Anda di halaman 1dari 97

Cartografia e Geoprocessamento

Brasília-DF.
Elaboração

Márcio Felisberto da Silva

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA............................................................................................................ 11

CAPÍTULO 1
CONCEITOS E DEFINIÇÕES..................................................................................................... 11

CAPÍTULO 2
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS, SISTEMAS DE COORDENADAS E SISTEMAS GEODÉSICO
DE REFERÊNCIA...................................................................................................................... 14

CAPÍTULO 3
REPRESENTAÇÃO PLANIMÉTRICA............................................................................................. 20

CAPÍTULO 4
TIPOS DE ESCALAS CARTOGRÁFICAS....................................................................................... 28

UNIDADE II
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO............................................................................................. 31

CAPÍTULO 1
CONCEITOS E DEFINIÇÕES..................................................................................................... 31

CAPÍTULO 2
SENSORIAMENTO REMOTO...................................................................................................... 35

CAPÍTULO 3
FOTOINTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE IMAGEM DIGITAL.............................................................. 42

CAPÍTULO 4
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)...................................................................... 48

CAPÍTULO 5
TIPOS E AQUISIÇÃO DE DADOS GEOESPACIAIS ....................................................................... 50

UNIDADE III
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS......................................................................................... 56

CAPÍTULO 1
INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO E PROCEDIMENTOS BÁSICOS.................................................. 56
CAPÍTULO 2
VETORIZAÇÃO E ELABORAÇÃO DE BASE CARTOGRÁFICA........................................................ 62

CAPÍTULO 3
GEORREFERENCIAMENTO DE IMAGEM.................................................................................... 66

CAPÍTULO 4
ELABORAÇÃO DE MAPA TEMÁTICO......................................................................................... 72

UNIDADE IV
APLICAÇÃO PRÁTICA........................................................................................................................... 88

CAPÍTULO 1
CRIAÇÃO DE POLÍGONO POR AZIMUTE E DISTÂNCIA............................................................... 88

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 96
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica
impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

6
Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

7
Introdução
Embora pareça estar distante de quem não atua profissionalmente na área, a cartografia
e as informações georreferenciadas estão presentes mais do que nunca em meio a
toda sociedade, citemos como exemplo um navegador Sistema de Posicionamento
Global (do inglês Global Positioning System – GPS) veicular que aponta de maneira
georreferenciada o posicionamento global do veículo e toda a malha viária nas
proximidades auxiliando o motorista em seu trajeto, disponível em veículos e aparelhos
de celular. Isso demonstra que os resultados derivados do geoprocessamento estão
acessíveis não só apenas para quem possui certo conhecimento na área, mas também a
qualquer pessoa.

Outros exemplos ainda que podemos citar são os softwares Google Earth, Google Maps,
entre outros que nos permite ter uma visão ampla do Planeta a partir de imagens de
sensoriamento remoto, e mais ainda uma vasta infinidade de outros produtos acessíveis
a todos, democratizando a informação georreferenciada a todas as camadas sociais
e intelectuais.

Para os profissionais da área, a evolução tecnológica que se desenvolve e está se


desenvolvendo de forma global nos últimos anos, aprimorando novas tecnologias de
armazenamento de informações, produzindo processadores de computadores com
velocidades cada vez maiores, os preços de equipamentos e software cada vez mais
acessíveis, associado a grande oferta de dados produzidos por um número cada vez
mais crescente de sensores remotos, contribuíram na popularização da prática da
análise espacial a partir do uso de geotecnologias.

Essa popularização se dá haja vista que o geoprocessamento rompeu as barreiras de


uma só ciência, uma vez que as análises desenvolvidas e geoprocessadas atualmente não
são apenas de simples mensuração, mas também análises de fatores físicos, culturais
e/ou socioeconômico. Quando analisamos, estamos definindo as compartimentações
e fragmentando em partes ou componentes, um determinado espaço visando o
entendimento de sua estrutura a partir de uma base de dados geral ou específica.

Dessa forma, o geoprocessamento nos permite fazer essas análises criando e recriando
informações de maneira isolada ou integrada, bem como caracterizar e/ou organizar a
distribuição espacial da ocorrência de determinados eventos.

Porém, toda essa gama de atividades e informações analisadas e produzidas por meio
do geoprocessamento tendo a cartografia como parte de sua base teórica-conceitual e de

8
representação espacial, possui uma estreita relação com outras áreas, indispensáveis ao
seu funcionamento. Estas áreas trabalham de forma interligada como uma engrenagem
em meio a toda essa sistemática de procedimentos e respectivamente correspondem
a um conjunto de elementos, sendo eles os Sistemas de Informações Geográficas –
SIG responsável pelo processamento dos dados composto por hardware, software. os
dados. os procedimentos e a mão de obra.

A outra área que compõe essa sistemática do geoprocessamento é o Sensoriamento


Remoto associado às técnicas de Fotointerpretação em que, o Sensoriamento Remoto
por sua vez é a prática de captar dados a partir de sensores ópticos e de radar acoplados em
satélites, aviões e espaçonaves para registrar imagens da superfície, e a Fotointerpretação
é a técnica de analisar e interpretar as imagens sejam elas aerofotogramétricas, de
sensores ópticos ou de radar, conforme as temáticas necessárias: geologia, vegetação/
desmatamento, hidrografia, agronegócio etc.

Por fim temos a já citada Cartografia que nesse contexto, sua importância se dá pelo
fato desta ser a ciência que se encarrega da representação da superfície terrestre por
meio de um mapa, e agregado a isso estão todos os conceitos teóricos e metodológicos
de representação e referência do espaço. Em outras palavras podemos afirmar que a
Cartografia abarca toda a base teórica de representação e referência do espaço e ainda
de forma ilustrativa, por meio de mapas e cartas, representa a distribuição espacial dos
elementos analisados.

O geoprocessamento se apresenta como um conjunto de técnicas e métodos que


possibilita manipular e visualizar dados georreferenciados sejam eles dados vetoriais
como pontos, linhas e/ou polígonos, sejam eles imagens. Seu uso se torna cada vez mais
indispensável não apenas nas pesquisas científicas, mas também na tomada de decisão
tanto na gestão pública como na gestão empresarial.

Objetivos
»» Compreender os conceitos teóricos e metodológicos básicos da Cartografia.

»» Entender a correlação entre a Cartografia e Geoprocessamento.

»» Entender o que é Geoprocessamento e sua estrutura.

»» Descobrir algumas funcionalidades práticas do Geoprocessamento.

»» Desenvolver habilidades com software por meio de exercícios práticos.

9
10
INTRODUÇÃO A UNIDADE I
CARTOGRAFIA

Nessa Unidade estudaremos o assunto referente à Cartografia abordando seus conceitos,


os tipos de projeções, os tipos de representações e os tipos de escalas. Levando em
consideração todos os avanços tecnológicos da atualidade, em uma era de satélites
sofisticados, equipamentos de sistemas de posicionamento global de alta precisão e
programas de processamentos de dados geoespaciais cada vez mais complexos, é
indispensável o conhecimento das técnicas de cartografia que estão inseridas em todas
essas evoluções.

CAPÍTULO 1
Conceitos e definições

Seguindo o sentido etimológico, o termo cartografia significa “carto => carta e grafia
=> descrição” descrição em cartas, ou seja, a arte do traçado em mapas ou cartas,
representando neles os elementos da superfície terrestre.

Essa definição se originou em 1983 por Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita
de Macedo Leitão, o qual era Visconde de Santarém. Posteriormente a associação
cartográfica internacional – ACI e a UNESCO, conceituaram a cartografia como sendo
o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base
os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a
elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos,
elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos.

De forma bastante clara podemos afirmar que a cartografia é uma ciência voltada
à produção de mapas e cartas, composta de uma gama de conhecimentos de cunho
técnico, artístico e científico. É uma ferramenta de uso direto e indissociável da
geografia e também por outras ciências como a biologia, engenharias, arqueologia entre
outras. Seu uso é indispensável pelo fato da necessidade de representação gráfica dos
elementos estudados no planeta.

11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

A evolução pela qual a Cartografia passou pelos últimos séculos, de conhecimento


cartográfico até o posto de ciência cartográfica é resultante de uma longa trajetória
desde as grandes guerras sendo utilizada como uma ferramenta de dominação
e estratégia, até passar pelas grandes navegações e descobertas dos séculos XV
e XVI até chegar ao século XVIII na qual a Cartografia obteve um grande avanço
com a instituição de academias científicas na França. Após esses eventos, sucedido
por outros tão importantes, a Cartografia entra na fase em que os avanços da
informática, de tecnologias aeroespaciais e técnicas e softwares cada vez mais
sofisticados, faz com que surja uma nova era. A era do Geoprocessamento.

Ao longo do texto, por algumas vezes citamos a palavra “mapa” e “carta”, portanto é
importante sabermos diferenciar um termo do outro, entendendo de forma correta
seus conceitos, haja vista que cada um possui suas próprias características.

O autor Oliveira (1993) confirma essa questão de que há uma diferença entre um termo
e outro, para tanto ele expõe as seguintes definições:

Mapa – representação gráfica, em geral de uma superfície plana e


numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e
culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite.

Carta – representação dos aspectos naturais ou culturais da Terra,


destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação
precisa de distâncias, direções e a localização plana, geralmente em média
ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de
forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou internacional.

Após entendermos a diferença entre uma Carta e um Mapa, vamos entrar nas
subclassificações desses dois termos, haja vista que estes se classificam de
acordo com seus objetivos e escala.

De acordo com os objetivos, os mapas e cartas se classificam em:

»» Mapas gerais – São mapas apenas ilustrativos voltados para uso


de pessoas leigas que não possuem muita experiência na área. Neles
são apresentados elementos físicos e antrópitos, bem como divisões
territoriais e não possuem muita precisão.

»» Mapas temáticos – São mapas que representam temas específicos,


como vegetação, solos, relevo, fenômenos sociais, clima etc. Nesses mapas
estão contidas diversas simbologias e legendas que trazem informações
pontuais dos elementos que estão sendo representados.

12
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

»» Carta imagem – É uma imagem apresentada sobre um mapa base


georreferenciado e legendado. Possuem objetivos diversos buscando
representar de forma mais ilustrativa e real, temas diferenciados
(desmatamento, uso do solo, expansão urbana etc).

Existe ainda, segundo seu objetivo, uma classificação conhecida como Mapas
Técnicos, também conhecidos como Mapas Especiais. Esses mapas muito se
confundem com os Temáticos, porém além de representar temas específicos, estes
possuem também uma boa precisão que varia conforme a utilidade proposta.

De acordo com a escala, os mapas e cartas se classificam em:

»» Planta – São representações cartográficas utilizadas para apontar


elementos de forma minuciosamente detalhada. As escalas utilizadas
são sempre muito grande, geralmente maiores de 1:1.000 (tipo 1:250,
1:100, 1:50 etc.), utilizadas para representar rede de água, rede de esgoto,
loteamento entre outros.

»» Carta cadastral – Também é uma representação bastante detalhada e


com bastante precisão. Sua elaboração se dá a partir de levantamentos
topográficos e levantamentos aerofotogramétricos (fotografias aéreas),
com uma escala de trabalho e representação de 1:5.000 ou maior.

»» Carta topográfica – Utilizadas para representação planimétrica e


altimétrica, utilizando quase sempre uma base cartográfica já existente.
A escala de trabalho e representação para essas cartas são médias,
compreendidas entre 1:25.000 e 1:250.000.

»» Carta geográfica – Estas cartas não possuem riquezas de detalhes


iguais às outras acima apresentadas, haja vista sua escala ser considerada
pequena (1:500.000, 1:750.000, 1:1.000.000 etc.). Aqui são representadas
planimetrias e altimetrias, apresentando simbologias diferenciadas a
partir de curvas de nível e cores hipsométricas.

Curvas de nível: São linhas com a mesma cota altimétrica, ou seja, são linhas que
ligam pontos com igual altitude. São utilizadas para representar a altimetria de
um terreno mapeado.

Cores hipsométricas: É um sistema de coloração sequencial, partindo de cores


mais claras para cores mais escuras, servindo para representar em um mapa ou
carta, valores de altitude, relevo, clima, entre outros.

13
CAPÍTULO 2
Projeções cartográficas, sistemas de
coordenadas e sistemas geodésico
de referência

A maneira na qual representamos a Terra como um todo é por meio do Globo terrestre,
porém em um mapa a forma na qual a Terra será representada, é na forma plana. Dessa
forma, para que a superfície da Terra seja representada de forma plana através dos
mapas, foram desenvolvidas as chamadas projeções cartográficas.

A projeção cartográfica é a técnica que consiste em representar o Globo terrestre


conforme as características específicas adotadas para o procedimento.

Um problema que surge é que para transformar uma representação esférica em uma
representação plana, por exemplo, algumas distorções são inevitáveis, principalmente
na região dos polos Norte e Sul.

O autor Fitz (2012), em sua obra acerca da cartografia comenta que a Projeção é um
sistema que transporta os elementos do globo para os mapas de maneira mais fiel
possível, buscando dessa forma transferir a realidade das dimensões da superfície da
terra para uma superfície plana transformada geometricamente.

O autor aponta ainda que essa técnica acaba por gerar algumas deformações na
representação, as quais podem ser ajustadas conforme diferentes tipos de projeção que
são apropriadas para diferentes metodologias a serem utilizadas.

Dessa forma, quanto ao controle das deformações, as projeções se classificam em:

»» Conformes: quando mantêm as mesmas formas angulares e dos


continentes, mantendo a forma verdadeira das áreas que estão sendo
representadas.

»» Equidistante: quando mantém as distâncias corretas, não apresentando


distorções entre elas.

»» Equivalente: quando mantêm de forma correta as dimensões e


distâncias das áreas, sem deformação.

Referentes ao controle de deformação nas projeções existem ainda:

»» Projeções azimutais – Preenche as lacunas da projeção conformes e


equivalentes, levando em consideração apenas o controle para que

14
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

o azimute e das linhas direcionais estejam em conformidade com as


linhas correspondentes à esfera terrestre.

»» Projeções arbitrárias – Não seguem um controle de deformação,


dispensando cuidados com ângulos, tamanho de áreas, distâncias e
nem azimutes.

Quanto ao tipo de superfície projetada, as projeções se classificam em:

»» Planas: quando a superfície representada é projetada em um plano.

Figura 1: Projeção plana

Fonte: www.lapig.iesa.ufg.br.

»» Cônica: quando a superfície representada é projetada em um formato


cônico.

Figura 2: Projeção cônica

Fonte: www.lapig.iesa.ufg.br.

15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

»» Cilíndrica: quando a superfície representada é projetada em um formato


cilíndrico.

Figura 3: Projeção cilíndrica

Fonte: www.lapig.iesa.ufg.br.

»» Poliédrica: quando a superfície representada é projetada em um


formato no qual se unem vários planos de projeção.

A partir dessas diversas possibilidades de projeções, é possível estabelecer um sistema


de coordenadas que possibilita obter uma coordenada precisa e mais adequada de um
ponto qualquer sobre a superfície terrestre, bem como uma representação sem muitas
distorções.

Existem mais de uma centena de sistemas de coordenadas em todo mundo que são
utilizados por diversos profissionais, porém os dois sistemas mais comuns são Universal
Transversal de Mercator – UTM e a Geográfica Latitude/Longitude.

Sistema de coordenadas UTM e geográficas


(latitude e longitude)
A projeção UTM funciona com paralelos retos e meridianos equidistantes, é organizada
com 60 zonas, também chamada de fusos, utilizando coordenadas métricas planas
que podem ser notadas nas bordas dos grids dos mapas que utilizam essa projeção,
conforme ilustração a seguir.

Esse sistema de coordenadas é uma projeção cartográfica comumente utilizada em todo


mundo, porém quanto maior for a área a ser representada, maior a possibilidade de
ocorrer distorções.

16
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

Figura 4: Sistema de coordenadas UTM.

Fonte: autor.

O sistema de coordenadas geográficas Lat/Long é representado por coordenadas de


Latitude e Longitude contendo unidades de medidas de graus, minutos, segundos e
também por graus decimais.

As latitudes são um ponto qualquer na superfície da terra, a partir da linha do equador,


dividida em linhas paralelas que vão de 0º a 90º para norte ou para sul, enquanto que
a longitude é um ponto qualquer na superfície da terra, a partir do Meridiano de
Greenwich dividida em linhas paralelas que vão de 0º a 180º para leste ou para oeste.

O ponto preciso é o cruzamento entre uma linha de latitude e uma de longitude,


formando assim um par de coordenadas precisas em um determinado ponto do planeta.

As referências das coordenadas podem ser observadas nas bordas dos grids dos mapas,
conforme ilustração abaixo (figura 5).

Figura 5: Sistemas de coordenadas geográficas Lat/Long

Fonte: autor.

17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

Sistema geodésico de referência


De forma simples, um sistema geodésico de referência é um conjunto de pontos fixos
distribuídos pela superfície com coordenadas planimétricas e altimétricas, todas
voltadas a um ponto central de referência (Datum), capaz de apontar com exatidão a
localização de qualquer ponto na superfície. Funciona como um modelo matemático
que a partir dessa rede de coordenadas busca descrever o formato mais exato da terra,
e após isso referenciar qualquer ponto sobre ela.

No Brasil atualmente, o Datum que utilizamos é o SIRGAS2000 (Sistema de Referencia


Geocêntrico para as Américas), esse é um sistema de referência oficial que substituiu o
Datum SAD69 (South American Datum).

Essa substituição se deu para corrigir as divergências de coordenadas entre um Datum


e outro, haja vista que a diferença entre um ponto de uma coordenada utilizando o
sistema de referência SIRGAS2000 e o ponto de uma coordenada utilizando sistema de
referência SAD69, representa em média uma diferencia de 65 metros (figura 6).

Figura 6: Diferença de uma mesma coordenada utilizando o Datum SAD69 e o Datum SIRGAS2000.

Fonte: IBGE.

Além de corrigir essas distorções e erros, a implantação do SIRGAS2000 veio também para
integrar não só as informações da América do Sul, mas também dos demais continentes,
buscando com isso uma integração global de coordenadas georreferenciadas.

A data oficial do início da vigência e substituição total do SAD69 pelo SIRGAS2000,


foi no dia 25 de fevereiro de 2015 onde na ocasião, o presidente do IBGE assinou a
resolução no 01/2015 estabelecendo o SIRGAS2000 como o novo sistema de referência
geodésico adotado para o Sistema de Referencia Brasileiro (SRB) e para o Sistema
cartográfico Nacional (SCN).
18
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

Na ocasião, o presidente do IBGE fez a seguinte colocação:

Com o advento dos sistemas globais de navegação por satélites (gnss


– global navigation satellite systems), tornou-se mandatória a adoção
de um novo sistema de referência, geocêntrico, compatível com a
precisão dos métodos de posicionamento correspondentes e também
com os sistemas adotados no restante do globo terrestre. Esta demanda
foi atendida no brasil em 25 de fevereiro de 2005 com o estabelecimento
do sistema de referência geocêntrico para as américas (sirgas), em sua
realização do ano de 2000 (sirgas2000), como novo sistema de referência
geodésico para o sgb e para o sistema cartográfico nacional (scn).

Considerando que o SIRGAS é o datum oficial, a sua não utilização frente à


utilização de outros datum, podem trazer algumas implicações aos usuários, ou
proprietários de terras ou empreendimentos, tais como:

»» Não aprovação junto ao serviço público, de serviços e projetos


executados com o uso do Datum diferente ao SIRGAS.

»» Será impedido de requisitar revisão de limites numa propriedade.

»» Será impedido de pleitear recursos ou questionamentos legais,


utilizando o sistema antigo.

»» Entre outros.

Outro datum que já foi utilizado no Brasil, anterior ao SAD69, é o Córrego Alegre
– CA, o qual foi instituído como o primeiro sistema de referência do Sistema
Cartográfico Nacional, adotado oficialmente na década de 1950 até a década de
1970, quando entrou em vigência o SAD69.

Para se ter uma ideia, enquanto que a diferença entre o Datum SAD69 e
SIRGAS2000 é de aproximadamente 65 metros, a diferença entre o datum
Córrego Alegre e o SIRGAS2000 é de centenas de metros.

Outro Datum que continua sendo utilizado até hoje, porém não é o oficial
no Brasil, é o WGS84 (World Geodetic System). Esse sistema de referência é
considerado de uso global, estabelecido desde 1987, com características e
precisão muito semelhantes ao SIRGAS2000.

19
CAPÍTULO 3
Representação planimétrica

A elaboração de uma carta ou mapa pode ter como objetivo a representação de duas
dimensões, podendo uma ser o plano e outra a altitude. Nesse sentido, as convenções
podem ser de duas ordens: planimétricas e/ou altimétricas.

No que diz respeito à representação planimétrica, segundo o IBGE, esta subdivide-se


em duas partes, de acordo com os elementos que cobrem a superfície do solo, ou seja,
físicos ou naturais e culturais ou artificiais.

Os primeiros correspondem principalmente à hidrografia e vegetação, os segundos


decorrem da ocupação humana, sistema viário, edificações, limites territoriais etc.

Importante frisar para uma melhor compreensão do assunto que, a representação


planimétrica trabalha com os elementos que cobrem a superfície da terra (físico/
naturais e culturais/artificiais) representando-as sem levar em consideração o
relevo, ou qualquer informação de altura ou altitude.

Elementos físicos ou naturais na


representação planimétrica
Os elementos físicos ou naturais levados em consideração na representação planimétrica
basicamente são a hidrografia e vegetação, podendo ainda ser representados demais
elementos como relevo, solo e geologia.

Hidrografia

A cor convencionada para representar os corpos d’água é sempre na tonalidade Azul,


utilizando símbolos que caracterizam esses corpos, sendo eles linearidades para canais
e cursos de rios e polígonos para alagados (mangues, lagos, estuários, brejos, entre
outros), oceanos e rios de grande porte.

20
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

Figura 7: Elementos de hidrografia

Fonte: IBGE, 2007.

Vegetação

As convenções cartográficas de representação para a temática vegetação convergem


para cores de tonalidades verdes, porém, como as tipologias de vegetação são bastante
diversificadas devido a inúmeras espécies, além da cor verde, também é convencionado
o uso de símbolos específicos, principalmente para culturas, tanto perenes como
temporárias (figura. 8).

Figura 8: Elementos de vegetação

Fonte: IBGE, 2007.

Demais elementos físico naturais

Entendem-se como demais elementos físicos naturais, o solo, relevo (sem altimetria) e
geologia. Para a representação de cada temática, é necessário que se faça uma consulta
nas bibliografias oficiais das seguintes instituições:

»» Solo – Sistema Brasileiro de Classificação de Solos em sua 2a edição


publicada pela Embrapa em 2006.

21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

»» Relevo – Manual Técnico de Geomorfologia publicado pelo IBGE em


sua 2a edição em 2009.

»» Geologia – Manual Técnico de Geologia também publicado pelo IBGE


em 1998.

Elementos culturais ou artificiais


Os elementos culturais ou artificiais levados em consideração na representação
planimétricas o tipo de Sistema Viário, Linhas de Limite, Linhas de Transmissão e
Comunicação, Unidades Político-Administrativas e Localidades.

Sistema viário

De acordo com regulamentação do DNIT e DERs, as rodovias são representadas


mediante símbolos referentes a cada característica especifica, sendo elas pavimentadas
(revestimento solido) ou não (revestimento solto), com uma ou mais vias, trafegáveis o
ano todo ou não. Independente da sua largura real.

Quanto as ferrovias, estas devem ser representadas na cor preta com diferença apenas
segundo a sua espessura.

Figura 9: Classificação de rodovias e ferrovias quanto ao tipo de representação

Fonte: IBGE, 2007.

Linhas de limite

As linhas limítrofes são essenciais em uma representação cartográfica, sejam elas


internacionais, interestaduais ou intermunicipais.
22
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

A possibilidade de representação de determinadas linhas de limite, dependerá da


dimensão da escala utilizada. Em 1:1.000.000 por exemplo, só será possível representar
linhas de limite internacionais, enquanto que em uma escala de 1:20.000 já é possível
representar limites intermunicipais e distritais.

Figura 10: Tipos de linhas de limite para representação cartográfica

Internacional
Interestadual
Intermunicipal
Áreas
Fonte: IBGE, 2007.

Linhas de transmissão e comunicação

As linhas de transmissão e comunicação são representadas conformes suas características


específicas. Para as linhas de transmissão são classificadas as de alta tensão e as de
baixa tensão. Para as linhas de comunicação, são classificadas as linhas telefônicas (voz
e dados) e telegráficas.

Figura 11: Tipologias de representação para linhas de transmissão e comunicação

Fonte: IBGE, 2007.

Unidades político-administrativas

Como sabemos, o Brasil é subdividido em Unidades Político-Administrativas sendo


elas a Federal, a Estadual e a Municipal (Divisão Político-Administrativa).

São representadas nas cartas e mapas por meio de linhas de limites (conforme
mencionadas anteriormente).

Além das linhas convencionais, é bastante comum utilizar diversidades de cores para
diferenciar, por exemplo, municípios dentro de um Estado, ou estados dentro da
Federação ou Regiões Geográficas (figura 12).

23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

Figura 12: Tipologias de representação para linhas de transmissão e comunicação

Fonte: IBGE, 2007.

Para unidades político-administrativas, segundo IBGE (2007), podemos utilizar as


seguintes definições:

»» Grandes Regiões: Conjunto de Unidades da Federação com a finalidade


básica de viabilizar a preparação e a divulgação de dados estatísticos. A
última divisão regional, elaborada em 1970 e vigente até o momento atual,
é constituída pelas regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

»» Unidades da Federação: Estados, Territórios e Distrito Federal.


São as Unidades de maior hierarquia dentro da organização político-
administrativa no Brasil, criadas por meio de leis emanadas no Congresso
Nacional e sancionadas pelo Presidente da República.

»» Municípios: São as unidades de menor hierarquia dentro da organização


político-administrativa do Brasil, criadas por meio de leis ordinárias das
Assembleias Legislativas de cada Unidade da Federação e sancionadas
pelo Governador. No caso dos territórios, a criação dos municípios se dá
através de lei da Presidência da República.

»» Distritos: São as unidades administrativas dos municípios. Têm suas


criações norteadas pelas Leis Orgânicas dos Municípios.

»» Regiões Administrativas; Subdistritos e Zonas: São unidades


administrativas municipais, normalmente estabelecidas nas grandes
cidades, citadas através de leis ordinárias das Câmaras Municipais e
sancionadas pelo Prefeito.

24
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

»» Área Urbana: Área interna ao perímetro urbano de uma cidade ou vila,


definida por lei municipal.

»» Área Rural: Área de um município externa ao perímetro urbano.

»» Área Urbana Isolada: Área definida por lei municipal e separada da


sede municipal ou distrital por área rural ou por outro limite legal.

»» Setor Censitário: É a unidade territorial de coleta, formada por


área contínua, situada em um único Quadro Urbano ou Rural, com
dimensões e número de domicílio ou de estabelecimentos que permitam
o levantamento das informações por um único agente credenciado. Seus
limites devem respeitar os limites territoriais legalmente definidos e os
estabelecidos pelo IBGE para fins estatísticos.

Localidades

Qualquer lugar no território nacional, onde existam aglomerados de pessoas, damos o


nome de Localidade.

Figura 13: Principais fontes convencionadas para representação de localidades.

Fonte: IBGE, 2007.

25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

Para as Localidades, segundo IBGE (2007), podemos usar as seguintes definições:

»» Capital Federal – Localidade onde se situa a sede do Governo Federal


com os seus poderes executivo, legislativo e judiciário.

»» Capital – Localidade onde se situa a sede do Governo de Unidade


Política da Federação, excluído o Distrito Federal.

»» Cidade – Localidade com o mesmo nome do Município a que pertence


(sede municipal) e onde está sediada a respectiva prefeitura, excluídos os
municípios das capitais.

»» Vila – Localidade com o mesmo nome do Distrito a que pertence (sede


distrital) e onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os distritos
das sedes municipais.

»» Aglomerado Rural – Localidade situada em área não definida legalmente


como urbana e caracterizada por um conjunto de edificações permanentes
e adjacentes, formando área continuamente construída, com arruamentos
reconhecíveis e dispostos ao longo de uma via de comunicação.

»» Aglomerado Rural de extensão urbana – Localidade que tem as


características definidoras de Aglomerado Rural e está localizada a menos
de 1 Km de distância da área urbana de uma Cidade ou Vila. Constitui
simples extensão da área urbana legalmente definida.

»» Aglomerado Rural isolado – Localidade que tem as características


definidoras de Aglomerado Rural e está localizada a uma distância
igual ou superior a 1 Km da área urbana de uma Cidade, Vila ou de um
Aglomerado Rural já definido como de extensão urbana.

»» Povoado – Localidade que tem a característica definidora de


Aglomerado Rural Isolado e possui pelo menos 1 (um) estabelecimento
comercial de bens de consumo frequente e 2 (dois) dos seguintes
serviços ou equipamentos: 1 (um) estabelecimento de ensino de 1º grau
em funcionamento regular, 1 (um) posto de saúde com atendimento
regular e 1 (um) templo religioso de qualquer credo. Corresponde
a um aglomerado sem caráter privado ou empresarial ou que não
está vinculado a um único proprietário do solo, cujos moradores
exercem atividades econômicas quer primárias, terciárias ou, mesmo
secundárias, na própria localidade ou fora dela.

»» Núcleo – Localidade que tem a característica definidora de Aglomerado


Rural Isolado e possui caráter privado ou empresarial, estando vinculado a
um único proprietário do solo (empresas agrícolas, indústrias, usinas etc.).

26
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

»» Lugarejo – Localidade sem caráter privado ou empresarial que possui


característica definidora de Aglomerado Rural Isolado e não dispõe, no
todo ou em parte, dos serviços ou equipamentos enunciados para povoado.

»» Propriedade Rural – Todo lugar em que se encontre a sede de


propriedade rural, excluídas as já classificadas como Núcleo.

»» Local – Todo lugar que não se enquadre em nenhum dos tipos referidos
anteriormente e que possua nome pelo qual seja conhecido.

»» Aldeia – Localidade habitada por indígenas.

Ainda na seara dos elementos Culturais ou Artificiais, temos mais uma


subclassificação denominada Áreas Especiais, as quais devem ser representadas
quando inseridas em nossas áreas de trabalho.

As Áreas Especiais são conhecidas, segundo IBGE (2007) e o Sistema Nacional


de Unidades de Conservação (BRASIL, 2000), como área legalmente definida
subordinada a um órgão público ou privado, responsável pela sua manutenção,
onde se objetiva a conservação ou preservação da fauna, flora ou de monumentos
culturais, a preservação do meio ambiente e das comunidades indígenas.

As Áreas Especiais são:

»» Estação Ecológica.

»» Reserva Biológica.

»» Parque Nacional.

»» Monumento Natural.

»» Refúgio de Vida Silvestre.

»» Área de Proteção Ambiental.

»» Área de Relevante Interesse Ecológico.

»» Floresta Nacional.

»» Reserva Extrativista.

»» Reserva de Fauna.

»» Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

»» Reserva Particular do Patrimônio Natural.

»» Terras Indígenas.

27
CAPÍTULO 4
Tipos de escalas cartográficas

A escala é a relação existente entre a medida de um objeto, elemento ou uma determinada


área que está sendo representada no papel (mapa) e sua medida no campo real.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (1999), a escala


cartográfica é a relação existente entre uma distância horizontal no terreno real e a sua
distância horizontal representada em um mapa.

Para reforçar essas afirmações, Felisberto Silva (2014) nos coloca que quando produzimos
um mapa, estamos fazendo a redução do mundo real para uma representação gráfica,
onde as dimensões de distância entre um elemento e outro, bem como o comprimento
ou o tamanho de uma área podem ser mensurados a partir dos valores atribuídos na
escala cartográfica.

Como já estudamos nos tópicos anteriores, podemos dizer de forma simplória


que uma carta ou um mapa é a representação da configuração da superfície
terrestre com o máximo de detalhes nela existentes, sendo eles do grupo de
elementos naturais ou artificiais. Os detalhes representados podem ser:

»» Naturais: Elementos contidos na natureza como os rios, mares, lagos,


montanhas, serras, vegetação etc.

»» Artificiais: São os elementos criados pelo homem como: represas,


estradas, pontes, edificações etc.

Após essa reflexão para recapitular quais os elementos que representamos em um


mapa ou em uma carta, passamos a entender melhor e reconhecer que cada um desses
elementos deve manter o mesmo redimensionamento quando colocados em uma
representação gráfica. Lembrando que a dimensão dos elementos em uma representação
vai depender da escala cartográfica que fora escolhida.

As escalas cartográficas diferem-se uma das outras podendo ser denominadas como
grande, média ou pequenas, onde as dimensões não estão relacionadas diretamente ao
numerador da escala propriamente dito, mas sim do nível de detalhe apresentado na
imagem em questão. Sendo assim, conforme exemplo na figura 14 uma imagem com
alto nível de detalhe é considerada uma escala grande, enquanto que uma imagem com
baixo nível de detalhe é considerada como sendo de uma escala pequena.

28
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA │ UNIDADE I

Figura 14: Imagem do rio Candeias em escala de 1:100.000 e 1:50.000

Fonte: Imagem Spot / Google Earth.

Existem dois tipos de classificação para as escalas cartográficas, sendo elas a escala
numérica e a escala gráfica.

A escala numérica pode ser apresentada de duas formas: fração ou equivalência.

»» Fração: 1/100.000 (lê-se: um para cem mil), onde o primeiro número


é o numerador, que representa a unidade de medida no mapa (1 cm) e o
segundo número é o denominador, que representa a unidade de medida
referente ao campo real (100 mil cm). Ou seja, 1 cm medido no mapa
representa 100 mil cm (ou 1 km) no campo real, mantendo sempre a
proporção entre o numerador e o denominador.

»» Equivalência: 1:100.000 (da mesma forma lê-se um para cem mil)


assim como na fração, a forma da escala numérica apresentada como
equivalência leva em consideração que o primeiro número é o numerador,
representando a medida no mapa (1 cm) e o segundo é o denominador,
representando a medida no campo real (100 mil cm). Ou seja, 1 cm medido
no mapa representa 100 mil cm (ou 1 km) no campo real, mantendo
sempre a proporção entre o numerador e o denominador.

29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA

A escala gráfica, também conhecida como escala de barra, é representada por uma
escala linear subdividida por barras de divisões centimétricas ou não, que representam
a unidade de medida apresentada no mapa para o campo real. Essas unidades de
medidas são baseadas nos valores das escalas numéricas, e o tipo de unidade de medida
(Km, cm, mt) deve ser indicado na escala (figura. 15).

Uma grande vantagem do uso desse tipo de escala se deve pelo fato desta acompanhar
os redimensionamentos do mapa, ou seja, ao ampliar o tamanho do mapa a escala
gráfica também ampliará proporcionalmente. A mesma coisa já não ocorre com a escala
numérica, pois ao redimensionar o tamanho da imagem do mapa, deve-se também
recalcular os valores da escala.

Figura 15: Modelos de formatos e unidades de medidas em escalas gráficas

Fonte: autor.

Além das escalas acima apresentadas (gráfica e numérica) existe ainda outra que pode
ser encontrada em alguns mapas. Trata-se da escala nominal, a qual é representada
por extenso apontando as unidades de medidas no mapa e sua correspondência no
campo real. Onde na própria escala já é discriminado o tipo de unidade, como sendo
quilômetros, metros, centímetros, entre outras (ex.: 1 cm = 10 km). A primeira unidade
representa a distância horizontal no mapa e a segunda representa a distância horizontal
no campo real.

30
INTRODUÇÃO AO UNIDADE II
GEOPROCESSAMENTO

Nesta unidade ao longo dos próximos capítulos, estudaremos o que é o geoprocessamento


e todas as suas compartimentações, trazendo todos os conceitos teóricos e metodológicos
sobre todas as temáticas que o compõem, para que dessa forma possamos ter um
entendimento individualizado e ao mesmo tempo amplo sobre o assunto.

CAPÍTULO 1
Conceitos e definições

O significado etimológico da palavra Geoprocessamento, pode ser entendido como a


formação justaposta de duas palavras GEO+PROCESSAMENTO, onde a primeira diz
respeito às informações do espaço geográfico e a segunda diz respeito ao processamento
informatizado dessas informações.

De uma maneira bastante simples podemos afirmar que Geoprocessamento é um


conjunto de tecnologias responsáveis por coletar, processar, analisar e disponibilizar
informações georreferenciadas. Abrange um conjunto de outras tecnologias
responsáveis por coletar, processar e representar espacialmente um fenômeno, uma
área ou um objeto.

Em um sistema informatizado, ao processarmos informações geográficas sejam elas de


ordem ambiental (biótico ou abiótico), socioeconômico e/ou cultural, estamos fazendo
uso de técnicas de Geoprocessamento.

Os autores Rosa e Brito (1996), em sua definição referente a Geoprocessamento,


aponta que este é um conjunto de tecnologias destinadas a coletar informações,
bem como organizá-las e tratá-las conforme a necessidade de uso. Ainda segundo os
autores, esse conjunto é composto pela Cartografia, SIG, GPS, sensoriamento remoto,
aerofotogrametria, processamento digital de imagens etc. Cada qual envolvido
em uma etapa do processamento, desde a coleta até a distribuição espacial do
resultado adquirido.

31
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

Para reflexão e organização das ideias, é importante reforçar que as compartimentações


do geoprocessamento apontadas pelos autores Rosa e Brito (1996), anteriormente
mencionados, embora se apresentem de forma bastante abrangente, coincidem e estão
contempladas no que fora apresentado no assunto introdutório deste material, elencando
de forma objetiva e simplificada o SIG, Sensoriamento Remoto, Fotointerpretação e
Cartografia como sendo os componentes estruturais do Geoprocessamento, os quais
estudaremos nos próximos capítulos.

Outro autor que buscou definir o que é geoprocessamento de uma maneira mais
completa e de uma forma mais clara é Rocha fazendo-o da seguinte forma:

Geoprocessamento é uma tecnologia transdisciplinar, que, através da


axiomática da localização e do processamento de dados geográficos,
integra várias disciplinas, equipamentos, programas, processos,
entidades, dados, metodologias, e pessoas para coleta, tratamento,
análise e apresentação de informações associadas a mapas digitais
georreferenciados (ROCHA, 2000, p. 2010).

É importante pontuar a questão de o Geoprocessamento ser uma tecnologia


transdisciplinar, haja vista que essa ideia representa o fato de a mesma estar associada
à união de vários conhecimentos e a partir dessa complexidade, produz novos dados e
novas informações que explicam e representam o meio em que vivemos.

Toda complexidade referente ao conjunto de conhecimentos mencionada na


definição pode ser exemplificada pela Matemática, Física, Eletrônica, Informática,
Geografia, Biologia, Geologia, Química etc. Cada qual com sua parcela de contribuição
na produção de novos conhecimentos, que vai desde a produção do hardware
propriamente dito, até a criação de softwares de Sistemas de Informação Geográfica,
como também a correlação e processamentos de informações referentes ao meio físico
e biótico.

O autor Fitz embasado em outras diversas definições e sintetizando-as, nos coloca uma
definição para geoprocessamento da seguinte forma:

Pode-se considerar o Geoprocessamento como uma tecnologia, ou


mesmo um conjunto de tecnologias, que possibilita a manipulação,
a análise, a simulação de modelagens e a visualização de dados
georreferenciados (FITZ, 2008, p. 24).

Tomando como exemplo a definição do autor Fitz (2008), vamos pontuá-la correlacionando
as ações com as diversas compartimentações que estruturam o Geoprocessamento:
32
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Adquirir informações sem o contato direto, damos o nome de sensoriamento remoto.


As informações são obtidas por meio de sensores acoplados em satélites, aviões,
espaçonaves, VANTs etc. Os resultados obtidos são imagens ópticas ou de radar, e
ainda dados obtidos por sensores não imageadores que produzem dados na forma de
gráficos, dados numéricos etc.

Todas as informações produzidas a partir do Sensoriamento Remoto, sejam elas dados


em forma de imagens ou dados que não sejam no formato de imagem, são introduzidas,
analisadas, e reproduzidas em um ambiente de SIG, dando uma ênfase em especial
para a técnica de fotointerpretação que consiste na análise visual de elementos de uma
imagem, sejam elas fotos aéreas, imagem de satélite ou de radar.

Uma vez processadas as informações através de um SIG, e conforme a necessidade


demandada, os dados são representados espacialmente por meio de mapas e cartas,
seguindo os padrões teóricos e estéticos da Cartografia.

»» É relevante fazer uma reflexão acerca da Cartografia, em relação ao


fato de a grande maioria dos autores colocá-la somente no final das
etapas, no momento da representação espacial dos dados processados.

33
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

A Cartografia é composta intrinsecamente por diversos conceitos como,


por exemplo, sistemas de coordenadas, escalas, projeções cartográficas,
entre outros que estão sempre presentes em todas as etapas da prática do
Geoprocessamento. Embora a Cartografia esteja sempre esquematizada
pela grande maioria dos autores como componente da etapa final do
geoprocessamento, ao mesmo tempo, ela sempre está presente, como
por exemplo, ao georreferenciarmos uma imagem tendo em conta que
para esse procedimento se faz necessário o uso do conhecimento de
coordenadas, uso de determinado sistema de projeção, entre outros.
Ambos os procedimentos são intrínsecos aos conteúdos científico,
artístico e técnico da Cartografia.

»» Reforçando o que fora dito no tópico anterior, e mais uma vez


sintetizar o assunto proposto para esse capítulo, podemos afirmar que
geoprocessamento é uma tecnologia que permite ao usuário manipular,
analisar, simular e visualizar dados geográficos de ordem abiótica e
biótica, e que essas etapas estão aconjuntadas nas compartimentações
básicas que estruturam o Geoprocessamento, sendo elas o Sensoriamento
Remoto, SIG/Fotointerpretação e a Cartografia.

34
CAPÍTULO 2
Sensoriamento remoto

Sensoriamento Remoto refere-se à obtenção de dados presentes sobre a superfície


da Terra, a partir de imagens e fotografias aéreas captadas por sensores remotos
embarcados em aviões, espaçonaves, satélites, VANTs entre outros.

É a obtenção de informações para fins diversos sem a necessidade de estar presente


na área alvo de estudo, haja vista que as informações serão interpretadas a partir
das imagens, fotografias e demais tipos de dados obtidos. Essas informações podem
ser referentes a um determinado objeto, uma determinada área ou um determinado
fenômeno.

De uma forma mais técnica temos a conceituação de que sensoriamento remoto é a


técnica que utiliza sensores para a captação e registro a distância, sem o contato direto,
da energia refletida ou absorvida pela superfície terrestre (FITZ, 2008).

Para não perder a oportunidade do momento, e também para enriquecer o


entendimento acerca do assunto, é importante pontuar o significado da sigla
VANTs que não deixa de ser uma novidade no mundo do geoprocessamento, a
qual faz referência aos veículos aéreos não tripulados, ou seja, são manipulados
por controle remotos. A princípio utilizados para fins bélicos, os VANTs
ultimamente vêm sendo utilizados de forma cada vez mais crescente na
obtenção de fotografias aéreas de precisão, principalmente na agricultura no
combate e controle de pragas.

A sistemática da obtenção dos dados, conforme a definição acima se resume na utilização


de sensores que por sua vez captam energia e a transforma em imagens, fotografias,
gráficos, dados numéricos etc.

Dessa forma, notamos que os sensores necessitam receber energia radiante que é
refletida pelos alvos a serem analisados. Essa energia pode ser emitida pelo próprio
sensor ou por fontes externas, como por exemplo, a energia solar. Na sequência, a
radiação captada pelos sensores é transmitida a uma estação receptora na superfície
terrestre, que decodifica as informações disponibilizando-as para o uso.

Moreira (2001) define os sensores como sendo dispositivos com capacidade de detectar e
registrar a radiação eletromagnética (REM), e gerar informações passíveis de interpretação
e uso.

35
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

Tipos de sensores
Os sensores, conforme a fonte de energia que utilizam, podem ser classificados de duas
formas: ativos ou passivos.

Os sensores ativos não dependem de uma fonte de energia externa. Eles mesmos
possuem sua própria fonte de energia que irá ser emitida em direção do objeto alvo, ou
objeto de visada como é o termo utilizado no sensoriamento remoto. Exemplos desses
sensores são os de Radar que emitem e recebem ondas de rádio capaz de identificar
elementos na superfície terrestre. Outro exemplo bastante simples são as câmeras
fotográficas providas de flash e as filmadoras providas de spot de luz. Na ilustração a
seguir, está ilustrado o funcionamento de um sensor ativo acoplado em um satélite, em
que o próprio sensor emite e capta sua própria energia radiada.

Figura 16: Sensor ativo.

Fonte: IBGE, 2012.

Os sensores passivos, ao contrário dos ativos, dependem de uma fonte de energia


externa que é refletida dos objetos presentes na superfície, por reflexão, para os sensores
embarcados. Exemplo dessa fonte externa de energia utilizada é a energia solar, que
é emitida em direção à superfície, reflete nos objetos e é captada pelo sensor. Outra
fonte de energia que também é captada pelos sensores passivos é o calor emitido da
superfície terrestre.

Razão disso é que, de toda energia vinda do Sol, apenas uma parte é absorvida pela
superfície e a outra parte é refletida em direção ao espaço. Na ilustração a seguir, está
representado o funcionamento de um sensor passivo acoplado em um satélite, onde o
sensor capta a energia que é radiada pelo Sol, haja vista este sensor não possuir uma
fonte de energia própria.
36
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Figura 17: Sensor passivo.

Fonte: IBGE, 2010.

Outra categoria na qual os sensores são classificados de maneira diferenciada é em


relação aos produtos que cada sensor pode gerar conforme suas especificidades, sendo
assim classificados como sensores imageadores e sensores não imageadores.

Os sensores imageadores, como o próprio nome já sugere, são os que imageiam o


que se pretende observar. Nesse sentido toda a informação coletada é representada na
forma de uma imagem. Uma grande limitação para esse tipo de sensor, por exemplo, é a
presença de nuvens que impedem a captação da energia refletida pela superfície, sendo
captada então apenas a energia radiante que é refletida pela própria nuvem.

Esses sensores possuem um sistema do tipo varredura, capazes de captar informações


em diferentes faixas espectrais, exemplos desses tipos de sensores são o Multiespectral
Thematic Mapper – TM, do satélite LANDSAT e também o sensor de câmara CCD do
CBERS, que obtém dados na região do visível e infravermelho.

Os sensores não imageadores são sistemas que não geram imagem como produtos,
porém o resultado é na forma de dados numéricos e gráficos ou assinatura espectral.
Nessa sistemática o sensor emite uma energia em direção ao alvo pretendido, e recebe
o retorno dessa energia com variações conforme a característica de cada objeto que
a refletiu.

Assinatura Espectral é a característica única que cada corpo possui, emitida


intrinsecamente ao refletir ou emitir a energia radiante para um determinado
sensor, ou seja, cada corpo emite ou reflete energia radiante com diferentes
níveis de intensidade de acordo com suas características físico-químicas que
são específicas.

37
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

Radiação eletromagnética (REM)


É a radiação emitida pela energia solar (e por sensores ativos) com diversos comprimentos
e frequência de ondas que se propagam pelo espaço. Essas ondas possuem um campo
elétrico e um campo magnético que seguem em uma faixa contínua em direção da onda
propagada.

Essa faixa contínua de radiação pode ser representada por uma escala compreendida
entre limites de frequência decrescente e ondas crescentes, a qual é conhecida pelo
nome de Espectro Eletromagnético.

Conforme os níveis de onda e frequência (fig. 18), o espectro eletromagnético é subdivido


em Bandas ou Faixas Espectrais, as quais são classificadas respectivamente como
ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, ultravioleta, raios-X, radiação Gama e
radiação Cósmica.

Figura 18: Escala do espectro eletromagnético.

Fonte: <http://www.fisica.net/einsteinjr/9/ondas_eletromagneticas.html>.

As faixas ou bandas espectrais do espectro eletromagnético, conforme ilustrada


anteriormente, se caracterizam da seguinte forma:

»» Ondas de rádio: são ondas de baixa frequência, porém com grande


comprimento compreendido entre 30 cm a centenas de quilômetros. São
38
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

muito utilizadas para comunicação à distância, transmissão de rádio e


TV, bem como radares de velocidade etc.

»» Micro-ondas: possuem comprimentos entre 30 cm e 1 mm com


feixes de radiação bastante concentrados. Muito utilizados em radares
de localização e monitoramento de objetos, bem como comunicação
e eletrodomésticos. São ondas que não sofrem interferência do tempo
como nuvens, fumaça ou temporais.

»» Infravermelho: subdivide-se em infravermelho próximo, infravermelho


médio e infravermelho distante. Essa radiação é emitida a partir de um
determinado corpo/objeto aquecido, e dessa forma os trabalhos voltados
ao uso desse tipo de radiação estão sempre associados ao calor desses
objetos e as informações que podem ser interpretadas a partir daí.
Importante frisar que qualquer corpo que esteja com temperatura acima
de -273º C, já emite radiação infravermelha.

»» Ultravioleta: não muito utilizado nos trabalhos de sensoriamento


remoto, a radiação ultravioleta é muito conhecida pela sua nocividade à
saúde humana.

»» Raios-X: devido ao seu alto poder de penetração, esse tipo de onda é


muito utilizado na área da saúde e também industrial, bem como em
scanners de aeroportos e demais setores.

»» Radiação Gama: possui uma alta frequência de ondas e em termos


de comprimento, suas ondas só não são menores do que as dos raios
cósmicos, tornando-a dessa forma, como umas das mais penetrantes
radiações. É bastante utilizada no tratamento contra o câncer, haja vista
possuir a capacidade de destruir suas células.

»» Radiação cósmica: está em uma faixa superior de radiação na qual


de todo o espectro eletromagnético, essa radiação é a que possui a maior
frequência e o menor comprimento de onda. Por possuir o maior poder
de penetração, essa radiação é absorvida pela atmosfera.

Resolução das imagens


Em relação à resolução das imagens, são levados em consideração nessa variável:

»» Resolução espacial: é a dimensão real da área a ser observada a partir


de cada pixel, ou seja, é a capacidade de quantificar a medida mínima de

39
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

um objeto a ser observado na cena. Isso se dá pela capacidade óptica de


cada sensor frente ao campo a ser visado, ou campo de visada.

Figura 19: Imagens com diferente resolução espacial, onde a figura “a” é uma imagem Landsat com uma
resolução espacial de 30 metros e a figura “b” Ikonos com resolução espacial de 1 metro.

Fonte: Menezes (2012).

»» Resolução espectral: é a escolha das bandas e dos tipos de ondas a


serem empregadas, levando em consideração as especificidades que são
suportadas pelo equipamento utilizado. Como exemplos de capacidade
de suporte de equipamentos sensores que podemos citar são o Cbers-2 e o
LandSat TM5 que possuem 5 e 7 bandas respectivamente. A figura abaixo
apresenta duas imagens com dois diferentes tipos de bandas utilizadas, a
bando do Visível e a do Infravermelho.

Figura 20: Imagens com diferente resolução espectral, que conforme as bandas do espectro eletromagnético a
figura “a” está na banda do visível e a figura “b” está na banda do infravermelho.

Fonte: Menezes (2012).

»» Resolução radiométrica: é o nível da intensidade medida pelos


detectores, da radiância de uma determinada área de cada pixel. Quanto

40
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

maior for a capacidade do detector detectar as diferenças das intensidades


radiantes, maior será a resolução radiométrica. Essas diferenças de
intensidade estão associadas aos níveis de cinza de uma imagem conforme
a figura abaixo.

Figura 21: Imagens com níveis de resolução radiométrica diferentes.

Fonte: Menezes (2012).

»» Resolução temporal: é o espaço entre um tempo e outro (dias ou horas)


que um determinado sensor registra informações de um mesmo ponto, ou
seja, é o registro periódico de uma mesma área que um sensor realiza ao
longo de toda sua vida útil. A partir dessas resoluções é possível identificar
avanços de desmatamento ao longo dos anos, ou então o aumento da
mancha urbana de uma determinada cidade, dentre outros. Vejamos as
resoluções temporais de alguns satélites: Landsat – Leva em torno de 16
dias para repetir o registro de uma mesma área sobre a superfície.

›› Cbers – 26 dias.

›› Spot – 26 dias.

›› GeoEye – 3 dias.

›› WorldView – 1,1 a 4,6 dias.

›› Quickbird – 1 a 3,5 dias.

›› Ikonos – 1,5 a 3 dias.

›› RapidEye – de 24 horas até 5 dias.

41
CAPÍTULO 3
Fotointerpretação e análise de
imagem digital

Embora a técnica de fotointerpretação esteja aparentemente bastante próxima do


sensoriamento remoto, tendo em vista fazer uso de seus produtos como imagens de
satélites e fotografias aéreas, ela está mais próxima ainda dos procedimentos utilizados
no SIG.

O processamento, delimitação e extração de elementos a partir de imagens ou fotografias


aéreas, mesmo sendo realizado primeiramente de forma analógica, ocorrem dentro de
um ambiente de SIG.

Em termos gerais pode-se conceituar fotointerpretação como a técnica que realiza estudo
de imagens fotográficas, buscando identificar, interpretar e obter informações sobre os
fenômenos e objetos nela contidos.

Apesar de, conceitualmente, a fotointerpretação estar tradicionalmente vinculada à


aerofotogrametria (aerofotointerpretação), ela pode ser estendida à interpretação de
imagens de satélite e de radar, ao menos quando trabalhadas na faixa do visível. Em
todos os casos, tem-se sempre que a imagem captada deva ser vertical ou próxima disso
(FITZ, 2008, p. 118).

No momento da análise/interpretação visual da imagem de satélite ou fotografia aérea,


algumas características devem sem observadas:

»» As formas geométricas presentes na imagem (fig. 21), as quais seguem


um padrão retilíneo ou retangular. Geralmente essas formas representam
no terreno lavouras, linha de desmatamento, estradas, limites de
propriedades entre outros. Os canais de rios geralmente apresentam
um padrão linear suave ou acentuadamente meandrante, ou quando
sob o efeito de controle estrutural, também podem se apresentar de
forma angular.

42
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Figura 22: Formas geométricas observadas em uma imagem na região dos municípios de Samambaia e
Ceilândia – DF. Pontos: 1) canal de rio. 2) estrada. 3) edificações e 4) floresta

Fonte: Imagem Google Earth.

»» O tamanho dos elementos (fig. 22) observados na imagem, em que,


sabendo-se os valores da escala da imagem na qual se está trabalhando, é
possível saber a dimensão relativa dos objetos.

Figura 23: Imagem de parte da cidade de Porto Velho – RO, na escala numérica de 1:100.000, onde a
partir dessa informação é possível dimensionar o tamanho dos elementos presentes na cena, levando em
consideração que cada centímetro na imagem representa 1 km no campo real.

Fonte: Imagem Google Earth.

43
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

»» A textura da imagem (fig. 23) revela compartimentações bastantes


distintas, o profissional/pesquisador poderá destacar as zonas homologas
a partir dessas informações. Cada característica de textura representa um
cenário específico. Uma textura grosseira pode representar um cenário de
relevos aguçados ou bastante acidentados, bem como uma textura suave
pode representar um campo, uma lavoura ou uma área reflorestada,
por exemplo.
Figura 24: Imagem da região da Bolívia, próximo à cidade de Cochabamba, apresentando textura grosseira
refletida pelas características geomorfológicas do local.

Fonte: Imagem Google Earth modificada.

»» O padrão que a imagem apresenta (fig. 24) possui um estreito laço com a
“forma” em que, dada a sua organização, é possível interpretar como sendo
uma linha de plantação, lavouras diversificadas, entre outros atributos.

Figura 25: Município de Eucalipto – RS. Com padrões geométricos evidenciando áreas de plantação
contrastando com as matas ciliares.

Fonte: Imagem Google Earth.

44
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

»» A localização dos elementos observados (fig. 25) é importante para


distinguir, por exemplo, áreas com a mesma semelhança de textura,
padrão e forma. Um elemento de textura suave pode se confundir com
outro elemento de mesma textura, porém a partir da lógica da localização
entre um elemento e outro pode definir o seu significado.

Figura 26: Região sul do Estado do Pará - RS. Onde os pontos 1 e 2 embora possuam muitas semelhanças,
tratam-se de elementos diferentes em diferentes localizações. O primeiro é um afloramento rochoso e o segundo
uma área antropizada.

Fonte: Imagem Landsat disponibilizada Google Earth modificada.

»» O sombreamento é observado de forma muito comum nas imagens com


grande escala e riqueza de detalhes (fig. 26). É um efeito provocado
pela luz solar sobre as feições geomorfológicas como serras, morros,
chapadas etc. Vale ressaltar que quanto menor for a escala de trabalho,
maior será o tamanho do elemento geomorfológico envolvido no efeito
de sombreamento.

Figura 27: Região do município de Pouso Redondo - SC. Imagem com sombreamento na encosta de uma
feição geomorfológica.

Fonte: Imagem Google Earth modificada.

45
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

»» A tonalidade está relacionada ao brilho emitido pelo elemento que está


sendo observado (fig. 27) em uma escala de tons de cinza que vão do
branco ao preto. Quanto mais clara a imagem, ou seja, quanto mais
brilho ela emitir, significa que predominantemente está refletindo mais
radiação, enquanto que nas imagens mais escuras, predomina a absorção
da radiação. Em comum, as florestas densas possuem uma característica
de tonalidade mais escura enquanto que as áreas desmatadas possuem
tonalidades mais claras.

Figura 28: Município de Manaus – AM. Imagem com contraste de Tonalidades, onde o ponto 1 na cor mais clara
representa uma área antropizada que reflete mais a radiação que o ponto 2, uma área de floresta densa.

Fonte: Imagem Landsat disponibilizada pelo Google Earth modificada.

»» A coloração está relacionada à composição de bandas (fig. 28), onde as


cores corresponderão às cores do mundo real, com variação de acordo
com as características de cada elemento. Mesmo em tons de cinza, os
elementos da cena apresentação contrasta isto. De forma simples
podemos citar como exemplo o rio Solimões e o rio Negro, onde o primeiro
apresenta uma cor marrom dada à alta concentração de sedimentos em
suspensão, enquanto que o segundo apresenta uma cor escura dada à
baixa concentração de sedimentos em suspensão e principalmente pela
concentração de matéria orgânica decomposta.

46
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Figura 29: Imagem do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, onde as composições física e química de
cada rio resultam em uma cor específica, podendo ser distinguidos a partir de suas colorações.

Fonte: <http://www.ciencia-cultura.com/astronomia/terrab.html>.

A prática de fotointerpretar é considerada como uma arte, onde quem a pratica


possui habilidades de deduzir o significado de cada elemento de uma imagem,
representando dessa forma cada componente da paisagem do mundo real por
meio de representação gráfica.

47
CAPÍTULO 4
Sistemas de Informação Geográfica
(SIG)

O Sistema de Informação Geográfica – SIG, é parte de um conjunto de tecnologia


que compõe o geoprocessamento. Suas possibilidades permitem criar e recriar dados
geográficos georreferenciados, modelos de paisagens, fenômenos socioeconômicos,
entre outros.

A finalidade principal de um SIG é a análise espacial, na qual geógrafos e demais


pesquisadores e gestores o utilizam nas tomadas de decisões que envolvem questões
integradas de um determinado espaço geográfico.

Uma definição bastante objetiva acerca do que é SIG pode ser apresentada como um
poderoso conjunto de técnicas para colecionar, armazenar, recuperar, transformar e
apresentar dados do mundo real (BURROUGH, 1986).

A estrutura básica de um SIG é composta pelos seguintes elementos: Software,


Hardware, Dados, Metodologia e Profissionais.

Figura 30: Estrutura do SIG.

Fonte: autor.

»» Software: são os programas a serem utilizados, livres ou comerciais,


seus módulos e sistemas vinculados.

»» Hardware: são os equipamentos a serem utilizados, notebook, tablets,


smartfone, PC, entre outros.
48
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

»» Dados: informações que serão inseridas nos softwares, referente a uma


determinada temática, provenientes principalmente de trabalhos de
sensoriamento remoto.

»» Metodologia: refere-se a qual procedimento a ser escolhido para


alcançar um determinado resultado, a partir de recursos específicos de
processamento de dados em um determinado software.

»» Profissionais: são as pessoas que operam o sistema, organizam os


dados, procedem conforme os procedimentos metodológicos escolhidos
e apresentam os resultados.

49
CAPÍTULO 5
Tipos e aquisição de dados geoespaciais

Tipos de dados
Os dados se classificam, quanto a sua estrutura, em dados espaciais e dados alfanuméricos.

Os dados espaciais se subdividem em Matriciais e Vetoriais, enquanto que os dados


alfanuméricos são dados formados a partir de tabelas compostas por caracteres
números, letras ou sinais gráficos.

Os dados vetoriais são compostos por pontos, linhas e polígonos, possibilitando dessa
forma vetorizar informações interpretadas em imagens, ou até mesmo em campo a
partir de informações pontuais.

Figura 31: Formas de representação dos dados vetoriais.

Fonte: autor.

Em uma análise visual de imagem digital ou até mesmo em uma fotointerpretação nos
moldes tradicionais, a estrutura vetorial dos dados espaciais é de extrema importância
considerando-se as múltiplas possibilidades de aplicação a partir da vetorização dessas
imagens, a qual pode criar e/ou classificar polígonos que representam desde áreas
antropizadas até mesmo formações geológicas e refúgios florestais.

Da mesma forma, as linhas podem representar cursos de rios de toda ordem, estradas,
entre outros. O ponto, na vetorização de uma imagem, pode representar sedes de cidades,
localização geográfica de um determinado objeto, entre outros. Em cada entidade
vetorizada, é possível adicionar atributos que apontem o máximo de informações para
cada uma.

Em relação ao tipo do formato das extensões dos arquivos vetoriais, existem diversos
tipos que são utilizados, porém o mais comum é o shapefile o qual a sigla dessa extensão
é “shp”, compatível com a grande maioria dos softwares disponíveis.

50
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Os dados matriciais, ou raster, são imagens na qual sua estrutura é organizada em linhas
e colunas, onde cada pixel representa uma informação de cor. O formato da extensão
do arquivo mais utilizado é o “TIFF”, o qual além de comprimir bem a imagem, não
perde a qualidade mantendo uma boa resolução. Outros tipos de formatos também são
utilizados no geoprocessamento, porém não tão eficiente quanto o TIFF, sendo eles
BMP, JPEG, PNG e GIFF.

Aquisição de dados
Existem diversas formas de aquisição de dados geoespaciais, e todas estão ligadas
diretamente ao sensoriamento remoto, a fotointerpretação e/ou a análise visual de
imagem digital e seus desdobramentos, bem como a levantamentos topográficos e uso
de equipamentos GPS.

O sensoriamento remoto como já fora visto nos tópicos anteriores, abrange toda a gama
de imageamento por sensores ativos e passivos embarcados em satélites e aeronaves
(aerofotogrametria), que produzem dados que são traduzidos em forma de imagem.

A fotointerpretação, bem como a análise visual de imagens digitais, trabalham em


cima dessas informações/imagens, identificando elementos de interesse da temática de
trabalho. Esse trabalho resulta na vetorização de informações representadas de formas
pontual, linear ou poligonal.

Nos trabalhos de levantamentos topográficos e também nos trabalhos mediante uso de


equipamentos de GPS, as informações são levantadas in loco e convertidas posteriormente
para forma digital, e na sequência organizadas em um banco de dados geoespaciais.

Com todos os avanços tecnológicos da atualidade, e com inúmeros órgãos governamentais


e não governamentais trabalhando em prol de disponibilizar o máximo de informações
possíveis acerca do nosso espaço geográfico, já é possível contar com uma infinidade de
informações de diversas temáticas, disponíveis gratuitamente a todos nós.

Portanto será disponibilizada aqui, uma relação de endereços eletrônicos referentes


a diversas fontes de dados que podem ser obtidas gratuitamente. Esses dados são em
formato shapefile e em formato de imagens, ofertados por agências governamentais e
não governamentais do mundo todo. Ambos os formatos são compatíveis com a grande
maioria dos softwares de SIG ofertados em todo mundo, tanto livres como comerciais.

Essa relação formada com os endereços eletrônicos para obter os dados, é parte de um
material que é resultado de uma iniciativa do departamento de Análise Geoambiental
da UFF (CARVALHO, 2011).

51
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

Dessa forma, segue abaixo a relação com endereços eletrônicos de dados espaciais em
formato shapefile (vetoriais) e imagens (rasters):

Arquivos shapefile (vetoriais)

Servidor de FTP do IBGE que disponibiliza um vasto acervo de informações


georreferenciadas para download. Os dados estão no formato ESRI Shapefile (.shp),
DWG, raster (imagem), PDF, entre outros. Disponibiliza também, softwares gratuitos
para visualização dos dados. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/>.

Centro de Sensoriamento Remoto – CSR, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, possibilita o download de variados temas
ambientais no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: < http://siscom.ibama.
gov.br/shapes>.

Data Downloads – Ministério do Meio Ambiente – MMA, Seção de downloads do


MMA. Possibilita o download de variados arquivos de diferentes temas ambientais
no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http://mapas.mma.gov.br/i3geo/
datadownload.htm>.

GeoSNIC: Sistema Nacional de Informações das Cidades – Ministério das Cidades –


MCidades, SIG Web que possibilita o download de arquivos no formato ESRI Shapefile
(.shp) e tabulares (em tabelas). Dispõe de vasto acervo de informações sobre os
municípios brasileiros. Disponível em: <http://geosnic.cidades.gov.br>.

Mapas Interativos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, SIG Web


do IBGE que apresenta diferentes temas geográficos em escala nacional. Possibilita
o download dos temas (não todos) no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em:
<http://mapas.ibge. gov.br/>.

HidroWeb – Agência Nacional de Águas – ANA, possibilita o download de arquivos


no formato ESRI Shapefile (.shp) sobre as hidrografia brasileira a nível nacional.
Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/>.

GeoPortal Digital – EMBRAPA Solos (CNPS) Mapoteca digital da Embrapa Solos.


Apresenta um vasto acervo sobre pedologia, geologia e meio ambiente. Permite o
download dos dados no formato ESRI Shapefile (.shp) e PDF. Dispõe de SIG Web para
visualização dos dados. É necessário se cadastrar no site (cadastro gratuito). Disponível
em: <http://mapoteca.cnps.embrapa.br/>.

GEOBANK: Banco de Dados de Informação Geocientífica – Serviço Geológico do Brasil


– CPRM. O Geobank é um instrumento de ação governamental e ao mesmo tempo
um ilimitado repositório de informações geocientíficas do Serviço Geológico Brasileiro.

52
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

Concebido inicialmente para dar suporte ao Projeto GIS do Brasil. Disponibiliza


arquivos no formato ESRI Shapefile (.shp), KML (formato compatível com o Google
Earth), PDF e programas gratuitos. Disponível em: <http://geobank.sa.cprm.gov.br/>.

DEGRAD: Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira – Instituto


Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Trata-se de um sistema destinado a mapear
áreas em processo de desmatamento onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente
removida. Permite o download dos dados produzidos no formato ESRI Shapefile (.shp).
Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/degrad/>.

Base de dados do Zoneamento Ambiental – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Permite o download dos dados ambientais
produzidos no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http://www.ibama.gov.
br/zoneamento-ambiental/basedado/>.

Zoneamento Ecológico Econômico da Rodovia BR-163 – EMBRAPA Amazônia


Oriental – CPATU. Permite o download dos dados ambientais produzidos no formato
ESRI Shapefile (.shp). Obs.: necessita realizar um cadastro (gratuito) para poder ter
acesso à base de dados. Depois de se “logar” no sistema, vá em “Downloads” e depois
em “Shapes”. Disponível em: <http://zeebr163.cpatu.embrapa.br/index.php>.

SIMRPPN: Sistema Informatizado de Monitoria de RPPN (Reservas Particulares do


Patrimônio Natural) – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –
ICMBio. Permite o download dos dados ambientais produzidos no formato ESRI
Shapefile (.shp). Disponível em: <http://sistemas.icmbio.gov.br/simrppn/publico/>.

BDQUEIMADAS: Banco de Dados Queimadas – Instituto Nacional de Pesquisas


Espaciais – INPE. Download dos focos de queimadas nos formatos ESRI Shapefile
(.shp), KML (Keyhole Markup Language) para Google Earth e TXT. A DPI/INPE criou
um banco de dados geográficos que contem várias informações relativas a queimadas.
Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/>.

Terras Indígenas – Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Permite o download dos


dados ambientais produzidos no formato ESRI Shapefile (.shp) e KML – Keyhole
Markup Language (é um formato de arquivo usado para exibir dados geográficos nos
aplicativos Google Earth e Google Maps). Para ser redirecionado à página com os
links dos dados clique em Mapas (canto esquerdo da página principal). Disponível em:
<http://www.funai.gov.br>.

SIGMINE: Informações Geográficas da Mineração – DNPM: Departamento Nacional


de Produção Mineral Permite o download dos dados ambientais produzidos no formato
ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http:// sigmine.dnpm.gov.br/>.

53
UNIDADE II │ INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

PortalGeo – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro possui SIGWeb que possibilita o


download gratuito de dados geográficos da Cidade do Rio de Janeiro no formato ESRI
Shapefile (.shp), software (Rio Atlas) etc. Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.
br/>. Página 12/51.

Centro de Estudos da Metrópole – CEM. Permite o download dos dados ambientais


produzidos no formato ESRI Shapefile (.shp). Necessita de cadastro gratuito no site.
Disponível em: <http://www. centrodametropole.org.br/v3/bases.php>.

GeoMINAS: Programa de Uso Integrado de Geoprocessamento pelo Governo de Minas


Gerais – Governo do Estado de Minas Gerais. Permite o download dos dados ambientais
produzidos no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http://www.geominas.
mg.gov.br/>.

IGAM: Instituto Mineiro de Gestão das Águas – Governo do Estado de Minas Gerais.
Permite o download dos dados ambientais produzidos no formato ESRI Shapefile
(.shp). Disponível em: <http://www.igam. mg.gov.br/geoprocessamento/downloads>.

GISMAPS: Permite o download dos dados ambientais produzidos no formato ESRI


Shapefile (.shp). Disponível em: <http://www.gismaps. com.br/english/shape.htm>.

Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – Governo do


Estado do Rio Grande do Sul. Permite o download dos dados ambientais produzidos
no formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/
biblioteca/geo/bases_geo.asp>.

GEOBAHIA: Instituto do Meio Ambiente – IMA, da Bahia apresenta SIGWeb que


possibilita o download gratuito de alguns dados geográficos do Estado da Bahia no
formato ESRI Shapefile (.shp). Disponível em: <http://geobahia.ima.ba.gov.br/>.

Mapas SOS: ONG SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –
INPE. SIG Web com diversas informações sobre o Bioma Mata Atlântica. Possibilita o
download de arquivos no formato ESRI Shapefile (.shp), mediante o aceite da solicitação.
Necessita realizar cadastro no site (gratuito). Disponível em: <http://mapas.sosma.
org.br/>.

SIGEL: Sistema de Informações Georreferenciadas do Setor Elétrico – Agência Nacional


de Energia Elétrica – ANEEL. O SIGEL foi concebido pela ANEEL com a expectativa de
tornar-se um instrumento de referência na busca de informações consistentes no setor
de energia elétrica. Disponível em: <http://sigel.aneel.gov.br/>.

ImazonGeo: Geoinformação sobre a Amazônia – Instituto do Homem e Meio Ambiente


da Amazônia. Permite o download de dados ambientais no formato ESRI Shapefile

54
INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO │ UNIDADE II

(.shp) da região Amazônica brasileira. Disponível em: <http://www.imazongeo.org.br/


doc/downloads.php>.

Download de dados geográficos do IPEA Mapas: Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada – IPEA. Permite o download de dados econômicos e sociais no formato
ESRI Shapefile (.shp) do Brasil. Disponível em: <http://mapas.ipea.gov.br/i3geo/
datadownload.htm>.

Arquivos de imagens (rasters)

Acervo de imagens orbitais do INPE. Possibilita o download de imagens dos satélites da


série CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) 2 e 2B. LANDSAT 1, 2, 3,
5 e 7. ResourceSat-1, Terra 1, Aqua 1 e o conjunto de imagens ortorretificadas GLS 2005
Global Land Survey das imagens TM e ETM distribuído gratuitamente pelo Serviço
Geológico Americano – USGS. Para realizar o download é necessário realizar cadastro
no site (gratuito). As imagens não estão previamente georreferenciadas. Disponível em:
<http://www.dgi.inpe.br/CDSR/>.

O Serviço Geológico Americano – USGS, liberou para acesso a biblioteca completa de


imagens dos satélites da série LANDSAT, cobrindo 35 anos de imageamento da Terra.
Além das imagens LANDSAT, possui imagens hiper-espectrais do sensor Hyperion/
EO-1, produtos de imagens MODIS etc. Para realizar download de imagens é necessário
se cadastrar no site (gratuito). As imagens já estão registradas. Disponível em: <http://
glovis.usgs.gov/>.

Possui um acervo de imagens TM, ETM+ e MSS/LANDSAT, Modelo Digital de Elevação


(MDE) do Shuttle Radar Topography Mission - SRTM, produtos de imagens MODIS
etc. Disponível em: <http://www. landcover.org/>.

O Serviço Geológico Americano – USGS, liberou para acesso a biblioteca completa de


imagens dos satélites da série Landsat desde o Landsat 1 até o Landsast 7, cobrindo
35 anos de imageamento da Terra. Além das imagens LANDSAT, possui imagens
hiperespectrais do sensor Hyperion/EO-1, produtos de imagens MODIS dos satélites
Aqua e Terra etc. Para realizar download de imagens é necessário se cadastrar no site. O
cadastro é gratuito. Disponível em: <http://edcsns17.cr.usgs.gov/NewEarthExplorer/>.

55
INTRODUÇÃO AO
SOFTWARE QUANTUN UNIDADE III
GIS
Nesta unidade conheceremos algumas informações sobre softwares de sistema de
informações geográficas – SIG, bem como informações e instruções de uso referente
ao software Quantum Gis que utilizaremos na aplicação prática, na qual realizaremos
alguns procedimentos para desenvolver habilidades de manuseio do programa,
afinidades a partir da manipulação dos arquivos vetoriais e raster, como também
técnicas de interpretação e cartografia.

CAPÍTULO 1
Instalação, configuração e
procedimentos básicos

Atualmente no mundo existem centenas de softwares de Sistemas de Informações


Geográficas, dentre eles muitos são gratuitos.

Alguns dos principais softwares gratuitos são:

»» Spring – desenvolvido pelo INPE/Brasil.

»» Quantum Gis – desenvolvido pela OSGeo/Estados Unidos.

»» GvSig – desenvolvido pelo GVA/Espanha.

»» ILWIS – desenvolvido pela ITC/Holanda.

»» Terraview – desenvolvido pelo INPE/Brasil.

Dentre os softwares de sistema de informações geográficas acima apresentados,


utilizaremos o Quantum Gis para realizar todas as atividades práticas. Desenvolvido
pela fundação Open Source Geospatial Foundation, o Quantum Gis é um software que
funciona em todos os sistemas operacionais, capaz de visualizar, editar, analisar e gerar
mapas com saída para impressão.

56
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Atualmente o Quantum Gis está na versão 2.8.1, lançada no mês de Fevereiro


desse ano de 2015.

Possui um fácil sistema de inserção, edição, análise e exportação de dados geográficos,


bem como de produção e edição de mapas.

Para adquirir o Quantum Gis, deve-se acessar o site da organização desenvolvedora do


programa <www.qgis.org> e proceder da seguinte forma (fig. 31):

Figura 32: Home page com as opções de instalação do software Quantum Gis.

Fonte: autor.

57
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

A figura anterior na qual apresenta o endereço eletrônico para ter acesso ao download
do software, apresenta três etapas para esse procedimento, sendo eles:

1. escolher a opção de realizar download do Quantum Gis;

2. escolher qual o tipo de sistema operacional que seu computador possui e


na sequência pedir pra baixar o instalador;

3. consiste em clicar no instalador e seguir o procedimento automático de


instalação.

Após terminar o processo de instalação, serão criados atalhos do software Quantum


Gis na área de trabalho. Ao abrir o software, surgirá a interface principal que possui um
conjunto de ícones seguindo um padrão organizado e bastante intuitivo (fig. 32). Esses
mesmos conjuntos de ícones podem ser encontrados na barra de ferramentas.

Figura 33: Interface Quantum Gis com principais funções.

Fonte: autor.

Conforme a figura acima apresentada que ilustra a interface principal do Quantum Gis,
os principais menus são:

1. opção para inserir (importar) arquivos raster (imagem);

2. opção para inserir (importar) arquivos vetoriais (pontos, linhas ou


polígonos);

3. ferramenta para arrastar a tela de trabalho;

4. ferramenta para ampliar e diminuir o Zoom na tela de trabalho;


58
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

5. ferramenta com opção para voltar a uma ação anterior e avançar;

6. opção para acessar a tabela de atributos com informações dos arquivos


em tela;

7. ferramenta para mensurar distâncias, tamanho de área e ângulo.

Ajustando o sistema de coordenadas


Antes de começar a trabalhar com o Quantum Gis, é necessário configurar o sistema de
coordenadas, selecionando qual a projeção e o datum a ser utilizado no trabalho.

Na ilustração a seguir serão pontuadas as etapas pra configurar o programa conforme


a necessidade.

Figura 34: Ajustando o sistema de projeção e referência.

Fonte: autor.

Existem inúmeras projeções a serem utilizadas, porém as mais utilizadas são UTM
(Universal Transversa de Mercator) e Geográficas (Latitude e Longitude). O que definirá
a escolha entre uma projeção e outra serão as características da área a ser analisada.
Para as áreas pequenas (ex.: bairros, áreas agrícolas etc.) é apropriado que se use a
projeção UTM e para áreas maiores (municípios, estados, continentes etc.).

Quanto ao datum, que é o sistema geodésico de referência, os mais usuais até então são
o SAD69 (desativado), WGS84 e SIRGAS2000. O datum SAD69 já caiu em desuso haja
vista que a partir desse ano de 2015, o SIRGAS2000 passou a ser o Datum oficial, o qual
já vinha sendo utilizado por diversos órgãos oficiais.

59
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Para acessar as configurações dessa temática, é necessário clicar na barra de ferramentas


do software e em seguida escolher “opções”.

Na tela que abrirá na sequência, na lateral esquerda escolha o item SRC, onde será
possível escolher a projeção mais apropriada para sua análise espacial e o datum
oficial SIRGAS2000.

Importando arquivos vetoriais


Após configurar o software conforme a projeção e datum que atendam a necessidade
da análise a ser realizada se iniciam os procedimentos de importação de arquivos
vetoriais (estradas, rios, limites de áreas rurais, sedes municipais etc.) para análise e/
ou produção de mapas.

Esses procedimentos são exemplificados na ilustração a seguir.

Figura 35: Importando arquivos vetoriais.

Fonte: autor.

Como pode ser notado, na lateral esquerda da interface do programa há bastante opções
de ação. Ao que se refere à importação de arquivos vetoriais é a primeira opção da
coluna denominada “adicionar camada vetorial”. Na sequência surgirá um menu onde
você escolherá qual o tipo de arquivo vetorial deseja abrir. Após escolhido, escolha a
opção buscar e encontre em suas pastas o arquivo pretendido, abrindo-o na sequência.

Outra possibilidade de comando é por meio da opção “camadas”, da barra de ferramentas,


e “adicionar camada vetorial”.

60
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Importando arquivos raster (Imagens)


Da mesma forma como foi localizada a opção para importar arquivos vetoriais, é também
para importar arquivos raster, tendo em vista ambos estarem na mesma coluna da
lateral esquerda.

Conforme pode ser exemplificado na ilustração a seguir para importar o arquivo raster
pretendido, seleciona-se a opção “adicionar camada raster”. Na sequência escolhe-se
diretamente a pasta de origem do arquivo, selecionando-o para abrir na tela de trabalho
do software.

Figura 36: Importando arquivos raster.

Fonte: autor.

61
CAPÍTULO 2
Vetorização e elaboração de
base cartográfica

A criação de arquivos vetoriais, ou a vetorização, se dá na maioria das vezes a partir da


utilização de outros arquivos, os quais são utilizados como referência.

Após praticar a inserção de arquivos vetoriais e raster (imagem) na tela de trabalho do


software, é importante também saber como criar esses arquivos vetoriais. Procedimento
importante para delimitar o curso de um determinado rio, o traçado de uma estrada,
delimitar uma área que represente desmatamento, propriedade rural etc.

Antes de entrar nos procedimentos de criação dos arquivos, vamos observar a


disposição dos arquivos já inseridos (importados) nas camadas de informação da tela
de trabalho do software, ilustrado pela imagem a seguir, a qual apresenta a disposição
das informações.

Figura 37: Disposição dos arquivos na tela de trabalho.

Fonte: autor.

1. aponta o arquivo raster importado para o ambiente de trabalho do


software;

2. aponta o arquivo vetorial importado para o ambiente de trabalho do


software, delimitando uma pequena parte de uma determinada bacia
hidrográfica;

62
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

3. aponta um espaço na tela de trabalho onde estão dispostos todos os


arquivos que estão sendo trabalhados, denominado “camadas”. Além
de apresentar a disposição dos arquivos, este espaço serve também para
organizar hierarquicamente a disposição de todos os arquivos. Caso esse
espaço de camadas não esteja visível após a instalação, basta buscar na
barra de ferramentas a opção “exibir” => “painéis” => “camadas”;

4. aponta a opção denominada “camada tipo shape” que tem a finalidade de


criar linhas, pontos e polígonos, para representar informações da análise.

Essa ferramenta de criação de arquivos e seu funcionamento, veremos na sequência a


partir da ilustração a seguir apresentada.

Figura 38: Sequência de procedimento para criação de arquivos vetor.

Fonte: autor.

63
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Nessa sequência elaborada para demonstrar a sistemática de criação de arquivos vetoriais,


buscou-se de forma prática e esclarecedora, pontuar cada passo do procedimento.
Sendo eles:

1. após selecionar a ferramenta “camada tipo shape” (item no 4 da figura 36)


abre-se uma janela de informações onde será escolhido o tipo de arquivo
que se pretende criar;

2. é dado um atributo ao arquivo que está sendo criado, esse atributo é


adicionado;

3. em seguida confirma;

4. ao confirmar o atributo do arquivo, abre-se outra janela para inserir o


nome do arquivo e a pasta de destino deste;

5. em seguida o arquivo criado vai aparecer na área das camadas de informação,


porém ele ainda não existe como forma. Deve-se clicar sobre ele na área
das camadas, e em seguida acionar a ferramenta (lápis) “alternar edição”;

6. depois de acionada a ferramenta mencionada na pontuação no 5 e clicar


no botão Adicionar Feição, inicia-se a criação de um novo arquivo
clicando com o botão esquerdo do mouse no local onde se pretende criar
o arquivo, até completar toda a forma pretendida. Para esse exemplo foi
feito um traçado de um canal de parte de uma bacia hidrográfica, a partir
da interpretação visual da imagem de satélite. Para finalizar clica-se com
o botão direito e finaliza a caixa de diálogo;

7. para salvar o que fora criado, clica-se com o botão direito do mouse sobre
o nome do arquivo que está na área das camadas, e na sequência escolhe-
se a opção “salvar edições da camada”. Dessa forma, o arquivo vetorial
passa a existir na pasta que fora salvo. Podendo ser aberto em qualquer
outro software que suporte arquivos com formato shapefile.

A partir dessa breve introdução acerca do funcionamento do software Quantum Gis,


exemplificando alguns procedimentos padrões, já é possível executar algumas atividades
aplicadas na prática do geoprocessamento.

Da mesma forma que foi criada a linha acima exemplificada, para representar
um dos canais hidrográficos de uma bacia, podem ser criados também pontos
e polígonos para representar propriedades rurais, lotes urbanos, polígonos de
desmatamento, polígono de plantações, polígonos de reserva legal, pontos
representando marcos, pontos representando nascentes, entre outros.

64
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Elaboração de base cartográfica


Da mesma forma como foi exemplificado os procedimentos para a vetorização de um
curso d’água, é também realizado os mesmos procedimentos para criação de pontos
e polígonos.

É importante sempre criar uma pasta de arquivo onde devem ser salvos os arquivos
vetoriais (e também as imagens) que vão sendo criados ou copiados para assim formar
a base de dados para o projeto que se pretende trabalhar.

Por uma questão de organização e eficiência, é importante organizar também, os dados


conforme suas temáticas: geologia, clima, hidrografia etc.

65
CAPÍTULO 3
Georreferenciamento de imagem

Atualmente existem inúmeras possibilidades e facilidades de acesso a informações


geoespaciais. Instituições públicas como o INPE e o IBAMA, por exemplo, disponibilizam
imagens de satélite já georreferenciadas e de forma gratuita. Isso é de fundamental
ajuda para já trabalhar com esses arquivos em um ambiente de S.I.G., haja vista que as
imagens já vêm georreferenciadas podendo dessa forma trabalhá-la junto com outras
camadas de informação. Porém, nem sempre temos já georreferenciada a imagem
exata que queremos para trabalhar ou desenvolver uma pesquisa. É muito comum, por
exemplo, utilizarmos imagem Google Earth em trabalhos e pesquisas, mas quando a
salvamos ela não vem georreferenciada, o que gera certa dificuldade para inseri-la e
processá-la em um ambiente S.I.G.

Nesse capitulo será apresentado de forma simples, os procedimentos para georreferenciar


uma imagem a partir do software Quantum Gis 2.8.1.

Imaginem que se faz necessário um estudo de Escala Temporal para apontar avanços de
desmatamento ou então regeneração de floresta nativa, pois bem, para isso utilizaremos
uma imagem do ano 2005 já georreferenciada para servir como referência pra nossa
atividade, e uma outra imagem do ano de 2014, capturada no Google Earth, a qual será
objeto de nossa atividade.

Iniciaremos abrindo o Quantum Gis e a primeira coisa a ser observada, é se a extensão


para georreferenciamento está ativa. Para isso deve-se clicar na opção “Complementos”
na barra do menu Superior, depois “Gerenciar e Instalar Complementos”. Na sequência
faça uma busca pelo nome da extensão “Georreferenciador GDAL” e o instale ou atualize,
caso já esteja instalado (fig. 39).

Figura 39: Instalando a extensão de georreferenciamento

Fonte: autor.

66
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Após ativação da extensão para georreferenciamento, inicia-se abrindo a imagem


mais antiga, já georreferenciada a qual servirá de base de referência pra obtermos as
coordenadas necessárias. O procedimento para inserir a imagem já georreferenciada
segue conforme já estudamos no capítulo 11, bem como na ilustração a seguir (fig. 39).

Figura 40: Inserindo camada raster já georreferenciada

Fonte: autor.

Após carregar a nova camada raster, vamos aos procedimentos para inserir a figura/
imagem que ainda não está georreferenciada.

Para isso basta optar por “Raster” na barra do menu na parte superior da tela de trabalho
do Quantum Gis.

Na sequência a opção “Georreferenciador”, conforme ilustração abaixo (fig. 40).

Figura 41: Acessando a ferramenta georreferenciador

Fonte: autor.

Após clicar sobre a ferramenta de georreferenciamento, abrirá a uma interface onde


ocorrerá todos os procedimentos da nossa presente atividade. Essa interface é composta
por um menu de diversas ferramentas, onde as principais são (Fig. 41):

1. Abrir raster => Opção para importar a figura que se deseja georreferenciar.
67
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

2. Zoom => Opção para ampliar e diminuir o zoom da tela de trabalho.

3. Adicionar ponto => Opção para adicionar coordenadas na imagem que


deseja georreferenciar.

4. Excluir ponto => Opção para excluir pontos que porventura tenham sido
inseridos de forma equivocada.

5. Iniciar Georreferenciamento => Opção para processar todos os pontos


inseridos na imagem que está sendo georreferenciada.

Figura 42: Interface do Georreferenciador

Fonte: autor.

Depois de conhecermos as principais ferramentas da interface do Georreferenciador,


damos início à atividade carregando a imagem que iremos georreferenciar e procedemos
a passo a passo da seguinte forma (fig. 42):

1. Buscar na imagem pontos homólogos para inserir as coordenadas, ou


seja, utilizar áreas na imagem nova que sejam idênticas na imagem velha.

2. Ao clicar no ponto onde se deseja inserir a primeira coordenada, abrirá


uma caixa de diálogo, onde há a possibilidade de digitar uma coordenada
já pré-definida, ou lançar uma coordenada a partir do mapa da tela
ao lado.

3. Clicar sobre o mapa ao lado, exatamente no mesmo ponto onde foi clicado
na figura que está sendo georreferenciada.

4. Sempre que realizar as marcações dos pontos homólogos, o sistema irá


pedir para confirmar no “OK”, o qual deverá ser executado. Deve-se

68
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

repetir esse mesmo procedimento até que diversos pontos estejam bem
espalhados pela imagem.

Figura 43: Inserindo coordenadas para georreferenciamento

Fonte: autor.

Depois de lançadas todas as coordenadas e clicado em “OK”, será possível ver todos os
pontos distribuídos nas duas imagens, na que está sendo georreferenciada e na que já
está georreferenciada e que serviu como base de referência (fig. 44).

Figura 44: Pontos homólogos a partir do ângulo da estrada (coordenadas confirmadas) e a opção “Iniciar
Georreferenciamento” para processar as coordenadas inseridas.

Fonte: autor.

69
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Após clicar em iniciar georreferenciamento, abrirá um painel de configuração (fig. 45)


onde deverão ser ajustadas e inseridas algumas informações básicas, tais como:

1. Indicar qual o tipo de Transformação e o Método de Reamostragem,


lembrando que conforme o tipo de Transformação escolhido, maior ou
menor será a quantidade mínima de coordenadas e serem inseridas.

2. Escolher a pasta de destino para a imagem (base cartográfica) e inserir


um nome de identificação para a imagem.

3. Finalizar em “OK” e esperar a imagem abrir na tela de trabalho do


Quantum Gis.

No mesmo painel de configuração acima mencionado, deve-se atentar para “SRC de


Destino”, que é a escolha da Projeção e a escolha do Sistema Geodésico de Referência,
sendo eles a projeção UTM, para esse trabalho, e o Datum SIRGAS2000 (Datum
Oficial).

Figura 45: Painel de configuração de saída da imagem georreferenciada

Fonte: autor.

Finalizadas todas as etapas, torna–se possível a utilização da nova imagem


georreferenciada como uma das camadas de informação, podendo ser reprocessada e
exportada sempre que necessário.

Na ilustração a seguir (fig. 46) estão abertas na tela de trabalho do Quantum Gis as
imagens A e B, onde a primeira é a imagem que já estava georreferenciada e a segunda
foi a que acabara de ser georreferenciada.

70
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Figura 46: Comparativo de imagens A e B georreferenciadas

Fonte: autor.

Vale lembrar que esse procedimento de georreferenciamento é uma prática simples voltada
a processamento simples de arquivos geoespaciais, diferente do georreferenciamento
tradicional de propriedades rurais, onde se faz necessário a utilização de equipamentos
GPS apropriados e técnicas e procedimentos convencionados e homologado pelo
INCRA.

71
CAPÍTULO 4
Elaboração de mapa temático

Neste capítulo, iremos criar um mapa temático para representar uma parte da rede de
drenagem de uma bacia hidrográfica, bem como a malha viária, as áreas desmatadas e
as áreas florestadas.

Para chegar a esse produto final, que é o mapa temático, não iremos fazer uso de
arquivos vetoriais já existentes, haja vista que criaremos o nosso próprio arquivo, ou
seja, não utilizaremos arquivos que reproduzam uma rede de drenagem, estradas, áreas
de florestadas ou áreas desmatadas que já estejam prontos, nós iremos utilizar uma
imagem de satélite para interpretarmos, e a partir de suas informações criaremos um
arquivo vetorial próprio, que represente todas as informações temáticas propostas para
essa aplicação prática.

Para reproduzir esses elementos, utilizaremos as ferramentas de vetorização do


software Quantum Gis e uma imagem de satélite georreferenciada extraída do Google
Earth com boa resolução espacial para ser interpretada.

A imagem utilizada para esse trabalho é referente a uma área localizada na Amazônia
em uma sub-bacia de um rio denominado Rio Anta, localizado no município de Rolim
de Moura no Estado de Rondônia, disponível para download no Portal do Aluno.

Vetorizando a rede de drenagem


Para dar início a esses procedimentos vamos criar uma pasta onde serão salvas, além
da imagem já disponibilizada para essa aplicação prática, todas as demais informações
da base de dados que criaremos aqui durante os procedimentos.

Vamos iniciar o software Quantum Gis conforme as instruções já apresentadas, e na


sequência configurar o sistema de projeção para UTM e a Zona de paralelos conforme a
localidade da imagem que trabalharemos.

Utilizaremos a projeção UTM (Transversa de Mercator) o Datum será o SIRGAS2000 e


a Zona que selecionaremos é a -20 Sul. Os procedimentos para configuração da projeção
podem ser revistos na figura 33.

72
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Após configurar a projeção, vamos abrir o arquivo indo até a barra de ferramentas na
coluna da direita e pedir para “adicionar camada raster”, na sequência escolheremos
o arquivo já disponibilizado denominado Imagem Sub-Bacia, e pediremos para
abrir.

Após aberto iremos realizar o procedimento de criação de uma nova camada sobre a
imagem já aberta. Essa nova camada corresponde a um arquivo vetorial do tipo shapefile
que reproduzirá a rede de drenagem que está presente nessa imagem.

O primeiro tema a ser vetorizado será a rede de drenagem e a sistemática desse


procedimento pode ser revista na descrição das páginas 79-82 deste material, que
organiza-se da seguinte forma:

»» Escolher na coluna da esquerda a ferramenta denominada “camada do


tipo shape”.

»» Escolha do tipo do dado vetorial a ser criado como sendo “linhas”.

»» Concluir o procedimento de criar e salvar o arquivo na pasta de destino.

»» Na sequência clicar sobre o nome do arquivo que está na parte esquerda


da tela no espaço onde ficam os nomes das camadas de informações, em
seguida clicar na ferramenta “alternar edição” na parte superior da tela
representada pela figura de um lápis, e na sequência clicar na ferramenta
“adicionar feição” que está na segunda posição à direita.

»» Após acionar a ferramenta, inicia-se o procedimento de vetorização da


rede de drenagem. A princípio deve-se observar a imagem com bastante
atenção e interpretar onde estão os canais dos rios que compõem a
drenagem daquela área.

»» Após conseguir visualizar toda a rede de drenagem presente, inicia-se


fazendo o traçado sobre a imagem desenhando sobre ela as linhas que
representam toda a drenagem. O primeiro canal a ser desenhado deve
ser o rio principal, em seguida os secundários que formarão o restante
da bacia.

As curvas das linhas são estruturadas por vértices, as quais correspondem a cada clique
do mouse com o botão esquerdo. Ao terminar cada traçado, deve-se clicar com o botão
direito e confirmar.

A figura a seguir apresentada ilustra de forma bastante didática o andamento do


procedimento de vetorização da rede de drenagem.
73
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Figura 47: Traçando o canal principal da sub-bacia hidrográfica.

Fonte: autor.

O canal principal que foi traçado conforme apresentado na imagem acima, seguiu
exatamente o traçado original do canal do rio, demarcando toda sua extensão. No final do
desenho, para interromper essa etapa, clica-se com o botão direito do mouse e logo aparecerá
uma caixa de diálogo pedindo para atribuir ao arquivo recém-criado, uma identificação.

Figura 48: Figura ilustrando comparativo entre o inicio e o termino da vetorização da sub-bacia hidrográfica.

Fonte: autor.

74
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Ao completar o traçado por toda a rede de drenagem pretendida, deve clicar com o
botão direito sobre o nome arquivo correspondente a drenagem, no espaço onde estão
os títulos das camadas de informações, e pedir para “Salvar Edições da Camada”.

A partir de agora já temos em nosso banco de dados o arquivo vetorial em formato


shapefile que reproduz a drenagem da sub-bacia daquela área.

Vetorizando a malha viária (estradas)


O próximo passo será vetorizar as estradas presentes na imagem que estamos
trabalhando. O procedimento é semelhante ao anterior, considerando que o tipo de
arquivo vetorial que será escolhido é “Linhas”, o qual é o mesmo para estradas e para
drenagem.

Não será necessário fechar e abrir o programa novamente, apenas basta ir na coluna da
esquerda, clicar na ferramenta denominada “Camada do Tipo Shape”, criar um novo
arquivo denominado estradas e iniciar todo o procedimento que fora realizado para
vetorizar a drenagem.

Encerrando essa etapa já temos mais um arquivo formando nosso banco de dados.

Figura 49: Imagem com a drenagem e a malha viária já vetorizadas.

Fonte: autor.

Vetorizando as áreas com vegetação


Nesta etapa da nossa aplicação prática, realizaremos a vetorização das áreas com
remanescentes de vegetação nativa, as quais irão compor o banco de dados que
utilizaremos para produzir nosso mapa temático.
75
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Diferentemente da drenagem e das estradas, as áreas de vegetação que delimitaremos


são arquivos vetoriais do tipo polígono, porém a sistemática de criação do arquivo
vetorial é a mesma.

Seleciona-se a ferramenta “Camada do Tipo Shape” na coluna da esquerda e na


sequência surgirá o momento da escolha do tipo de arquivo vetorial que será criado,
que no caso dessa etapa que delimitaremos as áreas de vegetação, o tipo de vetor a ser
escolhido é o Polígono.

Depois de feita a seleção do arquivo vetorial e criado o arquivo com nome sugestivo de
Vegetação, os próximos passos serão os mesmos das etapas anteriores. E ao fim dessa
etapa teremos um arquivo vetorial para a vegetação conforme a ilustração abaixo que
reproduz os vetores já criados.

Figura 50: Imagem com a vegetação remanescente vetorizada, juntamente com demais elementos.

Fonte: autor.

Vetorizando as áreas desmatadas


Este último arquivo a ser produzido que irá compor o banco de dados para podermos
produzir o mapa temático dessa aplicação prática, é o arquivo vetorial das áreas
desmatadas presentes na imagem de satélite que estamos trabalhando.

Para criação desse arquivo, repetem-se os mesmos procedimentos utilizados para a


criação do arquivo das áreas com vegetação, haja vista ambos serem um arquivo vetorial
do tipo “Polígono”.

As áreas consideradas como sendo desmatadas na imagem que estamos trabalhando,


serão as formadas por pastos, lavouras e capoeiras, as quais serão delimitadas e
preenchidas com uma cor na tonalidade aproximada da cor Rosa.
76
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Observem na imagem que os elementos básicos da paisagem que compõem a imagem


são:
»» Rios.

»» Estradas.

»» Florestas.

»» Áreas não florestadas (áreas desmatadas).

Depois de finalizados os procedimentos dessa etapa, e após terem sido vetorizadas


todas as áreas consideradas desmatadas na visualização da imagem de satélite, o banco
de dados que fora criado para produzir o mapa temático dessa aplicação prática torna-
se por fim completado.

Dessa forma, o banco de dados está composto por todas as temáticas necessárias à
produção do objeto dessa aplicação prática, na qual as temáticas mencionadas irão
formar as camadas de informação que serão inseridas no software, representadas
espacialmente no mapa e tematicamente na legenda.

Durante todo decorrer da nossa aplicação prática, por várias vezes utilizamos
a expressão “Vetorização” ou “Vetorizar” ou “Vetor”. A título de conhecimento,
vamos pontuar de forma bastante didática o conceito de cada um:

»» Vetor: é um tipo de arquivo que, diferente da imagem que é formada


por vários pixels, este é representado por um modelo numérico. A
extensão mais comum utilizada nos softwares de SIG é o shapefile.

»» Vetorização: é a ação ou o resultado de vetorizar.

»» Vetorizar: é o ato de representar um determinado elemento ou


fenômeno de forma numérica e sua forma na qual esse determinado
elemento é representado pode ser classificada em linhas pontos ou
polígonos.

A figura a seguir apresenta de forma conjunta todos os elementos que foram vetorizados
e que ilustrarão o mapa temático que será produzido no próximo tópico.

É importante observar a configuração dos elementos da imagem na tela de trabalho


da figura e notar a quantidade de resultados que conseguimos extrair por meio da
interpretação da imagem que trabalhamos, bem como é importante notar também
a organização de cada temática (informação) ao lado esquerdo no campo onde estão
dispostas as “camadas” de informação, considerando-se que trabalharemos com todas
elas na próxima etapa da nossa aplicação prática.

77
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Figura 51: Figura com a rede de drenagem, estradas vegetação e áreas desmatas no formato de vetor (linhas e
polígonos).

Fonte: autor.

Elaborando o mapa temático da sub-bacia


do Rio Anta
O software Quantum Gis, além de ser excelente em criação, análise e edição de dados
espacial, também é muito bom pelo fato de ter um editor de layout próprio em uma
interface onde é possível produzir mapas, salvá-los e até mesmo já imprimir diretamente.
Composto por todas as simbologias e parâmetros da Cartografia agregados ao seu sistema.

Para iniciar a elaboração do mapa, já com todos os arquivos vetoriais que foram criados
(área desmatada, drenagem, estradas e vegetação), dispostos no lado esquerdo da tela
de trabalho no campo onde estão as camadas de informação, clicaremos com o mouse
sobre o nome de cada arquivo e os arrastaremos deixando-os na seguinte ordem: rios,
estradas, áreas com vegetação e áreas desmatadas.

Estradas e rios serão arrastados ficando posicionados acima, sobre todos os outros
arquivos. As áreas desmatadas serão as últimas, na parte inferior, e as áreas com
vegetação serão as penúltimas.

Quanto às cores, no mesmo campo onde estão dispostos os arquivos nas camadas de
informações, observaremos que abaixo do nome de cada arquivo está representado
o seu formato e a sua respectiva cor. Iremos realizar um clique duplo sobre esses
formatos e na sequência abrirá uma caixa de diálogo com diversas opções de cores. As
quais editaremos respectivamente da seguinte forma:

78
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

»» Rios: cor azul.

»» Estradas: cor vermelho.

»» Áreas com Vegetação: cor verde.

»» Áreas Desmatadas: cor rosa.

Após as edições de cores e posicionamento, iremos dar início aos procedimentos para
produção do nosso mapa temático, conforme as orientações contidas nas ilustrações
a seguir.

Figura 52: Procedimento inicial para dar início à edição do layout e produção do mapa.

Fonte: autor.

Conforme a figura anterior apresentada, as operações iniciais a serem realizadas para


entrar no layout de produção do mapa temático segue a seguinte ordem:

»» Passo 1: Disposição dos arquivos na camada de informações conforme o


posicionamento e as cores já alterados.

»» Passo 2: Ferramenta denominada “Novo Compositor de Impressão”, a


partir da qual passamos a ter acesso à interface de edição do layout para
produção do nosso mapa temático.

»» Passo 3: Caixa de diálogo que surge após clicar na ferramenta do Passo 2,


pede-nos para darmos um nome ao novo trabalho. É opcional.

79
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Figura 53: Layout para produção de mapa.

Fonte: autor.

A figura anterior apresentada mostra o ambiente do layout no qual trabalharemos, o


qual surge após a conclusão do Passo 3 da figura 52.

80
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

O layout surge em uma folha em branco e a partir daí passamos a realizar os


procedimentos na seguinte ordem:

1. No lado direito da tela de trabalho existe um campo voltado para formatar


os elementos de um mapa qualquer que está sendo trabalhado. Portanto,
a princípio, escolheremos o tamanho que será feito o mapa. Se será no
tamanho A4, A3 ou outros.

2. No lado esquerdo da tela de trabalho, há uma coluna com várias


ferramentas voltadas para inclusão e edição de elementos do mapa. A
primeira a ser utilizada é a denominada “Adicionar Novo Mapa”. Ao
selecionar essa opção, deve-se clicar com o mouse na área da folha em
branco, e abrir um retângulo na posição onde se deseja representar a
imagem do mapa.

3. Este passo refere-se a uma ferramenta denominada “Selecionar/ Mover


Item”, a qual consiste em mover a caixa em que estão os arquivos do mapa
(conteúdo), diminuir ou aumentar sua dimensão.

4. Esta ferramenta é semelhante a anterior, porém ao invés de mover a caixa


onde estão contidos os arquivos (conteúdo) do mapa, ela é utilizada para
mover o próprio arquivo. Denominada de “Mover Item do Conteúdo”.

Para ajustar o tamanho do conteúdo com o tamanho da caixa que envolve este, ativa-
se a ferramenta de “Mover Item do Conteúdo” e utiliza-se a rolagem do mouse para
aumentar e diminuir o zoom da imagem do conteúdo.

Após definir a dimensão e a localização do conteúdo (arquivos vetoriais) no layout do


mapa, iremos continuar nossa aplicação prática seguindo etapas específicas que serão
executadas uma a uma, de forma individual. Sendo elas:

1. Inserir a legenda do mapa.

2. Inserir o Título, o Norte e a Escala do mapa.

3. Inserir o Grid de coordenadas.

4. Exportar e salvar o mapa no formato PNG, JPEG ou PDF.

81
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Inserindo a legenda

Figura 54: Procedimento para inserir legenda.

Fonte: autor.

1. seleciona-se a ferramenta “Adicionar Nova Legenda” na barra de menu


do lado esquerdo da tela de trabalho, e já na sequência a ferramenta está
pronta para desenhar o local onde será inserido a referida legenda;

2. clique com o botão esquerdo do mouse e faça um retângulo no local onde


deseja inserir a legenda. Em seguida a legenda aparecerá em condições
de ser editada no próximo passo;

3. no lado direito da tela de trabalho, está a caixa de opções onde é possível


editar informações e aparências dos objetos presentes no layout. Nesse
procedimento é possível editar cada item presente na legenda, clicando
sobre ele e na sequência escolhendo qual a opção de edição desejada. As
opções são alterar a ordem da disposição dos temas da legenda, deletar
ou incluir, renomear e somar as quantidades de elementos em cada tema;

4. nesse passo é possível adicionar uma moldura para a legenda, a qual pode
ser editada conforme a cor, espessura da linha da moldura e o estilo dos
ângulos da moldura;

5. para reforçar a atenção, é importante lembrar que sempre que precisar


selecionar algum item na tela de trabalho, a ferramenta utilizada para tal
procedimento é a “Selecionar/Mover Item”.

82
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Inserindo o título, o norte e a escala do mapa

Figura 55: Procedimento para inserir o título, o norte e a escala do mapa.

Fonte: autor.

1. seleciona-se a ferramenta “Adicionar Novo Rótulo”, e com o botão


esquerdo do mouse pressionado, cria-se um retângulo no local onde se
deseja inserir o título. Em seguida abria uma caixa de diálogo no lado
direito da tela de trabalho, onde será possível editar o texto conforme seu
conteúdo, fonte da letra, cor, alinhamento, inclusão de moldura, entre
outros recursos. O título sugerido para esse mapa foi Compartimentação
da Paisagem da Sub-Bacia do Rio Anta;

2. seleciona-se a ferramenta “Adicionar Seta” e da mesma forma, com o


botão direito pressionado, é possível desenhá-la e arrastar para o local
pretendido. A função da seta no mapa é representar o norte da paisagem,
ou seja, qual a direção onde está localizado o Norte, Sul, Leste e Oeste. Na
caixa de edição ao lado direito é possível editar a seta de Norte conforme
sua Cor, Espessura, Posição e Tamanho, bem como alterar o ângulo de
inclinação caso a imagem não esteja com o norte indicando exatamente
para a parte superior do mapa;

3. seleciona-se a ferramenta “Adicionar Nova Barra de Escala” e na sequência


basta dar uma simples clicada no mapa, no local onde se deseja inserir
a escala. Após esse procedimento, surge na caixa de edição no canto
direito, as opções para alterar as unidades de medidas da escala, fonte
dos números, cor, posição e tamanho, moldura, entre outros.

83
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Inserindo o grid de coordenadas

Figura 56: Procedimento para inserir o grid de coordenadas do mapa.

Fonte: autor.

4. para dar início à inserção do grid de coordenada no mapa, é necessário


acionar a ferramenta “Selecionar/Mover Item” e selecionar o item onde
estão os arquivos vetoriais. Em seguida surgira ao lado direito da tela de
trabalho as opções de edição para esse item;

5. seleciona-se então, ao lado direito nas opções de edição, a opção “Mostrar


Grade”. Ao ativá-la surgirá a opção para definir o espaçamento entre uma
linha e outra dessa grade. A princípio ela vem com o valor 0 (zero) de
espaçamento, cabendo a nós escolhermos qual a melhor opção que atenda
ao trabalho e a estética do mapa. Para esse mapa foram utilizados nas
primeiras casas os valores de 500 de espaçamento entre as coordenadas
X e também de 500 entre as coordenadas Y;

6. as linhas que formam a grade (ou o grid) podem ser contínuas ou podem
ser fragmentadas em pontos de cruz. Nas opções de edição existe a
possibilidade de escolher entre uma e outra, clicando no campo “Tipo de
Grade”. Logo abaixo existe outra opção que possibilita alterar a espessura
das cruzes. Optou-se para esse mapa, uma grade fragmentada em forma
de cruz, a fim de evitar a sensação de poluição visual no mapa.

7. até o momento foi possível organizar a grade de coordenadas, bem


como seu espaçamento, espessura e formato. Porém ainda resta inserir
as coordenadas propriamente ditas na borda da imagem do mapa. Para
isso, basta acionar a opção “Desenhar Coordenadas”, onde na sequência
surgem as opções para definir:

84
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Figura 57: Procedimento para configurar as coordenadas do grid.

Fonte: autor.

›› O formato das coordenadas, podendo optar por decimal, graus e


minutos ou graus, minutos e segundos. Para esse mapa optou-se pelo
formato decimal.

›› A posição das coordenadas em cada canto do mapa (esquerda, direita,


topo e na base).

›› A fonte para definir a cor e tamanho.

›› A precisão da coordenada a qual, quanto mais precisa for, maior será


a quantidade de casas numéricas que a represente. Cabendo definir
qual a opção que melhor se ajuste em relação às necessidades e
estética do mapa.

Concluídas as etapas até aqui, já pode-se dizer que o mapa está pronto. Tendo em
vista que todos os arquivos a serem representados espacialmente, bem como todos os
elementos cartográficos mínimos necessários para a sua produção, foram contemplados
no layout.

A próxima e última etapa para encerrar a atividade prática por definitivo é a exportação
do mapa em um formato adequado às necessidades, o que veremos no próximo tópico.
85
UNIDADE III │ INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS

Exportando e salvando o mapa no formato PNG


ou PDF

O processo mais simples de toda a aplicação prática é a exportação do mapa, tendo em


conta o software possuir comandos específicos para esse procedimento.

Na parte superior da tela de trabalho do editor de mapa, existe uma barra de ferramentas
com algumas opções dentre as quais, localizam-se as utilizadas para exportar o
mapa criado.

As opções para exportar são em PDF, SVG (compatível com navegadores web) e Figura
(podendo ser JPEG, PNG, TIFF, BMP entre outros).

Após escolher uma das opções de saída para o mapa, o sistema pede que você escolha
uma pasta de destino para salvar seu referido mapa. Após salvá-lo você poderá utilizá-
lo em sua destinação final.

Figura 58: Procedimento para exportar o mapa.

Fonte: autor.

Dessa forma, encerramos aqui todas as nossas atividades referentes a essa aplicação
prática, bem como toda a atividade desse módulo.

A produção desse mapa temático, que ocorreu de forma bastante simples e objetiva, serviu
para estimular não só o poder de criação de cada um, mas também para desenvolver
o pensamento reflexivo acerca da sistemática de todo o conjunto de funcionamento do
geoprocessamento e ainda, as muitas possibilidades de aplicar as suas técnicas para
produzir informações e reaplicá-las no meio em que vivemos.

86
INTRODUÇÃO AO SOFTWARE QUANTUN GIS │ UNIDADE III

Ao fazer um resgate de tudo que foi abordado ao longo desse módulo, e ao fazermos uma
análise a respeito do mapa final que produzimos durante a atividade da nossa aplicação
prática, podemos pontuar alguns elementos agregados a ele que juntos formam toda a
base do tema geoprocessamento que é objeto de estudo desse módulo.

Figura 59: Mapa final resultado da atividade de aplicação prática.

Fonte: autor.

»» Produto de sensoriamento remoto: Imagem de satélite utilizada


como base na vetorização.

»» Técnicas de interpretação de imagem/fotointerpretação: extração


da drenagem, estradas e das áreas de desmatamento e vegetação sobre a
imagem de satélite.

»» Técnicas de sistemas de informações geográficas: vetorização,


edição, criação, importação, exportação etc.

»» Cartografia: sistemas de projeção, coordenadas, escalas, legendas,


orientação e a arte de representar.

87
APLICAÇÃO PRÁTICA UNIDADE IV

Nesta unidade continuaremos avançando com as práticas de geoprocessamento, haja


vista que da unidade anterior já trouxemos uma gama de conhecimentos e habilidades
que nos facilitará na continuidade dessa nova etapa. Nessa sequência trabalharemos a
criação de polígonos a partir de azimutes e distâncias partindo de uma única coordenada.

CAPÍTULO 1
Criação de polígono por azimute
e distância

Para cumprir mais essa etapa, vamos iniciar da mesma forma que iniciamos na etapa
do georreferenciamento, verificando na opção “Complementos” se a extensão “Azimuth
and Distance” está instalada e ativa no Quantum Gis. Feito isso vamos utilizar a mesma
imagem que georreferenciamos na etapa anterior, para criar um polígono sobre ela
utilizando a técnica de azimutes e distância.

Antes de dar início aos procedimentos, vamos entender melhor o que é e como funciona.

Azimute é o ângulo formado a partir do “Norte” e um determinado alinhamento, seu


raio varia de 0º a 360º, contado a partir do sentido horário. Portanto, sempre iremos
em direção a um ângulo a partir do Norte definido por graus no sentido horário.

Figura 60: Modelo esquemático da sistemática de um azimute.

360o 0o
45o
315o

90o
270o

135o
225o
180o

Fonte: autor.

88
APLICAÇÃO PRÁTICA │ UNIDADE IV

Como exemplo prático, vamos imaginar uma pessoa posicionada em uma coordenada
“A” devendo se deslocar até a um ponto “B”. Seu azimute será 45º e sua distância
300 metros.

Dessa forma vamos ao exemplo prático:

Figura 61: Exemplo de Azimute e Distância.

Norte
Azimute
45º
B Azimute: 45º
Distância: 300 metros

A
Fonte: autor.

A pessoa que estava no ponto A definiu o ângulo de 45º (azimute) a partir do norte,
definindo assim seu alinhamento. Na sequência deslocou-se por 300 metros (Distância)
chegando até o ponto B. Na prática esse procedimento acontece repetidamente até
fechar uma área por completo, ponto a ponto.

Feito uma breve explanação a cerca de azimute e distância, vamos iniciar nossa trajetória
a partir da coordenada:

X: 400274.453636

Y: 9039335.56741

Lembrando que já conferimos a instalação da extensão “Azimuth and Distance”


no Quantum Gis, e também já importamos a imagem já georreferenciada, onde
identificaremos o polígono de um suposto imóvel rural.

89
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO PRÁTICA

Figura 62: Interface da ferramenta azimute e distância.

AZIMUTH AND DISTANCE

Fonte: autor.

Após abrir a interface, iniciaremos os procedimentos (fig. 62) inserindo as coordenas


acima informadas nos campos disponíveis em “Starting Vertex”, inserindo as
coordenadas X e Y respectivamente. Na sequência, no campo ao lado, faremos a inserção
dos valores de Azimute e de Distância.

Logo a seguir, conforme a ilustração explicativa, os procedimentos são realizados na


seguinte ordem:

90
APLICAÇÃO PRÁTICA │ UNIDADE IV

Figura 63: Executando a ferramenta Azimuth and Distance.

5
4
2
1

Fonte: autor.

1. Inserir as coordenadas X e Y já definidas.

2. Inserir o valor do Azimute (de 0º a 360º).

3. Inserir o valor da distância (do ponto atual até o próximo ponto).

4. Clicar no botão “Add to Botton” (para ir registrando as informações).

5. Selecionar a opção “Memory Layer”.

6. Clicar no botão “Draw”.

Realizados esses seis simples passos já é possível visualizar na tela de trabalho do


Quantum Gis, o polígono já definido.

Dessa forma vamos à prática:

Partiremos das coordenadas já mencionadas, X: 400274.453636 e Y: 9039335.56741,


com azimute 0º e distância de 722 metros; azimute de 90º e distância de 1670 metros;
azimute de 180º e distância de 725 metros; azimute de 270º e distância de 1670 metros.

Depois de realizados os procedimentos com os azimutes e distâncias acima informados,


já podemos fechar a interface do Azimute ande Distance e visualizar o polígono do
imóvel rural na tela de trabalho do Quantum Gis.

91
UNIDADE IV │ APLICAÇÃO PRÁTICA

Figura 64: Polígono criado a partir de azimute e distância.

Fonte: autor.

Já na tela de trabalho do Quantum Gis, é necessário salvar o polígono criado


convertendo-o em um arquivo vetorial e exportando-o para a base de dados.

Para salvar o referido polígono, seguimos os seguintes passos:

Figura 65: Procedimentos para salvar como arquivo vetorial.

Fonte: autor.

92
APLICAÇÃO PRÁTICA │ UNIDADE IV

Para iniciar os procedimentos, deve-se clicar com o botão direito do mouse sobre o nome
do arquivo que está localizado à esquerda, nas camadas de informações, em seguida clicar
em “Salvar Como” onde abrirá um painel com as opções para salvar o arquivo.

1. Escolher a extensão para o arquivo como sendo a Shapefile.

2. Escolher a pasta de destino, bem como o nome que será ao polígono.

3. Selecionar a projeção e o datum (UTM e SIRGAS2000).

4. Adicionar arquivo salvo ao mapa.

5. Finalizar dando “OK”.

Feito isso, já temos nosso polígono salvo em formato shapefile, bem como já finalizada
nossa aplicação prática.

Observem nossos avanços desde o início do módulo com os conceitos e técnicas


envolvendo cartografia e geoprocessamento, até o momento final onde já passamos a
dominar algumas técnicas e operações com S.I.G.

“O segredo de um bom profissional não é apenas o professor, mas


também a dedicação e a força de vontade de cada indivíduo”.
Prof. Márcio Felisberto

93
Para (não) finalizar

Para não finalizar nosso ritmo de aprendizagem, vamos dar um passo um pouco maior
em mais uma atividade prática.

Lembrando que já trabalhamos com:

»» Vetorização.

»» Georreferenciamento de imagem.

»» Delimitação de áreas por meio de azimute e distância.

»» Elaboração de mapa temático.

Dessa forma juntando todos esses conhecimentos que adquirimos ao longo desse
módulo, faremos uma atividade síntese, na qual valerá também como atividade final
desse módulo, onde será avaliada e atribuída uma nota conforme consta no sistema.

Para a realização desta referida atividade, estão disponibilizadas no Portal do Aluno, na


opção “MATERIAL DE APOIO => BIBLIOTECA”, duas imagens. Uma está georreferenciada
e outra não, denominadas Imagem Antiga e Imagem Nova, respectivamente.

A atividade consiste em:

1. Georreferenciar a Imagem Nova a partir da Imagem Velha.

2. Criar um polígono por meio de Azimute e Distância, sobre a imagem


Nova já georreferenciada, a partir das coordenadas X: 280161.837195
e Y: 8850808.27078, Azimute 86º e Distância 8.098 metros;
Azimute 175º e Distância 5.570; Azimute 266º e Distância 8.100
metros; Azimute 355º e Distância 5.570 metros.

3. Vetorizar dentro do polígono (um suposto imóvel rural) criado, a vegetação


nativa, a rede hidrográfica, as áreas desmatadas e a malha viária.

4. Elaborar um Mapa Temático contendo os arquivos vetoriais criados


(vegetação, hidrografia, desmatamento e estradas), não deixando de
inserir a Legenda, Norte, Escala Gráfica e Grid.

Cada etapa da atividade proposta é independente e sequencialmente igual a ordem


colocada.

94
PARA (NÃO) FINALIZAR

Cada etapa realizada irá gerar um produto, que deverá compor uma base de dados.

Na 4a e última etapa, serão utilizados todos os arquivos produzidos nas três primeiras
(exceto a imagem que não vai entrar no mapa temático).

Sempre que houver dúvidas consulte os tutoriais da apostila ou o seu professor.

Sucesso nas atividades e bons estudos!

95
Referências

BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Brasília,


2000.

BURROUGH, P.A. Principles of geographical information systems for land


resources assessment. Oxford: Clarendon Press, 1986.

CARVALHO, M. V. A.. DI MAIO, A. C. Proposta para a difusão de dados e


informações geoespaciais disponíveis gratuitamente na internet junto
aos graduandos e professores da educação básica. In: Simpósio brasileiro de
sensoriamento remoto. Curitiba. 2009.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2a Ed. Rio de Janeiro,


2006.

FELISBERTO SILVA. Geoprocessamento aplicado. Brasília: Unyleya, 2014.

FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo, 2008.

FITZ, P. R. Cartografia básica. 2a Ed. São Paulo, 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manual


técnico de Geologia. Rio de Janeiro, 1998.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Noções básicas


de Cartografia. Rio de Janeiro, 1998.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Noções básicas


de Cartografia. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manual


técnico de Geomorfologia. 2a ed. Rio de Janeiro, 1999.

MENESES, P. R. Princípios de sensoriamento remoto. In.: MENESES, P. R. e ALMEIDA,


T. Introdução ao processamento de imagens de sensoriamento remoto.
Brasília: UNB, 2012.

MOREIRA, M. A. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de


aplicação. São José dos Campos: INPE, 2001.

OLIVEIRA, C. Curso de Cartografia Moderna. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993.


96
REFERÊNCIAS

ROCHA, C. H. B. Geoprocessamento: tecnologia transdisciplinar. Juiz de Fora,


2000.

ROSA, R.. BRITO, J. L. S. Introdução ao geoprocessamento: sistema de


informações geográficas. Uberlândia, 1996.

97

Anda mungkin juga menyukai