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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS

SEBENTA
EXAME DE ACESSO 2016
ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS

LÍNGUA PORTUGUESA | LÍNGUA INGLESA | MATEMÁTICA | FÍSICA | QUÍMICA


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS

FICHA TÉCNICA

Título: Exame de Acesso 2016 - Engenharias e Tecnologias


Língua Portuguesa - Autores: Rita Dala, Ana Vasconcelos e João Bento.
Língua Inglesa - Autores: José Augusto, Sansão Norton e Théophile Wadigesil.
Matemática - Autores: Cláudio Bernardo, Francisco Gil, Leopoldina Paz
Colaboradores - Walter Pedro, Luísa Vega, Paulo Kaminda, Joaquim Bumba,
Valdik Fonseca, Paulo Teka, Cláudia Matoso, Valdick Jaime, Manuel Cabenda,
António Delgado, Alexis Carrasco, Cândido João e Odayla Perez.
Física - Autor: Karl Krush.
Química - Autores: Kátia Gabriel, Domingos Santana, Júlio Kuende, Martha
Molina, Magata Nkuba, Mário Rey, Mónica Francisco e Letícia Torres.
Colaborador - Miguel Clemente.
Editores - Kátia Gabriel, Emanuel Tunga e Cláudio Bernardo.
Capas e Separadores - Assessoria de Comunicação e Imagem

Morada
Av. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10
Talatona - Luanda - Angola
Telefone:+244 226 690 417
Email: sebentas@isptec.co.ao

© 2015
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE
TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS - ISPTEC
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

PREFÁCIO

Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico de
Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de auxiliar
os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso, realizados
por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para candidatos que
pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos mínimos necessários
para frequentar os Cursos de Engenharia desta instituição que é caracterizada pelos processos de
ensino e aprendizagem com qualidade e rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão
universitária.

A sebenta contém conteúdos de quatro (4) disciplinas distribuídos da seguinte forma:

Língua Portuguesa: Tipo de texto; Categorias narrativas; Língua e comunicação; Ortografia;


Lexicologia; Verbos e tipos de conjugação.

Matemática: Conjuntos numéricos; Potenciação e radiciação; Equações algébricas;


Desigualdades algébricas; Exponenciais e logaritmos; Trigonometria; Geometria no plano; Noções
básicas de derivadas.

Física: Mecânica; Fundamentos da termodinâmica; Eletricidade.

Química: Teoria atómica; Símbolos e fórmulas químicas; Soluções e unidades de concentração;


Cálculo estequiométrico; Cinética, química e equilíbrio químico; Teorias ácido-base; Trocas de
energia em reações químicas; Hidrocarbonetos.

Cada disciplina referida aborda, de forma resumida, os conteúdos programáticos do Ensino Médio
de Angola, na área de Ciências Exatas.

Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a
orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos.

Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para
suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no
percurso do ensino médio.

Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2016


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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ................................................................................................ 1

CAPÍTULO 1 - TIPOS DE TEXTO ................................................................................... 2

1.1 Texto Narrativo........................................................................................................ 2

1.2 Texto Descritivo ....................................................................................................... 4

1.3 Texto Apelativo/Injuntivo .......................................................................................... 6

1.4 Texto Preditivo ........................................................................................................ 9

1.5 Texto Dissertativo Expositivo/Explicativo................................................................... 11

1.6 Texto Dissertativo/Argumentativo ............................................................................ 14

1.7 Texto Poético (Lírico) .............................................................................................. 16

1.8 Texto Informativo (Notícia) ..................................................................................... 19

CAPÍTULO 2 – CATEGORIAS DA NARRATIVA............................................................. 23

2.1 O Narrador ............................................................................................................ 23

2.2 As Personagens ..................................................................................................... 24

CAPÍTULO 3 - LÍNGUA E COMUNICAÇÃO ................................................................... 29

3.1 Funções da Linguagem ........................................................................................... 29

3.1.1 Função Informativa ou Referencial ........................................................................ 30

3.1.2 Função Emotiva .................................................................................................. 30

3.1.3 Função Apelativa ................................................................................................. 31

3.1.4 Função Fáctica .................................................................................................... 31

3.1.5 Função Poética .................................................................................................... 32

3.1.6 Função Metalinguística ......................................................................................... 32

CAPÍTULO 4 - ORTOGRAFIA ...................................................................................... 34

4.1 Classificação das Palavras Quanto ao Acento Tónico ................................................... 34

4.2 Regras de Acentuação Gráfica das Palavras ............................................................... 35

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CAPÍTULO 5 - LEXICOLOGIA ..................................................................................... 37

5.1 Processos de Enriquecimento e Alargamento do Léxico ............................................... 37

5.2 Relação de Sentido e de Forma entre as Palavras ....................................................... 39

5.3 Conotação e Denotação .......................................................................................... 43

CAPÍTULO 6 - OS VERBOS ......................................................................................... 44

6.1 Tempo Verbal ........................................................................................................ 44

6.2 Modo Verbal .......................................................................................................... 44

6.3 Verbos Transitivos e Intransitivos ............................................................................ 45

6.3.1 Verbos Transitivos Directos .................................................................................. 46

6.3.2 Verbos Transitivos Indirectos ................................................................................ 46

6.4 Verbos Intransitivos ............................................................................................... 47

CAPÍTULO 7 - TIPOS DE CONJUGAÇÃO ..................................................................... 47

7.1 Conjugação Pronominal Reflexa ............................................................................... 47

7.2 Conjugação Pronominal com os Pronomes o, a, os, as ................................................ 48

7.3 Conjugação da Voz Passiva ..................................................................................... 50

CAPÍTULO 8 - MODOS DE RELATO DO DISCURSO ..................................................... 51

8.1 Discurso Directo .................................................................................................... 51

8.2 Discurso Indirecto .................................................................................................. 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 55

LÍNGUA INGLESA ...................................................................................................... 57

1. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 58

2. OBJECTIVO DA PROVA .......................................................................................... 58

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3. CONTEÚDOS A REVER ........................................................................................... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 60

MATEMÁTICA ............................................................................................................ 61

CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS NUMÉRICOS ................................................................... 62

1.1 Principais Conjuntos Numéricos ............................................................................... 62

1.2 Intervalos de Números Reais ................................................................................... 63

CAPÍTULO 2 - POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO ............................................................ 66

2.1 Potenciação ........................................................................................................... 66

2.2 Propriedades da Potenciação ................................................................................... 66

2.3 Radiciação ............................................................................................................ 73

2.4 Número Irracional .................................................................................................. 74

2.5 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário ................................. 74

2.6 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário em Radical ................. 74

2.7 Propriedades dos Radicais ....................................................................................... 75

2.8 Redução dos Radicais ............................................................................................. 77

2.9 Racionalização ....................................................................................................... 77

CAPÍTULO 3 – POLINÓMIOS ..................................................................................... 79

3.1 Definição .............................................................................................................. 79

3.2 Monómio ............................................................................................................... 80

3.3 Grau de Polinómio .................................................................................................. 80

3.4 Valor Numérico ...................................................................................................... 81

3.5 Operações com Polinómios ...................................................................................... 82

3.5.1 Adição (ou Soma) e Subtração (ou Diferença) de Polinómios .................................... 83

3.6 Multiplicação de polinómios ..................................................................................... 85

3.6.1 Multiplicação de Polinómios por Um Número Real (ou Escalar) .................................. 85

3.6.2 Regra de Sinais da Multiplicação ........................................................................... 85

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3.6.3 Multiplicação de Um Monómio por Um Polinómio ..................................................... 86

3.6.4 Multiplicação de Um Polinómio por Um Polinómio .................................................... 88

3.6.5 Divisão de Polinómios ......................................................................................... 91

3.6.5.1 Divisão de Polinómios Pelo Método das Chaves..................................................... 91

3.7 Dispositivo Prático de Briot-Ruffini ........................................................................... 95

3.8 Produtos Notáveis e Factorização ............................................................................. 98

3.9 Completar Quadrado .............................................................................................. 99

3.10 Factorização ....................................................................................................... 101

3.10.1 Condições de Factorização de Polinómios ............................................................. 102

CAPÍTULO 4 - EQUAÇÕES ALGÉBRICAS ................................................................... 104

4.1 Definição ............................................................................................................ 104

4.2 Classificação......................................................................................................... 104

CAPÍTULO 5 - DESIGUALDADES ALGÉBRICAS ......................................................... 112

5.1 Introdução Sobre Inequações ................................................................................. 112

5.2 Manipulação de Equações....................................................................................... 112

5.2.1 Inequações do 1º grau ........................................................................................ 113

5.2.2 Inequações do 2º Grau ....................................................................................... 115

5.2.3 Inequações Modulares ........................................................................................ 117

5.2.4 Inequações Produto ............................................................................................ 120

5.2.5 Inequações Quociente......................................................................................... 122

CAPÍTULO 6: EXPONENCIAIS E LOGARITMOS ......................................................... 125

6.1 Equações Exponenciais .......................................................................................... 125

6.2 Resolução de Equações Exponenciais ....................................................................... 125

6.3 Inequações Exponenciais ....................................................................................... 126

6.4 Resolução de Inequações Exponenciais .................................................................... 127

6.5 Logaritmo ( log a b  c ) ........................................................................................... 128

6.5.1 Condição de Existência do Logaritmo .................................................................... 128

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6.5.2 Logaritmos Iguais .............................................................................................. 129

6.5.3 Logaritmo do Produto ......................................................................................... 129

6.5.4 Logaritmo do Quociente ...................................................................................... 130

6.5.5 Cologaritmo de Um Número ................................................................................ 130

6.5.6 Logaritmo da Potência ........................................................................................ 130

6.5.7 Logaritmo da Potência da Base ............................................................................ 130

6.5.8 Logaritmo da Raiz n-Ésima .................................................................................. 131

6.6 Mudança de Base .................................................................................................. 131

6.6.1 Mudança da Base Como Quociente ....................................................................... 131

6.6.2 Mudança de Base Como Produto .......................................................................... 132

6.7 Função Exponencial ............................................................................................... 132

6.7.1 Definição ........................................................................................................... 132

6.7.2 Representação Gráfica ........................................................................................ 132

6.8 Função Logarítmica ............................................................................................... 134

6.8.1 Domínio da Função Logarítmica ........................................................................... 134

6.8.2 Gráfico de Uma Função Logarítmica ...................................................................... 135

6.8.3 Características do Gráfico da Função Logarítmica ................................................... 136

CAPÍTULO 7: TRIGONOMETRIA ............................................................................... 137

7.1 Relações Trigonométricas no Triângulo Rectângulo: Teorema de Pitágoras ................... 137

7.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria ................................................................... 137

7.3 Ângulos Notáveis .................................................................................................. 138

7.4 Fórmulas Trigonométricas ...................................................................................... 139

7.5 Equações Trigonométricas ...................................................................................... 145

7.5.1- Equação do Tipo senx  sen ............................................................................. 146


7.5.2- Equação do Tipo cos x  cos  ............................................................................ 146
7.5.3- Equação do Tipo tgx  tg ................................................................................. 149
7.5.4- Equação do tipo ctgx  ctg .............................................................................. 149
7.6 Inequações Trigonométricas Fundamentais .............................................................. 154

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CAPÍTULO 8 – GEOMETRIA ..................................................................................... 162

8.1 Unidades de Medida de Área e de Volume ................................................................ 162

8.2 Áreas de Figuras Geométricas Planas....................................................................... 164

8.3 Áreas e Volumes de Figuras Geométricas Sólidas ...................................................... 165

8.4 O Plano Cartesiano ................................................................................................ 169

8.5 Representação de Coordenadas no Plano ................................................................. 169

8.6 Distância Entre dois Pontos de Um Plano.................................................................. 170

8.7 Equação Geral da Recta no Plano ............................................................................ 172

8.8 Estudo da Circunferência ....................................................................................... 175

8.8.1 Equação Reduzida da Circunferência ..................................................................... 175

8.8.2 Equação Geral da Circunferência .......................................................................... 175

CAPÍTULO 9 - NOÇÕES BÁSICAS DE DERIVADAS .................................................... 178

9.1 Propriedades das Derivadas ................................................................................... 178

9.2 Regras de Derivação ............................................................................................. 178

9.3 Exemplos ............................................................................................................. 179

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 181

FÍSICA .................................................................................................................... 182

CAPÍTULO 1 - MECÂNICA ........................................................................................ 183

1.1 Fundamentos de Força e Movimento ....................................................................... 183

1.1.1 Medição e Unidades de Medida ........................................................................... 183

1.1.2 Cinemática ........................................................................................................ 186

1.1.3 Dinâmica ......................................................................................................... 190

1.2 Trabalho e Energia................................................................................................ 199

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA ............................................... 204

2.1 Definição da Temperatura e Pressão ........................................................................ 204

2.2 Equação de Estado dos Gases Ideais ....................................................................... 207

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2.3 Capacidade Calorífica ............................................................................................ 208

2.4 Máquinas Térmicas e Princípio da Termodinâmica ..................................................... 211

2.4.1 Disponibilidade da Energia................................................................................... 211

2.4.2 Máquinas Térmicas ........................................................................................... 212

CAPÍTULO 3 - ELECTRICIDADE ............................................................................... 217

3.1 Condutores em Equilíbrio Electrostático ................................................................... 217

3.1.1. Carga eléctrica ................................................................................................. 217

3.1.2. Corrente Eléctrica e Movimento de Carga ............................................................. 218

3.1.3. A Lei de Ohm ................................................................................................... 221

3.1.4. As Leis de Kirchhoff, Cálculo de Redes Eléctricas .................................................. 229

3.1.5 O Condensador .................................................................................................. 233

3.2 Campos Magnéticos............................................................................................... 235

3.2.1 Campo magnético de um condutor ....................................................................... 236

3.2.2 Campo Magnético de uma Bobina ......................................................................... 239

3.2.3 Ferro Magnetismo .............................................................................................. 243

3.2.4 Indução Magnética ............................................................................................. 244

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 254

QUÍMICA ................................................................................................................ 255

CAPÍTULO 1 – TEORIA ATÓMICA ............................................................................ 256

1.1 Introdução ........................................................................................................... 256

1.2 Evolução do Modelo Atómico .................................................................................. 256

1.2.1 Modelo de Pudim com Passas de J. J. Thomson ...................................................... 256

1.2.2 Modelo Planetário de E. Rutherford ....................................................................... 257

1.2.3 Modelo Quântico de Niels Bohr ............................................................................. 258

1.2.4 Modelo da Mecânica Quântica .............................................................................. 259

1.3 Estrutura do Átomo ............................................................................................... 260

1.3.1 Isótopos, Isóbaros e Isótonos .............................................................................. 261

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1.3.2 Os Números Quânticos e Distribuição Electrónica ................................................... 263

1.4 Efeito Fotoeléctrico ................................................................................................ 266

1.5 Tabela Periódica.................................................................................................... 267

1.5.1 Classificação dos Elementos na Tabela Periódica .................................................... 268

1.5.2 Propriedades Periódicas ...................................................................................... 269

1.6 Ligações Químicas ................................................................................................. 271

1.6.1 A Regra do Octeto .............................................................................................. 271

1.6.2 Ligação Iónica.................................................................................................... 272

1.6.3 Ligações Covalentes ........................................................................................... 272

1.6.3.1 Polaridade da Ligação Covalente ....................................................................... 275

1.6.4 Ligação Metálica ................................................................................................. 276

CAPÍTULO 2 - SÍMBOLOS E FÓRMULAS QUÍMICAS .................................................. 280

2.1 Significado das Fórmulas Químicas .......................................................................... 280

2.2 Tipos de Fórmulas Químicas para as Substâncias ...................................................... 283

2.3 Regras para Escrita de Fórmulas Químicas ............................................................... 284

2.3.1 Nomenclatura dos Óxidos .................................................................................... 286

2.3.2 Nomenclatura dos Ácidos .................................................................................... 287

2.3.4 Nomenclatura dos Sais ....................................................................................... 290

2.3.4.1 Sais Hidratados ............................................................................................... 291

2.3.5 Nomenclatura dos Hidretos Iónicos ....................................................................... 291

2.4 Interpretação de Fórmulas Químicas ....................................................................... 292

CAPÍTULO 3 – SOLUÇÕES. UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO ..................................... 297

3.1 Introdução ........................................................................................................... 297

3.2 Classificação das Soluções ..................................................................................... 298

3.3 Unidades de Concentração das Soluções .................................................................. 300

3.4 Preparação de Soluções Aquosas de Concentração Conhecidas ................................... 306

3.5 Diluição de Soluções .............................................................................................. 308

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 4 - CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO ........................................................... 312

4.1 Reacções Químicas: Cálculos Estequiométricos ......................................................... 312

4.2 Leis Ponderais e Reações Químicas.......................................................................... 312

4.3 As Leis Ponderais e a Teoria Atómica de Dalton ........................................................ 314

4.4 Equações Químicas ............................................................................................... 315

4.5 Tipos de Cálculos Estequiométricos ......................................................................... 317

4.4.1 Regras para a Realização dos Cálculos Estequiométricos ......................................... 318

CAPÍTULO 5 - CINÉTICA QUÍMICA E EQUILÍBRIO QUÍMICO ................................... 327

5.1 Cinética Química ................................................................................................... 327

5.1.1 Velocidade de uma Reacção ................................................................................. 327

5.1.1.1 Factores que Afectam a Velocidade de Uma Reacção............................................ 329

5.1.2 Equação cinética ................................................................................................ 330

5.1.3 Ordem da Reacção ............................................................................................. 330

5.1.4 Relação Entre a Concentração de Reagente e o Tempo ........................................... 331

5.1.5 Teorias de Velocidades das Reacções .................................................................... 335

5.1.6 Equação de Arrhenius ......................................................................................... 336

5.1.7 Mecanismos Reaccionais ..................................................................................... 337

5.1.8 Catálise ............................................................................................................ 338

5.2 Equilíbrio Químico ................................................................................................. 340

5.2.1 Constante de Equilíbrio ....................................................................................... 341

5.2.2 Previsão do Sentido de Uma Reacção .................................................................... 345

5.2.4 Factores que Afectam o Equilíbrio Químico ............................................................ 345

CAPÍTULO 6 - TEORIAS ÁCIDO-BASE ...................................................................... 350

6.1 Ácidos e Bases: Uma Breve Revisão ........................................................................ 350

6.1.1 A Definição de Arrhenius ..................................................................................... 350

6.1.2 A Definição de Lewis ........................................................................................... 350

6.1.3 A Definição de Bronsted-Lowry ............................................................................ 351

6.2 Pares Ácido-base Conjugados ................................................................................. 351

6.3 Produto Iónico da Água.......................................................................................... 352

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

6.4 Forças Relativas de Ácidos e Bases .......................................................................... 353

6.4.1 pH - Uma Medida de Acidez ................................................................................. 355

6.4.2 Outras Escalas ‘p’ ............................................................................................... 356

6.5 Ácidos e Bases Fortes ............................................................................................ 357

6.5.1 Ácidos Fortes ..................................................................................................... 357

6.5.2 Bases Fortes ...................................................................................................... 357

6.5.3 Ácidos Fracos..................................................................................................... 358

6.5.4 Bases Fracas ..................................................................................................... 358

CAPÍTULO 7 - TROCAS DE ENERGIA EM REAÇÕES QUÍMICAS ................................. 369

7.1 Calor Associado à Variação de Temperatura ............................................................. 369

7.2 Cálculo da Entalpia de Uma Reacção e Lei de Hess .................................................... 371

7.2.1 Cálculo da Entalpia de uma Reacção de Forma Directa ............................................ 371

7.2.2 Cálculo da Entalpia de Uma Reacção de Forma Indirecta, Recorrendo à Lei de Hess .... 371

CAPÍTULO 8 - HIDROCARBONETOS ......................................................................... 376

8.1 Nomenclatura ....................................................................................................... 376

8.1.1 Regras da IUPAC ................................................................................................ 377

8.2 Isomeria .............................................................................................................. 378

8.2.1 Isomeria Plana ................................................................................................... 378

8.2.2 Isomeria de Cadeia ............................................................................................ 378

8.2.3 Isomeria de Posição ........................................................................................... 379

8.2.4 Isomeria de Função ............................................................................................ 379

8.2.5 Isómeros de Compensação ou Metâmeros ............................................................. 380

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 382

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LÍNGUA PORTUGUESA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

CAPÍTULO 1 - TIPOS DE TEXTO

O tipo de texto é definido em função da sequência e das características que ele apresenta. Alguns,
por possuírem a mesma estrutura, são distinguidos pela predominância de certos elementos
característicos. Por exemplo, um texto descritivo pode ter alguns momentos de avanço (traços
que marcam o texto narrativo), porém, não é um elemento predominante neste tipo de texto.
Assim, podemos saber, de antemão, que não se trata de um texto narrativo.

1.1 Texto Narrativo

Representa factos ou acontecimentos, situados num tempo, que se encadeiam de forma lógica,
desenvolvendo uma acção. Há a predominância dos tempos pretérito perfeito, mais-que-perfeito e
o presente histórico. Assim sendo, a sua estrutura obedece à seguinte sequência lógica:

 A introdução (que consiste na apresentação da situação inicial);


 O desenvolvimento (que constitui o desenrolar da acção, as peripécias, o enredo ou
trama);
 A conclusão (que é o desenlace ou desfecho).

Exemplo de texto narrativo

“Mas à noite, quando a mãe o deitou e levou a luz, aconteceu uma coisa extraordinária. A mãe
dissera-lhe que dormisse, mas ele não tinha sono. E como não tinha sono, cansado de dar
voltas, pôs-se para ali de olhos abertos. Então reparou que de baixo da cama vinha uma luz que
se estendia pelo soalho. A princípio assustou-se, mas antes de se assustar muito e de dar algum
berro lembrou-se do que poderia ser. E, com efeito, quando puxou a caixa, que ficara com a
tampa mal fechada, e a abriu, a estrela brilhava como quando a fora apanhar. Tirou-a devagar e
todo o quarto ficou cheio da sua luz. Esteve assim algum tempo com ela nas mãos até que os
olhos lhe começaram a arder com sono e a guardou outra vez na caixa. Mas no dia seguinte,
assim que acordou, foi logo ver se ainda lá estava. Ela estava lá, realmente. Mas não deitava luz
nenhuma. (…)”

In A Estrela, Vergílio Ferreira

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Exemplo

1- Classifique o tipo de texto, justificando a sua resposta.

Resposta: Este excerto de texto da autoria de Vergílio Ferreira é narrativo, porque há a presença
de um narrador que narra os factos e das personagens (a mãe, o filho) que agem em
determinado espaço e tempo. Verificam-se vários momentos de avanço pela predominância
de verbos no pretérito perfeito e mais- que-perfeito.

EXERCÍCIO PROPOSTO

1- Leia com atenção os textos que se seguem. Indique, justificando a sua resposta, qual destes
trechos pode constituir um texto narrativo.

Texto A

O amigo veio devagar, desconfiado e medroso, mas, quando viu era ainda a cara do Zeca a
espreitar, quis pôr um riso no meio do choro calado, mas não conseguiu. Desatou mesmo a
chorar com toda a vontade.

- Zito, deixa, não chores. O bilhete está aqui, o nosso bilhete está aqui. Ela não lhe apanhou.
Aquele era outro. Desamarrotando uma bolinha de papel, mostrou no amigo o pequeno bocado
do caderno de uma linha onde, com a letra gorda e torta dele, Zito Mkoa tinha escrito durante a
lição: “ANGOLA É DOS ANGOLANOS”.

José Luandino Vieira, “Zito Makoa, da 4ª Classe”, in Vidas Novas, 3.ª ed.,Ed. 70

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Texto B

“A publicação de Kissoco de Guerra (1990), de Henrique Abranches, de Lueji (1990), de


Pepetela e os Patriotas (1991), de Sousa Jamba, veio iluminar as nossas reflexões sobre a
informação de uma escrita de que Mayombe e Yaka, também de Pepetela, e já antes de
Nzinga Mbandi, de Manuel Pedro de Pacavira, pareciam ser ocasionais actualizações da
inquirição sobre o perfil da identidade pátria, da (re) escrita da História.

Com efeito, a construção desta feição estética reside no resgate da riqueza do património
etnográfico e dos valores tradicionais do depósito oral para os ficcionalizar, levando-os à
categoria da fábula, num programa de consolidação dos alicerces da literatura africana em
universo africano.”

Inocência Mata, in Anais, I Encontro de Professores de Literaturas Africanas de Língua


Portuguesa

1.2 Texto Descritivo

Descreve a representação de um objecto, um ser, uma coisa, uma paisagem, pela indicação dos
seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam e o distinguem.

Verifica-se no texto descritivo a presença de adjectivos, a presença de verbos de ligação,


advérbios e locuções adverbiais. Os verbos são conjugados no pretérito imperfeito, marcando a
catálise ou momentos de pausa na narração.

Por isso, é possível sempre distinguir um texto descritivo de um texto narrativo e, na mesma
medida, produzi-los. Podemos mesmo encontrar traços semelhantes em determinados textos,
porém, a predominância das suas características vão possibilitar distingui-los e assim caracterizá-
los de acordo com a sua tipologia.

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Exemplo de texto descritivo

A árvore era grande, com tronco grosso e galhos longos”. Era cheia de cores, pois tinha o
marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas
águas barrentas deslizava lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

In http://www.Adalidzeballoswordpresscomtextos-narrativos-descritivos

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1- Classifique o tipo de texto, justificando a sua resposta.

Resposta: O presente texto é descritivo pela predominância de adjectivos (grande, grosso,


longos, espesso, polidas…), vários verbos de ligação repetidos (“era grande”, “era cheia”…). A
adjectivação é expressiva e a presença de substantivos a serem qualificados é notória (árvore
grande, galhos longos, pedras polidas…).

Exercício proposto

1-Qual destes trechos constitui um texto descritivo? Justifique a sua resposta

A:

Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não
sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aquelas que
efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder,
absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da
democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensamos
que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes
correspondem e que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o que
não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra.
Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever
dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.”

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B:
“Na tasca, homens e mulheres esvaziavam copázios, de topias, ou, portuguesmente,
graçolas, esquentavam o ambiente. Fora, em maior tempestade, estalavam as
gargalhadas, os chamamentos, os rufos afinatórios, toda uma barulheira dos mais
variados sons. E só depois de uma boa meia hora, outra vez se organizavam, outra vez
tomavam sua fantástica marcha.”

In Izomba, Óscar Ribas

1.3 Texto Apelativo/Injuntivo

O texto apelativo, injuntivo ou instrucional, conforme o seu teor, é assim designado em função da
sua intenção comunicativa. O seu conteúdo permite-nos identificar a sua intenção,
caracterizando-se pela presença de instruções ou orientações, dever moral ou de cumprimento
obrigatório, apelo ou advertência. Usa a função apelativa da linguagem, pelo uso predominante
dos verbos no modo imperativo.

Exemplo de texto apelativo/injuntivo

Não perca mais tempo, venha conhecer o que temos pra lhe oferecer!

Adopte um amigo e sorria, porque a vida é um milagre.

Exemplo

1- Identifique o tipo de texto e a sua intenção comunicativa, justificando a sua resposta.

Resposta: O texto acima reproduzido é apelativo, dado recorrer à função apelativa da linguagem,
sustentada pelos verbos no imperativo. Tem a intenção de influenciar o comportamento do
consumidor, procurando motivar o receptor a consumir o produto publicitado.

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Bolo de amêndoa

Preparação:

1-Unte uma forma redonda média com manteiga e espalhe no interior os 50 gr de


amêndoas laminadas.

2-Com a batedeira, bater bem a manteiga com o açúcar até ficar um creme
esbranquiçado. De seguida, junte os ovos um a um, batendo bem.

3-Junte a farinha peneirada com o fermento e a canela, aos poucos, batendo para
uniformizar. Não é preciso bater demasiado.

4-Com uma colher de pau, envolva na massa os 100gr de amêndoa laminada restante.

5-Coloque a massa na forma e leve ao forno a 180º durante cerca de 40 minutos.

In http://www.receitasavolili.com/sept/2014

Exemplo

1- Identifique o tipo de texto e a sua intenção comunicativa, justificando a sua resposta.

Resposta: O presente texto é também apelativo pois usa a função apelativa da linguagem, com
os verbos no modo imperativo. Todavia a sua intenção é dar instruções de como fazer um bolo,
isto é, as etapas necessárias para a sua preparação.

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1-Qual destes trechos constitui um texto apelativo/injuntivo? Justifique a sua resposta.

A:

ASPIRINA-POSOLOGIA:

Para prevenção do tromboembolismo após cirurgia vascular ou intervenções, p.ex. angioplastia


coronária transluminal percutânea (PTCA), enxerto de bypass de artéria coronária (CABG),
endarterectomia, shunt arteriovenoso, tome 100 a 300 mg por dia.

• Para a profilaxia de trombose venosa profunda e embolia pulmonar após imobilização


prolongada, p.ex. após cirurgia de grande porte, tome 100 a 200 mg por dia ou 300 mg em dias
alternados.

• Para reduzir o risco de primeiro infarto do miocárdio em pessoas com fatores de risco
cardiovasculares, p.ex. diabetes mellitus, hiperlipidemia, hipertensão, obesidade, tabagismo,
idade avançada, tome 100 mg por dia ou 300 mg em dias alternados.

In http://www.medicinanet.com.br/sep/2014

B:

O iogurte é um alimento de grande valor nutricional, pelo que há muito tempo é recomendado
como “fonte de saúde”.

O cálcio (sal mineral) é um nutriente que está presente em grande quantidade no leite. Sendo o
iogurte um derivado do leite, este alimento é também rico em cálcio.

O organismo humeno assimila mais rapidamente o cálcio do iogurte do que o do leite, razão por
que se poderá dizer que o iogurte é um elemento indispensável ao crescimento e à estabilidade
óssea.

ANIL – Associação Nacional dos Industriais dos Lacticínios

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1.4 Texto Preditivo

Os textos preditivos informam sobre algo que ainda irá acontecer, antecipando ou prevendo
eventos futuros. Caracteriza-se normalmente pela presença de verbos no futuro ou no presente
com valor de futuro. São exemplos deste tipo de texto o boletim meteorológico, o horóscopo, o
itinerário ou outro que obedeça a estas características.

Exemplo de texto preditivo

ONU: Faltará 50 por cento de comida em 2030

Relatório diz que planeta está a ficar sem recursos que garantam alimentos

A população mundial parece preparada para crescer dos sete mil milhões de hoje para quase
nove mil milhões até 2040 e o número de consumidores de classe média irão aumentar em três
mil milhões nos próximos 20 anos. No entanto, o planeta parece estar a ficar sem recursos (…)

Tendo em conta os recursos atuais, prevê-se que em 2030 sejam necessários mais 50 por cento
de comida, mais 45 de energia e mais 30 de água para abastecer o total da população mundial.
A ONU está há muito empenhada em promover o desenvolvimento sustentável (…)

O objetivo é simples: evitar que três mil milhões de pessoas sejam levadas à pobreza, à fome.
(…) para alcançar a sustentabilidade, é "necessária uma transformação na economia global". O
relatório faz 56 recomendações e propostas concretas, para evitar que, dentro de 30 anos, parte
de nós estejam a passar fome.

In http://www.cienciahoje.pt/ - 10.06. 2012 (com supressões)

Identifique o tipo de texto acima, justificando a sua resposta.

Resposta: O texto acima reproduzido é preditivo pelo facto de nele se constatar a previsão do
facto de faltar “50% de comida em 2030”. Pode-se também verificar a predominância de verbos e
complexos verbais no futuro do indicativo e no presente com valor de futuro. Há também o
recurso a expressões temporais que remetem para uma dimensão posterior à da produção do
texto.

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1-Qual destes trechos constitui um texto preditivo? Justifique a sua resposta.

A:

PEIXES (20 de Fevereiro a 20 de Março)

Os seus projectos de trabalho e planos de carreira darão um novo salto e uma nova parceria
poderá ser concretizada nos próximos dias. O momento é óptimo para iniciar uma sociedade
comercial, que, certamente, lhe poderá trazer muitos ganhos financeiros. Fique atento às
oportunidades.

B:

Eliminação da Poliomielite obriga a continuar esforços

A eliminação da poliomielite em Angola pode ser anunciada em Dezembro, disse ontem à Angop
o ministro da Saúde.

José Van-Dúnem recordou que há quatro anos que não se registam casos de poliomielite em
Angola, pelo que há condições para anunciar o fim da doença no país, como exige a
Organização Mundial da Saúde.

O ministro referiu que, apesar desta situação, não se devem cruzar os braços, antes reforçar as
acções.

José Van-Dúnem sublinhou que “a poliomielite é uma doença passível de erradicação, que tem
vindo a ser progressivamente eliminada em várias regiões do mundo” e que “chegou a vez de
Angola”.

A erradicação é confirmada gradualmente por comissões independentes com a certificação da


eliminação da doença em cada país, região e a nível global.

In Jornal de Angola, 04.11.2015 (excerto)

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1.5 Texto Dissertativo Expositivo/Explicativo

Este tipo de texto dissertativo, também designado didáctico, caracteriza-se pela transmissão de
informações especializadas mediante uma apresentação objectiva dos dados. Visa expor e
explicitar um determinado fenómeno, facto ou uma determinada matéria estudada, inerente aos
mais variados ramos do saber existentes. Utiliza a função referencial da linguagem, abordando os
factos de forma elucidativa e objectiva, baseando-se nos dados pesquisados ou estudados.

Os textos explicativos abordam uma determinada temática, e, por norma, fornecem as respostas
a várias questões que eventualmente poderiam ser colocadas.

Exemplo: “Porque voam os aviões”? - Encontraríamos esta abordagem num tratado sobre
aerodinâmica. “Como dar solução a uma incógnita?” - A bordar-se-ia este assunto na Matemática,
especificamente no tratado sobre equações.

Assim sendo, são exemplos de textos expositivos ou explicativos as enciclopédias, as revistas de


carácter científico, artigos de divulgação, manuais escolares e didácticos e ainda toda e qualquer
dissertação com as características referidas.

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Exemplo de texto expositivo/explicativo

A:

O panda gigante ou urso panda é um mamífero carnívoro. O focinho curto lembrando um urso de
pelúcia, a pelagem preta e branca característica. O seu ar pacífico tornam-no um dos animais
mais queridos pela humanidade. É extremamente dócil e tímido, dificilmente ataca o homem, a
não ser quando está extremamente irritado.

A distribuição geográfica e habitat estão confinados ao centro-sul da China situadas em seis


montanhas isoladas.

O panda gigante é um mamífero que come bambu (folhas). A pelagem é grossa e lanosa para
suportar as baixas temperaturas no ambiente subalpino em que vive. As manchas oculares,
membros, orelhas e uma faixa que atravessa os ombros são negras. O restante do corpo é
branco, mas pode se tornar "encardido" com a idade.

Apesar de pertencer à ordem dos carnívoros, ele gosta de comer outras coisas. Alimenta-se quase
que exclusivamente de cerca de 30 espécies de bambu (99% de sua dieta). Sabe-se que o panda
também utiliza insectos e ovos como fonte de proteína e, por vezes, também roedores. Ainda que
o bambu seja rico em água, o panda bebe frequentemente água de riachos ou neve derretida.

In http://pt.wikipedia.org/wiki/Panda-gigante (adaptado), acesso em 20.10.2015

Exemplo

1- Classifique o tipo de texto acima transcrito, justificando a sua resposta.

Resposta: O presente texto é dissertativo-expositivo, pois faz uma apresentação objectiva dos
dados, explicitando o fenómeno observado, neste caso concreto, o habitat dos pandas gigantes.
Usa a função referencial da linguagem, abordando o fenómeno de forma elucidativa,
preocupando-se apenas com a transmissão de informações detalhadas ligadas ao fenómeno
estudado.

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EXERCÍCIO PROPOSTO.

1 - Qual destes trechos constitui um texto dissertativo-expositivo? Justifique a sua resposta.

A:

Canários Gloster

“Ao contrário de outras antigas espécies de canários cuja origem é motivo de muita
especulação, a origem dos Glosters está muito bem documentada. O desenvolvimento desta
espécie é relativamente recente, data de 1925. O nome de Mrs. Rogerson de Cheltenham em
Gloucestershire ficará para sempre associado à criação e desenvolvimento desta raça. Mrs.
Rogerson foi a primeira criadora a expor este pequeno espécime, com poupa, numa exposição
em 1925 no Crystal Palace em Inglaterra. Na altura, este exemplar foi analisado pelos juízes
que consideraram que o pássaro em causa apresentava diferenças face ao standard actual dos
pássaros de poupa e que tinha potencial para evoluir como uma raça distinta. “

In “Arca de Noé”, por Miguel Ângelo Soares

B:

“Era um vidrinho, aquela Vanessa. De cabelos loirinhos e magrinha, cara de enjoada, passou
o ano a inventar mentiras, a fazer queixinhas, a chorar a meio dos testes por não saber uma
pergunta, sempre com muitas dores de cabeça… Não comia na cantina porque a comida fazia-
lhe mal… A Vanessa era muito boa aluna, tocava piano, fazia poemas, tinha explicações de
inglês.”

In “Os Heróis do 6º F”, António Mota

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1.6 Texto Dissertativo/Argumentativo

O texto dissertativo/argumentativo ou simplesmente argumentativo caracteriza-se pela exposição


de vários argumentos lógicos que sustentam a opinião ou o ponto de vista do autor sobre um
determinado assunto ou fenómeno. Este texto tem como função ou objectivo principal persuadir,
convencer o receptor. Visa, assim, interferir ou transformar o ponto de vista do leitor acerca de
um determinado assunto ou acerca de um conjunto de fenómenos sociais, culturais, etc..
Apresenta na sua estrutura os seguintes elementos:

 Tese - Ponto de vista ou crença à qual o argumentador deve fazer aderir o leitor;
 Premissa - conjunto de factos, pontos de vista prévios à argumentação e aceites por
todos. É uma proposição verídica de um facto ou de uma matéria;
 Argumentos - razões apresentadas a favor ou contra a tese e que podem servir para a
confirmar ou refutara;
 Conclusão - desfecho ou desenlace; a síntese dos argumentos apresentados em que se dá
a consolidação da tese apresentada.

Exemplo de texto dissertativo/argumentativo

TESE: A maioria das inovações que as fritadeiras apresentam não tem qualquer utilidade.

PREMISSAS: Há várias marcas de fritadeiras eléctricas. As mais recentes apresentam diversas


inovações.

ARGUMENTOS: Porém, a tampa anti-cheiros não é eficaz, deixando os “agradáveis “odores da


fritura passearem-se pela cozinha com toda a facilidade.

Além disso, o dispositivo de controlo da qualidade do óleo reage muito tarde. O aviso de que é
necessário substituir o óleo é feito quando este há muito que está impróprio para consumo. Por
outro lado, a superfície anti-aderente, concebida para ser uma ajuda na limpeza, é difícil de
limpar.

CONCLUSÃO: Portanto, a publicidade que se faz em torno da eficácia das mesmas é uma farsa
e os cidadãos não deveriam acreditar nela.

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Exemplo: Identifique o texto acima reproduzido, justificando a sua resposta.

Resposta: O texto acima reproduzido é dissertativo/argumentativo na medida em que se pode


notar a intenção comunicativa de persuadir, visando interferir e transformar o ponto de vista do
receptor. Apresenta, na sua estrutura, os quatro elementos que compõem esse tipo de texto: a
tese (A maioriadas fritadeirasnãotem qualquer utilidade); a premissa (Há várias
marcas…inovações); os argumentos (a tampa anti-cheiros) e a conclusão (Portanto, a
publicidade…). Por este facto, é indubitável considerar o texto como sendo
dissertativo/argumentativo.

EXERCÍCIO PROPOSTO

1 - Qual destes trechos constitui um texto dissertativo/argumentativo? Justifique a sua resposta.

A:

“Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não
sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aquelas que
efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder,
absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da
democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensamos que
nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem e
que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o que não fizeram nestes que
comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma veemência com
que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo
possa tornar-se um pouco melhor.”

(Palavras de José Saramago, na Suécia, quando recebeu o Prémio Nobel)

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B:

Faz hoje nove anos desde a inédita qualificação para o Mundial de futebol

Luanda - Completa-se hoje (quarta-feira) nove anos desde a qualificação inédita de Angola para
uma fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, Edição Alemanha'2006, graças a um golo
do então "capitão" da selecção nacional, Alcebíades Maieco "Akwá", na vitória sobre o Ruanda,
em Kigali.(…) O golo da qualificação foi apontado por Akwá, actualmente líder de um projecto
de massificação desportiva denominado “Candengue habilidoso”. Já o passe para tal foi de Zé
Kalanga, ao serviço do FC Bravos do Maquis, 5º classificado do Girabola2014.

In http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/desporto.acesso 08/10/2014

1.7 Texto Poético (Lírico)

O texto poético (lírico) caracteriza-se pela carga estética das palavras.Preocupa-se com o estilo e
a forma, tendo como intenção comunicativa exaltar o belo com recurso ao uso das funções poética
e emotiva da linguagem.Apresenta predomínio da conotação e encontra-se organizado em verso.
De referir que também existem textos poéticos desenvolvidos sob a forma de prosa. Os versos, as
estrofes e as rimas compõem a mancha gráfica do texto poético, onde os poetas gravam o cunho
do seu estilo pela utilização dos diversos recursos estilísticos para transmitir emoções e
sentimentos de alegria, tristeza, dor, etc. Um texto poético pode fazer referência a vários temas:
o amor, a natureza, a vida, o destino, entre outros, cabendo ao leitor descodificar ou identificar
estes temas e inclusivamente o assunto.

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Exemplo de texto poético (lírico)

Angola Não nasci do teu ventre


Mas foi à tua sombra
Não nasci do teu ventre Que fecundei rebentos novos
mas amei-te em cada Primavera E abri os braços
com a exuberância de semente… Para um destino transcendente…

Não nasci do teu ventre Angola,


mas foi em ti que sepultei Não serás terra do meu berço
as minhas saudades Mas és terra do meu ventre!
e sofri as tempestades
de flor transplantada
prematuramente… Amélia Vieiga, Poemas

Não nasci do teu ventre


mas bebi o teu sortilégio
em noites de poesia
transparente…
2
1

Exemplo

Pergunta: Identifique o texto acima reproduzido, justificando a sua resposta.

Resposta: O presente texto é poético, pois, pela sua mancha gráfica, apresenta-se em estrofes e
as estrofes em versos, com presença de rimas e várias figuras de estilo; a linguagem é
conotativa; recorre a várias figuras de estilo, como a metáfora: “mas foi em ti que sepultei/as
minhas saudades”; repetição: “terra do meu berço”, “terra do meu ventre”. O seu teor é
marcadamente lírico, exaltando o sentimento de amor à terra – Angola - fazendo jus às funções
poética e emotiva da linguagem.

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EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 - Qual destes trechos constitui um texto poético? Justifique a sua resposta.

A:

Chove. É Dia de Natal.


Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente


Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse


O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra


E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro

B:

“Era um vidrinho, aquela Vanessa. De cabelos loirinhos e magrinha, cara de enjoada,


passou o ano a inventar mentiras, a fazer queixinhas, a chorar a meio dos testes por não
saber uma pergunta, sempre com muitas dores de cabeça… Não comia na cantina porque a
comida fazia-lhe mal… A Vanessa era muito boa aluna, tocava piano, fazia poemas, tinha
explicações de inglês.”

In “Os Heróis do 6º F”, António Mota

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1.8 Texto Informativo (Notícia)

A notícia é um texto informativo curto, que se caracteriza pelo relato de factos verdadeiros, de
forma objectiva e impessoal. O acontecimento a ser relatado deve ser real (não fictício), actual e
de interesse geral.

Relativamente à sua estrutura, a notícia deve ser constituída por três elementos chave: o título, o
lead e o corpo.

1. Título: tem por objectivo cativar o leitor de modo a criar interesse pela leitura da notícia.
Deve ser apresentado em tamanho maior que o antetítulo e o subtítulo:
a) Antetítulo (deve surgir sempre antes do título e em tamanho menor que o título);
b) Subtítulo (deve surgir sempre depois do título e em tamanho menor que o título).

2. Lead: constitui o 1º parágrafo e o mais importante da notícia. Responde às perguntas Quem?,


O quê?, Quando? e Onde? O termo lead provém do inglês to lead que quer dizer guiar, liderar.
O lead é considerado o parágrafo guia da notícia.
3. Corpo: é a parte do desenvolvimento da notícia e responde às perguntas Porquê? e Como?
Aqui detalha-se por que razão aconteceu o facto, como aconteceu, o que esteve na base do
sucedido.

A linguagem da notícia deve ser simples, clara e objectiva, não usando o sentido figurado das
palavras, mas sim o denotativo. Deve ser de interpretação unívoca, terum só plano de leitura, não
podendopossibilitarvárias interpretações.Por outro lado, deve usarusar frases curtas, evitando os
adjectivos ou expressões adverbiais expressivas com vista à emissão de qualquer juízo de valor.
Dever-se-áusar sempre o nível de língua corrente.

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Exemplo de texto informativo (notícia)

Peritos fizeram ontem em Luanda o balanço das actividades desenvolvidas

Angola e a União Europeia definiram ontem, em Luanda, novas estratégias para os próximos
programas de financiamento no sector das Águas, que terão início em 2016. O responsável de
Imprensa e Informação da Delegação da União Europeia em Angola, Pablo Mazarrasa, afirmou
que está actualmente em negociação o programa de cooperação com Angola que vai de 2014
até 2020. O financiamento disponibilizado pela UE para Angola superou os 200 milhões de
euros.

In Jornal de Angola,7.10.2014

Exemplo

Pergunta: Identifique o texto acima reproduzido, justificando a sua resposta.

Resposta: O presente texto é uma notícia pelo facto de apresentar um relato sobre um facto de
interesse geral e actual. É constituído pelo título (Peritos fizeram…); lead ou parágrafo guia
(contendo as respostas às questões: quem?, o quê?, quando?, onde?) e o corpo da notícia,
respondendo às questões (porquê? e como?).

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EXERCÍCIO PROPOSTO

1 - Qual destes trechos constitui uma notícia? Justifique a sua resposta.

A:

Uma canção de Filipe Mukenga, sobre a saga dos embarcadiços, diz que “chegar é
alegria e partir é tristeza”. Isso confirmo eu, que regressei à minha paixão pelas
estradas nacionais.

De carro, fui a Malanje, ao Bié e Huambo. Percorri esses caminhos e terras por onde todos,
indistintamente, nos cruzamos e nos olhamos e que são, afinal, o símbolo de um grande
abraço que nos junta nesta nossa aldeia global.
A estrada nacional não dorme, mas bom mesmo é partir de viagem ao amanhecer e
regressar ao pôr-do-sol. Por todo o trajecto, começamos a ver as fazendas que crescem
como cogumelos. A produção agrícola nacional encontrou finalmente o seu rumo e está
agora em pleno desenvolvimento.
José Ribeiro, in Jornal de Angola, 1.11.2015 (excerto)

B:

Chefe do Estado-Maior General preconiza harmonização na formação dos efectivos

A partir do próximo ano, os três ramos das Forças Armadas Angolanas (Exército, Força
Aérea e Marinha de Guerra) vão beneficiar de equipamentos mais modernos e concordantes
com os actuais desafios, no âmbito da reedificação em curso, anunciou o chefe do Estado-
Maior General das FAA em entrevista ao Jornal de Angola…

In Jornal de Angola, 7.10.2014

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Tabela 1 – Resumo

TIPOS DE TEXTO INTENÇÃO COMUNICATIVA CARACTERÍSTICAS

Descrever uma pessoa uma Descrição de objectos, pessoas,


classe, paisagem,ojecto etc. paisagens animais, etc.;
Texto Descritivo
predomínio de adjectivos e
expressões adverbiais.

Texto Convencer o receptor a aderir a Exposição de vários argumentos


Argumentativo uma determinada opinião/ lógicos acerca da opinião ou ponto
ponto de vista (tese). de vista do autor.

Texto Explicar de forma elucidativa A finalidade é transmitir


Explicativo/Expo algum conteúdo. informações especializadas
sitivo ou mediante uma apresentação
Didáctico objectiva dos dados.

Texto Narrativo Contar uma história, narrar um Narração dos acontecimentos de


facto. diversas personagens, reais ou
imaginárias, desenvolvendo-se
num determinado tempo e espaço.

Texto Lírico Exaltar o belo, expressar Recurso à função estética da


sentimentos ou emoções como linguagem, com predomínio de
dor, alegria, etc. vários recursos estilísticos.

Directivo/Instruc Dar orientações, directrizes, Apresentação de instruções que


ional ou ordenar, apelar. geram ou implicam dever ou
Injuntivo obrigatoriedade de cumprimento;
uso predominante do modo
imperativo.

Texto Interagir com o interlocutor por Corporização em discurso directo


conversacional meio de um diálogo, conversar. do intercâmbio das falas entre dois
ou dialogado interlocutores.

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CAPÍTULO 2 – CATEGORIAS DA NARRATIVA

Consideram-se categorias da narrativa o narrador, as personagens, o espaço, o tempo e a acção.

2.1 O Narrador

O narrador é mencionado como sendo o sujeito de enunciação, proposto pelo autor da obra. É um
ser ficcional que existe somente na narrativa para narrar os factos e não deve ser confundido com
o autor, mesmo quando as duas posições se aproximam. O autor é um ser real; já o narrador é
um ser fictício, criado pelo autor.

A posição do narrador no interior da narrativa varia de acordo com a forma como a sua presença
se faz sentir, por isso, quanto à presença, o narrador pode ser:

 Autodiegético - quando afigura do narrador coincide com a da personagem principal,


geralmente a história tem um carácter auto-biográfico. A narração é feita na 1ª pessoa;
 Homodiegético – a figura do narrador coincide com a de uma personagem secundária. É
um narrador que se envolve na acção com outras personagens e que conta os factos.
Participa e é parte integrante da história, vive no mesmo mundo fictício criado pelo autor;
é notória a 1ª pessoa do plural nas palavras do narrador;
 Heterodiegético- quando o narrador é não participante, ou seja, é um narrador ausente,
não interfere na história e é um mero observador a relatar a história. A narração é feita na
3ª pessoa;
Quanto à Ciência/Focalização, o narrador pode ser classificado como:

Omnisciente - quando sabe e conhece tudo sobre as personagens, quer a nível interior, quer a
nível exterior, assim como os eventos passados e futuros, estando ao corrente dos
comportamentos, sentimentos, temperamento e pensamentos dessas mesmas personagens.

 Focalização externa - a visão do narrador é de alguém exterior à narrativa. Apresenta os


aspectos exteriores das personagens e dos eventos. O narrador apenas conhece o que
ouve e vê superficialmente.
 Focalização interna - a visão do narrador é de alguém inserido na narrativa.
O narrador pode também ser avaliado de acordo com a posição que toma face às personagens e
aos acontecimentos.

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Objectivo: quando este relata os factos de forma imparcial e distanciada.

Subjectivo – quando este, ao relatar, dá a sua opinião, elogiando, censurando, aconselhando.

2.2 As Personagens

As personagens são agentes da narrativa em torno das quais gira a acção e podem distinguir-se
quanto ao relevo ou papel:

 Protagonista, personagem principal ou herói: personagem em torno da qual decorre a


acção, desempenhando um papel central. A sua actuação é fundamental para o
desenvolvimento da ação;
 Antagonista ou oponente - que atua em oposição a outros; opositor; adversário.
Personagem que é contra alguém ou algo;
 Secundária - participa na acção sem papel decisivo, assume uma posição de menor relevo
que o protagonista, sendo, no entanto, importante para o desenrolar da acção;
 Adjuvante - personagem que facilita ou ajuda na concretização dos objectivos do
protagonista;
 Figurantes - têm um papel irrelevante no desenrolar da acção. Servem de figurino para
funções decorativas dos cenários. Os mesmos podem ser singulares ou colectivos.
Quanto à sua composição ou concepção, as personagens podem ser:

 Redondas, esféricas ou modeladas - aquelas que, pela sua densidade psicológica,


podem alterar o seu comportamento e são capazes de evoluir ao longo da narrativa. O seu
comportamento não é previsível, pois surpreende sempre;
 Planas - aquelas sem grande vida interior, ou seja, não têm alteração no seu
comportamento ao longo da narrativa nem têm evolução psicológica. A personagem plana
é estática, comportando-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa;
 Personagem-tipo - aquele que representa um grupo profissional ou social, uma
colectividade, um grupo.
Quanto ao processo de caracterização, as personagens podem ser caracterizadas directa ou
indirectamente ou ainda pelas duas vias, de forma simultânea. Para este último caso, estaremos
diante de uma caracterização mista. Caracterizar uma personagem é dizer como ela é: se é
magra ou gorda, alta ou baixa, esperta ou burra, nobre ou ignóbil, pobre ou rico, honesta ou
desonesta.

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A caracterização da personagem pode ser directa, indirecta e mista; estando a directa


subdividida em:

 Auto-caracterização - aquela em que a própria personagem refere as suas características;


 Hétero – caracterização - aquela em que a caracterização da personagem nos é fornecida
pelo narrador ou por outra personagem.
A caracterização indirecta é feita pela dedução ou inferência do leitor através das atitudes,
gestos comportamentos e sentimentos da personagem e a caracterização mista pela coexistência
de momentos de caracterização directa e indirecta.

 Espaço ou Ambiente físico: é o local ou espaço real no qual decorre a acção que serve
de cenário à mobilidade das personagens.
 Ambiente social ou espaço social: é o meio em que vivem as personagens, a sua
situação social, económica ou os valores culturais, as tradições e os costumes.
 Ambiente psicológico: é o espaço interior da personagem que abrange os seus
pensamentos, os seus sentimentos, emoções, sensações e as suas vivências.

Quanto ao tempo há a considerar:

Tempo cronológico ou tempo da história: aquele no qual decorre a acção. Corresponde ao


decurso e duração dos acontecimentos, marcados cronologicamente por anos, dias, horas, entre
outros.

Tempo histórico: é o contexto histórico (época, período) em que se situa a narrativa.

Tempo psicológico: é subjectivo porquanto é sentido ou vivido pela personagem e flui em


consonância com o seu estado de espírito.

Tempo do discurso: corresponde ao modo como o narrador organiza o tempo da história,


alongando, resumindo, alterando ou omitindo os dados do tempo cronológico.

O narrador pode escolher narrar os acontecimentos por ordem linear e, quando tal acontece,
teremos uma isocronia.

O narrador pode ainda escolher narrar os acontecimentos com a alteração da ordem temporal
tendo-se assim uma anisocromia. Pode recorrer à analepse (recuo a acontecimentos passados)
ou à prolepse, (antecipação de acontecimentos futuros).

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Quanto à sua organização, as sequências narrativas e/ou das acções podem estar articuladas por:

 Encadeamento - que é a ordenação lógica dos acontecimentos, pois as sequências


encontram-se ordenadas cronologicamente;
 Alternância - aquela em que a sequência das acções vai ocorrendo alternadamente,
chegando a entrelaçar-se;
 Encaixe - aquela em que a acção e/ ou sequência é introduzida noutra, ou seja, é
encaixada dentro de outra.
Quanto à delimitação podemos ter uma narrativa aberta ou fechada. É narrativa fechada
quando a acção é totalmente solucionada e as personagens têm um destino estabelecido. Trata-se
de uma narrativa aberta, quando não se apresenta a solução definitiva, não há o desfecho da
história e do destino final das personagens, tudo fica em aberto, sendo passível de se lhe atribuir
diferentes destinos por parte dos leitores.

Exemplo de narrador heterodiegético e não omnisciente:

Um dia, o Pedro chegou ao pai e disse:

- Pai, compra-me uma bicicleta!


O pai olhou atenciosamente para o filho e indagou:

- Já sabes andar de bicicleta?

- Mas, pai, como é que vou saber se nunca ninguém me ensinou e nunca sequer tive
uma? - retorquiu o filho, para a admiração do pai.

EXERCÍCIOS:

Pergunta: No trecho acima, classifique o narrador quanto à presença e à ciência, justificando a


sua resposta.

Resposta: No presente trecho, o narrador é não presente ou não participante, isto é, não
participa da história, é um mero observador, porque só narra o que vê e observa, por isso, quanto
à presença, é considerado heterodiegético. Quanto à ciência, neste trecho, o narrador é não
omnisciente, pois não penetra no interior das personagens, não sabe de tudo, sabe apenas o que
vê, observa e ouve e tudo quanto sabe das personagens e da narrativa se resume a isso. Como
podemos constatar no texto, não há expressões ou frases que o narrador tenha utilizado e

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denotem omnisciência. (“O pai olhou atenciosamente para o filho e indagou…”; “Retorquiu o filho
para a admiração do pai.”). Estas são as frases do narrador e nelas não há marcas de
omnisciência; apenas o que se vê, se observa e se ouve.

Pergunta: No seguinte trecho, classifique o narrador quanto à presença e ciência, justificando a


sua resposta.

Chegara a casa cansado e pediu um banco para se sentar. Meu irmão mais velho correu
imediatamente para dentro, pegou na primeira cadeira que viu, pois já conhecia os maus hábitos
do velhote:

- Apressa-te, seu preguiçoso! - gritou o velho antes de receber a cadeira.

Era assim, sempre que chegasse do serviço. Sem palavras ficava meu irmão, guardando tudo no
seu coração, pensando numa maneira de um dia livrar-se dos maus tratos.

- Mano, por que o pai faz isso? - perguntei, desanimado.

- Não fiques triste por mim, já sou homem, vês que não tenho a tua idade, agora vai
brincar. - disse-me ele, pensando sempre no que devia fazer para um dia sair daquela
situação.

Resposta: Neste trecho, quanto à presença, o narrador é homodiegético, pois narra os factos e,
concomitantemente, participa da narrativa, mas não é o protagonista como podemos ver pelas
marcas de 1ª pessoa (“meu irmão” , “perguntei”) que o confirmam. Quanto à ciência, o narrador
é omnisciente, pois penetra no interior das personagens, sabe de tudo sobre as personagens: os
seus actos, os seus pensamentos (“...guardando tudo no seu coração, pensando numa maneira de
um dia livrar-se dos maus tratos.”).

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Pergunta: No seguinte trecho, classifique o narrador quanto à ciência e presença e as


personagens quanto ao relevo ou papel que desempenham.

Acordei às 5:00 horas da manhã, pus-me a correr no bosque ainda escuro de nevoeiro e húmido
de orvalho. O ar apresentava-se puro e fresco. Era o que mais gostava de sentir pela manhã e
ganhar o dia sem stress. Era rotina, pois já não me sentia bem se o não fizesse.

Resposta: Neste trecho, o narrador é autodiegético, pois narra a história na primeira pessoa.
“Eu” e o mesmo é o protagonista da narrativa, vislumbrando-se o carácter autobiográfico da
narrativa que se nos afigura.

1 - Nos seguintes excertos de textos de diferentes autores, classifique o narrador quanto à ciência
e presença e as personagens quanto ao relevo ou papel que desempenham.

TEXTO A

(…) Baixei-me para molhar uma das mãos. A temperatura baixava e já não estava tão
prazenteira para a poder utilizar. Começava a esfriar e com ela a tarde caía a pique com o sol a
pôr-se no horizonte e uma série de imaginações passaram pela minha cabeça...

Texto de Chó do Guri In Puxando pela Língua.Maza edições, 2010

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TEXTO B

(…) Alvim desembrulhou o papel que envolvia o estranho objecto e pousou-o nas mãos de
Xavier. Enquanto o camionista mirava aquele pau direito com curva numa das pontas,
encerrando tanta nobreza que vinha de geração em gerações, Alvim tilintou duas “cucas” na
grade de cerveja que guardava debaixo da cama. Abriu-as e estendeu uma a Xavier, que
gargarejou meia cerveja, limpou a boca com as costas da mão esquerda e, como quem confessa,
asseverou:

__ Desculpe, mas essa história de sangue azul não me entra! Essa gente tem cabelo loiro, olhos
azuis. Você nem sequer foi a Lisboa!...

TEXTO C

Minha filha tem um adormecer custoso. Ninguém sabe os medos que o sono acorda nela. (…) ela
me pede mais:

- E depois?

O que Rita quer é que o mundo inteiro seja adormecido. E ela sempre argumenta um sonho de
encontro ao sono: quer ser lua. A menina quer luarejar…

Mia Couto, “A luavezinha” in contos do Nascer da Terra, Ed.Caminho, 1997

CAPÍTULO 3 - LÍNGUA E COMUNICAÇÃO

3.1 Funções da Linguagem

O homem, enquanto ser social, sente a necessidade de comunicar, isto é, de estabelecer relações
com o mundo em que vive. Assim, em função da intenção comunicativa, o emissor passa uma
mensagem cujo teor ostenta uma função: informar, apelar etc. Este valor funcional que a
mensagem possui é que se vai designar de função da linguagem.

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Na língua portuguesa há seis funções da linguagem, como veremos a seguir:

3.1.1 Função Informativa ou Referencial

Caracteriza-se pela predominância do aspecto informativo, está presente sempre que o emissor se
limita a informar, transmite uma informação objectiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados
concretos, factos e circunstâncias. Usa a 3ª pessoa e frases do tipo declarativo. São exemplos
notáveis de textos com função informativa as notícias de jornal, reportagem, artigo.

Exemplo de texto com a função de linguagem referencial:

“Vários bairros da capital de Luanda vão ter o abastecimento de água restringido, a partir das
8:00 do dia 30 deste mês até ao dia 2 de outubro, devido a obras de reabilitação da Estação de
Tratamento de Água de Kifangondo. Em comunicado, a EPAL alerta os consumidores a fazerem
reservas de água para não viverem grandes dificuldades”.

In Jornal de Angola, 27.09.014

3.1.2 Função Emotiva

Nesta função de linguagem, o emissor exprime directamente uma emoção que tende a reflectir-se
naquele a quem se dirige. A entoação reveste-se de particular importância na função emotiva da
linguagem, pois apresenta a expressão de uma carga afectiva: alegria, irritação, entusiasmo,
surpresa, dor… Um dos indicadores da presença da função emotiva num texto é a presença de
interjeições, expressões adjetivais, e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto
de exclamação. Usa frases do tipo exclamativo.

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Exemplo de texto com a função de linguagem emotiva:

“Oh, meu companheiro, minha vizinha aflita, meu amor de terra e água, quase que estais
encolhidos ao frio e à neve, como personagens duma fatalidade tradicional, levantai-vos e
dirigi alegremente ao crepúsculo a vossa saudação fraternal (…) Mas o natal dos lagos,
senhores? Um espanto! Que lume ao hino mais insondável da criação!”
Antunes da Silva, Uma Pinga de Chuva

3.1.3 Função Apelativa

O emissor utiliza a linguagem para influenciar o receptor, com a intenção de o convencer de algo
ou dar-lhe ordens, visa mexer com a atitude, e opinião do receptor. Usa os verbos no modo
imperativo, frases do tipo imperativo. Está presente com frequência na linguagem usada nos
discursos, propagandas e sermões.

Exemplo:

Não compre produtos fora do prazo!


Evite intermediários!
Assine, coleccione, ofereça!
Exija equipamento aprovado!
Orai sem cessar!

3.1.4 Função Fáctica

Está presente sempre que o emissor quer estabelecer a comunicação ou verificar se o contacto
entre ele e o receptor se mantém. Há fórmulas que se usam com esta finalidade; as mesmas
podem ser:

 De saudação
 De interpelação
 De agradecimento
 De despedida

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Exemplo:

-Alô, bom dia!


-Bom dia, obrigada.
- Por favor, gostaria de contactar a Antónia.
- Não, não é possível…
-O quê, não percebi…, pode repetir o que disse?
- Ela, hoje, não veio trabalhar.
-Muito obrigada. Até já.

3.1.5 Função Poética

Resulta da selecção e combinação de palavras que põem em evidência o valor estético da


mensagem. Visa exaltar o belo. Usa palavras de sentido figurado, jogos de palavras, estruturas
frásicas elaboradas, polissemia sonoridades e ritmo.

Exemplo:

“As palavras saíam–lhe da boca altas e frondosas como as árvores, e o vento que soprava
levava as palavras consigo e deixava-as cair nas letras férteis onde se multiplicavam e
cresciam. Eram essas palavras sonoras, pesadas e sumarentas como as laranjas escolhidas, e
nelas se comparavam as virtudes às flores, e o vício à lepra, e a vida inteira ao caudaloso rio
que flui, estreito e efémero, tropeçando nas pedras e nos limos.”
António Gedeão, Poemas Póstumos

3.1.6 Função Metalinguística

Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica o código usando o
próprio código, isto é o emissor usa a língua para explicar a própria língua. São exemplo de textos

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com a função metalinguística os dicionários, gramáticas. Apresenta estruturas explicativas, tais


como: define-se, significa, isto é, isto quer dizer.

Exemplo:

Significado de Lâmpada

s.f. Utensílio destinado a produzir luz e que serve para iluminar.


Tubo a vácuo e de vários eléctrodos e que serve, no rádio, para emitir, detectar, ampliar e
corrigir as correntes oscilantes; díodo; tríodo; válvula.
In Dicionário online de português, acesso 14.10.2014.

Observação: Num mesmo texto, podem surgir várias funções da linguagem. Todavia, a
classificação da linguagem a ser dada ao texto deverá ser aquela que maior predomínio tiver. Isto
é, a linguagem predominante no texto dá a classificação ao mesmo.

Exercícios.

Identifique a função da linguagem presente nos seguintes trechos:

A:

Computador: substantivo masculino.

1. O que faz cálculos (pessoa ou máquina). = CALCULISTA


2. [Informática] Aparelho
eletrônico usado para processar, guardar e tornar acessível informação de variados tipos.
3. [Informática] O mesmo que computador pessoal.

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B:

Ministro da Defesa regressa de Maputo

Angola e Moçambique avaliaram nesta quarta-feira, em Maputo, a cooperação no domínio


militar, durante a curta visita de trabalho efectuada pelo ministro angolano da Defesa Nacional,
João Lourenço, ao único país Índico.

In jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao/ acesso 24/10/2014.

C:

Festa na Esplanada azul.

Não pense duas vezes.

Compre já o seu convite!

CAPÍTULO 4 - ORTOGRAFIA

4.1 Classificação das Palavras Quanto ao Acento Tónico

As palavras em português, quanto ao acento tónico classificam-se em agudas, graves e


esdrúxulas.

Agudas: aquelas que têm o seu acento tónico na última sílaba.

Ex.: Café, alô.


Graves: aquelas que têm o seu acento tónico na penúltima sílaba.

Ex.: Cavalo, revólver, repórter.

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Esdrúxulas: aquelas que têm o seu acento tónico na antepenúltima sílaba.

República, Lâmpada
Como vemos nos exemplos acima, cada palavra tem uma sílaba tónica, aquela que se pronuncia
com maior intensidade de voz; e é sempre a vogal da sílaba tónica que deve ser acentuada
graficamente. Porém, para colocarmos os acentos nas palavras devemos obedecer sempre à regra
da acentuação gráfica das palavras sem a qual não é possível acentuarmos as palavras sob pena
de se cometer erros crassos. Ei-las abaixo.

4.2 Regras de Acentuação Gráfica das Palavras

Acentuam-se graficamente todas as palavras esdrúxulas na língua portuguesa.


Ex.: República, Rúbrica, típico.

Acentuam-se graficamente as palavras agudas terminadas em:


“A”,” e”, “o”, seguidas ou não de “s”.

Ex.: Café, alô, Pé (s)

Também são acentuadas as agudas terminadas em “em” ou “ens” com mais de uma sílaba.
Ex.: Armazém, parabéns.

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São acentuadas graficamente todas as palavras graves nas condições indicadas no quadro.

Tabela 2 - Palavras Graves

Terminação da palavra Exemplo

l fácil

n pólen

r cadáver

X tórax

Us vírus

I, is júri, lápis

ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos

Um,uns álbum, álbuns

ps bíceps

EXERCÍCIOS

As palavras a seguir são agudas, graves e esdrúxulas. Acentue-as.

Pes, heroi, por, da-mos, para, demos, impar, computo, hifen, virus, idolatra, publico, habito,
torax, tunel, influimos, fluidos.

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Acentue graficamente as seguintes palavras:

Fabrica fabrica

Pratico pratico

Assedio assedio

Continuo continuo

Trafico trafico

Anuncio anuncio

Noticia noticia

Policia policia

CAPÍTULO 5 - LEXICOLOGIA

Lexicologia é a “parte da gramática que se dedica ao estudo etimológico e às diversas acepções


das palavras” (In Dicinário online de Português. http://www.dicio.com.br/lexicologia Acesso 25 de
Outubro de 2014)

5.1 Processos de Enriquecimento e Alargamento do Léxico

Existem vários processos de enriquecimento e alargamento do léxico, apresentados na tabela a


seguir.

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Tabela 3 - Processos de enriquecimento e alargamento do léxico

PROCESSOS EXEMPLOS

sufixação Feliz-feliz (mente)

mente (sufixo)

Derivação prefixação Feliz- (in)feliz

In(prefixo)

Prefixação e sufixação (In)feliz(mente)

Formação de aglutinação Fidalgo=filho+algo


palavras
Composição justaposição Segunda-feira

(em)pobre(cer) *empobre

Parassíntese *pobrecer

Abreviaturas Metropolitana metro

Neologismos adjectvo adj.

século séc.

Siglas Instituto Superior Politécnico de ISPTEC


Tecnologias e Ciências.

Televisão Pública de Angola


TPA

Acrónimos Ministério da Saúde Minsa

Sindicato dos Professores Sinprof

Empréstimos Palavras Placard, chefe, futebol, tejadilho, adágio,


estrangeiras
Matinée, part time, stand, filme….

Derivação Imprópria O João regressa amanhã-advérbio

É preciso pensar no amanhã-nome

Regressiva trocar (verbo) a troca (nome)

Onomatopeias Imitação de sons Miau, tiquetaque, tilintar, cri-cri

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1. Na lista abaixo, identifique os processos de enriquecimento do léxico.


Consideração, desconheço, apodrecer, povoado, terramoto, pizzamania, telenovelas,
automóvel, PALOP, girassol, saia-casaco, afro-luso-brasileiro, cibercafé, EDEL, placard, chefe,
soirée, tac-tac, embarcar, facílimo, inutilmente, antepor, sabiamente, OUA, beleza, prever,
cabeçudo, impossível, previsão, desleal, super-homem, Mindef, Med, …desleal.

2. Seleccione a alínea que contém a palavra formada pelo mesmo processo que
“anoitecer”.
a. Inutilmente, b. Facilitismo, c. Prever, d. Pernoitar, e. Casebre.

3. Classifique o processo de formação das palavras negritadas, indicando, em cada caso


a palavra que lhe deu origem.
a. Ele desatou num choro convulsivo.
b. A EDEL anunciou o corte de energia nas próximas vinte e quatro horas.
c. É um erro pensar que não será seleccionado.
d. O apelo da polícia em relação ao respeito as regras de trânsito, não se tem feito sentir na
capital.

4. Sublinhe, nas frases seguintes, os nomes que, na maior parte das vezes, são
adjectivos.
a. Os fracos não sobrevivem, só os fortes se salvaram.
b. Com as fortes chuvadas, este ano as colheitas foram fracas.

5. Assinale a alínea que contém palavras formadas, respectivamente, por parassíntese,


derivação, composição e derivação regressiva.
a. Infelizmente, amigável, luso-angolano, amostra.
b. Embarcar, rebeldia, agricultura, troco.
c. Apodrecer, rever, chuvoso, abandono.
d. Ensurdecer, corte, neurocirurgia, jogador.

5.2 Relação de Sentido e de Forma entre as Palavras

As palavras podem estabelecer uma relação quanto à ortografia (grafia, escrita) à fonia (som,
pronúncia) e ao sentido (significado). Tendo em conta estas relações, as palavras são classificadas
em: homónimas, homófonas, homógrafas e parónimas.

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Palavras homónimas- Têm ortografia e pronúncia igual, mas significados diferentes.

Exemplo 1: Hoje fiz uma operação bancária. Significado (movimento bancário)

Exemplo 2: A operação plástica não correu bem. Significado (cirurgia)

Palavras homófonas-Têm pronúncia igual, mas ortografia e sentido diferentes.

Exemplo 1: Censo/ senso

Exemplo 2: Sem/cem

Palavras homógrafas- Têm idêntica grafia, mas acentuação e significação diversas.

Exemplo 1: hábito/ habito

Exemplo 2: Colher/ colher

Palavras parónimas- São muito parecidas, (não iguais) quer na pronúncia quer na escrita às
vezes verifica-se uma certa confusão. Exemplos:

Percursor/ precursor;

Rectificar/ratificar;

Perfeito/prefeito.

Há ainda a referir que, as palavras também estabelecem relações semânticas de sinonímia,


antonímia, hiperonímia/hiponímia e holonímia/meronímia.

Sinonímia – Têm uma relação de semelhança ou equivalência, idêntico significado.

Exemplo 1: casa, habitação, moradia - são palavras sinónimas.

Exemplo 2: Alegre, satisfeito, contente - são palavras sinónimas.

Antonímias - Têm uma relação de oposição, isto é, significados contrários.

Exemplo 1: alto-baixo

Exemplo 2: Amor-ódio

Hiperónimos e Hipónimos - Estabelecem uma relação de geral/ restrito ou classe/elemento.

Hiperónimos são palavras que contêm em si um sentido mais geral. Os hipónimos são palavras
com sentido mais restrito em relação aos hiperónimos.

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Tabela 4 - Hiperónimos e Hipónimos

Hiperónimos (mais geral) Hipónimos (mais restrito)

Ave pombo, galinha, águia

árvore palmeira, acácia, mulembeira

Fruto manga, ananás, abacate

bebida sumo, água, café

peixe carapau, corvina, pargo

Universidade Faculdade de Engenharias, Faculdade de Ciências Sociais

animal elefante, coelho, cão, girafa, cobra

Holónimos e Merónimos: Estabelecem uma relação de todo / parte. Os Holónimos constituem o


todo, os merónimos constituem as diferentes partes do todo.

Tabela 5 - Holónimos e Merónimos

Holónimos (todo) Merónimos (parte)

Corpo humano cabeça, tronco e membros

Carro motor, pneus, mudanças, travão

Casa telhado, janelas e portas

EXERCÍCIOS

1. Assinale a alínea em que há uma relação de sinonímia.


a. Apreço-desprezo
b. Zelo-cuidado
c. Amar- invejar
d. Profissão – mecânico
e. Volante- automóvel

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2. Assinale a alínea em que há uma relação de antonímia.


a. Conselho/ concelho
b. Amável/afável
c. Grosso/espesso
d. Economizar/gastar
e. Lucrar/ganhar
f. Perfeito/ prefeito
3. Uma das formas de formar antónimos é através de prefixos, como (in, a, des, i, etc)
a depender da palavra. Forme antónimos das palavras seguintes, recorrendo a este
processo.
Exemplo: Fazer/ desfazer
a. Normal
b. Competente
c. Discreto
d. Legal
e. Reflectido
4. Classifique cada par de palavras, considerando as suas relações fonéticas
(pronúncia) e gráficas (escrita).
a. Colher (nome) / colher (verbo)
b. Peão/pião
c. Rio (verbo) /rio (nome)
d. Sesta/sexta
e. Era/ hera
5. Indique a palavra parónima de cada uma das palavras abaixo e, de seguida, o
diferente significado dos pares de parónimos obtidos.
a. Ratificar
b. Acidente
c. Comprimento
d. Despensa
e. Estrato
f. Descrição
6. Complete as frases com um hiperónimo.
a. Diagnosticaram diabetes ao João. Felizmente o tratamento desta ________________tem
boas probabilidades de cura.

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b. Mandei fazer um ramo com rosas, cravos e orquídeas. São estas as minhas
__________________ preferidas.
c. O álcool e o tabaco são __________________ a evitar.

5.3 Conotação e Denotação

Denotação e conotação são conceitos que dizem respeito ao sentido das palavras. Atente nas
diferenças assinaladsa na tabela a seguir.

Tabela 6 - Conotação e Denotação

Denotação Conotação

Significado estável Significado dinâmico

Significado objectivo Significado subjectivo

Significado fixo (independente do contexto) Significado afectivo, variável

Predomínio da função informativa da Predomínio da função emotiva da


linguagem linguagem

Denotação é o sentido próprio da palavra em que predomina a função informativa. A conotação é


o sentido figurado, tem maior emprego na linguagem literária.

Exemplos:

a. A Ana é negra.
b. A Ana tem uma vida negra.
Na primeira frase (a) a palavra negra refere-se à cor da pele (escura) e tem sentido
denotativo, ou seja, sentido próprio.Na segunda frase (b) significa uma vida cheia de
dificuldades e tem sentido conotativo, isto é, sentido figurado.

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CAPÍTULO 6 - OS VERBOS

6.1 Tempo Verbal

Designa-se tempo verbal “a noção semântica utilizada para situar e ordenar os eventos expressos
nas línguas…” (In infopedia http://www.infopedia.pt/ Acesso 24 de Outubro de 2014.)

Existem três tempos básicos: presente, pretérito e futuro a partir dos quais se formam todos os
outros tempos, como veremos no quadro dos tempos e modos verbais.

6.2 Modo Verbal

Considera-se modo verbal “o dispositivo linguístico privilegiado para exprimir a modalidade (em
sentido lato, a modalidade é a atitude do falante perante a validade do conteúdo proposicional do
seu enunciado e define-se basicamente em duas possibilidades: realidade e irrealidade) (in
infopediaptpt http://www.infopedia.pt/ Acesso 24 de Outubro de 2014.)

Em português há três modos verbais: o indicativo, o conjuntivo e o imperativo. Todavia, nem


todos os tempos verbais têm os três modos; uns possuem apenas um, outros dois e três, como
veremos no quadro a seguir apresentado.

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Tabela 7 - Quadro dos tempos e modos verbais

Tempo verbal Modo verbal Exemplo com o verbo “falar” na


1ª e 2ª pessoas do singular.

Presente Indicativo Falo, falas.

Conjuntivo Que eu fale, que tu fales.

Imperativo Fala!(tu) Falai! (vós)

Pretérito perfeito Indicativo Falei, falaste


simples

Pretérito perfeito Indicativo Tenho falado, tens falado


composto
Conjuntivo Que eu tenha falado, tenhas falado

Pretérito Imperfeito Indicativo Falava, falavas

Conjuntivo Que eu falasse, falasses

Pretérito – mais – que Indicativo Falara, falaras


perfeito simples

Pretérito – mais – que Indicativo Tinha falado, tinhas falado


perfeito composto
Conjuntivo Se eu tivesse falado, tivesses falado

Futuro do presente Indicativo Terei falado, terás falado


composto
Conjuntivo Se eu tiver falado, se tu tiveres falado

Futuro do pretérito Falaria, falarias


simples

Futuro do pretérito Teria falado, terias falado


composto

6.3 Verbos Transitivos e Intransitivos

Os verbos, na língua portuguesa, quanto a sua transitividade, podem ser classificados em


transitivos e intransitivos.

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Os verbos transitivos são assim designados porque precisam sempre de um complemento, sob
pena de ficarem com o sentido incompleto. Ex.: Ele cortou…....

Vemos que no exemplo ele cortou, o verbo precisa de um complemento para lhe completar o
sentido. Assim, sabemos que este verbo é transitivo, pois precisa sempre de um complemento
para lhe completar o sentido.

6.3.1 Verbos Transitivos Directos

Os verbos transitivos directos são aqueles que pedem ou precisam de um complemento directo
para lhes completar o sentido.

Ex.: - Viste o Pedro?

- Não, não o vi.

Obs: Normalmente, fazemos as perguntas “quem” ou o “quê “ ao verbo para sabermos se o verbo
é transitivo directo. Para o caso do exemplo acima, a pergunta que se fez ao verbo foi: quem
viste? Seguidamente, obtivemos a resposta: O pedro. Logo, afirmamos que o verbo é transitivo
directo, dada a compatibilidade entre a pergunta e a resposta.

6.3.2 Verbos Transitivos Indirectos

Os verbos transitivos indirectos são aqueles que precisam de um complemento indirecto para lhes
completar o sentido.

Ex.: Os meninos devem obedecer aos seus pais.

Obs.: Normalmente, fazemos as perguntas “a quem” ou o “ a quê “ ao verbo para sabermos se o


verbo é transitivo indirecto. Para o caso do exemplo acima, a pergunta que se fez ao verbo foi: a
quem devem obedecer os meninos? Seguidamente, obtivemos a resposta aos pais. Logo,
afirmamos que o verbo é transitivo indirecto, dada a compatibilidade entre a pergunta e a
resposta.

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6.4 Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos, em contrapartida, não precisam de nenhum complemento para lhes


completar o sentido, em si só, encerram um sentido completo. Porém, podem ser usados com um
complemento circunstancial apenas: ex.: A Marta chorou. O Pires chegou.

Vemos nos exemplos que os verbos chorar e chegar não precisam de complemento para obterem
sentido, em si só já encerram um sentido completo. Todavia, podemos usar um complemento
circunstancial, o único que se pode usar. Ex.: A Marta chorou muito. O Pires chegou ontem.

Nota:

É importante conhecer a transitividade do verbo, pois, se assim não acontecer o falante poderá
construir enunciados de forma intuitiva, sem coesão nem coerência, atropelando as regras que
regem o funcionamento da língua até cair no desvio da informação; isto é, dizer o que não quis
dizer e muitas vezes ser mal compreendido.

CAPÍTULO 7 - TIPOS DE CONJUGAÇÃO

7.1 Conjugação Pronominal Reflexa

Designa-se conjugação pronominal reflexa aquela que se realiza com um pronome reflexo. Os
pronomes podem ser: me, te, se, nos, vos, se. Nesta conjugação, a acção do sujeito recai sobre si
próprio.

Exemplo: Verbo lavar-se e vestir-se

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Tabela 8 - Verbo lavar-se e vestir-se

LAVAR-SE VESTIR-SE

Lavo-me Visto-me

Lavas-te Vestes-te

Lava-se Veste-se

Lavamo-nos Vestimo-nos

Lavais-vos Vestis-vos

Lavam-se Vestem-se

EXERCÍCIOS

Conjugue os seguintes verbos reflexivos.

Pentear-se, entreter-se, ferir-se, tratar-se, cuidar-se, limpar-se, lembrar-se, preocupar-se,


afastar-se.

7.2 Conjugação Pronominal com os Pronomes o, a, os, as

A conjugação pronominal com os pronomes de complemento directo obedece a regras que a


seguir se vão destacar.

Em primeiro lugar, devemos saber que estes pronomes pessoais de complemento directo
substituem sempre um nome ou núcleo nominal com a mesma função sintáctica, por forma a
evitar a repetição do nome já mencionado.

Por exemplo, ao dizermos a frase “O João comeu o bolo” temo-la com os nomes todos, todavia, se
desejarmos repetir a mesma frase evitaremos a repetição dos nomes já mencionados, passando a
ser substituídos pelos respectivos pronomes assim teremos a frase repetida: Ele comeu-o. Isto é o
que se designa de conjugação pronominal com os pronomes o, a, os, as. É conjugar um verbo
com esses pronomes, porém não se esquecendo de obedecer as seguintes regras:

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 Se o verbo terminar em (r, z, s) perdem estas letras, substituindo-as pela letra “l “ que se
vai juntar aos pronomes o, a, os, as, obtendo-se assim as formas lo, la, los, las.
Exemplo: Ele faz o trabalho = Ele fá-lo.
Acabamos de ver no exemplo acima que a letra z da flexão verbal “faz” foi eliminada, dando lugar
à letra “l” que se juntou ao pronome “o” obtendo-se a forma-lo.

 Se o verbo terminar em “m” ou ditongo nasal o pronome toma as formas no, na, nos, nas.
Exemplo: Eles fazem o trabalho = Eles fazem-no.
Acabamos de ver no exemplo acima que a flexão verbal fazem terminando em “m” exigiu à forma
no, sem no entanto eliminar nada.

Vejamos agora a conjugação completa de um verbo.

Tabela 9 - Conjugação completa de um verbo.

“Verbo” comer o mamão

Eu como-o

Tu come-lo

Ele come-o

Nós comemo-lo

Vós comei-lo

Eles comem-no

EXERCÍCIOS

Conjugue agora os seguintes verbos com pronomes o, a, os, as, tal como no exemplo
acima.

Fazer a tarefa, trazer o carro, levar os livros comprar a casa, vender o carro, estudar a matéria.

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7.3 Conjugação da Voz Passiva

A voz passiva é formada com o verbo auxiliar ser no tempo e modo que se quer conjugar mais o
particípio passado do verbo principal.

Para passarmos uma frase activa para passiva devemos obedecer ao seguinte critério:

O complemento directo da frase activa passa a ser o sujeito da frase passiva, seguindo-se o verbo
auxiliar “ser” que é o verbo auxiliar por excelência para a formação da passiva, mais o particípio
passado do verbo principal da frase activa, seguindo-se finalmente o sujeito da frase activa que
passará a ser o agente da passiva, precedido pela preposição “por”. Em suma, teremos a seguinte
estrutura sintetizada.

Estrutura da frase passiva

Objecto directo da activa+verbo ser conjugado no tempo da activa+verbo principal da


activa no particípio passado+sujeito da activa precedido pela preposição por.

Exemplo:

Frase activa: A Joana comeu as laranjas.

Frase passiva: As laranjas foram comidas pela Joana

EXERCÍCIOS:

1. Passe as seguintes frases para a voz passiva.

O pedro verá o filme.

A Ana trouxe os livros.

O professor ensinava os seus alunos.

A Rita e o António tinham comprado uma casa à beira-mar.

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CAPÍTULO 8 - MODOS DE RELATO DO DISCURSO

8.1 Discurso Directo

O discurso directo transmite as palavras tal qual foram ditas. O narrador coloca as personagens a
falar, sendo essas falas assinaladas por travessão.

Exemplo:

Pedro, cansado da viagem, chegou à casa de Marcos e questionou:

 Está alguém em casa?


 Oh, Pedro! É bom ver-te por cá!
 Estás gordo, Marcos! O que andas a comer?
Como acabamos de ver no exemplo, o narrador põe as personagens a dialogar e as suas falas são
reproduzidas tal qual foram ditas. Assim, dizemos que estamos diante do discurso directo.

8.2 Discurso Indirecto

O discurso indirecto, contrariamente ao que se disse sobre o outro discurso, não transmite as
falas tal qual foram ditas. O narrador inclui essas falas no seu próprio discurso, pela construção de
orações subordinadas completivas.

O discurso indirecto é introduzido por verbos introdutores do discurso, estes podem ser:

Dizer, ordenar, perguntar, pedir, recomendar, afirmar, retorquir, salientar, frisar,


comentar,etc.

Cada verbo introdutor do discurso denota o valor intrínseco a cada enunciado, isto é, a escolha do
verbo introdutor depende, em primeiro lugar, da análise do enunciado, ou seja, deverá saber,
antes de tudo, se o enunciado denota uma afirmação, uma pergunta, uma ordem, etc. e, em
função disso, usar o verbo adequado ao enunciado.

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Após o verbo introdutor do discurso, os dois pontos, o travessão e as aspas que são marcas
próprias do discurso directo desaparecem e são substituídos pelas conjunções integrantes ou
completivas “que” e “se”, dependendo do tipo do enunciado.

Assim, se tivéssemos de passar para o discurso indirecto o diálogo apresentado acima no discurso
directo teríamos:

Pedro, cansado da viagem, chegou à casa de Marcos e questionou se estava alguém em casa.
Replicando à indagação, Marcos exclamou que era bom vê-lo por lá; a seu turno, Pedro elogiou
Marcos dizendo que estava gordo e questionou o que andava a comer.

Acabamos de ver que as falas das personagens no discurso indirecto sofreram alterações e já não
estão tal qual foram ditas, elas foram incorporadas no discurso do narrador, observando-se várias
alterações a nível dos tempos verbais, dos pronomes até dos advérbios. Assim, dizemos que
estamos diante do discurso indirecto.

ALTERAÇÕES A NÍVEL DOS TEMPOS VERBAIS

Tabela 10 - Alterações a nível dos tempos verbais

Discurso Directo Discurso Indirecto

Presente do indicativo Pretérito Imperfeito

Presente do Conjuntivo Pret. Imperfeito do Conjuntivo

Pretérito Perfeito Pretérito - M. - Q. - Perfeito simp. ou comp.

Futuro do presente simples indicativo. Futuro do pretérito simples (condicional)

Futuro do presente composto Futuro do pretérito composto (condicional comp.)

Futuro do presente do conjuntivo Pret. Imperfeito do Conjuntivo

Imperativo Pret. Imperfeito do Conjuntivo

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ALTERAÇÕES A NÍVEL DOS PRONOMES

Tabela 11 - Alterações a nível dos pronomes

Eu, tu, nós, vós Ele, eles

Meu,/nosso, meus, nossos, teu, vosso Seu, dele / seus, deles

Este, isto, esse, isso Aquele, aquilo

ALTERAÇÕES A NÍVEL DOS ADVÉRBIOS

Tabela 12 - Alterações a nível dos advérbios

Aqui, aí, cá Ali, lá,

Agora, já Então, logo

Hoje Naquele dia

Ontem No dia anterior

Amanhã No dia seguinte

Vocativo O vocativo desaparece ou passa para C.I.

- Ó Pedro, traz-me o livro amanhã! Ele ordenou ao Pedro que lhe trouxesse o livro no
dia seguinte.

EXERCÍCIOS:

Passe para o discurso indirecto as seguintes frases:

1- Fostes à praia ontem?


2- Não te demores.
3- Diga ao pedro para não se ir embora.
4- Quando é que voltas?
5- Não sei se vou ao cinema hoje.
6- Por quanto comprou o seu livro?

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7- Não discutas mais comigo, por favor!


8- Tira-me daqui que já não suporto o cheiro.

Passe para o discurso directo as seguintes frases:

1- Ela disse que tinha ido à loja.


2- Perguntou se já tinha jantado.
3- Perguntei-lhe quanto custava a peça.
4- Pediu para que fosse com ela.
5- Ordenou para que não tornasse a fazer aquilo.
6- Questionou se ainda tinha dinheiro comigo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AZEREDO, M. Olga et al, 2012. Da Comunicação à Expressão-Gramática Prática de Português.


Lisboa: Raiz editora.

2. BAPTISTA, Vera Saraiva e Elisa Costa PINTO, 1996. Plural. Lisboa: Lisboa editora.

3. COELHO, Luísa, 2010. Puxando pela Língua - Coletânea de textos Literários angolanos e
brasileiros. Belo Horizonte: Maza edições.

4. CUNHA, Celso e Lindley CINTRA, 1999. Nova Gramática do português Contemporâneo. Lisboa:
Sá da Costa.

5. Dicionário de Metalinguagens da Didáctica (2000). Porto: Porto Editora.

6. DUARTE, Inês, 2000. Língua Portuguesa - Instrumentos de Análise. Lisboa: Universidade


Aberta.

7. GOMES, Álvaro, 2008. Gramática Pedagógica e cultural da Língua Portuguesa. Porto: Porto
Editora.ISBN 978-972-8895-17-4

8. PINTO, José Manuel de Castro, 2011. Gramática do Português Moderno. Lisboa: Plátano.

9. MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 10ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.

10. MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 11ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.

11. MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 12ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.

12. MATEUS, M.H.M., et al., 2003. Gramática da Língua Portuguesa. 2ª ed. Lisboa: Caminho.

13. MIGUEL, Maria Helena e Maria Antónia ALVES, 2008. Convergências-Manual universitário de
Português. Angola.

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

14. MÓIA, Telmo e João PERES, 1995. Áreas Críticas da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho.

15. NASCIMENTO, Zacarias e José Manuel PINTO, 2006. A Dinâmica da Escrita - Como escrever
com êxito. Lisboa: Plátano.

16. RAPOSO, Eduardo Buzaglo Paiva, et al, 2013. Gramática do Português. Vol. I, II. Lisboa:
Fundação Gulbenkian.

17. REI, José Esteves, 1996. Curso de Redacção I - A Frase. Porto: Porto Editora.

18. TAVARES, António e Jorge MORANGUINHO, 2008. Prontuário de Verbos com Preposições.
Lisboa: Plátano.

19. SANTOS, Elsa Rodrigues dos e D´Silvas FILHO, 2011. Grandes Dúvidas da Língua Portuguesa-
falar e escrever sem erros. Lisboa: Esfera dos livros.

20. PAÇO, Marisa, 2012. “Tipos de Textos Expositivo-explicativos” [online]. Acesso a 20.10.2014.
Disponível em http://pt.slideshare.net/MarisaPaco/textos-explicativos-expositivos?related=1

21. RIBEIRO, José, 2015.De volta aos braços da minha paixão.Jornal de Angola[online].1
Novembro 2015 [acesso a 3.11.2015]. Disponível em
http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/a_palavra_do_director/de_volta_aos_bracos_da_minha_
paixao

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LÍNGUA INGLESA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
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1. JUSTIFICATIVA

Ter domínio da língua inglesa constitui uma mais-valia para estudantes universitários durante e depois da sua
formação académica. No percurso dos seus estudos, os estudantes utilizarão várias obras literárias sendo na
maioria escrita em Inglês e que consolidarão os seus conhecimentos e consequentemente a preparação para o
mercado de trabalho, cada vez mais competitivo. Por outro lado, uma vez matriculado no Intituto Superior
Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), o discente que demonstrar o domínio da língua Inglesa no nível
de ‘Pre-Intermediate’, ou seja, Utilizador Independente da língua, aumentará a possibilidade de participar no
programa de Mobilidade Estudantil em instituições parceiras do ISPTEC.

2. OBJECTIVO DA PROVA

Avaliar os aspectos chaves do conhecimeto da língua Inglesa no âmbito da gramática e lexicais orientadas para
o nível ‘Pre-Intermediate (B1) ‘.

3. CONTEÚDOS A REVER

Os conteúdos para a prova de língua Inglesa estão descritos na Tabela abaixo e foram extraidas e adaptadas a
partir dos conteúdos programáticos do Exame intitulado ‘Preliminary English Test for Schools (PETfs)’,
desenvolvido pela Cambridge University e reconhecido oficialmente por instituições educacionais e entidades
empregadoras, entre outras, em todo o mundo. Os conteúdos do referido Exame contemplam o nível ‘Pre-
Intermediate’ (Utilizador Independente – B1), de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para as
Línguas – QECR.

Para a Prova de língua inglesa, os candidatos deverão rever os seguintes pontos:

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Tabela 6 – Gramatica

1) Gramática:
Count/
Modals Adverbs Adjectives Prepositions
Uncount nouns Tenses
Can (ability; Regular Positive and Quantifiers: Time, place, Present
requests, and negative, some, any, a Preposition Simple
permission) irregular, opposites, lot, many, al uses in and
Could (ability, degree, colour, uses of much, a few, phrasal continuous
possibility) manner adjectives in few, a little, verbs, , Present
Would (offer, comparison little superlative Perfect,
imaginary and fixed Past
situation) expressions Simple
Have to and
(obligation) Progressiv
Should(n’t) e
(advice)
Mustn’t
(prohibition)
Needn’t (lack of
necessity)
Might
(possibility)

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Tabela 7 – Vocabulário

2) Vocabulário
 Phrasal verbs
 Words differences - choosing the odd-one-
out:
 Ways of cooking
 Clothes
 Stationery
 Furniture
 Animals
 Rooms in a house
 Types of fruit
 Countries and cities
 Countable and uncountable nouns

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Cambridge English. “Preliminary (PET) for Schools” [online]. Acesso a 20.10.2015. Disponível
em http://www.cambridgeenglish.org/exams/preliminary-for-schools/

2. British Council, 2015. “Os nossos níveis e o QECR” [online]. Acesso a 20.10.2015. Disponível
em http://www.cambridgeenglish.org/exams/preliminary-for-schools/

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MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
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CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS NUMÉRICOS

1.1 Principais Conjuntos Numéricos

Os conjuntos denotam-se por letras maiúsculas do alfabeto: A, B, C,… e os seus elementos por
letras minúsculas: a, b, c, x, y, ….Para indicar que a é um elemento do conjunto A, escrevemos:
a A e se a não é um elemento do conjunto A, escrevemos: a A. Para descrever qualquer
conjunto utilizamos dois recursos: 1º) Descrição pela citação dos elementos do conjunto,
Exemplo: M =  a, b, c, d e 2º) Descrição pela propriedade que caracteriza os seus elementos,
Exemplo: M: é o conjunto das quatro primeiras letras do alfabeto.

Os principais conjuntos numéricos são: ; ; Q e R. As relações entre conjuntos são mais


evidentes quando se mostram com Diagramas de Venn.

Exemplo:

 é o conjunto dos números naturais e representa-se por: = {0, 1, 2, 3, 4, 5, …}

 é o conjunto dos números inteiros e representa-se por: = {0,  1,  2,  3, 4, …}

 Q é o conjunto dos números racionais e representa-se por:

Q =  tal que os seus elementos podem representar-se como uma

fração decimal que possui finitos algarismos após a vírgula (Exemplo: ou como uma

fração decimal de infinitos algarismos de dízima periódica, isto é, após a vírgula repete-se sempre

algum dos algarismos (Exemplo: ).

Se os elementos não podem representar-se como uma fração finita, pois

possui infinitos algarismo após a vírgula, mas não se repete nenhum, então eles não são

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

elementos do conjunto Q e chamam-se simplesmente números irracionais (Exemplo:


1
 0,70710678 .... ) cujo conjunto se denota por: I.
2

 R é o conjunto dos números reais que inclui os números racionais e os números irracionais. Os
subconjuntos dos números reais representam-se com intervalos.

1.2 Intervalos de Números Reais

Tabela 8 - Representação de intervalos de números reais

Intervalos Representação na recta real Condição Conjunto

a, b a≤x≤b {x ∈ ℝ : a ≤ x ≤ b}
a b
Fechado

 a, b
a<x<b {x ∈ ℝ : a < x < b}
a b
Aberto

 a, b

Semiaberto a<x≤b {x ∈ ℝ : a < x ≤ b}


a b
à esquerda

a, b
a≤x<b {x ∈ ℝ : a ≤ x < b}
Semiaberto
a b
à direita

Nota: o primeiro dos casos chama-se intervalo fechado, onde os extremos a e b estão incluídos; o
segundo chama-se intervalo aberto onde não estão incluídos os extremos e os dois restantes são
semiabertos (ou também semifechados).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Usando a notação de conjunto, escreva os seguintes intervalos:

a) ]−3, 6[ b) ]  , 6] c) [ 2, 3] d) [−1, 0[ e) ]−∞, 0[

Solução: É importante observar se os extremos do intervalo estão incluídos. Neste caso usam-se
convenientemente os sinais  ou . Assim escrevemos:

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

a) ]−3, 6[ = x  R :  3  x  6 d) [−1, 0[ = x  R : 1  x  0

b) ]  , 6] = x  R :   x  6 e) ]−∞, 0[ = x  R : x  0

c) [ 2, 3] = xR: 2x 3 

2. Se A = {x ∈ ℝ : 2 < x < 5} e B = {x ∈ ℝ : 3 ≤ x < 8}, determine:

a)A ∩ B b) B – A c) A – B

Solução: em cada item é conveniente representar sobre a mesma recta numérica os intervalos A
e B, para determinar com precisão os elementos comuns e também observar se os extremos do
intervalo estão incluídos na união ou na intersecção. Nestes casos usam-se convenientemente os
sinais  ou . Assim escrevemos:

a)A ∩ B = { x ∈ ℝ : 3 ≤ x < 5} b) B – A = { x ∈ ℝ : 5 < x < 8 } c) A – B = { x ∈ ℝ : 2 < x < 3 }


3. Represente graficamente os resultados de cada expressão abaixo:

a)]  , 6] ∪ [−1, 1[
-1 1  6

b) [ 1 , 3]
2, 3] ∩ [
2
1 3
2 3
2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Quais das alternativas abaixo são falsas?

a) {Ø} é um conjunto unitário

b) { } é um conjunto vazio

c) Se A = {1, 2, 3}, então {3} ∈ A

d) M = {x : x = 2n, onde n ∈ ℕ} é o conjunto dos números naturais ímpares

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e) Ø ⊂ [ 1 ,1 ] f) Ø ⊂ [ 1 ,- 1 ] ∪ { }
2 2 2 2

g) B ∩ A ⊂ (A ∪ B) h) Q ⊂ (R − )

2. Escreva cada proposição abaixo usando o sinal de desigualdade.

a) a é um número positivo

b) b é um número negativo

c) a é maior que b

3. Represente graficamente os seguintes intervalos:

a) [−10, 11] b) −∞ < x <−1 c) ]−3, 0] d) √3 ≤ x ≤ √5 e) ]0, +∞ [

f) ]5, 7] ∩ [6, 9] g) ]−∞, 7] ∩ [8, 10]

4. Sejam M = {x ∈ ℝ: 2 ≤ x <10}, N = {x ∈ ℝ: 3 < x < 8} e P = {x ∈ ℝ: 2 ≤ x ≤ 9}.

Determine o conjunto P − (M − N).

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. São falsos os itens:


c) Pois o elemento 3  A, mas o conjunto {3}  A.
d) Pois M é o conjunto dos naturais pares.

e) Pois o intervalo [ 1 , 1 ] não é um conjunto de conjuntos, então não inclui o conjunto vazio
2 2
e tampouco é um conjunto que não tem elementos, logo não é igual ao Ø.
h) Pois  Q e se do conjunto dos reais se elimina , está-se a eliminar uma parte de Q e
então Q não pode estar incluído no conjunto (R − ).

2. a ;b a b

3. Apresentam-se os três primeiros:


11 3 0
a) b) c)

4. M – N =  3, 8   8, 10 [ Logo P − (M − N) = ] 3 , 8 [

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65
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CAPÍTULO 2 - POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

2.1 Potenciação

n
A potência é o produto de n factores iguais a a, ou seja: a  a.a.a. ... .a
 , n ∈ N.
n fat ores

a é a base;
onde : 
n é o expoente.

Exemplos:

a) 33  3  3  3  27 b)  22   2 2  4 c)  3 
2

3 3
 
9
4 4 4 16

2.2 Propriedades da Potenciação

A) Multiplicação de Potências da Mesma Base


Procedimento: conserva-se a base e somam-se os expoentes.
am . an = am + n

Exemplos:

a) 2 x  2 2  2 x2 b) a4  a7  a47  a11

c) (0,9)8  (0,9) 2  (0,9)5  (0,9)825  (0,9)15 d) 24  28  248  212

B) Divisão de Potências da Mesma Base

Procedimento: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.

am am
 a mn ; a  0 ou a mn

an an

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66
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Exemplos:

26 6 3 34 4
4 x a4
a) 3  2  23 b)  3 4 x c) a  a 4 5
 a 1 d) a 
2 3x a5 ax

C) Potência de Uma Potência

Procedimento: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.

( a m ) n  a m. n

Exemplos:

a) (32 )3  32.3  36 b) 4 
3 2
 432  46

c) b 
x 4
 b x4  b 4 x d) 37 x  37  x

D)Potências de Um Produto

Procedimento: Eleva-se cada factor a esse expoente.

( a m ) n  a m. n

Exemplos:

a)
x  a 2  x2  a2

b) 4 x   4 3  x 3  64 x 3
3

   
4
c) 3 x  3 4   x 2 
4 4 1 4
 34  x  34  x 2
 3 4  x 2  81x 2
 

 x  y  2  x  y
1 1 1
d) x y x 2y 2

e) (5.4) 2  5 2.4 2  20 2

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67
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E) Potências de Um Quociente

Procedimento: Eleva-se o dividendo e o divisor a esse expoente.


n
a an an a
n
   , com b  0 com n  0 e    ; (b  0)
b bn bn b

Exemplos:

2
a)  2 22 2
4 b)  1  12 1
     
3 32 9 5 52 25

1 1

c) 2 2 2
2 2
2 d)  4 
2
42
    9  
16
3
1
 
2
3 3 2 3 9 81

F) Potência decimal ou potência de base 10


Uma potência decimal é um múltiplo da potência de base 10, apresentando algumas vantagens:
a) Evita trabalhar-se com números muito extensos.
b) Estes números extensos podem ser substituídos por expressões com o mesmo significado
e valor.
Exemplos:

a) 10 3  10  10  10  1000 b) 10 5  10  10  10  10  10  100000

Conversão de 10 ou múltiplo de 10 numa potência decimal


Para realizar esta conversão, basta contar o número de zeros à direita do algarismo 1 (que
representará o expoente da potência).
O expoente indica-nos quantos zeros devem ser colocados à direita do algarismo 1

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68
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Tabela 9 - Potência de base 10

Números Potência Resolve-se

10 10 1 10

100 10 2 10  10

1000 10 3 10 10 10

10000 10 4 10 10 10 10

100000 10 5 10 10 10 10 10

1000000 10 6 10 10 10 10 10 10

… … …

Múltiplos de potência de base 10


A partir de um número, obtém-se o seu produto e a sua potência.

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69
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Tabela 10 - Múltiplos de potência de base 10

Número Produto Potência

30 310 3 101
300 3 100 3 10 2
7 000 7  1000 7  10 3
2 000 000 21000 000 2  10 6
9 000 000 000 91000 000 000 9  10 9
11 000 000 000 000 111000 000 000 000 11 1012
25 000 000 000 000 000 25 1000 000 000 000 000 25  1015
194 000 000 000 000 000 000 194 1000 000 000 000 000 000 194  1018
214 000 000 000 000 000 000 000 214 1000 000 000 000 000 000 000 214  10 21

G) Casos particulares

i) Base negativa:

A potência é Positiva se o expoente for par e é Negativa se o expoente for ímpar.


Exemplos:
a)  24   2 2 2(2)  16 b)  33   3 3 3   27

ii) Base positiva e expoente negativo: é igual ao inverso dessa potência com expoente
positivo.

a n  1
an

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Exemplos:

3
1 1 2 2
a) a 3    b)  2  
1 3
  
9
a3  a   
3  
2
2 2 4
 
3

2
c)  4 2    1   1
3 3
d)  2  1  3 27
       
 4 16  3  2
2
 2 8
 
 3

iii) Expoente fraccionário:


m


n
a n
am , a0

Exemplos:
1
x  2 x1  x 7 5
a)
2
b) 3
x7  x 3 c) a 2
 a5

1 8
d) 25 2  25  5
e) x 3  3
x8 f) 92 
1
91  3

iv) Potência de expoente 1: é igual à base.


Qualquer número natural é uma potência de expoente 1 (um)

Exemplo:

(10 )1  10 b) (10 )1  10 d) 71  7 (0,8)1  0,8


1
a) c)  1   1 d)
5 5

1
1 1
10  10     3   3
1 1
f) g) h)
2 2

v) Potência de base 1 é igual a 1.


Exemplos:
1
a) 15  1 b) 13  1 c) 1 2
1 d) 2  2
1
e) 1225  1

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71
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vi) Potência de base 0 (zero) é igual a 0.


1
a) 05  0 b) 03  0 c) 0 2  0 d) 010  0 e) 0 225  0

vii) Potência de expoente 0 (zero): qualquer potência de expoente zero em qualquer base é
igual a 1 (um).

a 0  1, (a  0)
Exemplos:
0
a) 12  1
0
b) (3)0  1 1
c)    1 d) 2  1
0
e) 225 0  1
2

f) 32  50  9  1  10 g) (100 ) 0  10  1  1  2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Calcule:

2002 4 4
a) 1 b) 2 c) (2) d) (  2 )  4
3

2. Escreva numa só potência:

 5 
3
3 5 . 3 2 .3 7 2 4 .2 6 5 3 4 2
a) b) c) 10 .10 .10 d)
7
3 7 .3 3 10 .10 4

3. Calcule cada uma das potências.

2x  8
3
3 2 2 3 6 3
2
a) b)  x  c)
3  2  5 3/ 5

3
 29 
d)  3

 2 2.2  
4. Assinale se as alíneas são verdadeiras ou falsas. Corrija as falsas.

a) 7  4  28
3 3 3
b) (2  5) 2  2 2  5 2 c) (9 4 ) 6  348

d) (0,25) 2  16

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5. Escreva na forma decimal.

a) 10 6 b) 10 8 c) 10 6 d) 10 2

6. Escreva na forma de potência de base 2.

a)  0,53 b)  0,25 2 c)  0,25  2 3


d) 16 2 : 0,25 3

7. Simplifique dando a resposta na forma de potência de base 3.

(27 3 ) 6 .(243 2 ) 4 .(3)


[(0,1) 2 ]3 .(729 2 ) 3 .[(0,34 ) 2 ]6 .9

8. Calcular o valor das expressões:

(7  3) 2 .10 2 5,4.0,036 .23 4 7 .8 2 .2 2 9.2.2 3


a) b) c) d)
10 3.10 1 2,3.0,054 .0,36 1024 2 2 4.2 2.2 5

9. Se x  3 6 e y  9 3 , então pode-se afirmar que:


a) x é o dobro de y b) x – y = 1
c) x = y d) y é o triplo de x

 
 
1
2
10. Se x = 4, indique o valor de
 x 2  x 2 . x 3  : x 5
 

 52  3 2   2 
11. Simplifique a expressão 3
1 1
32  
5 2

2.3 Radiciação

A raiz enésima de um número a é indicado por:

n
a  b  bn  a a  0 e b  0, n  Z e n  2

n n - o índice;
Em a, temos: 
a - o radicando.

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Exemplos:

a)
4  2 pois 22  4

b)
5
32  2 pois 2 5  32

2.4 Número Irracional

É um número real que não pode ser escrito sob a forma p/q, com p e q números inteiros.

Exemplos:

3 4
2, 5, 15

2.5 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário

m
n
Um radical pode ser representado na forma de potência com expoente fraccionário: a m
 an ,

a  0.

Exemplos:

1 1 2

a) 2 2 2
b)
3
5 5 3
c)
3
5 5
2 3

2.6 Conversão de Um Radical em Potência de Expoente Fraccionário em Radical

Uma potência de expoente fraccionário pode ser transformada num radical

m
a 
n n
am , a0

Exemplos:

3 2 2
( ) 1 ( ) 1
a) 10 2
 b) 5 
3 3
5 2
c) 5 3
 3
10 3 52

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74
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2.7 Propriedades dos Radicais

a) Produto de radicais com o mesmo índice

Procedimento: Conserva-se o índice e multiplicam-se os radicandos, simplificando sempre que


for possível o resultado obtido.
Exemplos:

Efectue as multiplicações seguintes:

  
a) 2 7  3 5  2  3 7  5  6 35

   
b) 33 2  53 6  83 4  3  5  83 2  6  4  120 3 48  240 3 6

c)  18 x   2x  
3 2 3 3
36 x 3  x3 36

1 1 3 2
d) 3  3 2  3 2  2 3  3 6  2 6  6 33  6 2 2  6 108


e) 3 2  2   
2  3  3( 2 ) 2  9 2  2 2  6  6  (9  2) 2  6  7 2

b) Divisão de radicais com o mesmo índice:

Procedimento: Devemos conservar o índice e dividir os radicandos, simplificando sempre que for
possível o resultado obtido.
Exemplos:

Efectue as divisões abaixo:

a) 3
20  3 10  3
20
3 2 b) 28  7 
28
 4 2
10 7

c) 30 15  5 3  30 15
6 5 d) 12  3
12
2
5 3 3

e) 50  2
50
5
2

c) Potência de radical

Procedimento: Para elevar um radical a uma potência, conservamos o índice do radical e


elevamos o radicando à potência indicada.

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Exemplos:

Calcule as potências:

 2
1 2
2
a)  (2 2 ) 2  2 2  2

 9
2 4
2
b) 3
 (3 3 2 ) 2  (3 3 ) 2  (3) 3  3 3 4  3 33.3  33 3

c) 4 5  3
 4 3 53  64 53  64 5 2.5  64.5 5  320 5

d)  7 3 2
 ( 7 ) 2  2 7 3  ( 3 ) 2  7  2 7.3  3  10  2 21  2(5  21)

d) Radical de radical

Procedimento: Devemos multiplicar os índices desses radicais e conservar o radicando,


simplificando o radical obtido, sempre que possível (considerando o radicando um número real
positivo e os índices números naturais não-nulos).

m. n
mn
a  1 . a  mn a , a  0
Exemplos:

Reduza a um único radical:

a) 81  2 x 2 1 81  4 81

b)
3
7  3 x 2 1 7  6 7
2 1

c)
3
52  2 x3 x 2 11 52  12 52  512  5 6  6 5

d) 4
23 5  4 x 2 x3 1  2 3  5  24 40

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2.8 Redução dos Radicais

Para reduzir os radicais ao máximo possível, devemos decompor primeiro os radicandos.

Exemplos:

a) 144  24  32  22  3  12

b) 3
243 
3
243  3 35  3 32  33  3  3 9
c) 8  18  2 2  3 2   2

2.9 Racionalização

Procedimentos: Recorrer às propriedades de radiciação.

1. Temos no denominador apenas raiz quadrada:

4 4 3 4 3 4 3
   
3 3 3  3 2
3

2. Temos no denominador raízes com índices maiores que 2:


2
a) Temos que multiplicar numerador e denominador por
3
x 2 , pois 1 + 2 =3.
3
x

2 3
x2 2  3 x2 2  3 x2 2  3 x2 2  3 x2
    
x1  x 2 x1 2
3 3 3 3 3 x
x x2 x3
1 5
b) Temos que multiplicar numerador e denominador por x 3 , pois 2 + 3 = 5.
5 2
x
5 5 5 5 5
1 x3 x3 x3 x3 x3
    
5
x2 5
x3 5
x2  x3 5
x 23 5
x5 x
3. Temos no denominador soma ou subtração de radicais:
2

2  7 3   2 7  3  
2 7 3 
2  7 3   7 3 
7 3  7 3   7 3   7    3
2 2

73

4

2

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Dê o valor das expressões e apresente o resultado na forma fraccionária:

1 4
a) b) 0,81 c) 2,25 d)
100 9

2. Calcule a raiz indicada:

9 4 12
a) a3 b) 3 48 c) t7 d) t

3. Escreva na forma de potência com expoente fraccionário:


5
a) 7 b)
4
23 c) 32 d)
6
a5

4. Escreva na forma de radical:


5

a b m n
1 1 1
 7 
a) 8 2
b) a c)
3 4 d)
2 5

5. Calcule as seguintes raízes:

a) 3
125 b) 5
243 c)
3
 125 d)
5
1

6. Factorize e escreva na forma de potência com expoente fraccionário:

3 8 4
a) 32 b) 8
512 c) 625 d) 27

7. Simplifique os radicais:

5
a) a 10 x b) a 4b 2c c) 25 a 4 x 3
432
8. Determine as somas algébricas:
73 5
a) 2  23 2  3 2 b) 5
3
2  83 3  2  43 2  83 3
3 4
9. Simplifique as expressões e calcule as somas algébricas:

a)
4
96  4 486  24 6  94 243 b) 43 81  813 375  10 3 24
64 729 125

 1 6 3 10 5 10 
10. Simplifique a expressão  4 a 2 y 4   y a  a y .
2 

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78
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11. Racionalize as expressões:

a)
2 2 b) 3 1 3 1
3 
5 3 2 3 1 3 1

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS SOBRE RADICIAÇÃO

1 9 15 1
1. a) b) c) d) 
10 10 10 4
2. a) 3
a b) 23 6 c) t3 t d) t
1 3 2 5
2 5 6
3. a) 7 b) 24 c) 3 d) a
1 1
4. a) 8 b)
7
a5 c)
4
a 3 .b d)
5
m 2 .n

5. a) 5 b) 3 c) 5 d) 1
5 3 4 3
7 4
6. a) 2 3
b) 2 7
c) 3 d) 3

7. a) a2 5 x b) a 2b c c) 5a 2 x d) 62 2
11 3
 2
8. a) 12 b)
3
2 2

9. a) 34 6  27 3 3 b) 443 3
y
 a
10. 10. 2

11. a) 5  3 3 4 b) 4

CAPÍTULO 3 – POLINÓMIOS

3.1 Definição

Um polinómio na variável real x é definido como sendo uma soma algébrica de monómios.

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79
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Px   an x n  an 1x n 1  ...  a2 x 2  a1x1  a0 , onde (n ∈ℕ0).

3.2 Monómio

Um monómio é uma expressão constituída por um número, por uma variável ou por um produto
de números de expoentes naturais.

3.3 Grau de Polinómio

Dado o polinómio Px   a n x n  a n 1 x n 1  ...  a 2 x 2  a1 x1  a0 , não identicamente nulo, com

an  0 , o grau do polinómio é dado pela mais alta potência da variável do polinómio P(x).

Tabela 11 - Grau de polinómios

Exemplos Procedimentos Grau do polinómio

Px  4x3  3x  5 Expoente do maior termo 3

P  7 x 3 y 2  2 xy  15 Soma dos expoentes do termo de 5


maior grau
P x   5 Número 0

Observação:

Um Polinômio é nulo, (P(x) = 0) quando todos os coeficientes são iguais a Zero.

Exemplos:

a) P(x) = 0 x  0 x  0 x  0 x  0 = 0
4 3 2

b) Se P( x)  (a  7) x 3  4(2  b) x 2  6(c  2) x  4d é identicamente nulo, concluímos que:

a  7  0 a7
 4(2  b)  0  b  2


6(c  2)  0  c  2

 4 d  0 d0

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a) Em relação a uma das variáveis, o grau do polinómio é dado pelo maior expoente
dessa variável.
Exemplos:

a) P( x)  5 x  3x  4 x  5  gr ( P( x))  3  Polinómio do 3º grau


3 2

b) P  5yx
3

gr( P)  3  grau do polinómio P(x) em relação a x


gr(P)  1  grau do polinómio P(x) em relação a y

c) P  2 xy 2  4 x 2 y
gr(P)  2  grau do polinómio P(x) em relação a x
gr(P)  2  grau do polinómio P(x) em relação a y

3.4 Valor Numérico

Quando é atribuído um número à variável x , ou seja x   (  ℝ), e calculamos


P   a n n  a n 1 n 1  ...  a 2 2  a1 1  a0 , dizemos que P  é o valor numérico do polinómio
para x   .

Exemplos:

Determinar o valor numérico do polinómio Px   x 3  4 x 2  6 x  4 para:

a) x 1 b) x   1 c) x0 d) x  3
2

Resolução:

a) Substituindo a variável x por 1 teremos:

P1  13  41  61  4  1  4  6  4  1


2

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b) Substituindo a variável x por   1  teremos:


 2

3 2
 1  1  1  1 1 1  1 65
P        4    6    4    4     6      4  
 2  2  2  2 8 4  2 8

c) P0  03  402  60  4  0  0  0  4  4

P3  33  43  63  4  27  36  18  4  5


2
d)

EXERCÍCIOS

1. Determine o valor numérico dos seguintes polinómios:

a) Px  
3 2
x para x  3 c) P x   2 x 3  2 x  5 para x2
4

b) Px  7 x  15 para x  5 d) Px   3x 3  4 x 2 para x  1

2. A partir do polinómio Px   x 2  2 x  a , obtenha o valor numérico de a , de modo que

P3  10 .

3. Determine o grau dos seguintes polinómios:


a) F (a)  3ab3  5a 2bc 2  3a 3b d) B( y )  10 cx2  4 y

b) G( x)  5a 2 x  3ax2  8 x 4  3ax3 e) L( x)  10 dx3  4

c) D(b)  4bx2  2bx  2 f) A( x)  33 x  41x 2

3.5 Operações com Polinómios

Sejam Px  e Qx  , tais que Px   an x n  a n1 x n1  ...  a 2 x 2  a1 x1  a0 , e

Qx   bn x n  bn 1 x n 1  ...  b2 x 2  b1 x1  b0 e a, b  ℝ .

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3.5.1 Adição (ou Soma) e Subtração (ou Diferença) de Polinómios

As operações de adição e subtração de polinómios requerem a aplicação de jogos de sinais,


redução de termos semelhantes e o reconhecimento do grau do polinómio. Vejamos com
exemplos, como são realizadas as operações de adição e subtração.

a) Adição

P x   Q x   a n  bn x n  a n 1  bn 1 x n 1  ...  a1  b1 x1  a 0  b 0 

Observação: Px   Qx  P  Qx 

Exemplo:

Dados os polinómios Px e Qx , calcule Px   Qx 

Px   3x 3  2x 2  7 e Qx   3x 4  7x 3.  2x  1.

Somando-se os coeficientes dos termos do mesmo grau, obtemos:

Px   Qx   0  3x 4  3  7x 3   2  0x 2  0  2x  7  1  3x 4  4 x 3  2 x 2  2 x  8

b) Subtração

Subtraindo-se os coeficientes dos termos de mesmo grau, obtemos:

Px   Qx   a n  bn x n  a n 1  bn 1 x n 1  ...  a1  b1 x1  a0  b 0 

Observação: Px   Qx   P  Qx

Exemplo: Dados os polinómios Px e Qx , calcule Px   Qx 

Px   3x 3  2 x 2  7 e Qx   3x 4  7 x 3.  2 x  1.

Subtraindo-se os coeficientes dos termos de mesmo grau, obtemos:

Px  Qx  0  3x 4  3  7x 3   2  0x 2  0  2x  7 1  3x 4  10 x 3  2 x 2  2 x  6

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

1. Efectue as seguintes adições de polinómios:

a) 2 x 2
 
 9 x  2  3x 2  7 x  1 
b) 5x 2
 
 5 x  8   2 x 2  3x  2 
c) 2 x 3
 
 5 x 2  4 x  2 x 3  3x 2  x 
2. fectue as seguintes subtrações de polinómios:

a) 6 x 2
 
 6 x  9  3x 2  8 x  2 
b)  2a 2
 
 3a  6   4a 2  5a  6 
c) 4 x 3
 
 6 x 2  3x  7 x 3  6 x 2  8 x 
Resolução:

   
1.a) 2 x 2  9 x  2  3x 2  7 x  1  2 x 2  9 x  2  3x 2  7 x  1  5 x 2  2 x  1

   
1.b) 5 x 2  5 x  8   2 x 2  3x  2  5 x 2  5 x  8  2 x 2  3x  2  3x 2  8x  10

1.c) 2 x 3  5x 2  4 x   2 x 3  3x 2  x   2 x 3  5x 2  4 x  1  2 x 3  3x 2  x  4 x 3  2 x 2  5x

2.a) 6 x 2  6 x  9  3x 2  8 x  2  6 x 2  6 x  9  3x 2  8x  2  3x 2  14 x  11

   
2.b)  2a 2  3a  6   4a 2  5a  6  2a 2  3a  6  4a 2  5a  6  2a 2  2a

2.c) 4 x 3  6 x 2  3x   7 x 3  6 x 2  8x   4 x 3  6 x 2  3x  7 x 3  6 x 2  8x  3x 3  5x

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Efectue as seguintes adições e subtrações:

a) 5x 2
 
 2ax  a 2   3x 2  2ax  a 2 
b) y 2
 
 3y  5   3y  7  5y 2 
c) 9x 2
 
 4 x  3  3x 2  10 

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d) 7 x  4 y  2  2x  2 y  5

e) x 2
 
 2 xy  y 2  y 2  x 2  2 xy 
f) 7ab  4c  3a  5c  4a  10

Resposta:

a) 2x  ;
2
b)  4 y 2

2 ; c) 12 x 2

 4 x  13 ;

d) 5x  2 y  3 ; e) 0  ; f) 7ab  c  7a  10

3.6 Multiplicação de polinómios

3.6.1 Multiplicação de Polinómios por Um Número Real (ou Escalar)

Na multiplicação de um polinómio por um número real (ou escalar), devemos observar o seguinte
procedimento: seguir cuidadosamente a regra dos sinais e a redução dos termos semelhantes.

3.6.2 Regra de Sinais da Multiplicação

     ;      ;      e     

k  Px   k  a n x n  k  a n 1 x n 1  ...  k  a 2 x 2  k  a1 x1  k  a0 


Observação: k  Px   k  Px  , k_constant e

Exemplos:

Multiplique os seguintes polinómios pelas constantes correspondentes:

a) Px   3x 3  2 x 2  7 e k  -4

Multiplicando-se os coeficientes dos termos do polinómio pela constante - 4 obtemos:

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 4Px    43x 3  2 x 2  7   43x 3   42 x 2   47  12 x 3  8x 2  28

b) Px   5 x 4  3x 3  7 x  3 e k  2.

Multiplicando-se os coeficientes dos termos do polinómio pela constante 2 obtemos:


2Px   2 5x 4  3x 3  7 x  3  25x 4  23x 3  27 x  23  10 x 4  6 x 3  14 x  6

3.6.3 Multiplicação de Um Monómio por Um Polinómio

Para multiplicarmos um polinómio por um monómio devemos multiplicar cada monómio do polinómio
por cada monómio multiplicador, aplicando a propriedade distributiva da multiplicação.

Vejamos o exemplo abaixo:

Multiplicar o polinómio 2 x 2  y pelo monómio 7xy 2 .

Efectuando as multiplicações, teremos:

     
7 xy 2  2 x 2  y  7 xy 2  2 x 2  7 xy 2  y  14 x 3 y 2  7 xy 3

Veja mais exemplos:

a) 2a  7b  3c  2a  7b   2a  3c  14ab  6ac

b) 4 x  2 y    3x   4 x 3x   2 y 3x   12 x 2  6 xy

c) 6a  5b 3c  (6a  3c)  5b  3c  18ac 15bc

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Multiplicar o polinómio 7 ax  4ax  a  2 pelo monómio


2
3a 2 x .

efetuando as multiplicações, teremos:

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7ax 2
         
 4ax  a  2  3a 2 x  7ax 2 3a 2 x  4ax 3a 2 x  a  3a 2 x  2  3a 2 x 
 21a 3 x 3  12a 3 x 2  3a 3 x  6a 2 x

2. Multiplicar o polinómio 3x 2 y  2 xy 2  x 3  5 y 3 pelo monómio  xy 1 .  


Efectuando as multiplicações, teremos:

3x 2
      
y  2 xy 2  x 3  5 y 3   xy 1  3x 2 y  xy 1  2 xy 2   xy 1  x 3   xy 1  5 y 3   xy 1    
 3x 3 y 0  2 x 2 y 1  x 4 y 1 x  5 xy 2  3x 3  2 x 2 y  x 4 y 1  5 xy 2

3. Multiplicar o polinómio x 3  5 x 2  10 x  7 pelo monómio  2x .


2

Efectuando as multiplicações, teremos:

x 3
     
 5 x 2  10 x  7   2 x 2  x 3  2 x 2  5 x 2  2 x 2  10 x   2 x 2  7   2 x 2     
 6 x  10 x  20 x  14 x
5 4 3 2

4. Multiplicar o polinómio y 2  2 y  1 pelo monómio 0,5 y 3 .

Efectuando as multiplicações, teremos:

y 2
   
 2 y  1  0,5 y 3  y 2 0,5 y 3  2 y 0,5 y 3  1  0,5 y    
 0,5 y 5  y 4  0,5 y 3

x
5. Multiplicar o polinómio x  3x pelo monómio .
3 2

Efectuando as multiplicações, teremos:

 x
   x  3x 
3 2

x 3
x 
x

 3x 2 
x4

3x 3
   
2 2 2 2 2

2x
6. Multiplicar o polinómio 2 x 2  1 x pelo monómio .
3 2 3

Efectuando as multiplicações, teremos:

 2x   2 2 1  2x  2 2  x1  4x 3 2x 2
 
  x  x    x    x   
 3  3 2  3 3  22  9 6

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7. Simplifique as expressões:

a)  
2a  a 4  5a  3a 3  a 2  2  

b) 
2y y2  2y


y 2 3 y  7 
5 5

Resolução:

  
a) 2a  a 4  5a  3a 3  a 2  2  
 2a 5  10 a 2  3a 5  6a 3
 a 5  6a 3  10 a 2

b)

2 y y2  2 y


y 2 3 y  7 

5 5
2 y3  4 y 2 3 y3  7 y 2
 
5 5
3 2 3
2y 4y 3y 7 y2
   
5 5 5 5
3 3 2
2y 3y 4y 7 y2
   
5 5 5 5
3 2
y 3y
 
5 5

3.6.4 Multiplicação de Um Polinómio por Um Polinómio

Para multiplicar dois polinómios, aplicamos a propriedade distributiva da multiplicação em relação


à adição e à subtração. Isto é, multiplicamos cada termo do 1º polinómio por cada termo do 2º
polinómio. Em seguida, agrupamos os termos semelhantes.

Exemplos:

1. Se multiplicarmos 3x  1 por 5x 2



 2 , teremos:

3x  1  5x 2 2  → aplicar a propriedade distributiva.

   
3x  5 x 2  3x  2  1  5 x 2  12  15 x 3  6 x  5 x 2  2
 
Portanto: 3x  1  5 x 2  2  15 x 3  5 x 2  6 x  2

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2. Multiplicando 2 x 2
 x 1  por 5x  2 , teremos:
2 x 2

 x  1  5 x  2 → aplicar a propriedade distributiva.

2x 2  5x   2x 2   2  x  5x   x   2  1  5x   1   2


 10 x 3 - 4x 2  5x 2´ 2x  5x  2
 10 x 3  x 2  3x  2
Portanto: 2 x 2

 x  1 5x  2  10 x 3  x 2  3x  2

3. Dados os polinómios Px  e Qx  , calcule Px   Qx 

a) P x   3 x 3  2 x 2  7 e Qx   3x 4  3

Px Qx   3x 3  2 x 2  7 3x 4  3


 3x 3  3x 4   3x 3  3  2 x 2  3x 4   2 x 2  3  7  3x 4   7  3
 9 x 7  9 x 3  6 x 6  6 x 2  21x 4  21
 9 x 7  6 x 6  21x 4  9 x 3 - 6x 2  21

b) Px   3ab  5ab 2 e Qx   2a  7a 2 b 3

 
P  Q  3a 2b  5ab2 2a  7 a 2b3 
 3a b  2a   3a b  7 a b   5ab  2a   5ab  7 a b 
2 2 2 3 2 2 2 3

3 4 4 2 2 3 5
 6a b  21a b  10 a b  35 a b
 21a 4b 4  35 a 3b5  6a 3b 2  10 a 2b 2

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

Efectue os seguintes produtos:

a) 3x  5  b) 2xx  5  c) 4 xa  b 

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d) 
2x x 2  2x  5  e) 3x  2x  5  f) x  4 y x  y 

g) 3x 2
 4x  3 x  1 h) x 3

 2 x3  8 
Resolução

a) 3x  5   3x  15 ; b) 2 xx  5   2 x 2  10 x

c) 4 xa  b   4ax  4bx d) 2 xx 2  2 x  5   2 x 3  4 x 2  10 x

3x  2x  5   6 x 2  15 x  2 x  10
e)
 6 x 2  17 x  10

x  4 y x  y   x 2  xy  4 xy  4 y 2
f)
 x 2  4 y 2  5 xy

g) 3x 2

 4 x  3 x  1  3x 3  3x 2  4 x 2  4 x  3x  3  3x 3  x 2  7 x  3

h) x 3

 2 x3  8  x 6
 8 x3  2 x3  16  x 6  6 x3  16

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Considere os polinómios: P x   x 2  3 x  5 ; Qx    x  5 e R  x   3x 3  2 x  1


Calcule:

a) Px   Qx c) Px   Qx  e) 3  Qx 

b) Px   Rx  d) Px   Qx  f) Rx   Qx 

Respostas:

a) x 2
 4 x  10  b) 3x 5
 9 x 4  17 x 3  7 x 2  13 x  5  c) x 2
 2x 
d)  x 3
 8x 2  20 x  25  e)  3x  15 f) 3x 5
 9 x 4  17 x 3  7 x 2  13 x  5 
2. Efectue e simplifique as expressões seguintes:

a) xx  2 b) ab  c   ba  c

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c) 3 x  2   1 x 2   3 x x  1
 2 
d)  
x 4 x 3  x 2  1  3 x x  4 

Respostas:

a) x 2
 2x ; b) 2ac ; c)
 3 3 2 
  x  2 x  3x  ; d) 4x 4
 x 3  3x 2  11x 
 2 

3. Calcule os seguintes produtos:

a) 4 x a  b b) 2 x x 2
 2x  5  c) 3x  22 x  1

d) 6 x 2  46 x 2  4 e) x 2

 x  1 x  1

Respostas:

a) 4xa  4xb b) 2 x 3
 4 x 2  10 x  c) 6x 2
 7x  2 
d) 36 x 4
 16  e) 3x 3
 x 2  7x  3 

3.6.5 Divisão de Polinómios

3.6.5.1 Divisão de Polinómios Pelo Método das Chaves

Dados os polinómios P(x) e Q(x) e

Px  Qx  qx, pois qx  Qx  rx  Px, onde rx é o resto da divisão.

O resto da divisão r x  é um polinómio cujo grau não pode ser igual nem maior que o grau do

divisor Qx  .

As partes que constituem uma divisão são:

Px   Dividendo; Qx  Divisor ; qx  Quociente e r x  Resto

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Este método consiste no seguinte formato

P(x) Q(x)

r(x) q(x)

Exemplo 1:

Divida Px   x 3  3x 2  4 x  1 por Q x   x 2  x  1 .

1º) Escolha o primeiro termo do quociente, que deve ser multiplicado pelos termos do divisor.
Pode também dividir directamente o 1º termo de maior grau do polinómio Px  (dividendo) pelo

x3
1º termo de maior grau do polinómio Qx  (Divisor);  x , obtendo assim o 1º termo do
x2
quociente.

2º) Multiplique o termo do quociente obtido e passe o inverso do resultado para subtrair do
polinómio.

3º) Agora deve repetir o primeiro passo, escolher o termo conveniente para multiplicar pelo
primeiro termo do divisor para que fique igual ao primeiro termo do polinómio que foi resultado da
primeira operação.

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4º) Repita o mesmo processo do segundo passo.

Como o resto tem um grau menor do que o grau do divisor não é possível continuar com a

divisão. Assim temos que qx  x  4 e que r x    x  3 .

Exemplo 2:

12 x 3  4 x 2  8 x 4x

 12 x 3 3x 2  x  2

0x  4x 2

 4x 2

0 x  8x
+ 8x

Assim temos que q x   3x 2  x  2 e o resto r x   0 .

Exemplo 3:

10 x 2  43 x  40 2x  5

 10 x 2  25 x 5x  9

0x  18 x  40
18 x  45

5

Assim temos que q x   5 x  9 e o resto r x  -5 .

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Exemplo 4:

6 x 4  10 x 3  9 x 2  9 x  5 2x 2  4x  5

 6 x 4  10 x 3  9 x 2 3x 2  x  1

0x 4  2x3  6x 2  9x  5

 2 x 3  4 x 2  5x

0x3  2x 2  4x  5

2x 2  4x  5

Assim temos que q x   3 x 2  x  1 e o resto r x   0 .

Exemplo 5:

12 x 3  19 x 2  15 x  3 3x 2  x  2

 12 x 3  4 x 2  8 x 4x  5

0 x 3  15 x 2  7 x  3

 15 x 2  5 x  10

2x  7

Assim temos que q x   4 x  5 e o resto r x   2 x  7

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1) Calcule os seguintes quocientes:

a) 2x 2

 5x  12  x  4 b) 6x 4
  
 11x 3  5x 2  18 x  7  2 x 2  3x  1

c) 7 x  2x 4

 3x 5  2  6 x 2  3x  2 d) 4a 2

 7a  3  4a  3

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e) 3x 3
 
 13 x 2  37 x  50  x 2  2 x  5  f) x 3
  
 6x 2  7 x  4  x 2  2x  1

Respostas:

b) 3 x  x  6 e resto  x  1 ; c) x  2 x  1 e resto 0 ;
2 4
a) 2 x e resto 0;

d) a  1 e resto 0 e) 3x  7 e resto 0 f) x  4 e resto 0

3.7 Dispositivo Prático de Briot-Ruffini

O dispositivo prático de Briot-Ruffini consiste na divisão de um polinómio por um divisor do


primeiro grau da forma ( x   ) , onde  é uma das suas raízes.

Exemplo:

Dados: P(x) = 5x3 – 2x2 + 3x – 1 e Q(x) = x – 2.

Aplicando a regra do Briot Ruffini, teremos:

O primeiro coeficiente de P(x) é o 5. Repete-se o primeiro coeficiente na linha de baixo

Em seguida, multiplica-se o 5 por 2 e soma-se o resultado com o segundo coeficiente de P(x), o


número (– 2), isto é, 5.2 + (– 2) = 8. O resultado 8 deve ser escrito em baixo do coeficiente
(– 2).

Repete-se o processo, multiplicando 8 por 2 e somando-se o terceiro coeficiente de P(x), o


número 3. O cálculo é dado por 8.2 + 3 = 19. Escreve-se o resultado em baixo do coeficiente 3.

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Aplicando o mesmo procedimento pela última vez, multiplica-se o 19 por 2 e soma-se o resultado
ao (– 1), ou seja, 19.2 + (– 1) = 37. O resultado (37) é colocado em baixo de ( –1) e é
o resto da nossa divisão.

O polinómio resultante dessa divisão tem como coeficientes 5, 8 e 19 e terá um grau a menos
que o polinómio inicial. Isto é, a divisão de 5x3 – 2x2 + 3x – 1 por x – 2 é 5x2 + 8x + 19 e
o resto da mesma é r = 37.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Seja o polinómio P (x) = 3x4-2x3+4x-10, efectuar a divisão pelo binómio (x-2).


Vemos que P (x) está incompleto, faltando o termo 0x2. Completamo-lo da seguinte forma:

P (x) = 3x4-2x3+0x2+ 4x-10

Concluímos que o quociente q(x) = 3x3+4x2+8x+20 e o resto r(x)= 30

2. Efectuar, utilizando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, a divisão do polinómio


P(x) = 2x4 + 4x3–7x2+12 por Q(x) = (x – 1).

Resolução

Concluímos que o quociente q(x) = 2x3 + 6x2 – x – 1 e o resto r(x) = 11

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3. Obter o quociente e o resto da divisão de


P(x) = 2x5 – x3 – 4x + 6 por Q(x)=(x + 2).

Resolução

Assim sendo, o quociente q(x) = 2x4 – 4x3 + 7x2 – 14x + 24 e o resto r(x) = – 42

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Aplicando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, calcule o quociente e o resto, caso exista, da
divisão de:

a) P x   2 x 2  3 x  2 por Qx  x  3
b) Px   x 4  3x 2  x  5 por Qx  x  2
c) Px   2 x 3  7 x 2  2 x  1 por Qx  x  4
d) Px   2 x 3  10 x 2  8x  3 por Qx  x  5
e) Px   x 2  2 x  1 por Qx  3x  1
f) P x   2 x 3  3 x 2  x  2 por Qx  2x  1

Soluções:

a) qx  5x  18 ; rx  56
b) qx   x 3  2 x 2  7 x  13 ; r x   21
c) qx   2 x 2  x  6 ; r x   25
d) qx   2 x 2  8 ; r x   37

e) q  x   ; r x  
x 7 16

3 9 9
f) q x   x 2  x ; r x   2

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3.8 Produtos Notáveis e Factorização

3.8.1 Produtos Notáveis (ou Casos Notáveis)

Tabela 12 - Produtos notáveis

Designação Expressão Expansão do


produto
Produto da soma pela diferença x  yx  y x2  y2
Quadrado de uma soma  x  y 2 x 2  2 xy  y 2
Quadrado de uma diferença  x  y 2 x 2  2 xy  y 2
Cubo de uma soma  x  y 3 x3  3x2 y  3xy2  y3
Cubo de uma diferença  x  y 3 x3  3x2 y  3xy2  y3

Produtos especiais

 x  y x  y   x 2  y 2

 x  y x 2  xy  y 2   x 3  y 3

 x  y x 2 
 xy  y 2  x 3  y 3

 x  y x  y x 2  y 2   x 4  y 4
 x  y x 4 
 x 3 y  x 2 y 2  xy 3  y 4  x 5  y 5

 x  y x  y x 2  
 xy  y 2 x 2  xy  y 2  x 6  y 6

 x  y 2  x  y 2  4 xy

Exemplos:

a) x  4x  4  x 2  42  x 2  16

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b) 3x  5 y 3x  5 y   3x 2  5 y 2  3 2 x 2  5 2 y 2  9 x 2  25 y 2

c) 3  23  2  32  2 2 94 5

d) x  12  x 2  2x 1  12  x 2  2x  1

e) 3x  4 y 2  3x 2  23x 4 y   4 y 2  32 x 2  24 xy  4 2 y 2  9 x 2  24 xy  16 y 2

f) x  23  x 3  3x 2 2  3x 22  23  x 3  6x 2  12x  8

g) 2 x  33  2 x 3  32 x 2 3  32 x 32  33  8x 3  36 x 2  54 x  27

3.9 Completar Quadrado

O método de completar quadrado consiste em formar trinómios quadrados perfeitos. Este foi
criado por Al-Khowarkmi.

Para completar o quadrado é necessário recordar qual é a forma de um trinómio quadrático


perfeito.

x 2  2ax  a 2

Nesta equação:

O coeficiente do primeiro termo deve ser 1 (repara que x2  1 x2  ).


O último termo a2 é o termo independente.
O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo pelo 1º termo

( a 2  a ; e o seu dobro  2a ).

Desta forma teremos:

x 2  2ax  a 2  0   x  a 2  0  x  ax  a  0  x  a
(neste caso há uma raiz dupla).

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Exemplos:

a) x 2  8 x  16  0
 O coeficiente do primeiro termo é 1.
 O último termo é o quadrado perfeito de 4.
 O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo.

Então x 2  8 x  16  0  x  42  0  x  4 (raiz dupla)

b) x 2  11 x  24  0

 O coeficiente do primeiro termo é 1.


 O último termo não é um quadrado perfeito.
 O coeficiente do termo do meio não é o dobro da raiz quadrada do último termo.

Nestes casos multiplica-se e divide-se o 2º termo, por 2 e eleva-se a metade desse número ao
quadrado. Em seguida, adiciona-se para completar o quadrado perfeito, e como não podemos
alterar a equação inicial, subtraímos a metade e desse número ao 3º termo.

2 2
 11   11   11 
x 2  2  x        24  0
 2  2  2
2 2
 11   11 
  x       24  0
 2   2
2
 11  121 96
 x     0
 2  4 4
2
 11  25
 x    0
 2  4
2 2
 11  5
  x       0  usando a 2  b 2  a  b a  b  vem :
 2 2
 11 5  11 5 
  x    x     0
 2 2  2 2
 16  6
  x   x    0
 2  2
 x  8x  3  0

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A equação tem duas raízes reais: x1  8 ou x2  3

b) Resolução de equação quadrática através do método de Completar o quadrado:

Dada a equação 2 x 2  12 x  8  0

 Para tornar o coeficiente do termo x 2 igual a 1, dividimos ambos os termos da equação por 2:
x 2  6x  4  0
 Multiplica-se e divide-se o 2º termo, isto é, o coeficiente de “ x ” por 2 (dois) e adiciona-se e
subtrai-se o quadrado da metade do coeficiente do termo em “ x ”para formar o quadrado
perfeito:
2 2
6 6 6
x  2  x        4  0  x 2  23x  3  3  4  0
2 2 2

2 2 2


  x  3  9  4   x  3  5  0  x  32   
2
0
2 2
5

 x 3 
5 x 3 
5 0

A equação tem duas soluções (ou raízes): x1  3  5 ou x2  3  5

d) x 2  8 x  16  0

• O coeficiente do primeiro termo é 1


• O último termo é o quadrado perfeito de 4 (reparar que 16  4 2 )
• O coeficiente do termo do meio é o dobro da raiz quadrada do último termo

Então x  8 x  16  0 
2
x  42  0  x  4 (neste caso há uma raiz dupla)

3.10 Factorização

A factorização de um polinómio consiste em colocá-lo na forma de um produto de dois ou mais


factores.

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3.10.1 Condições de Factorização de Polinómios

I. Colocação de Factor Comum em Evidência

Coloca-se em evidência o factor comum do polinómio para obter a forma factorizada.

Exemplos:

a) 2 xy  3 y  2 x  y  3  y  y2x  3

b) x 2  4 x  x  x  4  x  x x  4 

c) 
8x 3  4 x 2  12 x  4 x   x 2  4 x   x  4 x   3  4 x 2 x 2  x  3 
d) x 3 y  xy 3  xy   x 2  xy   y 2  xy x 2  y 2  
II. Agrupamento

Agrupam-se termos do polinómio que possuem factores em comum que são colocados em
evidência.

Exemplos:

a)   
2 x 3  x 2  4 x  2  2 x 3  x 2  4 x  2  x 2 2 x  1  22 x  1  2 x  1 x 2  2 
b)  
6 x 2  5x  4 xy  10 y  6 x 2  5x  4 xy  10 y   x6 x  5  2 y2 x  5

III. Factorização de Trinómios Quadrados Perfeitos

Os Trinómios quadrados perfeitos são o resultado da expansão do quadrado de uma soma ou do


quadrado de uma diferença de dois termos. Para factorizar um Trinómio quadrado perfeito é
preciso identificar quais são esses termos, o que é feito por inspeção (ou tentativa).

Exemplos:

Factorize as seguintes expressões:

4 x 2  4 x  1  2 x   22 x 1  1  2 x  1


2 2 2
a)

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b) 9 x 2  12 x  4  3x   23x 2  2  3x  2


2 2 2

16 x 2  24 xy  9 y 2  4 x   24 x 3 y   3 y   4 x  3 y 
2 2 2
c)

d) x 2  10 x  25   x   2 x 5  5   x  5
2 2 2

e) 64 x 2  80 x  25  8 x   28 x 5  5  8 x  5


2 2 2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Factorize as seguintes expressões:

a) 6 x 3  8x 8

b) 4ax 2 6a 2 4 x 2  4a 3 x 2

c) 10000  x 2 y 2

d) a 2b 4  9

e) ax 2  bx 2  3a  3b

f) 25 a 4  100 b 2

g) 33 xy 2  44 x 2 y  22 x 2 y

Respostas:

 
a) 2 x 3 3  4 x 5  b) 2ax 12a  2a 
2 2
c) 100  xy100  xy

d) ab 2

 3 ab 2  3  e) ax  3  bx  3
2 2
ou x 2 a  b   3a  b 

f) 5a 2

 10b 5a 2  10b  g) 11xy3y  4x  2x

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CAPÍTULO 4 - EQUAÇÕES ALGÉBRICAS

4.1 Definição

Uma equação é uma igualdade entre duas expressões algebraicas, chamadas membros, que
incluem diversas operações matemáticas relacionadas com números e variáveis ou incógnitas.

4.2 Classificação

As equações classificam-se em função dos seus graus. Assim sendo, uma equação pode
ser do 1º grau, 2º grau, 3º grau, etc.

Exemplos:

a) -3x + 4 = 3 (equação do 1º grau)

b) 5x2 + 2x – 7 = 3x2 – 4x + 5 (equação do 2º grau)

c) –x3 + x2 - 2x +4 = 3x3 – 4x – 3. (equação do 3º grau)

4.3 Resolução de Uma Equação

Resolver uma equação significa tentar descobrir os valores que podem assumir as variáveis em um domínio
numérico determinado para converter essa equação numa expressão verdadeira mais simples, ou seja é achar
uma equação equivalente da forma x = c, onde c é denominado a solução da equação.

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A. Procedimento para a resolução de uma Equação Linear

Uma equação linear (ou do primeiro grau) numa variável pode reduzir-se na forma ax =
b, com a, b  e a  0.

Para resolver uma equação linear aplicam-se os seguintes passos:

a) Eliminar os parêntesis;

b) Reduzir os termos semelhantes, caso existam, em cada membro da equação;

c) Passar para o 1º membro as variáveis e para o 2º, os termos independentes;

d) Isolar a variável da equação ax = b;

e) Escrever o conjunto solução encontrado.

Exemplos:

1. Encontrar o número natural que satisfaz a seguinte equação:

6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)

Resolução

6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)

Eliminando parêntesis

6x + 5 – 20 x – 1 = 3x + 56 – x – 4

Reduzindo os termos semelhantes

– 14x + 4 = 2x + 52

52 – 4 = – 14x – 2x

48 = – 16x

48 : (– 16) = x

x = -3 S = , pois -3 não é um número natural (-3  N)

2. A Joana perguntou à Ana: quantos conhecidos tens aqui na rua?

A Ana respondeu: a terça parte são jovens, a sexta parte são senhores, a oitava parte,
crianças e há ainda 9 senhoras.

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105
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Resolução

Nesta equação x representa o total de conhecidos da Ana.

Em primeiro lugar, vamos escrever a expressão acima com o mesmo denominador (mmc
). Desta forma, o mmc(3,6,8,1)=24.

Aplicando o princípio de equivalência, multiplica-se por 24 ambos os membros da


equação.

(agrupando os termos semelhantes)

Logo, a Ana tem 24 conhecidos.

B. Procedimento para a Resolução de Uma Equação Quadrática

Uma equação quadrática (ou do 2º grau) numa variável é uma expressão reduzida na
forma ax2 + bx + c = 0,

onde a, b, c são os coeficientes e a, b, c  , com a  0.

Para resolvermos uma equação do 2º grau recorremos à Lei do anulamento do produto e


à fórmula de Bháskara (fórmula resolvente).

a) Lei do anulamento do produto

O produto (x-a)(x-b)=0  x-a=0 ou x-b=0, logo x=a ou x=b.

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Nota: Um produto é nulo se, e somente se, pelo menos um dos seus factores for nulo.

Exemplo:

Vamos resolver a equação

Consideremos a equação

Resolvendo a equação teremos:

Assim sendo, 2 e 5 são soluções da equação.

b) Fórmula de Bháskara (fórmula resolvente)

Dada a equação quadrática ax2 + bx + c = 0

baseada no cálculo do discriminante e representada por:

=b2 – 4ac

onde a, b e c são os coeficientes da equação quadrática.

O discriminante () indica a quantidade de soluções da equação quadrática. Ou seja:

Se  > 0, a equação tem duas raízes reais;



Se  = 0, a equação tem duas raízes reais iguais (ou uma única raiz);
Se  < 0, a equação não tem raízes reais.

 b 
 x1 
 2a

e

 b 
x 

 2
2a

Exemplo:

Determinar o conjunto solução da equação: x2 – 2x – 2= 0

Solução

Como a = 1, b = -2 e c = -2, substituindo na fórmula, temos:

 b  b 2  4ac
x1,2  2a

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107
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2  12 2  2 3
x    1 3
1
2 1 2

2  12 2  2 3
x   1 3
2
2 1 2


S  1  3,1  3 
Equações Biquadráticas

Chama-se equação biquadrática a toda a equação que pode ser reduzida na forma
, onde , com a  0.

Resolução de equação Biquadrática

Dada a equação , se , y  0 teremos

b 
Neste caso y1, 2 
2a

b 
Como então x  
2a

Exemplo:

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S  x1  3, x2  2, x3  2, x4  3

Propredades das equações biquadráticas

a)

b) -

c) -

C. Equações Fraccionárias

Uma equação fraccionária a uma variável é uma expressão algébrica que tem a variável,
pelo menos, em algum denominador.

Ou seja, tomam a forma:

P(x)
 0, com Q(x)  0
Q(x)

Para obtermos a solução das equações fraccionárias, procedemos da seguinte forma:

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109
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a) Determina-se o domínio da equação, isto é, exclui-se todos os valores que anulam os


denominadores;

b) Simplifica-se, se for possível, todas as fracções algébricas;

c) Acha-se o denominador comum das fracções e posteriormente eliminamo-lo;

d) Efetua-se os produtos indicados e agrupa-se os termos semelhantes;

e) Isola-se a variável para determinar a solução da equação quadrática aplicando o


algoritmo visto anteriormente.

Exemplo:

Resolver a seguinte equação:

x 4 2
 
x  2 x 1 x  2

Resolução:

x 4 2
  0
x  2 x 1 x  2
D = {x: x -2 e x 1} Determinar o domínio

x( x  1)  4( x  2)   2x  1
0 MMC é (x +2)(x + 1)
x  2x  1
x2  x  4 x  8  2 x  2
0
x  2x  1
x2  x  6
0
x  2x  1
x 2  x  6 =0 Eliminar os denominadores e
Resolver a equação

Como x = -2 anula um dos denominadores, então, a solução da equação é x = 3


S = { 3 }.

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110
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Resolva as equações usando a fórmula resolvente.

1.

2.

3.

4.

5. Determine os valores de K para os quais a equação tenha raízes reais e

desiguais.

6. Determine os valores de a para os quais a equação tenha raízes


reais iguais.

7. Resolva a seguinte equação usando a forma do anulamento do produto.

Soluções

1.

2.

3.
4.
5. k 3

6. a=2 ou a=6
7.

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111
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CAPÍTULO 5 - DESIGUALDADES ALGÉBRICAS

5.1 Introdução Sobre Inequações

Inequações são expressões matemáticas que envolvem os símbolos:

a) > (maior que)

b) < (menor que)

c) ≥ (maior ou igual a)

d) ≤ (menor ou igual a)

Resolver uma inequação em x significa encontrar todos os valores de x para os quais a inequação
é verdadeira.

O conjunto de todas as soluções de uma inequação é o que chamamos conjunto solução.

5.2 Manipulação de Equações

As inequações podem ser manipuladas como as equações e as regras são muito similares, mas
existe uma excepção.

 Se adicionarmos um mesmo número aos dois membros da inequação, esta mantem-se


inalterável.
 Se subtrairmos um mesmo número aos dois membros da inequação, esta mantem-se
inalterável.
 Se multiplicarmos ou dividirmos ambos os membros por um número positivo, a inequação
mantem-se verdadeira.
 Se multiplicarmos ou dividirmos ambos os membros por um número negativo, muda o sinal
da desigualdade.

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112
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5.2.1 Inequações do 1º grau

Uma inequação linear é escrita da forma , , e onde são

números reais com

O conjunto das soluções de uma inequação linear com uma variável forma um intervalo de
números reais. Por este facto, podemos apresentar o conjunto solução por meio da representação
gráfica da recta real ou em forma de intervalos.

Exemplos:

Resolver as inequações:

a)

b)

c)

d) 2
x
1
3 5

3
x
10

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113
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)
b)
c)

d)

3x x x
e)   0
2 3 6
2x  5
f) 3 5
3
1  2x x  2 x  3
g)   1
3 6 2
h)

x
i) x  1  7  3x  1
2
x  3 1  x 2( x  5)
j)  
3 2 4

Soluções

a)

b)

c)

d)
e)
f)

g)

h)

i)  
j)

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114
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5.2.2 Inequações do 2º Grau

Considere a função , onde , sendo e números reais. A inequação do 2º


grau é toda a desigualdade tal que:

ou

A resolução de uma inequação do 2º grau consiste na determinação dos valores de x que


satisfaçam a desigualdade, envolvendo o estudo dos sinais de uma função do 2º grau.

Exemplos:

a)
Achando os zeros de , temos:

Os valores que satisfazem a desigualdade são aqueles que .

Avaliando os sinais da função na recta real:

b)

c)

d)

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)
b)
c)
d)
e)

f)

g)

 x2 x 1
h)   0
3 2 4
i)
j)

Soluções:

a)

b)

c)
d)

e)

f)

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116
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g)

h) S  
i)

j) S  

5.2.3 Inequações Modulares

As inequações modulares são dadas segundo a definição de módulo.

De modo geral, se é um número positivo, então:

1º caso:

2º caso: ou

Exemplos:

a)

7  2x
b) 2
x4

Elevando ambos os lados da desigualdade ao quadrado, temos:

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117
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c)

d)

1º Caso

Se , temos:

2º Caso

Se , temos:

A solução da inequação proposta é:

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118
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)

b)
c)
2x  3
d) 2
3x  1

x3 1
e) 
 x 1 4

f)
g)
h)
i)
j) +3

Soluções:

a)

b)

c)
 1 5 1 
S  x  R :   x  e x  
d)  4 8 3 

e)
f)
g)
h)
i)
S  
j)

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119
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5.2.4 Inequações Produto

Consideremos e funções de variável . Chamamos inequações produto às seguintes


desigualdades:

ou

Para resolvê-las, é necessário fazer o estudo do sinal separadamente, transportar os sinais para
um quadro, efectuar o produto dos sinais e determinar os intervalos de valores em que a
inequação se torna verdadeira.

Exemplos:
a)

x  4  0 ou x  2  0
x  4 ou x  2

S  x  R : x  4 ou x  2

b)

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120
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x  3  0 ou x  3  0
x  3 ou x  3

c)

d)

x  3  0 ou x 2  3x  4  0

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a)

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b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i) 2

j)

Soluções

a)

b)
c)
d)

e)
f)
g)
h)
i)
j)

5.2.5 Inequações Quociente

Consideremos e funções de variável . Chamamos inequações quociente às seguintes

desigualdades:

f ( x) f ( x) f ( x) f ( x)
 0, 0,  0 ou 0
g ( x) g ( x) g ( x) g ( x)

A resolução da inequação quociente é similar ao da inequação produto pois no conjunto dos


números reais, a divisão ou multiplicação de dois números apresenta a mesma regra de sinais,
lembrando que g ( x )  0.

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122
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Exemplos

3x  4
a) 2
1 x

x6
b) 3 x  2
x

3 e

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x 2  8 x  12
c) 0
x2  9

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

2x 1
a) 0
x2
3  4x
0
b) 5x  1
5x  3
 1
c) 3x  4
x2  4x  5
0
d)  x3
x2  7x  6
0
e) x2  2x  3
3x  1
0
f) 2 x  55x  3
x 1 x  3

g) x2 x4
1 2 3
  0
h) x 1 x  2 x  3
x  13  1  1
i) x  13  1

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 x 2

 10 x  25 x  3
0
j) x4

Soluções

a)

b)

c)
d)
e)

f)
g)

h)
i)
j)

CAPÍTULO 6: EXPONENCIAIS E LOGARITMOS

6.1 Equações Exponenciais

As equações em que as variáveis aparecem como expoentes de potências, chamam-se equações


exponenciais.

6.2 Resolução de Equações Exponenciais

a) Obter nos dois membros da equação, potências de bases iguais.

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125
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b) Igualar os expoentes.

c) Determinar o valor da variável (x).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 1 2
1) 8 x  0,25  (2 3 ) x   2 3 x  2  2 3 x  2  2  3 x  2  x  
4 2 3
x
 4 x 1  (2 3 ) x x
 (2 2 ) x 1  2 3( x x)
 2 2( x 1)  3( x 2  x)  2( x  1)
2 2 2
2) 8x
3x 2  3x  2 x  2  3x 2  5 x  2  0

Resolvendo a equação do segundo grau temos:

5 25  24 5  7
x1    2  x1  2
6 6

5 25  24 5  7 1 1
x2      x2  -
6 6 3 3

S = { -1/3 ; 2}

3) 3 x 1  3 x  3 x 1  3 x  2  306
x 1
Colocando 3 em evidência:

306
3 x 1 (1  3  32  33 )  306  3 x 1.34  306  3 x 1   3 x 1  9  3 x 1  32  x  1  2
34
 x3

6.3 Inequações Exponenciais

As desigualdades que contêm variáveis no expoente chamam-se inequações exponenciais.

a x  a b , a x  a b , a x  a b ou a x  a b com a  1 ou 0  a  1

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126
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6.4 Resolução de Inequações Exponenciais

a) Converter os dois membros da inequação em potências da mesma base.

b) Comparar os expoentes.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) 3 x  9  3 x  32  x  2

S  x  R : x  2

2) 3 x  81  3 x  34  x  4
S  x  R : x  4

x x x
1 1 1
 
1 1 3
3 3
3)    8     82     2
3 2  2x  2 2   x  / (1)  x  
2 2 2 2 2
 3
S  x  R : x   
 2
1 1 28
4) 3 x  2  3 x 1  28  3 x.32  3 x.  28  3 x (9  )  28  3 x.  28  3 x  3  x  1
3 3 3
S  x  R : x  1

4 4
 1  3x  30  x 2  4  0
2 2
5) 3x
S  x  R : x  2 ou x  2

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Resolva as seguintes inequações:

1
 x 5 1 1
a) 2  b) 3 2 x 3

4 3
81

x 3
x 1 x 1 1 1
c) 3  3  18 d)   
 3 27

6.5 Logaritmo ( log a b  c )

Chama-se logaritmo do número b em relação à base a a representação

log a b  c  a c  b

6.5.1 Condição de Existência do Logaritmo

Para que exista o logaritmo c é preciso que:


b  0; a  0; a  1

Exemplos:

a) log 2 8  x  2 x  8  2 x  23  x  3
6
b) log 32 64  x  32 x  64  (2 5 ) x  2 6  5 x  6  x 
5

c) log 2
1
32
 x  2x 
1
32
 2 x  32 1  2 x  2 5  
1
 x  5

 
1 1 2
2
d) log 10 3 100  x  10 x  3 100  10 x  100 3  10 x  10 2 3  10 x  10 3  x 
3

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Propriedades

a) Logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.

log a 1  0  a 0  1

b) Logaritmo da base

log a a  1  a1  a

c) Logaritmo de potência da base

log a a n  n  a n  a n

Exemplos:

3
a) log 3 81 3  3  log 3 81  3  4  12 b)  log 1 27   log 1 3  3
3 3

6.5.2 Logaritmos Iguais

Dois logaritmos da mesma base são iguais, se os seus logaritmandos forem iguais.

log a b  log a c  b  c

6.5.3 Logaritmo do Produto

O logaritmo do produto é igual à soma dos logaritmos dos factores.

log a ( A.B )  log a A  log a B

Exemplo:

log 2 (4.8)  log 2 4  log 2 8  log 2 2 2  log 2 23  log 2 2 2  log 2 23  2  3  5

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129
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6.5.4 Logaritmo do Quociente

O logaritmo do quociente é igual à diferença entre o logaritmo do dividendo e do divisor:


A
log a ( )  log a A  log a B
B
Exemplo:

 81 
log 3    log 3 81 - log 3 27  log 3 3 4 - log 3 3 3  4 - 3  1
 27 

6.5.5 Cologaritmo de Um Número

É o logaritmo do inverso desse número.

1
co log a b  log a  - log a b
b

6.5.6 Logaritmo da Potência

log a ( B n )  n. log a B

Exemplo:

log 2 (43 )  3 log 2 4  3 log 2 2 2  3.2  6

6.5.7 Logaritmo da Potência da Base


1
log a n b  log a b , com n  0
n

Exemplo:
1 1 1
log 22 4  log 2 4  log 2 2 2  .2  1
2 2 2

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130
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6.5.8 Logaritmo da Raiz n-Ésima

O logaritmo da raiz n-ésima é igual ao inverso do índice da raiz multiplicado pelo logaritmo do
radicando.
1
log a n A  . log a A
n

Exemplo:
1 1 1 1
log 3 81  . log 3 81  . log 3 3 4  .4. log 3 3  .4.1  2
2 2 2 2

6.6 Mudança de Base

Esta operação permite-nos passar de uma a outra base, segundo a nossa conveniência.
Existem duas formas:

6.6.1 Mudança da Base Como Quociente

O logaritmo de b na base a- é igual ao logaritmo de b numa outra base (c), dividindo pelo
logaritmo de a na base (c).
log c b
log a b 
log c a

Exemplos:
log 7 3 log 5 7
a) log 5 3  b) log 2 7 
log 7 5 log 5 2

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131
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6.6.2 Mudança de Base Como Produto

O logaritmo de x na base a, é igual ao logaritmo de b (nova base) na base a, multiplicado pelo


logaritmo de x numa outra base b.

log a x  (log a b).(log b x)

6.7 Função Exponencial

6.7.1 Definição

Uma função do tipo y  a x com x  R, a  0 e a  1 chama-se função exponencial.

A. Domínio da função exponencial

D = R (o expoente x pode ser qualquer número real).

B. Imagem da função exponencial

+ (a potência y é sempre um número positivo)

C. Zero da função

A função exponencial não possui zeros, pois y  0

6.7.2 Representação Gráfica

Para representarmos graficamente uma função exponencial, podemos fazê-lo da mesma forma
que fizemos com a função quadrática, ou seja, atribuímos alguns valores arbitrários ao x,
montamos uma tabela com os respectivos valores de f(x), localizamos os pontos no plano
cartesiano e traçamos a curva do gráfico.

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132
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Para a representação gráfica da função f ( x)  1,8 , Atribuímos ao x os valores representados no


x

quadro abaixo:

Tabela 13 - Atribuição de valores arbitrário ao x

Gráfico
x y

-6 0.03

-3 0.17

-1 0.56

0 1

1 1.8

2 3.24

a) Função Exponencial Crescente

Se a  1 , temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.

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133
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b) Função Exponencial Decrescente

Se 0  a  1 , temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.

6.8 Função Logarítmica

Toda a função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada
função logarítmica de base a. Neste tipo de função, o domínio é representado pelo conjunto dos
números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.

Exemplos:

a) f(x) = log2x b) f(x) = log3x c) f(x) = log1/2x


d) f(x) = log10x e) f(x) = log1/3x f) f(x) = log4x
g) f(x) = log2(x – 1) h) f(x) = log0,5x

6.8.1 Domínio da Função Logarítmica

Dada a função f(x) = log(x – 2) (4 – x), temos as seguintes restrições:


a) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4
b) x – 2 > 0 → x > 2
c) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3

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Realizando a intersecção das restrições a, b e c, temos o seguinte resultado:

2 < x < 3 e 3 < x < 4.


Desta forma, D = {x R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

6.8.2 Gráfico de Uma Função Logarítmica

Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas situações:

1) a > 1 2) 0 < a < 1

a) Função crescente (a > 1)

b) Função decrescente (0 < a < 1)

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135
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6.8.3 Características do Gráfico da Função Logarítmica y  log a x

a) O gráfico está totalmente à direita do eixo y, pois ela é definida para x>0.

b) O gráfico intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), então a raiz da função é x=1.

Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão que ela é uma função
inversa da exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:

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CAPÍTULO 7: TRIGONOMETRIA

7.1 Relações Trigonométricas no Triângulo Rectângulo: Teorema de Pitágoras

c2 = a2 + b2

cateto oposto a cateto adjacente b


senA   cos A  
hipotenusa c hipotenusa c

sen(A)
tan gA 
cateto oposto

a
ou tan gA 
cateto adjacente b cos (A)
1 b cateto adjacente
cot gA   
tan gA a cateto oposto

1 1
sec A  e cosec A 
cos A senA

7.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria

1
sen 2 A  cos2 A  1 1  tg 2 A  , cos A  0
cos 2 A

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7.3 Ângulos Notáveis

Os chamados ângulos notáveis são aqueles que aparecem com mais frequência, a saber:

Tabela 14 - Ângulos notáveis

Grau 0º 30º 45º 60º 90º 120º 135º 150º 180º 210º 225º 240º 270º 300º 315º 330º 360º

- - - - - - - - - - - - -90º -60º -45º -30º 0


360 330º 315º 300º 270º 240º 225º 210º 180º 150º 135º 120º

Radianos 0

Seno 0 1 0 -1 0

Cosseno 1 0 -1 0 1

Tangente 0 1 -1 0 1 -1 0

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7.4 Fórmulas Trigonométricas

Tabela 15 - Fórmulas Trigonométricas

Fórmulas de adição Fórmulas de subtracção


sen(  +) = cos  · cos + sen  · cos sen(  -) = sen  · cos – cos  · sen
cos(  +) = cos  · cos – sen  · sen cos(  -) = cos  · cos +sen  · sen
tg   tg  tg   tg
tg(   )  tg(   ) 
1  tg   tg  1  tg   tg
Fórmulas de duplicação Fórmulas de bissecção
sen(2  ) = 2 . sen  . cos  1  cos
sen( / 2)  
2
cos(2  ) = cos2  – sen2  1  cos
cos( / 2)  
2
2  tg  1  cos
tg(2 )  tg ( / 2)  
1  tg 2  1  cos
Fórmulas de transformação
               
sen  sen  2  sen   cos  sen  sen   2  sen   cos 
 2   2   2   2 
               
cos  cos   2  cos   cos  cos  cos   2  sen   sen 
 2   2   2   2 
sen(   ) sen(   )
tan  tan   tan  tan  
cos  cos  cos  cos 

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. No triângulo rectângulo da figura abaixo, determine as medidas de x e y indicadas


(Use: sen 65° = 0,91; cos 65° = 0,42 ; tg 65° = 2,14)

Resolução

y x
cos 65° = sen 65° =
9 9

0,42 * 9 = y 0,91 * 9 = x

y = 3,78 x = 8,19

2. Considerando o triângulo rectângulo ABC da figura, determine as medidas a e b indicadas.


(sen 60° = 0,866)

Resolução

12 3 cos 60° = b / 24
sen 60° =
a
0,5 * 24 = b

0,866 . a = 20,78
b = 12

a = 24

3. Nos triângulos das figuras abaixo, calcule tg Â, tg Ê, tg Ô:

a) b) c)

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Resolução

48 24 3 2 c) 16² = 2² + x²
a) tg  =  b) tg Ô = 1
14 7 3 2
x² = 252
14 7
tg Ê =  3 2
48 24 tg Ê = 1 x= 6 7
3 2
tg Ô, não existe.
tg Â, não existe.
2 7
tg  = =
6 7 21

6 7
tg Ô = 3 7
2

tg Ê, não existe.

4. Sabendo que o triângulo retângulo da figura abaixo é isósceles, quais são os valores das tg
 e tg Ê?

Resposta
Sendo um triângulo isósceles, então os seus lados são
iguais.

CE
1. Logo, tg  =  1, pois, CE  AC , então, tg Ê = 1
AC

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5. Encontre a medida RA sabendo que tg  = 3.

Resolução
9
3= , onde x é o lado YA
x

3x = 9

x=3

( RA )² = 9² + 3²

6. Encontre x e y:
( RA )² = 90

RA = 3 10

a) b)

Resolução
x
a) cos 45° =
20 2

2
x  20 2 
2

x  20

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Como o ângulo entre a hipotenusa e os catetos

é 45º, então, y=x, logo, y=20.

9 3
b) Cos 30° =
y

9 3
y
3
2

y = 18

18² = 9 3   x
2 2

324 = 243 + x²

x² = 81

x=9

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um navio partiu do porto A, percorreu 70 milhas para sul e atingiu o porto B. Em seguida,
percorreu 30 milhas para leste e atingiu o porto C. Finalmente, navegou 110 milhas para o norte e
chegou ao porto D. Quantas milhas teria poupado se fosse directamente do porto A para o porto
D? (Resposta: 160 milhas)

2. Sendo a, b e c as medidas dos comprimentos dos lados de um triângulo, indique, justificando,


aqueles que são rectângulos:

a) a = 6; b = 7 e c = 13; (Resposta: Falsa)

b) a = 6; b = 10 e c = 8. (Resposta: Verdadeira)

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3. Calcule o valor de x em cada um dos triângulos rectângulos:

a)

(Resposta: x = 13)

b)

(Resposta: x = 6)

4. Calcule as áreas das seguintes figuras.

a)

(Resposta: A = 153)

b)

(Resposta: A = 108)

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5. Qual é a altura do poste?

(Resposta: 9m)

6. Qual é a distância percorrida pelo berlinde?

(Resposta: 256 cm = 2,56 m)

7.5 Equações Trigonométricas

São equações que podem ser reduzidas nas seguintes formas:

senx  sen , cos x  cos  , tgx  tg , ctgx  ctg , etc. Elas são chamadas de equações

fundamentais.

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145
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7.5.1- Equação do Tipo senx  sen

Atendendo à periodicidade do seno, então:

senx  sen  x    k  360 º ou x  180 º   k  360 º , k  Z

ou, em radianos:

senx  sen  x    k  2 ou x      k  2, ou ainda x   1   k , k  Z


k

7.5.2- Equação do Tipo cos x  cos 

Devido ao facto do cosseno ter período 2, as soluções que divergem entre si de um múltiplo
inteiro do período também são solução. Logo, são solução geral de cos x  cos 

cos x  cos   x    k  360 º , k  Z

ou ainda, em radianos:

cos x  cos   x    k  2, k  Z

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Resolve as seguintes equações.

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1)

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7.5.3- Equação do Tipo tgx  tg

A tangente tem período 180º, ou  radianos. O resultado em radianos é:

tg x  tg   x    k  , k  Z .

7.5.4- Equação do tipo ctgx  ctg

A cotangente, tal como a tangente, tem período  radianos. O resultado em radianos é:


cotg x  cotg   x    k  , k  Z .

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Resolver as seguintes equações.

Dividindo os membros da equação por cosx, vem:

Donde vem que:

Dividindo os membros da equação or cos2x, vem:

Fazendo tgx = u, vem

Donde vem que

Resolvendo o conjunto da equação,

tem se

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c) tg
3
x  tg 2 x  2tgx  0


Fatorizando a tgx, para todo x   k , k  Z , vem:
2

tgx  (tg 2 x  tgx  2)  0 , aplicando o anulamento do produto, tem-se:

tgx  0 , x1  0  k    k ou tg 2 x  tgx  2  0 , e fazendo tgx=t na segunda equação, vem:

t2-t-2=0, onde, teremos, t=-1 ou t=2; voltando à variável x, vem:


tgx  1 ou tgx  2 , onde se tem: x2    n ou x3  arctg 2  m onde : k , n e m Z
4


Solução: x1  k , x2    n ou x3  arctg 2  m
4

d) ctg 2 2 x  3  2ctg 2 x , fazendo ctg 2 x  t , para x  k , vem: t 2  3  2t . Resolvendo esta


equação do segundo grau, temos: t  1 ou t  3 . Voltando à variável x, vem:

ctg 2 x  1 ou ctg 2 x  3


ctg 2 x  ctg , ou ctg 2 x  arcctg(3)  n
4


2x   k ou 2 x    arctg 3  n
4

 k  n arcctg3
x  ou x    , são as soluções.
8 2 2 2 2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Resolva as seguintes equações em R.

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l) cos 2 x  1 .

m) 2 cos x  30

n) 2sen 2 x  3senx  2  0 .

  1
o) sen 2 x   , x  [0,2 ] .
 4 2

p) 4sent  3  2sent , t  [0,2 ] .

q) cos2x  sen3x

r) senx  2senx cos x  0 .

s)  
3 tg 2 x  1  2 3tgx .

t) 2 cos 2   11 cos   5 .

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152
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u) Se x  [0,  ] , a equação 8sen 2 x  4  0 tem duas soluções reais e distintas a e b . Sabendo que
a > b, é verdade que:

  
a) a  3b b) a  2b c) a  b  d) a  b  e) a  b 
2 3 6


v) A equação tgx  cos x tem, para x no intervalo  0,  , uma raiz x   sobre a qual podemos
 2
dizer:

 2  1 5 1 
a)  b) sen  c) sen  d) cos   e) 
4 2 2 2 3

w) O conjunto solução da equação senx  cos x , sendo 0  x  2 , é:

     5    4    5 
a)   b)   c)   d)  ,  e)  , 
4 3  4  3 3  4 4 


x) Sabe-se que 4tg2 x  9 e  x   . Então, a expressão E  4senx  6 cos x  cot gx vale:
2

a) 3 b)  3 c) 2 d)  2 e) 9
2 2 3 3 4

1 
y) Sabendo que senx  e  x   , o valor de cos sec x  sec x é:
3 2 cot gx  1

a) 3 2 b) 2 2 c)  3 2 d)  2 2 e) 3
4 3 4 3

Simplifique as seguintes expressões.

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153
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n) Calcule sen 2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3.

  senx  seny
o) Sejam x, y ∈ R. Se x + y = ex−y= , calcule o valor de t, sendo t 
2 6 cos x  cos y

7.6 Inequações Trigonométricas Fundamentais

Quase todas as inequações trigonométricas, quando convenientemente tratadas e transformadas,


podem ser reduzidas a pelo menos uma das inequações fundamentais. Vamos conhecê-las, a
seguir, através de exemplos.

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154
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Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução geral em

IR, que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse

então, bastaria incluir as extremidades de

e o conjunto solução seria:

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155
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Por exemplo, ao resolvermos a inequação,

encontramos, inicialmente,

que é uma uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução geral em


IR, que é:

O conjunto solução é, portanto:

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156
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3º caso: cos x <cos a (cos x cos a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

Acrescentando ) às extremidades do intervalo encontrado, temos a solução geral em


IR,que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse

então, bastaria incluir as extremidades de

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157
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e o conjunto solução seria:

4º Caso: cos x > cos a ( cos x cos a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo . Acrescentando ) às extremidades dos


intervalos encontrados, temos o conjunto solução seguinte:

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158
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5º caso: tg x < tg a (tg x tg a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

A solução geral em IR pode ser expressa por

O conjunto solução é, portanto:

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159
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6º Caso: tg x > tg a ( tg x tg a)
Vamos estudar este último caso resolvendo a inequação como exemplo.

Na resolução da inequação

encontramos, inicialmente,

que é uma solução particular no intervalo .

A solução geral em IR pode ser expressa por

O conjunto solução é, portanto:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1

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160
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS 2

Resolva as seguintes inequações trigonométricas no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π:

1  7  11 
a) sen x ≥ 
2
R:
0, 6    6 ,2 

1   5 
b) cos x ≤ R:
2  3 , 3 

     5 3 
c) tg x > 1 R:
 4 , 2    4 , 2 

3    11 
d) cos x >
2
R:
0, 6    6 ,2 

2  5   7 
e) sen x ≥ 
2
R:
0, 4    4 ,2 

     5   3 
f) tg x ≤ 1 R:
0, 4    2 , 4    2 ,2 

g) cos x > −1 R: 
2   7 
h) cos x < R:
2  4 , 4 

    5 
i) sen 2x + cos 2x ≤ 1 R:
 4 ,     4 ,2 

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     5 3 
j) sen 2x > cos x R:
 6 , 2    6 , 2 

k) cos2x< 1 R: 
l) sen5x >1 R: 
m) sen2x ≤ 1 R: 0 ≤ x ≤ 2π

  5 
n) sen2x ≥ 1 R:  , 
4 4 

CAPÍTULO 8 – GEOMETRIA

A geometria é o ramo das matemáticas que estuda as propriedades e as medidas das figuras no
espaço ou no plano. No seu desenvolvimento, a geometria usa noções tais como pontos, rectas,
planos e curvas, entre outras.

8.1 Unidades de Medida de Área e de Volume

O cálculo de áreas e volumes das figuras geométricas planas ou sólidas exige dos alunos o
conhecimento de unidades de medidas. Quando as unidades de medida são diferentes, devemos
efectuar a redução à mesma medida. Os quadros abaixo apresentam um resumo das Unidades de
medidas.

A. Unidades de Área

Tabela 16 - Unidades de Área

km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

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162
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A unidade principal (ou fundamental) da medida de área é o metro quadrado (m2)

Exemplos:

km2 = 100 hm2 ou 1km2 = 102 hm2

1 m2 = 0,01 dam2 ou 1m2 = 10 -2


hm2

B. Unidades agrárias

Tabela 17 - Unidades agrárias

Unidades agrárias
ha a ca
hectar are centiare

Exemplos:

1 ha = 1 hm2 1a = 1 dam2 1ca = 1 m2

C. Unidades de Volume

Tabela 18 - Unidades de Volume

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

A unidade principal (ou fundamental) da medida de volume é o metro cúbico (m3)

Exemplos:

km3 = 1000 hm3 ou 1km3 = 103 hm3

1m2 = 0,001dam3 ou 1m2 = 10 -3


hm3

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163
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D. Unidades de Capacidade

Tabela 19 - Unidades de Capacidade

Unidades de capacidade
kl hl dal l dl cl ml

A unidade principal (ou fundamental) da medida de capacidade é o litro (l)

1 l = 1000 ml 1 kl = 1000 l

Obs.: Quando se calcula a área de uma figura geométrica a sua unidade de medida aparece
sempre ao quadrado (por exemplo, em metros quadrados (m2)).

8.2 Áreas de Figuras Geométricas Planas

Figure 1 - Áreas de figuras geométricas planas

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164
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8.3 Áreas e Volumes de Figuras Geométricas Sólidas

Figure 2 - Áreas e volumes de figuras geométricas sólidas

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165
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Uma mesa rectangular mede 1,2 m x 0,8 m. Se numa das quinas desta mesa eu fixar um
barbante com um prego, qual deve ser o tamanho aproximado do barbante de maneira que eu
consiga percorrer um sector circular com um terço da área da mesa?

(Resposta: o comprimento do barbante é de aproximadamente 0,6383 m)

2. Uma pizza circular tem área de 706,86 cm2. Qual é a área interna da menor caixa quadrada
para transportá-la?

(Resposta: A área interna da menor caixa quadrada para transportar a pizza é de 900
cm2)

3. Se dobrarmos as medidas da base e da altura de um rectângulo, em quanto estaremos a


aumentar a sua área?

(Resposta: Dobrando as medidas das laterais de um rectângulo quadriplica-se a sua


área)

4. Um prato tem 24 cm de diâmetro e o outro tem 30 cm. Em termos de área, o prato menor é
quantos por cento do maior?
(Resposta: 64%)

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166
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5. Observe a figura. Determine a área da parte colorida da figura.

(Resposta:
14,25 cm2)

6. Observe as dimensões do novo aquário do Abel.

O Abel decidiu colocar uma camada de areia de 6 cm de espessura no fundo do aquário e pediu ao
João para ir ao mercado comprá-la. Que quantidade de areia, em cm 3, deverá o João comprar?
(Resposta: 9000 cm3)

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6.1 Introduziu-se na proveta um paralelepípedo, que ficou completamente submerso.

As dimensões do paralelepípedo são:


Comprimento: 8 cm, largura; 2 cm, altura: 3 cm
Qual é a leitura do volume marcado na proveta, depois de colocado na proveta o paralelepípedo?
(Resposta: 108 cm3)

7. Na casa da Inês, gastam-se por mês 50 garrafas de 1,5 litros de água. Para ficar mais
económico, os seus pais resolveram passar a comprar a água em garrafões de 5 litros. Quantos
garrafões são necessários comprar?

(Resposta: São necessários comprar 15 garrafões de 5 litros)

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8.4 O Plano Cartesiano

Para representar graficamente um par ordenado de números reais, fixamos um referencial


cartesiano ortogonal no plano. A recta x é o eixo das abscissas e a recta y é o eixo das ordenadas.
Dá-se o nome de eixo x ou eixo das abscissas à recta horizontal. À vertical denomina-se eixo
y ou eixo das ordenadas.
A orientação positiva das rectas é representada por uma seta como podemos ver na figura1
abaixo.

Figure 3 - Referencial ou sistema de referência

Figure 4 - Quadrantes matemáticos

8.5 Representação de Coordenadas no Plano

Para se determinar as coordenadas de um ponto P qualquer no plano, traçam-se linhas


perpendiculares aos eixos X e y.

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8.6 Distância Entre dois Pontos de Um Plano

Por meio das coordenadas dos pontos A e B pode-se determinar a distância d(A,B) entre dois
pontos representados no plano.

Na figura abaixo, os pontos A, B e C formam um triângulo rectângulo em C. Assim sendo, a


distância de A a B pode ser calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Determine a distância entre os pontos A(5,11) e B (2,7).

Resolução.

A (5,11): x1=5 e y1=11 e B (2,7): x2=2 e y2=7

d ( A, B)  (2  5) 2  (7  11) 2

d ( A, B)  9  16

2. Calcule o perímetro do triângulo cujos vértices são A(-1,-3), B(6,1) e C(2,-5).

Resolução:

Para se conhecer a medida de cada lado basta calcular as distâncias entre os pontos

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o perímetro vale

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Calcule as distâncias entre os pontos abaixo:


a) A (4,-1) e B (2,1)
b) B (-3,2) e D (4,-6)
c) E (-1,-3) e F (-2,-5
2. Calcule a distância do ponto P (8,-6) à origem do sistema.
3. A distância entre os pontos A (x, 3) e B(-1, 7) é 5. Então:
a) x = 3 ou x = -5
b) x = 2 ou x = -4
c) x = 1 ou x = -3
d) x = 0 ou x = -2
e) x = -6 ou x = -1
4. Se o ponto P(m, O) é equidistante dos pontos P1(2, 4) e P2(4,6), então m é igual a:
a) 6 b) 7 c) 8 d) 9
5. Quais as coordenadas do ponto P do plano cartesiano que pertencem à bissetriz do segundo
quadrante e equidistante dos pontos A (0,3) e B(-1,0)?
a) (2, 2) b) (0, 2) c) (2, 0) d) (-2, 2) e ) (2, -2)
6. Dados os pontos A(-1, -1), B(5, -7) e C(x, 2), determine x sabendo que o ponto c é
equidistante dos pontos A e B.
7. O perímetro do triangulo ABC cujos vértices são A(0,0), B(12, 5) e C(0, -4) é:
a) 23 b) 33 c) 22 d) 11 e) 32

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8.7 Equação Geral da Recta no Plano

Recta no plano

As equações na forma ax + by + c = 0 são expressões representativas de rectas no plano. Os


coeficientes a, b e c são números reais constantes, considerando a e b valores diferentes de zero.
A essa representação matemática damos o nome de equação geral da recta.
Podemos escrever a equação geral da recta utilizando duas formas:
1ª – através da determinação do coeficiente angular da recta aplicado na forma geral dada por:

y – y1 = m (x – x1).

Coeficiente angular (ou inclinação) da Equação geral da recta no ponto P(x,y)


recta
y – y1 = m (x – x1).

( y 2  y1 ) y – 6 = –3 (x + 1)
m y – 6 = –3x – 3
( x2  x1 )
y – 6 + 3x + 3 = 0
36 9
m   3  m  -3 y + 3x – 3 = 0
2  (1) 3

Então, a equação da recta é 3x + y – 3 = 0

2ª – através de uma matriz quadrada formada pelos pontos pertencentes à recta dada.
1ª forma
Vamos determinar a equação da recta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –3).

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2ª forma
Considerando o ponto genérico P(x, y), pertencente à recta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e
B(2, –3), vamos construir a matriz formada pelas coordenadas dos pontos dados:

Diagonal principal
x * (–6) * 1 = 6x
y * 1 * 2 = 2y
1 * (–1) * (–3) = 3

Diagonal secundária
1* 6 * 2 = 12
x * 1 * (–3) = –3x
y * (–1) * 1 = –y

s: 6x + 2y + 3 – (12 – 3x – y) = 0
s: 6x + 2y + 3 – 12 + 3x + y = 0
s: 9x + 3y – 9 = 0 (dividindo a equação por 3)

A equação de recta desejada é s: 3x + y – 3 = 0

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Encontre a inclinação do segmento com extremos nos pontos

a) A(1, 2) e B(3, 8); b) A(0, – 3) e B(4, 1);

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2. O valor de b para que o coeficiente angular da recta que passa pelos pontos A(4,2) e
B(2b + 1,4b) seja –2 é:

a) –1 b) 0 c) 1 d) 2 e) n.d.a

3. A equação geral da recta que passa pelos pontos (2,3) e (1,5) é:

a) – 2x – y + 7 = 0 b) – 2x + y – 7 = 0

c) 2x – y – 7 = 0 d) 2x + y – 7 = 0 e) n.d.a

4. Dada a equação da recta r: x + y – 1 = 0 e as afirmações:

I – o ponto (1,1) pertence a r II – a recta passa na origem do sistema cartesiano

III – o coeficiente angular de r é –1 IV – r intercepta a recta s: x + y – 2 = 0 no ponto


P(1,2)

a) apenas I é verdadeira b) apenas III é verdadeira c) nenhuma é falsa


d) apenas I é falsa e) n.d.a

5. Determine a equação reduzida da recta r, representada pelo gráfico abaixo:

a) y = x + 3 b) y = -x + 3 c) y = 2x+6 d) y = x – 3 e)
y = - 3x + 2

6. Determine a equação geral da recta representada pelo gráfico abaixo:

a) x – 2y - 8 = 0 b) 2x + y – 2 = 0 c) 4x – 2y – 4 = 0
d) x–y+2=0 e) x–y+4=0

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7. Determine a equação da recta que passa pelos pontos A(-3, 2) e B(5, -4)

a) 4x + 3y + 1= 0 b) 3x + 4y + 1= 0
c) x + y + 3 = 0 d) x + y – 4 = 0 d) x – y – 1 = 0

8.8 Estudo da Circunferência

Circunferência é o lugar geométrico de todos os pontos do plano que se encontram à mesma


distância de um ponto fixo(centro).

8.8.1 Equação Reduzida da Circunferência

8.8.2 Equação Geral da Circunferência

Desenvolvendo a equação reduzida da recta teremos

equação geral da circunferência

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Determine a equação da circunferência de centro C e raio r, nos seguintes casos:

1 5
(a) C  (0,0) e r2 (b) C  (1,3) e r 3 (c) C   ,  e r4
2 2

Resolução.

Em cada caso serão substituídos os valores na equação ( x  c1 ) 2  ( y  c2 ) 2  r 2 .

c1  0

a) c2  0  ( x  0)  ( y  0)  2  x  y  4  0
2 2 2 2 2

r  2

c1  1

b) c2  3  ( x  ( 1))  ( y  3)  3  x  2 x  1  y  6 y  9  9  0  x  y  2 x  6 y  1  0
2 2 2 2 2 2 2

r  3

 1
c1  2
 2 2
 5  1  5 1 25
c2    x     y    4  x  x   y  5 y   16  0
2 2 2

c)  2  2  2 4 4
r  4


 4 x 2  y 2  4 x  y 2  20 y  38  0

2. Determine o centro e o raio de cada circunferência dada.

a) x 2  ( y  3) 2  16 b) ( x  2) 2  y 2  12  0 c) 3x 2  3 y 2  6 x  12 y  14  0

Resolução.

Podemos completar quadrados ou utilizar as fórmulas de identificação de centro e raio.

C  (0,3)
a) x 2  ( y  3) 2  16  ( x  0) 2  ( y  3) 2  42  
r  4

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b) ( x  2) 2  y 2  12  0  ( x  (2)) 2  ( y  0) 2   12   Cr  (12


2 2,0)
2
 3

14
3 x 2  3 y 2  6 x  12 y  14  0  (3)  x 2  y 2  2 x  4 y  0
3
 2
c1  1
 2
c) C  (1,2)
 4 
 c2   2  3
 2 r 
  3
14 14 14 1 3
r  (1)  (2)   1 4   5  
2 2

 3 3 3 3 3

3. Verifique se as equações dadas representam circunferências. No caso de as representarem,


determine o centro e o raio.

a) 9 x 2  9 y 2  6 x  36 y  64  0 b) x2  y 2  7x  y  1  0

c) 4x 2  4 y 2  x  6 y  5  0

Resolução.

Em cada caso, verificar as condições de existência e, se positivo, identificar os termos.

6 64
9 x 2  9 y 2  6 x  36 y  64  0  (9)  x 2  y 2  x  4y  0
9 9
Coef ( x 2 )  Coef ( y 2 )  0

Coef ( xy)  0
a) 
1  36  64  27
2
  1
  2 
6/9 1 64
       irregular
2
c1   r
 2 3  3  9 9 9
 4
c2  2
 2

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177
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CAPÍTULO 9 - NOÇÕES BÁSICAS DE DERIVADAS

9.1 Propriedades das Derivadas

a) yk y'  0
b) yx y'  1
c) y uv y´ u ' v '
d) y  u.v y´ u ' v  uv'
u u '.v  u.v'
e) y y´
v v2

9.2 Regras de Derivação

Seja u = f(x) e v = g(x) e n

a) y  k .u y´ k .u ' k _ cons tan te

b) y  un y'  n. u n1u'
u'
c) y  ln u y' 
u
d) y  au y'  a u .ln a.u'
e) y  sen u y'  u' cos u

f) y  cos u y'  u' senu

u'
y' 
g) y  arcsen u 1 u2

h) y  sec u y'  u' sec u .tgu

i) y  cosseu y'  u' cos sec u . cot gu

u'
y'  
j) y  arccos u 1 u2

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u'
y'  
k) y  arc cot g u 1 u2

l) y  uv y'  vu v 1 .u' u v .ln u.v'

9.3 Exemplos

2x3  5
a) f ( x) 
4x 2  7

6 x 2 (4 x 2  7)  (2 x 3  5)8x 24 x 4  42 x 2  16 x 4  40 x 8x 4  42 x 2  40 x 2 x(4 x 3  21x  20)


f ' ( x)    
(4 x 2  7) 2 (4 x 2  7) 2 (4 x 2  7) 2 (4 x 2  7) 2

b) f ( x)  ln arctag( x)

1
f ' ( x)  1  x
2 1

arctag ( x) (1  x )arctag ( x)
2


c) f ( x)  ln  x  15 x  sen( x)
3 2

 3x 2  30 x  cos( x)
f ' ( x) 
 x 3  15 x 2  sen( x)

d) f ( x)  x

Transformando a função em potência temos:

f ( x)  x 8

7
1 8
f ' ( x)  x
8

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e) f ( x)  cos(ln( 4 x  x))
2

8x  1
f ' ( x)   sen(ln( 4 x 2  x))
4x  x
2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

a) f ( x)  2 x  5 R: f ' ( x)  2
b) f ( x)  1  4 x 2 R: f ' ( x)  8 x
f ( x)  ( x 3  x) . ( x 2  x ) R: f ( x)  5 x  4 x  3x  2 x
' 4 3 2
c)

d) f ( x)  (3x  2 x  1).( x  x)
2 2
R: f ' ( x)  12 x3  15 x 2  2 x  1

9x2  1
e) f ( x)  3 x  x
4 3
R: f ( x) 
'

44 (3x 3  x)3

x 1 x5
f) f ( x)  R: f ( x) 
'
3
x 1 63 ( x  1) 4 . x  1

7 x 2  32 x  2
g) f ( x)  x  8 . x  4 3 2
R: f ( x) 
'

63 ( x 2  4) 2 . x  8

h) f ( x)  cos x  senx R: f ' ( x)  senx  cos x


i) f ( x)  cos 2 x R: f ' ( x)  2 cos x.senx

3x 2  5
j) f ( x)  sen x 3  5x R: f ' ( x)  cos x 3  5 x
2 x  5x
3

k) f ( x)  x tgx
2 3
R: f ' ( x)  2 xtagx3  3x 4 sec2 x3
3 x x 2 3 x
f ( x)  e x R: f ( x )  ( 2 x  3).e
2
'
l)
x 2 5 x x 2 5 x
m) f (x)  5 R: f ( x)  ( 2 x  5).5
'
. ln 5
x  x2  1
n) f ( x)  log R: f ' ( x) 
x 1
2
x( x 2  1)
x e x  e x
o) f ( x)  ln( e  e ) R: f ( x)  x
x '

e  ex

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180
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BIANCHIN, Edwaldo and Herval PACCOLA , 1997. Curso de Matemática. Brasil Editora
Moderna. Volume Único. ISBN 8516036901.

2. CARVALHO, João, 2010. Coleção Explorando O Ensino: Matemática. Ministério da Educação,


Secretaria de Educação Básica. Brasília. Volume 17. ISBN: 978-85-7783-041-1.

3. DANTE, L. Roberto 2003. Matemática: Contexto e aplicações. 3ª ed. São Paulo, Editora Ática.
Volume 1. ISBN 85-322-4514-5.

4. IEZZI, Gelson, et al, 1977. Fundamentos de Matemática Elementar. São Paulo Editora Atual.
Volume 4. ISBN: 8575602985.

5. LITVINENKO, MORDKÓVICH, 1984. Problemas Matemáticos de Álgebra e trigonometria.


Moscovo, Editora Mir. ISBN-13: 978-5-03-000697.

6. MADEIROS, Valeria, el al, 2010. Pré-Cálculo. 2ª ed. São Paulo. Editora CENGAGE Learning.
ISBN 9788522107353

7. N. PISKUNOV, 1977. Cálculo diferencial e Integral, Editoria MIR, MOSCU.


ISBN 9789681839857

8. Programas de Matemática do 2º Ciclo do Ensino Secundário, INIDE, Editora Moderna, S.A, 2.ª
Edição 2013

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FÍSICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
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CAPÍTULO 1 - MECÂNICA

1.1 Fundamentos de Força e Movimento

1.1.1 Medição e Unidades de Medida

A Física é uma ciência que mede.


Grandezas de Física: Atributos mensuráveis de corpos, de fenómenos da natureza
Exemplos:
Comprimento de um corpo L
Corrente I dentro de um fio de cobre
Intensidade do campo magnético no espaço entre os pólos de um íman.
Medir: ⇔ Comparação da grandeza a medir com uma unidade pré definida
Exemplo:
Comparar o comprimento do corpo com o metro e determinar, quantas vezes o corpo
contem o metro. O resultado pode ser uma fracção.
O Procedimento de Medir depende da aplicação de qualquer lei física.
Exemplo: Medir forças Aplicação da Lei de Hooke

Alongamento d da mola ~ Força F aplicada



 F  k  d , k é constante e depende da mola

Aparelhos de Medir: são calibrados em unidades (ou fracções das unidades) do atributo a
medir.
Resultado da Medição: Grandeza da Física = Valor (número) x Unidade

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183
Sebenta – Engenharias e Tecnologias

Unidades:
A Indústria e o Comércio precisam de certos estandartes comuns (unidades) como por exemplo
a navegação, o transporte e a comunicação.
Os sistemas de saúde e a segurança dependem de medições precisas. A precisão de uma
medição pode-se definir como:

Precisão: ⇔ Diferença entre o valor medido e o valor verdadeiro (Xm – Xr)

Convenção do Metro:
No ano 1875 dezassete países chegaram a um acordo em Paris para definir novas unidades
para medir as grandezas de distância (comprimento) e massa.
⇒ Foram preparadas um “Metro Padrão” e uma peça da massa de um Quilograma de uma liga de
Pt – Ir (tem uma expansão térmica pequena).
⇒ Início de “Systeme Internacional d´Unites” e de Laboratórios nacionais de calibração.

Definição: Calibração: ⇔ Os resultados dos aparelhos de medir são comparados com os


padrões ou constantes da física.

Tabela 20 - Unidades básicas (Unidades SI

Unidade Atributo
Metro (m) Comprimento L

Quilograma (kg) Massa m

Segundo (s) Tempo t

Ampere (A) Corrente eléctrico I


Kelvin (K) Temperatura termodinâmica

Mol (mol) Quantidade de substância

Candela (cd) Intensidade luminosa

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Definição do “Metro”:

O metro é o comprimento do trajecto percorrido pela luz, no vazio, durante um intervalo de


tempo de 1 / 299 792 458 do segundo (17º CGPM - 1983 - Resolução 1).

Para medir comprimentos por meio de "comprimentos de onda" emprega-se um interferómetro.

1 METRO

A velocidade da luz no vácuo é definida como uma constante da natureza:

C0 = 299 792 458 m/s.

• Definição do “Segundo”:
1 Segundo = 1s é 9 192 631 770 vezes a duração do período da radiação emitida e absorvida
pela transição entre dois níveis da estrutura hiperfina do estado atómico fundamental do isótopo
133
Cs.

• Definição do “Quilograma”:
1 Quilograma = 1 kg é a massa do protótipo do quilograma.
As definições das outras unidades são tratadas junto com os respectivos conteúdos da física
onde são aplicadas.

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1.1.2 Cinemática

Para descrever os fenómenos da mecânica precisamos algumas ferramentas da matemática.


Uma destas ferramentas é a álgebra vectorial.
Vectores são objectos da matemática, que têm uma magnitude (módulo), uma direcção e um
sentido. São representados por setas.

A magnitude da seta indica o valor e a inclinação a direcção.

Cálculo com Vectores:


Os desenhos seguintes mostram as operações de adição, substracção de vectores e da
multiplicação de um vector por um escalar.

a) Adição e subtracção de Vectores

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b) Multiplicação de um Vector com   R:

Voltamos para a cinemática e observamos um corpo pontual com massa m:


O vector define a posição do corpo no espaço.
Os vectores (t1) e (t2) indicam as posições nos tempos t1 e t2, respectivamente.
  

Distância percorrida durante o tempo t  t 2  t1 :  r  r (t 2 )  r (t1 )

Velocidade:
Para descrever a variação da posição do corpo com o tempo, o término “velocidade” é útil.

   
  r (t 2 )  r (t1 )
Velocidade média v : v (t1 , t 2 ) 
t 2  t1

 
 r (t 2 )  r (t1 )
Velocidade instantânea : v (t )  lim
t 2 t1 t 2  t1

O símbolo “lim” indica a aproximação de t 2 para t1 = t. Este tipo de expressão chama-se derivação
dr(t)/dt. Será tratada no fim do primeiro semestre na disciplina Calculo 1.

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O desenho explica a situação mais explícita:

Em cima: construção da velocidade, a partir da trajectória.


Em baixo: construção da acelaração a partir dos vectores velocidade.

Assim podemos concluir:


Velocidade: ⇔ Variação da posição (deslocamento) em função do tempo

Aceleração:
Para descrever a variação da velocidade com o tempo precisa-se o término “aceleração”:

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  
 v (t 2 )  v (t1 )
Aceleração média: a
t 2  t1
 
 v (t 2 )  v (t1 )
Aceleração instantânea: a (t )  lim
t 2  t1 t 2  t1

Em analogia com a definição da velocidade a aceleração é definida como:

Aceleração: ⇔Variação da velocidade em função do tempo

Agora já temos as ferramentas necessárias para descrever alguns tipos de movimentos

Movimentos especiais:

A. Movimento rectilíneo e uniforme:


  
v  v 0  const., a  0
 
⇒ A distância percorrida durante o tempo t é s  v .t .

Exemplo:
Um carro anda com uma velocidade de 100 km/h. A distância percorrida durante duas horas é:
⇒ s = 100 km / h x 2 h = 200 km.

B. Movimento com aceleração constante:


    1 2
a  const  v  a  t  s   a t
2
Exemplo:
Um carro acelera de 0 km/h para 100 km/h em 5 s.
A aceleração calcula-se:

 km
100
  v
v  a t  a   h  100  1000 m  20 m  5,55 m
t 5s 3600 s  5s 3,6s 2 s2
A distância percorrida durante a fase de aceleração é:

1 5,55 m 5,55m  25 s 2
s  a t 
2
 (5s) 
2
 69,375 m
2 2 s2 2s 2

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Sumário:

Movimento uniforme Movimento com aceleração constante

m m
Unidades: Distância [s] = m, Velocidade [v] = , Aceleração [a] = 2
s s

Caso geral: Movimento curvilineo

⇒ A cinemática descreve o movimento de corpos com as funções vectoriais r(t) (trajectória), v(t)
(velocidade) e a(t) (aceleração).
Mas o que causa o movimento, velocidade e aceleração?
Por isso precisamos da Dinâmica. A Dinâmica descreve as causas do movimento.

1.1.3 Dinâmica
A Dinâmica descreve as causas da velocidade e da aceleração. Precisamos das seguintes
Grandezas Físicas:
• Força F
• Massa (inerte) m

A força é uma grandeza vectorial. Como já sabemos do cálculo com vectores:

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⇒ A adição de forças funciona via paralelograma de forças:

Paralelograma de Forças

As leis de Newton:

O físico Inglês Isaac Newton formulou no ano 1686 três leis que representam o fundamento da
Dinâmica:

1) Primeira lei de Newton (chamada também Princípio de inércia):


Um corpo liberto da acção de forças move-se rectilínea e uniformemente.

F=0 v = const.

Explicação: Ignoramos o atrito. Alteramos o ângulo de inclinação do contentor da bola ate  0


(ver a figura em baixo).

⇒ A bola move-se até ao infinito quando o ângulo da inclinação é zero e o atrito é ignorado.

Consequência:
Não existem diferenças entre sistemas, que se movem com uma velocidade v=0 e sistemas, que
se movem com v = constante ≠ 0

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Exemplo:
Um livro é depositado sobre uma mesa com almofada de ar dentro de um comboio. O comboio
anda com a velocidade v ≠ 0.

⇒ O livro move-se á mesma velocidade do comboio (sistema de inércia) relativamente a um


observador fora do comboio.

2) Segunda lei de Newton (Chamada também lei fundamental da Dinâmica):



F 
Se uma força F actua sobre um corpo de massa m, comunica-se-lhe a aceleração a 
m
Este axioma serve como definição da grandeza “força”. Cada corpo resiste do seu movimento via
sua massa m.
As unidades da massa e da força são definidos da seguinte maneira:

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Kilograma (Kg) MASSA

Modelo de Quilograma
O quilograma é a unidade de massa e é igual à
massa do protótipo internacional do
quilograma (3º CGPM - 1901 - pág. 70 das
actas)

ACELERAÇÃO de 1 m/s2
A unidade SI de força é o Newton
(N). Um Newton é a força que
aplicada a uma massa de um
quilograma, lhe daria uma
acelaração de 1 metro por segundo
quadrado.
1N = 1 Kg . m/s2

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Exemplo 1

Consideremos o mesmo comboio como descrito na página anterior.


Mas: A velocidade v≠constante ⇒ existe uma aceleração a ≠ 0.

⇒ O livro sofre uma força F = m . a, que é compensada com a força da mola.

Exemplo 2

O peso de um corpo é tratado como uma força.


Força gravítica G ⇒ aceleração gravítica g, com g = 9,81m/s2 = constante.

⇒Altura h caída:

⇒ h é independente da massa m.

As imagens de uma máquina fotográfica da alta velocidade mostram a independência da altura


altura percorrida pela massa: A esfera maior cai com a mesma velocidade como a esfera

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pequena.

3) Terceira lei de Newton (Chamada também lei de accão e reacção)

Quando a força F que actua sobre um corpo tem origem num outro, actua sobre o ultimo uma
força igual e contrária – F.

Exemplos
a) Corpo em cima de uma mesa

O peso do corpo provoca uma deformação elástica (tipo mola) da mesa. Esta deformação provoca
uma força FN com direcção contrária à deformação, que compensa o peso F´ N.

b) Cavalo com carrinho

O cavalo puxa o carrinho com uma força F > FR (força de atrito).


O peso G é compensado com a reacção do pavimento da rua F N.

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Exemplos quantitativos:

1) A massa (peso) máxima de um Volkswagen Golf é 1680kg. Calcula a força necessária para
acelerar o carro para 50km /h em 5s.

Solução:

2) Um corpo tem a massa de 5 kg.

Calcula a força que o corpo exerce no suporte.

Solução: ⇒ F = m.g, g = valor de aceleração da gravidade = 9,81 m/s 2.

3) O corpo do exercício 2) cai de uma altura de 3m. Calcula a velocidade no momento do


impacto.

Solução:

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4) Um corpo com m = 10 kg escorrega numa rampa (plano inclinado) com uma inclinação
α = 30º para baixo.

Calcula a força F2 que empurra o corpo.

Solução: O peso F 1 pode ser descomposto por uma força paralela ao plano inclinado F 2 e
uma força perpendicular F3 .

Geometria ⇒

Atrito

Quando um corpo se desliza a força de atrito sobre o corpo tem o sentido contrário a velocidade
O atrito é proposcional a força perpendicular ao plano de contacto com o corpo.
Se o corpo se desliza:

⇒ O atrito provoca uma aceleração negativa.

⇒ O atrito trava o movimento.

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Exemplo

FH  Atrito com os travões não bloqueadas (p.e. com ABS)

⇒ FH   H  FN com H  coeficiente de atrito estático

m
 H  0,5m  1680 kg  FH  0,5  m  g  0,5  1680 kg  9,81  8240 ,4 N  8,24 kN
s2

FH  Atrito com os travões bloqueadas (p.e. sem ABS)


⇒ FG   G  FN , com  G coeficiente de atrito dinâmico.

Usualmente FG  FH .

Exemplo

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1.2 Trabalho e Energia

O conceito físico de trabalho desenvolveu-se a partir do estudo da transmissão de forças por


meio de alavancas, planos inclinados, cordas e roldanas. Verifica-se que, mediante uma relação
adequada, se pode até “ganhar força”, i.é, que é necessário empregar uma força menor do que
aquela que, por fim, actua sobre o corpo a mover, mas tem de se percorrer com o ponto de
aplicação desta força um trajecto maior que difere do trajecto do lastro, do mesmo factor de
que diferem as forças.

⇒ “Ganhar força ao custo do caminho”.


⇒ Existe uma grandeza que, numa transmissão de forças, permanece constante.

Definição do ”Trabalho”:

Uma força é aplicada num corpo com a massa m e o corpo é deslocado de A para B
(distância ∆r):

O trabalho W necessário para mover o corpo contra a força ao longo de ∆x é definido da


maneira seguinte:

 
Definição: Trabalho W : F   r com a Unidade: N . m = J = Joule.

Em palavras: Trabalho: ⇔ Força na direcção do movimento vezes distância.

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Exemplos

a) Uma pessoa usa um aspirador no qual exerce uma força constante de 50 N para limpar a sala.
A direcção da força aplicada faz um ângulo de 30º com a superfície da sala, como se ilustra na
figura.
Calcula o trabalho realizado pela força de 50 N, sabendo que o aspirador se desloca 3,0 m em
linha recta.

Dados Resolução

b) Um corpo da massa m é levantado de


uma altura h.
A força (o peso) e a direcção do movimento
são paralelas. ⇒ W = m . g .h

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Definição da “Energia”:

Para executar trabalho precisa-se energia. Assim podemos definir:

Energia: ⇔ Capacidade de executar trabalho

Quando levantamos por exemplo um corpo da massa m de uma altura h, o corpo tem uma
capacidade de executar o trabalho W = m .
g .
h, a energia potencial (energia da posição).
Quando deixamos cair o corpo da altura h, a energia potencial é transformada pela energia de
movimento (energia cinética).

Geral:
O trabalho ou a energia respectiva E calcula-se, lembrando as fórmulas para a força F e a
distância s como:

Com F = força, s = distancia, a = aceleração, v = velocidade

O resultado chama-se Energia Cinética (= a capacidade, que tem o corpo por causa do
movimento, de executar trabalho).

⇒ Energia cinética:

Voltamos para o exemplo da queda dos graves e calculamos a energia cinética no momento
do impacto do corpo:

⇒ No momento do impacto a energia cinética do corpo tem o mesmo valor como a


energia potencial na altura h.

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Tabela 21 - Diferentes tipos da energia nas diferentes posições

Posição Energia cinética Energia potencial Ecin + Epot


y=h 0 m.g.h m.g.h
y=0 1 0 m.g.h
mv2 = m . g . h
2

⇒ Epont + Ecin =E=Const. Lei da conservação da energia

A soma da energia potencial e da energia cinética é constante. A energia potencial pode ser
transformada para energia cinética e contrário.

Aplicação:
1 2
A energia potencial de uma mola é: E pot  kx , com k = constante da mola, x = alongamento
2
ou diminuição do comprimento da mola

Exemplo:

Calcula a diminuição do comprimento da mola.

Solução: Energia potencial no inicio: Epot = m g h

Geometria ⇒ sen  = h/4m ⇒ h = 4m.sen30º = 1/2.4m = 2m


⇒ Epot = 2 kg . 9,81 m/ s2.2m=39,24 J
Esta energia é transformada para energia cinética e depois para a energia potencial da mola.

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Para descrever a capacidade de executar um trabalho W durante um intervalo de tempo ∆t


definido, o termo “Potencia P “ é útil:

Potencia: ⇔ Trabalho (Energia) por tempo

Unidade: [P] = J/s = W (Watt), Unidade antigo: 1cv = 735 W

Exemplo 1:
Um carro tem 75 cv. Tem uma massa de 1t. Que energia é necessário para utilizar o carro com a
potência máxima durante uma hora?

Solução:
1cv = 735 W

Exemplo 2
O carro do exemplo 1 anda com uma velocidade de 150 km/h durante uma hora. Que energia é
necessária quando o atrito é µ = 0,02?

Solução:
Força (atrito) e distância são paralelos.

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203
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CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA

A Termodinâmica resume-se numa frase:


O calor é o movimento desordenado das moléculas.

Assim a Termodinâmica descreve fenómenos da temperatura e do calor:


Termodinâmica → temperatura, calor

Observando um gás dentro de uma caixa de volume V (por exemplo: V = 1 m 3)


Calor: ⇔ movimento desordenado das moléculas do gás

2.1 Definição da Temperatura e Pressão

As moléculas ao sofrerem choques modificam as suas velocidades como indicado na figura em


baixo.

Sistema L Sistema s

Partículas de massas diferentes modificam as suas velocidades nos choques até adquirirem, em
média, a mesma energia cinética (Sistema L = sistema do laboratório, Sistema S = sistema do
centro de massas).

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204
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⇒ Todos os tipos de partículas adquirem, em média, a mesma energia cinética.


⇒ O valor da energia cinética média descreve o equilíbrio termodinâmico do sistema.

Assim podemos definir a Temperatura de um sistema em equilíbrio:


A temperatura T é uma medida da energia cinética média das moléculas:
 1 2 3 J
E  m v  kT , com k  1,381  10  23 (Constante de Boltzamann)
2 2 K
A unidade da temperatura é o Kelvin: [T] = 1 K.

A escala de Celsius é definida via ponto de fusão e ponto de evaporação de água:

Pontos fixos 0º e 100º da escala celsius.

Diferenças da temperatura das duas escalas são iguais: [∆T] = 1 K = 1ºC.

Definição da Temperatura ⇒ Valores da velocidade média de alguns gases na T = 0ºC:

Tabela 22 - Valores da velocidade média de alguns gases


Gás Velocidade média das moléculas (m/s)
H2 1 839
N2 493
Cl2 310

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205
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Termómetro:

Dispositivos para medir temperaturas chamam-se termómetros. Como já explicado na parte da


Mecânica desta sebenta, precisamos de uma lei da física para definir um procedimento de medir
uma grandeza física como a temperatura. Neste caso, utilizamos a lei da expansão térmica de
substâncias:
O comprimento l de um sólido depende da temperatura T.

Exemplo 1

Material a/K-1
Al 24.10-6
Gelo 51.10-6
Vidro de janela 9.10-6
Vidro Pyrex 3,2.10-6
Diamante 1,2.10-6
Grafite 7,9.10-6
Cobre 17.10-6
Aço 11.10-6

⇒ A dilatação térmica de um sólido ou de um líquido pode ser utilizada para medir a temperatura:
Para a calibração de termómetros utiliza-se os pontos de fusão e de evaporação conhecidos de
várias substâncias.
Este método também pode ser aplicado para substâncias líquidas como mercúrio ou álcool (→
termómetro de mercúrio).

Exercício
Uma ponte de aço é construída. Tem um comprimento l 0 de 1000m na temperatura de 10ºC.
Que comprimento terá na temperatura 40ºC.

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Solução:

⇒ O comprimento da ponte aumenta em 33 cm.


A pressão do gás
A Pressão representa o segundo parâmetro da Termodinâmica. A Temperatura é ligada à energia
cinética, assim como a Pressão é ligada a força.
Definição:
Pressão p := Força transmitida pelas moléculas nas paredes de um contentor / área da Parede.

Unidades: [p] = 1 Pa = 1 N/m2 (Pascal), Unidade antiga: 1 atm = 1,013. 10 5 N/m2 (atmosfera)

A pressão de um gás nasce do embate das moléculas

2.2 Equação de Estado dos Gases Ideais

A equação de estado dos gases ideais descreve a correlação entre o volume V, a pressão p e
temperatura T de um gás. É útil para prever tendências quando um parâmetro (volume, pressão
ou temperatura) é variado.

Equação de estado dos gases ideais p . V = k . N . T


com N = numero das moléculas do gás, k = Constante de Boltzmann.

Em moles: pV  nRT com n = número das moles;

R  N A  k  8,31JK 1mol 1  0,08206 L atm mol 1 K 1


= Constante dos gases, L = Litro

⇒ Quando o volume é comprimido, a pressão vai aumentar (T = const) e vice-versa.

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207
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Estas equações só podem ser aplicadas exactamente para os gases nobres. Mas também
representam uma boa aproximação para outros gases.

Exercicios 1
Calcula o volume de um mole de uma substância na T = 0ºC, p = 1 atm,
Utiliza 1 atm = 1,013.105 N/m2.

Solução:

Exercício 2
Uma quantidade de gás tem um volume V = 2 L na temperatura de 30ºC na p = 1 atm. O gás é
comprimido para V = 1,5 L na temperatura de 60ºC. Calcula a pressão.

Solução:

2.3 Capacidade Calorífica

Para aquecer um corpo da temperatura T1 à temperatura T2 a energia Q é necessária:

com C = Capacidade calorífica, c = capacidade calorífica específica, T  T2  T1 ,  = número de


moles, m= massa.

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Tabela 23 - Capacidade calorífica específica e molar de alguns elementos a 20º c

Elemento c em J Kg-1 K-1 Massa atómica relativa C em J mol-1 K-1

Li 3386 6,94 23,4

Be 1756 9,02 15,9

diamante C 502 12,01 5,9

Mg 1003 24,32 24,7

Si 710 28,06 20,1

K 752 39,10 28,8

Fe 460 55,85 25,5

Ag 234 107,88 25,1

W 134 183,92 24,7

Pb 130 207,21 26,8

Al 900 24,3

Cu 386 24,5

Agua 4185

Unidades de Q: [Q] = 1 J (Joule), Unidade antiga: 1 cal = 4,184 J (caloria)

⇒ 1 cal é necessário para aquecer 1 g agua de 1ºC.

Exercício 1
Qual é a energia necessária para aquecer 3 kg de cobre de 20ºC?

Solução:

Exercício 2
Um corpo de Al tem uma massa de 2 kg. A temperatura inicial é 10ºC. São fornecidos 36 kJ calor.
Qual é a temperatura final?

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Solução:

⇒ Tf = 30°C

O Calorímetro
Para determinar a capacidade calorífica de um material, um corpo deste material é aquecido para
uma temperatura T e depositado em um banho de água.
O corpo aquece a água de Tc1 para T2.

Exemplo

600g de sucata de chumbo são aquecidas para 100ºC. São depositadas num contentor de
Alumínio com massa de 200g. O contentor contém 500g de água. A temperatura inicial do
calorímetro é de 17,3ºC. A capacidade calorífica específica do Alumínio é 0,900 KJ/(kg.K).
A temperatura final do calorímetro é 20ºC.
Calcule a capacidade calorífica específica de Pb.

Solução:

Aumento da temperatura de água: ∆TA = 20ºC – 17.3ºC = 2,7K.

⇒ Energia recebida da água: QA = mA . cA . ∆TA = 0,5 kg . 4,18 kJ/(kg . K) . 2,7K = 5,64 kJ

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Energia recebida do contentor: QC = mC.cc .∆TC = 0,2 kg . 0,900 kJ/(kg . K) . 2,7K = 0,486 kJ

Energia fornecida pela sucata: QPb = mPb . cPb . ∆TPb = 0,6 kg . cPb . 80K = 48 kg . K . cPb

Conservação da energia ⇒ QPb = QA + QC ⇒ cPb = 6,13 kJ/(48 kg . K) = 0,1277 kJ/(kg . K)

2.4 Máquinas Térmicas e Princípio da Termodinâmica

2.4.1 Disponibilidade da Energia

A Energia fica conservada (lei de conservação da energia).


⇔ Num sistema fechado (p.e. nosso universo) a energia não é gasta, só pode ser transforma-da
de uma forma para outra.

Mas porque temos de poupar energia?


A lei de conservação da energia (primeiro princípio da Termodinâmica) não descreve a realidade
completamente.

Existem energias mais valiosas que outras:


A Energia cinética pode ser convertida para calor a 100%. O processo contrário não é possível a
100%.

Exemplo 1

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211
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O corpo e o plano inclinado ficam mais quentes. A energia potencial é transformada para energia
cinética que pode completamente ser transformada para calor.

Mas o processo inverso (“O corpo sobe o plano inclinado. Este corpo com o plano inclinado ficam
mais frios.”) não acontece.

Exemplo 2
Dois corpos têm temperaturas diferentes. Juntando os corpos transfere-se energia do corpo mais
quente para o corpo mais frio até as temperaturas dos dois corpos se igualarem.
O processo inverso não acontece.

⇒ Existem processos irreversíveis.

2.4.2 Máquinas Térmicas

Máquina a vapor: transforma calor → energia mecânica

A água de caldeira é vaporizada na temperatura de ≈ 500ºC. O vapor de alta pressão executa


trabalho no pistão e expande o vapor.
⇒ A temperatura do vapor baixa e o vapor condensa no condensador. A água
volta para a caldeira.

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212
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As figuras seguintes mostram cada passo do ciclo de uma máquina a vapor:

a) O gás é aquecido. O volume fica constante (o pistão é fixado).


⇒ A pressão aumenta de P1 para P2.

b) O peso G compensa a pressão do pistão. A energia térmica Q2 é fornecida e a pressão fica


constante (por causa do peso).
⇒ O gás expande.
⇒ O peso é levantado para a altura h.

c) O pistão é fixado e a energia térmica Q3 é tirada ate a pressão ter o valor P1.

d) O peso é tirado e o gás é comprimido com pressão constante até ocupar o volume V 1. A
energia térmica Q4 é tirada. O gás esta outra vez no estado inicial.

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213
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Energia térmica fornecida: Qforn = Q1 + Q2


Energia térmica tirada: Qtir = Q3 + Q4

Conservação da energia
⇒ Trabalho mecânico:

A área dentro do rectângulo 1 2 3 4 do diagrama P - V representa o trabalho fornecido durante


um ciclo.

Motores de Explosão
Maquinas a vapores produzem o calor externamente. Motores de explosão produzem o calor
dentro do volume de trabalho.
A figura seguinte mostra o funcionamento de um motor de quatro tempos:

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Funcionamento de um motor de quatro tempos:

a) Aspiração da mistura de benzina / ar, o pistão move para baixo.


b) O gás é comprimido.
c) Ignição.
d) Os produtos quentes da ignição empurram o pistão para baixo.
e) O pistão empurra os gases residuais para fora.

A mistura de benzina / ar entra no cilindro no ponto a e é comprimida até b. Durante a ignição é


fornecida a energia térmica QW, que provoca um aumento da temperatura e da pressão
(b → c). O volume fica constante.
Depois o volume expande e a pressão baixa (c → d).
Durante o arrefecimento (d → a) a energia térmica QK é tirada. O novo ciclo começa.

⇒ O trabalho feito pela máquina: W  QW  QK

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215
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O quociente do trabalho feito pela máquina e a energia fornecida chama-se eficiência.

W Q  QK Q
Eficiência:  :  W  1 K
QW QW QW

Exemplos
ε (Maquina a vapor) = 0,4
ε (Motor) = 0,5

Resumo:

A energia QW é tirada de um depósito de uma temperatura maior e a energia QK é fornecida para


um depósito de uma temperatura mais baixa, quando a máquina está a executar o trabalho W.

Exercício 1
Uma máquina tira a energia de 200J de um depósito quente, executa um trabalho W e fornece
160J de calor para o depósito frio. Calcula a eficiência ε.

Solução: ε = 0,20

Exercício 2
A eficiência de uma máquina é 0,35.
a) Quanto trabalho é executado, quando 150J de calor são tirados de um depósito quente?
b) Quanto calor é fornecido a cada ciclo para o depósito frio?

Solução: a) 52,5 J, b) 97,5 J.

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216
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CAPÍTULO 3 - ELECTRICIDADE

3.1 Condutores em Equilíbrio Electrostático

A Electrodinâmica é junto com a Mecânica, o segundo pilar independente da Física Clássica.


Descreve os fenómenos da electricidade, que podem ser separados em fenómenos eléctricos e
fenómenos magnéticos. Os fenómenos eléctricos estão ligados com um atributo da matéria que se
chama carga eléctrica. Os fenómenos magnéticos são causados por carga eléctrica em
movimento. A carga eléctrica é um atributo da matéria parecido como a massa.

3.1.1. Carga eléctrica


A carga eléctrica é positiva ou negativa. A carga mais pequena que pode ser isolada é a carga do
electrão e. Existem partículas elementares chamadas Quarks com carga -1/3 e, mas
principalmente não são isoláveis e não tem aplicações nas engenharias, por agora. A unidade da
carga eléctrica é o Coulomb (C).
A carga do electrão é uma constante fundamental da física: e = 1,602 . 10-19 C

Cargas q2 e q2 do mesmo signo provocam forças repulsivas, cargas com signo diferente
provocam forças atractivas:

A lei de Coulomb descreve estas forças em dependência da distância r:

⇒ A força F aumenta quando r diminui, F diminui quando r aumenta.


⇒ A força F aumenta quando as cargas q1 ou q2 aumentam e vice -versa.

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217
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Aplicação: Osciloscópio

Electrões saem do filamento K e são acelerados e focados via forças de Coulomb das cargas
eléctricas dos dispositivos W, L e A. As cargas eléctricas nas placas Y e X (Condensadores)
provocam um desvio do raio electrónico no ecrã S. Assim pode-se visualizar a dependência
temporal de sinais eléctricos.
Para produzir imagens visíveis, aplica-se nas placas X um sinal da forma “dente de serra”:

Assim a forma do sinal repete-se periodicamente no ecrã cada período do tempo .

3.1.2. Corrente Eléctrica e Movimento de Carga


Cargas eléctricas em movimentos representam uma corrente eléctrica I. Correntes aparecem
usualmente em materiais condutores (condutores eléctricos), por exemplo em cabos de
cobre.

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Quando a quantidade de carga ∆Q passa á área A no tempo ∆t a corrente I é definida


Q
como: I
t
Unidade: [ I ] = 1A (Ampere) = 1 C/s

A carga móvel em metais consiste de electrões com carga q = e, que se movem com a
velocidade Vd dentro do fio.

Para um movimento de carga q dentro de um filamento, uma força F é necessário:

A última equação define o campo eléctrico :

Def.: Um campo eléctrico é uma zona onde corpos dotados de carga eléctrica sofrem a
acção de forças.

Campos eléctricos são visualizados via “linhas de campo eléctrico”. As linhas do campo eléctrico
descrevem o valor (densidade das linhas) e a direcção do campo eléctrico:

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A energia potencial de uma carga eléctrica pode-se definir em analogia com a energia potencial de
um corpo da massa m: A força gravítica é substituída pela força de Coulomb. A energia potencial
da carga q no ponto a é Epa, no ponto b é Epb.
Definimos o potencial eléctrico ϕ usando as equações seguintes:
Epa = q .ϕa ∧ Epb = q .ϕb

⇒ Definição: O potencial de uma carga q no sítio a é:

Assim podemos definir uma grandeza muito utilizada nas aplicações, a tensão eléctrica U entre os
dois pontos a e b:

⇒ Tensões eléctricas só existem entre dois pontos diferentes.

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E pot.a
Lembrando as definições do campo eléctrico (E = F / q) e do potencial ( a  )
q
⇒ U = (F .∆l) / q = (F/q) .∆l
⇒ U = E .∆l.

3.1.3. A Lei de Ohm


Bons condutores eléctricos são materiais com cargas eléctricas quase livres. As cargas
podem-se mover como partículas livres que só são travadas por choques que sofrem com os
átomos ou iões do material. A lei de Ohm descreve o transporte da carga eléctrica dentro
destes materiais.

Para provocar um movimento de portadores de carga aplicamos um campo eléctrico .


  
⇒ Aplicação de uma força F  ma  e.E nos electrões.

 eE
⇒ A aceleração dos eletrões com a  durante o tempo 2 do intervalo entre dois choques
me

⇒A velocidade dos eletrões aumenta de acordo com v  a  t (ver diagrama em baixo).

Os choques provocam uma paragem imediata dos electrões para v = 0.


⇒ Os electrões circulam no material com uma velocidade média vav.

Resumo:

⇒ Um campo eléctrico aplicado num condutor provoca uma corrente elétrica I.


⇒ Uma tensão eléctrica U = E. d aplicada num condutor provoca uma corrente I.
⇒ Lei de Ohm: U = R . I.
l
À constante de proporcionalidade chama-se Resistência R 
A
ρ = resistência especifica (resistividade).
Unidades: [R] = 1V/A = 1Ω (Ohm), [ρ]=1Ω.m.

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Cabo:

A resistência específica ou resistividade ρ depende do material. “A” e “  ” são a secção recta e o


comprimento do condutor respectivamente.

Com estas ferramentas (Definições e leis) podemos agora descrever circuitos eléctricos de
corrente contínua.

A tensão U provoca uma corrente l, que passa pela resistência R. As ligações são assumidas
com resistência nula. Dentro da bateria a carga eléctrica Q corre de um potencial baixo para um
potencial alto.
A função da resistência pode ser imaginada com a analogia mecânica indicada em baixo:

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Lembrando as definições da energia potencial eléctrica, da tensão, da corrente eléctrica e do


teorema da conservação da energia:
⇒ O trabalho executado, quando as cargas (electrões) passam pela resistência R é:

W = U.Q = U.I.t

⇒ A Potencia é calculada como: P = U.I


Esta situação é análoga a esferas que rodam sob um plano inclinado (imagem em cima):

a) A energia potencial é transformada para energia cinética que é transformada para energia
calorífica por intermédio dos choques com os pregos.

b) A criança que deposita as esferas outra vez para cima muda a energia química para energia
potencial (função da bateria).

c) Tudo começa outra vez de início → (a), até a criança parar (A bateria esta vazia).

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Exercicio1
Calcula a resistência de um fio de cobre com um comprimento de 1 m e uma área A de 1 mm 2.

Utiliza  (Cu )  1,6 10 6   cm


l 1,6.10 6 .cm.1m 1,6.10 6.10 2 .m 2
Solução: R    1,6.10 2   0,016 
A 1mm 2 10 6 m 2

Exercício 2
Uma resistência com R = 100 Ω é ligada numa fonte de tensão com U = 220V (ver penúltimo
circuito antes desta página). Calcula a intensidade de corrente l.

Solução: Lei de Ohm: U = R . l


⇒ l = U/R = 220V / 100 Ω = 2,2 A.

Dependência da Resistência com a Temperatura


Como sabemos da Termodinâmica, uma temperatura T > 0 K provoca movimento de partículas.

⇒ Os átomos ou iões de sólidos fazem movimentos periódicos à volta da posição de repouso.


Estas vibrações aumentam com a temperatura.

⇒ A probabilidade de choques entre electrões de condução e os iões da rede do sólido


aumenta e pára o movimento dos electrões da condução.

⇒ A resistência eléctrica nos metais aumenta com a temperatura.

Resultados experimentais ⇒ρ(T) = ρo (1+  T), com T = temperatura (ºC).

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A Tabela em baixo mostra a resistividade específica de alguns metais com os respectivos


coeficientes da temperatura.

Tabela 24 - Resistividade e coeficiente de temperatura

Metal Resistividade eléctrica Coeficientes de temperatura  t , ºC-1


a 0ºC,  . . cm

Alumínio 2,7 0,0039


Cobre 1,6 0,0039

Ouro 2,3 0,0034

Ferro 9 0,0045

Prata 1,47 0,0038

Exercício 1:
Calcular o aumento da resistência de um filamento de cobre com A=1mm 2 e l=1m, quando a
temperatura sobe de 20ºC para 40ºC

Solução:

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Exercício 2:
Calcular a velocidade média dos eletrões dentro de um filamento de cobre com um raio de
0,815mm. A corrente é 1 A
Solução: Assumpção: temos 1 electrão de condução por átomo de cobre.
 NA
 Número de átomos de cobre por volume n a

M

 A velocidade média dos electrões da condução é muito pequena

Explicação:
Os electrões fornecidos pela bateria empurram os electrões de condução de cobre que se
movem para direita.

⇒ A grande velocidade de transmissão eléctrica de mensagens não se deve ao deslocamento dos


electrões no condutor, mas à velocidade de propagação do campo eléctrico no interior e na
periferia do condutor, que é igual à velocidade da luz.

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Fontes químicas de corrente:


Consideramos um metal na solução de iões próprios. Há dois efeitos possíveis:

• Os iões carregam o metal positivo até a força repulsiva ser suficientemente grande.
• Os iões são atraídos pelas moléculas de água e saem do metal indo para a solução.

O metal é carregado negativamente com relação à solução até o equilíbrio ser atingido.

A Tabela em baixo mostra as energias de ligação dos electrões de cada elemento em equilíbrio. As
diferenças dos potenciais são definidas relativamente de um eléctrodo de platina num ácido com
1g H+ / Litro.

Tabela 25 - Energias de ligação dos electrões de cada elemento em equilíbrio

Átomo Ião Potencial (Volt)


K K+ -2,93
Ca Ca 2+
-2,87
Na Na+ -2,71
Mg Mg 2+
-2,37
Al Al3+ -1,66
Mn Mn 2+
-0,76
Fe Fe2+ -0,44
Sn Sn2+ -0,14
Pb Pb2+
-
0,13
H2 H+ 0,00
Cu Cu2+ +0,35
Ag Ag +
+o,81
Hg Hg+ +0,85
+
Au Au +1,50
Pt Pt+ +1,60
Zn Zn2+ -0,74
Sb Sb3+ +0,2

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Aplicação: Elemento de Daniell

⇒ A tensão entre os electrodos é U = + 0,34 V – (- 0,74 V) = 1,1 V

Acumulador de chumbo

Nas placas de chumbo forma-se uma camada de PbSO4 quando são


mergulhados no ácido sulfúrico

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Aplicação de uma tensão externa ⇒ Carregamento

Ânodo: PbSO4 + (SO4-- + 2H2O) → PbO2 + (2H2SO4) + 2e-


Cátodo: PbSO2 + (2H+) → Pb + (H2SO4) - 2e-

O ânodo fica negativo, o cátodo positivo. ⇒ Uma tensão eléctrica U ≈ 2V.

Ligação dos dois pólos ⇒ Descarregamento

Ânodo: PbO2 + 2H + H2 SO4 → PbSO4 + 2H20


Cátodo: Pb + SO4 → PbSO4

⇒ Os eléctrodos voltam para o estado inicial (Pb com uma camada de PbSO 4).

Resistência Interna:
Baterias e Acumuladores tem uma resistência interna Ri:

Lei de Ohm: I . R = U = UQ – I . Ri

⇒ A tensão nos terminais da bateria torna-se menor quando a corrente aumenta.

3.1.4. As Leis de Kirchhoff, Cálculo de Redes Eléctricas


As Leis de Kirchhoff permitem a determinação das voltagens e correntes de circuitos eléctricas
com varias resistências eléctricas (redes eléctricas).

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Esquema de uma rede eléctrica

Regra dos nós de Kirchhoff:


A soma de todas as correntes em cada uma das ramificações que desembocam nos nós é nula.

Conservação da carga eléctrica ⇒ (-I1) + I2 + (-I3) + I4 + (-I5) = 0

Considerar como positivas as correntes que convergem para o nó. Considerar negativas as de
sentido oposto.

Regra das Malhas, de Kirchhoff:


A tensão total ao longo de uma malha fechada de um circuito, i.é. a soma de todas as quedas de
tensão em cada um dos elementos de que a malha é constituída é nula:

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Conservação da Energia ⇒ U1 + U2 + U3 + … = 0
Fontes de tensão entram com valores negativos na soma.

Exemplo: Ver esquema em baixo. O potencial de cada nó i da malha é  i 

Aplicações das Leis de Kirchhoff:

Ligação de resistências em série:


Ligamos duas resistências R1 e R2 em série numa fonte de tensão U. As tensões que caiem sobre
as resistências e a corrente I que passa no circuito são medidas como indicado no desenho em
baixo.

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Lei de Ohm:

Assim podemos substituir duas resistências em series por uma resistência com valor da soma das
duas.

Ligação de resistências em paralelo:

Lei de Ohm:

1 1 1
Regras dos nós de Kirchhoff  U1  U 2  U  I  I 1  I 2   
Rtot R1 R2

 U Rtot  U 1 / R1  U 2 / R2

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3.1.5 O Condensador
Condensadores são componentes eléctricos que servem para armazenar carga e energia
eléctricas. A capacidade C descreve a quantidade da carga Q, que o condensador pode
armazenar, quando uma tensão U é aplicada. A geometria mais fácil de um condensador é
mostrada na imagem em baixo:

Unidade: [C] = 1 C/V = 1 F (C = Coulomb, F = Farad)

As cargas eléctricas nas placas do condensador criam um campo eléctrico E, que é homogéneo
entre as placas.

A capacidade de um condensador de placas descreve-se como:

A = área das placas, d = distância das placas e ε0 = constante dieléctrica.

Exercício
As placas de um condensador têm as dimensões de 10cm x 10cm. d = 1mm.
a) Calcula a capacidade.
b) Que quantidade de carga passa de uma placa para outra quando uma tensão de 12V é
aplicada?

O Dieléctrico
Depositamos um isolante entre as placas de um condensador. O campo eléctrico polariza o

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material do isolante. Os dipolos são orientados como indicado na figura em baixo:

No interior do isolante as cargas são compensadas. As cargas nas superfícies


causam um campo eléctrico contrário ao campo exterior.
⇒ O campo eléctrico E entre as placas é reduzido

E0
⇒ Podemos escrever E como: E
r

E0 .d U0
Lembrando de que U  E.d  U  E.d  
r r

Q Q Q
C    r
U U0  r U0

A
 C   r .C 0  C   0 . r .
U0

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Aplicação:

Quando uma pessoa toca uma tecla, a distância entre as placas metálicas é variada. A variação
da capacidade provoca um sinal eléctrico que é detectado.

Armazenamento de Energia Eléctrica:


As cargas armazenadas nas placas de um condensador têm uma energia potencial eléctrica.
Este energia E pode ser escrita como:
1
E CU 2
2

3.2 Campos Magnéticos

Conhecemos Campos Magnéticos dos materiais magnéticos (ou mais correcto materiais ferro
magnéticos) e Campos Magnéticos provocados por correntes eléctricas. Já no ano 1820 o físico
francês Ampere mencionou a hipótese, de que o magnetismo de materiais também é provocado
por correntes eléctricas: de correntes atómicas internas. Esta hipótese foi confirmada e assim
pode-se dizer de que Campos Magnéticos são gerados por carga eléctrica em movimento.

Campos Magnéticos gerados por um condutor eléctrico, uma bobina e um magnete permanente.

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O campo magnético é definido em analogia com o campo eléctrico:

Definição: Um campo magnético é uma zona onde uma força é aplicada sobre um
magnete. Magnetes têm sempre um pólo norte e um pólo sul.
Os dois pólos não podem ser separados.

Como o campo eléctrico, o campo magnético é uma grandeza vectorial. Também as forças entre
pólos magnéticos mostram atributos muito similares às forças de Coulomb entre cargas
eléctricas:
• A aproximação de dois pólos norte e dois pólos sul provoca forças repulsivas.
• A aproximação de um pólo norte e um pólo sul resulta em forças atractivas
(ver também a imagem em baixo).

Linhas de campo magnético de dois magnetes permanentes e o efeito do campo magnético no


alinhamento de ímanes de teste.

As forças magnéticas alinham os dipolos magnéticos (magnetes permanentes de teste, ímanes)


em direcção do campo magnético.
Tratamos agora os campos magnéticos gerados por condutores eléctricos:

3.2.1 Campo magnético de um condutor

Quando se passa uma corrente eléctrica I num condutor filamentar como indicado na imagem da
página anterior, um campo magnético concêntrico é gerado. O valor do campo H depende da
intensidade de corrente I e da distância radial r do condutor:

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Por razões históricas existem dois tipos de campo magnéticos: H e B.


Existe a relação seguinte entre eles:

V .s
Com  0  1,26 .10 6  permeabilidade do vácuo
A.m

 r  Permeabilidade relativa (depende do material)

Parecido como um campo eléctrico, um campo magnético B provoca uma força F que actua
sobre cargas eléctricas q. Mas ao contrário do caso do campo eléctrico, esta força só actua em

cargas em movimento (v ≠ 0) e a direcção da força não é colinear com .

F chama-se Força de Lorentz:

com v = velocidade da carga q.

O valor deste produto vectorial calcula-se de acordo com a equação:

 = Ângulo entre velocidade v da carga eléctrica e campo magnético B.

A direcção da Força de Lorentz é indicada nas imagens seguintes:

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Aplicação: Baloiço de Lorentz

Uma corrente passa por um condutor dentro de um campo magnético

O fio condutor é afastado para o lado logo que por ele passe uma corrente. Invertendo o sentido
da corrente também se inverte o sentido de afastamento.

Definição de Ampere
Para definição da unidade SI de Ampere utiliza-se a seguinte experiência:
As correntes I1 e I2 passam por dois condutores paralelos como indicado na figura em baixo.

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Assumimos:

I1  I 2  I e  1   2  
 0 .
B   B2  B  F1  F2  F
2 .R
 0 .I 2
⇒ Resulta em uma força atractiva F  entre os dois condutores.
2 .R

O valor desta força é utilizado para definir o “Ampere”:

1 A (Ampere):
Intensidade de uma corrente constante que, mantida em dois condutores paralelos, rectilíneos, de
comprimento infinito, de secção circular desprezável e colocados à distância de 1 metro um do
outro, no vácuo, produziria entre estes condutores uma força igual a 2x10 -7 N por metro de
comprimento.

3.2.2 Campo Magnético de uma Bobina

Lembramos o campo magnético de um condutor:

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A partir da sobreposição dos campos magnéticos de cada espira podemos construir o campo
magnético H dentro de uma bobina comprida:

n.l
H 
L Com n = número das espiras, L = comprimento da bobina.

As equações, que descrevem os campos magnéticos de um condutor eléctrico assim como o


campo magnético de uma bobina são confirmados experimentalmente. As fórmulas destes
campos serão deduzidas com mais rigor na disciplina da física 3 no terceiro semestre.

A força entre duas cargas electricas e a força entre dois polos magnéticos podem ser tratadas
similarmente. Por exemplo as duas forças são proporcional r-2

Consideramos algumas diferenças:


Cargas eléctricas podem ser separadas. Os dois pólos magnéticos não podem ser separados:

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⇒ Cada fragmento de um magnete é por sua vez um magnete com pólo norte e pólo sul.

Explicação: O magnetismo dos magnetes permanentes é causado pelo movimento dos


electrões da valência (momentos magnéticos) dos átomos do cristal:

Os electrões da valência formam correntes circulares que são alinhadas do campo magnético
externo.

Momento Magnético: m  I  A com I = corrente, A = área

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O campo magnético alinha as correntes elementares:

⇒ Pela sobreposição forma-se uma corrente circular forte, que provoca o campo magnético,
que dentro do material se chama “Magnetização” M.

No movimento circular dos electrões dentro dos átomos adiciona-se uma rotação em volta
de eixo próprio de electrão: O Spin I.

Dos três tipos principais do magnetismo da matéria, só o ferro magnetismo tem


aplicações significantes.

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3.2.3 Ferro Magnetismo

Os materiais ferro magnéticos mais utilizados são ferro (Fe), níquel (Ni) e cobalto (Co). Foi
confirmado empírica e teoreticamente que os magnetes elementares destes materiais são os
spins dos electrões da condução (electrões quase livres dentro do sólido, que são responsáveis
pela condução eléctrica).
Já sem campo magnético externo existem zonas com os magnetes elementares ordenadas
(domínios magnéticos).

Sem campo magnético H externo os domínios são orientados num circuito fechado:
H=0⇒M=0
As imagens em baixo mostram o desenvolvimento da estrutura dos domínios quando o campo
magnético externo H é aumentado:

Exemplo
O campo magnético H é produzido por uma bobina. O núcleo de ferro é magnetizado (os
magnetes elementares são alinhados como indicado na imagem em cima).

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Assim resulta o diagrama de magnetização dependente do campo magnético externo da bobina

Quando o campo magnético externo H aumenta, cada vez mais momentos magnéticos são
alinhados na direcção de H. A magnetização entra na saturação, quando todos os magnetes
elementares são alinhados. Esta curva chama-se “Curva de Histerese” porque o processo da
magnetização não é reversível: A magnetização não é zero quando o campo magnético externo é
desligado e quando H é reduzido a curva de M é diferente da curva quando H sobe.

3.2.4 Indução Magnética

Aprendemos que uma corrente eléctrica provoca um campo magnético.



Corrente eléctrico I ⇒ Campo magnético B

O contrário também é correcto?

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Experiência:
Tira a ficha eléctrica de um aquecedor eléctrico da tomada quando o aparelho está em
funcionamento.
⇒ Uma faísca aparece.

A razão da faísca aparecer é uma variação do campo magnético, que provoca (induz) uma

tensão eléctrica. Um parâmetro útil para deduzir a lei de indução é o Fluxo Magnético m :

Fluxo Magnético: ⇔ Campo Magnético vezes área perpendicular.


As imagens seguintes mostram uma série de experiências, que servem para deduzir a
Lei de Indução:

Se introduzirmos rapidamente a barra magnética na espira circular, o galvanómetro balístico


acusa um impulso indutivo.

Um galvanómetro é um aparelho de medir tensões eléctricas.

Se a espira for dupla, o desvio do galvanómetro balístico também duplica.

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Uma bobina percorrida por uma corrente induz do mesmo modo que a barra magnética ao ser
introduzida na espira.

O fechar do circuito provoca um desvio da agulha do galvanómetro no mesmo sentido do desvio


que se observaria se se introduzisse a bobina na espira.

A rotação da espira no campo magnético também produz uma indução.

... tal como uma variação da área limitada pela mesma espira.

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
⇒ Tensão induzida: U   = Variação do fluxo magnético por tempo ∆t
t
Lei de Indução

Aplicação:
O fluxo magnético pode ser variado devido ao movimento de um condutor dentro de um campo
magnético. A barra móvel é um condutor eléctrico (ver imagem em baixo).

Fluxo Magnético:    I .v.t.B


Lei da Indução:  U  I .v.B

Exercícios

Uma barra de 40 cm de cumprimento move-se com uma velocidade de 12 m/s


perpendicularmente a um campo magnético de 3000 G. Calcula a tensão induzida.

Solução: U = 1,44V

Aplicação: O Gerador
Um gerador é uma máquina que transforma trabalho mecânico para energia eléctrica.

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247
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A tensão eléctrica induzida pode ser aplicada a uma resistência R.

Lei da indução  U  B. A.sen  B  A  sen(.t ) (tensão alternada)

2
Com   2  f  , f = frequência, T = período do tempo (tempo que a bobina móvel faz para
T
completar uma volta)

A tensão alterna varia a polaridade periodicamente. A tensão alterna da nossa rede eléctrica é
produzida via indução.

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248
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U (t )  U 0 .sen(.t ) , com U 0 =311V, f=50Hz


U0
Tensão efectiva: U ef :  U ef  220V
2

Observamos uma resistência ohmica:

Aplicamos a lei de Ohm: U (t) = R . I(t)

Lembramos das definições da tensão eléctrica e da potência eléctrica:


A tensão eléctrica U:= ϕa -ϕb = E .∆l.

Q
⇒ Potência = P = Energia / tempo  U .  U .I
t

Unidade: [P] = 1 V . A = 1 W (Watt)

⇒ P = U (t) . I(t) =Uo . I0 . sen2 (ω t)

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249
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1 U I
⇒ Potência média: P  U 0 .I 0  U ef .I ef  U ef 0  I ef  0
2 2 2

Um motor eléctrico é um gerador inverso. Consiste em uma parte móvel (o rotor) e uma parte
fixa (o estator).
O estator e o rotor são ligados em paralelo ou em série por intermédio das escovas de fios de
cobre.

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250
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As escovas contactam os segmentos do comutador, que varia a direcção da corrente das


espiras do rotor.

Experiência: O peso de 1 kg é levantado 1 m com um motor eléctrico.

O motor trabalha primeiro sem peso. Corrente I1 e tensão U1 são determinadas. Depois o peso é
levantado. A corrente I2 e a tensão U2 são medidas, como o tempo t necessário para levantar o
peso.
Resultado: U1 = U2 = U = 215V
I1 = 67,5 mA
I2 = 85 mA
t = 2,66 s
⇒ A variação da corrente ∆I = 17,5 mA,
⇒ Energia eléctrica gasta para levantar o peso:

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251
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Wel = P . t = 215V . 0,0175 A . 2,66s = 10,0 Ws


m
Energia potencial: Epot=1kg.1m.9,81 2
 9,81N .m  9,81wW
s
⇒ A energia eléctrica é transformada completamente para energia potencial.

O Transformador

Transformador

Tensões, correntes, campo


e fluxo no transformador.

Um transformador é utilizado para variar a amplitude de uma corrente alterna sem modificar a
sua frequência.
 
Lei da Indução: U 1  N 1.  U 2  N2.
t t
(o fluxo magnético é a mesma nas duas bobinas)
⇒ U1 N
 1
U2 N2

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252
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Exercício 1

Uma campainha funciona com 6V e uma corrente de 0,4 A. Para utilizar a tensão de rede (230V)
um transformador com um circuito primário de 2000 espiras é implementado. a) Calcula o
número das espiras de circuito secundário. b) Determina a corrente no circuito primário.

a) Calcula o número das espiras de circuito secundário.


b) Determina a corrente no circuito primário.

Solução:

U 2eff 6V
a) N 2  N1  2000 .  52
U 1eff 230V

U 2eff 6V .0.4 A
b) Potência P1  P2  U 1eff .I eff  U 2eff .I 2eff  I eff    0,01 A
U 1eff 230V

Exercício 2

Uma ligação de alta tensão tem uma resistência de 0,02 Ω / km. Calcula a perda da potência
quando 200kW são transferidos para uma cidade de 10km distancia para U = 230V e U = 4,4kV.

Solução: a) R = 0,02 Ω / km . 10km = 0,2 Ω.

P 200000 W
I eff    870 A
U eff 230V

Perda: PR  I eff
2
.R  151kW

200 kW
b) I eff   45 A
4,4kV

Perda: PR  414W

 É favorável de transportar energia electrica utilizando tensões altas

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Sebenta – Engenharias e Tecnologias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Física; C. Gerthsen, Kneser, H. Vogel, Fundação Calouste Gulbenkian, 2. Edição, 1998

2. Das Neue Physikalische Grundpraktikum (O novo Laboratório da Física); H.J. Eichler, H.-D.
Kronfeldt, J. Sahm; Springer-Verlag, 2001

3. Physik II, Elektromagnetische Wechselwirkungen (Física II, Interacções Electromagnéticas),


Skriptum (Sebenta);

4. Prof. Althoff, Prof. Knop; Universidade Bona, 1970

5. Physik; Paul A. Tipler,Spektrum Akademischer Verlag, Heidelberg-Berlin, Ed.1,2000

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QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS
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CAPÍTULO 1 – TEORIA ATÓMICA

1.1 Introdução

A constituição da matéria sempre intrigou o homem; a essência de tudo o que rodeia o ser
humano sempre lhe causou curiosidade, lhe despertou interesse… Na mente humana nunca se
calaram as questões relativas aos constituintes dos edifícios, dos alimentos, da água, das
estrelas… enfim, os constituintes do próprio corpo humano!

Desde a antiguidade que têm sido apresentadas e espalhadas por muitos homens ideias ou teorias
sobre a constituição da matéria. Mediante experiências e suposições, conclusões acertadas foram
sendo obtidas sobre aquilo de que é feita a matéria. Assim surgiu o conceito de átomo.

Embora nunca ninguém tenha visto um átomo, por ser tão pequeno que não pode ser observado a
olho nu, as experiências realizadas permitiram chegar a conclusões sobre a sua estrutura,
composição e comportamento. Pelo que, o átomo é descrito com base em tais conhecimentos que
são sempre actualizados. Essa descrição é um modelo do átomo.

1.2 Evolução do Modelo Atómico

A seguir, são resumidamente apresentados os principais modelos atómicos desenvolvidos ao


longo dos anos, para explicar a constituição da matéria e o seu comportamento.

1.2.1 Modelo de Pudim com Passas de J. J. Thomson

Modelo de J. J. Thomson, físico inglês, que propôs uma descrição (modelo) do átomo, baseado
nos resultados das suas experiências onde, através da aplicação de uma corrente eléctrica sobre
um gás, foi produzido um fluxo de electrões, interpretado por ele como se os electrões estivessem
incrustados nos átomos do gás; a seguir, descreveu o átomo como uma esfera de carga
homogénea e indivisível, constituída por cargas positivas nas quais os electrões se encontrariam
incrustados como pequenos grânulos, semelhantes ao "pudim com passas", o nome pelo qual veio
a ser conhecido.

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Figura 1 - Representação do modelo atómico de JJ Thomson ”Pastel com passas”

1.2.2 Modelo Planetário de E. Rutherford

Ernest Rutherford, um físico neozelandez, montou um equipamento como o da figura abaixo, com
uma fonte de partículas a ser bombardeada por uma fonte radioactiva. Colocou uma tela redonda
de material fluorescente que se iluminaria ao receber o impacto das partículas e assim, poder
conhecer a trajectória das mesmas. Na trajectória das partículas, colocou uma fina lâmina de
metal (ouro) para deter as partículas ao chocar com o átomo homogéneo e indivisível de
Thomson.

No entanto, a grande maioria das partículas continuou em linha recta atravessando o metal como
se não tivesse nada na sua trajectória; muito poucas retrocederam e algumas foram desviadas.
Este facto experimental refutou o modelo de Thomson, mostrando que o átomo é composto
principalmente de espaços vazios.

Figura 2 - Experiência de L. Rutherford

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Considerando outros factos científicos e a interpretação da sua experiência, Rutherford descreve o


átomo da seguinte forma:

O átomo é formado por um núcleo extremamente pequeno em relação ao seu tamanho, onde a
sua massa (protões) é concentrada; e os electrões giram em torno dele, a grandes distâncias,
como planetas ao redor do sol, descrevendo órbitas estacionárias, definidas, de modo que a sua
força centrífuga compensa a atracção electrostática que o núcleo positivo exerce sobre eles.

Rutherford sugeriu a ideia da existência de outras partículas no núcleo com massa igual ao
protão, mas electricamente neutro.

1.2.3 Modelo Quântico de Niels Bohr

O modelo de Bohr mostra factos que não foram explicados pelo modelo de Rutherford e afirma
que:

 Os electrões giram em torno do núcleo em órbitas fixas sem emitir ou absorver energia, o
que significa que ele tem uma quantidade de energia fixa e definida característica dessa
órbita.

 Quando um electrão passa de uma órbita externa para uma mais interna, a diferença de
energia entre os dois é emitida sob a forma de radiação electromagnética.

 A energia de cada órbita é constante e o electrão absorve ou emite energia em


quantidades discretas, chamados quantos.

Figura 3 - Emissão e absorção da energia radiante num átomo

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1.2.4 Modelo da Mecânica Quântica

Depois de ser aceite a estrutura e a composição do átomo como a célula da matéria, foi
necessário aprofundar o entendimento do seu comportamento e principalmente das partículas que
o constituem. Isso levaria ao modelo actual que é o da Mecânica Quântica.

Durante a década dos anos 20 do século XX, eram debatidos na comunidade científica alguns
conflitos teóricos:

 O modelo ondulatório e corpuscular da luz;

 A teoria da energia quantizada que se opôs à mecânica clássica apresentada por Isaac Newton
e que tinha sido aplicada aos fenómenos do “macromundo” por longo tempo.

A ciência estava em pleno desenvolvimento perante estes desafios. Foi necessário explicar
fenómenos ainda não explicados que ajudariam a resolver as contradições teóricas anteriores e
que enriqueceriam o conhecimento humano sobre a natureza, estrutura e composição da matéria.
Entre os principais factos que marcaram esta etapa estão:

 O princípio de incerteza de W. Heisenberg: não é possível conhecer ao mesmo tempo a posição


e a velocidade de uma partícula;

 Equação de Onda de E. Schrodinger: descreve o movimento de onda e contribui para a


compreensão da natureza dual da matéria (onda e corpúsculo);

 Provou-se que um conjunto de partículas (electrões) a uma determinada velocidade pode


comportar-se com todas as propriedades de uma onda (ao incidir um fotão sobre um electrão,
este dispersa-se (comportamento ondulatório);

 Ao incidir a luz sobre uma placa de metal, esta emite electrões: o electrão é deslocado como
uma bola de bilhar (comportamento corpuscular);

 Através desta teoria foi possível explicar fenómenos não compreendidos:

 A polarizaçao e difracção da luz;

 Os fenómenos da difracção e interferência;

 O facto de as vibrações electromagnéticas de elevada frequência não necessitarem de nenhum


meio material para se espalharem;

 O efeito fotoeléctrico.

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Os físicos W. Heisemberg e M. Born na Alemanha e Schrödinger na Áustria, desenvolveram um


modelo matemático complexo (equação de onda) que deu a resposta para o paradoxo de "ondas
de matéria" e "partículas de luz",

Este modelo foi interpretado como "o comportamento da matéria não depende de um único
electrão, mas de feixes de partículas (ondas)."

Segundo Heisenberg, é difícil determinar a posição exacta de um electrão no envoltório atómico.


Por outra parte, Schrödinger em 1926 calculou a região mais provável onde o electrão poderia
estar, num período determinado. A essa região deu o nome de orbital.

Uma representação do modelo atómico da mecânica quântica

1.3 Estrutura do Átomo

O átomo é constituído por um núcleo e um envoltório (à volta do qual se movem os electrões-


nuvem electrónica). No núcleo, encontram-se os protões (partículas com carga positiva) e os
neutrões (partículas com carga negativa). O envoltório do núcleo é a região em que se encontram
os electrões (carregados negativamente).

No estado fundamental, o átomo é electricamente neutro (i.e., a sua carga é nula) porque o seu
número de protões é igual ao seu número de electrões.

As partículas que permitem identificar os átomos de um mesmo elemento químico são os protões.
Todos os átomos que apresentam o mesmo número de protões pertencem ao mesmo elemento
químico. E o número atómico (Z) de um elemento é o seu número de protões.Além do número de
protões, um átomo é também caracterizado pelo seu número de massa (A), que é igual ao
somatório do seu número de protões e de neutrões. Por exemplo,a massa atómica (A) do ferro é

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igual a 56 unidades de massa atómica (u), o seu número atómico (Z) é igual a 26. Essa
informação sobre o elemento químico ferro pode ser simbolizada do modo seguinte: 26Fe .
56

Massa molecular: é igual à soma das massas atómicas de todos os átomos que formam a
molécula.

Exemplo:

Determinação da massa molecular do Oxigénio O2: (16 x 2) = 32 u.

Determinação da massa molecular da água H2O: (1,0 x 2) (16 x 1) =18 u.

Mol: É a unidade de medida da quantidade de matéria. É uma unidade básica do Sistema


Internacional de Unidades (SI). O seu símbolo é: mol.

Para qualquer substância, 1 mol possui 6,023 x 10 23 partículas (átomos, moléculas, iões). Por
exemplo, 1 mol de qualquer gás possui 6.023 x 10 23 moléculas deste gás. 1 mol de átomos de
qualquer elemento pesa tantas gramas quanto a sua massa molar, sendo a massa molar e massa
atómica do elemento iguais numericamente.

Exemplo: Massa do nitrogénio atómico é 14u; em 14 gramas de nitrogénio, há 6,023x1023


átomos de nitrogénio; 28 é massa molecular de nitrogénio (N 2) molécula; 28 gramas de N2 há
6,023x1023 moléculas de nitrogénio.

1.3.1 Isótopos, Isóbaros e Isótonos

Isótopos: São átomos do mesmo elemento que podem ter um número diferente de neutrões. Por
exemplo, são conhecidos três tipos de átomos de oxigénio: 8O168O178O18. Juntos consideram-se
isótopos. Observe que os três têm o mesmo número de protões (8), porque é o mesmo elemento,
mas têm massas atómicas (A) diferentes (16, 17 e 18), porque têm um número diferente de
neutrões. Os átomos que possuem o mesmo número de protões e diferente número de neutrões
no núcleo são chamados isótopos. Outro exemplo é o carbono: 6C12 , 6C13 e 6C15. Estes átomos são
isótopos entre si.

Isóbaros: São átomos que têm um número diferente de protões, mas a mesma massa (A),
portanto, pertencem a diferentes elementos. Por exemplo, os átomos seguintes são isóbaros uns
dos outros: 19K
40
20Ca
40
potássio e cálcio são isóbaros, têm A=40.

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Isótonos: São átomos que possuem o mesmo número de neutrões e pertencem a elementos
diferentes: por exemplo, os seguintes átomos são isótonos uns dos outros: 17Cl
37
e 20Ca ; 5B11 e
40

6C .
12

Tabela 26 - Resumo das características que distinguem os isótopos, Isóbaros e Isótonos

Átomos Massa Atómica Número de Neutrões Número de Protões


Isótopos ≠ ≠ =
Isóbaros = ≠ ≠
Isótonos ≠ = ≠

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

1. Um átomo possui 12 protões, 13 neutrões e 11 electrões. Qual é o seu número atómico?

Resposta:

O seu número atómico é 12, porque é o número de protões no seu núcleo.

2. Quais dos átomos representados por X, Y e Z pertencem ao mesmo elemento?

X: tem 8 protões e 10 electrões; Y: tem 10 protões e 10 electrões; Z: tem 8 protões e 8


electrões.

Resposta:

X e Z pertencem ao mesmo elemento, uma vez que ambos têm o mesmo número de protões, só
que X ganhou 2 electrões e tornou-se um anião com duas cargas positivas.

3. A seguir, apresentam-se os símbolos de vários elementos químicos. Escolha entre eles:

(a) Dois que são isótopos entre si;

(b) Dois que são isóbaros;

(c) Dois que são isótonos entre si.

1H ; 20Ca ; 22Ti ; 1H ; 20Ca 20Ca ; 17Cl


2 42 42 3 42 42 37

Resposta:

(a) São isótopos: 1H2 e 1H


3
(têm o mesmo número de protões)

(b) São isóbaros: 22Ti


42
e 20Ca
42
(têm a mesma massa atómica)

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(c) São isótonos; 20Ca ;


42
e 17Cl (têm
37
o mesmo número de neutrões

1.3.2 Os Números Quânticos e Distribuição Electrónica

De acordo com o modelo atómico de Rutherford-Bohr o átomo apresenta níveis de energia ou


camadas de energia, possuindo cada nível um máximo número de electrões.

O modelo quântico permite calcular as regiões do espaço onde há maior probabilidade de localizar
um electrão, ou seja, níveis, subníveis e orbitais. Esta teoria descreve esta localização através do
que se denomina: “números quânticos”, os quais descrevem as energias dos electrões nos átomos
e são de enorme importância para descrever a posição de dois electrões nos átomos. Os números
quânticos são 4.

O número quântico principal: tem valores que indicam o número de níveis de energia. É
representado por: n.

O número quântico secundário ou azimutal (l) adquire valores que indicam o número de subníveis
em cada nível de energía. É representado por: s, p, d, f.

O número quântico magnético tem valores que indicam a orientação de cada orbital no espaço,
segundo os eixes cartesianos X, Y, Z. É representado por: m.

O número quântico spin indica o sentido do giro (rotação) dos electrões. É representado por: s.

Número quântico principal n: Pode apresentar os seguintes valores: n 1,2,3,4,5,6,....∞. São


sempre números inteiros. Quanto maior for o valor de n, maior é a distância média do electrão ao
núcleo do átomo. Cada nível de energia tem um número máximo de electrões que é calculado
pela expressão: 2n2.

Número quântico de momento angular, azimutal ou secundário, l: Informa-nos a forma


das orbitais. Verificou-se que um electrão, numa mesma orbital, apresentava energias diferentes
para uma mesma camada electrónica

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Figura 4 - As orbitais são esféricas, mais os p são elípticos, o que situa os electrões, em cada caso, a
diferentes distâncias do núcleo e portanto com energias diferentes

O número quântico secundário indica a energia do electrão no subnível. Um nível de energia n é


formado por n subníveis de energia. Dentre os átomos conhecidos nos seus estados
fundamentais, são identificados quatro subníveis, com os valores de l iguais a 0, 1, 2, 3, em
ordem crescente de energia. Cada subnível de energia tem um número máximo de subníveis; os
valores de l variam desde 0 a (n - 1).

Exemplo: 1s representa o subnível s (l =0) do 1º nível. O número máximo de electrões, em cada


subnível, é dado pela equação 2(2l + 1).

Considerando-se os subníveis conhecidos: o número quântico secundário define a forma da orbital


e localiza o electrão num subnível de energia:

l= 0, orbitais s, com formato esférico.

l =1, orbitais p, com formato de dois lóbulos e um nódulo.

l= 2, orbitais d, com formato de quatro lóbulos e dois nódulos.

l= 3, orbitais f, com formato de oito lóbulos e quatro nódulos.

Número quântico spin: Os electrões giram no mesmo sentido ou em sentido contrário, criando
um campo magnético que os repelem ou os atraem. Esta rotação é chamada de SPIN, palavra em
inglês, que significa girar. É por isso que em cada orbital os dois electrões devem ter spins
contrários (+ e _).

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O princípio de exclusão de Pauli é um princípio da mecânica quântica que foi formulado por
Wolfgang Pauli em 1925, e expressa o seguinte: num mesmo átomo, dois electrões não podem
ter os mesmos quatro números quânticos. Por exemplo, se os números quânticos n, l, e m forem
iguais nos dois electrões, estes deverão necessariamente ter os números quânticos s diferentes e,
portanto. os dois electrões têm spins opostos.

Regra de Hund ou Princípio da Máxima Multiplicidade: Foi desenvolvida pelo físico alemão
Friedrich Herman Hund. Esta regra mostra que sempre que há maior número de electrões com
spin paralelos num orbital incompleto, a energia será menor e o átomo mais estável. Os electrões
que compartilham uma orbital deverão ter spins opostos.

O princípio de Aufbau: Contém uma série de instruções relacionadas com a localização dos
electrões nos orbitais de um átomo. O modelo, desenvolvido pelo físico Niels Bhor, recebeu o
nome de Aufbau (do alemão Aufbauprinzip que significa início da construção). Também
popularmente conhecida sob o nome de regra de Madelung.

Os orbitais são preenchidos respeitando a regra de Hund: começa-se com a orbital de menor
energia. Primeiro preenche-se o orbital 1s (até um máximo de dois electrões), seguidamente
preenche-se o orbital 2s (também com dois electrões máximos): o subnível 2p. De acordo com a
sua posição tridimensional, 2px, 2py e 2pz têm três orbitais. Assim, os três orbitais 2p podem
encher até seis electrões, dois em cada um. Novamente, de acordo com a regra de Hund, devem
ter todos pelo menos um electrão antes que cada um se complete com dois, e assim por diante:

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2

O Princípio de Exclusão de Pauli adverte-nos de que qualquer electrão, num átomo, não pode ter
os mesmos valores para os 4 números quânticos como uma descrição do seu estado de energia.

Para completar o orbital correctamente, segue-se a direcção da seta como se mostra no gráfico.
Primeiro, 1s e 2s, depois sobe para p, e baixa 3s, 3p e baixa a 4s. Neste ponto, o próximo nível
de energia mais baixo não é 4p, mas sobe para 3d então até 4p e 5s, e assim por diante.

1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p, 7s, 5f, 6d, 7p...

Este princípio também é conhecido como a REGRA DIAGONAL, para se expressar de uma forma
esquemática, sendo útil para realizar o preenchimento dos orbitais por níveis, subníveis e orbitais.

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Figura 5 - Regra de Aufbau

1.4 Efeito Fotoeléctrico

O efeito fotoeléctrico ocorre quando um feixe de energia incide sobre a superfície de um metal e
remove um electrão da sua estrutura, que se desprende do metal por ter absorvido parte da
energia do feixe incidente,o que lhe permite mover-se fora do metal.

O efeito fotoeléctrico foi interpretado por Einstein, em 1905, da seguinte forma: "quando a luz
incide sobre a placa de metal, emite uma chuva de electrões... a luz não é um fluxo contínuo de
energia, mas é composto de partículas individuais ou pacotes de energia chamados fotões."

A radiação incidente está formada por fotões, cada um com uma energia que pode ser calculada
de acordo com o seu comprimento de onda (λ).

E  fh h
C

Onde:

E = energia do fotão incidente; f = frequência h = constante de Planck;

C = velocidade da luz; λ= comprimento de onda

Para que o fotão possa desprender os electrões da superfície do metal, é necessário:

 Uma energia chamado trabalho de extracção ou remoção (Er), uma vez que é usado para
remover o electrão do metal e é característica de cada metal (energia de ionização).
 Transmissão de energia cinética para os electrões libertados (CE) para que possam mover-se
fora do metal.

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Portanto, para que o processo tenha lugar, a energia da radiação incidente (fotões) deve ter uma
energia igual ou superior ao trabalho de remoção do metal mais a energia para transmitir ao
electrão que precisa de energia cinética para sair do metal.Ou seja:

Ef = ErM + Ec;

Onde: Ef = energia da radiação incidente; ErM = Energia de remoção do metal; Ec= Energia
cinética máxima para que os electrões possam sair do metal.

1.5 Tabela Periódica

Na tabela periódica os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de números


atómicos em 7 linhas horizontais, denominadas períodos e em 18 colunas verticais, denominados
grupos ou famílias.

Os elementos de um mesmo período têm igual número de níveis electrónicos (a ordem do


período corresponde ao número de camadas que os elementos têm). Os elementos de um
mesmo grupo têm a mesma configuração electrónica na sua camada de valência (pelo que,
todos os elementos de um grupo possuem propriedades químicas semelhantes).

As famílias são constituídas pelos elementos representativos, sendo que todos esses elementos
apresentam o seu electrão mais energético situado nos subníveis s ou p.Nas famílias IA a VIII A,
o número da família indica a quantidade de electrões existentes na camada de valência.

Exemplo:

Grupo VIA

O, Z= 8: 1s22s2 2px2 2py2, portanto: na camada de valência tem: = 6 electrões

Grupo IA

Na, Z= 11: 1s22s2 2p63s1, portanto: na camada de valência tem: = 1 electrões

Grupo VII A

Cl, Z= 17: 1s2 2s2 2p6 3s2 3px2 3py2 3pz1: na camada de valência tem: = 7 electrões

Grupo VIIIA.

Ne, Z= 10: 1s22s2 2px2 2py2 2pz2: na camada de valência tem: = 8 electrões

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Além de serem indicadas por números e letras, essas famílias recebem também nomes
característicos, nomeadamente:

Tabela 27 - Nomes de família dos elementos da tabela periódica

Família ou Grupo Nome Configuração da última camada

I A ou 1 Alcalinos ns1
II A ou 2 Alcalinos térreos ns2
III A ou 13 Família do Boro ns2 np1
IV A ou 14 Família do carbono ns2 np2
V A ou 15 Família do Nitrógeno ns2 np3
VIA ou 6 Calcogénios ns2 np4
VII ou 17 Halogénios ns2 np5
Zero ou 18 Gases nobres ns2 np6

1.5.1 Classificação dos Elementos na Tabela Periódica

A classificação dos elementos nas diferentes Tabelas Periódicas conhecidas geralmente concordam
em: elementos representativos, metais de transição, lantanídeos e actinídeos.

Elementos representativos: Localizados nos grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17,18. O número de
electrões da última camada dos seus átomos corresponde ao segundo dígito do número que
designa cada família.

Então, a última camada dos átomos dos elementos da família 15 possui 5 electrões, da família
14, 4 electrões, e assim sucessivamente.

Classificação dos Elementos

Actualmente, os elementos químicos classificam-se da seguinte forma:

Metais: Propriedades: apresentam alta condutividade eléctrica e térmica; em geral são densos,
têm brilho (propriedade de reflectir a luz); altos pontos de fusão e ebulição; ductilidade (é a
propriedade de se converterem em fios);maleabilidade (é a propriedade de se transformarem em
lâminas); têm facilidade para perder electrões dando origem a iões positivos (catiões); têm

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poucos electrões na última camada (menos de 4); todos os metais são sólidos à temperatura
ambiente de 25º e 1 atm, excepto o mercúrio (Hg).

Não-Metais: Propriedades: apresentam propriedades opostas às dos metais. Não são bons
condutores de calor e electricidade, não são maleáveis e dúcteis e não possuem brilho (em geral,
são opacos). Têm facilidade em ganhar electrões, transformando-se em iões negativos (aniões).
Apresentam mais de 4 electrões na última camada. São os mais abundantes na natureza.

1.5.2 Propriedades Periódicas

Em geral, a maioria das propriedades dos elementos químicos variam periodicamente com o
aumento dos seus números atómicos (segundo se avança nos períodos e grupos). Estas
propriedades são:

Raio atómico (de um elemento): É a metade da distância internuclear mínima que dois átomos
desse elemento podem apresentar sem estarem ligados quimicamente.

Num grupo da tabela periódica quando aumenta o número atómico (de cima para baixo),
também aumenta a quantidade de níveis de energia, aumentando por sua vez o raio atómico .

Num período (da esquerda à direita), o número de níveis não varia com o aumento da carga
nuclear, mas aumenta a atracção do núcleo aos electrões mais externos, portanto
o tamanho do átomo é reduzido. O mesmo sucede com os iões.

Potencial ou energia de ionização: É a energia necessária para “arrancar” um electrão de um


átomo isolado no estado gasoso. Quanto maior o tamanho do átomo, menor é a energia de
ionização.

Num grupo, ao aumentar o raio atómico o tamanho do átomo diminui a atracção


do núcleo dos electrões do último nível. Num período, diminuindo o raio atómico, a energia de
ionização geralmente aumenta.

Electroafinidade ou afinidade electrónica: É a energia libertada quando um electrão é


adicionado a um átomo neutro no estado gasoso, formando o ião gasoso negativo (anião) e mede
a “força” com que o átomo atrai esse electrão adicional. Num grupo ou num período, quanto
menor é o raio, maior será a afinidade electrónica.

Electronegatividade: É a força de atracção exercida sobre os electrões de uma ligação. A


electronegatividade é maior quanto menor é o raio atómico.

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Carácter não metálico: É a característica de elementos que tendem a ganhar electrões. Quanto
menor é o raio, maior é a afinidade electrónica e grande o potencial de ionização. Neste caso
haverá uma predominância de carácter não metálico.

Ao contrário, quanto maior é o raio menor é afinidade electrónica sendo a característica dos
elementos que tendem a perder electrões. Neste caso haverá uma predominância de carácter
metálico.

Metais: Baixa afinidade electrónica e baixo potencial de ionização; é mais fácil arrancar do que
adicionar electrões; tendem a formar catiões.

Não metais: Alta afinidade electrónica e alto potencial de ionização; é mais fácil adicionar do que
arrancar electrões; tendem a formar aniões.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Localize elementos que cumpram com as seguintes condições:

(a) mais electronegativo que S e menor que o F. Cl

(b) maior carácter metálico que o do Ca e inferior ao do Rb. K

(c) raio atómico menor do que o P e maior que O. S

(d) maior carácter reductor que o Si e menor que o B. Ga

(e) menor carácter metálico que o Na e maior que o Be. Li

2. Faça a distribuição electrónica dos seguintes elementos, aplicando a regra de Hund e o


princípio de exclusão de Pauli.

a) Mg, b)O; c)P; d) Cl; e)K

Respostas

a) 1s2 2s2 2p6 3s2

b)1s2 2s2 2px2 2py1 2pz1

c)1s2 2s2 2p6 3s2 3px1 3py1 3pz1

d)1s2 2s2 2p6 3s2 3px2 3py2 3pz1

e)1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1

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3. Consulte a tabela periódica para colocar os elementos a seguir em ordem crescente ou


decrescente da propriedade periódica indicada:

(a) Diminuiçao da energia de ionização: Zr, Co, C

(b) aumento da electronegatividade: Zn, Fr, O

(c) diminuiçao da afinidade electrónica: K, As, V

(d) aumento do carácter metálico: Br, Cu, Cs

(e) diminuiçao do raio atómico: Mn, Rb, B

Respostas

a) C; Co; Zr b) Fr; Zn; O c) As; V; K d) Br, Cu, Cs e) Rb;Mn; B

1.6 Ligações Químicas

As ligações químicas são as forças de atracção que unem os átomos. Quando os átomos estão
ligados uns aos outros, podem perder, ganhar ou compartilhar electrões e isto determina o tipo de
ligação. Os electrões de valência determinam como é que se irão juntar um átomo com o outro e
as características dessa ligação.

1.6.1 A Regra do Octeto

No último grupo da Tabela Periódica VIII (18), está a família dos gases nobres, os elementos mais
estáveis da tabela. Isto é devido ao facto de possuirem 8 electrões na sua camada mais externa,
excepto o hélio que tem apenas 2, mas que também é considerado como uma configuração
estável, desde que complete o seu nível de energia - 2 electrões porque é o primeiro e último
nível.

A regra do octeto descreve o comportamento dos elementos químicos a combinarem-se uns


com os outros, onde eles podem ganhar, perder ou compartilhar electrões para completar o
último nível 8, quando ocorre uma ligação entre átomos para formar novas substâncias.

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No caso único do H e o He, que têm apenas um nível de energia, o máximo número de electrões
para completar é 2; neste caso refere-se ao "Dueto".

A configuração dos elementos quando completam o octeto acaba por ser semelhante aos gases
nobres.

Exemplo:

He tem Z= 2 e a sua configuração é 1s 2.Tem completo o seu primeiro e último nível de energia (o
elemento H tende a assemelhar-se, ao completar o seu "dueto"; ganhou 1 electrão e atingiu a
mesma configuração electrónica que a do hélio; os elementos Li e Be perdem 1 e 2 electrões
respectivamente e também atingem a configuração do He).

Ne Z=10: 1s2, 2s2, 2p6 têm completos o seu segundo e último nível de energia (os elementos do
período 2, que têm orbitais p, ou seja, B, C, N, O, e F, tendem a alcançar esta configuração
perdendo ou ganhando electrões).

1.6.2 Ligação Iónica

Característica que a define: transferência de electrões entre átomos muito electropositivos e


átomos muito electronegativos.

 Ocorre entre átomos metálicos e átomos não-metálicos.


 Não formam moléculas, só um único agregado constituído por partículas carregadas
electricamente (iões), ou seja, aniões positivos ou catiões e iões negativos ou aniões.
 Os compostos iónicos têm as seguintes características:
 São sólidos à temperatura ambiente;
 São bons condutores de calor e electricidade;
 Têm elevados pontos de fusão e ebulição;
 São solúveis em solventes polares como a água.

1.6.3 Ligações Covalentes

Características que as definem: compartilham electrões entre os átomos de electronegatividades


semelhantes ou aproximadas.

• Quando os átomos não ganham ou perdem electrão, são compartilhados.

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• Realizada entre átomos de elementos não-metálicos: 2 ou 3 podem ser não-metais.

• Podem estar unidos por ligações simples, duplas ou triplas, dependendo das características dos
átomos dos elementos que estão ligados.

Exemplo nº 1: Ligação covalente simples entre dois átomos de flúor (F, não metal) para formar
uma molécula diatómica.

F: grupo VII: não-metal: tendência a ganhar electrões

Configuração electrónica de cloro: 1s2, 2s2 2p6 3s2 3p5

Cada átomo de cloro tem 7 electrões de valência e necessitam de ganhar 1 para completar o seu
octeto. Se cada um compartilhar com o outro o electrão que tem desemparelhado, ambos
completarão o octeto e formarão uma ligação covalente simples (partilha de um par de electrões)

Exemplo nº 2: Ligação covalente dupla entre dois átomos de oxigénio (O, não metal) para
formar uma molécula diatómica.

O: do grupo VI: não-metal: tendência a ganhar electrões.

Configuração electrónica do oxigénio: 1s2, 2s2 2p6 3s2 3p6 (3s2 3p2 3p1 3p1)

Como se observa, cada átomo possui 6 electrões de valência, mas eles estão organizados em
pares (orbitais completos) e dois orbitais incompletos que são aqueles que precisam de ser
preenchidos; mas, pela configuração do átomo no seu estado fundamental, seria muito difícil
estabelecer-se essa partilha de electrões. É por isso que o modelo de ligação explica que ambos
os átomos passam por uma transformação denominada hibridização, para resolver a dupla
partilha de electrões, dupla ligação covalente, que pode ser representado pela estrutura de Lewis
seguinte:

Estrutura de Lewis:

Cada átomo tem 8 electrões dos quais 4 são compartilhados, pertencentes a ambos os átomos
depois de formada a molécula diatómica.

Exemplo nº 3: Ligação covalente tripla entre dois átomos de nitrogénio (N, não-metal) para
formar uma molécula diatómica.

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N: do grupo VII: não-metal: tendência a ganhar electrões

Configuração electrónica do nitrogénio: 1s2, 2s2 3px13py1 3pz1

Como se pode ver, cada átomo tem 5 electrões na valência (1orbital s completo) e três orbitais
incompletos que são aqueles de que precisam para completar o nível e o octeto, podendo
compartilhar 3 electrões. Mas, como se viu com o oxigénio, pela configuração do átomo no seu
estado fundamental, seria muito difícil ocorrer essa tripla ligação. Ambos os átomos também
sugeriram uma transformação (hibridação) para finalmente resolver a tripla ligação covalente que
pode ser representado pela estrutura de Lewis seguinte:

Ligação covalente nas moléculas poliatómicas

Quando a ligação covalente se estabelece entre mais de dois átomos, formam-se moléculas
poliatómicas. Os modelos estabelecidos para descrever tais moléculas e as suas ligações, têm as
seguintes regras:

 Identificar um átomo central e a partir dele estabelecer a ligação com o resto.


 Não assumir o oxigénio nem o hidrogénio como átomos centrais.
 Em compostos que contêm oxigénio e hidrogénio na mesma molécula, o hidrogénio nunca é
ligado ao átomo central, mas sim o oxigénio.
 O carbono tem preferência para assumir o átomo central.
 O hidrogénio não satisfaz a regra do octeto, mas sim do dueto.
 Os átomos devem ser colocados de modo a que a molécula seja tão simétrica quanto possível.
Exemplo nº 4: Ligações nas moléculas poliatómicas: CO2 (dióxido de carbono)

Carbono é o átomo central.

C, Z= 6 e O, Z= 8.,

Nesta proposta de estrutura, os dois oxigénios completam o seu octeto, mas não o carbono.
Portanto, outro par de electrões de cada oxigénio é colocado na ligação C – O para completar o
octeto de carbono e então serão duas ligações duplas.

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A estrutura é formada por 2 duplas ligações covalentes que satisfazem os octetos dos três
átomos.

1.6.3.1 Polaridade da Ligação Covalente

A electronegatividade é a propriedade de expressar a medida da tendência de um átomo atrair os


electrões da ligação para o seu núcleo numa ligação covalente.

Quando estiver numa ligação covalente, a diferença de electronegatividade entre os átomos da


ligação, é diferente. Os electrões compartilhados são mais atraídos para o núcleo do átomo mais
electronegativo, criando uma zona de carga negativa parcial sobre este átomo e uma zona de
carga positiva parcial sobre o outro átomo menos electronegativo.

A natureza parcial da carga é representada pela letra grega δ. Exemplo disto é o cloreto de
hidrogénio (HCl): o H é menos electronegativo que o Cl.

Exemplo: HCl

Para determinar o carácter polar da ligação são realizados cálculos das diferenças de
electronegatividades:

Tabela 28 – Electronegatividades dos tipos de ligação

Diferença de electronegatividade Tipos de ligações


Maior ou igual a 0,4 Covalente polar
De 0,5 a 1,7 Covalente não polar
Superior a 1,7 Iónico

Desta forma é possível determinar o carácter polar das ligações covalentes, conhecendo os
valores das electronegatividades dos elementos. Segue-se uma tabela com esses dados:

Tabela 29 - Tabela de electronegatividades de alguns elementos da Tabela Periódica.

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Quando a ligação é feita entre dois átomos do mesmo elemento, a electronegatividade é a mesma
logo a diferença é zero e a ligação é covalente apolar. Desde que os electrões sejam atraídos
igualmente por ambos os átomos, a molécula é neutra:

Exemplo: F2 F-F

Na Tabela de electronegatividades, note-se que o elemento mais electronegativo é o flúor que


tem atribuído o valor 4, o oxigénio é o segundo, seguido do cloro e do nitrogénio. Observe que os
gases nobres não são incluídos por serem os elementos menos reactivos e mais estáveis da
Tabela Periódica.

Sabendo o valor da electronegatividade dos átomos envolvidos numa ligação, determina-se não
só a diferença mas também o carácter polar, não polar e iónico.

Quase todos os compostos que contêm ligações covalentes polares caem entre os extremos do
covalente não-polar e do iónico puro.

1.6.4 Ligação Metálica

Os átomos dos metais são muito electropositivos e a sua tendência é perder electrões para
alcançar o octeto ou dueto no caso do Li e Be (uma configuração de gás nobre). Neste caso, os
metais perdem os seus electrões de valência e formarão uma núvem de electrões entre os núcleos
positivos.

A nuvem electrónica que mantém a atracção sobre os catiões e que os mantém unidos como um
único agregado (rede metálica) explica a razão pela qual quase todos os metais são sólidos à
temperatura ambiente (excepto Hg) e têm elevados pontos de fusão e ebulição.

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A configuração ordenada da rede, onde as ligações entre átomos não estão dirigidas, permite que
os planos dos átomos possam deslocar-se uns sobre os outros o que explica que os metais
sejam dúcteis e maleáveis (não frágeis).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Explique como se forma a ligação iónica entre o Sódio (Na) e o Flúor (F) na constituição de
fluoreto de sódio (NaF).

Na: do Grupo IA: Metal alcalino: tendência a perder electrões

F: do Grupo VI A: no metal: tendência a ganhar electrões

Configuração electrónica Na: 1s2, 2s23s 3p6 3s1

Se o sódio perdesse o electrão de valência, o seu último nível seria 2 e então teria 8 electrões de
Valência, formando um catião (ião positivo): Na 1+.

Configuração electrónica de flúor: 1s2, 2s22p6 3s2 3px2 3py2 3pz1

O flúor tem 7 electrões de valência e só precisa de ganhar um para completar o seu octeto. Se
ganhar o electrão que o Na perdeu, forma-se um anião (ião negativo): F-.

Uma forma de representar o composto formado é colocando pontos ou x em vez de electrões (um
estilo que se conhece com o nome de “Estrutura de Lewis”)

Respostas

A característica da ligação é a transferência de electrões

2. Explique como se faz a ligação entre o cálcio (Ca) e o cloro (Cl) na formação de CaCl 2. Que tipo
de ligação é formada e qual é a sua propriedade?

Respostas

Ca: GrupoI IA: Metal alcalino-térreo: tendência para perder electrões

Cl: Grupo VII: não-metal: tendência para ganhar electrões

Configuração electrónica de Ca: 1s2, 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2

Se o cálcio perdesse os dois electrões de valência, o seu último nível seria o 3, e então teria 8
electrões de valência, formando um catião (ião positivo): Ca2+

Configuração electrónica do cloro: 1s2, 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 4px2 4py2 4pz1

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Se cada cloro com 7 electrões de valência, ganhar um electrão dos dois que perdem o cálcio, cada
um pode completar o seu octeto, e formar-se dois aniões (iões negativos): 2 Cl -

A característica da ligação é a transferência de electrões

4. Classifique os seguintes compostos, em iónicos e covalentes.

a) H2; b) MgCl2; c) HF; d) O2; e)Al2O3; f)Si2; g) S8

Respostas:

a) Covalente; b) Iónico; c)Iónico; d) Covalente e)Iónico f)covalente g)Covalente

5. Escolha a alternativa correcta. Um sólido metálico é formado por:

a) Iões positivos e negativos;


b) Catiões e uma núvem de electrões;
c) Iões negativos e uma núvem de electrões;
d) Átomos neutros e partilha de electrões.

Resposta: alinea a)

6- Das substâncias seguintes, quais se consideram solúveis em água e quais são condutores de
electricidade:

a) KCl(s) b) Br4C(l) c) Cu(s) d) HCl(g)ac) e) Ag(S) f)NaCl(ac) g) H2SO4(ac h)


Pt(s)

Resposta:

Solúveis em água: a) KCl(s) d) HCl (g) f)NaCl(ac) g) H2SO4(ac)

Condutores de electricidade: c) Cu(s) e) Ag(S) f)NaCl(ac) h)Pt(s)

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Complete a seguinte tabela


Espécie N.º de N.º de N.º de Massa N.º
química Protões Neutrões Electrões Atómica atómico
Li 3 6
Al 3+
13 13
Br2 44 35
S 2-
16 32
Ag 107 47

2. Nos exemplos a seguir apresentados, encontre os átomos que possuem 6 neutrões. 6C ;


10

6C ; 5B ; 6C ; 5B ; 5B ; 5B ; 6C
12 11 12 10 11 9 14

3. Dos seguintes enunciados, identifique com V os verdadeiros e com F, os falsos.

a) Os diferentes números atómicos correspondem a diferentes elementos._____


b) Números atómicos iguais correspondem a isótopos do mesmo elemento._____
c) Diferentes números de electrões correspondem a diferentes núcleos.____
d) A diferentes números de massa correspondem sempre diferentes elementos._____
e) Diferentes números atómicos correspondem a diferentes núcleos._____

4. Calcule a energia e a frequência dos fotões de comprimento de ondas 3,00 x 10 4


m

Resposta: F= 10-4 s-1; Ef = 6,62 . 10-30 J

5. Sabendo que a luz azul tem frequência 7,5 x 1014 s-1, calcule:

a) O comprimento de onda da radiação.

b) A energia de um fotão de luz azul.

Resposta: a) = 4. 10-7m; b) Ef = 4,9 . 10 J


-21

6. Ilumina-se uma superfície de metal com uma radiação de comprimento de onda 512 nm,
conseguindo remover os electrões do metal. Se o máximo da energia cinética dos fotoelectrões é
8,65. 10-20 J, qual é o poder de remoção do metal?

Resposta: ÉrM = 3,02. 10-19 J

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7. Faça a distribuição electrónica, aplicando o Princípio de Exclusão de Pauli e a Regra de Hund,


dos elementos a seguir:

a) Zn b)Ne c) Ca d)P e) Se

8. Qual o grupo e o período onde estão localizados os elementos cuja distribuição electrónica do
último nível estão representados a seguir:

a) 2s2 b) 3s2 3p6 c) 3s1 d) 3s2 3p4

Respostas: a) Be b) Ne c) Na d) Si

9. Escolha a alternativa correcta que completa a afirmação apresentada.

Na combinação dos átomos de Rubídio (metal alcalino) com átomos de cloro (não-metal, do
grupo de halogénios), a ligação mais provável entre eles é:

a) Covalente; b) Ponte de hidrogénio; c) Iónica; d) Metálica.

Resposta: c)

10. Dos sólidos seguintes, escolha os que considera que podem ser condutores de electricidade:

a) K(s) b) Na(s) c) MgF2(s) d) CaCl2 (s) e)LiO (s)

Respostas: a); b)

CAPÍTULO 2 - SÍMBOLOS E FÓRMULAS QUÍMICAS

2.1 Significado das Fórmulas Químicas

As substâncias são formadas por unidades estruturais (átomos, iões ou moléculas) que se podem
ligar umas às outras, resultando numa diversidade de compostos químicos com propriedades
químicas e físicas diferentes entre si. Estas unidades estruturais são formadas pelos átomos dos
elementos químicos no estado natural.

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Os elementos químicos são representados por meio de símbolos químicos, que consistem numa
letra maiúscula ou num conjunto de duas ou três letras (sendo a primeira maiúscula e a(s)
outra(s) minúscula(s)).

Exemplos: Oxigénio – ; Iodo – ; Ferro – ; Sódio – ; Prata – ; Ouro – ; Ununúnio –


; Ununóctio – .

As substâncias que ocorrem naturalmente ou que são sintetizadas pelo homem podem ser
classificadas em elementares (ou simples) e compostas.

As substâncias elementares (ou simples): São aquelas cujas unidades estruturais são
formadas por átomos de um mesmo elemento.

Exemplos: Diamante – ; Ozono – ; Ferro – .

As substâncias compostas: São aquelas cujas unidades estruturais são formadas por átomos
de elementos diferentes.

Exemplos: Dióxido de carbono (gás carbónico) – ; Água – ; Carbonato de cálcio (calcário)


– .

Para representar uma substância utiliza-se a sua fórmula química (ou fórmula bruta). Esta
fórmula é uma simbologia (ou designação) em que se indicam os elementos que constituem a
substância, bem como a quantidade relativa de átomos de cada elemento presente nas suas
unidades estruturais. A fórmula química representa a composição da menor quantidade de uma
substância.

Assim, torna-se necessário saber diferenciar designações como as seguintes:

: representa três unidades estruturais, cada uma com um único átomo de oxigénio.

: representa uma unidade estrutural constituída por três átomos de oxigénio.

As substâncias elementares podem ser metálicas ou covalentes. Uma susbtância simples é


metálica quando os seus átomos estão unidos por ligação metálica em agregados cristalinos – os
metais que são substâncias simples.

Exemplos: – metal cobre; – metal ouro; – metal vanádio; – metal crómio.

Uma substância elementar é covalente ou molecular quando os seus átomos estão unidos por
ligação covalente, pelo que recebem o nome de molécula (elementar ou simples). Estas moléculas
elementares podem ser monoatómicas (por exemplo, um gás nobre como o He ou Ne), diatómicas

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(por exemplo, o gás oxigénio – O2, ou o líquido Br2) ou triatómicas (como é o caso do ozono –
O3). Existem ainda substâncias elementares constituídas por mais de três átomos (por exemplo o
fósforo branco – P4, ou o enxofre rómbico – S8).

As susbtâncias compostas podem ser classificadas em covalentes (ou moleculares) e


iónicas. Uma substância composta é covalente ou molecular quando os seus átomos estão unidos
por ligação covalente. Praticamente, uma substância composta covalente (ou molecular) é
identificada a partir do tipo de átomos que a constituem: são todos os átomos de elementos não
metálicos.

Exemplos: (ácido sulfúrico): uma molécula de ácido sulfúrico formada por dois átomos de
hidrogénio, um átomo de enxofre e quatro átomos de oxigénio.

(água): três moléculas de água, cada uma delas constituída por dois átomos de hidrogénio e
um átomo de oxigénio.

(óxido de silício – quartzo): os cristais de quartzo apresentam uma repetição ordenada dos
átomos de oxigénio e silício, na proporção de um átomo de silício para dois átomos de oxigénio.

As susbtâncias compostas iónicas (ou simplesmente compostos iónicos) são aquelas em que os
seus átomos estão unidos por ligação iónica. As suas unidades estruturais são catiões (iões
positivos) e aniões (iões negativos), ordenados numa rede cristalina, de tal modo que a carga
eléctrica do composto é nula.

Exemplos: (cloreto de potássio) – formado por iões potássio e iões cloreto ( ), na


proporção de um ião potássio para um ião cloreto (escreve-se 1:1)

(sulfato de sódio) – formado por iões sódio ( ) e iões sulfato ( ) na proporção de


2:1.

Muitas vezes, os agregados cristalinos contêm moléculas de água – a designada água de


cristalização – que são substâncias hidratadas. Assim, é adequado indicar na fórmula química a
proporção entre as moléculas de água e a menor porção da substância.

Exemplos: (sulfato de cobre II penta-hidratado) – por cada ião cobre II ( ) e por


cada ião sulfato ( ) existem cinco moléculas de água.

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2.2 Tipos de Fórmulas Químicas para as Substâncias

Na simbologia química, quando se pretende informação sobre o modo como estão dispostas as
unidades estruturais que formam uma substância e/ou a sequência em que se encontram os
átomos nessas unidades estruturais são utilizadas outras fórmulas mais complexas do que a
fórmula bruta. Assim, existem as:

Fórmula molecular: Para substâncias moleculares. Mostra o número de moles no total de


átomos de cada elemento existentes na molécula.

Exemplo: (etano)

Fórmula empírica: Indica somente a proporção de combinação, em números inteiros, dos


elementos que constituem a substância molecular, ou seja, é uma simplificação da fórmula
molecular.

Exemplo: – esta fórmula empírica do etano indica que na substância o elemento carbono
combina-se com o elemento hidrogénio na proporção de um átomo de carbono para três átomos
de hidrogénio.

No caso do etano, a fórmula molecular é diferente da empírica. Há casos, porém, em que as


fórmulas molecular e empírica coincidem: é a fórmula molecular e simultaneamente empírica
do amoníaco.

Fórmula de estrutura ou estrutural: É com este tipo de fórmula que se representa a ordem
como os diferentes átomos estão ligados entre si numa substância. No caso da hidrazina é:

Fórmula racional: É a forma simplificada da fórmula estrutural; é bastante utilizada para os


compostos orgânicos quando a fórmula estrutural é longa. Neste tipo de simbologia, os átomos
são indicados e organizados em grupos, porém, é respeitada a electroneutralidade do composto.
Para a hidrazina é:

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Fórmula de Lewis (ou fórmula electrónica): Neste tipo de fórmula, associado aos símbolos
químicos dos elementos que formam as unidades estruturais, são indicados os electrões de
valência de cada átomo por cruzes ou pontos.

Para substâncias moleculares: (etano)

Para substâncias iónicas: (cloreto de sódio)

Fórmula iónica: É um tipo de fórmula aplicável aos compostos iónicos. Nesta são indicados os
catiões e os aniões que formam a substância nas respectivas proporções de modo que a carga
eléctrica total seja nula (pois esta fórmula deve respeitar a electroneutralidade do composto).

Exemplo: - esta fórmula mostra que neste composto a proporção de combinação é de


dois iões sódio para um ião carbonato, ou seja, 2:1.

2.3 Regras para Escrita de Fórmulas Químicas

Quando se conhece o símbolo químico dos iões que constituem um dado composto iónico de
fórmula genérica , é fácil escrever a sua fórmula iónica e a sua fórmula química. Aplica-se o

esquema seguinte:

Isto é, o valor numérico da carga do catião passa como sub-índice do anião; o valor numérico da
carga do anião passa como sub-índice do catião. Eis alguns exemplos:

Sulfato de Amónio: anião sulfato , catião amônio

Fórmula iónica: Fórmula química: (

Óxido de ferro (II): anião óxido , catião ferro (II)

Fórmula iónica: ( ; Fórmula química:

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Para que as fórmulas químicas das substâncias (inorgânicas) fossem escritas do mesmo modo,
foram estipuladas algumas regras:

Regra 1 – Em qualquer fórmula química representam-se, em primeiro lugar, os elementos


metálicos e, de seguida, os elementos não metálicos, dos mais electropositivos para os mais
electronegativos. A quantidade de cada elemento numa susbtância é indicada como um índice
inferior à direita do símbolo do elemento químico.

OBS.:

 Os elementos mais electropositivos são os que se situam à esquerda, na tabela periódica, e


são tanto mais electropositivos quanto mais à esquerda se encontram. Dentro do mesmo
grupo da tabela periódica, quanto maior for o número atómico de um elemento, mais
electropositivo será.

 Os elementos electronegativos são os que se encontram na posição oposta, no quadro


periódico, à excepção dos elementos do grupo 18.

Exemplos:

Deve escrever-se e não porque o sódio é um metal e o cloro é um não-metal.

Deve escrever-se e não pois o potássio é mais electropositivo que o sódio e o


oxigénio mais electronegativo que o enxofre.

Regra 2 – No caso de compostos iónicos escrevem-se primeiro os catiões e só em seguida os


aniões, de modo a que a soma das cargas eléctricas no composto seja nula.

Exemplo: O óxido de alumínio é composto pelos iões alumínio ( ) e os iões óxido ( ). Para
que se verifique a eletroneutralidade no composto, esses iões devem combinar-se na proporção
de dois iões alumínio para três iões óxido. Escreve-se, então, , ou seja, .

Regra 3 – Nos compostos constituídos por átomos de elementos não-metálicos, estes devem ser
representados nas fórmulas químicas pela seguinte ordem:

B, C, P, N, H, S, I, Br, Cl, O, F

Exemplos:

Deve escrever-se e não .

Deve escrever-se e não .

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Deve-se escrever e não .

A variedade de substâncias inorgânicas existente obriga a que as agrupemos em famílias


químicas, segundo a sua estrutura e, portanto, de acordo com determinados grupos de átomos
nelas existentes, que explicam o seu comportamento químico. Assim, temos os óxidos, os ácidos,
os hidróxidos, os sais, os hidretos, etc.

O nome da substância é dado tendo em conta a família química a que ela pertence e de acordo
com as regras propostas pela IUPAC – regras de nomenclatura.

Vejamos, a seguir, as regras de nomenclatura para as famílias mais comuns de compostos


inorgânicos.

2.3.1 Nomenclatura dos Óxidos

Os óxidos são compostos binários de oxigénio e outro elemento químico, que podem ser iónicos
ou moleculares.

Óxidos iónicos: São formados por aniões óxidos ( ) e catiões metálicos nas devidas
proporções estequiométricas. O nome é formado pelo termo óxido seguido do nome do catião
metálico presente.

Tabela 30 - Óxidos iónicos

Fórmula química Fórmula iónica Nome


Óxido de ferro (II)
Óxido de vanádio (V)

Óxido de alumínio
Óxido de cobre II

Óxidos moleculares: São constituídos por moléculas em cuja constituição entra o elemento
oxigénio e um elemento não-metálico. O nome também é formado pelo termo óxido seguido do
nome do não-metal, acrescentando um prefixo que indica o número de átomos de oxigénio ou do
não-metal presentes na molécula.

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Tabela 31 - Óxidos moleculares

Fórmula molecular Nome


Monóxido de carbono
Dióxido de carbono
Trióxido de enxofre
Tetróxido de diazoto

Um caso especial de óxidos refere-se àqueles em que existem dois átomos de oxigénio ligados
entre si por uma ligação covalente: os peróxidos. Podem ser iónicos, peróxidos de
metais ou moleculares, como o peróxido de hidrogénio.

Tabela 32 - Os peróxidos

Fórmula química Nome


Peróxido de sódio
Peróxido de cálcio
Peróxido de hidrogénio (água oxigenada)

2.3.2 Nomenclatura dos Ácidos

Os ácidos são substâncias formadas por hidrogénio e não metais (substâncias moleculares), que
quando dissolvidas em água aumentam a concentração de iões H+. Se na sua constituição existir
ainda oxigénio, são oxoácidos; caso contrário, são hidrácidos.

Em solução aquosa, as moléculas dessas substâncias (moleculares) ionizam-se formando iões


hidrogénio (H+) e aniões resultantes do grupo de átomos residual da molécula:

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Tabela 33 - Solução aquosa

Substância molecular Solução aquosa


HBr (brometo de hidrogénio) H+(aq) +Br-(aq) ou HBr(aq)
HNO3 (nitrato de hidrogénio) H+(aq) + NO3-(aq) ou HNO3(aq)
HNO2 (nitrito de hidrogénio) H+(aq) + NO2-(aq) ou HNO2(aq)
H2SO4 (sulfato de hidrogénio) 2H+(aq) + SO42-(aq) ou H2SO4(aq)

Estas soluções assim formadas apresentam propriedades ácidas (aumento da quantidade de iões
H+); é exactamente por isso que se chamam ácidos a estas substâncias.

O nome dos ácidos forma-se a partir do nome do elemento não metálico presente na sua
constituição, sem ser o oxigénio, desde que obedeçam às seguintes regras:

Tabela 34 - Quando o nome do anião termina em -eto o nome do ácido termina em –ídrico

Fórmula Anião presente em solução aquosa e Nome do


química respectivo nome ácido
HCl Cl- - cloreto Ácido clorídrico
HI I- - iodeto Ácido iodídrico
H2S S 2-
- sulfureto Ácido sulfídrico

- Quando o nome do anião termina em -ato o nome do ácido termina em -ico.

Exemplo:

Fórmula química Anião presente em solução aquosa e Nome do ácido


respectivo nome

H2SO4 SO42- - sulfato ácido sulfúrico

HClO3 ClO3- - clorato ácido clórico

H3PO4 PO43- - fosfato ácido fosfórico

HNO3 NO3- - nitrato ou azotato ácido nítrico (ou


azótico)

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- Quando o nome do anião termina em -ito o nome do ácido termina em -oso.

Exemplo:

Fórmula química Anião presente em solução Nome do ácido


aquosa e respectivo nome

HSO3 SO32- - sulfito ácido sulfuroso

HClO2 ClO2- - clorito ácido cloroso

HNO2 NO2- - nitrito ácido nitroso (ou azotoso)

Todos os oxoácidos formam o respectivo nome com a terminação -ico ou -oso.

Acontece que por vezes o mesmo não-metal pode formar ácidos diferentes, que se distinguem
entre si pelo número de átomos de oxigénio presente por molécula. Para os distinguir acrescenta-
se ao respectivo nome o prefixo hipo para o que tiver menor número de átomos de oxigénio e o
prefixo per para o que tiver maior número de átomos de oxigénio.

Ex.:O elemento químico cloro (Cl) pode formar quatro oxoácidos diferentes, cujas fórmulas e
nomes são os seguintes:

HClO – ácido hipocloroso; HClO2 – ácido cloroso;

HClO3 – ácido clórico; HClO4 – acido perclórico

Numa série de oxoácidos (ácidos oxigenados, de fórmula genérica HnXOm), o mais forte pode ser
identificado aplicando a regra de Pauling que diz que a força do oxoácido é indicada pela diferença
entre o número de átomos de oxigénio e o número de átomos de hidrogénio existentes na
molécula. Deste modo:

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2.3.3 Nomenclatura dos hidróxidos

Os hidróxidos são compostos constituídos por catiões metálicos e aniões hidróxido (OH -) e as suas
soluções aquosas apresentam carácter básico, mais ou menos acentuado. Daí que se lhes chame
bases.

O seu nome é formado acrescentando ao termo hidróxido o nome do catião metálico presente.

Tabela 35 - Nomenclatura dos hidróxidos

Fórmula química Fórmula iónica Nome


NaOH Na+OH- Hidróxido de sódio
KOH K+OH- Hidróxido de potássio
Ca(OH)2 Ca2+(OH-)2 Hidróxido de cálcio
Al(OH)3 Al3+(OH-)3 Hidróxido de alumínio

2.3.4 Nomenclatura dos Sais

Os sais são compostos iónicos, também formados por catiões (à excepção do ião H +) e por aniões
(à excepção do anião OH- e do anião H- - lê-se: hidreto). Os seus nomes formam-se
acrescentando ao nome do anião o nome do catião presente no sal. As tabelas de iões são
ferramentas importantes para dominar a escrita do nome e da fómula química de compostos
iónicos como os sais.

Tabela 36 - Nomenclatura dos sais

Fórmula química Anião presente Catião presente Nome


NaCl Cl- - cloreto Na+ - sódio Cloreto de sódio
CuS S2- - sulfureto Cu2+ - cobre II Sulfureto de cobre II
KNO3 NO3- - nitrato K - potássio
+
Nitrato de potássio
CaCO3 CO32- - carbonato Ca2+ - cálcio Carbonato de cálcio
PbI2 I- - iodeto Pb2+ - chumbo Iodeto de chumbo
Al2(SO4)3 SO42- - sulfato Al 3+
- alumínio Sulfato de alumínio

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2.3.4.1 Sais Hidratados

Os sais consideram-se hidratados quando têm moléculas de água incorporadas na sua rede
cristalina. Deve-se referir que quando um sal não tem moléculas de água incorporadas na sua
rede cristalina é considerado sal anidro.

Exemplo: A fórmula do sulfato de cobre hidratado é: CuSO 4.5H2O.

Para nomeá-lo, acrescenta-se ao nome do sal anidro o termo “hidratado”, precedido do prefixo
que indica o número de moléculas de água representadas na fórmula química. Nesse
caso,CuSO4.5H2O será sulfato de cobre II penta-hidratado.

Tabela 37 - Sais hidratados

Fórmula química Nome


CuCl2.2H2O Cloreto de cobre II di-hidratado
Mn(NO3)2.4H2O Nitrato de manganês II tetra-hidratado
FeCl3.6H2O Cloreto de ferro III hexa-hidratado
MgSO4.7H2O Sulfato de magnésio hepta-hidratado

2.3.5 Nomenclatura dos Hidretos Iónicos

Os hidretos iónicos são compostos iónicos caracterizados pela presença dos aniões hidreto (H -)
acompanhados de catiões metálicos.

Os seus nomes formam-se acrescentando ao termo hidreto o nome do catião metálico presente.

Tabela 38 - Nomenclatura dos hidretos iónicos

Fórmula química Fórmula iónica Nome


NaH Na+H- Hidreto de sódio
KH K+H- Hidreto de potássio
CaH2 Ca (H )2
2+ -
Hidreto de cálcio

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2.4 Interpretação de Fórmulas Químicas

As fórmulas químicas encerram em si dois tipos de informações sobre as substâncias: uma


qualitativa e outra quantitativa. Os números em volta dos símbolos químicos fornecem informação
quantitativa. A informação qualitativa está relacionada com as letras (os elementos e os
compostos químicos, bem como o estado de agregação da matéria – elemento ou composto).

Geralmente, a informação química quantitativa é expressa em número de moles, em quantidade


de substância ou quantidade de matéria.

Assim, a partir do símbolo químico de uma substância é possível determinar se se trata de uma
substância simples ou composta, de uma substância iónica, ou molecular ou metálica. Os números
que precedem as fórmulas químicas das substâncias nas equações químicas designam-se
coeficientes estequiométricos (e têm a mesma função que qualquer outro coeficiente, quando se
tratar de cálculos químicos). A quantidade (química) total de um elemento em um composto
depende do coeficiente estequiométrico do composto e da quantidade do elemento representada
na fórmula química do composto, o índice inferior direito junto do símbolo químico do elemento.
Eis alguns exemplos de aplicação, sobre a interpretação da informação qualitativa e quantitativa
de uma fórmula química:

4H2O: esta simbologia representa 4 moles de H 2O. H2O é uma substância composta porque é
constituída por átomos de elementos químicos diferentes (hidrogénio – H e oxigénio – O); a
ligação que mantém unidos os átomos no composto H 2O é covalente, porque H e O são elementos
não metálicos; a quantidade química (número de moles) de H representada na simbologia é igual
a 8 (produto de 4 – o coeficiente estequiométrico, por 2 – a quantidade química de H
representada na fómula química do composto); a quantidade química de O representada na
simbologia é igual a 4 (produto de 4 – o coeficiente estequiométrico, por 1 – a quantidade química
de O representada subentendidamente na fómula química do composto).

9Fe: esta simbologia representa 9 moles de Fe. Fe é uma substância simples porque é constituída
por átomos de um só elemento (ferro – Fe); a quantidade química (número de moles) de Fe
representada na simbologia é igual a 9 (produto de 9 – o coeficiente estequiométrico, por 1 – a
quantidade de Fe representada na fómula química da substância).

Quando o composto químico é hidratado, a interpretação quantitativa é feita de modo semelhante


ao dos compostos anidros (secos: sem água). Por exemplo:

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0,5EuCl3·6H2O: esta simbologia representa 0,5 moles de EuCl 3·6H2O. EuCl3·6H2O é uma
substância composta (de átomos de Eu, Cl, H e O) hidratada em que a quantidade química de Eu
(európio) é igual a 0,5 moles (=0,5x1), de Cl a 1,5 moles (=0,5x3), de H a 6 moles (=0,5x6x2) e
de O a 3 moles (0,5x6x1).

É importante lembrar que quando o coeficiente estequiométrico é igual a 1, bem como a


quantidade química de um elemento num composto, esse valor é expresso de modo
subentendido: não se escreve.

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EXERCÍCIOS

1 – Complete a tabela seguinte:

Simbologia Tipo de Tipo de Número de Número de moles


química substância ligação na moles da total de cada
(simples/ substância substância elemento
composta) (iónica/ representada
covalente/
metálica)
5H2SO4 __________ Covalente __________ H: 10(=5x2)
S:_______
O:_______
3Na2CO3 Composta __________ ___________ Na:______
_ C: 3(=3x1)
O:_______
0,5O3 __________ Covalente 0,5 O:_______
_
_________ Composta C: 10(=5X2)
H:30(=5x6)
7BaWO4 __________ Iónica Ba:______
W:7(=7x1)
O:_______
8S8 Simples 8 S:____
3Be3(AsO4)2 __________ Iónica Be:________
As:6(=3x2x1)
O:24(=3x2x4)
6H2 H:_________
6Sn __________ __________ _________ Sn: 6(=6x1)
_
2BeSO4·2H2O __________ Iónica Be:_______
S:________
O:12(=2x4+2x2x1)

CuSO4·5H2O Composta __________ 1 Cu:______


_ S:_______
H:10(=1x5x2)
__________ Composta Iónica ________ Fe:3(=3x1)
P:3(=3x1)
O:18(=3x4+3x2x1)
H:12(=3x2x2)
0,7Hg3(AsO4)2 __________ _________ __________ Hg:_____
As:_____
O:______

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2 – Escreva a fórmula química dos compostos abaixo:

Ácidos - sulfuroso; sulfúrico; hipofosforoso; fosfórico; hipocloros; cloroso; clórico; perclórico;


iodoso; iódico; nítrico; nitroso; hiponitroso; brómico; bórico; carbônico; permangânico;
pirossulfúrico; metabórico; pirofosfórico; metafosfórico; piromangânico;mangânico; cianídrico;
crómico.

Bases - hidróxido de magnésio; cuproso; cúprico; de zinco; crómico; plúmbico; de amónio;


ferroso.

Sais - sulfato de zinco; sulfato de potássio; cloreto de potássio; carbonato de bário; cromato de
sódio; sulfato plumboso; nitrito de cálcio.

3 – Observe os modelos moleculares da figura indicada e os nomes dos elementos


correspondentes às esferas que os representam.

3.1 – Escreva o símbolo químico de cada um dos elementos referidos.

3.2 – Escreva a fórmula química de cada molécula representada.

4 – Escreva a fórmula química dos compostos seguintes:

a) hidróxido de lítio
b) ácido fluorídrico
c) óxido de potássio
d) brometo de sódio
e) ácido carbónico
f) hidróxido de cálcio
g) nitrato de potássio
h) óxido de zinco
i) ácido sulfídrico
j) hidróxido de bário

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k) monóxido de dinitrogénio
l) cianeto de sódio
m) ácido clórico
n) hidróxido de amônio
o) trióxido de enxofre
p) fosfato de cálcio
q) ácido cianídrico
r) peróxido de sódio
s) hidróxido de chumbo
t) cloreto de zinco
u) sulfato de cobre II
v) ácido hipoiodoso
w) hidróxido de bário
x) sulfato ferroso
y) heptóxido de dicloro
z) Hidrogenocarbonato de cálcio.

5 – Complete a tabela seguinte:

Fórmula Nome Função inorgânica


(sal/ácido/hidróxido)
HClO4
BaO
CaCO3
NaNO3
Al2O3
H3PO4
LiOH
Al(OH)3
HI
HClO3
NaClO
CaO

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CAPÍTULO 3 – SOLUÇÕES. UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO

3.1 Introdução

Na natureza, dificilmente encontraremos substâncias puras. O mundo que nos rodeia é constituído
por sistemas formados por mais de uma substancia na qual é chamado de misturas. Normalmente
as misturas são denominadas de soluções. É necessário referenciar que aproximadamente 90%
das reacções químicas acontecem com os reagentes dissolvidos em algum líquido. Muitas das
coisas que consumimos também são soluções. Daí a importância de entendermos algumas coisas
sobre soluções.

Uma solução é basicamente uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias ). A água que
bebemos, os refrigerantes, os combustíveis (álcool hidratado, gasolina), diversos produtos de
limpeza (como sabonetes líquidos) são exemplos típicos de soluções.

As soluções podem ser formadas por qualquer combinação envolvendo os três estados físicos da
matéria: sólido, líquido e gasoso.

Exemplos de soluções no nosso dia-a-dia:

 Solução líquida (refrigerante)


 Solução sólida (bronze que é uma mistura de cobre e estanho)
 Solução gasosa (ar atmosférico é uma misturas de gases)

Uma solução é sempre constituída de dois componentes: um que dissolve, denominada


por solvente, e outro que é dissolvido, denominada por soluto.

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Figura 6 - Componentes de uma solução

O soluto é a substância dissolvida no solvente. Em geral, encontra-se em menor quantidade na


solução. O solvente é a substância que dissolve o soluto, geralmente encontra-se em maior
quantidade. Porém, é necessário saber que independentemente da sua quantidade na solução a
água será sempre solvente.

A água é chamada de solvente universal. Isso porque, ela dissolve muitas substâncias e está
presente em muitas soluções. Estes tipos de soluções são denominadas por soluções aquosas.

3.2 Classificação das Soluções

Ao preparar uma solução, isto é, ao dissolver um soluto em um dado solvente, as moléculas ou os


iões do soluto separam-se, permanecendo dispersos no solvente.

O grau de dissolução de um soluto em um solvente depende de vários factores. Os mais


importantes são:

 A natureza das partículas de solvente e soluto e as interações entre elas.

 A temperatura na qual a solução é formada.

 A pressão de um soluto gasoso.

As soluções podem ser classificadas quanto a:

 Estado físico: sólidas, líquidas ou gasosas.


 Conductividade elétrica: electrolíticas e não eletrolíticas

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 Proporção soluto/solvente: diluída, concentrada, saturada, insaturada (não saturada) e


sobressaturada (supersaturada).
Soluções electrolíticas e não electrolíticas
Soluções eletrolíticas são soluções aquosas de sais, bases ou ácidos que têm como característica
principal a condução de corrente eléctrica (conductividade elétrica).

As soluções não electrolíticas são soluções aquosas que não conduzem corrente eléctrica (não
possuem conductividade). Normalmente são substâncias orgânicas, como açúcar, etanol e
acetona. Assim, iremos apenas focar-nos nas soluções electrolíticas.

Para que uma solução seja electrolítica ela deve apresentar iões em meio aquoso. Estes podem
ser libertados em solução de duas formas: pela ionização e pela dissociação.

A ionização ocorre quando uma molécula, ao entrar em contacto com a água, liberta iões: um
catião e um ião.

Exemplo: O HBr (ácido bromídrico), quando em contacto com a água liberta iões, sendo H +
(catião) e Br- (anião), assim, ocorre uma ionização.

A dissociação ocorre com a formação de iões, ou seja, a substância iónica, ao entrar em


contacto com a água ela liberta um catião e um anião.

Exemplo: O KCl (cloreto de potássio), em contacto com água, liberta K + (catião) e Cl- (anião),
ocorrendo dissociação iónica.

As soluções electrolíticas possuem mobilidade iónica, assim, é pela movimentação de iões livres
na água (solução aquosa) que ocorre o transporte de corrente eléctrica.

É de salientar que, apenas o KCl ou a água não conduzem corrente elétrica, é necessário que eles
estejam misturados, e assim, em solução aquosa os iões podem movimentar-se conduzindo
corrente eléctrica.

 Solução saturada, insaturada (não saturada) e sobressaturada (supersaturada)


Quando se fala em solubilidade, é comum a afirmação “semelhante dissolve semelhante”. Ou
seja, uma substância polar tende a se dissolver num solvente polar e uma substância apolar tende
a se dissolver em um solvente apolar.
Assim, fica mais fácil entender porque muitas substâncias inorgânicas, como os sais e os ácidos,
que são polares dissolvem-se na água que é um solvente polar. Já as substâncias orgânicas que,
geralmente são apolares dissolvem-se em solventes orgânicos também apolares. Por exemplo, é

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possível dissolver a parafina na gasolina, a gasolina no querosene, mas o mesmo não acontece se
o solvente for a água.
A solubilidade ou coeficiente de solubilidade indica a quantidade máxima de um soluto que pode
ser dissolvido em um determinado solvente, a determinada temperatura e pressão.

De acordo com a quantidade de soluto dissolvido, podemos classificar as soluções em:

Solução saturada: É aquela em que o solvente já dissolveu toda quantidade possível de soluto,
e toda a quantidade agora adicionada não será dissolvida, pelo que, ficará no fundo do recipiente.
Ou seja, a quantidade de soluto no excedeu o limite de solubilidade (coeficiente de solubilidade).

Solução insaturadas (não saturada) ou diluída: É aquela em que a quantidade de soluto


usado não atinge o limite de solubilidade (coeficiente de solubilidade) a uma dada temperatura.

Solução supersaturada (instável): Ocorre quando uma quantidade de soluto dissolvido no


solvente é maior que a sua solubilidade (coeficiente de solubilidade) naquela temperatura. Assim,
a solução é aquecida ou resfriada de modo a reduzir o coeficiente de solubilidade. Quando isso é
feito de modo cuidadoso, o soluto permanece dissolvido, mas a solução se torna extremamente
instável. Qualquer vibração faz precipitar a quantidade de soluto em excesso dissolvida.

Normalmente, nos laboratórios, as soluções são preparadas dissolvendo-se uma massa


determinada de soluto em uma certa quantidade de solvente.

3.3 Unidades de Concentração das Soluções

O estudo quantitativo de uma solução implica o conhecimento da sua concentração, isto é, da


proporção entre a quantidade de soluto e de solução ou de solvente. Os químicos usam várias
unidades de concentração, cada qual com as suas vantagens e limitações. Examinaremos as cinco
unidades de concentração mais utilizadas: concentração comum ou mássica, molaridade,
molalidade, fração molar e percentagem em massa.

Para trabalhar as unidades de concentração adotaremos alguns números como índices para
representar soluto, solvente e solução.

1 (ou 3, ou 4) – soluto; 2 – solvente; Sem índice – solução

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300
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Concentração comum (C) ou massíca: determina a quantidade de massa de soluto (m1) em


gramas por unidade de volume (V) de solução em litros.

m1
C
V

Exemplos:

1. Qual a concentração de uma solução contendo 40g de cloreto de sódio dissolvidos em 250 mL
de solução?

Dados: Sabendo que: Substituindo:


m1 = 40 g m1 40 g
C C
V 0,25 L
V = 250 mL = 0,25 L C = 160 g/L
C=?

2. 300g de açúcar foram adicionados a uma certa quantidade de água, obtendo-se uma solução
60g/L. Qual é o volume dessa solução, em mL? R/ 5000

Dados: Sabendo que: Substituindo:


m1 = 300 g m1 V
C
V
V=? V = 5 L = 5000 mL
C = 60 g/L

Concentração em quantidade de substância: É a razão entre o número de moles do soluto


(n1) e o volume (V), em litros, da solução.

n1 m1
M M 
V MM  V

Onde:

n1= número de moles do soluto; V= volume da solução; m1= massa do soluto

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301
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MM= Massa molar ou massa molecular; A concentração em quantidade de substância é


expressa em [ ]

Exemplos:

1. Quantos litros de solução de cloreto de sódio a 0,2M podem ser preparados a partir de 468g de
cloreto de sódio? R/ 40L

Dados: Sabendo que: Substituindo:


V=?

M = 0,2 mol/L

m1 = 468 g V = 40 L
MM(NaCl) = 58,4 g/mol

2. Na preparação de uma solução alvejante de tinturaria, 521,5g de hipoclorito de sódio (NaClO)


são dissolvidos em água suficiente para 10L de solução. Qual é a concentração molar da solução
obtida?

Dados: Sabendo que: Substituindo:


V = 10 L

m1 = 521,5 g M = 0,7 mol/L


MM(NaOCl) = 74,4 g/mol
M=?

Concentração molal ou molalidade (W): É a razão entre o número de moles do soluto (n 1) e a


massa, em kg, do solvente.

Obs.: massa do solvente (m2) deve ser sempre expressa em quilograma (Kg)

Onde: m2= massa do solvente; A molalidade é expressa em [ ]

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302
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Exemplos:

1. Calcular a molalidade da solução formada pela diluição de 171g de sacarose (C12H22O11) em


400g de água. R/ 1,25

Dados: Sabendo que: Sustituindo:


m1 = 171 g

MM(C12H22O11) = 342 g/mol w = 1,25 mol/Kg


m2 = 400 g = 0,4 Kg
w=?

2. Determinar a massa de água, em gramas, que deve ser utilizada para dissolver 0,2 mol de
cloreto de sódio e originar uma solução 0,4 molal.

Dados: Sabendo que: Substituindo:


n1 = 0,2 mol >>

MM(NaCl) =58,4 342 g/mol m1 = 0,5 Kg = 500 g


W = 0,4 mol/Kg
m1= ?

Fracção em quantidade de substância do soluto (X1): É a razão entre o número de moles do


soluto (n1) e o número de moles da solução (n2)

>> >>

Fracção em quantidade de substância do solvente (X2): É a razão entre o número de moles


do solvente (n2) e o número de moles da solução (n2)

>> >>

Onde: n2 = número de moles do solvente

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303
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A soma das fracções em quantidades de substância é sempre igual a unidade (1) ou seja, X1 + X2
= 1. A fração em quantidade de substância é adimensional, não possui unidade.

Exemplos:

1. Calcular as fracções molares do soluto e do solvente em uma solução que contém 117g de
cloreto de sódio dissolvidos em 324g de água. R/ 0,1 e 0,9

Dados: Sabendo que: Substituindo:


m1 = 117 g
X1 =

X1 = 0,1
MM(NaCl) = 58,4 g/mol

m2 = 324 g X2 = 0,9
MM(H2O) = 18 g/mol
X1 =?
X2= ?

2. Uma solução contém 18g de glicose (C 6H12O6), 24,0g de ácido acético (C2H4O2) e 81,0g de
água. Qual a fracção em quantidade de substância do ácido acético na solução? R: 0,08

Dados: Sabendo que: Substituindo:


m1 = 18 g

MM (C6H12O6) = 180 g X3 = 0,08


m3 = 24 g
MM(C2H4O2) = 60 g/mol
m2 = 81,0 g
MM(H2O) = 18 g/mol

Título ou percentagem em massa/massa (T): Determina a quantidade de massa de soluto


(m1) em uma determinada quantidade de massa de solução (m). Esta grandeza é adimensional.

>>

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304
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Exemplos:

1. Calcular a percentagem, em massa, de uma solução formada pela dissolução de 40g de cloreto
de sódio em 60g de água. R/ 40%

Dados: Sabendo que: Substituindo


m1 = 40 g >> T% = 40%

m2= 60 g
T %= ?

2. Tem-se um frasco de soro glicosado, a 5% (solução aquosa de 5% em massa de glicose). Para


preparar 1 kg desse soro, quantos gramas de glicose devem ser dissolvidos em água? R: 50g

Dados: Sabendo que: Substituindo:


T% = 5%

m = 1Kg = 1000 g T = 0,05

m1 = ? m1 = 0,05 × 1000 g

m1= 50 g

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um medicamento contém 90 mg de ácido acetilsalicílico (C 9H8O4) por comprimido. Dissolvendo-


se 1 comprimido num copo de água (250mL). Calcule:

a) Concentração em quantidade de substância (mol/L).

b) Percentagem em massa

R/ 0,002 mol/L; 0,036 %

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2. O soro fisiológico é uma solução aquosa de cloreto de sódio a 0,9% (m/m). Determinar a
molaridade e a molalidade da solução. R/ 0,15 mol/L, 0,15 mol/Kg

Nota: considere densidade da solução igual a densidade agua, d(H2O) = 1,00 g/ml.

Dados complementares: Massas atómicas Na= 23,00u, Cl = 35,45u

3. Dissolveu-se uma amostra de 5 g de brometo de potassio em 250 ml de água. Calcule:

a) A concentração em massa.
b) A concentração em quantidade de substância.
c) A molalidade.
d) A percentagem em massa.
e) As fracções em quantidade de substância do soluto e do solvente.
Dados complementares: Massas atómicas K = 39,10u, Br = 79,90u

R/ 20 g/L; 0,168 mol/L; 0,168 Kg/mol; 0,030 ; 0,099

4. Preparou-se uma solução aquosa de ácido sulfúrico de densidade igual a 1,064 g/ml pela
adição de 25g de H2SO4 a 225g de H2O. Calcule:
a) Concentração mássica.
b) Percentagem em massa.
c) Concentração em quantidade de substância.
d) Molalidade.
R/ 106,38 g/L; 10%; 1,085 mol/L; 1,134 Kg/mol

5. Quando 39,2g de ácido sulfúrico são dissolvidos em 200mL de água, obtém-se uma solução de
volume igual a 220 mL. Qual a molalidade e a concentração em quantidade de substância dessa
solução?

R/ 2 Kg/mol ; 1,8 mol/L

3.4 Preparação de Soluções Aquosas de Concentração Conhecidas

Quando as moléculas são dissolvidas em qualquer líquido ou até mesmo na água, elas se
transformam em solução. As moléculas dissolvidas recebem o nome de soluto, e o líquido que as

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dissolve é chamado de solvente. Se uma solução é preparada com o solvente água, dizemos que é
uma solução aquosa. Ao dissolver sal em água, por exemplo, obtemos uma solução aquosa de
sal, na qual a água é o solvente e o sal é o soluto.

Quanto maior for a quantidade de soluto dissolvido em solvente maior será a sua concentração na
solução.

Observe, nas fotos abaixo, a preparação de uma solução aquosa de NaOH.

 O soluto é transferido para o frasco e, em seguida, adiciona-se um pouco de água destilada e


agita-se até que todo o sólido se dissolva.
 Finalmente, acrescenta-se água com auxílio de uma pisseta até atingir a marca de 1000mL

O preparo de uma solução aquosa em laboratório

Massa de soluto = 80 g Adição de água destilada até a marca de 1L. MM(NaOH) = 40g/mol

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A solução preparada contém 80 g de soluto dissolvidos em 1,0 L de solução

Os químicos têm uma forma única de representar uma solução preparada. Assim sobre a solução
de hidróxido de sódio, pode dizer-se que:

 A solução preparada contém 80 g de soluto dissolvidos em 1.000 mL de solução.


 A solução preparada contém 80 g de soluto dissolvidos em uma quantidade de água suficiente
para 1,0 L de solução.
 A solução preparada contém 80 g de soluto dissolvidos em 1,0 L de solução.

As frases acima, embora diferentes, dizem respeito à mesma solução.

O frasco com a solução preparada deve ser tapado e rotulado para indicar o conteúdo.

Tal rótulo é feito usando uma linguagem matemática própria. Essa linguagem utiliza fracções para
representar quantitativamente os componentes da solução, ou seja, a concentração da solução.

O estudo dessa linguagem matemática é chamado em química de estudo da concentração das


soluções.

3.5 Diluição de Soluções

As soluções podem ser classificadas em diluídas ou concentradas. Uma solução pode ser
preparada adicionando-se solvente a uma solução inicialmente mais concentrada. Este processo é
denominado de diluição. Actividades comuns do dia-a-dia, como acrescentar água a um sumo de
frutas, misturar o detergente na água durante a lavagem de roupas, adicionar água a um
medicamento ou aplicar solventes próprios às tintas para deixá-las mais fluídas são bons
exemplos de diluição.

Ao diluir uma solução, a quantidade de soluto (a sua massa) não se altera, sendo a mesma na
solução inicial e na final. O volume da solução aumentará (de V a V’), uma vez que será
adicionada uma porção de solvente. A concentração, por sua vez, diminuirá (diluir e concentrar
são processos opostos). Assim, pode-se concluir que volume e concentração são grandezas
inversamente proporcionais.

Para calcular, podemos ter as seguintes relações entre solução inicial e a final:

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Tabela 39 - Relações entre a composição da solução inicial e da solução final

Inicial Final Relação


Concentração
Comum [g/L]
Molaridade
[mol/L]

É de se salientar que foi apresentada na tabela apenas os dois tipos de concentração mais
utilizadas na diluição.

Observe os exemplos:

1) Ao diluir 100 mL de uma solução de cloreto de sódio, cuja concentração é igual a 15 g/L ao
volume final de 150 mL, qual será a concentração final da solução?

Dados: Aplicando a fórmula de diluição: Temos:


V =100 mL 15 g/L × 100 mL = 150 mL × C’

C = 15 g/L C’ = 10 g/L
V’ = 150 mL
C’ = ?

2) A uma solução de 40 mL de NaOH a 0,1 mol/L foi adicionado 100 mL de água. Determine a
concentração desta solução apôs a adição de água.

Dados: Aplicando a fórmula de diluição: Temos:


V =40 mL 0,1 mol/L × 40 mL = 100 mL × M’

M = 0,1 mol/L M’ = 0,04 mol/L


V’ = 100 mL
M’ = ?

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3) Qual deve ser o volume de água adicionado a 50 cm 3 de solução de hidróxido de sódio (NaOH),
cuja concentração é igual a 60 g/L, para que seja obtida uma solução a 5,0 g/L?.

Dados: Aplicando a fórmula de diluição: Temos:


V =50 cm3 60 g/L × 50 cm3 = 5,0 gl/L × V’

M = 60 g/L V’ = 600 cm3


M’ = 5,0 g/L
V’ = ?

4) Uma solução aquosa de ácido sulfúrico, para ser utilizada em baterias de chumbo de veículos
automotivos, deve apresentar concentração igual a 4 mol/L. Determine o volume total de uma
solução adequada para se utilizar para se utilizar nestas baterias, que pode ser obtido a partir de
500 mL de solução de ácido sulfúrico de concentração 18 mol/L.

Dados: Aplicando a fórmula de diluição: Temos:


V =500 mL 18 mol/L × 500 mL = 4 mol/L × V’

M = 18 mol/L V’ = 2250 mL = 2,25 L


V’ = ?
M’ = 4 mol/L

5) Uma solução 1 mol/L de glicose, contida em um béquer, perde água por evaporação até restar
um volume de 150 mL, passando a concentração para 2 mol/L. Determine o volume de água
evaporada.

Dados: Aplicando a fórmula de diluição: Temos:


V =150 mL 2,0 mol/L × 150 mL = 1,0 mol/L × V’

M = 2 mol/L V’ = 300 mL
V’ = ?
M’ = 1 mol/L

O volume obtido de 300 mL (V’ = 300 mL) não é a quantidade de água evaporada na solução,
mas sim, este é o volume total da solução de 2 mol/L antes da evaporação. Assim sendo, deve-se
achar a diferença entre o volume total da solução e o volume que restouapôs a evaporação o
valor obtido será exactamente a quantidade de água evaporada. Logo teremos:

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VEvaporada = VTotal – Vque restouapôs evaporação


VEvaporada = 300 mL – 150 mL
VEvaporada = 150 mL

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Determine o volume de água, que deve ser adicionado a 80 mL de solução aquosa 12 mol/L
de hidróxido de sódio, para que a solução resultante seja 1,2 mol/L. R/ 800 mL
2) Um laboratorista precisa preparar solução 1 mol/L de Na 2SO4, aproveitando 200 mL de
solução 0,8 mol/L do mesmo sal. Determine a quantidade de solvente que deve ser adicionado a
solução inicial para se conseguir atingir a concentração de 1 mol/L. R/160 mL
3) Uma solução contendo 5 mL de NaCl 1mol/L é diluída com água suficiente para atingir o
volume de 500 mL. Qual será a concentração dessa nova solução? R/ 0,010 mol/L
4) Se adicionarmos 80 mL de água a 20 mL de uma solução 0,20 mol/L de KOH, qual será a
concentração molar obtida para a nova solução? R/ 0,05 mol/L
5) Preparam-se 100 mL de uma solução contendo 1 mol de KCl. Tomaram-se, então, 50 mL
dessa solução e juntaram-se 450 mL de água. Qual será a molaridade da solução final? R/ 0,11
mol/L
6) Para que volume devem ser alterados os 500 mL de uma solução de concentração igual a 10
g/L a fim de:

a) Torná-la de concentração igual a 1 g/L;


b) Dobrar sua concentração inicial.
a) R/ 5000 mL; b) 250 mL
7) Um dentista precisa obter uma solução aquosa de fluoreto de sódio (NaF) na concentração de
20 g/L. Sabendo-se que em seu consultório ele dispõe de 250 mL de uma solução a 40 g/L como
deverá ser o procedimento para se obter a solução desejada? R/ Deve-se diluir a solução até ao
volume de 500 mL

8) Aqueceu-se um frasco contendo uma solução aquosa de CuSO 4 0,05 mol/L. O aquecimento foi
interrompido quando restavam 100 mL de uma solução aquosa de CuSO 4 1,2 mol/L. Determine o
volume da solução inicial e o volume de água perdida pelo aquecimento. R/ 2400 mL, 2300 mL

9) A uma amostra de 100 mL de NaOH de concentração 20g/L foi adicionada água suficiente
para completar 500 mL. Determine a concentração, em g/L, dessa nova solução. R/ 4 g/L

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10) Pipetaram-se 10 mL de uma solução aquosa de NaOH de concentração 1,0 mol/L. Em


seguida, adicionou-se água suficiente para atingir o volume final de 500 mL. Determine a
concentração da solução resultante, em mol/L. R/ 0,02 mol/L

CAPÍTULO 4 - CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO

4.1 Reacções Químicas: Cálculos Estequiométricos

A queima de uma vela, a obtenção de álcool etílico a partir de açúcar e o enferrujamento de um


pedaço de ferro são exemplos de transformações onde são formadas substâncias com
propriedades diferentes das substâncias que interagem. Tais transformações são designadas por
reacções químicas. As substâncias que interagem são chamadas de reagentes e as formadas de
produtos.

As leis que regem as reacções químicas são de dois tipos:

 Leis ponderais: tratam das relações entre as massas de reagentes e produtos que
participam de uma reacção;
 Leis volumétricas: tratam das relações entre volumes de gases que reagem e são formados
numa reação.

4.2 Leis Ponderais e Reações Químicas

Lei da conservação das massas (lei de Lavoisier)

Esta lei foi elaborada, em 1774, pelo químico francês Antome Laurent Lavoisier. Os estudos
experimentais realizados por Lavoisier levaram-no a concluir que numa reacção química, que se
processa num sistema fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos
produtos:

m (reagentes) = m (produtos)

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Assim, por exemplo, quando 2 gramas de hidrogénio reagem com 16 gramas de oxigénio verifica-
se a formação de 18 gramas de água; quando 12 gramas de carbono reagem com 32 gramas de
oxigénio ocorre a formação de 44 gramas de gás carbónico.

Lei das proporções constantes (lei de Proust)

Esta lei foi elaborada, em 1797, pelo químico Joseph Louis Proust. Ele verificou que as massas dos
reagentes e as massas dos produtos que participam de uma reacção química obedecem sempre a
uma proporção constante. Esta proporção é característica de cada reacção e independente da
quantidade das substâncias que são colocadas para reagir. A seguir, apresentam-se dados
experimentais (da reacção de síntese da água) que exemplificam estas leis:

I 10 80 90

II 2 16 18

III 1 8 9

IV 0,4 3,2 3,6

Observe que:

 Para cada reacção, a massa do produto é igual à massa dos reagentes, o que concorda com a
lei de Lavoisier;

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 As massas dos reagentes e do produto que participam das reacções são diferentes, mas as
relações massa de oxigénio/massa de hidrogénio, massa de água/massa de hidrogénio e massa
de água/massa de oxigénio são sempre constantes:

I 8/10 = 8 90/10 = 9 90/80 = 1,125

II 16/2 = 8 18/2 = 8 18/16 = 1,125

III 8/1 = 8 9/1 = 9 9/8 = 1,125

IV 3,2/0,4 = 8 3,6/0,4 = 9 3,6/3,2 = 1,125

No caso das reacções de síntese, isto é, aquelas que originam uma substância a partir dos seus
elementos constituintes, o enunciado da Lei de Proust pode ser o seguinte:

A proporção, em massa, dos elementos que participam da composição de uma substância é


sempre constante e independe do processo químico pelo qual a substância é obtida.

4.3 As Leis Ponderais e a Teoria Atómica de Dalton

Na tentativa de explicar as leis de Lavoisier e Proust, em 1803, Dalton elaborou uma teoria
atómica, cujo postulado fundamental era que a matéria deveria ser formada por entidades
extremamente pequenas, chamadas de átomos. Estes seriam indestrutíveis e intransformáveis. A
partir desta ideia, Dalton conseguiu explicar as leis de Lavoisier e Proust.

Lei de Lavoisier: Numa reacção química, a massa conserva-se porque não ocorre criação nem
destruição de átomos. Os átomos são conservados, eles apenas se rearranjam. Os agregados
atómicos dos reagentes são desfeitos e novos agregados atómicos são formados.

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4.4 Equações Químicas

Os químicos utilizam expressões, chamadas de equações químicas para representar as reacções


químicas.

Para se escrever uma equação química é necessário:

 Saber quais as substâncias que são consumidas (reagentes) e quais as que são formadas
(produtos);

 Conhecer as fórmulas dos reagentes e dos produtos;

 Escrever a equação sempre da seguinte forma: ;

 Utiliza-se o sinal de adição “+” para separar as fórmulas dos reagentes entre si, e as fórmulas
dos produtos entre si;

 Para que a equação química esteja de acordo com a lei da conservação da massa, é necessário
que cada fórmula química tenha o coeficiente estequiométrico correcto. O procedimento a seguir
para a determinação destes coeficientes denomina-se acerto da equação química.

Utilizando as regras acima para representar a formação da água temos:

 Reagentes: hidrogénio e oxigénio;

 Produto: água.

 Fórmulas das substâncias:

 Hidrogénio: ; oxigénio: ; água:

 Equação:

 Acerto dos coeficientes: a expressão acima indica que uma molécula de hidrogénio (formada
por dois átomos) reage com uma molécula de oxigénio (formada por dois átomos) para formar
uma molécula de água (formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio). Vemos,
portanto, que a expressão contraria a lei da conservação dos átomos (lei da conservação da
massa), pois antes da reacção existiam dois átomos de oxigénio e, terminada a reacção, existe
apenas um. No entanto, se ocorresse o desaparecimento de algum tipo de átomo, a massa dos

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reagentes deveria ser diferente da massa dos produtos, o que não é verificado
experimentalmente.

Portanto, a equação química devidamente acertada que representa a reação é:

Estudos realizados por Gay-Lussac levaram-no, em 1808, a concluir que os volumes de gases que
participam de uma reacção química, medidos nas mesmas condições de pressão e temperatura,
guardam entre si uma relação constante que pode ser expressa através de números inteiros - Lei
de Gay-Lussac.

Assim, por exemplo, na preparação de dois litros de vapor de água devem ser utilizados dois litros
de hidrogénio e um litro de oxigénio, desde que os gases estejam submetidos às mesmas
condições de pressão e temperatura. A relação entre os volumes dos gases que participam do
processo será sempre: 2 volumes de hidrogénio; 1 volume de oxigénio; 2 volumes de vapor de
água.

A Tabela a seguir mostra diferentes volumes dos gases que podem participar desta reacção:

de + de à de

Experimento Hidrogénio (g) Oxigénio (g) Água (g)

I 20 cm3 10 cm3 20cm3

II 180 cm3 90 dm3 180

III 82 mL 41 mL 82 mL

IV 126 L 63 L 126 L

Observe que nesta reacção o volume do produto (vapor de água) é menor do que a soma dos
volumes dos reagentes (hidrogénio e oxigénio). Esta é uma reação que ocorre com contracção de
volume, isto é, o volume dos produtos é menor que o volume dos reagentes. Existem reacções
entre gases que ocorrem com expansão de volume, isto é, o volume dos produtos é maior que o
volume dos reagentes, como por exemplo na decomposição do gás amoníaco:

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2NH3 (g)  3H2 (g)  N2 (g)

Amoníaco Hidrogénio + Nitrogénio

2volumes 3volumes 1volume

4.5 Tipos de Cálculos Estequiométricos

Os dados do problema podem vir expressos das mais diversas maneiras: quantidade de matéria
(mol), massa, número de moléculas, volume, etc.

Em todos estes tipos de cálculo estequiométrico vamos nos basear nos coeficientes da equação
que, como vimos, dão a proporção em moles dos componentes da reacção.

Antes de efectuar um cálculo estequiométrico é importante saber calcular a massa atómica das
substâncias.

Cálculo da massa molar (MM)

A sua unidade é em gramas (g/mol).


Procura-se o valor da massa atómica do elemento químico na tabela periódica e modificam-se as
unidades.

Exemplo:

Se a substância tiver mais de um elemento, a massa molar é calculada com o somatório da massa
atómica de cada um deles pelo número de átomos que possuem na fórmula. Se tiver do mesmo
elemento, multiplica-se a sua massa pelo número de átomos também.

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Exemplo:

4.4.1 Regras para a Realização dos Cálculos Estequiométricos

1ª Regra: escreva correctamente a equação química mencionada no problema (caso ela não
tenha sido fornecida);

2ª Regra: as reacções devem ser balanceadas correctamente (tentativa ou oxirredução), tendo


em conta que os coeficientes indicam as proporções em moles dos reagentes e produtos;

3ª Regra: caso o problema envolva pureza dos reagentes, fazer a correção dos valores,
trabalhando somente com a parte pura que efectivamente irá reagir;

4ª Regra: caso o problema envolva reagentes em excesso – e isso percebemos quando são
citados dados quantitativos relativos a mais de um reagente – devemos verificar qual deles está
correcto. O outro que está em excesso deve ser descartado para efeito de cálculos da quantidade
mínima de produto que se forma.

5ª Regra: relacione, por meio de uma regra de três, os dados e a pergunta do problema,
escrevendo correctamente as informações em massa, volume, moles, moléculas, átomos, etc.
Lembre-se: =

6ª Regra: se o problema citar o rendimento da reacção, devemos proceder à correcção


dos valores obtidos.

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. A partir da reacção dada, calcule:

a) O número de moles presentes de cada substância.

b) Se se duplicar o número de moles de , quantos moles de são necessários para


participar na reacção? Quantos moles de são produzidos?

c) Ao combinar 3 moles de com 10 mol de , depois de concluir a reacção, quantos


moles de sal e de água se produzem? Quantos moles de cada substância se encontram?

Resposta:

a) Temos os coeficientes estequiométricos: 1 mol de ,3 mol de ,1 mol de


e 3mol de

b) Teremos que duplicar o número de moles de para que a proporção seja a mesma,
portanto serão necessários 2 mol de .

c) Depois de terem reagido os 3 mol de foram consumidos 9 mol de (seguindo a


mesma proporção), pelo que restará 1 mol de . Sendo assim produziram-se:

2. Foi produzida a seguinte reacção entre hidróxido de cálcio e 60 g de ácido fosfórico :

A partir dela calcule:

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a) a massa de fosfato de cálcio que se forma.


b) o número de moles de fosfato de cálcio obtidos.
c) a massa de hidróxido de cálcio utilizada.
d) o número de moles de moléculas de água obtidos.

Resposta:

Primeiramente devemos acertar a reacção:

a) Determinamos os moles de ácido que reagirão. A massa molar do ácido fosfórico é:


:

Utilizando as relações estequiométricas:

Convertemos a massa do dado obtido. A massa molecular do fosfato de cálcio é:

3·40 + 2·31 + 8·16 = 310 g/mo l:

b) Obtivemos 0,305 moles de fosfato de cálcio.

c) Aplicamos a estequiometria para o hidróxido de cálcio:

Convertemos em massa o dado obtido. A massa molecular do hidróxido de cálcio é:

1·40 + 2·16 + 2·1 = 74 g/mol :

d) As moles de água obtiveram-se a partir da estequiometria:

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3. A combustão completa de uma quantidade de butano ( ) produz um total de 352 g de


dióxido de carbono ( ).

a) Qual é a massa de butano que é queimada?


b) Que volume de dióxido de carbono, em CNTP, supõe os 352 g?
c) Que volume de ar, em CNTP, será necessário para fazer a combustão?

Resposta:

a)

b)

c)

4. Quando se misturam sódio metálico e água, produz-se uma reacção que liberta muita energia,
tanta que pode originar uma explosão. A reacção é:

a) Que massa de se obtém se se puser 15 g de num recipiente de água?


b) Que massa de hidrogénio se desprenderá?
c) Qual será o volume de medido a 0,8 atm e 32 ºC?

Resposta:

a)

b)

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c)

5. Um automóvel viaja a 225 milhas com um rendimento de 20,05 milhas/galão de gasolina.


Quantos quilogramas de se produzem, supondo que a gasolina está composta por
octano, , cuja densidade é 0,69 g/ml?

Resposta:

Em primeiro lugar, vamos trabalhar com conversão de unidades para homogeneizar o problema :

Agora podemos saber que gasolina consumiu para percorrer os 362 km:

Vamos converter este volume de gasolina em massa, usando o dado da densidade:

A reacção de combustão que se da é a seguinte:

A massa de octano, expressa em moles, é:

A estequiometria da reação é 1:8 entre o octano e o :

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322
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Por fim, convertemos estes moles de em massa:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Sabendo que 10,8g de alumínio reagiram completamente com ácido sulfúrico, conforme a
reação dada abaixo, calcule:

a) Massa de ácido sulfúrico consumido;


b) Massa de sulfato de alumínio produzida;
c) Volume de gás hidrogénio libertado, medido nas CNTP.
R/ a) b) c)

2. Uma vela de parafina queima-se no ar ambiente, para formar água e dióxido de carbono. A
parafina é composta por moléculas de vários tamanhos, mas aplicaremos a fórmula . Tal
reacção representa-se pela equação:

Tendo em conta o exposto, responda às seguintes questões:

a) Quantos moles de oxigénio são necessários para queimar um mol de parafina?


b) Quanto pesa esse oxigénio?

R/ a) , b)

3. 5 Kg de são totalmente decompostos, conforme a reacção química abaixo.

Calcule:

a) a massa em kg de CaO obtido.

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323
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b) o volume de gás carbónico obtido a 25ºC e 1 atm, considerando que o volume molar é de 25
L/mol.
R/ a) b)

4. 400g de hidróxido de sódio são adicionados a 504g de ácido nítrico produzindo


nitrato de sódio e água. Calcule:
a) a massa de nitrato de sódio obtida;
b) a massa do reagente em excesso, se houver.
R/ a) b) 80g de .

5. Na reação da amónia com oxigénio para formar e água, qual é a massa de água
formada a partir de 160 g de ? Quantos moles de são formados a partir da mesma
quantidade de ?

R/ e

6. O salitre do Chile é utilizado como conservante em enchidos como o presunto,


mortadela, etc. Esse composto pode ser obtido pela reacção:

Sendo a massa do ácido nítrico utilizada igual a 126g, qual a massa de salitre do Chile que
obtemos se o rendimento dessa reação for de 95%?

R/ 161,5

7. Qual o volume, em m3, de gás oxigénio, nas CNTP, necessário para queimar totalmente 1200
kg de carvão, com 90% de pureza, conforme a equação:

R/ 2016m3

8. O fosgénio, , é um gás venenoso que, quando inalado, reage com água nos pulmões
podendo produzir ácido clorídrico, que causa graves danos pulmonares e consequentemente a
morte. Por causa disto, já foi usado como gás de guerra. A equação dessa reacção é:

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324
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Se uma pessoa inalar 198 mg de fosgénio, qual é a massa em mg de ácido clorídrico que se forma
nos pulmões?

R/ 146

9. Calcule o máximo de massa de água que se pode obter partindo de 8,0 g de hidrogénio e 32,0
g de oxigénio. Indique qual o reagente em excesso e quanto sobra do mesmo.

R/ 36 g de água; excesso de 4g de .

10. Considere a reação . Qual é a massa de cloreto ferroso obtida quando


1100 g de sulfeto ferroso com 80 % de pureza reagem com excesso de ácido?

R/ 1270 g.

11. O carbonato de cálcio contido numa peça de mármore reage com ácido clorídrico (
. Para formar cloreto de cálcio ( ), água e dióxido de carbono faz-se reagir 10 g de mármore
com uma quantidade suficiente de para produzir 3,3 g de gás. Determine a percentagem de
contida no mármore.

R/ 75.

12. Considere que são queimados 6 gramas de etano com suficiente quantidade de oxigénio para
que a combustão seja completa a 25ºC e 1 atm de pressão.

a) Que compostos se formam na reacção e que quantidade de moles se produz de cada um deles?

b) Quantos litros de oxigénio são consumidos na combustão?

c) Qual deveria ser a estequiometria da reação para que unicamente se produza monóxido de
carbono e água? Calcule as moles de oxigénio que se consumiram na reacção.

Dados ; Massas atómicas

13. Sabendo que a massa molecular do hidrogénio é 2, e a do oxigénio 32, responda às questões
que se seguem e justifique.

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a) Qual dos gases ocupará maior volume: 1 mol de hidrogénio ou 1 mol de oxigénio nas mesmas
condições de temperatura e pressão?

b) Qual das espécies químicas terá maior massa: 1 mol de hidrogénio ou 1 mol de oxigénio?

c) Onde haverá mais moléculas: em 1 mol de hidrogénio ou em 1 mol de oxigénio?

Constantes e factores de conversão úteis:

Constante de Clapeyron:

Número de Avogadro:

Pressão:

Volume:
1mL = 1cm³
1dm³ = 1L = 1000mL

Massa:

1Kg = 1000g
1g = 1000mg

Comprimento:

Fórmula para cálculo do número de mols (n):

Onde:

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n = número de moles (mol)


m = massa em gramas (g)
MM = massa molar (g/mol)

CAPÍTULO 5 - CINÉTICA QUÍMICA E EQUILÍBRIO QUÍMICO

5.1 Cinética Química

Cinética química é o estudo da velocidade de uma reacção sob várias condições. A palavra
cinética sugere movimento ou mudança.

Existem vários motivos para se estudar a velocidade de uma reacção. Há uma curiosidade
intrínseca sobre a razão pela qual as reacções têm velocidades tão diversas. Alguns processos,
tais como a fotossíntese, têm lugar numa escala de tempo da ordem de 10 -12 a 10-6 s. Processos
como a solidificação do cimento e a conversão da grafite em diamante, levam anos ou milhões de
anos para se completarem. Do ponto de vista prático, o conhecimento das velocidades de reacção
é útil na concepção de fármacos, no controlo da poluição entre outros. Na maioria dos casos, a
indústria química está mais interessada no aumento da velocidade da reacção do que na
maximização do seu rendimento.

5.1.1 Velocidade de uma Reacção

Velocidade de uma reacção: É a variação da concentração de um reagente ou produto com o


tempo.

Velocidade inicial: Velocidade para t=0; a velocidade da reacção imediatamente após a mistura
dos reagentes.

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Velocidade média: Alteração da concentração de reagentes da reacção num dado intervalo de


tempo.

Unidades: mol.l-1.s-1

Onde são as variações de concentração (em quantidade de substância, mol/L)


durante o intervalo de tempo Δt. Uma vez que a concentração de A e de B decresce com o tempo,
é uma quantidade negativa. Mas como a velocidade de uma reacção é uma quantidade
positiva, torna-se necessário introduzir na equação da velocidade um sinal negativo. Por outro
lado, a velocidade de formação do produto não necessita do sinal menos, uma vez que é
uma quantidade positiva (a concentração de B e C aumenta com o tempo). Estas velocidades são
valores médios porque são médias sobre um certo intervalo de tempo Δt.

Velocidade instantânea: Derivada da concentração do reagente em ordem ao tempo.

É importante perceber como se obtém experimentalmente a velocidade de uma reacção. Sabe-se,


por definição, que para determinar a velocidade de uma reacção tem de se medir a concentração
dos reagentes (ou produtos) em função do tempo.

Exemplo: Determine a velocidade da seguinte reacção nos intervalos de 0 – 5min e 5 – 15 min.

Tempo (min) 0 5 15
[ ] (mol/l) 20,0 10,0 2,5

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A velocidade desta reacção é expressa como:

Usando os dados listados na tabela acima, podemos calcular a velocidade média durante o
intervalo de tempo requerido

Intervalo de 0 – 5 minutos

Intervalo de 5 – 15 minutos

Assim a velocidade média da reacção nos intervalos de 0 – 5 minutos e 5 – 15 minutos são


e respectivamente. Note aqui que uma diminuição na
concentração dos reagentes conduz a uma redução na velocidade da reacção.

5.1.1.1 Factores que Afectam a Velocidade de Uma Reacção

Natureza química dos reagentes: Normalmente a velocidade segue esta ordem: gases >
soluções > líquidos puros > sólidos devido ao aumento da superfície específica.

 Concentração dos reagentes: O aumento da concentração dos reagentes tende a aumentar


a velocidade da reacção.
 Temperatura: O aumento da temperatura aumenta não só a frequência das colisões entre as
moléculas reagentes, mas também a energia com que ocorrem as colisões, aumentando a
velocidade do processo químico. Outra forma de ver a influência da temperatura na velocidade
das reacções está na termodinâmica: o aumento da temperatura causa o aumento da energia
cinética média das moléculas. Dessa forma, a fracção de moléculas que possuem energia cinética
mínima necessária para que ocorra a reacção cresce, elevando a velocidade da reacção.
 Presença de catalisadores ou inibidores: Catalisador acelera e inibidor diminui a velocidade
de uma reacção química.

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5.1.2 Equação cinética

Equação Cinética = Lei de Velocidade da Reacção: Exprime a relação entre as concentrações


dos reagentes e a velocidade da reacção.

x e y são números que têm de ser determinados experimentalmente. Note que, em geral, x e y
não são iguais aos coeficientes estequiométricos a e b. Pode-se usar a equação cinética para
calcular a velocidade da reacção quando se conhece os valores de x, y e k, bem como as
concentrações de A e B.

Constante de velocidade (k): Constante da proporcionalidade entre a velocidade da reacção e a


concentração dos reagentes.

 k é independente da concentração dos reagentes.


 k é dependente da temperatura.

5.1.3 Ordem da Reacção

Ordem parcial: Potência a que a concentração de um dado reagente se encontra elevada na


equação cinética da reacção.

 Para a equação cinética acima, a reacção é de ordem x em relação a A e ordem y em relação a


B.

Ordem global: Soma dos valores das potências a que as concentrações dos reagentes se
encontram elevadas na equação cinética da reacção.

 Para a equação cinética acima, a ordem da reacção é igual a (x + y).


 A ordem da reacção é sempre definida em relação às concentrações dos reagentes (e não dos
produtos).
 A ordem da reacção tem de ser determinada experimentalmente.
 Não existe nenhuma relação entre os coeficientes estequiométricos da equação da reacção e os
expoentes x e y.

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A ordem de uma reacção apresenta um significado sob a velocidade da reacção, assim em função
do expoente podemos ter as conclusões listadas na tabela abaixo.

Tabela 40 - Ordem da Reacção

Expoente Significado
N.º inteiro A velocidade da reacção aumenta com o aumento da
N.º fraccionário concentração do reagente.
N.º negativo À medida que a concentração da espécie aumenta, a
velocidade da reacção diminui.
Zero A velocidade da reacção é independente da concentração
do reagente.

Para algumas reacções, a equação cinética é tão complexa que não é possível definir uma ordem.

5.1.4 Relação Entre a Concentração de Reagente e o Tempo

Reacção de 1ª ordem: Reacção cuja velocidade depende da concentração do reagente elevada à


potência unitária.

Reacção de 2ª ordem: Reacção cuja velocidade depende da concentração do reagente elevada


ao quadrado ou das concentrações de dois reagentes diferentes, cada uma delas elevada à
unidade.

À medida que a reacção avança, a concentração do(s) reagente(s) diminui. Uma outra medida da
velocidade de reacção que relaciona a concentração com o tempo é o tempo de meia-vida (ou de
semitransformação).

Tempo de meia-vida ( ): Tempo necessário para que a concentração de um reagente diminua

para a metade do seu valor inicial.

As reacções de 1ª e 2ª ordens são as mais comuns (tabela 41) mas podemos encontrar reacções
de ordem diferente.

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Tabela 41 - Ordens de reacção mais comuns

Ordem Equação Cinética Equação Concentração - Tempo Tempo de meia Vida

 Relação linear:

 Dependente da
concentração
 Gráfico: inicial do
 Recta de declive: -k reagente.

 Relação linear:
 Independente da
concentração
inicial do
 Gráfico: ln
reagente.
 Recta de declive: -k
2

 Relação linear:  Dependente da


concentração inicial
do reagente.

 Gráfico: 1/
 Recta de declive: k

 As reacções de ordem zero são muito raras e normalmente ocorrem com gases.
 Para gases substituem-se as concentrações e pelas pressões respectivamente.
 Reacções rápidas k grande: pequeno.

 Reacções lentas k pequeno: grande.

GRÁFICOS

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REACÇÃO DE 1ª ORDEM: Comportamentos característicos de uma reacção de 1ª ordem.

ln

 Variação do [reagente] com o  Relação linear de ln[A] em função do

tempo tempo

REACÇÃO DE 2ª ORDEM: Comportamentos característicos de uma reacção de 2ª ordem.

 Variação do [reagente] com o  Relação linear de 1/[A] em função do


tempo; tempo;

Exemplo: A reacção entre o ião peroxidissulfato e o ião I-1 é descrita por:

a) Determine a lei de velocidade.

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333
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b) Calcule a constante de velocidade para esta reacção a partir dos seguintes resultados, obtidos
a uma mesma temperatura.
Experimento Velocidade (M/s)

1 0,04 0,017 1,1.10-4


2 0,04 0,0085 5,5.10-5
3 0,08 0,0085 1,1.10-4

São dados três conjuntos de valores de concentração e de velocidades da reacção e pretende-se


determinar a lei de velocidade e o valor da constante de velocidade para a reacção.

a) A lei de velocidade é:

Para as três experienciais temos o seguinte:

1.
2.
3.

Fazendo a razão das velocidades da reacção para estas duas experiências temos:

y = 1, ou seja, a reacção é de 1ª ordem em relação ao ião iodeto I-1.

Para determinar o valor de x, fazemos a razão entre

x = 1, ou seja, a reacção é de 1ª ordem em relação ao ião peroxidissulfato o que mostra que a


ordem global dada é de (1+1) , isto é, a reacção é de 2ª ordem global.

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b) A constante de velocidade k pode agora ser calculada usando os valores de qualquer uma das
experiências. Rearranjando a expressão da lei de velocidade, obtém-se:

5.1.5 Teorias de Velocidades das Reacções

Geralmente a velocidade de uma reacção aumenta com o aumento da temperatura.

Regra empírica: A velocidade da reacção aumenta por um factor de cerca de 2 ou 3 por cada
10ᵒC de aumento da temperatura (para reacções com ).

A teoria cinética dos gases postula que as moléculas de um gás colidem frequentemente umas
com as outras. Assim, será lógico admitir o que é em geral verdadeiro: as reacções químicas
ocorrem como consequência de colisões entre moléculas dos reagentes.

Teoria das colisões: A velocidade de uma reacção é proporicional ao número de colisões


efectivas por segundo entre as moléculas do reagente.

Colisão efectiva: colisão que resulta na produção de moléculas do produto.

Para que uma reacção ocorra tem de haver em certa medida:

 Orientações Molecular - quando as moléculas do reagente colidem, têm de estar correctamente


orientadas para que a reacção ocorra.
 Energia de Activação - para que as moléculas que colidem possam reagir, têm de possuir uma
energia cinética total maior ou igual à energia de activação.
Energia de activação ( ): energia mínima necessária para que se inicie uma dada reacção.

 Para as mesmas condições de concentração e temperatura: quanto menor , maior a


velocidade da reacção.

 Para a mesma : quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reacção.


Teoria do Estado de Transição = Teoria do Complexo Activado

Complexo activado: Espécie formada transitoriamente pelas moléculas dos reagentes, como
resultado da colisão, antes da formação do(s) produto(s).

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5.1.6 Equação de Arrhenius

A dependência da constante de velocidade de uma reacção relativamente à temperatura pode ser


expressa pela seguinte equação, conhecida como Equação de Arrhenius:

Onde:

Energia de activação (kJ.mol-1)

A – Factor de frequência (constante de proporcionalidade) que representa a frequência de colisões


e pode ser considerado constante para um dado sistema reaccional numa gama de temperaturas
bastante alargada.

R – Constante dos gases perfeitos.

T – Temperatura.

 Factor é sempre menor que 1: corresponde à fracção de moléculas com energia mínima
necessária para a reacção ocorrer.
 A equação de Arrhenius mostra que a constante de velocidade é directamente proporcional a A
e, portanto, à frequência das colisões.

Forma logarítmica da equação de Arrhenius

 Relação linear:

 Gráfico: ln

 Recta de declive:
 Ordenada na origem lnA

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Forma alternativa equação de Arrhenius

Exemplo: Dada a energia de activação , calcule o valor de k da reacção abaixo, à


temperatura de 100°C, a partir do seu valor a 298K que é igual a .

Para calcular a constante de velocidade k a 100°C, podemos recorrer à forma alternativa da


equação de Arrhenius que relaciona a energia de activação com duas constantes de velocidades.

Substituindo os valores dados, temos:

5.1.7 Mecanismos Reaccionais

Uma equação química global com estequiometria correcta não nos dá grande informação sobre o
modo como se processa uma determinada reacção química. Em muitos casos, essa equação não é
mais do que a soma de um conjunto de reacções simples usualmente chamadas de reacções
elementares ou etapas elementares.

Reacção elementar: Soma de um conjunto de reacções simples que representam o progresso da


reacção global ao nível molecular.

Mecanismo da reacção: Conjunto de passos individuais que conduzem à reacção global


observada. O mecanismo da reacção é comparável ao itinerário seguido durante uma viagem,
enquanto a equação química global especifica apenas a sua origem e destino.

Espécie intermediária: Espécie que surge no mecanismo da reacção, isto é, nas etapas
elementares, mas não na equação que representa o processo global.

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Molecularidade: Número de espécies (moléculas, iões ou radiais) que intervêm numa etapa
elementar.

 A molecularidade de uma reacção elementar é igual à sua ordem; mas não existe qualquer
relação entre a molecularidade e a ordem para a reacção global.
O conhecimento das etapas elementares de uma reacção permite-nos deduzir a sua lei de
velocidade.

Reacção unimolecular: Etapa elementar em que participa apenas uma molécula de reagentes.

Reacção bimolecular: Etapa elementar em que estão envolvidas duas espécies.

Reacção trimolecular: Reacção que envolve a participação de três moléculas numa etapa
elementar.

Passo determinante da velocidade de uma reacção: Passo mais lento da sequência de etapas
que conduz à formação de produtos.

Sequência das etapas no estudo do mecanismo de uma reacção

Determinação da Formulação da Lei de Postular um Mecanismo


Velocidade da Velocidade plausível para a reacção
reacção

A soma das etapas elementares tem de reproduzir a equação global da reacção.

A equação cinética correspondente ao passo determinante da velocidade deve ser idêntica à


equação cinética determinante experimentalmente.

5.1.8 Catálise

Catalisador: Espécie que aumenta a velocidade de uma reacção química sem ser consumida
durante essa reacção.

Durante uma transformação química um catalisador manifesta propriedades como:

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338
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 Altera o mecanismo da reacção.


 Pode reagir de modo a formar um intermediário, mas é regenerado numa etapa subsequente
da reacção.
 Não entra na reacção global.
 Permite um conjunto de etapas alternativas, com uma cinética mais favorável do que as etapas
que ocorrem na sua ausência.

O catalisador baixa a energia de activação (conforme o gráfico seguinte):

Reacção catalisada Reacção não catalisada

 Produtos mais estáveis que os reagentes;  Reagentes mais estáveis que os produtos;
 Reacção exotérmica  Reacção endotérmica

O catalisador não afecta nem a energia total dos reagentes nem a energia total dos produtos.

Catálise homogénea: Os reagentes, produtos e catalisador encontram-se dispersos numa única


fase, normalmente líquida. A catálise ácida e a catálise básica constituem os mais importantes
tipos de catálise homogénea em solução líquida.

Catálise heterogénea: Os reagentes e o catalisador encontram-se em fases diferentes.


Normalmente, o catalisador é uma superfície sólida e os reagentes são gases ou líquidos. A
catálise heterogénea é de longe o mais importante tipo de catálise na indústria química,
especialmente na síntese de produtos químicos essenciais.

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339
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5.2 Equilíbrio Químico

Em tese, qualquer reacção química pode ocorrer nos dois sentidos, até certo ponto. Na prática,
isso não se verifica na maioria das vezes. Com frequência, a força motriz de uma reacção
favorece um sentido de uma forma tão intensa que a reacção no sentido oposto não pode ser
medida. A força motriz de uma reacção é a variação na energia livre que acompanha a reacção e
é uma medida exacta da tendência de ser completada.

Definição: Situação de equilíbrio numa reacção química em que não se observa nenhuma
transformação efectiva (embora uma actividade contínua se verifique ao nível molecular).

 Verifica-se uma situação de equilíbrio quando as velocidades das reacções directa e inversa são
iguais e as concentrações dos reagentes e dos produtos não variam com o tempo.

Velocidade das reacções direta e inversa em função do tempo

 No equilíbrio, a reacção processa-se simultaneamente nos dois sentidos (directo e inverso) com
a mesma velocidade.

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340
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5.2.1 Constante de Equilíbrio

Para estudar o estado de um sistema, precisa-se de definir o quociente da reacção K.

Lei do equilíbrio químico: O quociente entre o produto das concentrações dos produtos e das
concentrações dos reagentes da reacção (elevadas aos coeficiente estequiométricos) é constante.

Constante de equilíbrio: K =

Relacciona as concentrações dos reagentes e dos produtos no equilíbrio.

 O valor de K é característico de qualquer estado de equilíbrio do sistema, dependendo da


natureza da reacção e da temperatura.
 K é uma grandeza adimensional quando não há variação da quantidade de substância durante
a reacção; K é uma grandeza dimensional quando há variação da quantidade de substância
durante a reacção.

Para a reacção:

Logo

Para a reacção:

Tabela 42 - Ordem de Grandeza de K

A quantidade de reagentes é inferior à quantidade de produtos presentes no


equilíbrio.
A quantidade de reagentes é superior à quantidade de produtos presentes no
equilíbrio.
A quantidade de reagentes e produtos presentes no equilíbrio são da mesma
ordem de grandeza.

 Quanto maior for o valor de K, mais favorecida é a formação de produtos no equilíbrio.


Exemplo: A 1130°C, a constante de equilíbrio Kc da reacção

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341
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é 2,25.10-4. Se . Calcule .

A expressão da constante de equilíbrio desta reacção é dada pela seguinte equação:

Substituindo os valores dados, temos:

Equilíbrio homogéneo: Equilíbrio químico que ocorre em reacções onde todas as espécies
envolvidas se encontram na mesma fase. Um exemplo de um equilíbrio homogéneo é a
dissociação de N2O4.

Reacções em Fase Gasosa:

Com

Onde:

 Solventes: as concentrações de solvente nunca aparecem na expressão da constante de


equilíbrio.

 Nunca se inclui ] na expressão da constante de equilíbrio porque, por convenção, este valor
está incluído no valor de K.
Equilíbrio heterogéneo: Equilíbrio químico que ocorre em reacções envolvendo reagentes e
produtos em fases diferentes.

 Reacções com sólidos puros (ou líquidos puros): a concentração molar de um sólido puro (ou de
um líquido puro) nunca aparece na expressão da constante de equilíbrio.

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Equilíbrio múltiplo: Se uma reacção puder ser expressa como soma de duas ou mais reacções,
a constante de equilíbrio da reacção global é dada pelo produto das constantes de equilíbrio das
reacções individuais.

Assim tem-se:

Método de cálculo das concentrações de equilíbrio ou do K:

Se conhecermos a constante de equilíbrio de uma dada reacção, podemos calcular as


concentrações da mistura no equilíbrio a partir do conhecimento das concentrações iniciais. Assim,
para o cálculo das concentrações de equilíbrio devemos:

 Exprimir as concentrações de todas as espécies no equilíbrio em termos das concentrações


iniciais e de uma única incógnita x, que representa a variação da concentração:

 Escrever a constante de equilíbrio em termos das concentrações no equilíbrio; sabendo o valor


de K, resolver em ordem a x; sabendo o valor da concentrações no equilíbrio, calcular o K.

Exemplo 5.5: Durante uma experiência no Laboratório de Química do ISPTEC, introduziu-se num
recipiente de aço inox, com capacidade de 3L, uma mistura de 1,5mol de H 2 e 1,5mol de I2 à
temperatura de 430°C. A constante de equilíbrio da reacção abaixo é 54,3 a esta temperatura:

Calcule as concentrações de , e no equilíbrio.

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343
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São dadas as quantidades iniciais dos gases (em moles) num recipiente de volume conhecido
(3L), por isso pode-se calcular as suas concentrações molares. Assim teremos 1,5/3 mol/l = 0,5M.
Inicialmente, não se encontra presente nenhum HI; o sistema não pode estar em equilíbrio no
início. Desta forma, certa quantidade de H2 reage com a mesma quantida de I2 para formar HI até
estabelecer o equilíbrio.

De acordo com a estequiometria da reacção, 1mol de H2 reage com 1mol de I2 para formar 2mol
de HI. Tome-se x como a quantidade que diminui a concentração mol/l de H 2 e de I2 no equilíbrio.
Então a concentração de HI no equilíbrio deve ser 2x.

Início (M) 0,5 0,50 0,00


Reacção (M) -X -X +2
Equilíbrio 0,50 - X 0,50 - X 2X

A constante de equilíbrio é dada pela seguinte equação:

Substituindo, obtemos:

Determinando a raiz quadrada de ambos os membros da equação obtemos:

No equilíbrio, as concentrações são:

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344
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5.2.2 Previsão do Sentido de Uma Reacção

Quociente reaccional (Q): Quantidade que se obtém substituindo as concentrações iniciais na


expressão da constante de equilíbrio.

As expressões de Q não são necessariamente concentrações de equilíbrio (como para K).

Tabela 43 - Previsão do sentido de uma reacção

Q˂K  A razão entre as concentrações iniciais dos produtos e as


concentrações iniciais dos reagentes é muito pequena.
 O sistema evolui no sentido directo (→).
Q=K  As concentrações iniciais dos produtos e as concentrações
iniciais dos reagentes são as concentrações de equilíbrio.
 O sistema está em equilíbrio (⇆).
Q˃K  A razão entre as concentrações iniciais dos produtos e as
concentrações iniciais dos reagentes é muito grande.
 O sistema evolui no sentido inverso (←).

5.2.4 Factores que Afectam o Equilíbrio Químico

O equilíbrio químico representa um balanço entre a reacção directa e a inversa. Na maioria dos
casos, este equilíbrio é bastante sensível. A ocorrência de variações nas condições experimentais
pode perturbar o equilíbrio e deslocar a respectiva posição, dando origem a uma maior ou menor
quantidade do produto desejado. Quando se diz que a posição do equilíbrio se desloca para a
direita, por exemplo, isso significa que a reacção que ocorre é da esquerda para a direita.

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345
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Os factores que determinam um equilíbrio são:

 Concentração;
 Volume;
 Pressão;
 Temperatura.
Há uma regra geral que ajuda a prever o sentido em que uma dada reacção evoluirá para o
equilíbrio quando ocorre uma variação de concentração, pressão, volume ou temperatura. Esta
regra, conhecida por Princípio de Le Chatelier, diz que “uma alteração em qualquer dos
factores que determinam um equilíbrio provoca um ajuste no sistema de modo a reduzir o efeito
da alteração”.

Tabela 44 - Variação da concentração


Aumento da [Reagentes] ou Deslocamento do equilíbrio no sentido directo (→)
Diminuição da [Produtos]
Aumento da [Produtos] ou Deslocamento do equilíbrio no sentido inverso (←)
Diminuição da [Reagentes]

Tabela 45 - Variação do volume e da pressão


Aumento do volume Deslocamento do equilíbrio no sentido de um aumento do
↔ número total de moles de gases.
Diminuição da pressão
Aumento da pressão Deslocamento do equilíbrio no sentido de uma diminuição do
↔ número total de moles de gases.
Diminuição do volume
 Quanto maior for a pressão, menor é o volume (e vice-versa).

Tabela 46 - Variação da temperatura


Aumento da temperatura Favorece reacções endotérmicas.

Diminuição da temperatura Favorece reacções exotémicas.

 Uma variação na temperatura altera a constante de equilíbrio.

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346
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

CINÉTICA QUÍMICA

Expressões da lei e velocidade

1. Se as concentrações fossem medidas em mols por litro e o tempo em segundos, quais seriam
as unidades das constantes de velocidade para os casos abaixo indicados?
a) Uma reação de primeira ordem.

b) Uma reação da segunda ordem.

c) Uma reação da terceira ordem.

2. A decomposição do N2O5 é, frequentemente, escrita como:

Se esta reação fosse de primeira ordem e se o tempo de meia-vida, a 250C, fosse igual a 5,71
horas, qual seria o valor da constante de velocidade k desta reacção em unidades de ? Se a
reação fosse expressa por 2N2O5 → 4NO2 + O2 qual seria a constante de velocidade de reação,
em unidade de .

3. Considerando-se a reação, 2 →3 qual é a relação entre d[ d[ e a velocidade da


reação da maneira como foi escrita?

4. Determinou-se que a lenta oxidação do Fe+2 pelo O2 dissolvido na solução, segue a lei de

velocidade - 2

A constante de velocidade k é igual a 3,7x10 -3 L mol-1 atm h-1, quando a reação é efetuada em
HC1O4 0,5 M e à temperatura de 350C. Considere que P(O2) é constante e igual a 0,2 atm e calcule
o tempo de meia-vida (em dias) de uma solução 0,1 M de Fe2+, em HC1O4 0,5 M, expostos ao ar.
Quantos dias seriam necessários para que a concentração de Fe 2+ diminuísse para 0,01 M, à
temperatura constante de 350C?

Resposta: 5,6x102 dias, 5,1x103 dias

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5. As constantes de velocidade da reacção


N2O5(g) → 2NO2(g) + O2(g)

em função da temperatura, são dadas na tabela abaixo.

T(K) k(S-1) T(K) k(1S-1)


338 4,87X10-3 308 1,35X10-4
328 1,50X10-3 298 3,46X10-5
318 4,98X10-4 273 7,87X10-7

Use os valores das constantes de velocidades, a 338 e 273 K, para calcular a E a da reacção.
Resposta: 104 kJmol-1

EQUILÍBRIO QUÍMICO

1. Dê os quocientes de reacção para cada uma das seguintes reacções. Para gases, use as
pressões Pi e para os solutos, as concentrações [i].
NH4NO3(s) ⇆ 2H2O + N2O(g)

N2(g) + 3H2(g) ⇆ 2NH3(g)

Cu(s) + Cu2+(aq) ⇆ 2Cu+(aq)

2Fe3+(aq) + 3I-(aq) ⇆ 2Fe2+(aq) + I3-(aq)

CaCO3(s) + 2H+(aq) ⇆ H2O(l) + Ca2+(aq) + CO2(g)

2. As constantes de equilíbrio para as seguintes reacções foram medidas a 823 K:

CoO(s) + H2(g) ⇆ Co(s) + H2O(g) K = 67

CoO(s)+ CO(g) ⇆ Co(s) + CO2(g) K = 490

A partir desses dados, calcule a constante de equilíbrio da reacção

CO2(g) + H2(g) ⇆ CO(g) + H2O(g)

medida a 823 K.

Resposta: 0,137

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3. O nitrogénio e oxigénio reagem formando amoníaco segundo a reacção

Se uma mistura dos três gases estivesse em equilíbrio, qual seria o feito sobre a quantidade de
NH3 caso ocorresse o seguinte:

a) a mistura fosse comprimida.

b) a temperatura fosse elevada.

c) fosse adicionado mais H2.

Resposta: a) Mais formado; b) Menos formado; c) Mais formado

1. Considere uma solução saturada com Ag2SO4(s), de acordo com o equilíbrio


Ag2SO4(s) ⇆ 2Ag+ (aq) + SO42-(aq)

Como é que a quantidade de Ag2SO4 sólido em equilíbrio seria afectada em cada uma das
seguintes situações?

a) Adição de mais água.

b) Adição de AgNO3 (s).

c) Adição de NaNO3 (s).

d) Adição de NaCl(s) (Nota: precipitará algum AgCl).

Resposta: a) Menos sólido; b) Mais sólido; c) Inalterado; d) Menos sólido;

2. Sabendo-se que NO2 é vermelho-castanho, enquanto N2O4 é incolor, a pressão parcial de NO2
pode ser determinada por absorção de luz. Se a 35 oC a pressão total de sistema em equilíbrio é
de 2,00 atm e PNO2 = 0.65 atm, qual a de Kp nessa temperatura? Resposta Kp = 0,31.

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CAPÍTULO 6 - TEORIAS ÁCIDO-BASE

6.1 Ácidos e Bases: Uma Breve Revisão

Os ácidos são-nos familiares devido ao seu poder como agentes corrosivos e solventes,
dissolvendo compostos que são insolúveis em água somente. Os ácidos fortes atacam muitos
metais, convertendo-os em iões solúveis e liberando bolhas de hidrogénio durante o processo. Os
ácidos também dissolvem os carbonatos tal como o calcário, e outros minerais e compostos
inorgânicos. Os ácidos fracos, que seguramente podem ser saboreados, tal como o ácido cítrico
nos limões e o ácido acético no vinagre, têm um sabor azedo característico que leva-nos a
contrair os lábios ao reconhecermos imediatamente como “ácido”. As bases também são úteis
para dissolver substâncias insolúveis em água, especialmente óleos, gorduras, e outros compostos
orgânicos. Por exemplo, o hidróxido de sódio ataca os óleos da nossa pele e transforma-os em
sabão, razão pela qual as soluções domésticas de lixívia nos parecem escorregadias ao tacto.

6.1.1 A Definição de Arrhenius

Ácido: substância que contém hidrogénio que produz iões hidrogénio ( ) em solução.

Base: substância que produz iões hidróxido ( ) em solução.

A neutralização foi descrita por Arrhenius como a combinação destes iões para formar
água:

6.1.2 A Definição de Lewis

Ácido: receptor de par de electrões.

Base: doador de par de electrões.

Observe: os ácidos e as bases de Lewis não precisam de conter protões. Consequentemente, a


definição de Lewis é a definição mais geral de ácidos e bases.

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6.1.3 A Definição de Bronsted-Lowry

Definição protónica: uma reacção ácido-base é uma reacção de transferência de protões (H+).

Ácido: é uma espécie que tende a doar um protão.

Base: é uma espécie que tende a receber um protão.

A base de Bronsted-Lowry não precisa de conter iões hidroxilos, .

Considere +C :

–o doa um protão à água. Consequentemente, o é um ácido.

–a recebe um protão do . Consequentemente, a é uma base.

A água pode comportar-se tanto como ácido quanto como base, pelo que é uma substância
anfotérica.

6.2 Pares Ácido-base Conjugados

Em qualquer equilíbrio ácido-base, tanto a reacção directa (para a direita) quanto a reacção
inversa (para a esquerda) envolve transferências de protões. Por exemplo, considere a reacção de
um ácido, que denominamos HX, com água:

Na reacção directa, HX doa um protão para H2O. Consequentemente, HX é um ácido de Bronsted-


Lowry e H2O é uma base de Bronsted-Lowry. Na reacção inversa, o ião H3O+ doa um protão para
o ião X-, logo H3O+ é o ácido e x- é a base. Quando o ácido HX doa um protão, ele deixa para trás
uma substância, x-, que pode actuar como uma base.

Semelhantemente, quando H2O age como uma base, ela gera H3O+, que pode actuar como um
ácido. Um ácido e uma base como HX e X-, que diferem apenas na presença ou ausência de um
protão, são chamados de par ácido-base conjugado. Cada ácido tem uma base conjugada,
formada pela remoção de um protão do seu ácido. Por exemplo, OH- é a base conjugada de H20, e

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A- é a base conjugada de HX. Analogamente, cada base tem associada a si um ácido conjugado,
formado pela adição de um protão à base. Assim, H3O+ é o ácido conjugado de H2O e HX é o ácido
conjugado de X-.

Em muitas reacções ácido-base (transferência de protão), podemos identificar dois conjuntos de


pares ácido-base conjugado. Por exemplo, considere a reacção entre o ácido nitroso (HNO2) e a
água:

 O que quer que tenha sobrado do ácido após o protão ter sido doado é chamado de base
conjugada;
 Similarmente, o que quer que tenha sobrado da base após ela ter recebido o protão é chamado
de ácido conjugado.
Considere :

– Após o HA (ácido) perder seu protão ele é convertido em A - (base).

Consequentemente o HA e o A- são pares ácido-base conjugados.

– Após a H2O (base) receber um protão, ela é convertida em H 3O+ (ácido). Consequentemente, a
H2O e o H3O+ são pares ácido-base conjugados. Os pares ácido-base conjugados diferem entre si
apenas num protão.

6.3 Produto Iónico da Água

No estudo das reacções ácido-base, a concentração do ião hidrogénio é fundamental; o seu valor
indica a acidez ou basicidade de uma solução. Uma vez que apenas uma pequena fracção das
moléculas da água está ionizada, a concentração da água, [H 2O],permanece praticamente
inalterada. Portanto, a constante de equilíbrio para a auto-ionização da água, de acordo com a
equação é:

Kc= [H3O+] [OH-]

Uma vez que usamos H+ (aq) e H3O+(aq) indistintamente para representar o protão hidratado, a
constante de equilíbrio também pode ser expressa como:

Kc= [H+] [OH-]

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Para indicar que a constante de equilíbrio se refere à auto-ionização da água, substituímos Kc por
Kw :

Kw= [H3O+] [OH-] =[H+] [OH-] (equação 01)

Aqui Kw é a constante do produto iónico da água, que é o produto das concentrações molares dos
iões H+ e OH- a uma dada temperatura.

Em água pura a 25ºC,as concentrações de H + e OH- são iguais e têm os valores [H+] =1.0 x 10-7M
e [OH-] = 1.0 x 10-7 M. Assim, da equação 01, a 25ºC obtém-se:

Kw= (1,0 x 10-7)(1,0 x 10-7)=1,0 x 10-14

Quer se trate de água pura ou de uma solução aquosa diluída de uma dada espécie química,
observa-se sempre a seguinte relação, a 25ºC:

Kw=[H+] [OH-]=1,0 x 10-14

Sempre que [H+] =[OH-],diz-se que a solução aquosa é neutra. Numa solução ácida, há excesso
de iões H+ e [H+]> [OH-]. Numa solução básica, há excesso de iões hidróxido, portanto, [H +]
<[OH-].

6.4 Forças Relativas de Ácidos e Bases

Ácidos fortes são electrólitos fortes que, para efeitos práticos, se consideram completamente
ionizados em água. A maioria dos ácidos fortes é de natureza inorgânica: ácido clorídrico (HCl),
ácido nítrico (HNO3),ácido perclórico (HClO4) e ácido sulfúrico (H2SO4).

HCl (aq) + H2O (l) → H3O+ (aq) + Cl-(aq)

HNO3 (aq) + H2O (aq) →NO3- (aq)

HClO4 (aq) + H2O (l) → H3O+ (aq) + ClO4- (aq)

H2SO4 (aq) + H2O (l)→ H3O+ (aq) + HSO4- (aq)

A maior parte dos ácidos são ácidos fracos que, em soluções aquosas, estão parcialmente
ionizados. No equilíbrio, as soluções aquosas de ácidos fracos contêm uma mistura de moléculas
do ácido não ionizado, H3O+ e a base conjugada. O ácido fluorídrico (HF),o ácido acético
(CH3COOH) e o ião amónio (NH4+) são exemplos de ácidos fracos.

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Tal como os ácidos fortes, as bases fortes são electrólitos fortes que se ionizam completamente
em água. Hidróxidos de metais alcalinos e de certos metais alcalino-terrosos são bases fortes.

Alguns exemplos de base fortes são:

NaOH (s) → Na+ (aq) + OH-(aq)

KOH(s) → K+ (aq) +OH-(aq)

Ba(OH)2(s) → Ba2+(aq) + 2OH-(aq)

As bases fracas, como os ácidos fracos, são electrólitos fracos. O amoníaco é uma base fraca que
se ioniza muito pouco em água:

NH3 (aq) + H2O (l) ↔ NH4+ (aq) + OH- (aq)

1. Se um ácido é forte, a sua base conjugada não tem força mensurável. Assim, o ião Cl -, que é a
base conjugada do ácido forte HCl, é uma base extremamente fraca.

2. H3O+ é o ácido forte que pode existir em solução aquosa. Ácidos mais fortes que H 3O+ reagem
com a água para formar H3O+ e as suas bases conjugadas. Assim, HCl, que é um ácido mais forte
que H3O+, reage completamente com a água para produzir H3O+ e Cl-:

HCl (aq) + H2O(l) → H3O+(aq) + Cl-(aq)

Ácidos mais fracos que H3O+ reagem muito menos com a água.

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6.4.1 pH - Uma Medida de Acidez

Uma vez que as concentrações de H+ e OH- em soluções aquosas são frequentemente números
muito pequenos e, portanto, inconvenientes de lidar, em 1909, Soren Sorensen propôs uma
medida mais prática, chamada de pH. O pH de uma solução é definido como o logaritmo da
concentração do ião hidrogénio (em mol/L), com sinal negativo:

pH = - log [H3O+] ou pH = – log [H+]

Uma vez que o pH é simplesmente um modo de exprimir a concentração hidrogeniónica, as


soluções ácidas e básicas a 25ºC, podem ser distinguidas pelos seus valores de pH como se
segue:

Soluções ácidas: [H+]> 1,0 x 10-7 M, pH <7,00

Soluções básicas: [H+] <1,0 x 10-7 M, pH> 7,00

Soluções neutras: [H+] =1,0 x 10-7 M, pH= -log (1,0 x 10-7) =-(-7,00) =7,00

Na maioria das soluções, a [H+] (aq) é bem pequena.

Em água neutra a 25°C, o pH = pOH = 7,00.

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Quanto mais alto o pH, mais baixo é o pOH e mais básica a solução.

A maioria dos valores de pH e de pOH está entre 0 e 14.

Não há limites teóricos nos valores de pH ou de pOH (por exemplo, o pH de HCl 2,0 mol/L é -
0,301).

6.4.2 Outras Escalas ‘p’

Em geral, para um número X,

pX= −log X

Por exemplo,

pKw= -log Kw.

Kw=[H+] [OH-] =1. 0×10−14

pKw=- log([H+ ][OH- ])= 14 - log [H+] +(- log [OH-]) = - log Kw =14

pH + pOH = 14

Na prática, muitas vezes utilizam-se indicadores (substâncias que alteram a sua cor em função do
pH do meio em que se encontram) para a determinação do pH de uma solução. A seguir
apresentam-se as faixas de pH da variação de cor de alguns indicadores:

Tabela 47- Faixas de pH da variação de cor de alguns indicadores

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6.5 Ácidos e Bases Fortes

6.5.1 Ácidos Fortes

Os ácidos comuns mais fortes são HCl, HBr, HI, HNO3, HClO4 e H2SO4.

Ácidos fortes são eletrólitos fortes. Todos os ácidos fortes ionizam-se completamente em solução:

HNO3(aq)+H2O(l)→ H3O+(aq)+NO3-(aq).

Uma vez que H+ e H3O+ são usados de maneira intercambial, escrevemos:

HNO3(aq)→ H+ (aq) + NO3-(aq)

Em soluções, o ácido forte é geralmente a única fonte de H+. (Se a concentração em quantidade
de matéria do ácido é menor do que 10-6 mol/L, a auto-ionização da água precisa de ser
considerada.)

Assim, o pH da solução é a concentração em quantidade de matéria inicial do ácido.

6.5.2 Bases Fortes

A maioria dos hidróxidos iónicos são bases fortes, como por exemplo, NaOH, KOH, e Ca(OH) 2). As
bases fortes são electrólitos fortes e dissociam-se completamente em solução.

O pOH (e, consequentemente, o pH) de uma base forte é dado pela concentração em quantidade
de matéria inicial da base. Tenha cuidado com a estequiometria.

Para um hidróxido ser uma base, ele deve ser solúvel. As bases não têm que conter o ião OH -:

O2- (aq) + H2O (l)→ 2OH-(aq)

H-(aq) + H2O (l)→ H2 (g) + OH-(aq)

N3-(aq) + 3H2O (l)→ NH3(aq) + 3OH-(aq)

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6.5.3 Ácidos Fracos

Os ácidos fracos são apenas parcialmente ionizados em solução. Existe uma mistura de iões e
ácido não-ionizado em solução. Consequentemente, os ácidos fracos estão em equilíbrio:

HA (aq) + H2O (l)↔ H3O+ (aq) + A-(aq)

Ka =[H3O+][A-]/ [HA]

HA (aq)↔ H+(aq) + A-(aq)

Ka = [H+][A-]/ [HA]

Ka é a constante de dissociação de ácido. Observe que a [H2O] é omitida na expressão de

Ka (a H2O é um líquido puro). Quanto maior o Ka, mais forte é o ácido (neste caso, mais iões estão
presentes no equilíbrio em relação às moléculas não-ionizadas). Se Ka>> 1, o ácido está
completamente ionizado e o ácido é um ácido forte.

6.5.4 Bases Fracas

As bases geralmente têm pares solitários ou cargas negativas para atacar os protões. As bases
fracas mais neutras contêm nitrogénio. As aminas estão relacionadas com o amoníaco e têm uma
ou mais ligações N-H substituídas por ligações N-C (por exemplo, CH3NH2 é a metilamina). Os
aniões de ácidos fracos também são bases fracas. Por exemplo, OCl - é a base conjugada do HOCl
(ácido fraco):

ClO-(aq) + H2O(l)↔ HClO(aq) + OH-(aq) Kb= 3.3 x 10-7

As bases fracas removem protões das substâncias. Existe um equilíbrio entre a base e o ião
resultantes, como podemos ver no exemplo a seguir:

A constante de dissociação da base Kb é definida como:

Kb =[NH4+] [OH-] / [NH3]

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EXERCíCIOS

1. Indique os pares ácido-base conjugados na reação entre o amoníaco e o ácido fluorídrico na


solução aquosa

NH3 (aq) + HF (aq) ↔ NH4+ (aq)+ F- (aq)

Estratégia: Lembre-se de que uma base conjugada tem sempre um átomo de H a menos e uma
carga negativa a mais (ou uma carga positiva) do que a fórmula do ácido correspondente.

R/ NH3 tem um átomo de H a menos e uma carga positiva a menos que NH4+. F- tem um
átomo de H a menos e uma carga negativa a mais do que HF. Portanto, os pares ácido-
base conjugados são (1) NH4+ e NH3 ; HF/ F-.

2. Qual é a base conjugada de cada um dos seguintes ácidos: HClO4; H2S; HCO3- ?

R/ , HS-, e CO3-

3. Qual é o ácido conjugado de cada uma das seguintes bases:CN-; SO42-; H2O; HCO3- ?

R/ HCN;HSO4-; H3O+ e H2CO3

Observe que o ião hidrogenocarbonato (HCO3-) é anfótero: pode agir como ácido ou como base.

4. Escreva a fórmula para a base conjugada de cada ácido seguinte:


a) H2SO4
b) H3BO3
c) HF
d) NH4+
e) HPO42-

R/ a) ; b) ; c) F-; d) NH3; e)

5. Escreva a fórmula para o ácido conjugado de cada base seguinte:

a) OH-
b) HS-
c) NH3
d) C6H5O-
e) CO32-

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f)
R/ a) H2O; b) H2S; c) NH4+; d) C6H5OH; e) HCO3-; f) H2CO3

6. A concentração do ião OH- numa certa solução de amoníaco de limpeza doméstica é 0,0025
mol/L. Calcule a concentração em mol/L de iões H+.

Estratégia: é dada a concentração de iões e pede-se para calcular [H+]. A relação entre [H+] e
[OH-] na água ou numa solução aquosa é dada pelo produto iónico da água, K w.

R/ Rearranjando a equação de Kw, temos:

[H+] = Kw/ [OH-] = 1,0 x 10-14 / 0,0025 = 4,0 x 10-12 M

7. Calcule os valores de [H+] e [OH-] numa solução neutra a 25°C.

R/ numa solução neutra [H+] =[OH-]

Kw= [H+] [OH-] =1,0 x 10-14 =(X) (X)

X2 =1,0 x 10-14; X=1,0 x 10-7 mol/L = [H+] =[OH-]

8. Indique se as soluções, com cada uma das seguintes concentrações iónicas, são neutras ácidas
ou básicas.

a) [H+] =4x10-4 mol/L;


b) [OH-] =1x10-7 mol/L;
c) [OH-] =7x10-13 mol/L.
R/ a)básica; b) neutra; c) ácida

9. Calcule a concentração de H+(aq) numa solução onde:

a) [OH-] é 0,010 mol/L.


b) [OH-] é 1,8 x 10-9 mol/L.
R/ a) [H+] [OH-] =1,0 x 10-14

[H+] = Kw/ [OH-] = 1,0 x 10-14 / 0,010=1.0 x 10-12 mol/L

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Esta solução é básica porque [OH-]> [H+].

b) [H+] = Kw/ [OH-] = 1,0 x 10-14 / 1,8 x 10-9 =5,0 x 10-6 mol/L.

Esta solução é ácida porque [H+]> [OH-].

10.Calcule a concentração de OH-(aq) numa solução onde:

a) [H+]=2 x 10-6 mol/L ;


b) [H+]= [OH-];
c) [H+] =100 x [OH-]
R/ a) 5x10-9 mol/L; b) 1,0 x 10-7 mol/L; c) 1,0 x 10-8 mol/L

11. A concentração de iões H + numa garrafa de vinho de mesa era 3,2 x 10 -4 mol/L, logo depois
de remover a rolha. Somente metade do vinho foi consumida. A outra metade, depois de ter sido
guardada em contacto com o ar durante um mês, tinha uma concentração de ião hidrogénio igual
a 1,0 x 10-3mol/L. Calcule o pH do vinho nestas duas ocasiões.

Estratégia: é dada a concentração do ião H+ e pede-se para calcular o pH da solução.

R/ Quando a garrafa foi aberta, [H+] = 3,2 x 10-4. Substituindo este valor na expressão de pH
tem-se: pH = - log[H+]= - log (3,2 x 10-4)= 3,49

Na segunda ocasião, [H+] = 1,0 x 10-3 M, de modo que pH = -log (1,0 x 10-3) = 3,00

12. O pH da água da chuva recolhida numa certa região do Nordeste dos Estados Unidos num
dado dia era 4,82. Calcule a concentração do ião H+ da água da chuva.

Estratégia: aqui é dado o pH de uma solução e pede-se para calcular [H+]. Uma vez que o pH é
definido como pH = -log [H+],obtemos [H+] pelo antilogaritmo do pH, isto é,

[H+] = 10-pH

R/ pH = -log [H+] = 4,82

Então, log [H+] = -4,82

Para calcular [H+], temos que aplicar o antilogaritmo a -4,82

[H+] = 10-4,82 = 1,5 x 10-5 M

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13. Numa solução de NaOH,a [OH-] é 2,9 x 10-4 M. calcule o pH da solução.

Estratégia: a resolução deste problema tem duas etapas. Primeiro calculamos o pOH. Depois,
calculamos o pH da solução.

R/ pOH = – log[OH-] = -log(2,9 x 10-4) = 3,54

pH + pOH = 14,00

pH = 14,00 – 3,54 = 10,46

14. A seguir são apresentadas as faixas de pH para vários materiais biológicos humanos. A partir
do pH no ponto médio de cada faixa, calcule para cada material:
a) [H3O+]; b) pOH; c) [OH-].
1. Leite, pH 6,6 – 7,6
R/ a)=1,0 x 10-7 mol/L; b) =7; c) = 1,0 x 10-7 mol/L
2. Clara do ovo, pH 7,3 – 7,5
R/ a)=1,0 x 10-8 mol/L; b)=6,8; c)= 1,0 x 10-6 mol/L
3. Saliva, pH 6,5 – 7,5
R/ a)=1,0 x 10-6 mol/L; b) =6; c) = 1,0 x 10-8 mol/L
4. Banana, pH 4,8 – 5,4
R/ a)=1,0 x 10-4 mol/; b) =10; c)= 1,0 x 10-10 mol/L
5.Plasma sanguíneo, pH 7,35 – 7,45
R/ a)=1,0 x 10-7 mol/L; b)=7; c)= 1,0 x 10-7 mol/L

15. Calcule o pH de uma solução básica, na qual [OH-]> 1,0 x 10-7 mol/L. Suponha que [OH-]
=2,0 x 10-3 mol/L.

R/ [H+] = Kw/ [OH-] =1,0 x 10-14/2,0 x 10-3 =5,0 x 10-12 mol/L;

pH=-log (5,0 x 10-12) =11,30

16. Uma amostra de sumo de maçã que foi espremido recentemente tem pH de 3,76.Calcule a
[H+].

R/ pH=-log [H+] =3,76

Assim log [H+] = -3,76

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[H+] = antilog (-3,76) =10-3,76 = 1,7 x 10-4 mol/L

17. Uma solução formada pela dissolução de um comprimido antiácido tem pH de 9,18. Calcule a
[H+].

R/ [H+] =6,6 x 10-10 mol/L

18.Calcule o pH:

a) De uma amostra de sumo de limão em que [H+] é 3,8 x10-4 mol/L.

b) De uma solução para limpar janelas comummente disponível que tem [H+] de 5,3 x 10-9 mol/L.

R/ a)3,42; b)8,28

19. Qual é o pH de uma solução 0,040 mol/L de HClO4?

R/ pH=-log (0,040) = 1,40

20. Uma solução aquosa de HNO3 tem pH de 2,34. Qual a concentração de H+?

R/ 0,0046 mol/L

21. Qual é o pH de:

a) Uma solução de 0,28 mol/L de NaOH?

b) Uma solução 0,011 mol/L de Ca(OH)2?

R/ a) [H+]=1,0 x 10-14/0,028 =3,57 x 10-13 mol/L pH=-log(3,57 x 10-13)=12,45

pOH = - log(0,028)=1,55 pH=14,00 – pOH = 12,45

b) [H+]=1,0 x 10-14/0,022 = 4,55 x 10-12 mol/L pH=-log(4,55 x 10-12)=11,34

pOH = - log (0,022)=2,66 pH=14,00 – pOH = 11,34

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22. Qual é a concentração de uma solução de:

a) para a qual o pH é 11,89?

b) para a qual o pH é 11,68 ?

R/ a) 7,8 x 10-3 mol/L; b) 2,4 x 10-3 mol/L

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Faça a associação correcta:

I—[ ] [ ]

II — [ ] [ ]

III — [ ] ]

a) Refrigerante

b) Água destilada

c) Limpa-fornos à base de soda cáustica

d) Suco gástrico

e) Amoníaco

f) Suco de laranja

g) Solução de bateria de automóvel

h) Chuva ácida

R/ a-II ; b-I ; c-III ; d-II ; e-III ; f-II ; g-II ; h-II

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2. Dentre os líquidos da tabela, quais têm carácter ácido?

Líquido [ ] [ ]

Leite 1,0 x 10–7 1,0 x 10–7

Água do mar 1,0 x 10–8 1,0 x 10–6

Coca-Cola 1,0 x 10–3 1,0 x 10–11

Café preparado 1,0 x 10–5 1,0 x 10–9

Lágrima 1,0 x 10–7 1,0 x 10–7

Água de lavadeira 1,0 x 10–12 1,0 x 10–2

R/ Coca-Cola ; café

3. Calcule o pH, pOH e [ ] de uma solução aquosa cuja concentração hidrogeniónica [ ] é


10–2 mol/L.

R/ [ ]=10-2mol/L ═>[ ]=10-12mol/L ═> pOH = 12 ═> pH = 2

4. Calcule o pH, [ ]e[ ] de uma solução aquosa de pOH = 6.

R/ [ ]=10-6mol/L ═>[ ]=10-8mol/L ═> pH = 8 ═> pOH = 6

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5. Observe na tabela o pH, a 25ºC, de alguns materiais presentes no nosso quotidiano. Indique os
materiais de menor e maior concentração hidroxiliónica.

Materiais pH

Vinagre 3,0

Vinho 3,5

Água com gás 4,0

Cerveja 4,5

Café 5,0

R/ maior [ ] = cerveja; menor [ ] = Vinagre

6. Relacione os itens seguintes com os conceitos: ácido, básico e neutro.

1) Uma Coca-Cola tem um pH igual a 3.

2) Um tablete de um antiácido dissolvido num copo de água tem [ ]= 10–5 M.

3) Uma xícara de café tem [ ]= 10–5 M.

4) Uma solução em que[ ]= [ ]:

a) 1) básico, 2) básico, 3) ácido, 4) neutro.

b) 1) ácido, 2) básico, 3) neutro, 4) neutro.

c) 1) neutro, 2) ácido, 3) básico, 4) ácido.

d) 1) ácido, 2) neutro, 3) básico, 4) básico.

e) 1) ácido, 2) básico, 3) ácido, 4) neutro.

R/ e)

7. Dada a afirmação “A urina é uma solução aquosa que apresenta pH = 5.”, podemos concluir
que:

a) a solução tem caráter básico;

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b) a concentração hidrogeniónica é 10–5 mol/L;

c) a concentração hidroxiliónica é de 10–7 mol/L;

d) a constante de ionização da água é 10–5;

e) a urina é uma solução não-electrolítica.

R/ b)

8. Dada a solução 1,0 · 10–4 M de um ácido forte HX, é correcto afirmar que esta

solução tem:

a) pH = 1,0 e [X–] = 10–4 M;

b) pH = 4,0 e [X–] = 1,0 M;

c) pH = 4,0 e [X–] = 10–1 M;

d) pH = 4,0 e [X–] = 10–4 M;

e) pH = 1,0 e [X–] = 1,0 M.

R/ d)

9. O acidente ocorrido recentemente com o navio Bahamas provocou o vazamento de milhares de


toneladas de ácido sulfúrico na Lagoa dos Patos. Em determinados locais, foram registados
valores de pH entre 3 e 4. Podemos afirmar que, nesses locais, a concentração aproximada de
iões hidroxila, em mol/L, foi:

a) maior que 10–11;

b) maior que 10–9;

c) maior que 10–7;

d) maior que 10–5.

R/ a)

10. Adicionou-se hidróxido de sódio a uma solução diluída de ácido clorídrico, suficiente para
diminuir a acidez dessa solução de pH = 4 para pH = 6. Qual o valor da relação [ ]inicial / [ ]final?

R/ 100

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11. Ao beber água, um indivíduo diluiu o seu suco gástrico (solução contendo ácido clorídrico) de
pH = 2, de 50 mL para 500 mL. O pH da solução resultante, logo após a ingestão da água, é igual
a:

a) 0.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

e) 6.

R/ c)

12. Determine a massa de hidróxido de potássio que deve ser dissolvida em 0,500 mL de água
para que a solução resultante tenha um pH ≈13, a 25 ºC. (massa molar do KOH = 56 g mol –1)

R/ 2,8mg

13. Escreva a fórmula para a base conjugada de cada ácido.


a) H2SO4
b) H3BO3
c) HF
d) HCO+
e) NH4+
f) HPO42-

R/ a) HSO3-; b) H2BO3-; c) F-; d) CO; e) NH3; f) PO43-

14. Uma solução formada pela dissolução de um comprimido antiácido tem pH de

9,18. Calcule a [ ].

R: [ ] = 6,6 x 10-10 mol/L

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CAPÍTULO 7 - TROCAS DE ENERGIA EM REAÇÕES QUÍMICAS

As reacções químicas ocorrem, na sua maioria, com a produção de variações de energia que se
manifestam sob a forma de calor.
A termoquímica estuda quantitativamente as variações térmicas que ocorrem nas reaccções
químicas e, por consequência, a transferência de calor tanto associado a reacções químicas como
a mudanças de estado físico da substância.
É importante referir que a energia é uma propriedade do corpo mas o calor não o é. O calor é a
energia em movimento entre os objectos ou sistemas que estão a temperaturas diferentes e em
contacto um com o outro. O calor libertado ou absorvido por um sistema que sofre uma reacção
química é determinado em aparelhos chamados calorímetros.

Os calorímetros são aparelhos capazes de medir o calor de uma reacção química. Esta variação de
calor é calculada por meio da expressão seguinte:
Q=mCΔt
Onde: Q = quantidade de calor liberado ou absorvido pela reacção (caloria ou joule); m = massa
de substância (gramas) presente no calorímetro;
c = calor específico do líquido presente no calorímetro;
Δt = variação de temperatura sofrida pela massa de substância devido à ocorrência da reacção
(graus Celsius).

7.1 Calor Associado à Variação de Temperatura

A capacidade calorífica de um corpo é definida pela quantidade de calor necessária à elevação de


1Kelvin (K) a temperatura desse corpo. A capacidade calorífica a volume constante, é
representada por Cv e a pressão constante por Cp.
A transferência de calor a volume constante que ocorre numa substância é definida como
qV=U=CVΔT
e a transferência de calor a pressão constante é calculada pela expressão:
qP =H=CPΔT
com :
Δt = variação de temperatura
U=energia interna
H=entalpia

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Calor de reacção, que é igual à entalpia da reacção (se se estiver a pressão constante), é o nome
dado à quantidade de calor liberado ou absorvido numa reacção química.
Numa reacção química ou mudança de estado físico, existem processos que fornecem ou libertam
calor.
Assim sendo, a entalpia (H) é uma grandeza termodinâmica que avalia as trocas de energia
térmica ocorridas num processo químico, mantendo-se a pressão constante. A entalpia (H) é
definida a partir da energia interna (U), pressão (P) e volume (V)

H=U+PV

A energia interna é o somatório da energia dos átomos, moléculas, interacções moleculares e


ligações químicas.

A variação de entalpia (ΔH) apenas depende do estado final e inicial do processo pois é uma
função de estado:

ΔH = Hprodutos - Hreagentes

Nem a entalpia nem a energia interna absolutas dos compostos podem ser medidas. Estes valores
são apenas obtidos recorrendo à diferença entre a entalpia do fim e do início do processo. Esta
entalpia é igual ao calor absorvido ou libertado pelo sistema,a pressão constante. A Unidade SI da
entalpia é o Joule (J).
Quando a variação de energia é positiva considera-se que a reacção é endotérmica.
Na reacção endotérmica, a entalpia dos reagentes é inferior à entalpia dos produtos, pois o
sistema absorve energia durante a reacção que lhe é fornecida pelo exterior (vizinhança).
ΔH = Hprodutos - Hreagente > 0

Quando a variação de entalpia é negativa diz-se que a reacção é exotérmica.


Na reacção exotémica a entalpia dos reagentes é superior à entalpia dos produtos, pois o sistema
liberta energia para o exterior (vizinhança).
ΔH = Hprodutos - Hreagente < 0

Por cada tipo de reacção existe uma entalpia associada à qual se dá o nome da própria reacção.
Assim sendo:
Entalpia formação padrão - é a variação de entalpia associada à formação de uma mole de uma
substância a partir de seus elementos constituintes, na forma de substâncias simples mais
estáveis e no estado padrão (em geral, estado padrão é a 1atm e 25ºC). A entalpia de formação é
representada por ∆Hºf e por convenção qualquer elemento na sua forma mais estável tem
variação de entalpia de formação zero.

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Entalpia de mudança de fase - energia necessária para que uma mol de substância nas condições
padrão de temperatura e pressão mude de estado físico. São entalpias de mudança de fase:
entalpia de fusão (entalpia da passagem do estado sólido a líquido) entalpia de vaporização
(entalpia da passagem do estado líquido a vapor); entalpia de sublimação (entalpia da passagem
do estado sólido a vapor).
Entalpia de reacção padrão - é a entalpia de uma reacção realizada nas condições padrão
 Entalpia de combustão: é a entalpia associada à reacção de combustão, no estado padrão,
de uma mole de uma substância.
 Entalpia de dissolução: é a entalpia associada à dissolução de 1 mol de uma substância em
água suficiente para preparar uma solução diluída.
Entalpia de ligação - é a variação de entalpia verificada na quebra das ligações químicas de 1mol
de substâncias no estado gasoso, a 25° C e 1atm. Durante as reações químicas, as ligações
químicas dos reagentes e produtos são alteradas. Podemos calcular o ΔH pela análise desses
novos rearranjos.

7.2 Cálculo da Entalpia de Uma Reacção e Lei de Hess

7.2.1 Cálculo da Entalpia de uma Reacção de Forma Directa

abendo as entalpias de formação de cada reagente e produto, chega-se à entalpia de formação


do produto pela equação:
ΔH0Reacção = ∑ΔHf(Produtos) - ∑ΔHf(Reagentes)

7.2.2 Cálculo da Entalpia de Uma Reacção de Forma Indirecta, Recorrendo à Lei de Hess

Lei de Hess - o calor libertado ou absorvido numa reacção química depende apenas dos estados
intermediários pelos quais a reacção passa. Quer isto dizer que a variação de entalpia numa
reacção onde os reagentes se transformam nos produtos depende apenas do estado inicial e final;
o seu valor é o mesmo quer a transformação se dê numa ou em várias etapas.
De acordo com essa lei, é possível calcular a variação de entalpia de uma reação através da soma
algébrica de equações químicas que envolvam os compostos intervenientes na reacção.
A variação de entalpia de uma reacção é a soma das entalpias de formação dos produtos menos a
soma das entalpias de formação dos reagentes, sendo cada valor de variação de entalpia de

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formação multiplicado pelo coeficiente estequiométrico da respectiva substância na equação


balanceada.
Geralmente, quando se recorre à lei de Hess para o cálculo da entalpia de uma reacção química,
operam-se com as equações químicas que levam àquela reacção. Tais operações envolvem a
multiplicação de uma equação química por determinado factor, oui a inversão completa de uma
equação química. A primeira operação implica multiplicar o valor da entalpia da equação pelo
mesmo factor; e a segunda operação implica multiplicar o valor da entalpia da equção química
pelo factor -1.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. A energia da ligação C — H é 100 kcal/mol.


Determine a variação de entalpia da reacção CH4(g) → C(g) + 4H(g)
R/ Cada molécula de CH4 tem 4 ligações C-H, logo ΔH=4x100(kcal/mol)=+400 kcal/mol

2. Qual é a variação de entalpia que ocorre quando uma amostra de 100g de cobre é aquecida de
10 a 100 ºC ?
Dados:
Cp(Cobre)= 0,389 J/gK
R/ H = mCPΔT = 100(g)x0,389(J/gK)x(100-10)(K) = 3,5x103J

3. Calcule a entalpia de formação do metano.


Dados:
i) C(s)+O2(g)→CO2(g) ΔH = -393 kJ/mol
ii) H2(g) +0,5 O2(g)→H2O(l) ΔH = -285,8 kJ/mol
iii) CH4(g)+2O2(g)→ CO2(g)+ 2H2O(l) ΔH = -889,5 kJ/mol

R/ A entalpia de formação pretendida é a da reacção


C(s)+2H2(g)→CH4(g)
Para se obter esta equacção temos de:
 multiplicar toda a reacção ii por 2;
 inverter a reacção iii;
 somar as equações algébricamente.

C(s) + O2(g) → CO2(g) ΔH = - 393 kJ/mol

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2H2(g) + O2(g) → 2H2O(l) ΔH = 2x(-285,8) kJ/mol


CO2(g) + 2H2O(l) → CH4(g) + 2O2(g) ΔH = + 889,5 kJ /mol
C(s) + 2H2(g) → CH4(g) ΔH = - 75,1 kJ/mol

4. Determine a entalpia padrão da reacção: CS2(l)+3O2(g)→CO2(g)+2SO2(g)


Dados:
ΔH0f (O2) = 0 kJ/mol
ΔH0f(CS2)= 87,9 kJ/mol
ΔH0f(CO2) = -393,5 kJ/mol
ΔH0f(SO2) = -296,1 kJ/mol
R: ΔH0r =

ΔH0r =[-393,5+2x(-296,1)]-(87,9-3x0)=-1073,6 kJ/mol

5. O valor da entalpia da reacção H2(g) + Cl2(g) → 2HCl(g) é ∆H = – 42 kcal/mol.


Calcule o valor da energia da ligação H-Cl.
Dados:
Energia da ligação H-H é 104 kcal /mol
Energia da ligação Cl-Cl é 60 kcal /mol

R: Seja Y a energia da ligação HCl


H2 → 2H ΔH1= +104kcal/mol
Cl2 → 2Cl ΔH2= +60 kcal/mol
2H + 2Cl → 2HCl ΔH3= -2Y kcal/mol
A variação da entalpia da reacção ΔH= -42 kcal/mol
Pela lei de Hess ΔH= ΔH1+ ΔH2+ ΔH3
-42 = 104+60-2Y
Y = 103 kcal/mol

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

1. Determine a variação de entalpia padrão da seguinte reacção:

R/ ΔH0 = -126,4 kJ

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2. Qual é o aumento da temperatura de 100g de água quando se fornece 1kJ de calor?


Dados
Cp(água)=75J/K.mol

R/ 2,4 kJ

3.A entalpia de formação da água líquida, a 25ºC e 1 bar, tem o valor - 285,8kJ/mol. Qual é a
entalpia de dissociação da água?

R/ 285,8 kJ/mol

4. A combustão da glucose dá-se segundo a reacção

Calcule a variação da entalpia da reacção.


Dados
Compostos ΔH0f(kJ/mol)
C6H12O6(s) - 1274,0
CO2(g) - 393,5
H2O(l) - 285,8

R/ ΔH0r = - 2801,8 kJ/mol

5. A entalpia de combustão do acetileno gasoso, C2H2 (g), a 25 ºC, é -1299,58 kJ/mol. Determine
a entalpia de formação do acetileno.
R/ ΔHºf = +226,73 kJ/mol

6. Quando a temperatura de 100g de água passa de 20 a 80 ºC, a pressão constante, qual a


variação da entalpia?
Dados:
Cp(água)=75J/K.mol
R/ 25kJ

7. Determine o ΔHº da reacção CaC2(s) + H2O(l) → C2H2(g) + Ca(OH)2(s).


Dados:

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ΔHºf(Ca(OH)2(s))=-986,1 kJ/mol
R/ -127,9 kJ/mol

8. Das expressões que se seguem escolha a correcta.


a) A combustão é sempre exotérmica e isotérmica.
b) A combustão é sempre exotérmica.
c) A combustão é sempre endotérmica.
d) A combustão é sempre endotérmica e isotérmica.
R/ b)

10. Quando uma gordura típica (C57H107O6) é metabolizada no corpo humano, dá-se a reação
desta com oxigénio originando água e dióxido de carbono. Nesta reacção libertam-se 37,8 kJ de
energia por cada grama de gordura convertida.
Calcule a entalpia de formação padrão desta gordura.
Dados
Compostos ΔH0f(kJ/mol)
CO2(g) -393,5
H2O(l) -285,8

R/ ΔHºf(C57H107O6)= - 3876 kJ/molkJ/mol

11. Os calores de combustão de etano e etileno com produção de dióxido de carbono e água são -
1559,8 e -1410,9 kJ/mol respectivamente. Determine o ΔHº da reacção:
C2H4(g) + H2(g)→ C2H6(g)
R/ -136,9 kJ/mol

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CAPÍTULO 8 - HIDROCARBONETOS

8.1 Nomenclatura

Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos constituídos exclusivamente por carbono e


hidrogénio e possuem a formula geral CxHy.
Os hidrocarbonetos podem ser aromáticos ou alifáticos (apenas dos últimos trataremos neste
resumo). Podem ser, também, entre outros: alcanos, alcenos e alcinos.
No sistema IUPAC, o nome químico de um hidrocarborneto tem pelo menos três partes principais:
prefixo, infixo e sufixo. O prefixo indica o número de átomos de carbono da cadeia principal; o
infixo indica o tipo de ligação entre os átomos de carbono, e o sufixo o grupo funcional principal.
Na nomenclatura dos hidrocarbonetos alifáticos utilizam-se prefixos e infixos como os que se
seguem:

Tabela 48 - Prefixos: indicam o número de átomos de carbono da cadeia principal.


met- et- prop- but- pent- hex- hept- oct- non- dec-
1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C 8C 9C 10C

Tabela 49 - Infixos: indicam o tipo de ligação entre os átomos de carbono.


Todas simples = an Uma dupla = en Uma tripla = in
Duas duplas = dien Tres duplas = trien Duas triplas = diin

Sufixo: para os hidrocarbonetos alifáticos a terminação é sempre -ano.


Tabela 50 - Nos hidrocarbonetos ramificados - Grupos alquilos
CH3- CH3CH2- CH3CH2CH2- CH3CH2CH2CH2-
Metil Etil Propil Butil
CH3 CH3 CH3
CH3CH2CH2CH2CH2-
CH3CH- CH3CH2CH- CH3CHCH2-
Pentil
Isopropil Isobutil Secbutil

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8.1.1 Regras da IUPAC

a) A cadeia principal é a cadeia carbónica mais longa.


b) Numerar a cadeia principal de forma a que os substuintes recebam os menores números
possíveis.
c) Os substituintes nomeiam-se por ordem alfabética, precedidos dos números que indicam a
sua posição na cadeia principal.
d) Se houver mais de um substituinte da mesma classe, os números separam-se por vírgulas.
e) Depois do número adiciona-se um hífen, para separá-lo da palavra.

Tabela 51 – Nomenclatura de alguns hidrocarbonetos segundo a regra da IUPAC.

CH3 CH3 CH3


CH3CH2CH2CH2CH2CH3
CH3CH2CH2CH2CHCH3 2- CH3CH2CH2CH2CH2CH3
hexano
metilhexano 2,4-dimetilhexano

CH3 CH3
CH3CH=CHCH2CH2CH3
CH3CH=CHCHCH2CH3 4- CH3CH=CHCHCH=CHCH3 4-
2-hexeno
metil-2-hepteno etil-2,5-heptadieno

As moléculas podem representar-se das seguintes maneiras:

CH3

CH3CH=CHCHCH=CHCH3 =

Por vezes, é complicado determinar a cadeia mais longa e qual o primeiro átomo de carbono:

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1 9

2 8
3 5 7 5
4
4 6 6
7 3
8 2

9 1
6-etil-3-metilnonano 4-etil-7-metil-2-noneno

(ordem alfabético dos substituintes) (prioridade grupo funcional 2-eno)

8.2 Isomeria

Os isómeros são compostos diferentes que apresentam a mesma fórmula molecular.

8.2.1 Isomeria Plana

a) Isomeria de Cadeia;

b) Isomeria de Posição;

c) Isomeria de Função;

d) Isomeria de Compensação ou Metameria;

e) Isomeria Dinâmica ou Tautomeria.

Apenas dos quatro primeiros trataremos neste resumo.

8.2.2 Isomeria de Cadeia

É quando os isómeros pertencem à mesma função química, mas possuem cadeias carbónicas
diferentes.

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São isómeros de cadeia os seguintes compostos:

2,3-dimetilbutano
2-metilpentano
hexano

8.2.3 Isomeria de Posição

É quando os isómeros pertencem à mesma função, têm o mesmo tipo de cadeia, mas
apresentam diferença na posição de uma insaturação, de uma ramificação ou de um grupo
funcional.

Cl

Cl

2-clorohexano 3-clorohexano

8.2.4 Isomeria de Função

É quando os compostos isómeros pertencem a funções químicas diferentes. Os três casos de


isomeria de função são os álcoóis e os éteres, os aldeídos e as cetonas e os ácidos e éteres.

O
OH

Álcool propílico Éter etil metílico

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8.2.5 Isómeros de Compensação ou Metâmeros

Os compostos diferem pela posição do heteroátomo na cadeia de carbonos.

O
O

Éter dietílico Éter metil propílico

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Dê os nomes ou a fórmula segundo a IUPAC, dos seguintes compostos:

a) b) c)

2. Desenhe as fórmulas de um isómero de posição do propanol.

3. Desenhe a fórmula de um isómero de função do propanol.

4. Dê os nomes ou a fórmula segundo a IUPAC, dos seguintes compostos:

d) e)

a) 2,2-dimetil-4-propiloctano

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5. Diga que tipo de isomeria apresentam os seguintes pares de compostos.

a) 2-metilpentano e 3-metilpentano.
b) 2 metilhexano e 2,3-dimetilpentano.

6. Diga que tipo de isomeria apresentam os seguintes pares de compostos.

a) 2-octeno e 3-octeno.
b) Clopentano e penteno.

7. Dê os nomes ou a fórmula segundo a IUPAC, dos seguintes compostos:

f)
g)

a) 4-cloro-2-hepteno

8. Desenhe a fórmula de um isómero de cadeia do pentano.

9. Diga que tipo de isomeria apresentam os seguintes pares de compostos.

a) 2-metil pentano e 3-metil pentano.


b) 2 metil hexano e 2,3-dimetil pentano.
c) 2-octeno e 3-octeno
d) Clopentano e penteno.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ATKINS, Peter e JONES, Loretta. Princípios de Química. Questionando a Vida Moderna e o


Meio Ambiente, 5ª edição, Bookman, ISBN13: 9788540700383.
2. CHANG, Raymond e GOLDSBY Kenneth A. Química, 11ª Edição, Porto-Alegre, AMGH Editora
Ltda, ISBN 978-85-8055-256-0.
3. MASTERTON, William L. Química - Princípios e Reações. 6ª Edição. LTC Editora. ISBN
8521617437.
4. MEYERS, Mahan. Química um Curso Universitário. 4ª Edição. Edgard Blucher Editora, ISBN:
85-2120-036-6.
5. RUSSEL, John. Química Geral. 2ª Edição, volume 2, Makron Books (Universitários), ISBN
8534601518.
6. BATISTA, Ana Sofia. Química – Formulário. Edições Sílabo, ISBN: 9789726182702.

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