Anda di halaman 1dari 116

A IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO

DA IRRIGAÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

1
SÉRIE POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS PARA UM NOVO
MODELO DE IRRIGAÇÃO

V. 1 – A Importância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvolvi-


mento do Nordeste

V. 2 – Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da


Irrigação 2000

V. 3 – Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio


da Irrigação do Nordeste

V. 4 – Modelo Específico para a Otimização e Promoção do Projeto


de Irrigação Salitre – Juazeiro da Bahia

2
A IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO
DA IRRIGAÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

Francisco Mavignier Cavalcante França


Coordenador

BANCO DO NORDESTE
Fortaleza - 2001

3
Obra publicada pelo

Diretoria
Presidente: Byron Costa de Queiroz

Diretores: Osmundo Rebouças, Marcelo Pelágio da Costa Bomfim


Ernani José Varela de Melo e Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho

Ambiente de Recursos Logísticos


Célula de Produção Gráfica
Av. Paranjana, 5.700 – Passaré
60740-000 Fortaleza – Ceará – Brasil
Fax: 299.3788
Internet: http://banconordeste.gov.br
Tiragem: 1.000 exemplares
Informações: Cliente Consulta: 0800.783030
E-mail: ren@banconordeste.gov.br

Coordenação Editorial: Ademir Costa


Revisão Vernacular: Floriano Lopes Jordão
Normalização Bibliográfica: Rita de Cássia Alencar

Depósito Legal junto à Biblioteca Nacional, conforme decreto n.º 1823,


de 20 de dezembro de 1907
Copyright © by Banco do Nordeste
Banco do Nordeste
B213 A importância do agronegócio da irrigação para o desenvolvi-
mento do Nordeste/Francisco Mavignier Cavalcante França, coor-
denador. – Fortaleza: Banco do Nordeste, 2001.

114 p. – (Série políticas e estratégias para um novo modelo de


irrigação, v. 1).

1 – Irrigação. 2 – Irrigação-Nordeste. 3 – Agronegócio-Nordeste.


4 – Desenvolvimento do Nordeste. I – França, Francisco Mavignier
Cavalcante. II – Série.

CDD: 631.587
Impresso no Brasil

4
Coordenador Geral do Estudo
Francisco Mavignier Cavalcante França

Equipe do Consórcio Responsável pelo Estudo


Plena Consultoria de Engenharia Agrícola Ltda.
Elias Teixeira Pires (Coordenador do Consórcio)
Eliseu Andrade Alves
José Luiz dos Santos Rufino
Mário Ramos Vilela
Paulo Severino de Rezende
Ruy Aderbal Rocha Ferrari

Fundação Getúlio Vargas


Ednéia da Silva Bezerra
Gregory Honczar
Guilherme Soria Bastos Filho
Ignez Guatimosim Vidigal Lopes
Mauro de Rezende Lopes
Nuno Monteiro Casassanta
Stivilane Dornelas

PROJETEC - Projetos Técnicos Ltda.


André Luiz da Silva Leitão
Fábio Chaffim Barbosa
Jaco Charcot Rios
João Joaquim Guimarães Recena
Luiz Alberto Teixeira

Equipe Técnica do Banco do Nordeste


Cláudio Vasconcelos Frota Francisco Mavignier Cavalcante França
Maurício Teixeira Rodrigues Rubens Sonsol Gondim

Comitê Gestor Interinstitucional


Rômulo de Macedo Vieira (Coordenador) - Ministério da Integração Nacional
Edson Zorzin - CODEVASF
Francisco Mavignier Cavalcante França - Banco do Nordeste
Guilherme Lincoln Aguiar Ellery - DNOCS
José Honório Accarini - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI)
Washington Aquino de Mendonça - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SEAIN)

5
Grupo de Apoio Técnico Interinstitucional
Francisco Mavignier Cavalcante França (Coordenador)
Artur Eustáquio R. Saabor - Ministério da Integração Nacional
Clésio Jean Almeida Saraiva - DNOCS
Edson Zorzin - CODEVASF
Euzébio Medrado da Silva - EMBRAPA
Humberto Leite Freitas Filho - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SEAIN)
José Honório Accarini - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SPI)
Manfredo Pires Cardoso - Secretaria de Agricultura e
Reforma Agrária da Bahia

Equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento


Francisco Basílio Souza (Coordenador)
Asako Yamamoto
Benard Darnel
Charles Smith
Fausto Medina-Lopez
Juan Luna-Kelser
Myriam Quintero
Valnora Leister

Equipe de Advisers (Consultores Independentes)


Alejandro Luis Seminario Duany - Peru Augustín A. Millar - Chile
Francisco de Souza - Brasil Jim Charles Bryon - EUA
John Wilkison - Brasil José Cruz Roche - Espanha
Juan Sagardoy - Itália Pablo Lalanda Carrobles - Espanha

Colaboradores
Aluysio Antônio da Motta Asti, Armando Munguba Cardoso, Carlos Alberto
de Carvalho, Francis Puglise, Frederico Reis de Araújo, Hans Steinbichler,
José Airton Mendonça de Melo, José Bento Corrêa, José Eduardo
Borella, José Olimpio Rabelo de Morais, José Paulo Silveira, José
Raimundo Machado dos Santos, José William Araújo Sousa, Juscelino
Antonio de Azevedo, Laudo Bernardes, Leda Maria Marques Cavalcante,
Luís Carlos Ramos de Lima, Luiz Hildemar Colaço, Maria Lucinete
Valente, Otávio Gondim Pereira da Costa, Ricardo Lima de Medeiros
Marques, Roberto Duarte Vidal Silva, Rodrigo Magalhães Neiva Santos,
Valdir Castelo Branco, Yara Januzzi.

6
APRESENTAÇÃO

O Nordeste brasileiro tem reconhecidamente as melhores condi-


ções para produção de frutas e hortaliças em todo o mundo, o que abre
grandes possibilidades para o desenvolvimento da agricultura irrigada na
Região. A relevância estratégica dessa atividade, que se destaca pela
geração de emprego, renda e divisas, inspirou a criação do projeto Novo
Modelo de Irrigação, no âmbito do Programa Avança Brasil, do Governo
Federal.
De caráter inovador, este projeto busca, principalmente, estimu-
lar o investimento privado em todas as fases do agronegócio da irriga-
ção, orientar a produção para as oportunidades de mercado e redirecio-
nar a participação do governo na atividade, priorizando os papéis de
indução, orientação, regulação e promoção. Objetiva, ainda, gerar siner-
gia entre a iniciativa privada e as esferas governamentais, garantir efici-
ência no uso e na gestão da água para irrigação, identificar novas fontes
e modelagens de financiamento e propor mecanismos para controle dos
impactos ambientais e sociais.
Diante da abrangência de objetivos, da importância estratégica e
do espírito inovador do Projeto, identificou-se a necessidade de elaborar
um estudo referencial para orientar os diversos organismos que estarão
envolvidos na implementação do Novo Modelo de Irrigação. A viabiliza-
ção de tão importante tarefa foi efetivada por meio da parceria entre o
Ministério do Planejamento e Gestão, Ministério da Integração Nacional,
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco do Nordeste.
Elaborado com a contribuição de mais de 1.500 especialistas
nacionais e internacionais em agronegócio da irrigação, este trabalho
consiste numa coleção composta dos seguintes volumes: 1 - A Impor-
tância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvolvimento do Nordeste,
2 - Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da Irrigação
2000, 3 - Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio da
Irrigação e 4 - Modelo Específico para Otimização e Promoção do Proje-
to de Irrigação Salitre-Juazeiro da Bahia.
É com satisfação, pois, que o Banco do Nordeste traz a público
esse conjunto de estudos, como forma de disseminar, junto aos agentes
públicos e privados, as novas estratégias que irão dinamizar o agrone-
gócio da irrigação na Região, comprometendo-se, desde já, a incorporar
em suas políticas e programas as recomendações aqui apresentadas.

Byron Queiroz
Presidente do Banco do Nordeste

7
8
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................... 07
1 - INTRODUÇÃO................................................................ 11
2 - IMPORTÂNCIA DO SETOR AGRÍCOLA NA ECONOMIA
DO BRASIL E DO NORDESTE....................................... 13
2.1 - Na Geração de Riqueza .............................................. 15
2.2 - Na Geração de Emprego ............................................ 21
2.3 - Na Geração de Divisas ............................................... 23
3 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA
E DO NORDESTE .......................................................... 30
3.1 - Evolução da Produção Agregada .............................. 30
3.2 - Análise sobre o Desempenho de alguns Produtos..... 32
4 - DESENVOLVIMENTO DA IRRIGAÇÃO NO BRASIL
E NO NORDESTE .......................................................... 39
4.1 - Evolução da Área Irrigada no Brasil .......................... 39
4.2 - Evolução da Área Irrigada no Nordeste ..................... 45
4.3 - Importância da Agricultura Irrigada no Nordeste ...... 50
4.3.1 - Impactos sócio-econômicos ................................... 51
4.3.2 - Geração de emprego ............................................... 54
4.3.3 - Diversificação de culturas....................................... 57
5 - DESEMPENHO DA IRRIGAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA.. 65
6 - IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AGRICULTURA
IRRIGADA PARA O NORDESTE.................................... 71
7 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................... 73
8 - ANEXOS ........................................................................ 78

9
10
1 - INTRODUÇÃO

A agricultura tem dado, historicamente, uma inquestionável


contribuição ao processo de desenvolvimento do Brasil, partici-
pando na geração de emprego, renda e divisas. Assim, ao obser-
var-se o comportamento das regiões Sudeste e Sul, onde ocorreu
maior desenvolvimento dos setores industrial e de serviços, verifi-
ca-se que também sua agropecuária se destaca, em que pesem
os percalços econômicos que o País vem enfrentando de longa
data e que atingem mais agudamente o setor agrícola.
De outra parte, a região Nordeste vem apresentando cres-
cimento geral de seu Produto Interno Bruto (PIB) maior que o do
próprio País. Sua agropecuária, entretanto, tem participação de-
clinante no PIB regional, ainda que empregue mais de 80% de sua
população economicamente ativa.
As características de região semi-árida, imperante em boa
parte do Nordeste brasileiro, impõem sérias restrições climáticas
ao desenvolvimento da sua agropecuária, ampliando dramatica-
mente o risco tecnológico desta atividade. Neste contexto, a agri-
cultura irrigada, sobretudo quando vista como um agronegócio,
apresenta-se como uma alternativa para a sustentabilidade e-
conômica, não só do meio rural, onde se instale, mas também
do desenvolvimento regional da região semi-árida do Nordeste
e do norte de Minas, ao oferecer várias opções de produção
agrícola, promover a geração de empregos estáveis e melhorar
a qualidade de vida regional, entre outros impactos positivos.
A ação governamental, por intermédio da promoção e im-
plantação de perímetros públicos de irrigação, promoveu uma ex-
pressiva alavancagem de investimentos, tanto em irrigação privada,
como em investimentos em agroindústrias, serviços etc., principal-
mente nos últimos 30 anos, em várias regiões do Nordeste brasilei-
ro. Na área específica de irrigação, a iniciativa privada já responde
por mais de 72% da área irrigada no Nordeste.
No presente Relatório de Antecedentes, procura-se discutir
a importância da agricultura regional, nela inserida a agricultura

11
irrigada, tanto do ponto de vista governamental, quanto privado,
inclusive a importância estratégica da irrigação para o desenvol-
vimento do Nordeste.
A dificuldade de se empreender uma discussão mais pro-
funda deve-se à precária disponibilidade de dados e informações
sobre a agricultura irrigada e seus impactos. Procurou-se ameni-
zar essa situação com a revisão da bibliografia disponível, a expe-
riência da equipe técnica que participou do trabalho e, principal-
mente, com a colaboração de instituições públicas e privadas que
atuam na região.

12
2 - IMPORTÂNCIA DO SETOR AGRÍCOLA NA ECONOMIA
DO BRASIL E DO NORDESTE

A agricultura brasileira contribuiu decisivamente, por meio


das funções clássicas, para prover de alimentos baratos as popula-
ções urbanas, liberar mão-de-obra para a indústria crescente, gerar
divisas, via exportação de excedentes e ainda capital para o pro-
cesso de industrialização. Exemplo típico desse processo foi identi-
ficado por EVANGELISTA & ARAÚJO (1998), ao estudarem a con-
tribuição do setor agrícola nordestino para o processo de transfor-
mação do Nordeste no período 1965-93. Os referidos autores veri-
ficaram que houve, nesse período, uma contribuição efetiva do se-
tor agrícola ao crescimento regional por intermédio de um exceden-
te financeiro. Assim, o Brasil modernizou-se, diversificou sua estru-
tura produtiva e viu o complexo urbano-industrial transformar-se no
motor de seu desenvolvimento.
Mais recentemente, com as evidências de que o setor in-
dustrial não prosperaria sem o apoio de uma agricultura moderna
e eficiente, uma nova agricultura, capital-intensiva e lastreada em
tecnologia, foi implantada a partir dos anos 70, inclusive com forte
apoio governamental. Os efeitos mais evidentes dessa transfor-
mação começaram a surgir desde o início da década de 80, quan-
do o crescimento do setor agrícola passou a resultar mais de in-
crementos crescentes de produtividade do que da expansão da
área cultivada.
A TABELA 1, a seguir, mostra claramente essa evolução,
ao analisar a taxa de crescimento anual da produção de cinco
produtos (arroz, feijão, milho, soja e trigo), Estes representaram,
nos últimos 10 anos, 72% da área plantada no Brasil e foram res-
ponsáveis por 62% da produção agrícola brasileira.
No período 1961/70, a produção desses grãos teve cres-
cimento médio anual de 4,91%. A expansão da área, com cresci-
mento médio anual de 4,99%, foi a responsável pela referida ele-
vação, uma vez que o rendimento dos produtos teve crescimento
negativo de 0,08%. No período de 1991-95, o crescimento médio
anual da produção dos produtos analisados foi de 4,92% como

13
principal fonte de crescimento o rendimento das culturas, com
taxa média anual de 4,6%. O crescimento médio anual da área
cultivada alcançou apenas 0,32%.
TABELA 1
TAXAS DE CRESCIMENTO ANUAIS DE PRODUÇÃO DE
GRÃOS (ARROZ, FEIJÃO, MILHO, SOJA E TRIGO) 1991-95
Crescimento da Fontes de crescimento
Período produção (média anual - %)
(média anual em %) Área Rendimento
1961-70 4,91 4,99 -0,08
1971-80 5,62 4,27 1,35
1981-90 2,18 0,48 1,70
1991-95 4,92 0,32 4,60
FONTE: CONTINI (1996).

Atualmente, o segmento moderno da agropecuária brasilei-


ra é o resultado dessas profundas transformações que ocorreram
nas últimas décadas. O processo de modernização da agricultura
provocou mudanças radicais no sistema interno de produção e no
seu relacionamento com os setores industriais, situados antes e
depois da porteira, dando corpo ao conceito de agronegócio ou
complexo agroindustrial, envolvendo a atividade de produção a-
grícola propriamente dita (lavouras, pecuária, extração vegetal),
aquelas ligadas ao fornecimento de insumos, as relacionadas com
o processo agroindustrial e as que dão suporte ao fluxo de produ-
to até à mesa do consumidor final. Esse conceito de agronegócio
tem implicações profundas na organização econômica do Brasil.
Por meio dele revela-se a real dimensão estratégica da agricultura
brasileira, que não pode ser mais vista como uma atividade estan-
que, cujo valor adicionado representa uma pequena e decrescente
parcela do Produto Interno Bruto (PIB) com o avanço do desen-
volvimento econômico, mas sim como centro dinâmico de um con-
junto de atividades econômicas.
Esse conceito de agronegócio ganhou expressão nos paí-
ses desenvolvidos e a agricultura tomou novas dimensões, proje-
tando muitas de suas atividades para fora da propriedade, criando
um sistema que a tem como centro motor, gerando uma multiplici-

14
dade de novos negócios que agregam valor ao produto agrícola
(BARRIGA, 1997).
Neste capítulo, discute-se a importância do setor agrícola na
economia do Brasil, de forma global, e para o Nordeste, em particu-
lar. A análise é realizada, observando-se a capacidade da agricultu-
ra brasileira de gerar renda, emprego e divisas para o País.
2.1 - Na Geração de Riqueza
O PIB brasileiro foi de US$ 775,7 bilhões, em 1998
(TABELA 2), tendo crescido 17,37%, no período 1990-98, e apre-
sentado tendência ascendente a partir de 1992. Entretanto, ocor-
reu redução de 3,33% no seu valor em relação a 1997.
O PIB do setor agropecuário no conceito de "dentro da por-
teira", ao contrário, apresentou tendência descendente a partir de
1993, menos em 1998, mantendo, contudo, participação variável
da ordem de 8 a 10%.
TABELA 2
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) BRASILEIRO EM US$
BILHÕES E PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL
DA AGROPECUÁRIA E INDÚSTRIA
1990 - 1998
Participação (%)
Ano PIB total
Agropecuária Indústria Serviços
1990 660.90 9,77 46,68 43,55
1991 662.90 8,94 41,51 49,55
1992 657.60 10,14 50,82 39,04
1993 685.30 10,95 60,30 28,75
1994 704.50 9,70 39,18 51,12
1995 710.90 9,62 36,80 53,58
1996 734.80 8,30 34,70 57,00
1997 801.60 7,85 34,80 57,35
1998 775.70 8,42 33,96 57,62
FONTE: IBGE/BACEN – Dados trabalhados.

Quando se calcula o PIB agropecuário de forma sistêmica,


ou seja, agregado às cadeias do agronegócio, a sua participação
passa a ser de 40%, (FERNANDES, A. 1998), transformando-o na

15
atividade econômica mais importante do País. Calculada sobre o
valor do PIB dos últimos três anos, essa participação se aproxima
dos US$ 300 bilhões, anualmente.
No entendimento do ZYLBERSZTAJN (1995), esta visão
sistêmica enseja melhor compreensão do funcionamento da ativi-
dade agropecuária e mostra sua real dimensão, auxiliando os to-
madores de decisão a formular políticas com mais precisão, justi-
ça e maior probabilidade de sucesso. Essa visão rompe com a
análise segmentada que, muitas vezes, perde informações impor-
tantes sobre o encadeamento das ações. É que a agroindústria e
uma série de serviços de armazenamento, transporte e beneficia-
mento, além da indústria de insumos, máquinas e equipamentos,
não existiriam sem a agropecuária.
O GRÁFICO 1 apresenta o comportamento do PIB nacio-
nal, no período 1991-1998, mostrando que o PIB da agropecuária
teve desempenho ligeiramente melhor que o da indústria e do
setor serviços.
GRÁFICO 1
VARIAÇÃO RELATIVA DO PIB SETORIAL,
NO PERÍODO 1991-1998

40
Variação (%)

30 25,9
23,54 24,22
20,45
20

10

0
PIB Nacional Agropecuário Indústria Serviços
FONTE: IBGE – Dados trabalhados.

16
A TABELA 3 mostra os índices do PIB desagregados por
região geográfica. A primeira constatação confirma a grande con-
centração da riqueza nacional na região Sudeste, que representa,
em média, 60% do total, no período analisado, enquanto a região
Nordeste participa, em média, com 12,5% do PIB. Não ocorreu
alteração significante desse quadro no período analisado.
TABELA 3
PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS REGIÕES GEOGRÁFICAS
NO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) – 1990 - 1998
(EM PERCENTAGEM)
PARTICIPAÇÃO EM %
REGIÕES
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
NORTE 4,4 4,3 4,1 4,3 4,1 4,3 4,3 4,3 4,3
NORDESTE 12,5 12,3 12,2 12,8 12,6 12,6 12,5 12,5 12,9
SUDESTE 59,9 60,2 60,6 59,7 59,6 59,4 60,5 60,5 59,9
SUL 16,5 16,5 16,7 16,9 16,9 16,8 15,9 15,9 16,1
CENTRO-
OESTE 6,7 6,6 6,4 6,3 6,8 6,8 6,8 6,9 6,8
FONTE: IPEA - Dados trabalhados.

Por outro lado, a TABELA 4 permite a análise do PIB por


região geográfica e por setor econômico. Vê-se que todas as regi-
ões, no período analisado, cresceram no setor da agropecuária,
exceto o Nordeste, que apresentou leves oscilações e pequeno
decréscimo no período, mantendo uma participação relativa apro-
ximada de 10% do PIB regional no período em análise, diferente-
mente do comportamento observado nos seus dois outros setores.

17
TABELA 4
ESTRUTURA DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) POR REGIÂO GEOGRÁFICA
E POR SETOR ECONÔMICO - 1990-1998 (EM PERCENTAGEM)
ESTRUTURA (5) DE CONSTITUIÇÃO DO PIB
ANOS AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS
N NE SE S CO N NE SE S CO N NE SE S CO
1990 12,47 11,10 4,15 11,51 9,81 25,72 23,55 37,79 35,34 9,08 61,81 65,35 58,06 53,15 81,11
1991 12,60 10,07 4,23 11,53 10,57 24,41 23,24 36,45 34,48 8,85 62,99 66,70 59,32 53,99 80,58
1992 12,24 9,31 3,86 10,47 8,98 25,09 24,61 35,04 32,43 10,55 62,68 66,08 61,10 57,10 80,47
1993 13,44 6,93 3,68 9,87 8,86 26,96 31,07 34,50 33,22 9,91 59,60 62,00 61,82 56,91 81,23
1994 18,44 10,93 5,45 13,73 13,93 24,22 30,22 40,20 32,54 13,02 57,35 58,85 54,35 53,74 73,05
1995 19,04 11,38 4,99 13,75 13,93 21,16 29,21 39,63 32,19 13,07 59,81 59,41 55,37 54,06 73,00
1996 15,26 10,48 4,49 13,15 12,58 20,47 28,98 38,54 32,54 13,16 64,26 60,54 56,97 54,31 74,26
1997 15,41 9,92 4,61 13,37 12,47 20,40 30,54 37,24 32,44 13,29 64,20 59,54 58,15 54,19 74,24
1998 16,15 10,23 4,80 13,45 13,23 20,12 31,39 36,25 31,65 13,26 63,74 58,38 58,95 54,90 73,52
FONTE: IPEA – Dados trabalhados.

18
Os dados mostram que o setor agropecuário, apesar de
todas as dificuldades, das incertezas e riscos, vem cumprindo seu
papel, gerando riquezas. É importante destacar ainda o papel que a
agricultura desempenha, atuando de forma anticíclica às variações
do produto real da indústria, o que pode ser observado pela análise
da TABELA 5. O referido quadro mostra a evolução do produto real
da agricultura e da economia como um todo, de 1990 a 1998.

TABELA 5
PRODUTO REAL DA ECONOMIA E DA AGRICULTURA:
TAXAS DE CRESCIMENTO ANUAL (%), NO PERÍODO 1990-1998
Produto real – Taxa de crescimento anual (%)
Ano
Total da economia Agricultura
1990 -4,35 -3,72
1991 0,34 2,76
1992 -0,82 5,37
1993 4,19 -1,03
1994 5,99 9,3
1995 4,24 5,05
1996 2,91 3,12
1997 * 2,04 1,07
1998 * -1,88 4,61
90/98* 16,75 29,16
FONTE: Banco de Dados. Fundação Getúlio Vargas.
* Estimativas preliminares

Observa-se que a taxa de crescimento do produto real da


agricultura mostra-se bastante instável ao longo dos anos, o que é
uma característica do setor primário da economia. Medindo-se a
produção da lavoura e da pecuária e mantendo-se constante o
vetor preços, verifica-se que a acentuada variação das taxas do
produto real, em alguns anos, difere das taxas de crescimento do
produto real da economia como um todo. Ou seja, no período
analisado, ela contribuiu, em alguns anos, para estabilizar o
produto real da economia. Em outros, devido ao desempenho
insatisfatório da lavoura e da pecuária, ela concorreu para reduzir
a taxa de crescimento do produto real como um todo.
Analisando-se a TABELA 5, certifica-se que o produto real
da economia brasileira cresceu 16,75%, enquanto o crescimento

19
da agricultura foi de 29,16%, contribuindo positivamente para a
elevação do produto real da economia.
Ressalte-se ainda que essa contribuição da agricultura o-
correu quando os preços médios dos produtos agrícolas eram
fortemente decrescentes, como mostrado no GRÁFICO 2. Os
grandes beneficiários do desempenho favorável do setor foram os
consumidores, ou seja, toda a sociedade.

GRÁFICO 2
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS PARA PRODUTOS
SELECIONADOS: 1980-1998

100

80
Índice

60

40

20
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Ano
FONTE: FGV/IBRE/CEA.
Refere-se aos produtos: algodão, arroz, banana, cebola, feijão, milho, tomate e uva.

Índices
Ano MÉDIA Ano MÉDIA
1980 100,00 1990 56,49
1981 88,54 1991 56,86
1982 82,20 1992 36,69
1983 79,92 1993 45,84
1984 86,12 1994 39,70
1985 73,49 1995 51,57
1986 84,81 1996 40,49
1987 64,49 1997 42,05
1988 57,91 1998 48,48
1989 72,41
FONTE: FGV/IBRE/CEA.
Refere-se aos produtos: algodão, arroz, banana,
cebola, feijão, milho, tomate e uva.

20
2.2 - Na Geração de Emprego

Para se analisar corretamente a importância da participa-


ção da agricultura na geração de emprego, a visão de integração
da agricultura também é de suma importância. A TABELA 6 mos-
tra que a produção agrícola propriamente dita emprega cerca de
16,7 milhões de pessoas, o que representa 22,3% da População
Economicamente Ativa (PEA) do Brasil. Este número, por si só, é
muito representativo. Segundo FERNANDES, A. (1998), alguns
estudos indicam que uma ocupação na produção agrícola corres-
ponde a outra no restante do agronegócio. Isso significa mais ou
menos 33,4 milhões de empregos gerados, o que corresponde a
44,6% da PEA brasileira.
Se a contribuição do agronegócio para a ocupação produ-
tiva da população brasileira é importante, em termos de região
Nordeste ela é fundamental. Nessa, a agricultura no seu conceito
convencional de "dentro da porteira" emprega 8,2 milhões de pes-
soas, o equivalente a 38,7% da PEA regional e a 48,8% da PEA
do setor agrícola de todo o Brasil. Quando analisada a participa-
ção das diversas atividades econômicas no Nordeste na absorção
da população economicamente ativa, verifica-se que 41,4% do
total ocupado está na agricultura, no conceito de atividade direta.
É pequena a contribuição da indústria e serviços. Ademais, se
considerada a afirmativa de FERNANDES, A. (1998), o agronegó-
cio emprega no Nordeste cerca de 83% da população ocupada e
77% do total da população economicamente ativa.
Esses dados tornam-se importantes para o Nordeste. Se-
gundo BIEHL & ZANDONADI (1998), só o decréscimo de 79% da
área cultivada com algodão, na última década, foi responsável
pelo desaparecimento de cerca de um milhão de oportunidades de
trabalho, o que caracteriza a importância do agronegócio para a
geração de oportunidades de emprego na região.

21
TABELA 6
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA), EM 1997 (EM MILHÕES DE PESSOAS)
Posição na ocupação e ramos de ativi- Grandes regiões
Brasil *
dade no trabalho principal Nordeste Norte Sudeste Sul C-Oeste
Agrícola 16,654 8,184 0,365 3,804 3,162 1,139
Indústria de transformação ** 8,507 1,343 0,313 4,610 1,819 0,422
Indústria de construção 4,581 1,024 0,182 2,250 0,769 0,356
Outras atividades industriais 0,773 0,178 0,039 0,373 0,119 0,064
Comércio de mercadorias 9,227 2,430 0,540 4,172 1,418 0,667
Prestação de serviços 13,474 3,064 0,627 6,697 2,031 1,055
Serviços auxiliares da atividade econômica 2,474 0,356 0,086 1,427 0,414 0,191
Transporte e comunicação 2,759 0,580 0,113 1,468 0,411 0,187
Social 6,328 1,555 0,324 3,030 0,921 0,498
Administração pública 3,146 0,818 0,249 1,327 0,441 0,311
Outras atividades 1,279 0,230 0,056 0,665 0,230 0,098
Total ocupadas 6,008 19,762 2,894 29,823 11,735 4,988
Total desocupadas 5,881 1,409 0,328 2,938 0,812 0,394
Total PEA 75,213 21,171 3,222 32,761 12,547 5,382
FONTE: PNAD 1997. IBGE.
* Exclusive a população da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
** Inclui agroindústria.

22
2.3 - Na Geração de Divisas
O setor agropecuário tem contribuído fortemente na gera-
ção de divisas para o País. Historicamente, a participação da pau-
ta agrícola na balança comercial brasileira foi sempre muito signi-
ficante. A TABELA 7 mostra que, em 1970, ela chegou a
representar 74,1% do total das exportações. Embora tenha
decrescido sua participação relativa, em função do processo de
industrialização e da diversificação da pauta de exportações, a
agricultura brasileira, no período 1970-98, contribuiu ainda,
expressivamente, com cerca de 32% do total exportado. Por outro
lado, a participação das importações agrícolas, nesse período, é
menor que 11%. Estes dois fatos combinados ampliam o papel do
setor agrícola no equilíbrio das contas externas. Entre 1970 e
1998, o saldo da balança comercial brasileira atingiu US$ 99,3
bilhões, enquanto o do setor agrícola alcançou US$ 130,6 bilhões,
mostrando que este setor foi o grande responsável pela geração
de divisas no País, especialmente a partir de 1994.
A distribuição espacial das exportações brasileiras
(TABELA 8) mostra uma concentração, na região Sudeste, repre-
sentando cerca de 58% do total exportado em 1998. Este índice
atinge mais de 82%, quando somado ao da região Sul. Resta ao
Nordeste brasileiro a participação de 8% no total exportado.
As autoridades econômicas brasileiras têm como objetivo pa-
ra o ano 2000 gerar US$ 40 bilhões de superávit comercial. Para
tanto, declaram contar com a participação da agricultura, que, se-
gundo elas, necessita dobrar o montante exportado, contando, para
isso, com a nova política cambial, vigente desde o início de 1999.
Ressalta-se que o superávit pode e deve elevar-se não só pelo cres-
cimento da exportação, mas também pela diminuição da importação,
principalmente de produtos agrícolas. Estes podem ser produzidos,
bastando, para tanto, melhor adequação e negociação, de forma a
não permitir concorrência desleal com os produtores brasileiros.
Assim, frutas, algodão, arroz, produtos lácteos, entre outros,
podem aqui ser produzidos para o abastecimento interno, criando
riquezas e gerando empregos, além de evitar perda de divisas.

23
TABELA 7
O COMÉRCIO AGRÍCOLA NA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA (EM US$ BILHÕES)
Exportações Importações Saldo
Ano
Totais Agrícolas % Totais Agrícolas % Totais Agrícolas %
1970 2,7 2,0 74,1 2,8 0,3 10,7 (0,1) 1,7 ---
1975 13,6 8,9 65,4 13,5 0,8 5,9 0,1 8,1 99,8
1980 20,1 9,4 46,7 25,0 2,5 10,00 (4,9) 6,9 ---
1985 25.6 8.8 34,4 13.1 1.1 11,00 12.5 7.7 61,2
1986 22.3 7.1 32,1 14.0 2.3 5,97 8.3 4.8 57,8
1987 26.2 8.5 32,8 15.0 1.3 10,88 11.2 7.2 63,9
1988 33.7 10.0 29,6 14.6 0,9 15,39 19.1 9.1 47,1
1989 34.3 9.5 27,6 18.2 1.9 9,16 16.1 7.6 46,6
1990 31.4 8.5 26,7 20.6 2.3 8,70 10.8 6.3 57,9
1991 31.6 7.5 23,8 21.0 2.7 7,70 10.6 4.8 45,7
1992 36.1 8.6 24,0 20.5 2.2 9,24 15.6 6.4 41,3
1993 38.7 9.4 24,4 25.4 2.8 9,00 13.3 6.6 50,0
1994 43.5 12.3 28,4 33.1 4.0 8,09 10.4 8.3 79,6
1995 46.5 13.5 29,0 49.8 5.8 8,52 (3.3) 7.7 ---
1996 47.7 14.5 30,4 53.2 6.1 8,72 (5.5) 8.4 ---
1997 53.0 21.8 41.4 61.4 6.6 10.75 (8.4) 15.2 ---
1998 51.2 20.0 39.0 57.7 6.1 10.58 (6.5) 13.9 ---
Total no
Período 558.2 180.3 32.3 458.9 49.7 10.83 99.3 130.6 131.52
FONTE: BACEN/SECEX.

24
TABELA 8
PERCENTUAL DAS EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS
POR REGIÃO DA FEDERAÇÃO EM 1997 E 1998
Região 1997 1998
Norte 6,0 5,7
Nordeste 8,3 8,4
Sudeste 55,8 58,6
Centro-Oeste 3,7 3,1
Sul 26,2 24,2
Total 100 100
FONTE: Síntese da Economia Brasileira – Confederação
Nacional do Comércio. Elaborado pelo Consórcio.

É óbvio que, considerando o papel do agronegócio, pode-


se prever uma participação ainda mais dinâmica. O Fórum Nacio-
nal de Agricultura (FNA) estimou, em 1998, que o agronegócio
brasileiro exportará, em 2002, 45 bilhões de dólares, gerando 10
milhões de postos de trabalho. O FNA externou, ainda, que este
objetivo deve ser alcançado com a modernização da atividade
agrícola, por meio do uso cada vez mais intensivo de irrigação,
máquinas e equipamentos modernos.
O saldo da balança comercial brasileira sempre dependeu e
continuará dependendo do desempenho das exportações agrícolas.
A pauta dessas exportações passou por um processo acelerado de
diversificação, acabando com a forte dependência de produtos tra-
dicionais. Até meados da década de 70, essa pauta foi dominada
pelo café e o açúcar. Juntos chegaram a contribuir com 60% do
total exportado. Em 1996, o café representava apenas 12% desse
total. Atualmente, a soja é seu principal componente, respondendo
por cerca de 24% do total exportado pela agricultura. Os demais
itens exportados são: carnes, sucos, frutas e fumo, dentre outros.
Ao contrário do comportamento geral da agricultura, alguns
produtos como arroz, feijão e algodão têm exigido importações
anuais próximas de US$1,6 bilhão (COMPANHIA..., 1999), o
mesmo acontecendo com a balança comercial de frutas frescas,
que, no período 94/97, mostra um déficit de US$ 386 milhões
(TABELA 9). Os detalhes de importações e exportações de frutas
frescas encontram-se no ANEXO 1.

25
TABELA 9
BALANÇO IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO DE FRUTAS
FRESCAS, NO PERÍODO DE 1994-1998 (EM US$ 1000)
Valores realizados por ano - US$ 1000
Especificação
94 95 96 97 98 *
Importação frutas frescas 118.635 248.114 227.170 237.019 114.980
Exportação frutas frescas 126.982 103.193 105.040 108.764 41.212
Saldo (exportação –
importação) 8.347 (144.921) (122.130) (128.255) (73.768)
Balanço no período
1994-97 (386.959)
FONTE: SECEX – Dados trabalhados. Frutas: Laranja, melão, banana, manga,
mangustão, goiaba, abacaxi, tangerina, mamão, uva, maçã, limão, figo,
abacate, coco em casca, morango, caqui, frutas cítricas diversas. Dados
até junho de 1998.

Reverter este comportamento destoante do setor de frutas


é um grande desafio, quando se sabe que as frutas frescas e pro-
cessadas fazem parte de um conjunto de produtos cuja demanda
cresceu muito no mercado interno após 1994, com a estabilização
da moeda, que promoveu aumento de renda de ampla faixa da
população.
Por outro lado, surge também outro grande desafio: au-
mentar a participação no mercado internacional, no qual a de-
manda de frutas frescas é avaliada em US$ 17 bilhões, 10% re-
presentando as frutas tropicais (IBRAF, 1997). O Brasil participou
em 1997 com pouco mais de US$ 108 milhões.
O Nordeste tem uma elevada participação nas exportações
brasileiras de frutas frescas, representando 46% do total exporta-
do, no período de 1994 até junho de 1998, conforme se vê na
TABELA 10.

26
TABELA 10
COMPARAÇÃO ENTRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
DE FRUTAS FRESCAS E AS REALIZADAS PELO NORDESTE,
NO PERÍODO 1994 A JUNHO DE 1998
(EM US$ 1000)
Valores exportados Participação do
Período
Brasil Nordeste Nordeste (%)
94 126.982 57.376 45,18
95 103.196 45.865 44,44
96 105.040 57.450 54,69
97 108.764 44.612 41,01
98 * 41.212 14.800 35,91
TOTAL 485.194 220.103 45,36
FONTE: SECEX – Dados trabalhados - Frutas: Laranja, melão, banana, manga,
mangustão, goiaba, abacaxi, tangerina, mamão, uva, maçã, limão, figo,
abacate, coco em casca, morango, caqui, frutas cítricas diversas.
* Janeiro a junho/98

Com este vasto potencial de participação no desenvolvi-


mento econômico brasileiro (gerador de riquezas, divisas e em-
prego), a agricultura – como força motriz do agronegócio – tem o
seu cenário futuro delineado em um novo ambiente, hoje marcado
pela abertura econômica, esperando que o Estado desempenhe
seu papel de incentivador e moderador. Isto vai exigir do setor
agrícola mais eficiência para vencer a competição, tanto no mer-
cado interno, como no externo. A concorrência externa, com produ-
tos do agronegócio, será cada vez mais acirrada e terá a qualidade
do produto (restrições fitossanitárias, resíduos agroquímicos, classi-
ficação e embalagem) e a regularidade de oferta como requisitos
básicos. O mercado brasileiro amplia-se e apresentará, cada vez
mais, oportunidades, desde que estejamos preparados para explo-
rá-las, observando os quesitos de qualidade e regularidade.
Neste contexto, dois grandes desafios se apresentam. Um
deles é que a agricultura, nos próximos anos, terá de manter e
ampliar a sua competitividade por meio da tecnificação da produ-
ção e organização da comercialização. O outro será aplicar os
ganhos conseguidos no sentido de melhorar o nível de vida da-
queles que vivem no meio rural. Os índices de urbanização atuais
mostram a necessidade de criar melhores condições de vida na
27
área rural. E hoje não se consideram rurais apenas as áreas onde
as atividades são exercidas, mas também os aglomerados urba-
nos onde a agricultura é a atividade econômica, em torno da qual
gira toda a economia local ou mesmo regional.
Exemplo marcante neste sentido pode-se verificar na ação
do Banco do Nordeste no processo de apoio aos pólos de desen-
volvimento integrado, no Nordeste, onde, com a participação de
todos os setores, têm buscado o desenvolvimento regional a partir
das vantagens comparativas de cada região. Ao se criarem me-
lhores condições de saúde, educação, infra-estrutura de comuni-
cação e lazer, estarão sendo definidas as bases para o desenvol-
vimento econômico com eqüidade, para o qual o agronegócio,
pode contribuir significativamente.

28
3 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA E
DO NORDESTE

3.1 - Evolução da Produção Agregada

O Brasil tem mantido tradição histórica de gerar crescentes


quantidades anuais de produtos agrícolas, com base em diversifi-
cada pauta de produção, respondendo às demandas interna e
externa por alimentos, fibras, energia e outros. Uma visão pano-
râmica da produção agrícola brasileira, de forma agregada, na
última década da evolução, pode ser avaliada utilizando os produ-
tos: arroz, batata-inglesa, cebola, feijão, mandioca, milho, trigo,
algodão em caroço, amendoim e soja, uma vez que esses produ-
tos representam mais de 80% da área cultivada no País e mais de
75% do volume de produção.
Para tanto, analisou-se a evolução da área, da renda bruta
e do produto real, que é uma estimativa da evolução da produção
física ponderada pelos preços vigentes no Censo de 1985. O
GRÁFICO 3 mostra a evolução dos indicadores citados. Pode-se
observar que o somatório das áreas plantadas com as lavouras
selecionadas permanece praticamente constante, ao longo das
duas décadas consideradas, tendo apresentado um decréscimo
de 7%, se tomados os dois anos extremos da série. O produto real
das lavouras apresentou um crescimento de 43% entre 1980 e
1998, devido a um incremento em suas produtividades.
Um outro indicador muito importante é a renda bruta das
lavouras, ou seja, o valor monetário da produção obtida, ao nível
de produtor. Pela análise do gráfico, pode-se observar que a ren-
da bruta, ao longo das duas últimas décadas, teve um decréscimo
de cerca de 40%. A queda mais acentuada ocorreu em 1989, a
partir da abertura comercial. Como a produção aumentou no
mesmo período, o decréscimo de renda indica a sua transferência
para outros setores.

29
GRÁFICO 3
INDICADORES DE DESEMPENHO DAS LAVOURAS
NO BRASIL - ÍNDICES (1980 = 100)

140,00

120,00
Índice

100,00

80,00

60,00

40,00
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
FONTE: IBRE/CEA
Área Produto Real Renda Bruta Ano

Índices
Ano Área Produto Real Renda Bruta
1980 100,00 100,00 100,00
1981 98,28 112,06 95,74
1982 103,23 102,07 82,25
1983 91,25 106,76 83,11
1984 100,14 111,42 103,04
1985 104,15 129,95 110,09
1986 107,72 114,61 103,70
1987 107,61 136,79 74,89
1988 111,88 131,19 77,42
1989 111,34 137,92 86,54
1990 101,16 122,70 54,95
1991 100,74 124,34 59,51
1992 99,69 128,90 54,50
1993 93,30 118,06 51,17
1994 102,96 136,45 60,19
1995 101,85 134,66 54,15
1996 99,29 139,01 55,60
1997 100,44 140,27 58,99
1998 93,33 142,88 59,58
FONTE: IBGE. Elaboração: IBRE/CEA.
OBS: Lavouras: arroz, batata-inglesa, cebola, feijão, mandioca,
milho, trigo, algodão em caroço, amendoim e soja.

30
3.2 - Análise sobre o Desempenho de alguns Produtos
Neste capítulo, faz-se uma análise sobre a evolução da á-
rea colhida e produção, ao nível nacional e regional, de alguns
produtos selecionados. Os produtos foram agrupados em hortíco-
las (abacaxi, alho, banana, caju, cebola, coco, laranja, manga,
tomate e uva) e outros (algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, fei-
jão, mandioca, milho, soja e cacau). Esses grupos de produtos
constituem a base da produção agrícola brasileira.
Os dados estão apresentados nos GRÁFICOS 4 e 5, a se-
guir, cujos detalhes se encontram no ANEXO 2 deste documento.
A análise dos produtos hortícolas selecionados (GRÁFI-
COS 4 e 5) mostra que, em termos nacionais, a área colhida des-
ses produtos manteve-se estável no período 1990-98, com ligeiro
declínio no período 1996-98. Por outro lado, a produção obteve
um aumento da ordem de 12%, o que confirma a tendência de
ganhos em produtividade.
A análise da área colhida das hortícolas selecionadas mos-
tra o Sudeste como responsável por 37 a 40% e o Nordeste com
45 a 50% do total. Por outro lado, quando se analisa a produção,
a região Sudeste responde por cerca de 63% do total, enquanto o
Nordeste participa apenas com 16 a 18% do montante.
A análise do outro grupo de produtos é feita com os GRÁ-
FICOS 6 e 7. Verifica-se, no período, uma queda na área colhida
de 6,5% ao nível nacional.
Sobre o total colhido, a região Sul lidera com 32 a 34% do
total, seguida do Sudeste com 22 a 24%, do Centro-Oeste com 14
a 20% e do Nordeste com 16 a 20%.
A região com maior queda na área colhida dos produtos
analisados, no período 1990-98, foi o Nordeste, com mais de 30%,
enquanto na região Norte e na Centro-Oeste houve uma expan-
são de 20 e 21%, respectivamente.
Nesse período, como mostra o GRÁFICO 7, a produção
brasileira desses produtos foi dominada em 50 a 55% pela região
Sudeste. Apesar de a produção ter crescido 26,6%, a única região
que apresentou declínio foi o Nordeste (21,13%).

31
GRÁFICO 4
EVOLUÇÃO DA ÁREA COLHIDA DE PRODUTOS
SELECIONADOS: ABACAXI, ALHO, BANANA, CAJU, CEBOLA,
COCO, LARANJA, MANGA, TOMATE E UVA, PERÍODO
1990-1998, POR REGIÃO GEOGRÁFICA

Área Colhida
Norte
3.000,0

Nordeste
2.500,0
Sul
2.000,0
Área (1.000 ha)

Sudeste
1.500,0
Centro
1.000,0 Oeste
BRASIL
500,0

0,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO (%) SOBRE A ÁREA


TOTAL COLHIDA

60,0%
Norte
50,0%
Nordeste

40,0% Sul
%

Sudeste
30,0%
Centro
20,0%
Oeste

10,0%

0,0%
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

FONTE: IBGE - Dados trabalhados.

32
GRÁFICO 5
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO OBTIDA DE PRODUTOS
SELECIONADOS: ABACAXI, ALHO, BANANA, CAJU, CEBOLA,
COCO, LARANJA, MANGA, TOMATE E UVA, PERÍODO
1990-1998, POR REGIÃO GEOGRÁFICA

Produção

35.000,0
Norte
30.000,0

Nordeste
Produção (1.000.000 t)

25.000,0
Sul
20.000,0
Sudeste
15.000,0
Centro-
10.000,0 Oeste
BRASIL
5.000,0

0,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO (%) SOBRE O TOTAL COLHIDO

70,0%
Norte
60,0%
Nordeste
50,0%
Sul
40,0%
Sudeste
%

30,0% Centro-
Oeste
20,0%

10,0%

0,0%
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

FONTE: IBGE - Dados trabalhados.

33
GRÁFICO 6
EVOLUÇÃO DA ÁREA COLHIDA DE PRODUTOS
SELECIONADOS: ALGODÃO (CAROÇO), ARROZ, CAFÉ
(COCO), CANA-DE-AÇÚCAR, FEIJÃO, MANDIOCA, MILHO,
SOJA E CACAU, PERÍODO 1990-1998,
POR REGIÃO GEOGRÁFICA

Área colhida

Norte
50.000,0
45.000,0 Nordeste
40.000,0
35.000,0 Sul
Área (1.000 ha)

30.000,0
25.000,0 Sudeste

20.000,0
Centro-
15.000,0
Oeste
10.000,0
BRASIL
5.000,0
0,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO (%) SOBRE A ÁREA


TOTAL COLHIDA

40,0%

35,0% Norte

Nordeste
30,0%
Sul
25,0%
Sudeste
%

20,0%
Centro-
15,0% Oeste

10,0%

5,0%

0,0%
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

FONTE: IBGE - Dados trabalhados.

34
GRÁFICO 7
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO OBTIDA DE PRODUTOS
SELECIONADOS: ALGODÃO (CAROÇO), ARROZ, CAFÉ
(COCO), CANA-DE-AÇÚCAR, FEIJÃO, MANDIOCA, MILHO,
SOJA E CACAU, PERÍODO 1990-1998,
POR REGIÃO GEOGRÁFICA

Produção

Norte
500.000,0
450.000,0 Nordeste
400.000,0
Sul
Produção (1.000 t)

350.000,0
300.000,0 Sudeste
250.000,0
200.000,0
Centro-
Oeste
150.000,0
BRASIL
100.000,0
50.000,0
0,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO (%) SOBRE A ÁREA


TOTAL COLHIDA

70,0%

Norte
60,0%
Nordeste
50,0%
Sul
40,0%
Sudeste
%

30,0% Centro-
Oeste
20,0%

10,0%

0,0%
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Anos

FONTE: IBGE - Dados trabalhados.

35
Tanto no grupo de hortícolas, como no outro grupo de pro-
dutos, a região Nordeste, no período 1990-98, diminuiu a área
colhida e a produção. Entre as várias causas, provavelmente a má
distribuição de chuvas e a sua incerteza tenham contribuído, de
forma direta, alterando as condições de produção, e indireta, ini-
bindo o uso de tecnologia.
Na região Nordeste, o que se verifica, portanto, é a ten-
dência de queda na área e na produção de todos os cultivos, com
exceção da soja, que tem participação pequena, mas crescente,
na área e no volume produzido. Culturas tradicionais do Nordeste,
como algodão, cana-de-açúcar, feijão e mandioca, estão em que-
da tanto na área plantada como na produção, com ligeiras rea-
ções e oscilações no período.
Tal situação pode ser analisada sob dois ângulos distintos.
Por um lado, essa queda mostra que boa parte do abastecimento
desses produtos na região está vindo de fora, fazendo com que
recursos regionais, que poderiam estar ali gerando riquezas, sejam
drenados para regiões mais ricas. Por outro lado, abrem-se excelen-
tes perspectivas de mercado regional, como alternativa para diversi-
ficação da produção, principalmente para a agricultura irrigada.
Os índices de preços recebidos pelos produtores nordesti-
nos são sempre mais elevados que os recebidos, em média, pelos
produtores brasileiros, chegando, em agosto de 1998, a uma dife-
rença de 24,5% (GRÁFICO 8).
Ganhos em produtividade nas lavouras da região podem
aumentar consideravelmente a renda dos produtores nordestinos.
O GRÁFICO 8 mostra com muita clareza a relação existente, res-
saltando que a diferença cresceu nos dois últimos anos e mantém
essa tendência.
Entretanto, é preciso atentar para o fato de que a disponibi-
lidade tecnológica sob condição de sequeiro, no Nordeste, é bas-
tante frágil. Dessa maneira, é provável que a Região não tenha
condições de competir com outras regiões. Entretanto, sob condi-
ção de irrigação e favorecido pela luminosidade e temperatura, a
região poderá ser extremamente competitiva, desde que se pro-
mova o desenvolvimento tecnológico naquelas culturas, buscando

36
níveis de produtividades econômicas mais elevados que os atuais,
principalmente para o milho, arroz, feijão e algodão.

GRÁFICO 8
ÍNDICES DE PREÇOS RECEBIDOS (BASE: AGOSTO DE 1994)

220

200

180
Índices

160

140

120

100
Ago/94 Fev/95 Ago/95 Fev/96 Ago/96 Fev/97 Ago/97 Fev/98 Ago/98 Fev/99

Meses

FONTE: FGV/IBRE/CEA Nordeste Brasil

Lavoura
Mês/Ano
Nordeste Brasil
Ago/94 100 100
Fev/95 118,85 106,9
Ago/95 112,59 105,65
Fev/96 138,39 120,19
Ago/96 141,28 125,47
Fev/97 152,44 131,78
Ago/97 153,52 137,95
Fev/98 165,02 151,48
Ago/98 203,08 153,42
Fev/99 215,96 167,46
FONTE: FGV/IBRE/CEA.

37
4 - DESENVOLVIMENTO DA IRRIGAÇÃO NO BRASIL E NO
NORDESTE

4.1 - Evolução da Área Irrigada no Brasil

Com exceção das áreas de arroz inundado e faixas ribeiri-


nhas restritas, a produção por meio de cultivos irrigados, no Brasil,
é relativamente recente. A sua evolução deu-se em quatro fases
(GRÁFICO 9), estimando-se que em 1998 a área irrigada no País
era de 2.870.000 hectares.

GRÁFICO 9
EVOLUÇÃO DAS ÁREAS IRRIGADAS NO BRASIL

FONTE: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A primeira fase, iniciada na metade do último quartel do


século XIX, estendeu-se até a metade da década de 60 deste sé-
culo. A atuação, no domínio da irrigação, pautou-se por ações
com as seguintes características:
• desenvolveu-se por meio de ações isoladas e tópicas,
dirigidas para alvos específicos, em termos setoriais

38
(por ex. arroz, no Rio Grande do Sul) e espaciais (regi-
ão semi-árida do Nordeste), sem a correspondente es-
trutura de políticas ou de programas nacionais;
• manteve elevado grau de concentração na esfera federal;
• confinou-se, na esfera federal, em órgãos e agências
caracterizadas por baixo grau de ação interinstitucional;
• submeteu as atividades do subsetor a estratégias de
combate e à redução da pobreza. As diferentes adminis-
trações federais foram diretamente responsáveis pela
implantação de projetos de irrigação, por intermédio de
iniciativas quase que exclusivamente dirigidas à constru-
ção de açudes, em lugar do apoio direto às atividades
produtivas e aos serviços por ela requeridos (conheci-
mento e tecnologia, crédito, informação de mercado, for-
mação de recursos humanos e outros).
• A primeira fase, bem como as demais, caracterizam-se
pela descontinuidade das ações governamentais, relati-
vas ao desenvolvimento da irrigação e drenagem.
A segunda fase iniciou-se em fins dos anos 60, com a cri-
ação do Grupo de Estudos Integrados de Irrigação e Desenvolvi-
mento Agrícola (Geida), cujas orientações produziram efeitos até
o final da primeira metade dos anos 80. As características relevan-
tes dessa fase foram:
• a busca da ampliação do conhecimento global sobre os
recursos naturais disponíveis e pela concepção e im-
plementação de programas nacionais, a exemplo do
Programa Plurianual de Irrigação (PPI), em 1969, e do
Programa de Integração Nacional (PIN), em 1970;
• a criação de oportunidades para manifestação da inicia-
tiva privada na esfera da irrigação e drenagem, até en-
tão preterida, com o Programa Nacional para Aprovei-
tamento Racional de Várzeas Irrigáveis (Provárzeas); o
Programa de Financiamento de Equipamentos de Irri-
gação (Profir); a concepção de “lotes empresariais” nos

39
projetos públicos de irrigação privada; o estabelecimen-
to de objetivos, diretrizes e metas para um conjunto de
iniciativas consolidadas no projeto do I Plano Nacional
de Irrigação, calcado em ações comandadas pelo setor
público, mas claramente pautadas pelo estímulo à inici-
ativa privada.
A terceira fase caracterizou-se pela instituição do Progra-
ma de Irrigação do Nordeste (Proine) e do Programa Nacional de
Irrigação (Proni), ambos em 1986. Essa fase, marcada por deci-
sões adotadas em função de prioridades estabelecidas pelo go-
verno federal, em articulação com o setor privado, implementação
de projeto subsetorial de irrigação com infra-estrutura de apoio à
iniciativa privada, apresentou a seguinte particularidade:
• divisão mais clara de papéis entre o setor público e a i-
niciativa privada, no desenvolvimento de projetos de ir-
rigação, restringindo-se a ação do governo à execução
de obras coletivas de grande expressão (suporte hidráu-
lico, elétrico e macrodrenagem), cabendo à iniciativa
privada as demais providências para a sua consecução.
A quarta fase considerou que as várias iniciativas postas
em prática, ao longo de mais de um século, deviam ser submeti-
das a uma nova orientação, a partir de 1995, caracterizando um
novo direcionamento para a Política Nacional de Irrigação e
Drenagem, que foi denominada na fase executiva de Projeto No-
vo Modelo de Irrigação.
A área total irrigada no Brasil é estimada em 2.870.244 ha,
com forte concentração nas regiões Sul e Sudeste, que represen-
tam 72,7%, conforme se visualiza no GRÁFICO 10 a seguir. So-
mente o Rio Grande do Sul, voltado à produção de arroz, é res-
ponsável por 35% da área irrigada no País. O Nordeste brasileiro
respondia, em 1998, por 17,26% dessa área.

40
GRÁFICO 10
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA ÁREA IRRIGADA
NO BRASIL, POR REGIÃO – 1998

50
41,65
40
% da área

31,04
30

20
17,26

10 7,03
3,02
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
FONTE: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Workshop: Disponibilidade de água e irrigação no Nordeste.
Dados trabalhados.

Com o domínio do Rio Grande do Sul na irrigação da cultu-


ra do arroz (método de irrigação por superfície), verifica-se que do
total irrigado, em 1998, 60% estão sob irrigação por superfície,
17% por aspersão, 19% por pivô central e apenas 6% por irriga-
ção localizada (ANEXO 3).
Uma análise mais detida do GRÁFICO 9 mostra que as
maiores incorporações de áreas irrigadas no Brasil ocorreram nas
décadas de 70 (1.300.000 ha) e 80 (1.100.000 ha). Isto como refle-
xo imediato da disponibilidade de linhas de crédito para irrigação
privada e existência de programas governamentais, consistentes e
específicos, como o Provárzeas, Profir, Proine e Proni.
Importante salientar que de 1970-1980 houve maior expan-
são de equipamentos de pivô central e aspersão convencional. O
pivô central, apresentado pela indústria brasileira como equipamen-
to de baixo custo de investimento/ha irrigado, tem sido o responsá-
vel pela incorporação de aproximadamente 538.000 ha, o que cor-
responde, mais ou menos, a 8.100 pivôs (CHRISTOFIDIS, 1999).
Entretanto, cabe salientar que, naquela época, era baixo o nível de
41
exigência por parte dos agentes financeiros quanto a estudos sobre
solos, clima, recursos hídricos o que, conjugado com deficiências
da legislação ambiente e na outorga de direitos de uso da água,
levaram boa parte desses equipamentos, na atualidade, a não mais
operar ou operar de forma inadequada por falta de água ou outras
razões técnicas. Avalia-se que dos 8.100 equipamentos existentes
no País, em torno de 30 a 35% estejam desativados, principalmen-
te nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
No início da década de 90, houve estagnação na área irri-
gada, em decorrência da retirada de algumas linhas de crédito
específicas à irrigação, principalmente na região Sul, Sudeste e
Centro-Oeste como Provárzeas e Profir, da inexistência de pata-
mares de juros indutores à adesão da iniciativa privada e das re-
formas administrativas, resultando em indefinições governamen-
tais para o subsetor de irrigação. Até 1995, foram mantidas as
áreas irrigadas existentes, além de substituídas áreas e equipa-
mentos por aqueles que, por alguma razão, abandonavam o setor.
A área irrigada no Brasil só voltou a expandir-se quando
passou de 2,63 em 1996 para cerca de 2,87 milhões de hectares
irrigados em 1998. Neste período, houve incremento de 209.990
ha de área irrigada no País (TABELA 11), ou seja, um aumento de
7,9% em relação a 1996. A região Nordeste, com um incremento
de 15,9%, correspondente a 67.976 ha, foi a que mais cresceu.
O crescimento observado no período de 1996-98 deveu-se
à expansão da irrigação privada, nos cultivos de fruticultura,
grãos e café, notadamente nos estados da Bahia (regiões Oeste
e Sul), norte do Espírito Santo, norte e Alto Paranaíba, em Minas
Gerais, Rio Grande do Norte e Pernambuco, e no cultivo do ar-
roz irrigado no Sul.

42
TABELA 11
CRESCIMENTO DA ÁREA IRRIGADA NO BRASIL,
NO PERÍODO 1996-1998
Crescimento absoluto Crescimento relativo
REGIÃO/ESTADOS
(ha) (%)
BRASIL 209.990,00 7,89
NORTE 3.300,00 3,96
Rondônia 2.130,00 2130,00
Acre 60,00 10,00
Amazonas 510,00 42,50
Roraima -4.520,00 -45,20
Pará 590,00 9,42
Amapá 1.740,00 1740,00
Tocantins 2.790,00 4,29
NORDESTE 67.976,00 15,90
Maranhão 4.200,00 10,50
Piauí 6.111,00 33,60
Ceará 5.367,00 6,97
Rio Grande do Norte 5.286,00 36,47
Paraíba 5.990,00 22,43
Pernambuco 4.040,00 4,75
Alagoas 1.450,00 19,33
Sergipe 7.802,00 43,25
Bahia 27.730,00 19,74
SUDESTE 69.454,00 8,45
Minas Gerais 33.380,00 12,84
Espírito Santo 26.274,00 66,52
Rio de Janeiro 4.800,00 6,67
São Paulo 5.000,00 1,11
SUL 47.640,00 4,15
Paraná 7.300,00 13,27
Santa Catarina 15.540,00 13,08
Rio Grande do Sul 24.800,00 2,55
CENTRO-OESTE 21.620,00 12,00
Mato Grosso do Sul 5.800,00 10,43
Mato Grosso 4.080,00 50,37
Goiás 10.000,00 9,39
Distrito Federal 1.740,00 17,51
FONTE: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Workshop: Disponibilidade de água e irrigação no Nordeste.
Dados trabalhados.

43
Ao se avaliar especificamente o Nordeste, verifica-se que a
expansão ocorrida teve como carro-chefe o Estado da Bahia, res-
ponsável por 40,79% da expansão da irrigação da região, princi-
palmente para café, grãos e fruticultura, no período considerado.
Entretanto, com a elevação do nível de exigência dos es-
tudos básicos, devido à necessidade de melhor utilização do fator
água e, conseqüentemente, de maior eficiência operacional dos
sistemas, verificou-se, no período 1996-98, a expansão de méto-
dos de irrigação por aplicação localizada (gotejamento e microas-
persão), representando 30,76% do total de 209.990 ha de incre-
mento (TABELA 12).
TABELA 12
PARTICIPAÇÃO DOS MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO NO
CRESCIMENTO TOTAL DA ÁREA IRRIGADA 1996-1998
Crescimento absoluto Crescimento relativo
Método de Irrigação
(ha) (%)
Superfície 55.967,00 26,65
Aspersão convencional 58.274,00 27,75
Pivô central 31.172,00 14,84
Localizada 64.577,00 30,76
TOTAL 209.990,00 100,00
FONTE: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Workshop: Disponibilidade de água e irrigação no Nordeste.
Dados trabalhados.

4.2 - Evolução da Área Irrigada no Nordeste

Nesta seção, procurar-se-á desenvolver análise específica


de irrigação no Nordeste. De todas as regiões do Brasil é a que
apresenta características de déficit hídrico para as plantas, em
condições normais, com índice pluviométrico baixo e distribuição
irregular das chuvas, tornando a irrigação tecnologia de funda-
mental importância para a agricultura da Região.
O estudo da evolução da irrigação no Nordeste permite a
retomada de algumas questões e a complementação da história
da evolução da irrigação no Brasil.

44
As primeiras tentativas de levar o benefício da irrigação ao
semi-árido ocorreram na década de 40, pelo hoje Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), com a construção de
grandes açudes e canais de irrigação.
Em 1943, foi implantado no município de Petrolândia (PE),
o Núcleo Agroindustrial São Francisco, pela extinta Divisão de
Terras e Colonização do Ministério da Agricultura, onde se inicia-
ram os primeiros plantios de cebola irrigada nos aluviões do sub-
médio São Francisco. Esse núcleo está submerso pelo lago da
barragem de Itaparica. Com a criação da Comissão do Vale do
São Francisco (CVSF), em 1948, o aproveitamento dessas terras
com irrigação foi ampliado com outras culturas (melão, uva etc.).
A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Su-
dene) criada em 1959, com a missão de aglutinar ações que vi-
sassem, entre outras, o aproveitamento racional dos recursos de
água e solo na Região, conferiu efetiva prioridade ao desenvolvi-
mento da agricultura irrigada e à criação do Grupo Executivo de
Irrigação para o Desenvolvimento Agrícola (Geida).
Foram, contudo, os resultados positivos alcançados pelo
projeto Sudene/FAO, nos latossolos do Campo Experimental de
Bebedouro (1963) e nos grumossolos do Campo Experimental de
Mandacaru (1964), localizados nos municípios de Petrolina–PE e
Juazeiro–BA, que fizeram emergir uma nova filosofia de trabalho
com a irrigação no Nordeste. Tais resultados forçaram a transfor-
mação das estruturas técnico-administrativas dos órgãos que atu-
avam na região, Dnocs e CVSF, culminando com a criação do
Grupo Executivo de Irrigação para o Desenvolvimento Agrícola
(Geida), em 1968, vinculado ao então Ministério do Interior, marco
principal da irrigação regional.
Em 1973, o Plano Integrado para o Combate Preventivo aos
Efeitos das Secas no Nordeste registrava: “com um potencial de
16,5 bilhões de metros cúbicos nos açudes públicos, a área irrigada
no Nordeste, presentemente, é da ordem de 2.500 ha. Neste total
estão incluídas as áreas das bacias de irrigação dos grandes açu-
des públicos e as áreas-pilotos dos projetos Morada Nova (Ceará),
Bebedouro (Pernambuco) e Mandacaru (Bahia)” (BRASIL, 1973).

45
O Geida realizou o primeiro e amplo estudo das possibili-
dades de irrigação no semi-árido, determinando a viabilidade téc-
nico-econômica de 73 projetos (62 localizados no Nordeste) e
traçou as diretrizes de uma política de irrigação que vieram consti-
tuir a primeira fase do Plano Nacional de Irrigação.
A estrutura do setor de irrigação governamental esteve
sempre ligada ao Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (Dnocs), criado em 1911, como Inspetoria de Obras Contra
as Secas (IOCS) e que passou à denominação atual, em 1945,
(após várias mudanças) e a Companhia de Desenvolvimento do
Vale do São Francisco (Codevasf), criada em 1974, como sucesso-
ra da Superintendência de Desenvolvimento do Vale do São Fran-
cisco (Suvale). Esta, por sua vez, sucederá à Comissão do Vale do
São Francisco (CVSF), instituída em 1948, e, em menor grau, pelo
Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS).
Quando da instituição do Programa de Integração Nacional
(PIN), no início da década de 70, foi determinado pelo Governo
Federal que os projetos dele componentes e relacionados ao Nor-
deste teriam caráter de urgência.
Em 1972 iniciou-se a formulação de planos nacionais de
desenvolvimento. No I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND)
(1972-74), foi estabelecida a meta de se irrigarem 40 mil hectares,
a qual foi incorporada ao PIN, também em caráter de urgência.
O II PND (1974-79) admitiu que o Nordeste brasileiro, “a
despeito de possuir volume de água acumulado em açudes e áreas
com um elevado potencial de águas subterrâneas, não tem usado
convenientemente os recursos disponíveis para fins de irrigação. As
áreas de lavoura irrigada no Nordeste, cerca de 11.300 ha, repre-
sentam muito pouco em relação ao que se pode fazer na região”
(BRASIL, 1974), estabelecendo, então, as seguintes metas para o
período: 65.000 ha com estudos de viabilidade, 148.000 ha com
projetos executivos, 130.000 ha implantados e 120.000 ha em ope-
ração. Determina ainda a participação, nas diversas fases do proje-
to, da Sudene, do Dnocs, da Suvale, da Empresa Brasileira de Pes-
quisa Agropecuária (Embrapa), do Banco do Nordeste e do Banco

46
do Brasil. Os recursos se originaram do PIN e do Programa de De-
senvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste (Polonordeste).
O I Plano Nacional de Irrigação (PNI), elaborado em 1982,
previa a continuidade das ações do Governo Federal, com ênfase
nos grandes projetos públicos de irrigação, que já vinham sendo
implantados pelo Dnocs e pela Codevasf. Porém, previa o estímu-
lo ao desenvolvimento da irrigação privada em pequena escala,
mediante a concessão de crédito especial e a utilização de recur-
sos a fundo perdido para obras de infra-estrutura.
No Projeto Nordeste, elaborado na ocasião, não havia uma
estratégia específica à irrigação pública.
A institucionalização do Programa de Financiamento de
Equipamentos de Irrigação (Profir), em 1982, criou uma linha de
crédito rural oficial para investimentos em sistemas de irrigação,
sobretudo nos Cerrados, mas também com atuação em algumas
áreas do Nordeste.
O primeiro texto legal sobre irrigação no Brasil data de 25
de junho de 1979, com a edição da Lei n.º 6.662 – a Lei de Irriga-
ção. Sua regulamentação, no entanto, só ocorreu em 29 de março
de 1984, mediante a edição do Decreto n.º 89.496.
Em janeiro de 1986, foram criados o Programa de Irrigação
do Nordeste (Proine) e, no mês seguinte, o Programa Nacional de
Irrigação (Proni), com atuação nas demais regiões. A gestão das
ações desses programas foi entregue ao Ministério Extraordinário
Para Assuntos de Irrigação, ao qual se vincularam o Dnocs, a Co-
devasf e o DNOS, com o propósito de elevar a área irrigada na
região Nordeste em um milhão de hectares até 1990, meta poste-
riormente reprogramada para 1993.
Em março de 1990, foi criada a Secretaria Nacional de Irri-
gação (Senir), no âmbito do Ministério da Agricultura e Reforma
Agrária, com a responsabilidade de executar o Programa Nacional
de Irrigação. O Dnocs e a Codevasf continuam como órgãos exe-
cutores. Com a exclusão do DNOS, suas limitadas ações de irri-
gação, no Nordeste, foram assumidas pelo Dnocs.

47
A política do Governo Federal, para o período de 1991-95,
estava consubstanciada, em grande medida, na Resenha Setorial
de Irrigação, elaborada pelo Proni, com o apoio de consultores
privados, a participação da Codevasf, Dnocs e o estímulo técnico
e financeiro do Banco Mundial. Iniciava-se o processo de conferir
ênfase aos aspectos econômicos, sem se descuidar dos sociais,
garantindo maior eficácia à ação do Estado e maior estabilidade
aos investimentos dos agentes privados. Os projetos de irrigação
recebem uma categorização que variavam de A até D, segundo a
participação do Governo em sua implantação.
Ao longo dos anos, a atuação pública e privada incorporou
mais de 490.000 hectares irrigados do Nordeste (TABELA 13).
TABELA 13
EVOLUÇÃO DA ÁREA IRRIGADA NO NORDESTE - 1970-1998
Área total Área irrigada pública Participação %
Ano
irrigada (ha) (ha) Irrigação pública
1970 115.972 8.100 2,60
1975 163.359 12.100 7,40
1980 256.738 38.600 15,00
1985 366.825 71.700 19,50
1995 404.250 115.800 28,65
1996 427.434 123.400 28,86
1997 456.020 135.100 29,62
1998 495.410 139.200 28,01
FONTE: Censo Agropecuário do IBGE, Secretaria de Políticas Regionais
(SEPRE) (1999) e MMA/SRM-ANEEL-OMM.

Verifica-se que, no período 1970-98, a participação do se-


tor público no incremento da área total irrigada no Nordeste foi
de 28%.
Novamente, torna-se importante enfocar o papel e a res-
ponsabilidade da irrigação pública na região, pois sua participa-
ção tem sido vital para o crescimento da área irrigada, por vá-
rios motivos:
• revela as viabilidades técnicas e econômicas dos proje-
tos, por estudos de solo e água, realizados pelas institu-

48
ições governamentais envolvidas em promover a irriga-
ção na região;
• permite que áreas irrigáveis, distantes das fontes pro-
vedoras de água, possam incorporar-se à agricultura ir-
rigada. Por exemplo: o Projeto Nilo Coelho, em Per-
nambuco, que irriga terras à distância de até 30km das
margens, ou o Projeto Jaíba, no norte de Minas, que
pode irrigar terras ao longo de 40km. A superação de
tais distâncias representa custo muito elevado para a i-
niciativa privada, o que limitaria a expansão da área irri-
gada no semi-árido;
• permite a formação de estoque estratégico de água (por
meio de barramentos e açudagem), em regiões com sé-
rios problemas de disponibilidade hídrica, para expan-
são da agricultura, como, por exemplo, a barragem Bico
da Pedra, no município de Janaúba, norte de Minas, e o
açude Castanhão, no vale do rio Jaguaribe, no Estado
do Ceará;
• cria condições para que a iniciativa privada conheça e
teste a aplicação de tecnologia de ponta na redução de
risco tecnológico e no desenvolvimento de cultivos de
maior densidade e valor econômico, como o da uva,
manga, banana, praticamente introduzidos no Nordeste,
inicialmente em perímetros públicos de irrigação, pela
iniciativa privada.
4.3 - Importância da Agricultura Irrigada no Nordeste
Nesta parte serão desenvolvidos tópicos que mostram a
importância da agricultura irrigada, especificamente no Nordeste.
Segundo SOUZA (1994), "as possibilidades de desenvol-
vimento agrícola no semi-árido nordestino, que tenham sustentabi-
lidade econômica, são muito limitadas, devido às características
de clima semi-árido da região, que impõem elevado risco à ativi-
dade agrícola". Por isso, a agricultura irrigada, segundo ele, é uma
das poucas atividades agrícolas com sustentabilidade econômica
para o Nordeste e "fundamental para abertura de terras para uma

49
agricultura de elevado padrão tecnológico e integrada, com enca-
deamento para trás e para frente, com os demais setores da eco-
nomia regional e nacional e, portanto, possibilitando a industriali-
zação da agricultura" (SOUZA, 1994). E isso se reflete positiva-
mente sobre a produção, emprego, renda e receita fiscal.
Essa importância será medida nos impactos sócio-
econômicos, na geração de empregos, diminuição do êxodo rural,
diversificação da produção agrícola, com formação da base con-
solidada da produção primária.
4.3.1 - Impactos sócio-econômicos
A agricultura irrigada, trabalhando com tecnologia de pon-
ta, em região semi-árida que apresenta condições climáticas favo-
ráveis de temperatura e luminosidade, constitui um agronegócio e,
como tal, transforma-se, via de regra, no principal indutor do pro-
cesso de desenvolvimento regional.
Com efeito, são visíveis as transformações regionais, ala-
vancadas pelo uso da tecnologia de irrigação, nos pólos Petrolina–
Juazeiro, Norte de Minas (Janaúba), Sul da Bahia e outros. No en-
tanto, faltam ainda, infelizmente, mais estudos de avaliação desses
impactos e suas causas fundamentais, em regiões que lançam mão
da irrigação para transformar sua economia agrícola e regional.
Procura-se apresentar, neste capítulo, os resultados de al-
guns estudos que buscaram caracterizar a importância da agricul-
tura irrigada no processo de desenvolvimento sócio-econômico da
região semi-árida do Nordeste brasileiro.
Nos municípios de Janaúba e, hoje, Nova Porteirinha, na
região norte de Minas, onde se localiza o Perímetro de Irrigação
do Gorutuba, foi desenvolvido, por iniciativa da Codevasf, o estu-
do, "Impactos Sócio-econômicos do Perímetro Irrigado do Gorutu-
ba, nos municípios de Janaúba e Porteirinha" (CAVALCANTI &
COSTA, 1998).
O perímetro de Gorutuba tem uma área irrigável de
4.813,55 ha. São 419 pequenos irrigantes e 50 empresários, com
uma área irrigável média de 6,17 e 45 ha, respectivamente. É um

50
perímetro público, implantado pelo Governo Federal, pela Compa-
nhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). O
abastecimento de água é feito pela barragem do Bico da Pedra
(capacidade de 708,6 milhões de metros cúbicos), com uma va-
zão para irrigação de 6m3/s. Os estudos para implantação do pe-
rímetro iniciaram-se em 1969. Entre 1975 e 1977 foi implantada a
primeira parte, com 740 ha, e a segunda entre 1982 a 1987.
A pesquisa procurou analisar os impactos diretos sobre a
produção, renda e emprego gerados na atividade agrícola e os
indiretos, ou seja, aqueles sobre os setores industrial e comercial,
além do impacto sobre o PIB e a qualidade de vida.
Resumidamente foram as seguintes as conclusões:
• a implantação do perímetro promoveu mudanças sócio-
econômicas importantes na região;
• criaram-se 3.428 empregos diretos, dos quais 815 são
permanentes, além da ocupação da mão-de-obra familiar;
• os salários pagos no perímetro são ligeiramente superi-
ores àqueles pagos pela indústria e comércio regionais;
• foi grande o efeito multiplicador desses impactos sobre
a economia regional, significando aumento considerável
na demanda por bens de consumo e serviços, refletido
no aumento do número de estabelecimentos industriais
e comerciais, gerando aumento dos níveis de emprego
e renda nesses setores;
• considerando-se apenas os efeitos indiretos das ativi-
dades de comércio e indústria, a relação emprego indi-
reto/direto foi 1,86;
• a causação entre o perímetro e a economia regional
tem ocorrido em grau acentuado, com o incremento no
número de estabelecimentos comerciais e industriais re-
lacionados com a atividade do perímetro, conforme de-
tectado junto a empresários urbanos na região que am-
pliaram suas transações comerciais pós-irrigação;

51
• impacto total da renda gerada no município de Porteirinha
foi de 33,71% do PIB municipal e 38,05% em Janaúba;
• diminuição do fluxo migratório rural-urbano. Conforme
mostram os dados censitários, a migração diminuiu a-
pós a implantação do perímetro irrigado. Na década de
70, o crescimento da população urbana de Janaúba foi
de 11,54% ao ano, caindo para 1,55% na década de 80
e 1,76% na de 90;
• para 56,1% dos irrigantes as condições de saúde são me-
lhores após o assentamento; 57,3% melhoram as condi-
ções de lazer e para 56,1% as condições de educação;
• as condições habitacionais melhoraram para 96,34%
dos pequenos irrigantes.
Outros estudos, desenvolvidos por SOUZA (1994) e
SOUZA & OLIVEIRA (1995), mostram o resultado do impacto da
agricultura irrigada no Pólo Petrolina–Juazeiro.
Na época dos estudos (1994-95), esse Pólo, situado rio
submédio São Francisco, apresentava para projetos públicos e
privados uma área estimada de 76.406 ha. A irrigação pública era
responsável por 48% dessa área.
No período dos estudos, a área cultivada atingia 22,2%
com frutas, 22,5% com hortaliças, 25% com grãos/cereais e
25,2% com cana-de-açúcar.
O primeiro estudo procurou analisar a importância da irri-
gação no desenvolvimento regional do semi-árido e concentrou-se
em torno dos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia, Petroli-
na e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco.
Suas principais conclusões foram:
• os investimentos públicos em irrigação, que ocorreram a
partir da segunda metade da década de 60, apoiados pela
infra-estrutura econômica existente, alavancaram investi-
mentos privados, sobretudo a partir da década de 80;

52
• a região destaca-se como um dos pólos de desenvolvi-
mento regional mais importantes do semi-árido nordes-
tino, caracterizado por um agronegócio, apoiado funda-
mentalmente na produção de frutas e hortaliças;
• PIB da microrregião Sertão do São Francisco (conside-
rando apenas os municípios da margem pernambucana
do Submédio São Francisco) cresceu a taxas superio-
res ao observado para o Estado de Pernambuco, no pe-
ríodo 1970-90, fazendo com que o PIB regional passas-
se de 1,9%, em 1970, para 3,7%, em 1990;
• PIB per capita passou de US$ 374.00, em 1970, para
US$ 1,251.00, em 1990;
• número de estabelecimentos industriais quintuplicou,
entre 1960-80, passando de 215 para 979, criando cer-
ca de 23.800 novas ocupações;
• crescimento demográfico nos municípios de Petrolina e
Juazeiro, observado no período 1990-91, foi bastante
superior ao verificado nos estados de Pernambuco e
Bahia, no mesmo período;
• no período 1990-91, os municípios que concentraram os
investimentos em irrigação apresentaram crescimento
demográfico mais equilibrado, quanto à distribuição de
sua população urbana e rural, contrariando as tendên-
cias de concentração populacional nas áreas urbanas.
Relatório do Distrito de Irrigação de Jaíba mostra que, nu-
ma área irrigada de 6.214 ha, assentados 1.238 pequenos irrigan-
tes, a produção agrícola gerou, em 1998, um montante de US$
926,000.00 em impostos (DISTRITO..., 1999).
4.3.2 - Geração de emprego
Devido às condições climáticas, a agricultura irrigada no
Nordeste permite o uso intensivo do solo, com cultivos durante
todo o ano, ao contrário da agricultura irrigada no sul do País, vol-

53
tada basicamente para a monocultura do arroz e desenvolvida
apenas num período do ano.
A capacidade de geração de emprego da agricultura irriga-
da, na região do semi-árido, pode ser verificada por meio de al-
guns estudos e relatórios.
Assim, SIMÕES (1999), em estudo realizado para o Proje-
to Nilo Coelho (Petrolina–PE), numa área de 15.583 hectares,
avalia a geração de 11.732 empregos diretos, o que proporciona
uma relação direta de 0,75 emprego/ha irrigado.
No relatório anual do Distrito de Irrigação do Jaíba, uma
área irrigada de 6.214,39 ha gerou 12.428 empregos diretos e
indiretos na região, o que corresponde a uma relação de dois em-
pregos diretos e indiretos por hectare irrigado (DISTRITO...,
1999).
CAVALCANTI & COSTA (1998) estimaram que, no Projeto
Gorutuba (Nova Porteirinha–MG), com uma área irrigada em 1995
de 2.990 ha, foram gerados 3.428 empregos diretos, o que signifi-
ca 1,14 emprego direto/ha irrigado e uma relação emprego indire-
to/direto de 1,86, o que permite concluir que cada hectare irrigado
gerou 3 empregos.
Estudos realizados pelo PIMES-UFPE (CODEVASF, 1990)
identificam no Projeto Nilo Coelho (PE), com a pauta produtiva do
período analisado, a geração de 0,4 emprego direto e 0,4 a 0,55
indireto por ha irrigado.
Os dados observados permitem avaliar o potencial de ge-
ração de empregos diretos e indiretos a partir do agronegócio da
irrigação. Naturalmente que os dados apresentam variações, con-
seqüência do tipo de explorações existentes no período da análi-
se. Cada cultura tem uma demanda específica de necessidade de
mão-de-obra. Pode-se afirmar, com base nos dados referidos e
pela experiência do Consórcio, em várias condições de agricultura
irrigada, que um hectare irrigado gera de 0,8 a 1,2 emprego direto
e 1,0 a 1,2 indireto, de forma consistente e estável, contra 0,22
emprego direto na agricultura de sequeiro (SOUZA, 1989), na re-
gião semi-árida.

54
Essa capacidade de geração de emprego vem contribuindo
e poderá contribuir mais ainda para diminuir o êxodo rural desor-
denado no Nordeste.
O Nordeste abrigava, em 1996, 45,7% de toda a população
rural brasileira, ou seja, 15,6 milhões de habitantes (IBGE, 1996).
ALVES, LOPES & CONTINI (1999) estimaram que o êxodo
rural ocorrido no Nordeste no período 1991-99, com cerca de 4,3
milhões de pessoas, corresponde a mais de 40% da migração
rural brasileira no período.
Os autores mostraram que o êxodo rural no Nordeste ga-
nha velocidade e desacelera-se nas regiões sulinas. Nelas o esto-
que de migrantes é muito menor e a produtividade da terra e do
trabalho supera, pelo menos 4 vezes, a do Nordeste. Além do mais,
na Região somente os estabelecimentos com área superior a 200
hectares remuneram o trabalho familiar com um salário mínimo ou
mais e correspondem a menos de 6% dos 2,3 milhões de estabele-
cimentos na região (47,5% de todos estabelecimentos do Brasil).
De acordo com os referidos autores, tanto o trabalho fami-
liar, visto pelo lado do estabelecimento, como o assalariado, são
muito estáveis, quanto a permanecer no meio rural nordestino. E
por conta exclusiva das forças de mercado, em virtude de o meio
rural das demais regiões ser também perdedor líquido, os migran-
tes nordestinos se encaminharão de preferência como já vem fa-
zendo, às cidades das regiões sulinas, e, como segunda opção, às
cidades do Nordeste e do Norte, agravando os problemas urbanos
de emprego e de violência (ALVES, LOPES & CONTINI, 1999).
A retenção de população no meio rural e nas cidades atre-
ladas à agricultura depende de ser viável uma agricultura que pa-
ga salários competitivos. Neste caso, a agricultura irrigada tem
essa condição e uma capacidade empregadora multiplicada
quando associada às exportações (principalmente de frutas, horta-
liças, grãos e carnes) e à agroindústria.

55
4.3.3 - Diversificação de culturas
A região Nordeste oferece condições de clima, luminosida-
de e temperatura, durante todo o ano, favoráveis ao desenvolvi-
mento de várias culturas, quando sob irrigação.
O Consórcio, valendo-se da experiência de sua equipe na
região, em trabalhos de assistência técnica em perímetros públi-
cos ou projetos privados, na consultoria a empresários, em visitas
e entrevistas a produtores e técnicos identificou um grupo de cul-
turas, cuja relação se apresenta na TABELA 14.
Dessa relação constam a faixa de produtividade observada
e a produtividade média, para empreendimentos com bom nível
tecnológico. Neste aspecto, cabe salientar que o conceito de pro-
dutividade analisado isoladamente deve ser visto com cautela. É
que a produtividade das culturas irrigadas, ou não, depende de
fatores diretos, ligados à aplicação de tecnologia no momento
adequado, e indiretos, ligados à capacidade de administração,
além da disponibilidade de recursos financeiros capazes de aten-
der todas as necessidades no devido tempo.
Assim, as informações sobre produtividade das áreas irri-
gadas são fornecidas como produtividade média, a qual combina
produtores que usam ou não base tecnológica com os que têm ou
não capacidade de administração, Não se dispõe de informações
consistentes gerais, o que mascara o verdadeiro potencial da tec-
nologia de irrigação. Esta a razão por que o Consórcio utilizou a
experiência de sua equipe para definir as produtividades das cul-
turas selecionadas. Adotou-se uma faixa de produtividade para
aquelas bem conduzidas e a mais comumente observada.

56
TABELA 14
OPÇÕES DE CULTURAS IRRIGADAS PARA A REGIÃO
NORDESTE E NORTE DE MINAS, FAIXA DE PRODUTIVIDADE
OBSERVADA EM CULTURAS BEM CONDUZIDAS E
PRODUTIVIDADE MAIS OBSERVADA EM CULTURAS BEM
CONDUZIDAS EM CONDIÇÕES NORMAIS
Produtividade (t/ha) em cultura Irrigada
bem conduzida em condições comerciais
Cultura
Valor mais
Faixa observada
observado
Abacaxi 35 - 75 50
Algodão 1,7 – 2,40 2,0
Arroz 4,5 – 8,0 6,0
Milho(grãos) 4,5 – 8,5 6,5
Feijão (Phaseolus Vulgaris) 1,8 – 2,4 2,0
Uva 30 - 50 35
Manga 15 – 30 25
Limão 25 – 35 32
Coco 25 – 42 35
Tomate industrial 50 – 90 65
Melancia 25 – 45 35
Melão 18 – 28 22
Batada-doce 20 – 35 25
Banana-prata 35 – 52 40
Banana-pacovan 25 – 40 30
Banana-nanica 45 – 90 60
Goiaba 20 – 35 25
Cebola 18 – 50 30
Maracujá 15 – 22 18
Caju * 26 – 38 32
Mamão-papaia 19 – 30 26
Pinha 15 – 25 18
Cenoura 10 – 28 25
Cana-de-açúcar 85 – 140 120
Acerola 18 – 32 25
Pimentão industrial ** 2,5 – 5,0 4,0
FONTE: PLENA Consultoria de Engenharia Agrícola.
* Pedúnculo in natura
** Produção seca

57
Outras culturas podem ser citadas como potenciais, co-
mo é o caso da graviola, em algumas situações específicas,
café e soja.
É importante frisar que a maioria delas apresenta, nos
principais centros consumidores, sazonalidade de oferta e preço,
decorrente de a produção ser originária de regiões que produzem
sob regime de sequeiro. As áreas irrigadas do Nordeste têm con-
dições de produzir o ano inteiro. Os plantios e as formas de con-
dução das lavouras podem ser planejados redefinindo-se os efei-
tos da sazonalidade e permitindo aos consumidores desfrutarem
produtos durante o ano todo e a preços mais estáveis.
Além disso, a região, em função das condições climáticas
favoráveis (desde que com irrigação) poderá produzir sementes
de grãos e hortaliças para atendimento da demanda de outras
regiões, em condições mais favoráveis quanto aos aspectos fitos-
sanitários e no período de entressafra das outras regiões, o que,
aliás, já vem ocorrendo.
As TABELAS 15 e 16, a seguir, mostram a capacidade de
diversificação de cultivos na utilização das áreas irrigadas na regi-
ão Nordeste.
Na TABELA 15, encontram-se, para o período 1995-98, as
culturas irrigadas utilizadas e respectiva área, nos perímetros pú-
blicos de irrigação da Codevasf. Observa-se que, no período ana-
lisado, diminuiu a área cultivada com culturas de ciclo curto em
15% e aumentou a área com fruticultura em 51%.
Na TABELA 16, encontra-se a área com fruticultura irriga-
da, fundada no vale do São Francisco, em perímetros públicos de
irrigação e fora deles, conforme cadastro Frutícola/99, levantado
pela Codevasf. Os dados mostram no Vale uma área com fruticul-
tura irrigada de 81.063 ha, sendo 42,93% nos perímetros públicos.

58
TABELA 15
EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DAS PRINCIPAIS CULTURAS IRRIGADAS
NOS PERÍMETROS PÚBLICOS DA CODEVASF – 1995-1998
Variação
ESPECIFICAÇÃO 1995 1996 1997 1998
1995-98 (%)
Culturas temporárias 34.641,69 25.662,97 24.507,90 29.381,59 -15,18
Abóbora 1.225,44 419,00 349,48 345,20 -71,83
Algodão 73,44 276,00 506,64 779,04 960,78
Arroz 5.947,01 8.636,23 6.939,74 10.056,42 69,10
Cebola 1.032,88 713,20 986,79 1.124,67 8,89
Feijão(Phaseolus vulgaris) 6.637,34 4.365,02 4.618,34 5.127,86 -22,74
Feijão Vigna 3.498,16 1.620,49 1.656,83 3.902,09 11,55
Melancia 4.876,06 2.340,26 2.610,66 2.115,95 -56,61
Melão 1.488,86 1.086,48 682,28 323,67 -78,26
Milho 3.495,45 2.843,37 2.616,56 2.935,17 -16,03
Tomate industrial 3.529,79 2.189,25 1.626,19 1.440,12 -59,20
Tomate de mesa 956,19 234,04 131,87 53,91 -94,36
Outras culturas 1.881,07 939,63 1.782,52 1.177,49 -37,40
Fruticultura 20.182,47 22.682,68 27.034,34 30.584,80 51,54
Acerola 674,11 514,49 466,35 547,11 -18,84
Banana 8.924,43 11.434,84 11.225,94 11.988,27 34,33
Coco 816,48 390,02 2.489,15 3.608,74 341,99
Goiaba 760,78 849,37 1.281,12 1.932,70 154,04
(continua)
59
TABELA 15
EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DAS PRINCIPAIS CULTURAS IRRIGADAS NOS PERÍMETROS
PÚBLICOS DA CODEVASF – 1995-1998
(conclusão)
Variação
ESPECIFICAÇÃO 1995 1996 1997 1998
1995-98 (%)
Limão 389,67 205,27 432,03 449,22 15,28
Manga 5.795,35 6.378,93 7.654,07 8.176,36 41,08
Maracujá 726,40 867,92 474,22 372,02 -48,79
Uva 1.774,10 1.251,08 2.118,07 2.295,79 29,41
Outras culturas 321,15 790,76 893,39 1.214,59 278,20
Outras culturas perma-
nentes 14.094,82 13.263,48 12.140,12 12.007,03 -14,81
Cana-de-açúcar 12.664,57 11.857,15 10.865,36 10.915,88 -13,81
Capim 535,90 345,92 306,94 240,03 -55,21
Capineira 94,60 97,17 91,57 101,21 6,99
Pastagens 736,80 919,23 639,90 685,91 -6,91
Outras culturas 62,95 44,01 236,35 64,00 1,67
FONTE: Relatórios Anuais da CODEVASF, anos 1995, 1996, 1997 e 1998.

60
TABELA 16
ÁREA OCUPADA NA FRUTICULTURA NO VALE DO SÃO FRANCISCO, 1998.
outras
ESPECIFICAÇÃO banana coco goiaba mamão manga maracujá pinha uva TOTAL
culturas
Perímetros públicos
no Vale (pequenos
irrigantes e empre-
sários) 12.720,9 4.934,4 2.827,5 195,9 8.937,7 495,5 574,1 2.458,2 1.659,6 34.803,8
Áreas particulares
fora de perímetro 10.828,3 5.012,2 1.161,3 2.130,4 12.887,7 1.938,7 3.703,7 2.114,9 6.482,5 46.259,7
TOTAL 23.549,2 9.946,6 3.988,8 2.326,3 21.825,4 2.434,2 4.277,8 4.573,1 8.142,1 81.063,5
FONTE: CODEVASF. Cadastro Frutícola, 1999.

61
Essa pauta de produção, com estabilidade tem permitido
em determinadas regiões, como por exemplo Petrolina/Juazeiro, a
implementação de um parque agroindustrial.
A agroindústria (atividade industrial de beneficiamento ou
transformação de produtos agrícolas) é uma associação industrial
com o componente agrícola. E entre os dois setores, neste aspec-
to, ela pode exercer uma influência dinâmica, contribuindo para
modernizar e aumentar a eficiência e a estabilidade da agricultura,
ampliando as oportunidades, mas impondo exigências severas
quanto à qualidade, prazo, preço, entre outros (HOLANDA &
REIS, 1994).
A agroindústria é um fator importante de apoio e dinamiza-
ção, acrescendo valor aos produtos primários, ampliando os seus
mercados, gerando renda e emprego, além de atuar como um indu-
tor da modernização e melhoria da eficiência de todo o setor agro-
pecuário, conforme preconizado por HOLANDA & REIS (1994).
Nos últimos 30 anos, diversas políticas e programas dos
governos estaduais e federal têm-se dirigido ao fomento da agro-
indústria do Nordeste, buscando a maior participação privada para
implantação e ampliação de agroindústria, tendo como instrumen-
to básico o crédito subsidiado e os incentivos fiscais.
Entre os principais programas, pode-se citar:
• Programa de Assistência Financeira à Agroindústria e à
Indústria de Insumos, Máquinas, Tratores e Implemen-
tos Agrícolas (Proterra / Pafai), 1971.
• Programa de Desenvolvimento da Agroindústria do
Nordeste (PDAN), criada pelo Banco do Nordeste e pela
Sudene, a partir de 1974.
• Programa de Desenvolvimento Agroindustrial (Prodagri).
• Programa Nacional de Assistência à Agroindústria
(Pronagri).
Neste período de 30 anos, alguns avanços importantes se
verificaram na agricultura da região, como, por exemplo, o Pólo

62
Petrolina-Juazeiro. Ainda assim, foi bastante limitado esse desen-
volvimento, com algumas restrições, conforme estudos da Univer-
sidade Federal de Viçosa (1998):
• Baixa competitividade da matéria-prima diante da con-
corrência de produtos importados, a exemplo do tomate
em Petrolina.
• Distância relativa dos pólos aos principais centros con-
sumidores do sudeste do Brasil.
• Fatores inibidores relacionados à quantidade, qualida-
de, calendário de oferta, infra-estrutura de transporte e
acesso, empenho etc.
• Relação ainda pouco profissional entre a indústria e os
produtores.
• Pouca ligação entre a base agroindustrial já implantada
em algumas regiões e a produção dos perímetros.
• Falta de um programa mais avançado de divulgação e
promoção da potencialidade de cada região.
Para HOLANDA & REIS (1994), o desenvolvimento da
agroindústria, assim como o processo de desenvolvimento sócio-
econômico do Nordeste, tem como condição necessária a cria-
ção de uma base de produção primária sólida que assegure um
autodesenvolvimento sustentável, com a expansão do mercado
regional e a participação da grande maioria da população. Para
tanto, as políticas de desenvolvimento da região têm de contem-
plar a expansão e a modernização do setor primário. E, neste
contexto, o programa com agricultura irrigada vem representar a
mudança qualitativa, permitindo a formação da base consolidada
de produção primária.

63
5 - DESEMPENHO DA IRRIGAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA

No capítulo 4, foi relatado um pouco da história do desen-


volvimento da irrigação no Brasil que será complementada, neste
capítulo, com uma análise do desempenho da irrigação tanto pú-
blica quanto privada.
É preciso, então, que se entenda a macroconcepção brasi-
leira, quanto aos esquemas de irrigação, notadamente a partir da
década de 80. O referido esquema de irrigação apresenta três
situações:
• Irrigação privada – desenvolvida em propriedades par-
ticulares; a responsabilidade pela implantação dos
componentes hidráulico e mecânico do sistema é do
proprietário.
• Irrigação pública – promovida e desenvolvida em ter-
ras de domínio do governo (ou adquirida para isso); a
infra-estrutura hidráulica coletiva – para derivação, ar-
mazenamento (quando necessário), captação e distribu-
ição de água – é também por ele realizada. Na área são
assentados pequenos, médios e grandes irrigantes, os
quais pagam pela estrutura hidráulica valores estabele-
cidos anualmente por hectare irrigável. Pagam, tam-
bém, pela terra, no caso de pequenos irrigantes, a irri-
gação parcelar é estruturada pelo governo e pagam por
ela. Tratando-se dos médios e grandes irrigantes, a es-
truturação do sistema parcelar de irrigação é de sua to-
tal responsabilidade.
O gerenciamento da operação e manutenção do siste-
ma coletivo, a partir de meados de 80, passou a ser rea-
lizado e custeado (parcial ou totalmente) pelos irrigan-
tes, por meio de suas associações e ou cooperativas,
com apoio financeiro/técnico/material, em maior ou me-
nor intensidade, do governo. Esse tipo de concepção
abrange principalmente os perímetros públicos de irri-
gação no norte de Minas e Nordeste.

64
• Irrigação privada com obras hidráulicas coletivas do
governo – o governo implanta as obras hidráulicas co-
letivas – para derivação, armazenamento (quando ne-
cessário), captação e distribuição da água - em terras
pertencentes a um grupo organizado de produtores que
pagam por essa infra-estrutura em valores anualmente
definidos, com base na área irrigável. A operação e ma-
nutenção do sistema são totalmente realizadas e custe-
adas pelos produtores, por intermédio de suas organi-
zações. São exemplos os projetos PCPER II, em Para-
catu, no noroeste de Minas Gerais, Barragem do Duro,
no Rio Grande do Sul, e Perímetro Irrigado Lagoa
Grande, em Janaúba, região norte de Minas Gerais.
No caso específico da irrigação privada, normalmente loca-
lizada em terras com condições mais favoráveis de solo, topogra-
fia e disponibilidade de água, a participação governamental se
restringe à dotação de infra-estrutura de energia, estradas e, em
algumas situações, trabalhos de macrodrenagem e obras de pro-
teção de cheias. Na década de 80, houve forte apoio creditício,
tornando disponível recursos creditícios a juros subsidiados. Esse
segmento representava cerca de 95% da área irrigada no Brasil
em 1998, principalmente concentrado nas regiões Sudeste, Sul e
Centro-Oeste. Nesta área, as principais culturas utilizadas são:
arroz, feijão e milho.
No caso da irrigação pública, no norte de Minas e Nordeste
brasileiro, a localização das áreas a serem irrigadas implica um
custo maior, com obras de derivação, às vezes, armazenamento,
captação e distribuição de água, em conseqüência de situar-se
em áreas com condições não tão privilegiadas quanto as da inicia-
tiva privada. Quase sempre, há necessidade da intervenção go-
vernamental na estruturação fundiária do projeto e sua participa-
ção direta no processo de reorganização fundiária (regularização
ou compra de terras, redistribuição em lotes para pequenos, mé-
dios e grandes irrigantes).
Também na infra-estrutura de energia, estradas, obras hi-
dráulicas coletivas e apoio creditício na execução dos sistemas
parcelares de irrigação é necessária a participação do governo,

65
bem como no inicio da operação do sistema hidráulico coletivo,
com apoio tanto técnico como de material e equipamento. A irriga-
ção pública representa em torno de 5% da área irrigada do País.
Porém, é responsável por mais de 28% da área irrigada no Nor-
deste, região que, além das condições mais adversas de clima,
quanto à distribuição e quantidade de chuvas, tem os solos aptos
para irrigação distantes da fonte hídrica, exigindo, assim, a cons-
trução de barragens ou açudes com acumulação de volume de
água suficiente para atender à produção ou a grandes distâncias
de condução da água, a partir de sua fonte de captação.
É importante salientar que a irrigação pública no Nordeste
brasileiro e norte de Minas (apenas 28% da área irrigável) vem
sendo a grande responsável pela transformação com agricultura
irrigada, como vem ocorrendo com fruticultura, notadamente no
vale do São Francisco, além de contribuir como elemento propulsor
do desenvolvimento da irrigação privada na citada região.
Quando se analisa a área irrigada no Brasil e se verifica
que a irrigação praticada no Rio Grande do Sul representa cerca
de 35% dela, é necessário fazer uma análise mais detalhada do
setor e as variáveis que sobre ele atuam para que se possam en-
tender as razões dessas diferenças regionais.
Mais de 95% da área irrigada no Rio Grande do Sul é plan-
tada com arroz, ou seja, cerca de 33% daquela que o Brasil irriga.
Além das condições excepcionais de topografia, solo e condições
climáticas que o Estado possui, o arroz é um dos produtos bási-
cos da alimentação brasileira. A sua produção no Rio Grande do
Sul tem características próprias. O governo estadual criou o Insti-
tuto Rio-Grandense do Arroz (Irga) que desenvolve pesquisas,
presta assistência técnica aos produtores, além de participar
ativamente de estudos de comercialização do produto.
Assim, o arroz tem tecnologia de produção definida, um
complexo de pesquisa que periodicamente coloca à disposição
novas tecnologias e, por se tratar de produto básico para alimen-
tação brasileira, tem já montada uma organização para comercia-
lização de sua produção.

66
A análise da irrigação no restante do País mostra uma si-
tuação diferente e mais difícil. Com um número muito maior de
culturas irrigadas, a maioria delas com tecnologia de produção
apenas para sequeiro, devem sofrer adaptações para o plantio
irrigado, além de ainda não ter o seu agronegócio organizado.
Até época recente, deu-se muita atenção às obras de en-
genharia para irrigação em detrimento da agricultura irrigada. Tal
situação começou a mudar nos últimos dez anos, pelos esforços
do setor público, principalmente da Codevasf, Embrapa e da ca-
pacidade empreendedora da iniciativa privada.
Apesar de todas as dificuldades, a revisão da literatura e-
xistente, as observações e os contatos regionais mostram que os
programas e projetos públicos e privados, desenvolvidos no sub-
setor de irrigação, geraram aumento de renda e emprego a mon-
tante e a jusante deles, com efeitos altamente positivos sobre as
economias regionais e locais.
Tais dificuldades são mais sentidas na região semi-árida.
Os empresários contaram com ajuda do setor público, inovado
com culturas de alto custo de produção, com pouca ou nenhuma
informação tecnológica, tais como: a de uva, manga, banana, goi-
aba, coco, melão, melancia, entre outras.
Algumas delas, como a banana, manga e uva, estão hoje
em franco crescimento de área plantada e produção e em busca
da organização de sua comercialização.
Os principais pontos que limitaram o maior desenvolvi-
mento da agricultura irrigada foram:
• ausência de ação coordenada e estruturada entre as
obras de irrigação (canais, adutoras, barragens, estrutu-
ras de captação etc.) e a estrutura de produção (capaci-
tação de mão-de-obra, caracterização de mercado, ca-
racterização tecnológica etc.);
• falta de política de crédito rural para custeio voltada ao
atendimento das condições de agricultura irrigada, per-
mitindo que a atividade se desenvolva durante todo o

67
ano, já que ela tem um custo diferenciado de agricultura
de sequeiro, além de permitir cultivo em épocas não
tradicionais sob condições de sequeiro. As políticas de
crédito não observam essas peculiaridades e são sem-
pre dirigidas para agricultura em geral. Excetuando-se
este fato, pode-se citar a cultura do arroz irrigada na re-
gião Sul e, mais recentemente, a cultura do feijão. Outro
fato relacionado a crédito, refere-se a investimentos,
praticamente inexistentes, exceção para o Nordeste e
norte de Minas, como linhas do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE), Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) competi-
tivo, entre outras. Mesmo assim, como o valor a ser in-
vestido no sistema de irrigação e cultura permanente exi-
gem, em média, de US$ 8000 a US$ 10.000ha, poucos
produtores têm como contrair esses empréstimos, devido
à sua baixa capacidade de endividamento e de exigência
de garantia, considerada elevada pelos produtores;
• ausência de ação mais intensa de pesquisa, notada-
mente voltada para a busca de alternativas de espécies e
cultivares adaptados, além de tecnologia de manejo á-
gua+solo+planta para as várias condições regionais. Até
aqui, a tecnologia de produção irrigada é adaptada da
agricultura de outros países e ou de regiões diferentes
daquelas onde se desenvolve a irrigação;
• inexistência de um programa estruturado, voltado para o
mercado externo, principalmente para frutas tropicais,
priorizando: área e produtos, marketing e promoção de
sua qualidade, conhecimento das exigências dos dife-
rentes mercados quanto aos aspetos de fitossanidade e
resíduos químicos, estudos e definições de "áreas li-
vres", preparação do pessoal técnico, organização de
empresas para controle da qualidade para atendimento
a diferentes tipos de mercado;
• ausência de programa para aproveitamento do poten-
cial de mercado interno de frutas e olerícolas, princi-
palmente nos últimos cinco anos. Um programa estru-

68
turado, que priorize área, produtos, preparação tecno-
lógica quanto a aspetos de fitossanidade e resíduos
químicos, entre outros;
• falta de continuidade das políticas de irrigação, com
planejamento, a longo prazo, para o desenvolvimento
do setor, que sofressem apenas os ajustamentos nor-
mais nas mudanças de administração do setor público;
• no caso mais específico da irrigação em perímetros pú-
blicos, além das limitações citadas, outras contribuíram,
podendo ser enumeradas;
• atraso no cronograma de execução das obras, principal-
mente devido a atrasos verificados em cronogramas fi-
nanceiros, e que também provocam atraso no assenta-
mento dos irrigantes e, conseqüentemente, no processo
de produção;
• ênfase maior nos projetos e sistemas de engenharia
(barragens, canais, adutoras, estações de bombeamento
etc.) em detrimento da agricultura irrigada;
• eficiente, com assentamento de algumas pessoas com
capacidade gerencial, e que exige participação gover-
namental no processo de operação e manutenção das
obras hidráulicas coletivas, apesar da evolução positi-
va verificada a partir de meados dos anos 80, com
maior evolução por parte da Codevasf e pouco avanço
do Dnocs;
• falta de capacidade gerencial à maioria das organiza-
ções de produtores nos perímetros.

69
6 - IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AGRICULTURA
IRRIGADA PARA O NORDESTE

A irrigação tem importante papel a cumprir no Nordeste se-


mi-árido (incluindo-se também o norte de Minas Gerais e o Espirito
Santo), garantindo à atividade agrícola sustentabilidade econômica.
Essa legislação que tem privilegiado um processo de sele-
ção de irrigantes pouco região possui uma área apta para irriga-
ção de mais de 2,4 milhões de ha (EVANGELISTA, 1998) e irriga
pouco mais de 490.000 ha. A atividade agropecuária é responsá-
vel por 10% do PIB regional e pelo aproveitamento de 77% da
população econômica ativa. Ao conviver com uma distribuição
irregular e quantidade insuficiente de precipitação pluviométrica,
sua população tem na agricultura irrigada uma opção estratégica
importante no processo de desenvolvimento setorial e regional.
Com efeito, o desenvolvimento dessa atividade na região
(como indutora de modernização agrícola e agroindustrializa-
ção) permitirá que seja desencadeada uma série de benefícios,
tais como:
• Geração de divisas, com implantação de um programa
de fruticultura irrigada com frutas tropicais, de forma sis-
tematizada, tecnificada e organizada, buscando partici-
pação num mercado mundial avaliado em quase US$ 2
bilhões/anuais.
• Abastecimento interno de hortícolas, com implemen-
tação de uma agricultura tecnificada, programada e or-
ganizada por região que possa minimizar o efeito da sa-
zonalidade de oferta e de preços. As condições de tem-
peratura, luminosidade, umidade do ar permitem o culti-
vo de várias olerícolas e frutícolas durante todo o ano.
Essa agricultura poderá abastecer o mercado interno de
várias olerícolas e frutícolas, avaliado em 1998 para os
10 mais importantes estados brasileiros em US$ 4,4 bi-
lhões e estimado para 2030 em US$ 5,9 bilhões
(ANEXO 4). Dados de estudos do Ministério da Integra-

70
ção Nacional mostram que apenas no setor supermer-
cadista, o valor das hortifrutícolas representaram tran-
sações de R$ 5,6 bilhões em 1998 (BRASIL, 1999).
• Abastecimento interno de grãos/fibras, com a imple-
mentação de uma agricultura tecnificada, organizada
por região, para minimizar a necessidade de importa-
ções anuais de mais de US$1,6 bilhão em algodão, ar-
roz, feijão e milho.
• Geração de emprego, com a implementação de uma
agricultura irrigada que permite produção durante todo o
ano, podendo gerar, na cadeia do agronegócio, pelo
menos 2 empregos para cada hectare irrigado e, com
isso, ajudar a diminuir a migração intra e inter-regional.
• Expansão do PIB regional. A agricultura irrigada do
Nordeste poderá participar positivamente, conforme
estudos já referidos, da alteração positiva do PIB regi-
onal e do PIB per capita e, com isso, reduzir as dife-
renças regionais.
• Melhoria na qualidade de vida. Conforme mostrado
anteriormente, o desenvolvimento do agronegócio irri-
gado influencia positivamente os setores do comércio,
indústria e serviços e, por via de conseqüência, promo-
ve melhoria na qualidade de vida, em geral, que se re-
flete nos aspetos de saúde, moradia e educação.

71
7 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (Brasil). O esta-


do das águas no Brasil - 1999. Brasília, 1999.

ALVES, E., LOPES, M., CONTINI, E. Como está pobre nossa a-


gricultura. Revista de Política Agrícola, Brasília, ano 8, n. 2,
p. 5-19, jul./set. 1999.

ALVES, Eliseu. Tecnologia e emprego. Revista de Política Agrí-


cola, Brasília, v. 6, n. 1, p. 17-24, 1997.

BARRIGA, Cláudio. Pólo de agronegócios del norte de Minas


Gerais. Talagante: Banco Mundial, 1997. Informe de Consulto-
ria CODEVASF – IICA – Banco Mundial.

BIEHL, A., ZANDUNADI J. Impactos do desemprego na cadeia


produtiva do algodão. Brasília: MARA-PRONAF, 1998. 14 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Programa


de apoio e desenvolvimento da fruticultura irrigada no
nordeste: proposta básica. Brasília, 1996. (Versão para Dis-
cussão).

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. A atuação


da CODEVASF e do DNOCS no desenvolvimento da irriga-
ção do nordeste. Brasília, 1990.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Plano integrado para


o combate preventivo aos efeitos das secas no Nordeste.
Brasília, 1973. (Desenvolvimento Regional, 1).

______________. II Plano nacional de desenvolvimento 1975-


79: ações do governo-região Nordeste. Recife, 1974.

______________. Uma perspectiva de mercado para a agricul-


tura irrigada: FrutiFatos – informação para fruticultura irrigada.
Brasília, 1999. (Prelo).

72
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal. Diretrizes e bases da política de irrigação.
Brasília, 1996. 73 p.

______________. Política nacional de irrigação e drenagem:


projeto novo modelo de irrigação. Brasília, 1998a. Versão pre-
liminar para discussão.

______________.Programa de ações estruturantes e emer-


genciais nas áreas de recursos hídricos e de aproveita-
mento hidroagrícola para amenizar os efeitos da seca no
nordeste brasileiro. Brasília, 1998b.

BRASIL. Ministério da Irrigação. Resenha setorial de irrigação


no Brasil: programa nacional de irrigação. Brasília, 1989.

CARDOSO, Fernando Henrique. Avança Brasil: mais 4 anos de


desenvolvimento para todos. Brasília, 1998. 189 p.

CAVALCANTI, José Euclides Alhadas, COSTA, Francisco Arman-


do. Impactos sócio-econômicos do perímetro irrigado de
Gorutuba nos municípios de Janaúba e Porteirinha. Montes
Claros: CODEVASF, 1998. 137 p.

CEARÁ. Secretaria da Agricultura Irrigada do Estado. Programa


cearense de agricultura irrigada - PROCEAGRI. Fortaleza,
1999. 60 p.

CHRISTOFIDIS, Demetrios. Recursos hídricos e irrigação no Bra-


sil. In: WORKSHOP DISPONIBILIDADE DE ÁGUA E IRRIGA-
ÇÃO NO NORDESTE, 1999, Brasília. Brasília: ISPN, 1999.
(Mimeogr.).

CODEVASF. Impactos econômicos sobre o pólo Petrolina-


Juazeiro. Recife: PIMES-UFPE, 1990. 32 p. Síntese de Rela-
tório de Pesquisa.

__________. Relatório anual de monitoria. Brasília, 1991.

__________. Relatório anual de monitoria. Brasília, 1994.

73
__________. Relatório anual de monitoria. Brasília, 1995.

__________. Relatório anual de monitoria. Brasília, 1996.

__________. Relatório anual de monitoria. Brasília, 1998.

CONTINI, Elísio. Agricultura: desempenho e rumos. Revista de


Política Agrícola, Brasília, v. 5, n. 2, p. 61-63, 1996.

DAMIANI, Octavio. Beyond market failures: irrigation, the state,


and non-traditional agriculture in northeast Brazil.
Massachussets, 1999. 235 p. Tese (Doctor of Philosophy) -
Massachussets University, 1999.

DELGADO, Merly Yalud Carrasco. Desenvolvimento e susten-


tabilidade dos perímetros públicos de irrigação de Pirapo-
ra e Gorutuba, Minas Gerais. Viçosa (MG), 1999. 65 p. Tese
(Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, 1999.

DISTRITO DE IRRIGAÇÃO JAÍBA. Ações e resultados da assis-


tência técnica e extensão rural e do gerenciamento da pro-
dução: Projeto Jaíba – Etapa 1 – período 1988 a 1998. Jaíba-
MG, 1999. 38 p.

EMBRAPA. Diagnóstico de produção e comercialização de


mudas e sementes de espécies frutíferas na região nor-
deste do Brasil. Viçosa (MG), 1999. 215 p.

EVANGELISTA, F. R. A irrigação no Nordeste brasileiro: para


onde correrão as águas? Fortaleza: Banco do Nordeste,
1998. 19 p.

EVANGELISTA, F. R., ARAÚJO, P. F. O excedente financeiro do


setor agrícola nordestino. Revista Econômica do Nordeste,
Fortaleza, v. 29, n. 3, p. 349-368, 1998.

FERNANDES, Ailton. Mais do que uma política agrícola. Brasí-


lia: FNA, 1998. O potencial agrícola brasileiro, p. 12-18.

FERNANDES, Moacyr. A cadeira produtiva da fruticultura. In:


CNPq. Agronegócio brasileiro. Brasília, 1998. p. 201-214.

74
HOLANDA, Antonio N. C., REIS, Zenon S. Estudos sobre a a-
groindústria no nordeste: diretrizes para fomento da agroin-
dústria alimentar no nordeste. Fortaleza: Secretaria Nacional
de Irrigação, 1994. 8 v.

IBGE. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1996.

IBRAF. Fruta brasileira: a conquista de novos mercados. São


Paulo, 1997.

JONES, Willian I. The world bank and irrigation: a world bank


operations evalution study – the international bank for
reconstituction and development. Washington, 1995. 150 p.

LICIO, Antonio. Agricultura: origem e solução do desemprego no


Brasil. Revista de Política Agrícola, Brasília, v. 6, n. 3, p. 33-
35, 1997.

LIMA, Jorge Encoh Furquim Werneck; FERREIRA, Raquel Scalia


Alves, CHRISTOFIDIS, Demetrios. O uso da irrigação no Brasil.
In: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (Brasil). O
estado das águas no Brasil - 1999. Brasília, 1999. p. 73-82.

MINAS GERAIS. Federação da Agricultura do Estado. Informa-


ções agropecuárias: o mercado da uva. Belo Horizonte, 1999.

MORAES JÚNIOR, Antonio Roosevelt. Avaliação econômica do


Projeto Jaíba – Etapa 1. Viçosa (MG): Universidade Federal
de Viçosa, 1997. 136 p.

PINAZZA, L. A. et al. Reestruturação no agrobusiness brasilei-


ro. Rio de Janeiro: Associação de Agronegócios, 1999. 280 p.

SAWYER, Donald Rolfe. Impactos sócio-econômicos da irrigação


no nordeste. In: WORKSHOP DISPONIBILIDADE DE ÁGUA E
IRRIGAÇÃO NO NORDESTE, 1999, Brasília. Brasília: ISPN,
1999. (Mimeogr.).

SEMINÁRIO: MODELOS DE GESTÃO, 1997, Salvador. Salvador:


Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Esta-
do, 1997.

75
SILVA, Carlos Arthur B. da et al. Condicionantes críticos ao de-
senvolvimento dos pólos agroindustriais do nordeste: o caso
dos pólos em consolidação. Viçosa (MG): UFV, 1998. 232 p.

SILVEIRA, José Dantas, LEITE, Pedro Sisnando. Estudos sobre a


agroindústria no nordeste: a agroindústria de produtos alimenta-
res. Fortaleza: Secretaria Nacional de Irrigação, 1991. 6 v.

SIMÕES, Augusto José. Geração de empregos diretos no pro-


jeto de irrigação Senador Nilo Coelho, localizado em Petro-
lina. Brasília: CODEVASF, 1999. 11 p.

SINDEAUX, Roney Versiani, RIBEIRO, Frederico Augusto Malta.


Estudo sobre a produção e comercialização da uva no pe-
rímetro irrigado de Pirapora. Montes Claros: SEBRAE, 1997.
12 p.

SOUZA, Hermínio Ramos de. Agricultura irrigada e desenvol-


vimento sustentável no nordeste do Brasil: projeto áridas.
Recife, 1994. 58 p.

___________. Impactos econômicos da irrigação sobre a pro-


dução, o emprego e a renda no Brasil. Recife, 1989. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco, 1989.

SOUZA, Hermínio Ramos de, OLIVEIRA. Augusto César de. Irri-


gação e desenvolvimento regional: o caso do submédio São
Francisco. Recife: FADE-UFPE, 1995.

ZYLBERSZTAJN, Décio. Estruturas de governança e coorde-


nação do agribusiness: uma aplicação da nova economia das
instituições. São Paulo, 1995. 238 p. Tese (Livre Docência) –
Universidade de São Paulo, 1995.

76
8 - ANEXOS

ANEXO 1 – IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FRUTAS

TABELA 1
VALOR DAS IMPORTAÇÕES DE FRUTAS FRESCAS
1994/95 em US$ 1.000
Frutas 1994 1995 1996 1997 1998*
Maça 47.784 87.819 87.560 57.229 19.899
Pêra 35.207 77.007 99.048 91.668 42.208
Uva 7.515 19.810 31.938 25.901 25.881
Ameixa 10.604 21.577 29.892 23.272 15.586
Nactarina 3.099 6.466 10.326 8.403 4.161
Pêssego 2.306 7.226 10.104 7.441 3.798
Laranja 164 213 425 464 602
Limão 744 515 192 158 016
Tangerina - - - 1.392 410
Pomelo - - - 138 065
Kiwi - - - 13.934 817
Cereja 2.759 4.698 6.547 3.689 200
Marmelo 128 233 122 030 062
Damasco 220 736 353 383 070
Morango 169 629 466 432 305
Outras frutas
frescas 7.936 21.185 197 2.485 900
Total 118.635 248.114 277.170 237.019 114.980
FONTE: SECEX.
* Janeiro a junho

77
TABELA 2
VALOR DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
DE FRUTAS FRESCAS
1994/98 em US$ 1.000
Produto 1994 1995 1996 1997 1998*
Laranja 27.208 29.092 20.410 23.092 1.485
Melão 31.492 16.475 25.326 20.913 9.989
Banana 10.702 3.907 6.149 8.381 7.429
Manga2 17.505 22.135 28.740 20.182** 7.065**
Abacaxi 6.883 3.784 4.050 3.938 831
Melancia 524 900 1.251 739 146
Tangerina 1.920 3.243 2.684 4.693 630
Mamão 3.766 4.020 4.723 7.277 4.223
Uva 8.524 10.123 6.296 4.780 2.383
Maçã 15.046 6.190 1.787 11.297 4.556
Limão-taiti 1.492 558 591 909 1.070
Figo 921 1.252 1.739 1.559 787
Abacate 234 148 245 160 133
Limão 178 68 164 - -
Coco em casca 116 113 - 79 43
Morango 144 58 338 185 56
Caqui 128 86 148 - -
Goiaba 103 169 212 - -
Outras frutas
cítricas 94 - 22 120 106
Outras frutas
frescas 2 872 165 420 280
Total 126.982 103.193 105.040 108.764 41.212
FONTE: SECEX.
* Janeiro a junho
** Inclui goiaba, mangustão

78
ANEXO 2 - DADOS SOBRE ÁREA COLHIDA E PRODUÇÃO DE
PRODUTOS SELECIONADOS

Com base nos dados do IBGE-LSPA, foram elaboradas as


tabelas a seguir sobre área colhida e produção para as diversas
regiões brasileiras, para os produtos: abacaxi, alho, banana, caju,
cebola, coco, laranja, manga, tomate, uva, algodão (caroço), arroz
(em casca), cacau, café (em coco), cana-de-açúcar, feijão, mandi-
oca, milho e soja.
A produção de alguns produtos é fornecida por unidade di-
ferente de tonelada. Para uniformizar a produção em tonelada
daqueles produtos, foi utilizado a tabela de conversão abaixo dis-
criminada, segundo sugestão do IBGE.
TABELA 1
FATORES DE CONVERSÃO DO IBGE
UNID. TRANSFORMAÇÃO PARA KG
CULTURA
ORIGINAL MIN MAX Média
Abacaxi unid 1,00 1,60 1,30
Banana cacho 8,00 20,00 14,00
Coco unid 1,30 2,00 1,65
Goiaba unid 0,10 0,20 0,15
Limão unid 0,10 0,15 0,13
Mamão unid 0,80 1,50 1,15
Manga unid 0,10 0,30 0,20
Maracujá unid 0,10 0,20 0,15
Melancia unid 3,00 10,00 6,50
Melão unid 0,80 1,50 1,15
Laranja unid 0,15 0,20 0,18
FONTE: IBGE/LSPA.

As tabelas foram preparadas por produtos hortícolas: aba-


caxi, alho, banana, caju (castanha), cebola, coco, laranja, manga,
tomate e uva. E para outros produtos: algodão, arroz, cacau, café,
cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho e soja.
Após as tabelas de área e produção, para cada produto fo-
ram preparadas as tabelas agregadas de área e produção para os
grupos de produtos, e que deram origem aos GRÁFICOS 4, 5, 6, e 7.

79
80
TABELA DE ÁREA COLHIDA E PRODUÇÃO –
PRODUTOS HORTÍCOLAS SELECIONADOS

81
82
ABACAXI
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1,96 5,89% 2,46 6,86% 2,81 7,51% 3,59 9,05% 4,13 9,14% 6,01 13,55% 6,38 12,96% 12,12 22,85% 11,36 22,65%
Nordeste 16,48 49,68% 18,70 52,07% 18,77 50,18% 17,13 43,13% 16,71 36,95% 16,23 36,57% 17,88 36,34% 18,83 35,51% 16,93 33,77%
Sul 0,58 1,75% 0,60 1,68% 0,46 1,24% 0,50 1,26% 0,51 1,12% 0,51 1,15% 0,44 0,89% 0,43 0,82% 0,44 0,88%
Sudeste 12,75 38,45% 12,79 35,61% 13,36 35,71% 16,32 41,10% 21,98 48,62% 19,72 44,44% 22,11 44,93% 18,79 35,42% 18,12 36,14%
Centro-Oeste 1,40 4,23% 1,36 3,78% 2,00 5,36% 2,17 5,46% 1,89 4,18% 1,91 4,30% 2,40 4,87% 2,87 5,40% 3,29 6,57%
BRASIL 33,17 35,90 37,40 39,72 45,22 44,38 49,20 53,04 50,15

ALHO
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 0,02 0,13%
Nordeste 1,30 7,59% 1,03 5,49% 1,21 7,14% 1,23 7,08% 1,36 7,72% 0,73 5,71% 0,69 5,78% 1,08 8,36% 0,72 6,67%
Sul 8,15 47,55% 9,40 50,19% 8,52 50,42% 9,56 54,80% 9,22 52,24% 7,16 56,13% 6,66 55,54% 7,73 59,81% 6,58 60,69%
Sudeste 5,33 31,09% 5,70 30,45% 4,84 28,62% 3,97 22,76% 4,06 23,00% 3,35 26,24% 2,87 23,89% 2,94 22,71% 2,27 20,94%
Centro-Oeste 2,36 13,77% 2,60 13,88% 2,34 13,82% 2,68 15,37% 3,01 17,03% 1,52 11,91% 1,76 14,67% 1,18 9,12% 1,27 11,69%
BRASIL 17,15 18,72 16,90 17,44 17,65 12,76 11,99 12,93 10,85

BANANA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 70,73 14,50% 71,17 14,51% 79,62 15,44% 88,30 16,98% 91,24 17,68% 93,53 18,36% 86,96 17,05% 84,48 15,64% 114,69 21,93%
Nordeste 187,10 38,35% 187,97 38,31% 201,27 39,02% 196,59 37,80% 186,80 36,20% 190,81 37,46% 190,23 37,30% 193,51 35,82% 176,00 33,66%
Sul 42,86 8,79% 44,68 9,11% 45,08 8,74% 48,42 9,31% 47,94 9,29% 46,86 9,20% 48,39 9,49% 48,08 8,90% 41,24 7,89%
Sudeste 137,17 28,12% 137,56 28,04% 138,50 26,85% 139,73 26,87% 143,59 27,82% 138,66 27,22% 144,75 28,38% 140,21 25,95% 142,24 27,20%
Centro-Oeste 50,03 10,25% 49,23 10,03% 51,37 9,96% 46,97 9,03% 46,52 9,01% 39,50 7,76% 39,63 7,77% 74,01 13,70% 48,71 9,32%
BRASIL 487,88 490,62 515,84 520,01 516,09 509,37 509,96 540,28 522,87

CASTANHA DE CAJU
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 9,02 1,55% 0,02 0,00% 0,02 0,00% 0,00 0,00%
Nordeste 573,79 98,45% 664,61 100,00% 695,48 100,00% 726,14 100,00% 627,56 100,00% 647,50 100,00% 655,96 100,00% 679,92 100,00% 458,34 100,00%
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
BRASIL 582,82 664,63 695,51 726,14 627,56 647,50 655,96 679,92 458,34

83
CEBOLA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte
Nordeste 7,98 10,70% 10,14 13,22% 7,60 9,96% 12,18 16,94% 10,74 13,15% 11,36 15,22% 10,79 14,47% 9,38 13,83% 8,11 12,13%
Sul 50,09 67,11% 50,09 65,34% 55,23 72,39% 44,13 61,37% 54,90 67,24% 47,74 63,92% 50,13 67,22% 46,87 69,12% 47,20 70,63%
Sudeste 16,54 22,15% 16,40 21,40% 13,43 17,60% 15,57 21,65% 15,98 19,57% 15,49 20,74% 13,66 18,31% 11,56 17,04% 11,52 17,24%
Centro-Oeste 0,03 0,04% 0,03 0,04% 0,04 0,05% 0,03 0,04% 0,02 0,03% 0,09 0,12%
BRASIL 74,65 76,67 76,29 71,91 81,64 74,68 74,58 67,80 66,83

COCO
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 13,35 6,30% 16,22 7,01% 14,58 6,08% 14,71 6,35% 15,94 6,72% 17,14 7,07% 17,58 6,80% 15,02 5,87% 14,37 6,06%
Nordeste 196,01 92,50% 212,59 91,85% 222,32 92,73% 213,92 92,34% 217,62 91,81% 221,36 91,27% 237,48 91,88% 235,89 92,23% 216,58 91,30%
Sul
Sudeste 2,55 1,20% 2,63 1,14% 2,86 1,19% 3,03 1,31% 3,42 1,44% 3,97 1,64% 3,42 1,32% 4,85 1,90% 6,27 2,64%
Centro-Oeste 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,07 0,03% 0,07 0,03%
BRASIL 211,91 231,45 239,76 231,66 237,04 242,55 258,47 255,75 237,21

LARANJA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 8,84 0,97% 10,21 1,04% 10,41 1,05% 15,72 1,96% 18,01 2,01% 19,77 2,31% 20,81 2,16% 17,73 1,82% 17,50 1,72%
Nordeste 73,79 8,08% 79,82 8,12% 84,56 8,55% 85,97 10,74% 90,89 10,12% 96,83 11,31% 105,75 10,97% 105,11 10,78% 113,60 11,19%
Sul 32,18 3,52% 32,54 3,31% 34,46 3,48% 37,54 4,69% 41,39 4,61% 43,76 5,11% 41,10 4,26% 46,58 4,78% 50,21 4,95%
Sudeste 792,46 86,80% 854,17 86,86% 851,69 86,14% 652,92 81,56% 739,31 82,33% 686,97 80,21% 788,69 81,78% 796,87 81,70% 825,08 81,30%
Centro-Oeste 5,73 0,63% 6,68 0,68% 7,60 0,77% 8,36 1,04% 8,39 0,93% 9,09 1,06% 8,02 0,83% 9,13 0,94% 8,44 0,83%
BRASIL 913,00 983,41 988,70 800,51 897,99 856,42 964,37 975,41 1.014,84

MANGA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1,79 3,94% 1,80 3,83% 1,89 3,94% 2,06 3,88% 1,97 3,54% 2,00 3,55%
Nordeste 16,98 37,47% 17,09 36,34% 18,66 38,85% 20,31 38,24% 22,69 40,93% 24,15 42,74%
Sul 0,41 0,91% 0,42 0,89% 0,44 0,92% 0,44 0,83% 0,49 0,88% 0,49 0,87%
Sudeste 22,93 50,61% 25,28 53,75% 26,32 54,81% 27,92 52,57% 28,26 50,96% 28,30 50,09%
Centro-Oeste 3,20 7,07% 2,44 5,19% 0,71 1,48% 2,38 4,48% 2,04 3,68% 1,56 2,75%
BRASIL 45,30 47,03 48,02 53,11 55,44 56,50

84
TOMATE
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 0,26 0,42% 0,27 0,44% 0,28 0,53% 0,32 0,60% 0,40 0,65% 0,61 0,81% 0,23 0,38% 0,30 0,49% 0,86 1,42%
Nordeste 21,63 35,53% 21,53 35,37% 16,06 30,76% 17,17 31,95% 19,88 32,09% 34,20 45,41% 20,70 34,16% 19,22 31,64% 16,47 27,21%
Sul 5,78 9,49% 6,06 9,96% 6,01 11,51% 5,77 10,74% 6,29 10,15% 6,93 9,21% 7,82 12,91% 7,67 12,63% 7,80 12,88%
Sudeste 25,64 42,12% 26,51 43,56% 25,65 49,12% 25,62 47,69% 29,45 47,55% 28,40 37,72% 26,19 43,24% 26,80 44,12% 29,20 48,24%
Centro-Oeste 7,57 12,44% 6,49 10,67% 4,22 8,07% 4,85 9,02% 5,92 9,56% 5,16 6,86% 5,64 9,30% 6,75 11,12% 6,21 10,25%
BRASIL 60,87 60,86 52,21 53,73 61,94 75,31 60,59 60,74 60,53

UVA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte
Nordeste 1,76 3,00% 2,10 3,57% 3,10 5,18% 3,93 6,52% 4,03 6,69% 4,84 7,96% 4,50 7,49% 4,37 7,67% 4,92 8,51%
Sul 47,48 80,94% 47,18 80,08% 46,79 78,13% 45,99 76,39% 46,24 76,74% 45,59 74,97% 45,23 75,36% 42,26 74,23% 40,81 70,65%
Sudeste 9,42 16,06% 9,64 16,36% 9,99 16,68% 10,28 17,08% 9,98 16,56% 10,37 17,05% 10,29 17,15% 10,31 18,10% 12,04 20,84%
Centro-Oeste 0,00 0,00% 0,00 0,01% 0,01 0,01% 0,01 0,01% 0,01 0,02%
BRASIL 58,66 58,91 59,89 60,20 60,25 60,81 60,02 56,93 57,76

85
ABACAXI
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 35.817,6 3,74% 38.476,1 3,73% 44.720,0 4,16% 68.013,4 6,27% 89.269,7 6,94% 144.648,4 11,71% 165.701,9 11,78% 352.829,1 22,53% 326.996,8 23,48%
Nordeste 555.084,4 58,02% 609.022,7 59,04% 609.403,6 56,75% 500.165,9 46,10% 530.440,3 41,23% 515.234,2 41,71% 553.980,7 39,39% 580.446,1 37,06% 437.221,2 31,40%
Sul 8.126,3 0,85% 8.411,0 0,82% 5.185,7 0,48% 7.554,3 0,70% 7.345,0 0,57% 8.256,3 0,67% 7.092,8 0,50% 6.996,6 0,45% 7.081,1 0,51%
Sudeste 325.603,2 34,03% 345.312,5 33,47% 369.171,4 34,38% 460.817,5 42,47% 615.634,5 47,86% 523.294,2 42,36% 628.462,9 44,69% 561.553,2 35,86% 539.532,5 38,75%
Centro-Oeste 32.117,8 3,36% 30.378,4 2,94% 45.311,5 4,22% 48.405,5 4,46% 43.726,8 3,40% 43.771,0 3,54% 51.160,2 3,64% 64.208,3 4,10% 81.625,7 5,86%
BRASIL 956.749,3 1.031.600,7 1.073.792,2 1.084.956,6 1.286.416,3 1.235.204,1 1.406.398,5 1.566.033,3 1.392.457,3

ALHO

REGIÃO/ANO PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO


1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 0,0 0,06%
Nordeste 4,5 6,34% 3,6 4,25% 4,0 5,03% 4,4 5,09% 4,8 5,74% 2,5 4,15% 2,3 4,51% 3,5 5,96% 2,5 4,34%
Sul 33,3 46,85% 39,9 46,90% 40,3 51,14% 49,4 56,83% 42,5 50,54% 31,9 54,02% 29,2 56,19% 35,0 58,85% 35,6 62,53%
Sudeste 23,6 33,23% 28,4 33,29% 23,5 29,81% 19,7 22,72% 20,9 24,79% 16,2 27,53% 11,8 22,61% 14,3 24,09% 11,9 20,94%
Centro-Oeste 9,7 13,57% 13,3 15,57% 11,1 14,02% 13,4 15,37% 15,9 18,94% 8,4 14,30% 8,7 16,64% 6,6 11,11% 6,9 12,19%
BRASIL 71,1 85,2 78,9 86,9 84,2 59,0 52,0 59,5 56,9

BANANA
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1.131.130,0 14,68% 1.105.020,0 14,25% 1.143.072,0 14,52% 1.324.666,0 17,27% 1.437.240,0 17,93% 1.447.474,0 18,65% 1.367.254,0 17,38% 1.339.660,0 16,33% 1.874.474,0 25,09%
Nordeste 3.028.326,0 39,29% 2.965.564,0 38,23% 3.133.382,0 39,80% 2.771.202,0 36,12% 2.948.666,0 36,78% 2.932.216,0 37,78% 3.054.030,0 38,82% 3.119.382,0 38,02% 2.276.442,0 30,47%
Sul 825.664,0 10,71% 757.610,0 9,77% 870.240,0 11,05% 819.910,0 10,69% 963.410,0 12,02% 815.500,0 10,51% 848.176,0 10,78% 878.598,0 10,71% 724.514,0 9,70%
Sudeste 2.145.962,0 27,84% 2.335.228,0 30,11% 2.126.558,0 27,01% 2.195.928,0 28,62% 2.123.464,0 26,49% 2.101.064,0 27,07% 2.127.342,0 27,04% 1.993.796,0 24,30% 1.986.096,0 26,58%
Centro-Oeste 576.772,0 7,48% 593.278,0 7,65% 599.760,0 7,62% 560.014,0 7,30% 543.886,0 6,78% 464.478,0 5,98% 470.246,0 5,98% 873.068,0 10,64% 610.694,0 8,17%
BRASIL 7.707.854,0 7.756.700,0 7.873.012,0 7.671.720,0 8.016.666,0 7.760.732,0 7.867.048,0 8.204.504,0 7.472.220,0

CASTANHA DE CAJU
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1,0 0,61% 0,0 0,01% 0,0 0,02% 0,0 0,00%
Nordeste 160,7 99,39% 185,9 99,99% 107,9 99,98% 77,1 100,00% 126,2 100,00% 164,2 100,00% 164,7 100,00% 113,2 100,00% 33,7 100,00%
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
BRASIL 161,7 186,0 108,0 77,1 126,2 164,2 164,7 113,2 33,7

CEBOLA
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 0,0 0,00%
Nordeste 104,1 11,98% 140,3 15,81% 101,2 11,30% 172,3 18,55% 158,0 15,49% 156,3 16,62% 160,5 16,66% 138,2 15,63% 117,4 14,09%
Sul 482,8 55,55% 443,4 49,95% 538,2 60,07% 454,2 48,91% 544,5 53,38% 449,0 47,73% 502,6 52,20% 481,0 54,41% 489,9 58,83%
Sudeste 281,9 32,44% 303,5 34,18% 256,0 28,57% 301,8 32,50% 317,2 31,09% 333,8 35,49% 299,8 31,14% 264,8 29,96% 225,5 27,08%
Centro-Oeste 0,3 0,03% 0,5 0,05% 0,5 0,06% 0,4 0,04% 0,3 0,03% 1,4 0,15%
BRASIL 869,1 887,7 896,0 928,7 1.020,0 940,5 962,9 884,0 832,8

86
COCO
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 171.687,5 14,17% 233.998,1 16,66% 226.041,8 15,38% 245.756,0 17,79% 262.206,5 17,30% 278.673,5 17,47% 351.072,2 21,03% 232.755,6 13,88% 219.676,1 13,33%
Nordeste 1.022.501,7 84,38% 1.151.480,6 82,00% 1.207.397,4 82,13% 1.097.766,5 79,44% 1.205.392,7 79,51% 1.255.782,0 78,73% 1.255.400,9 75,20% 1.335.615,6 79,67% 1.296.098,1 78,63%
Sul
Sudeste 17.565,9 1,45% 18.687,9 1,33% 36.714,2 2,50% 38.248,7 2,77% 47.897,9 3,16% 59.781,2 3,75% 62.840,3 3,76% 108.018,9 6,44% 132.569,3 8,04%
Centro-Oeste 34,7 0,00% 34,7 0,00% 34,7 0,00% 36,3 0,00% 559,4 0,04% 780,5 0,05%
BRASIL 1.211.789,7 1.404.201,2 1.470.188,0 1.381.807,4 1.516.056,3 1.595.017,1 1.669.313,3 1.676.390,1 1.648.343,4

LARANJA
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 142.110,3 0,93% 188.663,3 1,14% 187.393,9 1,09% 225.535,1 1,37% 281.522,9 1,84% 305.630,9 1,76% 303.461,4 1,65% 268.472,9 1,34% 260.084,0 1,43%
Nordeste 497.107,3 3,24% 472.353,2 2,85% 535.475,3 3,11% 598.605,9 3,64% 633.494,2 4,15% 713.377,2 4,11% 540.131,7 2,93% 712.445,0 3,55% 702.315,1 3,87%
Sul 69.216,2 0,45% 78.872,7 0,48% 92.872,9 0,54% 126.971,1 0,77% 116.073,5 0,76% 128.519,0 0,74% 90.894,7 0,49% 130.211,0 0,65% 122.492,7 0,68%
Sudeste 13.461.979,0 87,81% 14.472.230,3 87,34% 15.111.365,2 87,74% 14.145.186,5 86,00% 12.806.978,8 83,90% 14.851.256,9 85,56% 16.101.256,3 87,30% 17.330.120,0 86,26% 15.562.004,5 85,79%
Centro-Oeste 1.160.043,5 7,57% 1.357.181,0 8,19% 1.294.897,5 7,52% 1.351.241,7 8,22% 1.427.152,7 9,35% 1.358.775,6 7,83% 1.408.418,4 7,64% 1.649.470,2 8,21% 1.493.474,5 8,23%
BRASIL 15.330.456,2 16.569.300,5 17.222.004,6 16.447.540,2 15.265.222,0 17.357.559,5 18.444.162,5 20.090.719,1 18.140.370,7

MANGA

REGIÃO/ANO PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO


1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 14.032,6 4,50% 13.554,8 4,31% 14.875,4 4,72% 20.669,6 6,42% 18.568,0 5,37% 21.154,6 5,80%
Nordeste 166.993,2 53,61% 168.432,8 53,59% 169.744,4 53,87% 151.121,8 46,93% 178.678,0 51,68% 194.743,8 53,39%
Sul 2.235,2 0,72% 3.474,8 1,11% 2.604,4 0,83% 2.160,6 0,67% 2.460,0 0,71% 2.495,4 0,68%
Sudeste 116.381,6 37,36% 121.922,6 38,79% 125.827,8 39,93% 139.103,2 43,20% 139.931,2 40,48% 138.881,8 38,07%
Centro-Oeste 11.874,4 3,81% 6.931,2 2,21% 2.052,6 0,65% 8.950,8 2,78% 6.077,2 1,76% 7.507,0 2,06%
BRASIL 311.517,0 314.316,2 315.104,6 322.006,0 345.714,4 364.782,6

TOMATE
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 4,7 0,21% 5,0 0,21% 6,8 0,32% 7,7 0,33% 9,4 0,35% 11,6 0,42% 2,1 0,08% 2,3 0,09% 3,5 0,13%
Nordeste 631,7 27,94% 695,2 29,66% 517,0 24,14% 586,0 24,95% 679,2 25,26% 725,1 26,61% 663,9 24,82% 631,3 23,90% 506,2 18,81%
Sul 184,9 8,18% 187,5 8,00% 188,3 8,79% 218,2 9,29% 255,4 9,50% 282,8 10,38% 314,9 11,77% 319,4 12,09% 326,6 12,13%
Sudeste 1.092,1 48,30% 1.170,4 49,94% 1.242,8 58,04% 1.302,6 55,47% 1.454,9 54,12% 1.438,2 52,79% 1.412,0 52,79% 1.310,4 49,62% 1.495,3 55,54%
Centro-Oeste 347,5 15,37% 285,6 12,19% 186,5 8,71% 234,0 9,96% 289,6 10,77% 266,9 9,80% 282,0 10,54% 377,4 14,29% 360,4 13,39%
BRASIL 2.260,9 2.343,8 2.141,3 2.348,5 2.688,6 2.724,6 2.674,8 2.640,8 2.692,0

UVA
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte
Nordeste 29,7 3,69% 38,2 5,89% 65,3 8,16% 82,1 10,42% 87,8 10,88% 118,3 14,15% 113,0 15,40% 114,2 12,68% 122,3 16,56%
Sul 645,5 80,21% 478,6 73,85% 603,3 75,40% 579,8 73,64% 576,0 71,33% 571,8 68,36% 460,5 62,77% 550,7 61,12% 422,9 57,29%
Sudeste 129,6 16,10% 131,3 20,26% 131,5 16,44% 125,4 15,93% 143,6 17,78% 146,3 17,48% 160,1 21,82% 236,1 26,20% 193,0 26,15%
Centro-Oeste 0,0 0,00% 0,0 0,00% 0,1 0,01% 0,1 0,01% 0,1 0,01%
BRASIL 804,8 648,0 800,1 787,4 807,5 836,5 733,6 901,0 738,2
OBS.: Foram utilizados os seguintes fatores de conversão fornecidos pelo IBGE, para fins de uniformização dos dados em toneladas: abacaxi - 1 unidade = 1,3 Kg; banana - 1 cacho = 14 Kg; coco - 1 unidade = 1,65 Kg; laranja - 1 unidade = 0,18 Kg; manga - 1

87
88
TABELA DE ÁREA COLHIDA E PRODUÇÃO
DE OUTROS PRODUTOS

89
90
ALGODÃO (EM CAROÇO)
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 17,58 0,92% 8,13 0,44% 7,76 0,41% 18,33 1,73% 26,96 2,28% 20,82 1,75% 5,26 0,69% 5,81 0,88% 4,53 0,54%
Nordeste 841,86 44,22% 679,93 37,13% 643,24 34,26% 318,16 30,02% 525,26 44,45% 447,63 37,57% 215,94 28,35% 311,08 46,99% 171,23 20,41%
Sul 490,00 25,74% 618,00 33,74% 704,50 37,52% 345,00 32,55% 235,00 19,89% 282,76 23,73% 181,92 23,88% 59,70 9,02% 116,80 13,92%
Sudeste 430,70 22,63% 362,01 19,77% 341,32 18,18% 231,04 21,80% 233,44 19,76% 241,35 20,26% 162,28 21,30% 133,26 20,13% 204,22 24,34%
Centro-Oeste 123,45 6,49% 163,32 8,92% 180,94 9,64% 147,40 13,91% 160,97 13,62% 198,93 16,70% 196,37 25,78% 152,10 22,98% 342,30 40,79%
BRASIL 1.903,59 1.831,39 1.877,75 1.059,93 1.181,62 1.191,49 761,76 661,94 839,08

ARROZ (EM CASCA)


ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 428,25 10,85% 437,84 10,62% 506,01 10,80% 518,75 11,76% 560,14 12,69% 604,52 13,82% 508,84 15,64% 531,35 14,88% 541,91 17,66%
Nordeste. 1.050,87 26,63% 1.212,91 29,43% 1.210,82 25,83% 1.120,31 25,40% 1.192,87 27,02% 1.225,92 28,03% 676,51 20,79% 1.096,25 30,69% 685,08 22,32%
Sul 1.001,29 25,37% 1.055,55 25,61% 1.174,92 25,07% 1.248,96 28,31% 1.231,54 27,90% 1.242,29 28,40% 1.068,05 32,82% 1.041,78 29,17% 1.034,50 33,71%
Sudeste 693,51 17,57% 677,19 16,43% 672,94 14,36% 614,79 13,94% 555,75 12,59% 526,79 12,05% 318,59 9,79% 338,23 9,47% 254,77 8,30%
Centro-Oeste 772,77 19,58% 738,12 17,91% 1.122,33 23,95% 908,51 20,59% 874,51 19,81% 774,01 17,70% 681,78 20,95% 563,98 15,79% 552,89 18,01%
BRASIL 3.946,69 4.121,60 4.687,02 4.411,32 4.414,80 4.373,54 3.253,77 3.571,59 3.069,15

CACAU
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 91,92 13,83% 96,88 14,51% 97,64 13,35% 101,43 13,82% 93,55 13,39% 89,92 12,19% 83,52 12,22% 79,19 10,87% 67,06 9,45%
Nordeste 548,54 82,51% 544,85 81,58% 608,53 83,19% 607,54 82,76% 582,30 83,35% 625,48 84,79% 576,90 84,40% 625,90 85,94% 621,03 87,47%
Sul
Sudeste. 21,47 3,23% 21,61 3,24% 21,66 2,96% 21,44 2,92% 21,12 3,02% 21,13 2,86% 20,90 3,06% 20,90 2,87% 20,39 2,87%
Centro-Oeste 2,93 0,44% 4,55 0,68% 3,66 0,50% 3,72 0,51% 1,66 0,24% 1,18 0,16% 2,23 0,33% 2,34 0,32% 1,52 0,21%
BRASIL 664,85 667,90 731,49 734,12 698,63 737,69 683,54 728,33 710,00

CAFÉ (EM COCO)


ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 167,17 5,75% 156,28 5,66% 143,37 5,73% 148,89 6,59% 151,59 7,23% 153,84 8,23% 124,93 6,51% 177,47 8,65% 121,50 5,84%
Nordeste 160,64 5,52% 164,51 5,95% 171,07 6,84% 122,29 5,41% 113,45 5,41% 118,97 6,36% 112,16 5,84% 116,85 5,70% 121,07 5,82%
Sul 426,58 14,66% 383,54 13,88% 279,27 11,17% 220,21 9,75% 184,45 8,79% 36,84 1,97% 135,03 7,03% 128,00 6,24% 130,00 6,25%
Sudeste 2.055,48 70,66% 1.983,53 71,78% 1.855,42 74,21% 1.730,50 76,59% 1.623,45 77,39% 1.536,73 82,18% 1.530,38 79,70% 1.604,23 78,23% 1.680,70 80,74%
Centro-Oeste 99,10 3,41% 75,58 2,73% 51,20 2,05% 37,45 1,66% 24,72 1,18% 23,61 1,26% 17,74 0,92% 24,14 1,18% 28,33 1,36%
Brasil 2.908,96 2.763,44 2.500,32 2.259,33 2.097,65 1.869,98 1.920,25 2.050,69 2.081,59

CANA-DE-AÇÚCAR
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 15,75 0,37% 13,94 0,33% 13,06 0,31% 17,22 0,45% 16,94 0,39% 14,13 0,31% 9,50 0,20% 14,95 0,31% 16,62 0,33%
Nordeste 1.476,80 34,56% 1.402,39 33,30% 1.363,93 32,45% 1.022,65 26,47% 1.188,84 27,36% 1.246,52 27,34% 1.139,69 23,99% 1.261,38 25,85% 1.165,26 23,44%
Sul 206,98 4,84% 218,42 5,19% 234,74 5,59% 238,72 6,18% 264,37 6,08% 291,43 6,39% 338,18 7,12% 340,69 6,98% 379,36 7,63%
Sudeste 2.357,09 55,17% 2.357,62 55,99% 2.371,02 56,42% 2.357,14 61,01% 2.637,27 60,69% 2.728,50 59,85% 2.954,88 62,20% 2.917,40 59,78% 3.059,29 61,53%
Centro-Oeste 215,98 5,06% 218,59 5,19% 219,85 5,23% 227,97 5,90% 237,83 5,47% 278,49 6,11% 308,05 6,48% 345,59 7,08% 351,48 7,07%
BRASIL 4.272,60 4.210,95 4.202,60 3.863,70 4.345,26 4.559,06 4.750,30 4.880,00 4.972,01

91
FEIJÃO (EM GRÃO)
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 195,63 4,18% 219,11 4,03% 233,21 4,53% 254,51 6,55% 285,73 5,22% 233,64 4,67% 192,90 4,50% 230,65 4,78% 193,77 5,83%
Nordeste 1.995,04 42,63% 2.731,13 50,26% 2.542,10 49,37% 1.369,00 35,24% 2.847,70 52,05% 2.653,94 53,01% 2.243,60 52,29% 2.642,66 54,74% 1.296,95 39,01%
Sul 1.169,14 24,98% 1.216,79 22,39% 1.190,19 23,12% 1.134,33 29,20% 1.139,53 20,83% 1.098,98 21,95% 1.028,34 23,97% 1.032,84 21,39% 970,81 29,20%
Sudeste 1.000,33 21,37% 959,49 17,66% 930,67 18,08% 891,17 22,94% 970,22 17,73% 811,16 16,20% 686,22 15,99% 743,73 15,41% 685,47 20,62%
Centro-Oeste 319,96 6,84% 307,12 5,65% 252,54 4,90% 235,34 6,06% 228,14 4,17% 208,68 4,17% 139,45 3,25% 177,78 3,68% 177,40 5,34%
BRASIL 4.680,09 5.433,64 5.148,70 3.884,34 5.471,32 5.006,40 4.290,51 4.827,66 3.324,39

MANDIOCA
ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 333,71 17,22% 330,31 16,98% 304,30 16,66% 347,75 19,19% 393,40 21,25% 389,95 20,04% 412,60 27,34% 393,38 20,60% 403,85 25,43%
Nordeste 1.108,62 57,22% 1.131,51 58,18% 1.069,81 58,58% 957,44 52,84% 907,97 49,05% 1.043,08 53,60% 656,62 43,52% 1.036,26 54,26% 697,30 43,92%
Sul 290,92 15,01% 278,12 14,30% 260,35 14,26% 305,51 16,86% 325,88 17,61% 295,79 15,20% 256,11 16,97% 281,21 14,72% 286,18 18,02%
Sudeste 137,35 7,09% 136,14 7,00% 128,25 7,02% 135,47 7,48% 151,20 8,17% 145,02 7,45% 125,03 8,29% 131,32 6,88% 130,82 8,24%
Centro-Oeste 66,97 3,46% 68,82 3,54% 63,54 3,48% 65,67 3,62% 72,48 3,92% 72,33 3,72% 58,56 3,88% 67,67 3,54% 69,65 4,39%
BRASIL 1.937,57 1.944,90 1.826,26 1.811,83 1.850,93 1.946,16 1.508,92 1.909,83 1.587,80

MILHO (EM GRÃO)


ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 397,39 3,49% 425,07 3,25% 448,66 3,36% 507,32 4,27% 553,95 4,03% 610,88 4,38% 554,49 4,65% 644,19 4,75% 580,78 5,48%
Nordeste 2.139,04 18,77% 2.865,03 21,93% 2.569,28 19,23% 1.447,97 12,20% 3.206,20 23,32% 3.053,29 21,89% 2.418,84 20,27% 3.004,24 22,16% 1.506,26 14,20%
Sul 4.737,30 41,58% 5.116,89 39,17% 5.646,28 42,25% 5.499,27 46,33% 5.270,23 38,33% 5.638,96 40,43% 4.571,90 38,31% 5.070,56 37,41% 4.495,28 42,39%
Sudeste 2.704,10 23,73% 3.152,18 24,13% 3.243,70 24,27% 2.976,71 25,08% 2.938,88 21,38% 2.829,57 20,29% 2.531,53 21,21% 2.723,91 20,10% 2.437,15 22,98%
Centro-Oeste 1.416,48 12,43% 1.504,53 11,52% 1.455,69 10,89% 1.438,39 12,12% 1.779,55 12,94% 1.813,61 13,00% 1.857,06 15,56% 2.112,06 15,58% 1.585,79 14,95%
BRASIL 11.394,31 13.063,70 13.363,61 11.869,66 13.748,81 13.946,32 11.933,81 13.554,97 10.605,25

SOJA (EM GRÃO)


ÁREA COLHIDA (1.000 ha) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 30,92 0,27% 5,34 0,06% 11,02 0,12% 21,09 0,20% 35,75 0,31% 24,62 0,21% 7,64 0,07% 26,31 0,23% 41,28 0,31%
Nordeste 376,81 3,28% 216,49 2,25% 342,71 3,63% 426,13 4,01% 503,28 4,37% 571,09 4,89% 506,52 4,92% 604,09 5,25% 728,24 5,49%
Sul 6.149,83 53,54% 5.350,80 55,64% 4.890,95 51,80% 5.372,06 50,51% 5.556,40 48,21% 5.416,79 46,40% 5.039,89 48,97% 5.667,64 49,27% 6.228,73 46,98%
Sudeste 1.119,59 9,75% 973,85 10,13% 937,29 9,93% 1.042,75 9,80% 1.145,39 9,94% 1.130,66 9,68% 1.034,62 10,05% 1.077,01 9,36% 1.090,49 8,22%
Centro-Oeste 3.810,15 33,17% 3.070,18 31,93% 3.259,41 34,52% 3.773,31 35,48% 4.284,59 37,18% 4.531,86 38,82% 3.702,80 35,98% 4.129,05 35,89% 5.170,78 39,00%
BRASIL 11.487,30 9.616,65 9.441,39 10.635,33 11.525,41 11.675,01 10.291,47 11.504,08 13.259,52

92
ALGODÃO (EM CAROÇO)
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 13,7 0,8% 6,8 0,3% 10,3 0,5% 26,1 2,3% 39,0 2,9% 28,4 2,0% 5,0 0,5% 5,6 0,7% 4,3 0,4%
Nordeste 189,6 10,4% 255,5 12,3% 189,6 10,1% 120,8 10,6% 301,7 22,1% 181,2 12,5% 90,4 9,5% 146,1 17,5% 60,2 5,1%
Sul 852,6 46,8% 1.024,1 49,2% 972,8 51,6% 448,1 39,5% 422,5 30,9% 530,0 36,5% 287,1 30,1% 113,0 13,5% 175,5 14,9%
Sudeste 574,6 31,5% 545,7 26,2% 476,0 25,2% 295,4 26,0% 333,6 24,4% 361,3 24,9% 236,6 24,8% 246,6 29,5% 313,3 26,6%
Centro-Oeste 190,9 10,5% 247,7 11,9% 236,7 12,6% 244,9 21,6% 270,6 19,8% 350,3 24,1% 335,3 35,1% 324,1 38,8% 624,4 53,0%
BRASIL 1.821,4 2.079,8 1.885,4 1.135,3 1.367,5 1.451,2 954,4 835,6 1.177,8

ARROZ (EM CASCA)


PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 605,7 8,16% 720,6 7,60% 812,4 8,12% 853,1 8,44% 1.029,6 9,77% 1.125,4 10,03% 799,0 9,24% 925,7 9,96% 930,1 12,01%
Nordeste 855,3 11,53% 1.727,9 18,21% 834,4 8,34% 1.102,3 10,91% 1.808,9 17,16% 1.732,3 15,43% 970,9 11,23% 1.478,3 15,91% 719,5 9,29%
Sul 4.015,6 54,11% 4.570,2 48,17% 5.473,0 54,70% 5.785,1 57,24% 5.115,1 48,53% 5.954,6 53,04% 5.083,6 58,81% 5.048,1 54,34% 4.407,2 56,91%
Sudeste 1.029,6 13,87% 1.273,1 13,42% 1.211,9 12,11% 1.172,1 11,60% 1.075,2 10,20% 990,6 8,82% 573,5 6,64% 695,3 7,48% 499,0 6,44%
Centro-Oeste 914,7 12,33% 1.196,1 12,61% 1.674,6 16,74% 1.194,8 11,82% 1.511,9 14,34% 1.423,2 12,68% 1.216,8 14,08% 1.142,6 12,30% 1.187,8 15,34%
BRASIL 7.420,9 9.488,0 10.006,3 10.107,3 10.540,8 11.226,1 8.643,8 9.290,0 7.743,7

CACAU
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 49,7 13,95% 51,1 15,92% 50,7 15,33% 54,1 15,87% 51,0 15,42% 47,9 16,04% 47,6 18,52% 44,5 15,61% 40,0 14,29%
Nordeste 298,1 83,67% 259,9 80,97% 263,6 79,74% 277,7 81,47% 271,9 82,26% 246,4 82,53% 204,2 79,52% 225,5 79,11% 234,9 83,83%
Sul
Sudeste 6,8 1,92% 7,8 2,44% 12,6 3,83% 6,9 2,02% 7,0 2,11% 3,9 1,29% 4,5 1,77% 14,6 5,11% 4,5 1,62%
Centro-Oeste 1,7 0,47% 2,1 0,67% 3,7 1,11% 2,2 0,65% 0,7 0,21% 0,4 0,14% 0,5 0,19% 0,5 0,18% 0,8 0,27%
BRASIL 356,2 321,0 330,5 340,9 330,6 298,5 256,8 285,0 280,2

CAFÉ (EM COCO)


PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 228,2 7,79% 200,0 6,58% 181,7 7,02% 185,5 7,25% 185,0 7,08% 191,2 10,28% 134,9 4,93% 218,6 9,34% 208,8 6,05%
Nordeste 127,3 4,34% 135,6 4,46% 133,1 5,14% 73,2 2,86% 144,8 5,54% 101,7 5,47% 76,9 2,81% 87,3 3,73% 67,8 1,97%
Sul 313,8 10,71% 404,2 13,29% 207,0 8,00% 193,7 7,57% 164,2 6,28% 20,3 1,09% 154,0 5,62% 228,0 9,74% 252,0 7,30%
Sudeste 2.150,8 73,41% 2.228,6 73,29% 2.013,2 77,77% 2.063,7 80,69% 2.094,2 80,10% 1.520,7 81,75% 2.356,1 86,04% 1.783,1 76,16% 2.885,5 83,63%
Centro-Oeste 109,7 3,74% 72,3 2,38% 53,7 2,07% 41,5 1,62% 26,3 1,00% 26,3 1,41% 16,5 0,60% 24,1 1,03% 36,3 1,05%
Brasil 2.929,7 3.040,8 2.588,7 2.557,5 2.614,6 1.860,3 2.738,4 2.341,2 3.450,3

CANA-DE-AÇÚCAR
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 784,0 0,30% 656,8 0,25% 583,0 0,21% 771,4 0,32% 841,8 0,29% 724,9 0,24% 472,6 0,15% 781,8 0,23% 906,9 0,27%
Nordeste 71.689,4 27,29% 68.729,8 26,34% 68.723,3 25,31% 39.609,1 16,20% 57.326,7 19,63% 60.658,8 19,97% 53.778,9 16,96% 65.079,1 19,30% 56.845,8 16,77%
Sul 13.630,4 5,19% 13.812,6 5,29% 15.468,1 5,70% 15.571,2 6,37% 17.760,4 6,08% 21.687,3 7,14% 24.645,4 7,77% 25.606,1 7,59% 28.141,0 8,30%
Sudeste 162.444,1 61,84% 163.508,5 62,67% 171.797,7 63,28% 173.174,8 70,82% 199.281,4 68,22% 201.051,8 66,20% 215.644,0 68,00% 220.127,9 65,28% 226.631,3 66,86%
Centro-Oeste 14.126,3 5,38% 14.180,2 5,44% 14.902,7 5,49% 15.404,2 6,30% 16.891,5 5,78% 19.576,6 6,45% 22.565,1 7,12% 25.600,6 7,59% 26.446,5 7,80%
BRASIL 262.674,2 260.887,9 271.474,9 244.530,7 292.101,8 303.699,5 317.106,0 337.195,5 338.971,5

93
FEIJÃO (EM GRÃO)
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 115,0 5,15% 123,0 4,48% 112,8 4,03% 145,8 5,88% 158,9 4,71% 145,4 4,94% 132,9 5,43% 149,7 5,01% 114,0 5,18%
Nordeste 580,0 25,96% 1.069,4 38,96% 829,7 29,66% 479,4 19,34% 1.230,4 36,51% 1.028,8 34,92% 880,2 35,93% 1.091,1 36,48% 414,9 18,86%
Sul 700,5 31,35% 645,3 23,51% 1.009,5 36,09% 923,6 37,27% 1.037,7 30,80% 963,2 32,69% 808,4 33,00% 873,0 29,19% 781,2 35,51%
Sudeste 647,6 28,98% 694,5 25,30% 667,8 23,87% 742,6 29,96% 745,0 22,11% 620,3 21,05% 476,0 19,43% 641,6 21,45% 629,0 28,59%
Centro-Oeste 191,3 8,56% 212,6 7,74% 177,3 6,34% 186,9 7,54% 197,6 5,87% 188,5 6,40% 152,0 6,20% 235,3 7,87% 260,9 11,86%
BRASIL 2.234,5 2.744,7 2.797,1 2.478,3 3.369,7 2.946,2 2.449,4 2.990,7 2.199,9

MANDIOCA
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 4.356,4 17,91% 4.467,3 18,21% 4.141,8 18,90% 4.879,3 22,33% 5.543,1 22,66% 5.425,5 21,34% 4.997,7 28,17% 5.437,5 22,37% 5.054,1 25,71%
Nordeste 11.832,7 48,65% 12.001,3 48,91% 10.059,9 45,90% 8.107,4 37,10% 9.223,2 37,70% 10.946,6 43,06% 6.318,0 35,61% 10.576,0 43,51% 6.349,6 32,29%
Sul 5.084,9 20,91% 4.871,6 19,85% 4.765,3 21,74% 5.687,4 26,02% 6.078,5 24,85% 5.519,0 21,71% 4.041,2 22,78% 5.142,1 21,16% 5.249,8 26,70%
Sudeste 2.005,5 8,25% 2.114,4 8,62% 1.957,7 8,93% 2.154,6 9,86% 2.439,9 9,97% 2.339,4 9,20% 1.593,1 8,98% 2.032,0 8,36% 1.894,6 9,64%
Centro-Oeste 1.042,6 4,29% 1.083,0 4,41% 993,8 4,53% 1.026,9 4,70% 1.179,6 4,82% 1.192,4 4,69% 793,1 4,47% 1.117,1 4,60% 1.113,4 5,66%
BRASIL 24.322,1 24.537,5 21.918,6 21.855,7 24.464,3 25.423,0 17.743,2 24.304,7 19.661,5

MILHO (EM GRÃO)


PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 539,6 2,53% 610,0 2,58% 645,4 2,12% 756,2 2,52% 837,5 2,58% 948,8 2,62% 768,6 2,60% 1.043,2 3,01% 863,2 2,93%
Nordeste 648,6 3,04% 1.884,9 7,98% 1.140,4 3,74% 949,1 3,16% 2.721,6 8,38% 2.437,8 6,72% 2.044,0 6,91% 2.390,7 6,91% 1.036,2 3,51%
Sul 11.792,6 55,24% 8.397,3 35,55% 16.074,1 52,69% 16.015,8 53,29% 16.245,2 50,00% 18.575,0 51,22% 13.230,9 44,71% 15.596,0 45,07% 14.764,7 50,06%
Sudeste 5.258,5 24,63% 8.154,1 34,52% 8.162,7 26,76% 7.842,4 26,09% 7.164,9 22,05% 8.069,7 22,25% 7.050,7 23,83% 8.296,3 23,98% 7.528,3 25,52%
Centro-Oeste 3.108,4 14,56% 4.578,0 19,38% 4.483,4 14,70% 4.492,1 14,95% 5.518,5 16,99% 6.235,7 17,19% 6.495,7 21,95% 7.274,7 21,02% 5.301,5 17,97%
BRASIL 21.347,8 23.624,3 30.506,1 30.055,6 32.487,6 36.267,0 29.589,8 34.600,9 29.493,9

SOJA (EM GRÃO)


PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 44,4 0,22% 10,8 0,07% 21,1 0,11% 37,4 0,17% 68,6 0,28% 47,3 0,18% 15,2 0,07% 45,3 0,17% 92,9 0,30%
Nordeste 225,5 1,13% 451,9 3,03% 504,7 2,63% 682,7 3,02% 1.024,4 4,11% 1.255,6 4,89% 860,0 3,71% 1.324,0 5,01% 1.529,2 4,87%
Sul 11.500,6 57,80% 6.001,2 40,17% 9.456,6 49,22% 11.266,7 49,87% 11.210,0 44,96% 11.986,5 46,67% 11.069,3 47,80% 11.769,5 44,53% 14.403,4 45,91%
Sudeste 1.686,0 8,47% 1.955,1 13,09% 1.827,8 9,51% 2.096,8 9,28% 2.499,8 10,03% 2.385,2 9,29% 2.144,4 9,26% 2.513,8 9,51% 2.305,8 7,35%
Centro-Oeste 6.441,3 32,37% 6.518,8 43,64% 7.404,4 38,54% 8.507,3 37,66% 10.129,0 40,63% 10.008,1 38,97% 9.066,4 39,15% 10.778,2 40,78% 13.042,8 41,57%
BRASIL 19.897,8 14.937,8 19.214,7 22.591,0 24.931,8 25.682,6 23.155,3 26.430,8 31.374,1

94
TABELA DE ÁREA COLHIDA E PRODUÇÃO
AGREGADAS PARA PRODUTOS HORTÍCOLAS
E OUTROS PRODUTOS

95
96
Evolução da produção obtida de produtos selecionados: algodão (caroço), arroz, café (coco), cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho, soja e cacau, período 1990-98, por região geográfica. Dados em 1.000 t.
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 6.736,8 2,0% 6.846,5 2,0% 6.559,3 1,8% 7.708,7 2,3% 8.754,5 2,2% 8.684,7 2,1% 7.373,5 1,8% 8.652,0 2,0% 8.214,4 1,9%
Nordeste 86.446,4 25,2% 86.516,1 25,3% 82.678,8 22,9% 51.401,8 15,3% 74.053,8 18,9% 78.589,1 19,2% 65.223,5 16,2% 82.398,2 18,8% 67.258,1 15,5%
Sul 47.891,0 14,0% 39.726,5 11,6% 53.426,5 14,8% 55.891,6 16,7% 58.033,7 14,8% 65.236,0 16,0% 59.319,8 14,7% 64.375,8 14,7% 68.174,8 15,7%
Sudeste 175.803,5 51,3% 180.481,8 52,8% 188.127,6 52,2% 189.549,3 56,5% 215.641,0 55,0% 217.342,8 53,2% 230.078,9 57,1% 236.351,2 53,9% 242.691,2 55,9%
Centro-Oeste 26.126,9 7,6% 28.090,8 8,2% 29.930,3 8,3% 31.100,9 9,3% 35.725,7 9,1% 39.001,5 9,5% 40.641,2 10,1% 46.497,2 10,6% 48.014,4 11,1%
BRASIL 343.004,6 100,0% 341.661,7 100,0% 360.722,5 100,0% 335.652,4 100,0% 392.208,7 100,0% 408.854,2 100,0% 402.636,9 100,0% 438.274,4 100,0% 434.352,9 100,0%
Fonte: IBGE - LSPA - Dados trabalhados
Evolução da área colhida de produtos selecionados: algodão (caroço), arroz, café (coco), cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho, soja e cacau, período 1990-98, por região geográfica. Dados em 1.000ha.
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1.586,4 3,7% 1.596,0 3,7% 1.667,4 3,9% 1.833,8 4,6% 2.024,5 4,5% 2.052,4 4,6% 1.816,2 4,7% 2.024,1 4,7% 1.904,2 4,8%
Nordeste 9.149,7 21,5% 10.403,9 24,2% 9.913,0 23,0% 6.783,9 17,0% 10.485,6 23,5% 10.360,4 23,2% 7.969,9 20,6% 10.072,8 23,4% 6.371,4 16,0%
Sul 14.472,0 34,0% 14.238,1 33,1% 14.381,2 33,4% 14.364,1 36,1% 14.207,4 31,8% 14.303,8 32,1% 12.619,4 32,6% 13.622,4 31,7% 13.641,6 34,3%
Sudeste 10.498,1 24,7% 10.602,0 24,7% 10.480,6 24,3% 9.979,6 25,1% 10.255,6 23,0% 9.949,8 22,3% 9.343,5 24,1% 9.669,1 22,5% 9.542,9 24,0%
Centro-Oeste 6.824,9 16,0% 6.146,2 14,3% 6.605,5 15,3% 6.834,0 17,2% 7.662,8 17,2% 7.901,5 17,7% 6.961,8 18,0% 7.572,4 17,6% 8.278,6 20,8%
BRASIL 42.531,1 100,0% 42.986,3 100,0% 43.047,7 100,0% 39.795,4 100,0% 44.635,8 100,0% 44.568,0 100,0% 38.710,8 100,0% 42.960,8 100,0% 39.738,8 100,0%
Fonte: IBGE - LSPA - Dados trabalhados
Evolução da área colhida de produtos selecionados: abacaxi, alho, banana, caju, cebola, coco, laranja, manga, tomate e uva, período 1990-98, por região geográfica. Dados em 1.000ha.
PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
REGIÃO/ANO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 105,9 4,3% 102,2 3,8% 109,6 4,0% 124,7 4,8% 131,7 5,1% 139,1 5,4% 132,0 5,0% 129,6 4,8% 158,8 6,4%
Nordeste 1.096,8 44,1% 1.215,6 45,6% 1.269,0 46,5% 1.294,6 50,3% 1.198,3 46,1% 1.248,0 48,4% 1.244,0 47,0% 1.267,3 46,9% 1.011,7 40,8%
Sul 187,5 7,5% 191,0 7,2% 197,0 7,2% 192,4 7,5% 207,0 8,0% 199,0 7,7% 199,8 7,6% 199,6 7,4% 194,3 7,8%
Sudeste 1.024,8 41,2% 1.090,7 40,9% 1.086,6 39,8% 895,4 34,8% 996,0 38,3% 935,2 36,2% 1.012,0 38,3% 1.012,3 37,5% 1.046,7 42,2%
Centro-Oeste 70,3 2,8% 68,8 2,6% 68,3 2,5% 67,4 2,6% 67,9 2,6% 58,9 2,3% 57,4 2,2% 93,9 3,5% 67,9 2,7%
BRASIL 2.485,4 100,0% 2.668,2 100,0% 2.730,5 100,0% 2.574,4 100,0% 2.600,8 100,0% 2.580,3 100,0% 2.645,1 100,0% 2.702,8 100,0% 2.479,4 100,0%
Fonte: IBGE - LSPA - Dados trabalhados

Evolução da produção obtida de produtos selecionados: abacaxi, alho, banana, castanha de caju, cebola, coco, laranja, manga, tomate e uva, período 1990-98, por região geográfica. Dados em 1.000.000 t.
REGIÃO/ANO PRODUÇÃO OBTIDA (1.000 t) PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Norte 1.494,8 5,9% 1.579,7 5,8% 1.616,1 5,8% 1.884,6 7,0% 2.088,8 7,9% 2.197,6 7,8% 2.187,5 7,4% 2.193,7 7,0% 2.681,2 9,4%
Nordeste 5.270,9 20,7% 5.367,9 19,8% 5.656,2 20,2% 5.119,8 19,0% 5.497,7 20,8% 5.612,5 19,8% 5.404,6 18,4% 5.748,9 18,2% 4.712,9 16,4%
Sul 906,6 3,6% 849,5 3,1% 972,3 3,5% 957,9 3,6% 1.090,7 4,1% 956,1 3,4% 947,5 3,2% 1.017,2 3,2% 855,4 3,0%
Sudeste 16.069,0 63,0% 17.295,0 63,9% 17.771,3 63,6% 16.981,0 63,1% 15.735,8 59,5% 17.676,2 62,4% 18.921,8 64,4% 19.995,3 63,4% 18.222,1 63,6%
Centro-Oeste 1.781,2 7,0% 1.988,1 7,3% 1.942,3 6,9% 1.968,9 7,3% 2.021,7 7,6% 1.875,6 6,6% 1.930,1 6,6% 2.587,1 8,2% 2.186,2 7,6%
BRASIL 25.522,5 100,0% 27.080,3 100,0% 27.958,1 100,0% 26.912,3 100,0% 26.434,8 100,0% 28.318,0 100,0% 29.391,5 100,0% 31.542,2 100,0% 28.657,7 100,0%
Fonte: IBGE - LSPA - Dados trabalhados

97
98
ANEXO 3 – DADOS SOBRE ÁREA IRRIGADA

99
100
Áreas irrigadas pelos diferentes métodos de irrigação: Brasil, Regiões e Estados (1996/97/98)
ANO 1996 1997 (1) 1998 (2)
MÉTODO ÁREA IRRIGADA POR MÉTODO (ha) ÁREA IRRIGADA POR MÉTODO (ha) ÁREA IRRIGADA POR MÉTODO (ha)
Aspersão Aspersão Aspersão
REGIÃO/ESTADOS Superfície Pivô Central Localizada Total Superfície Pivô Central Localizada Total Superfície Pivô Central Localizada Total
convencional convencional convencional
BRASIL 1.578.964 444.470 519.090 117.730 2.660.254 1.604.925 477.730 538.847 143.752 2.765.254 1.634.931 502.744 550.262 182.307 2.870.244
NORTE 76.510 1.850 5.000 83.360 79.080 2.320 270 180 81.850 82.070 3.530 390 670 86.660
Rondônia 100 100 980 300 1.280 1.780 420 30 2.230
Acre 500 100 600 500 100 600 520 140 660
Amazonas 700 500 1.200 750 500 1.250 980 710 20 1.710
Roraima 4.800 200 5.000 10.000 4.950 250 5.200 5.100 350 30 5.480
Pará 6.260 6.260 6.300 20 6.320 6.550 150 150 6.850
Amapá 100 100 900 100 1.000 1.440 300 100 1.840
Tocantins 64.150 950 65.100 64.700 1.050 270 180 66.200 65.700 1.460 390 340 67.890
NORDESTE 156.234 144.220 71.760 55.220 427.434 155.925 160.530 79.423 60.142 456.020 164.751 168.146 83.762 78.751 495.410

Maranhão 22.400 10.600 2.100 4.900 40.000 23.250 11.150 2.700 4.900 42.000 23.780 11.450 2.940 6.030 44.200
Piauí 10.824 4.250 790 2.325 18.189 11.974 4.880 1.021 2.825 20.700 12.420 5.240 1.250 5.390 24.300
Ceará 30.848 26.388 16.772 3.025 77.033 31.148 27.428 16.892 3.132 78.600 32.028 29.122 17.502 3.748 82.400
Rio Grande do Norte 3.090 2.734 480 8.190 14.494 2.533 2.954 1.560 10.233 17.280 2.903 3.454 1.765 11.658 19.780
Paraíba 9.612 9.100 3.738 4.250 26.700 6.800 19.740 1.890 1.400 29.830 7.340 20.950 2.450 1.950 32.690
Pernambuco 29.120 40.000 8.900 6.980 85.000 29.250 41.000 9.250 7.450 86.950 30.540 41.600 9.400 7.500 89.040
Alagoas 7.200 300 7.500 7.600 340 7.940 8.140 450 360 8.950
Sergipe 1.080 9.758 7.200 18.038 1.210 9.998 140 9.952 21.300 1.320 10.400 190 13.930 25.840
Bahia 42.060 41.090 38.980 18.350 140.480 42.160 43.040 45.970 20.250 151.420 46.280 45.480 48.265 28.185 168.210
SUDESTE 219.760 220.800 336.000 44.960 821.520 227.620 232.755 346.674 56.767 863.816 235.930 238.266 349.830 66.948 890.974

Minas Gerais 96.000 68.400 80.000 15.620 260.020 99.400 69.750 84.500 24.400 278.050 104.470 72.450 85.420 31.060 293.400
Espírito Santo 8.760 24.400 6.000 340 39.500 12.220 34.265 10.468 3.267 60.220 12.180 35.300 12.100 6.194 65.774
Rio de Janeiro 40.000 28.000 4.000 72.000 40.800 28.340 140 4.000 73.280 42.440 29.646 210 4.504 76.800
São Paulo 75.000 100.000 250.000 25.000 450.000 75.200 100.400 251.566 25.100 452.266 76.840 100.870 252.100 25.190 455.000
SUL 1.075.000 41.600 20.000 11.200 1.147.800 1.088.640 45.215 20.240 22.183 1.176.278 1.094.720 53.220 20.970 26.530 1.195.440
Paraná 20.000 10.000 20.000 5.000 55.000 20.340 10.120 20.240 6.793 57.493 21.740 11.230 20.970 8.360 62.300
Santa Catarina 105.000 12.600 1.200 118.800 109.200 12.695 1.546 123.441 112.800 17.890 3.650 134.340
Rio Grande do Sul 950.000 19.000 5.000 974.000 959.100 22.400 13.844 995.344 960.180 24.100 14.520 998.800
CENTRO-Oeste 51.460 36.000 91.330 1.350 180.140 53.660 36.910 92.240 4.480 187.290 57.460 39.582 95.310 9.408 201.760

Mato Grosso do Sul 39.000 2.900 12.500 1.200 55.600 39.980 3.040 12.600 1.869 57.489 41.070 3.287 12.940 4.103 61.400
Mato Grosso 3.000 2.100 3.000 8.100 3.700 2.450 3.280 696 10.126 3.995 2.635 3.480 2.070 12.180
Goiás 9.000 27.500 70.000 106.500 9.510 27.840 70.400 1.700 109.450 11.800 29.670 72.250 2.780 116.500
Distrito Federal 460 3.500 5.830 150 9.940 470 3.580 5.960 215 10.225 595 3.990 6.640 455 11.680
FONTE: Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN, Workshop: Disponibilidade de água e irrigação no Nordeste.
NOTAS: (1) Os valores de 1997 são provisórios; (2) Os valores de 1998 são estimados

101
102
ANEXO 4 – ESTIMATIVA DO VALOR DO MERCADO
BRASILEIRO DE HORTÍCOLAS

Valor comercializado no período de julho de 1993 a junho de


1998

Como indicadores do comportamento dos preços e da


quantidade comercializada, procurou-se obter as informações das
principais centrais de abastecimento, nas principais capitais brasi-
leiras. Sabe-se que essas centrais de abastecimento são respon-
sáveis por expressivos volumes comercializados e, de modo geral,
possuem estruturas para processar informações de preços e
quantidades comercializadas.
Levantaram-se, junto às principais centrais de abasteci-
mento, as informações de preços praticados e as quantidades
comercializadas, mês a mês, durante o período de julho de 1993 a
junho de 1998 (5 anos), para os seguintes produtos: abóbora, ba-
tata-doce, beterraba, cebola, cenoura, inhame, melancia, melão,
pimentão, quiabo, tomate, abacaxi, banana-prata, banana-nanica,
coco verde, goiaba, graviola, limão, mamão, manga, maracujá e
uva. Obteve-se uma base de dados composta pelas informações
de dez centrais de abastecimento a seguir identificadas. Deve-se
assinalar que essas centrais estão localizadas nas dez mais im-
portantes capitais brasileiras. Em 1996, detinham 75% da popula-
ção brasileira.
Região Sul:
CEASA-RS (Porto Alegre)
CEASA-SC (Florianópolis)
CEASA-PR (Curitiba)
Região Sudeste:
CEAGESP (São Paulo)
CEASA-MG (Belo Horizonte)
CEASA-RJ (Rio de Janeiro)
Região Nordeste:
CEASA-BA/EBAL (Salvador)
CEAGEPE (Recife)
CEASA-CE (Fortaleza)
103
Região Centro-Oeste:
CEASA-DF (Brasília)

A TABELA 1, a seguir, mostra a quantidade comercializada


nestas centrais, ano a ano, no período analisado.

104
TABELA 1
QUANTIDADE COMERCIALIZADA EM TONELADA EM 10 CENTRAIS DE ABASTECIMENTO –
JUL/93 A JUN/98
QUANTIDADE COMERCIALIZADA EM T.
PRODUTOS
jul/93-jun/94 jul/94-jun/95 jul/95-jun/96 jul/96-jun/97 Jul/97-jun/98 MÉDIA
Tomate 532.255 577.693 665.080 647.921 611.850 606.960
Cebola 308.997 289.228 324.235 302.854 317.468 308.556
Cenoura 231.935 245.073 261.249 258.154 272.234 253.729
Melancia 233.878 242.607 258.949 238.182 254.296 245.582
Banana-prata 189.391 194.753 242.683 263.756 220.465 222.210
Mamão 135.634 154.520 188.366 181.103 213.756 174.676
Abóbora 141.766 140.929 144.582 138.447 140.339 141.213
Banana-nanica 130.262 113.852 124.688 138.838 164.199 134.368
Manga 114.531 104.264 93.658 120.395 107.902 108.150
Melão 96.188 99.801 106.346 103.415 113.161 103.782
Abacaxi 83.712 75.634 74.391 115.450 153.569 100.551
Pimentão 95.057 95.212 107.706 99.617 96.766 98.872
Limão 102.316 77.187 89.153 95.789 106.556 94.200
Batata-doce 94.546 94.847 95.936 85.962 88.945 92.047
Beterraba 69.371 76.238 79.070 89.056 112.864 85.320
Uva 68.767 72.551 79.045 64.978 56.037 68.276
(continua)
105
TABELA 1
QUANTIDADE COMERCIALIZADA EM TONELADA EM 10 CENTRAIS DE ABASTECIMENTO –
JUL/93 A JUN/98
(conclusão)
QUANTIDADE COMERCIALIZADA EM T.
PRODUTOS
jul/93-jun/94 jul/94-jun/95 jul/95-jun/96 jul/96-jun/97 Jul/97-jun/98 MÉDIA
Maracujá 54.360 50.960 71.815 69.667 52.989 59.958
Quiabo 33.044 33.663 38.072 44.763 52.343 40.377
Inhame 30.523 37.782 39.750 45.533 47.208 40.159
Goiaba 21.906 18.674 23.004 24.717 25.110 22.682
Coco 12.980 18.386 19.304 22.167 26.224 19.812
Graviola 213 247 389 380 332 312
FONTE: CEASAs (MG, RJ, DF, PR, RS, SC, CE, BA), CEAGESP (SP) E CEAGEPE (PE).

106
Para se chegar ao valor comercializado no período, utiliza-
ram-se os preços de cada produto, em cada CEASA, transforma-
dos em dólar pela cotação do dia 15 de cada mês. A seguir, calcu-
lou-se o preço médio de cada produto em cada CEASA, no perío-
do de 5 anos. Finalmente, estimou-se um preço médio de cada
produto para o conjunto das CEASAs. A TABELA 2 mostra o pre-
ço médio de cada produto analisado.

TABELA 2
PREÇO MÉDIO PRATICADO NAS CEASAS PAGOS AOS
PRODUTORES JULHO/93 A JUNHO/98 – US$/KG
Produto Preço Produto Preço
Abóbora 0,37 Abacaxi 0,58
Batata-doce 0,36 Banana-prata 0,57
Beterraba 0,48 Banana-nanica 0,37
Cebola 0,46 Coco 0,53
Cenoura 0,43 Goiaba 1,55
Inhame 0,70 Graviola 2,03
Melancia 0,29 Limão 0,70
Melão 0,78 Mamão 0,75
Pimentão 0,75 Manga 1,36
Quiabo 1,08 Maracujá 1,24
Tomate 0,57 Uva 1,62
FONTE: CEASAs (MG, RJ, DF, PR, RS, SC, CE, BA), CEAGESP (SP) E
CEAGEPE (PE).
Dados trabalhados.

Multiplicando-se este preço pelos dados da TABELA 1, ob-


tém-se o valor comercializado de cada produto, para o conjunto
das centrais. A TABELA 3 mostra este valor comercializado. Me-
rece destaque o aumento do valor comercializado entre o primeiro
ano e o quinto de cerca de 12%.

107
TABELA 3
VALOR COMERCIALIZADO NAS CEASAs, EM US$ MIL –
VALORES PAGOS AOS PRODUTORES
PRODUTOS jul/93-jun/94 jul/94-jun/95 jul/95-jun/96 jul/96-jun/97 jul/97-jun/98 Média
Tomate 305.321 331.386 381.515 371.672 350.980 348.175
Manga 156.243 142.237 127.767 164.243 147.200 147.538
Abacaxi 136.560 141.657 151.198 139.073 148.482 143.394
Cebola 142.125 133.032 149.133 139.299 146.021 141.922
Mamão 101.104 115.182 140.412 134.997 159.338 130.207
Banana-prata 108.049 111.108 138.452 150.475 125.777 126.772
Uva 111.728 117.877 128.427 105.573 91.046 110.930
Cenoura 100.778 106.486 113.515 112.170 118.288 110.247
Melão 75.169 77.992 83.107 80.816 88.433 81.103
Maracujá 67.299 63.090 88.909 86.250 65.602 74.230
Pimentão 70.974 71.089 80.418 74.378 72.249 73.822
Melancia 68.054 70.594 75.349 69.306 73.995 71.460
Limão 71.155 53.680 62.001 66.617 74.104 65.511
Abóbora 52.270 51.962 53.309 51.047 51.744 52.066
Banana-nanica 48.658 42.528 46.576 51.861 61.334 50.191
Batata-doce 45.105 45.249 45.768 41.010 42.433 43.913
Quiabo 35.664 36.332 41.091 48.313 56.494 43.579
Goiaba 33.933 28.928 35.634 38.288 38.897 35.136
Beterraba 24.899 27.363 28.380 31.964 40.509 30.623
Inhame 21.437 26.535 27.917 31.978 33.155 28.204
(continua)

108
TABELA 3
VALOR COMERCIALIZADO NAS CEASAs, EM US$ MIL –
VALORES PAGOS AOS PRODUTORES
(conclusão)
PRODUTOS jul/93-jun/94 jul/94-jun/95 jul/95-jun/96 jul/96-jun/97 jul/97-jun/98 Média
Coco 6.838 9.687 10.170 11.678 13.816 10.438
Graviola 432 501 788 771 672 633
TOTAL 1.783.794 1.804.494 2.009.837 2.001.779 2.000.570 1.920.095
FONTE: CEASAs (MG, RJ, DF, PR, RS, SC, CE, BA), CEAGESP (SP) E CEAGEPE (PE).
Dados trabalhados.

109
Projeção do valor comercializado até 2030

Estimou-se o valor comercializado nas CEASAs, para os


anos 2000, 2005, 2010, 2020 e 2030, levando-se em conta o valor
comercializado no último ano disponível (julho de 1997 a junho de
1998). Sobre este valor foi aplicada a taxa de crescimento popula-
cional do Brasil, estimada pelo IBGE em 1,4% ao ano, em 1996.
Admitiu-se que a população continue a crescer, de acordo com a
referida taxa, até 2005. A partir daí, utilizou-se um referencial de
crescimento de 1,25% ao ano.

A TABELA 4, apresenta essas estimativas e indica, por


exemplo, que no ano de 2010 o valor do tomate comercializado
nas dez centrais será de US$ 411,65 milhões em 2010, enquanto
o valor comercializado dos 22 produtos chegará a US$ 2,35
bilhões.

110
TABELA 4
PROJEÇÃO DO VALOR COMERCIALIZADO NAS CEASAs, EM US$ MIL –
PERÍODO 2000 A 2030
ESTIMATIVA DE COMERCIALIZAÇÃO EM US$ 1000
PRODUTOS
2000 2005 2010 2020 2030 MÉDIA
Tomate 360.876 386.855 411.645 438.024 466.094 412.699
Mamão 163.831 175.625 186.879 198.855 211.598 187.358
Abacaxi 152.668 163.659 174.146 185.306 197.181 174.592
Manga 151.350 162.246 172.643 183.706 195.478 173.085
Cebola 150.138 160.947 171.260 182.235 193.913 171.699
Banana-prata 129.323 138.633 147.517 156.970 167.029 147.894
Cenoura 121.624 130.379 138.734 147.624 157.084 139.089
Uva 93.613 100.352 106.783 113.626 120.907 107.056
Melão 90.926 97.472 103.718 110.365 117.437 103.984
Limão 76.193 81.678 86.913 92.482 98.409 87.135
Melancia 76.081 81.558 86.785 92.346 98.264 87.007
Pimentão 74.286 79.634 84.737 90.167 95.945 84.954
Maracujá 67.452 72.308 76.942 81.872 87.119 77.139
Banana-nanica 63.064 67.603 71.936 76.545 81.451 72.120
Quiabo 58.087 62.268 66.258 70.504 75.023 66.428
Abóbora 53.203 57.033 60.688 64.577 68.715 60.843
(continua)
111
TABELA 4
PROJEÇÃO DO VALOR COMERCIALIZADO NAS CEASAs, EM US$ MIL –
PERÍODO 2000 A 2030
(conclusão)
ESTIMATIVA DE COMERCIALIZAÇÃO EM US$ 1000
PRODUTOS
2000 2005 2010 2020 2030 MÉDIA
Batata-doce 43.630 46.770 49.768 52.957 56.350 49.895
Beterraba 41.651 44.650 47.511 50.556 53.795 47.633
Goiaba 39.994 42.873 45.620 48.544 51.654 45.737
Inhame 34.090 36.544 38.885 41.377 44.029 38.985
Coco 14.205 15.228 16.204 17.242 18.347 16.245
Graviola 691 741 789 839 893 791
TOTAL 2.056.978 2.205.055 2.346.360 2.496.720 2.656.715 2.352.365
FONTE: CEASAs (MG, RJ, DF, PR, RS, SC, CE, BA), CEAGESP (SP) E CEAGEPE (PE);
IBGE-Dados trabalhados.

112
Segundo estudiosos, somente cerca de 45% dos produtos
comercializados no Brasil passam pelas CEASAs. Levando-se
isso em consideração, pode-se afirmar que, de julho de 1997 a
junho de 1998, o volume comercializado dos 22 produtos chegou
a US$ 4,45 bilhões. Igualmente, pode-se prever que, no ano 2010,
o volume comercializado desses mesmos produtos chegará a US$
5,21 bilhões, e, em 2030, atingirá US$ 5,9 bilhões.
Cabe ainda ressaltar que essas estimativas se baseiam
somente no crescimento populacional. Portanto, não levam em
conta o aumento do consumo individual, nem a integração de no-
vos grupos de consumidores nos mercados que não lhes eram
acessíveis por falta de oferta e/ou poder aquisitivo. Também não
consideram a tendência atual de prioridade para o consumo de
produtos frescos e naturais que favorece o aumento da demanda
por frutas e hortaliças.
Esses fatores, atuando pelo lado da demanda, podem trazer
números ainda mais expressivos para o valor comercializado do
que aqueles retratados na TABELA 4. Uma ilustração do efeito
desses fatores foi o aumento no valor comercializado de 12% no
período de julho de 1993 a junho de 1998. Supondo que a popu-
lação cresceu a uma taxa média de 1,4% ao ano neste intervalo, a
taxa acumulada dos cinco anos atingirá 7,2%. Portanto, a diferen-
ça entre os 12% e os 7,2% pode ser atribuída aos fatores citados.

113
114

Anda mungkin juga menyukai