Trabalho Prático
ESTUDO EXPERIMENTAL DE LEIS DA DINÂMICA
Objectivo - Com este trabalho pretende-se realizar a verificação experimental de diferentes leis
da dinâmica e suas consequências. As experiências programadas baseiam-se na utilização de um
computador e de uma interface PASCO Science Workshop (SW) 500 ou 700.
1ª PARTE
Segunda lei de Newton - Força constante
Introdução
r
De acordo com a 2ª lei de Newton, a resultante das forças F exercidas sobre um objecto é
r
directamente proporcional à aceleração a que essa força imprime ao movimento do objecto,
r r
sendo a constante de proporcionalidade a própria massa m do objecto: F = m.a
Nesta parte do trabalho vai-se estudar a relação entre forças aplicadas, massa e aceleração. Para
tal determina-se a equação da posição em função do tempo, da forma: s(t) = s0 + v0t + ½ at2.
Dos factores da equação calcula-se o valor experimental da aceleração. Faz-se ainda uma análise
das forças que restringem o movimento.
Material necessário
Uma calha, um carrinho (com pouco atrito), um sensor de movimento, um sensor de força. O
carrinho é puxado por uma corda que está ligada a uma massa, suspensa de uma roldana [sem
massa e sem atrito (?)]. O sensor de força, montado no carrinho mede a força que o acelera. O
sensor de movimento transmite ao computador dados da posição do carrinho em função do
tempo: s(t).
Montagem da experiência
Dispositivo experimental
O dispositivo experimental terá a configuração indicada na figura da página seguinte.
Computador e programa
Aquisição de dados
Os dados experimentais serão adquiridos de modo a preencher a tabela seguinte, incluída na
folha de registo de dados, onde:
- "massa suspensa" é a massa colocada no suspensor de massas,
- "peso aplicado" é o peso correspondente a "massa suspensa" + "suspensor de massas",
- "massa em movimento" é a soma das massas do dispositivo experimental (carrinho +
parafuso + sensor de força + suspensor de massas) com a "massa suspensa",
- "aceleração calculada" é um valor a determinar por cálculo,
- "aceleração medida" é um valor a calcular a partir da análise efectuada pelo programa,
- "erro relativo" diz respeito ao valor da "aceleração medida",
- "tensão no fio" é um valor a calcular (T = a×Mcps).
Como proceder?
O trabalho é de equipa, pelo que um dos elementos se ocupará do carrinho e vigiará as massas
enquanto o outro fará a mudança de massas (no suspensor de massas) e a aquisição de dados
através do programa informático. Para cada valor de "massa suspensa" deverão proceder do
modo a seguir descrito.
UM. Bloquear o carrinho para que não se mova sob acção da massa que vai ser suspensa. Sem
o fio ligado ao gancho, premir tara no sensor de força.
OUTRO. Aplica a massa certa no "suspensor de massas".
UM. Recuar o carrinho de modo a que a massa suspensa fique logo a seguir à roldana.
Verificar que o suspensor (e a massa) não estão a oscilar. Manter o carrinho parado.
OUTRO. <CLICAR> em Iniciar.
UM. Liberta o carrinho.
OUTRO. <CLICAR> em Parar quando o carrinho bate no "batente".
OUTRO. No lado inferior esquerdo do écran <CLICAR> duas vezes em Gráfico.
OUTRO. Na janela que aparece seleccionar Posição e <OK>.
OUTRO. Ir ao gráfico de Posição (em função do tempo) e com o rato seleccionar a zona da
curva com a forma mais aproximada de parábola.
OUTRO. Em Ajustes seleccionar ajuste quadrático.
Repitam a parte do trabalho indicada para UM e OUTRO para as restantes 5 massas, de modo a
preencher completamente a tabela acima indicada. Devem proceder como a seguir se descreve.
UM. Bloquear o carrinho para que não se mova sob acção da massa que vai ser suspensa. Sem
força exercida sobre o gancho, premir tara no sensor de força.
OUTRO. Aplica a massa certa no "suspensor de massas".
UM. Recuar o carrinho de modo a que a massa suspensa fique logo a seguir à roldana.
Verificar que o suspensor (e a massa) não estão a oscilar. Manter o carrinho parado.
OUTRO. No écran <CLICAR> em Iniciar.
UM. Liberta o carrinho.
OUTRO. <CLICAR> em Parar quando o carrinho incide no "batente".
OUTRO. No lado inferior esquerdo do écran <CLICAR> duas vezes em Gráfico.
OUTRO. Na janela que aparece seleccionar Posição e <OK>.
OUTRO. No lado inferior esquerdo do écran <CLICAR> duas vezes em Gráfico.
OUTRO. Na janela que aparece seleccionar Força e <OK>.
OUTRO. Ir ao gráfico de Posição e com o rato seleccionar a zona da curva com a forma mais
aproximada de parábola.
OUTRO. Em Ajustes seleccionar ajuste quadrático. A partir do valor do parâmetro A calcular a
aceleração do movimento, chegando assim ao valor de "aceleração medida".
OUTRO. Ir ao gráfico de Força e seleccionar a mesma zona de tempos do gráfico de Posição.
OUTRO. Com o rato <CLICAR> em Σ (Estatística) para determinar o valor médio da força que
constituirá o de "força medida".
Cálculos adicionais
Os resultados obtidos evidenciam um erro relativo para o valor de aceleração, que deverá ser
estudado. Para tal deve pensar-se no efeito de forças de restrição ao movimento, entre as quais se
inclui a força de atrito. No relatório do trabalho farão uma análise pormenorizada dessas forças.
No que respeita às forças aplicadas sobre as massas que se movem, elas verificam a equação F –
Fa = ma, em que Fa designa as forças de resistência. Podem efectuar o seu cálculo se fizerem a
representação gráfica da função F = f(am). Para tal, devem construir um gráfico que contenha em
abcissas os valores da "aceleração medida" e em ordenadas os valores da "força medida". De
seguida devem ajustar uma recta a esses dados. A ordenada na origem representa o valor de Fa.
Tomem nota do seu valor e comparem-no com o valor teórico esperado, determinando a
grandeza do coeficiente de atrito cinético. Recorrendo a consulta bibliográfica, comentem a
grandeza obtida para esse coeficiente.
Relatório
Elaborem um relatório desta parte do trabalho, seguindo as orientações que vos foram dadas.
2ª PARTE
Variação da Energia Cinética de um objecto
Introdução
r
Quando um objecto de massa m experimenta uma força total constante F ao longo de um
r r
percurso rectilíneo de comprimento d , o trabalho realizado por F é dado por:
r r
W = F .d
r
Por outro lado, se a força F for a resultante das forças aplicadas ao objecto, o trabalho por ela
realizado é igual à variação da energia cinética desse objecto:
1 2 1 2
W = Ecf − Eci = mv f − mvi ,
2 2
onde vf e vi são a velocidades final e inicial, respectivamente.
É esta igualdade que será estudada nesta experiência.
Material necessário
Uma calha, um carrinho, um sensor de força, já conhecidos. Além disso é necessária uma foto-
roldana (equipada de uma célula fotoeléctrica que detecta a rotação da roldana). O carrinho é
puxado por uma corda que está ligada a uma massa, suspensa através da roldana. O sensor de
força, montado no carrinho mede a força que o acelera. A foto-roldana transmite ao computador
dados que permitem calcular a velocidade em função do tempo: v(t).
Montagem da experiência
Dispositivo experimental
O dispositivo experimental terá a configuração indicada na figura que segue.
Computador e programa
1. Retirar o sensor de força da posição de calibração e montá-lo sobre o carrinho, tal como na
experiência anterior.
2. Usar o suspensor de massas da experiência anterior, ligado ao mesmo fio. Ligar o outro
extremo do fio ao gancho do sensor de força e passar o fio pela roldana. Ajustar a roldana
de modo a que o fio fique paralelo à calha.
3. Na tabela de registo de dados anotem o valor da massa Mcps obtido na experiência anterior.
Aquisição de dados
Um dos elementos do grupo de trabalho ocupa-se do carrinho e o outro regista a aquisição de
dados através do programa informático.
UM. Bloquear o carrinho para que não se mova sob acção da massa que vai ser suspensa.
OUTRO. Aplicar uma massa de 20 g no "suspensor de massas".
UM. Recuar o carrinho de modo a que a massa suspensa fique logo a seguir à roldana.
Verificar que o suspensor (e a massa) não estão a oscilar. Manter o carrinho parado
numa posição em que o LED no topo da foto-roldana esteja apagado.
OUTRO. <CLICAR> em Iniciar.
UM. Libertar o carrinho.
OUTRO. <CLICAR> em Parar quando o carrinho bate no "batente".
Sobreposto ao gráfico de velocidade aparece agora um gráfico EC(t). Para calcular com mais
rigor a variação, começar por maximizar a janela do gráfico.
4. Com o rato seleccionar no gráfico EC(t) a zona linear. Aparece marcada a amarelo.
5. Com o rato <CLICAR> em Σ (Estatística), seleccionando Mínimo e Máximo. Os
respectivos valores de energia cinética aparecem no écran. Tomar nota dos mesmos em
tabela igual à seguinte, que está incluída na folha de dados. Calcular a variação ΔEC.
6. Com o rato seleccionar no gráfico v(t) a zona que corresponde à marcada a amarelo no
gráfico de EC(t).
7. Com o rato <CLICAR> em Σ (Estatística) para obter vmin e vmáx da zona seleccionada.
Tomar nota dos mesmos na tabela da folha de dados idêntica à seguinte.
Deverão notar que é possível calcular a variação da energia cinética a partir dos valores máximo
e mínimo de velocidade, efectuando os cálculos "à mão".
Pretende-se de seguida comparar a variação da energia cinética com o trabalho realizado pela
força responsável pelo movimento. Para o efeito há que:
- obter o gráfico Força vs. Posição, e
- nesse gráfico considerar a mesma zona de dados que se usou no gráfico de velocidade.
4. Na janela do gráfico usar a Ferramenta inteligente para fazer a leitura dos valores de
posição que correspondem a vmin e a vmáx registados na tabela de dados. Tomar nota dos
mesmos.
5. No lado inferior esquerdo do écran <CLICAR> duas vezes em Gráfico.
6. Na janela que aparece seleccionar Força e <OK>.
7. Aplicar o rato sobre a legenda "tempo" até aparecer o símbolo de uma tabela. <CLICAR> e
seleccionar Posição.
8. Maximizar no écran o gráfico que apareceu.
9. Com o rato seleccionar a zona que está incluída entre os valores de posição atrás registados
smin e smáx (no ponto 4).
10. Com o rato <CLICAR> em Σ (Estatística), seleccionando Área. O valor da área entre a
curva de força e o eixo horizontal da zona seleccionada aparece no écran. Tomar nota do
mesmo e registá-lo em W na tabela incluída na folha de dados.
Cálculos adicionais
Comparar os valores obtidos para ΔEC e para W, calculando a respectiva diferença percentual.
Explicar essa diferença. Se for exagerada, devem repetir a aquisição de dados.
Relatório
Elaborem um relatório desta parte do trabalho, seguindo as orientações que vos foram dadas.
3ª PARTE
Impulso da força e variação do momento linear numa colisão
Introdução
r
Partindo da 2ª lei de Newton, verifica-se que é possível exprimir uma força F pela variação
temporal do momento linear do corpo a que é aplicada:
r dpr
F=
dt
r
onde o momento linear p corresponde, como se sabe, ao produto da massa do corpo pela
r r
velocidade de que está animado ( p = m.v ).
Se a força é constante no tempo (aceleração constante) pode escrever-se:
r r
r Δpr mv f − mvi r r
F= = ⇒ F .Δt = Δp
Δt t f − ti
Contudo, em geral, quando dois corpos interagem (por exemplo, quando chocam) a força de
interacção entre eles não é constante; ou seja, não passa instantaneamente para um dado valor,
mantendo-se constante nesse valor durante certo tempo e depois desaparecendo também
instantaneamente. É o que se representa no gráfico da figura 1-a). Pelo contrário, a força varia ao
longo do tempo, por exemplo, como está ilustrado no gráfico da figura 1-b).
r r
F F
t t
a) b)
Figura 1
r r
Ao produto F. Δt ou ∫ dt
F.
, correspondente à área delimitada respectivamente por cada uma
r
das curvas da figura 1, dá-se o nome de impulso da força, I . Assim, o impulso da força é igual à
variação do momento linear provocada pela acção dessa força:
r r r
I = p f − pi ,
r r
onde pi e p f são os valores do momento linear imediatamente antes da força começar a actuar
e imediatamente após a força deixar de actuar, respectivamente.
Esta relação pode ser verificada experimentalmente: por um lado, medindo, durante o tempo de
impacto, a força que age sobre um carro quando este choca contra um obstáculo no qual está
montado um sensor de força e, por outro, registando a velocidade do carro antes e depois do
choque com o obstáculo (por meio de um sensor de movimento).
Material necessário
Uma calha, um carrinho, um sensor de movimento, um sensor de força. O carrinho é movido por
acção da gravidade (inclinando a calha) e vai chocar contra o protector magnético do sensor de
força. O sensor de força mede a força durante a colisão. O sensor de movimento transmite ao
computador dados da posição do carrinho, a partir dos quais é possível calcular a velocidade do
carrinho antes e depois da colisão.
Montagem da experiência
Dispositivo experimental
O dispositivo experimental terá a configuração indicada na figura seguinte.
1. No lado direito da calha fixar a placa onde será colocado o sensor de força.
2. Fixar o sensor de movimento no lado esquerdo da calha.
3. Como mostra a figura ao lado, ligar as fichas do
sensor de movimento aos canais digitais 1 e 2 do
interface. Ligar a ficha amarela ao canal digital 1 e a
ficha preta ao canal 2.
4. Tomar o sensor de força, que por ora deixará em
cima da mesa, e ligar a respectiva ficha DIN ao canal
analógico A (figura ao lado).
Computador e programa
Aquisição de dados
O trabalho é de equipa, pelo que um dos elementos se ocupará do carrinho enquanto o outro fará
a aquisição de dados através do programa informático.
Cálculos adicionais
Efectuar os cálculos necessários para preencher as restantes colunas da tabela já referida.
Comparar os valores obtidos, calculando o respectivo erro relativo. Repetir a experiência se o
erro calculado for superior a 5%.
Relatório
Elaborem um relatório desta parte do trabalho, seguindo as orientações que vos foram dadas.
carrinho + parafuso sensor de força soma de massas suspensor de massas massa TOTAL
Mcps (kg) M (kg)