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Análise comparativa da extensão unilateral do joelho

com a caneleira e na cadeira extensora: um estudo de caso


Análisis comparativo de la extensión unilateral de rodilla con la
canillera y en la extensión de la rodilla: un estudio de caso

*Discente do curso de Graduação em Educação Física


da Universidade Federal de Uberlândia
**Prof. Ms. colaborador da disciplina Esportes complementares
do Curso de Graduação em Educação Física
da Universidade Federal de Uberlândia
Wellington Reis Silva*
Marcus Vinícius Patente Alves**
wellingtoneduca@yahoo.com.br
(Brasil)

Resumo
Baseado nas discussões nas aulas da disciplina biomecânica desta
universidade surgiu o interesse pela realização de uma análise comparativa
entre os exercícios extensão unilateral do joelho realizada com a caneleira e na
cadeira extensora. O interesse pela temática apresentada anteriormente surgiu
por meio da realização de um levantamento bibliográfico. Na literatura científica
restrita ao assunto, um único estudo apontou a existência de diferenças
cinesiológicas entre os dois exercícios. Assim, foi dado início a realização de
uma “Análise Comparativa entre os Exercícios Extensão Unilateral do Joelho
realizada com a Caneleira e na Cadeira Extensora”, tendo como critérios a
adoção de parâmetros cinemáticos. No decorrer de nosso estudo, foram
analisados para os dois exercícios os seguintes parâmetros cinemáticos:
duração de cada fase do movimento, deslocamento angular, velocidade linear
e angular, potência e diferença percentual das potências entre a fase
excêntrica e concêntrica do movimento. Além disso, o deslocamento do centro
de gravidade para o conjunto perna-pé e o torque resistivo também foram
calculados, analisados e apresentados em nosso estudo. A análise dos
resultados obtidos indicou a necessidade da realização de outros estudos para
melhor entender o assunto estudado. O exercício extensão unilateral do joelho
realizado com a caneleira foi apontado em nosso estudo como sendo o melhor
entre os dois exercícios para o treinamento e desenvolvimento da potência
muscular dos músculos extensores do joelho. Por último, a limitação da
amplitude de movimento (ADM) verificada em ambas as fases de movimento
dos dois exercícios está de acordo com um dos estudos utilizados em nosso
trabalho. Como provável explicação para a limitação da ADM, foi levantada a
hipótese da interferência causada pela configuração espacial do aparelho
(cadeira extensora). Ao que tudo indica, esta interferência pode ter sido menos
relevante para o exercício realizado com a caneleira.
Unitermos: Biomecânica. Extensão do joelho. Cadeira extensora.
Caneleira.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto


de 2010

1/1

1. Introdução

O estudo da biomecânica é de grande importância para os estudantes do


curso de Educação Física, além de ser utilizado por outros profissionais, como
fisioterapeutas, médicos e engenheiros. A biomecânica possui diferentes
abordagens que são utilizadas como suporte no estudo do movimento humano,
das forças internas e externas que exercem influência sobre o corpo durante a
prática de exercícios físicos e esportes. É uma ciência multidisciplinar,
estudada como subdivisão da cinesiologia (estudo do movimento humano) e da
Medicina do Esporte (aspectos clínicos e científicos do esporte e do exercício),
e reúne conhecimentos da física (mecânica) e da matemática.

De acordo com Carpenter (2005), podem-se realizar pesquisas na


biomecânica com dois focos diferentes. A biomecânica interna e a biomecânica
externa. A Biomecânica Interna é usada para determinar as forças internas
(articulares e musculares) e as conseqüências resultantes dessas forças frente
às diferentes formas de solicitação mecânica. Já a Biomecânica externa refere-
se às mudanças de lugar e posição do corpo no espaço com auxílio de
medidas descritivas cinemáticas e dinâmicas, que podem também ser
analisadas a partir da condição estática. É tudo aquilo que está localizado fora
do corpo humano e que interfere na força interna.

Existem diferentes abordagens biomecânicas que podem ser definidas


como: biomecânica antropométrica, que determina parâmetros somatométricos
(estatura, massa corporal, alturas, porcentagem de gordura, entre outros);
biomecânica preventiva, que se relaciona a identificação de cargas que agem
no corpo, uso das técnicas e materiais esportivos, e a biomecânica de
rendimento, da qual trataremos no presente trabalho, que constitui em analisar,
identificar e aplicar corretamente as variáveis de influência que determinam o
resultado do movimento, diagnosticar as falhas, direcionar e aperfeiçoar a
técnica.

A biomecânica utiliza os princípios da mecânica para solucionar problemas


relacionados à estrutura e à função dos organismos vivos. A análise do
movimento humano pode ser quantitativa ou qualitativa:

As descrições tanto qualitativas quanto quantitativas são importantes na


análise biomecânica do movimento humano. Os pesquisadores biomecânicos
dependem essencialmente de técnicas quantitativas para tentar responder
perguntas específicas relacionadas à mecânica dos organismos vivos.
Médicos, técnicos e professores de atividades físicas utilizam regularmente as
observações qualitativas de seus pacientes para formular opiniões ou dar
aconselhamento. (HALL, 2005)

O presente trabalho abordará a biomecânica de rendimento que está


relacionada com a análise técnica dos movimentos. Os objetivos principais da
Biomecânica do Rendimento podem ser diferenciados em análise da técnica de
movimento, direcionamento da técnica de movimento, otimização da técnica de
movimento, análise da condição física e direcionamento da mesma

De acordo com os objetivos previstos deste trabalho, faremos uma análise


quantitativa dos movimentos corporais do exercício de “Extensão Unilateral do
Joelho na Cadeira Extensora” e “Extensão Unilateral do Joelho com a
Caneleira”, utilizando o método cinemétrico, que consiste na filmagem e
seleção de imagens para posteriores estudos e cálculos que nos permitirão
chegar aos resultados desejados.

Este trabalho possui uma relevância muito significativa dentro do campo


científico, visto que estimula uma discussão sobre um tema pouco estudado. A
maioria dos trabalhos encontrados na literatura discute sobre as mais variadas
modalidades esportivas e na maioria das vezes utilizando o método da
eletromiografia. Sendo assim, percebemos ser de grande importância estudar
um dos exercícios da musculação e analisá-lo sob outra perspectiva.

O trabalho a seguir apresentará a revisão bibliográfica a respeito dos


exercícios que abordaremos, que são a “Extensão Unilateral do Joelho na
Cadeira Extensora” e a “Extensão Unilateral do Joelho com a caneleira”;
objetivos, resultados e conclusões em relação aos estudos que iremos realizar
a partir dos exercícios citados acima.
2. Justificativa e objetivo

Os autores Lima e Pinto (2006) afirmam em seu livro que existe uma
diferença cinesiológica entre os exercícios extensão do joelho com a caneleira
e extensão do joelho na cadeira extensora, sendo esta diferença no efeito para
a musculatura do quadríceps. De acordo com eles, a extensão do joelho com a
caneleira trabalha de forma mais intensa o vasto medial por favorecer maior
resistência nos últimos graus de extensão. Esta diferença apresentada pelos
autores despertou em nosso grupo o interesse de analisar os exercícios
citados, porém agora de acordo com uma visão biomecânica.

O presente trabalho tem como objetivo analisar biomecanicamente a


execução dos exercícios “Extensão Unilateral do Joelho na Cadeira Extensora”
e “Extensão Unilateral do Joelho com a caneleira”, evidenciando a maneira
correta de executá-los e fazendo uma análise comparativa de variáveis
biomecânicas importantes para uma melhor execução dos exercícios.

3. Revisão bibliográfica

3.1. Musculação

Nos últimos anos diversas evidências experimentais têm apontado o


treinamento de força como um fator determinante para o desempenho
esportivo, para a condição de saúde e para a reabilitação física. O treinamento
de força tem motivado a realização de estudos que abordam aspectos
relacionados às adaptações estruturais e hormonais decorrentes do
treinamento, como a influência da intensidade da carga na realização dos
exercícios. As características biomecânicas do treinamento de força são fatores
determinantes para o sucesso do treinamento, porém trata-se de um assunto
pouco encontrado na literatura.

Para Chaves (2004), o posicionamento do American College of Sports


Medicine (ACMS) demonstra a importância da força e potência muscular, que
se adquire por meio da prática de Exercícios Resistidos. O treinamento destas
variáveis mostra-se efetivo na melhoria de várias capacidades funcionais e no
aumento da força e hipertrofia muscular. Desta forma, a prescrição do
treinamento é imprescindível a distintas populações como, por exemplo,
atletas, idosos, indivíduos que apresentam lesões ortopédicas, ou mesmo
aqueles praticantes saudáveis que visam à promoção da saúde.
De acordo com Aaberg (2001), a extensão do joelho no aparelho é um
exercício de deslocamento monoarticular, projetado para trabalhar os
quadríceps. Já que a extensão do joelho é necessária para a prática de
exercícios compostos da perna, como os agachamentos, leg press e avanços,
e considerando-se a vasta quantidade de esforço que este exercício pode
provocar nas articulações dos joelhos, ele pode não ser necessário ou
apropriado para algumas pessoas.

A fim de explicar a forma correta de execução do exercício e suas


implicações biomecânicas, faremos uma descrição dos movimentos e
principais músculos envolvidos e sua análise biomecânica, analisando as
imagens do movimento de “Extensão Unilateral do Joelho na Cadeira
Extensora”: primeiramente com o “Limitador de Amplitude do Movimento”, que
faz parte da cadeira extensora, e depois substituindo o mesmo por uma
caneleira.

3.2. Movimento de extensão do joelho

A estrutura do joelho permite a sustentação de enormes cargas, assim como


a mobilidade necessária para as atividades de locomoção. Os músculos que
compõem o quadríceps, representados pelo reto femoral, vasto lateral, vasto
medial e vasto intermediário, são os extensores do joelho. O reto femoral é o
único destes músculos que cruza também a articulação do quadril. Todos os
quatro músculos se inserem distalmente no tendão patelar que, por sua vez, se
insere na tíbia. (Hall, 2005)

A extensão do joelho é um dos principais exercícios que isola o grupo


muscular quadríceps femoral. O movimento de extensão do joelho na cadeira
extensora é de natureza angular de cadeia cinemática aberta, realizado em
direção à frente do corpo, no plano sagital e no eixo transversal. (Campos,
2006)

3.2.1. Análise biomecânica e descrição do exercício

Fases do movimento

Posição inicial - O indivíduo sentado, com braços apoiados na cadeira


extensora, atrás e um pouco abaixo da posição do quadril. O joelho estava
flexionado para o início do movimento de extensão.
Fase concêntrica - A partir da posição inicial, realizava-se a extensão quase
completa da perna esquerda.

Fase excêntrica – Retorno a posição inicial.

Análise biomecânica do movimento

Sentado na cadeira extensora, o executante deverá apoiar as costas de


forma que o quadril fique um pouco inclinado, formando um ângulo de um
pouco mais que 90 graus entre as partes superiores do tronco e da coxa. Como
se pode ver nas ilustrações um e dois no item 5.1 discriminado nos resultados
e discussões deste artigo, o movimento de extensão (força de contração
concêntrica) é realizado em dois momentos, no primeiro em oposição ao peso
do “Limitador de Amplitude de Movimento” da cadeira extensora, e no segundo
em oposição ao peso da caneleira.

Movimento de Extensão Unilateral do joelho na cadeira extensora utilizando o


“Limitador de Amplitude de Movimento”

Quando o executante sentar na cadeira o Limitador deverá ficar apoiado


sobre a parte superior da perna um pouco acima do tornozelo. O “Limitador de
Amplitude” permitirá que uma base de apoio seja formada para a perna,
realizando uma força de oposição ao movimento de extensão dos joelhos.
Durante a execução do movimento, a perna estará alinhada em uma posição
de maior estabilidade para as articulações dos joelhos, isolando outros tipos de
movimentos, como leves rotações medial e lateral do mesmo. (FIT4 Fitness
Store, 2008)

Movimento de Extensão Unilateral do joelho com a caneleira

A execução ocorrerá da mesma forma anteriormente explicada, porém a


força de contração do músculo será aplicada verticalmente para cima contra a
força exercida para baixo pela caneleira, podendo assim, durante a extensão
dos joelhos que estarão mais “livres”, ocorrer o recrutamento muscular de
outros músculos além dos extensores do joelho, posto que, a caneleira não
limita e nem estabiliza completamente a amplitude do movimento e
conseqüentemente dos músculos responsáveis por ele. Sendo assim, outros
músculos além dos extensores do joelho poderão intervir durante o movimento,
até mesmo para impedir qualquer tipo de movimento lateral ou medial, ou seja,
o movimento não irá economizar a força que poderia se os músculos já
tivessem sua ação estabilizada, pelo alinhamento das pernas e dos joelhos,
como ocorre na “Extensão Unilateral do Joelho na Cadeira Extensora”.

Para Lima e Pinto (2006), ao analisar o exercício realizado com caneleira,


identifica-se distância perpendicular maior na posição em que o joelho está
estendido. Sendo assim, o torque produzido pela resistência nessa posição é
maior do que na posição com o joelho flexionado, o que torna necessário
produzir mais força muscular com o joelho estendido. Portanto, à medida que o
joelho é gradualmente estendido, é necessária maior produção de força dos
extensores do joelho.

Uma ligeira extensão do quadril deve ocorrer para favorecer a ação do músculo
reto-femoral (principalmente no final da extensão), por causa da relação força-
comprimento. Se o quadril é mantido a 90 graus durante toda a execução do
movimento, o reto-femoral atinge uma insuficiência ativa nos últimos graus da
extensão (por estar encurtado no quadril e realizando a extensão do joelho).
Neste caso, os vastos é que conseguem realizar o maior torque final da
extensão ou o reto-femoral recrutará um número muito maior de unidades
motoras para conseguir realizar o movimento com eficiência.

Se o executante não possuir muita flexibilidade, como é o caso da maioria dos


iniciantes, o exercício não será realizado na maior amplitude de movimento
permitida pelo aparelho, por causa de uma insuficiência passiva dos
isquiotibiais que, por já estarem alongados no quadril, impedem a completa
extensão do joelho. Este é mais um motivo para que o encosto das costas seja
um pouco inclinado, pois mantém um pouco de extensão do quadril, diminuindo
a insuficiência passiva dos isquiotibiais na extensão do joelho.

A patela tem a função de polia anatômica que mantém a linha de ação do


quadríceps um pouco mais longe do centro de rotação do joelho, aumentando,
assim, o braço de momento do músculo e sua capacidade de produzir torque.
Contudo, quando a patela aumenta o componente rotatório (para rodar a tíbia
sobre o fêmur neste exercício), há também um aumento do componente
translatório, que tende a deslizar a tíbia anteriormente. O ligamento cruzado
anterior (LCA) previne o deslizamento anterior da tíbia neste momento. Assim,
a integridade do LCA é fundamental para a estabilidade da articulação do
joelho durante este exercício.

Se o executante realizar uma flexão dorsal do tornozelo durante a extensão do


joelho, o músculo gastrocnêmico pode ter uma insuficiência passiva e impedir a
completa extensão do joelho.
Quando o aparelho de extensão do joelho não possui um apoio para as costas,
o risco de lesão da região lombar aumenta significativamente. Nesta situação,
quando o executante está no final de uma série e quase atingindo uma falha
concêntrica, o movimento mais natural é jogar a coluna para trás na intenção
de estender o quadril e diminuir a insuficiência ativa do reto-femoral
(melhorando a relação força-comprimento), para que este músculo possa
participar com eficiência da extensão do joelho. Porém, quando o indivíduo
joga a coluna para trás e realiza, ao mesmo tempo, a extensão do joelho, a
pelve (origem do reto-femural) se fixa, para que o reto-femural atue com
eficiência no joelho. Com a pelve fixa, o quadril não estende e somente a
coluna lombar continua no sentido da extensão, ficando hiperestendida, o que
aumenta o risco de lesão desta região da coluna.

Os alongamentos para gastrocnêmico e isquiotibiais devem ser enfatizados,


principalmente para os iniciantes, para diminuir a insuficiência passiva destes
músculos durantes a extensão do joelho.

Apesar de o quadríceps realizar uma contração mais eficiente quando parte de


uma posição mais alongada (por causa da relação força-comprimento), o
começo do exercício com um ângulo menor que 90 graus é prejudicial à
articulação do joelho, porque, nesta posição, o quadríceps pressiona
fortemente a patela contra os côndilos do fêmur. O ideal é realizar o movimento
partindo de 90 graus de flexão, principalmente com sobrecarga mais alta, para
evitar lesões da articulação patelo-femoral.

O componente translatório da força aplicada pelo quadríceps em toda a


amplitude do movimento é de compressão e contribui para a estabilidade da
articulação.

4. Metodologia

Para este estudo utilizamos a área da Biomecânica conhecida como


Biomecânica do Rendimento, sendo o método adotado a cinemetria.

Um indivíduo do gênero masculino, de 18 anos de idade, praticante de


musculação, massa corporal de 65,3 Kg, 1.73 metro, foi filmado no plano
sagital em relação à câmera durante a execução da extensão unilateral do
joelho realizada na cadeira extensora e com caneleira. Os exercícios foram
realizados na Academia Maximus, localizada na Avenida Afonso Pena, 4659,
em Uberlândia – Minas Gerais.
Foi utilizada uma câmera Samsung 8.1 megapixels para a realização da
filmagem, que ficou fixa em um suporte a 42, 5 cm do chão e a 1, 95 metro de
distância do indivíduo filmado.

O primeiro exercício realizado foi a extensão unilateral do joelho com a


cadeira extensora, tendo o indivíduo 20 minutos de descanso para a realização
do segundo exercício, a extensão unilateral do joelho com a caneleira. Ambos
os exercícios foram realizados durante um minuto e a resistência oferecida ao
movimento articular pretendido foi fixada em 6 Kg.

Utilizamos o método da palpação para a marcação dos pontos de referência


para a realização dos cálculos futuros, sendo definidos pela identificação de
proeminências anatômicas nos eixos de rotação do voluntário. Os pontos foram
marcados com isopor e fita dupla-face no trocânter maior do fêmur, no
epicôndilo lateral, no maléolo lateral e na extremidade da primeira falange do
pé, sendo todos estes pontos marcados do lado esquerdo do voluntário, em
função da posição da câmera para registrar os exercícios.

Após esta etapa, o filme foi fragmentado em fotos pelo programa video
decompiler. As seqüências foram fragmentas de 10 em 10 fotos, sendo a
fragmentação feita em três fotos por segundo.

Foram selecionadas fotos de uma seqüência de ação concêntrica e


excêntrica de cada exercício. Para esta seleção, um total de 13 fotos referentes
ao exercício extensão unilateral do joelho na cadeira extensora foram
adotadas, sendo cinco para a fase concêntrica e oito para a fase excêntrica do
movimento. Já para a extensão unilateral do joelho com a caneleira, um total
de onze fotos foram selecionadas, sendo cinco para fase concêntrica e seis
para a fase excêntrica.

Em cada foto foi calculado o Centro de Gravidade Total (C.G.), pelo método
analítico, e o Torque ou Momento de Força. O C.G. foi calculado
desconsiderando o peso das resistências oferecidas pela cadeira extensora e
caneleira, e o torque foi calculado de três maneiras diferentes: considerando
apenas a resistência adotada para a realização dos exercícios em questão,
apenas a perna e o pé do indivíduo e somando estas duas considerações.

O C.G. do conjunto perna-pé, da caneleira e da cadeira extensora foi


localizado por meio de determinação matemática e gráfica, utilizando papel
milimetrado sobre as fotocópias das imagens. O C.G. da caneleira foi marcado
por meio da intersecção entre o ponto médio do comprimento e da largura da
imagem e o C.G. do braço de apoio das pernas na cadeira extensora foi
calculado pelo parafuso de fixação no centro dele. Para a realização dos
cálculos necessários para a localização do C.G. do conjunto perna-pé, foi
utilizado o método analítico e desconsiderada a resistência oferecida tanto pela
caneleira quanto pelo braço de apoio dos pés da cadeira extensora.

Ainda foram calculadas as seguintes variáveis: tempo necessário para a


realização das fases concêntrica e excêntrica dos movimentos estudados,
deslocamento angular, velocidade linear e angular, amplitude de movimento
máxima, potência e a diferença percentual entre as potências para a fase
concêntrica e excêntrica de cada exercício.

O tempo que o indivíduo gastou para realizar a fase concêntrica e excêntrica


de cada exercício foi calculada de acordo com o número de imagens
fragmentadas para cada fase analisada e o número de fotos por segundo em
que o filme foi fragmentado. Sendo o filme fragmentado em três imagens por
segundo (1/30), a fórmula utilizada foi a seguinte:

Tempo gasto na fase do movimento = Quantidade de imagens utilizada na fase


estudada x 0.033

Para calcular o deslocamento angular, primeiro utilizamos o programa


photoshop para sobrepor, em uma mesma imagem, a posição inicial e a final
de cada fase do movimento (concêntrica e excêntrica). O deslocamento
angular foi calculado pelo programa corel draw, traçando uma reta do ponto
marcado no epicôndilo lateral até o ponto do maléolo lateral no início e no final
do movimento. Com estas retas traçadas, o programa determina qual foi o
deslocamento angular do movimento.

O deslocamento angular que faltou para o executante atingir a ADM máxima


na fase excêntrica foi calculado pelo programa corel draw, sendo uma reta
traçada verticalmente do ponto marcado no epicôndilo lateral até o maléolo
lateral, ao final da fase excêntrica. Por estes pontos marcados, o programa
determina qual foi o ângulo que faltou para o indivíduo atingir a ADM máxima
na fase excêntrica.

O deslocamento angular que faltou para o executante atingir a ADM máxima


na fase concêntrica também foi calculado pelo programa corel draw, sendo
uma reta traçada horizontalmente do ponto marcado no trocânter maior do
fêmur, passando pelo maléolo lateral até o pé, ao final da fase concêntrica. Por
estes pontos marcados, o programa determina qual foi o ângulo que faltou para
o indivíduo atingir a ADM máxima na fase concêntrica.

Para os demais cálculos foram utilizadas as seguintes fórmulas:

Velocidade angular (graus/segundo) = Deslocamento angular / tempo

Velocidade angular (radianos/segundo) = Velocidade angular / 57.3

Velocidade linear (metros/segundo) = Velocidade angular (rad/seg) x Raio

Potência = Força x Velocidade linear

Diferença percentual de potências: Potência fase excêntrica / Potência fase


concêntrica /100 – 100

Tomou-se como referência para os cálculos que seriam realizados durante a


análise os valores antropométricos já citados e a medida do comprimento da
perna e do pé do executante do exercício, sendo esta medida de 42
centímetros.

5. Resultados e discussão

Os resultados obtidos pela análise quantitativa realizada nesta pesquisa


foram analisados e hierarquicamente apresentados de acordo com a seguinte
estrutura: (1) comparação do deslocamento angular e amplitude de movimento
máxima (ADM máxima) na ação muscular concêntrica (AMC) e ação muscular
excêntrica (AME) da extensão unilateral do joelho com a caneleira e na cadeira
extensora; (2) análise e comparação das seguintes variáveis biomecânicas:
tempo necessário para a realização das fases concêntrica e excêntrica de cada
exercício, velocidades angular e linear para estas fases, potência desenvolvida
e a diferença percentual destas potências em cada fase do exercício; (3)
análise do deslocamento do C.G. para o conjunto perna-pé na fase concêntrica
e excêntrica dos exercícios estudados; (4) análise da variação do torque do
conjunto perna-pé, do torque da resistência oferecida para cada exercício e do
torque total para a fase concêntrica e excêntrica dos exercícios (torque do
conjunto perna-pé somado ao torque as resistências oferecidas por cada
exercício). Mas neste artigo discutiremos apenas os itens 1 e o 4, para uma
análise mais adequada a esta publicação.

5.1. Comparação do deslocamento angular e amplitude de movimento


máxima (ADM máxima) na fase concêntrica e excêntrica da extensão unilateral
do joelho com a caneleira e na cadeira extensora

Por meio da observação das ilustrações 1 e 2, nota-se que após a realização


da fase excêntrica do movimento ocorreu um deslocamento angular
equivalente a 67º para a extensão unilateral do joelho com a caneleira e 58º
para a extensão unilateral do joelho realizada na cadeira extensora. Tendo
como referência a ADM máxima que poderia ser alcançada por meio da flexão
do joelho (AME), para o exercício realizado com a caneleira observa-se que
faltaram 15º para esta ser alcançada. Já para o exercício realizado na cadeira
extensora, faltaram 20º para que a ADM máxima pudesse ser alcançada.

Supostamente, esta diferença de deslocamento angular tenha sido


estabelecida devido a configuração espacial do aparelho que foi utilizado para
a realização dos dois exercícios. Acredita-se que a interferência desta
configuração espacial do aparelho tenha sido mais relevante durante a
realização da extensão unilateral do joelho na cadeira extensora. Por
conseqüência disto, especula-se que a extensão unilateral do joelho realizada
com a caneleira possibilite a realização de um maior deslocamento articular ou
amplitude de movimento (ADM) para a fase excêntrica do exercício.

Provavelmente, a configuração espacial do aparelho não seja o único fator


que tenha causado esta diferença de deslocamento angular para a fase
excêntrica do movimento entre os dois exercícios, pois em nenhum dos dois
exercícios foi alcançada a ADM máx. para a fase excêntrica do movimento.

Em síntese, ao utilizar esta configuração espacial do aparelho como


especulação para a diferença verificada na ADM entre os dois exercícios
realizados, acreditamos que a base de apoio utilizada para a coxa e fossa
poplítea do executante tenha limitado o movimento de flexão do joelho, ou seja,
o deslocamento angular realizado pela AME.

Ilustração 1. Deslocamento angular e amplitude de movimento máxima


para a fase excêntrica da Extensão Unilateral do Joelho com a Caneleira
Ilustração 2. Deslocamento angular e amplitude de movimento máxima
para a fase excêntrica da Extensão Unilateral do Joelho na Cadeira Extensora
Por meio da observação das ilustrações 3 e 4, nota-se que após a realização
da fase concêntrica do movimento ocorreu um deslocamento angular
equivalente a 65º para a extensão unilateral do joelho realizada com a
caneleira e 59º para o mesmo movimento articular realizado na cadeira
extensora. Tendo como referencia a ADM máxima que poderia ser alcançada
com o movimento de extensão do joelho (AMC), para o exercício realizado com
a caneleira observa-se que faltaram 14º para esta ser atingida. Já para o
exercício realizado na cadeira extensora faltaram 20º para que fosse alcançada
a ADM máxima.

Para afirmar mais especificamente sobre a diferença de deslocamento


angular e ADM máxima nos dois exercícios estudados, seria necessário um
programa fragmentador de imagens com maior capacidade, no qual as
imagens fossem fragmentadas em pelo menos sete imagens por segundo de
filmagem. Com esta fragmentação, talvez fosse possível dizer qual dos dois
exercícios possui maior tendência em aproximar da ADM máxima para o
movimento de extensão da articulação do joelho ou se os dois exercícios
atingiram esta variável estudada.

Acredita-se que a limitação da ADM para a fase concêntrica do exercício


extensão unilateral do joelho realizada na cadeira extensora seja conseqüência
do acoplamento da resistência ao braço de apoio dos pés da cadeira extensora
e das forças resistivas (como, por exemplo, o atrito) oferecidas pelo sistema de
cabos e roldanas do aparelho. Talvez, dentre estes possíveis fatores, o braço
de apoio dos pés da cadeira extensora seja o mais relevante, já que esta
estrutura é fixa, não sendo suficientemente flexível para acompanhar o
movimento de extensão da articulação do joelho.

Ilustração 3. Deslocamento angular e amplitude de movimento máxima


para a fase concêntrica da Extensão Unilateral do Joelho com a caneleira

Ilustração 4. Deslocamento angular e amplitude de movimento máxima


para a fase concêntrica da Extensão Unilateral do Joelho na cadeira extensora
5.2. Análise da Variação do Torque em cada fase do movimento (concêntrica
e excêntrica)

Os gráficos de variação do torque para as fases concêntrica e excêntrica da


extensão unilateral do joelho com a caneleira e da extensão unilateral do joelho
na cadeira extensora estão apresentados abaixo.

Gráfico 1. Variação do torque na ação muscular concêntrica com a caneleira

Gráfico 2. Variação do torque na ação muscular excêntrica com a caneleira

Gráfico 3. Variação do torque na ação muscular concêntrica na cadeira


extensora

Gráfico 4. Variação do torque na ação muscular excêntrica da cadeira


extensora

Para ambos os exercícios, percebemos que a variação do torque total para


todas as fases do movimento está sendo muito mais influenciada pelo torque
resistivo (criado pelo conjunto perna-pé somado com a sobrecarga oferecida
pela resistência) do que pela variação do torque referente ao conjunto perna-
pé. Esta diferença entre o torque criado pelo conjunto perna-pé e pelo conjunto
perna-pé somado à sobrecarga oferecida pela resistência era de fato esperada,
pois o valor do torque é diretamente influenciado pela magnitude da força
aplicada e a distância perpendicular da linha de ação desta força ao eixo de
rotação, que no caso em questão é a articulação do joelho.

Portanto, qualquer alteração realizada na magnitude da força aplicada ou na


distância perpendicular da linha de ação desta força em relação à articulação
do joelho terá como resultado a alteração do torque. A massa do conjunto
perna-pé é constante, e por isso justifica-se o fato do torque resistivo ser muito
mais influenciado pelo deslocamento do conjunto perna-pé somado com a
sobrecarga oferecida pelas resistências.
A variação do torque total para os dois exercícios foi crescente na fase
concêntrica e decrescente na fase excêntrica do movimento. Tendo como
referência o deslocamento angular da perna em ralação a uma linha traçada
verticalmente à articulação do joelho em cada imagem estudada nos dois
exercícios, nota-se que na medida em que ele aumenta, por meio do
movimento de extensão, também ocorre o aumento do torque. Exatamente o
contrário acontece para a fase excêntrica do movimento, ou seja, na medida
em que o deslocamento da perna anteriormente citado é consideravelmente
reduzido, também ocorre a redução do torque oferecido pelas resistências, ou
seja, o torque resistivo.

Por meio destas análises, especula-se que quanto maior for a extensão do
joelho maior será o torque criado durante a realização dos dois exercícios.
Pode ser que estes maiores valores do torque alcançados pela extensão do
joelho submetam os músculos extensores desta articulação a uma sobrecarga
maior de trabalho. Porém, discordando de Lima e Pinto (2006), nada até o
presente momento pode ser afirmado, pois não sabemos qual exercício
apresenta maior tendência de aproximar a articulação do joelho de sua ADM
máxima para o movimento de extensão desta articulação.

Talvez, para a análise em questão nesta pesquisa, o executante tenha até


alcançado a ADM máxima. Porém, sem maiores detalhes do movimento no que
diz respeito ao fragmentador de imagens que foi adotado, não temos nenhum
meio para afirmar que o exercício com a caneleira possui maior tendência de
aproximar o joelho de sua ADM máxima. Apenas podemos afirmar que com o
aumento da angulação da articulação do joelho para o movimento de extensão,
ou seja, com a aproximação da ADM máxima, maior será o torque resistivo.

A elevação do torque resistivo, verificada na medida em que a articulação do


joelho estende, é o resultado direto do aumento do braço de alavanca (ou
braço de momento) da resistência em relação ao eixo de rotação no qual se
processa o movimento desejado.

Por conseqüência disso, acreditamos que uma maior participação dos


músculos extensores do joelho será necessária nos últimos graus de extensão
desta articulação, tendo como objetivo a produção de um torque muscular que
possua magnitude necessária para contrabalançar o torque resistivo.

Pelo menos numericamente, o torque resistivo encontrado no exercício


extensão unilateral do joelho realizado na cadeira extensora foi maior que o
torque resistivo encontrado no exercício realizado com a caneleira. Pode ser
que esta diferença seja atribuída a diferença do momento de inércia oferecido
pelo braço de apoio dos pés da cadeira extensora e também pelo sistema de
cabos e roldanas deste aparelho. Conforme já foi elucidado, o momento de
inércia destas estruturas não é conhecido. Ao que tudo indica provavelmente,
esta é a única explicação plausível para a diferença verificada na produção de
torque pelos dois exercícios.

6. Considerações finais

O fato dos autores Lima e Pinto (2006) terem citado diferenças


cinesiológicas entre a extensão do joelho realizada com a caneleira e na
cadeira extensora foi o que despertou o interesse do grupo pelo estudo e
análise destes dois exercícios, porém tendo como ponto de vista critérios
biomecânicos.

Nossos resultados apontam que existem algumas diferenças cinemáticas e


dinâmicas entre os dois exercícios analisados. Ao que tudo indica, a extensão
unilateral do joelho realizada com a caneleira é o exercício mais recomendado
para o treinamento da potência muscular dos músculos extensores do joelho.

De acordo com nossos estudos, o deslocamento angular permitido pela


extensão unilateral do joelho realizada com a caneleira foi maior. Porém, para
que este maior deslocamento angular seja considerado relevante, estudos
futuros deverão ser feitos com análises biomecânicas e cinesiológicas juntas,
para verificar se os dados observados neste trabalho (torque, deslocamento
angular, velocidades e potência) são importantes no recrutamento muscular, e
se este recrutamento é mais eficiente na cadeira extensora ou com a caneleira.
Para estes trabalhos futuros, aconselhamos um programa fragmentador de
vídeos mais eficiente, que verifique a posição inicial e final dos exercícios com
melhor precisão do que o programa utilizado em nosso trabalho.

Nosso estudo possibilitou a ênfase na teoria de FIT4 Fitness Store (2008),


que coloca o braço de apoio dos pés da cadeira extensora como um possível
“limitador de amplitude de movimento”.

Entretanto, mais estudos são necessários para identificar fatores como: qual
dos exercícios permite que o movimento de extensão do joelho alcance o
máximo de sua ADM; caso existam, quais outros fatores, excluindo a
configuração espacial do aparelho citada neste trabalho, interferem na ADM
tanto para a fase excêntrica quanto para a concêntrica do movimento; e por
último, constatar se o condicionamento técnico do executante foi relevante para
a obtenção dos valores obtidos, como ressaltado em nossas discussões.
Referências bibliográficas

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Maria de Lourdes Giannini. 1ª edição. São Paulo: Manole, 2001. 216 p.

CAMPOS, Maurício de Arruda. Biomecânica da musculação. 3.ed. Rio de


Janeiro: Sprint, 2006. 154 p.

CARPENTER, Carlos Sandro. Biomecânica. 1ª edição. Rio de Janeiro: Sprint,


2005. 326p.

CHAVES, Christianne Pereira Giesbrecht. et al. Déficit bilateral nos


movimentos de flexão e extensão de perna e flexão do cotovelo. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte. vol.10 no.6 Niterói Nov./Dec. 2004

FIT 4 FITNESS STORE. Leg Extension. Disponível em:


http://www.reebokfitness.com.br/fit4/default.asp?pt=produtos&m=2&c=2&l=56&
p=113. Acesso em 1 de out. de 2008.

GODOY, Erik Salum de. Musculação: Fitness. 1ª Edição. Rio de Janeiro:


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HALL, Susan J. Biomecânica Básica. Tradução de Giuseppe Taranto. 4ª


edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 509 p.

LIMA, Cláudia Silveira; PINTO, Ronei Silveira. Cinesiologia e Musculação. 1ª


edição. Porto Alegre: Artmed, 2006. 188 p.

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