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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

ESCOLA DE MINAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


Departamento de Engenharia de Minas
Programa de Pós Graduação em Engenharia Mineral - PPGEM

COMPORTAMENTO GEOTÉCNICO DE PILHA DE ESTÉRIL FORMADA


PELO MÉTODO DE DISPOSIÇÃO POR CORREIA

Autor: DIEGO DOS RAMOS NUNES

Orientador: Prof. Dr. WALDYR LOPES DE OLIVEIRA


FILHO
Coorientador: Prof. Dr. JOSÉ MARGARIDA DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação do Departamento de Engenharia de
Minas da Escola de Minas da Universidade
Federal de Ouro Preto, como parte integrante
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Mineral.

Área de concentração:
Lavra de Mina
Ouro Preto/MG
Julho de 2014.
N972c Nunes, Diego dos Ramos.
Comportamento geotécnico de pilha de estéril formada pelo método de disposição
por correia [manuscrito] / Diego dos Ramos Nunes. – 2014.
111f.: il.; color.; grafs. ; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Waldyr Lopes de Oliveira Filho.


Co-orientador: Prof. Ronaldo Silva Trindade.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.


Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Pós-graduação em
Engenharia Mineral.
Área de concentração: Lavra de Minas.

1. Correia transportadora - Teses. 2. Solos - Compactação - Teses. I. Oliveira Filho,


Waldyr Lopes. II. Trindade, Ronaldo Silva. III. Universidade Federal de Ouro Preto.
IV. Título.

CDU: 622.34:624.13

Catalogação: sisbin@sisbin.ufop.br

II
Dedicatória

“Essa é a Maratona, não a maratona, Não são nem 10, 15 ou 21, são sempre
42.195 m nenhum a mais e nenhum a menos, é a corrida de todas as corridas, é a rainha
das distâncias, o sonho de todos os corredores que se dignem de ser corredor. Não é
uma questão de velocidade e sim de voluntariado, resistência e estratégia e que ao
menor erro, pode ser o fim. É a corrida contra a si mesmo, contra o teu corpo, sua mente
e sua sombra. É a prova definitiva de caráter e a temperança, pois irá atravessar em
poucas horas todo o espectro das emoções humanas: ilusão, ansiedade, desespero,
medo, dor, raiva, coragem, orgulho. Não verás o “muro”, porém cedo ou tarde ele estará
ali. É o final perfeito para coroar meses de árduo trabalho e ao mesmo tempo sem saber
se irá chegar. Ninguém se esquece da primeira maratona, tão pouco da segunda, da
terceira, etc., é uma ânsia que existirá sempre, porém é unica e irrepetivelmente sua.”

Dedico esse trabalho aos meus pais que ao longo dessa


maratona acadêmica abdicaram de muitos sonhos em
pró dos meus. À minha família, em especial à minha
esposa Lucélia, que em todos os momentos me ajudou
com força, incentivo e paciência.

III
Agradecimento

Agradeço a Samarco Mineração S.A que me deu a oportunidade de desenvolver


esse trabalho e tentar responder as dúvidas que existem sobre o tema.

Ao Prof. Waldyr Lopes que acreditou na minha proposta e que teve paciência ao
longo desse tempo, com minhas idas e vindas, além dos ensinamentos e orientação
transmitidos.

A Dra. Junia Maria Rocha que me ajudou no momento mais crucial dessa pesquisa
e me forneceu um caminho a ser seguido.

Aos amigos Érico Barbosa e Eduardo Baeta que seguraram as “pontas” quando
mais precisei.

A empresa PCM que me ajudou nos testes, principalmente nos ensaios do método
das correias. E todos aqueles que me ajudaram a realizar os testes de DCP, sempre
disponíveis a ir a campo comigo.

Agradecimento especial a Lucélia que ao longo desse tempo sempre me lembrava


da minha dissertação e no momento crucial soube me entender dando apoio e incentivo,
muito obrigado.

IV
Resumo

Na mineração o transporte e a disposição do estéril geram custos para a empresa e uma


análise cuidadosa do método de disposição empregado pode levar a procura por uma
solução de melhor custo-benefício. Porém essa análise não pode ficar apenas no campo
econômico, pois fatores técnicos e de segurança devem ser considerados com o mesmo
rigor do aspecto econômico. Caso isso não ocorra os custos podem aumentar muito e a
segurança da operação de dispor na pilha de estéril pode ser comprometida. Atualmente
três métodos de disposição são conhecidos: método por camadas, método por bancadas,
e método por correia. Cada método tem sua particularidade técnica e econômica, porém
nessa pesquisa apenas o fator técnico é abordado. Os três métodos são examinados no
quesito geotécnico, principalmente no que diz respeito à resistência dos depósitos de
estéril especialmente construídos segundo cada um daqueles métodos. Os resultados
obtidos tanto de densidade in situ como de resistência do solo, esta estimada utilizando
um penetrômetro conhecido como DCP, demonstram claramente a discrepância entre os
métodos. Foram registradas diferenças de resistência 40 vezes menor no método por
correia comparativamente aos outros dois métodos tradicionais de disposição.

V
Abstract

Mining transportation and waste disposal generate costs for the company and a
careful analysis of the disposal method used can lead the search for a solution more cost-
effective. But this analysis cannot be only in the economic field, for safety and technical
factors must be considered with the same strictness of economics. If this does not occur
the costs can greatly increase and a safe operation a can be compromised. Currently
three methods of disposal are known: by layer method, bench method, and spreader
method. Each method has its technical and economic particularity, but this research only
the technical factor is addressed. The three methods are examined in the geotechnical
aspect, especially with regard to the resistance of the waste dumps specially built to each
of those methods. The results of both in-situ density and soil resistance, this estimated
using a penetrometer known as DCP, clearly demonstrate the discrepancy between the
methods. Differences in resistance were recorded 40 times lower in the spreader method
compared to the other two traditional methods of disposal.

VI
Índice
Dedicatória ....................................................................................................................................... III
Agradecimento .................................................................................................................................IV
Resumo .............................................................................................................................................. V
Abstract .............................................................................................................................................VI
Índice ............................................................................................................................................... VII
Lista de Tabelas ..............................................................................................................................IX
Lista de Figuras ................................................................................................................................ X
1. Introdução .................................................................................................................................. 13
1.1 - Considerações iniciais ................................................................................................... 13
1.2 - Objetivos .......................................................................................................................... 14
1.3 - Organização da Dissertação ........................................................................................ 14
2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................................. 16
2.1. Considerações gerais sobre seleção de alternativas e projeto de depósitos de
estéril ............................................................................................................................................. 16
2.2. Método construtivo de depósito de estéril em camadas ............................................ 18
2.3. Método construtivo de Pilha por bancos ou ponta de aterro ..................................... 19
2.4. Método Construtivo de Pilha com correias ................................................................... 21
2.5. Modos de disposição por correia ................................................................................... 22
2.5.1. Operação por bloco (Block Operation): ................................................................. 22
2.5.2. Bloco de bancada (Bench Block)............................................................................ 22
2.5.3. Operação por Face (Face Operation) .................................................................... 23
2.6. Modos de construção de depósitos de estéril por correia ......................................... 23
2.7. Estabilidade Geotécnica das pilhas construídas por correia (problemas) .............. 25
2.8. Ações práticas de contenção dos problemas de estabilidade .................................. 26
2.8.1. Medida A ..................................................................................................................... 26
2.8.2. Medida B ..................................................................................................................... 26
2.8.3. Medida C..................................................................................................................... 27
2.8.4. Medida D..................................................................................................................... 27
2.8.5. Medida E ..................................................................................................................... 28
2.8.6. Medida F ..................................................................................................................... 28
2.8.7. Medida G .................................................................................................................... 28
2.8.8. Medida H..................................................................................................................... 28
2.8.9. Medida I ...................................................................................................................... 29
2.8.10. Medida K ................................................................................................................. 29
2.8.11. Medida L.................................................................................................................. 30
2.9. Compactação dos solos .................................................................................................. 30
2.9.1. Resistência ao cisalhamento do solo compactado .............................................. 31
2.9.2. Compressibilidade ..................................................................................................... 32
2.9.3. Permeabilidade .......................................................................................................... 34
2.10. Pluviação no Ar ............................................................................................................. 35
2.11. Comparação entre os métodos construtivos ............................................................ 37
3. Materiais e Métodos ................................................................................................................... 38
3.1. Materiais ............................................................................................................................. 38
3.1.1. Caracterização do estéril ............................................................................................. 38
3.2. Métodos.............................................................................................................................. 42
3.2.1. Visita a Instalações de Spreader na Austrália ......................................................... 42
3.2.2. Ensaio de densidade in situ ........................................................................................ 46
3.2.3. Ensaio de resistência (DCP) ....................................................................................... 48

VII
3.2.4. Ensaio de teor de umidade.......................................................................................... 50
3.3. Formação de Pilha pelo método de correia ................................................................. 51
3.3.1. Arranjo experimental .................................................................................................... 51
3.3.2. Programa (ou campanha) experimental .................................................................... 55
3.4. Formação de depósito de estéril pelo método de bancadas ou Ponta de aterro .. 67
3.5. Formação de depósito de estéril pelo método em camada ....................................... 73
4. Discussão dos Resultados .......................................................................................................... 78
4.1. Método de empilhamento por correia............................................................................ 78
4.1.1. Resultados do primeiro dia .......................................................................................... 78
4.1.2. Resultados do Segundo dia ........................................................................................ 80
4.1.3. Resultados do Terceiro dia.......................................................................................... 82
4.1.4. Comparação e conclusão parcial do método por correia ....................................... 87
4.2. Método de empilhamento por bancada ........................................................................ 90
4.3. Método de empilhamento por camada.......................................................................... 96
4.4. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados de ensaio de
umidade ...................................................................................................................................... 102
4.5. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados de densidade
in situ 102
4.6. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados de ensaio DCP
104
5. Conclusões e Recomendações ................................................................................................. 106
5.1. Conclusão ........................................................................................................................ 106
5.2. Recomendações ............................................................................................................. 107
6. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 109

VIII
Lista de Tabelas
Tabela 2-1 – Resumo comparativo entre os métodos construtivos. ....................................................... 37
Tabela 3-1 - Resultado químico da amostra........................................................................................... 40
Tabela 4-1 – Resultado dos ensaios de umidade do primeiro dia de teste. ............................................ 78
Tabela 4-2 – Resultado dos ensaios de densidade do primeiro dia de teste. .......................................... 78
Tabela 4-3 – Primeiro dia de ensaio de DCP ......................................................................................... 79
Tabela 4-4 - Segundo dia de ensaio de umidade. ................................................................................... 80
Tabela 4-5 - Segundo dia de ensaio de densidade. ................................................................................ 80
Tabela 4-6- Segundo dia de ensaio de DCP. .......................................................................................... 81
Tabela 4-7 - Resultado dos ensaios de densidade do terceiro dia de teste. ............................................ 82
Tabela 4-8 – Terceiro dia de ensaio de DCP ......................................................................................... 83
Tabela 4-9 – Comparação de casos para testar a justificativa de duas populações. .............................. 87
Tabela 4-10 – Comparação de casos para testar a justificativa de confinamento. ................................. 89
Tabela 4-11 – Teor de umidade na seção 1. ........................................................................................... 90
Tabela 4-12 - Teor de umidade na seção 2 ............................................................................................ 90
Tabela 4-13 – Resumo das densidades dos ensaios na seção 1. ............................................................ 91
Tabela 4-14 - Resumo das densidades dos ensaios na seção 2. ............................................................. 91
Tabela 4-15 – Valores de DCP no método de bancada na seção . ......................................................... 94
Tabela 4-16 – Valores de DCP no método de bancada na seção 2. ....................................................... 94
Tabela 4-17 – Teor de umidade na seção 1. ........................................................................................... 97
Tabela 4-18 - Teor de umidade na seção 2. ........................................................................................... 97
Tabela 4-19 – Resumo das densidades dos ensaios na seção 1. ............................................................ 98
Tabela 4-20 - Resumo das densidades dos ensaios na seção 2. ............................................................. 98
Tabela 4-21 – Valores de DCP no método de camada na seção 1. ...................................................... 100
Tabela 4-22 - Valores de DCP no método de camada na seção 2. ...................................................... 101

IX
Lista de Figuras

Figura 2-1 Visão esquemática dos montes formados pela disposição em camadas. ............................. 18
Figura 2-2 Trator quebrando o material e formando a camada. ............................................................. 19
Figura 2-3 – desenho esquemático da disposição por banco ou em ponta de aterro. ............................ 19
Figura 2-4 – Avanço do banco da pilha de estéril no método por ponta de aterro, (Oliveira Filho,
2010). ..................................................................................................................................................... 20
Figura 2-5 - Retaludamento da face do banco em conformação ao projeto geotécnico da pilha. ......... 21
Figura 2-6 - Diagrama mostrando a disposição do estéril pelo Spreader. (Samarco,2010). .................. 21
Figura 2-7 – Método de operação por bloco. (Samarco,2010). ............................................................. 22
Figura 2-8 – Método de bancada por blocos (Samarco,2010). .............................................................. 23
Figura 2-9 – Método de operação por face (Samarco,2010). ................................................................ 23
Figura 2-10– Diagrama mostrando o método paralelo. ......................................................................... 24
Figura 2-11– Diagrama mostrando o método operação angulada. ........................................................ 24
Figura 2-12– Medida A: divisão do banco em sub-bancos (Samarco,2010). ........................................ 26
Figura 2-13– Medida B: Contrapilhamento (Samarco,2010). ............................................................... 27
Figura 2-14– Medida C: Pré-disposição com equipamento auxiliar (Samarco,2010). .......................... 27
Figura 2-15 – Medida D: cordão de material estável (Samarco,2010). ................................................. 27
Figura 2-16 – Medida E – cordão estável com auxilio de um equipamento (Samarco,2010). .............. 28
Figura 2-17 – Medida F: Aterro por etapas (Samarco,2010). ................................................................ 28
Figura 2-18 – Medida G: Operação com auxílio de um trator (Samarco,2010). ................................... 28
Figura 2-19 – Medida H: Modo de operação por bloco. (Samarco,2010). ............................................ 29
Figura 2-20 – Medida I: Operação com superfície horizontalizada (Samarco,2010). ........................... 29
Figura 2-21 – Medida K: Direção do avanço da disposição oposta ao mergulho do material de base
(Samarco,2010). ..................................................................................................................................... 30
Figura 2-22 – Medida L: Remoção da camada menos competente da fundação (Samarco,2010). ....... 30
Figura 2-23 – Bulbo de tensões que descreve o comportamento da carga P em profundidade ............. 33
Figura 2-24 – Comparativo da zona sujeita a compactação pelo equipamento e a zona que só se
densifica por peso próprio (altura de estéril). Modelo válido para os métodos de bancada e de
correia..................................................................................................................................................... 33
Figura 2-25 – Comparativo da zona sujeita a compactação pelo equipamento e a zona que só se
densifica por peso próprio (altura de estéril). Modelo válido para os métodos de camada. .................. 34
Figura 2-26 - Variação da densidade relativa com a vazão, dados experimentais, (Oliveira Filho,
1987). ..................................................................................................................................................... 35
Figura 2-27 – Pluviação: menor espalhamento do material com uma vazão mais baixa. ..................... 36
Figura 2-28 – Pluviação: maior espalhamento do material com vazão mais alta .................................. 36
Figura 2-29 – Curvas típicas de tensão- deformação para areias fofas e compactas (Oliveira Filho,
1987) ...................................................................................................................................................... 37
Figura 3-1 – Frente de estéril de onde foram retirados os materiais para construção dos depósitos
testes. ...................................................................................................................................................... 38
Figura 3-2 – Curvas granulométricas do estéril obtida a partir de amostras dos depósitos testes. ........ 39
Figura 3-3 Fotomicrografia da amostra MAGNÉTICO:, (1) hematita martítica com inclusões de
quartzo, aumento de 8 x luz refletida. .................................................................................................... 41
Figura 3-4 - Fotomicrografia da amostra NÃO MAGNÉTICO: (1) hematita martítica com inclusão
de quartzo; (2) associação de hematita martítica e goethita; (3) goethita terrosa (lama). Aumento de
8 x luz refletida. ..................................................................................................................................... 42
Figura 3-5 – Dimensões da pilha de estéril de Loy Yang ...................................................................... 43
Figura 3-6 – Visão geral do Spreader TS5. ............................................................................................ 44
Figura 3-7 - Vista do estéril de pior qualidade sendo encapsulado pelo de melhor qualidade
Geotécnica. ............................................................................................................................................. 45
Figura 3-8 - Matérial argiloso, rebatido e compactado pelo trator. ....................................................... 45
X
Figura 3-9 – Afastamento de 50 m do equipamento da crista do talude. ............................................... 46
Figura 3-10 - Gabarito para realização do teste de densidade aparente. ................................................ 47
Figura 3-11 – Cava de densidade 40 cm x 40 cm x 40 cm. ................................................................... 47
Figura 3-12 – Preenchimento da cava com água para densidade. ......................................................... 48
Figura 3-13 – Material retirado da cava de densidade acondicionado em sacos plástico para
pesagem. ................................................................................................................................................. 48
Figura 3-14 – Realização do ensaio DCP na superfície. ........................................................................ 49
Figura 3-15 – Aspecto da cava pronta para a realização do ensaio de DCP. ......................................... 50
Figura 3-16 – Realização dos ensaios DCP dentro da cava para ensaio da densidade. ......................... 50
Figura 3-17 Coleta de amostra para teste de umidade. .......................................................................... 51
Figura 3-18 – Sistema esquemático do sistema de britagem utilizado para formar a pilha de correia. . 52
Figura 3-19 - Sistema de Britagem utilizado para formar a pilha por correia. ...................................... 52
Figura 3-20 – Material utilizado para realizar a pilha por correia transportadora. ................................ 53
Figura 3-21 - Silo de alimentação da correia. ........................................................................................ 53
Figura 3-22 – Divisor de fluxo da peneira para as correias. .................................................................. 54
Figura 3-23 - As duas correias formadoras das pilhas. .......................................................................... 54
Figura 3-24 - Pilhas sendo formadas...................................................................................................... 55
Figura 3-25 – Diagrama da superposição das duas pilhas formadas. .................................................... 55
Figura 3-26 - Altura de queda do material 3,75 m. ................................................................................ 56
Figura 3-27 - Seção esquemática das pilhas. ......................................................................................... 57
Figura 3-28 – Foto das pilhas prontas .................................................................................................... 57
Figura 3-29 - Seção vertical da unificação das duas pilhas. .................................................................. 58
Figura 3-30 – Platô para a realização dos ensaios de densidade e DCP. ............................................... 58
Figura 3-31 - Seção vertical das "cavas" para o teste da densidade in situ. ........................................... 59
Figura 3-32 - Desenho esquemático representando a pilha construída. ................................................. 60
Figura 3-33 - Desenho esquemático representando o platô para realização dos ensaios de DCP e
densidade. ............................................................................................................................................... 60
Figura 3-34 - Pilha única construída com a massa total da amostra. ..................................................... 61
Figura 3-35 – Platô formado para realizar os ensaios de DCP e Densidade. ......................................... 62
Figura 3-36 – Ensaio de DCP dentro da cava do ensaio de densidade (PCV 13 e PCV 14). ................ 62
Figura 3-37 – Placa de aço (71 cm x 40 cm) utilizada para confinar o material. .................................. 63
Figura 3-38 – Descrição da pilha construída. ........................................................................................ 63
Figura 3-39 – Descrição da pilha com o platô na cota 1 ........................................................................ 64
Figura 3-40 – Descrição da pilha com o platô na cota 2. ....................................................................... 64
Figura 3-41 – Pilha formada no terceiro dia de testes............................................................................ 65
Figura 3-42 – Platô na cota 1. ................................................................................................................ 65
Figura 3-43 – Utilização da placa de confinamento com uma carga de 169 Kg. .................................. 66
Figura 3-44 – Ensaios realizado no platô da cota 2. .............................................................................. 66
Figura 3-45 – Localização geográfico do depósito de estéril de João Manoel.. .................................... 67
Figura 3-46 - Localização geográfica dos dois testes realizados na pilha de estéril João Manoel. ....... 68
Figura 3-47 – Trator trabalhando em ponta de aterro para preparar a área do teste. ............................. 68
Figura 3-48 – Local do teste em ponta de aterro.................................................................................... 69
Figura 3-49 – Dimensão e geometria da cava aberta para realização dos ensaios................................. 69
Figura 3-50 – Secção em perfil dos platôs onde foram realizados os ensaios. ...................................... 70
Figura 3-51 - - Visão dos platôs abertos para realização dos ensaios. ................................................... 70
Figura 3-52 – Localização em planta os ensaios de DCP e densidade. ................................................. 71
Figura 3-53 – – Localização dos ensaios de densidade in situ e de coleta de amostras
granulométricas. ..................................................................................................................................... 71
Figura 3-54 -Diagrama em perfil dos ensaios DCP. .............................................................................. 72
Figura 3-55 – Realização dos ensaios de DCP nos banco abertos ......................................................... 72
Figura 3-56 – Caminhão dispondo estéril no método de camadas. ....................................................... 73
Figura 3-57 – Pilhas de material dispostos pelos caminhões no método de camadas. .......................... 74
XI
Figura 3-58 – Praça onde as pilhas foram quebradas e niveladas pelo trator. ....................................... 74
Figura 3-59 – Dimensão da cava e platô para os ensaios de densidade e DCP no método por
camadas. ................................................................................................................................................. 75
Figura 3-60 – Cava do método de camadas. .......................................................................................... 75
Figura 3-61 – Seção vertical com as dimensões dos platôs e suas respectivas cotas. ........................... 76
Figura 3-62 – Localização das cavas dos ensaios de densidade in situ. ................................................ 76
Figura 3-63 – Localização dos ensaios de DCP dentro e fora das cavas de densidade in situ. ............. 77
Figura 4-1– Curvas de penetração dos ensaios DCP no primeiro dia. ................................................... 79
Figura 4-2– Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do primeiro dia ............................. 80
Figura 4-3 - Curvas de penetração dos ensaios DCP no segundo dia. ................................................... 81
Figura 4-4 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do segundo dia ............................. 82
Figura 4-5 - Curvas de penetração dos ensaios DCP no terceiro dia. .................................................... 83
Figura 4-6 - Distribuição normal de Gauss de todos os resultados de DCP do terceiro dia .................. 84
Figura 4-7 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô 1 ................. 85
Figura 4-8 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô 1, dentro da
cava dos ensaios de densidade in situ. ................................................................................................... 86
Figura 4-9 Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô 2 .................... 86
Figura 4-10 – Textura do material dentro da cava do ensaio de densidade ........................................... 88
Figura 4-11 - Acréscimo do confinamento lateral em função do segundo platô ................................... 88
Figura 4-12 – Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP para casos combinados:
segundo dia + terceiro dia – platô 1- cava+ terceiro dia – platô 2 ......................................................... 89
Figura 4-13 - Perfis de teor de umidade no depósito teste de empilhamento por bancada .................... 91
Figura 4-14 - Perfis de densidade in situ no depósito teste de empilhamento por bancada. .................. 92
Figura 4-15 – Gráfico dos resultados dos ensaios do método ponta de aterro....................................... 93
Figura 4-16 - – Perfis de DCP no método de bancada. .......................................................................... 95
Figura 4-17 - Perfis de teor de umidade no depósito teste de empilhamento por camada..................... 96
Figura 4-18 - Perfis de densidade in situ obtidos em ensaios no depósito teste de empilhamento por
camada ................................................................................................................................................... 97
Figura 4-19 - Gráfico dos resultados dos ensaios do método em camadas............................................ 99
Figura 4-20 - Perfis de DCP no método de camada. ............................................................................ 101
Figura 4-21 – Comportamento da umidade em profundidade por método construtivo. ...................... 102
Figura 4-22 – Comparativo das densidades total in situ pelos três métodos de disposição. ................ 103
Figura 4-23 – Gráfico comparativo da taxa de penetração entre o método de camadas e banco. ....... 104
Figura 4-24 - Gráfico comparativo da taxa de penetração entre os três métodos de disposição ......... 105

XII
1. Introdução
1.1 - Considerações iniciais

O método tradicional de disposição de estéril que utiliza caminhões é


praticado há muitos anos em mineração, podendo-se dizer que é usado
praticamente em todas as minas no Brasil. No entanto, a crescente
competitividade no mercado da mineração de ferro e a busca constante por
custos mais baixos e competitivo, fazem com que algumas atividades da
mineração tidas como convencionais, sejam questionada com relação a sua
eficiência econômica.

Na mineração o transporte e a disposição do estéril geram custos para a


empresa e uma análise cuidadosa do método de disposição empregado, pode
indicar a procura por um método com menor custo para a organização. Esse
novo método para nós brasileiro parece ser a formação de pilha por correia. É
fácil demonstrar que a disposição de estéril por correias possibilita aumento na
taxa de disposição, elevação da produtividade, associada com redução geral
de custos, constituindo isso a grande vantagem desse método. Entretanto,
apesar da redução de custo operacional, o custo capital para a sua
implantação é muito alto e a utilização do método é restrita a certas condições
geométricas da pilha e ao tipo de material a ser transportado pela correia.

Se do ponto de vista da operação esse método tem vantagens consideráveis,


em relação ao comportamento geotécnico esse método pode ter alguns
complicadores, a saber:

 O material é disposto de forma aparentemente mais solta, com


considerável volume de vazios, gerando uma estrutura mais
deformável e menos resistente.

 A disposição de uma grande quantidade de material sobre o


terreno de fundação em um espaço de tempo relativamente curto
produz elevadas tensões de cisalhamento, com agravante de em
certas circunstâncias propiciar um aumento repentino na
poropressão, e com isso há chances de criar condições de
instabilidade de fundação.

 Caso o material depositado na pilha contenha algum


contaminante que possa ter reação com água, a menor
compactação do solo pode acarretar um aumento de produção de
drenagem contaminada, devido a uma maior facilidade de
infiltração (precipitação) e de percolação de água (maior
permeabilidade), cuja origem pode ser também subterrânea.

Esses fatores apontados podem talvez explicar porque a disposição de


estéreis por correia não seja tão praticada mundo afora, com a exceção de
alguns lugares e tipos de mineração. Ainda, devido a essa escassez de

13
operações, a literatura técnica é bastante limitada, dificultando o melhor
entendimento do método e suas possibilidades de aplicação.

Com o objetivo de entender aqueles problemas geotécnicos que podem


ocorrer na aplicação do método, é importante entender a operação e a partir
desse ponto, desenvolver a linha de raciocínio para a identificação e solução
deles.

1.2 - Objetivos

Historicamente no Brasil as pilhas de estéril eram tratadas como


“botafora”, locais para descartar estéril sem o menor controle. Geralmente
esses botaforas eram construídos utilizando-se o método de ponta de aterro,
ocasionando vários acidentes por rompimento de talude, devido ao método
construtivo.

Com o passar dos anos as questões técnicas e de segurança do


trabalho foram se aprimorando, e o método construtivo também evoluiu. Hoje
em dia as melhores práticas de mineração aconselham a utilizar o método da
disposição em camada como padrão e em casos de necessidade a utilização
do método de ponta de aterro em bancadas de alturas limitadas, com
rebatimento do talude de face. A construção atual preza que os fatores de
risco, tanto geotécnico quanto de segurança, devem ser mitigados.

No Brasil esses dois métodos são utilizados em praticamente todas as


pilhas de estéril, porém, está ganhando força na mineração nacional a
implantação do método de disposição de estéril utilizando correias
transportadoras devido ao seu baixo custo operacional e a busca por
otimização dos processos (SAMARCO, 2010). O que se sabe sobre esse
método é pouco, mas é bastante utilizado fora do país na indústria do carvão.

O objetivo dessa dissertação de mestrado é analisar esse método


construtivo com foco na resistência do depósito formado, estabelecendo um
comparativo com as outras duas técnicas tradicionais de disposição.

1.3 - Organização da Dissertação

Esta dissertação está estruturada em cinco capítulos, o primeiro


introdutório, onde são apresentadas as considerações iniciais, os objetivos e a
organização da dissertação.

O capítulo 2 onde é apresentado a revisão bibliográfica, em que é


abordado os três métodos construtivos de pilhas de estéril, com destaque para
a formação do depósito por correias. São descritos os fatores de estabilidade
física e como são afetados segundo os diferentes modos construtivos das
pilhas.

No capítulo 3, materiais e métodos, são descritas as atividades


realizadas para formação de três pilhas testes, uma para cada método de
disposição, além de relatar a visita de campo à minas na Austrália realizada
para conhecer o método por correias.

14
O capítulo 4 é utilizado para apresentar os resultados dos ensaios nas
pilhas testes constituídos por medidas de densidade e o de resistência, e onde
também são interpretados e discutidos de modo a diferenciar os métodos
construtivos.

Capítulo 5 apresenta as conclusões com base nas avaliações dos


capítulos anteriores e sugestões para continuidade dessa pesquisa.

15
2. Revisão Bibliográfica
Neste capítulo são apresentados os três diferentes métodos construtivos
das pilhas de estéril e suas diferenças. Além dos principais fatores que podem
ser alterados por eles.

2.1. Considerações gerais sobre seleção de alternativas e projeto de


depósitos de estéril

A seleção do local para a construção de uma pilha de estéril deve


reconhecer que cada local é único, possuindo sua especificidade com relação
a geologia, topografia, fauna, flora, aspectos sócio econômicos, hidrologia,
hidrogeologia, geotecnia etc.(Eaton et al.,2005).

Na escolha do local tem sido uma ferramenta muito útil a utilização de


uma classificação de pilhas tal como proposto por Aragão e Oliveira-Filho
(2012). Essa classificação é mais voltada para a estabilidade física das pilhas e
assim os fatores principais são:

 Configuração da pilha;
 Inclinação do talude de fundação e grau de confinamento;
 Tipo de fundação;
 Qualidade do material da pilha;
 Método de construção;
 Condições piezométricas e climáticas;
 Taxa de disposição;
 Sismicidade.

A configuração da pilha ou arranjo geral tem uma relação direta com a


estabilidade. Neste caso a altura, o volume, e a topografia onde a pilha será
construída são variáveis a serem avaliadas.

A fundação é uma das peças principais na estabilidade geral da pilha,


pois uma fundação fraca pode causar uma ruptura, além de ser necessário
retirar a camada mais fraca e substituí-la por uma fundação mais competente.

A qualidade do material que será utilizado para a construção da pilha


também afeta a estabilidade, como por exemplo, a textura (granulometria), a
resistência ao cisalhamento, e a durabilidade.

O método construtivo também exerce uma forte influência na


estabilidade, principalmente se for descendente (botafora). Segundo Aragão e
Oliveira-Filho (2008), a contribuição do método construtivo para a estabilidade
pode se dar de modo:

 Favorável
o Bancos ou camadas não muito espessos (<25 m de
espessura), plataformas largas;
16
o Disposição ao longo das curvas de nível;
o Construção ascendente;
o Contrapilhamento ou terraços.
 Médio
o Bancos ou bancadas moderadamente espessas (25 m - 50 m);
o Método misto de construção.
 Desfavorável
o Bancos ou camadas muito espessas (>50 m), plataforma
estreita (aterro em forma de pontões);
o Disposição abaixo da linha de queda do talude (crista);
o Construção descendente.

As condições piezométricas e climáticas são também outros fatores


importantes do local da pilha, sejam elas protagonizadas por eventos de
precipitação (infiltração) ou por percolação subterrânea, resultando em
eventual superfície freática dentro do aterro.

Outro ponto importante, que às vezes passa despercebido no projeto, é


a taxa de disposição, pois podem gerar poropressões construtivas, resultando
em instabilidade da pilha. Quando o método de disposição por correia é
utilizado, esse quesito se trona muito importante, devido a alta taxa de
disposição, em um período de tempo curto. Nesse quesito, segundo
Aragão(2008), a taxa de disposição pode ser considerada da seguinte forma:

 Baixa
o < 25 m3/banco por metro linear de crista por dia;
o Taxa de avanço da crista < 0.1 m por dia.
 Moderada
o 25 – 200 m3/ banco por metro linear de crista por dia;
o Taxa de avanço da crista na faixa de 0.1 m – 1.0 m por
dia.
 Alta
o > 200 m3/ banco por metro linear de crista por dia;
o Taxa de avanço da crista > 1.0 m por dia.

Com relação a sismicidade, no Brasil a ocorrência é muito baixa, porém


esse aspecto pode ser gerado por detonação na frente de lavra, podendo
causar mudança das características geotécnicas da pilha.

Escolhido um local, um projeto de depósito de estéril deve contemplar


os seguintes aspectos pela NBR 13029 (ABNT, 2006):

- Topografia para definição do tipo de pilha;

- Geometria geral da pilha;

- Limpeza da Fundação e remoção do solo de baixa capacidade de


carga;

Estimativa de vazões da drenagem interna e superficial;

17
- Drenagens de fundo;

- Drenagem superficial;

- Parâmetros de estabilidade;

- Definição de cenários e modos de ruptura;

- Análise de percolação e estabilidade

- Diques da bacia de controle de sedimentos

- Tratamento da fundação dos diques

- Sistema extravasores dos diques

- Dimensionamento da bacia de controle de sedimentos;

- Cálculo do volume morto da bacia de controle de sedimentos;

- Cálculo do volume de residência da bacia de controle de sedimentos.

2.2. Método construtivo de depósito de estéril em camadas

O método construtivo de depósito de estéril em camadas com a


utilização de caminhão para o transporte de estéril consiste na descarga do
material por basculamento na plataforma aberta, formando pequenas pilhas de
forma cônica, como ilustrado na figura 2-1.

Figura 2-1 Visão esquemática dos montes formados pela disposição em camadas.

Após a disposição do estéril na forma de pilhas, um trator nivela


(“quebra”) o material formando uma camada de espessura uniforme, e criando
uma nova área (“praça”) para disposições. O processo se repete até a altura
final da pilha. A espessura das camadas depende do porte do equipamento. No
caso do caminhão CAT 789 as camadas ficam com 1,5 m de altura. Ver Figura
2-2.
18
Figura 2-2 Trator quebrando o material e formando a camada.

2.3. Método construtivo de Pilha por bancos ou ponta de aterro

O método construtivo por bancos ou ponta de aterro com a utilização de


caminhão para transporte de estéril consiste em descarregar (bascular) o
material na ponta da plataforma de trabalho (“crista”) e o avanço do aterro no
ângulo de repouso (conformação de equilíbrio limite da frente do aterro)
conforme ilustrado na Figura 2- 3.

Figura 2-3 – desenho esquemático da disposição por banco ou em ponta de aterro.

Como se pode observar na figura 4, o avanço do banco tanto


perpendicularmente a face do banco quanto paralelo, é feito sobre aterro, ou
seja, sobre material não compactado, apenas lançado, propiciando eventuais
deformações e mesmo ruptura da frente do banco. Por isso, por razões de
segurança esse lançamento de material na ponta do aterro é comumente
realizado por um trator de lâmina (que empurra o material por sobre a crista).

19
Figura 2-4 – Avanço do banco da pilha de estéril no método por ponta de aterro,
(Oliveira Filho, 2010).

Após o término de avanço do banco, sua finalização requer um


retaludamento de sua face (“rebatimento”) no sentido de uma atenuação da
inclinação, de modo a se ter uma situação final com certa segurança de
estabilidade física (Fator de segurança de 1.5 é normatizado). Esse
rebatimento, assim como o recuo de cada banco em relação ao banco inferior,
que deixa uma faixa livre de carregamento (berma) contribui também para a
estabilidade geral da pilha (ângulo geral de inclinação da pilha menor que o
ângulo de face do banco).

20
Figura 2-5 - Retaludamento da face do banco em conformação ao projeto geotécnico da
pilha.

2.4. Método Construtivo de Pilha com correias

O que é característico da disposição por correia transportadora é a


forma com que o material é transportado, e principalmente o modo como ele é
depositado na pilha. Assim, a correia funciona como o elemento utilizado para
transportar e também depositar o material. Na prática, o ato de lançar o estéril,
pode ser feito de modo mais eficiente através de utilização do equipamento
específico conhecido como “spreader”. Segundo SAMARCO ,(2010) o spreader
forma a pilha por bancos. Esse método é bem difundido em países do leste
Europeu e em minas de carvão na Austrália. A Figura 2-7 ilustra a operação de
lançamento usando o spreader.

Figura 2-6 - Diagrama mostrando a disposição do estéril pelo Spreader.


(Samarco,2010).

Esse método pode aparecer simples, mas contém duas características


distintas: o modo de disposição que é a técnica de dispor o material; e o modo

21
de construção, que está ligado ao planejamento da construção da pilha de
estéril.

2.5. Modos de disposição por correia

O modo de disposição é a forma com que o material é lançado na pilha


de estéril. De acordo com a SAMARCO,2010, existem três metodologias
possíveis conhecidas como: operação por bloco; bloco de bancada; operação
por face.

2.5.1. Operação por bloco (Block Operation):

O Spreader é posicionado no bloco de disposição ativo conforme


mostrado na Figura 2-7. Normalmente, a largura do bloco é determinada pelo
tamanho do maior avanço operacional, que por sua vez depende da área da
pilha que se pretende preencher. Pode-se notar que ao avançar na direção de
lançamento, o Spreader avança em material recém-lançado.

Figura 2-7 – Método de operação por bloco. (Samarco,2010).

2.5.2. Bloco de bancada (Bench Block)

A operação por bloco de bancada é aquela em que o Spreader é


posicionado em bloco de disposição inativo. Durante essa operação o
equipamento avança no material depositado nos ciclos precedentes, dando um
intervalo de tempo para o material compacta por peso próprio. A figura 2-8
ilustra esse modo de disposição.

22
Figura 2-8 – Método de bancada por blocos (Samarco,2010).

2.5.3. Operação por Face (Face Operation)

Durante a operação por face o Spreader somente dispõe o estéril em


uma pequena tira (um pontão), avançando desde a borda do depósito até a
distância máxima a ser alcançada pela lança, ao longo da face. Esse método é
utilizado somente em casos onde as outras técnicas não se aplicam, pois
provoca esforços extremos ao mecanismo de locomoção. A Figura 2- 9 mostra
essa operação.

Figura 2-9 – Método de operação por face (Samarco,2010).

2.6. Modos de construção de depósitos de estéril por correia


23
O modo de construção dita como será o avanço da pilha, podendo ser
paralela à linha das bancadas ou de forma angulada a elas. Geralmente, a
forma angulada é melhor, e mais usada quando é tecnicamente possível.

A vantagem da operação paralela é a alta taxa de disposição que pode


ser realizado em dois turnos de trabalho. Sua desvantagem é que a conexão
das correias deve ser estendida para cada turno, e a plataforma inicial do
Spreader deve ser criada para cada novo bloco, o que acarreta numa maior
quantidade de correias. A Figura 2-10 mostra um esquema desse modo
construtivo.

Figura 2-10– Diagrama mostrando o método paralelo.

Na operação angulada a correia de bancada faz um giro no ponto de


transferência. Não são necessários o prolongamento da correia nem a
preparação de plataformas para o Spreader começar o bloco. A desvantagem
é que o volume depositado em dois turnos é menor. A Figura 2-11 traz um
esquema dessa operação.

Figura 2-11– Diagrama mostrando o método operação angulada.


24
2.7. Estabilidade Geotécnica das pilhas construídas por correia
(problemas)

O método de disposição por correia forma um depósito de material


aparentemente no estado fofo (solto) e por isso compressível, com
características geomecânicas e hidráulicas que precisariam ser melhor
examinadas para um projeto adequado de disposição em termos de segurança
e economia.

Não é difícil prever problemas de estabilidade geotécnica em pilhas


formadas por correias como deslizamentos e recalques excessivos. Esses
potenciais problemas geotécnicos que pode ser causados pelo método são
atribuídos ao fato de que o material depositado apresentar elevados índices de
vazios, e não haver qualquer tipo de compactação mecânica. Como
demonstrado no relatório do fabricante do equipamento SAMARCO, 2010,
esses problemas surgem de fatores atrelados a operação e disposição do
estéril na pilha, a mudança nas características geotécnicas do material
depositado, e mudanças na fundação da pilha e/ou banco.

Listam-se a seguir algumas situações associadas a esses tópicos


críticos:

- Devido a degradação granulométrica, (SILVA, 2010), ocorre a geração de


finos e segregação de material, principalmente nas áreas onde há maior altura
de queda.

- Deslizamento.

- Baixa capacidade de suporte da base da bancada.

- Falhas geológicas na fundação da pilha, especialmente se o movimento foi


formado por cavalgamento.

- Efeito da água, especialmente, se há o desenvolvimento de uma freática no


corpo do depósito ou se a umidade excessiva decorrente de altas taxas de
precipitação possa modificar a consistência do material, diminuindo-lhe a
resistência.

- Altura do talude excessiva, especialmente quando ultrapassar o limite de


projeto.

- Ângulo da face do talude muito inclinado, devido ao ângulo de repouso do


material.

- Distribuição imprópria do material no corpo da pilha, principalmente nos casos


de saturação do material solto no pé do talude.

- Alta taxa de carregamento da fundação, sendo esta com baixa capacidade de


suporte.

25
- Direção do avanço na direção do mergulho da base.

- Plataforma de trabalho do equipamento com trincamento ou ainda com baixa


capacidade de suporte, o que pode fazê-lo deslizar ou atolar.

2.8. Ações práticas de contenção dos problemas de estabilidade

A disposição por correia pode acontecer de forma que se mitiguem as


potenciais ocorrências de problemas de estabilidade associadas ao método de
modo a garantir a estabilidade da bancada e também da superfície de onde o
equipamento opera. A relevância dessas ações está ligada ao risco
operacional de um rompimento de talude.

O planejamento da operação do equipamento deve considerar também


o tipo de material que será disposto, a umidade do material, a capacidade de
suporte do local onde será disposto, e a área.

Levando em conta essas considerações, um método operacional deve


ser selecionado com objetivo de garantir a estabilidade e a capacidade de
suporte da superfície onde o equipamento irá trafegar. O fabricante do
equipamento apresenta as seguintes recomendações construtivas visando a
melhor segurança operacional.

2.8.1. Medida A

Dividir o banco em bancos intermediários. Isso resulta em redução da


altura do bloco e diminuição no ângulo de face da bancada. Ver Figura 2-12.

Figura 2-12– Medida A: divisão do banco em sub-bancos (Samarco,2010).

2.8.2. Medida B

26
Essa ação consiste na estabilização do ângulo de disposição através do
contrapilhamento. Na pilha 1 o ângulo α é maior que o ângulo β da pilha 2. Ver
Figura 2-13.

Figura 2-13– Medida B: Contrapilhamento (Samarco,2010).

2.8.3. Medida C

Nesta técnica promove-se a redução da altura da disposição por pré-


disposição com equipamento auxiliar. Ver Figura 2-14.

Figura 2-14– Medida C: Pré-disposição com equipamento auxiliar (Samarco,2010).

2.8.4. Medida D

É feita a adição de um cordão de material estável. Isso só é possível se


esse cordão reduzir a altura do bloco. Ver Figura 2-15.

Figura 2-15 – Medida D: cordão de material estável (Samarco,2010).

27
2.8.5. Medida E

É feita também com a adição de um cordão de material estável, mas


agora com a ajuda de um equipamento auxiliar. Ver Figura 2-16.

Figura 2-16 – Medida E – cordão estável com auxilio de um equipamento


(Samarco,2010).

2.8.6. Medida F

Neste caso a construção do aterro é realizada por partes. Isso só é


possível no modo de operação bancada por bloco. Ver Figura 2-17.

Figura 2-17 – Medida F: Aterro por etapas (Samarco,2010).

2.8.7. Medida G

A estabilização da área é conseguida por meio de um trator para


compactar e rebater o material. Ver Figura 2-18.

Figura 2-18 – Medida G: Operação com auxílio de um trator (Samarco,2010).

2.8.8. Medida H

A técnica aqui é operar no modo de bloco para evitar o rompimento do


talude operacional. Isso só será possível se o Spreader estiver a uma distância
segura da crista da berma onde está dispondo o material. Ver Figura 2-19.

28
Figura 2-19 – Medida H: Modo de operação por bloco. (Samarco,2010).

2.8.9. Medida I

O procedimento é realizar a disposição avançada do material com a


superfície horizontalizada ou o mergulho da superfície na direção do
equipamento. Isso só será possível se o Spreader estiver a uma distância
segura da crista da berma onde está dispondo o material. Ver Figura 2-20.

Figura 2-20 – Medida I: Operação com superfície horizontalizada (Samarco,2010).

2.8.10. Medida K

Nas situações indicadas de direção da disposição oposta ao mergulho


da base e/ou ao mergulho da falha se existir deve-se proceder como indicado
na Figura 2-21.

29
Figura 2-21 – Medida K: Direção do avanço da disposição oposta ao mergulho do
material de base (Samarco,2010).

2.8.11. Medida L

Para a situação de fundação pouco competente, deve-se remover a


camada fraca antes do avanço do banco. Ver figura 2-22.

Figura 2-22 – Medida L: Remoção da camada menos competente da fundação


(Samarco,2010).

2.9. Compactação dos solos

É do conhecimento geral que uma das formas de melhoria do solo no


tocante a suas propriedades hidráulicas (permeabilidade) e geomecânicas
(compressibilidade e principalmente a resistência) pode ser conseguida por
meio da compactação.

A construção de um depósito de estéril é uma obra de terra, porém ao


contrário das grandes obras de engenharia, não passa por um controle rígido
de compactação como, por exemplo, rodovias, aeroportos, barragens, etc.
Esses depósitos não necessitam de tal acompanhamento por conta de que na
maioria das vezes sua destinação final é serem incorporados ao meio ambiente
e para isso basta que sejam autoportantes com uma margem de segurança
aceitável e dentro da norma (ABNT, 2006).

30
Pelo fato de não ser compactado, a estabilidade do depósito não é
facilmente garantida. Vale, pois aprofundar um pouco sobre o tema da
compactação ou a falta dela na construção dos depósitos. .

A compactação é o processo no qual um material particulado ou


granular é densificado pela aplicação de energia e expulsão de ar dos vazios
do solo. Esse processo pode ser feito de duas formas, através de rolo
compactador ou pelo tráfego de veículos.

No caso de depósitos de estéril construídos pelo método convencional a


compactação é feita primordialmente pelo tráfego de veículos na superfície,
que se faz não com o propósito de compactação, mas com o objetivo de
disposição do material.

A compactação por rolo compactador é feita por um equipamento


especialmente projetado para trafegar na superfície com objetivo de aplicar
uma força sobre o material para compactá-lo. Essa força pode ser aplicada
pelo peso do rolo trafegando na superfície ou ainda uma força extra pode ser
usada pela queda do rolo, como por exemplo, rolo de impacto ou giratório de
um peso excêntrico.

No caso das pilhas formadas pela disposição por correia nenhuma


dessas formas de compactação ocorrem sobre o material, sendo a
densificação obtida exclusivamente pelo próprio peso do estéril.

A compactação ocorre porque as partículas são forçadas umas contra


as outras, expelindo o ar e reduzindo volume de vazio. Nesse processo
algumas partículas podem ser quebradas e o material fino resultante desse
processo pode vir a preencher os espaços vazios.

O solo ou no caso o estéril tem geralmente uma composição variada,


principalmente ser for solo residual ou de aluvião, dependendo muito do grau
de intemperismo. A característica de compactação do solo está diretamente
ligada ao tipo de energia que se é aplicada.

2.9.1. Resistência ao cisalhamento do solo compactado

A resistência ao cisalhamento do solo é uma propriedade da massa de


solo resistir a ruptura ou deslizamento em qualquer plano (Braja, 2007). Essa
resistência é de natureza principalmente friccional e, portanto depende do
confinamento e compacidade do solo. No caso dos depósitos de estéril, esse
material tem resistência ao cisalhamento e pode ser empilhado, mas não pode
ser considerado um aterro compactado, já que não é buscada diretamente a
operação de compactação para a formação dessa estrutura. Não existem
controles de umidade, densidade, espessura da camada, e número de
passadas de um equipamento especifico com seria realizados num aterro
compactado.

Entretanto, tanto no método de bancadas e mais no método de camadas


alguma compactação é alcançada indiretamente pelo esteiramento produzido
pelo trator ao quebrar as pilhas e pelo tráfego de caminhões. Tal compactação

31
na verdade é uma sub-compactação, que afeta apenas superficialmente o solo
e com cobertura bastante variável e errática. Dependendo do método utilizado
para o empilhamento do estéril, essa sub-compactação pode ser melhorada ou
não.

2.9.2. Compressibilidade

Quando o solo é submetido a um esforço de compressão, o seu volume


diminui através da redução dos vazios, expelindo-se ar e/ou água do solo.
Essa resposta do solo se deformando é medida pela sua compressibilidade.
Essa propriedade de engenharia do solo depende de seu estado de
compacidade, no caso de solos granulares (não coesivos), ou de sua
consistência, no caso de solos argilosos (solos coesivos). A forma como essa
redução de vazios acontece depende também do estado do solo: seco, úmido
ou saturado. No caso do estéril, quase sempre a umidade existente é baixa e a
expulsão de ar é o mais provável mecanismo de redução de vazios. A exceção
dessa condição é o estéril fino de coberturas, em baixadas, e no fundo de
mina, que via de regra está saturado. Neste último caso a redução de vazios
dá-se quase que exclusivamente por expulsão de água num mecanismo
conhecido por adensamento. Essa drenagem de água será lenta se os finos do
estéril forem argilosos ou relativamente rápida no caso de finos arenosos.

Por esses aspectos da compressibilidade e eventual adensamento é


importante entender como eles acontecem num aterro sendo formado como é
o caso do depósito de estéril. À medida que a estrutura vai ganhando altura, a
estrutura vai se deformando por conta do peso próprio, o peso dos
equipamentos, e tudo isso de acordo com a lei de compressibilidade do
material (relação tensão versus deformação). Caso haja saturação e os finos
do estéril sejam argilosos ou tenha uma fração argilosa expressiva é possível
que haja aumento da poropressão da água e que nem toda a deformação que
resulte em recalques possa acontecer pari-passu com o aumento em altura do
depósito. Assim parte das deformações fica deferida no tempo por conta do
processo de adensamento.

Do ponto de vista de modelagem de um depósito de estéril, a relação


tensão versus deformação pode ser trabalhada de forma aproximada no
regime elasto-plástico. Neste modelo define-se um módulo de deformação não
necessariamente constante (elasticidade linear/não linear) e as deformações
são praticamente permanentes (plástica).

Aplicando-se esses conceitos para caso da compactação com


equipamentos é útil a consideração do bulbo de tensões/deformações, isto é a
região do solo na subsuperfície afetada pela compressão/vibração produzida
por esses elementos. A Figura 2-23 mostra esquematicamente o carregamento
de uma carga pontual ou linear na superfície e como se propaga em
profundidade o seu efeitos.

32
Figura 2-23 – Bulbo de tensões que descreve o comportamento da carga P em
profundidade

A intensidade do acréscimo de tensões/deformações induzidas em


profundidade depende da magnitude do carregamento, da geometria da área
carregada, da profundidade e da distância da carga na superfície em relação
ao ponto de aplicação. No caso de equipamentos móveis usados na formação
do depósito, os efeitos dependerão do peso do equipamento, do número de
passadas e da espessura da camada.

Este é o aspecto determinante em que o método construtivo do depósito


de estéril pode afetar a compactação do material. No método por correia e
bancada, a compactação imediata só existirá na zona afetada pelo bulbo de
tensões criado pelo peso do equipamento. Com o passar do tempo o prório
peso do material irá compactar o material. Cada banco tem 10 metros de
altura, construído em uma única camada. Estima-se que a influência do bulbo
de tensões não ultrapasse 0,50 m. Assim nas zonas mais profundas de cada
banco, abaixo do bulbo de tensões, existirão apenas os efeitos do peso
próprio. A figura 2-24 dá ideia dessa influência restrita da compactação devido
ao equipamento.

Figura 2-24 – Comparativo da zona sujeita a compactação pelo equipamento e a zona


que só se densifica por peso próprio (altura de estéril). Modelo válido para os métodos
de bancada e de correia.

33
Já no método por camada, onde os bancos são construídos com
camadas de 1,50 m, a zona afetada pelo bulbo de tensões é mais expressiva
na camada e, portanto no banco. Mesmo assim haverá espaços sub-
compactados no depósito formado. A figura 2-25 ilustra esses aspectos.

Figura 2-25 – Comparativo da zona sujeita a compactação pelo equipamento e a zona


que só se densifica por peso próprio (altura de estéril). Modelo válido para os métodos
de camada.

2.9.3. Permeabilidade

Permeabilidade é o ato de a água fluir através dos vazios existentes no solo


(Braja, 2007), logo quanto maior o índice de vazios maior será sua
permeabilidade.

Segundo Bueno e Costa, 2012 nos solos, inclusive os pedregulhos, a


velocidade de percolação é muito baixa, e o fluxo é laminar. Nessa situação, a
trajetória da água é regular e não sofre interferência de elementos
adjacentes.O movimento da água só ocorre quando há uma diferença de carga
hidráulica total entre dois pontos.

Geralmente os depósitos de estéril são considerados permeáveis, porém,


dependendo do material formador do depósito e do método construtivo, isso
não será uma verdade absoluta. Materiais de granulometria fina podem
impermeabilizar determinadas porções do depósito, dificultando o fluxo
gravitacional até o dreno de fundo.

O conhecimento da permeabilidade do solo é fundamental para os estudos de


percolação que possibilitam o dimensionamento do sistema de drenagem e
rebaixamento do nível de água. Apesar do coeficiente de permeabilidade do
depósito de estéril poder ser obtido por meio de ensaios laboratoriais e de
campo, o grau de incerteza é muito alto dada a heterogeneidade dos materiais
que compõe a estrutura.

O comparativo da permeabilidade tendo em conta os métodos construtivos do


depósito de estéril segue em parte o já discutido para resistência e
compressibilidade. Assim, não se espera muita diferença entre os métodos

34
tradicionais (bancada e camadas), mas no método de disposição por correia
transportadora a pluviação aérea em geral aumenta o índice de vazios, e como
consequência deve se esperar permeabilidades mais altas

2.10. Pluviação no Ar

O fluxo de material seco particulado lançado ao ar pela correia e


formando uma pilha também é conhecido na literatura técnica como pluviação
no ar. Ele apresenta duas variáveis que interferem nas características do
depósito que se forma: a altura de queda e a vazão, no entanto, dizem que a
altura de queda influencia pouco no valor da compacidade. Resta, assim, a
vazão para ser testada e definir o comportamento do material formado em
termos de compacidade relativa.

Segundo Oliveira Filho (1987) para se obter a densidade máxima na


pluviação aérea a vazão deve ser mínima devido a homogeneidade da chuva
das partículas, Figura 2-26. Com a vazão mínima o espalhamento do material é
menor concentrando-se em uma determinada região conforme mostrado
esquematicamente na Figura 2-27. Quando se aumenta a vazão, a chuva das
partículas se torna mais heterogênea, aumentando a distância de lançamento e
também a área de espalhamento do material depositado, fazendo com que o
índice de vazios também aumente conforme ilustrado na Figura 2-28.

Figura 2-26 - Variação da densidade relativa com a vazão, dados experimentais,


(Oliveira Filho, 1987).

35
Figura 2-27 – Pluviação: menor espalhamento do material com uma vazão mais baixa.

Figura 2-28 – Pluviação: maior espalhamento do material com vazão mais alta

A compacidade relativa está intimamente ligada à resistência do


material, pois à medida que aumenta a compacidade aumenta a resistência ao
cisalhamento, e também é cada vez menor o módulo de deformação do solo.
Como consequência de um módulo de deformação menor, o solo mais
compacto apresenta uma deformação axial, na ruptura, menor que a do solo
fofo.

As curvas tensão-deformação de solos compacto e fofo são bastante


diferentes no comportamento pós-ruptura. O material fofo exibe pouca ou
nenhuma redução da sua resistência ao cisalhamento, já o compacto, após
atingir a ruptura, apresenta queda de resistência, que tende a estabilizar com o
aumento das deformações, Figura 2-29 (Oliveira Filho, 1987).

36
Figura 2-29 – Curvas típicas de tensão- deformação para areias fofas e compactas
(Oliveira Filho, 1987)

As variações de volume associadas aos dois tipos de materiais, fofo e


compacto, são bem características. Independente do índice de vazios, a
variação do volume é inicialmente de compressão, isto é, o volume, diminui. No
caso do material fofo o volume decresce, tendendo a se estabilizar depois de
grande deformação. Já o material compacto tem uma ligeira compressão inicial
para depois, com o aumento das deformações, começar a expandir, tendendo
a estabilizar também depois de grandes deformações (Oliveira Filho,1987).

2.11. Comparação entre os métodos construtivos

Com base no discutido nos itens anteriores desse capítulo, apresenta-se


na tabela 2-1 um resumo comparativo dos três métodos de disposição de
estéril. Qual deles deve ou não ser utilizado é uma questão a ser resolvida
num estudo de alternativas, que certamente contemplará outras questões que
não apenas as de ordem técnica apresentadas aqui:

Tabela 2-1 – Resumo comparativo entre os métodos construtivos.


Características Método por correia Método por bancos Método por camadas
Custo Operacional Baixo Moderado Alto
Custo de Investimento Alto Baixo Baixo
Taxa de disposição Alta Moderada Baixa
Geometria Pilha Vales e Encostas Vales e Encostas
Ângulo geral de talude Baixo Moderado Moderado
Operabilidade Complexa Simples Moderado
Compactação Solo Baixa Baixa Moderada
Altura dos Bancos Alto Alto baixo
Índice de vazios Alto Moderado Baixo
Permeabilidade Alto Moderado Baixo
Recalque do material Alto Moderado Baixo

37
3. Materiais e Métodos
Esse capítulo descreve os materiais e métodos utilizados para a
construção dos três depósitos de estéril experimentais, uma para cada método
de construção: bancada, camada, e correia. pilha experimental por correia e
realizar os testes de densidade e DCP .Obviamente a comparação com os
métodos convencionais foram inevitáveis, logo duas outras pilhas foram
construídas representando o método de bancos e camadas. A descrição dos
métodos e materiais também estão descritos aqui.

Outro ponto relevante é a visita a instalações de um Spreader, realizado em


2010 na Austrália.

3.1. Materiais

Os materiais utilizado na construção dos depósitos testes de


estéril foram os estéreis disponíveis em mina da Samarco Mineração S.A e
provenientes da mesma frente de lavra. Por motivos de logística os testes do
método por correias não foram realizados nas dependências da Samarco. Por
isso uma amostra de 33 t foi transportada até as dependências da planta piloto
onde foram realizados os ensaios. Os testes para os métodos de banco e
camada foram realizados na própria pilha de estéril com o próprio material
utilizado para a construção dessa pilha.

3.1.1. Caracterização do estéril

Uma quantidade de 33.170 kg de material foi retirada de uma frente


típica de estéril, localizada na mina de Alegria Norte e transportada ao local do
teste por caminhão rodoviário à distância de 15 km da mina. A figura 3-1
mostra a frente de lavra de onde se tirou o material para formação das pilhas
dos testes.

Figura 3-1 – Frente de estéril de onde foram retirados os materiais para construção dos
depósitos testes.

38
Da amostra retirada na mina, foi separada uma parte do material,
através de quarteamento, para realizar a caracterização física e química.

Classificação granulométrica

A Figura 3-2 apresenta os resultados da análise granulométrica do


estéril utilizado na construção dos depósitos testes. No caso do método por
correia apenas um ensaio foi realizado. A textura grosseira é visível com
grande percentual de pedregulho e areia, mas também é notável a presença de
finos acima de 12% (apenas 1 curva em 14 tem percentual menor). Apesar da
heterogeneidade comum do material estéril, dá para se pensar numa faixa não
muito larga de ocorrência da textura para os materiais ensaiados dos depósitos
testes.
Pela classificação unificada esses materiais podem ser classificados
como pedregulho arenoso, com elevado percentual de finos (acima de 12%). A
natureza desses finos não foi investigada por ensaios de plasticidade. Assim,
esse estéril pode ser da classe GM ou GC.
Apesar de não mostrado na Figura 3.2, não se observou mudanças do
material em profundidade nos métodos de bancada e de camadas. Observa-se
na Figura que em geral o material mais grosseiro estava mais presente na pilha
em camadas, e o material da correia mostrou fração pedregulhosa bem menor.

Figura 3-2 – Curvas granulométricas do estéril obtida a partir de amostras dos depósitos
testes.

39
Análise Química

Foi realizado a análise química, utilizando a norma interna da Samarco


Mineração S.A.. Para a análise de Fe e FeO foi utilizado a dicromatometria,
para o PPC foi utilizado gravimetria, com secagem em estufa a 105ºC durante
1 hora antes da primeira pesagem. A calcinação foi feita em forno mufla a
1000°C, retirada da mufla a amostra foi colocada em dissecadora durante 40
minutos antes da segunda pesagem. Para Al2O3, P, MnO2, TiO2, Cr2O3, MgO,
CaO e K2O foi utilizado ICP – OES. Para a SiO2 , com teores até 7,00%, foi
utilizado ICP-OES, superiores a isso, foi determinado por diferença.

Na tabela 3-1, estão os resultados de todas as amostras do material


utilizado nos teste. È importante ressaltar que a característica do material
estéril da reserva da Samarco é um material com alto teor de ferro, porém com
altos teores de contaminantes. Esses contaminantes é que direcionam o corte
para definição do que é estéril ou minério. No caso da Samarco Mineração S.A
esses cortes são realizados nos teores de fósforos e PPC (perda por
calcinação), contaminantes que afetam a qualidade do produto final da
empresa. Depois do ferro é expressiva a presença de sílica.

Tabela 3-1 - Resultado químico da amostra.


SiO2 Al2O3 PPC MnO2
Amostra Fe (%) P (%)
(%) (%) (%) (%)
PAT 01 55.0 15.5 1.17 0.110 4.4 0.020
PAT 02 59.4 9.4 0.57 0.090 4.9 0.010
Método Banco

PAT 03 55.4 10.0 1.33 0.130 8.6 0.640


PAT 04 44.2 25.6 1.27 0.110 8.8 0.860
PAT 05 55.5 10.6 1.34 0.150 8.2 0.210
PAT 06 56.7 9.6 1.31 0.130 7.6 0.190
PAT 07 57.8 8.1 1.49 0.130 7.4 0.090
PAT 08 55.4 13.6 0.84 0.120 6.1 0.020
PCA01 41.2 29.2 2.39 0.064 8.6 0.800
PCA02 53.8 11.0 1.31 0.104 9.8 0.700
Método Camada

PCA03 51.5 18.1 1.08 0.118 6.6 0.380


PCA04 54.4 16.9 1.00 0.099 4.0 0.130
PCA05 54.9 10.0 1.25 0.108 9.7 0.310
PCA06 55.1 10.8 1.35 0.121 8.5 0.290
PCA07 52.9 18.1 0.39 0.050 5.7 0.050
PCA08 64.4 0.5 0.83 0.099 6.3 0.040
Método
PCV 01 56.8 11.8 0.79 0.112 5.2 0.025
Correia

40
Densidade das particulas sólidas

O ensaio para determinação da densidade das partículas sólidas foi o do


picnômetro à gás e o resultado obtido de 4,48 g/cm³. Percebe-se pelos altos
valores de densidade a influência do teor de ferro.

Análise Mineralógica

A amostra analisada é a do depósito de estéril do método de correia. Ela


foi submetida a uma separação magnética com um imã de aproximadamente
1.000 gauss, gerando os seguintes produtos: Magnético de 1000 gauss e não
magnético. O produto Magnético mostrou-se constituído por partículas de
hematita martítica com inclusões de quartzo. Este material compõe 0,5% da
amostra total enviada para a mineralogia. Já o produto Não Magnético é um
itabirito martítico com participação de itabirito anfibolítico, goethita maciça e
goethita anfibolítica. Na sua constituição aparecem hematita martítica livre,
goethita terrosa (lama), quartzo livre e hematita com inclusões de quartzo. Este
material compõe 99,5% da amostra total enviada para a mineralogia.

A importância da análise mineralógica é identificar qual tipo de mineral


forma a porção mais fina do material testado. No caso do estéril da Samarco a
faixa do material silte é proveniente dos materiais não magnéticos, mais
especificamente da goethita terrosa e da martita, que são minerais mais
frágeis, mais fácil de quebrar. As figuras 3-3 e 3-4 ilustram a mineralogia do
estéril distribuída ente materiais magnético e não-magnético.

Figura 3-3 Fotomicrografia da amostra MAGNÉTICO:, (1) hematita martítica com


inclusões de quartzo, aumento de 8 x luz refletida.

41
3

1
Figura 3-4 - Fotomicrografia da amostra NÃO MAGNÉTICO: (1) hematita martítica
com inclusão de quartzo; (2) associação de hematita martítica e goethita; (3) goethita
terrosa (lama). Aumento de 8 x luz refletida.

3.2. Métodos

A falta de experiência no Brasil da técnica de empilhamento usando correia


motivou uma visita técnica no exterior para se conhecer o método e assim
poder observar as características que o diferenciariam dos métodos
tradicionais de disposição de estéril (bancada e camadas).

A partir da visita, algumas dúvidas surgiram principalmente com relação à


resistência ao cisalhamento dos depósitos formados por correia. Decidiu-se
então construir um depósito teste para coletar dados que poderiam ser
comparados aos dados dos métodos convencionais. Foram coletados dados
em três categorias: densidade aparente in situ, resistência através da taxa de
penetração do DCP e teor de umidade. Em todas os depósitos construídos as
técnicas de ensaios foram as mesmas.

3.2.1. Visita a Instalações de Spreader na Austrália

Com o intuito de conhecer melhor o método por correia e o equipamento


que é utilizado para esse fim, a Samarco Mineração realizou visitas em outras
empresas para verificar o método sendo operado na prática. Uma dessas
visitas foi feita na empresa de carvão Loy Yang em Traralgon, Australia, a 166
Km a leste da cidade de Melbourne.

O primeiro aspecto que se nota é a área disponível para a disposição do


estéril. Uma área muito grande e plana, que propicia uma disposição continua
como se pode ver figura 3-5.

42
Figura 3-5 – Dimensões da pilha de estéril de Loy Yang

Outro ponto que impressiona é o tamanho do equipamento, como se


pode ver na descrição dos dois equipamentos que operam na mina e na figura
3-6:

TS4 construído pela MAN

Dimensão do equipamento: 107.5 m comprimento

Peso: 2.100 t

Produção: 15.400 t/h

TS5 construído pela Krupp Australia

Dimensão do equipamento: 81.5 m comprimento.

Peso: 1.863 t

Produção: 8.500 ton/h

43
Figura 3-6 – Visão geral do Spreader TS5.

Apesar da alta taxa de disposição de estéril pelos equipamentos o


alteamento do banco é lento, já que existe uma grande área para a disposição,
não influenciando assim um dos fatores que podem ter impacto na estabilidade
dos depósitos que é a taxa diária de disposição por banco (Aragão, 2008).

Outro aspecto observado na visita foi a segregação de dois tipos de


material. O primeiro material tido como pior do ponto de vista geotécnico é
colocado primeiro e depois coloca-se uma camada de um metro de um material
de melhor competência em termos de resistência (Samarco, 2010). Ver Figura
3-7.

Visitando os bancos finalizados, observou-se um rebatimento acentuado


das faces dos bancos, ou seja, o ângulo geral do talude era mais baixo do que
o praticado no quadrilátero ferrífero.

Em conversa com os engenheiros locais e o engenheiro da empresa


Thyssenkupp, ambos mencionaram que os primeiros bancos deveriam ser
realizados com caminhões, pois somente esse método poderia garantir a
integridade do dreno de fundo da pilha, sem danificá-lo.

44
Figura 3-7 - Vista do estéril de pior qualidade sendo encapsulado pelo de melhor
qualidade Geotécnica.

No caso da operação visitada, utilizam-se tratores para espalhar o


material, rebater o ângulo de face dos taludes e compactar o material, como
pode ser visto na Figura 3-8.

Figura 3-8 - Matérial argiloso, rebatido e compactado pelo trator.

Um dos fatores de segurança que é respeitado na operação do


Spreader é o afastamento de 50 m da crista do banco, de modo a evitar que o
peso do equipamento, quando próximo do talude, possa causar uma ruptura.
Ver Figura 3-9.

45
50 m

Figura 3-9 – Afastamento de 50 m do equipamento da crista do talude.

3.2.2. Ensaio de densidade in situ

O ensaio de densidade in situ foi escolhido com o objetivo de investigar


o comportamento do índice de vazios em profundidade, que indiretamente nos
fornece uma forma de interpretar os resultados de resistência.

O método utilizado para realizar o ensaio foi o de abertura de uma cava,


seguida da forração do buraco com plástico e preenchimento com água. O
material retirado tinha seu peso determinado, e a quantidade de água resultava
no volume ocupado por aquela massa. A cava tinha as dimensões cúbicas de
40 cm de aresta. As figuras de 3-10 a 3-13 a mostram a sequencia de
execução das cavas, e na Figura 3-13 vê-se a massa proveniente de uma cava
acondicionada em sacos plásticos. Essa técnica, ainda que trabalhosa,
permitiu grande qualidade de medida, além de proporcionar material para a
análise granulométrica e para o teor de umidade. No caso de se encontrar um
grande fragmento, a cava em construção era abandonada e outra era
executada por entender-se que os grandes fragmentos estavam como que
imersos na massa de estéril e não representavam sua densidade.

46
Figura 3-10 - Gabarito para realização do teste de densidade aparente.

Figura 3-11 – Cava de densidade 40 cm x 40 cm x 40 cm.

47
Figura 3-12 – Preenchimento da cava com água para densidade.

Figura 3-13 – Material retirado da cava de densidade acondicionado em sacos plástico


para pesagem.

3.2.3. Ensaio de resistência (DCP)

O ensaio de resistência utilizando um penetrômetro conhecido como


DCP, ou cone sul-africano, foi escolhido, pois o equipamento é portátil, de fácil
utilização, e eficaz para estudo de capacidade de suporte de terrenos
superficiais.

48
O equipamento constituiu basicamente de duas hastes na vertical e uma
régua milimetrada para a leitura da penetração. O peso de 8 Kg é solto em
queda livre, golpeando a haste inferior, penetrando-a no solo. Esse
deslocamento é medido como a penetração no solo. O equipamento é o
mesmo usado por RESENDE (2013) e RESENDE et AL.(2013), que fazem
uma apresentação completa sobre o DCP e mostram sua aplicação em
controle de compactação de camadas de aterro em barragens de rejeito.

O ensaio apesar de ser simples e rápido, requer que alguns cuidados


sejam tomados para não contaminar os resultados, à ocorrência de uma
grande resistência devido a alguma pedra de mão. Quando esse fato ocorreu,
o ensaio foi abortado e um novo teste foi feito ao lado. Outro fato importante foi
de utilizar um nível para manter o equipamento na vertical, evitando desvio do
furo.

Em todas as pilhas construídas o método utilizado foi o mesmo, os


ensaios com o DCP foram realizados na superfície, figura 3-14, e também
dentro das cavas dos ensaios de densidade in situ, como mostrado nas Figuras
3-15 e 3-16.

Figura 3-14 – Realização do ensaio DCP na superfície.

49
Figura 3-15 – Aspecto da cava pronta para a realização do ensaio de DCP.

Figura 3-16 – Realização dos ensaios DCP dentro da cava para ensaio da densidade.

3.2.4. Ensaio de teor de umidade

Amostras para o ensaio de teor de umidade foram coletadas durante a


escavação da cava para o teste de densidade in situ. A cada 10 cm de
profundidade, figura 3-17, uma amostra era retirada com o objetivo de
determinar o teor de umidade do material em um total de quatro amostras por
cava. As amostras eram acondicionadas em sacos plásticos e encaminhadas
ao laboratório da Samarco para pesagem e colocação na estufa mantida a
105-110C durante 12 horas. Após esse período o material era pesado
novamente e calculado seu teor de umidade.

50
Os ensaios de teor de umidade tiveram o objetivo determinar a
densidade seca in situ, além de permitir a verificação se a umidade em
profundidade se altera e se esse fator modifica a resistência do material com
relação a cada método de disposição.

Figura 3-17 Coleta de amostra para teste de umidade.

3.3. Formação de Pilha pelo método de correia

Construir um depósito de estéril por correia foi a etapa mais difícil dos
trabalhos de campo, já que não existe na região um depósito formado usando
esse método de disposição. Várias alternativas foram pensadas, porém a mais
factível foi utilizar o sistema de britagem de uma planta piloto e fazer as
adaptações necessárias.

Para não descaracterizar fisicamente o material, o britador e a peneira


classificatória não foram utilizadas. Esses dois sistemas foram selados,
forçando o material passar diretamente para as correias. Com essas
particularidades e superando algumas dificuldades operacionais montou-se em
escala reduzida uma pilha formada por correia.

3.3.1. Arranjo experimental

O sistema de britagem utilizado foi uma planta piloto da empresa PCM e


que consiste de um britador, quatro correias transportadoras e dois decks de
peneiras. O britador e a peneira não foram utilizados no teste. A figura 3-18 e
figura 3-19 dão uma visão geral do sistema e suas dimensões.

51
Figura 3-18 – Sistema esquemático do sistema de britagem utilizado para formar a pilha
de correia.

Figura 3-19 - Sistema de Britagem utilizado para formar a pilha por correia.

A formação da pilha consistiu em alimentar o material em um silo e


transportar por correia até a parte externa do prédio onde o material foi lançado
e formado a pilha. Na figura 3-20 apresenta-se o material utilizado no teste. A
sequência de figuras de 3-21 a 3-24 mostram em detalhes partes da montagem
do sistema de formação de pilha por correia.

52
Figura 3-20 – Material utilizado para realizar a pilha por correia transportadora.

Figura 3-21 - Silo de alimentação da correia.

53
Figura 3-22 – Divisor de fluxo da peneira para as correias.

Figura 3-23 - As duas correias formadoras das pilhas.

54
Figura 3-24 - Pilhas sendo formadas.

3.3.2. Programa (ou campanha) experimental

Os testes consumiram quatro dias, sendo o primeiro utilizado para


preparar o sistema, e nos outros três foram criadas as pilhas e realizados os
ensaios com o DCP e de densidade in situ, além de coleta de amostras para
granulometria e teor de umidade.

Primeiro dia

No primeiro dia de testes foram criadas duas pilhas com certa


superposição, figura 3-25, com objetivo de reproduzir com a máxima fidelidade
possível as características da operação real, isto é, descarga do material
continuamente e em linha.

Figura 3-25 – Diagrama da superposição das duas pilhas formadas.

55
Com a criação das duas pilhas, dois pontos de descarga simultânea,
foram formados, servindo de referência para os ensaios de DCP. A altura de
queda máxima foi de 3.75 m (inicial) e o tempo de duração foi de 36 min. Ao
final, as pilhas formadas chegaram a altura de 1,65 m na pilha 1 e 2,05 m na
pilha 2. As Figuras 3-26 e 3-27 mostram detalhes do arranjo experimental e a
Figura 3-28, as pilhas formadas.

Figura 3-26 - Altura de queda do material 3,75 m.

As pilhas formadas chegaram a altura de 1,65 m na pilha 1 e 2,05 m na


pilha 2.

56
Figura 3-27 - Seção esquemática das pilhas.

Figura 3-28 – Foto das pilhas prontas

Ao término da formação das duas pilhas, os topos de ambas foram


“quebrados” manualmente para unificarem-se, simulando a formação linear
como mostrado na Figura 3-29 e 3-30.

57
Figura 3-29 - Seção vertical da unificação das duas pilhas.

Figura 3-30 – Platô para a realização dos ensaios de densidade e DCP.

Com as pilhas unificadas, os ensaios de DCP foram feitos na superfície


nos locais das descargas dos materiais. Após os ensaios, uma cava de 40 cm
x 40 cm x 40 cm foi aberta manualmente na superfície nivelada para se
determinar a densidade in situ das pilhas formadas conforme mostra a figura 3-
31.

58
Figura 3-31 - Seção vertical das "cavas" para o teste da densidade in situ.

Na Figura 3-30, é interessante registrar que se observou nas pilhas certa


segregação de material na base das mesmas, fato que não foi considerado na
análise granulométrica de caracterização do estéril da pilha (item 3.1.1).

Segundo dia

No segundo dia de testes optou-se por utilizar todo o material para


construir apenas uma pilha. Após a construção da pilha, parte do material no
topo foi desmontado, a fim de criar uma plataforma, que possibilitasse os
trabalhos dos ensaios de DCP e o ensaio de densidade in situ. As figuras de 3-
32 a 3-33 mostram a pilha formada e o arranjo experimental para esses
ensaios. Notar a segregação de material na base (Figura 3-34)

59
Figura 3-32 - Desenho esquemático representando a pilha construída.

.
Figura 3-33 - Desenho esquemático representando o platô para realização dos ensaios
de DCP e densidade.

60
Figura 3-34 - Pilha única construída com a massa total da amostra.

Foram realizados quatorze ensaios de DCP e uma medida de


densidade in situ. Os ensaios DCP foram realizados na região central da pilha
onde existe um maior confinamento. Com exceção dos ensaios PCV 13 e PCV
14, todos os outros foram feitos dentro da cava criada para o ensaio da
densidade in situ, ou seja, a 40 cm da superfície. A cota desses dois pontos foi
39 cm mais baixa que os outros (79 cm da superfície), para verificar se em uma
cota mais baixa o confinamento seria maior, porém os dados obtidos não foram
conclusivos. As figuras 3-35 e 3-36 mostram detalhes da realização dos
ensaios de densidade in situ e DCP.

61
Figura 3-35 – Platô formado para realizar os ensaios de DCP e Densidade.

Figura 3-36 – Ensaio de DCP dentro da cava do ensaio de densidade (PCV 13 e PCV
14).

Terceiro dia

No último dia de teste foi formada apenas uma pilha com toda a
amostra, porém algumas diferenças foram feitas. Foram construídos dois
platôs com cotas diferentes e utilizado uma placa de aço (71 cm x 40 cm) com
um furo no centro para simular o confinamento do material disposto para os
primeiros golpes do DCP (ensaios na superfície). Ver detalhes da placa na
Figura 3-37 e do arranjo experimental nas figuras de 3-38 a 3-42.

62
Figura 3-37 – Placa de aço (71 cm x 40 cm) utilizada para confinar o material.

Figura 3-38 – Descrição da pilha construída.

63
Figura 3-39 – Descrição da pilha com o platô na cota 1

Figura 3-40 – Descrição da pilha com o platô na cota 2.

64
Figura 3-41 – Pilha formada no terceiro dia de testes

Figura 3-42 – Platô na cota 1.

Na utilização da placa para confinar o material, duas pessoas ficaram


sobre a placa para exercer uma pressão de confinamento, a massa aplicada
sobre a placa foi de 169 kg, conforme a Figura 3-43.

65
Figura 3-43 – Utilização da placa de confinamento com uma carga de 169 Kg.

Dois ensaios de densidade in situ (um em cada platô) e trinta e dois


ensaios DCP foram realizados. Destes últimos, doze foram feitos na superfície
do platô na cota 1, oito ensaios foram feitos dentro da cava do ensaio de
densidade no platô na cota 1, e os doze ensaios restantes foram feitos na
superfície do platô da cota 2. Não foi possível realizar os ensaios dentro da
cava do ensaio de densidade in situ no platô na cota 2, pois na hora do ensaio
começou a chover, o que descaracterizou a umidade do material. A figura 3-44
mostra a montagem inicial para o ensaio de densidade in situ no platô 2.

Figura 3-44 – Ensaios realizado no platô da cota 2.

66
3.4. Formação de depósito de estéril pelo método de bancadas ou
Ponta de aterro

Os testes seguintes foram realizados na empresa Samarco Mineração


S.A em uma das suas pilhas de estéril em operação com o objetivo de simular
a operação tradicional de disposição em bancadas ou ponta de aterro. A figura
3-45 mostra a localização do depósito de estéril de João Manoel onde foram
realizados os testes.

Figura 3-45 – Localização geográfico do depósito de estéril de João Manoel..

O depósito de estéril de João Manoel começou a operar com o método


de disposição ascendente em 1992 quando a Samarco iniciou a lavra em
Alegria, porém o método utilizado era o de bancadas. Essa forma de
disposição começou a mudar no início da década de 2000, quando os
procedimentos de segurança ficaram mais rígidos e a formação da pilha em
camadas começou a ser a regra. Hoje em dia, a operação de disposição de
estéril na Samarco é feita de forma ascendente por camadas.

Para a realização dos dois testes, camada e ponta de aterro, foram


escolhidos dois locais distintos dentro da própria pilha de estéril, para que um
teste não influenciasse o outro. A figura 3-46 dá ideia dessas diferentes
localizações.

67
Local Teste Bancada
Local Teste Camada

Figura 3-46 - Localização geográfica dos dois testes realizados na pilha de estéril João
Manoel.

Para realizar o teste do DCP em uma pilha disposta em ponta de aterro


tivemos que simular em escala real tal atividade. Uma área da pilha de estéril
foi selecionada e operada em ponta de aterro para que pudéssemos realizar os
testes. A altura desse banco foi de 3,31 m e toda a operação respeitou os
procedimentos internos de segurança. As figuras 3-47 e 3-48 ilustram o local
dos testes e a formação do depósito em bancada ou ponta de aterro.

Figura 3-47 – Trator trabalhando em ponta de aterro para preparar a área do teste.

68
Figura 3-48 – Local do teste em ponta de aterro.

Na campanha de testes no depósito de ponta de aterro, foram feitas


várias medidas em profundidades de modo a se verificar se haveria mudança
de comportamento em termos de densidade e resistência (taxa de penetração
do DCP). Para isso, foi utilizada uma retro escavadeira para abrir uma cava em
degraus (três platôs) de altura aproximadamente de 1m, tendo-se o cuidado de
não pertubar o material do depósito tal e qual foi formado. As figuras de 3-49 a
3-51 mostram detalhes do trabalho realizado para formar os platôs para os
ensaios.

Figura 3-49 – Dimensão e geometria da cava aberta para realização dos ensaios.

69
Figura 3-50 – Secção em perfil dos platôs onde foram realizados os ensaios.

Figura 3-51 - - Visão dos platôs abertos para realização dos ensaios.

Com os platôs formados, selecionaram-se os locais para a realização


dos ensaios de densidade in situ e DCP, como se pode ver na figura 3-51:

70
Figura 3-52 – Localização em planta os ensaios de DCP e densidade.

Os ensaios de densidade foram realizados nos locais pré-selecionados,


figura 3-52. Os ensaios de DCP também foram selecionados nas mesmas
elevações dos ensaios de densidade in situ e alguns deles foram feitos dentro
das cavas, conforme figuras 3-53 a 3-55.

Figura 3-53 – – Localização dos ensaios de densidade in situ e de coleta de amostras


granulométricas.

71
Figura 3-54 -Diagrama em perfil dos ensaios DCP.

Figura 3-55 – Realização dos ensaios de DCP nos banco abertos

Em média foram realizados quatro ensaios DCP por ponto, alguns na


superfície dos bancos e outros no fundo das cavas executadas para os ensaios
de densidade in situ. Ao todo foram realizados quarenta e oito ensaios.

72
3.5. Formação de depósito de estéril pelo método em camada

Os testes realizados pelo método de camadas foram executados


também em área da pilha de estéril João Manoel pertencente à Samarco
Mineração S.A. O empilhamento do estéril foi realizado por meio de um trator
espalhando o material trazido pelos caminhões formando uma camada. Os
caminhões utilizados foram CAT 789 com capacidade de transporte de 177 t.

Em seguida ao espalhamento e nivelamento realizado pelo trator, novo


ciclo de descarga pelos caminhões e nivelamento se repetia com camadas de
aproximadamente 1,5 m de altura. Esse processo de espalhamento e tráfego
de equipamentos parece dar certa compactação ao material aumentando
assim sua resistência. As Figuras de 3-56 a 3-58 dão a sequência construtiva
da técnica.

Figura 3-56 – Caminhão dispondo estéril no método de camadas.

73
Figura 3-57 – Pilhas de material dispostos pelos caminhões no método de camadas.

Figura 3-58 – Praça onde as pilhas foram quebradas e niveladas pelo trator.

O processo de abertura dos platôs para a realização dos ensaios foi o


mesmo realizado no teste do método de ponta de aterro. Uma escavadeira foi
utilizada para a abertura de platôs sem perturbação do material tal e qual foi
formado, isso quer dizer que o peso da escavadeira não exerceu pressão nos
bancos onde foram testados os DCP. As Figuras de 3-59 a 3-61 mostram
detalhes da locação dos testes realizados.

74
Figura 3-59 – Dimensão da cava e platô para os ensaios de densidade e DCP no método
por camadas.

Figura 3-60 – Cava do método de camadas.

75
Figura 3-61 – Seção vertical com as dimensões dos platôs e suas respectivas cotas.

Os ensaios de densidade in situ foram realizados utilizando o


mesmo procedimento das outras pilhas (cava e preenchimento com água) e
também foram coletadas amostras de 10 em 10 cm para determinação de teor
de umidade das cavas. A Figura 3-62 mostra a locação dos pontos onde esses
ensaios foram realizados.

Figura 3-62 – Localização das cavas dos ensaios de densidade in situ.

Após os ensaios de densidade, químicos e granulométricos, foram


realizados os ensaios de DCP. Esses ensaios foram realizados da mesma
forma já descritos para outras pilhas e sua locação é mostrada na Figura 3-63.

76
Figura 3-63 – Localização dos ensaios de DCP dentro e fora das cavas de densidade in
situ.

77
4. Discussão dos Resultados

Neste capítulo serão apresentados, analisado e discutido os resultados


dos ensaios aplicados nas pilhas que representam cada método construtivo.
Os ensaios de teor de umidade, densidade in situ e resistência (DCP),
foram aplicados criteriosamente no mesmo material e replicando a realidade
operacional, quando isso foi possível.

4.1. Método de empilhamento por correia

Os ensaios que simularam a construção da pilha por correia, foram


realizados na empresa PCM durante quatro dias. Um dia foi utilizado para
ajustar o sistema, como fechar a malha da peneira e abrir ao máximo a
mandíbula do britador para que o material não sofresse alteração na
granulometria. Nos outros três dias os ensaios ocorreram de fato.

4.1.1. Resultados do primeiro dia

As tabelas 4-1 e 4-2 mostram os resultados densidade in situ e teor de


umidade média do primeiro dia de testes (duas pilhas simulando disposição
linear, no tempo de). Percebe-se a baixa dispersão nos teores de umidade
médios e a excelente reprodutibilidade de condições para a medida de
densidades in situ nas pilhas 1 e 2.

Tabela 4-1 – Resultado dos ensaios de umidade do primeiro dia de teste.


1º dia de teste Teor de
Umidade (%)
Cava Pilha 1 8.81
Cava Pilha 2 9.60
Média 9.20

Tabela 4-2 – Resultado dos ensaios de densidade do primeiro dia de teste.


1º dia de teste Densidade in
situ (g/cm3)
Cava Pilha 1 1.94
Cava Pilha 2 1.94
Média 1.94

Na figura 4-1 e tabela 4-3 são apresentados os resultados de DCP


também do primeiro dia de testes, todos feitos na superfície do platô formado

78
após o arrasamento das pilhas, três deles na pilha 1 (final “a” na identificação)
e os outros quatro na pilha 2(final “b” na identificação) .

Figura 4-1– Curvas de penetração dos ensaios DCP no primeiro dia.

Tabela 4-3 – Primeiro dia de ensaio de DCP

Ensaio DCP (mm/golpe)


PCV 01 a 374.0
PCV 01 b 431.0
PCV 02 a 252.0
PCV 02 b 361.0
PCV 03 a 357.0
PCV 03 b 862.0
PCV 04 b 156.0

Os sete resultados de DCP mostram que apenas dois golpes foram


necessários para alcançar o limite da haste do equipamento (100 cm), com
exceção, de um ensaio que obteve apenas um golpe, com a penetração de 862
mm/golpe. A análise estatística desses ensaios permite concluir que se houver
a exclusão do “outlier” (PCV03b) o DCP médio fica em torno de 322
(Coeficiente de Variação, CV=28%). A figura 4-2 ilustra a distribuição normal de
Gauss dos resultados.

79
3

Dist. Pop.1
Dist. Geral
2
Frequência

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
DCP (mm/golpe)
Figura 4-2– Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do primeiro dia

4.1.2. Resultados do Segundo dia

Os resultados dos ensaios no segundo dia de testes (pilha única) estão


nas tabelas 4-4 e 4-5 para o teor de umidade e a densidade in situ,
respectivamente. De novo tem-se baixa dispersão nos resultados de teor de
umidade, que aliás apresenta valores quase que idênticos ao do primeiro dia.
Para a densidade in situ apenas um resultado foi obtido ligeiramente superior
ao do primeiro dia.

Tabela 4-4 - Segundo dia de ensaio de umidade.


2º dia de teste Teor de
Umidade (%)
Cava Pilha 1 9.82
Cava Pilha 2 9.47
Média 9.65

Tabela 4-5 - Segundo dia de ensaio de densidade.


2º dia de teste Densidade in
situ (g/cm3)
Cava Pilha 1 2.09

Média 2.09

80
Figura 4-3 - Curvas de penetração dos ensaios DCP no segundo dia.

Tabela 4-6- Segundo dia de ensaio de DCP.

Ensaio DCP (mm/golpe)


PCV 05 342.0
PCV 06 230.0
PCV 07 343.0
PCV 08 216.5
PCV 09 849.0
PCV 10 254.8
PCV 11 267.5
PCV 12 242.5
PCV 13 369.5
PCV 14 237.2
PCV 15 248.5
PCV 16 427.0
PCV 17 277.0
PCV 18 292.0

Os resultados de DCP mostram que na maioria dos ensaios foi possível


aplicar-se pelo menos 3 golpes para atingir o limite de 100 cm, indicando um
aumentando na resistência em relação aos resultados do primeiro dia. A
explicação possível seria devido a um maior confinamento, já que a pilha do
segundo dia sendo mais alta possibilitou a formação de um platô de maior
área. A análise estatística dos resultados, tirando novamente o “outlier”
(PCV09), dá uma média de DCP = 288 (CV=21%). Esse resultado é 78% do
valor obtido no primeiro dia. A figura 4-4 ilustra a distribuição normal de Gauss
dos resultados.
81
10

Distr. Pop.1
Dist. Geral
Frequência

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
DCP (mm/golpe)
Figura 4-4 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do segundo dia

4.1.3. Resultados do Terceiro dia

A tabela 4-7 mostra os resultados dos ensaios de densidade in situ no


terceiro dia (aquele em que foi formada uma pilha única em 52 min e
construído dois platôs em cotas diferentes). É interessante notar que platô 2
mais profundo na pilha apresentou praticamente a mesma densidade do ensaio
numa cota superior (platô 1). Constata-se também que os valores do terceiro
dia igualam-se praticamente ao do segundo dia (pilha única também, mas
apenas um platô).

Tabela 4-7 - Resultado dos ensaios de densidade do terceiro dia de teste.


3º dia de teste Densidade in
situ (g/cm3)
Cava Platô 1 2.05
Cava Platô 2 2.08
Média 2.06

Na figura 4-5 e tabela 4-8 são apresentados os resultados do ensaio


DCP para o terceiro dia de testes. Ao todo são trinta e dois, os doze primeiros
na superfície do platô 1, os oito seguintes dentro da cava dos ensaios de
densidade in situ, também do platô 1, e os últimos doze na superfície do platô
2. É interessante notar que o platô 2 esta na mesma altura do platô do segundo
dia.

82
Figura 4-5 - Curvas de penetração dos ensaios DCP no terceiro dia.

Tabela 4-8 – Terceiro dia de ensaio de DCP

Ensaio DCP (mm/golpe)


PCV 19 808.0
PCV 20 750.0
PCV 21 901.0
PCV 22 1000.0
PCV 23 846.0
PCV 24 340.0
PCV 25 1000.0
PCV 26 1000.0
PCV 27 822.0
PCV 28 376.0
PCV 29 313.0
PCV 30 797.0
PCV 31 257.5
PCV 32 284.0
PCV 33 890.0
PCV 34 271.0

83
PCV 35 421.0
PCV 36 892.0
PCV 37 777.0
PCV 38 303.0
PCV 39 420.0
PCV 40 353.5
PCV 41 394.5
PCV 42 389.5
PCV 43 945.0
PCV 44 630.0
PCV 45 302.0
PCV 46 251.0
PCV 47 430.0
PCV 48 308.0
PCV 49 369.0
PCV 50 354.0

A análise geral dos resultados do ensaio DCP do terceiro dia sem


identificar os “outliers” tem uma DCP médio de 569 (CV=48%), valor muito
acima dos obtidos nos dias anteriores mesmo se fosse incluído toda a
população de resultados. Observe-se a o alto coeficiente de variação. A Figura
4-6 mostra a distribuição de frequência de todos os resultados. Percebe-se
claramente a existência de duas populações estatísticas de resultados de DCP,
uma com média 341 (CV=16%) e outra com média 861 (CV=12%).
13

12
Dist. Pop. 1
11 Dist. Pop. 2
10 Dist. Geral
9
Frequência

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
DCP (mm/golpe)
Figura 4-6 - Distribuição normal de Gauss de todos os resultados de DCP do terceiro
dia

Numa análise mais detalhada, abrindo um pouco os resultados,


inicialmente com os doze primeiros do platô 1, tem-se DCP médio de 746
(CV=33%). Caso se excluíssem os “outliers” (neste caso, PVC24, PVC28 e

84
PVC29) a média iria para DCP=880 (CV=11%). Caso os “outliers” sejam
considerados outra população, esta seria com DCP médio 343 (CV=8%). A
Figura 4-7 mostra a distribuição dos resultados de DCP para o platô 1.
4
Dist. Pop. 1
Dist. Geral

3
Frequência

300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
DCP (mm/golpe)
Figura 4-7 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô
1

Passando para segundo conjunto de resultados (8), DCP dentro da cava


do platô 1, tem-se para todo o grupo o DCP médio de 512 (CV=53%). Caso se
excluam “outliers” (PCV33, PCV36, PCV37), o valor médio cai para DCP=307
(CV=19%). Caso se considerem os “outliers” como outra população, tem-se
DCP médio 853 (CV=6%). A Figura 4-8 mostra a distribuição dos resultados de
DCP para o platô 1, ensaios dentro da cava do ensaio de densidade in situ.

85
4

Dist. Pop. 1
3 Dist. Pop. 2
Dist. Geral
Frequência

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
DCP (mm/golpe)
Figura 4-8 - Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô
1, dentro da cava dos ensaios de densidade in situ.

Com o último conjunto (12), DCP na superfície do platô 2 (aquele que


está na mesma elevação do platô do segundo dia), tem-se para todo o
conjunto DCP=428 (CV=42%). Caso se excluam os “outliers” (PCV43, PCV44),
o valor médio vai para DCP= 357 (CV=15%). Figura 4-9 mostra a distribuição
dos resultados de DCP para o platô 2.
8

6
Dist. Pop.1
Dist. Geral
5
Frequência

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
DCP (mm/golpe)
Figura 4-9 Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP do terceiro dia, platô 2

86
4.1.4. Comparação e conclusão parcial do método por correia

No tocante às densidades in situ os valores apresentados pelo segundo


e terceiro dia são muito próximos, com média de 2.07 g/cm 3 (CV=0.8%). Já na
comparação com o primeiro dia, a diferença chega a 7% (a densidade é menor
no primeiro dia). A média global dá um valor 2.02 g/cm 3 (CV=3%).

O teor de umidade teve determinações no primeiro e no segundo dias, e


praticamente a série mostra baixa dispersão (CV=4%) e valor médio de 9.4%.

A análise dos resultados do ensaio DCP é bem mais complexa. Nos três
dias de ensaio houve variações na forma de construir a pilha ou de como
realizar os ensaios, além da quantidade de cada série. Alguns fatores que
poderiam ter influência nos resultados podem ser citados: altura de queda,
velocidade (vazão) de formação das pilhas, confinamento lateral, e presença
aleatória de pedregulhos e fragmentos (dificultam a penetração do DCP).

Dos fatores acima, a altura de queda e a vazão não puderam ser muito
exploradas pela pequena variação delas nos arranjos experimentais
executados. Assim sobram para explicar os resultados a granulometria e o
confinamento.

O material da pilha tem uma textura visualmente grosseira, classificado


como GC ou GM, e distribuição granulométrica com grande percentual de
material graúdo (77% retido na #200, 45% de tamanho maior 1cm, 10% maior
que 10cm). No entanto, há um percentual alto de finos, do ponto de vista
geotécnico, 23%. A esse aspecto granulométrico, há ainda um presumível
arranjo fofo. Todas essas caraterísticas parecem justificar o fato da análise
geral dos dados identificar duas populações de resultados como mostrado na
tabela 4-9.

Tabela 4-9 – Comparação de casos para testar a justificativa de duas populações.

Análise População 1 População 2

DCP médio (Coef. No. Residual DCP médio (Coef. No. Residual
Variação) (%) Variação) (%)

Primeiro dia 322 (CV=28%) 6 (86%) 862 1 (14%)

Segundo dia 288 (CV=22%) 13 (93%) 849 1 (7%)

Terceiro dia 341 (CV=16%) 18 (56%) 861 (12%) 14 (44%)

Constata-se que ambas as populações mostradas na Tabela 4-9 tem


dispersão baixa e os valores da população 1 se encontram entre 288 e 341
(média ponderada = 319), e a população 2 se apresenta com valores muito
próximos, com média ponderada = 860.

O que se pode depreender daqui seria que ao bater o DCP há chances


de se encontrar material fofo, mas pedregulhoso (população 1, média 322), ou
material fofo, mas fino (população 2, média 860), figura 4-10.

87
Figura 4-10 – Textura do material dentro da cava do ensaio de densidade

O outro fator que pode explicar também os resultados é o aspecto de


confinamento. Por esse título entende-se no caso da pilha as situações com
maior ou menor área (platô) para centrar as diversas determinações de DCP
longe das bordas. Essa situação é melhor identificada no terceiro dia quando
se faz ensaios no platô 1 (menor área, menor confinamento) e no platô 2
(maior área e maior confinamento), figura 4-10. A situação do platô 2 também
existe no caso do segundo dia e também nos ensaios de DCP dentro da cava
do platô 1. A tabela 4-10 mostra essa comparação.

Figura 4-11 - Acréscimo do confinamento lateral em função do segundo platô

88
Tabela 4-10 – Comparação de casos para testar a justificativa de confinamento.

Análise População 1 População 2

DCP médio (Coef. No. Residual DCP médio No. Residual


Variação) (%) (Coef. Variação) (%)

Terceiro dia, platô 1 343 (CV=8%) 3 (25%) 880 (CV=11%) 9 (75%)

Terceiro dia, platô 2 357 (CV=15%) 10 (83%)

Terceiro dia, platô 1, 307 (CV=19%) 5 (62%) 853 (CV=6%) 3 (38%)


dentro da cava

Segundo dia 288 (CV=22%) 13 (93%) 849 1 (7%)

Um reforço de argumento pode ser visto quando se compara a


distribuição normal do terceiro dia, platô 1, Figura 4-7, com a distribuição
combinada do terceiro dia - platô 2 + terceiro dia - platô 1 - cava + segundo dia,
tal como mostrado na figura 4-12.

Dist. Pop. 1
17
Dist. Pop. 2
16
15
Dist. Geral
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Figura 4-12 – Distribuição normal de Gauss dos resultados de DCP para casos
combinados: segundo dia + terceiro dia – platô 1- cava+ terceiro dia – platô 2

Tem-se para o caso combinado, o DCP médio é 316 (CV=21%) da


população 1 (com 28 resultados, 82% do total) e DCP médio de 831 (CV=12%)
da população 2 (com 6 resultados, 18% do total).

Essa última análise parece ser a mais representativa do método de


disposição por correia. Pois, ela contém o material da pilha (sua distribuição
granulometria em peso) e também é as situações de maior confinamento.

89
4.2. Método de empilhamento por bancada

Nas tabelas 4-11 e 4-12 e figura 4-13 mostram os resultados de teor de


umidade executados a partir de amostras coletadas nas cavas dos ensaios de
densidade in situ. Os ensaios foram realizados em duas seções. Constata-se
que os perfis de umidade das duas seções são distintos, mas se apresentam
quase que paralelos, defasados de aproximadamente 4%. O teor de umidade é
maior próximo à superfície, diminui abaixo dela, ficando com pouca variação
em profundidade. Os resultados na profundidade 3.5 m estão fora da seção 2.
O valor médio de teor de umidade do empilhamento teste em bancada está em
torno de 11.4% (CV=26%) o que difere pouco daquele valor observado no
método de correia (9.4%).
Tabela 4-11 – Teor de umidade na seção 1.
Teor de Umidade Bancada na Seção 1 Profundidade (cm)
PAT01 11.1% 25
PAT02 6.8% 157
PAT03 7.9% 283

Tabela 4-12 - Teor de umidade na seção 2


Teor de Umidade Bancada na Seção 2 Profundidade (cm)
PAT04 14.0% 26
PAT05 10.7% 153
PAT06 11.6% 283
PAT07 12.4% 359
PAT08 16.8% 359

90
Teor de Umidade (%)
0 4 8 12 16 20

100
Profundidade (cm)

200

300

Seção 1
Seção 2
400
Figura 4-13 - Perfis de teor de umidade no depósito teste de empilhamento por bancada

Os resultados de densidade in situ com a profundidade acham-se


mostrados nas tabelas 4-11 e 4-12 e na figura 4-13. Eles estão organizados em
duas seções e foram executados nos platôs da cava escavada no deposito
teste do método de bancada.

Tabela 4-13 – Resumo das densidades dos ensaios na seção 1.


Densidade Bancada na Seção 1 (g/cm3) Profundidade (cm)
PAT01 2.82 26
PAT02 2.40 157
PAT03 2.27 293

Tabela 4-14 - Resumo das densidades dos ensaios na seção 2.


Densidade Bancada na Seção 2 (g/cm3) Profundidade (cm)
PAT04 2.36 0
PAT05 2.12 157
PAT06 2.21 293
PAT07 2.17 350
PAT08 1.98 350

91
Densidade in situ
1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3

100
Profundidade (cm)

200

300

Dens. total seção 1


Dens. total seção 2
Dens. seca seção 1
Dens. seca seção 2
400
Figura 4-14 - Perfis de densidade in situ no depósito teste de empilhamento por
bancada.

Na análise da figura 4-14 percebe-se que os perfis de densidade das


duas seções tem desenvolvimento semelhante, com valores mais elevados na
superfície que decaem em profundidade. Os resultados confirmam a
expectativa, pois o método construtivo de ponta de aterro imprime um
diferencial no material mais superficial em relação aos estéreis em níveis mais
profundos. Os primeiros estão sob ação próxima do tráfego intenso de
equipamentos e de seu peso (caminhão trazendo material e trator espalhando
na praça), fatores que se atenuam em profundidade, já que se trata de
espessas camadas de material (bancos).

Nas figuras4-15 e 4-16, e tabela 4-15 e 4-16, são mostrados os


resultados do ensaio DCP executados nos degraus formados dentro da cava
construída no banco de ponta de aterro. Parte deles foi feito na superfície
desses bancos (platôs) e parte nas cavas dos ensaios de densidade in situ (cf.
item 3.4).

92
Figura 4-15 – Gráfico dos resultados dos ensaios do método ponta de aterro.
93
Cada ensaios de DCP foi representado em forma gráfica a fim de obter a
equação da curva de cada ensaio:

Tabela 4-15 – Valores de DCP no método de bancada na seção .


DCP Bancada Seção 1
Ensaio DCP (mm/golpe) Profundidade (cm)
PAT 01 furo 14.1 32.6
PAT 01 furo_1 13.7 32.9
PAT 01 furo_2 9.8 32.5
PAT 01 furo_3 12.3 30.0
PAT 01 superficie 10.2 4.0
PAT 01 superficie_1 13.8 3.5
PAT 02 furo 8.6 170.5
PAT 02 furo_1 20.4 169.6
PAT 02 furo_2 14.0 168.2
PAT 02 furo_3 7.4 170.9
PAT 02 superficie 47.0 124.8
PAT 02 superficie_1 30.8 126.6
PAT 03 furo 22.5 232.5
PAT 03 furo_1 25.4 231.5
PAT 03 furo_2 20.8 233.6
PAT 03 furo_3 18.5 233.0
PAT 03 superficie 23.5 231.2
PAT 03 superficie_1 16.7 230.4
PAT 03 superficie_2 36.1 230.8

Tabela 4-16 – Valores de DCP no método de bancada na seção 2.


DCP Bancada Seção 2
Ensaio DCP (mm/golpe) Profundidade (cm)
PAT 04 furo 14.7 35.3
PAT 04 furo_1 17.6 34.2
PAT 04 furo_2 38.3 35.8
PAT 04 furo_3 20.6 37.5
PAT 04 superficie 12.7 7.1
PAT 04 superficie_1 14.0 5.9
PAT 05 furo 20.1 166.4
PAT 05 furo_1 23.0 167.0
PAT 05 furo_2 40.6 169.2
PAT 05 furo_3 31.6 166.9
PAT 05 superficie 30.4 126.0
PAT 05 superficie_1 25.8 126.0
PAT 06 furo 36.4 274.8
PAT 06 furo_1 37.4 274.1

94
PAT 06 furo_2 25.6 275.0
PAT 06 furo_3 46.6 273.8
PAT 06 superficie 12.4 270.0
PAT 06 superficie_1 31.1 232.7
PAT 07 furo 45.9 365.3
PAT 07 furo_1 38.1 365.0
PAT 07 furo_2 42.1 363.8
PAT 07 superficie 50.4 323.6
PAT 07 superficie_1 22.5 322.4
PAT 08 furo 40.3 362.3
PAT 08 furo_1 45.3 365.4
PAT 08 furo_2 25.7 364.4
PAT 08 furo_3 45.3 364.7
PAT 08 superficie 36.2 326.6
PAT 08 superficie_1 42.7 326.5

Figura 4-16 - – Perfis de DCP no método de bancada.

A análise do gráfico 4-16 de taxa de penetração do cone (DCP) no


método por bancada tem o comportamento análogo a realizada para densidade
in situ. Nas duas seções observa-se que a resistência diminui da superfície em
profundidade devido à deficiência de compactação. Próximo à superfície as
várias passadas do equipamento densificam e aumentam a resistência do
material. Esse efeito se atenua em profundidade devido ao distanciamento da
causa, gerando um material sub-compactado.

95
Um olhar mais de detalhe nos resultados mostra na seção 1 valores de
DCP dentro da cava são em média menores (maior resistência) do que os que
foram executados na superfície. Para a seção 2 esse fato não aparece. No
comparativo da seção 1 com a 2, os valores da seção 1 são menores,
demonstrando consistência com o já observado no perfil de densidades.

4.3. Método de empilhamento por camada

Os resultados da determinação do teor de umidade obtidos a partir de


amostras coletadas nas cavas dos ensaios de densidade in situ no depósito
teste de empilhamento por camada acham-se mostrados na figura 4-17 e
tabelas 4-17 e 4-18. Os valores de umidade das duas seções de ensaios são
maiores na superfície (média de 14%) e decrescem quase que linearmente em
profundidade até uma média de 9%. Quase não há distinção entre os valores
dos dois perfis.

Teor de Umidade (%)


0 4 8 12 16

100
Profundidade (cm)

200

300

400

Seção 1
Seção 2
500

Figura 4-17 - Perfis de teor de umidade no depósito teste de empilhamento por


camada

96
Tabela 4-17 – Teor de umidade na seção 1.
Teor de Umidade Camada na Seção 1 (%) Profundidade (cm)
PCA01 13.4% 26
PCA02 12.8% 148
PCA03 11.2% 286
PCA04 8.6% 385

Tabela 4-18 - Teor de umidade na seção 2.


Teor de Umidade Camada na Seção 2 (%) Profundidade (cm)
PCA05 14.5% 27
PCA06 12.0% 148
PCA07 10.2% 286
PCA08 10.1% 385

Os resultados de densidade in situ são mostrados na figura 4-18 e


tabelas 4-19 e 4-20 para as duas seções executadas no depósito teste de
empilhamento por camada. Neste caso as densidades crescem da superfície
em profundidade principalmente na seção 1. Na base do depósito os valores
de densidade tem uma redução significativa.

Densidade in situ
1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6

100
Profundidade (cm)

200 Dens. total seção 1


Dens. total seção 2
Dens. seca seção 1
Dens. seca seção 2
300

400

500
Figura 4-18 - Perfis de densidade in situ obtidos em ensaios no depósito teste de
empilhamento por camada

97
Tabela 4-19 – Resumo das densidades dos ensaios na seção 1.
Densidade Camada na Seção 1 (g/cm3) Profundidade (cm)
PCA01 1.95 25
PCA02 2.17 158
PCA03 2.44 307
PCA04 2.32 410

Tabela 4-20 - Resumo das densidades dos ensaios na seção 2.


Densidade Camada na Seção 2 (g/cm3) Profundidade (cm)
PCA05 2.21 25
PCA06 2.32 158
PCA07 2.22 307
PCA08 2.06 410

A representação gráfica dos ensaios DCP e seus valores aparecem nas


Figuras 4-19 e 4-20, e nas tabelas 4-21 e 4-22, respectivamente. Foram
realizados quarenta e oito ensaios DCP em duas seções, sendo alguns deles a
partir da superfície dos platôs da escavação executada no depósito teste e
outros dentro das cavas dos ensaios de densidade in situ, de modo análogo ao
que foi realizado no depósito de bancadas.

98
Figura 4-19 - Gráfico dos resultados dos ensaios do método em camadas.

99
Tabela 4-21 – Valores de DCP no método de camada na seção 1.
DCP Camada Seção 1
Ensaio DCP (mm/golpe) Profundidade (cm)
PCA 01 furo 49.8 34.2
PCA 01 furo1 49.4 35.5
PCA 01 furo2 53.6 35.5
PCA 01 furo3 37.5 37.7
PCA 01 superficie 16.9 5.5
PCA 01 superficie1 19.0 6.2
PCA 01 superficie2 14.5 5.8
PCA 01 superficie3 22.2 8.4
PCA 01 superficie4 14.7 8.5
PCA 01 superficie5 13.4 10.2
PCA 02 furo 4.7 172
PCA 02 furo1 4.6 173.3
PCA 02 furo2 4.2 173.6
PCA 02 superficie 10.8 131.9
PCA 02 superficie1 6.8 134.3
PCA 02 superficie2 8.5 133.9
PCA 02 superficie3 9.4 131.7
PCA 02 superficie4 10.9 134.7
PCA 02 superficie5 15.7 133
PCA 03 furo 10.5 323.9
PCA 03 furo1 10.7 323.6
PCA 03 superficie 8.0 286
PCA 03 superficie1 9.0 280.2
PCA 03 superficie2 7.7 278.9
PCA 03 superficie3 12.8 280.8
PCA 03 superficie4 46.4 281.5
PCA 03 superficie5 30.1 282.7
PCA 04 furo 25.2 421
PCA 04 furo1 39.7 420.7
PCA 04 furo2 36.9 419.3
PCA 04 superficie 38.7 379.1
PCA 04 superficie1 23.2 378.5
PCA 04 superficie2 13.9 382.2
PCA 04 superficie3 15.6 381.6
PCA 04 superficie4 29.9 380.6
PCA 04 superficie5 38.1 379.9

100
Tabela 4-22 - Valores de DCP no método de camada na seção 2.
DCP Camada Seção 2
Ensaio DCP (mm/golpe) Profundidade (cm)
PCA 05 furo 21.2 2.7
PCA 05 furo1 16.0 2.3
PCA 05 furo2 19.6 2.9
PCA 06 furo 11.4 173.3
PCA 06 furo1 11.3 175.7
PCA 06 furo2 11.6 174.6
PCA 07 furo 41.6 320.4
PCA 07 furo1 19.8 320.7
PCA 07 furo2 37.1 319.8
PCA 08 furo 34.1 420.1
PCA 08 furo1 30.1 419.4
PCA 08 furo2 27.1 420.4

Figura 4-20 - Perfis de DCP no método de camada.

101
Os resultados do ensaio DCP para depósito em camadas mostram na
média que tanto para seção 1 como para seção 2 há valores mais elevados na
superfície, que depois se reduzem em profundidade, mas que em níveis mais
baixos apresenta valores novamente maiores. A interpretação desses
resultados deve ser feita lembrando que nesse método construtivo as camadas
tem espessura de 1,5m, a assim a certas profundidades é de se esperar uma
diminuição do DCP. O perfil típico seria como que uma sucessão de “Ss

4.4. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados


de ensaio de umidade

Como esperado o teor de umidade encontrado foi praticamente o


mesmo nos três depósitos testes, uma vez que foram executados na mesma
época e a partir da mesma frente de lavra. A Figura 4-21 traz a comparação de
umidade nos depósitos testes.

Figura 4-21 – Comportamento da umidade em profundidade por método construtivo.

Como é possível observar na figura 4-21 os valores de umidade não


alteram em profundidade e nem em função do método, com isso no caso dos
testes de densidade e resistência nenhum comportamento pode ser explicado
devido à umidade do material.

4.5. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados


de densidade in situ

Quando comparamos as densidades pelo método de disposição podemos


ver o comportamento de cada método em profundidade, figura 4-22.

102
Figura 4-22 – Comparativo das densidades total in situ pelos três métodos de
disposição.

No método em camada a densidade tende a aumentar ligeiramente em


profundidade, isso provavelmente devido ao peso próprio das camadas e
também ao adicional de energia de compactação na construção das camadas
superiores especialmente aquela logo acima (número de passadas).

No método em bancadas a densidade tende a diminuir sensivelmente a


pequena profundidade e mais ligeiramente em maior, provavelmente porque a
espessura lançada é grande e a influência do tráfego dos equipamentos é
progressivamente menor em profundidade, com uma mudança mais abrupta a
pequena profundidade. Com isso os dois métodos têm comportamentos
opostos em profundidade do ponto de vista da densidade in situ,
principalmente a baixas profundidades.

No método de camada a densidade tende aumentar a cada camada de


1,5 m devido da compactação pelo tráfego dos equipamentos. Com isso em
profundidade, a densidade tende a aumentar. Nos métodos de correia e
bancada pela ausência de compactação do tráfego dos equipamentos a
densidade tende a diminuir em profundidade..

Quando se analisa o método por correia, pode-se afirmar que o


comportamento das densidades em profundidade é uniforme, variando muito
pouco. No entanto, as densidades da pilha em correia apresentam valores bem
inferiores aos valores médios dos outros dois métodos. Nota-se ainda que o
valor médio mais baixo do método de bancada na parte mais profunda
assemelha-se em grandeza daquele da correia.

103
4.6. Comparação entre os métodos de empilhamento pelos resultados
de ensaio DCP

A análise comparativa os resultados de ensaio DCP no caso das pilhas


de bancada e camadas é mostrada graficamente na figura 4-23.

Figura 4-23 – Gráfico comparativo da taxa de penetração entre o método de camadas e


banco.

Pode-se ver nitidamente na figura 4-23, que ambos os métodos tem


linhas de tendências bastante similares, sendo que a linha de tendência no
método em camadas demonstra taxas de penetração menores em
profundidade comparado com o método em bancada. Note-se que na
superfície a taxa do método bancada é bem menor do que de camadas.

O comportamento da resistência no método de camada tende uma curva


em “S”, a curva representa o aumento de resistência a cada 1,5 m em função
da compactação de cada camada pelo tráfego dos equipamentos. No método
em bancada a compactação ocorre apenas na superfície e em profundidade a
taxa de penetração aumenta, indicando um decréscimo de resistência.

Fazendo essa mesma análise com a inclusão do método empilhamento


por correia, a representação gráfica fica como o mostrado na figura 4-24.
Observa-se que a discrepância fica por conta do método por correia. Enquanto
os métodos de bancada e camadas têm taxas de penetração entre 20 a 50
mm/golpe o método por correia tem de 250 a 1000 mm/golpe.

104
Figura 4-24 - Gráfico comparativo da taxa de penetração entre os três métodos de
disposição

Analisando os dados obtidos de densidade e taxa de penetração (DCP),


observa-se que o método de correia produz uma estrutura de depósito que é
pouco densa e de baixa resistência. Essa avaliação ficam evidenciada pelo
comparativo com os métodos tradicionais. As diferenças são muito grandes,
principalmente a resistência. Isso demonstra que esse método não pode ser
aplicado sem uma análise cuidadosa que venha a resultar em parâmetros de
engenharia condizentes e que provavelmente são bem distintos da prática
atual com os métodos tradicionais de disposição de estéril. Atividades como
subdividir os bancos, utilizar equipamentos auxiliares para espalhar e
compactar o material podem produzir melhores resultados que os que essa
pesquisa encontrou, mas devem ser avaliados utilizando um rigor semelhante
para ver a melhoria possível de ser alcançada, especialmente na resistência do
solo.

Com esse método novo de correia passível de ser adotado, a


classificação de pilhas de estéril sugerida por Aragão (2008) deverá ser
atualizada para inclui-lo de forma adequada entre os métodos possíveis de
disposição de pilha.

105
5. Conclusões e Recomendações

5.1. Conclusão

A análise dos resultados de resistência (DCP) no método por correia


permite observar que existem duas populações bem distintas, uma na faixa de
320 mm/golpe e outra na faixa de 850 mm/golpe. Levando em consideração
que a altura da queda e a vazão foram constantes, o grau de confinamento e a
textura do material (presença aleatória de pedregulhos, por exemplo) parecem
explicar os resultados obtidos. No caso do grau de confinamento, os resultados
melhores, ou mais resistentes, foram encontrados nas cotas dos platôs mais
baixos, onde existia um maior confinamento lateral, gerando uma maior
resistência.

A existência de duas populações de penetração DCP (sempre se


associando isso à resistência) ficou muito evidente na pilha teste de correia,
mas vez ou outra foram observadas também nos outros dois métodos. A
persistência de uma população em relação a outra foi variável no
experimentos, embora a resistência maior foi na maior parte das vezes
prevalente. Isso significa dizer que na mobilização de resistência ao
cisalhamento de um depósito de estéril haverá uma eventual composição de
uma e outra resistência. A distribuição dessa resistência pode ser condicionada
pela segregação do material, levando a falsa interpretação de uma resistência
maior do que realmente existe na prática.

Como as pilhas testes de empilhamento por correia foram construídas


em escala de bancada com a altura de no máximo de 2,37 m, não foi possível
verificar o comportamento da densidade e resistência em profundidade.
Portanto, não é possível concluir como em profundidade o maior confinamento
se traduziria em eventual ganho de resistência e menor compressibilidade.

De qualquer forma, os valores de DCP obtidos nos mais de cinquenta


ensaios DCP realizados na pilha por correia foram muito baixos quando
comparados com os testes realizados nos outros métodos construtivos. Na
melhor média no método por correia tem-se algo na casa de DCP = 300 contra
DCP em torno de 20 a 30 nos outros dois métodos, uma razão dez vezes
maior. Não há dúvida, portanto que comparativamente a pilha por correia
produz um material no estado fofo e as outras duas algo consideravelmente de
maior compacidade.

Assim, pelos resultados dessa pesquisa sobre densidade in situ e taxa


de penetração (resistência) na superfície e em profundidade, observa-se que o
método de disposição de estéril por correia comparativamente aos métodos
tradicionais de bancada (ponta de aterro) e camadas produz um depósito
menos denso (maior índice de vazios) e menos resistente (maior taxa de
penetração). Por outro lado, percebe-se que os dois métodos tradicionais
apresentam resultados em geral muito próximos.

106
Tira-se daqui, portanto que a adoção do método de empilhamento por
correia deve ser feito com todo cuidado, pois o comportamento da pilha pode
ser muito diferente do que a prática corrente de empilhamento de estéril
conhece. Assim parece prudente que para projetos de pilha de estéril que
venham a utilizar esse método construtivo, devam ser utilizados nas análises
(tensão x deformação, análise de percolação e de estabilidade) parâmetros
reais de engenharia, baseados em resultados de ensaios com amostras
obtidas em condições que simulem a estrutura do depósito (pluviação no ar,
por exemplo). .

Essa pesquisa não realizou medidas de permeabilidade nos testes com


a pilha formada por correia e nem com os métodos tradicionais, embora isso
possa ser feito de modo indireto pelas compacidades obtidas. Entretanto,
observando as baixas densidades é preocupante o comportamento dessa pilha
em uma região de alto índice pluviométrico, como a região do quadrilátero
ferrífero.

Procedimentos como subdividir os bancos, utilizar equipamentos


auxiliares para espalhar e compactar o material podem ser expedientes para
aumentar a resistência do solo, e tornar-se uma necessidade para a
viabilização do método de empilhamento por correia. Entretanto isso tem que
ser demonstrado, fato que não foi abordado nesse trabalho.

Essa pesquisa mostrou muito boa consistência dos resultados de


densidade in situ com os obtidos para o DCP. Uma análise mais detalhada
desses dois conjuntos de resultados verificou, por exemplo, que enquanto no
método de bancada a densidade decresce com a profundidade, no método por
camada a densidade tem um leve acréscimo. Na análise do DCP em
profundidade também é possível verificar um leve aumento de resistência no
método em camadas, devido ao tráfego dos equipamentos, porém em áreas
que não houve tráfego as resistências se tornam iguais ao método de bancada.
Locais onde a resistência era alta e outros com alguns metros de distantes
encontraram-se resistências baixas.

5.2. Recomendações

Aconselha-se a continuar os estudos de um melhor entendimento do


comportamento de pilha de estéril construída por correia transportadora ou
Spreader, para isso segue as sugestões de estudo:

 Analisar o comportamento dessa pilha com índices pluviométricos


variados.
 Caso este método possa concorrer com os métodos tradicionais
num estudo de alternativas e se esteja utilizando a ferramenta de
classificação de pilhas de estéril (Aragão e Oliveira-Filho, 2012),
esta deverá ser revisada e adequadamente alterada para incluir o

107
método de correia e tudo o que isso representa em termos de
propriedades geomecânicas e hidráulicas.
 Replicar essa pesquisa de empilhamento por correia em uma
pilha de maior porte, seguindo alguns dos métodos sugeridos na
literatura.
 Analisar o comportamento da resistência alterando o teor de
umidade..
 Analisar o comportamento de permeabilidade e
compressibilidade.
 Analisar a resistência do material com a variação de altura.
 Analisar a resistência do material com a variação da vazão.
 Analisar a resistência entre os bancos devido a segregação do
material.
 Analisar as possíveis erosões geradas pela chuva dado a baixa
compacidade do solo.

108
6. Referências Bibliográficas

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