Texto áureo
“Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente,
imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime
do que os céus.” (Hb 7.26)
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE – Hb 7. 1-19
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Esteja confortável, distinto leitor, para mais uma vez participar conosco da
continuidade do ensino sobre a carta aos Hebreus, desta feita perpassando o âmbito
do conhecimento referente à ordem sacerdotal e suas características peculiares,
demonstrando também a superioridade, nesse caso, da pessoa bendita de Nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo em relação ao sacerdócio levítico no que tange a
outra ordem. Destarte, já abordamos, na lição de número 5, com respeito ao sumo
sacerdote, alguns aspectos de seu ofício e vimos que “ele tinha que oferecer dons e
sacrifícios pelo pecado, compadecendo-se ternamente dos ignorantes e errados”. 1
1
Ver o comentário da lição de número 5, desta série de estudos à página 3.
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Pois bem, desta feita, teremos a oportunidade de abordar a pessoa de Jesus
Cristo como sumo sacerdote não da ordem de Arão, mas de uma superior – a de
Melquisedeque –, com características singulares e superiores das do anterior.
Embarquemos, pois, nesta empolgante viagem de descobertas!
2
Sua linhagem nunca é mencionada, mas Abraão rendeu-lhe importante
homenagem. Isso, porque ele é um tipo2 do Antígo Testamento apropriado para
Jesus Cristo. É mencionado no livro de Gêneses em Gn 14. 18-20 e Gn 14. 18-20,
como também em Salmos 110.4. Logo, como nos diz Orton H. Wiley em sua obra
The Epistle to The Hebrews: “Das referências a Melquisedeque, podemos dizer que
o Gênesis tem o relato histórico; a alusão, nos Salmos, é profética, e a de Hebreus é
doutrinária (7.1-10)”. Assim, o escritor aos Hebreus faz uma analogia, ao afirmar que
“E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar
outro sacerdote”. (Hb 7.15).
Este outro sacerdote é uma referência à pessoa bendita de Cristo Jesus, filho
de Davi, da tribo de Judá, não da de Arão, mas um como Melquisedeque: daí
aprendemos que Melquisedeque e Cristo não são a mesma pessoa, como
pretendem ainda alguns. Ora este se levantar diz respeito a um personagem distinto
do anterior. Jesus veio da tribo de Judá, (vv. 13,14), da qual pertencia o Rei Davi.
Portanto Jesus é de linhagem real, e dEle mesmo, escreve o Apóstolo Paulo, era
descendente de Davi (Rm 1.8). Daí, este outro sacerdote é de uma nova ordem
muito mais espiritual do que legal; mais real do que sacerdotal; eterna, ao invés de
transitória.
Por rei de justiça, subintende-se que ele era visto com um rei justo. Ora Jesus
Cristo é um legítimo e justo rei em seu título, justo em seu governo. Ele é o Senhor
nossa justiça (I Co 1.30). Ele cumpriu toda justiça, e trouxe uma justiça eterna, e
ama a justiça e os justos, e odeia a iniquidade. Melquisedeque era rei de Salem, isto
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Segundo Ada Habershon, em seu Manual de Tipologia Bíblica, p. 23, Ed. Vida Acadêmica, 2003.,
Os tipos são mera “sombra dos bens que hão de vir, e não a realidade dos mesmos” (Hb 10.1). Já de
acordo com o Pr. Edgar Machado, em sua obra: O Tabernáculo e a obra de redenção, p 10, 3ª ed,
Porto Alegre. 2002., um tipo, “é uma semelhança divinamente ordenada, pela qual pessoas, objetos e
eventos celestiais são mostradas pelo terrestre. Um antítipo, é aquela coisa celestial ou realidade
prefigurada pelo tipo. A Bíblia declara quanto a natureza dum tipo: Sombra, Cl. 2:16,17. Modelo
exemplar, Hb. 8:4,5. Sinal, Mt. 12:39. Parábola, alegoria, Hb. 9:9.”
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é, rei da paz; primeiro rei da justiça, e depois rei de paz. Assim é o nosso Senhor
Jesus; Ele, por sua justiça, fez a paz, o fruto da justiça é a paz. Cristo fala paz, cria a
paz, é nosso pacificador (Is 32. 17,18; Sl 85.10). Este Melquisedeque foi sacerdote
do Deus Altíssimo, qualificado e ungido de maneira extraordinária para ser Seu
sacerdote entre os gentios. Assim é o Senhor Jesus: Ele é o sacerdote do Deus
Altíssimo, e os gentios devem vir a Deus por Ele (Rm 5.18). É somente através do
seu sacerdócio que podemos obter reconciliação e remissão dos nossos pecados.
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Segundo Roberto Alves, em sua obra: Exegese, a arte de Interpretar a Bíblia, p. 45, ed. ABEC, out.
2000., o termo Midrash, significa “estudo”, “interpretação”, “comentário”, “exegese”; “teoria”,
“doutrina”, “ensinamento”, interpretação homilética das Escrituras”, vindo de uma raiz hebraica cujo
verbo é darash, que significa, “buscar”, “perquisar”, investigar”.
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Destarte, se este Melquisedeque se constituiu superior ao Patrianca Abraão,
quanto mais Jesus Cristo, que dele está escrito assim em Salmos 110.4: “O Senhor
jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque”, logo o autor aos Hebreus se apoia principalmente neste versículo,
quando trata a respeito do sacerdócio de Cristo (Hb 5.6; 6.20 – 7.28). Desta
maneira, o autor da carta aos hebreus estabelece o sacerdócio de Cristo com
legitimidade para além do sacerdócio levítico.
1. Um sacerdócio perfeito.
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2. Um sacerdócio imutável.
3. Um sacerdócio eterno.
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III – QUANTO AO ASPECTO DE SEUS ATRIBUTOS
1. Um sacerdócio santo.
2. Um sacerdócio inculpável.
Para Sir Walter Scott ele reclamava para si mesmo como escritor o não ter
jamais corrompido a moral do homem ou minado sua fé. O homem akakos é “aquele
que está tão purificado que sua presença serve de antiséptico e que em seu coração
não abriga mais que a amante bondade de Deus”. Como escreveu o apóstolo Pedro,
sobre Jesus: “ o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano”. (I
Pe 2.22 - ARC).
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3. Um sacerdócio imaculado.
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CONCLUSÃO