TEXTO DE APOIO 2
1. TEORIAS ORGANIZACIONAIS
As teorias Administrativas
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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA
ESGCT –ESCOLA SUPERIOR GESTÃO CIENCIA E TECNOLOGIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A GESTÃO – 2017-1
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Taylor pretendia substituir a improvisação e o empirismo pela ciência no sentido de criar uma
administração científica. Toda ênfase era dada na tarefa, que era fragmentada de modo que
cada operário pudesse executar um conjunto de movimentos repetitivos e cadenciados por
meio de um método de trabalho, a fim de assegurar a padronização e garantir o máximo de
eficiência nas operações. Era uma visão de baixo para cima baseada na expectativa de que a
máxima eficiência de todos os operários certamente conduziria a uma máxima eficiência da
empresa.
Taylor teve inúmeros seguidores. O casal Frank Gilbreth 91868-1024) e Lilian Gilbreth (1878-
1972) também se dedicaram à busca da melhor maneira de executar um trabalho. Seu foco
estava no estudo de tempos e movimentos, uma metodologia em que cada trabalho é
reduzido aos seus movimentos mais elementares e devidamente cronometrado para medir a
eficiência do operário. Henry Grantt (1861 -1919) desenvolveu um plano salarial de tarefa e
gratificação que proporcionava o pagamento de um abono sobre o salário normal aos
operários que completassem o trabalho no prazo estipulado. Era a engenharia industrial
aplicada ao trabalho humano. Na época vigorava o conceito de homo economicus: a ideia de
que as pessoas trabalhavam exclusivamente para ganhar recompensas salariais. A única
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maneira viável de incentivar as pessoas era por meio do salário. Uma terceira contribuição à
Administração Cientifica foi de Harington (1853 -1931), que aplicou uma lista de 12 princípios
de administração, envolvendo recomendações para a definição de objectivos claros,
orientação aos operários, gestão com justiça e lisura, unificação de procedimentos, redução do
desperdício e atribuição de prémios aos trabalhadores eficientes.
a) Teoria Clássica,
b) Modelo Burocrático,
c) Teoria Estruturalista
d) Teoria Neoclássica.
O engenheiro Frances Henri Fayol (1841-1925) buscava na mesma época a divisão do trabalho
organizacional não na base inferior da organização, como o fazia Taylor, mas no seu topo. A
empresa deveria ser dividida em seis funções básicas: produção, finanças, contabilidade,
venda, pessoal e segurança.
Para Fayol, administrar é prever, organizar, comandar e controlar. Isso envolve
respectivamente a previsão das actividades futuras, organização dos recursos da empresa para
permitir a implementação dos planos, coordenação e comando da mão-de-obra na direcção
dessa implementação e controlo pela comparação entre os objectivos planejados e os
resultados obtidos.
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Seguidores de Fayol, como Gulick e Urwick elaboraram seus princípios gerais e universais
de administração para a homogeneização das tarefas, abrindo o caminho da
departamentalização na estrutura organizacional. A partir daí, a maior parte das grandes
empresas passou a ser divisionalizada, funcionalmente, em departamentos de
manufactura, vendas, finanças, etc.
Na esteira do trabalho de Fayol, o americano James Mooney (1884 – 1957) criou também
seus próprios princípios de administração:
Princípio da coordenação
Principio escalar
Princípio funcional
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e) Modelo Burocrático
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Estas seis características são denominadas dimensões da burocracia, através das quais o
modelo burocrático procura impor a ordem, disciplina e padronização para lidar com seus
membros individuais e conseguir a previsibilidade do comportamento da organização.
Essas dimensões substanciam-se na racionalidade do modelo, que é o alcance da máxima
eficiência possível. Todavia, a burocracia está sujeita a certas anomalias de
comportamento que comprometem a eficiência da organização. São as chamadas
disfunções da burocracia. A necessidade de controlar as pessoas e o funcionamento da
organização podem provocar tanto as consequências previstas por Weber (as dimensões
da burocracia) como as não previstas, as disfunções da burocracia. As disfunções são
distorções doentias ou anomalias de comportamento que conduzem à ineficiência tão
comum em muitas empresas burocratizadas: os meios transformam-se em fins, os
participantes enfatizam cada uma das dimensões e se esquecem dos resultados e,
principalmente, do objectivo maior da organização, que é o cliente que está fora dela.
As disfunções da burocracia são as seguintes:
Exagerado apego aos regulamentos
Excesso de formalismo
Excesso de papeleiro ou papelada
Resistência às mudanças
Despersonalização do relacionamento humano
Categorização do relacionamento
Super conformidade às rotinas e procedimentos
Exibição de sinais de autoridade
Dificuldades com clientes
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Ate aqui, a teoria administrativa ensinava as regras e princípios universais sobre como lidar
com a certeza e com a previsibilidade. A grande mudança começou a surgir a partir da década
de 1950, quando surgiu a Teoria Neoclássica da Administração, uma reafirmação dos princípios
clássicos devidamente actualizados e redimensionados para sua época, mas sem ser
exageradamente prescrita e normativa. É também denominada Escola do Processo
Administrativo pelo facto de conceituar a administração das organizações como um processo
cíclico e continuo que comporta quatro funções:
Planeamento: é a fase do processo administrativo que estabelece os objectivos a
serem alcançados e identifica as acções necessárias para atingir tais objectivos. O
estabelecimento de objectivos é feito de maneira integrada e denominada visão de
futuro da organização.
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A teoria Neoclássica trouxe também a chamada Administração por Objectivos (APO). A ideia
era enfatizar não os meios ou métodos, mas os objectivos a serem alcançados pela
organização. A APO significou uma revolução dentro das empresas: a ênfase nos fins e nos
objectivos e não nos meios e métodos de trabalho.
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Contudo, a Teoria das Relações Humanas, pese embora mais democrática e participativa,
ainda permanecia basicamente prescrita e normativa e até certo ponto parcialista: como
liderar e motivar as pessoas para alcançar os objectivos organizacionais.
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diferentes situações possíveis em que se encontrasse. A tónica principal passou a ser a busca
da flexibilidade organizacional e a redução dos conflitos entre os objectivos organizacionais e
os objectivos individuais dos participantes.
A teoria comportamental é uma decorrência da escola das relações humanas. Surgiu ao redor
da década de 1950 com a teoria das decisões, mostrando que a organização é um sistema de
decisões: as pessoas estão constantemente tomando decisões a respeito de sua participação e
permanência na organização.
Teoria X e Y
Douglas MacGregor (1906 – 1964) desempenhou um papel – chave no redirecionamento
teórico por seus esforços para aguçar o contraste filosófico entre a abordagem das relações
humanas e as abordagens da administração científica e dos princípios da administração.
MacGregor empregou o termo teoria X para descrever as premissas principais sobre a
natureza. Ele sugeriu que teóricos e gerentes que sustentavam tais premissas descreveriam a
prática da administração da seguinte forma:
III. Sem tal intervenção activa dos gerentes, as pessoas ficariam passivas ou mesmo
resistentes às necessidades organizacionais; os trabalhadores devem ser
persuadidos, recompensados e castigados para o bem da empresa.
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Relativamente à Teoria Y, uma filosofia contrária, MacGregor sugeria que os adeptos da teoria
contemplariam a tarefa gerencial da seguinte forma:
Teoria Y:
Despender esforço físico e mental no trabalho é tão natural quanto o lazer e o
repouso. A média do seres humanos não é inerentemente avessa ao trabalho
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O controlo externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de dirigir o esforço
para objectivos organizacionais. As pessoas praticarão o autocomando e o
autocontrole a serviço de objectivos com os quais se sentirem envolvidos.
Em uma das obras fundadoras da abordagem dos sistemas abertos, Daniel Katz e Robert Kahn
identificaram o processo, essencial ao crescimento e à sobrevivência das empresas,
consubstanciado na seguinte sucessão de eventos:
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II. Alguns desses insumos são utilizados para transformar outros insumos durante um
processo de transformação.
III. Os recursos transformados são exportados como produtos – bens ou serviços
vendáveis – para o meio.
IV. Os produtos sao trocados por novos insumos, e o ciclo se repetem.
Descrever os ambientes e suas demandas, de modo a melhorar a percepção dos mesmos era a
meta de Fred Emery e Eric Trist, dois outros teóricos da abordagem dos sistemas abertos.
Eles sugeriram que as organizações deveriam responder de modos diferentes a condições
ambientais diferentes. Interligações de ambientes mais estreitas requerem maior consciência
das condições ambientais, e mudanças de ambientes mais generalizadas requerem maior
flexibilidade e adaptabilidade.
Outros teóricos dos sistemas abertos, entre os quais Paul Lawrence, Robert Duncam e Jay
Galbraith, destacaram de modo similar a necessidade de as organizações se ajustarem aos
ambientes. Suas ideias constituem a base dos principais modelos de comportamento
macroorganizacional.
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