O Diabetes Mellitus (DM) representa um problema de saúde pública
devido ao aumento de sua incidência e prevalência, por ser uma doença crônica que exige acompanhamento a longo prazo e cuidado individual para prevenção de complicações. Estudos mostram que a qualidade de vida do paciente com DM pode influenciar a adesão ao tratamento melhorando satisfatoriamente os resultados clínicos e reduzindo as taxas de morbimortalidade e a progressão da doença. (GUSMAI; NOVATO e NOGUEIRA, 2015). O Diabetes Mellitus (DM) acomete, em média, 300 milhões de pessoas no mundo. Em geral, 20% das pessoas que possuem entre 65 e 76 anos já são considerados diabéticas e esses números tendem a aumentar com o avanço da idade (OLIVEIRA et al., 2012). No Brasil, essa prevalência é de 7,6%, sendo que, quase metade dessa população (46%) desconhece o diagnóstico (DUARTE et al., 2012). Acredita-se que a prevalência esteja aumentando devido ao envelhecimento populacional, aumento crescente da obesidade, urbanização, mudanças nos hábitos de vida, transição nutricional e redução da prática de atividade física (CARVALHO et al., 2012). As complicações do DM podem atingir diversos sistemas orgânicos causando, por exemplo, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira, problemas cardiovasculares e consequentemente, redução na qualidade de vida desses pacientes (PEREIRA et al., 2012). As comorbidades e os altos índices de hospitalização são responsáveis pelo aumento do custo médico-social e podem ser reduzidos com o controle adequado da glicemia (FUSCALDI; BALSANELLI; GROSSI, 2011). A complexidade que envolve o tratamento do DM pode dificultar a adesão ao tratamento como a recomendação do profissional de saúde, em relação à tomada de medicamentos, seguimento de uma dieta ou mudanças no estilo de vida, o compromisso com a insulina ou medicações orais. Implica no vínculo entre paciente e profissional de saúde, levando a uma mudança no comportamento da pessoa, com a compreensão da importância no seguimento do tratamento proposto. A dificuldade do paciente em usar a medicação prescrita, seguir o plano alimentar ou modificar o estilo de vida, de acordo com as orientações da equipe multidisciplinar, é um problema corriqueiro, assim como, as mudanças no estilo de vida, uso de múltiplos medicamentos, o medo de complicações, limitações físicas e deficiências visuais, dificuldades para as mudanças necessárias ao controle do diabetes. As consequências da não adesão ao tratamento estão relacionadas à falta de obtenção dos benefícios esperados, ausência de resposta fisiológica da doença, deterioração da relação profissional/paciente e ao aumento do custo financeiro tanto para a pessoa quanto para o sistema de saúde, devido ao número elevado de hospitalizações e do tempo de tratamento. (ROSSI; SILVA e FONSECA, 2015).
1.1- PROBLEMA
A falta de adesão ao tratamento do paciente portador de Diabetes
Mellitus.
1.2- PERGUNTA DA PESQUISA
Quais os principais fatores que levam os portadores de diabetes mellitus
tipo 2 a não aderir ao tratamento? 1.3 OBJETIVO
Identificar as causas que levam os portadores de diabetes a não aderir ao
tratamento.
Verificar as causas que interferem os portadores de DM tipo 2 na
adesão à dieta e atividade física. 2. PONTOS CHAVES
2.1- Diabetes Mellitus tipo 2
2.2- Tratamento do diabetes mellitus tipo 2 2.3- Atividade física
2.1- DIABETES MELLITUS TIPO 2
O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível, ela
como outras doenças afetam de forma intensa a vida das pessoas; Fatores ambientais afetam de forma direta na adesão dessa doença, como o tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, riscos ambientais e comportamentais, ou seja, a causa principal do DM não se encontra em fatores genéticos (PERTERMANN et al., 2015). Sua classificação é dividida em dois subtipos; Diabetes Mellitus Tipo 1e Tipo 2. A DM tipo I é regularmente encontrada entre 5% a 10% em crianças e com o grau mais lento e progressivo em adultos, associada à desnutrição de células beta pancreáticas especificamente com deficiência de insulina (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). DM Tipo II é considerada a mais comum, pois corresponde 90% a 95% dos casos de DM. É tipicamente encontrada entre as variações de faixa etárias do indivíduo (Criança, adolescente, adulto, idoso). Esse tipo especifico de DM surge quando o pâncreas produz quantidade insuficiente de insulina para suprir as necessidades do corpo ou quando a existência de defeitos em receptores dificultando a utilização da insulina (FERREIRA; CAMPOS, 2014). 2.2- TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2
No controle do diabetes mellitus (DM), a falta de adesão ao tratamento é
um desafio frequentemente enfrentado na prática clínica pelos profissionais das instituições de saúde. (ARAÚJO et al.; 2011) Os fatores envolvidos na adesão incluem: acessibilidade e disponibilidade do medicamento nos serviços de saúde, dados sociodemográficos do usuário, aceitabilidade do medicamento, sensação de perda de controle sobre seu corpo, atitudes familiares e de amigos, isolamento social, relação entre usuário e profissional de saúde, esquema terapêutico, cronicidade, ausência de sintomas, tempo de diagnóstico, conhecimento e compreensão da doença e do tratamento. (SANTOS et al.; 2011) Entre as doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis pelas condições crônicas de saúde, o Diabetes Mellitus (DM) se destaca pelas suas proporções epidêmicas em âmbito nacional e global, e o conceito de adesão para essa doença inclui, além da terapêutica medicamentosa, um plano alimentar individualizado, exercícios físicos regulares e cuidados gerais. (WHITING et al.; 2011) O tratamento medicamentoso do DM é complexo e pode envolver diferentes fármacos com múltiplas dosagens, bem como aplicações diárias de insulina exógena. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2013)
2.3- ATIVIDADE FÍSICA
O exercício físico é uma ferramenta terapêutica importante na prevenção
e tratamento de diversas doenças crônicas não transmissíveis. Desde o século XVIII, o exercício físico vem sendo preconizado como uma atividade benéfica no tratamento de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) devido ao aumento na utilização periférica da glicose, que persiste por 12 horas ou mais, após o final do exercício. (American Diabetes Association, 2015) Há evidências de que exercícios físicos melhoram o controle glicêmico, contribuem para a perda de peso e aprimoram a qualidade de vida. Também contribuem para a melhora do perfil lipídico, aumento do HDL- -colesterol e redução dos níveis de triglicérides e, consequentemente, dos fatores de risco cardiovasculares, o que tem impacto sobre a morbidade em pessoas com diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2. (FARIA et al ; 2014)
2.0- METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, os artigos incluídos na
revisão atendem aos seguintes critérios: ser publicado entre 2011 a 2017, está disponível no idioma português, apresentar o tema da pesquisa. Foram utilizados para busca dos artigos, os seguintes ¨DECS¨: Diabetes Mellitus tipo 2, Tratamento do Diabetes tipo 2, Atividade física. Para seleção das publicações, avaliou-se inicialmente o título e o resumo, de modo a confirmar se contemplavam a questão da pesquisa e se atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. Os artigos pré-selecionados foram lidos na íntegra com intuito de evitar viés de seleção. A busca foi realizada na BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), nas bases de dados: BDENF (Base de dados em Enfermagem), LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em ciências da saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval system on line) e SCIELO (Scientific Electronic Library on line), totalizando 12 artigos. As obras idênticas e repetidas em base de dados diferentes foram eliminadas, considerou-se seu primeiro registro. Primeiramente as obras foram arquivadas em computador, para que em seguida fosse realizada uma pré- seleção de acordo com a leitura dos resumos. Nesta fase, buscou-se a relação entre o conteúdo, título, resumo e se atendiam ao objeto do presente estudo. Na fase de seleção as obras foram lidas integralmente, com especial observação para os resultados e finalizações dos estudos, os artigos que não apresentavam qualquer relação com o conceito, não estavam em português foram excluídos. REFERÊNCIAS
ARRELIAS, C.C.A.; FARIA, H.T.G.; TEIXEIRA, C.R.S.; SANTOS, A. ;
ZANETTI, M.L. Adesão ao tratamento do diabetes mellitus e variáveis sociodmográficos, clínicas e de controle metabólico. Acta Paul. Enferm. Vol. 28 n.4- São Paulo- 2015. BRAZ, J.M.; SILVA, M.R.; GOIS, C.F.; BRAZ, T.M.; SANTOS, V. ; SILVA, L.A.S.M. Sintomas depressivos e adesão ao tratamento entre pessoas com diabetes mellitus tipo 2, Ver Rene- 2012.