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INTRODUÇÃO

ACCS: Prática Arqueológica em Comunidade

Sob a orientação do professor Carlos Etchevarne, monitoria de Jean Silva, a


Ação Curricular em Comunidade e Sociedade – Prática Arqueológica em
Comunidade começou no dia 06 de setembro de 2017. A turma deu início às leituras
e discussões sobre os conceitos básicos da Arqueologia em encontros semanais,
trazendo-os para o contexto baiano.

A ACCS foi pensada visando o compartilhamento de conhecimento entre a


academia e a comunidade de Morro do Chapéu sobre os sítios arqueológicos da
região, incentivando a preservação dos mesmos e possibilitando alguma resistência
ao processo de avanço de políticas econômicas que pouco se preocupam com os
sítios e também pensar formar sustentáveis de turismo utilizando os sítios como
atrativos. A ACCS é também resultado de uma relação construída por anos entre o
professor Carlos Etchevarne e a comunidade de Morro do Chapéu.

Viagem e Apoio Logístico

A ACCS, como uma atividade de extensão, requesito para complemento da


carga horária uma viagem à Morro do Chapéu. Para tal, contamos com o apoio da
Pró-reitoria de Extensão da UFBA, que disponibilizou transporte institucional,
responsável por nos levar a Morro do Chapéu no dia 01/02/2018 e nos trazer de
volta a Salvador no dia 05/02/2018, além de disponibilidade para transporte dentro
da cidade de Morro do Chapéu, entre o alojamento e os locais das atividades. O
grupo ficou hospedado no Centro Integrado de Estudos Geológicos (CIEG), também
conhecido como Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), de Morro
do Chapéu.

O CIEG em Morro do Chapéu oferece treinamentos e cursos para geólogos,


além de disponibilizar suas dependências como um local de apoio para estudantes e
professores de graduação e pós-graduação, quando estes estão em excursões
didáticas com práticas de campo. O CPRM existe no casarão que foi residência de
uma ilustre figura de Morro do Chapéu: o Coronel Francisco Dias Coelho. Os
dormitórios, cozinha, banheiros e área de convivência foram ocupados e utilizados
por nós, estudantes da ACCS, do dia 01 a 05 de fevereiro de 2018. Nossa
organização interna e os materiais de preparo das refeições foram garantidos pelo
monitor Jean Silva, além do apoio logístico e didático oferecido por Alvandyr Bezerra
ao professor Carlos Etchevarne.
Morro do Chapéu

1. Foto da turma com o professor Carlos Etchevarne e o guia Gilmar em frente à Capela Nossa Senhora
da Soledade, nas dependências do CIEG.

Morro do Chapéu é um município da Bahia, localizado na Chapada


Diamantina, considerada uma das cidades mais frias do estado devido sua altitude.
A região ainda preserva muito do passado arquitetônico, as construções
contemporâneas são menos numerosas. Visitamos os povoados de Santa Úrsula,
Destoque e São Lázaro, fomos cordialmente recebidos em cada casa por qual
passamos.

2. Contraste arquitetônico
das casas na sede de Morro do
Chapéu. Por Mariana Isadora

O município tem sido alvo da indústria energética, por conta do seu


potencial eólico: o Grupo Enel anunciou o Morro do Chapéu Sul como sendo o sexto
parque eólico construído pelo grupo na Bahia, apresentando esse empreendimento
como um avanço nas políticas ambientais; muito embora ele seja entendido por
lideranças locais como extremamente prejudiciais ao desenvolvimento sustentável e
ao estilo de vida das comunidades próximas à construção do parque eólico.

Como já foi dito, ficamos hospedados no CPRM de Morro do Chapéu,


localizado na sede do município, antiga residência do Coronel Francisco Dias
Coelho. Esta personalidade foi o primeiro Coronel negro da Bahia, tornando-se um
dos homens mais ricos do estado no século XIX graças a sua inteligência e à
mineração do carbono, mineral utilizado na confecção de brocas. Ganhou prestígio e
admiração do povo pelos investimentos culturais, segundo Gilmar, foi um Coronel
que não investia apenas em segurança, tinha uma relação de parentesco com os
pobres, muitos eram batizados com seu sobrenome e, além disso, sempre esteve
próximo dos outros negros.

3. Fotografia do Coronel Francisco Dias Coelho, localizada na Capela Nossa Senhora da Soledade, nas
dependências do CIEG. Por Lidia Bradymir

Santa Úrsula, Destoque e São Lázaro

A visita estendeu-se aos povoados da região no dia 3 de fevereiro de 2018,


dentre os quais está Santa Úrsula, que possui esse nome em homenagem à
padroeira da cidade. O povoado está localiza a 15 km da sede, as ruas são de barro
e paralelepípedo, a Igreja de Santa Úrsula fica localizada no centro do povoado e
passa grande parte do tempo fechada por conta de ter apenas um padre para todo o
município, ao lado está o colégio que foi desativado por conta da quantidade de
alunos que era baixa, os poucos alunos fora remanejados para a escola da sede em
Morro do Chapéu, a associação de moradores, onde realizamos a atividade com a
comunidade, fica localizada a poucos metros da igreja. As moradias se dispõem ao
redor dessas três construções, casas pequenas com quintais com plantações e
criação de animais (galinhas, patos, galos etc.).
4. Igreja de Santa Úrsula. Por Lidia Bradymir

5. Casa de farinha do povoado de Santa Úrsula. Por Lidia Bradymir

6. Associação de Comunitária de Santa


Úrsula. Por Mariana Isadora
De lá os estudantes foram separados em três grupos para que pudéssemos
visitar São Lázaro e Destoque, povoados vizinhos. A ideia era que um grupo ficasse
em Santa Úrsula para conhecer os moradores e convidar para a atividade, enquanto
os outros dois conheciam e convidavam moradores das outras duas comunidades.

7. Suculenta vista no pequeno jardim em frente à casa de uma moradora de Destoque. Por Lidia
Bradymir

A disposição das casas de Destoque e São Lázaro são diferentes da


organização de Santa Úrsula, nesses povoados as casas são mais afastadas umas
das outras e não ficam ao redor das construções principais, além disso, essas casas
possuem pequenas roças com plantação de frutas e criação de animais. Em
Destoque havia duas igrejas, uma católica e outra evangélica, e uma das
justificativas para a ausência de parte da população era que a atividade ocorreria no
mesmo dia e horário do culto.

Em uma das casas que passamos em Destoque, uma moradora tinha um


grande pote de armazenar água, o professor Etchevarne a questionou sobre o
mesmo e segundo ela o pote estaria na família a algumas gerações e teria sido
passado de pai para filho, teria cerca de uns 100 anos. Os moradores mostravam
que conheciam bem as cerâmicas da região, mesmo uma boa parte nunca tendo
visitado os sítios, alguns achavam fragmentos de cerâmica e guardavam em suas
casas.
Visita aos sítios arqueológicos

No dia 2 de fevereiro às 07h30min saímos para visitar os sítios arqueológicos


no Complexo Arqueológico Lagoa da Velha, onde há um conjunto de afloramentos
de arenito silicificado, encontram-se muitos abrigos.

Os abrigos do complexo apresentam uma grande diversidade de técnicas de


pintura, nos primeiros afilamentos visitados percebe-se que as maiores
representações são humanas, em movimento, há também representações de emas
e veados enfileirados, como andassem na mesma direção, havia também figuras
humanas com motivos, que eram mais cheinhas com desenhos dentro delas. A
maioria estava em tom avermelhado ou roxo, mas também haviam figuras mais
claras.

FOTO

Logo depois, caminhamos cerca de 10km pela Lagoa da Velha que se


encontra seca, vimos a estátua formada naturalmente a qual dizem parecer uma
velha curvada, é por conta dessa pedra que a lagoa de chama Lagoa da Velha.
Nesse outro afilamento as figuras eram mais abstratas e geométricas, com maior
diversidade de pigmentação.

FOTO (PEDRA)

FOTO (DESENHOS)

No dia 4 de fevereiro fomos visitar o sítio São Francisco das Palmeiras, onde
as pinturas estão sobre arenito silicificado rosa. Essas rochas são mais claras,
facilitando a visualização das pinturas de tons avermelhados. Foram vistas nessa
visita figuras zoomorfas e antropomorfas, mas a imagem mais curiosa seria o
desenho de um parto feito em cor avermelhada.

FOTO (PARTO)
Outra figura famosa desse sítio é uma cena de guerra com traços muito finos
e bastante delicados, onde as pessoas estão de forma nítida em movimento, com
lanças e instrumentos percussores nas mãos, essas imagens mais finas podem ter
sido feitas com gravetos ou com pinceis feitos com pelos de animais.

FOTO

Em seguida nos dirigimos à Fazenda do Sossego, onde observamos muitas


figuras antropomorfas, em especial figuras que faziam destaque de sexo. Como a
exibição de pênis e o que aparentemente seria destaque de seios.

FOTO

Especificidades da tradição nordeste em Morro do Chapéu

Como citado anteriormente, em muitos painéis observados nos sítios as


figuras, tanto antropomorfas quanto zoomorfas, estão em movimento, utilizando
instrumentos ou outros atributos, dando um caráter narrativo às figuras, como se
constassem um acontecimento. Essa característica, painéis que se relacionam e
figuras que interagem, é a principal característica da tradição nordeste encontrada
em Morro do Chapéu.

Outro ponto é que o corpo humano está frequentemente munido de atributos


e acessórios, que possivelmente identificam uma posição social do indivíduo. Há
também frequência de imagens de captura de animais, com desenhos de possíveis
cercas, indicando que as caçadas não eram necessariamente predatórias.

Uma das marcas dos sítios, principalmente os primeiro abrigos do complexo


Lagoa da Velha, é a preferência pela horizontalidade, ou seja, ou desenhos são
contínuos em uma linha horizontal.
Execução da atividade com habitantes dos povoados de Santa
Úrsula, Destoque e São Lázaro

Como proposta de atividade de conclusão da ACCS está a realização de uma


atividade com a comunidade de Morro do Chapéu, para tal foram quarto meses de
preparação através de aulas discursivas, leituras e atividades de contato com
material lítico, aos poucos as ideias sobre o que poderíamos levar para eles foram
aparecendo. As leituras conceituais sobre Arqueologia, arte rupestre, cerâmicas etc.
eram feitas sempre tentando relacionar com o contexto baiano, sobretudo de Morro
do Chapéu que era nosso campo.

A atividade realizada no dia 3 de fevereiro foi construída processualmente


com a colaboração dos colegas, do professor e do monitor, foi construído um plano
sobre o qual nos baseamos. A meta era estimular que a comunidade nos trouxesse
o que eles sabiam sobre essas pinturas e cerâmicas e também mostrar o que nós
sabíamos sobre os mesmos, afim de estabelecer um diálogo, e também incentivar a
preservação desses sítios mostrando como eles colaboram na construção de uma
narrativa histórica daquele local.

Inicialmente a atividade havia sido projetada para ser realizada com


estudantes de ensino médio da região, mas a data da viagem coincidiu com o
recesso escolar. Sendo assim, adaptamos as dinâmicas para serem realizadas com
um público misto com jovens, idosos, adultos e crianças que compõem os três
povoados. Dividimos a atividade em duas etapas, na primeira foram apresentadas
informações a respeito da arqueologia e pinturas rupestres, destacando os sítios da
região e na segunda parte tratamos sobre as cerâmicas e sobre as populações
ceramistas pré-coloniais. A atividade ocorreu no período da noite, na Associação
Comunitária de Santa Úrsula, o que, juntamente com as chuvas e o horário do culto
na igreja, impossibilitou a participação de todas as localidades, contudo obtivemos
um público considerável.
A atividade foi iniciada com uma dinâmica de aproximação, onde era jogada
uma bola e quem pegava deveria falar o nome e algo que gostavam e passar
adiante, essa atividade ajudou a descontrair e tornar o ambiente mais leve. O
professor Carlos Etchevarne apresentou um pouco o conceito de arqueologia, sobre
o que era o trabalho dele e o da nossa disciplina.

Passado esse momento inicial, propomos que eles escrevessem ou


desenhassem algo que eles gostariam de deixar como marca deles naquele local,
foram distribuídos papeis, lápis, giz de cera e tintas, com os desenhos e frases
prontos nós perguntamos em qual local da parede eles gostariam de colar. Depois,
propomos que eles interpretassem o que o outro tentou dizer com aquele desenho,
sobre o local que escolheu para a colagem e começamos a explicas que o método
de análise dos arqueólogos seria muito parecido com aquele momento.

FOTO (SORVETE)

Deixamos a discussão fluir sobre quem poderia ter feito os desenhos e as


motivações, quando surgiu o assunto dos índios aproveitamos o link para tratar das
cerâmicas, fizemos uma pequena introdução e distribuímos algumas cerâmicas de
barro do acervo didático da universidade para que eles pudessem tocar, identificar
uma possível funcionalidade, se havia ou não reconhecimento de quem poderia ter
feito aquele material. Relacionamos com as cerâmicas indígenas e com a urna
funerária que foi encontrada na cidade.

Finalizamos agradecendo muito pela colaboração da comunidade conosco,


foram fundamentais para que a atividade fosse possível, além de que muitos deles
nos receberam em suas casas com muita boa vontade. A conversa foi muito boa,
houve troca de informações, ouvimos que levamos coisas que eles não sabiam que
existiam também, destacamos a importância do local para a construção histórica da
Bahia e dos achados cerâmicos e líticos em geral. Distribuímos lanche e folders com
algumas informações sobre a arqueologia, foi um momento também de interagirmos
mais ainda com a comunidade, inclusive foi quando uma moradora começou a
vender cartelas de um jogo de bingo que foi realizado depois do evento, valendo um
galo. Muitos de nós participamos da brincadeira e, inclusive, uma de nossas colegas
(Mariana Isadora) ganhou, porém optamos por deixar o galo para uma moradora que
também havia ganhado.
Considero que a atividade foi um sucesso, aprendemos muitas coisas com a
comunidade ao mesmo tempo em que também levamos muita coisa nova, a
comunidade foi totalmente ativa desde o momento que avisamos sobre a atividade
até o momento do evento em si, quero ressaltar que foram essenciais os moradores
que nos serviram de guia nos três povoados, além de limpar e abrir a Associação, a
Escola e a Igreja para que usássemos esses espaços. Concluo que obtivemos êxito
em nossa proposta, e fiquei muito satisfeita com o resultado.

FOTO
Bibliografia

Etchevarne, C. A. (2003). Sobrevivência de técnicas ceramistas tradicionais no


recôncavo baiano: um registro etnográfico. Habitus: Revista do Instituto
Goiano de Pré-História e Antropologia da Universidade Católica, 1(1), 40-73.

Etchevarne, C. A. (s.d.). A Arte de Representar.

Etchevarne, C. A. (s.d.). As particularidades das expressões gráficas rupestres da


Tradição Nordeste, em Morro do Chapéu.

Etchevarne, C. A. (s.d.). Chaves para uma leitura.


Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

ACCS: Prática Arqueológica em Comunidade .............................................. 1

Viagem e Apoio Logístico .............................................................................. 1

Morro do Chapéu .............................................................................................. 3

Santa Úrsula, Destoque e São Lázaro .......................................................... 4

Visita aos sítios arqueológicos .......................................................................... 7

Especificidades da tradição nordeste em Morro do Chapéu ......................... 8

Execução da atividade com habitantes dos povoados de Santa Úrsula,


Destoque e São Lázaro ............................................................................................... 9

Bibliografia ...................................................................................................... 12

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