ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO JUDICIARIO:

DISPUTA DE GUARDA

Andressa Desire Gomes de Oliveira

Resumo: O presente trabalho visa compreender como é feita a avaliação psicológica em casos
de disputa de guarda, através da literatura e entrevistas semi dirigidas. Buscou mostrar como o
psicólogo jurídico auxilia na decisão de casos referente à disputa de guarda dos filhos. Os
casos que envolvem a disputa dos filhos são conduzidos pela Vara da Infância e da Juventude
e da Vara de Família e Sucessões. Na psicologia Judiciária, o profissional psicólogo
desempenha a função principal de auxiliar o Juiz, isto é, de assessorar para a tomada de
decisões jurídicas, por meio dos estudos psicológicos de casos. Tais estudos implicam a
realização de avaliações psicológicas no contexto institucional, envolvendo as pessoas
implicadas como partes do processo judicial. Nas disputas de guarda são importantes
principalmente, analisar os aspectos psíquicos que envolvem a criança, os requerentes da
guarda e o vínculo existente entre eles. Pois no processo de guarda o que realmente importa é
o maior interesse da criança e o seu bem estar. A guarda por sua vez é um instituto legal
previsto nos artigos 1.583 e seguintes do Código Civil e, nos artigos 33 e seguintes do Estatuto
da Criança e do Adolescente. A guarda então é dar a responsabilidade do cumprimento dos
direitos e deveres da criança e do adolescente, ao guardião, para que o mesmo venha a
proteger e oferecer suprimentos que o menor venha a necessitar para seu desenvolvimento
saudável.

Palavras-chave: Disputa de guarda, guarda compartilhada, avaliação psicológica, alienação parental

Os casos que envolvem a disputa de do Estatuto da Criança e do Adolescente. A

guarda dos filhos são conduzidos pela Vara
da Infância e da Juventude e da Vara de
Família e Sucessões.
A intervenção do psicólogo em casos
jurídicos é avaliada por regras jurídicas e
dentro de um contexto institucional em que o
objetivo é fornecer auxilio para tomada de
decisões das autoridades judicial. Na
psicologia Judiciária, o profissional psicólogo
desempenha a função principal de auxiliar o
Juiz, isto é, de assessorar para a tomada de
decisões jurídicas, por meio dos estudos
psicológicos de casos. Tais estudos implicam
a realização de avaliações psicológicas no
contexto institucional, envolvendo as pessoas
implicadas como partes do processo judicial
Nas disputas de guarda é importante
analisar os aspectos psíquicos que envolvem
a criança, os requerentes da guarda e o
vínculo existente entre eles, pois no processo
de guarda o que realmente importa é o maior
interesse da criança e o seu bem estar,
devido a isso a importância de investigar todo
seu âmbito familiar.
A guarda por sua vez é um instituto
legal previsto nos artigos 1.583 e seguintes
do Código Civil e, nos artigos 33 e seguintes
guarda então é dar a responsabilidade do
cumprimento dos direitos e deveres da
criança e do adolescente, ao guardião, para
que o mesmo venha a proteger e oferecer
suprimentos que o menor venha a necessitar
para seu desenvolvimento saudável.
O psicólogo quando atuante em
disputa de guarda deve saber identificar as
características que possam estar
evidenciando uma Síndrome de Alienação
Parental e assim buscar intervir para
amenizar as consequências que a mesma
pode trazer. A Alienação Parental acontece
quando um dos pais ou responsável coloca
para a criança uma idéia ruim e negativa
sobre seu ex-cônjuge, para que com isso
possa se favorecer na disputa judicial ou
atingir o outro.
Os profissionais da psicologia em
casos de disputa de guarda procedem ao
trabalho da seguinte forma: entrevistas com
os pais, entrevista com a criança de forma
lúdica quando muito nova, observação pais e
filho, aplicação de teste psicológico com os
pais, historia da criança por meio de uma
entrevista psicológica, contato com a escola e
médicos, contato com os parentes e outras
pessoas próximas a criança, visita domiciliar.
Com esse artigo busquei compreender
como é feita a avaliação psicológica em
casos de disputa de guarda. Entender como
é o processo de avaliação realizado pelo
psicólogo jurídico e compreender quais os
critérios utilizados pelo psicólogo para
subsidiar o juiz no momento da determinação
da guarda.
A atuação do psicólogo no judiciário
A entrada do psicólogo nos casos de
famílias se deu a partir dos moldes das
pericias psiquiátricas. O profissional de saúde
mental é indicado pelo juiz para assumir o
cargo de perito onde irá investigar e analisar
o caso para compor na decisão do juiz.
(SHINE 2003)
O psicólogo deve se atentar a quatro
perguntas básicas para iniciar seu
envolvimento no caso, como: “Quem?” Saber
quem solicita o trabalho e qual é o papel de
cada um dos envolvidos; “ O quê?” Identificar
sobre o que o serviço solicitado se refere e
qual a expectativa do demandante em
relação ao trabalho que está sendo solicitado;
“Por quê?” Conhecer as justificativas e as
razões pelas quais se solicita o trabalho;
“Para quê?” Saber qual é a finalidade
pretendida com o trabalho.
Quanto a avaliação para determinação
de guarda em Vara de Família se atenta para
outras quatro perguntas, sendo elas:
“Como?” Esclarecer o que se pretende fazer
para atingir o objetivo requerido; “ Quando?”
Ter claro qual é o limite de tempo para
realizar o trabalho e como ele será distribuído
neste tempo; “Onde?” Informar o local em
que se realizará tal atividade para auxiliar no
tempo da mesma; “Quanto?” Saber qual será
a retribuição financeira. (SHINE 2003)
Deve-se iniciar o trabalho do psicólogo
jurídico com o enquadre, onde ira ocorrer o
esclarecimento dos papéis profissionais.
Assim sendo, o enquadramento levariam em
conta certos elementos como: Atitude clínica
que consiste em permitir uma identificação
com os acontecimentos; Esclarecimento da
função do psicólogo, estabelecendo lugares
onde se realizarão as entrevistas com as
partes; Horário e duração do processo, o
tempo do trabalho, os honorários, condições
do trabalho; Investir em esclarecimento e
informações onde serão observados os
elementos iniciais (a investigação é parte
fundamental desse trabalho); Esclarecimento
sobre a informação dos resultados, bem
como a quem são dirigidos.
O enquadre jurídico, são definidos de
forma mais estreita do que conhecido pela
clinica, pois, é uma investigação com tempo
determinado para se coletar informações. A
avaliação forense não se restringe ao
examinando apenas, mas envolve todos os
contextos familiares e profissionais de
referência da família como médicos,
professores, etc.
A avaliação judicial é feita sob a
demanda do juiz ou do advogado para auxilio
na determinação ou conclusão do caso.
Disputa de guarda
Nos casos de disputas de guarda
são envolvidos: partes (pais ou
responsáveis), juízes, representantes do
Ministério Público, advogados como também
a integração interdisciplinar que envolve
também: assistentes sociais, psicólogos,
psiquiatras dentre outros da área medica
como neurologistas. (GUIMARAES;
GUIMARAES 2003)
Quando vai se decidir questões de
guarda, a principio deve-se dar
principalmente o interesse da criança, junto
também analisar o ambiente que for melhor
para seu desenvolvimento saudável que
venha proporcionar tranquilidade e que
consiga suprir suas necessidades.
Muitas vezes na disputa de guarda
os pais esquecem-se de privilegiar os
interesses e necessidades da criança o que
leva a um foco maior na briga e não na
criança, o que acaba sendo comparadas a
um simples objeto, como se fosse um bem
material que será disputado entre o casal.
Nas disputas de guarda é
importante principalmente, analisar os
aspectos psíquicos que envolvem a criança,
os requerentes da guarda e o vínculo
existente entre eles. Pois no processo de
guarda o que realmente importa é o maior
interesse da criança e o seu bem estar.
O que é guarda

Guarda é um instituto legal previsto nos
artigos 1.583 e seguintes do Código Civil e,
nos artigos 33 e seguintes do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Segundo BELLO (2012):
A expressão guarda deriva do alemão
wargem, do inglês warden e do
francês garde, podendo ser
interpretado de uma forma genérica
para expressar vigilância, proteção,
segurança, um direito-dever que os
pais ou um dos pais estão incumbidos
de exercer em favor de seus filhos.
A guarda então é dar a
responsabilidade do cumprimento dos direitos
e deveres da criança e do adolescente, ao
guardião, para que o mesmo venha a
proteger e oferecer suprimentos que o menor
venha a necessitar para seu desenvolvimento
saudável.
Segundo BELLO (2012):
A separação de um casal não retira de
nenhum dos genitores o dever de
cuidado, assistência e proteção aos
filhos enquanto não atingirem a
maioridade civil (art. 1.632 Código
Civil). O fim do casamento ou da união
estável não deve comprometer a
continuidade dos vínculos parentais,
porquanto o exercício do Poder
Familiar não deixa de existir com a
separação.
Importante mencionar que os
vínculos parentais são imprescindíveis para o
desenvolvimento saudável da criança,
contudo quando ocorre à separação dos
genitores, cabe a eles estabelecerem junto à
autoridade judicial o melhor para a
continuidade dos vínculos familiares por meio
da escolha da guarda.
A determinação da guarda visará
em uma investigação daquele que melhor
oferecer um ambiente saudável e estável
para a criança junto à proteção e cuidados
essenciais para seu desenvolvimento,
incluindo sem exceção a participação do ex-
companheiro na vida da criança mesmo não
havendo mais laço afetivo entre os genitores.
Tipos de guarda
No artigo 1.632 do Código Civil Brasileiro
apresenta que não há qualquer alteração na
relação entre pais e filhos quando ocorre a
separação conjugal:
Art. 1.632. A separação judicial, o
divórcio e a dissolução da união
estável não alteram as relações entre
pais e filhos senão quanto ao direito,
que aos primeiros cabe, de terem em
sua companhia os segundos. (BRASIL
2008 pg. 351)
Há vários tipos de guarda que
podem ser considerados: guarda única,
quando um dos pais recebe a guarda dos
filhos; guarda parcial, quando ambos os pais
ficam com a guarda, ficando cada um em
uma parte do ano com a criança; guarda
dividida, quando o pai fica com um filho e a
mãe com o outro; guarda compartilhada,
quando ambos os pais tem a guarda e atuam
com as responsabilidades perante a criança
de forma igual; guarda alternada, quando é
alternado os períodos que cada um dos
genitores terá para ser guardião da criança,
podendo ser por anual, semestral, mensal;
guarda legal, quando o guardião é o único
que tem o direito de tomar decisões sobre a
criança; guarda unilateral, é atribuída para
aquele que melhores condições terá para
cuidar e oferecer atenção para a criança.
(LAGO 2008)
Após a sanção da Lei 11.698/2008,
somente dois tipos de guarda permanecem
no ordenamento, a unilateral e a
compartilhada, em virtude do vínculo
matrimonial ou união estável, ou pela
maternidade e paternidade.
Alienação parental
O psicólogo em casos de disputa de guarda
Como é feita a Avaliação psicológica