ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA N.

A SANTOS
Dr. Nilson Antônio dos Santos
OAB/SP 339.125

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ESTADO DE
SÃO PAULO.

EMENTA: REVISÃO DE
BENEFÍCIO - Aposentadoria
por Tempo de Contribuição –
Exercício de Atividade Especial
– agentes nocivos declarados
em Formulários PPPs, não
analisados no requerimento
administrativo de concessão
inicial.

ANTÔNIO ROBERTO DE SOUZA, brasileiro, casado, beneficiário do INSS, portador

do RG 14.563.139, inscrito no CPF\MF sob nº 044.453.908-52, residente na Rua João
Aires Lopes, nº 641, Jardim Tropical II, CEP 15400-000, Olímpia, Estado de São Paulo,
por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, nos termos do artigo 103 da
Lei 8.213\91 e artigo 3ª da Lei 10.259\2.001, vem mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE REVISÃO DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, c.c. PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAÇÃO
DE TUTELA inaudita altera pars, em face do Instituo Nacional do Seguro Social – INSS,
com endereço na Rua Brasil, nº 241, Centro, CEP 15800-030, Catanduva\SP, que deverá
ser citado na pessoa do seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos:

Rua Sergipe, Nº 775, Centro, CEP 15.600-

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1 – PRELIMINARMENTE

Inicialmente, em sede de preliminar, requer o Autor os benefícios da gratuidade de justiça,

nos arremates da Lei 1.060/50, por ser o requerente pobre na acepção jurídica do termo,
não podendo arcar com as custas e despesas processuais, sem que isto não represente
2
graves prejuízos ao seu sustento e de seus familiares.

2 – BREVE RELATO DOS FATOS

O Autor, em 21 de Dezembro de 2.010, requereu junto a Agência da Previdência Social –

APS de Catanduva\SP, benefício previdenciário de Aposentadoria por Tempo de
Contribuição, espécie 42.

Na ocasião, juntou documentos com vistas à comprovação do tempo mínimo de

contribuição, necessário à concessão do benefício pretendido, incluindo FORMULÁRIOS
PPPs, objetivando o reconhecimento de LABOR ESPECIAL, durante os períodos de
01/10/1988 a 08/03/1991, 01/07/1991 a17/03/1993, 01/07/1993 a 28/04/1994, quando
laborou exercendo as funções de OPERADOR DE SERRAS, OPERADOR DE
MÁQUINAS DE LAVRAR MADEIRAS e APRENDIZ DE MARCENEIRO, além de
formulários comprovando exposição de sua saúde a agentes nocivos, em limites bastante
superiores aos máximos permitidos por lei, quando laborou exercendo as funções de
AJUDANTE DE TURBINEIRO, OPERADOR DE TURBINA e SOLDADOR,
durante os períodos de 10/05/1994 a 01/11/1994, 19/05/1995 a 30/07/1998, 01/08/1998 a
30/04/2001, 01/05/2001 até a Data de Entrada do Requerimento Administrativo – DER.

No processamento do feito administrativo, foi apurado tempo mínimo de contribuição

necessário, tendo sido concedido ao Autor, benefício de Aposentadoria por Tempo de
Contribuição, sob nº NB 42\154.104.502-2, no entanto, NÃO CONSIDEROU OS
PERÍODOS DE LABOR ESPECIAL, em verdade, o Instituto sequer submeteu os
formulários apresentados à análise pericial.

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Diante da não contemplação dos períodos de labor especial, o Autor requereu junto à
Agência da Previdência Social que lhe concedeu o benefício, REVISÃO DO ATO
CONCESSÓRIO, com vistas ao enquadramento dos períodos em que trabalhou sob
condições especiais, obstante a isto, a Autarquia Previdenciária ignorou o pedido de
revisão formulado e, já passados 05 (cinco) anos, o Instituto Previdenciário não apresentou 3
reposta, em verdade, em pesquisa realizada do site do MPAS, deu-se conta da
INEXISTÊNCIA DE REVISÃO para o benefício em referência (doc. anexo).

Destarte, o Autor insurge a esta Justiça especializada, a fim de que se proceda à revisão do
benefício NB 42\154.104.502-2, e promova o enquadramento dos períodos 01/10/1988 a
08/03/1991, 01/07/1991 a17/03/1993, 01/07/1993 a 28/04/1994, 10/05/1994 a 01/11/1994,
19/05/1995 a 30/07/1998, 01/08/1998 a 30/04/2001, 01/05/2001 até a Data de Entrada do
Requerimento Administrativo – DER, conforme formulários PPPs apresentados no ato do
protocolo do requerimento administrativo de concessão, cujas cópias seguem anexadas a
esta exordial e, que ao final, converta os períodos especiais em períodos comuns, na
proporção 1 X 1.40, e, que se promova à REVISÃO DO BENEFÍCIO, atribuindo NOVO
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO e, seja atribuída NOVA RMI – Renda Mensal Inicial,
calculada com todos os seus consectários legais, desde a Data de Entrada do requerimento
administrativo que culminou com a concessão do benefício.

3 – DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

O Autor, durante os períodos a que se busca reconhecimento da especialidade, laborou

exposto a NÍVEIS EXCESSÍVOS de ruído, vibrações, calor, radiações não ionizantes
e fumos de solda, razão pela qual, em consonância com o previsto nos Decretos 53.831\64
e 83.080\79, autoriza o enquadramento pretendido, e consequente conversão do tempo
especial em tempo comum, restando assim, significativa mudança no tempo de
contribuição do requerente, bem como na RMI – Renda Mensal Inicial.

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O Poder Executivo reconhece o direito à conversão do tempo comum em especial,

independentemente da época da prestação laboral, não é razoável que atitude displicente,
que sequer submeteu os formulários PPPs apresentados pelo Autor à apreciação pericial
negue tal pretensão, ressuscitando celeuma que não mais existe na via administrativa do
INSS, desvirtuando o verdadeiro escopo da prestação jurisdicional que é solucionar 4
conflitos; não criá-los.

O Autor laborou em Indústria Moveleira, exercendo as funções de operador de serras,

exposto a RUÍDO INTENSO, POERIA DE MADEIRA e VIBRAÇÃO, além do quê,
trabalhou como OPERADOR DE TURBINA em Usina de Açúcar e Álcool e, por fim,
como SOLDADOR, portanto, todas estas, atividades que submetem o obreiro a condições
extremamente insalubres, assim como, amplamente demonstrado nos formulários PPPs
apresentados no requerimento de concessão inicial, cujas cópias são trazidas a esta exordial
revisora.

O Instituto Previdenciário fez TÁBUA RASA do direito líquido e certo que assiste ao
obreiro requerente, ignorou os documentos apresentados, concedeu benefício com valor
bastante abaixo daquele que lhe faz jus, fez descaso do pedido de revisão formulado em
sede administrativa, o prejuízo que sofre o SALÁRIO DE BENEFÍCIO percebido pelo
requerente precisa ser corrigido desde a DER – Data de Entrada do Requerimento
Administrativo, esta é medida de justiça que há muito já deveria ter sido corrigida pela
Autarquia Previdenciária, senão, vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. FATOR DE
CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO
ESPECIAL EM COMUM. REGRA DO
DECRETO N. 3.048/1999, ART. 70.
APLICAÇÃO PARA O TRABALHO
DESEMPENHADO EM QUALQUER ÉPOCA
(PRECEDENTES).

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1. Conforme precedentes do Superior

Tribunal de Justiça, para fins de
conversão do tempo de serviço especial
em comum, deve ser aplicada a tabela
contida no art. 70 do Decreto n.
3.048/1999 para o trabalho
desempenhado em qualquer época. 5
2. Agravo regimental improvido. (STJ.
AgRg no Ag 1358845/PR, Rel. Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA
TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe
09/11/2011)

Protelar o direito do requerente é fortalecer a injustiça! As funções desempenhadas pelo

obreiro durante sua trajetória laboral falam por si, não carecem de atestados, porém, à
conta disto, juntou todos os documentos exigidos por Lei, comprovou de forma abundante
o exercício de atividades profissionais em condições especiais, restando demonstrado,
através de documentos que laborou exposto, de modo habitual e permanente, a ruídos que
chegavam a 97 decibéis, além de outros agentes nocivos, devidamente relatados nos
formulários apresentados. Desta forma, é de rigor que se proceda à revisão do benefício
concedido em sede administrativa, para fazer integrar ao tempo de contribuição apurado, o
saldo resultante da conversão tempo especial para tempo comum, na proporção 1 X 1.40,
de todos os períodos acima delineados, provocando assim novo cálculo da Renda Mensal
Inicial – RMI.

4 – DO DIREITO

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N. Termos,
E. deferimento.
Fernandópolis\SP, 11 de Abril de 2.016

NILSON ANTÔNIO DOS SANTOS

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