2.1. ATP (Adenosina Trifosfato) – fonte de energia nas células
A energia luminosa e a química não são utilizadas diretamente pelas células, pois parte dessa
energia é transferida para um composto: o ATP (ADENOSINA TRIFOSFATO) que é a fonte de
energia utilizável pela célula.
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SUPERA – Explicações Individuais Multidisciplinares
Ciclo ATP – ADP
Dá‐se uma reação de hidrólise (ATP + água), perde‐se um ião fosfato, liberta‐se energia (reação
exoenergética) e o Trifosfato passa a Difosfato (ADP).
Para o Difosfato passar a Trifosfato tem‐se de juntar o ião fosfato e ocorrer a libertação de água.
Trata‐se do processo inverso, denominado Fosforilação do ADP e a reação é endoenergética
(necessita de energia).
2.2. Fotossíntese
CLOROPLASTO
Os cloroplastos para além da clorofila têm outros pigmentos, por exemplo os carotenos
(laranja), mas em menor quantidade.
São revestidos por duas membranas lipoproteícas e têm no seu interior um complexo
membranoso formado por invaginações das membranas, formando pequenas bolsas discoides,
achatadas e empilhadas: os tilacoides. Cada pilha de tilacoide chama‐se de granum, o plural é
grana. O Interior do cloroplasto é constituído por um fluido, denominado de estroma.
De toda a energia que atinge a Terra, através dos fotões, apenas 42% atravessa a atmosfera,
pois parte é filtrada na camada de ozono (comprimentos de onda curtos), outra parte é filtrada
pela água e dióxido de carbono, existentes na atmosfera (comprimentos de onda longos), antes
de chegarem à superfície terrestre.
Cada radiação é caraterizada pelo seu comprimento de onda e quanto maior for este
comprimento menor é a energia. Por esta razão, se observares a figura, vês que os raios UV e
os raios X, são muito energéticos e, embora não visíveis, causam lesões nas células
(queimaduras solares, melanomas...).
Os nossos olhos têm capacidade para detetar luz com comprimentos de onda entre os 380nm
e os 750nm e esta faixa é conhecida como LUZ VISÍVEL ou BRANCA. Se esta luz passar por um
prisma, ocorre a decomposição do espetro da luz branca em radiações que vão do violeta ao
vermelho.
Os pigmentos fotossintéticos são substâncias que captam a luz solar e iniciam todo o processo
da fotossíntese.
A Clorofila absorve radiações de diferentes comprimentos de onda, mas não absorve aqueles
que correspondem à cor verde e como os reflete, apresentam essa cor.
D ‐ A EXPERIÊNCIA DE ENGELMANN
Theodore Engelmann foi um botânico e microbiólogo alemão do século XIX, que em 1882
elaborou uma experiência com uma alga filamentosa, a Espirogira, e com bactérias aeróbias
(que utilizam o oxigénio na sua respiração). O objetivo era relacionar os comprimentos de onda
da luz com a eficácia da fotossíntese.
Colocou numa lâmina a Espirogira e água com bactérias. Cobriu a preparação com uma lamela
e verificou que as bactérias se encontravam uniformemente espalhadas em toda a preparação.
No microscópio tinha adaptado um prisma ótico que permitia a decomposição da luz branca.
No final da experiência Engelmann verificou que as bactérias se deslocaram para as zonas onde
incidiam as radiações vermelho‐alaranjada e azul‐violeta, isto é, as bactérias deslocaram‐se à
procura de oxigénio fornecido pela Espirogira através da fotossíntese.
Pode concluir‐se que estas radiações eram as mais absorvidas pelas plantas de cor verde, pois
a maiores taxas fotossintéticas correspondem maiores taxas de absorção de radiação.
As radiações com comprimentos de onda correspondentes à cor verde não são absorvidas, são
refletidas daí vermos a cor verde nas plantas
A concordância entre estes dois espetros sugere que os pigmentos fotossintéticos são
responsáveis pela captação da luz.
Fotossíntese
Os seres autotróficos, são produtores, pois produzem a matéria orgânica essencial aos seres
heterotróficos que deles dependem direta (herbívoros) ou indiretamente (carnívoros e
omnívoros). São fundamentais para o equilíbrio da biosfera, mas também necessitam da
geosfera e da hidrosfera para sobreviverem (água e sais minerais).
FOTOSSISTEMAS
Existem, conhecidos, dois tipos de fotossistemas: I e II, que atuam em conjunto. A molécula
da clorofila do fotossistema II é especializada em absorver energia luminosa com um
comprimento de onda de 680 nm e a do fotossistema I em energia com comprimento de onda
de 700nm. A designação I e II tem apenas a ver com altura em que foram descobertas.
FASE FOTOQUÍMICA
1 ‐ A luz solar incide nas folhas e é absorvida pela clorofila, presente no cloroplasto na
membrana interna, no tilacoide, constituindo a fonte energética inicial. A clorofila do
fotossistema II fica excitada e perde eletrões que vão reagir com a molécula de água, oxidando‐
a e originando a libertação do oxigénio, protões e eletrões. Os eletrões vão fluir para uma cadeia
de acetores que existem na membrana do tilacoide e serão transportados até ao fotossistema
I. Os protões de hidrogénio deslocam‐se para o interior do tilacoide.
Os eletrões que a clorofila perdeu acabam por ser repostos pela fotólise da água.
2 ‐ O fluxo de eletrões liberta energia para transformar várias moléculas ADP em ATP. Os
protões que foram encaminhados para o interior do tilacoide vão agora ser utilizados para a
fosforilação do ADP que irá ocorrer no estroma (exterior do tilacoide).
FASE QUÍMICA
Esta fase ocorre no estroma dos cloroplastos e é nela que se forma a glicose, pela reação inicial
entre o dióxido de carbono (CO2) atmosférico e a ribulose difosfato (RDP), um composto com
cinco carbonos, que funciona para a incorporação do CO2.
Nesta fase ocorre uma série de reações químicas que necessitam de ATP e NADPH, formados
na fase anterior. Estas reações ocorrem por ação de enzimas que dependem da presença da luz
e da temperatura. O dióxido de carbono, desde que entra na planta, sofre uma sequência de
reações até à formação de matéria orgânica.
O CO2 combina‐se com a ribulose difosfato (RuBP) que origina um composto com 6 carbonos
instáveis.
Este composto instável dá origem imediatamente a 2 moléculas com 3 carbonos cada uma: o
ácido fosfoglicérico (PGA).
O ATP atua nestas 2 moléculas e estas são reduzidas pelo NDPH, formando o aldeído
fosfoglicérico (PGAL).
Por cada 12 PGAL, 10 são utilizadas para regenerar a RuBP e 2 são para sintetizar compostos
orgânicos.
Para se formar uma molécula de glicose é necessário que o ciclo ocorra 6 vezes gastando‐se:
6 moléculas de CO2;
18 moléculas de ATP;
12 moléculas de NADPH.
O aldeído fosfoglicérico é utilizado não só para a formação da glicose, mas também de outros
compostos orgânicos: aminoácidos, glicerol e ácidos gordos.
EM SÍNTESE:
2.2. Quimiossíntese
Os seres quimioautotróficos (grupo de bactérias sulfurosas, nitrificantes e ferrosas), sintetizam
matéria orgânica a partir da oxidação de compostos inorgânicos.
Utilizam a energia proveniente da oxidação na formação de ATP, protões H+ e eletrões, para
fixar o dióxido de carbono e sintetizar a matéria orgânica. Os compostos são: amoníaco (NH3),
dióxido de carbono (CO2) ou Sulfureto de Hidrogénio (H2S).
Nas fumarolas negras (fontes hidrotermais que se localizam a grandes profundidades no fundo
oceânico), onde a luz solar não penetra, a existência destas bactérias sulfurosas produtoras de
matéria orgânica é a base da cadeia alimentar local.
1. Ocorre a oxidação dos compostos, formam‐se eletrões e protões que são transportados
numa cadeia para produzir ATP e NADPH, através da redução do NADP (+);
2. Produção de compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono, do ATP e do poder
redutor do NADPH.