LAVRAS – MG
2017
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Professor
Tulio da Silva Junqueira
LAVRAS - MG
2017
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SUMÁRIO
1. RESUMO ....................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO.............................................................................. 5
3. DESENVOLVIMENTO ............................................................... 6
3.1 Contextualização...................................................................... 6
3.2 Núcleo Assistencial Casa do Vovô.......................................... 6
3.3 Instituto de Acolhimento e Recuperação Eterna
Misericórdia............................................................................. 12
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 19
6. ANEXOS.......................................................................................... 20
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RESUMO
2. INTRODUÇÃO
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 . Contextualização
O primeiro local do estágio foi o Núcleo Assistencial Casa do Vovô, uma
organização não governamental sem fins lucrativos que acolhe idosos. Idealizada
desde 1980 por um grupo de amigos, teve o local inaugurado em 1990 com instalações
bem simples. A casa conta com diversos serviços que oferecem o melhor amparo
possível aos residentes, como medicamentos, fisioterapia, alimentação balanceada,
enfermeiros, psicólogos, médicos, etc. Contudo, é essencial para a manutenção da
instituição as doações da comunidade, uma vez que as contribuições oficiais dos
internos cobrem apenas 50% das despesas, o restante sendo custeado por eventos
beneficentes e doações eventuais.
Imagem 1 – Espaço para a realização de cultos (Fonte: Google) Imagem 2 – Entrada principal da casa(Fonte: Google)
3.2.3 Atividades
O primeiro desafio do nosso grupo na primeira semana foi chegar ao local para
a realização de nossas atividades. A Casa do Vovô é bem afastada do centro da cidade,
por isso tivemos de utilizar o transporte público durante nossa ida e volta até lá. Ao
entrarmos no local, aguardamos um pouco na recepção e fomos recebidos pelo
administrador Marcos, que nos mostrou a casa e contou um pouco sobre as atividades
e dificuldades que possuíam, além de responder algumas de nossas perguntas.
Segundo ele, os gastos médios mensais são de 2100 reais por idoso, sendo que a maior
parte destes são destinados para o pagamento dos funcionários assalariados, apesar de
eles também possuem voluntários que ajudam na realização das atividades da casa.
Além disso, ele também tem grandes gastos com fraldas(cerca de 4100 unidades
mensais), produtos de higiene pessoal e medicamentos, principalmente em épocas
mais frias em que os idosos ficam mais susceptíveis a doenças.
Quando questionamos a respeito da escolaridade, o administrador relatou que a
maior parte dos idosos possuíam ensino fundamental completo, sendo que apenas 2
possuem ensino médio completo e 2 são analfabetos. Em relação a oportunidades para
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Imagem 3 – Obras de artesanato (Fonte: Arquivo Pessoal) Imagem 4 – Local de trabalho do Sr. Olímpio(Fonte: Arquivo Pessoal)
Imagem 5 – Espaço usado para banho de sol (Fonte: Youtube) Imagem 6-Dona Azena acompanhada de parte do
Imagem 7 – Pintura na Parede (Fonte: Arquivo Pessoal) Imagem 8 – Ação de pintura com os idosos(Fonte: Arquivo Pessoal)
Imagem 9 – Doações coletadas (Fonte: Arquivo Pessoal) Imagem 10 – UPA durante a ação(Fonte: Arquivo Pessoal)
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Figura 11 –Local onde servem almoço (Fonte: arquivo pessoal) Figura 12 – Casa onde os internos dormem(Fonte: Arquivo Pessoal)
no dia e a estrada até o sitio estava inadequada para o transporte fornecido por eles,
realizamos a entrevista na UFLA. Bruno nos deu uma ideia de como funcionava o
local e as atividades realizadas nele. São 2 sítios, um fundado desde 2006, com o
objetivo de acolher moradores de rua e um segundo, criado recentemente (cerca de 1
ano) para os dependentes químicos.
O incentivo para a realização desse trabalho está justamente no desejo por
ajudar pessoas na rua, desamparadas, que são ignoradas e marginalizadas pela
sociedade. Mesmo a prefeitura ou a igreja não auxiliam essa camada populacional de
forma satisfatória. Inspirado na trajetória de São Francisco de Assis, que abandonou
sua família e riquezas para viver com os leprosos, Bruno saiu de casa para morar com
os moradores de rua em Belo Horizonte e São Paulo, para então retornar à Lavras e
iniciar o projeto.
A casa iniciou com poucos internos e foi crescendo aos poucos. Com o tempo,
foi necessário a institucionalização de algumas áreas para um melhor funcionamento e
realização de parcerias, fruto de renda para o local. Os responsáveis pela casa também
não se responsabilizam pela busca das pessoas, sendo que a procura ocorre a partir de
uma iniciativa própria do indivíduo. Logo após, é realizada uma triagem com coleta de
dados sobre histórico de saúde e familiar da pessoa. Casos em que a pessoa possui
uma doença grave que eles não têm a capacidade de tratar são encaminhados para
outras instituições mais adequadas.
A princípio, pessoas com dependência química são transferidas para o segundo
sítio, primeiro local de acolhimento, local mais isolado onde eles tentam compreender
a sua situação e manter a força de vontade para se recuperar. Após 3 meses, essas
pessoas passam para o primeiro sítio, onde permanecem por cerca de 6 meses
realizando algumas atividades baseadas na laborterapia como forma de tratamento.
A instituição sobrevive a partir de doações, contudo apresenta algumas
dificuldades visto que o grupo assistido: moradores de rua e dependentes químicos,
são vítimas de grande preconceito, o que torna mais difícil a arrecadação
Em relação à dimensão educacional, nos foi informado que a maior parte dos
internos possuem ensino fundamental incompleto, contudo existem pessoas desde
analfabetas até com ensino superior completo no local. Eles também possuem algumas
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Figura 13 –Local de realização de cultos (Fonte: arquivo pessoal) Figura 14 – Cozinha (Fonte: Arquivo Pessoal)
contribuir com a sociedade de alguma forma, ele busca ajudar os internos do IAREM a
se afastarem de suas antigas vidas e voltar para a sociedade.
Na terceira semana também conversamos com mais alguns internos e
conhecemos um pouco mais de suas rotinas. Entramos na cozinha e conhecemos um
dos cozinheiros responsáveis. As panelas muito grandes estavam completamente
cheias, visto a quantidade de pessoas para alimentar. Eles possuíam um estoque grande
de alguns alimentos específicos, sendo que eles dependem principalmente de doações.
Um fato que me chamou a atenção foi que a rede de supermercados GF colabora com
a instituição doando alguns alimentos.
Na quarta semana pretendíamos realizar um questionário(anexo B) com os
internos, mas nosso orientador achou melhor fazer uma coleta de dados observacional,
uma vez que desconhecíamos as condições mentais de cada assistido. Assim, em
grupos de 2 a 3 alunos, conversamos com alguns internos sobre suas vidas, atividades
e anseios.
Na penúltima semana, realizamos nossa proposta de ação: fazer uma horta de
plantas medicinais e instruir os internos sobre como utiliza-las. Para isso, fizemos um
livro com todas as plantas que cultivaríamos, junto da forma de cultivo, ação
terapêutica, formas de uso, partes usadas e toxicidade. Evitamos plantar qualquer tipo
de planta medicinal já presente, fizemos a horta com a ajuda de alguns internos e a
regamos. Foi um trabalho exaustivo, mas ao mesmo tempo recompensador ao vê-lo
completo.
Figura 15 –Montagem da horta (Fonte: Arquivo Pessoal) Figura 16 – Horta completa(Fonte: Arquivo Pessoal)
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Figura 17 –Plantas compradas (Fonte: arquivo pessoal) Figura 18 – Capa do livro de plantas medicinais(Fonte: Arquivo Pessoal)
Ao fim dos dois estágios pude perceber o quanto cresci como indivíduo e como
minhas reflexões e vivências irão me acompanhar ao longo de toda a vida. O médico às vezes
se distancia dessas realidades pelas quais passamos e perde o seu principal objetivo, que é o
foco no humano, não na doença. No primeiro estágio, desenvolvemos principalmente nossas
habilidades interpessoais e comunicacionais ao lidar com os idosos, enquanto que no segundo
estágio tivemos uma aproximação mais observacional dos internos, escutando suas histórias
de vida e reflexões.
Além disso, baseado na ementa da disciplina, cujos objetivos são: observar cenários
socioculturais diversos; vivenciar a realidade social em diferentes aparelhos comunitários e/ou
instituições do município de Lavras; identificar determinantes do processo saúde-doença;
promover a saúde por meio de ações pontuais; promover a cidadania e o controle social do
SUS; desenvolver habilidades comunicacionais; desenvolver atitudes éticas que favoreçam as
relações interpessoais; refletir sobre vivências e ações de saúde fundamentando-se nos
princípios da ética e da bioética e conduzir trabalho em equipe; pude concluir que o Estágio
em Práticas de Saúde na Família e na Comunidade I cumpriu suas metas, sendo que cada
orientador conseguiu guiar os alunos da melhor forma possível de acordo com cada local de
estágio.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anexo B: Questionário que seria aplicado aos internos (Escala HAD- Avaliação do
nível de ansiedade e depressão):