I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Excelência, inicialmente cumpre informar que os Requeridos são,
todos, pescadores artesMARIAis, sendo que o sustento de suas
famílias está no limite de suas diminutas rendas. Portanto, não
possuem condições de arcar com o pagamento de custas processuais
e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de
seus dependentes, razão pela qual requer, desde já, a concessão do
benefício de gratuidade de Justiça, amparada no que lhe confere a
legislação em vigor, nos termos do Art. 99, do CPC/2015,
consubstanciado na garantia fundamental inserta no
artigo 5º, inciso LXXXIV, da nossa Carta Magna.
II – DO RESUMO DOS FATOS
MM. Julgadora, ao contrário das inverídicas alegações dos autores
na inicial, o bem imóvel, objeto da presente lide, verdadeiramente
pertencia ao Sr. FRANCISCO REBOUÇAS DE SOUZA, conforme
declaração de reconhecimento de posse assinada pelos confinantes
(em anexo).
Cumpre esclarecer que, posteriormente, o Sr. FRANCISCO
REBOUÇAS DE SOUZA vendeu uma parte desse terreno ao seu
irmão MANOEL REBOUÇAS DE SOUZA, conforme se comprova
pelo RECIBO DE COMPRA E VENDA, (cópia em anexo).
Ainda nesse particular, vale destacar que, a posteriori, o Sr.
MANOEL REBOUÇAS DE SOUZA vendeu o referido lote ao seu
filho JOÃO REBOUÇAS DA SILVA, conforme se comprova pela
Escritura de Transferência de Cessão de Direitos Possessórios,
registrada em Cartório (cópia em anexo).
Deve-se dizer que, nesse contexto, por diversas vezes, os autores
tentaram se apossar do restante do imóvel, gerando muitas
confusões, inclusive com a intervenção do Poder Judiciário, que já
reconheceu, anteriormente, a legítima posse do terreno “sub judice”
ao Sr. FRANCISCO REBOUÇAS DE SOUZA.
Contudo, os autores não desistiram e, enquanto o dono do terreno
se encontrava pescando em alto mar, construíram,
clandestinamente, uma pequena casa no citado terreno. De maneira
que, quando este chegou em terra, só não derrubou a referida casa
pelo fato de o invasor ser um dos seus irmãos. Porém, sempre
deixou claro que aquele empréstimo gratuito se restringiria apenas e
tão somente ao espaço onde haviam construído a casa.
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ANTONIO CARLOS Reis da Silva
Advogado
OAB/CE nº 31.517