. Um exemplo foi certa vez que, enquanto chovia, ajudei um
sujeito a empurrar o carro. Ao voltar para o carro, escorreguei e caí, me
ralando inteiro no asfalto.
Naquele momento pensei: “Tá vendo Daniel, vai e ajuda as pessoas. É isso que
dá!” Como meu ego estava crescendo, não parei para refletir que estava
ajudando uma pessoa que tinha duas crianças no carro dele. O que teria
acontecido se não o tivesse feito? Não parei para refletir que valeu
efetivamente os arranhões para que os filhos daquela pessoa pudessem
seguir seu caminho com saúde e segurança. Hoje, vejo que a beleza do meu
ato minimizou os poucos arranhões que ganhei naquele dia.
Mas o fato é que em diversas ocasiões esse tipo de coisa acontecia. Bastava
ajudar, para simplesmente alguma coisa ruim ocorrer. Hoje vejo as situações
“ruins” por dois ângulos diferentes: A primeira e mais lógica, é que sempre
acontecia um desastre porque eu me questionava se devia realmente ajudar.
A segunda era a vida me tirando do muro, tirando a dúvida desnecessária!
Para mim, ajudar deve ser feito de forma completa, sem perguntas. Auxilie
alguém e vire a página, passou.
Uma coisa que nunca mudou foi o que mais gosto de fazer: aprender,
observar e me moldar às necessidades do momento. Então, desde criança
notava os padrões, me adequava às situações e seguia em frente. Por não ter
o entendimento dos porquês, às vezes gastava tempo demais com rancores,
planos de vingança e coisas do gênero. Tudo isso era sustentado por um ego
gigantesco, que me moldava (sem saber) como uma grande obra de arte.
Sim, meu ego era realmente uma coisa “especial” e me “protegeu” por muito
tempo.
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Notei que o ladrão, que me leva alguns bens, me ensina o desapego material.
O relacionamento que não dava certo, me ensinava o que buscava, de
verdade, em uma mulher. Mas o que mais aprendi foi: como é que posso
esperar que as pessoas me entendam se nem eu mesmo me conheço?
Sendo assim, qual a finalidade dos obstáculos? A mim, nos tornar mais fortes
e nos preparar para a próxima aula. Observei então que os professores na
escola seguem o padrão da vida: não adianta tentar nos ensinar história, se
não sabemos nem o ABC! Também não adianta ir para o colégio se antes não
entendermos o valor da escrita – o que foi passado por nossos pais quando
nos liam história de dormir.
Na minha infância lembro do meu pai lendo jornal todo dia. Queria ser como
ele. Queria aprender para fazer o que ele fazia e saber um pouco de tudo
como ele sabe. Então gradativamente, até aprender a escrever e chegar
nesse livro, primeiro tive que pegar gosto pela coisa toda. Depois comecei a
ler tudo que via na frente, inclusive as placas que apareciam no caminho das
viagens. Depois descobrimos alguma matéria que chama mais nossa atenção
e seguimos evoluindo.
Assim como na escola, o que você fez quando a professora disse que estava
tudo errado? Simplesmente desistiu de aprender a ler e escrever ou se
esforçou um pouco mais? Se está lendo o livro é porque escolheu a segunda
opção. Então por que é que não nos esforçamos mais e mais na arte de
nos conhecermos e sermos felizes?
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Foi isso que, observando minha jornada até aqui, notei. Quando queria as
gatinhas do colégio, a vida me apresentou várias. Quando entrei na fase das
baladas, tinha minha agenda livre para sair quando bem entendesse; na hora
que desejei conhecer o mundo subaquático, a vida me deu de presente uma
namorada dona de uma escola de mergulho e inúmeras oportunidades de
estar debaixo d’agua; quando quis saltar de para-quedas, meu instrutor de
mergulho, um cara multitarefas, que também dava aulas de paraquedismo.
Tudo que desejei a vida me ofereceu de enxurrada, assim como os desafios.
Mas antes não observava.
Ninguém é mais ou menos que ninguém. Muito menos eu. Apenas sempre
tive um objetivo de vida: ser feliz! Penso que, já que estou vivo, que então eu
viva de verdade, plena e intensamente e não simplesmente siga vivendo até
a hora da minha morte.
E aí olha que interessante. Quando alguma coisa “boa” acontecia comigo, era
minha conquista. Porém, se algo “ruim” acontecesse, assumia meu posto de
vítima e lembrava de Deus para questioná-Lo. Grande falsidade, não é
mesmo?
Reconhecer que a vida dava uma mão quando queria me divertir, foi fácil.
Mas para entender que a vida estava me trazendo situações ruins para meu
próprio bem me custou quase trinta anos. É muito mais fácil sermos vítimas
das coisas ruins e heróis conquistadores das boas.
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Mas estes questionamentos me deixavam confuso e, conforme fui
observando e entendendo o que estava por trás de tudo aquilo, vi que a vida
me ensinava mesmo quando desejava alguma coisa banal como as baladas.
No mergulho, por exemplo, aprendi a meditar. Como gostava de falar muito,
tinha que ficar de boca fechada enquanto debaixo d’agua, caso contr|rio n~o
respiraria. No paraquedismo aprendi a vencer meu maior medo: altura.
Apesar do medo, nutria um sonho gigantesco de saltar, sozinho! Lembro de
ter pensado: “Quem vencerá a batalha: o medo ou a vontade de saltar?”
Com as mulheres, também aprendi a deixar de ser tímido. Mais uma vez,
quem sairia vitorioso: o desejo de ir falar com a gata ou o receio de levar um
não? Hoje, com a timidez, não poderia sequer sonhar em sair por aí falando
para as pessoas que estamos destruindo nosso mundo, nossa casa.
Pior que tudo isso? Vejam a sabedoria da vida: enquanto eu curtia uma vida
sem sentido, aprendia o que era o amor. E se não tivesse saído tanto de
balada ou estado com tantas mulheres, como é que poderia falar de amor?
Por isso que digo que a arte de nos auto-observarmos é fundamental para a
felicidade. Se você não sabe porque faz alguma coisa, como é que vai
aprender o que busca? E acredite, não importa o que esteja fazendo da sua
vida, você busca alguma coisa, mesmo que inconscientemente.
Então foi aí que tudo fez sentido. Não basta desejar. Mesmo que almejando
algo e com atitude, indo atrás do que queremos, temos que estar atentos ao
que a vida nos deseja. Exemplo: Se a vida quer que eu aprenda o desapego
material, não faz muito sentido eu desejar ganhar na loteria. Ela não me dará
isto.
Nesse caso é muito importante observar o que a vida deseja para você. Lutar
contra ela é impossível. Felizmente, somos muito mais fracos que ela. Então
é bom que você e a vida estejam em harmonia, sen~o vai ser a “eterna”
guerra da infelicidade onde o mais fraco (nós) queremos lutar contra o que
comanda (a vida).
Conforme fui praticando, comecei a fazer isto em tempo real. Claro que às
vezes é impossível saber a conclusão de uma atitude nossa ou de outrem
porque leva tempo até que tudo tenha se completado. Mas muita coisa dá
para entender no exato momento em que executamos alguma atividade, seja
ela boa ou ruim.
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Para fazer isso basta estarmos atentos e tentarmos ao máximo não nos
ofendermos com algum acontecimento porque, na realidade, ele será muito
proveitoso por algum motivo qualquer. Mas levamos um tempo excessivo
para nos darmos conta, porque gastamos um mega tempo tristes ou
ofendidos porque alguém nos fez mal.
Vou dar um exemplo. Imagine que numa viagem qualquer você passe por um
país X, no meio do Oriente. Certo dia está numa festa e um cara te pede uma
gorjeta. Você dá a gorjeta e o cara simplesmente te dá um tapa e cospe na
sua cara.
Na hora você vai e arrebenta o sujeito. Pensa que deu pouco dinheiro e que
ele, mal agradecido, fez o que fez para te ofender. Passado algum tempo,
descobre que esta é a forma dos moradores desse país expressarem a
gratidão. Eu me sentiria um idiota.
Mas vamos imaginar que isso aconteça aqui mesmo, onde um tapa na cara e
um cuspe são sinônimos de falta de respeito. Aí meu jovem, o melhor é
repensar a sua atitude e entender que foram apenas gestos encontrados
para expressar a indignação. Mas nosso ego, que não quer ser ofendido de
forma alguma, simplesmente age por impulso e revida o ataque. Não ache
que devolver “ataques” com flores seja uma coisa f|cil. Mas começa aos
poucos, gradativamente, como aquele exemplo da escrita que falei
anteriormente: começa com o A-E-I-O-U.
Falar que nunca será assim cria barreiras mentais que te impedem de
evoluir. Por outro lado, se mentalizar que deseja ser mais paciente, a vida te
trará oportunidades de mostrar que quer mesmo melhorar.
O que compartilho nesse livro é justamente isso: o que tenho observado nas
consequências do que desejamos e os planos “secretos” dos “arquitetos da
vida”. Isto explica o título do livro. O que quer que tenha que aprender, a
vida me oferece os melhores mestres em tal matéria e você é um deles. Não
importa a atitude que tomarmos, aprenderemos alguma coisa.
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Que tal viver assim também?
Novamente volto a dizer: não importa de verdade no que você acredita. Para
o que venho compartilhar, não faz a menor diferença se você acredita em
Deus (o Pai, que é Amor puro ou o bravão que pune por termos falhado) ou
se acredita em Darwin e sua teoria da evolução.
Por exemplo: alguém que saiba somar dois mais dois, ante uma pessoa que
não saiba nem o que são números, é um gênio neste ponto. Sendo assim,
você sabe muito mais do que eu em alguma ou muita coisa. E o que a vida faz
é simplesmente colocar as pessoas no nosso caminho. A nós resta apenas
estarmos atentos, tomarmos “notas” das lições e seguirmos adiante, sem
mágoas, rancores ou apegos.
Onde vamos chegar com todo esse conhecimento? Mais adiante neste livro
falo disso. Mas tudo é muito mais simples do que parece. Nós é quem somos
os grandes complicadores.
Porém, de fato, serei bem direto ao afirmar que a grande maioria de nossa
sociedade faz o que nos mandam e não o que realmente desejamos. E o pior
de tudo é que aceitamos e, quando é tarde demais, pensamos: “Poxa, se eu
tivesse feito tal coisa a vida teria sido diferente!”
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Se você vive uma vida diferente da que desejava na infância, saiba que se
tornou um escravo dos desejos dos outros. Nossa sociedade oferece um
monte de coisas que inicialmente são boas, mas na verdade não são. Veja o
que está acontecendo com o mundo inteiro e verá que da forma como está,
nos mataremos até que reste apenas um único ser humano, que sozinho,
verá o tempo passar, sem ter ninguém para amar ou brigar.
Antes que chegue a este ponto, pegue o controle da sua vida. É como
Morpheus afirma, no filme Matrix, ao até ent~o “Mr. Anderson”: “Esta é sua
última chance. Após isto, não tem retorno. Se tomar a pílula azul, a história
acaba e você acorda na sua cama e acredita no que quiser acreditar. Se tomar
a pílula vermelha, você continua no País das Maravilhas e te mostrarei o quão
fundo o buraco do coelho é!”
A PILULA VERMELHA
Quer ser livre de verdade? Aprenda a se observar melhor. Largue o papel de
vítima da peça chamada “vida” e assuma sua responsabilidade em comandá-
la. Este é o primeiro grande passo para se livrar dos problemas e
consequentemente ganhar notória liberdade.
Então aqui vou quebrar alguns dogmas. Logo de cara começo com esse da
meditação. Imaginamos que meditar é algo difícil e que temos que ficar com
a postura ereta, numa posição desconfortável, por muito tempo, até que
alguma coisa aconteça.
Bom, a maioria das pessoas que conheço medita e não faz idéia disso.
O queeeeee?
Isso mesmo. Esses dias, falando com a Vanúzia, uma mulher muito especial
que me ajuda nas tarefas de casa, a escutei revelar que tem visões e que
muitas vezes fecha os olhos e sai desta suposta realidade. Naquele momento
ela estava pedindo que eu a ensinasse a meditar. Quando disse que já ela
meditava, ela pulou de alegria por entender que não estava ficando louca.
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Meu irmão faz meditação no mar, sem saber. Quando senta na prancha e fica
esperando a onda certa chegar, se concentra tanto naquilo, que tem vários
“insights”, intuições vindas sabe-se lá de onde.
Aquele amigo que citei no começo do livro, medita antes de entrar na luta. E
olha que o cara acredita em cientistas e não em Deus. Mas a calma mental o
faz se conectar com o coração e reduz o pensamento ao nada! Concentração
plena e o momento certo para calcular cada movimento que faz.
Uma amiga esses dias me falou que quando tem um grande problema, vai
para o banho e fica lá por algum tempo. Outra amiga, surta e quebra coisas. É
a forma que ela encontrou para descarregar a raiva. Tudo isso é meditação!
Não consegue mas tem um problema para resolver? Não tem problema! Vá
dormir. Acordará com as respostas. A vida é simples assim. O que atrapalha
são os pensamentos.
“Mente vazia é oficina do diabo”. Claro, devo ter sido guiado pelo Satã para
falar mais, gratuitamente, sobre o amor! É cada um que me aparece!
Comigo a meditação acontecia de noite, nas horas de sono. Sempre que tinha
um problema maior que eu, ia dormir que acordava com as respostas. Não
sabia o que tinha acontecido, mas o primeiro pensamento do dia era
realmente importante, era a solução de meu problema.
Por isso que sempre digo: respeite seu sono. Tente não dormir irritado com
alguma coisa; bêbado e se tiver problemas para dormir, procure a causa.
Mas de qualquer forma, relaxe e não acorde ninguém com gritarias ou coisa
do tipo. Entenda que, assim como você gosta, outros também amam a
tranquilidade de acordar em paz.
Outra dica que dou, também sobre o sono, é de tentar não dormir com a
televisão ligada ou com o som com qualquer música. Quando dormimos,
entramos no estado “alpha”, que é o mesmo da meditação e com isso nossa
mente é absolutamente sugestionável. Já tentou entender porque você vai
dormir e acorda com um desejo louco de comprar uma nova televisão ou
almoçar num restaurante de comida porcaria? As propagandas que tanto
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lavam nossas mentes. Policie-se, não deixe que sua mente seja um depósito
de porcaria e desejos alheios.
Para fazer um teste do que estou falando, coloque uma música agradável e
veja o sonho que tem. É incrível como você acaba sonhando com a praia se
estava escutando um som de mar. Então se gostar de música ou televisão ao
dormir, não coloque nada randômico (muito menos estações de rádio). Faça
uma seleção de músicas agradáveis (melhor as de meditação, que são feitas
para um repouso mais tranquilo) e relaxe.
Mais um dogma que arrebento é aquela coisa do monge tibetano, que tem
que renunciar a todos os desejos e bens materiais. Será que precisamos
disso também? Não! Eu vivo uma vida normal. Vou ao cinema, a baladas, me
divirto com os amigos, falo besteiras, cometo inúmeros erros e tento
melhorar, amo um dia na praia, músicas e aprender sobre qualquer coisa
que desconheça. Ou seja, sou um ser humano dotado de tantas qualidades e
defeitos quanto você.
Quem me conhece sabe que estou realmente renunciando a tudo. Mas isso
porque meu caminho é assim. Para escutar o coração não precisamos
também exagerar. É aquela coisa que muita gente fala: equilíbrio. Mas o
equilíbrio não é um pouquinho de uma coisa e mais um pouquinho de outra.
A harmonia é individual.
No meu caso, parece exagero para alguns. Para mim foi a forma que
encontrei para me dedicar mais à arte de ajudar o mundo a encontrar o
amor ao próximo e o próprio coração. O grande problema do exagero é que
nosso ego nos pega pela falta de algo. Sendo assim, lembre-se sempre: vá
com calma, observe-se e respeite seus limites.
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Com isso em vista, o autoconhecimento é realmente perigoso: para quem
controla a sociedade! Se você é um destes sujeitos que estuda formas de
controlar mais e mais as pessoas, com propagandas, produtos, etc., não se
gabe tanto, meu jovem. Você também está sendo controlado.
O grande problema dos bens materiais é que nos tornamos escravos deles
também. É seguro para tudo quanto é lado; impossibilidade de viajar e
deixar as coisas ao relento e o pior de tudo: o apego! Nossas conquistas
definitivamente nos escravizam.
Liberdade plena? O dia em que puder olhar para sua família e falar, do nada:
“Pessoal, esqueçam seus compromissos e vamos viajar!” “Mas e o emprego, as
contas, os e-mails, as correspondências?” O que mais vai lembrar na hora
de sua morte? As contas a serem pagas, por um padrão de vida alto
demais ou os bons momentos com a família?
Sabe o que é liberdade para mim? É ter tempo total para meu filho, quando
ele nascer. Porque gostaria de estar com ele a cada passo e em cada queda,
simplesmente para que ele não passe pelas mesmas dificuldades que passei.
Então se seu filho está com uma babá que nem conhece, me desculpe jovem,
mas não é realmente livre e está deixando que outra pessoa eduque sua
criação.
Sinto orgulho do meu pai, que trabalhou a vida inteira para me proporcionar
bons estudos e uma boa residência. Mas sabe uma coisa que acabava com
minha infância? Quando tinha algum evento na escola e ele não aparecia. O
triste disso tudo? Ele nunca apareceu! Entendo que ele estava ocupado,
sustentando uma grande família e a isso sou grato. Mas quando criança eu
não tinha essa compreensão e esperava, até o último segundo, que ele
surgisse “do nada” e me chateava sempre porque nunca era surpreendido.
Mais uma vez, ser livre é um problema. Porque se você é livre, não é
controlado por seu emprego, por não precisar dele para ter pouco, mas viver
bem. Sabe que se aquela empresa não der o valor que você merece, outra
dará.
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Então pergunto: Para quem autoconhecimento, liberdade e meditação são
perigosos?
Com certeza não é nem para você, sua família e nem para mim. Por outro
lado, para quem estas qualidades são boas? Para todos que precisarem de
sua ajuda, porque alguém livre é repleto de amor. E uma pessoa que ama,
consequentemente tem mais tempo para pensar no próximo do que nas
coisas que ela precisa fazer com ela. Paramos de fazer contas de como pagar
a nova aquisição besta e vivemos alegremente o presente, prontos para dar a
mão para quem quer que seja.
Uma pessoa feliz é completa. Não precisa fazer as unhas toda semana, não
precisa se maquiar, não precisa de carro novo, não precisa de nada. Ela
simplesmente é bela do jeito que se vê! É aquela coisa: uma pessoa feliz,
numa festa, é muito mais notada do que várias outros seres que passaram a
noite inteira se maquiando.
A grande pegadinha disso que afirmo é que para ser realmente feliz é
preciso largar pelo menos uma parte do ego.
Quando fazemos isso, não mais precisamos da aceitação dos outros, pois nos
aceitamos como somos. E é aí que o jogo muda de rumo, porque nessa hora
atraímos mais pessoas que notam nossa beleza interior, nosso coração e não
as que viam apenas nosso corpos, rostos, carros bonitos ou posses caras.
Quer ter uma idéia do tamanho da minha liberdade? Só em 2010 tirei férias
três vezes. Fui para a Amazônia, para a Chapada dos Veadeiros e para
diversos outros lugares. Como isso é possível? Primeiro que não gasto meu
dinheiro comprando coisas fúteis. Prefiro comprar conhecimento. E qual a
melhor forma de comprarmos conhecimento? Vivendo!
Estudar, ler livros, assistir filmes, etc.? Que nada! Se fosse para ficar sentado
com a bunda num sofá, teria nascido como pedra e não com pernas e mãos.
A natureza nos fez sabiamente para nos locomovermos e enquanto gasto
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oito horas do meu dia num escritório, armazenando riquezas, o mundo se
degladeia rumo ao fundo do abismo.
Quem aqui não gostaria que as pessoas te amassem pelo que você realmente
é e não pela máscara que utiliza? Mas já pensou que para isso tem que
aposentar a máscara?
Mas agora que tem consciência, cabe a você mudar a forma como os outros
te enxergam e digo, com base na minha experiência, que é mais fácil do que
parece. O que nos impede é nosso ego, que é extremamente preguiçoso e não
gosta de mudar por vontade própria.
Se alguém chegar para mim hoje e falar: vou roubar tudo que você
conquistou na sua vida inteira, direi: bom, tá dentro da minha mente. Sinta-
se à vontade!
PERDOAR OU AGRADECER?
A primeira coisa que tive que largar para realmente entender os
acontecimentos da vida foi o padrão vítima. Isto até que foi fácil, pois sempre
consegui me colocar como terceira pessoa num determinado acontecimento.
Mas certas coisas realmente me tiravam do sério.
Sei lá de onde vieram algumas das minhas regras de vida: não fazer mal ao
próximo, não agredir, não matar e, se possível, não ofender.
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Por outro lado, quebrar algo (meu e que tivesse me custado muito suor para
conquistar) era realmente muito bom. Parecia que me livrava da energia
ruim que me dominava. E de fato, me livrava mesmo. A parte boa é que não
me sentia um idiota quando isso acontecia. Pensava apenas: “Ufa! Quebrei a
energia ruim. Agora basta!”
Nessa época, descobri que nenhum dos caros celulares que comprava vinha
de fábrica com asas. Telas de notebook quebram ao receber “jabs” (aquele
soco direto do boxe), vidros de carro realmente quebram e cortam a mão e
tetos de carro amassam ao receber um gancho (soco de baixo para cima) e,
o melhor de tudo, o formato de um punho fechado no teto de um carro, é uma
interessante e cara decoração.
E foi assim que segui por certo tempo, quebrando as coisas: com muito bom
humor os aprendizados começaram, pois estava aberto a recebê-los. Apesar
de me sentir bem com tudo aquilo (afinal não tinha feito mal a ninguém),
questionava até quando alguém conseguiria me aborrecer.
E aí apresento mais uma dica: A vida espera o seu desejo por algo.
O conhecimento não vem quando você não o busca e a paciência não lhe é
concedida quando você não está pronto ou não deseja recebê-la.
Mas por que resultado lógico? A vida usa e abusa de seus pontos fracos. Na
época, o meu era as mulheres. Então a lógica me parece simples: na área de
sua vida a que você mais se dedicar aparecerão seus melhores
professores!
A garota em questão foi a primeira que não tive que fazer nada, pois a vida a
entregou numa bandeja!
Para ter uma idéia de como foi, conheci um casal na casa de um amigo e
passei a frequentar a casa deles. O marido, um sujeito espetacular que muito
entende de madeiras, porque faz esculturas, e a esposa (a mãe da menina),
cozinha maravilhosamente bem. Frequentei por algum tempo a casa deles
para aprender sobre madeiras e também porque lá me sentia bem. Aí um dia
a m~e perguntou: “Roubaram o carro da minha filha e ela quer vir para a
praia. Você a traria para cá?”
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Assim que saí da casa deles, pensei: “Quer ver que é uma gatinha e que vou
me meter em uma grande encrenca?” N~o deu outra! Algumas semanas
depois lá fui eu buscar a guria e era mesmo um espetáculo. Nos envolvemos
e foi aí que tudo começou.
Ela é uma pessoa muito brincalhona e divertida. Mas quando eu passei a ser
o alvo das brincadeiras, comecei a me irritar. Só que por conta da meditação,
sempre que ela me tirava do sério, ia para a praia questionar o que havia
acontecido e porque eu tinha me aborrecido por tão pouco. Foi então que
comecei a desenvolver meu conceito de castelo (mais adiante explico
melhor).
No término do relacionamento tudo ficou claro. O que mais aprendi com ela
foi a não me deixar influenciar pelas tentativas dela de me aborrecer. Certo
dia, durante uma tentativa dela me irritar, puft, percebi que não havia me
aborrecido! Naquele dia senti o meu coração aumentando de tamanho de
uma forma inexplic|vel. Acho que isso acontece quando “adquirimos”
alguma qualidade que antes não possuíamos. Agora posso incluir no meu
currículo o item paciência. Mais uma vez a vida e seus arquitetos me
ensinando muita coisa.
Mas, como sempre, achava que não tinha observado todos os fatores e todos
os ganhos. Precisei de um pouco mais de tempo e observação para perceber
que nossos professores são todas as pessoas que passam em nosso caminho.
Depois de chegar nessa teoria, queria comprovar se era verdade. Para isso,
fiz uma retrospectiva geral em tudo que conhecia e sabia fazer. Foi aí que
percebi que a maior parte do que sei veio de pessoas comuns e não dos
mestres (sejam eles professores da escola ou gurus espirituais).
Observe sua vida. Reflita sobre as coisas que aconteceram, nos momentos
ruins e entenderá o que estou dizendo: tudo tem um lado muito bom! Foi
quando também entendi que, assim como a moeda tem dois lados, qualquer
evento da nossa vida também tem.
Ou pior. Vou perdoar o cara que me roubou porque isso vai criar energias
boas ao meu redor? Quero meu dinheiro de volta para pagar minhas contas.
Tribunal do karma nada! Como é que vou explicar isso para o meu credor, na
hora que a fatura do aluguel chegar? “Olha, me perdoe, não vou pagar. Mas
fique tranqüilo: ao me perdoar, você estará perdoando a si mesmo!” N~o daria
certo, não é mesmo?
Bom, acredito que grande parte das pessoas que estão lendo isso,
concordam com o fato de que perdoar com as justificativas acima é
realmente difícil. Não dá para aprender a perdoar facilmente se olharmos
por esse lado.
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Justamente por isso, logo que li, postei um comentário que diz o seguinte:
“Oi Adama. Nós não nos conhecemos, mas podemos ter o mesmo amigo. O
nome dele é Axel e ele me enviou seu maravilhoso artigo por e-mail.
Tenho certeza que há alguns anos atrás eu concordaria contigo, mas não hoje!
O queeeee? Estou louco?
O que??? Sim! Este assunto (perdão) deve ser deixado para trás.
Explicarei melhor num livro que estou escrevendo. Mas pense comigo: quando
alguém me mata, por exemplo, o que acontece? Nada, certo? Era minha hora
de partir e você foi só a ferramenta utilizada por Deus para me levar de volta
para casa. Estou certo? Acho que sim. Vamos continuar pensando.... Se você
pega o meu trabalho ou se algum cara toma minha garota, o que está
acontecendo? É Deus ou a vida mais uma vez me dizendo que a pessoa ou
trabalho, por exemplo, não combinam comigo. Está correto mais uma vez?
Novamente, acho que quando somos realmente UM, estamos em paz com tudo.
E com isso em mente, corpo e alma, quando alguém está fazendo algo "ruim"
conosco, esta pessoa está apenas nos ensinando alguma coisa que não
compreenderíamos, em tempo, de outra forma.
O que você acha sobre isso? Como disse antes, estou escrevendo um livro sobre
isso e sua opinião será muito bemvinda.
Daniel”
Abstraia, se achar necessário, as coisas espirituais que falei para ela. Mas
como coloquei no post, quem nos faz mal não passa de uma pessoa utilizada
pela vida para nos ensinar algo.
A autora do post concordou comigo, mas afirmou que primeiro temos que
aprender a perdoar os que nos fazem mal.
Até pouco tempo atrás, concordava que o perdão é o primeiro passo. Mas
conforme os dias passaram, refleti mais sobre a questão e cheguei ao ponto:
se tenho que te perdoar, ainda estou ofendido! Se ainda estou ofendido,
não aprendi a lição. Isso faz do perdão o caminho mais difícil.
Ser grato é muito mais fácil e está além do perdão. Imagine-se falando: “Olha
professor, eu te desculpo por você ter me ensinado tanto.”
Vou perdoar esse cara? Ele fez o que ninguém mais podia fazer: arrebentou
meu ego e, sem saber, me motivou a me esforçar mais.
Na época pensava que ele era um sujeito cruel, sem coração. Hoje, muito
pelo contrário. Tudo que tenho e fiz é graças a essa conversa desgracenta.
Sendo assim, obrigado mestre. Você mudou a minha vida!
Mas como isso? Simples! Ele era a única pessoa que poderia ferir meu ego e
me fazer estudar bastante, coisa que não fazia na época. A frase que ele falou
foi tão perfeita que há pouco tempo atrás entendi que a informática não é
mesmo para mim e que meu caminho é outro. Eu é quem tenho que ser
perdoado por ter xingado tanto o cara ao longo da minha vida.
Mas aquele acidente foi perfeito! Felizmente não morri, não perdi nenhuma
parte de meu corpo e mais do que isso, percebi que estava vivendo uma vida
de louco, trabalhando em três lugares diferentes e cruzando a cidade todos
os dias, simplesmente para ganhar mais dinheiro. Graças a ele, dei uma
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pausa e escolhi uma vida mais tranquila, com menos dinheiro e mais paz!
Porque de que adianta ter rios de dinheiro se não sobra tempo para gastar?
Isso me faz lembrar que só estou aqui escrevendo esse livro porque, por
conta do acidente, tive tempo para estudar mais e refletir sobre a vida. Três
anos depois, vejo que sem tal acontecimento provavelmente estaria nadando
em rios de dinheiro e contribuindo de alguma forma para o mundo ser um
lugar pior.
Vou perdoar o cara? Não! A gratidão está muito além do perdão! Só ele podia
me ensinar isto de uma forma que eu entendesse tão claramente.
Estas e muitas outras coisas ruins que me aconteceram, foram atraídas por
mim mesmo. Chamei tudo isso porque precisava aprender de alguma forma.
Como não obtinha o conhecimento pelo caminho fácil (amor), invoquei o
“tombo da vida”, que me ensinou e aqui estou.
Mas esse é o caminho da dor, como meu pai sempre fala. Não precisamos
tomar esse rumo para entendermos a vida. Podemos seguir pelo caminho do
amor.
Como disse, todos esses acontecimentos foram “invocados” por mim. É a tal
da Lei da Atração e quando pulei do caminho cheio de espinhos para o do
amor, muito mais agradável, parei de levar surras da vida.
Como disse, não sou mais ou menos que ninguém. Já conversei com pedintes
realmente sábios que sabiam muito mais do que eu e também com diretores
de grandes empresas que conhecem a arte de ganhar dinheiro e pouco
aprenderam sobre o amor. Ou seja, cada um sabe um pouquinho de algo e
juntos podemos criar um mundo de muito mais paz e amor.
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termos feito algo. O mais incrível de tudo é que sempre que chegamos nesse
ponto, a pedra do outro é quebrada e uma nossa também é.
Mas o que você está atraindo para sua vida? Qual o caminho que está
escolhendo diariamente?
Como assim para menininhas? Basta observarmos a vida. Quem está num
cassino, por exemplo, deseja mais que saiam os números certos do dado que
outra pessoa? Mas muitas vezes essa pessoa perde uma furtuna naquela
jogada.
Mas aqui, alguém poderia dizer: “Existem muito mais pessoas desejando que
ela erre do que a própria pessoa desejando acertar o lançamento”, certo?
Pois bem! Então alguém deseja mais um prato de comida do que quem está
passando fome? Neste caso, existe alguém na mesma mesa desejando o
contrário?
Onde quero chegar com estes exemplos é que não basta desejar. Precisamos
entender o que a vida está nos oferecendo, receber os aprendizados, fazer o
que tem que ser feito e virar a página.
Algo fácil de se dizer, já que não passei/passo fome, certo? Será que não? Os
que realmente me conhecem sabem que passei fome no passado e passo
hoje, com um intento – conhecer a fome para ajudar os famintos.
Meu objetivo é ajudar. Tanto quem passa fome de comida quanto a quem
passa fome de entendimento da vida, de felicidade ou de amor – hoje dedico
minha vida a ajudar as pessoas a encontrar o alimento que buscam. Não que
eu seja, fui ou serei mais que alguém. Mas simplesmente pelo fato de que, me
observando e vendo o padrão de comportamento da vida, entendi algumas
coisas que talvez possam ajudar a outros.
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deste livro: compartilhar um pouco do que vivenciei até este momento, que é
apenas uma mísera parte da minha jornada. O livro é como o primeiro
capítulo da minha vida sendo encerrado.
Aos vinte e oito anos de idade, trago o agradecimento ao país que tanto me
ensinou no caminho da dor, que existe um caminho muito mais belo e
agradável. E esse livro vem numa boa hora. Entendi que saio daqui, em
busca de respostas para novas perguntas, deixando escrito tudo que
aprendi.
Mas como é que a Lei da Atração funciona e não funciona? Por que é coisa de
menininha?
Não adianta neste momento da minha vida eu desejar algo que não é o que a
vida deseje para mim. Não adianta querer um prato de comida para
sobreviver mais um dia se eu não aprender a plantar. Não basta desejar ser
rico se a vida está me oferecendo a pobreza como forma de compreensão
dos valores que as dificuldades oferecem. Enquanto não alcançar todos os
valores de uma dificuldade que enfrento, a vida não vai me apresentar novas
oportunidades.
Não se trata também de ser mais esperto que a vida. Isto é impossível! Mas
se formos mais rápidos que a nossa parte que se ofende (ego) e bem
observando tudo que nos acontece, entendemos e contemplamos o que nos
é oferecido.
Nesse padrão, viver fica muito mais prazeroso pelo simples fato de que nesta
hora paramos de nadar contra a maré. Aliás, de que adianta não concordar?
A vida não vai mudar a estratégia dela simplesmente porque passamos a nos
comportar como crianças birrentas!
Pois é. Infelizmente não adianta não concordar com a vida. Assim como
aprendemos na infância de que ficarmos no padr~o “birrento” nos gera
castigo, tentar brigar com a vida também é inútil. A vida é mais forte e sábia
do que nós e vai nos colocar onde quer, não importa o quanto achemos que
temos o controle sobre ela.
PADRAO REPETITIVO
Algumas pessoas são roubadas, furtadas, demitidas e esquecidas várias
vezes num curto período de tempo. Observe, entenda e vire a página do
aprendizado ao final do assunto. Acredite, como a vida é um grande
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professor, que nos ensina a cada instante (até mesmo em nossos sonhos),
passar para o próximo tópico é o que ela mais quer!
Aliás, vejo a vida como o maior dos professores. E, assim como todo e
qualquer professor, ela deseja muito ir para um novo aprendizado. Por
qualquer lado que olhemos a vida, a evolução é necessária.
Quem é roubado pode pensar inicialmente: “Já entendi! Não posso andar por
aquela rua”, ou ent~o, “Preciso colocar seguro no carro” e assim vai.
Às vezes também não é algo ruim em você. Nem sempre quem te deixa está
sufocado ou recebe atenção. Muitas vezes suas atitudes estão perfeitas. Mas
é a vida te dizendo: “Não é essa pessoa ou situação para você, criança.
Aguarde um pouco mais e encontrará o amor de sua vida. Tenha paciência!”
Para entender uma fração da vida, basta sairmos do óbvio, do racional e nos
conectarmos a um mundo muito mais simples e prazeroso: o coração. Ele é
mais do que suficiente para que notemos além da casca. Saindo deste padrão
básico, obtemos o verdadeiro conhecimento e viramos a página.
Quando alguma coisa ruim me acontece, peço naquele exato momento que a
vida me diga o que tenho que tirar de lição daquilo. Isto porque acho que
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muitas vezes precisamos de ajuda para ter a correta visão ou pelo menos
paciência para que aguardemos todo o acontecimento ter se completado e,
então, podermos notar a beleza por trás da suposta ofensa.
“Você duvida?”
Ele ficou sem resposta. Seus neurônios pareciam se questionar algo como:
“Falei que vou arrebentar o carro dele e ele quer aprender alguma coisa? Isso
não é possível!”
Voltou a tentar chorar e falei mais um pouco sobre o amor. Ele disse que a
mãe dele falava as mesmas coisas e que ele era uma pessoa muito ruim. Falei
que não, que ele ainda era a criancinha da infância e que a suposta ruindade
havia sido criada para proteger tal criança dos acontecimentos ruins.
Completei dizendo que quando ele entendesse o amor, não mais precisaria
da suposta proteção, pois nada faria mal a ele.
Parecia que eu falava aquilo tudo para mim mesmo! Em dado momento ele
simplesmente trouxe o olhar “malvado” novamente e perguntou: “Tenho
uma arma. Você quer vê-la?”
Os olhos do cara eram puras dúvidas. Não preciso dizer que ele não fez nada,
senão nem estaria aqui escrevendo isso. Mas o olhar dele deu a resposta:
“Não tenho nada a te ensinar, garoto. Tentei te fazer mal pelo bolso,
ameaçando seu carro, não consegui. Depois ameacei sua vida e novamente não
vi apego à vida. Vou te ensinar o que se você já aprendeu sobre essas
matérias?”
As palavras finais dele foram: “Você não merece minha maldade!”. Virou as
costas e foi embora.
Quando voltei a mim, questionei a intuição sobre tudo aquilo. Intuí que o
cara tinha chegado para me fazer algum mal. Tentou a porta do vício e do
materialismo e nada achou. Como forma de apelar, tentou a porta do apego à
vida e nada encontrou.
Então percebi que quando falava para ele que não fazia sentido ele proteger
a vida com maldade, estava dizendo aquilo também para mim. Em nenhum
momento pensei em ligar para a polícia e menos ainda bolei planos de como
sair do carro para lutar por alguma coisa. Simplesmente fiquei lá como a
criança que lê “O Pequeno Príncipe” e nada faz quando alguém a chama para
brincar.
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O CASTELO IMAGINARIO
Comece pela base. Crie um piso sólido, caso contr|rio o “inimigo” cava um
buraco e te atinge. Depois faça as paredes, o teto, uma área de observação.
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Quando o castelo ficou pronto, percebi que tinha criado algo tão
intransponível que nem o sol, nem a chuva, nem o clarão da lua cheia e
muito menos o canto de um pássaro ou borboletas emanando amor
poderiam adentrar!
Foi nessa hora que resolvi sair do castelo! Percebi que estava me trancando
e que o amor é, em si, a maior proteção! O amor? Sem barreiras, sem
paredes, sem chão. É livre e não pede licensa para entrar.
Sim! Se pensarmos num castelo físico, não importa o que utilizar, ele sempre
será vulnerável a alguma coisa. Se construir paredes altas demais, basta
encher de água. Se ele tiver um teto que não dê para jogar água, me resta
cortar a entrada de comida ou mesmo água (como aconteceu com os Maias).
Se isto também tiver sido pensado antes, a vida lança uma bomba nuclear e
aí, como Hiroshima, tudo vira pó.
Mas não se apegue ao castelo. Faça como os monges tibetanos que passam
anos construindo lindas mandalas para, no final, destruí-las. O castelo é sua
fortaleza de evolução e não a sua casa.
Já o amor sim é uma grande fortaleza! Este aí não tem jeito e não tem arma
que vença. Experimente falar para alguém que está brigando com você a
frase: “Eu amo você”. A menos que a pessoa esteja surda de raiva (falarei
disso mais adiante), a briga estará encerrada no exato momento em que
pronunciar sinceramente essas palavras.
Aos que tem filhos, lembrem-se, por exemplo, de quando foram furiosos dar
uma bronca no filho e ele olhou com cara de gato de botas do Shrek. Dá para
fazer alguma coisa? Todos nós somos sensíveis ao amor.
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Com o castelo do amor, basta ter paciência, escutar o que a pessoa
enfurecida está falando e deixar a conversa para depois. O importante, neste
momento, a meu ver, é realmente utilizar o poder do seu “castelo”, pois a
nossa mente costuma se apegar até a frases, palavras, olhares, gestos,
cheiros, etc.
Vou dar um exemplo. Certa vez um amigo me contou que tinha chegado na
casa da namorada e ela não estava lá. Preocupado com os afazeres diários,
ele não percebeu que a porta estava destrancada quando chegou e ao sair
fechou e seguiu sua vida.
Algum tempo depois, a namorada liga para ele enfurecida por ter percebido
que ele a trancou para fora de casa. Ele diz: “Me desculpe. Estou super
desatento por conta do falecimento da minha tia”. E ela responde: “Problema
seu! Não estou nem aí para sua tia.”
Ele passou em casa e se mostrou super chateado porque tinham brigado por
isso. Na hora em que ele esteve na casa dela, a guria estava na piscina e tinha
deixado a porta aberta por que voltaria logo. A conclusão óbvia dele foi de
que ela, insensível, preocupada em tomar sol, nem observou a desatenção
dele, causada supostamente pelo falecimento de um ente querido.
Com isso em mente, falei para ele: “Você não acha que ela não percebeu?
Imagine que você, no lugar dela, não sendo tratada direito pelo namorado, ao
chegar em casa, percebe que foi trancada para fora. Da própria casa. Quando
ela ligou para você, estava surda.”
Eles se entenderam e estão juntos até hoje. Mas para que isso acontecesse,
meu amigo teve que reconhecer a atitude ruim que ele teve.
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Lembre-se sempre de ir gradativamente. Mas veja, entender uma ofensa é
completamente diferente de aceitá-la. Se você for magro e as pessoas te
ofenderem ao te chamar de qualquer coisa, não estou dizendo para aceitar e
passar a comer e se comportar como tal. Ao invés disso, que tal o
questionamento: “E se eu fosse mesmo isso que a pessoa está falando, que
diferença faria?”
Sendo assim, sim, vejo o amor em tudo, até mesmo no sujeito que vem falar
que vai me matar. Mas tem uma diferença. Quando você entende o amor em
tudo que te circunda, nada mais te faz mal e as pessoas começam a fazer
coisas boas por você. É aí a tendência natural: morte por causas naturais,
como deveria ser com todo mundo.
Quando atinge esse nível, as pessoas vão te ofender por que? De que adianta
chamar um sujeito de gordo, para satirizá-lo, se ele simplesmente zoa com
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ele mesmo? Perde a graça, não é mesmo? A pessoa que não se ofende é o
famoso “Joselito”, que pega a bola e vai embora porque ninguém deixava ele
jogar.
Não se ofenda sinceramente e veja o que acontecerá. Nada que não o outro
ficar com cara de tonto.
Com isso em vista, digo que cada besteira que entendemos e superamos é
um tijolo colocado na construção do castelo e como falei anteriormente,
quando o castelo estiver pronto, perceberá que ele não é mais necessário,
porque não importa o que te façam, simplesmente não conseguirão mais te
ofender ou magoar. Aí você entra em outro estágio da evolução, o melhor de
todos, onde, por se autoconhecer, entende o problema do próximo.
Algumas coisas nesta vida nós só alcançamos quando abrimos a porta para o
amor. Se uma pessoa tivesse determinados “poderes” que a mente
proporciona, mas levasse uma vida baseada no ego, seria perigosa demais.
Então, vejo que algumas coisas são bloqueadas para a própria segurança dos
demais.
Observe, quando estiver conversando com alguém ou até mesmo lendo este
livro, quantas vezes nós paramos para refletir ou questionar o que nos
falam. É neste momento que deixamos de escutar partes realmente
importantes das conversas e passamos a bolar respostas ou coisas do
gênero. Se você está pensando na resposta não está concentrado no que
está sendo dito.
As mulheres não falam que nós homens não as escutamos? Pois é. Pelo jeito,
pelo menos eu, tinha a falha no cérebro que parava de escutar o que a gata
dizia, quando alguma coisa que me chamava a atenção, era pronunciada. Aí
perdia coisas importantíssimas como alguns desejos delas.
Como nada é perfeito, hoje fico atento para não deixar o pensamento me
dominar. Presto realmente atenção no que está sendo falado, sem julgar,
sem questionar, sem interromper. Fazendo isso, quando a pessoa termina de
falar, temos a resposta, mesmo que seja “apenas” um “te amo” ou um forte
abraço. Muitas vezes isso é tudo que a pessoa precisa: um ouvido amigo ou
um abraço carinhoso.
Mas sabe o que acontece na realidade? A tal da surdez! Nós ficamos tão
obstinados a convencer o outro de alguma coisa, que não medimos as
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palvras, ações e pensamentos. Muitas vezes estamos certos no que falamos.
Mas se falei uma vez, não vai ser na insistência que vou convencer o outro.
O “castelo” do amor deixa essa energia passar sem ser atingido. É como um
tubo de vidro limpo em que a energia flui normalmente, sem interrupções
(pensamentos) e apegos (ofensas). Quando sabemos que a pessoa está
surda, fica fácil perceber que ela também não está refletindo sobre o que
fala. Está apenas, como disse antes, descarregando.
Então deixe a pessoa falar, não se suje e não aceite o que estão te dizendo. Se
ofendeu? Parabéns, seu ego te mostrou um ponto fraco. Vá para o castelo e
corrija essa falha! É o caso de uma pessoa magra que não gosta de ser
chamada de gorda. Se ela tem certeza que está na medida certa, de que vai
adiantar tentar ofendê-la dessa forma? Aceite e saiba o que você é e os
“surdos” n~o mais te ofender~o.
Mas é claro, no meio desta descarga toda, sempre tem algumas coisas
importantíssimas que podem fazer a relação se tornar ainda mais forte. O
problema aqui é deixar as ofensas passarem e abraçar o conhecimento.
Quando isto acontece, ponto para os dois.
Digo que, assim como um piscar de olhos é uma mensagem, uma ofensa
também é. Desta forma, com um castelo bem construído, o que chega em
nosso coração é o real significado da mensagem e não a linguagem com que
aquilo foi dito.
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amarelas ou no sabor que o prato que mais gostar de comer tem. Perceberá,
após alguns segundos, que não ouviu nada do que a pessoa disse.
Mais uma vez, reforço que é algo que leva tempo para ser alcançado. Mas se
começamos aos pouquinhos, com besteiras que nos desagradam, logo
atingimos o objetivo final. Basta dar o primeiro passo. É a tal da consciência
ampliada.
SAINDO DO AUTOMATICO
Conforme dizem os estudos (nunca parei para contar), o cérebro humano
pensa de 40 a 60 mil vezes por dia. Caracas! É um número e tanto! Qualquer
um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente
tal quantidade.
O que nosso cérebro faz para não nos deixar loucos e para economizar
energia? Automatiza tudo!
Quando foi a última vez que observou seus pensamentos? E a última vez que
se observou escovando os dentes, fazendo amor ou escutando uma música?
Isto fala mais sobre nós do que sequer imaginamos!
Uma situação que aconteceu certa vez e que muito bem demonstra o
automático que vivemos diariamente:
Todo dia, quando chegava no escritório, passava pelas pessoas que falavam
“Oi, tudo bem?” Resposta b|sica e autom|tica: “Tudo bem e você? “ E o outro
dizia que também estava tudo bem.
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se conscientizado da mensagem oculta: “Você está no automático, minha
querida!”
PRE-OCUPAÇAO
Quando foi a última vez que acordou e pensou: “Hoje farei meu melhor, no
que der e vier?” E quando foi que decidiu que, se algo que fizesse resultasse
em caca, você não daria a mínima, por ter tentado plenamente?
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Aceito meus erros, meus defeitos e as coisas que não conseguir fazer. Não
dou a mínima para as falhas. Aceito meus limites e, como disse, se tentarmos
plenamente, a falha passa a ser uma oportunidade de aprendizado.
Aliás, quem disse que não somos perfeitos? Deve ter sido um sujeito bem
imbecil, porque com certeza ele não poderia explicar a perfeição. Para você,
o que é uma pessoa perfeita? Acredito que diriam o mesmo que eu penso: é
alguém que acerta tudo que faz.
Bom, é impossível acertar tudo sem nunca ter errado certo? Sendo assim, o
erro faz parte do caminho para a “perfeição”. Pois é ele quem mais nos
ensina, se soubermos corretamente observar onde erramos e como
podemos melhorar.
Vou trazer a passagem do AMI porque ele sabe explicar muito melhor que
eu:
-Não passe a vida imaginando problemas que não aconteceram nem vão
acontecer. Desfrute o presente. A vida é curta. Quando aparece um problema
real, então você se "ocupa" dele. Você acharia correto que nós estivéssemos
preocupados imaginando que podia aparecer uma onda gigante e nos
devorar? Seria uma bobagem não desfrutar este momento, nesta noite tão
linda. Observe essas aves que correm sem preocupação. Por que perder este
momento por algo que não existe?
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-Mas a minha vovó existe...
-Claro, mas não existe nenhum problema com isto. E este momento, não
existe?”
Tente não se “pré” com nada. Simplesmente viva o que a vida te apresenta.
Quantas vezes não nos pré-paramos (valeu Juliana) para o que está por vir e
quanto chega a hora, descobrimos que o tempo gasto naquilo foi perdido?
No “pré” alguma coisa estamos na verdade pensando em algo muitas vezes
totalmente desconexo com o momento atual.
É como ocorreu certa vez no meu trabalho. Uma colega virou para mim e
perguntou como estava o estado da tarefa que eu estava realizando. Disse
que estava em andamento e ela respondeu que estava preocupada. Meu
pensamento naquela hora foi: “Enquanto você está pré-ocupada com minha
tarefa, estou ocupado, mas você está me atrapalhando, o que pode nos
atrasar”. Apenas n~o falei para poup|-la de tamanho chacoalhão.
É bem como falei antes: se faço o que tem que ser feito, dando o meu melhor,
pouco importa o resultado antes de ele ter acontecido. Se não for o que eu ou
outrem esperava, não estou nem aí, afinal, fiz meu melhor. Aliás essa é
minha visão da vida atualmente. Sei minha missão aqui. Compreendi e
aceitei a jornada. Mas e se não der certo? Não dou a mínima. Não posso
mudar o mundo sozinho e tenho plena consciência que tentei, da melhor
forma, no pouco tempo que tive.
Certifique-se de que está fazendo o seu melhor e aceite-se do jeito que é. Isto
vai te livrar de gigantestas pré-ocupações. Caso tenha alguma coisa que não
goste em si mesmo, simplesmente mude. Somos muito mais mutáveis do que
parece. Não espere a vida te obrigar, tomar a iniciativa faz a vida te dar uma
mãozinha considerável.
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Lembra daquela coisa da liberdade, do autoconhecimento e do castelo? É
aqui que elas fazem a diferença. Se sei que o pior que me acontecer será o
melhor para mim, então a outra pessoa que aceite meu melhor. E, se por não
aceitar, me der um pé na bunda, seja num relacionamento, amizade ou
trabalho, não tem problema. O que está por vir será melhor do que o que eu
vivia antes.
E isso foi uma das muitas coisas que me motivaram a dedicar minha vida a
falar para os outros como pode ser legal e divertido viver. Se não podemos
controlar os acontecimentos da vida, então que controlemos o que eles
significarão para nós. E acredite: por pior que algo possa parecer, é melhor
para você. E se é melhor para você, é melhor para a vida e,
consequentemente, melhor para todos.
Mas como ter certeza de que a pessoa merece o que você está oferecendo? É
o seu melhor e não está prejudicando ninguém? Então pronto! Se te aceitas
como és as pessoas também o farão. Esse nos aceitarmos
incondicionalmente é o tal do AMOR INCONDICIONAL, de que tanto falam
por aí. Ele é mais simples do que parece. A mulher ama o que o homem pode
ser um dia e o homem ama o que a mulher foi um dia. Já no caso do amor
incondicional, amo o que a pessoa é e não um conceito mental que criei
sobre o que ela foi e/ou será.
Quando isso é aplicado em mim mesmo, não amo o que posso ser um dia e
sim o que sou nesse exato momento! Como deve ter ficado claro, não nos
pré-ocupar nos fornece a chave de aproveitarmos a vida plenamente: O
VIVER O AGORA.
VIVER O PRESENTE
Não tem como alguém ser meu professor se estou pré-ocupado com algo que
não faz parte daquele exato momento. Não teria como, por exemplo, os
irmãos Wright terem inventado o avião se eles não estivessem observando
plenamente o voo dos pássaros.
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Se eu estou na praia pensando no trabalho e vice-versa, então alguma coisa
está errada, certo? Isso porque o tempo que gasto pensando na praia, está
me tirando a concentração para terminar logo o que preciso fazer para ter
um final de semana perfeito na areia, contemplando o mar.
E sabe o pior disso tudo? Quando estiver na praia, lembrarei do que deixei
pendente no escritório. Não viverei plenamente nem uma coisa nem outra.
Viver o presente nada mais é do que observar tudo o que está acontecendo
no exato momento, sem preocupações, sem contas, sem passado e nem
futuro. É viver plenamente aquele trecho da nossa vida!
Para mim, esse modo de vida é exatamente isso: viver o AGORA sem me
importar com o dia de amanhã. Enquanto escrevo este livro, não tenho
contas para pagar, não tenho celular tocando ou família precisando de
minha ajuda. Perdi a concentração? Não tem problema. Resolvo o que tenho
que fazer e volto mais tarde para a escrita.
Essa foi uma das maiores lições que a maior parte das pessoas que estão
lendo esse livro me ensinou: de que adianta me pré-ocupar com o amanhã
se nem sei se estarei vivo?
Mais cedo ou mais tarde vai ser minha última respirada. E aí? O que vou
deixar aqui nessa escola fantástica? Meus pensamentos? Minhas conquistas
materiais, que servirão de briga entre familiares? Não! Deixarei na memória
das pessoas que conheci, a imagem de um cara que estava sempre tentando
ajudar os outros e o mais importante de tudo: um cara que vivia plenamente
o que estava fazendo, mesmo que aquele momento fosse o simples escovar de
dentes.
Então se o mundo, ou minha vida, acabarem neste exato momento, que pelo
menos eu tenha aproveitado até o último segundo. E poxa, pensar é
aproveitar o que?
Imagine que tenha um final de semana maravilhoso, lindo, com muito, muito
amor, mas em pensamento. Aí na segunda-feira alguém te pergunta: “Como
foi seu final de semana?” E você: “Nossa! Foi espetacular! Pensei tanto que
quase me iluminei!”
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É como sempre vemos acontecer nos filmes. A pessoa descobre que vai
morrer em X semanas e aí passa a aproveitar a vida feito um louco, sem se
preocupar com o amanhã, simplesmente porque ela sabe que o tempo é
curto. O pior (ou melhor) é quando o personagem descobre que o médico
estava errado ou que a doença foi embora.
Por que não fazemos isto agora então? Por que é que não vivemos
plenamente o AGORA?
Mas vejam. Como disse antes, sempre fui um cara intenso, de “muito alguma
coisa”. Era muito mergulho, paraquedismo, mulheres, baladas, |lcool,
trabalho, dinheiro, etc. Isso porque sempre me joguei de cabeça em busca de
respostas para minha existência.
E não tem jeito. Só encontrei uma felicidade maior do que o prazer em fazer
algo por mim no prazer de fazer algo por outrem. Dar a mão para quem
precisa de minha ajuda me dá mais conhecimento e me engrandece mais do
que sair com a mulher mais bela e mais difícil que eu possa encontrar.
E não estou dizendo para as pessoas serem como sou. Independente de ser
uma pessoa de “muito alguma coisa” ou de equilíbrios constantes, use bem
as ferramentas que a vida te dá. Aperte os cintos e aproveite a jornada para
que no final possa dizer: “Que maravilha foi ter nascido!”
É isso que acho que nos atrapalha. Nos preocupamos demais com o óbvio e,
na hora do vamos ver, reparamos que deixamos alguma coisa passar. Se
vivemos plenamente o presente, podemos pensar: “Seja o que vier, farei meu
melhor nesta nova situação.”
Para mim não teve jeito. Só passei a viver plenamente o AGORA quando
entrei no fluxo da natureza que é amor em tudo. Esqueça por alguns
instantes o dinheiro e olhe ao seu redor. A água, o fogo, o vento, o mar, os
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rios, as cachoeiras, a música, o canto dos pássaros, o afeto dos animais e a
beleza de um nascer do sol.
Bom, aprendi com meus erros, entendi as mensagens que as pessoas estão
me passando quando tentam me ferir, construí meu castelo de amor, não
mais me ofendo com as coisas supostamente ruins, vivo o presente e, com
isso, não estou nem aí para o que a outra pessoa esperava da minha atitude,
pois fiz o que tinha que ser feito.
E agora?
Para melhor explicar o que a mim parece ser o próximo passo, vou trazer
mais um ensinamento daquele livro que me inspirou a compartilhar estas
informações com você. A “Lei Universal” é o amor, segundo o livro. Vou
chamar de “Lei Planet|ria” para simplificar e reduzir um pouquinho, a fim de
não entrarmos em crenças de vidas em outros planetas, Deus, etc.
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Não matarás: se eu amo o outro como a mim mesmo, não vou te matar
porque eu n~o me mataria. Aí alguém pode dizer: “Mas eu sou um suicida.”
Eu responderia: “Então se mate primeiro para provar.”
Não cobiçarás a mulher do outro: Se eu te amo como me amo, não vou fazer
contigo o que não gostaria que fizessem comigo.
Agora, seja bem-vindo ao mundo dos vivos, porque, como falei no capítulo
anterior, você está livre! Agora é a hora de correr atrás dos seus sonhos.
Só amamos aquilo a que somos grato. Observe tudo a seu redor. O que você
ama? Seu cachorro? A que é grato a ele? A companhia que ele te faz? E ao seu
trabalho? Pelas oportunidades de desafio, dinheiro e demais aconteci-
mentos? E a seus pais? É grato pela vida que te deram, pelos aprendizados e
pelos bons momentos que passaram juntos?
Com esse ponto em mente, ficou ainda mais fácil amar tudo e a todos quando
entendemos o valor que aquela pessoa teve na nossa vida. Por que amo
aquele meu primeiro chefe que acabou com meu ego? Porque ele me
ensinou, foi meu mestre na arte de me desafiar e, graças a ele, construí uma
carreira bem sucedida.
E é justamente por isso que digo que perdão é coisa de menininhas! Não
preciso perdoar o outro se sou grato ao que ele me ensinou sobre mim
mesmo. Mas preciso sim me perdoar pelos erros que cometi.
51
SONHOS
Você está vivendo o sonho de quem? O seu ou o dos outros?
Como assim?
Durante minha infância, tinha sonhos simples, mas muito bem definidos!
Queria viajar o mundo, aprender com sábios, encontrar a mulher da minha
vida e ajudar as pessoas. Com o passar dos anos, fui aprendendo sobre o
mundo material e passei a desejar uma casa, depois uma cobertura, uma
casa na praia, um carro conversível, uma motona que chamasse a atenção e
dinheiro, muito dinheiro.
Precisava trabalhar muito para conseguir tudo isso, porque não vim de uma
família rica. Foquei por bastante tempo na minha evolução profissional e
acabei largando aquela criança que fui. Descobri o sexo, o status e a
admiração das pessoas pelo tanto que temos ou até pior, pelo que fazemos
os outros pensarem que temos.
Por sorte acordei relativamente cedo e percebi que esses não eram os meus
sonhos verdadeiros. Conforme fui me moldando ao que era na infância,
encontrei a felicidade e, num determinado momento, descobri que a criança
que havia largado nos caminhos da vida sabia muito mais sobre mim mesmo
do que eu.
A idéia aqui é simples: Se os sonhos que tinha antes são os sonhos que hoje
me fazem feliz, então quer dizer que o que me tornei, seja bom ou ruim, foi
graças aos acontecimentos do início da minha vida? Sim! O que quer que
você seja hoje, foi graças aos seus primeiros professores.
Sendo assim, voltar para a infância, não é algo muito agradável para muitos,
pois além de encontrarmos os sonhos, também encontramos as decepções.
Como aconteceu comigo, foi lá que meu ego gigantesco foi construído. Mas é
no presente que o destruo.
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Identificar a origem de seus sonhos é fundamental para a felicidade. Se seu
sonho é uma mulher maravilhosa e passa horas trabalhando para ter mais
para mostrar à ela, saiba que o que conquista efetivamente os outros é o que
somos e não o que possuímos.
A idéia é bem simples. Se as pessoas estão ao meu redor pelo que possuo, o
que vai acontecer se um dia perdermos tudo isso?
E para piorar tudo: como é que vamos desejar que a outra pessoa nos
compreenda se nem nós mesmos nos entendemos?
Vejam que ponto interessante: como é que um governante pode ganhar mais
do que um professor? Já pararam para pensar que se o sistema de ensino é
ruim, a sabedoria do povo será igualmente limitada e não vamos questionar
coisas óbvias?
Mas a idéia é justamente essa: limitar sua sabedoria para que possa te tornar
um escravo de seus medos, desejos e posses.
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A INFANCIA PERDIDA
Assim como na construção do castelo, inicie pela parte fácil, pelos bons
momentos. E vá dificultando o processo gradativamente, sempre com calma,
no tempo certo, no seu tempo e não no meu. Conforme vamos perdoando as
pessoas, sendo gratos e também nos perdoando, vamos largando as pedras,
nos entendendo e então, lá está ele novamente: o autoconhecimento.
Aliás, a vida toda nos apresenta situações para nos conhecermos melhor. A
sabedoria está em tudo, mas enquanto ficarmos ofendidos e sofrermos com
o que passou, não abriremos as portas para aprendermos coisa alguma.
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Depois de algum tempo lá no sol, resolvi ficar do lado de fora da casa,
também tomando um sol. Ao olhar para o maior dos cristais, notei que algo
estava evaporando. Pensei: deve ser a umidade! Como não páro no óbvio,
logo questionei: como é que uma pedra pode estar úmida? Me abaixei para
ver o que estava acontecendo e lembrei de uma ciência que aprendi na
escola, onde uma lupa aumenta o raio do sol e pode acender um papel.
Como nunca tinha feito essa experiência, pude notar que se tratava de uma
grande verdade. A bola de cristal estava funcionando como uma espécie de
lupa e passou a queimar a madeira.
Mas não, questionei a situação e fui entender mais o que estava ocorrendo.
Aprendi com tudo aquilo e automaticamente incluí o fato em meus exemplos
de como podemos ficar cegos quando ficamos no óbvio.
Com base nisso, como falei antes, a infância guarda grandes mistérios sobre
nós mesmos, assim como a história do planeta guarda segredos sobre nossa
evolução.
No caso em questão, o grande mistério aqui é como foi que nosso ego foi
criado, nos primeiros anos, com os acontecimentos, até que se tornasse um
grande fonte de guerras, cheio de armas, armadilhas, soldados, máscaras e
proteções. Esse ego (nosso lado ruim), quer apenas nos proteger e deseja a
mesma coisa para todo mundo: ser amado.
Mas pense na pessoa que você mais ama, se no momento que a conhecesse,
estivesse repleta de armas apontadas para a sua cabeça. Seria realmente
muito difícil você falar para ela: nossa, como você é bonita(o), certo? É assim
que vejo o ego. Uma barreira de proteção que esconde nossa infância
perdida e nossa verdadeira identidade, o amor.
Assim é o ego, um “ser” meio burro, que nos protege do que aconteceu no
passado, por não ter entendido que, no final das contas, aquilo era para
nosso próprio bem!
Uma pessoa que é puro ódio é incapaz de fazer mal a qualquer pessoa que
for pura de coração. Como disse, se todos os acontecimentos nos ensinam
alguma coisa, em que frequência que uma pessoa vai falar com a gente se
vivemos na vibração do amor? Apenas com amor!
A meu ver, navegar de volta para “casa”, para nossa inf}ncia, onde éramos
completos, com absolutamente nada que não o amor das pessoas de que
mais gostávamos naquela época, é onde está a chave de nossa evolução.
Muito provavelmente estas pessoas nos fizeram algum mal ou, como falo
várias vezes neste livro, nos ensinaram coisas que só eles poderiam fazer,
mas não acho que alguma vez tenha me sentido mais feliz, nesta vida, do que
quando meu pai me pegava no colo, ou feliz, quando minha mãe ou meus
irmãos brincavam comigo.
Por que é que vou deixar de me divertir hoje, se quando criança era tudo tão
fácil? Hoje, com dinheiro e contas, deveria ser mais fácil, para todos nós,
vivermos em paz, do que naquela época, em que tinhamos que esperar o
término das aulas, para então podermos brincar.
Trocamos nossa infância, nossa felicidade e prazeres reais, por máscaras que
escondem o que realmente somos. E o pior, trocamos tudo isso por coisas
que não trazem e jamais trarão a real felidade.
É aí que entra o ponto que pega todo e qualquer ego de surpresa. Questione-
se mais ou menos assim: “Ego, se na minha infância eu vivia bem após os
acontecimentos, por que é que preciso de você?” “Por que é que criei você, que
só atrapalha minha vida e minhas relações sociais?”
56
A mim estes questionamentos passaram a desarmar meu ego. Claro, ainda
tenho muito a aprender, que espero conseguir neste próximo capítulo de
vida em que entrarei em breve. Mas a partir do momento em que passei a ter
melhor compreensão dos acontecimentos da vida, o ego foi baixando a
guarda naturalmente.
Aí perguntei para ele: é o ego que motiva os pais a trabalharem mais para dar
um futuro melhor para seus filhos? Ele entendeu o ponto e compreendeu que
tudo se resume no amor.
AS MASCARAS DO DIA-A-DIA
Não sei quanto a você, mas eu usava inúmeras máscaras. Tinha uma para
cada situação: uma no trabalho, outra na casa da minha mãe, outra com
meus amigos, outra para as mulheres, mergulho, academia, prédio, etc.
57
Algumas eu notei a criação e fiz de forma proposital. Outras foram feitas sem
que eu percebesse, muito menos quando as aposentei. As máscaras, a meu
ver, são criadas muitas vezes inconscientemente, também para nossa defesa.
Quando ia falar com uma mulher, queria parecer mais forte, mais sábio e
mais rico. Quando ia falar com minha mãe, mostrava muitas vezes o que ela
queria ver e não meu verdadeiro Eu.
Uma vez, conversando sobre o assunto com meu irmão, ele me disse que não
podemos ser nós mesmos em todos os lugares. Bom, isto me leva a
questionar se fui criado para ser falso na maior parte dos lugares que
frequento.
Novamente, fui dentro de mim para “perguntar” para a criança que fui, como
ela gostava de se portar, nos primeiros anos de idade. Encontrei mais uma
vez um garoto irreverente, destemido, sem máscaras e completamente
sincero e que realmente não se importava com o que os outros achavam
sobre o que queria fazer. Simplesmente ia lá e fazia e, como sempre, depois
pagava o preço pela minha atitude.
Pensei se não daria para viver desta forma. Então a primeira pergunta:
aceitação. Era o que me pegava na infância. Como já não tenho mais esse
medo essa dúvida foi por água abaixo. O segundo ponto, um pouco mais
complicado: as pessoas muitas vezes não querem ouvir a verdade. Bom,
problema delas. Não vou mentir para agradar ninguém. Como disse certa vez
para uma ex-namorada: se não quer saber a resposta, não pergunte!
Novamente é o que falei: se me aceito como sou, não faço mal a ninguém e
vivo pelo amor ao próximo, então que as pessoas me aceitem do jeito que
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sou ou vazem daqui! Prefiro mil vezes fazer o certo e agradar mesmo que
poucos, do que mentir e depois me questionar.
E o pior de tudo. Vestir uma imagem e passar o dia inteiro com aquela
imagem para, quando chegamos em casa, pensarmos: “Não sei porque eu fui
lá.”
Pois é! São as máscaras! Se sou tímido, uso uma máscara para esconder isso.
Se sou “sensível” demais, uso alguma de outro tipo e assim vai.
“Mas sem máscaras, vivendo por amor puro, eu seria destroçado num mundo
tão cruel.”
Aí, com tudo isso em m~os, o “mundo” cruel passa a ser seu professor e a
vida se encarrega do restante, que é colocar apenas pessoas boas,
conectadas na mesma frequência que a sua, para te proteger, afinal, neste
ponto, você tem muito mais a oferecer do que para receber em troca.
Por outro lado, se sua vida te obriga a usar máscaras, quer pelo trabalho,
quer pelas amizades, então algo está errado. E se não está feliz com a vida
que vive, por que é que vai seguir nela?
Será que na sua infância você desejava o estilo de vida que leva hoje? Não
importa o que faça, naquela época você tinha uma sabedoria que ficou
esquecida no ego e nos desejos materiais.
E por que é que vamos tentar ficar fixos e imutáveis numa vida absolutamente
dinâmica?
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Se busca a felicidade, assim como eu, saiba que encontrei as chaves na minha
infância, como disse anteriormente. Mas antes de encontrá-las, tive que tirar
um pouco o pó, quebrar algumas pedras e mostrar que sou merecedor de
tamanha benção.
Vamos pensar na nossa imagem mental de uma pessoa feliz. O que ela tem?
Para alguns, muito dinheiro. Outros logo de cara pensariam na mulher ou
homem dos sonhos. Uma criança talvez imaginasse um parque de diversões
gigantesco. Talvez desejemos um corpo maravilhoso, um carro potente, com
som, turbo e tudo mais que pudermos imaginar.
Mas se a pessoa usa drogas ou bebe demasiadamente é por que não é feliz,
certo? Exceto raríssimas excessões, o álcool, drogas, sexo, bens materiais ou
qualquer outra coisa em excessso, nada mais é do que uma fuga.
Fuga? Pois é. Não me lembro de ter ficado feliz com alguma coisa e ter
pensado: bom, hoje vou beber até cair porque estou muito feliz!
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Fuga do que? Da realidade!
E se está fugindo, então não deve ser feliz, certo? Porque no meu conceito de
felicidade plena, o ser em questão é feliz e completo e não precisa de nada
mais. Muito menos fugir!
Busquei por muitos anos a felicidade em tudo quanto é coisa que pude
imaginar. Mulheres, trabalho, carros, motos, carros, viagens, esportes
radicais, etc. E a única coisa que encontrava, no final de tudo isso, era eu
mesmo. Ao final de um salto de para-quedas, por exemplo, para mim que
tinha medo de altura, estava vibrando de uma forma incompreensível. Mas,
depois de alguns dias, aquela sensação passava!
Quando saía com alguma mulher, tinha uma noite louca de amor e no dia
seguinte, depois do efeito do álcool e após levar a gata embora para casa, lá
estava eu sozinho novamente, às voltas com minhas pré-ocupações e
problemas.
Então lá fui eu novamente observar tudo o que estava ao meu redor. Tudo
que havia construído com muito trabalho, estudos e esforço. Mas não era
suficiente, queria mais, muito mais. Até que um dia comprei minha primeira
moto. Tive uma semana incrível, mais uma vez aprendendo sobre mim
mesmo.
Então tive uma forte intuição (falarei mais sobre isso adiante – mas a dica é:
escute suas intuições) que me dizia: “não compre, você nem aprendeu a
andar direito, vai se matar!” Resolvi ouvir a intuição e a vendedora, minha
amiga, achou muito estranho eu mudar de idéia do nada e rasgar os papéis.
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Este foi o segundo momento da minha vida em que percebi que estava
acordando. Mas ainda tinha muito a aprender sobre a vida, bens materiais e
felicidade. Apenas segui com minha pequena moto e comecei a viajar com
ela.
Comprei e aproveitei muito bem. Até que me furtaram. Numa rápida ida a
um cliente, fui buscar um cheque e quando voltei, “onde estará minha moto?”
Um comentário: não sei se já aconteceu contigo, mas é péssima a nossa
reaç~o de “acho que parei um pouco mais para frente” e depois aquela cara
de dedo (interrogação), sem nenhuma expressão, quando realizamos que
fomos realmente furtados.
Bom, a moto tinha seguro e o prejuízo não foi lá grandes coisas. Também
fiquei feliz apenas por saber que não tinha seguido a opinião dos amigos,
que me falaram que para aquele tipo de moto o seguro era dinheiro jogado
fora. A intuição foi mais forte mais uma vez.
Mais uma vez a vida teve que me dar um empurrão. Na época eu morava
num flat e todo mundo achava que eu nadava em dinheiro. No início gostava
disso tudo. Mas quando um amigo começou a aparecer, com mulheres e de
madrugada, na minha casa, percebi que nem minha privacidade era
respeitada. Entreguei o flat e fui morar na praia por algum tempo. Como não
trabalhava, logo o dinheiro começou a faltar e, quando passei a gerar
dinheiro lá no litoral, resolvi que era hora de voltar e pensar num recomeço.
A idéia de morar na praia, no meio do mato, foi simples: as pessoas que não
estiverem comigo pelo que sou, se afastarão! Dito e feito.
Resolvi simplificar a minha vida para um padrão mais adequado a quem sou.
Conforme fui cortando os luxos, as pessoas foram se afastando e, de repente,
só restaram os grandes amigos. Pessoas que estão comigo não pelo que
tenho e sim pelo que sou. Gostam da minha companhia pelas brincadeiras
que faço, pelas reflexões cabeça, pelas trocas de conselhos e por tudo mais
que uma companhia agradável nos proporciona.
Foi então que fui buscar a felicidade dentro de mim. O primeiro passo? Me
recordar da criança que eu era e que havia esquecido por conta do padrão
que a sociedade nos impõe e pela falsa imagem que havia criado de mim
mesmo.
Lembrei que gostava de chutar poças d’agua quando chovia forte, que amava
dar cambalhotas no mar, que me divertia fazendo simplesmente nada. Foi aí
que achei o meu ser perdido no tempo. Foi quando encontrei a felicidade no
nada e no tudo.
Com essa visão, passei a moldar meu dia. Ganhei controle sobre os
acontecimentos. Para sorrir, não mais precisava de uma balada, esporte ou
mulher ao meu lado. Podia então fazer caretas para o espelho, cair de moto e
dar risada e me divertir com meus próprios erros.
E aí puft! Lá estava eu de novo, criança! Alguns dizem que sou sábio e outros
que sou iluminado. Fala sério! Sou só a criança que fui um dia. Divertido e
amoroso.
Aliás que coisa, não é mesmo? As pessoas precisam de termos para tudo.
Para mim, criança basta!
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E eis que trago a fórmula mágica da felicidade. Uma coisa simples que muitas
vezes, por pensamentos e desejos complexos, não nos permitimos. Segue o
que funcionou para mim:
1) Observe sua vida e veja o que lhe falta (carro, casa, dinheiro, mulher,
homem, trabalho melhor, etc.);
2) Veja o que carrega de pedras e livre-se delas;
3) Note suas amizades e perceba se o que lhe falta é para você ou para
outra pessoa;
4) Corte o que deseja para outras pessoas;
5) Ponha num papel o que restou;
6) Corte o que for supérfluo até que reste uma única pessoa: você;
7) Lembre-se da criança que foi. Você ainda é esta criança, por mais velho
que pareça ou acredite.
8) Analise se funcionam com você as mesmas coisas que gostava quando
queria apenas se divertir inocentemente;
9) Retire de sua lista tudo que restou que não veio da infância e ponha em
prática a sabedoria daquela criança.
Enquanto isso, arrume um lugar “sagrado” (falarei mais sobre isso num
próximo capítulo). O lugar sagrado não é uma igreja ou algum canto cheio de
imagens de “adoração” e sim “seu canto”, em que você mesmo se escuta. Um
canto para ficar tranquilo e relaxar sozinho. Dedique algum tempo a este
lugar e tente não deixar este canto ser afetado pelo exterior.
Eu, por exemplo, sempre tive minha cama como um lugar que está além de
brigas. Nas oportunidades em que brigas podiam se iniciar na cama, me
levantava e pedia que a mulher que estava comigo também se levantasse,
para que pudessemos conversar tranquilamente. Para mim, não importava o
resultado daquela briga, o importante é que as energias ou sentimentos
gastos na confusão não ficassem no lugar onde durmiria tranquilamente em
seguida.
Também escolhi a minha casa na praia como meu canto intocável e o lugar,
por muito tempo, foi meu refúgio. Após uma briga ou acontecimento ruim,
me recolhia no meu cantinho e buscava as soluções para os desafios. Lá
descobri o maior segredo da felicidade: qualquer lugar é lugar desde que
viajemos, com tranquilidade, para o nosso interior.
Qualquer lugar é lugar porque não posso depender de uma casa na natureza,
a 180 km da minha residência, para tratar um sentimento ruim. Às vezes
temos que cuidar do sentimento ruim em tempo real e foi então que passei a
usar todo e qualquer lugar. Em cima da moto, no jardim do trabalho, em
64
cima de uma rede, na praia, no elevador, no cinema, no banheiro e
finalmente, no meu corpo.
Cada um tem seu momento especial. Dê valor e lute (com amor) por este
momento. No início, talvez as pessoas não respeitem ou não entendam essa
interiorização. Então converse com elas e mostre o quanto é importante não
só para você quanto para todos os envolvidos.
Quando cheguei neste ponto, descobri mais um ótimo atalho: não depender
de nada para ser feliz é, antes de tudo, outra benção. É ser feliz ao chegar para
falar com o colega de trabalho chato e, para quebrar o clima, fazer alguma
brincadeira. Mas que brincadeira? Arrume um objeto do cenário, uma piada
contada por alguém, tropece ou, simplesmente, ria. A pessoa não vai
entender nada e, como o ser humano ama classificar tudo, será
provavelmente tachado de louco. Se conseguiu se livrar também da
necessidade de fazer coisas que os outros aceitem, isto não será um
problema. Muito pelo contrário, será motivo de mais piadas e se divertirá
com isso.
Muitos poderão achar que tudo isso, de não depender de nada ou ninguém, é
egoísmo. Bom, se fosse, não dedicaria meu tempo escrevendo e
compartilhando gratuitamente o que aprendi ao longo de minha jornada. E
mais do que isso. Conforme fui resgatando a criança interior, descobri o que
também me alegra: ajudar o próximo. Aí sim fica fácil. É ajudar porque se
gosta e não para fazer moral com quem o que quer que seja! Creio que isto
também nos faça mais plenos.
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Tudo isso aí que fiz pode funcionar para alguns e não para outros. Porque
não é todo mundo que gosta de ficar sozinho num canto. Também tem gente
que não gosta de ficar se autoanalizando.
Mas por que é tão importante saber disso? A princípio pouco me importava
se quando durmo fico no estado beta e que minhas meditações mais fortes
me levavam ao estado teta. Mas a realidade é outra, totalmente diferente!
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memórias há muito tempo esquecidas.
Teta leva você a estados profundos de
meditação. Você pode sentir a sua mente
expandir além dos limites do seu corpo.
Por que estou falando sobre isso e qual o impacto disso na nossa vida? É
muito simples. Se sei que o estado GAMA é o estado onde você passa a maior
parte de seu dia, utilizo coisas para influenciar seus desejos. Um grande
exemplo disso? Já percebeu que na época de festas de final de ano as lojas
colocam músicas natalinas, por exemplo?
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porta como uma grande bateria que se lota de tudo quanto é energia que a
ele apresento.
Com a meditação, passei a entender melhor que tudo que passa dentro desse
veículo espetacular que é o nosso corpo humano, tem ligação direta com
tudo que acontece exteriormente.
Mas e onde isso influencia nossa vida? Simples! Não estou dizendo para você
se enclausurar no meio da mata e lá ficar, com medo de energias mais
densas. Só tenha um pouco mais de consciência de que muito do que
acontece internamente conosco muitas vezes não é nosso.
Ter consciência das coisas que nos afetam é uma forma de nos protegermos
de energias ruins. Não vou adentrar muito nesse tema porque ele é
complexo demais para esse livro. Mas a idéia é a de justamente falar
superficialmente, que tudo que vivemos nos influencia grandiosamente e
nem nos damos conta disso.
Esse livro, por exemplo. As pessoas vão sentir uma energia de amor nele.
Alguns não vão conseguir nem abrí-lo, outros vão detestá-lo e assim por
diante. Qual o ponto? A tal da frequência. Como dediquei meu tempo com o
único intuito de compartilhar gratuitamente tudo que aprendi, não existe
aqui outra energia que não a do amor. Claro que tudo é um experimento e
como sempre digo, quem mais aprende ajudando é quem ajuda.
Agora vamos pensar nas redes de fast food, lojas de marcas, indústria
farmacêutica, baladas, etc. Sabe por que desejamos tanto dinheiro? Por
estarmos nos nutrindo desse tipo de energia.
68
Então vamos ao sentido negativo da coisa toda:
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Outro ponto dessa coisa toda de energia está na complexidade de
entendermos o que cada coisa da natureza nos proporciona. Antes disso vou
derrubar outro dogma: essa coisa de acreditar ou não em horóscopo!
A idéia é simples. Acho que todo mundo concorda que a lua afeta nossas
plantações, não é mesmo? E também afeta o crescimento de nossos cabelos,
unha, oceanos, etc. Certo?
Aliás vou aproveitar para falar sobre isso. Batalhamos diariamente por um
papel! Tente se recordar de como era antigamente a impressão do papel-
moeda. Lembrou que o ouro que o país tem sustenta a folha colorida? E onde
está o ouro dos juros? Estamos numa bolha tão grande de dinheiro
imaginário que um dia vão virar e falar: o dinheiro não existe! Por isso que
fazem você não pensar. Quem não pensa não questiona!
70
SAIA DO PADRAO
Que tal mudar? Nossa infância fala realmente muito sobre nós mesmos. Nela
residem as qualidades e os defeitos. É lá que estão as chaves para vencermos
as dificuldades que enfrentamos atualmente na vida. Lá, muita coisa
aconteceu há tanto tempo que não lembramos.
Some na sopa da felicidade tudo que falei até aqui sobre o perdão, gratidão e
amor. Mas independente de qualquer forma, se depender de alguém ou algo
para ser feliz, saiba que ainda não se encontrou.
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O TEMPO
Novamente vou fugir de meus “revolucionários” conceitos religiosos. Vamos
ficar na simplicidade de que é muito bom aproveitarmos cada segundo de
nossas curtas vidas (afinal, 70, 80, 100 anos voam). Isso sem falar que pelo
menos dez desses anos passamos aprendendo alguma coisa e outros tantos
gastamos doentes. Por isso que tento fazer meu tempo valer cada vez mais.
Se ainda não consigo agradecer quem me faz mal, então também não vou dar
o prazer de a pessoa ter levado minha moto e também meu tempo. Viro a
página e sigo adiante. Depois me resolvo com aquele sentimento.
Num outro livro que escreverei em breve, falarei de Deus, da vida e tudo
mais no sentido de espiritualidade. De uma forma simples complementarei o
porque é tão fácil deixar o perdão de lado, agradecer e, com isso, maximizar
o tempo.
Mas enquanto fico apenas no lado material da coisa toda, o que fazer com o
tempo ganho? Pergunte para sua criança interior. Ela saberá melhor do que
você. Pode ser ajudar, ler um livro, criar coisas, desenhar, beijar a namorada.
Resumindo, tempo livre e sem pedras significa VIVER PLENAMENTE!
73
Como o jogo não me interessava, pensei no que fazer. Foi então que resolvi ir
para a praia meditar. O dia estava agradável e poderia até mesmo aproveitar
para tomar um pouco de sol. Subi na minha moto e fui, sozinho. De noite,
após uma forte meditação, dormi. Na manhã do dia seguinte, subi na moto e
retornei a São Paulo para trabalhar. No caminho a moto quebrou.
O sujeito que fui há alguns anos xingaria tudo e a todos e assumiria o papel
de vítima, lamentando-se que tinha ido meditar para poder adquirir mais
conhecimento para ajudar as pessoas, etc. Meu estado atual simplesmente
olhou para cima, agradeceu honestamente e disse que aquilo era um bom
acontecimento, apesar de não compreendido.
Dei meia volta e segui empurrando a moto até onde sabia haver uma oficina
mecânica. Cenário perfeito! Mecânico e peças disponíveis, dinheiro na conta
e um dia livre para ir para a praia tomar sol.
Liguei para um amigo que mora no litoral e ele resolveu ir até o lugar. Fomos
juntos para a praia e ficamos algumas horas batendo papo, caminhando, em
plena 4ª feira.
Quando estava indo embora, encontrei um outro amigo, que disse que a mãe
não estava bem. Aproveitei para passar na casa dela e conversarmos. Ao
entrar na casa dela, percebi que ela realmente não estava bem e quando saí,
ela me agradeceu e disse que estava precisando daquele papo.
Quando retornei à São Paulo, de moto arrumada, tive a certeza de que minha
ida para o litoral não tinha sido para meditar e sim para conversar com
meus amigos, que precisavam de algumas palavras de conforto. A meditação,
por outro lado, pode n~o ter passado de “mero” bônus. Ela foi t~o forte que
chego a reconhecer ter sido um presente pelo que eu faria no dia seguinte.
Para somar ainda mais beleza a este acontecimento a moto poderia ter
quebrado no dia anterior, antes da meditação. A sincronicidade da vida é tão
perfeita que aguardou o momento ideal.
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Para fechar tudo isso, a cara que o dono da oficina fez quando colocou as
mãos no dinheiro foi de tamanha gratidão que entendi que aquele dinheiro
era dele e para os problemas dele.
Mas se estivesse com pedras nas costas o dia teria sido desastroso.
Fui uma vez num massagista de shiatsu. Um japonês gênio, que muito me
ensinou sobre mim mesmo. Tinha um problema desde a infância na coluna e,
com isso, ela doía muito. Era uma dor absurda, que atrapalhava até minhas
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meditações! Num determinado momento tinha que deitar, porque ficar
sentado me judiava tanto que perdia a concentração pela dor.
O massagista um dia me falou: procure na sua infância alguma coisa que está
carregando até hoje. Na hora não consegui encontrar. Mas passado algum
tempo me lembrei: carrego o mundo nas costas.
Para quem já fez ou faz trilha, sabe que conforme o tempo na mata passa, a
mochila de 200 gramas se transforma num mochilão de 200kg. É isso que
fazemos com as pedras, os acontecimentos ruins e as lembranças do
passado.
Larguei as “pedras”. N~o desisto enquanto n~o ajudar. Mas de que adianta
criticar? Certa vez li uma frase que hoje representa minha vida:
Essa frase explicou bem o que eu vivia. Tinha uma vida totalmente
materialista, não ajudava ninguém e fazia o que meu ego mandava. Mas
gastava tempo demais criticando a ação dos outros quando eu mesmo era
um dos culpados. Ao invés de plantar uma árvore, comprava motos e
equipamento de mergulho. Que grande exemplo, não é mesmo?
Conforme limpei meu jardim, aprendi que o que há de mais valioso não é o
cara que passa a vida reclamando e sim o que gasta suas horas dando bons
exemplos. O ruim é que quanto mais limpamos o jardim, mais descobrimos
sujeira. Então, se resolver fazer isso, prepare-se: quanto mais se corrigir,
mais encontrará defeitos não muito bons.
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O grande ganho disso? Você se torna uma pessoa melhor, mais leve e mais
divertida. E a melhor parte? Quanto mais tira a sujeira, mais as qualidades se
destacam!
Duvido que alguém falaria que sou iluminado quando estava na balada
caçando alguma gatinha para passar a noite comigo. Infelizmente essa é a
realidade.
Mas não desisti de ajudar o planeta. Apenas tirei o peso das minhas costas ao
reconhecer que estou fazendo minha parte, ajudando o máximo possível de
pessoas. Sigo fazendo meu melhor e se não der certo, falarei como sempre:
tentei, com as ferramentas e tempo que me foram dadas!
Segue uma historinha, dessas que nossos avôs nos contavam quando eramos
crianças, que foi tirada do livro “O Milagre da Mudança”, de Dennis Wholey:
Por essa coisa de nos apegarmos a tudo, nos apegamos até às pedras que
encontramos no caminho. Pense na nossa vida como se fossemos um
maratonista que começa a corrida com uma camiseta seca, descansado e
cheio de amor. Ao longo da corrida vai pegando as pedras “bonitas” que
encontra. Depois de um tempo está cansado, infeliz, suado e sobrecarregado.
Não consegue mais suportar todo aquele peso. Aí uma cai sem querer. Como
está correndo, resolve não voltar para pegar. Outra cai. Então ele se percebe
mais leve. Conforme dá passos mais rápidos, solta o restante das pedras e,
de repente, é ele e o cara que está na sua frente. Por se sentir mais leve, toma
um gole da água, oferecida pelo organizador e começa a correr como se fosse
a última corrida da sua vida. Após alguns minutos, nota a linha de chegada. O
adversário, campeão mundial, ficou para trás. Ele corre e atravessa a linha,
vitorioso!
Esquecendo o lado da competição, é isso que acho que temos que fazer ao
longo de nossa jornada. Não importa o que faça, o que deseje alcançar,
largue as pedras!
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Mas as pedras tem um problema, que é o tal do vitimismo. Se existe um
culpado (que não eu) pelo planeta estar do jeito que está, então estou com
minha consciência tranquila. Por outro lado, se assumo minha
responsabilidade por todas as cacas que me cercam, aí o ponto é totalmente
diferente e preciso mudar minhas atitudes. Que tal assumir sua culpa pela
ignorância com que as pessoas te tratam ou pelos tropeços que dá na vida?
Ou vai me dizer que faz parte daquele time de pessoas que sentam a bunda
na igreja e esperam que Deus venha nos salvar das cacas em que nos
metemos!
Se não der para largar as pedras, use-as como sua meta. Coloque-as a seu
favor, use-as como degraus para sua evolução e não como formas de você
tropeçar nas próprias pernas.
Um exemplo disso é aquela história que contei, do chefe que afirmou que eu
deveria tentar alguma outra coisa na vida, pois a informática não era meu
caminho. Naquele momento eu precisava da pedra. Mas não fiquei só
questionando ou xingando o cara.
Tracei um objetivo na vida que era mostrar para o cara que eu podia. Eu não
entendi que aquilo que queria afirmar para ele era, na verdade, o que eu
mesmo queria acreditar. Foi aí que a pedra começou a trabalhar a meu favor,
me impulsionando cada vez mais para a frente.
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JAMAIS DESISTA DOS SEUS SONHOS
“Ajudo o mundo a ser um lugar melhor ou morro tentando!”
Daniel 27/04/2010
Não desista nunca! Não importa o quão boa a pessoa que te critica possa ser.
Se achar que pode ir além, vá. Largue a pedra da insegurança também! Faça
o que acha que deve ser feito, sempre respeitando o princípio básico do
amor, que é não fazer mal ao próximo.
Se alguém me critica, isto para mim pode ser uma pedra ou pode ser algo
ainda melhor: combustível. Foi o que fiz no relato anterior (do chefe que me
criticou), onde simplesmente usei as palavras grosseiras como meta de
sucesso.
Para o começo de quem quer ser consciente cem por cento do tempo, usar o
ego ferido como combustível é natural. Com o passar do tempo, passamos
para outra fonte de energia, como falei lá atrás: o coração, o amor.
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resignado: o coração de Karina tinha lugar para somente uma paixão e tudo
mais era sacrificado pelo dia em que se tornaria bailarina do Bolshoi.
Um dia, Karina teve sua grande chance. Conseguira uma audiência com Sergei
Devidovitch, Diretor Master do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes
para a companhia. Dançou como se fosse seu último dia na terra. Colocou tudo
que sentia e que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira
pudesse ser contada em um único passo. Ao final, aproximou-se do Master e
perguntou-lhe:
Dez anos mais tarde Karina, que já tinha se tornado uma estimada professora
de ballet, criou coragem de ir à performance anual do Bolshoi em sua região.
Sentou-se bem à frente e notou que o Sr. Davidovitch ainda era o Diretor
Master. Após o concerto, aproximou-se dele e contou-lhe o quanto ela queria
ter sido bailarina do Bolshoi e quanto doeu, anos atrás, ouvi-lo dizer que não
seria capaz.
- Como o senhor poderia cometer uma injustiça dessas? Eu poderia ter sido
uma Gran Ballerina se não fosse o descaso com que o senhor me avaliou!
- Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente,
se foi capaz de abandonar seu sonho pela opinião de outra pessoa.”
Foi exatamente o que fiz. E não sou melhor que ninguém. Se fosse, estaria
por aí andando sobre a água. Como não estou, então somos iguais. Me basta
saber que tentei meu melhor, como em outra parábola que trago e que foi
contada por um sábio chamado Paulo:
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O VOO DA GAIVOTA JOHNATAN
Era para seus pais uma preocupação angustiada aquele filho que quase
sempre se esquecia de comer. E diziam:
- Por que é tão difícil ser como as outras gaivotas? Por que não deixa esse vôo
lento para os pelicanos ou para os albatrozes? Meu filho, você não come. Você
é pena e osso.
- Mas não faz sentido ficar assim, aqui e ali, quando há tanto o que aprender. -
E, não se contendo, num impulso lá estava Jonathan outra vez mar adentro,
sozinho, faminto, feliz, aprendendo.
Treinando vôo de alta velocidade em apenas alguns dias aprendera mais que
qualquer outra gaivota. Contudo sempre que atingia certa velocidade em seu
vôo de mergulho, perdia a estabilidade, descontrolava-se e caía. Tentava e
tentava, outra e outra vez e se transformava numa massa de penas
estatelando-se nas águas.
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Certa vez, quase conseguiu acertar, mas o final foi a pior das derrotas. Caiu
contra o mar, desmaiou. Quando voltou a si, era noite. Jonathan flutuava sobre
o mar e sentia-lhe pesarem as asas como chumbo. Mais ainda, pesava-lhe o
fracasso. Pensou deixar que o seu corpo lentamente se afundasse, terminando
tudo.
- Não adianta! – pensou. – Jamais deixarei de ser uma simples gaivota. Meu pai
tinha razão. Foi uma insensatez tentar ser diferente. Serei como as outras
gaivotas; não haverá desafios, nem derrotas.
Suas idéias, porém, não o deixavam em paz. Voando a baixa altura rumo à
praia, uma voz dentro de si, de repente lhe dizia:
Com um leve movimento nas pontas das asas realizou sua primeira acrobacia
aérea, jamais dantes conseguida por qualquer outra gaivota. Louco de alegria,
Jonathan mal se continha em sua pressa de regressar e contar tudo ao bando.
Agora sim havia uma razão para viver; a busca da liberdade, a vitória sobre a
ignorância.
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E a voz do chefe novamente intimou;
Como atingido por uma pedra imobilizou-se Jonathan. Tremiam seus joelhos,
nos ouvidos uma zoeira o atordoava.
Nos dias que se seguiram Jonathan, na solidão do seu exílio voava além dos
penhascos distantes. Sentia-se entristecido por estar só, mas sua amargura era
muito maior quando lembrava que seus irmãos nem sequer quiseram ouví-lo.
Não obstante, continuava a aprender.
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- Somos do seu bando, Jonathan e viemos aqui para levá-lo para o alto, para
casa.
- Mas eu já não tenho casa e nem bando. Minhas asas não mais conseguem
impulsionar esse velho corpo para cima.
- Levam sim, Jonathan. Aprendendo sempre um pouco mais elas o levarão para
o alto.
Enquanto voava notou que seu próprio corpo começou a adquirir a mesma
luminosidade que as outras duas gaivotas e sentia-se então rejuvenescer. Com
menos esforço desenvolvia maior velocidade que seus melhores tempos na
terra.
Viu-se num céu diferente sobre o mar voando em direção a uma costa
desconhecida. Avistou algumas gaivotas admirado de serem tão poucas, uma
meia-dúzia, talvez. Mas ficou contente ao perceber que todas voavam como
ele.
Então, refletiu:
- Isto é o paraíso, é o céu que eu tanto amo. Mas eu sempre ouvi dizer que o
paraíso estava repleto de gaivotas e que ninguém no paraíso se cansa e eu vejo
tão poucas gaivotas aqui e me sinto fatigado.
Jonathan pousou na praia batendo as pontas das asas. Mas notou que as
outras gaivotas não o faziam, apenas modificavam o ângulo de suas penas,
sem bater as asas e pousavam maravilhosamente pairando no instante de
tocar os pés na areia.
Ao amanhecer, nesse novo céu que era também dele, Jonathan iniciou seu novo
aprendizado.
Nos dias seguintes, como nos anteriores, ele concentrava-se horas e horas. Com
o passar do tempo, Jonathan mais e mais se lembrava da terra de onde viera e
quanto mais treinava, mais sentia a necessidade de retornar para a sua
origem e talvez encontrar alguma gaivota que pensasse como ele e ensinar-lhe
o que ele próprio aprendera.
- Sim, eu quero.
- Sim, meu filho, volte. Mas antes, conheça o mais atraente, o mais fascinante, o
mais sublime do seu aprendizado: o vôo do amor e da bondade.
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brilhantes gaivotas que chegavam em formação e, uma a uma, realizando um
looping perfeito, pousaram na areia. Foi como se um raio caísse no bando.
Aqueles pássaros eram banidos e haviam retornado. A confusão foi total.
Todos obedeceram. Mas Jonathan não se deu por vencido. Começou a treinar
seus alunos ali mesmo, naquele momento.
Um mês após a volta, uma primeira gaivota do bando chegou junto a Jonathan
pedindo para aprender e ele a aceitou prontamente como seu novo aluno. Na
noite seguinte, apareceu uma pequena gaivota arrastando uma das asas e
implorou-lhe angustiada:
- Você pode voar. Você é livre! Aqui e agora! Nada pode impedi-la!
Tão prontamente como Jonathan lhe havia dito, a pequena gaivota aleijada
abriu as asas e alçou vôo na noite escura. O bando foi despertado pelos seus
gritos de alegria:
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- Eu morri! É claro que eu morri. Mas por que estou ouvindo a voz de
Jonathan?
- Se você está aqui ouvindo e conversando comigo, Fletcher, é porque você não
morreu. Essa história de voar através de rochedos é também um aprendizado
que leva mais tempo. Você deveria aguardar um pouco mais para atravessar
um rochedo.
Os seus alunos queriam impedir que Jonathan se fosse. Mas ele não lhes deu
tempo. Em um minuto, em um segundo, suas asas se tornaram tão brancas e
tão brilhantes que ninguém sequer podia olhar para elas.
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Pouco depois, Jonathan alçou seu último vôo e, pairando sobre a praia,
começou a ficar transparente e o seu corpo luminoso foi-se desvanecendo no
infinito azul...”
Quando você espera a aceitação das pessoas você fica tão limitado quanto
todas as outras gaivotas. Tudo bem que o ancião queria apenas o melhor
para todos. Mas por que seguir um padrão que já vimos não funcionar? Por
que não fazemos como o Mestre Ioda (Star Wars) sugeriu quando perguntou
{s crianças a soluç~o para um suposto “complexo problema”? Se n~o estão
dando certo as estratégias que adotou até aqui, escute sua criança interior.
Ela está louca de vontade de conversar contigo para que voltem novamente
a brincar, como bem fazia na infância. E fique tranqüilo, porque o pior que
pode acontecer é, em dado momento, você deixar de necessitar da
aprovação dos demais para simplesmente fazer o que der vontade (sempre
respeitando a Lei Universal).
Outra frase muito boa que li no sempre t~o citado livro “AMI – O menino das
Estrelas”:
Foi o que aconteceu comigo. Quando percebi que minha carreira profissional
era um sucesso, que tinha mostrado para mim mesmo que poderia ser
vencedor na informática, questionei-me: “Descobri que tudo que fiz foi por
ego ferido. E agora?”
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Via as coisas da seguinte forma: enquanto estou aqui, fazendo dinheiro para
sustentar meu conforto, por mais que doe todo meu dinheiro, estarei
impedindo meu potencial criativo de trabalhar. Potencial criativo? Sim!
Quando passei fome encontrei formas diversas de me alimentar. Mas no
escritório não dava para pensar em nada mais do que os problemas que me
traziam.
E foi aí que usei de forma espetacular a Copa do Mundo. O que quer que
acontecesse não mudaria minha vida. Mas o tempo que tinha livre para
meditar me preparou para essa aposentadoria antecipada. Aposentado da
escravidão do escritório e dos desejos materiais. Mas totalmente conectado
com “ajudar o mundo.”
CONTEMPLAR OS ERROS
A única coisa que peço para a vida, Deus, Planeta Terra ou o que quer que
seja que nos mantém vivos, é que eu tenha alguns poucos segundos antes de
morrer para pensar a seguinte frase:
Pois bem. Defendo minha tese com a seguinte frase: conhece uma forma
melhor de aprender? Se a vida não fosse para cometermos enganos como
crianças e não nos importarmos, começariamos nossa vida bem velhinhos, já
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sábios. Assim teriamos mais tempo de fazer as coisas direitinho. E então, nos
últimos 10 anos de vida, erraríamos bastante.
Não é assim certo? Então a cada tropeço, comemore! Pois este tropeço é por
que está tentando fazer alguma coisa direito. E, se está tentando,
provavelmente obterá sucesso! O sucesso vai depender de sua confiança em
si mesmo e também no pouco tempo que passar se lamentando.
Pode não ser o sucesso esperado. Porém, mesmo que realize, ao longo de
alguns erros, que o caminho não é aquele, tomar outro rumo também é um
sucesso.
Então, errou? Comemore! Bata no seu ombro e grite: “Ooops! Vou prestar
mais atenção da próxima vez.”
Persistir no erro é burrice? Então deve ser legal ser burro. Porque quantas
guerras já tivemos e ainda não aprendemos que é bem mais divertido e
eficaz gastar o dinheiro das guerras dando um pão para o irmão faminto do
que explodindo uma ogiva nuclear!
Escolher tudo certo é coisa para robôs! Sou um ser humano, imperfeito,
cheio de defeitos e com um coração bom. Para que vou me importar em
vencer ou escolher certo sempre?
Volto ao ponto da perfeição para dizer que seria uma vida muito chata essa
de ser vencedor e acertar sempre. Digamos que sou um tenista e você é meu
adversário. Sendo ambos perfeitos, não erraremos nunca e aí fica a
pergunta: por quanto tempo vamos nos enfrentar até que um dos dois fale:
“Tá bom vai, cansei. Preciso ir pra casa ver se meu filhinho de dois meses já
está na faculdade!”
Trago agora, as palavras do sábio Krishinamurt que muito bem falou dos
erros e da nossa insistente busca pela perfeição:
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“Se sois mal sucedido num exame, por exemplo, tereis de repeti-lo, não é
verdade? Os exames, em qualquer circunstância, são uma coisa sumamente
deplorável, porquanto nada representam de significativo, já que não revelaria
o verdadeiro valor de vossa inteligência. Passar num exame é, em grande
parte, um "golpe" de memória ou, também, de sorte; mas, vós lutais para
passardes em vossos exames e, quando sois mal sucedidos, perseverais nessa
luta. O mesmo "processo" se verifica diariamente, na vida da maioria de nós.
Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos para investigar se
essa coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a nós mesmos se
ela merece nossos esforços e, portanto, ainda não descobrimos que não os
merece e que devemos contrariar a opinião de nossos pais, da sociedade, de
todos os mestres e gurus. É só quando temos compreendido inteiramente o
significado do mais, que deixamos de pensar em termos de fracasso e de êxito.
Temos sempre medo de falhar, de cometer erros, não só nos exames, mas
também na vida. Cometer um erro é coisa terrível, porque seremos criticados,
censurados, por causa dele. Mas, afinal, por que não se devem cometer erros?
Toda gente, neste mundo, não vive cometendo erros? E o mundo sairia da
horrível confusão em que se encontra, se vós e eu nunca cometêssemos um
erro? Se tendes medo de cometer erros, nunca aprendereis coisa alguma. Os
mais velhos estão continuamente cometendo erros, mas não querem que vós os
cometais e, com isso vos sufocam toda a iniciativa. Por quê? Porque temem
que, pelo observar e investigar todas as coisas, pelo experimentar e errar,
acabeis descobrindo algo por vós mesmo e trateis de emancipar-vos da
autoridade de vossos pais, da sociedade, da tradição. É por essa razão que vos
acenam com o ideal do êxito; e o êxito, como deveis ter notado, sempre se
traduz em termos de respeitabilidade. O próprio santo, em seus progressos
para a chamada perfeição espiritual, tem de tornar-se respeitável, porque, do
contrário, não encontrará "aceitação", não terá seguidores.
Com base em tudo isso que o sábio disse, me resta perguntar se a negação
que o outro (família ou sociedade) nos dá quando erramos, não é porque ele
mesmo falhou (e muito) e espera que possamos fazer melhor que ele. Sendo
assim, já que errar é bom demais, entendi que existia um problema nos
adversários que escolhia na minha vida. É o novo capítulo que trago a seguir.
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SE MEU MESTRE E VOCE, SOU MEU
MELHOR ADVERSARIO
Por outro lado, nunca vou conseguir ser completamente melhor que eu
mesmo. Para exemplificar bem, vou citar a frase que um grande amigo falou
certa vez: “Sou melhor do que ontem, mas infintamente pior do que amanhã”.
Foi bem o que ocorreu certa vez num campeonato de arco e flechas a que fui
com um amigo. Tirando as situações em parques de diversão, eu não tinha
tentado o esporte ainda. Poxa, eu estava tão concentrado em melhorar
minhas próprias flechadas, que esqueci que tinha um adversário. Fiquei
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numa boa posição, me diverti e num dado momento percebi que o oponente
era um mero coadjuvante.
Meu real desafio era dominar aquela arte e fazer o melhor a cada flechada.
Não porque era um campeonato. Campeonato? Eu nem percebi. O legal era
mirar e acertar cada vez mais perto do meu objetivo.
Então é assim que vejo a vida. Quando passamos a nos responsabilizar por
tudo que nos acontece, entramos na rápida estrada da evolução. Mas para
isso não adianta, seu melhor adversário é você mesmo. É você quem esteve e
estará todos os dias ao seu lado e é você quem vai te derrubar quando o ego
crescer demais.
Faça alguma coisa que nunca fez, como plantar uma árvore, para devolver ao
planeta o bem que ele te faz. Ajude alguém e torne isso um hábito, realmente
nos faz bem. E como sempre digo, na simplicidade das crianças estão as
chaves necessárias à nossa felicidade.
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INTUIÇAO... ESCUTE SEU CORAÇAO!
Não dava para fechar esse livro com um assunto mais espetacular do que
esse: a intuição.
Aliás, a ciência vai levar milhões de anos (só um pouquinho, não é mesmo?)
para descobrir que no final das contas tudo se resume ao sentir e energias.
Para fechar esse ciclo, coloco uma figura que acho que representa bem o que
quero dizer. Ignore a borda e coloque sua mente para simplesmente
imaginar o que quer ver aqui. Complete o nada com suas vontades, com o
que tirou de proveito do que escrevi, com algum desenho que para ti
represente a felicidade. Depois de completar mentalmente essa área pense
no que precisaria fazer para que isso acontecesse. Veja se nesse espaço
também não cabe uma ou várias pessoas que poderiam receber seus
conhecimentos.
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Seus? Sim! Se você me ensinou de alguma forma, então o conhecimento é seu
e eu apenas os representei de uma maneira que fizessem sentido em nosso
idioma.
“(...) Quando seu espírito estiver isento de toda turvação, quando as nuvens da
desordem se dissiparem, você conhecerá o verdadeiro Nada. (...)
E então você começará a pensar nas coisas sob um ângulo mais aberto, e a
entender o Nada como o Caminho, e verá o Caminho como o Nada.
Escutamos a verdade alheia e muitos aqui vão levar tudo que falei como uma
grande verdade ou uma gigantesca besteira. Mas honestamente? Esqueça
tudo que falei e faça suas próprias perguntas e encontre suas próprias
respostas. Essa é a maior sacada da intuição: acreditamos no que quisermos.
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Mas talvez uma única coisa preste efetivamente em tudo que falei, que é a de
escutar sua criança interior e livrá-la de todas as grades mentais que foram
colocadas ao longo de sua jornada.
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