Segundo o professor, Tomaz Tadeu da Silva, Ph. D. pela Stanford University e docente do
Programa em Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, a palavra gênero até os anos trinta somente, era utilizada para designar as
diferenças entre homens e mulheres. Começou a ser usada pela primeira vez, com o
sentido atual, pelo psicólogo John Money, em 1955, num artigo publicado no Bulletin of
the Johns Hopkins Hospital titulado “Hermaphroditism, gender and precocity in
hyperadrenocorticism: Psychologic findings”.
Para ele, gênero é o conjunto de “todas aquelas coisas que uma pessoa diz ou faz
divulgar a respeito dele como tendo o status do menino ou o homem, ou de menina
ou mulher”.
E em “Gay, straight, and in-between: The sexology of erotic orientation”, especificou que
“gênero” é um conceito que, define o ser a partir de categorias como macho/fêmea ou
intersexo, masculino/feminino ou andrógino, bissexual ou monossexual (e neste,
heterossexual ou homossexual), abrangendo um conceito pessoal, social e legal.
Money propõe três elementos que integrariam o conceito gênero: sexo biológico,
identidade de gênero e orientação sexual. Separados e subordinadas. Sem vínculo
orgânico.
“O gênero é uma construção cultural; por conseguinte, não é nem resultado causal do
sexo nem é tão aparentemente fixo como o sexo [...]. Teorizando que o gênero é uma
construção radicalmente independente do sexo, o próprio gênero torna-se um artifício
livre de vínculos; consequentemente, homem e masculino poderão ser referidos tanto a
um corpo feminino como a um masculino; mulher e feminino, seja a um corpo
masculino, seja a um feminino”.
Usar, portanto, o termo gênero - ainda na expressão “igualdade de gênero, que as vezes
se usa como equivalente - pensando que só se limitará a referir-se a direitos iguais para
homens e mulheres é ingênuo, e desconsidera a vasta produção acadêmica que assume
os contornos ideológicos aqui indicados.
rede.estadual.mg@gmail.com