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XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

ESTUDO ERGONÔMICO DE UMA


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NA
CIDADE DE GUARABIRA-PB
Eufrasio Vieira dos Anjos Junior (PPGEP )
eufrasiovieira@hotmail.com
Ricardo Moreira da Silva (PPGEP )
ricardomoreira0203@hotmail.com
Neyllor Lasmar da Cruz Silva (UFPB )
neyllorsilva@hotmail.com
Adriana de Souza Nascimento (PPGEP )
adriana.souza.adm@hotmail.com

As organizações produtivas, quer industriais ou de serviço, são


geradoras de disfunções de adaptação do trabalho ao homem, e por
isso constata-se a necessidade de análises ergonômicas para a melhor
adequação do ambiente de trabalho. A presttação de serviços
oferecidos em instituições financeiras tem fundamental importância
para a sociedade, por isso ligando esses assuntos, este trabalho teve
como objetivo principal analisar sob ponto de vista da ergonomia
aspectos da profissão bancária, ambiente de trabalho e suas condições
físicas. Para tal identificou-se os possíveis problemas ergonômicos
encontrados numa unidade de serviço bancário e descreveram-se as
características ergonômicas da instituição. O caminho metodológico
seguido dessa pesquisa descritiva foi o levantamento teórico sobre a
ergonomia, juntamente com a aplicação de um questionário aos
sujeitos da pesquisa para a coleta de dados e sua análise. Os dados
expostos fazem referência à percepção de cada funcionário, suas
expectativas e vivências no seu local de trabalho em relação aos
fatores avaliados. Conclui-se que o ambiente de trabalho da empresa
apresenta, um adequado projeto ergonômico, pois nos aspectos físicos
- iluminação, sonoridade e temperatura - foram avaliados de forma
positiva. Entretanto, a pausa de trabalho, o estresse e o movimento
repetitivo foi avaliado com um alto índice de inadequação,
ocasionando vários problemas físicos como dores musculares. Assim,
percebe-se que é necessário rever alguns itens, como a mobília, o
tempo de descanso durante a jornada de trabalho e aplicação de
momentos de descontração para o alívio de estresse.

Palavras-chaves: Ergonomia, Atividade Bancária, Aspectos Físicos.


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1 INTRODUÇÃO

Todo ato de realizar tarefa pode ser fatigante para o trabalhador, o que pode gerar algumas
disfunções. Nesse sentido, para mitigar o risco de ocorrência gerada pelo exercício
inadequado do trabalho, a ergonomia se apresentou como ciência que estuda a adequação do
trabalho ao ser humano. De fato, TAKEDA (2010), informa que “a ergonomia visa estudar as
características dos trabalhadores para adaptar as condições de trabalho a essas características”.

As pessoas adotam posturas para o desenvolvimento de atividades e para o descanso. As


posturas podem produzir cargas apropriadas para a conservação da saúde do sistema
musculoesquelético, que podem ser excessivas ou insuficientes, causando distúrbios nesse
sistema (BEVILÁQUIA; HACK, 2011).

Por isso, o estudo e a compreensão do ambiente de trabalho são decisivos para a qualidade de
vida do homem no trabalho, pois a inadequação do maquinário e do ambiente afeta a sua
produtividade e a sua saúde. Nesse contexto, o sistema bancário brasileiro está inserido, onde
pauta sua organização alternando para realização dos serviços tecnologia e o ser humano.

Assim, a presente pesquisa descritiva tem como objetivo analisar o ambiente de trabalho do
ponto de vista da ergonomia, observando características que possam influenciam no
desempenho e na qualidade do serviço prestado por uma instituição financeira. Como campo
de observação foi escolhido uma unidade bancária na cidade de Guarabira – PB, buscando
identificar os possíveis problemas ergonômicos encontrados no setor bancário e descrevendo
as características ergonômicas da instituição.

Os sujeitos da pesquisa foi o universo de funcionários da instituição financeira compostos por


04 Caixas 03 Gerentes e 01 Estagiário e a coleta de dados foi através de aplicação de
questionário e também em fontes secundárias que envolveram livros, artigos, periódicos,
anais, teses e dissertações, como também, textos disponíveis na Internet e meios eletrônicos
de banco de dados oficiais.

2 Sobre Ergonomia

A ergonomia é uma ciência multidisciplinar que estuda o ser humano e seu espaço físico e
organizacional, envolvendo medidas, funcionamento, funções e usabilidades, sendo estas

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utilizadas por profissionais das áreas de administração, engenharia da produção, design,


arquitetura, fisioterapia, entre outros. Másculo (2008) acrescenta que o IEA definiu
ergonomia como sendo uma disciplina científica que busca a interação entre os homens e os
elementos do sistema, com objetivo de maximizar o bem-estar humano como também o
desempenho geral do sistema.

A ergonomia, primeiramente, buscou analisar os fatores humanos pertinentes ao projeto de


criação de instrumentos de trabalho, ferramentas e outros apetrechos, típicos da atividade
humana, em ambiente profissional que facilitariam as ações de trabalho. Mais adiante também
se buscou entender, tabelar e organizar dados sobre os fatores humanos que deveriam ser
considerados não apenas para os instrumentos, mas para os projetos de sistemas de trabalho,
como as linhas de montagem, as salas de controle, os postos de direção de máquinas e entre
outros.

Busca-se de métodos científicos a analise dos trabalhos de acordo com os problemas


encontrados, como, problemas posturais, transição do olhar, incidentes, entre outros. (BISPO,
2004).

A Associação Internacional de Ergonomia – IEA (2012) divide a ergonomia em três áreas:


Ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional como mostra a Tabela 1:

Tabela 1 - Áreas da Ergonomia

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Fonte: Associação Internacional de Ergonomia (2012)

Vários métodos são aplicados para conhecimento e determinação de possíveis correções,


investigando tópicos como: Mobiliário (posto de trabalho), postura adotada, ambiente físico
(Iluminação, temperatura, ruídos, ventilação, cores, entre outros) e sistema organizacional, a
partir dos dados obtidos, recomendações e sugestões são fornecidas detalhadamente para
adaptações necessárias.

 Aspectos ambientais (físicos - ruídos, a iluminação e conforto visual, temperatura):

A sensação sonora passa a ser percebido como ruído quando é um incômodo ou não desejado
(FRANCISCO, 2012). Os efeitos negativos dos ruídos podem provocar problemas
fisiológicos como aumento da pressão da sonora da voz, estimula o sistema nervoso
autônomo, como também prejuízos à audição de forma permanente. (ILDA, 2005)

A iluminação ou conforto visual deve ser uniformemente distribuído de forma a evitar


ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. (SILVA, 2007) O
conforto visual é a adequada acomodação, definida como a capacidade de focar objetos em

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diferentes distâncias, que permite o mais nítido foco do objeto sobre a retina, e neste caso, a
iluminação é decisiva (BATIZ, 2003).

O conforto térmico é condição essencial para a saúde, segurança e produtividade, pois o


homem é da classe dos animais homeotérmicos, que mantém o corpo em aproximadamente
37° C independente da temperatura externa (ILDA, 2005), mantido por um sistema de
controle fisiológico de equilíbrio térmico.

 Aspectos Organizacionais

A ergonomia organizacional se preocupa em manter o ambiente em um estado que não agrida


a integridade do organismo e proporcione conforto ambiental, buscando as melhores
condições para o desempenho das atividades dos funcionários.

 Aspectos Cognitivos

A ergonomia cognitiva analisa os processos que envolve a interação entre a memória


(operativa e longo prazo), os processos decisórios, a atenção (carga mental e consciência),
enfim as estruturas e os processos para perceber, armazenar e recuperar informações. (LIMA,
2009)

A análise ergonômica do trabalho cognitivo procura demonstrar situações em que o sujeito


recebe ou troca mais informações do que consegue manipular, podendo cometer erros com
esse excesso de informação. Os estudos da avaliação cognitiva direcionam a empresa para
análise dos indicadores do grau de fadiga mental ou estresse e o quanto será determinante na
produtividade e na qualidade de vida dos funcionários.

A falta de ergonomia nos ambientes de trabalho muitas vezes é imperceptível. E o pouco que
se faz nesta área é adequar níveis de iluminação e dotar postos de trabalho com mesas e
cadeiras ditas ergonômicas.

Os fatores de natureza ergonômica (força excessiva, alta repetitividade, posturas incorretas,


entre outros) são considerados os principais fatores causadores deste problema. Couto et al
(1998) acrescenta que existe outros fatores como de natureza organizacional (concentração de
movimentos numa mesma pessoa, horas extras, dobras de turnos, ritmo apertado de trabalho,
ausência de intervalo) e de natureza psicossocial (pressão excessiva para o resultado,
ambiente tenso, problemas de relacionamento interpessoal, desprazer, falta de reconhecimento
do trabalho) também são elementos que contribuem para este quadro.

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Os grandes problemas que a falta da aplicação da ergonomia pode trazer são os riscos
associados ao stress e as pressões do trabalho moderno e as doenças relacionadas com as
articulações em decorrência de trabalho repetitivo e sem planejamento que não leva em conta
o conforto de execução na atividade.

3- As instituições bancárias

O trabalho nos bancos mudou consideravelmente nos últimos anos, tanto para os clientes
quanto para os bancários. Para o cliente, o banco era um local familiar onde os mesmo eram
chamados pelos nomes e os tratavam com zelo e atenção total, sendo que atualmente isto não
ocorre mais. O banco transformou-se em um local de autoatendimento, onde o cliente foi
obrigado a aprender a interagir com a tecnologia, e/ou local de espera para ser atendido, com
o enfrentamento de filas intermináveis, num ambiente desconfortável e de tensão permanente.
De fato, Coser et al (2006) identificou que na interação do homem-computador a
incompatibilidade ou apresentação de erros durante a operação dos sistemas informatizados e
que trazem dificuldades para seus usuários são devidas ao desconhecimento por parte do
projetista sobre: a tarefa, do modo operatório e da estratégia de solução de problemas do
componente humano no sistema.

Quanto ao trabalhador desse setor, como se não bastasse o estresse envolvido com o trabalhar
com o dinheiro dos outros, não houveram muitas inovações quanto a postura do trabalho,
assim, a categoria bancária é uma das que mais apresenta doenças ocupacionais, tanto mentais
quanto físicas. Tanto que Souto (2010) informa que, de 2005 a 2011, cerca de 2 mil bancários
receberam auxílio-doença por incapacidade causada por doenças do sistema
musculoesquelético.

3 DISCUSSÃO DOS DADOS

Com base nas análises realizadas durante a pesquisa, constatou-se que a equipe da agência
bancária é formada por 04 homens e 08 mulheres, em que desses funcionários 06 trabalham
na área de atendimento ao cliente 03 na área operacional e três em ambas as áreas. O tempo
de serviço médio de trabalho é de 05 anos. Essa equipe foi monitorada por seis meses e
aplicado um questionário para verificação da percepção deles em relação ao objeto trabalho e
seu ambiente.

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3.1.1 Ambiente de trabalho

Segundo Fiedler et al (2006), os fatores que causam desconforto, aumentam o risco de


acidentes e podem provocar danos consideráveis à saúde. O ambiente físico é importante e
premissa básica para bons resultados. Boa iluminação, condições sonoras adequadas,
circulação de ar, entre outros.

Gráfico 01 – Ambiente de Trabalho

Conforme análise das pesquisas é perceptível que a maioria dos funcionários (58%) sente que
o ambiente de trabalho é tolerável, demonstrando que existe algum desconforto com o
ambiente, sendo esse incômodo adverso e assim não permitindo que o local de trabalho seja
um ambiente agradável. Os demais integrantes da pesquisa opinaram que o ambiente é
desconfortável (17%), tolerável (8%), agradável (8%) e adequado (8%).

3.1.2 Iluminação

Silva (2004) diz que nos ambientes de trabalho deve haver iluminação adequada, sendo
natural ou artificial, geral ou suplementar apropriada à natureza da atividade. O planejamento
adequado da luz pode diminuir os acidentes ocorridos devido à fadiga visual. O projeto da
iluminação envolve tanto a iluminação elétrica ou artificial quanto a iluminação natural do
ambiente.

Gráfico 02 - Iluminação

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No tocante da iluminação do trabalho, o Gráfico 2 demonstra que o ambiente é agradável


(42%). Os demais sentem que o ambiente é adequado (33%) ou tolerável (25%). A quantidade
de funcionários que sentem que a iluminação é desconfortável ou inadequada é nula. Ou seja,
a iluminação foi bem projetada, não interferindo na qualidade do ambiente.

3.1.3 Temperatura

Destacado por Goulart (2012) que “a manutenção de um clima confortável é essencial para o
bem estar e desempenho em eficiência máxima”. A abordagem em relação à temperatura
deste trabalho circula em torno da temperatura gerada pelo ar condicionado, visto que o
ambiente pesquisado é a agência bancária que utiliza desse artifício para manter uma
temperatura climatizada.

Gráfico 03 - Temperatura

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Conforme o gráfico acima 50% dos funcionários afirma que o clima é agradável, enquanto
25% acham o clima tolerável, 17% adequado e 8% desconfortável. Nenhum funcionário
relatou que o clima é inadequado. Fazendo uma proporção dos dados obtidos, percebe-se que
as opiniões estão divididas. Aspecto que deve ser levado em consideração pela instituição,
visto que metade dos funcionários tolera ou não a temperatura.

3.1.4 Ambiente sonoro

A percepção do som pode ser considerada positiva quando ajuda na comunicação, transmite
sensação de conforto ou até mesmo em momentos de lazer. Contudo, se o som transmite
desconforto, incômodo chegando a patamares extremos, podendo causar problemas auditivos
temporários ou permanentes, passa a ser denominado ruído (BERISTÁIN, 1998).

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Gráfico 04 – Ambiente Sonoro

Considerando a percepção dos entrevistados quanto à sonoridade do ambiente interno é


visível que o ambiente sonoro é adequado, pois 42% dos sujeitos da pesquisa concordam
neste aspecto em relação ao ambiente sonoro. 33% dos sujeitos relatam que o ambiente
sonoro é agradável e 25% tolerável. Nenhum dos sujeitos da pesquisa avaliou o quesito em
questão como desconfortável e inadequado. Nota-se O conforto acústico é de extrema
importância no desenvolvimento das atividades cotidianas e quando se mostra eficiente, pode
minimizar ou até mesmo evitar o aparecimento de distúrbios fisiológicos e psicológicos, como
a fadiga e o estresse, pois ambientes tranquilos e menos ruidosos favorecem a concentração e
produtividade.

3.1.5 Carga de trabalho

As cargas de trabalho representam um modo especial de vivenciar o trabalho e não podem ser
confundidas com o objeto de trabalho em si (o grau de exigência de uma tarefa) ou com
esforço físico (a ideia de transportar peso, por exemplo). Ela é, na verdade, a expressão da
vivência do trabalhador em relação às condições contextuais do seu trabalho como atividade.

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Gráfico 05 – Carga de Trabalho

No item sobre a carga de trabalho houve uma diversificação de opiniões. 33% dos sujeitos da
pesquisa informaram que a carga de trabalho é adequada e 8% agradável. 25% concordam é
tolerável, 17 % desconfortável e 17% inadequado.

Esse fator se deve ao setor o qual o sujeito está lotado. Os que informaram que o ambiente de
trabalho é inadequado ou desconfortável são os que atuam na área operacional porque requer
uma maior concentração, pois os funcionários trabalham com numerários físicos (dinheiro) ou
com a conferência da documentação obtida com as operações do setor comercial.

3.1.6 Mobiliário

Entende-se que um mobiliário de qualidade deve ser projetado baseado em critérios


ergonômicos. A importância do uso de um mobiliário de boa qualidade influencia diretamente
no desempenho e na produtividade dos indivíduos no trabalho, caindo assim o seu rendimento
(RIBEIRO, 2005). Nesse tocante, os sujeitos da pesquisa avaliaram tanto a questão do
conforto do mobiliário quanto à disposição dos móveis no ambiente de trabalho.

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Gráfico 06 – Mobiliário

A discrepância nesse tópico é elevada, pois 50% dos funcionários relatam que o mobiliário é
inadequado, 25% informa que é desconfortável 17% tolerável e 8% agradável. Nenhum dos
funcionários acredita que o mobiliário é adequado para a estação de trabalho. Fato que pode
tenta ser justificado ao perceber que os bancos de varejo público e privado têm dificuldades
de investirem em itens de conforto dentro de suas agências. Isso por possuírem inúmeras
agências inviabilizando o investimento (BERTOSO, 2012).

O mobiliário desta agência é novo, mas as suas dimensões são uniformes. O projeto do
mobiliário não considerou a variabilidade de dimensões das medidas corporais dos
funcionários. O maior percentual de reclamações sobre o mobiliário foi encontrado no setor
operacional. Visto que o mobiliário não foi elaborado para atender as necessidades dos
funcionários no momento da execução das suas atividades.

3.1.7 Pausa de trabalho

Peres (2003) afirma que “a finalidade das pausas de descanso é o restabelecimento do


operador para que possa manter a produtividade e a qualidade da produção mediante
recuperação de sua condição física”. É necessário usufruir das pausas de trabalho. O
empregado necessita ser estimulado a afastar-se do seu posto de trabalho nesta hora e praticar
pequenos exercícios, ou simplesmente descansar.

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Gráfico 7 - Pausa de trabalho

A pesquisa revela que 34% dos sujeitos envolvidos relatam que a pausa para descanso é
inadequado. Esse percentual alto está, também, relacionado à área operacional,
principalmente aos caixas que não possuem horário de almoço, visto que sua jornada de
trabalho é de seis horas e os mesmo só possuem uma pausa de descanso de 15 minutos.

Outro percentual alto é dos sujeitos da pesquisa, 33%, que opinaram que a pausa do trabalho é
tolerável. Esses valores são altos pela grande quantidade de cliente e a sobrecarga de tarefas.

Os demais sujeitos da pesquisa informaram que a pausa de trabalho é: adequado (3%) e


agradável (25%). Os sujeitos que se encontram nessas definições acreditam que as pausas de
trabalho são satisfatórias para a sua jornada de trabalho.

4. Análise dos Fatores e Sintomas que Interferem nas Atividades dos Funcionários
Movimento repetitivo

Pellegrini; Bastos (2012) afirmam que o conceito de trabalho repetitivo não é bem definido na
literatura. Uma “tarefa repetitiva” é aquela na qual o movimento básico que caracteriza o
trabalho exija a repetição de um movimento que leve menos de um minuto para ser
executados, centenas ou milhares de vezes ao dia ou quando o tipo de atividade requer padrão
similar de mobilidade em 50% ou mais do tempo de sua execução.

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Observa-se que a controvérsia na aplicação de tal nomenclatura é pertinente e tem feito com
que várias expressões, dentre elas distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(DORT), lesão por esforço repetitivo (LER) sejam preconizados para designar tais afecções.
O aspecto investigado neste trabalho sobre o movimento repetitivo procura estabelecer a
percepção do funcionário em relação à execução das suas atividades.

Gráfico 8 - Movimento repetitivo

Os dados da pesquisa revelam que 50% dos sujeitos relatam que a realização das suas
atividades é executada com movimentos repetitivos. Outros 25% acham que frequentemente
utilizam movimentos repetitivos, seguido de 17% que informam que às vezes trabalha dessa
forma e apenas 8% acreditam que raramente reproduz tais movimentos. Nenhum dos sujeitos
informou que nunca executou movimento repetitivo.

A atividade bancária geralmente ocasiona ao funcionário uma lesão pelo esforço repetitivo
advinda da execução das atividades bancárias. Esse movimento repetitivo é concentrado na
área operacional, principalmente na função de caixa, que possui atividades contínuas e
repetitivas (conferência de documentos e contagem de dinheiro).

3.1.8 Estresse

O estresse pode ser causado por qualquer situação ou sensação que o faz se sentir frustrado,
irritado ou ansioso, sendo que o que é estressante para uma pessoa pode não o ser para outra.

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A origem desse desconforto nem sempre é identificada ou reconhecida, podendo assim


aumentar ainda mais este mal estar.

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Gráfico 9 - Estresse

Conforme os dados obtidos do gráfico acima, 67% dos funcionários informam que o trabalho
é estressante. Os demais sujeitos da pesquisa informaram que o ambiente frequentemente ou
às vezes é estressante, uniformemente. Esse valor elevado está atrelado à atividade bancária,
pois a sobrecarga de trabalho é alta causando o esgotamento físico e mental dos funcionários.

3.1.9 Dores musculares durante e/ou depois do expediente

A maioria das pessoas que sentem dores físicas são aquelas que ficam muito tempo parado no
mesmo lugar, ou seja, as pessoas que trabalham em escritórios, de segurança, bancários, entre
outros profissionais. Essas dores estão atreladas ou ao movimente repetitivo ou ao longo
período em uma mesma posição ou devido à má postura. Outro fator que gera desconforto
físico é a pressão por resultados e intensas demandas de serviços.

Gráfico 10 – Dores musculares durante e/ou depois do expediente

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Os dados obtidos na pesquisa revelam que 58% dos funcionários às vezes sente alguma dor
muscular durante e/ou depois do expediente. Os outros funcionários informaram que
frequentemente 17% e sempre 25% sentem alguma dor.

O percentual elevado de sujeitos que às vezes sentem algum desconforto está inserido nos
funcionários que trabalham na área operacional, pois a carga de trabalho é muito repetitiva e
quase não há movimentação corporal.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados expostos neste trabalho fazem referência à percepção pessoal de cada funcionário,
suas expectativas e vivências no seu local de trabalho em relação aos fatores avaliados. No
que tange aos aspectos ergonômicos, em alguns casos, é necessário fazer algumas alterações
no projeto do ambiente para poder melhorar as condições de trabalho.

Em relação à iluminação evidenciou-se que o ambiente possui um projeto adequado,


oferecendo assim uma iluminação que não prejudica ou atrapalha o desenvolvimento das
atividades da agência. No tocante da temperatura também foi constatado que o ambiente
possui um clima agradável, não interferindo na execução das atividades dos funcionários,
assim como também na análise do som, que demonstrou ser adequado.

No que tange a carga de trabalho foi verificado que uma parte dos funcionários acredita que
está adequada para o seu horário de expediente, mas em contrapartida a maioria dos
funcionários informou que a carga de trabalho é tolerável, desconfortável ou inadequada. Esse
valor alto de insatisfação é devido ao fato do acúmulo de tarefas entre os funcionários. É

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necessário aumentar a quantidade de funcionários e assim redistribuir as atividades,


amenizando a concentração de tarefas em um grupo de funcionários.

No que se refere ao mobiliário, ficou evidente que o mobiliário não está adequado. A maioria
dos funcionários relata que o mobiliário e desconfortável e inadequado, causando mal estar, e
dores durante e/ou depois do expediente. Neste aspecto evidencia-se a necessidade de
substituição do mobiliário, adquirindo móveis que sejam projetados ergonomicamente.

Outros pontos que também tiveram uma mensuração negativa maior foram às questões sobre
o movimento repetitivo e a pausa de trabalho. Esse valor alto foi devido às atribuições dos
caixas que exige movimento repetitivo com pausa de trabalho é pequena. Neste aspecto não
existe muita alteração, pois a pausa de trabalho está dentro das normas da CLT e o movimento
repetitivo é inerente à atividade de trabalho. Em relação ao trabalho repetitivo deve ser
implantado algumas alternativas para amenizar tais situações como a prática da ginástica
laboral entre outras.

A análise sobre o estresse revelou que é alto o índice de funcionários que acham que o
trabalho é estressante. Esse fato está relacionado com o desenvolvimento das atividades, visto
que existe sobrecarga de trabalho, o mobiliário é inadequado e todos os outros fatores
relacionados acima. Essa variável é ajustada quando todos os outros pontos forem
reprojetados, pois o desconforto é advindo de tais fatores.

Em síntese, pode-se afirmar que uma vez analisado o ambiente de trabalho da instituição
financeira sob a luz da ergonomia e o modo como os funcionários se sentem em termos de
ambiente de trabalho, chega-se a conclusão que de modo geral a instituição financeira atende
aspectos ergonômicos quanto ao meio físico, porém o objeto de trabalho é estressante e
necessita de melhor adequação.

RERERÊNCIAS

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Janeiro. Disponível em <
http://www.avm.edu.br/monopdf/25/FL%C3%81VIA%20LIRA%20ATABE.pdf >. Acesso
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http://www.higieneocupacional.com.br/download/fisiologia-trabalho-eduardo_c_batiz.pdf >.
Acesso em 20 Maio de 2012.

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BERTOSO, M. Um estudo sobre as estratégias de fidelização de instituições bancárias.


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