Resumo
Baseado nas discussões nas aulas da disciplina biomecânica desta
universidade surgiu o interesse pela realização de uma análise comparativa
entre os exercícios extensão unilateral do joelho realizada com a caneleira e na
cadeira extensora. O interesse pela temática apresentada anteriormente surgiu
por meio da realização de um levantamento bibliográfico. Na literatura científica
restrita ao assunto, um único estudo apontou a existência de diferenças
cinesiológicas entre os dois exercícios. Assim, foi dado início a realização de
uma “Análise Comparativa entre os Exercícios Extensão Unilateral do Joelho
realizada com a Caneleira e na Cadeira Extensora”, tendo como critérios a
adoção de parâmetros cinemáticos. No decorrer de nosso estudo, foram
analisados para os dois exercícios os seguintes parâmetros cinemáticos:
duração de cada fase do movimento, deslocamento angular, velocidade linear
e angular, potência e diferença percentual das potências entre a fase
excêntrica e concêntrica do movimento. Além disso, o deslocamento do centro
de gravidade para o conjunto perna-pé e o torque resistivo também foram
calculados, analisados e apresentados em nosso estudo. A análise dos
resultados obtidos indicou a necessidade da realização de outros estudos para
melhor entender o assunto estudado. O exercício extensão unilateral do joelho
realizado com a caneleira foi apontado em nosso estudo como sendo o melhor
entre os dois exercícios para o treinamento e desenvolvimento da potência
muscular dos músculos extensores do joelho. Por último, a limitação da
amplitude de movimento (ADM) verificada em ambas as fases de movimento
dos dois exercícios está de acordo com um dos estudos utilizados em nosso
trabalho. Como provável explicação para a limitação da ADM, foi levantada a
hipótese da interferência causada pela configuração espacial do aparelho
(cadeira extensora). Ao que tudo indica, esta interferência pode ter sido menos
relevante para o exercício realizado com a caneleira.
Unitermos: Biomecânica. Extensão do joelho. Cadeira extensora.
Caneleira.
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1. Introdução
Os autores Lima e Pinto (2006) afirmam em seu livro que existe uma
diferença cinesiológica entre os exercícios extensão do joelho com a caneleira
e extensão do joelho na cadeira extensora, sendo esta diferença no efeito para
a musculatura do quadríceps. De acordo com eles, a extensão do joelho com a
caneleira trabalha de forma mais intensa o vasto medial por favorecer maior
resistência nos últimos graus de extensão. Esta diferença apresentada pelos
autores despertou em nosso grupo o interesse de analisar os exercícios
citados, porém agora de acordo com uma visão biomecânica.
3. Revisão bibliográfica
3.1. Musculação
Fases do movimento
Uma ligeira extensão do quadril deve ocorrer para favorecer a ação do músculo
reto-femoral (principalmente no final da extensão), por causa da relação força-
comprimento. Se o quadril é mantido a 90 graus durante toda a execução do
movimento, o reto-femoral atinge uma insuficiência ativa nos últimos graus da
extensão (por estar encurtado no quadril e realizando a extensão do joelho).
Neste caso, os vastos é que conseguem realizar o maior torque final da
extensão ou o reto-femoral recrutará um número muito maior de unidades
motoras para conseguir realizar o movimento com eficiência.
4. Metodologia
Após esta etapa, o filme foi fragmentado em fotos pelo programa video
decompiler. As seqüências foram fragmentas de 10 em 10 fotos, sendo a
fragmentação feita em três fotos por segundo.
Em cada foto foi calculado o Centro de Gravidade Total (C.G.), pelo método
analítico, e o Torque ou Momento de Força. O C.G. foi calculado
desconsiderando o peso das resistências oferecidas pela cadeira extensora e
caneleira, e o torque foi calculado de três maneiras diferentes: considerando
apenas a resistência adotada para a realização dos exercícios em questão,
apenas a perna e o pé do indivíduo e somando estas duas considerações.
5. Resultados e discussão
Por meio destas análises, especula-se que quanto maior for a extensão do
joelho maior será o torque criado durante a realização dos dois exercícios.
Pode ser que estes maiores valores do torque alcançados pela extensão do
joelho submetam os músculos extensores desta articulação a uma sobrecarga
maior de trabalho. Porém, discordando de Lima e Pinto (2006), nada até o
presente momento pode ser afirmado, pois não sabemos qual exercício
apresenta maior tendência de aproximar a articulação do joelho de sua ADM
máxima para o movimento de extensão desta articulação.
6. Considerações finais
Entretanto, mais estudos são necessários para identificar fatores como: qual
dos exercícios permite que o movimento de extensão do joelho alcance o
máximo de sua ADM; caso existam, quais outros fatores, excluindo a
configuração espacial do aparelho citada neste trabalho, interferem na ADM
tanto para a fase excêntrica quanto para a concêntrica do movimento; e por
último, constatar se o condicionamento técnico do executante foi relevante para
a obtenção dos valores obtidos, como ressaltado em nossas discussões.
Referências bibliográficas