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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista?

 ­ Jorge Luiz Souto Maior

JORGE LUIZ SOUTO MAIOR
(/)

BLOG

A quem interessa essa “reforma” trabalhista?
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1/5/2017
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Centro de São Paulo/SP - 15h30 - Greve geral de 28/04/17 - Foto: Jorge Luiz Souto Maior

                                                                                                                 Jorge Luiz Souto Maior
 
                                                                                                        “...ando mesmo descontente
                                                                                Desesperadamente, eu grito em português”
                                                                                                                    (Belchior, 1946­2017) 
 
I­ O falso debate; II­  O  histórico  da  “reforma”;  III­  As  falácias  e  os  atentados  dos  pilares  da  “reforma”:  1.  O
negociado  sobre  o  legislado;  2.  Afastamento  da  Justiça  do  Trabalho;  3.  Individualismo;  4.  Política  de
subempregos;  5.  Solidariedade  sem  participação  do  capital;  6.  Criação  de  fetiches;  IV­  O  conteúdo  da

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

“reforma”: 1. O que a “reforma” faz: a) no Direito Material; b) no Direito Processual; 2. O que a “reforma” não
faz: a) no Direito Material; b) no Direito Processual; V­ Outra reforma é possível? VI­ Conclusão 

I­ O falso debate

Muito  se  tem  falado  sobre  a  “reforma”  trabalhista.  Tenta­se  difundir  a  ideia  de  que  quem  é  a  favor  da  reforma  é
moderno e de que quem é contra é retrógado, apegado ao passado, burocrata etc. Diz, ainda, que aqueles que estão
a favor são ponderados e razoáveis e os que são contra seriam radicais e ideológicos.

É  bastante  difícil  enfrentar  todos  esses  estereótipos  e  às  vezes  se  tem  a  impressão  que  o  melhor  mesmo  é  não  se
manifestar. “Deixa rolar”, como se diz... 

O problema é que está em jogo o futuro do país e, apesar de todos os incômodos, não dá para ficar calado.

De  fato,  não  se  trata  de  mera  reforma  trabalhista  e  sim  de  uma  reformulação  profunda  no  modo  de  ser  social,  que
passa pela destruição das bases jurídicas do Estado de Direito brasileiro.

Difundi­se a ideia de que se está falando da alteração de uma legislação da década de 40, que estaria caduca, mas
sabendo­se,  como  todos  devem  saber,  que  as  leis  do  país  estão  regidas  pela  Constituição  Federal,  o  que  se  está
pondo  em  questão,  portanto,  no  plano  jurídico  preciso,  é  a  própria  eficácia  da  Constituição  de  88,  que,  ademais,
relacionou expressamente os direitos dos trabalhadores, assim como lhes atribuiu a posição de direitos fundamentais.

A argumentação em torno da idade que se apresenta a respeito da CLT perde total sentido quando se lembra que dos
921  artigos  da  CLT  de  1943,  apenas  188  continuam  vigentes  até  hoje  e  praticamente  nenhum  destes  fixa,  digamos
assim,  custos  aos  empregadores.  Do  ponto  de  vista  legislativo,  o  que  rege  as  relações  de  trabalho  no  Brasil,  em
consonância  com  a  Constituição,  é  uma  série  de  leis  esparsas,  editadas  em  grande  número  do  ano  de  1964  em
diante,  tendo  sido  a  maioria,  inclusive,  na  direção  da  dita  “flexibilização”,  tanto  que  o  teor  do  PL  6787/16,  que  visa,
segundo se diz, “modernizar a legislação do trabalho”, alterando mais de 200 dispositivos da CLT, toca apenas em 7
artigos da CLT que estavam vigentes em 1943; e mesmo assim não os revoga por inteiro. 

Além disso, a pretendida reforma busca incentivar a livre negociação coletiva e isso é, precisamente, o que já existia
no Brasil antes do Decreto 19.770, de 31 de março de 1931.

Além  disso,  a  dita  reforma  “modernizadora”  procura  ampliar  as  possibilidades  da  liberdade  contratual  individual,  mas
com essa iniciativa apenas se retomam os padrões jurídicos da locação de serviços, tal qual prevista no Brasil desde
1830, com as alterações sofridas em 1837, 1850, 1879 e 1916.

A  questão  temporal,  portanto,  é  apenas  uma  máscara,  assim  como  a  tentativa  de  transpor  a  questão  para  o  campo
ideológico, como se o debate a respeito fosse mera diferença de visão de mundo, ou seja, fruto de posicionamentos
ideológicos  distintos,  isto  porque  se  os  direitos  civis  e  políticos,  incluindo  a  liberdade,  foram  consagrados  no
capitalismo,  em  1789,  os  Direitos  Humanos,  de  índole  social,  também  foram  enunciados  dentro  do  mesmo  modelo,

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por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.

Saindo  dos  estereótipos  e  dos  argumentos  prontos,  torna­se  possível  perceber  que  a  proposta  de  reforma,
apresentada no último dia 12 de abril, busca uma reconstrução dos destinos da sociedade brasileira e o faz, segundo
procurarei  demonstrar,  em  conformidade  com  os  interesses  exclusivos  do  setor  econômico  (que  são  legítimos,  mas
não são os únicos) e isso – para além dos desejos individuais, ou seja, do que cada um possa considerar que seria o
melhor para o país – contraria o pacto firmado na Constituinte de 1987, sendo que o pior de tudo são as estratégias
políticas que se têm utilizado para chegar a esse resultado, fazendo com que não estejam em risco apenas os direitos
dos  trabalhadores,  mas  a  democracia  e  o  Estado  de  Direito  nacionais,  repercutindo,  pois,  no  cotidiano  de  todos,
independentemente de seus crédulos ou ideologias, mas, claro, mais diretamente, e no sentido negativo, na vida dos
trabalhadores.

II­ O histórico da “reforma”

Desde  o  início  de  dezembro  de  2014  manifestações  se  organizam  contra  o  governo  e  já  naquele  instante  era
possível  perceber  que  a  tentativa  de  fragilização  do  governo  –  que  era  como  o  setor  econômico  vislumbrava  a
mobilização  –  estava  ligada  ao  propósito  de  direcioná­lo  à  realização,  em  seu  proveito,  de  alterações  na  legislação
social, sobretudo no que se refere à ampliação da terceirização[i].

Foi assim que o governo, em 30/12/14, editou as MPs 664 e 665 e, em 06/07/15, a MP 680 (Programa de Proteção ao
Emprego),  valendo  lembrar  que,  bem  antes  disso,  em  maio  de  2014,  já  havia  dado  indicativos  nesta  direção  com  a
edição do Decreto n. 8.243, que instituiu a Política Nacional de Participação Social — PNPS. Essa normativa previa a
criação de um Sistema Único do Trabalho — SUT, pelo qual, de forma bastante sutil, se retomava a ideia, embutida
na antiga Emenda n. 3, de março de 2007, de negar o caráter de indisponibilidade da legislação trabalhista[ii].

De  março  de  2015  em  diante,  a  demanda  por  um  impeachment   da  Presidenta  Dilma  só  aumentou,  favorecendo  a
ampliação  da  reivindicação  patronal.  Por  outro  lado,  também  aumentava  a  pressão  da  classe  trabalhadora  sobre  o
governo,  cobrando  deste  o  respeito  ao  compromisso,  feito  na  campanha  eleitoral,  de  que  não  mexeria  em  direitos
trabalhistas nem que a vaca tossisse.

No  curso  desse  impasse,  o  PMDB,  ainda  compondo  o  governo,  em  29/10/15,  anuncia  o  seu  programa  “Uma  Ponte
para  o  Futuro”,  que  previa  a  realização  de  “reformas  estruturais”  necessárias  para  alavancar  a  economia,  falando,
inclusive, de alterações nas leis e na Constituição, cujas “disfuncionalidades” deveriam ser corrigidas.

E  cumpre  observar  que,  embora  fizesse  esse  indicativo  das  “reformas”,  o  programa  não  trazia  um  projeto  completo  e
claro  a  respeito,  fazendo  menção  expressa  apenas,  na  área  previdenciária,  à  elevação  da  idade  mínima  para  a
aposentadoria, e, na questão trabalhista, a uma atuação para “permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre
as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos”[iii].

Em  concreto,  o  PMDB  não  tinha  um  projeto  de  reforma  trabalhista.  E  muito  menos  o  tinha  o  Vice­Presidente  da
República, Michel Temer. O indicativo a respeito foi apenas de ordem política. 

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De  todo  modo,  esse  indicativo  foi  o  impulso  que  faltava  para  a  abertura  do  processo  de  impeachment ,  que  aparece,
também, como solução do impasse.

Assim, após Eduardo Cunha acolher, em 02/12/15, o pedido de  impeachment , que começa a tramitar na Câmara em


04/12/15[iv], o setor empresarial passa a se manifestar expressamente a favor do afastamento da Presidente, tendo a
percepção de que, diante da potencial fragilização das instituições democráticas (o que já vinha se manifestando, vale
lembrar,  em  fórmulas  explícitas  de  Estado  de  exceção,  desde  2013),  se  teria  a  oportunidade  para  concretizar  um
desejo  manifestado  desde  1989,  qual  seja,  o  destruir  o  projeto  de  Estado  Social  fixado  na  Constituição  de  1988,
notadamente nos aspectos da posição de direitos fundamentais que foi conferida aos direitos dos trabalhadores e da
relevância  dada  à  Justiça  do  Trabalho,  sobretudo  após  a  EC45/04,  quando  sua  competência  jurisdicional  foi
ampliada[v].

A  FIESP  e  a  CIESP  só  se  manifestaram,  expressamente,  a  favor  do  impeachment   em  14/12/2015[vi];  a  CNA,  em
06/04/2016; a CNI e a CNT, em 14/04/2016, ou seja, três dias antes da votação na Câmara, que se deu em 17/04/16;
e a FEBRABAN não se pronunciou a respeito (o que não significa que estive contra, por certo).

Um dia antes da votação na Câmara, como forma de justificar o  impeachment , já vislumbrado como essencial para a


“recuperação  da  economia”,  o  Presidente  da  FIESP,  Paulo  Skaf,  em  entrevista  concedida  ao  jornal  O  Estado  de  S.
Paulo, publicada na edição de 16/04/16[vii], anunciou:

“Com  a  retomada  da  confiança  [leia­se:  com  o  impeachment  de  Dilma  e  um  governo  Temer],  a  economia  retomará  o
crescimento, e não demorará muito. É necessário que se dê um crédito para o presidente que assuma. (...) Não tinha
como resolver a economia sem mudar o governo.”

E  o  Presidente  da  CNA  (Confederação  Nacional  da  Agricultura  e  da  Pecuária),  João  Martins,  no  mesmo  dia,
discursando para Deputados da bancada ruralista, disse:

“A dura realidade é que o atual governo optou pelo caminho errado ao adotar medidas que afetaram a estabilidade da
economia e provocaram o crescimento do desemprego (...) o fechamento de 100 mil estabelecimentos comerciais em
todo país, gerando 10 milhões de desempregados e com o governo perdendo toda credibilidade junto à população e à
comunidade  financeira  internacional  (...).  Mudar  o  país,  reconstruir  a  economia,  fazer  as  reformas  estruturais,  por
exemplo,  da  previdência  social  e  da  legislação  trabalhista,  são  tarefas  complexas  a  serem  executadas  a  partir  da
aprovação do impeachment.”

Um mês depois da posse nenhuma providência do governo foi tomada no sentido de alguma reforma trabalhista. E o
próprio  PL  4.330/04  –  da  terceirização,  que  era  uma  grande  aposta  empresarial  e  já  havia  sido  aprovado  na  Câmara
em  23/04/15,  encontrava  fortes  obstáculos  desde  quando  passou  a  tramitar  no  Senado,  a  partir  de  28/04/15,  com  o
número PLC 30/15, tendo como relator, nomeado em 17/08/15, o Senador Paulo Paim. 

Então,  em  19/05/16,  é  divulgada  a  notícia  de  que  alguns  integrantes  do  governo,  incluindo  Ministros,  estavam

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envolvidos em denúncias da Lava Jato[viii].

O  governo  não  entendeu  o  recado  e  continuou  desprezando  a  reforma  trabalhista,  vez  que,  expressamente,  dava
prioridade à reforma previdenciária, conforme dito pelo Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, em 20/05/16: 

“O ministério irá ouvir os trabalhadores até porque a reforma trabalhista é num segundo momento. Primeiro o governo
está trabalhando para buscar um consenso no que diz respeito a Previdência Social”[ix].

O  Ministro,  inclusive,  chegou  a  ser  aplaudido  por  sindicalistas  quando  comunicou  que  “nenhuma  medida  será
anunciada sem que antes seja construída uma base consensual com os sindicatos” [x].

Foi  assim  que,  no  dia  08/06/16,  150  empresários,  de  diversos  setores,  dada  a  oportunidade  da  crise  política,  foram
até  o  Planalto  encontrar  com  o  Presidente  (até  então,  interino),  expressar  o  seu  apoio  ao  governo  e  aproveitar  para
lembrá­lo  do  compromisso  assumido  com  relação  às  reformas  estruturais  na  Previdência  e  na  legislação  do
trabalho[xi].

O  governo,  revelando  o  pacto  feito  com  esse  segmento  da  sociedade,  setor  empresarial  e  grande  mídia,  reafirmou
publicamente o seu propósito de implementar as denominadas “medidas impopulares” para conduzir as tais “reformas
estruturais” e, digamos assim, mudou o rumo da prosa.

Os Ministros do governo Temer, então, vieram a público para tornar a vontade empresarial uma voz oficial do Estado. 

Em  18/06/16,  o  Ministro  do  Trabalho  passa  a  falar,  então,  da  necessidade  de  alterar  a  legislação  do  trabalho:
“Precisamos  ter  contrato  de  trabalho  que  explicite  as  regras  mais  claramente,  a  respeito  dos  direitos  e  garantias  do
trabalhador”[xii].

Já  o  Ministro  da  Casa  Civil,  o  mesmo  que  enunciou  o  fim  da  Lava  Jato,  explicitando  que  ela  devia  saber  a  hora  de
parar[xiii],  para  justificar  o  fim  da  CLT,  disse,  na  mesma  data,  que  “...  a  década  de  40,  46,  ficou  para  trás  há  muito
tempo”,  afirmando  que  se  havia  alguma  razão  para  a  legislação  trabalhista  criada  por  Getúlio  Vargas  naquela  época
hoje essas razões não existem mais[xiv].

E foi além, ao expressar que:

“...temos  que  olhar  rumo  ao  amanhã,  (ver  o  que)  os  países  desenvolvidos  estão  fazendo,  e  temos  que  fazer  aqui.
Essa  questão  do  pactuado  versus  legislado,  com  sobreposição  do  pactuado  sobre  o  legislado,  isso  é  o  mundo.  Nós
não estamos aqui inventando a roda. Isso é no mundo hoje, diante da competitividade que se estabeleceu para se ter
emprego. Todo mundo (está) tentando buscar o pleno emprego. Então tem que se facilitar as formas de contratação.” 

O  Presidente  da  CNI  se  sentiu  tão  confortável  com  a  situação  política  do  país,  extremamente  favorável  ao  setor
econômico,  que,  em  11/07/16,  chegou  a  dizer[xv]  que  para  recuperar  a  competitividade  das  empresas  seria  preciso
aumentar o limite do trabalho de 44 para 80 horas semanais. Verdade que depois reconsiderou a fala para esclarecer

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que fazia menção ao limite de 60 horas semanais[xvi] e não ao de 80.

A  grande  mídia  também  procurou  fazer  a  sua  parte  e,  no  dia  20/07/16,  o  jornal  Folha  de  S.  Paulo  deu  destaque  à
notícia  (que  foi  concretamente  um  ultimato)  de  que  o  governo  iria  enviar  ao  Congresso  Nacional,  até  o  final  do  ano,
três propostas de reformas trabalhistas[xvii].

O  governo  soube  se  valer  da  situação  e,  no  dia  imediatamente  anterior  à  votação  do  impeachment   no  Senado,  ou
seja,  em  24/08/16,  chamou  empresários  para  um  evento  no  Palácio  do  Planalto  e,  em  manifestação  pública,  fez  o
quê? Defendeu a reforma trabalhista, o que, claro, muito rapidamente foi repercutido na imprensa[xviii].

Ocorre  que,  no  dia  8/9/16,  no  processo  RE  895.759  (1159),  o  Ministro  Teori  Zavascki,  em  decisão  monocrática,
seguindo  a  mesma  linha  já  aberta  pela  decisão  proferida  no  RE  590.415,  de  30  de  abril  de  2015  (relator  Ministro
Roberto  Barroso),  acolheu  a  validade  de  norma  coletiva  que  fixava  o  limite  máximo  de  horas  “in  itinere”,  fazendo,
inclusive, uma apologia ao negociado sobre o legislado.

No dia 14/09/16,  o  Supremo,  refletindo  o  momento  político,  provavelmente  pela  primeira  vez  em  toda  a  sua  história,
designou  uma  pauta  composta  integralmente  de  processos  que  diziam  respeito  a  questões  trabalhistas.  E  foi  uma
pauta  cuidadosamente  escolhida,  vez  que  as  questões,  todas  elas,  eram  ligadas  ao  tema  da  flexibilização.  Ou  seja,
elaborou­se  uma  pauta  com  a  finalidade  de  promover  uma  autêntica  “reforma”  jurisprudencial  trabalhista,  passando
por  cima  dos  entendimentos,  nas  mesmas  matérias,  já  expressos  pelo  TST,  como  se  verificou  no  conteúdo  dos
julgamentos proferidos.

No  julgamento  da  ADIN  4842  (relator,  Ministro  Celso  de  Melo),  o  STF  declarou  constitucional  o  art.  5º  da  Lei  n.
11.901/09, que fixa em 12 horas a jornada de trabalho dos bombeiros civis, seguida por 36 horas de descanso e com
limitação a 36 horas semanais, contrariando a limitação diária estabelecida no art. 7º, XIII, da Constituição Federal.

Na mesma sessão, do dia 14/9/16, o Ministro Roberto Barroso, chamando o Ministro Marco Aurélio de Melo ao diálogo
disse:  “toda  tendência  do  Direito  do  Trabalho  contemporâneo  é  no  sentido  da  flexibilização  das  relações  e  da
coletivização  das  discussões”.  E  o  Ministro  Marco  Aurélio  completou:  “Fato.  Mais  dia  menos  dia  nós  vamos  ter  que
partir para essa reforma”.

Diante dessa manifestação explícita do STF, Temer vê a oportunidade para não levar adiante o incômodo da reforma
trabalhista,  declarando,  no  dia  seguinte,  15/09/16,  que  não  era  “idiota”  de  eliminar  direitos  trabalhistas  e  chega  a
anunciar  que  deixaria  para  2017  a  apresentação  de  alguma  alteração  trabalhista,  mantendo  o  foco  na  reforma
previdenciária[xix].

Em 21/09/16, o governo oficializa sua posição no sentido do adiamento, para o 2º semestre de 2017, das discussões
em  torno  da  reforma  trabalhista.  O  Ministro  do  Trabalho  afirma:  “Estamos  apenas  em  fase  de  estudos  e  de  debates,
porque a questão é complexa e precisa ter a participação de todos os setores envolvidos". E esclarece que antes de
discutir mudanças na lei trabalhista, o governo iria focar na recuperação da economia[xx].

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Mas,  ainda  que  o  STF  tivesse  se  apresentado  como  agente  da  reforma,  isso,  por  certo,  não  era  de  pleno  agrado  do
setor  empresarial  que  inflou  a  chegada  de  Temer  ao  poder,  pois  assim  se  manteria  sobre  o  controle  do  Judiciário  a
regulação  da  relação  capital­trabalho  e  o  que  este  setor  pretendia  era  muito  mais  que  isso;  era  eliminar  a
intermediação  estatal  e  controlar  diretamente  a  força  de  trabalho.  Além  disso,  as  decisões  do  STF,  embora
flexibilizantes, não iam ao ponto pretendido da total derrocada de direitos trabalhistas, chegando mesmo a manterem
inabalados os princípios do Direito do Trabalho e a própria autoridade da Justiça do Trabalho. 

Apesar  de  várias  decisões  do  STF  favoráveis  ao  setor  econômico,  percebeu­se  a  necessidade  de  se  retomar  o  tema
da reforma trabalhista no âmbito do legislativo.

Então, no dia 10/12/16, “vaza” para a grande mídia a informação de que o nome de Temer havia sido citado 43 vezes
nas delações da Odebrecht[xxi].

Em resposta, o que fez o governo? Rapidamente, tratou de retomar o tema da reforma trabalhista.

No dia 17/12/16,  o  Ministro  do  Trabalho,  alterando  completamente  sua  fala  anterior,  veio  a  público  para  dizer  que  o
governo  faria  uma  proposta  de  reforma  trabalhista,  não  sabendo,  no  entanto,  que  reforma  seria  essa.  Apenas  disse
que poderia haver a adoção do “trabalho intermitente”, explicitando, ainda, que não havia consenso a respeito[xxii].

É evidente, pois, que o governo, como já havia manifestado, não tinha uma proposta concreta de reforma trabalhista,
ao menos uma que fosse fruto de estudos, com projeções e expectativas. O que se pretendeu naquele instante, com
aquela informação, foi meramente abafar os efeitos nefastos das últimas notícias. Mas pode­se dizer, também, que o
governo foi pressionado para levar adiante a promessa que havia feito de realizar a “impopular” reforma trabalhista.

Foi  assim  que  se  organizou,  no  dia  22/12/16,  um  grande  palanque  no  Palácio  do  Planalto,  com  as  presenças  dos
Ministros  Gilmar  Mendes  e  Ives  Gandra  da  Silva  Martins  Filho,  para  anunciar  a  apresentação  de  um  projeto  de  lei
qualquer, junto com a informação de que iria liberar, a partir de 1º de fevereiro de 2017, o FGTS inativo. 

O  governo  conseguia,  desse  modo,  alterar  a  pauta  da  grande  mídia,  colocando  a  notícia  da  reforma  trabalhista  nas
primeiras páginas, ao mesmo tempo em que acalmava os empresários – e trabalhadores, com a liberação do FGTS –,
mantendo ambos em expectativa.

Mas,  percebam.  O  governo  não  tinha  um  projeto  próprio  de  reforma  trabalhista.  O  anteprojeto  que  apresentou  ao
Congresso  Nacional,  no  dia  seguinte,  em  23/12/16  (onde  recebeu  o  número  PL  6787/16),  com  o  apelido  de  uma
minirreforma,  foi  feito  às  pressas  para  abafar  a  crise  política;  tinha  míseras  9  páginas,  incluindo  a  justificativa,  e
alterava apenas 7 artigos da CLT, além de propor uma reformulação na Lei n. 6.019/16 (trabalho temporário). 

Em  paralelo,  como  já  dito,  tramitava,  no  Senado  Federal,  o  PLC30/15,  que  previa  a  ampliação  da  terceirização,  mas
como estava sendo forte a reação social contra o projeto, favorecida pela atuação do relator, Senador Paulo Paim, era
preciso fazer algo para que o nó dado à questão da terceirização também fosse desatado.

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

O impulso para o desenlace se deu com nova notícia acerca da Lava Jato.

No dia 03/03/17, foi divulgada a informação de que havida sido aceita naquele dia a “primeira” denúncia da Lava Jato
do ano[xxiii].

No mesmo dia, 03 de março de 2017, é divulgada a notícia[xxiv] de que a Câmara pretendia retomar a tramitação do
PL  4.302/98,  cuidando  de  trabalho  temporário  (mesmo  já  estando  referido  no  PL  6786/16),  mas  que  também  fazia
menção, ainda que de forma não muito precisa, à terceirização, com permissivo para a atividade­fim das empresas.

O  PL  4.302/98  estava  praticamente  sem  tramitação[xxv],  destacando­se,  apenas,  um  pedido  de  movimentação,
direcionado  ao  Presidente  da  Câmara,  formulado  pela  Fecomércio,  em  10/01/17,  que  foi  encaminhado  à  CCJC,  em
25/01/17, onde deu entrada em 26/01/17.

No dia 21/03/17,  a  Polícia  Federal  deflagrou  a  primeira  operação  referente  aos  nomes  denunciados  pela  delação  da
Odebrecht, envolvendo 4 senadores, em 4 Estados[xxvi] e, no mesmo dia, em 21 de março, todas as “pendências” do
PL 4.302/98 foram sanadas e o projeto foi encaminhado a plenário e aprovado em 22/03/17.

Nunca se viu um procedimento tão acelerado. O PL foi sancionado por Temer, em 31/03/17, transformando­se na Lei
n. 13.429/17, publicada no mesmo dia no Diário Oficial da União.

E  a  estratégia  de  vincular  a  “reforma”  trabalhista  ao  projeto  político  parece  estar  dando  certo,  pois,  ao  contrário  do
que  se  anunciava  em  10/12/16,  quando  foi  divulgada  a  “lista  do  Fachin”,  de  denunciados  da  Lava  Jato,  em
11/04/17[xxvii],  o  nome  de  Temer  não  apareceu,  e,  embora  se  tenha  um  fundamento  jurídico  para  tanto,  por  este
ocupar  o  cargo  da  Presidência  da  República,  o  fato  concreto  é  que,  como  já  se  chegou  a  expressar[xxviii],  algumas
“avaliações  jurídicas”  devem  ser  feitas  de  modo  a  não  permitir  que  se  abale  a  “estabilidade  do  país”.  Neste  caso,  a
estabilidade  se  sustenta,  mesmo  que  sobre  areia  movediça,  para  atender  ao  propósito  de  levar  adiante  as  reformas
trabalhista  e  previdenciária,  que  foi  o  que,  contraditoriamente,  motivou  o  abalo  da  democracia  e  das  instituições  do
país.

E  o  interessante  é  que  essas  reformas  estão  sendo  conduzidas  por  vários  parlamentares  denunciados  na  “lista  do
Fachin”.

Assim,  o  que  a  população  brasileira  –  incluindo  os  eventuais  “inocentes”  úteis  e  os  que  efetivamente  creem  nas
benesses  das  “reformas”  –  deve  se  perguntar,  de  forma  bem  sincera  e  honesta,  é  quais  seriam  os  compromissos
políticos  e  econômicos  que  estão  impulsionando  a  tramitação,  de  forma  tão  acelerada  e  despudoradamente
antidemocrática,  dos  projetos  das  referidas  “reformas”,  notadamente  a  trabalhista,  cujo  conteúdo  final,  como  se
demonstrará adiante, serve, integralmente, ao setor econômico ligado ao grande capital.

Que  ajustes  seriam  esses  que  se  valem  da  fragilização  das  instituições  nacionais,  para  favorecer  interesses  que  não
se revelam e que se anunciam pelas fórmulas vazias da “modernização” e da “eliminação da informalidade”?

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

Vale  verificar  que  o  relatório  final  do  PL  6787/16,  apresentado  logo  no  dia  seguinte  ao  da  divulgação  da  lista  do
Fachin,  ou  seja,  em  12/04/17,  não  era,  inicialmente  (em  23/12/16),  um  projeto  de  reforma  trabalhista,  como  acima
demonstrado, e, em apenas quatro meses (devendo­se considerar que, de fato, a tramitação tem início em 09/02/17,
quando é instalada a Comissão Especial da Reforma e eleito como relator o deputado Rogério Marinho, o que resulta
em parcos dois meses de tramitação) se transformou em um texto com 132 páginas, incluindo o Parecer, propondo
a alteração de mais de 200 dispositivos na CLT, dentre artigos e parágrafos, todas no mesmo sentido. 

O que se verificou ao longo dessa tramitação foi a exclusiva incorporação de demandas que o setor empresarial tinha
no que tange às relações de trabalho[xxix], seja no plano do direito material, seja no campo processual, fazendo­o de
modo a majorar o poder dos grandes conglomerados econômicos e, notadamente, das grandes empreiteiras, por meio
de  dois  pilares:  a)  fragilização  jurídica  e  fragmentação  da  classe  trabalhadora;  e  afastamento  da  atuação  corretiva  e
limitadora do Estado (direito e instituições – Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Auditores Fiscais do
Trabalho e advocacia trabalhista), a não ser naquilo que interesse ao capital. 

Não  se  trata  de  mera  reforma,  mas  de  uma  alteração  profunda  do  modo  de  produção  e  nas  relações  de  trabalho  no
Brasil e todas no mesmo sentido de atendimento de demandas empresariais.

Destaque­se que não se está falando aqui, em momento algum, que nenhuma alteração na legislação do trabalho não
possa  ser  debatida.  Aliás,  um  ponto  sobre  o  qual  não  se  tem  praticamente  discussão  no  meio  jurídico  –  tendo
motivado manifestações de todas as instituições ligadas ao mundo do direito – é exatamente o de que a rejeição ao
PL  6787/16  se  impõe  em  razão  da  total  ausência  de  possibilidades  de  se  ter  estabelecido  um  debate  democrático  e
sério quanto ao seu conteúdo. Na elaboração do PL afastaram­se, completamente, as considerações que levavam em
conta, igualmente, os interesses da classe trabalhadora e a necessidade de preservar o projeto constitucional.

Além  disso,  como  se  está  demonstrando,  nem  é  propriamente  de  uma  reforma  que  se  cuida.  O  PL  6787/16,  como
revela  o  seu  conteúdo,  representa  uma  reformulação  completa  do  próprio  modelo  de  Estado,  trazendo  alterações
estruturais que repercutem na vida nacional.  

Sob  a  retórica  de  que  se  está  modernizando  uma  legislação  da  década  de  40,  o  que  se  está  pretendendo  realizar  é
um  desmonte  do  pacto  realizado  na  Constituição  de  1988,  sem  o  estabelecimento  de  um  amplo  debate  a  respeito,
com  o  estabelecimento,  inclusive,  das  vias  necessárias  de  participação  popular.  Não  se  esqueça  que  a  Assembleia
Nacional Constituinte, instalada a partir de 1º de fevereiro de 1987, esteve aberta a propostas de emendas populares,
com  o  requisito  de  que  fossem  encaminhadas  por  associações  civis  e  subscritas  por,  no  mínimo,  30  mil  assinaturas,
como forma de atestar o apoio popular à proposta, sendo que até o encerramento dos trabalhos, foram apresentadas
mais de 120 propostas nas mais diversas áreas, reunindo cerca de 12 milhões de assinaturas.

O  que  resta  evidente  pela  própria  cronologia  dos  fatos  acima  apresentada  é  que  se  está  tentando  levar  adiante,  a
fórceps, sem o mínimo respeito às instituições democráticas, uma reforma empresarial que tende a suprimir a eficácia
da  Constituição  de  1988,  podendo­se  prever  até  mesmo,  pelo  modo  como  as  coisas  se  desenvolveram,  que  ao  final
de  todo  esse  processo  nenhuma  alteração  concreta  se  verifique  com  relação  à  corrupção,  com  punição  dos
diretamente envolvidos, sendo que muitos, inclusive, sairão beneficiados pela reforma trabalhista aprovada.

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

No dia 22/04/17, por exemplo, veiculou a notícia de que as principais empresas citadas na Lava Jato haviam demitido
600  mil  pessoas,  nos  últimos  3  anos,  sem  fazer  qualquer  consideração  crítica  a  respeito,  ou  seja,  naturalizando  as
dispensas.  Sem  dizer  expressamente,  a  notícia  aponta  para  a  necessidade  de  uma  limitação  da  Lava  Jato,
destacando  os  seus  “efeitos  colaterais”[xxx].  Além  disso,  tem  como  função  difundir  a  ideia  de  que  as  empresas
corruptoras devem ser perdoadas porque, além de terem contribuído com as delações, ainda estão sendo vítima dos
efeitos  econômicos  do  processo,  o  que,  indiretamente,  serve  para  justificar  as  reformas  trabalhistas,  que  poderiam
auxiliá­las em sua recuperação, favorecendo o governo na difusão de números de aumento do emprego em razão da
reforma, ainda que, de fato, se trate de subemprego.

E,  em  23/04/17,  o  Presidente  da  Natura  veio  a  público  para  defender  a  manutenção  de  Temer  no  poder  até
2018[xxxi].

Ao mesmo tempo, a tramitação do processo que envolve a “lista do Fachin” tende a se eternizar no STF. 

Assim,  o  roteiro  se  direciona  para  um  final,  no  qual,  mais  uma  vez  na  história  do  Brasil,  os  punidos  serão  apenas  os
trabalhadores.

Aliás,  é  bastante  curioso  que  precisamente  no  momento  histórico  em  que  se  diz  estar  pretendendo  banir  do  cenário
nacional  a  corrupção,  o  que  implicaria  interferir  no  poder  das  grandes  empresas  e  na  sua  correlação  com  políticos  e
na  sua  influência  sobre  as  instituições  públicas,  difunde­se  esse  ataque  midiático  à  Justiça  do  Trabalho  e  se  o  faz
com  o  argumento,  sempre  expresso,  de  que  ela  interveio  na  vontade  das  empresas.  Ou  seja,  quando  se  diz  estar
passando o Brasil a limpo, é alarmante que se esteja promovendo um achincalhamento público de uma instituição que
não se corrompeu, que não cedeu e que não abriu mão de cumprir a sua função de impor limites, constitucionalmente
previstos, à exploração do trabalho pelo capital.

Muito  se  diz  sobre  a  insegurança  jurídica  causada  pela  jurisprudência  da  Justiça  do  Trabalho,  mas  o  que  esta  fez,
frente às reiteradas tentativas de se desconstruir a Constituição de 1988, com interpretações forçadas, foi assegurar a
efetividade das normas constitucionais e o fez, “data venia”, de forma ainda limitada, haja vista que corroborou com a
intermediação da mão­de­obra sob o eufemismo da terceirização, não conferiu aplicabilidade imediata ao inciso I, do
art. 7º, não declarou a inconstitucionalidade do banco de horas, acolhei a jornada de 12x36, impôs reiterados limites
inconstitucionais  ao  direito  de  greve,  interpretou  de  forma  restrita  o  lapso  prescricional,  acatou  a  teoria  da
responsabilidade  subjetiva  nos  acidentes  do  trabalho,  reforçando  a  noção,  criada  na  década  de  60  para  incentivar  o
investimento de empresas estrangeiras no Brasil, de “ato inseguro da vítima” etc.

De todo modo, no conjunto, o que se extrai da atuação da Justiça do Trabalho é uma jurisprudência de resistência e
bastante  importante  para  o  projeto  social  democrático,  tomando­se,  como  exemplos,  a  limitação  às  dispensas
coletivas e a ultratividade (diretamente atacadas na “reforma”).

O problema é que nem mesmo essas contenções foram aceitas pelo setor empresarial e o que estamos vivendo hoje,
concretamente, é um autêntico atentado ao Estado de Drieito por meio também do assédio moral coletivo aos juízes e

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

juízas  do  trabalho,  como  forma  de  interferir  na  sua  independência  jurisdicional,  tudo  para  a  imposição  de  uma
“reforma” empresarial trabalhista.

O  conteúdo  do  PL  6787/16  –  analisados  todos  os  seus  dispositivos,  um  a  um  –  é  uma  explicitação  de  que,  em
conformidade  com  todo  o  processo  histórico  acima  narrado,  se  buscou  atender,  exclusivamente,  os  interesses  do
grande  capital,  não  apenas  no  sentido  de  favorecê­lo  na  sua  relação  imediata  com  os  trabalhadores,  mas  de  lhe
conferir um quase total controle da vida nacional, o que explica, inclusive, o ataque à Justiça do Trabalho, como dito. 
A pressa com que se pretende aprovar a “reforma” é a demonstração nítida de que o seu conteúdo não resistiria a um
debate democrático mais amplamente difundido.

Para se ter uma ideia, bastou uma pergunta ao relator do Projeto de Lei da “reforma”, feita em 24/04/17, em programa
de  televisão[xxxii],  sobre  qual  seria  a  utilidade  para  a  sociedade  brasileira  de  se  incluir  no  PL  um  dispositivo  com  o
potencial de eliminar a responsabilidade de empresas envolvidas, na “cadeia produtiva”, com a exploração do trabalho
em condições análogas à de escravos[xxxiii], para que o dispositivo simplesmente sumisse do relatório final aprovado
na  Câmara  dos  Deputados  no  dia  26/04/17.  Aliás,  a  própria  reação  do  deputado  à  pergunta  revela  o  seu
desconhecimento sobre os alcances jurídicos de dispositivos que constam da “reforma”.

Aliás, bastou também que se evidenciasse, em caso concreto, o quanto a precariedade das condições de trabalho põe
em  risco  a  vida  dos  trabalhadores  e  também  dos  consumidores,  para  que  um  recuo,  rapidamente,  se  verificasse  na
proposta de “reforma”. Com efeito, quando se visualizou o efeito do trabalho intermitente na aviação civil e como essa
modalidade de contratação colocaria em risco não só a vida dos trabalhadores, mas também dos passageiros (muitos
que estão por aí considerando que a precariedade é benéfica) e dos próprios congressistas, o relatório final, aprovado
no  dia  26/04,  no  que  tange  ao  dispositivo  que  cuida  do  trabalho  intermitente,  foi  alterado  para  explicitar  que  os
aeronautas estariam excluídos do alcance dessa previsão:

“Art.  443  ­  §  3º  Considera­se  como  intermitente  o  contrato  de  trabalho  no  qual  a  prestação  de  serviços,  com
subordinação,  não  é  contínua,  ocorrendo  com  alternância  de  períodos  de  prestação  de  serviços  e  de  inatividade,
determinados  em  horas,  dias  ou  meses,  independentemente  do  tipo  de  atividade  do  empregado  e  do  empregador,
exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.” – grifou­se

Além  disso,  sem  muita  justificativa  já  se  alterou  a  tal  parametrização  (que  é,  por  si,  uma  afronta  à  Constituição)  do
dano  moral  prevista  na  “reforma”,  que,  na  redação  de  12/04/17,  era:  “I  –  ofensa  de  natureza  leve,  até  cinco  vezes  o
último  salário  contratual  do  ofendido;  II  –  ofensa  de  natureza  média,  até  dez  vezes  o  último  salário  contratual  do
ofendido;  III  –  ofensa  de  natureza  grave,  até  cinquenta  vezes  o  último  salário  contratual  do  ofendido”,  e  que,  na
redação  de  26/04/17,  passou  a  ser:  “I  –  ofensa  de  natureza  leve,  até  três  vezes  o  último  salário  contratual  do
ofendido;  II  –  ofensa  de  natureza  média,  até  cinco  vezes  o  último  salário  contratual  do  ofendido;  III  –  ofensa  de
natureza  grave,  até  vinte  vezes  o  último  salário  contratual  do  ofendido;  IV  ­  ofensa  de  natureza  gravíssima,  até
cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido”.

Esses  exemplos  evidenciam  que:  1)  os  próprios  parlamentares  reconhecem  que  a  precarização  das  relações  de
trabalho  gera  problemas  tanto  para  os  trabalhadores  quanto  para  os  consumidores;  2)  a  “reforma”  não  está  baseada

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

em  estudos  necessariamente  aprofundados,  podendo  gerar  enorme  insegurança  jurídica  e  transtornos  econômicos,
sociais  e  jurídicos  de  toda  a  espécie;  3)  mesmo  os  parlamentares  não  compreendem,  em  muitos  aspectos,  a
totalidade dos efeitos jurídicos dos dispositivos que estão aprovando; 4) visualizados, só pelas modificações já feitas,
os  enormes  complicadores  que  um  conjunto  de  mais  de  200  alterações  legais  pode  gerar,  a  pressa  com  que  se
pretende aprovar a “reforma”, aliada às evidências da cronologia acima apresentada, demonstra que os parlamentares
não  estão  preocupados  com  a  melhoria  da  regulamentação  das  relações  de  trabalho  no  Brasil  e  sim  em  cumprir  um
compromisso  de  levar  adiante  uma  agenda  política  direcionada  a  interesses  específicos;  5)  se  fosse  possibilitado  o
debate democrático, com o necessário alcance da grande mídia, a “reforma” não se seguraria em pé; 6) pouco estão,
de fato, se importando com os enormes transtornos que essa “reforma” vai gerar. 

III­ As falácias e os atentados dos pilares da “reforma”

1. O negociado sobre o legislado

O  projeto  tenta  se  justificar  pela  necessidade  de  modernização  das  relações  de  trabalho,  incentivando  a  negociação
coletiva.

Isso, no entanto, afronta, diretamente, o projeto de Estado Social, no qual a vontade dos sujeitos não deve prevalecer
sobre o pacto de solidariedade que se estabelece por meio de um patamar civilizatório mínimo. Ou seja, o capital e o
trabalho podem se relacionar livremente desde que sejam garantidos os preceitos mínimos que servem à organização
do  modelo  de  sociedade  até  mesmo  para  que  a  lógica  da  livre  concorrência  não  conduza  todos  a  uma  situação  de
barbárie.

Não se pode acreditar que os livres ajustes se voltem ao interesse coletivo e o interesse público não está refletido na
soma dos interesses individuais, como já demonstrou a história.

Se  dirá  que  a  reforma  não  vai  a  esse  ponto,  pois  o  que  se  almeja  é  apenas  que  direitos  constitucionalmente
assegurados sejam regulados de forma distinta pelos diretamente interessados. O problema é que se tenta afastar por
completo  a  participação  do  Estado  do  controle  do  respeito  aos  preceitos  constitucionais  por  meio  de  fórmulas
processuais,  que  incluem  até  mesmo  a  interferência  na  independência  do  juiz,  dizendo­lhe  como  deve  julgar,  se  isto
eventualmente vier a ocorrer. 

Além disso, por mais que o projeto tente assegurar esse efeito, de que nenhum direito será perdido, o concreto é que
ao  falar  que  direitos  constitucionais  não  podem  ser  simplesmente  reduzidos,  acaba,  pela  própria  expressão  utilizada,
dando  margem  à  compreensão,  em  interpretação  a  contrario  sensu,   de  que  mesmos  esses  direitos  podem  ser
compensados  com  outras  vantagens,  mas  não  estipula  o  modo  dessa  “equivalência”  e  ainda  diz  que  a  ausência  das
contrapartidas não implica em anulação do negociado.

O que se tenta, concretamente, é fazer com que os próprios trabalhadores sejam agentes de suas derrotas, vez que
numa realidade de desemprego estrutural, de terceirização ampla, de trabalho intermitente como regra e de sindicatos
fragilizados, os empregadores (sobretudo os grandes empregadores) terão amplas condições de impor a sua vontade,

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

sempre  com  o  argumento  de  que  se  as  reduções  não  forem  aceitas  conduzirão  os  trabalhadores  ao  desemprego,  o
que,  aliás,  foi  expressamente  autorizado  pelo  projeto  (o  projeto  da  reforma  expressamente  autoriza  e,  assim  até
incentiva, as dispensas coletivas sem justo motivo – o que vinha sendo impedido pela Justiça do Trabalho). 

Lembre­se  que  a  liberdade  negocial  pressupõe,  mesmo  nos  marcos  jurídicos  do  Direito  Civil,  que  o  ajuste  não  se
conclua a partir do estado de necessidade de uma das partes, vez que isso fere os princípios da liberdade e da boa­
fé,  que  são  a  essência  do  contrato.  Daí  porque,  para  chegar  ao  ponto  preconizado,  de  maior  amplitude  para  a
negociação  coletiva,  o  projeto,  não  estivesse  vinculado  a  propósitos  não  revelados,  deveria  iniciar  regulamentando  o
inciso  I,  do  art.  7º,  da  Constituição  Federal,  que  garante  aos  trabalhadores  a  relação  de  emprego  protegida  contra
dispensa arbitrária.

O  próprio  projeto,  no  seu  parecer,  reconhece  que  os  sindicatos  estão  fragilizados,  mas  argumenta  que  a  ampliação
das  potencialidades  negociais  aumenta  o  seu  poder.  Ora,  o  que  essa  possibilidade  faz  é  fragilizar  ainda  mais  os
sindicatos, sobretudo quando se acopla a essa situação a eliminação do imposto sindical, que passa a ser opcional.

Registre­se  aqui  que  poucos  são,  no  meio  jurídico  trabalhista,  os  que  defendem  o  imposto  sindical  obrigatório,  mas
quase ninguém nega, também, que é necessário garantir a liberdade sindical antes de se chegar a esse resultado.

Além  disso,  a  reforma,  falando  de  liberdade,  simplesmente  não  adentra  o  problema  fundamental  para  os
trabalhadores que é o da intervenção do Estado nas greves. O projeto, portanto, deveria, essencialmente, libertar os
termos do art. 9º, da Constituição Federal, dos limites em que, indevidamente, foram postos pela Lei n. 7783/89 (que
é inconstitucional, mas que, estranhamente, tem prevalecido sobre a Constituição).

Em  suma,  o  projeto  fala  em  modernidade  para  a  livre  negociação,  mas  não  estabelece  nenhuma  garantia  aos
trabalhadores para que possam manifestar sua vontade livremente.

2. Afastamento da Justiça do Trabalho 

A tentativa de afastar a Justiça do Trabalho se dá para impedir que ela faça prevalecer as políticas públicas voltadas
às relações de trabalho fixadas na Constituição, como tem feito, ainda que timidamente.

A classe empresarial quer definir sozinha o seu destino, mas nisto não há nenhum projeto de país.

3. Individualismo

O projeto incentiva o individualismo, destruindo, pois, a lógica de solidariedade social.

Reforça,  inclusive,  a  lógica,  já  existente  no  Brasil,  infelizmente,  de  que  aqueles  que  estão  bem  situados
economicamente não precisam se integrar aos projetos gerais da Seguridade Social.

Ao se permitir que os interessados diretos resolvam, como quiserem, os seus interesses, a tendência, inclusive, é que

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se  alastrem  as  práticas  de  sonegação  da  Previdência  Social,  como  forma  de  abrir  espaço  maior  para  os  institutos  de
previdência privada.

4. Política de subempregos

O  projeto  tenta  fazer  crer  que  a  geração  de  empregos  é  uma  mera  questão  de  alinhamento  da  forma  jurídica  com  a
vontade  dos  empregadores.  As  supostas  fórmulas  criadas  para  geração  de  empregos,  trabalho  intermitente  e
terceirização  de  atividade­fim  gerarão,  isto  sim,  um  deslocamento  dos  empregados  fixos  e  diretos  para  as  relações
intermediadas e temporárias, aumentando a precariedade no mercado de trabalho como um todo, além de fragmentar
e fragilizar ainda mais a classe trabalhadora, como forma, inclusive, de aniquilar por completo qualquer possibilidade
de exercício de pressão sobre os empregadores no momento da negociação coletiva.

Ademais, segundo se diz[xxxiv], são as micro e pequenas empresas que de fato empregam no país e as reformas, no
geral,  atendem  aos  propósitos  dos  grandes  conglomerados  econômicos,  aumentando  o  seu  poder,  que  se  exerce,
inclusive, sobre as micro e pequenas empresas.

5. Solidariedade sem participação do capital

Tenta­se  justificar  a  regulamentação  de  vínculos  precários  como  forma  de  melhorar  a  condição  social  dos  que  estão
na  informalidade.  Mas  o  fenômeno  já  se  produziu  entre  nós  na  regulamentação  das  cooperativas  de  trabalho,  em
1994. Os empregados passaram a ser “cooperados”.

A precarização não inclui, até porque, se isso se ocorresse, não seria propriamente inclusão, mas uma semi­inclusão.

Não se trata de recusar a ideia, que também acompanha os termos da reforma, de tirar de quem tem mais para dar a
quem tem menos. Ora, a solidariedade não pode ser pensada nos limites estritos do conjunto dos menos favorecidos
da sociedade. Não é aos trabalhadores com emprego que se deve exigir sacrifício para que se proceda a inclusão dos
“informais”.  O  que  se  deve  fazer  é  estimular  a  economia,  reformular  a  distribuição  tributária,  e  efetivar  políticas
públicas, também de cunho social e educacional.

É  preciso  que  se  tenha  a  percepção  concreta  de  quais  são  os  obstáculos  à  justiça  social.  Estimular  o  subemprego,
melhorando  o  dado  estatístico  da  empregabilidade,  serve  apenas  para  mascarar  os  desajustes  econômicos  e  os
nossos graves problemas sociais históricos.

6. Criação de fetiches

Os  fundamentos  com  que  se  tentam  justificar  a  reforma  geram,  ainda,  os  graves  fetiches  de  que  o  empresariado
brasileiro, ao longo da história, foi um fiel cumpridor da lei, de que a economia brasileira sempre foi saudável e justa e
de que se as coisas não andaram bem foi por culpa da Justiça do Trabalho que impôs aos empregadores obrigações
superiores  àquelas  previstas  nas  leis;  quando  não  do  próprio  trabalhador,  em  razão  de  seus  insuportáveis,
economicamente falando, direitos.

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Fato é que a soma desses fatores conduz ao resultado pretendido do aumento de poder dos grandes conglomerados
econômicos:  afastamento  do  Estado  (Justiça  do  Trabalho,  Ministério  Público  do  Trabalho,  Auditores  Fiscais  do
Trabalho,  com  a  essencial  participação  da  advocacia  trabalhista)  das  relações  de  trabalho  e,  por  consequencia,  a
eliminação do projeto de Estado Social.

IV­ O conteúdo da “reforma” 

Para  que  não  se  diga  que  os  argumentos  acima  são  exagerados,  expõem­se,  abaixo,  de  forma  esquemática,  os
principais  pontos  da  “reforma”,  que  são,  como  se  poderá  verificar,  exclusivamente  voltados  aos  interesses  dos
empregadores.

1. O que a “reforma” faz:

a) no Direito Material
­ Banco de horas (válido também mediante acordo individual – para o lapso de 6 meses)
­  Trabalho  temporário  (ampliado  para  180  dias,  consecutivos  ou  não,  podendo­se  ampliar  por  mais  90  dias  –  nos
termos da Lei n. 13.429/17)
­ Trabalho a tempo parcial (ampliado para 36 horas semanais – com possibilidade de trabalho em horas extras) 
­ Mantém a recuperação judicial (Lei n. 11.101/05) 
­ Terceirização atividade­fim, com responsabilidade apenas subsidiária do tomador, prevendo “quarteirização” 
­ Trabalho intermitente, sem garantia sequer do recebimento do salário mínimo 
­ Negociado sobre o legislado, sem garantia efetiva para um questionamento na Justiça
­ Dificulta a configuração do grupo econômico (exige controle efetivo)
­ Prescrição com compreensão restritiva (intercorrente – e pronunciamento de ofício)
­  Legaliza  a  jornada  de  12x36  por  acordo  individual  –  com  possibilidade,  ainda,  de  realização  de  horas  extras,
suprimindo DSR e feriados
­  Teletrabalho  (sem  limitação  da  jornada,  dificulta  responsabilização  do  empregador  por  acidentes  e  permite  a
transferência dos custos ao empregado)
­ Limitação das condenações por dano moral (com exclusão de responsabilidade da empresa tomadora dos serviços)
­ Prevê a condenação do empregado por dano extrapatrimonial
­  Parametrização  da  indenização  por  dano  moral  (ofensa  de  natureza  leve,  até  três  vezes  o  último  salário  contratual
do  ofendido;  ofensa  de  natureza  média,  até  cinco  vezes  o  último  salário  contratual  do  ofendido;  ofensa  de  natureza
grave,  até  vinte  vezes  o  último  salário  contratual  do  ofendido;  ofensa  de  natureza  gravíssima,  até  cinquenta  vezes  o
último salário contratual do ofendido)
­ Cria a figura do “autônomo”, que trabalha com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não
­  Permite  o  contrato  individual  sobre  o  legislado  para  o  empregado,  com  nível  superior,  que  receba  salário  de
R$11.062,62 ou mais 
­ Cria o termo de quitação anual ampla por ajuste extrajudicial, firmando também durante a vigência do contrato
­ Permite expressamente e, com isso, até incentiva, as dispensas coletivas e o PDV
­ Estabelece mecanismos processuais que, em concreto, impossibilita a anulação das cláusulas de negociação coletiva

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por ação individual, dificultando a ação coletiva
­ Elimina a ultratividade
­ Prevê que acordo coletivo prevalecerá sempre sobre a convenção (afronta o princípio da norma mais favorável)
­ Sem outras alterações, enfraquece os sindicatos, tornando facultativa a contribuição obrigatória
­ Atrai a lógica do Direito Civil como fonte subsidiária, sem restrições do Direito do Trabalho, vendo­se o Direito Civil,
inclusive, apenas parcialmente

b) no Direito Processual
­ Afastamento da Justiça do Trabalho: julgar conforme Código Civil 
­ Dificulta a criação de súmulas pelo TST
­ Prevê a arbitragem para quem ganha R$11.062,62 ou mais 
­ Institui a homologação de acordo extrajudicial – estimulando a mediação
­ Assistência judiciária gratuita apenas para quem ganha até R$1.659,39
­ Exige pedidos certos e com valores especificados
­ Impõe o pagamento de honorários periciais, mesmo na assistência gratuita
­ Impede o juiz de exigir honorários prévios
­ Honorários advocatícios: sucumbência recíproca
­ Litigância de má­fé para o reclamante
­ Procedimento prévio para a exceção de incompetência
­ Ônus da prova no padrão CPC
­ Legitima a figura do “preposto profissional”
­ Acolhe o incidente de desconsideração da personalidade
­ Liquidação da forma mais onerosa para o trabalhador
­ Impede a aplicação do IPCA para atualização do crédito do trabalhador
­ Acaba com a execução “ex officio” 

2. O que a “reforma” não faz:

a) no Direito Material
­ Garantir o exercício do direito constitucional de greve
­  Regular  a  proteção  contra  dispensa  arbitrária  prevista  no  inciso  I,  do  art.7º  da  CF  (na  “reforma”  a  proteção  só  é
conferida para quem aceitar diminuir o salário);
­ Estimular a atuação de fiscalização pelo Ministério do Trabalho 
­ Regular, de forma ampliativa, as ações coletivas 
­ Proibir o exercício de horas extras de forma ordinária (ao contrário, são incentivadas na “reforma” pela facilitação da
compensação)
­  Punir  as  agressões  reincidentes  aos  direitos  trabalhistas  (na  “reforma”  o  instituto  da  reincidência  é  ainda,
propositalmente, limitado, configurando­se apenas quando a repetição da conduta se dá na mesma relação jurídica)
­ Proibir revistas íntimas
­ Punir o não pagamento de verbas rescisórias

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b) no Direito Processual:
­ Facilitar a concessão da tutela antecipada
­ Prever tutelas específicas para os direitos de personalidade
­ Fortalecer as decisões de primeiro grau
­ Impedir renúncias em acordos judiciais e cláusulas de quitação ampla

V­ Outra reforma seria possível? 

Algumas das críticas que têm sido expressas aos críticos da “reforma” vão, sobretudo, na direção de que a resistência
às  reformas  não  se  faz  acompanhada  de  uma  proposta  para  a  solução  para  os  problemas  que  a  reforma  visa
equacionar: o desemprego e a crise econômica.

Bom,  primeiro,  as  “reformas”  do  governo  Temer,  que  nem  podem  ser  assim  denominadas,  como  visto,  não  se
direcionam  efetivamente  à  solução  desses  problemas,  ou,  ao  menos,  não  são  minimamente  eficazes  para  tanto  e  o
fato de não se ter uma alternativa de solução não as torna eficientes, ainda mais quando representam uma pá de cal
nas bases democráticas.

A  grande  questão  é  que  esses  problemas  não  são  jurídicos,  decorrendo,  isto  sim,  de  limitadores  do  próprio  modo  de
produção capitalista. Quando se tenta resolver um problema, passando ao largo da sua causa, acaba­se preservando
o  problema.  E  o  pior  é  quando  se  busca  uma  solução  que  agrava  o  problema,  como  se  dá  na  situação  em  que  se
procura diminui o custo da produção com a redução dos ganhos dos trabalhadores. Ora, a redução de custos por meio
da retração de direitos é um abalo no próprio sentido de cidadania, transformando direitos em números e visualizando
pessoas  como  mercadorias.  Além  disso,  economicamente  falando,  isso  só  favorece  ao  processo  de  acumulação  da
riqueza  produzida  pelo  trabalho,  o  que,  interessando  a  poucas  empresas,  diminui  o  consumo  e,  por  consequência,
prejudica também os próprios empregadores, sobretudo as micro e pequenas empresas.

Se  lembrarmos  que  84%  dos  empregos  são  gerados  por  micro  e  pequenas  empresas,  as  reformas  que  reduzem
direitos, favorecendo ao processo de acumulação da riqueza, só acaba agravando o problema do desemprego, como
se tem verificado em todo o mundo, aliás.

As adaptações na legislação podem ocorrer sempre, é claro, mas não se pode confundir adaptação com a introdução
de fórmulas precarizantes, como se dá no caso do PL 6787/16, conforme já demonstrado.

A  grande  questão,  no  caso  brasileiro,  é  que  se  está  visualizando,  como  via  única,  a  necessidade  de  realizar  uma
reforma em algo que sequer foi integralmente construído e pelos motivos errados. Antes, precisaríamos experimentar
a  realidade  da  aplicação  generalizada  e  espontânea  dos  direitos  trabalhistas,  sem  a  introdução  de  fórmulas  ou  a
criação  de  estratégias  fugidias.  Penso  que  se  isso  ocorresse  já  se  poderia  vivenciar  uma  realidade  bem  menos
problemática,  embora  ainda  que  bem  aquém  das  necessidades  de  uma  efetiva  transformação  social,  para  a
construção de uma sociedade com eliminação completa das desigualdades e de todas as formas de opressão.

De  todo  modo,  pensando  dentro  dos  marcos  do  modo  de  produção  capitalista  e  no  contexto  da  emergência  do

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momento,  a  mera  aplicação  da  legislação  existente,  considerando  os  parâmetros  constitucionais,  já  nos  daria  grande
margem  para  uma  considerável  e  autêntica  reforma,  que  serviria,  ao  menos,  para  minimizar  os  problemas  do
desemprego e da má distribuição da renda produzida, favorecendo, inclusive, ao aumento do consumo e a diminuição
do custo social com doenças e acidentes do trabalho: a) redução do limite semanal de horas de trabalho, sem redução
do  salário;  b)  proibição  do  trabalho  em  horas  extras,  a  não  ser  em  situações  excepcionais,  legalmente  previstas;  c)
proteção  contra  a  dispensa  arbitrária;  d)  proibição  de  dispensas  coletivas,  sendo,  necessariamente,  submetidas,  em
última instância, a planejamento e a procedimentos de reinserção; e) eliminação da terceirização, sobretudo, no setor
público;  f)  liberdade  sindical;  g)  garantia  do  exercício  do  direito  de  greve;  h)  seguro  obrigatório  contra  acidentes  do
trabalho; i) participação efetiva dos trabalhadores na gestão da empresa; j) regular funcionamento da fiscalização do
trabalho; l) punição do devedor contumaz da legislação trabalhista, dentre outras[xxxv].

Além  disso,  mesmo  para  que  essas  reformulações  ganhassem  algum  sentido,  seria  necessário  que  estivessem
inseridas  em  um  contexto  mais  amplo  de  reformas  interligadas,  como  se  pretendeu  fazer  em  1962,  nas  Reformas  de
Base,  do  que  resultou,  inclusive,  a  elaboração  de  um  anteprojeto  de  Código  do  Trabalho,  elaborado  por  comissão
composta  por  Evaristo  de  Moraes  Filho,  Mozart  Victor  Russomano  e  Arnaldo  Lopes  Süssekind,  publicado  no  Diário
Oficial de 23 de abril de 1963, adicionando­se a tudo isso o estabelecimento de vias eficientes para uma necessária e
democrática participação popular. 

Como já tive oportunidade de sustentar em 2000:

“Desviando­se  o  enfoque  do  problema  do  desemprego,  exclusivamente,  para  a  questão  dos  encargos  trabalhistas,  o
Brasil  tem  abandonado  suas  potencialidades  de  criação  de  emprego,  ampliando  as  condições  de  exclusão[xxxvi],  a
saber:  a)  incentivo  ao  turismo[xxxvii];  b)  reforma  agrária;  c)  redistribuição  da  riqueza;  d)  melhorar  a  educação;  e)
incentivo  à  produção  agro­pecuária;  f)  melhoria  da  produtividade,  com  melhoria  da  educação.  Quanto  à  educação,
destaque­se  que  63%  da  mão­de­obra  empregada  no  Brasil  não  chegou  a  completar  o  primeiro  grau[xxxviii];  g)  linha
de crédito para as microempresas[xxxix] [xl]. As microempresas, aliás, são as que mais empregam no Brasil e segundo
visão  de  Herbert  de  Souza,  são  a  única  saída  para  o  problema  do  desemprego[xli].  Destaque­se  que  isso  já  dizia
Rousseau:  "O  trabalho  em  pequena  escala,  não  a  indústria  organizada  e  em  grande  escala,  é  para  êle  a  base.  É  o
que  êle  preza,  contra  tôda  forma  da  capitalismo  ou  de  comunismo  organizado,  renovando  a  prescrição  paulina:
'Aquele  que  come  na  ociosidade  o  que  não  ganhou  por  si,  rouba'."[xlii];  h)  melhoria  da  economia  nacional  como  um
todo.”[xliii]
(....)
“Há  vários  aspectos  que  interferem  na  economia  nacional.  Coisas  simples  que  convivem  conosco  diariamente,  sem
que  nos  apercebamos  do  grande  mal  econômico  que  causam  em  nossa  sociedade.  Alguém  já  parou  para  pensar
quantas  pessoas  ­  empregadas  ou  trabalhadoras  autônomas  ­  podem  estar  improdutivas  em  um  determinado
momento, em nossa sociedade, enfrentando uma fila, seja numa repartição pública, seja num Banco. Acabar com as
filas,  este  talvez  pudesse  ser  uma  plataforma  política,  pois  que  pressupõe  geração  de  novos  empregos  (mais  caixas
trabalhando nos Bancos) e maior produção econômica, gerando divisas para o país. Imaginemos, agora, o trânsito nas
grandes  capitais  brasileiras.  Quanta  força  produtiva  não  se  perde  diariamente  neste  acidente  tecnológico?  O  IPEA  ­
Instituto  de  Pesquisa  e  Tecnologia  Aplicada  ­  preocupou­se  com  isso,  e  concluiu  que  nas  10  maiores  capitais  do
Brasil,  a  lentidão  no  trânsito  gera  um  prejuízo  estimado  na  ordem  de  R$474  milhões  por  ano,  sendo  R$346  milhões

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

apenas  na  grande  São  Paulo[xliv].  A  demora  no  trânsito,  ademais,  não  provoca  apenas  um  problema  de  perda  de
tempo, mas também de perda de saúde, afetando a produtividade, entre 14 e 20%.” [xlv]
(....)
“O tema é sério e gera muitas repercussões sociais. Destaca a Associação Comercial do Estado de São Paulo que o
desemprego é a maior causa de inadimplências no comércio, conforme pesquisa feita[xlvi]. Segundo o Departamento
de  Investigação  sobre  Narcotráfico  de  São  Paulo,  a  "elevação  do  desemprego  está  produzindo  o  aumento  do  tráfico
de  drogas  em  São  Paulo"[xlvii].  Conforme  pesquisa  apresentada  no  livro  "O  Adolescente  e  o  Ato  Infracional",
organizado  por  Mário  Volpi,  2/3  das  pessoas  presas  com  menos  de  21  anos  não  possui  o  primeiro  grau  completo  e
não tem emprego[xlviii].
O problema do desemprego deve ser tratado com eficiência. Não se pode reduzi­lo a resultado de uma mera operação
matemática:  menor  custo  do  trabalho,  menor  desemprego,  pois  que  isso  representa  um  engodo,  que  não  elimina  o
problema e, por causa da precarização das relações de trabalho, gera outro problema, qual seja, o aumento do fosso
(um verdadeiro abismo) entre ricos e pobres, aumento a cada dia o número de pobres." [xlix]
(....)
“....não  é  privilegiando  o  desenvolvimento  econômico  que  se  trilha  o  caminho  da  justiça  social[l],  até  porque  não  há
uma  relação  direta  e  imediata  de  crescimento  econômico  com  justiça  social.  Crescimento  econômico  não  representa,
de forma inexorável e na mesma proporção, um desenvolvimento social[li].
Com efeito, em 1996, os Bancos tiveram lucros exorbitantes, e mesmo assim mantiveram política de corte de pessoal.
O  Bradesco,  por  exemplo,  no  ano  de  1996  obteve  um  lucro  de  R$824,4  milhões  e  mesmo  assim  seu  número  de
empregados foi reduzido de 52.886 para 45.871[lii].”[liii]

É  preciso,  pois,  que  se  preservem  instituições  estatais  para  que,  funcionando  adequadamente,  possam  conferir  à
população a certeza da existência de um projeto em favor de todos, para que a sonegação aos impostos deixe de ser
uma  regra  e  para  que,  também,  o  desvio  de  finalidade  do  “dinheiro  público”  passa  a  ser  severamente  punido  e  não
institucionalizado,  como  se  dá,  por  exemplo,  desde  a  década  de  90,  com  o  mecanismo  das  Desvinculações  das
Receitas  da  União  (DRU),  pelo  qual  se  vem  desviando,  para  o  pagamento  da  dívida  pública,  receitas  que  seriam  da
Seguridade Social. Só em 2015, essa desvinculação foi da ordem de R$ 63 bilhões, segundo a ANFIP[liv].

É  importante,  também,  realizar  uma  reforma  tributária,  para  que  os  ganham  mais  paguem  mais,  e  os  que  ganham
menos paguem menos, mas é essencial uma mudança de mentalidade para que o caixa 2 não seja mais considerado
como algo natural ou, até mesmo, como uma espécie de “instituição nacional”.

É preciso estipular mecanismos de controle de entrada e saída do capital, para que o capital produzido no Brasil seja
vertido  em  proveito  da  nação  brasileira,  sendo  que  as  contribuições  sociais  constituem  a  fórmula  básica  para  tanto,
desde que, claro, sejam devidamente empregadas para a prestação de serviços públicos de qualidade.

E,  antes  de  tudo,  é  essencial  romper  com  o  racismo,  o  machismo,  a  intolerância  e  o  individualismo  destrutivo,  para
que se possa, inclusive, admitir a lógica da solidariedade e se comprometer com ela. 

Existem,  portanto,  muitas  (e  tantas  outras  poderiam  ser  mencionadas)  reformas  necessárias  para  que,  enfim,
constituamos uma nação, nos moldes em que se começou a delinear na Constituição de 1988.

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

E, no entanto, os “modernos” estão por aí, valendo­se da quebra institucional e do autoritarismo midiático, para tentar
impor  um  retrocesso  à  década  de  90  que,  sem  parâmetros,  vai  nos  conduzir  ao  século  XIX.  Mantendo  todos  os
problemas sociais, políticos, culturais, educacionais e econômicos brasileiros, querem consertar o Brasil aumentando o
número de terceirizados e proporcionando um nível mais elevado da exploração do trabalho.

É inconcebível que com tanta gente séria e competente no Brasil essa gama de alterações na sociedade esteja sendo
conduzida,  unicamente,  por  um  Parlamento  sob  o  qual  pende  acusações  explícitas  de  corrupção,  sem  que  ouçam
aqueles  (e  não  são  poucos)  que,  nos  diversos  campos  do  saber  e,  em  especial,  na  economia,  sociologia,  medicina,
educação,  psicologia  e  direito  do  trabalho,  dentre  outros,  vêm  há  décadas  estudando  as  relações  de  trabalho  no
Brasil, formulando proposições consistentes e independentes.

O  fato  concreto  é  que  as  “reformas”  trabalhistas  propostas  no  PL  6787/16,  porque  sequer  atacam  os  problemas,  só
servem para agravar a crise nacional, até porque, repita­se, essa mesma “solução” é a que se vem tentando desde a
década  de  60,  sendo  que,  de  fato,  em  momento  algum,  experimentamos  um  pouco  da  lógica  institucional  de  um
Estado Social.

Por  outro  lado,  o  ataque  desmedido  e  ofensivo  que  se  tem  difundido  contra  os  direitos  dos  trabalhadores,  que,  ao
mesmo tempo, visa destruir as próprias bases do modelo social, vindo, exatamente, de quem mais se aproveita dele,
serve, ao menos, para demonstrar o quanto pode ser ilusória a crença nas potencialidades de melhoria progressiva da
condição  social  dos  trabalhadores  por  meio  do  Direito  do  Trabalho,  mesmo  no  contexto  do  Estado  Social,  valendo
lembrar que toda essa tentativa de imposição de retrocessos – e de sofrimentos – se deu, exatamente, por conta do
pouco que, nos últimos anos, se experimentou de avanço jurídico nos planos jurisprudencial e doutrinário, isto porque,
do ponto de vista legislativo, os ataques – que incluíram propostas de “reformas”, quase tão nefastas quanto esta – e
as perdas não cessaram nos governos petistas (vide, p.ex. a Lei n. 11.101/05, assim como a preservação de todas as
medidas  de  flexibilização  criadas  na  década  de  90  e  o  aumento  vertiginoso  da  terceirização,  sobretudo  no  setor
público).

VI­ Conclusão

Fácil  verificar,  portanto,  que  a  reforma  trabalhista  levada  ao  Congresso  Nacional,  fora  de  qualquer  parâmetro
democrático, tem a pretensão de impor uma enorme derrota aos trabalhadores, como se tivessem sido eles, ao longo
da  história  do  Brasil,  grandes  privilegiados  e  como  se  fossem,  em  razão  de  seus  direitos  (que  nunca  foram  de  fato
cumpridos), os culpados da crise econômica.

A  reforma,  assim,  dá  passos  decisivos  para  o  desmonte  total  do  que  ainda  resta  de  projeto  de  Estado  Social
Democrático de Direito no Brasil, e que nunca chegamos a experimentar. 

Parte  considerável  da  população  começa  a  se  dar  conta  de  tudo  que  gira  em  torno  dessa  suposta  “reforma”
trabalhista, assim como do que se passa com a reforma previdenciária, e, como revelado na greve geral do dia 28/04,
a  maior  da  história  do  Brasil,  que  foi  chamada  por  todas  as  centrais  sindicais  e  que  contou  com  a  participação

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estimada de 35 milhões de pessoas, atingindo todas as regiões do país[lv], tendo sido integrada, também, por vários
movimentos  sociais  e  por  relevante  parcela  da  juventude  organizada,  já  deu  o  recado  de  que  não  está  disposta  a
permitir que esse autêntico golpe para a destruição de direitos sociais se consagre, sendo que pode muito mais, afinal
de contas, ao que tudo indica, 2013 não acabou.

Sendo  assim,  aos  agentes  do  desmonte  institucional  e  do  retrocesso,  fica  o  recado:  “Não  cante  vitória  muito  cedo,
não" (Belchior).
 
São Paulo, 1º de maio de 2017.

[i].  SOUTO  MAIOR,  Jorge  Luiz.  “Impeachment,  corrupção,  hipocrisia  e  terceirização.”  In:
https://blogdaboitempo.com.br/2015/03/13/impeachment­corrupcao­hipocrisia­e­terceirizacao/
(https://blogdaboitempo.com.br/2015/03/13/impeachment­corrupcao­hipocrisia­e­terceirizacao/)
[ii].  SOUTO  MAIOR,  Jorge  Luiz.  “Participação  popular  o  atentado  à  classe  trabalhadora.”  In:
https://blogdaboitempo.com.br/2014/09/29/sut­participacao­popular­ou­atentado­a­classe­trabalhadora/
(https://blogdaboitempo.com.br/2014/09/29/sut­participacao­popular­ou­atentado­a­classe­trabalhadora/)
[iii]. http://pmdb.org.br/wp­content/uploads/2015/10/RELEASE­TEMER_A4­28.10.15­Online.pdf (http://pmdb.org.br/wp­
content/uploads/2015/10/RELEASE­TEMER_A4­28.10.15­Online.pdf)
[iv].  http://radioagencianacional.ebc.com.br/politica/audio/2015­12/processo­de­impeachment­de­dilma­comeca­
tramitar­na­camara  (http://radioagencianacional.ebc.com.br/politica/audio/2015­12/processo­de­impeachment­de­dilma­
comeca­tramitar­na­camara)
[v].  E  já  era  possível  vislumbrar  o  quanto  os  direitos  trabalhistas  estavam  em  risco:  SOUTO  MAIOR,  Jorge  Luiz.
“2015:  velhos  ataques  e  novas  resistências.”  In:  http://www.jorgesoutomaior.com/blog/2015­velhos­ataques­e­novas­
resistencias (http://www.jorgesoutomaior.com/blog/2015­velhos­ataques­e­novas­resistencias) 
[vi].  http://oglobo.globo.com/brasil/fiesp­ciesp­apoiarao­impeachment­da­presidente­dilma­18293920
(http://oglobo.globo.com/brasil/fiesp­ciesp­apoiarao­impeachment­da­presidente­dilma­18293920),  acesso  em
14/07/16.
[vii]. http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,esperamos­ajuste­sem­aumento­de­impostos,10000026350
[viii].  http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1772725­ministros­do­governo­temer­sao­alvo­de­investigacoes­
alem­da­lava­jato.shtml
[ix].  http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/reforma­trabalhista­e­para­segundo­momento­diz­ministro­do­
trabalho.html
[x].  http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/reforma­trabalhista­e­para­segundo­momento­diz­ministro­do­
trabalho.html
[xi]. CARNEIRO, Mariana, WIZIACK, Júlio e CRUZ, Valdo. “Empresários marcam ato de apoio a Temer.” Folha de S.
Paulo, 8 de junho de 2016, p. 1 – Mercado.
[xii].  http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/marianagodoyentrevista/blog/blog­do­programa/precisamos­readequar­a­
legislacao­trabalhista­diz­ministro­do­trabalho
(http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/marianagodoyentrevista/blog/blog­do­programa/precisamos­readequar­a­
legislacao­trabalhista­diz­ministro­do­trabalho), acesso em 18/06/16.
[xiii].  http://g1.globo.com/bom­dia­brasil/noticia/2016/06/ministro­eliseu­padilha­diz­que­lava­jato­deve­saber­hora­de­

http://www.jorgesoutomaior.com/blog/a­quem­interessa­essa­reforma­trabalhista 21/50
23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

parar.html  (http://g1.globo.com/bom­dia­brasil/noticia/2016/06/ministro­eliseu­padilha­diz­que­lava­jato­deve­saber­
hora­de­parar.html), acesso em 18/06/16. 
[xiv].  http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2016/06/eliseu­padilha­defende­acabar­com­a­clt­como­solucao­para­
a­201ccompetitividade201d­2592.html  (http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2016/06/eliseu­padilha­defende­
acabar­com­a­clt­como­solucao­para­a­201ccompetitividade201d­2592.html), acesso em 18/06/16.
[xv].  http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/cni­elogia­meta­fiscal­de­2017­mas­se­diz­contra­aumento­
impostos.html  (http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/cni­elogia­meta­fiscal­de­2017­mas­se­diz­contra­
aumento­impostos.html), acesso em 11/07/16. 
[xvi].  http://www.jornalopcao.com.br/ultimas­noticias/em­nota­cni­tenta­corrigir­declaracao­de­presidente­sobre­80­
horas­semanais­de­trabalho­70242/  (http://www.jornalopcao.com.br/ultimas­noticias/em­nota­cni­tenta­corrigir­
declaracao­de­presidente­sobre­80­horas­semanais­de­trabalho­70242/), acesso em 11/07/16. 
[xvii].  http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1793537­governo­enviara­ao­congresso­ate­final­do­ano­tres­
propostas­trabalhistas.shtml  (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1793537­governo­enviara­ao­congresso­
ate­final­do­ano­tres­propostas­trabalhistas.shtml), acesso em 22/07/16.
[xviii].  http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/temer­defende­reforma­trabalhista­e­diz­que­e­saida­para­manter­
empregos.html, acesso em 27/08/16.
[xix].  http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1813456­temer­diz­que­nao­e­idiota­de­eliminar­direitos­
trabalhistas.shtml
[xx].  http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/modernizacao­da­legislacao­trabalhista­fica­para­2017­diz­
ministro.html
[xxi].  http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/12/1840250­nome­de­temer­e­citado­43­vezes­em­delacao­de­
executivo­da­odebrecht.shtml
[xxii].  <http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/noticia/2016/12/17/jornada­flexivel­de­trabalho­ainda­nao­e­
consenso­afirmaministro­
263953.php>.
[xxiii]. http://exame.abril.com.br/brasil/moro­aceita­primeira­denuncia­da­lava­jato­em­2017/
[xxiv].  http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/03/1863246­camara­reabre­debate­sobre­terceirizacao.shtml?
cmpid=softassinanteuol
[xxv]. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=20794 
[xxvi].  http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1868327­autorizada­pelo­stf­nova­fase­da­lava­jato­cumpre­
mandados­no­nordeste.shtml
[xxvii]. http://g1.globo.com/politica/operacao­lava­jato/noticia/a­lista­de­fachin.ghtml
[xxviii]. O mesmo argumento que já havia sido aventado como fundamento da apreciação do processo de julgamento
da chapa Dilma­Temer: http://veja.abril.com.br/politica/estabilidade­do­pais­influira­em­decisao­sobre­temer­diz­gilmar/ 
[xxix].  Lembre­se,  a  propósito,  de  que,  em  2012,  a  Confederação  Nacional  da  Indústria  (CNI)  apresentou  um  paper
com  o  título,  “101  Propostas  para  Modernização  Trabalhista”,  tendo  por  objetivo  explícito  defender  a  redução  dos
“altos  custos”  do  emprego  formal,  vistos  como  um  dos  mais  graves  entraves  ao  aumento  da  competitividade  das
empresas  brasileiras.  Mantendo  a  já  antiga  crítica  à  “vetusta  CLT”,  a  entidade  ataca  as  posições  assumidas  pelo
Tribunal Superior do Trabalho nos últimos anos, acusando­as de “irracionais”. 
[xxx].  http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,em­3­anos­principais­empresas­citadas­na­lava­jato­demitiram­
quase­600­mil,70001748171

http://www.jorgesoutomaior.com/blog/a­quem­interessa­essa­reforma­trabalhista 22/50
23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

[xxxi].  http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1877775­brasil­ganhara­se­for­possivel­manter­governo­ate­
2018­diz­socio­da­natura.shtml
[xxxii]. Roda Viva, da TV Cultura. 
[xxxiii].  Art.  3º  ­  “§  2º  O  negócio  jurídico  entre  empregadores  da  mesma  cadeia  produtiva,  ainda  que  em  regime  de
exclusividade,  não  caracteriza  o  vínculo  empregatício  dos  empregados  da  pessoa  física  ou  jurídica  contratada  com  a
pessoa física ou jurídica contratante nem a responsabilidade solidária ou subsidiária de débitos e multas trabalhistas
entre eles.”
[xxxiv].  http://radioagencianacional.ebc.com.br/economia/audio/2015­02/micro­e­pequenas­empresas­geram­84­dos­
empregos­do­pais  (http://radioagencianacional.ebc.com.br/economia/audio/2015­02/micro­e­pequenas­empresas­
geram­84­dos­empregos­do­pais)
[xxxv].  SOUTO  MAIOR,  Jorge  Luiz.  “Os  efeitos  das  reformas  trabalhistas  propostas”.
In:  http://www.jorgesoutomaior.com/blog/viii­os­efeitos­das­reformas­trabalhistas­propostas
(http://www.jorgesoutomaior.com/blog/viii­os­efeitos­das­reformas­trabalhistas­propostas) 
[xxxvi].  Márcio  Pochmann,  "Políticas  macroeconômicas  e  o  desemprego",  Jornal  O  Estado  de  São  Paulo,  ed.  de
18/03/98, p. B­2.
[xxxvii]. José Pastore, "O emprego no turismo", Jornal O Estado de São Paulo, ed. de 31/­3/98, p. B­2.
[xxxviii]. Pesquisa feita pelo IBGE, conforme noticiado no Jornal Folha de São Paulo, ed. de 26/08/98, p. 3­3.
[xxxix]. Conforme Editorial do Jornal O Estado de São Paulo, ed. de 24, de janeiro de 1998, p. A­3.
[xl]. A Lei n. 8.864, de 28 de março de 1994, apenas confere às microempresas e às empresas de pequeno porte uma
forma mais simples de cumprimento de suas obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas.
[xli]. "Microempresa: única solução", Jornal Folha de São Paulo, ed. de 27/06/97, p. 1­3.
[xlii].  Apud  Felice Battaglia, Filosofia do trabalho. São Paulo, Saraiva, 1958, p. 148.
[xliii]. SOUTO MAIOR, Jorge Luiz.  O direito do trabalho como instrumento de justiça social. São Paulo: LTr, 2000, pp.
177­178.
[xliv]. "Congestionamento faz produtividade cair 20%", Jornal o Estado de São Paulo, ed. de 26/06/98, p. C­1.
[xlv]. SOUTO MAIOR, Jorge Luiz.  O direito do trabalho como instrumento de justiça social. São Paulo: LTr, 2000, pp.
178­179.
[xlvi]. Jornal O Estado de São Paulo, ed. de 2/06/98, p. B­5.
[xlvii]. Gilberto Dimenstein,  in  Folha de São Paulo, ed. de 10/04/98, p. 3­1.
[xlviii]. Gilberto Dimenstein e Fernando Rossetti, Jornal Folha de São Paulo, ed. de 21/06/98, p. 3­1.
[xlix]. SOUTO MAIOR, Jorge Luiz.  O direito do trabalho como instrumento de justiça social. São Paulo: LTr, 2000, pp.
180­181.
[l]. Idem, p. 36.
[li]. Vide, a propósito,  Novas tendências do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1974, p. 18. 
[lii]. Folha de São Paulo, ed. de 09/03/97, p. 2­14.
[liii]. SOUTO MAIOR, Jorge Luiz.  O direito do trabalho como instrumento de justiça social. São Paulo: LTr, 2000, pp.
184.
[liv].  https://www.youtube.com/watch?v=cz6xBUkujD0  (https://www.youtube.com/watch?v=cz6xBUkujD0),  acesso  em
27/02/17.
[lv].  Acre:  Rodoviários;  Alagoas:  Professores  da  educação  pública  e  particular;  Bancários;  Funcionalismo  público
federal;  Trabalhadores  de  empresas  de  transporte  público  de  Maceió;  Amapá:  Bancários;  Rodoviários;  Profissionais

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da  educação;  Técnicos  da  Universidade,  Servidores  Federais;  Servidores  da  Justiça;  Servidores  do  MP;  Polícia  Civil;
Professores  da  Universidade  Federal;  Urbanitários;  Amazonas:  Professores  universitários;  Petroleiros;  Rodoviários;
Bancários  (bancos  públicos);  Vigilantes;  Polícia  Civil;  Construção  civil;  Bahia:  Policiais  civis;  Professores  da  rede
pública  de  ensino;  Trabalhadores  em  saúde  da  rede  pública;  Rodoviários  de  Salvador  e  Região  Metropolitana;
Comerciários  de  Salvador,  Irecê,  Itabuna  e  Ilhéus;  Bancários  de  todas  as  bases  sindicais  da  Bahia;  Metalúrgicos;
Servidores  do  Judiciário  estadual  e  federal  Trabalhadores  da  construção  civil;  Técnicos  administrativos  das
universidades  federais;  Servidores  públicos  municipais  de  Itabuna;  Petroleiros;  Servidores  públicos  estaduais;  Ceará:
Bancários;  Profissionais  de  setores  essenciais,  como  transporte,  saúde  e  educação;  Comerciários;  Transportes
coletivos;  Construção  civil;  Metalúrgicos;  Distrito  Federal;  Servidores  públicos  federais;  Auxiliares  de  Administração
Escolar  em  Estabelecimentos  Particulares  de  Ensino;  Bancários;  Empregados  no  Comércio  Hoteleiro,  Restaurantes,
Bares  e  Similares;  Trabalhadores  federais  em  saúde  previdência  e  assistência  social  no  distrito  federal;  Professores
das entidades de ensino particulares; Radialistas; Trabalhadores Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros
Urbanos;  Trabalhadores  da  Fundação  Universidade  de  Brasília;  Servidores  do  DETRAN;  Trabalhadores  de  Limpeza
Urbana do Distrito Federal; Aeroportuários; Trabalhadores em Embaixadas, Consulados e Organismos Internacionais;
Distrito  Federal:  Rodoviários;  Metroviários;  Bancários;  Sinproep­DF  (Sindicato  dos  Professores  em  Estabelecimentos
Particulares  de  Ensino  do  Distrito  Federal);  Espírito  Santo:  Professores;  Portuários;  Comerciários;  Bancários;
Metalúrgicos; Servidores públicos; Construção civil; Rodoviários; Enfermeiros(as) e psicólogos(as); Goiás:  Professores
municipais  de  Anápolis;  SIMPMA;  Trabalhadores  em  Empresas  de  crematório  e  Cemitérios  SINEF;  Limpeza  Urbana
Stilurbs; Servidores Públicos; Técnicos e trabalhadores nas Universidades e Institutos Federais de Ensino Sintifesgo –
Goiás;  Maranhão:  Rodoviários;  Metalúrgicos;  Sintema;  Simproeesema;  Vigilantes;  Sindicatos  da  pesca;  Sindicatos
rurais;  Panificação;  Mato  Grosso:  Servidores  públicos  estaduais;  Servidores  da  Educação  Pública;  Bancários;
Trabalhadores  dos  transportes  públicos;  Servidores  de  diferentes  esferas  do  Judiciário;  Minas  Gerais:  Servidores
públicos;  Trabalhadores  da  agricultura;  Bancários;  Trabalhadores  em  educação;  Docentes  da  PUC/Minas;
Metalúrgicos,  Petroleiros;  Trabalhadores  da  Saúde;  Professores  da  rede  privada  e  da  rede  pública;  Rodoviários;
Trabalhadores  do  Poder  Judiciário;  Metroviários;  Pará:  Portuários,  Bancários;  Construção  Civil;  Comerciários;
Servidores  Públicos;  Trabalhadores  na  Educação;  Paraíba:  Bancários;  Comerciários;  Construção  civil;  Correios;
Ferroviários;  Frentistas;  Motoristas  e  cobradores;  Policiais  civis;  Portuários;  Professoras  da  rede  privada  de  ensino;
Professoras  e  servidores  da  UEPB;  Professoras  e  servidores  da  UFPB;  Professores  da  rede  pública  de  ensino;
Professores  e  técnicos  administrativos  do  IFPB;  Servidores  da  Justiça  Federal;  Trabalhadores  da  Fundac;
Trabalhadores  da  limpeza  urbana;  Trabalhadores  e  trabalhadoras  rurais;  Urbanitários;  Paraná:  Trabalhadores  da
limpeza urbana; Professores e Trabalhadores das escolas municipais e estaduais; Motoristas e cobradores; Servidores
públicos; Guardas municipais; Auditores fiscais; Auditores da Câmara; Pernambuco: Bancários; Metroviários; Policiais
civis;  Servidores  da  Assembleia  Legislativa  de  Pernambuco;  Guardas  municipais;  Professores  do  setor  público  e
privado; Rodoviários; Metalúrgicos; Polícia Civil; Servidores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE); Professores
da  UPE;  Professores  da  Universidade  Federal  de  Pernambuco  (UFPE);  Trabalhadores  da  Previdência  Social;
Professores  da  rede  municipal  do  Recife;  Trabalhadores  dos  Correios;  Petroleiros;  Servidores  Municipais  do  Paulista;
Servidores  Administrativos  Fazendários;  Servidores  da  Universidade  de  Pernambuco;  Servidores  do  Poder  Judiciário;
Trabalhadores  em  Processamento  de  Dados  das  empresas  federais,  estaduais,  municipais  e  de  empresas  privadas;
Trabalhadores Químicos; Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino da Rede privada; Trabalhadores Públicos da
Agricultura  e  Meio  Ambiente  do  Estado  de  Pernambuco;  Trabalhadores  Portuários;  Professores  de  Jaboatão  dos
Guararapes;  Trabalhadores  em  Educação  de  Pernambuco;  Servidores  Municipais  do  Recife;  Enfermeiros;  Servidores

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Federais;  Servidores  estaduais  da  administração  direta  e  indireta;  Agentes  Comunitários  do  Recife;  Assistentes
Sociais;  Psicólogos;  Farmacêuticos;  Odontologistas;  Fisioterapeutas  e  Terapeutas  Ocupacionais;  Agentes  de
Segurança Penitenciária e Servidores do Sistema Penitenciário; Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco;
Auxiliares  e  Técnicos  em  Saúde  Bucal;  Associação  dos  Profissionais  de  Educação  Física;  Trabalhadores  da  Agência
Nacional  de  Vigilância  Sanitária;  Trabalhadores  da  Construção  Pesada;  Trabalhadores  em  Asseio  e  Conservação;
Condutores  de  Ambulância  de  Pernambuco;  Sindicato  dos  Porteiros;  Vários  servidores  públicos  municipais,  como  por
exemplo,  de  Buíque,  São  Bento  do  Uma,  Bezerros,  Abreu  e  Lima,  Riacho  das  Almas,  Iato,  Exu,  São  Vicente  Férrer,
Tacaimbó.  Tupanatinga,  Sertânia,  Moreno,  Gravatá;  Piauí:  Professores  do  setor  público  e  privado;  Servidores  da
saúde pública; Correios; Rodoviários; Metroviários; Comerciários; Servidores públicos municipais; Servidores judiciários
federais; Rio de Janeiro: Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (SinproRio); Radialistas trabalhadores
nas  Empresas  de  Energia  do  Rio  de  Janeiro  e  Região  (Sintergia);  Bancários  Rio;  Bancários  Teresópolis;  Bancários
Baixada; Bancários Campos; Petroleiros Norte Fluminense (Sindipetro­NF); Educadores Municipais e Estaduais (Sepe­
RJ);  Docentes  da  UFRRJ  (Adur­RJ);  Trabalhadores  em  Educação  da  Universidade  Federal  Rural  do  Rio  de  Janeiro
(Sintur­RJ);  Docentes  do  Cefet  (Adcefet­RJ);  Servidores  da  Fundação  Oswaldo  Cruz  (Asfoc  SN);  Trabalhadores  da
Saúde,  Trabalho  e  Previdência  Social  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  (Sindsprev­RJ);  Professores  da  UFRJ  (Adufrj);
Servidores da UFRJ (Sintufrj); Trabalhadores dos Correios (Sintect­RJ); Servidores Técnico­Administrativos CEFET­RJ
(Sintecefetrj); Docentes da UFF (Aduff); Servidores da UFF (Sintuff); Docentes da UERJ (Asduerj); Petroleiros Rio de
Janeiro  já  aprovaram  greve  nos  terminais  de  Ilha  D`água  e  Ilha  Redonda  (demais  setores  ainda  realização
assembleia);  Petroleiros  Duque  de  Caxias;  Rodoviários  do  Rio  de  Janeiro;  Rio  Grande  do  Norte:  Petroleiros;
Bancários; Comerciários; Vigilantes; Correios; Ferroviários; Trabalhadores têxteis; Confecções; Policiais civis; Aguas e
esgotos;  Docentes  da  UFRN;  Docentes  do  IFRN;  Trabalhadores  do  TRT;  Municipais  de  Natal;  Municipais  de
Parnamirim;  Municipais  de  Caicó;  Saúde;  Trabalhadores  da  limpeza  urbana;  Trabalhadores  rurais;  Tocantins:
Trabalhadores  em  educação  física;  Agentes  de  saúde;  Farmacêuticos;  Professores  da  rede  estadual;  Bancários;
Enfermeiros;  Servidores  do  Ministério  Público;  Servidores  estaduais;  Trabalhadores  da  saúde;  Mototaxi;  Taxistas;
Eletricitários; Garçons; Servidores Municipais de Palmas e Araguaina; Psicólogos; Inspetores de defesa agropecuária;
Motoboys;  Comerciários;  Trabalhadores  Rurais;  Auditores  fiscais;  Funcionários  da  Justiça;  Jornalistas;  Servidores
Federais;  Rio  Grande  do  Sul:  Metroviários  –  Sindmetro/RS  –  TRENSURB;  Rodoviários;  Bancários  de  Porto  Alegre;
Trabalhadores  dos  Correios;  Trabalhadores  de  Informática  –  Sindppd  RS;  Trabalhadores  do  Judiciário  Federal;
Aquaviarios; Professores da Rede Privada de Porto Alegre; Trabalhadores da Construção Civil; Sindicato Estadual das
secretárias;  Motoboys;  Trabalhadores  rurais;  Empregados  de  Transporte  de  Valores;  Empregados  em  Clube  de
Futebol;  Caminhoneiros;  Servidores  públicos  federais  (  sindiserf);  Professores  e  Funcionários  da  Educação  estadual
(CPERS);  Metalúrgicos;  Trabalhadores  do  Judiciário  estadual;  Trabalhadores  do  INSS  e  da  Saúde  Federal  –
Sindisprev;  Servidores  da  UFRGS,  Institutos  Federais  e  UFCSPA­   Assufrgs;  Professores  da  UFRGS;  Trabalhadores
da Prefeitura de Porto Alegre – Simpa; Professores Municipais de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Canoas, Sapucaia
e  Esteio;  Policiais  Civis,  federais  e  rodoviários  federais  votaram  paralisação;  Trabalhadores  representados  pelo
Semapi  (  SINDICATO  DOS  EMPREGADOS  EM  EMPRESAS  DE  ASSESSORAMENTO,  PERÍCIAS,  INFORMAÇÕES  E
PESQUISAS E DE FUNDAÇÕES ESTADUAIS DO RIO GRANDE DO SUL); Trabalhadores do Serviço Público Estadual
representados pelo Sindsepe­RS; Rondônia: Servidores da educação pública do estado; Servidores públicos federais;
Bancários;  Roraima:  Saúde;  Enfermeiros;  Correios;  Urbanitários;  Bancários;  Servidores  do  Estado;  Santa  Catarina:
Sindicato  dos  Trabalhadores  em  Estabelecimento  de  Saúde  Pública  Estadual  e  Privado  de  Florianópolis  e  Região
(Sindsaúde­SC);  Sindicato  dos  Trabalhadores  da  Educação  (Sinte­SC);  Trabalhadores  e  Professores  da  UFSC;

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Rodoviários  de  Blumenau;  Sindicatos  dos  servidores  de  Blumenau,  Florianópolis  e  Joinville;  Trabalhadores  dos
Correios; Bancários; São Paulo: Metroviários SP; Metalúrgicos SP; Rodoviários SP; Sintusp – Trabalhadores da USP;
ADUSP – Associação dos Docentes da USP; Sindiquinze – Servidores do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas;
Professores  Estaduais;  Educadores  Municipais;  Professores  da  rede  privada;  Sintaema  –  Trabalhadores  da  Sabesp,
Cetesb  e  Fundação  Florestal;  Eletricitários;  Bancários;  Portuários  de  Santos;  Rodoviários  de  Santos;  Correios  SP;
Portuários  ES;  Sindsef  –  Servidores  Federais;  Sinsprev;  Sintrajud  –  Judiciário  Federal;  Judiciário  Estadual;  Siemaco
Baixada  Santista;  Químicos  SP;  Sindicato  dos  Ferroviários  da  Central  do  Brasil;  Sindicato  Nacional  dos  Servidores
Públicos  Federais  da  Área  de  Ciência  e  Tecnologia  do  Setor  Aeroespacial  –  SINDCT;  SINDPD  –  Sindicato  dos
Trabalhadores  em  Processamento  de  Dados  e  Tecnologia  da  Informação  do  Estado  de  São  Paulo;  Trabalhadores  e
estudantes da Unesp de Presidente Prudente; Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Diadema – SINDEMA;
Professores  Francisco  Morato;  Professores  Jundiaí;  Professores  estaduais,  municipais  e  universitários  de  Sorocaba;
Químicos  da  Zona  sul  da  capital,  Cotia,  Barueri,  Osasco,  São  Bernardo  do  Campo;  Metalúrgicos  do  ABC,  Jundiaí,
Sorocaba,  São  Carlos  e  Vale  do  Paraíba;  Bancários  de  São  Paulo,  Osasco  e  região;  Mogi  das  Cruzes;  Campinas;
Sorocaba;  Petroleiros  das  Refinarias  de  Paulínia  (Replan),  Capuava  (Recap)  de  São  José  dos  Campos  e  Cubatão;  e
terminais  de  Guarulhos,  Guararema,  Barueri  ,  São  Caetano,  Ribeirão  Preto,  São  Sebastião  e  Caraguatatuba;
Comerciários  de  Osasco  e  Sorocaba;  Guarda  Civil  e  UBS’s  de  Jundiaí;  Construção  Civil  de  Bauru  e  Botucatu;
Eletricitários de Campinas; Trabalhadores da Saúde e Previdência do Estado de São Paulo; Trabalhadores de Asseio
em  Conservação  e  Limpeza  Urbana  da  Baixada  Santista;  Trabalhadores  em  entidades  de  assistência  à  criança  e  ao
adolescente;  Sergipe:  Bancários;  Auditores  fiscais  tributários;  Servidores  públicos  estaduais;  Construção  civil;
Enfermeiros; Trabalhadores rurais. 

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23 Comentários (http://www.jorgesoutomaior.com/blog/a-quem-interessa-essa-reforma-
trabalhista#comments)

regina singh 1/5/2017 09:17:05 am

Prezado Mestre, sou estudante de Direito do Mackenzie e tenho lido todos seus comentários a respeito da
reforma trabalhista. Estou com certa dificuldade de entender a profundidade de alguns itens especificos da
reforma. Exemplos de cada item que a mesma altera seriam muito convenientes. Há algum evento ou aula
que o sr. esteja organizando ou agendado para fazer, onde eu pudesse esclarecer esse pontos
pessoalmente?
RESPONDER

Jorge Luiz Souto Maior 1/5/2017 09:32:21 am

Cara Regina, o próximo artigo que vou publicar aqui é uma análise dos dispositivos do PL 6787/16 ­
um a um.

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Jansen Wagner Gallo 1/5/2017 09:48:58 am

Exmo. Dr, 
O texto elaborado por V. Excia. é brilhante e lancinante. E, mais que tudo, comovente. Uma obra­prima
radiográfica do que virá, dos sonhos perdidos desta geração atual, na qual infelizmente estão expostos
meus filhos, netos, demais familiares e a maioria do povo brasileiro.
RESPONDER

Flavio 1/5/2017 10:44:32 am

Juiz contra abolição e simplificacao das complexas leis brasileiras ? Piada. São partes do sistema, sua
opinião não é isenta.
RESPONDER

PROFESSOR GLEIDISTONE ANTUNES 1/5/2017 01:20:13 pm

Que opinião, neste contexto, poderá ser isenta, haja vista que todos estão inseridos nesse mesmo
barco de futuro incerto?

RESPONDER

Flavio 1/5/2017 02:47:02 pm

Certo. Tem que ser separado o que é opinião enviesada de honestidade intelectual. Poucos
são capazes disso.

Michele Caroline de Souza 1/5/2017 11:03:31 am

Excelente reflexão! É realmente revoltante o desmonte que se está pretendendo ocasionar não só no Direito
do trabalho, mas sim na Constituição Federal. Chega a ser temerário este PL totalmente inconstitucional,
que vai contra todas as diretrizes de um Estado Democrático de Direito, onde os Princípios da
implementação progressiva e do não retrocesso social são jogados no lixo.
RESPONDER

EDILSON ZAFIRA DE SOUSA 1/5/2017 06:24:29 pm

Prezado Souto Maior, boa noite! 

“A dura realidade é que o atual governo optou pelo caminho errado ao adotar medidas que afetaram a
estabilidade da economia e provocaram o crescimento do desemprego (...) o fechamento de 100 mil
estabelecimentos comerciais em todo país, gerando 10 milhões de desempregados e com o governo
perdendo toda credibilidade junto à população e à comunidade financeira internacional.

*O governo atual, HERDAMOS, 11 milhões de 
desempregados DOS 14 milhões atuais.

Grande abraço,

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior
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Josy Fonseca 1/5/2017 06:55:25 pm

Prezado Doutor . Acabo de lhe assistir na entrevista ao roda viva e ao pesquisar sobre, encontro este artigo
que penso ser muito esclarecedor. Obrigada !

RESPONDER

Claudia 1/5/2017 07:04:50 pm

Ah Dr. Jorge, suas palavras lúcidas me levam às profundas reflexões, que país queremos aos nossos
filhos? Um país melhor, mais humano, mais solidário e essas reformar vêm na contramão disso. Obrigada
por nos ensinar o melhor. Araraquara sente falta de um juiz como o senhor.
RESPONDER

Noa 1/5/2017 07:41:26 pm

Com esse texto entendemos tudo o q está por trás das reformas. Muito obrigada, vou compartilhar em todas
as redes sociais.
RESPONDER

Helena Russano Alemany 2/5/2017 12:37:24 am

Texto absolutamente esclarecedor e brilhante. Impossível ler e permanecer incólume; impossível ler sem, ao
mesmo tempo, transformar­me a mim mesma. Obrigada.

RESPONDER

Christine Sodré Fortes 2/5/2017 04:57:19 am

Excelente a análise, exceto por vitimizar o governo Dilma, que não teve o compromisso de adotar as
medidas estruturais necessárias e sugeridas no final do artigo para diminuir a desigualdade social, e que
estava, paulatinamente introduzindo as reformas trabalhista e previdenciária. E discordo também da
culpabilização da operação lava­jato pelos males que ela combate. Porque, afinal, sem corrupção este
congresso não teria votado esse PL.
RESPONDER

Cleber Diego Dillenburg 2/5/2017 01:43:47 pm

O artigo do ilustre Juiz Souto Maior, transcende toda a temática atual sobre direitos fundamentais do
trabalhador. Um artigo que se publicado em um País sério, por si só, teria resguardo suficiente para a
suspensão imediata da reforma trabalhista. Mormente dar inicio a declaração de inconstitucionalidade de tal
reforma, o qual busca aniquilar direitos e garantias mínimas dos trabalhadores, e trazer única e

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23/05/2017 A quem interessa essa “reforma” trabalhista? ­ Jorge Luiz Souto Maior

exclusivamente a tomada de poder total do capital sobre o trabalho. Parabéns Souto Maior. Vivemos dias
tristes, lutamos para tentar fazer o impossível para parar isto, mas sinceramente, o golpe esta em todas as
esferas de poder. Somente algo muito imprevisível, e este algo tem nome, poderá parar isto. Avante.
RESPONDER

Mauricio 2/5/2017 08:32:31 pm

Ótimo texto. Não sei se viu, mas talvez a análise feita pela The Intercept Brasil, a qual examinou as 850
emendas apresentadas por 82 deputados durante a discussão do projeto na comissão especial da Reforma
Trabalhista, contribua para suas referências. Dessas propostas de “aperfeiçoamento”, segundo eles, "292
(34,3%) foram integralmente redigidas em computadores de representantes da Confederação Nacional do
Transporte (CNT), da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), da Confederação Nacional
da Indústria (CNI) e da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística)". 

Abaixo segue o link da reportagem:
https://theintercept.com/2017/04/26/lobistas­de­bancos­industrias­e­transportes­quem­esta­por­tras­das­
emendas­da­reforma­trabalhista/

RESPONDER

Jorge Luiz Souto Maior 3/5/2017 12:01:31 am

Muito obrigado, Maurício.
Essa informação confirma o teor do texto.
Estava atrás dela, mas não havia encontrado...
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Elizabete Missasse 3/5/2017 10:49:27 pm

Adorei, sou dua fã incondicional.
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Flamínio Oliveira 4/5/2017 10:09:48 am

Professor, o senhor está preparando alguma postagem sobre o PL nº 6442/2016, que altera a lei n.º 5.889,
do trabalhador rural? Grato!
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Samuel 4/5/2017 04:25:46 pm

Como sempre, Excelente texto! Professor, gostaria de assistir a uma aula do GPTC na Fadusp. Quais dias
e horários são realizadas?

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darcio de souza (http://face) 6/5/2017 01:53:32 am
arcio Souza tenho uma duvida se o sindicato da minha categoria simplesmente acabar
serei existe a possibilidade de ser transferido pro sindicato patronal da mesma categoria segundo essa
sacanagem de reforma trabalhista?ou ficarei sem sindicato?ou irei pra um sindicato de outra categoria?ou
um maior de outra região da mesma categoria?
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Hélio Bomfim Coimbra Coimbra 8/5/2017 11:34:01 pm

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André Parisi da Silva 16/5/2017 09:36:32 am

Bom dia, Professor, Jorge! Primeiramente, parabéns pela coragem em desnudar as intenções ocultas do
projeto da reforma trabalhista. Mais tenho uma dúvida e peço, se possível, orientação. Consegui o texto
original do projeto no site da câmara. Mas o texto contém realmente nove páginas e o parecer do relator. Ele
trata,como o Senhor disse, de sete pontos da CLT e altera a lei 6019 de 74, que trata do trabalho temporário.
Li o texto e não vi nada sobre trabalho intermitente e outras questões abordadas nos seus comentários. Mas
o Senhor falou aqui da apresentação de um outro relatório, contendo mais de cem páginas e que, este sim,
altera mais de 200 pontos da CLT. Não encontrei este relatório no site da câmara e em lugar nenhum,apesar
de ter pesquisado bastante. O Senhor pode me indicar onde encontrá­lo? Pode disponibilizá­lo no seu blog
para baixarmos? Grato pela atenção!
André Parisi
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Marcelo (http://www.jorgesoutomaior.com/blog/a­quem­interessa­essa­reforma­

trabalhista#comments)
A Reforma Trabalhista é uma forma de reorganização econômica autoritária.  17/5/2017 11:37:17 am
Ela não teve em sua gênese, a participação das forças democráticas do país. 
O seu resultado é oferecido ao povo, como ato acabado, no qual são permitidas
críticas, como se fosse expressão da Democracia. 
Adotaram um ato formal para aprová­la. 
Em tema de importância social as forças da Nação deveriam participar desde o nascedouro da Reforma e
não apenas em seu final.
Mero simulacro democrático.

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