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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS E HUMANIDADES

CURSO DE QUÍMICA

LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA

Aluno:

Professor: Enéas Furtado de Araujo

ÍNDICE
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Introdução 2

1 Determinação da densidade de gases 5

2 Determinação da densidade de líquidos e de sólidos 12

3 Determinação da viscosidade de líquidos 20

4 Determinação do coeficiente de tensão superficial de líquidos 30

5 Determinação da entalpia de reações químicas de dissolução


e de neutralização 38

6 Determinação da entalpia de reações químicas de oxi-redução


e de precipitação 46

7 Estudo do equilíbrio químico 53

8 Estudo da pilha de Daniell e a determinação do produto de


solubilidade 61

9 Estudo da eletrólise em meio aquoso 72

10 Estudo de cinética química 79

INTRODUÇÃO

1 Objetivo

2
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

1.1 O estudo laboratorial de físico-química tem sido realizado nas


principais universidades nacionais e no exterior através de duas linhas de ensino,
onde a análise experimental dos fenômenos se desenvolve por meio de:
- Aparelhos simples de laboratórios de Química Geral, que possibilitam
uma rápida compreensão dos conceitos físico-químicos fundamentais implícitos
nos experimentos; e/ou em
- Equipamentos complexos de laboratórios de Química Instrumental,
os quais não revelam claramente os conceitos básicos mas permitem uma visão
bastante completa, ampla e avançada dos fenômenos físico-químicos.

1.2 A abordagem adotada por esta disciplina será a primeira, inicialmente


pelo fato de tratar-se de um curso de graduação, onde os conceitos
fundamentais são essenciais na formação do futuro profissional, e também tendo
em vista que a segunda linha exige um investimento muito alto que rapidamente
torna-se obsoleto, em face da grande evolução tecnológica atual.

2 Planejamento

2.1 Cada “Aula Prática” vai dar ênfase a conceitos físico-químicos básicos,
sendo precedida por um roteiro do experimento contendo os seguintes itens:
1. Objetivo
2. Fundamentos
3. Procedimentos
4. Aparelhagem
5. Reagentes
6. Resultados
7. Questionário

2.2 O aluno desenvolverá o tema do experimento em três etapas:


a) Elaboração de um “Plano de Aula”;
b) Realização da “Aula Prática”; e
c) Elaboração de um “Questionário”.

2.3 O “Plano de Aula” representa a preparação do aluno ao tema a ser


desenvolvido na “Aula Prática”, constando, para todas as práticas, após a leitura
do roteiro de aula, ao atendimento dos seguintes quesitos:
a) Descrição detalhada do “Objetivo” dos experimentos, ou seja, em
última análise, de quais os conceitos físico-químicos básicos que estão
relacionados à “Aula Prática”; e
b) Descrição de que forma o “Objetivo” proposto no roteiro pode ser
alcançado através dos “Procedimentos” descritos no roteiro da aula.
Esses dois tópicos poderão ser perfeitamente atendidos pela simples leitura
do roteiro da “Aula Prática”, contudo, através de pesquisas em livros de físico-
química, o “Plano de Aula” poderá ficar ainda mais completo caso o aluno
promova a:
c) Descrição opcional de alguma outra maneira de explorar de
forma experimental os conceitos físico-químicos constantes da “Aula Prática”.
No atendimento a este último quesito é interessante que o aluno anote a
fonte bibliográfica utilizada, indicando principalmente o autor, nome da obra,
editora, cidade e data de publicação.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

2.4 O “Questionário” corresponde, de certa forma, a um relatório


estruturado do assunto abordado na “Aula Prática”, e é constituído de dez
questões que vão desde a apresentação dos resultados obtidos durante a
realização da aula, a análise desses dados e as conclusões possíveis de serem
inferidas e deduzidas.

2.5 Assim, a avaliação da “Aula Prática” envolverá:


a) O “Plano de Aula”, para ser elaborado individualmente e entregue
impreterivelmente no início de cada aula. Vai-se atribuir uma nota de 0 a 10 para
o somatório dos “Planos de Aula”, avaliados em função do atendimento aos
quesitos, bem como quanto a participação do aluno durante o curso, sejam nas
aulas práticas quanto teóricas.
b) O “Questionário”, para ser elaborado em grupo e entregue
impreterivelmente até duas semanas após a realização da “Aula Prática”. Vai-se
atribuir uma nota de 0 a 10 para o atendimento aos itens indicados no
“Questionário”, mas somente para o aluno que participou da aula. Quem não
compareceu na aula, por qualquer motivo, não terá nota na “Aula Prática”
correspondente.
c) A nota referente aos “Trabalhos de Laboratório” constará,
portanto, de uma média aritmética envolvendo todos os itens avaliados.

2.6 Ao longo do semestre, o professor vai solicitar aos alunos a elaboração


completa de uma “Aula Prática”, e esta deverá envolver todos os tópicos
constantes do item 2.1, exceto a elaboração do “Questionário”. Em seu lugar,
como item 7 da “Aula Prática”, constará o tópico “Cálculos”, com a descrição
detalhada da memória de cálculos realizada pelo aluno, decorrentes dos
resultados obtidos na realização da prática.

3 Sugestões

3.1 Recomenda-se que o aluno use avental e óculos de segurança


durante a realização do experimento. Tal atitude é fundamentalmente necessária
para a sua segurança pessoal, bem como para atendimento das demais normas
de segurança compatíveis com um Laboratório Químico.

3.2 Recomenda-se que os alunos apresentem o seu “Plano de Aula”, bem


como o “Questionário”, em folha de papel almaço ou folha de arquivo e não usem
o roteiro da “Aula Prática” para responder as questões propostas.

3.3 Na realização do “Questionário”, recomenda-se que o grupo indique


todos os cálculos efetuados e qual a equação empregada, se dos
“Fundamentos”, constantes no roteiro, ou de alguma bibliografia (e nesse caso é
indispensável fazer a referência bibliográfica).

3.4 Sugere-se também um cabeçalho para o “Questionário”, contendo


basicamente os dados constantes do modelo anexo:

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA Nº ........ DE FÍSICO-QUÍMICA II


Título:

4
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Aula realizada em: Relatório entregue em:

Nome dos Componentes do Grupo (dupla):

3.5 Necessitando fazer referências bibliográficas, o aluno deve utilizar


preferencialmente os princípios contidos em normas da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, ou na norma NB-66 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), ou ainda da IUPAC. Exemplos de referências
bibliográficas:

Perry, R. H. e Green, D. W. Chemical Engineers’ Handbook, New York,


Estados Unidos, McGraw-Hill, 7ª ed., 1997.

Perry, R. H. e Chilton, C. H. Chemical Engineers’ Handbook, Tokio,


McGraw-Hill Kogakusha, 5ª ed., 1973.

3.6 Necessitando também de estudos adicionais em físico-química,


recomenda-se a pesquisa e/ou leitura das seguintes obras de referência

Netz, P. A. e Ortega, G. G.; Fundamentos de físico-química – uma


abordagem conceitual para as ciências farmacêuticas, Porto Alegre, Artmed
Editora, 2002.

Castellan, G. Fundamentos de Físico-Química, 1ª ed., Rio de Janeiro, LTC -


Livros Técnicos e Científicos Editora, 1994.

Florence, A. T. e Attwood, C.; Princípios físico-químicos em farmácia, São


Paulo, EDUSP – Editora da Universidade de São Paulo, 2003.

Atkins, P. W., Físico-química, 7ª ed., 3 vol., Rio de Janeiro, LTC – Livros


Técnicos e Científicos Editora, 2004.

Rangel, R. N., Práticas de Físico-Química, 2ª ed., São Paulo, Editora


Edgard Blücher, 1997.

AULA PRÁTICA Nº 1

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE GASES

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação da Densidade de gases, em


particular do bióxido de carbono, possibilitando também a determinação da
massa de carbonato de cálcio em amostras de minerais pela coleta e avaliação
do volume de bióxido de carbono produzido ao ataque com ácido clorídrico.

2 Fundamentos

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

O carbonato de cálcio, CaCO3, está presente em inúmeros minerais, dentre


os quais o calcário, o mármore e a dolomita, que é um carbonato misto de cálcio
e magnésio, CaMg(CO3)2. Encontra-se na natureza duas diferentes formas
cristalinas de carbonato de cálcio: a calcita (que apresenta estrutura
romboédrica) e a aragonita (com estrutura ortorrômbica).
O calcário e o mármore em temperatura ambiente são formados de cristais
de calcita, enquanto que a aragonita é uma modificação instável em temperatura
ambiente. O carbonato de cálcio precipitado a frio tem aparência amorfa, mas
aos poucos toma gradualmente a forma cristalina da calcita. Quando a
precipitação tem lugar a quente com soluções diluídas, contudo, o carbonato de
cálcio consiste de finos cristais de aragonita, que a frio lentamente transformam-
se em calcita.
Atacando-se com ácido clorídrico uma amostra mineral, pode-se determinar
a massa presente de carbonato de cálcio pelo volume gerado de gás carbônico,
ou seja, o bióxido de carbono, CO2, produzido pela reação:

CaCO3(s) + 2HCl(aq) ⇒ CaCl2 (aq) + CO2 (g) + H2O(l ) (2.1)

Promovendo-se esta reação num recipiente de tal forma a permitir que a


pressão total inicial permaneça a mesma, é possível a avaliação da massa de
gás liberada desde que se transfira o excesso de pressão para um dispositivo
capaz de medir com exatidão o volume de gás transferido.
A partir da pressão total da mistura gasosa (onde provavelmente estão
presentes bióxido de carbono, ar e vapor d’água), levando-se em conta a
hipótese de Avogadro (de que volumes iguais de gases nas mesmas condições
de pressão e temperatura possuem o mesmo número de moléculas, ou de
moles), conhecidos o volume ocupado pelo gás coletado, sua temperatura e sua
pressão e, finalmente, considerando-se comportamento de gás ideal, pode-se
calcular não só a Densidade do bióxido de carbono como a massa desse gás
liberada.
O experimento possibilita, pois, duas determinações:
1º) como o volume deslocado corresponde exatamente ao número
total de moles de bióxido de carbono produzido na reação, é possível o cálculo
da massa total de bióxido de carbono liberada; e
2º) também o cálculo da Densidade do bióxido de carbono, supondo-
se tratar de uma mistura gasosa ideal.
Em conseqüência admite-se inicialmente que esses gases comportam-se
como ideais numa determinada temperatura T, logo a pressão total pT, dentro
desse volume V, corresponderá consequentemente a:

nT RT
pT = (2.2)
V
onde R indica a Constante dos Gases, igual a 8,314 J/K.mol, nT representa o
número total de moles existentes no volume V considerado, e pT é a pressão total,
calculada levando-se em consideração a pressão atmosférica e a coluna de
líquido existente devido a diferença, h, entre os níveis d’água interno e externo ao
dispositivo de medição da pressão, normalmente uma proveta graduada.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

No caso em que o menisco interno da proveta estiver acima do nível do


recipiente externo, uma cuba de vidro, por exemplo, a pressão atmosférica pode
ser relacionada por:

p atm = pT + ρ g h (2.3)

em que patm corresponde a pressão barométrica do laboratório, ρ a Densidade da


água na temperatura do experimento (pode-se considerar por simplicidade
1,0g/cm3), g a aceleração da gravidade (igual a 9,81 m/s2), e h a referida diferença,
positiva se o nível do líquido interno da proveta for superior ao nível externo e
negativa ao contrário.
Neste volume particular V, entretanto, deve-se esperar que o equilíbrio de
pressões se estabeleça, ou seja, como se trata de um sistema gasoso em
contato com a superfície da água, é necessário algum tempo para possibilitar que
a Pressão de Vapor da água seja também considerada. Desta maneira, o número
total de moles, nT, corresponde a:

nT = nM + nH2O (2.4)

em que nH2O é o número de moles de vapor d’água que vaporizaram em função


do equilíbrio térmico alcançado, enquanto que nM é o número de moles da
mistura de ar, bióxido de carbono e umidade deslocada quando ocorreu a reação
(2.1), ou seja:

nM = nCO2 (2.5)

A determinação do número de moles de bióxido de carbono, nCO2, necessita


do cálculo do número de moles de água, nH2O, o que pode ser feito conhecendo-
se a Pressão de Vapor d’água na temperatura do experimento:

pH2O V
nH2O = (2.6)
RT
A Pressão de Vapor da água, pH2O, em função da temperatura, T, é
encontrada tabelada em livros de físico-química, ou pode ser determinada pela
chamada correlação de Antoine, ajustada para a água entre 0 ºC e 50 ºC:

726641
,
logpH2O = 1510
, − (2.7)
T + 230
na qual a Pressão de Vapor d’água, pH2O, é determinada em milímetros de
mercúrio, mmHg, a partir da temperatura absoluta T, em kelvin, K.
Desse modo a Densidade do bióxido de carbono pode ser calculada pela
equação dos gases ideais:

mCO2 nCO2 M
dCO2 = = (2.8)
V V

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

sendo mCO2 a massa de bióxido de carbono produzida pelo ataque de ácido


clorídrico no carbonato e M a sua Massa Molar (igual a 0,044 kg/mol).
Utilizando-se a equação (2.1) determina-se finalmente a massa de
carbonato de cálcio que reagiu. Tendo-se o peso do mineral (amostra), e
supondo-se que todo carbonato presente era de cálcio e que todo carbonato
reagiu liberando bióxido de carbono, calcula-se então a porcentagem em massa
de carbonato de cálcio presente na amostra mineral.

3 Procedimentos

3.1 Prepare o conjunto do experimento colocando cuidadosamente no


interior de um funil de separação de 100 mL cerca de 20 mL de solução de ácido
clorídrico (HCl) 6,0 M, utilizando para tal uma pipeta graduada de 10 mL e uma
pêra de sucção.

3.1.1 Tome uma cuba de vidro média e encha-a com água até
aproximadamente dois terços de seu volume. Pegue uma proveta de 50 mL com
fundo liso, retire a base de plástico e encha-a completamente com água. Inverta-
a e mergulhe-a na água da cuba de vidro média, fixando-a nesta posição por
meio de uma garra presa a um suporte universal. Evite que qualquer bolha de ar
fique dentro da proveta invertida.

3.1.2 Conecte um balão de fundo redondo com saída lateral até a


parte inferior da proveta através de um tubo plástico com aproximadamente 1,0 m
de comprimento, de tal modo que o gás liberado no balão flua para a proveta.
Utilizando um termômetro de -10/100ºC, meça e registre no item 6.1 dos
“Resultados” a temperatura da água. Certifique-se que o tubo plástico está bem
fixo ao balão de tal forma que não ocorra vazamento de gás e utilize uma fita de
teflon para garantir total vedação.

3.1.3 Empregando um papel filtro pequeno pese cuidadosamente


numa balança analítica cerca de 0,1 g de amostra mineral (100 mg), constituída de
pó de mármore, e anote no item 6.2 dos “Resultados” a massa encontrada.

3.2 Segure cuidadosamente o papel filtro contendo a amostra e introduza


no interior do balão de fundo redondo, que deve permanecer inclinado.

3.2.1 Coloque na extremidade inferior do funil de separação uma


rolha de borracha perfurada e introduza o conjunto na parte superior do balão de
fundo redondo. Verifique atentamente se o funil de separação com a rolha de
borracha veda totalmente a boca do balão para que não ocorra vazamento de
bióxido de carbono a ser coletado. Novamente certifique-se que o conjunto esteja
totalmente isolado empregando uma fita de teflon para garantir total vedação. Só
após essa verificação abra lentamente a torneira do funil de separação tendo o
cuidado de retirar a sua tampa, e deixe o ácido pingar sobre a amostra mineral.
Transfira apenas o ácido suficiente para que a reação ocorra, não liberando todo
o ácido, mantendo assim a estanqueidado do sistema.

3.2.2 Caso a quantidade de pó de mármore não seja suficiente


para produzir uma quantidade de gás adequada, ou se a quantidade pesada em

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.1.3 foi mais do que suficiente, gerando uma quantidade de gás superior ao
limite de observação do volume gasoso que é dado pela proveta de 50 mL, estime
uma nova massa de pó de mármore e realize nova pesagem, lançando-a no item
6.2 dos “Resultados”.

3.2.3 Depois de uns dez minutos, quando o sistema chegar numa


estabilidade e não houver mais a liberação de bolhas gasosas dentro da proveta,
anote no item 6.3 dos “Resultados” o volume de gás na proveta invertida, o qual
provavelmente é uma mistura de ar, bióxido de carbono e vapor d’água
deslocados ao ocorrer a reação.

3.2.4 Utilizando uma régua milimetrada, registre no item 6.4 dos


“Resultados” a altura de líquido entre o nível inferior da parte interna da proveta e
o nível superior de água da cuba de vidro média, bem como leia num barômetro e
anote no item 6.5 dos “Resultados” a pressão barométrica, correspondente a
pressão atmosférica no ambiente do laboratório.

3.2.5 Recolha num frasco de descarte para soluções inorgânicas


o ácido com o cloreto de cálcio formado e a amostra mineral não solubilizada,
num outro frasco de descarte transfira somente o ácido que não foi empregado e
que restou no funil de separação, lave com água corrente o balão de fundo
redondo bem como o funil de separação, a cuba e outras vidrarias, desmontando
todo o conjunto da prática para limpeza posterior.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Tubo plástico com aproximadamente 1,0 m de comprimento


1

4.3 Rolha de borracha 1

4.4 Funil de separação de 100 mL 1

4.5 Balão de fundo redondo com saída lateral de 100 mL 1

4.6 Papel filtro pequeno 1

4.7 Cuba de vidro média 1

4.8 Proveta de 50 mL com fundo liso


1

4.9 Pipeta graduada de 10 mL 1

4.10 Pêra de sucção 1

4.11 Régua milimetrada 1

4.12 Suporte universal com garra 2

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.13 Fita de teflon 1

4.14 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

4.15 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de ácido (uso geral)


1

4.16 Tesoura (uso geral) 1

4.17 Barômetro (uso geral) 1

4.18 Balança analítica (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Solução de ácido clorídrico (HCl) 6,0 M 20 mL

5.2 Pó de mármore 1,0 g

6 Resultados

6.1 Temperatura da água: °C

6.2 Massa da amostra mineral: g

6.3 Volume de gás deslocado:


mL

6.4 Altura da coluna de água: mm

6.5 Pressão barométrica do laboratório: mm Hg

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, os resultados e


observações realizadas durante o transcorrer da aula prática, indicando as
grandezas nas unidades observadas e a conversão de todas essas grandezas
para unidades do Sistema Internacional (SI). Realize as transformações de
unidades e indique os cálculos efetuados.

7.2 Apresente também um esboço da prática, indicando suas partes


constituintes, bem como a diferença, h, entre o nível d’água na cuba de vidro
média e na proveta.

7.3 Calcule, através da equação (2.3) dos “Fundamentos”, a pressão total


na proveta, pT, levando em consideração a pressão atmosférica e a coluna
hidrostática devido a diferença de nível d’água entre a proveta e a cuba de vidro.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Observe se o nível d’água na proveta está abaixo ou acima do nível d’água na


cuba de vidro. Realize os cálculos sempre em unidades do SI.

7.4 Determine a quantidade total de substância em termos do número total


de moles, nT, existentes no volume considerado V, utilizando a equação (2.2)
apresentada nos “Fundamentos”.

7.5 Consulte uma tabela de Pressão de Vapor da água (não deixe de


indicar a referência bibliográfica), ou através da Correlação de Antoine, equação
(2.7) dos “Fundamentos”, e determine a Pressão Parcial do vapor d’água na
temperatura em que o gás foi coletado, em unidades do SI.

7.6 Calcule o número de moles de vapor d’água presente no gás coletado


na proveta de acordo com a equação (2.6) dos “Fundamentos”.

7.7 Calcule o número de moles de bióxido de carbono pelas equações


(2.4) e (2.5) apresentadas nos “Fundamentos”.

7.8 Calcule a massa de bióxido de carbono e a de carbonato de cálcio,


ambas em mg.

7.9 Qual o teor de carbonato de cálcio na amostra mineral?

7.10 Determine, finalmente, a Densidade do bióxido de carbono, em


unidades do SI, levando em consideração a sua massa ou quantidade de moles,
conforme a equação (2.8) dos “Fundamentos”.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

AULA PRÁTICA Nº 2

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação da Densidade de substâncias em


fases condensadas líquidas e sólidas pelo Método Picnométrico, isto é,
empregando-se o aparelho denominado de Picnômetro.

2 Fundamentos

Entre as constantes físico-químicas de maior importância encontra-se a


Densidade. Ela representa, sem dúvida, o ponto de partida para qualquer
levantamento de dados voltados a caracterização de uma substância. Existem
inúmeros métodos para a sua determinação, cada um utilizado em função
principalmente da disponibilidade de aparelhagem e da exatidão requerida.
Pode-se considerar dois tipos de Densidade: a Absoluta e a Relativa. A
Densidade Absoluta, ρ, é também denominada de Massa Específica, que por
definição é a relação entre a massa m de um corpo e o volume V que o mesmo
delimita, isto é:

m
ρ= (2.1)
V
Daí esta grandeza possuir como unidade no Sistema Internacional o
quilograma por metro cúbico (kg/m3). Outra unidade largamente empregada é o
grama por centímetro cúbico (g/cm3) que eqüivale a grama por mililitro (g/mL), de uso
muito comum nos laboratórios.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Já a Densidade Relativa de uma substância, d, é a relação entre a sua


Densidade Absoluta numa determinada temperatura e a Densidade Absoluta de
um padrão, que normalmente é a água na temperatura de 4ºC, ou mais
precisamente 3,98ºC. Como a Densidade Absoluta da água nessas condições é
muito próxima da unidade, quando a consideramos em gramas por centímetro
cúbico, via de regra essas duas grandezas se confundem numericamente.
Entretanto a Densidade Absoluta apresenta unidade, enquanto que a Relativa é
um número adimensional.
Os manuais de físico-química normalmente expressam a Densidade
Relativa de uma substância qualquer pelas expressões:

25o
o
ρ ( 25o C )
d 4o
= d 425o = (2.2)
ρ a ( 4o C )

as quais indicam que a Densidade desta substância foi determinada, por


exemplo, na temperatura de 25ºC, ρ(25ºC), em relação à Densidade da água a 4ºC,
ρa(4ºC).
Para medidas mais precisas deve-se considerar corretamente a Densidade
Absoluta da água, a qual varia sensivelmente com a temperatura. Quando a
temperatura é de exatos 3,98ºC, a Densidade Absoluta da água alcança um
máximo, o que corresponde a 0,999 973 g/cm3 ou 999,973 kg/m3.
Uma das técnicas mais simples utilizada para a avaliação da Densidade de
líquidos e sólidos é o Método Picnométrico, que possibilita a determinação da
razão entre a massa de um líquido ou de um sólido ocupando um volume
conhecido. Este método emprega um recipiente denominado de Picnômetro.
Existem diversos tipos de Picnômetros, desde metálicos até fabricados em
vidro, sendo que dentre esses o mais comum possui uma única saída superior.
Tem-se também o Picnômetro com saída lateral e termômetro, assim como o
chamado Picnômetro de Ostwald-Spriengel. Todos esses Picnômetros diferem
sensivelmente no formato, contudo a técnica de avaliação da Densidade varia
muito pouco de um modelo para outro. Nesta prática vai-se empregar o
Picnômetro com haste lateral para ajuste de nível com uma tampa que é
empregada para impedir perda de líquido após a pesagem, bem como
termômetro posicionado na saída superior, conforme pode ser observado no
esquema:

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

No Método Picnométrico a determinação das Densidade de um líquido, ρL , e


de um sólido, ρS , deve ser precedida do cálculo do volume do Picnômetro, VP , na
temperatura em que se está realizando os experimentos. Para tanto determina-se
a massa do Picnômetro vazio, mP , e cheio de líquido, mPL , como por exemplo a
água, cuja Densidade, ρa , é perfeitamente conhecida na temperatura das
determinações. Deste modo:

mPL − mP
VP = (2.3)
ρa

Uma vez conhecendo-se o volume do Picnômetro na temperatura exata das


pesadas, pode-se calcular as Densidades de outros líquidos e sólidos, tanto
puros como em soluções.
No caso de líquidos a medida da Densidade é direta, ou seja, é a razão
entre a massa do líquido, mL , e o volume que o líquido delimita, VL , isto é, o
próprio volume do Picnômetro, VP , Como a massa do líquido, mL , corresponde a
diferença entre a massa do Picnômetro cheio deste líquido, mPL , e a massa do
Picnômetro vazio, mP , logo:

mL mPL − mP
ρL = = (2.4)
VL VP

em que ρL é a Densidade do líquido em questão.


Para os sólidos, entretanto, deve-se determinar inicialmente a massa do
Picnômetro com o sólido, mPS , o que permite calcular a massa do sólido, mS , ou:

mS = mPS − mP (2.5)

bem como o volume ocupado pelo sólido, VS , isto é:

VS = VP − Va (2.6)

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

onde Va é o volume de água que preenche todos os espaços do Picnômetro. Tal


volume Va pode ser determinado conhecendo-se a massa do Picnômetro com o
sólido e com água, mPSL , ou seja:

mPSL − mPS
Va = (2.7)
ρa

Desse modo a Densidade do sólido, ρS, pode ser calculada pela expressão:

mS ρa (mPS − mP )
ρS = = (2.8)
VS VP ρa − mPSL + mPS

Ao se determinar a Densidade de sólidos, certamente de sólidos insolúveis


no líquido empregado, como recomendação experimental deve-se eliminar toda e
qualquer fase gasosa junto a superfície do sólido, no sentido de possibilitar uma
correta avaliação desta grandeza.

3 Procedimentos

3.1 Inicialmente pese um Picnômetro de 50 mL numa balança analítica,


certificando-se que o mesmo encontra-se limpo e seco, bem como seu
termômetro e a tampinha da saída lateral. Pese o conjunto cuidadosamente
numa balança analítica, registrando o valor da pesada no item 6.1.1 dos
“Resultados”.

3.2 Adicione água destilada no Picnômetro até o nível superior do


recipiente. Coloque o termômetro do Picnômetro tendo o cuidado de não
aprisionar nenhuma bolha de ar. Em seguida deixe o conjunto entrar em
equilíbrio térmico e então nivele a saída lateral do Picnômetro.

3.2.1 O equilíbrio térmico consiste em deixar o termômetro do


Picnômetro acusar a mesma temperatura do ambiente ou da balança analítica.
Nesse caso coloque no interior da balança analítica um termômetro -10/100ºC e
deixe o Picnômetro em repouso durante cerca de uns dez minutos junto à
balança, para obtenção do equilíbrio térmico. Se estiver usando um banho
termostático, coloque a parte inferior do Picnômetro no banho e deixe o
termômetro do Picnômetro acusar a mesma temperatura do banho.

3.2.2 Recomplete o nível do tubo lateral do Picnômetro no


instante da pesada, retire com um papel filtro qualquer excesso junto a esse nível
e só depois de nivelado o líquido é que se deve colocar a tampinha da saída
lateral e realizar-se a pesagem. Para evitar adsorção de umidade na parede de
vidro externa do Picnômetro, limpa-se a mesma com pano ou papel seco e que
não liberte resíduos de sua fibra.

3.2.3 Pese o conjunto na balança analítica e registre o valor da


pesada e da temperatura do equilíbrio térmico nos itens 6.1.2 e 6.1.3 dos
“Resultados”.

15
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.3 Esvazie o Picnômetro cuidadosamente para a etapa de determinação


da Densidade de um líquido.

3.3.1 Utilizando uma pêra de sucção e uma pipeta graduada de


10mL, adicione álcool etílico (CH3CH2OH) puro, P. A., suficiente para lavar o
Picnômetro, esvazie-o despejando o álcool etílico num frasco de descarte para
soluções de etanol e em seguida seque o Picnômetro numa estufa pré-aquecida
a 50ºC (não coloque na estufa o termômetro e nem a tampinha lateral).

3.3.2 Após secar o Picnômetro, resfrie-o até a temperatura


ambiente, e agora complete-o com álcool etílico puro seguindo os mesmos
cuidados do item 3.2 anterior. Com o equilíbrio térmico estabelecido junto a
balança analítica, e que deve ser na mesma temperatura da determinação com
água do item anterior 3.2.1, nivele a saída lateral e registre o valor da pesada e
da temperatura nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados”.

3.3.3 Esvazie o Picnômetro transferindo o álcool etílico num


frasco de descarte para soluções de etanol colocado na capela do laboratório.

3.4 Seque o Picnômetro completamente em estufa a 50ºC e depois resfrie-


o até temperatura ambiente. Coloque num papel filtro pequeno uma amostra
metálica constituída de alguns grãos de metal granulado, zinco ou estanho.
Introduza o metal granulado no Picnômetro totalmente seco, tendo o cuidado
para evitar qualquer dano ao aparelho. Pese o conjunto e anote no item 6.3.1 dos
“Resultados” o valor da pesada.

3.4.1 Complete com água o Picnômetro tendo o cuidado para


eliminar toda e qualquer presença de gases junto à superfície do sólido. De
quando em vez dê suavemente umas ligeiras batidas no Picnômetro para facilitar
a liberação dos gases.

3.4.2 Esfrie o Picnômetro até a temperatura das demais pesadas


e leve-o para junto à balança analítica visando estabelecer o equilíbrio térmico.
Quando a temperatura do termômetro do Picnômetro acusar o mesmo valor da
temperatura da balança analítica, e que deve ser a mesma temperatura da
determinação com água no item anterior 3.2.1, nivele a saída lateral e pese-o,
anotando a massa obtida, bem como a temperatura nos itens 6.3.2 e 6.3.3 dos
“Resultados”.

3.4.3 Esvazie o Picnômetro tendo o cuidado de separar a amostra


metálica colocando-a num papel absorvedor para secar.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Picnômetro de 50 mL 1

4.3 Pipeta graduada de 10 mL 1

4.4 Pêra de sucção 1

16
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.5 Papel filtro pequeno 1

4.6 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

4.7 Estufa pré-aquecida a 50ºC (uso geral) 1

4.8 Balança analítica (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Álcool etílico (CH3CH2OH) P. A. 50 mL

5.2 Metal granulado (zinco ou estanho) 10 g

6 Resultados

6.1 Determinação do volume do Picnômetro

6.1.1 Massa do Picnômetro vazio: g

6.1.2 Massa do Picnômetro com água: g

6.1.3 Temperatura da pesada com água: ºC

6.2 Determinação da Densidade de líquidos:

6.2.1 Massa do Picnômetro com álcool: g

6.2.2 Temperatura da pesada com álcool: ºC

6.3 Determinação da Densidade de sólidos:

6.3.1 Massa do Picnômetro com sólido: g

6.3.2 Massa do Picnômetro com sólido e água: g

6.3.3 Temperatura da pesada com sólido e água: ºC

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, os dados e


suas observações efetuadas durante a prática e registradas no item 6 dos
“Resultados”.

7.2 Apresente um esboço do Picnômetro, indicando suas partes


constituintes.

17
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.3 Calcule o volume do Picnômetro (em cm3 e com quatro números


significativos após a vírgula), conforme a equação (2.3) dos “Fundamentos”,
consultando uma tabela de Densidade Absoluta da água na temperatura em que
a etapa 3.2 dos “Procedimentos” foi realizada (consulte manuais de físico-
química e identifique no mínimo seis algarismos significativos no valor da
Densidade). Indique qual a referência bibliográfica utilizada (nome do
autor/instituição, título do livro/seção, editora, número da edição, ano e página
consultada).

7.4 Calcule a Densidades Absoluta do álcool etílico (em g/cm3), conforme a


equação (2.4) dos “Fundamentos”, e os dados obtidos nas etapas 3.1, 3.2 e 3.3
dos “Procedimentos” e registrados nos itens 6.1 e 6.2 dos “Resultados”.

7.5 Calcule a Densidade Relativa do álcool etílico em relação à água a 4ºC,


pesquise em manuais de físico-química a sua Densidade, indicando qual a fonte
bibliográfica consultada, e calcule qual o desvio percentual observado.

7.6 Calcule a Densidade Absoluta da amostra metálica, conforme a


equação (2.8) dos “Fundamentos” e os dados obtidos nas etapas 3.1, 3.2 e 3.4
dos “Procedimentos” e registrados nos itens 6.1 e 6.3 dos “Resultados”.

7.7 Calcule a Densidade Relativa da amostra metálica em relação à água


a 4ºC, assim como pesquise em manuais de Físico-Química a Densidade do
metal utilizado, indicando qual a fonte bibliográfica consultada, e calcule qual o
desvio percentual observado. Na obra consultada, no caso do estanho,
identifique a Densidade das duas variedades alotrópicas possíveis, pois, observe:
existe uma faixa de estabilidade de temperatura em que uma variedade é mais
estável que a outra.

7.8 Uma das propriedades termodinâmicas mais importantes relacionadas


com a Densidade é o Volume Molar de uma substância. Para tanto:

7.8.1 Relacione, através de uma expressão matemática, o Volume


Molar com a Densidade de uma substância em fase condensada, líquida ou
sólida.

7.8.2 Calcule o Volume Molar (em cm3/mol e em m3/mol) do álcool etílico


(representando um líquido).

7.8.3 Calcule o Volume Molar (em cm3/mol e em m3/mol) da amostra


metálica (representando um sólido).

7.8.4 Compare os Volumes Molares do líquido e do sólido obtidos com


Volume Molar de um gás, por exemplo o bióxido de carbono comportando-se
como gás ideal nas CNTP.

7.9 Pesquise em manuais de Físico-Química, indicando a temperatura e a


unidade correspondente (caso represente uma Densidade Absoluta) ou qual a
Densidade do padrão empregado como referência (no caso de Densidade
Relativa), não esquecendo de mencionar qual a fonte bibliográfica consultada:

18
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.9.1 A Densidade de dois líquidos e dois sólidos mais densos que a


água.

7.9.2 A Densidade de dois líquidos e dois sólidos menos densos que a


água.

7.9.3 A Densidade de um líquido ou sólido com Densidade similar à


água, e outro líquido ou sólido com valor extremo.

7.9.4 A partir de sua pesquisa, e levando em consideração


principalmente o tipo de substância e o caracter estrutural das fases
condensadas sólida e líquida, tente explicar qual a razão para as variações de
Densidades observadas.

7.10 Ao misturar-se dois líquidos ou sólidos diferentes formando uma


mistura, a Densidade resultante, d, pode ser calculada pela média ponderada (em
termos de massa) de seus constituintes? Ou seja, em que condições é válida a
expressão:

m1 + m2
d=
m1 m2 (7.1)
+
d1 d 2

onde m1 e d1 correspondem a massa e a Densidade Absoluta, respectivamente,


do primeiro componente e m2 e d2 a massa e a Densidade Absoluta,
respectivamente, do segundo componente, na temperatura da mistura? Tente
explicar como foi obtida a equação (7.1).

19
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

AULA PRÁTICA Nº 3

DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DE LÍQUIDOS

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação do Coeficiente de Viscosidade de


líquidos em função da temperatura pelo uso do Viscosímetro de Ostwald.

2 Fundamentos

Quando um fluido, gás ou líquido, escoa passando por uma superfície


sólida, plana ou curva, a camada de fluido adjacente à superfície fica imóvel, e as
camadas sucessivas tem velocidades cada vez maiores. Essa diferença de
velocidade é como uma conseqüência do atrito entre as camadas, gerando uma
força cisalhante que se estabelece entre as camadas do fluido. A Viscosidade é a
propriedade que representa justamente a resistência devido ao atrito que um
fluido sofre ao movimentar-se.
O sábio inglês Isaac Newton (1662-1727) foi um dos primeiros a analisar a
Viscosidade sob um ponto de vista científico, equacionando o fenômeno e
atribuindo uma grandeza mensurável, a que denominou de Coeficiente de
Viscosidade, como responsável por esta ação resistiva.
Tal equacionamento, denominado de lei de Newton do escoamento viscoso,
relaciona a tensão de cisalhamento, τx , representando uma força cisalhante na
direção x por unidade de área, com a velocidade de cisalhamento na direção x,
vx, de uma camada de fluido situada a uma distância y ortogonal à camada
subjacente, através da expressão:

vx
τx = η (2.1)
y

sendo a constante de proporcionalidade η o Coeficiente de Viscosidade, tudo a


uma determinada temperatura constante.
A lei de Newton do fluxo viscoso estabeleceu uma nova unidade que, em
honra a outro grande estudioso do assunto, o francês Jean Louis Marie Poiseuille
(1799-1868), foi denominada de poise (símbolo Po), válida no sistema CGS

20
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

(Centímetro-Grama-Segundo), equivalente a uma dina por segundo por centímetro


quadrado.
Esta unidade pode ser definida como a força por unidade de área, a tensão
de cisalhamento em dinas por centímetro quadrado, necessária para mover uma
camada de fluido com uma diferença de velocidade, a velocidade de
cisalhamento, de um centímetro por segundo, sobre uma outra camada paralela a
um centímetro de distância. Normalmente os dados referentes aos Coeficientes de
Viscosidade são encontrados em cPo (centipoise ou 10-2 Po).
No Sistema Internacional (SI) de unidades, o Coeficiente de Viscosidade,
denotado por η, é determinado em newton segundo por metro quadrado, ou mais
usualmente como pascal segundo, de tal modo que a relação entre o poise e as
unidades do SI são:

1 Po = 0,1 Pa. s (2.2)

A este tipo de Viscosidade, cujas unidades do Coeficiente de Viscosidade


são o Po (no CGS) ou Pa.s (no SI), denomina-se de Viscosidade Dinâmica.
Contudo é possível encontrar-se também a chamada Viscosidade Cinemática,
denotada por ν, e definida pela relação:

η
ν= (2.3)
ρ

sendo ρ a Densidade do fluido e η o Coeficiente de Viscosidade Dinâmica.


Dependendo do sistema de unidades, o Coeficiente de Viscosidade
Cinemática será quantificado em stoke (símbolo St), ou mais comumente em cSt
(centistoke ou 10-2 St) no sistema CGS (onde a Densidade é dada em g/cm3), ou em
metro ao quadrado por segundo, m2/s, no SI (onde a Densidade é dada em kg/m3),
valendo então a relação:

1 Po 0,1 Pa. s
1 St = −3 = = 10 −4 m2 . s −1 (2.4)
1 g .cm 1000 kg. m− 3

Em particular para os líquidos, o Coeficiente de Viscosidade Dinâmica, ou


simplesmente Coeficiente de Viscosidade, já que a Viscosidade Dinâmica é mais
usual que a Viscosidade Cinemática, pode ser determinado por vários aparelhos
denominados Viscosímetros, cujos princípios se baseiam principalmente na
equação desenvolvida por Poiseuille, a qual pode ser expressa em unidades do
sistema CGS por:

π p R4 t
η= (2.5)
8L V
onde η é o Coeficiente de Viscosidade (em Po), V é o volume do líquido (em cm3),
L e R o comprimento e o raio respectivamente do tubo capilar (em cm), t o tempo
de escoamento do fluido (em s) entre duas marcas do Viscosímetro e p a
diferença de pressão (em dinas por cm2) entre as duas marcas de escoamento do
fluido no tubo capilar.
Um Viscosímetro que permite tal determinação, de uma Viscosidade dita
absoluta, é o de Ostwald, desenvolvido por este famoso físico-químico Guilherme
Ostwald. Todavia, a aplicação da equação (2.5) envolve o conhecimento da

21
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

diferença de pressão, que para o Viscosímetro de Ostwald varia a cada


momento, a medida que o fluido escoa.
Usa-se então o Viscosímetro de Ostwald na determinação da Viscosidade
relativa de uma substância fluida, ou seja, determina-se o Coeficiente de
Viscosidade de um líquido qualquer comparando-o a um líquido de referência.
Para tanto mede-se a diferença de tempo entre dois pontos do Viscosímetro,
passando o líquido através de um capilar quando sujeito à força de seu próprio
peso.
Desta maneira não é necessário conhecer-se as dimensões do aparelho,
basta apenas proceder as medidas relativas dos tempos de escoamento para o
líquido de referência (o qual apresenta Coeficiente de Viscosidade perfeitamente
conhecido para uma dada temperatura) e para o líquido que se deseja conhecer
a Viscosidade.
Anotando-se o tempo de escoamento de um líquido, t1, com um Coeficiente
de Viscosidade η1 e Densidade ρ1 conhecidos, usualmente a água, e de modo
análogo medindo-se o tempo de escoamento, t2, de um líquido com Densidade ρ2
conhecida, pode-se calcular o Coeficiente de Viscosidade desconhecido, η2, por
meio da expressão:

η2 ρ2 t2
= (2.6)
η1 ρ1 t1

tendo-se o cuidada de realizar os experimentos em temperatura constante.

3 Procedimentos

1ª Parte:

3.1 O Viscosímetro de Ostwald apresenta dois ramos, um com diâmetro


maior e uma única cavidade esférica, e outro ramo com um capilar, duas
cavidades e duas marcas, uma superior a uma das cavidades e outra inferior. O
aparelho deve estar limpo e seco, de preferência previamente lavado com uma
solução sulfocrômica.

3.1.1 Introduza água destilada no Viscosímetro pelo tubo de maior


diâmetro e determine o volume necessário para preencher a cavidade esférica
até cerca de 2/3. Utilize uma proveta de 50mL para tal e anote no item 6.1 dos
“Resultados” este volume.

3.1.2 Coloque o Viscosímetro, contendo em seu interior o volume de


água determinado no item anterior 3.1.1 num banho termostático ajustado para a
temperatura de 25,0ºC e espere que o sistema atinja o equilíbrio térmico. Registre
na primeira linha da tabela do item 6.2 dos “Resultados” a temperatura real do
equilíbrio.

3.1.3 Por sucção, através de uma pêra, eleve a água no interior do


tubo de menor diâmetro até preencher a dilatação acima da marca superior do
Viscosímetro. Retire a pêra de sucção e deixe a água fluir livremente para
verificar se o escoamento está processando-se convenientemente e sem que

22
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

gotas fiquem aderidas às paredes internas do Viscosímetro. Se isto acontecer, o


aparelho deve ser esvaziado e novamente limpo com cuidado. Tenha o cuidado
de retirar totalmente a pêra de sucção do Viscosímetro para que a água escoe
facilmente.

3.1.4 Succione novamente água até cerca de uns 2,0cm acima da


marca superior do Viscosímetro e mantenha esta posição. Memorize esta
posição em todas as medidas não elevando o nível do líquido interno do
Viscosímetro acima do nível da água do banho termostático.

3.1.5 Deixe a água escoar e quando o menisco passar pela marca


superior, dê partida a um cronômetro, travando-o quando o menisco alcançar a
marca inferior. Tenha sempre o cuidado de retirar a pêra de sucção antes de
iniciar o escoamento.

3.1.6 Repita as operações 3.1.4 e 3.1.5 mais três vezes. Se o


Viscosímetro estiver convenientemente limpo, os tempos de escoamento não
diferirão de mais de 2,0%. Registre os tempos de escoamento na tabela do item
6.2 dos “Resultados, calcule a média aritmética e os 2,0%. Até 1% de desvio
ainda é tolerável, contudo, caso existam desvios superiores, deve-se examinar
cuidadosamente a técnica e o material para se encontrar a origem dos erros.

3.2 Retire o Viscosímetro do banho a 25,0ºC e leve-o a um outro banho


termostático a 35,0ºC; espere cerca de uns cinco minutos para que o mesmo
alcance o equilíbrio térmico.

3.2.1 Succione a água acima da marca superior do Viscosímetro, retire


totalmente a pêra de sucção, deixe a água escoar livremente anotando os
tempos de escoamento entre as duas marcas. Repita tal rotina efetuando um
total de quatro determinações, tire a média aritmética e os 2,0% de desvio.
Registre na tabela do item 6.2 dos “Resultados” a temperatura real de equilíbrio
térmico, os tempos de escoamento, a média correspondente, e verifique o desvio
de 2,0%.

3.2.2 Finalmente leve o Viscosímetro a um banho termostático a 45,0ºC


e repita todas as operações do item 3.2.1 anterior, completando a tabela do item
6.2 dos “Resultados”.

3.3 Lave o Viscosímetro empregando um pissete contendo acetona e


seque-o muito bem, utilizando uma estufa pré-aquecida a 50ºC. Esfrie-o e coloque
álcool etílico, CH3CH2OH, puro, P. A., no Viscosímetro empregando uma pipeta
graduada de 10mL, introduzindo pelo ramo de maior diâmetro o mesmo volume
de líquido determinado no item 3.1 desses “Procedimentos” e registrado no item
6.1 dos “Resultados”.

3.3.1 Torne a colocar o Viscosímetro, agora com álcool etílico, nos


banhos termostáticos a 25,0ºC, 35ºC e 45,0ºC esperando cerca de uns cinco
minutos em cada um deles para que o equilíbrio térmico se estabeleça.

3.3.2 Em cada banho termostático determine o tempo de escoamento


do álcool etílico, conforme feito com água, repetindo quatro determinações. Anote

23
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

na tabela do item 6.3 dos “Resultados” os valores encontrados, tire a média


aritmética e verifique o desvio de 2,0%.

3.3.3 Descarte o conteúdo do Viscosímetro num frasco próprio para


recuperação posterior do álcool etílico.

2ª Parte:

3.4 Empregando-se o Método Picnométrico, determine a Densidade


absoluta do álcool etílico exatamente nas três temperaturas dos banhos
termostáticos, a 25,0ºC, 35ºC e 45,0ºC, quando realizou-se a 1ª Parte deste
experimento, ou seja, naquelas em que se efetuou as medidas dos tempos de
escoamento nos Viscosímetros de Ostwald, visando a determinação do
Coeficiente de Viscosidade. Para tanto:

3.4.1 Pese o Picnômetro vazio e registre no item 6.4.1 dos “Resultados


a massa do mesmo.

3.4.2 Em seguida encha-o com água destilada e determine a massa do


conjunto Picnômetro com água nas três temperaturas dos banhos termostáticos,
registrando na tabela do item 6.4.2 dos “Resultados os valores correspondentes.
Tenha o cuidado de aguardar pelo menos uns cinco minutos em cada banho para
que o equilíbrio térmico seja estabelecido, o que pode ser constatado pela
equivalência de temperatura entre os termômetros do banho e do Picnômetro.
Outro aspecto importante é nivelar a saída lateral do Picnômetro tão logo seja
estabelecido o equilíbrio térmico, e só depois colocar-se a tampinha desta saída
lateral, procedendo-se em seguida a pesagem.

3.4.2 Ao término das medidas com a água, lave o Picnômetro


empregando um pissete com acetona; seque-o em estufa, esfrie-o e coloque no
mesmo álcool etílico. Determine a massa do conjunto Picnômetro com álcool
etílico nas três temperaturas dos banhos termostáticos, completando a tabela do
item 6.4.2 dos “Resultados com as temperaturas de equilíbrio obtidas, bem como
as respectivas massas encontradas.

3.4.3 Não deixe de descartar o conteúdo do Viscosímetro num frasco


para recuperação do álcool etílico.

4 Aparelhagem

1ª Parte:

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Viscosímetro de Ostwald 1

4.3 Cronômetro 1

4.4 Proveta de 50mL 1

24
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.5 Pipeta graduada de 10mL 1

4.6 Pissete com acetona 1

4.7 Pêra de sucção 1

4.8 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte (uso geral) 1

4.9 Banho termostático (uso geral) 3

4.10 Estufa pré-aquecida a 50ºC (uso geral) 1

2ª Parte:

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Picnômetro de 50mL 1

4.3 Proveta de 50mL 1

4.4 Pipeta graduada de 10mL 1

4.5 Pissete com acetona 1

4.6 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte (uso geral) 1

4.7 Banho termostático (uso geral) 3

4.8 Estufa pré-aquecida a 50ºC (uso geral) 1

4.9 Balança analítica (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Álcool etílico (CH3CH2OH) P. A. 80mL

6 Resultados

6.1 Volume de água no Viscosímetro: mL

6.2 Escoamento com água:

Temperatura Tempos de escoamento Média(s) e


(ºC) (s) desvio ≤ 2,0%

25
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.3 Escoamento com álcool etílico:

Temperatura Tempos de escoamento Média(s) e


(ºC) (s) desvio ≤ 2,0%

6.4 Determinação das Densidades:

6.4.1 Massa do Picnômetro vazio: g

6.4.2 Massa do Picnômetro com líquido:

Temperatura Massa do Picnômetro (g)

(ºC) Água álcool etílico

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, os resultados e


observações anotadas durante a realização da Aula Prática.

7.2 Esboce o Viscosímetro de Ostwald, indicando suas partes e


principalmente posicionando os dois traços de marcação dos tempos de
escoamento.

7.3 Sabe-se o Coeficiente de Viscosidade (η em mili pascal segundo) e a


Densidade (ρ em quilograma por metro cúbico) da água (segundo o National
Bureau of Standards) nas temperaturas da experiência:

Temperatura (ºC) η (mPa.s) ρ (kg/m3)


25,0 0,8904 997,07
35,0 0,7194 994,06
45,0 0,6500 990,25

26
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Determine o volume do Picnômetro, Vp, (em 10-6 m3, o que corresponde a um


mL, ou seja, um cm3) nas temperaturas do banhos termostáticos, sabendo-se que
pelo Método Picnométrico:

mPL − mP
VP = (7.1)
ρa
onde mP é a massa do Picnômetro vazio, mPL, a massa do mesmo cheio de
líquido, e ρa a Densidade da água na temperatura dos banhos termostáticos.
Caso as temperaturas em que os experimentos foram realizados sejam diferentes
de 25,0ºC, 35,0ºC e 45,0ºC, pesquise em livros de Fisicoquímica os valores da
Densidade e do Coeficiente de Viscosidade da água correspondentes a essas
temperaturas e necessariamente descreva a bibliografia utilizada (identificando o
autor, o nome da obra, a editora, local e ano da publicação).

7.4 Determine as Densidades, em unidades do SI, do álcool etílico nas três


temperaturas, empregando a sistemática de cálculo do Método Picnométrico:

m PL − m P
ρL = (7.2)
VP

sendo ρL a Densidade do líquido em questão, mPL a massa do Picnômetro cheio


deste líquido, mP a massa do Picnômetro vazio, e VP o volume do Picnômetro.

7.5 Calcule assim, o Coeficiente de Viscosidade do álcool etílico nas três


temperaturas, em unidades do SI, utilizando-se os tempos de escoamento médio
com água e com álcool etílico, a equação (2.6) dos “Procedimentos”, e os dados
constantes do item 7.3 anterior.

7.6 A Viscosidade dos líquidos tende a diminuir com o aumento da


temperatura, o que pode ser correlacionado dentro de uma precisão de 1 a 2%
pela expressão de Guzman-Andrade:

 B
η = A exp  (7.3)
T

em que η é o Coeficiente de Viscosidade, T a temperatura absoluta (em K) e


onde A e B são duas constantes. O cálculo dessas duas constantes requer o
conhecimento de dois ou mais valores do Coeficiente de Viscosidade em função
da temperatura, e podem, portanto, ser determinadas graficamente ao aplicar-se
logaritmo à equação (7.3), tendo-se uma reta num plano de lnη versus 1/T:

B
ln η = ln A + (7.4)
T

A equação de Guzman-Andrade foi estabelecida em 1913 na forma da


equação (7.5):

27
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

 ∆ Evis 
η = A exp  (7.5)
 RT 

onde ∆ E vis corresponde a Energia de Ativação do escoamento viscoso, e dá


excelente ajuste para muitos líquidos inorgânicos e orgânicos puros, sais
fundidos, metais líquidos, vidros e soluções salinas. Assim, analise as unidades
de A e B para quando o Coeficiente de Viscosidade é determinado em unidades
do SI.

7.7 Com os dados apresentados no item 7.3 para a água, complete um


quadro similar ao abaixo e represente num gráfico milimetrado os pontos dados.

Temperaturas Coeficientes de Viscosidade

(ºC) (K) 1/T (K-1) η (Pa.s) ln η

25,0 298,15 0,8904 x 10-3

35,0 308,15 0,7194 x 10-3

45,0 318,15 0,6500 x 10-3

Observe os sinais algébricos dos eixos cartesianos e escolha as escalas de


forma adequada a se ter com clareza no gráfico os parâmetros da reta de
Guzman-Andrade. Ajuste uma reta aos pontos indicados no gráfico para as três
temperaturas e determine graficamente as constantes A e B da equação de
Guzman-Andrade para água. Indique no relatório os valores (com as respectivas
unidades no SI) dessas duas constantes, extraídas do gráfico. No caso de
empregar algum aplicativo de microcomputador (Origin ou Excel), não deixe de
identificar no texto do relatório as constantes A e B. Anexe a este relatório o
referido gráfico.

7.8 Proceda de forma similar ao álcool etílico, com os valores obtidos


experimentalmente, completando uma tabela, similar a apresentada abaixo e
represente num gráfico milimetrado os pontos encontrados.

Temperaturas Coeficientes de Viscosidade

(ºC) (K) 1/T (K-1) η (Pa.s) ln η

Ajuste, então, uma reta aos pontos indicados no gráfico para o álcool etílico
nas três temperaturas e determine graficamente as suas constantes A e B da
equação de Guzman-Andrade. Indique no relatório os valores (com as

28
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

respectivas unidades no SI) dessas duas constantes, extraídas do gráfico. Não


deixe de anexar o gráfico ao presente relatório.

7.9 Usando os valores de A e B determinados para a água e o álcool


etílico, determine o Coeficiente de Viscosidade desses líquidos nas temperaturas
de 10ºC e 40ºC.

7.10 A Viscosidade de um fluido é a propriedade que mede a resistência de


um líquido ou de um gás ao escoamento, o que está intrinsecamente ligado a sua
estrutura. Pela observação das curvas obtidas, que refletem a variação da
Viscosidade de líquidos com a temperatura, e a partir das propriedades das
moléculas da água e do álcool etílico, tente explicar porque os Coeficientes de
Viscosidade de um líquido diminuem com a temperatura.

AULA PRÁTICA Nº 4

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE TENSÃO SUPERFICIAL


DE LÍQUIDOS

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação do Coeficiente de Tensão


Superficial de líquidos puros e de soluções líquidas por meio do Método da
Ascensão Capilar aplicado em tubos finos tipo capilar de vidro.

2 Fundamentos

As moléculas situadas na superfície de um líquido são submetidas a forças


intermoleculares desiguais, quando comparadas a moléculas localizadas no
interior de uma fase líquida, onde praticamente a resultante das forças de atração
intermoleculares é nula. Na superfície de um líquido tem-se pois uma força
resultante atuando em cada molécula que a desloca para o interior da fase.
O conjunto dessas forças tende a contrair a superfície, a qual comporta-se
como se estivesse em estado de tensão e daí o fenômeno ser denominado de
tensão superficial.

29
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

A tensão superficial, portanto, minimiza as moléculas existentes na


superfície e maximiza-as no interior da fase, ou seja, de um ponto de vista
termodinâmico a tensão superficial tende a reduzir a superfície de um líquido a
um mínimo de energia potencial superficial. Logo, qualquer aumento infinitesimal
de área, dA, deve ser acompanhado pela realização de um trabalho infinitesimal,
dW. Desta forma define-se como Coeficiente de Tensão Superficial, γ , a relação:

dW
γ = (2.1)
dA

que representa a razão entre o trabalho necessário para gerar um aumento de


superfície na interface de um líquido com um gás, por unidade de área.
A superfície entre as fases líquida e gasosa em equilíbrio apresenta um
diferencial nulo de pressão através dela, caso esta superfície seja plana.
Contudo, se esta superfície for côncava ou convexa, resultará uma desigualdade
de pressões dada pela Equação de Young-Laplace:


p2 = p1 + (2.2)
r

em que p2 é a pressão na parte interna côncava da superfície em forma de


menisco, p1 a pressão na parte externa e r o raio de curvatura da calota.
Quando um líquido entra num tubo fino tipo capilar, dependendo da
molhabilidade do líquido nas paredes sólidas deste tubo capilar, a superfície
líquida interna ao mesmo pode apresentar uma curvatura, surgindo
consequentemente pela equação (2.2) uma diferença de pressão entre a fase
líquida e a gasosa.
Em face deste diferencial de pressão, o líquido tende a subir ou a descer no
interior do capilar, onde a superfície é curva, provocando o fenômeno
denominado de ascensão ou depressão capilar.
Medindo-se a diferença de nível, h, entre a superfície plana, fora da área de
influência do capilar, e o menisco no interior do tubo capilar, é possível a
determinação experimental do Coeficiente de Tensão Superficial por meio da
expressão derivada da Equação de Young-Laplace:

(ρ2 − ρ1)ghR
γ= (2.3)
2cosθ

sendo ρ2 a Densidade do líquido, ρ1 a Densidade do ar, R o raio do capilar, g a


aceleração da gravidade, e θ o angulo de contato entre o menisco e a parede
interna do capilar.
Para capilares muito finos é praticamente impossível avaliar-se o angulo de
contato a olho nu, podendo-se admitir neste caso um valor nulo, isto é, a forma
do menisco corresponde exatamente a uma semi-calota esférica.
Pela expressão (2.3) nota-se também que, caso o Coeficiente de Tensão
Superficial e a Densidade de algum líquido forem conhecidos a uma determinada
temperatura, é possível o cálculo do raio interno de um tubo capilar medindo-se a
altura que este líquido sobe dentro do referido tubo. Deste modo, o método
permite não só a determinação do Coeficiente de Tensão Superficial de líquidos
como também a avaliação de diâmetros internos de tubos capilares.

30
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Uma vez que o Coeficiente de Tensão Superficial é uma propriedade de um


líquido extremamente influenciada pela presença de substâncias nele dissolvidas
formando uma solução, o Método da Ascensão Capilar possibilita ainda a
avaliação de como um determinado soluto altera essa propriedade.
Dependendo da natureza do soluto e como ele se distribui entre a superfície
e o interior da fase líquida, essas influências podem provocar o aumento do
Coeficiente de Tensão Superficial, como também seu abaixamento, às vezes até
de forma significativa, como é o caso de certos compostos químicos
denominados de surfactantes ou substâncias tensoativas.

3 Procedimentos

3.1 Inicialmente emprega-se um tubo fino tipo capilar de dimensões


internas desconhecidas, mas previamente limpo. Para a determinação de seu
raio interno, fixe-o através de uma rolha de borracha duplamente perfurada
dentro de um tubo de ensaio largo, ou seja, um tubo de ensaio com 3,0 cm
diâmetro x 20,0 cm comprimento aproximadamente.

3.1.1 O tubo capilar deve ser fixado perfeitamente na vertical ao tubo


de ensaio largo, utilizando-se um dos furos da rolha de borracha duplamente
perfurada. No outro furo da rolha de borracha coloca-se um pequeno tubo de
vidro curto.

3.1.2 Introduza água destilada no tubo de ensaio largo de tal modo que
a extremidade inferior do capilar entre em contato com a água cerca de 1 cm
abaixo da superfície. Anote no item 6.1.1 dos “Resultados” o volume real de água
adicionada.

3.1.3 Instale todo o conjunto num suporte universal com garra e deixe-
o entrar em equilíbrio térmico com o ambiente, aguardando no mínimo cerca de
uns cinco minutos. Utilizando um termômetro de -10/100ºC, anote a temperatura
de equilíbrio alcançada no item 6.1.2 dos “Resultados”, bem como, através da
observação de um barômetro, registre no item 6.1.3 dos “Resultados” a pressão
atmosférica no ambiente do laboratório.

3.1.4 Empregando uma mangueira de borracha com seringa,


adaptados ao tubo de vidro curto instalado na rolha de borracha duplamente
perfurada, sopre pelo tubo de vidro curto de tal modo que a água eleve-se no
capilar. Deixe-a descer livremente até que o menisco interno ao capilar equilibre-
se (para tanto retire completamente a mangueira de borracha com seringa do
tubo de vidro curto).

3.1.5 Registre a altura do menisco no capilar após o equilíbrio no item


6.1.4 dos “Resultados”. Esta medida deve ser realizada entre a superfície externa
da água e a parte inferior do menisco no capilar, utilizando-se cuidadosamente
uma régua milimétrica de tal forma a se ter uma medida a mais rigorosa possível.

3.1.6 Reinstale a mangueira de borracha com seringa, sopre de novo e


deixe repousar todo o conjunto. Fique atento para que a temperatura não varie.
Determine então novamente a altura que o líquido atingiu no capilar após o
equilíbrio, no item 6.1.4 dos “Resultados.

31
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.1.7 Repita mais uma determinação da altura do menisco com água


destilada e anote ainda no item 6.1.4 dos “Resultados” o valor encontrado.
Calcule a média aritmética e se observar alguma medida muito fora desta média,
realize novamente outra medição de altura.

3.1.8 Limpe cuidadosamente o conjunto, em particular o tubo capilar,


lavando-o com um pissete com acetona e secando-o em estufa pré-aquecida a
50ºC.

3.2 Refaça os procedimentos do Método da Ascensão Capilar para a


avaliação do Coeficiente de Tensão Superficial de quatro solventes orgânicos
puros: os álcoois metílico (CH3OH), etílico (CH3CH2OH) e isopropílico
(CH3CHOHCH3) e a acetona (CH3COCH3). Para tanto desenvolva os seguintes
passos, anotando na tabela do item 6.2 dos “Resultados as medidas e as
observações realizadas:

3.2.1 Coloque no tubo de ensaio largo um volume de solvente orgânico


semelhante ao volume de água, registrado no item 6.1.1 dos “Resultados”. Anote
na tabela do item 6.2 dos “Resultados” o volume real utilizado.

3.2.2 Meça a temperatura, que deve ser semelhante (mais ou menos


0,5ºC) à da água, registrada no item 6.1.2 dos “Resultados”. Caso seja diferente,
resfrie com água corrente a superfície externa do tubo de ensaio largo ou
aqueça-o ligeiramente com o contato da palma da mão, até que o equilíbrio
térmico com o ambiente se estabeleça. Anote na tabela do item 6.2 dos
“Resultados” a temperatura real obtida.

3.2.3 Empregando uma mangueira de borracha com seringa adaptada


ao tubo de vidro curto, sopre no interior do tubo de ensaio largo elevando o nível
do menisco dentro do capilar. Retire a mangueira de borracha com seringa
deixando o menisco descer livremente, aguarde uns minutos e anote na tabela do
item 6.2 dos “Resultados” a altura. Repita mais duas vezes e tire uma média
dessas alturas. Caso ocorra alguma discrepância muito acentuada, refaça a
medição de mais uma altura.

3.2.4 Descarte o conteúdo de cada solvente orgânico em frascos


apropriados colocados na capela e, limpando cuidadosamente o conjunto, seque
o tubo capilar em estufa, preparando-o para um próximo solvente orgânico (repita
os procedimentos para todos os líquidos puros relacionados), bem como para a
etapa seguinte, qual seja a Determinação do Coeficiente de Tensão Superficial
de soluções líquidas.

3.3 Refaça, finalmente, os procedimentos do Método da Ascensão Capilar


para a avaliação do Coeficiente de Tensão Superficial de duas soluções aquosas
de álcool metílico, (CH3OH), a 10% e álcool etílico, (CH3CH2OH), a 10%, ambas em
volume. Neste sentido:

3.3.1 Visando obter uma solução aquosa de álcool metílico a 10% com
um volume total igual ao volume d’água, anotado no item 6.1.1 dos “Resultados”,
proporcionalmente para cada 9,0 mL de água destilada colocado numa proveta

32
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

graduada de 25 mL, adicione 1,0 mL de álcool metílico com uma pipeta graduada
de 10 mL.

3.3.2 Com uma bagueta de vidro, misture o álcool metílico muito bem
com a água, anotando a temperatura final obtida após entrar em equilíbrio
térmico com o ambiente, no item 6.3 dos “Resultados.”

3.3.3 Repita os mesmos procedimentos para a determinação do


Coeficiente de Tensão Superficial, conforme descritos no item 3.2 anterior, e
anote no item 6.3 dos “Resultados” as medidas das alturas do menisco em três
determinações com a solução aquosa de metanol, não deixando de calcular a
média aritmética das três alturas lidas. Transfira a solução para o frasco de
descarte apropriado.

3.3.4 Refaça os procedimentos 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3, visando determinar


o Coeficiente de Tensão Superficial de uma solução aquosa de álcool etílico a
10% em volume, registrando também na tabela do item 6.3 dos “Resultados” as
medidas efetuadas. Transfira a solução para o frasco de descarte
correspondente.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Proveta graduada de 25 mL 1

4.3 Pipeta graduada de 10 mL 1

4.4 Tubo de ensaio com 3,0 cm x 20,0 cm 1

4.5 Tubo fino tipo capilar 1

4.6 Tubo de vidro curto 1

4.7 Bagueta de vidro 1

4.8 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de metanol (uso geral) 1

4.9 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de etanol (uso geral) 1

4.10 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de isopropílico (uso geral) 1

4.11 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de acetona (uso geral) 1

4.12 Rolha de borracha duplamente perfurada 1

4.13 Mangueira de borracha com seringa 1

4.14 Suporte universal com garra 1

4.15 Pissete com acetona 1

33
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.16 Estufa pré-aquecida a 50ºC (uso geral) 1

4.17 Barômetro (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Álcool metílico (CH3OH) P.A. 40 mL

5.2 Álcool etílico (CH3CH2OH) P.A. 40 mL

5.3 Álcool isopropílico (CH3CHOHCH3) P.A. 30 mL

5.4 Acetona (CH3COCH3) P.A.


30 mL

6 Resultados

6.1 Determinação do raio do capilar.

6.1.1 Volume d’água: _____________ mL

6.1.2 Temperatura d’água: _____________ ºC

6.1.3 Pressão atmosférica: _____________ mmHg

6.1.4 Alturas do menisco com água:

Medidas 1ª 2ª 3ª Média

Alturas (mm)

6.2 Determinação do Coeficiente de Tensão Superficial dos solventes


orgânicos:

LÍQUIDO Volume Temperatura Medidas das alturas do Altura


menisco (mm) média
PURO (mL) (ºC) (mm)

Álcool metílico

Álcool etílico

Álcool isopropílico

Acetona

34
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.3 Determinação do Coeficiente de Tensão Superficial das soluções


aquosas dos solventes orgânicos:

SOLUÇÃO Volume Temperatura Medidas das alturas do Altura


menisco (mm) média
AQUOSA (mL) (ºC) (mm)

Álcool metílico 10%

Álcool etílico 10%

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de tabelas, os resultados


obtidos e suas observações realizadas durante a prática.

7.2 Faça um esboço da prática, indicando suas partes constituintes, em


particular a altura do menisco, h, medida desde a parte inferior do menisco no
tubo capilar até a superfície plana de líquido, dentro do tubo de ensaio largo.

7.3 Calcule inicialmente a Densidade do ar, em unidades do SI (kg/m3)


considerando-o como gás ideal e apresentando uma composição molar de 1,0%
de argônio, 20,0% de oxigênio e 79,0% de nitrogênio. Admita que toda a pressão
atmosférica no ambiente do laboratório seja devida a esta mistura gasosa.

7.4 Sabendo-se que a 25ºC o Coeficiente de Tensão Superficial da água é


exatamente 71,97 mN/m (milinewton por metro) e sua Densidade é de 997,045
kg/m3, calcule o raio do capilar empregado nesta prática. Considere a aceleração
da gravidade como 9,807m/s2 e leve em conta a média aritmética das alturas
medidas, h. Caso a temperatura em que o experimento foi realizado tenha sido
diferente de 25ºC, considere os mesmos valores para o Coeficiente de Tensão
Superficial e a Densidade d’água, dados acima.

7.5 Suponha que você possui um dispositivo óptico que permite determinar
o ângulo de contato com precisão. Qual a diferença, em termos do raio do capilar
(em milímetro), que corresponde ao fato de se considerar o angulo de contato
como 0º ou 10º. Utilize os valores obtidos no seu experimento e determine o
desvio percentual em relação ao valor com o ângulo de contato preciso.

7.6 Com o raio do capilar determinado no item 7.4 anterior, determine o


Coeficiente de Tensão Superficial dos quatro solventes orgânicos líquidos puros,
seguindo os mesmos critérios para a água. Note que há necessidade do
conhecimento das Densidades desses líquidos na temperatura do experimento.
Para cada um deles pesquise em manuais de Fisicoquímica esses valores,
indicando a obra consultada (autor, nome do livro, editora e edição, local e data
de publicação). Caso não encontre a Densidade na exata temperatura do
experimento, indique a Densidade na temperatura mais próxima encontrada.

7.7 Calcule os Desvios Percentuais dos Coeficientes de Tensão Superficial


dos três álcoois puros a 20ºC, o metílico, CH3OH, etílico, C2H5OH, e isopropílico,

35
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

(CH)3CHOH, bem como da acetona, (CH)3CO, tendo em vista os valores


tabelados:

γ CH3OH = 22,18 x 10-3 N/m


γ C2H5OH = 22,32 x 10-3 N/m
γ (CH3)2CHOH = 23,69 x 10-3 N/m
γ (CH3)2CO = 23,43 x 10-3 N/m

γ tabelado − γ experiment al
sendo Desvio (%) = 100
γ tabelado

assim também justifique quais os principais motivos de tais desvios.

7.8 Analise os valores tabelados dos Coeficientes de Tensão Superficial e


leve em consideração aspectos estruturais dessas moléculas orgânicas, suas
funções químicas e as forças de interação entre suas moléculas. O que se pode
concluir com respeito às forças intermoleculares entre os três álcoois? O que se
pode concluir com respeito às forças intermoleculares entre o álcool isopropílico e
a acetona?

7.9 Determine o Coeficiente de Tensão Superficial das soluções aquosas


de álcool metílico e etílico a 10%, seguindo os mesmos critérios para a água.
Note que há necessidade do conhecimento da Densidade dessa solução líquida
na temperatura do experimento. Uma estimativa grosseira da Densidade desta
solução pode ser realizada admitindo-se a hipótese que não ocorre contração de
volume ao promover-se a mistura. Admita esta possibilidade e avalie o valor do
Coeficiente de Tensão Superficial.

7.10 Quais as possíveis razões para que o valor do Coeficiente de Tensão


Superficial da água pura seja alterado pela adição dos álcoois metílico e etílico,
conforme indica o Coeficiente de Tensão Superficial das soluções aquosas
desses dois álcoois?

36
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

AULA PRÁTICA Nº 5

DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DE REAÇÕES QUÍMICAS DE


DISSOLUÇÃO E DE NEUTRALIZAÇÃO

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação da variação de Entalpia de


Reações Químicas, em particular as de Dissolução de um sal e de Neutralização
entre um ácido e uma base, permitindo proceder-se a verificação da Lei de Hess.

2 Fundamentos

Tanto a dissolução de uma substância quanto a neutralização de um ácido


por uma base provocam a transferência de energia que flui através das fronteiras
do sistema, e que podem ser computadas como variação de Entalpia de Reações
Químicas de Dissolução e de Neutralização respectivamente.
Essas transformações podem ser realizadas em laboratório utilizando-se
Calorímetros. Existem diversos tipos de Calorímetros, desde equipamentos
altamente sofisticados e precisos, até dispositivos rudimentares, elaborados com
utensílios normais de um laboratório químico.
Um dos arranjos mais simples e que pode ser considerado um Calorímetro
trata-se de dois copos metálicos concêntricos, isolados termicamente um do
outro, onde no interior do recipiente menor procede-se a realização de reações
químicas, principalmente aquelas em fase líquida.
Registrando-se medidas de temperaturas, antes e depois da reação ocorrer,
avalia-se o quanto de energia foi liberada ou absorvida no transcorrer da reação
pelo meio reacional líquido, assim como pelo próprio material do Calorímetro.
As características térmicas do Calorímetro, expressas por meio da
Capacidade Calorífica do Calorímetro, C, pode ser determinada através de um
balanço energético numa reação química conhecida, como por exemplo a
dissolução de uma substância.
Promovendo-se a reação de dissolução do sal nitrato de potássio em água
tem-se:

KNO3(s) + nH2O = K + (aq) + NO3− (aq) (2.1)

cujo processo endotérmico apresenta uma variação de Entalpia da Reação


Química de Dissolução bastante conhecida e igual a 34,9 kJ/mol.
Freqüentemente esta variação de Entalpia de uma Reação Química de
Dissolução é chamada simplesmente de Entalpia de Solução. Mas o fato é que a
adição de nitrato de potássio em água se desenvolve energeticamente de tal
forma que o meio reacional, inicialmente a água pura, fornece energia para que a
dissolução ocorra formando a solução de nitrato de potássio, o que faz a
temperatura da parte interna o Calorímetro diminuir.

37
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Assim, considerando-se o Primeiro Princípio da Termodinâmica que trata da


conservação da energia, um balanço entálpico no sistema conduz a expressão:

∆H R + ∆H M + ∆HC = 0 (2.2)
ou
∆H R = - ∆H M − ∆HC (2.3)

em que ∆HR representa a variação de Entalpia da Reação Química, ∆HM a


variação de Entalpia do Meio Reacional e ∆HC a variação de Entalpia do
Calorímetro.
Deste modo a variação de Entalpia da Reação Química de Dissolução, ou
Entalpia de Solução, ou ainda simplesmente ∆HR, leva em conta a energia
liberada ou absorvida pelo meio líquido reacional, indicada por ∆HM, bem como a
energia liberada ou absorvida pelo Calorímetro, expressa por ∆HC, principalmente
as partes internas que estão em contato direto com o meio reacional, e
considerando-se ainda que não se trata de um equipamento totalmente isolado
termicamente do ambiente externo.
Uma vez que a Entalpia Solução dada é uma grandeza molar, deve-se
multiplica-la pelo número de moles de nitrato de potássio para que se tenha a
energia liberada ou absorvida pela solução e pelo Calorímetro.
A variação de Entalpia do Meio Reacional pode ser determinada pela
expressão:

∆H M = m c ∆t (2.4)

onde m é a massa do meio reacional, em kg, c o seu Calor Específico, em J/K.kg,


e ∆t a variação de temperatura, em kelvin, que o meio reacional apresentou ao
variar desde a temperatura da condição de equilíbrio antes da adição do nitrato
de potássio, até a temperatura do equilíbrio térmico final, após a realização da
reação de dissolução e formação da solução.
Apesar de que conceitualmente Calor Específico e Capacidade Calorífica
representam o mesmo fenômeno, via de regra é usual considerar-se Calor
Específico como a relação mássica da variação de energia pela variação de
temperatura (em cal/K.g ou em unidades do SI: J/K.kg), enquanto que Capacidade
Calorífica representa a relação molar (normalmente em unidades do Si: J/K.mol).
Pode-se empregar também uma denominação mista, como por exemplo: Calor
Específico Molar (neste caso em unidades do SI: J/K.mol)
Assim também a variação de Entalpia do Calorímetro pode ser determinada
pela equação:

∆HC = C ∆t (2.5)

onde C é a Capacidade Calorífica do Calorímetro, em J/K. Logo:

− ∆HR − ∆H M
C= (2.6)
∆t

Conhecendo-se então a Capacidade Calorífica do Calorímetro pode-se


determinar a variação de Entalpia de outras reações químicas, como as de
neutralização de um ácido por uma base, por exemplo.

38
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Numa reação química de neutralização, a variação de Entalpia da Reação


Química é normalmente denominada de Entalpia de Neutralização, e na
realidade corresponde a energia liberada, logo o processo é exotérmico, na
formação da molécula de água a partir dos componentes iônicos dos ácidos, o
cátion hidroxônio, H+ (aq), e das bases, o ânion hidroxila, OH- (aq):

H+ (aq) + OH- (aq) = H2O (l) (2.7)

e que representa, para uma reação envolvendo ácidos fortes com bases fortes,
ou seja, para compostos integralmente dissociados, uma Entalpia de
Neutralização constante e igual a 57,8 kJ/mol.

3 Procedimentos

3.1 Inicialmente vai-se determinar a Capacidade Calorífica do Calorímetro.


Para tanto, pese o recipiente interno do Calorímetro juntamente com o agitador
metálico, numa balança semi-analítica, tendo o cuidado de efetuar a pesagem
com o frasco totalmente seco e limpo. Anote a massa encontrada no item 6.1.1
dos “Resultados”.

3.1.1 Meça numa proveta, 200 mL de água destilada e coloque no


recipiente interno do Calorímetro. Pese o recipiente interno do Calorímetro, o
agitador metálico e a água destilada na mesma balança semi-analítica,
registrando a pesagem no item 6.1.2 dos “Resultados”. Tenha o cuidado para
secar bem as paredes externas do recipiente.

3.1.2 Após a pesagem instale no copo externo do Calorímetro o


recipiente interno contendo água utilizando um separador de material isolante,
mantenha o agitador metálico na água e com um termômetro de -10/110ºC
devidamente instalado por meio de uma rolha de borracha na tampa do
Calorímetro, determine a temperatura de equilíbrio. Aguarde uns dois minutos e
anote no item 6.1.3 dos “Resultados” a temperatura final obtida.

3.1.3 Pese numa balança analítica com um vidro de relógio pequeno ao


redor de 10 g de nitrato de potássio, KNO3, sólido, registrando a massa exata no
item 6.1.4 dos “Resultados”. Transfira o sal para o recipiente interno do
Calorímetro e utilizando o agitador metálico, movimente-o com extremo cuidado
para possibilitar a dissolução do sal sem perder ou espirrar líquido para fora do
frasco interno do Calorímetro. Anote a temperatura final de equilíbrio alcançada
no item 6.1.5 dos “Resultados”. Realize a medida da temperatura mantendo o
agitador metálico imerso na solução uma vez que o mesmo faz parte do
Calorímetro, assim como o próprio termômetro empregado.

3.2 A determinação da Entalpia Solução é realizada pela solubilização de


hidróxido de sódio sólido em água destilada. Neste sentido:

3.2.1 Empregando uma proveta, coloque 200 mL de água destilada no


recipiente interno do Calorímetro e pese o conjunto numa balança semi-analítica,
registrando a pesagem no item 6.2.1 dos “Resultados”. Instale o recipiente
interno no copo externo, coloque o agitador metálico e termômetro e agite com

39
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

cuidado até atingir temperatura constante, anotando no item 6.2.2 dos


“Resultados” este valor.

3.2.2 Pese numa balança analítica com um vidro de relógio pequeno ao


redor de 2,0 g de hidróxido de sódio, NaOH, sólido, atentando para que a
pesagem do hidróxido de sódio seja efetuada o mais rápido possível devido à sua
grande higroscopicidade. Anote o valor da massa de hidróxido de sódio no item
6.2.3 dos “Resultados”.

3.2.3 Coloque o hidróxido de sódio no Calorímetro e agite com muito


cuidado. Anote no item 6.2.4 dos “Resultados” a temperatura final alcançada,
despreze o conteúdo, lave e seque o Calorímetro.

3.3 A determinação da Entalpia de Neutralização é realizada através da


reação entre soluções de molaridades similares de hidróxido de sódio e ácido
clorídrico. Em vista disso:

3.3.1 Pipete com auxílio de uma pipeta volumétrica e uma pêra de


sucção, 100 mL de solução de ácido clorídrico, HCl, 0,5 M, colocando-a no
recipiente interno do Calorímetro, anotando o peso do conjunto e a temperatura
final de equilíbrio da solução nos itens 6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados”,
respectivamente. Adicione em seguida nesse recipiente interno duas gotas de
uma solução alcoólica de fenolftaleína 1%.

3.3.2 Coloque numa proveta um pouco mais de 100 mL de uma solução


de hidróxido de sódio, NaOH, 0,5M e ajuste a sua temperatura para ficar próxima
da temperatura de equilíbrio do ácido clorídrico no Calorímetro determinada no
item anterior, sendo tolerável uma diferença máxima de 0,2ºC.

3.3.3 Pipete com auxílio de uma pipeta volumétrica e uma pêra de


sucção, 100 mL desta solução de hidróxido de sódio 0,5M na proveta e adicione-
a na solução ácida contida no Calorímetro, agite com extremo cuidado e anote no
item 6.3.4 dos “Resultados” a temperatura máxima alcançada. Caso a solução
não permaneça com a coloração vermelha, adicione cuidadosamente um pouco
mais de hidróxido até que ocorra a viragem.

3.3.4 Para se ter o valor exato da massa da solução resultante, pese o


conjunto interno contendo a solução, registrando no item 6.3.3 dos “Resultados” o
valor da pesada. Em seguida despreze o conteúdo, lave e seque o Calorímetro.

3.4 Uma verificação extremamente interessante da Lei de Hess pode ser


realizada procedendo-se a determinação simultânea da Entalpia de Solução do
hidróxido de sódio sólido com a Entalpia de Neutralização de soluções aquosas
de hidróxido de sódio com ácido clorídrico. Para tanto:

3.4.1 Pipete com auxílio de uma pipeta volumétrica e uma pêra de


sucção, 200 mL de solução de ácido clorídrico, HCl, 0,25 M, colocando-a no
recipiente interno do Calorímetro, anotando o peso do conjunto e a temperatura
final de equilíbrio da solução nos itens 6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados”,
respectivamente.

40
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.4.2 Em uma balança semi-analítica pese novamente cerca de 2,0 g


de hidróxido de sódio sólido, registrando no item 6.4.3 dos “Resultados” a massa
real de hidróxido de sódio pesada.

3.4.3 Adicione o hidróxido de sódio à solução ácida contida no


Calorímetro, agite com muito cuidado e anote a temperatura máxima alcançada
no item 6.4.4 dos “Resultados”. Em seguida despreze o conteúdo, lave e seque o
Calorímetro.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/110ºC 1

4.2 Calorímetro 1

4.3 Proveta de 250 mL 1

4.4 Proveta de 100 mL 1

4.5 Pipeta volumétrica de 100 mL 1

4.6 Pipeta volumétrica de 200 mL 1

4.7 Vidro de relógio pequeno 1

4.8 Pêra de sucção 1

4.9 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

4.10 Balança semi-analítica (uso geral) 1

4.11 Balança analítica (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Nitrato de potássio, KNO3, sólido 10 g

5.2 Hidróxido de sódio, NaOH, sólido 4g

5.3 Solução de ácido clorídrico, HCl, 0,25 M 200 mL

5.4 Solução de ácido clorídrico, HCl, 0,5 M 200 mL

5.5 Solução de hidróxido de sódio, NaOH, 0,5 M 200 mL

5.6 Solução alcoólica de fenolftaleína 1%


1,0 mL

6 Resultados

41
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.1 Determinação da Capacidade Calorífica do Calorímetro:

6.1.1 Massa do Calorímetro vazio: g

6.1.2 Massa do Calorímetro com água: g

6.1.3 Temperatura do Calorímetro com água: ºC

6.1.4 Massa do KNO3 (s) adicionado: g

6.1.5 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.2 Determinação da Entalpia de Solução do NaOH (s):

6.2.1 Massa do Calorímetro com água: g

6.2.2 Temperatura do Calorímetro com água: ºC

6.2.3 Massa do NaOH (s) adicionado: g

6.2.4 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.3 Determinação da Entalpia de Neutralização do NaOH (s) / HCl (aq):

6.3.1 Massa do Calorímetro com HCl (aq): g

6.3.2 Temperatura do Calorímetro com HCl (aq):


ºC

6.3.3 Massa do Calorímetro com a solução:


g

6.3.4 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.4 Determinação da Entalpia de Neutralização NaOH (aq) / HCl (aq):

6.4.1 Massa do Calorímetro com HCl (aq): g

6.4.2 Temperatura do Calorímetro com HCl (aq):


ºC

6.4.3 Massa do NaOH (s) adicionado:


g

6.4.4 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, os resultados


obtidos durante a realização da prática.

42
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.2 Apresente um esboço da prática, indicando principalmente o


Calorímetro e suas partes constituintes.

7.3 Determine a Entalpia de Solução do nitrato de potássio (em J), levando


em consideração a massa e conseqüentemente o número de moles deste sal
adicionados.

7.4 Calcule a Capacidade Calorífica do Calorímetro através de suas


observações realizadas durante o item 3.1 dos “Procedimentos”. Para tanto
admita que o Calor Específico da solução de nitrato de potássio corresponde a
0,95 cal/K.g, transforme esta unidade para o Sistema Internacional, e com a
massa de solução de nitrato de potássio calcule a variação de Entalpia do Meio
Reacional (em J) e assim determine a Capacidade Calorífica do Calorímetro (em
J/K).

7.5 Sabe-se que as Capacidades Caloríficas Molares a Pressão


Constante, Cp, (a 1 atm) da água líquida e do nitrato de potássio sólido, ambos
puros e em temperatura ambiente (a 298,15 K) são 75,3 e 92,9 J/K.mol,
respectivamente, valores esses que mudam muito pouco para pequenas
variações de temperatura e pressão. Desse modo, determine o Calor Específico
Molar do Meio Reacional, cM, (em J/K.g) correspondente a solução de nitrato de
potássio em questão (isto é, de acordo com as massas e volumes constantes do
item 3.1 dos “Procedimentos”), tendo-se como válida a regra da adição, dada por:

Cpmed
cM = (7.1)
M med
onde
Cpmed = Cp[ H 2 O ( l )] x[ H2 O ( l )] + Cp[ KNO3 ( s)] x[ KNO3 ( s)]
(7.2)
e
Mmed = M [ H2 O ( l )] x[ H2 O ( l )] + M [ KNO3 ( s)] x[ KNO3 ( s)] (7.3)

em que x indica a fração molar dos componentes da solução. Analise, então, se


foi coerente assumir o Calor Específico do Meio Reacional como 0,95 cal/K.g,
conforme admitido no item 7.4 anterior.

7.6 Nos moldes da equação (2.1) dos “Procedimentos”, apresente uma


reação química para a dissolução do hidróxido de sódio sólido realizada no item
3.2 dos “Procedimentos” e estime um Calor Específico Molar do Meio Reacional,
cM, para a solução de hidróxido de sódio, através da Capacidade Calorífica
Média, Cpmed, e da Massa Molar Média, Mmed, da solução, as quais podem ser
determinadas considerando-se as Capacidades Caloríficas a Pressão Constante
da água líquida e do hidróxido de sódio sólido puros iguais a 75,3 e 59,5 J/K.mol,
respectivamente.

7.7 Calcule, então, a Entalpia de Solução do hidróxido de sódio sólido (em


J), levando em conta a Capacidade Calorífica do Calorímetro, CC, determinada no
item 7.4, e o Calor Específico Molar do Meio Reacional, CM, conforme calculado
no item 7.6 anterior. Para tanto calcule na seqüência a variação de Entalpia do

43
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Calorímetro, a variação de Entalpia do Meio Reacional e finalmente a Entalpia de


Solução do hidróxido de sódio sólido.

7.8 Apresente uma reação química para a neutralização da solução de


ácido clorídrico pela solução de hidróxido de sódio, realizada no item 3.3 dos
“Procedimentos”. Nesse sentido estime um Calor Específico Molar do Meio
Reacional, cM, agora formado de água líquida, ácido clorídrico e hidróxido de
sódio (cujas Capacidades Caloríficas a Pressão Constante são iguais a 75,3; 29,1;
e 59,5 J/K.mol, respectivamente), determine a variação de Entalpia do Meio
Reacional (usando a Capacidade Calorífica do Calorímetro calculada no item
7.4), determine a variação de Entalpia do Calorímetro, e finalmente calcule a
Entalpia de Neutralização da solução de ácido clorídrico pelo hidróxido de sódio
sólido (em J).

7.9 Ainda nos padrões da equação (2.1), apresente duas reações


químicas para a neutralização da solução de ácido clorídrico pelo hidróxido de
sódio sólido, realizada no item 3.4 dos “Procedimentos”, isto porque o processo
global envolve a ação simultânea de dissolução do hidróxido de sódio sólido e a
neutralização da solução resultante pela solução de ácido clorídrico. Determine o
valor da Entalpia de Neutralização para o processo correspondente. Para tanto
estime um Calor Específico Molar do Meio Reacional (levando em consideração
os mesmos valores das Capacidades Caloríficas a Pressão Constante
apresentados no item 7.8 anterior), determine a variação de Entalpia do Meio
Reacional, calcule a variação de Entalpia do Calorímetro, a finalmente determine
a Entalpia de Neutralização da solução de ácido clorídrico pela solução de
hidróxido de sódio (em J).

7.10 Através das energias envolvidas durante as reações de dissociação do


hidróxido de sódio sólido, de neutralização do ácido clorídrico aquoso pelo
hidróxido de sódio sólido, bem como da reação de neutralização desta base em
solução pelo ácido citado, verifique a validade da Lei de Hess. Verifique se os
valores determinados para as Variações de Entalpia estão relacionados sempre a
uma mesma quantidade de massa (assuma o hidróxido de sódio, por facilidade) e
observe a importância da determinação de quantidades molares (J/mol).

AULA PRÁTICA Nº 6

DETERMINAÇÃO DA ENTALPIA DE REAÇÕES QUÍMICAS DE OXI-


REDUÇÃO E DE PRECIPITAÇÃO

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação da variação de Entalpia de


Reações Químicas, em particular uma reação de oxi-redução e outra de
precipitação.

44
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

2 Fundamentos

A maioria das reações químicas que ocorre em laboratório envolvem


pressões ao redor da atmosférica, de tal modo que pode-se afirmar que as
transferências de energia envolvidas correspondem a um processo global
isobárico.
Nessas condições, toda a troca de calor entre o sistema reacional e as
vizinhanças pode ser termodinamicamente avaliada como uma mudança de
entalpia do sistema. O valor portanto de energia liberada ou absorvida na reação
química corresponde a chamada Entalpia de Reação.
Pelo emprego de um Calorímetro é possível promover-se a determinação
desta grandeza termodinâmica: procede-se a reação num ambiente
supostamente adiabático e, pelo aumento ou diminuição da temperatura do meio
reacional, determina-se a energia liberada ou absorvida.
Para que essas determinações sejam representativas da reação estudada,
é necessário a determinação prévia da Capacidade Calorífica do Calorímetro.
Esta propriedade pode ser calculada através de um balanço energético numa
reação química cuja energia envolvida seja bastante conhecida, como por
exemplo a reação de neutralização de uma solução de hidróxido de sódio por
outra solução de ácido clorídrico:

Na + (aq ) + OH − (aq ) + H + (aq ) + Cl − (aq ) ⇔ H2 O(l ) + Na + (aq ) + Cl − (aq )


(2.1)

em que a Entalpia de Neutralização é igual a -57,8 kJ/mol.


O calor liberado nesta reação é, portanto:

∆H R + ∆H M + ∆HC = 0 (2.2)
ou
∆H R = - ∆H M − ∆HC (2.3)

em que ∆HR representa a variação de Entalpia da Reação Química, ∆HM a


variação de Entalpia do Meio Reacional e ∆HC a variação de Entalpia do
Calorímetro.
A variação de Entalpia do Meio Reacional pode ser determinada pela
expressão:

∆H M = m c ∆t (2.4)

onde m é a massa do meio reacional, em kg, c o seu Calor Específico, em J/K.kg,


e ∆t a variação de temperatura, em kelvin, do meio reacional. Assim também a
variação de Entalpia do Calorímetro pode ser determinada pela equação:

∆HC = C ∆t (2.5)

onde C é a Capacidade Calorífica do Calorímetro, em J/K.


A tarefa é comum ao estudado na Aula Prática nº 6, ou seja, consiste
inicialmente, através de uma reação que apresenta a Entalpia de Reação
conhecida, como é o caso da Entalpia de Neutralização, na determinação da
Capacidade Calorífica do Calorímetro.

45
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Em seguida procede-se a avaliação da variação da Entalpia de Reação


desejada, devendo-se conhecer de forma minuciosa o tipo de meio reacional
considerado, as massas, as concentrações e as temperaturas dos reagentes.
Com este procedimento pode-se estimar de maneira bastante razoável as
Variações das Entalpias de Reações Químicas como as de oxi-redução e de
precipitação. Essas reações normalmente apresentam em comum a formação ou
a dissociação de compostos iônicos.
Como os compostos iônicos apresentam ligações químicas eletrovalentes
entre seus íons, tais ligações sob o ponto de vista energético são muito mais
fortes que as ligações químicas covalentes. Assim, por exemplo, uma reação
química do tipo:

NH 3 ( g ) + HCl ( g ) ⇔ NH 4 Cl ( s) (2.6)

certamente envolve a liberação de energia, ou seja, um processo exotérmico


caracterizado por uma variação da Entalpia de Reação negativa. Obviamente o
processo inverso, isto é, a destruição do composto iônico em compostos
moleculares será endotérmico, apresentando uma variação da Entalpia de
Reação positiva.
Tal avaliação energética também pode ser extendida para ligações
químicas metálicas, quando se tem elementos químicos metálicos puros
participando de reações de oxi-redução ou de precipitação com compostos
iônicos.

3 Procedimentos

3.1 Primeiramente deve-se determinar a Capacidade Calorífica do


Calorímetro, pesando-se o recipiente interno do Calorímetro numa balança semi-
analítica juntamente com o agitador metálico, tendo-se o cuidado de efetuar a
pesagem com o frasco totalmente seco e limpo. Registre no item 6.1.1 dos
“Resultados” a massa do Calorímetro vazio com o agitador metálico.

3.1.1 Após a pesagem instale o recipiente interno no copo externo do


Calorímetro utilizando um separador de material isolante. Meça numa proveta o
volume de 100 mL de solução de ácido clorídrico, HCl, 0,5 M e coloque-a no
recipiente interno do Calorímetro. Junte o indicador, duas gotas de uma solução
alcoólica de fenolftaleína 1%, e agite com cuidado. Coloque o agitador metálico
no ácido clorídrico e com um termômetro de -10/110ºC devidamente instalado por
meio de uma rolha de borracha na tampa do Calorímetro, determine a
temperatura de equilíbrio. Anote nos itens 6.1.2 e 6.1.3 dos “Resultados” o
volume real de ácido adicionado e a temperatura do Calorímetro,
respectivamente, quando a mesma se tornar constante.

3.1.2 Meça numa proveta 105 mL de solução de hidróxido de sódio,


NaOH, 0,5 M, necessária para neutralizar o ácido clorídrico contido no
Calorímetro, volume este contendo um excesso de 5 mL capazes de garantir a
perfeita viragem. Anote nos itens 6.1.4 e 6.1.5 dos “Resultados” respectivamente
o volume de hidróxido de sódio adicionado e a temperatura da solução de
hidróxido de sódio, a qual deve ser medida na proveta e ser aproximadamente a
mesma do ácido clorídrico, podendo-se tolerar uma diferença de até 0,2°C.

46
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.1.3 Adicione com cuidado a solução de hidróxido de sódio à solução


ácida contida no Calorímetro e agite cuidadosamente para não respingar.
Registre a temperatura máxima alcançada no item 6.1.6 dos “Resultados”.

3.1.4 Terminada a leitura pese o recipiente interno do Calorímetro com


o agitador metálico e com a solução resultante, registrando a respectiva massa
no item 6.1.7 dos “Resultados”. Anote também no item 6.1.8 dos “Resultados” a
cor da solução, em seguida pode descartar o conteúdo, lavando com água
corrente e secando o Calorímetro.

3.2 Promova agora a reação química de oxi-redução, medindo numa


proveta 50 mL de solução de sulfato de cobre, CuSO4, 0,5 M. Coloque-a no
recipiente interno do Calorímetro com o agitador metálico e após a estabilização
anote, nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados” o volume da solução de sulfato de
cobre empregado e a temperatura de equilíbrio da solução.

3.2.1 Pese 0,85 g de zinco, Zn, puro e em pó numa balança analítica


empregando um vidro de relógio pequeno e adicione o zinco à solução de sulfato
de cobre, agitando com cuidado e continuamente. Anote nos itens 6.2.3 e 6.2.4
dos “Resultados” respectivamente a massa de zinco empregada e a temperatura
máxima alcançada no Calorímetro.

3.2.2 Terminada a leitura da temperatura, pese o recipiente interno do


Calorímetro com a solução resultante e o agitador metálico, registrando a pesada
no item 6.2.5 dos “Resultados”. Coloque um pouco da mistura contida no
Calorímetro em um tubo de ensaio e efetue uma centrifugação para acelerar a
sedimentação do sólido. Observe e anote no item 6.2.6 dos “Resultados” a cor da
solução e do precipitado. Descarte as soluções e lave e seque o Calorímetro,
bem como limpe os tubos da centrífuga.

3.3 Finalmente realize a reação de precipitação, medindo numa proveta


50mL de solução de sulfato de cobre, CuSO4, 0,5 M, e transferindo-a para o
recipiente interno do Calorímetro contendo o agitador metálico. Anote nos itens
6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados” respectivamente o volume de sulfato de cobre
empregado, bem como a temperatura de equilíbrio final da solução.

3.3.1 Calcule o volume de uma solução de hidróxido de sódio, NaOH,


0,5 M necessário para reagir com todo os cátions de cobre em solução no
Calorímetro e coloque um excesso de 2,0 mL sobre o volume calculado. Anote
nos itens 6.3.3 e 6.3.4 dos “Resultados” respectivamente o volume de hidróxido
de sódio empregado e a temperatura da solução de hidróxido de sódio na
proveta, que deve ser aproximadamente a mesma da solução de sulfato de cobre
no Calorímetro, sendo tolerável uma diferença de até 0,2°C.

3.3.2 Adicione, com cuidado, a solução de hidróxido de sódio à solução


de sulfato de cobre contida no Calorímetro e agite. Anote a temperatura máxima
atingida, bem como o peso do recipiente interno do Calorímetro com a solução
resultante e o agitador metálico, nos itens 6.3.5 e 6.3.6 dos “Resultados”,
respectivamente.

47
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.3.3 Centrifugue uma pequena quantidade da mistura contida no


Calorímetro, anote no item 6.3.7 dos “Resultados” a cor do líquido sobrenadante
e a do precipitado.

3.3.4 Separe um pouco deste líquido sobrenadante num tubo de ensaio


e faça uma prova de basicidade adicionando gotas de uma solução alcoólica de
fenolftaleína a 1%. Anote a cor da solução resultante no item 6.3.8 dos
“Resultados”. Descarte todas as soluções e limpe o Calorímetro e os tubos da
centrífuga.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/110ºC 1

4.2 Calorímetro 1

4.3 Proveta de 25 mL 1

4.4 Proveta de 100 mL 1

4.5 Tubo de ensaio para centrífuga 2

4.6 Bagueta de vidro 1

4.7 Vidro de relógio pequeno 1

4.8 Pêra de sucção 1

4.9 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

4.10 Balança semi-analítica (uso geral) 1

4.11 Balança analítica (uso geral) 1

4.12 Centrífuga (uso geral)


1

5 Reagentes

5.1 Zinco, Zn, puro em pó 1


g

5.2 Solução de ácido clorídrico, HCl, 0,5 M 200 mL

5.3 Solução de hidróxido de sódio, NaOH, 0,5 M 200 mL

5.4 Solução de sulfato de cobre, CuSO4, 0,5 M 300 mL

5.5 Solução alcoólica de fenolftaleína 1%


1,0 mL

48
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6 Resultados

6.1 Determinação da Capacidade Calorífica do Calorímetro:

6.1.1 Massa do Calorímetro vazio: g

6.1.2 Volume de ácido clorídrico: mL

6.1.3 Temperatura do ácido no Calorímetro: ºC

6.1.4 Volume de hidróxido de sódio: mL

6.1.5 Temperatura do hidróxido na proveta: ºC

6.1.6 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.1.7 Massa do Calorímetro com a solução: g

6.1.8 Cor inicial: e final: com a solução.

6.2 Determinação da variação de Entalpia da Reação de oxi-redução:

6.2.1 Volume de sulfato de cobre: mL

6.2.2 Temperatura do sulfato no Calorímetro: ºC

6.2.3 Massa de zinco em pó: g

6.2.4 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.2.5 Massa do Calorímetro com a solução: g

6.2.6 Cor da solução: e do precipitado .

6.3 Determinação da variação de Entalpia da Reação de precipitação:

6.3.1 Volume de sulfato de cobre: mL

6.3.2 Temperatura do sulfato no Calorímetro: ºC

6.3.3 Volume de hidróxido de sódio: mL

6.3.4 Temperatura do hidróxido na proveta: ºC

6.3.5 Temperatura do Calorímetro com a solução: ºC

6.3.6 Massa do Calorímetro com a solução: g

6.3.7 Cor da solução: e do precipitado: .

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.3.8 Cor da solução: após adição de fenolftaleína.

7 Questionário

7.1 Apresente os resultados obtidos e suas observações realizadas


durante a prática preferencialmente na forma de uma tabela.

7.2 Através de suas observações realizadas durante o item 3.1 dos


“Procedimentos” escreva a reação química de neutralização correspondente e
calcule as massas de ácido e de base, o número de moles desses reagentes que
efetivamente reagiram e determine, consequentemente, a Entalpia de
Neutralização, em J.

7.3 Admita que o Calor Específico da solução resultante corresponde a


0,9 cal/g.K, transforme esta unidade para o Sistema Internacional; calcule a
massa de solução presente (pela diferença das duas pesadas do Calorímetro);
calcule então a variação de Entalpia do Meio Reacional (em J) e determine a
Capacidade Calorífica do Calorímetro (em J/K).

7.4 Nos moldes da equação (2.1), apresente uma reação química para a
reação de oxi-redução desenvolvida no item 3.2 dos “Procedimentos”. Faça uma
análise sintética de quais fenômenos que podem se desenvolver durante a
realização da reação química, principalmente no que se refere a quebra e
formação de ligações químicas.

7.5 Calcule a massa da solução presente na reação de oxi-redução, bem


como a variação de Entalpia do Meio Reacional (em J).

7.6 Calcule a variação de Entalpia do Calorímetro e a Entalpia de Reação


para a reação de oxi-redução entre o zinco e o sulfato de cobre (em J). A endo ou
exotermia da reação química estão coerentes com a análise dos fenômenos
descritas no item 7.4 deste “Questionário”?

7.7 Seguindo a formulação da equação (2.1), apresente uma reação


química para a reação de precipitação desenvolvida no item 3.3 dos
“Procedimentos”. Novamente faça uma análise de quais fenômenos que podem
se desenvolver durante a realização desta reação química, principalmente no que
se refere a quebra e formação de ligações químicas.

7.8 Calcule a massa da solução presente na reação de precipitação, assim


como a variação de Entalpia do Meio Reacional (em J).

7.9 Calcule a variação de Entalpia do Calorímetro e Entalpia de Reação


para a reação de precipitação do sulfato de cobre com hidróxido de sódio (em J).
Existe coerência entre a endo ou exotermia observadas na reação química com o
contexto de suas explicações contidas no item 7.7 deste “Questionário”?

7.10 Suponha que, ao invés de usar 100 mL de um monoácido (como a


solução de ácido clorídrico, HCl, 0,5 M) para a determinação da Capacidade
Calorífica do Calorímetro, você dispunha de um diácido (tipo solução de ácido
sulfúrico, H2SO4, 0,5 M) para neutralizar com um excesso de hidróxido de sódio,

50
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

NaOH, 0,5 M, e solução de fenolftaleína como indicador. Quais os cuidados que


você deveria ter ao realizar a referida reação química visando o cálculo da
correspondente Entalpia de Neutralização, em J?

AULA PRÁTICA Nº 7

ESTUDO DO EQUILÍBRIO QUÍMICO

1 Objetivo

O objetivo desta prática é o estudo do equilíbrio químico a partir da análise e


avaliação das principais condições que alteram a estabilidade do equilíbrio do
conjunto iônico cromato-dicromato, com base no Princípio de Le Châtelier.

2 Fundamentos

Uma reação química caracteriza-se pelo conjunto de fenômenos que


alteram a constituição da matéria. Todavia, tais transformações a nível
macroscópico aparentam ser, via de regra, totalmente irreversíveis, ou seja, os
reagentes transformam-se em produtos num caminho sem ou com difícil retorno.
Na realidade todas as reações químicas são reversíveis, isto é, ocorrem
simultaneamente nos dois sentidos: são reagentes que interagem e formam
produtos, bem como produtos que reagem entre si voltando a reagentes.
Na maioria dos casos, porém, a reação num dos sentidos desenvolve-se em
proporção tão pequena que sob o ponto de vista prático a reação pode ser
considerada irreversível num dos sentidos. Com isso, mesmo para reações
químicas aparentemente com alta irreversibilidade, o desenvolvimento das
mudanças estruturais durante a reação conduz normalmente a uma condição
final de equilíbrio, onde a presença dos reagentes, mesmo em quantidades
mínimas, pode ser constatada.
Logo o equilíbrio químico é uma reação reversível na qual, sob o ponto de
vista cinético, a velocidade da reação direta é igual a velocidade da reação
inversa e, consequentemente, as concentrações globais de todas as substâncias
participantes permanecem constantes. Seja, portanto, uma reação genérica do
tipo:

51
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

vd
Reagentes ⇔ Produtos (2.1)
vi

onde vd e vi representam as velocidades das reações direta e inversa,


respectivamente. Essas velocidades de reação estão relacionadas com as
espécies presentes dos reagentes e produtos através de expressões que
traduzem a disponibilidade de cada substância em participar da reação química.
Sob o ponto de vista termodinâmico, essa disponibilidade de cada espécie é
expressa em termos de pressões parciais para reações ocorrendo entre gases
ideais, ou em fugacidades parciais para reações entre gases reais, ou em
atividades parciais para reações desenvolvendo-se no estado líquido ou sólido.
Normalmente simplifica-se tal abordagem levando-se em conta a
concentração das espécies presentes, de tal forma que:

vd = kd [ Reagentes ]
δi
(2.2)
e
vi = ki [ Produtos]
δi
(2.3)

sendo kd e ki as constantes de velocidade das reações direta e inversa,


respectivamente, e δi a ordem de reação de cada um dos reagentes e produtos.
No equilíbrio essas velocidades se igualam, de tal modo que:

v d = vi (2.4)
ou
k d [ Reagentes ]δe
i
= ki [ Produtos ] δ
e
i (2.5)
ou ainda
kd [ Produtos ] δei
K= =
ki [ Reagentes ] δei
(2.6)

em que K é a Constante de Equilíbrio da reação, e o subscrito e indica equilíbrio,


isto é, as pressões parciais de gases ideais, as fugacidades parciais de gases
reais, as atividades parciais de líquidos ou sólidos, ou simplesmente a
concentração dos reagentes e produtos, são considerados a partir do momento
em que o sistema alcança o equilíbrio, ou seja, quando esses valores não mais
se alteram com o tempo.
Sob o ponto de vista termodinâmico, esta mesma Constante de Equilíbrio
pode ser determinada por meio da expressão:

 − ∆GT 
K = exp  (2.7)
 RT 

em que R é a constante dos gases ideais (8,314J/K.mol), T a temperatura absoluta


(em kelvin, K) onde o equilíbrio foi estabelecido, e ∆GT a variação de Energia Livre
de Gibbs relacionada com a variação de Entalpia de Reação (∆HT) e com a
variação de Entropia de Reação (∆ST) na mesma temperatura T pela equação:

52
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

∆G T = ∆H T − T∆S T (2.8)

Desta maneira, o equilíbrio químico entre as espécies presentes no final da


reação tende a se estabelecer em condições de reversibilidade. A partir desse
instante, alterações decorrentes de variações de temperatura, pressão,
concentração dos compostos participantes da reação, ou mesmo adição de
outras substâncias, particularmente aquelas que apresentam íons comuns com
os existentes entre as espécies em equilíbrio, tendem a alterar significativamente
o equilíbrio estabelecido.
Em 1888 o químico francês Henri Louis LE CHÂTELIER (1850-1936)
concluiu que se as condições de equilíbrio forem alteradas, o sistema reacional
mudará a sua posição de equilíbrio de maneira a reduzir o efeito de mudança que
lhe foi imposto, ou seja, toda alteração de um dos fatores de equilíbrio de um
dado sistema provoca uma reorganização do mesmo no sentido de minimizar o
efeito da alteração inicial.
Um equilíbrio químico extremamente interessante de ser estudado é aquele
envolvendo as espécies iônicas do cromato (CrO4-2) e do dicromato (Cr2O7-2), que
pode ser expresso pela equação genérica:

2CrO4−2 + H + ⇔ Cr2 O7−2 + OH − (2.9)

onde a presença de íons H+ e OH- sugerem um equilíbrio extremamente sensível


a variações de pH. Como a coloração do íon cromato é amarela e a do dicromato
é laranja, torna-se visível qual a forma mais estável presente numa certa solução
desses íons e num determinado pH.
Pode-se, a partir da análise desse equilíbrio, avaliar-se os diversos fatores
que o afetam, como também compreender-se como atua o Princípio de Le
Châtelier.

3 Procedimentos

3.1 Coloque 5,0 mL de cromato de potássio (K2CrO4) 0,1M e 5,0 mL de


dicromato de potássio (K2Cr2O7) 0,1M com o auxílio de uma pipeta graduada, em
dois tubos de ensaio. Anote no item 6.1 dos “Resultados” a cor de cada solução.
Essas soluções servirão como indicadores de coloração e fonte de íons de
cromato e dicromato.

3.2 Das soluções de referência separadas no item anterior 3.1 desses


“Procedimentos”, coloque 10 gotas de cada solução, cerca de 0,5 mL, em dois
tubos de ensaio.

3.2.1 Acrescente, gota a gota, um pouco de hidróxido de sódio (NaOH)


0,1M alternadamente a cada solução, até que uma mudança de cor seja notada
em um dos tubos. Anote nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados” as respectivas
cores e o volume de base adicionado (em termos de número de gotas).

3.2.2 Nesses mesmos tubos de ensaio, acrescente agora gota a gota,


ácido clorídrico (HCl) 1,0M alternadamente até notar alguma alteração da cor.
Anote nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados” quaisquer modificações de
coloração, bem como o número de gotas que provocaram tais alterações.

53
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.3 Novamente das soluções de referência separadas no item 3.1 desses


“Procedimentos”, coloque 10 gotas de cada solução, em outros dois tubos de
ensaio.

3.3.1 Acrescente, gota a gota, um pouco de HCl 0,1M alternadamente a


cada solução, até que uma mudança de cor seja notada em um dos tubos. Anote
nos itens 6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados” as respectivas cores e o número de
gotas de ácido.

3.3.2 Nesses mesmos tubos de ensaio, acrescente agora gota a gota,


NaOH 1,0M alternadamente até notar uma modificação da cor. Anote nos itens
6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados” o número de gotas de base e as alterações
observadas.

3.4 Das soluções de referência separadas no item 3.1 dos


“Procedimentos”, coloque 10 gotas de cada solução em dois tubos de ensaio.
Acrescente, gota a gota, um pouco de hidróxido de potássio (KOH) 0,1M
alternadamente a cada solução, até que uma mudança de cor seja notada em um
dos tubos. Anote no item 6.4 dos “Resultados” as respectivas cores das soluções.

3.5 Das soluções de referência separadas no item 3.1 dos


“Procedimentos”, coloque 10 gotas de cada solução em dois tubos de ensaio.
Acrescente, gota a gota, um pouco de ácido nítrico (HNO3) 0,1M alternadamente a
cada solução, até que uma mudança de cor seja notada em um dos tubos. Anote
no item 6.5 dos “Resultados” as respectivas cores das soluções.

3.6 O Princípio de Le Châtelier também pode ser estudado analisando-se


o cromato de bário (BaCrO4) sólido em equilíbrio com uma solução saturada de
seus íons, o que pode ser representado pela equação:

BaCrO4 (s) = Ba+2 (aq) + CrO4−2 (aq) (3.1)

3.6.1 Coloque 10 gotas de K2CrO4 0,1M em um tubo de ensaio, e


acrescente duas gotas de NaOH 1,0M. Adicione, gota a gota, nitrato de bário
(Ba(NO3)2) 0,1M, até perceber alguma alteração de cor. Anote suas observações.
Acrescente então, gota a gota, HCl 1,0M até notar alguma alteração. Registre as
observações feitas no item 6.6.1 dos “Resultados”.

3.6.2 Coloque novamente 10 gotas, agora de K2Cr2O7 0,1M em um tubo


de ensaio, e acrescente duas gotas de HCl 1,0M. Adicione, gota a gota, Ba(NO3)2
0,1M até perceber alguma alteração de cor. Acrescente então, gota a gota, NaOH
1,0M até notar alguma outra modificação. Anote no item 6.6.2 dos “Resultados”
suas observações.

3.6.3 Coloque finalmente 10 gotas de K2Cr2O7 0,1M em um tubo de


ensaio e a mesma quantidade de K2CrO4 0,1M em outro. Acrescente algumas
gotas de Ba(NO3)2 0,1M a cada tubo de ensaio. Observe e anote no item 6.6.3 dos
“Resultados” suas observações.

54
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4 Aparelhagem

4.1 Tubos de ensaio 14

4.2 Estante para tubos de ensaio 1

4.3 Pipeta graduada de 5mL 2

4.4 Conta-gotas (para cada frasco de solução)


9

4.5 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Solução de dicromato de potássio (K2Cr2O7) 0,1M 50mL

5.2 Solução de cromato de potássio (K2CrO4) 0,1M 50mL

5.3 Solução de nitrato de bário (Ba(NO3)2) 0,1M


50mL

5.4 Solução de ácido clorídrico (HCl) 0,1M 50mL

5.5 Solução de ácido clorídrico (HCl) 1,0M 50mL

5.6 Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1M 50mL

5.7 Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 1,0M 50mL

5.8 Solução de ácido nítrico (HNO3) 0,1M 50mL

5.9 Solução de hidróxido de potássio (KOH) 0,1M 50mL

6 Resultados

6.1 Coloração das soluções.

6.1.1 Cromato de potássio:

6.1.2 Dicromato de potássio:

6.2 Cromato/dicromato em meio básico diluído/ácido concentrado.

6.2.1 Cromato com gotas de NaOH 0,1M.


Observações:

Solução resultante com gotas de HCl 1,0M.


Observações:

55
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.2.2 Dicromato com gotas de NaOH 0,1M.


Observações:

Solução resultante com gotas de HCl 1,0M.


Observações:

6.3 Cromato/dicromato em meio ácido diluído/básico concentrado.

6.3.1 Cromato com gotas de HCl 0,1M.


Observações:

Solução resultante com gotas de NaOH 1,0M.


Observações:

6.3.2 Dicromato com gotas de HCl 0,1M.


Observações:

Solução resultante com gotas de NaOH 1,0M.


Observações:

6.4 Cromato/dicromato com KOH.

6.4.1 Cromato com gotas de KOH 0,1M.


Observações:

6.4.2 Dicromato com gotas de KOH 0,1M.


Observações:

6.5 Cromato/dicromato com HNO3.

6.5.1 Cromato com gotas de HNO3 0,1M.


Observações:

6.5.2 Dicromato com gotas de HNO3 0,1M.


Observações:

6.6 Cromato e dicromato com Ba(NO3)2 0,1M.

6.6.1 Cromato com NaOH 1,0M e gotas de Ba(NO3)2.


Observações:

56
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Solução resultante com gotas de HCl 1,0M.


Observações:

6.6.2 Dicromato com HCl 1,0M e gotas de Ba(NO3)2.


Observações:

Solução resultante com gotas de NaOH 1,0M.


Observações:

6.6.3 Cromato 0,1M com gotas de Ba(NO3)2.


Observações:

Dicromato 0,1M com gotas de Ba(NO3)2.


Observações:

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, suas


observações realizadas durante a aula prática.

7.2 A análise segundo o Princípio de Le Châtelier da dependência do


equilíbrio químico com a concentração das substâncias, presentes na forma de
reagentes e produtos, pode ser feita de forma adequada quando observa-se a
equação química de equilíbrio. Neste sentido, balanceie a equação do equilíbrio
entre cromato e dicromato:

2 CrO4−2 (aq) = Cr2O7−2 (aq) (7.1)

acrescentando, no lado adequado, os íons H+(aq) e moléculas de água,


justificando, com base nesta equação balanceada e através do Princípio de Le
Châtelier, suas observações realizadas nas etapas 3.2.1 e 3.4 dos
“Procedimentos”, quando da adição de hidróxidos ao sistema cromato-dicromato.

7.3 Realize agora outro ajuste estequiométrico na equação (7.1) do


equilíbrio dicromato-cromato, acrescentando no lado adequado os íons de OH-
(aq) e moléculas de água, e justifique, baseando-se nesta equação balanceada e
ainda através do Princípio de Le Châtelier, as observações realizadas nas etapas
3.3.1 e 3.5 dos “Procedimentos”, quando da adição de ácidos ao sistema
cromato-dicromato.

7.4 Promova a adição das duas equações desenvolvidas nos itens 7.1 e
7.2 deste “Questionário” e confirme que a reação global do sistema em equilíbrio

57
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

entre o cromato e o dicromato nada mais representa que a própria equação (2.9)
dos “Fundamentos”.

7.5 Observe o número de gotas gastos nas diversas alterações de


coloração. Qual a razão de uma pequena quantidade de ácido poder reverter o
processo, conforme observado em 3.2.2 dos “Procedimentos”; bem como
explique também como uma pequena quantidade de base alterou o equilíbrio,
conforme observado em 3.3.2 dos “Procedimentos”.

7.6 Explique, preferencialmente através de uma equação química e com


base no Princípio de Le Châtelier, as observações realizadas na etapa 3.6.1 e
3.6.3 dos “Procedimentos”, devido a adição de nitrato de bário à solução de
cromato de potássio. Para tanto, responda qual o papel da adição de ácido
clorídrico ao cromato com nitrato de bário no item 3.6.1 dos “Procedimentos”?
Diferencie o que acontece com a solução (em termos de mudança de coloração)
e com precipitado (em termos de solubilidade do mesmo).

7.7 Qual o papel da adição de hidróxido de sódio ao cromato no início do


item 3.6.1 dos “Procedimentos”? Assim também explique a adição de ácido
clorídrico ao dicromato no início da etapa 3.6.2 dos “Procedimentos”.

7.8 Explique, baseado no Princípio de Le Châtelier e tentando expressar o


fenômeno através de uma equação química, as observações realizadas nas
etapas 3.6.2 e 3.6.3 dos “Procedimentos”, referentes a adição de nitrato de bário
à solução de dicromato de potássio. Relate de forma diferenciada o que
realmente acontece com a solução e o precipitado, explicando a função do
hidróxido de sódio adicionado ao dicromato com nitrato de bário no item 3.6.2 dos
“Procedimentos”.

7.9 Como a temperatura altera o equilíbrio de reações químicas? Analise


tanto reações endo quanto exotérmicas.

7.10 Apresente uma síntese de outras propriedades que provocam


mudanças do equilíbrio químico, tais como a pressão, e que podem ser alteradas
durante o transcorrer de uma reação química. Explique a influência da variação
dessas propriedades através do Princípio de Le Châtelier.

AULA PRÁTICA Nº 8

ESTUDO DA PILHA DE DANIELL E A DETERMINAÇÃO DO


PRODUTO DE SOLUBILIDADE

58
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

1 Objetivo

Estudo da Pilha de Daniell e a sua utilização para a determinação de


propriedades fisicoquímicas de substâncias iônicas pouco solúveis em meio
aquoso, tais como o Produto de Solubilidade.

2 Fundamentos

Ao colocar-se uma lâmina metálica dentro de uma solução salina, nota-se


que o metal pode sofrer uma reação de oxidação, bem como algum íon metálico
da solução pode ser reduzido a metal. Como exemplo pode-se ter uma lâmina de
zinco em solução de sulfato de cobre onde se observa que após algum tempo a
solução conterá íons de zinco, devido a reação de oxidação:

Zn (s) = Zn+2 (aq) + 2e- (2.1)

e a placa de zinco apresentará uma coloração avermelhada, fruto da reação de


redução:

Cu+2 (aq) + 2e- = Cu (s) (2.2)

Como conseqüência desses fenômenos de oxi-redução, quando um metal é


colocado numa solução iônica, nele surge um Potencial Elétrico. Se a solução
aquosa conter um mol de cátions de zinco em um litro de água (solução 1,0 molar
ou 1,0 M), uma barra também de zinco nesta solução deve apresentar um
Potencial Elétrico denominado de Potencial Normal do Eletrodo de zinco, isto na
temperatura de 25ºC e pressão externa de uma atmosfera.
Os fenômenos eletroquímicos que se desenvolvem num eletrodo podem ser
representados por um esquema denominado de Diagrama de Meia Célula, ou
Diagrama de Meia Pilha. Nesta representação os eletrodos metálicos são
colocados na extremidade do diagrama e as espécies solúveis no meio do
diagrama, descrevendo-se também os estados de agregação das substâncias
envolvidas, bem como as concentrações das mesmas, normalmente expressas
em termos de Atividade.
No diagrama o limite de uma fase é indicado por uma barra vertical sólida,
assim também uma barra vertical interrompida indica uma junção entre duas
fases líquidas miscíveis. Por exemplo, a barra de zinco metálico numa solução de
seus íons tem um diagrama de meia célula:

Zn(s) | Zn+2 (aq, aZn+2 = 1,0 M) (2.3)

Com a finalidade de medir-se os Potenciais Normais de Eletrodo dos


diversos metais, também denominados de Potenciais de Meia Célula, usa-se um
eletrodo especial de hidrogênio como Potencial Elétrico de Referência
denominado de Eletrodo Padrão de Hidrogênio.
O Eletrodo Padrão de Hidrogênio por convenção deve apresentar um
Potencial Elétrico nulo ao se borbulhar hidrogênio gasoso a uma atmosfera de
pressão em torno de um eletrodo inerte de platina numa solução aquosa de ácido

59
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

sulfúrico contendo um mol de cátions H+, a 25 ºC de temperatura. Desse modo o


mesmo deve apresentar, portanto, o seguinte diagrama:

Pt | H2 (g, p = 1 atm) | H2SO4 (aq, aH+ = 1,0 M) (2.4)

Nos dois exemplos citados, ao se colocar um eletrodo de zinco em solução


1,0 M de íons Zn+2 a 25 ºC e 1 atm ( uma atmosfera) de pressão externa, bem
como um eletrodo de cobre numa solução 1,0 M de íons Cu+2 a 25 ºC e 1 atm, tem-
se os seguintes valores para os Potenciais Normal de Eletrodo (em volt, V),
quando comparados ao Potencial Elétrico do Eletrodo Padrão de Hidrogênio:

Eº[Zn+2/Zn] = - 0,763 V (2.5)

Eº[Cu +2/Cu] = + 0,337 V (2.6)

Tais valores dos Potenciais Normal de Eletrodo correspondem aos


potenciais das respectivas reações de redução, ou seja, dos potenciais de
redução desses metais, se bem que é comum encontrar-se em referências
bibliográficas mais antigas tabelas com os potenciais de oxidação, logicamente
com o mesmo valor numérico porém de sinal oposto. A disposição dos elementos
colocados segundo a ordem dos Potenciais Normal de Eletrodo recebe o nome
de Fila das Tensões Eletrolíticas.
A associação de duas meias-células com Potenciais Normal de Eletrodo
diferentes cria um sistema em que um dos elementos sofre oxidação e o outro
redução, capaz conseqüentemente de gerar e receber elétrons. Esta circulação
de elétrons conduz a capacidade de realização de trabalho elétrico ou mais
propriamente Trabalho Eletroquímico (We). Ao conjunto do sistema de oxi-
redução formado dá-se o nome de Pilha.
O cálculo do Potencial Elétrico da Pilha (∆E) ou também denominado de
Força Eletromotriz da Pilha (FEM), será pois a soma algébrica dos Potenciais
Normal de Eletrodo das duas reações de meia-pilha de tal forma que o valor
global de ∆E seja positivo.
A razão desta preocupação com o valor algébrico do Potencial Elétrico da
Pilha é que o seu Trabalho Eletroquímico (We em joule, J), através dos princípios
termodinâmicos, está correlacionado com a variação de Energia Livre de Gibbs
(∆G em J) deste sistema eletroquímico de oxi-redução por:

We = ∆G = − n F ∆E (2.7)

onde n é o número de elétrons (em mol) envolvidos na reação, F a Constante de


Faraday correspondendo a 96484,6 C/mol, e ∆E o Potencial Elétrico da Pilha (em
volt, V).
Ora, se ∆E for positivo o valor de ∆G será negativo e o processo de oxi-
redução será espontâneo. Em contrapartida se ∆E for negativo o sinal de ∆G será
positivo e a reação global direta de oxi-redução não será espontânea, só a
reação global inversa.
Assim a equação (2.7) é de suma importância uma vez que ela estabelece a
união entre as grandezas eletroquímicas e as termodinâmicas, permitindo que
toda análise termodinâmica de espontaneidade das transformações possa ser
realizada no processo eletroquímico mediante o cálculo do valor de ∆G e
principalmente observação de seu sinal algébrico.

60
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

A célula ou Pilha de Daniell, denominação dada ao dispositivo inventado


pelo químico britânico John Daniell (1790-1845), é uma aplicação direta dos
Potenciais Elétrico de eletrodo. Ela consiste basicamente em duas meias células,
duas regiões distintas onde em cada uma delas se tem um eletrodo metálico
imerso numa solução de seus íons metálicos correspondentes, separadas por um
condutor eletrolítico denominado de ponte salina, que evita a mistura das duas
soluções das meias células mas possibilita o fluxo de íons e, conseqüentemente,
de corrente elétrica entre os dois compartimentos.
A Pilha de Daniell mais usual compreende a uma meia célula formada por
um eletrodo de zinco metálico numa solução de seus íons Zn+2, e a outra meia
célula constituída de um eletrodo de cobre metálico imerso numa solução de
Cu+2, de tal maneira a se ter a ação conjunta dos dois fenômenos: oxidação do
zinco e redução do cobre. Deste modo o valor do Potencial Elétrico da Pilha (∆E),
ou Força Eletromotriz da Pilha, será pois a soma algébrica das duas equações
(2.1) e (2.2), conforme o Potencial Normal de Eletrodo do zinco dado pela
expressão (2.5), e do cobre dado pela expressão (2.6), ou seja, 0,763 + 0,337 =
1,100 V, devido a reação global:

Zn (s) + Cu+2 (aq) = Zn+2 (aq) + Cu (s) (2.8)

isto quando a temperatura do sistema for de 25 ºC e a Atividade dos íons em cada


uma das meia células for unitária.
Caso sejam utilizadas concentrações diferentes de 1,0 M ou alguma
condição experimental for diferente das mencionadas, o Potencial Elétrico da
Pilha deverá ter seu valor alterado, o que pode ser determinado através do uso
adequado de um Voltímetro e confirmado teoricamente pela expressão que
relaciona a variação de Energia Livre de Gibbs, ∆G, e as Atividades das espécies
em equilíbrio:

∆ G = ∆ G o + R T ln Π a ν (2.9)

em que ∆Go corresponde a variação de Energia Livre de Gibbs nas condições


padrões (pressão de 1 atm, e Atividades unitárias dos constituintes), R a
Constante dos Gases Ideais (8,314 J/K.mol), T a temperatura em que o processo
está se desenvolvendo e Πaν o produtório das Atividades das espécies
participantes onde ν é o coeficiente estequiométrico da reação de oxi-redução,
considerado positivo para os constituintes produtos e negativo para os reagentes.
O emprego da equação (2.7) na (2.9) permite que se obtenha a equação de
cálculo do Potencial Elétrico da Pilha em condições gerais, que em honra ao
famoso químico alemão Hermann Walter Nernst (1864-1941), o qual dedicou
grande parte de seus estudos a fenômenos eletroquímicos, é denominada de
Equação de Nernst:

RT
∆E = ∆E o − ln Πa ν (2.10)
nF

sendo ∆Eº o Potencial Elétrico da Pilha nas condições padrões já citadas.

61
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Utilizando-se uma Pilha de Daniell e levando-se em conta as propriedades


eletroquímicas pode-se conhecer melhor a respeito de características
fisicoquímicas gerais das substâncias, como por exemplo a solubilidade de
determinados solutos.
O equilíbrio químico ou eletroquímico entre um eletrólito pouco solúvel MxNy
e seus íons em solução saturada a uma determinada temperatura é dado pela
expressão:

MxNy (s) = x M +y (aq) + y N -x (aq) (2.11)

o que corresponde a se ter um produtório de Atividades, Πaν , igual a

a ( M + y )x a ( N − x ) y
Πa =ν
(2.12)
a( Mx N y )

ou simplesmente

Πa ν = a( M + y )x a ( N − x ) y (2.13)

uma vez que em soluções saturadas a Atividade da espécie MxNy não dissolvida,
a(MxNy), considera-se unitária.
Entretanto, o produto das Atividades de cada um dos íons dispersos numa
solução saturada é invariável e definido por:

PS = a(M +y) x a(N -x) y (2.14)

sendo PS uma constante denominada de Produto de Solubilidade. Assim:

PS = Πaν (2.15)

em que o valor de PS depende da natureza do eletrólito e da temperatura,


servindo para demonstrar as condições de equilíbrio de soluções saturadas.
Tendo-se em conta que a Atividade de cada espécie iônica é o produto de
sua concentração molar, [M +y] ou [N -x], (em mol/litro) e do respectivo Coeficiente
de Atividade (fa), a expressão do Produto de Solubilidade torna-se:

PS = fa(M +y) x [M +y] x fa(N -x) y [N -x] y (2.16)

Para substâncias pouco solúveis em meio aquoso, quando a solubilidade


desses sais é menor que 0,01 M, o Produto de Solubilidade pode ser expresso
em termos de concentração dos íons em solução, justamente porque nessas
condições os Coeficientes de Atividade são praticamente unitários, obtendo-se
resultados apreciavelmente corretos:

PS = [M +y (aq)] x [N -x (aq)] y (2.17)

Os valores de PS normalmente são tabelados em função da Constante de


Equilíbrio , KPS , definida para uma determinada temperatura por:

1
KPS = − log PS = − ln PS (2.18)
2 ,3026

62
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

ou
PS = exp (-2,3026 KPS) (2.19)

O conhecimento da Constante de Equilíbrio é fundamental para a avaliação


da solubilidade de sais, principalmente os pouco solúveis, onde nessas condições
os Coeficientes de Atividade das espécies iônicas do sal podem ser considerados
iguais à unidade.
Entretanto, supondo que não seja possível admitir-se como unitários os
Coeficientes de Atividade, a Constante de Equilíbrio pode ser calculada a partir
do Potencial Elétrico da Pilha, desde que a reação global envolvida no processo
eletroquímico corresponda à dissolução do sal. Assim, pela junção das equações
(2.10), (2.15) e (2.19) obtém-se:

2,3026 R T
∆E = ∆E o + K PS (2.20)
nF

expressão esta que representa uma maneira prática de avaliação da Constante


de Equilíbrio a partir de determinações eletroquímicas.

3 Procedimentos

3.1 Prepare duas lâminas metálicas medindo ambas cerca de 2 x 5 cm,


uma de cobre e outra de zinco, lixando-as com bom-bril ou lixa para metais e
limpando-as com água destilada. Contate em cada lâmina um fio elétrico
apresentando em ambas extremidades uma garra tipo jacaré, ou seja, contate um
dos fios elétricos à chapa de cobre pela garra tipo jacaré, deixando livre a outra
extremidade do fio. Faça o mesmo em relação à chapa de zinco.

3.1.1 Coloque em um béquer de 50 mL, utilizando uma proveta de 50


mL, cerca de 45 mL de uma solução de sulfato de zinco (ZnS04) 0,1 M e mergulhe
na solução a chapa de zinco. Após lavar a proveta com água destilada para evitar
contaminação, coloque em outro béquer de 50 mL também 45 mL de uma solução
de sulfato de cobre (CuSO4) 0,1 M e mergulhe agora nesta solução a chapa de
cobre.

3.1.2 Utilizando um Voltímetro, que possui dois fios elétricos, um preto


e outro vermelho, instale o fio preto no terra do aparelho (pólo negativo) e o fio
vermelho no orifício (pólo positivo) que permite a determinação de diferenças de
potenciais elétricos devidas a corrente contínua (DCV = Direct Current Voltage).

3.1.3 Com os terminais pontiagudos dos fios do Voltímetro estabeleça


contato com os eletrodos da Pilha de Daniell, ou seja, prenda a garra tipo jacaré
livre do eletrodo de cobre ao terminal pontiagudo vermelho (pólo positivo) do
Voltímetro, e a garra livre do eletrodo de zinco ao terminal pontiagudo preto (pólo
negativo) do Voltímetro. Anote no item 6.1.1 dos “Resultados” qual a Diferença de
Potencial Elétrico (ddp) acusada pelo Voltímetro, bem como sua opinião se está
ocorrendo ou não passagem de corrente elétrica. Observe a identificação exata
de quais os bornes do Voltímetro você está usando.

63
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.1.4 Inverta os terminais e proceda de maneira similar ao descrito no


item 3.1.4 anterior. Anote no item 6.1.2 dos “Resultados”.

3.2 Prepare uma ponte salina colocando num tubo capilar de vidro em “U”
uma solução de cloreto de potássio (KCl) 0,1 M. Tampe as duas extremidades do
tubo com algodão embebidos com a solução e não deixe que se formem bolhas
no interior do tubo.

3.2.1 Coloque a ponte salina nos dois béqueres, fixando o tubo em “U”
da ponte salina a um suporte universal por meio de uma garra, tendo o cuidado
para que ao manuseá-la não virar as duas semi-células eletroquímicas. Observe
o valor do Potencial Elétrico para os pólos do Voltímetro e eletrodos indicados,
anotando no item 6.2.1 dos “Resultados” o sinal e o valor (em V).

3.2.2 Como referência para a medição da voltagem de uma célula


eletroquímica utilize uma pilha comum pequena (do tipo AA, por exemplo, de
1,5V). Observe que esta pilha apresenta um pólo negativo e um positivo (com
ressalto). Ao colocar-se uma pilha comum num circuito, um fluxo de elétrons
ocorre entre os pólos. Isto é acusado medindo-se num Voltímetro o Potencial
Elétrico de +1,5 V ou menos (se a pilha estiver usada). Este valor obtido com
sinal positivo, por convenção, surge quando o pólo positivo do Voltímetro (fio
vermelho) é colocado em contato com o pólo positivo da pilha (ressalto) e o pólo
negativo do Voltímetro (terra com fio preto) contata o pólo negativo da pilha (sem
ressalto). Deste modo analise em relação à Pilha de Daniell a coerência de sua
medida.

3.2.3 Inverta os fios do Voltímetro nos eletrodos e continue anotando


no item 6.2.2 dos “Resultados” o sinal e valor do Potencial Elétrico, atentando
para a posição dos pólos do Voltímetro e os correspondentes eletrodos.

3.2.4 Retire a ponte salina, desconecte os fios elétricos entre os dois


eletrodos e transfira as duas soluções usadas de sulfato de cobre e de zinco em
um frasco de descarte para soluções inorgânicas, lave os béqueres e limpe as
placas metálicas.

3.3 Prepare novamente dois béqueres de 50 mL, um contendo 45 mL de


uma solução de sulfato de cobre (CuSO4) 0,1 M e no outro 45 mL de uma solução
de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 M.

3.3.1 Coloque duas lâminas de cobre, previamente lixadas e lavadas


com água destilada, uma em cada solução e contate em cada uma das chapas
um fio elétrico com garra tipo jacaré nas duas extremidades.

3.3.2 Coloque a ponte salina entre as duas soluções, fixando o tubo em


“U” da ponte salina a um suporte universal por meio de uma garra. Analise o sinal
e os valores dos potenciais elétricos nas duas situações: quando o pólo positivo
do Voltímetro contata o eletrodo de cobre na solução de sulfato de cobre e o pólo
negativo do eletrodo de cobre na solução de hidróxido de sódio, bem como na
condição inversa. Anote nos itens 6.3.1 2 6.3.2 dos “Resultados” os valores
encontrados.

64
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.3.3 Com um termômetro -10/100 ºC, meça a temperatura de cada


solução e o valor médio registre no item 6.3.3 dos “Resultados”.

3.3.4 Finalmente retire a ponte salina, desconecte os fios elétricos


entre os dois eletrodos e transfira as duas soluções usadas de sulfato de cobre e
de hidróxido de sódio, bem como a solução de iodeto de potássio da ponte
salina, em um frasco de descarte para soluções inorgânicas, lave os béqueres, o
tubo em “U” e limpe as placas metálicas.

4 Aparelhagem

4.1 Lâmina de cobre medindo 2 x 5 cm 2

4.2 Lâmina de zinco medindo 2 x 5 cm 1

4.3 Termômetro -10/100 ºC 1

4.4 Béquer de 50 mL 2

4.5 Proveta de 50 mL 1

4.6 Tubo capilar de vidro em “U” 1

4.7 Frasco de descarte para soluções inorgânicas 1

4.8 Voltímetro 1

4.9 Fio elétrico com garra tipo jacaré nas duas extremidades 2

4.10 Maço de algodão 1

4.11 Maço de bom-bril ou lixa para metais 1

4.12 Pilha pequena comum do tipo AA de 1,5 V 1

4.13 Suporte universal 1

4.14 Garra metálica para fixação do tubo em “U”


1

4.15 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Solução de sulfato de zinco (ZnSO4) 0,1 M 45 mL

5.2 Solução de sulfato de cobre (CuSO4) 0,1 M 90 mL

5.3 Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 M 45 mL

65
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

5.4 Solução de cloreto de potássio (KCl) 0,1 M 20


mL

6 Resultados

6.1 Ligação das placas metálicas de Cu e Zn ao Voltímetro.

6.1.1 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de Cu/Cu+2 e


pólo negativo do Voltímetro (terra com fio preto) no eletrodo de Zn/Zn+2.
Observações:

6.1.2 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de Zn/Zn+2 e


pólo negativo do Voltímetro (fio preto) no eletrodo de Cu/Cu+2.
Observações:

6.2 Ligação das placas de Cu e Zn ao Voltímetro com ponte salina.

6.2.1 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de Cu/Cu+2 e


pólo negativo do Voltímetro (fio preto) no eletrodo de Zn/Zn+2.
Observações:

6.2.2 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de Zn/Zn+2 e


pólo negativo do Voltímetro (fio preto) no eletrodo de Cu/Cu+2.
Observações:

6.3 Ligação das duas placas metálicas de Cu ao Voltímetro.

6.3.1 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de


Cu/CuSO4 e pólo negativo do Voltímetro (fio preto) no eletrodo de Cu/NaOH.
Observações:

6.3.2 Pólo positivo do Voltímetro (fio vermelho) no eletrodo de Cu/NaOH


e pólo negativo do Voltímetro (fio preto) no eletrodo de Cu/CuSO4.
Observações:

6.3.3 Temperatura média das soluções: ºC

7 Questionário

66
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, suas anotações


e observações realizadas durante a prática e registradas no item 6 dos
“Resultados”.

7.2 Pesquise em livros de Fisicoquímica (não deixe de informar o nome da


obra, do autor, edição, editora, local e data de publicação) qual a função da ponte
salina (particularmente explique o que é Potencial de Junção Líquida).

7.3 Por que, então, a ausência de ponte salina é detectada no Voltímetro


por uma Diferença de Potencial Elétrico (ddp) nula, ou seja, explique as
observações realizadas no item 3.1 dos “Procedimentos” (registradas nos itens
6.1.1 e 6.1.2 dos “Resultados”), quando na Pilha de Daniell constatou-se
ausência de ddp entre as placas metálicas de cobre e zinco ligadas ao
Voltímetro, sem ponte salina entre os compartimentos eletródicos do ânodo e
cátodo.

7.4 A partir dos dados obtidos no item 3.2 dos “Procedimentos”,


(registradas nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados”), indique quais as possíveis
reações de oxi-redução em cada uma das meia-células (reações de eletrodo ou
semi-reações), ou seja, admita duas situações; uma onde cobre se reduz e o
zinco se oxida (Caso I) e outra ao contrário (Caso II). Coloque ao lado direito de
cada equação o Potencial Normal de Eletrodo (Eº), isto é, o Potencial Elétrico de
Redução (em V). Para cada um desses dois casos:

7.4.1 Indique as reações de eletrodo;

7.4.2 Indique a reação global;

7.4.3 Determine nas condições padrões o valor da Diferença de


Potencial Elétrico, ou seja o Potencial Elétrico da Pilha ( ∆Eº em V), somando
algebricamente os Potenciais Normal de Eletrodo; e

7.4.4 Determine também a variação da Energia Livre de Gibbs da


reação global (∆Gº em J) segundo a equação 2.7 dos “Fundamentos”.

7.5 Analise, em função do sinal de ∆Gº, qual o processo que ocorre


espontaneamente (Caso I ou II). Para tanto verifique se suas conclusões acerca
do sentido espontâneo ditadas pelo sinal de ∆Gº (item 7.4 anterior) são
confirmadas por suas observações durante a realização da prática, isto é, quando
você identificou os pólos da Pilha de Daniell (pelo sinal do Voltímetro e
confirmados com o auxílio da pilha pequena tipo AA) e mediu os potenciais
elétricos, conforme registrados nos itens 6.2.1 e 6.2.2 dos “Resultados”. Explique
eventuais diferenças.

7.6 Em face de suas conclusões acerca do processo espontâneo que


desenvolve-se na montagem da Pilha de Daniell, conforme análise realizada no
item anterior 7.5, faça:

7.6.1 Um esboço da mesma indicando quais os eletrodos que


funcionam como pólos da pilha: positivo (ânodo) e negativo (cátodo), o sentido do
fluxo de elétrons no circuito externo (posicionando o Voltímetro), o sentido dos
íons nos compartimentos eletródicos e o sentido dos íons na ponte salina.

67
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.6.2 Uma representação do Diagrama da Pilha de Daniell.

7.7 A partir dos dados obtidos no item 3.3 dos “Procedimentos” e


registrados nos itens 6.3.1 e 6.3.2 dos “Resultados”,:

7.7.1 Novamente admita dois casos de oxi-redução onde as possíveis


reações de eletrodo e os respectivos Potenciais Normal de Eletrodo são:

Cu (s) = Cu+2 (aq) + 2e- Eº = - 0,337 V (7.1)

Cu (s) + 2 OH- (aq) = Cu (OH)2 (s) + 2e- Eº = + 0,224 V (7.2)

7.7.2 Para cada um desses dois casos, determine a reação global.

7.7.3 Determine em ambos os casos nas condições padrões, o valor da


Diferença de Potencial Elétrico, ou seja o Potencial Elétrico da Pilha (∆Eº).

7.7.4 Determine também a variação da Energia Livre de Gibbs da


reação global (∆Gº).

7.7.5 Analise, em função do sinal de ∆Gº , qual o processo que ocorre


espontaneamente (Caso I ou II). Verifique se suas conclusões acerca do sentido
espontâneo ditadas pelo sinal de ∆Gº são confirmadas por suas observações
durante a realização da prática (registradas no item 6.3 dos “Resultados”).

7.8 Escreva a reação de dissolução do hidróxido de cobre II, Cu(OH)2(s),


nos moldes da equação (2.11) dos “Fundamentos” e:

7.8.1 Identifique qual das reações globais, elaboradas no item 7.7


anterior, corresponde a expressão de dissolução do hidróxido de cobre II, e anote
o valor do Potencial Elétrico da Pilha nas condições padrões (∆Eº)
correspondente a essa reação global.

7.8.2 Estabeleça uma expressão para o Produto de Solubilidade (PS)


do hidróxido de cobre II em função das concentrações molares dos íons Cu+2(aq)
e OH-(aq) utilizadas durante a experiência de laboratório, admitindo que os
Coeficientes de Atividade dos íons presentes sejam unitários, segundo a equação
(2.17) dos “Fundamentos”, e calcule o seu valor numérico.

7.9 Calcule a Constante de Equilíbrio, KPS, a partir de duas condições:

7.9.1 Com o Produto de Solubilidade, PS, do hidróxido de cobre II


calculado a partir das concentrações molares e considerando os Coeficientes de
Atividade unitários, segundo a equação (2.18) dos “Fundamentos”.

7.9.2 Com o Potencial Elétrico da Pilha, ∆E, determinado


experimentalmente (de acordo sinal e valor registrado no item 6.3 dos
“Resultados”) segundo a equação (2.20) dos “Fundamentos”.

68
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.10 Determine o Produto de Solubilidade do hidróxido de cobre II pela


equação (2.18) dos “Fundamentos”, a partir da Constante de Equilíbrio calculada
com os valores experimentais (segundo o item anterior 7.9.2). Compare-o,
calculando o desvio percentual em termos de KPS, com:

7.10.1 O valor grosseiro estimado em 7.9.1; e

7.10.2 O valor tabelado de KPS[Cu(OH)2(s)] = 18,796.

AULA PRÁTICA Nº 9

ESTUDO DA ELETRÓLISE EM MEIO AQUOSO

1 Objetivo

Estudo da aplicação da Pilha de Daniell como geradora de uma Diferença


de Potencial Elétrico capaz de promover a eletrólise de uma solução aquosa.

2 Fundamentos

Foi o químico inglês Humphry Davy (1778-1829) que utilizou de forma


pioneira com sucesso a corrente elétrica para a dissociação de substâncias,
obtendo pela primeira vez, entre 1807 e 1808, os elementos químicos potássio,
sódio, magnésio, estrôncio e bário, a partir da eletrólise dos sais fundidos desses
elementos.
Dando continuidade aos estudos de H. Davy, o fisicoquímico inglês Michael
Faraday (1791-1867) ampliou seus trabalhos em eletrólise e introduziu uma série
de termos que se utilizam até os dias atuais. O próprio nome de eletrólise foi
sugerido por M. Faraday para explicar a ruptura de substâncias químicas pela
passagem da corrente elétrica.
Assim também M. Faraday denominou de eletrodos as chapas sólidas
metálicas introduzidas no meio químico em que ocorria a passagem da corrente
elétrica, o eletrodo que levava a corrente positiva era o ânodo, o que levava a
carga negativa era o cátodo, o meio químico condutor de eletricidade aquoso ou
formado por um sal fundido foi chamado então de eletrólito.
A corrente elétrica era transportada através do material fundido ou de uma
solução aquosa por entidades que M. Faraday denominou-as de íons, que do
grego significa “viajante”. Os íons que viajavam para o ânodo eram os ânions e
os que viajavam para o cátodo eram os cátions.

69
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

M. Faraday também elaborou uma série de princípios relacionados


diretamente ao fenômeno da eletrólise e que atualmente são conhecidos como as
Leis de Faraday da eletrólise. Isto em 1832, muito tempo antes de se saber da
existência dos elétrons, época em que o conhecimento da estrutura atômica era
muito incipiente e onde a própria teoria molecular de Avogadro não estava
totalmente conhecida e aceita.
A Primeira Lei de Faraday diz que a massa da substância eletrolisada é
diretamente proporcional à carga dos elétrons que atravessam a solução, ou
seja:

m = k1 Q (2.1)

sendo que m é a massa eletrolisada, k1 uma constante de proporcionalidade e Q a


carga elétrica em coulomb, C.
Pela Segunda Lei de Faraday tem-se que a utilização de uma mesma carga
Q na eletrólise de várias substâncias irão produzir massas de substâncias
eletrolisadas diretamente proporcionais aos respectivos equivalentes-gramas de
cada substância:

m = k2 E (2.2)

onde k2 é uma outra constante e E é o equivalente-grama da substância liberada


ou decomposta.
O conceito de equivalente-grama foi eliminado pela IUPAC, isto porque
fazendo-se m = E, isto é, supondo que a massa eletrizada m, corresponda ao
equivalente-grama E, tem-se que Q=1/k1. Calculou-se experimentalmente o valor
de Q, ou seja, da carga elétrica que deposita exatamente um equivalente-grama,
e encontrou-se a carga correspondente a 1 mol de elétrons, quantidade esta
denominada de Constante de Faraday, F. O valor de F é, então:

F = NA QE (2.3)

em que NA indica a Constante de Avogadro, e QE a carga elétrica de um elétron,


logo:

F = 6,0220 x 1023 mol-1 x 1,6022 x 10-19 C (2.4)


ou
F = 96484,5 C/mol (2.5)

Deste modo as equações (2.1) e (2.2), que expressam as Primeira e


Segunda Leis de Faraday, tornam-se:

EQ Eit
m= ou m= (2.6)
F F

em que i é a intensidade de corrente elétrica, em ampère, A, ou seja, a


amperagem que atravessa a solução, e t é o tempo de passagem desta corrente,
em segundos, s.

70
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3 Procedimentos

3.1 Prepare uma Pilha de Daniell com duas lâminas metálicas medindo
cerca de 2 x 5 cm, uma de cobre e outra de zinco, lixando-as com bom-bril ou lixa
metálica e limpando-as com água destilada. Contate a cada uma das chapas
metálicas um fio elétrico apresentando nas duas extremidade uma garra tipo
jacaré.

3.1.1 A placa de cobre deve ser introduzida num béquer de 50 mL


contendo cerca de 45 mL de uma solução de sulfato de cobre (CuSO4) 1,0 M e a
placa de zinco deve ser colocada num béquer de 50 mL contendo uma
quantidade equivalente de solução de sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0 M.

3.1.2 Ligue cada um dos fios elétricos, através dos terminais em garra
tipo jacaré, a dois eletrodos de grafite. Mantenha-os separados.

3.1.3 Utilizando um Voltímetro, avalie se existe alguma Diferença de


Potencial Elétrico entre os dois eletrodos de grafite e entre os dois eletrodos
metálicos de cobre e zinco. Anote nos itens 6.1.1 e 6.1.2 dos “Resultados” o
Potencial Elétrico medido e suas observações.

3.1.4 Como referência utilize uma pilha comum, que ao ser colocada
num circuito permite que o fluxo de elétrons ocorra do seu pólo positivo (com
ressalto) para o pólo negativo. Nessas condições um Voltímetro acusa um
Potencial Elétrico de +1,5 V (ou menos, se a pilha estiver usada), mas sempre
com sinal positivo, por convenção, pois na realidade o fluxo de elétrons está
ocorrendo do pólo negativo ao positivo. Deste modo analise em relação aos
eletrodos considerados, qual o sentido do fluxo de elétrons, se houver, indicando
na coluna de “observações” qual o eletrodo positivo e qual o negativo.

3.2 Prepare uma ponte salina colocando num tubo em “U” uma solução de
cloreto de potássio (KCl) 0,5 M ou uma solução nitrato de sódio (NaNO3) 0,5 M.

3.2.1 Tampe as duas extremidades do tubo com algodão embebidos


com a solução e não deixe que se formem bolhas no interior do tubo.

3.2.2 Coloque a ponte salina entre as duas soluções, fixando o tubo em


“U” da ponte salina a um suporte universal por meio de uma garra. Mantenha
ainda os dois eletrodos de grafite separados.

3.2.3 Utilize o Voltímetro para medir as Diferenças de Potencial Elétrico


entre os eletrodos de grafite e entre os eletrodos metálicos de cobre e zinco.
Anote o Potencial Elétrico medido e suas observações no item 6.1.3 e 6.1.4 dos
“Resultados”, atentando para as recomendações do item 3.1.4 destes
“Procedimentos”.

3.3 Coloque num outro tubo de vidro em “U” uma solução de iodeto de
potássio (KI) 1,0 M e fixe-o num suporte universal por meio de uma garra.
Introduza os eletrodos de grafite um em cada extremidade do tubo de vidro em
“U”. Este tubo em “U” funcionará como uma cuba eletrolítica durante a eletrólise.

71
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

3.3.1 Observe que ao colocar a cuba eletrolítica forma-se um circuito


elétrico: Pilha de Daniell (os dois béqueres, as duas placas metálicas de cobre e
zinco e a ponte salina – tubo em “U” com solução de cloreto de potássio) e a
cuba eletrolítica (tubo em “U” com solução de iodeto de potássio e dois eletrodos
de grafite). Anote no item 6.1.5 dos “Resultados” a diferença de Potencial Elétrico
entre os dois eletrodos de cobre e de zinco, observando sempre as
recomendações contidas no item 3.1.4 desses “Procedimentos”.

3.3.2 Retire então a ponte salina do circuito (mantendo a cuba


eletrolítica) e anote no item 6.1.6 dos “Resultados” suas observações e medidas
de diferença de Potencial Elétrico entre os dois eletrodos metálicos, tendo o
cuidado de seguir as recomendações do item 31.4 dos “Procedimentos”.

3.4 Recoloque a ponte salina e restabeleça o circuito elétrico, ou seja,


torne o circuito completo com a Pilha de Daniell e a cuba eletrolítica.

3.4.1 Acrescente junto ao eletrodo de grafite ligado à placa de zinco,


duas gotas de uma solução alcoólica de fenolftaleína; e no ramo do tubo ligado à
placa de cobre, duas gotas de uma solução de amido.

3.4.2 Deixe o sistema funcionando em torno de 20 minutos. Durante


este tempo observe e anote os fenômenos que poderão estar ocorrendo nos
quatro eletrodos, principalmente junto aos eletrodos de grafite. Anote no item 6.2
dos “Resultados” suas observações.

3.4.3 Finalmente retire a ponte salina, desconecte os fios elétricos


entre os eletrodos e transfira as duas soluções usadas de sulfato de cobre e de
hidróxido de sódio, bem como as soluções de cloreto de potássio da ponte salina
e de iodeto de potássio da cuba eletrolítica, em um frasco de descarte para
soluções inorgânicas, lave os béqueres, os tubos em “U” e limpe as placas
metálicas.

4 Aparelhagem

4.1 Lâmina de cobre medindo 2 x 5 cm 1

4.2 Lâmina de zinco medindo 2 x 5 cm 1

4.3 Béquer de 100 mL 2

4.4 Proveta de 100 mL 1

4.5 Conta-gotas 2

4.6 Tubo capilar de vidro em “U” 2

4.7 Frasco de descarte para soluções inorgânicas 1

4.8 Voltímetro 1

4.9 Fio elétrico com garra tipo jacaré nas duas extremidades 2

72
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.10 Maço de algodão 1

4.11 Maço de bom-bril ou lixa para metais 1

4.12 Pilha pequena do tipo AA de 1,5V 1

4.13 Suporte universal 1

4.14 Garra metálica para fixação do tubo em “U”


2

4.15 Pinos de grafite 2

4.16 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

5 Reagentes

5.1 Solução de sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0M 50 mL

5.2 Solução de sulfato de cobre (CuSO4) 1,0M 50 mL

5.3 Solução de iodeto de potássio (KI) 1,0M 20 mL

5.4 Solução de cloreto de potássio (KCl) 0,5M 20 mL

5.5 Solução alcoólica de indicador de fenolftaleína a 1% 2 mL

5.6 Solução de amido 2 mL

6 Resultados

6.1 Determinações dos Potenciais Elétricos:

POSIÇÃO POTENCIAL
ITEM CONDIÇÃO (Entre ELÉTRICO OBSERVAÇÕES
eletrodos de) (em V)
6.1.1 Sem ponte grafite
salina e
6.1.2 sem cuba cobre e zinco
eletrolítica
6.1.3 Com a ponte grafite
salina e
6.1.4 sem cuba cobre e zinco
eletrolítica
6.1.5 Com ponte cobre e zinco
salina e com
cuba eletrolítica

73
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

6.1.6 Sem ponte cobre e zinco


salina e com
cuba eletrolítica

6.2 Eletrólise de uma solução aquosa de iodeto de potássio: anote suas


observações principalmente junto:

6.2.1 Ao eletrodo de grafite com a solução de fenolftaleína:

6.2.2 Ao eletrodo de grafite com a solução de amido:

7 Questionário

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, suas medidas e


observações feitas na aula prática e registradas no item 6 dos “Resultados”.

7.2 A nível de recordação da Aula Prática nº1, indique quais as reações


que ocorrem no ânodo e cátodo, os respectivos Potenciais Normal de Eletrodo,
Eo, a reação global que se desenvolve na Pilha de Daniell, bem como o Potencial
Elétrico da Pilha, ∆Eo.

7.3 Associe, então, a Pilha de Daniell a uma cuba eletrolítica constituída


por dois eletrodos de grafite e um tubo em “U”, faça um esboço da montagem
realizada indicando quais os eletrodos que funcionam como ânodo e cátodo,
tanto na Pilha de Daniell como na cuba eletrolítica.

7.4 Explique suas observações, justificando e comparando a Diferença de


Potencial Elétrico existente entre os eletrodos de grafite sem a cuba eletrolítica na
duas condições:

7.4.1 Sem a ponte salina (conforme observado no item 3.1.3 dos


“Procedimentos” e anotado no item 6.1.1 dos “Resultados”).

7.4.2 Com a ponte salina (conforme observado no item 3.2.1 dos


“Procedimentos” e anotado no item 6.1.3 dos “Resultados”).

7.5 Explique suas observações, justificando e comparando a Diferença de


Potencial Elétrico existente entre os eletrodos metálicos com a cuba eletrolítica
nas duas condições:

7.5.1 Com a ponte salina (conforme observado no item 3.3.1 dos


“Procedimentos” e anotado no item 6.1.5 dos “Resultados”).

74
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.5.2 Sem a ponte salina (conforme observado no item 3.3.2 dos


“Procedimentos” e anotado no item 6.1.6 dos “Resultados”).

7.6 Explique por que é praticamente igual a diferença de Potencial Elétrico


entre os eletrodos metálicos de cobre e zinco e os eletrodos de grafite
correspondentes, ou seja, qual a razão para que os Potenciais Elétricos para uma
mesma condição sejam tão semelhantes conforme observado nos itens 3.1.3 e
3.2.3 dos “Procedimentos” e anotados no item 6.1 dos “Resultados”.

7.7 Descreva o que foi observado junto ao eletrodo de grafite que


manifestou a ação da solução de fenolftaleína durante a realização da eletrólise
na solução de iodeto de potássio, conforme o item 3.4 dos “Procedimentos”,
observações registradas no item 6.2 dos “Resultados”. Explique os motivos de tal
comportamento e a função dessa solução indicadora.

7.8 Descreva o que foi observado junto ao eletrodo de grafite que


manifestou a ação da solução de amido, quando da realização da eletrólise na
solução de iodeto de potássio. Explique os motivos de tal comportamento e a
função dessa solução de amido.

7.9 Indique quais as reações de dissociação iônica que podem se


desenvolver na cuba eletrolítica contendo iodeto de potássio, antes da mesma
ser inserida no circuito.

7.10 Indique separadamente as reações de oxi-redução que devem ocorrer


na cuba eletrolítica em cada eletrodo de grafite pesquisando em livros de
eletroquímica os Potenciais Normal de Eletrodo correspondentes. Não deixe de
indicar a fonte pesquisada indicando o nome do autor, da obra, editora, local e
ano da publicação. Assim também represente a reação global da cuba eletrolítica
para que possibilitem as observações feitas durante a realização do item 3.4 dos
“Procedimentos” e relatadas no item 6.2 dos “Resultados”. O que representa a
soma algébrica dos Potenciais Normal de Eletrodo na composição da reação
global da cuba eletrolítica?

AULA PRÁTICA Nº 10

75
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

ESTUDO DE CINÉTICA QUÍMICA

1 Objetivo

O objetivo desta prática é a determinação de parâmetros de Cinética


Química tais como a Ordem de Reação e a Constante de Velocidade, por análise
colorimétrica através do emprego de um fotocolorímetro.

2 Fundamentos

A Cinética Química aplicada para uma reação do tipo:

xX + yY → PRODUTOS (2.1)

permite a determinação da velocidade de reação de um dos reagentes (X por


exemplo) por meio da expressão:

d[ X ]
vx = − = κ [ X ]α [Y ]β (2.2)
dt

onde α é a Ordem de Reação em relação ao reagente X (e não necessariamente


é o coeficiente estequiométrico x), β é a Ordem de Reação de Y (que também
pode não ser o coeficiente estequiométrico y); e κ é a chamada Constante de
Velocidade. Deste modo a Ordem de Reação global (n) corresponde a:

n = α + β (2.3)

Se a concentração inicial do reagente X for pequena em relação aos outros


reagentes, sua variação de concentração será maior do que a dos outros, e a
concentração destes pode ser considerada constante e com valor igual ao inicial.
Ou seja:
d[ X]
vx = − = κ'[ X]α (2.4)
dt
em que:

κ ' =κ [Y ] β (2.5)

Para uma reação química que apresenta um dos reagentes com cinética de
primeira ordem, (α = 1), pode-se integrar a equação (2.4) entre um tempo inicial,
(t = 0), onde [X] = [X]o , e um tempo genérico t, obtendo-se:

[X ] d[ X ] t [X ]
∫[ X ]o [X ]
= −∫ k ' dt = ln
0 [ X ]o
= −κ ' t (2.6)

Ou seja, se a reação química apresentar uma cinética de primeira ordem a


um dos reagentes (no presente caso o reagente X), uma curva do ln([x]/[x]0)

76
LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

versus t será uma linha reta, em que a sua inclinação fornecerá a Constante de
Velocidade.
Por outro lado, aplicando-se logaritmo para a equação (2.5) obtém-se:

lnκ' = lnκ + β ln[Y ] (2.7)

que dá uma linha reta num gráfico de ln κ‘ versus ln [Y] permitindo determinar-se
κ na ordenada à origem e β pela inclinação da curva.
Para reações químicas com reagentes que absorvem luz na faixa do visível,
é possível observar-se a variação de sua concentração em função da cor de suas
soluções. A variação da cor de um sistema, com a modificação da concentração
de um certo componente, constitui a base da análise colorimétrica.
A colorimetria visa, consequentemente, determinar a concentração de uma
substância pela medida da absorção relativa de luz, tomando como referência a
absorção da substância numa concentração de referência.
Na colorimetria visual usa-se em geral, como fonte de luz, uma fonte natural
ou artificial de luz branca. As determinações são feitas num instrumento simples,
denominado de colorímetro ou comparador de cores. Quando a vista é
substituída por uma célula fotoelétrica, o que elimina grande parte dos erros
devidos às características pessoais de cada observador, o instrumento é
denominado de colorímetro fotoelétrico.
A capacidade de absorção de luz para uma substância dissolvida num
determinado meio, propriedade denominada de Absorbância, A, é diretamente
proporcional à sua concentração numa solução:

A = a b [X] (2.8)

equação esta conhecida como a Lei de Beer-Lambert, em que a é a


Absortividade, b o Percurso Ótico e [X] a concentração molar. Assim, a
Absorbância é a quantidade de radiação eletromagnética absorvida por um
determinado número de partículas, n, dissolvidas na solução.
Existe também outra grandeza utilizada comumente em colorimetria,
chamada de Transmitância, T. Ela representa a quantidade de radiação
eletromagnética não absorvida pelas partículas dispersas, estando relacionada
com a Absorbância através das expressões:

 I n
ln T = ln  = − k = − A = − ab[ X ] (2.9)
 o
I S

sendo n o número de partículas em relação a uma área S e k uma constante de


proporcionalidade. Desse modo comparando-se as equações (2.8) e (2.9):

 T (%) 
ln T = ln  = −A (2.10)
 100 

A relação linear, dada pela equação (2.8), é válida para luz


aproximadamente monocromática e soluções diluídas, isto porque a Lei de Beer-
Lambert é uma lei limite que só é válida para a luz aproximadamente
monocromática e soluções diluídas. Mantendo-se constante os valores de a e b, é
possível consequentemente correlacionar-se A com [X].

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

Assim também, medindo-se a concentração molar [X] em função do tempo,


é possível relacionar-se a Absorbância A com o tempo t e desse modo estudar-se
a cinética de uma reação química, determinando-se parâmetros fundamentais de
Cinética Química como a Ordem de Reação e a Constante de Velocidade.

3 Procedimentos

3.1 Inicialmente vai-se verificar a validade da Lei de Beer-Lambert, ou


seja, se a Absorbância é realmente proporcional a concentração molar da
solução em estudo. Neste sentido:

3.1.1 Prepare quatro soluções aquosas do corante cristal violeta,


C25H30CIN3, o qual apresenta Massa Molar de 409,99 g/mol. Empregando uma pêra
de sucção e uma pipeta graduada de 5 mL, coloque uma solução deste corante
com uma concentração de 0,6 g/L numa proveta de 50 mL e, utilizando-se de
outra pêra de sucção e uma pipeta graduada de 1 mL, transfira para quatro
diferentes balões volumétricos de 100 mL, os volumes correspondentes a 4,0 mL,
6,0 mL, 8,0 mL e 10,0 mL da solução contida na proveta, completando os
respectivos balões com água destilada até a marca de 100 mL. Denote em cada
balão a concentração, a qual pode ser em Porcentagem Volumétrica, isto é, o
número de mL da solução “mãe” (0,6 g/L) em relação aos 100 mL do balão.

3.1.2 Empregando um termômetro -10/100ºC, registre a temperatura de


cada uma das soluções no item 6.1 dos “Resultados” e tire em seguida a média
aritmética das determinações.

3.1.3 Para uma melhor determinação fotocolorimétrica, deve-se na


maioria dos casos procurar um comprimento de onda que proporcione a maior
variação da Absorbância, para uma dada concentração. Em conseqüência pode-
se conhecer o comprimento de onda que apresenta uma maior região linear entre
a Absorbância e a concentração por meio de sucessivas medidas no
fotocolorímetro em intervalos de comprimento de onda, em nanometro, nm, de 10
nm em 10 nm, por exemplo, com as Absorbâncias correspondentes. Pode-se
então traçar uma curva e escolher o comprimento de onda que produziu a maior
Absorbância. No presente caso, tal atividade já foi realizada e o comprimento de
onda de 580 nm corresponde aquele que produz a maior Absorbância. Assim,
ajuste o fotocolorímetro para esse comprimento de onda de 580 nm, anote, então,
na tabela do item 6.2 os valores das Absorbâncias obtidas para cada solução. Ao
realizar uma seqüência de medidas desse tipo, deve-se sempre ter o cuidado da
realização de um “branco” entre uma solução e outra, ou seja, entre a medida da
Absorbância de uma solução e outra alterne uma cubeta com água destilada e
zere a Absorbância (o que corresponde evidentemente a se ter 100% de
Transmitância).

3.1.4 Após as medições, transfira todas as soluções restantes nos


balões e pipetas para um frasco de descarte para soluções colocado na capela.

3.2 Promova duas reações químicas entre o cristal violeta (aqui denotado
por X) e hidróxido de sódio (NaOH, indicado por Y) em duas diferentes condições
de concentração, e de tal modo que o segundo composto, o hidróxido de sódio,
fique em excesso em ambas as situações. Neste sentido vai-se preparar duas

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

soluções de cristal violeta com a mesma concentração, as quais reagirão


separadamente com duas concentrações diferentes de hidróxido de sódio, uma
com o dobro da concentração da outra.

3.2.1 Empregando a proveta de 50 mL contendo a solução original de


cristal violeta (0,6g/L), transfira para um balão volumétrico de 100 mL, utilizando-
se de uma pêra de sucção e uma pipeta graduada de 1 mL, o volume de 7,0 mL
da solução original de cristal violeta, completando com água destilada até a
marca do balão. Numa proveta de 100 mL, diluir 8,0 mL de uma solução de
hidróxido de sódio, NaOH, 0,1 M ao volume final de 100 mL.

3.2.2 Essas soluções deverão ser misturadas rapidamente num


erlenmeyer de 250 mL, iniciando a contagem dos tempos. Realize 5 leituras de
Absorbância com intervalos de 3 minutos, e registre-as na tabela do item 6.3 dos
“Resultados” para a Primeira Reação. Mantenha o tubo do colorímetro (cubeta)
fechado para evitar a ação do gás carbônico do ar, e retire o tubo do
fotocolorímetro durante o intervalo entre as leituras para evitar aquecimento da
solução e consequentemente mudança da velocidade de reação. Não deixe de
fazer o “branco” entre uma determinação e outra.

3.2.3 Realize uma segunda avaliação de tempos, desta feita


transferindo novamente 7,0 mL da solução original de cristal violeta (0,6g/L) da
proveta de 50 mL para um balão volumétrico de 100 mL, completando com água
destilada até o volume final no balão de 100 mL. Numa proveta de 100 mL transfira
16,0 mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 M e a dilua para 100 mL finais. Zerar
o cronômetro e iniciar a contagem dos tempos ao misturar as duas soluções num
erlenmeyer de 250 mL, repetindo o procedimento do item anterior e registrando as
Absorbâncias na tabela do item 6.3 dos “Resultados” na coluna da Segunda
Reação.

3.2.4 Após as medições das Absorbâncias nas duas reações químicas,


transfira todas as soluções restantes para um frasco de descarte para soluções
colocado na capela.

4 Aparelhagem

4.1 Termômetro -10/100ºC 1

4.2 Pipeta graduada de 5 mL 1

4.3 Proveta de 50 mL 1

4.4 Proveta de 100 mL 2

4.5 Balão volumétrico de 100 mL 6

4.6 Erlenmeyer de 250 mL 2

4.7 Frasco de descarte para soluções 1

4.8 Pêra de sucção 1

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

4.9 Cronômetro 1

4.10 Erlenemeyer de 1000 mL para descarte de soluções (uso geral) 1

4.11 Fotocolorímetro (uso geral)


1

5 Reagentes

5.1 Solução de hidróxido de sódio, NaOH, 0,1 M 10 mL

5.2 Solução de cristal violeta, C25H30CIN3, 0,6 g/L 10 mL

6 Resultados

6.1 Determinação da temperatura:

Soluções (%) 4,0 6,0 8,0 10,0 Média

Temperatura (ºC)

6.2 Determinação das Absorbâncias de cada solução:

Soluções (%) 4,0 6,0 8,0 10,0

Absorbância, A

6.3 Determinação das Absorbâncias em função do tempo de reação e das


concentrações dos reagentes nas duas reações químicas:

Tempo de reação Absorbância, A Absorbância, A

(min) Primeira Reação Segunda Reação

12

15

7 Questionário

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.1 Apresente, preferencialmente na forma de uma tabela, suas


observações realizadas durante a primeira parte da prática, no item 3.1 dos
“Procedimentos”, e relatadas nos itens 6.1 e 6.2 dos “Resultados”, quando do
levantamento das Absorbâncias em função da concentração.

7.2 Para o olho humano médio, a faixa de radiações que produz sensação
de luz e cor está compreendida entre os comprimentos de onda de 400 a 700 nm.
Radiações imediatamente abaixo de 400 nm, ou seja, na faixa de radiação
ultravioleta, não produzem a reação do olho humano, assim também radiações
com comprimentos de onda acima de 700 nm, zona de radiação infravermelha.
Em vista disso:

7.2.1 Qual o equacionamento que permite a conversão de energia em


comprimento de onda de uma radiação luminosa, e vice-versa? Identifique o livro
de Física ou Química que você utilizou. Não esqueça de mencionar as unidades,
nos sistemas de unidades usuais e nas unidades do Sistema Internacional (SI).

7.2.2 Quando se trata de indicar a energia de radiações, a unidade


mais usual não é a do SI, o joule, J, mas sim o eletron-volt, eV. Defina-o e
apresente qual o intervalo de energia em eV do espectro visível.

7.2.3 Descreva as principais cores do espectro visível em termos de


energia (em J) e comprimento de onda (em nm) de uma radiação emitida, bem
como em relação a cor absorvida por uma solução.

7.3 Verifique se o espectro de absorção de luz da solução de cristal


violeta, apresentado na figura 3.1, está coerente com sua resposta do item 7.2
anterior. Justifique suas observações analisando de uma maneira geral por que
uma solução pode apresentar coloração. Depois, tente pesquisar em livros de
Química (não deixe de identificar a fonte consultada) qual a estrutura molecular
do corante cristal violeta. Então, de forma específica e à luz de sua estrutura
molecular, por que o cristal violeta possui o referido espectro de absorção?

7.4 Na temperatura média das soluções de cristal violeta em água


(calculada pelos resultados contidos no item 6.1) foi escolhido um determinado
comprimento de onda em que se obteve a maior Absorbância na faixa do
espectro visível. Em seguida, neste comprimento de onda levantou-se uma
espécie de curva de calibração para o experimento de determinação dos
parâmetros de Cinética Química, ou seja, procedeu-se um estudo da variação da
Absorbância de uma solução colorida de cristal violeta em função de sua
concentração. Com os valores obtidos no item 6.2.2 dos “Resultados” construa
esta curva. Para tanto determine a concentração de cada solução de cristal
violeta (identificada durante a prática por Porcentagem Volumétrica da solução
0,6 g/L de cristal violeta para 100 mL de solução) em g/L e em molaridade, isto é,
mol/L. Explicite seus cálculos e com os resultados preencha uma tabela do tipo:

Solução (%) 4,0 6,0 8,0 10,0


Concentração (g/L)
Molaridade, [X] (µ M)

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

sem deixar de observar as unidades, onde 1 µ M representa 10-6 mol contidos em


um litro de solução).

7.5 Com as concentrações molares (µ M) de cada solução, ajuste uma


curva Absorbância, A, versus Molaridade, ([X] em µ M), que segundo a equação
(2.8) dos “Fundamentos” representa uma linha reta se a lei de Beer-Lambert for
satisfeita. Faça um esboço da reta e anexe o gráfico a este relatório.

7.6 Observe que tanto na Primeira como na Segunda Reações realizadas


entre a solução de cristal violeta e o hidróxido de sódio, a concentração de cristal
violeta foi a mesma. Assim, determine a concentração de partida da solução de
cristal violeta para as duas reações de estudo de Cinética Química, obtidas pela
diluição de 0,7 mL de solução a 0,6 g/L de cristal violeta para 100 mL de solução.
Esta concentração, (em µ M), deve ser denotada por [X]o, uma vez que
corresponde a concentração do reagente X no início da contagem dos tempos.
Com o valor obtido para a concentração inicial do reagente X no início da
contagem dos tempos, [X]o, posicione-o na reta da lei de Beer-Lambert,
determinada no item 7.5 anterior e indique qual a Absorbância correspondente,
ou seja, Ao.

7.7 A partir dos dados obtidos nas duas reações químicas entre as
soluções de cristal violeta e de hidróxido de sódio, é possível, então, realizar-se
um estudo dos principais parâmetros de Cinética Química. Neste sentido com as
Absorbâncias registradas de 3 em 3 minutos durante a Primeira Reação,
determine a relação [X]/[X]o, o logaritmo neperiano desta relação, ln {[X]/[X]o}, e
após os cálculos complete uma tabela do tipo:

Tempo (min) Absorbância, A [X]/[X]o = A/Ao ln {[X]/[X]o} = ln A/Ao

Construa, em seguida, um gráfico de ln{[X]/[X]0} versus t e determine a


constante de velocidade κ‘ para a Primeira Reação, conforme a equação (2.6)
dos “Fundamentos”. Indique o valor obtido graficamente, através da inclinação da
reta obtida. Anexe o gráfico a este relatório.

7.8 Com as Absorbâncias registradas de 3 em 3 minutos durante a


Segunda Reação, determine a relação [X]/[X]o, o logaritmo neperiano desta
relação, ln {[X]/[X]o}, e após os cálculos complete uma tabela, tal como:

Tempo (min) Absorbância, A [X]/[X]o = A/Ao ln {[X]/[X]o} = ln A/Ao

e construa um gráfico de ln{[X]/[X]0} versus t, determinando a constante de


velocidade κ‘ para a Segunda Reação, conforme a equação (2.6) dos
“Fundamentos”. Indique o valor obtido graficamente, através da inclinação da reta
obtida. Construa um outro gráfico ou utilize o mesmo da Primeira Reação, tendo
o cuidado de identificar as duas condições.

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LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA – AULAS PRÁTICAS

7.9 Conhecendo-se a constante de velocidade κ‘ para as duas reações, ou


seja, para duas concentrações diferentes de hidróxido de sódio, [Y], conforme a
equação (2.5) dos “Fundamentos”, pode-se determinar a constante de velocidade
κ, bem como a ordem de reação β. Desse modo, determine a concentração inicial
da solução de hidróxido de sódio 0,1 M nas duas reações com o cristal violeta.
Com os valores da constante de equilíbrio determinadas anteriormente, complete
uma tabela do tipo:

Reação κ‘ ln κ‘ [Y] (em m M) ln [Y]


Primeira
Segunda

atentando para as unidades da molaridade, onde m M representa 10-3 mol em um


litro de solução. Posicione, então, num gráfico o ln κ‘ versus ln [Y], de tal forma
que através da ordenada a origem determina-se o valor da constante de
velocidade κ, e pela inclinação da tangente a ordem de reação β. Indique os
cálculos neste sentido.

7.10 Verifique, finalmente, se a reação estudada é de primeira ordem em


relação ao componente X. Complemente seu estudo indicando qual a ordem de
reação para cada reagente, bem como indique a ordem de reação global,
conforme a equação (2.3) dos “Fundamentos”.

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