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CARTILHA DE BOAS PRÁTICAS - HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS
(em processo de construção)

Prática 1 – Atentar para todas as hipóteses em que devidos


honorários advocatícios.

O novo CPC trouxe expressamente as hipóteses em que a parte vencida deverá


arcar com honorários sucumbenciais: na reconvenção, no cumprimento de
sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos
interpostos, cumulativamente. O objetivo é, claramente, inibir a litigiosidade.

“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente”.

Dessa forma, enquanto em alguns casos apenas restou confirmado o


entendimento que já prevalecia nos tribunais, como o pagamento de honorários
em sede de reconvenção, em outros a jurisprudência restou superada, como no
que tange à execução provisória (cumprimento de sentença provisório). Quanto
a esse último caso, o STJ havia sedimentado, em sede de recurso repetitivo
(Resp 1.291.736), que “em execução provisória, descabe o arbitramento de
honorários advocatícios em benefício do exequente”. No entanto, com o novo
CPC, mesmo na execução provisória o executado deve arcar com o pagamento
de honorários advocatícios, conforme visto acima e ratificado no seguinte
dispositivo, ainda mais contudente:

Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito
suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao
seguinte regime:
(...)
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento
provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
(...)
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de
decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15
(quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa
de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.

Atenção: também no caso de execução/cumprimento de sentença, é muito


comum a existência de “diversas execuções” no mesmo processo. Por vários
motivos o exequente apresenta atualizações de cálculo, às vezes infundada.
Quando ele sucumbir, o Juiz deve extinguir a execução fixando honorários.
Assim, nas petições derradeiras que nos manifestamos (por exemplo,
concordando com cálculo da justiça que nos favorece e desfavorece o
exequente) é recomendável que peçamos a extinção da execução com a
condenação do exequente em honorários (art. 85, § 1º NCPC).

Sugestão: Ficar atento para todas as hipóteses de cabimento de condenação


autônoma em honorários advocatícios, inclusive em benefício do exequente na
execução provisória e contra o exequente que peticiona atualização equivocada
de cálculos.

Prática 2 - Atentar para superação da Súmula 453 do STJ ("os


honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão
transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou
em ação própria") diante do novel Art. 85, §18 do NCPC.

Da análise das decisões que culminaram com a edição desse enunciado


sumular, pode-se constatar que o STJ se valeu do seguinte raciocínio:
considerando que a condenação da parte sucumbente a pagar à parte vencedora
honorários sucumbenciais decorre de um pedido implícito, caso não tenham sido
opostos embargos de declaração contra decisão omissa a respeito dos
honorários sucumbenciais, referido capítulo da decisão transitará em julgado1.

O entendimento já foi objeto de muita discussão e crítica. No entanto, continua


a ser aplicado pelo STJ.

Ocorre que, diante da redação do Art. 85 e §18° do NCPC, é possível


compreender como insignificante a omissão quanto à condenação em
honorários advocatícios na sentença:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


(...)
§18 Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao
seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança".

Dessa forma, pode-se concluir pela possibilidade de cobrança de honorários


advocatícios sempre, ainda que a sentença seja omissa quanto ao ponto, não
havendo que se falar em preclusão.

Sugestão: Em caso de omissão na sentença quanto à condenação em


honorários advocatícios, não admitir a aplicação do enunciado sumular n° 453
do STJ em nosso desfavor, alegando sua incompatibilidade com o novel Art. 85,
§18 do NCPC.

Prática 3 – Analisar o capítulo relativo à condenação em


honorários advocatícios em todas as sentenças favoráveis.

1 A respeito, conferir o texto publicado em


http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI217105,21048-
Novo+CPC+e+honorarios+advocaticios+fim+da+sumula+453+do+STJ. Acesso em 13.03.2017.
É bastante comum, nas intimações de sentença, que analisemos o dispositivo
sentencial apenas no que tange à decisão sobre o pedido principal (o bem da
vida buscado), não atentando para o capítulo sentencial referente aos honorários
advocatícios.

Agindo assim, em casos de sentenças favoráveis às entidades por nós


representadas, apenas damos ciência por petição ou cota nos autos e sofremos
os efeitos da preclusão lógica em relação ao recurso cabível quanto ao capítulo
referente aos honorários sucumbenciais.

No entanto, é possível (e não raro!), sobretudo nesse início de vigência do CPC,


que os juizes ignorem as novas regras relativas aos honorários advocatícios
aplicáveis às causas em que a Fazenda Pública for parte (Art. 85, §3° do CPC):

Art. 85. Omissis.


(...)
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-
mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-
mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.

Por outro lado, pode ocorrer de o percentual/valor fixado ser baixo e/ou
incompatível com os parâmetros fixados pelo Art. 85, §2° do CPC:

Art. 85. Omissis.


(...)
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o
valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Sugestão:
1) Nos casos em que tenham sido ignoradas ou aplicadas equivocadamente as
novas regras do CPC referente aos honorários advocatícios devidos nas causas
em que a Fazenda Pública for parte: entrar preferencialmente com embargos de
declaração, alegando omissão/contradição.
2) Nos casos em que, muito embora respeitadas as novas regras, o
percentual/valor arbitrado pelo(a) Juiz(a) for baixo:entrar preferencialmente com
apelação, pedindo aumento da condenação com base nos parâmetros do Art.
85, §2° do CPC.
Prática 4 - Pedir majoração de honorários advocatícios nas
contrarrazões recursais.

Segundo a sistemática do novo CPC, sempre que houver recurso (não se limita
à apelação!) o tribunal deverá (não é faculdade!) majorar os honorários
advocatícios:
Art. 85. Omissis.
§1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente.
(...)
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em
conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o
disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários
devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e
3o para a fase de conhecimento.

O objetivo claro da inovação é o de evitar recursos protelatórios.

Desse modo, sempre que a parte contrária ajuizar um recurso, é interessante


que requeiramos expressamente, nos pedidos, que os honorários sejam
aumentados em grau máximo, em razão do trabalho adicional da Procuradoria.

Registre-se que a condenação também pode se dar em sede de agravo de


instrumento, sempre que na decisão atacada tenha havido condenação em
honorários advocatícios, de modo a possibilitar sua majoração. É o caso, por
exemplo, da sentença parcial (arts. 356 e 1.015, VII, CPC); da exclusão de
litisconsorte (art. 1.015, VII, CPC); do acolhimento de exceção de pré-
executividade (art. 803, CPC); do julgamento do incidente de desconsideração
da personalidade jurídica (art. 136, CPC); etc.

Mais uma observação ganha importância: segundo a melhor doutrina, trata-se


de uma condenação autônoma, muito embora a soma dos honorários recursais
com o de primeira instância deva respeitar o limite estabelecido para fase de
conhecimento. Em razão disso, é perfeitamente defensável que exijamos o
pagamento de honorários recursais ainda que a parte adversa resulte vitoriosa
da ação como um todo. Abaixo segue um exemplo para esclarecer essa situação
peculiar.

Imagine que sejamos réu em uma determinada ação de conhecimento. O Juiz


julgou parcialmete procedente a demanda, condenando a entidade por nós
representada ao cumprimento de obrigação de fazer e ao ressarcimento de
danos materiais, negando apenas o pedido de danos morais. Por ter a parte
autora sucumbido apenas em parte mínima do pedido, a entidade por nós
representada foi condenada por inteiro ao pagamento de honorários
advocatícios, conforme Art. 86, parágrafo único, do CPC. Entretanto, irresignada,
a parte autora apelou da sentença, insistindo na condenação em danos morais.
Na sequência, o Tribunal nega provimento ao recurso, mantendo incólume a
sentença de procedência parcial.

Nesse caso, ainda que a parte autora resulte vitoriosa na ação como um todo,
foi derrotada no recurso, devendo arcar com o pagamento dos honorários
recursais, em razão da autonomia dessa verba em relação aos honorários de
primeira instância.

Para quem tenha interesse, segue trecho de um artigo publicado no Blog do


processualista Flávio Cheim Jorge sobre o tema, em que o Autor defende essa
tese razoável2:

“(...)
03. A sucumbência no recurso como critério para a fixação dos honorários recursais
A possibilidade de fixação de honorários nos recursos faz surgir uma questão primordial, qual
seja, a nova verba honorária será fixada exclusivamente em decorrência do julgamento do
recurso ou o resultado da causa terá relevância para a fixação dessa nova verba?
Essa situação é relevante, porque não se deve confundir a sucumbência como regra para a
condenação em honorários, com a sucumbência como elemento integrante do interesse recursal
imprescindível para a admissibilidade do recurso (sucumbência recursal).
A teoria da sucumbência, como critério para a condenação em honorários, se satisfaz com o
simples resultado da demanda. Avalia-se a relação decorrente do resultado que parte obteve no
processo – ela é estritamente formal.
Já a sucumbência recursal é distinta, pois deve ser vista sob uma ótica prospectiva. Analisa-se
a possibilidade de obtenção de utilidade prática na interposição do recurso. Diz-se que a
sucumbência é material.
Assim, por isso, nada impede que a parte vitoriosa (não sucumbente sob a ótica formal e credora
de honorários advocatícios) tenha interesse recursal (seja sucumbente sob a ótica material).
Em síntese, dois exemplos ajudam a ilustrar a problemática ora exposta, quais sejam, (i) o do
autor que recorre porque decaiu de parte mínima do pedido (ex. relativamente ao termo a quo
para a contagem de juros de mora) e (ii) o do autor que recorre apenas para aumentar o
percentual de honorários fixados em primeiro grau (de 10% para 15%).
Em tais hipóteses, se os recursos interpostos forem desprovidos, quem será o titular de
honorários recursais? Se o beneficiário for o advogado do autor, a condenação parece inexata,
pois ele foi derrotado no recurso. De outro lado, se o beneficiário for o advogado do réu,
igualmente poderia se sugerir certa incoerência, já que apesar de o autor sido vencedor da
demanda será obrigado a pagar honorários advocatícios.
Com efeito, dos exemplos acima, se pode perceber facilmente que o legislador não previu as
hipóteses em que a mesma parte pode ser vitoriosa na causa e derrotada no recurso. Pela
literalidade do § 11, nota-se que se partiu da premissa de que sempre haveria coincidência entre
o vencedor da causa e o vencedor do recurso – circunstância que se revela, como visto,
equivocada.
Em nosso sentir, não temos qualquer hesitação em sustentar que os honorários recursais
devem ser atribuídos ao advogado vencedor do recurso, pouco importando o resultado
final da causa.
A rigor, os honorários são verbas remuneratórias e assim devem ser tratados em todas as fases
do processo. Cada fase processual deve ter o seu regramento específico quanto aos honorários.
A parte condenada em honorários advocatícios na fase de conhecimento não será também
necessariamente condenada em honorários na fase de execução.
Da mesma forma, a parte derrotada na causa e devedora de honorários advocatícios pode,
como mencionado, ser vitoriosa na fase recursal.

2
Disponível em
http://www.flaviocheim.com.br/?s=os+honor%C3%A1rios+advocat%C3%ADcio
s+e+o+novo+cpc. Acesso em 06.03.2017.
Se os honorários são considerados verbas remuneratórias e se a Teoria da Sucumbência
consiste na premissa adequada para a identificação do devedor e do credor, vencedor e vencido
devem ser identificados em concreto no âmbito do seguimento procedimental que faz surgir o
direito aos honorários.
Ainda que a solução acima possa gerar certa incoerência, pois a parte seria vitoriosa na
demanda e devedora de honorários recursais, por certo que incoerência maior haveria se
defendêssemos que a parte, mesmo que vencedora no recurso, seria obrigada a pagar
honorários recursais.
(...)”
Por outras palavras, seria inadmissível sugerir que uma das partes poderia interpor o
recurso, ter seu recurso improvido ou não conhecido e, em função desse julgamento,
obter a condenação da parte contrária ao pagamento de honorários recursais. (destaques
não originais).

Uma última observação é digna de nota. Reconhecendo que os honorários


sucumbenciais constituem direito do advogado, o novo CPC proibe a
compensação em caso de sucumbência parcial (Art. 85, §14). No nosso caso,
quem arca com o pagamento de honorários sucumbenciais devidos à parte
adversa é a União Federal. Porém, na situação contrária, somos beneficiários de
honorários sucumbenciais devidos pela parte adversa. Sendo assim, pode-se
concluir que os nossos honorários advocatícios não pode ser compensados com
honorários devidos à parte adversa.

Voltando para o caso peculiar exemplificado acima, é possível concluir que:


ainda que a União Federal deva arcar com os honorários advocatícios em razão
da vitória da parte adversa na ação de conhecimento, somos beneficiários dos
honorários recursais, não podendo haver compensação entre os dois montantes.

O tema será nova e especificamente tratado na “prática 5”;

Sugestão:
Em contrarrazões recursais, sempre requerer expressamente, nos pedidos, a
condenação do recorrente ao pagamento de honorários recurais, não admitindo
compensação.
1) Redação sugestiva para hipótese de contrarrazões a recurso do autor
contra sentença de total improcedência: “Ante o exposto, pugna pelo
improvimento do recurso de apelação (....). Requer, ainda, sejam os honorários
advocatícios majorados em desfavor do recorrente, nos moldes do Art. 85, §11
do CPC, em razão do trabalho adicional realizado em grau recursal, pugnando
pela sua fixação no patamar máximo de x% sobre o valor da
condenação/proveito econômico”.
2) Redação sugestiva para hipótese de contrarrazões a recurso do autor
contra sentença de procedência parcial: “Ante o exposto, pugna pelo
improvimento do recurso de apelação (....). Requer, ainda, em face da autonomia
dos honorários de sucumbência recursais, seja o recorrente condenado ao
pagamento dessa verba.

Prática 5 – Não aceitar compensação de honorários advocatícios


com crédito da parte contrária.
Como se sabe, reconhecendo que os honorários sucumbenciais constituem
direito do advogado, o novo CPC proibe expressamente a compensação em
caso de sucumbência parcial:

Art. 85. Omissis.


(...)
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em
caso de sucumbência parcial.

E nem poderia ser diferente, haja vista que a extinção total ou parcial de uma
obrigação por compensação só se torna viável quando duas pessoas são, ao
mesmo tempo, credor e devedor uma da outra (Art. 368 do Código Civil).

No caso, enquanto o débito discutido em juízo diz respeito à parte autora e ré,
os honorários sucumbenciais diz respeito a terceiros, qual sejam aos
advogados/procuradores. Logo, por evidente, há que se lembrar que não se
pode dispor de crédito alheio sem a expressa concordância do titular.

Portanto, muita atenção deve ser dispensada à execução de sentença com


condenação em dinheiro, em casos de sucumbência parcial. Com efeito, o
exequente pode requerer compensação entre o débito de honorários por ele
devido e o crédito referente à execução do valor principal. E pode fazer isso
expressa ou implicitamente: neste caso, abatendo débito apenas na planilha,
sem mencionar o ato na petição.

Recomenda-se que nos atentemos às tentativas de compensação e nos


manifestemos contrariamente na primeira oportunidade subsequente de falar
nos autos. Como visto na prática anterior, a situação pode ser detectada também
ainda em sede de recurso, recomendando-se que seja imediatamente arguida,
de modo a evitar alegações de preclusão.

Sugestão
Tomando de empréstimo o raciocínio registrado em despacho que circulou
recentemente na lista de e-mail institucional sobre o tema, com as devidas
adaptações, sugere-se a seguinte redação conclusiva quanto ao pedido de
compensação ou decisão nesse sentido: “Ante o exposto, o(a) peticionante
manifesta-se contrariamente à compensação - na verdade, redução de dívida
da parte adversa - requerida a (ou determinada por) este juizo, tendo em vista
que referido instituto pressupõe a) concordância da contraparte e b)
correspondência das titularidades do crédito e do débito entre as partes que
pretendem a ‘compensação’. Entretanto, no caso, ambos os requisitos não se
acham presentes, uma vez que o crédito dos honorários advocatícios de
sucumbência, após a vigência do novo Código de Processo Civil, foi conferido
aos advogados públicos e não ao ente público, além do que a peticionante
manifesta, desde já, expressa e veemente discordância com a compensação
almejada.
Prática 6 – Pedir condenação em honorários advocatícios nos
casos de pedido de desistência da ação (ainda que não tenha
havido efetiva contestação) e de perda do objeto.

Inicialmente, cumpre registrar que o novo CPC prevê expressamente a


responsabilidade pelo pagamento de honorários advocatícios em relação à parte
que, ainda que de modo parcial, desiste da demanda, renuncia ou reconhece a
procedência do pedido:

Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento


do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou
reconheceu.
§ 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas
despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da
qual se desistiu.

Sobre o tema, o STJ sedimentou entendimento no sentido de que, em face do


princípio da causalidade que rege a matéria, o pedido de desistência da ação
e/ou reconhecimento do pedido não livra o requerente da condenação em
honorários advocatícios, ainda que veiculado antes da efetiva contestação,
desde que tenha sido protocolizado após a citação. Nesse sentido, conferir
recente julgado:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DESISTÊNCIA DA AÇÃO.
CITAÇÃO EFETIVADA. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
MATÉRIA NÃO TRATADA NO RECURSO ESPECIAL. INOVAÇÃO RECURSAL.
NÃO CABIMENTO. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se firmou no sentido que, em função do
princípio da causalidade, é cabível a condenação em honorários advocatícios na hipótese de o
pedido de desistência da ação ter sido protocolizado após a citação, ainda que em data anterior
à apresentação da contestação.
2. A discussão acerca de matéria não tratada no acórdão recorrido, tampouco no próprio recurso
especial ou nas contrarrazões, configura inovação recursal vedada no âmbito do agravo
regimental.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg nos EDcl no AREsp 90.739/PB, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/02/2016, DJe
26/02/2016)

Dessa forma, sempre que questionados sobre a concordância com o pedido de


desistência da ação veiculado pela parte contrária, além de condicionar a
desistência à renúncia sobre o direito sob o qual se funda a ação (Art. 3° da lei
9.469/97), devemos pedir ainda a condenação do desistente/renunciante ao
pagamento de honorários advocatícios.

Mais uma observação importante: como se observa, o STJ entende que, caso
não tenha havido citação, seria inoportuna a condenação em honorários. No
entanto, há casos em que, muito embora não tenha havido citação, houve
intimação (e por vezes até a efetiva manifestação) sobre o pedido de tutela de
urgência. Alguns juizes ignoram essa peculiaridade e aplicam o entendimento
acima, baseado apenas na ausência de citação, tecendo assim uma aplicação
rígida e desarrazoada dos precedentes citados.

Nesses casos, quando consultados sobre o pedido de desistência, podemos


alertar que já houve intimação para manifestação contra o pedido de tutela de
urgência. Se já nos manifestamos efetivamente contra esse pedido, é
recomendável ainda que nos antecipemos mostrando ao juizo que já exercemos
o contraditório, integrando efetivamente o pólo passivo, com todo o dispêndio de
tempo, energia e recursos correspondentes, de modo a tornar obrigatória a
condenação do desistente/renunciante ao pagamento de honorários
advocatícios em nosso favor, em face da causalidade e do trabalho efetivamente
realizado pelo representante processual do réu, ainda que não tenha havido
ainda a citação.

Ou seja, recomenda-se interpretar “citação” e “contestação” de forma mais


ampla, como qualquer espécie de “comunicação processual” e “defesa do réu”.

Da mesma forma, é preciso atentar para os casos de extinção do feito sem


resolução do mérito por perda do objeto da demanda (normalmente, ocorre em
razão de resolução do problema na via administrativa, independente de ordem
judicial). Nesses casoos, é preciso lembrar de advertir o Juiz sobre a
necessidade de condenação da parte autora em honorários advocatícios, em
virtude da causalidade (o Autor deu causa à ação desnecessariamente).

Sugestão:
1) nos pedidos de desistência da ação em que a Fazenda Pública for parte, pedir
sempre a condenação do desistente ao pagamento de honorários advocatícios,
em face da causalidade, ainda que não tenha havido efetiva contestação.
Redação sugestiva do pedido: “(...) Ante o exposto, a entidade ré manifesta
concordância com o pedido de desistência da ação, desde que o autor renuncie
ao direito sob o qual se funda a ação, nos moldes do Art. 3° da lei 9.469/97,
pugnando ainda pela sua condenação ao pagamento das custas e honorários
advocatícios, haja vista já ter havido citação (ou intimação para manifestação
quanto à tutela de urgência)”;
2) Nas extinções do feito, sem resolução de mérito, por perda do objeto
(atendimento do pleito na via administrativa, independente de ordem judicial),
exigir a condenação do promovente em honorários advocatícios, em face da
causalidade. Redação sugestiva do pedido: “(...) Ante o exposto, requer a
extinção do feito, sem resolução do mérito, em face da falta de interesse de agir
(Art. 485, VI do CPC), considerando o atendimento espontâneo do pleito na via
administrativa. Na oportunidade, requer ainda a condenação da parte autora em
honorários advocatícios, uma vez que deu causa à ação desnecessariamente.

Prática 7 – Impugnar os pedidos de justiça gratuita, inclusive em


processos que tramitam no Juizado Especial.
A matéria relativa à gratuidade da justiça vem atualmente regulamentada no
próprio CPC.

Sobre o tema, primeiramente é preciso lembrar que a “concessão de gratuidade


não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e
pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência” (Art. 98, §2° do
CPC). No entanto, como se sabe, nesses casos a sua exigibilidade ficará
suspensa, reativando-se apenas se, no prazo de cinco anos, “o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade” (Art. 98, §3° do CPC).

Na prática, sabemos da dificuldade de reaveriguar a situação financeira de cada


beneficiário da gratuidade durante esse prazo prescricional. Portanto, a
altenativa mais viável e efetiva é, induvidosamente, impugnar os pedidos
de justiça gratuita.

Há que se lembrar de impugnar a gratuidade da justiça também em processos


tramitantes no Juizado Especial, considerando a possibilidade de incidência de
custas e honorários advocatícios em caso de litigância de má-fé e de recurso,
conforme Art. 55 da Lei 9.099/95:

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de
advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento
e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da
causa.

No mais, são várias as disposições importantes a respeito da justiça


gratuita no novo CPC.

Quanto às oportunidades de impugnar, dispõe o CPC que a impugnação pode


ser veiculada na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou por
meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, em
caso de pedido superveniente ou veiculado por terceiros:

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na
réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por
terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos
do próprio processo, sem suspensão de seu curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver
deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa,
que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em
dívida ativa.

Atentar para o pedido de multa em caso de má-fé.

Observar, ainda, que a alegação de insuficiência de recursos deve ser


comprovada pelas pessoas jurídicas, só se presumindo a veracidade da
alegação no caso de pessoas naturais:

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa


natural.
Relevante observar que o CPC prevê ainda a possibilidade de gratuidade parcial:

§ 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou


consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no
curso do procedimento.

Em razão disso, parece ser pertinente fazer pedido subsidiário nos casos mais
controversos, de modo que, ao invés de concessão de gratuidade total, sejam
apenas reduzidas as despesas ou isentas apenas aquelas mais dispendiosas.
Caso o juizo concorde, podemos salvar a condenação futura em honorários,
ainda que venham a ser fixados em valor mais reduzido, argumentando que a
parte não é beneficiária de gratuidade - ao menos não de modo absoluto.

Relevante também atentar para o caso de litisconsórcio onde apenas uma das
partes de determinado polo processual é isenta e para o caso de sucessão
processual - como por morte, por exemplo - uma vez que a gratuidade é
benefício personalíssimo:
§ 6o O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor
do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos.

Quanto ao mérito da impugnação, é interessante observar que, ao regular a


“gratuidade da justiça” (arts. 98 a 102), o novo CPC trouxe condição diferente da
até então vigente, de acordo com a Lei nº 1.060/50, uma vez que não se faz mais
referência ao “prejuízo do sustento da família” mas sim à “insuficiência de
recursos” para o adimplemento das despesas, custas e honorários
sucumbenciais.

Logo, torna-se viável e oportuna uma avaliação mais objetiva e direcionada


sobre a questão, cotejando a alegada insuficiencia de recursos com os
elementos probatórios encontrados dentro e fora dos autos.

Com efeito, quanto às táticas para impugnação, vale atentar primeiramente para
alguns elementos disponíveis nos próprios autos. Ex.: endereço nobre; profissão
comumente bem remunerada; conta de luz alta; alto valor de bens penhorados;
laudos de médicos da rede privada de saúde; contracheques com remunerações
consideráveis; bens de alto valor em litígio; contratação de serviços advocatícios
de custo considerável (analisar porte do escritorio), etc. Sem prejuizo desses
elementos, pode-se buscar, por diversos meios extraprocessuais, provas de
renda, profissão e/ou patrimônio incompatíveis com o pedido de gratuidade, seja
em cadastros públicos (Ex.: CNIS), sites de pesquisa/busca (Ex.: Google) ou até
redes sociais (Ex.: Facebook).

Quanto aos parâmetros objetivos que vêm sendo fixados na jurisprudência para
análise acerca da insuficiência de recursos e consequente deferimento do
pedido de gratuidade, recomenda-se a constante atualização dos colegas,
aplicando-os sempre que se encaixe ao caso. Na hipótese de o caso concreto
fugir dos parâmetros, impugnar utilizando outros argumentos.

Mais uma observação importante: é possível – e até provável – que o Juiz ignore
o pedido de revogação da Justiça Gratuita por nós formulado. Tal situação é
muito comum quando o pedido ocorre no começo do processo: Ex.: pedido de
JG na inicial > deferimento da JG no despacho de citação > impugnação da JG
em sede de contestação > ato ordinatório intimando para réplica > Juiz ignora
o pedido de revogação da JG e intima as partes para especificação de
provas.

Nesses casos é recomendável que se interponha embargos de declaração


contra esse despacho, para forçar o juiz a se manifestar sobre o pedido de
revogação da Justiça Gratuita, alegando omissão e atropelo de fases
processuais. Claro que é possível ajuizar uma simples petição e os ED podem
não ser conhecidos (por ausência de caráter decisório no despacho). Mas,
certamete, com a estratégia dos ED o Juiz ficará obrigado a decidir e, com isso,
analisar o teor do pedido, ficando ciente de sua omissão quanto à questão da
revogação da Justiça Gratuita e inclinando-se a apreciá-lo, ainda que de ofício.

Uma última questão: o CPC não autoriza a interposição de agravo de


instrumento contra o indeferimento do pedido de revogação da Justiça Gratuita
(só o autoriza em caso de não concessão ou revogação). Desse modo,
recomenda-se que lembremos de pedir novamente a revogação em tópico inicial
da apelação.

Sugestão:
1) Impugnar o pedido de justiça gratuita na primeira oportunidade de falar
sobre o tema nos autos, seja no juízo comum ou no juizado especial, pedindo a
aplicação de multa sempre que haja indício de má-fé;
2) Nos casos mais difíceis de comprovar a suficiência de recursos, analisar
a possibilidade de requerer ao juízo que a gratuidade seja apenas parcial, com
mera redução das despesas ou dispensa das mais dispendiosas (e não isenção
total), visando a preservar a exigibilidade da futura condenação em honorários.
3) Em caso de pedido de gratuidade veiculado por pessoas jurídicas,
requerer sempre prova da insuficiência de recursos e impugná-las, pois não
basta a mera declaração;
4) Atentar para o caráter personalíssimo da isenção, que não se estende ao
sucessor processual nem ao litisconsorte.
5) Nas impugnações, atentar para os elementos disponíveis nos próprios
autos (endereço nobre; profissão comumente bem remunerada; conta de luz
alta; alto valor de bens penhorados; laudos de médicos da rede privada de
saúde; contracheques; bens de alto valor em litígio; contratação de serviços
advocatícios de custo considerável (analisar porte do escritorio) e etc, sem
prejuízo da busca por outros meios extraprocessuais de prova de renda,
profissão e/ou patrimônio incompatível com o pedido de gratuidade, tais como
cadastros públicos (Ex.: CNIS), sites de pesquisa/busca (Ex.: Google) ou até
redes sociais (Ex.: Facebook);
6) Atualizar-se sempre acerca dos parâmetros objetivos que a jurisprudência
vem sedimentando para concessão da gratuidade da justiça, utilizando-os
sempre que (e somente se!) se encaixe ao caso;
7) Caso o Juiz se omita quanto ao pedido de revogação da Justiça Gratuita,
ajuizar embargos de declaração contra o primeiro despacho/decisão/sentença
nos autos que determinar qualquer providência/decisão sem apreciar nosso
pedido;
8) Abrir tópico no início das apelações reiterando o pedido de revogação da
Justiça Gratuita caso esse pedido tenha sido indeferido pelo magistrado de
primeira instância.

Prática 8 – Exigir pagamento de honorários sempre que a parte


beneficiária de gratuidade da justiça receber precatório/RPV que
altere sua situação econômica.

Acatando excelente sugestão de colega da PRF4, recomenda-se que atuemos


contra a suspensão da exigibilidade da condenação em honorários advocatícios
sempre que a parte faça jus a valores expressivos em sede de execução.

É que, “se o montante a ser pago, mediante precatório, é expressivo, o seu


recebimento implica alteração na sua situação econômico-financeira do devedor
em relação ao momento em que foi concedido benefício da assistância judiciária
gratuita, autorizando a cobrança da verba honorária, cuja exigibilidade havia sido
suspensa” (AC n° 5006710-82.2013.404.7101/RS, Rel. Des. Federal Cândido
Alfredo Silva Leal Junior, julg. 26.08.2014)

Vejam que o raciocínio vai ao encontro do que disposto no Art. 98, §3° do CPC.
Ou seja, desaparecendo a insuficiência de recursos que justificou a concessão
da gratuidade, torna-se plenamente exigível a verba honorária:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.
(...)
§ 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição
suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que
deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Sugestão: Inadmitir a manutenção da suspensão da exigibilidade da


condenação em honorários advocatícios ao beneficiário de gratuidade da justiça
sempre que esse se tornar exequente beneficiário de expressivo montante em
dinheiro. Redação sugestiva do pedido: “(...) Ante o exposto, considerando que,
com o recebimento dos valores objeto da execução, não mais subsistirá a
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, reque-se,
com fulcro no Art. 98, §3° do CPC, o reconhecimento da exigibilidade dos
honorários advocatícios arbitrados na decisão/sentença de fls. em favor do
representante processual da parte ré.

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