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RUUÍÍD
DOO
1 Introdução
O Ruído é uma palavra derivada do latim rugitu que significa “estrondo” (DI-
CIONÁRIO MICHAELIS, 2002, p. 367). Dentre os agentes nocivos à saúde existen-
tes nos ambientes de trabalho, o Ruído é o mais comum, proveniente da utilização
de ferramentas elétricas, pneumáticas, maquinário com tecnologia bastante mecani-
zada e/ou em condições de sobrecarga (ajustes e regulagens superiores as condi-
ções normais de operação, sem a manutenção preventiva adequada).
Segundo o NIOSH – National Institute for Occupation Safety and Health, a-
gência federal americana de pesquisa em saúde e segurança ocupacional, há apro-
ximadamente 30 milhões de trabalhadores expostos a ruído no mundo e conforme
estatística de acidentes e doenças do trabalho do site do Ministério da Previdência
Social, apenas no ano de 2005, na Região Nordeste do Brasil, demonstrou que a
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – PAIR, é a 2ª maior ocorrência de danos à saú-
de notificados pelos empregadores, ficando atrás apenas de patologias músculo-
esqueletais relacionadas ao trabalho.
Além disso, segundo GERGES (1992), a exposição permanente a níveis de
ruído acima dos limites de tolerância recomendados geram outros efeitos no corpo
humano como: aceleração da pulsação, aumento da pressão sanguínea, estreita-
mento dos vasos sanguíneos, resultando em mudanças de comportamento que re-
sultam em perdas como: doenças, queda de produtividade e acidentes de trabalho.
A Norma Regulamentadora n.º 15, aprovada pela Portaria 3.214/78, estabele-
ce que as empresas que submetem os trabalhadores a níveis de ruído elevados sem
a devida proteção adequada, o pagamento de adicional de 20% incidente sobre o
salário mínimo da região aos funcionários. Também a Instrução Normativa n.º 11 de
03/06 da Previdência Social, que substituiu a IN 118, permite a aposentadoria pre-
coce, dita “especial”, aos trabalhadores expostos a níveis de ruído elevados e esse
fato obriga as empresas a pagarem um adicional sobre o FAP – Fator Acidentário de
Prevenção, sobre o valor pago do SAT – Seguro Acidente de Trabalho
Somando-se aos aspectos acima relacionados, o alto custo do emprego da
proteção auditiva individual e de exames de saúde ocupacional, este curso foi de-
senvolvido com o objetivo de capacitar os profissionais da área de Segurança do
Trabalho para atuação na identificação, avaliação e controle das fontes de Níveis de
Pressão Sonora, visando a preservação da Saúde de seus colaboradores, bem co-
mo evitar perdas econômicas as organizações.
2 Conceito de Ruído
A NBR 12179 (1992) define Som como “toda e qualquer vibração ou onda
mecânica que se propaga num meio dotado de forças internas (ex.: elástico, visco-
so, etc.), capaz de produzir no homem uma sensação auditiva”. Já o ruído é definido
como “Todo som indesejável”.
Segundo Ribeiro Filho (1974), “Som é um fenômeno físico ondulativo resul-
tante de variações da pressão num meio elástico que se sucede com regularidade.”
Essas variações de pressão são provocadas por zonas de compressão e rarefação
2-1
do ar, que propagam as ondas sonoras longitudinalmente, de maneira uniforme em
todas as direções.
Já Gerges (1992), afirma que o Som é definido como variação da pressão at-
mosférica dentro dos limites de amplitude e banda de freqüências aos quais o ouvi-
do humano responde.
Ainda, CORMICK (1974) sugere a definição “ruído é qualquer classe de
vibrações audíveis “não-harmônicas”, considerando que a maior parte delas pode
ser qualificada como “indesejável”.
Relembrando um pouco o conceito de vibração, podemos defini-la como um
movimento periódico imprimido a uma partícula ou ponto, cujas grandezas de velo-
cidade e aceleração voltam a se repetir no tempo, assumindo a mesma direção e
sentido. É um movimento de vai-e-vem, ou oscilação.
As vibrações podem ser detectadas tatilmente e, dependendo das freqüências
e intensidades, também pelo sistema auditivo. Quando as vibrações são sentidas
através do ouvido, por caírem nas faixas de audiofreqüência, percebemos os sons e
ruídos.
Já o Ruído é uma mistura de sons cujas freqüências não seguem nenhuma lei
precisa, produzindo uma sensação não agradável ou indesejável a audição humana
(ASTETE, 1981, p. 321).
2-2
Fonte: Carvalho, 1967, p. 68
Figura 2 – Ruído
4 Classificação do Ruído
c) Ruído de Impacto
2-3
mento de onda, Intensidade de som, Pressão acústica ou sonora e Potência Sonora.
A figura 3 abaixo representa os conceitos definidos por Astete (1981) descritos a
seguir:
a) Amplitude “A’
Tempo que leva a perturbação para repetir o mesmo estado anterior, em ampli-
tude e fase T
c) Freqüência “f”
2-4
Fonte: Silva (2007)
Fig. 4 – Variação da pressão sonora com a distância. A distância que percorre a onda por ciclo com-
pleto, é o comprimento de onda λ.
6 PROPAGAÇÃO DO SOM
C = V 1,4 P / ρ
C= 20,05 V T m/s
2-5
T é a temperatura absoluta, em graus Kelvin.
Exemplo de aplicação:
T = 273,2 + 28 = 301,2 º K
C = 20,05 V 301,2 = 348 m / s
λ =C/F
Frequência – F (Hz) Comprimento de onda λ (m)
31,5 11,05
63 5,52
125 2,78
250 1,39
500 0,70
1000 0,35
2000 0,17
4000 0,09
8000 0,04
16000 0,02
Saber sobre o comprimento das ondas sonoras que devem ser isoladas, é
fundamental, para a adoção de medidas de controle, principalmente se queremos
adotar barreiras limitadas. Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimen-
sões menores do que seu comprimento de onda, o efeito não é perceptível, ocorren-
do o oposto se a dimensão do obstáculo for comparável ao comprimento de onda do
som. Portanto, para impedir a passagem de som, barreiras devem ser colocadas
perto da fonte ou do receptor, e suas dimensões devem ser três a cinco vezes o
comprimento de onda do som envolvido.
Dependendo da distância e posicionamento da fonte e do meio, alguns tipos
de campos acústicos são definidos, influindo na propagação.
Campos Esféricos: quando a propagação atende às características de pro-
pagação em campo livre ( Campo afastado). A partir de uma fonte puntiforme, as
ondas sonoras são transmitidas em todas as direções, esfericamente, ou quando no
campo afastado. Neste campo a intensidade e/ou a pressão sonora decrescem de
forma inversamente proporcional ao quadrado da distância. No campo esférico, cada
2-6
vez que se dobra a distância da fonte geradora de ruído, o nível de pressão sonora
decresce de 6 db.
Campo Plano: As ondas sonoras, ainda em campo livre, porém a distâncias
apreciáveis da fonte geradora, são consideradas em campo plano.
Campo Reverberante / Campo Difuso: A onda sonora ao encontrar um obs-
táculo, situação frequente em ambientes limitados, é refletida, criando um campo
onde se superpõem as ondas. Nestes campos não é mais obedecida a lei do inverso
do quadrado da distância, podendo tornarem-se campos difusos.
Campo Próximo: Próximo das fontes emissoras, são encontrados, também,
campos difusos, dependendo da anatomia da máquina. Nestes campos não existe
uniformidade de leitura, podendo haver variações de ponto para ponto.
Em todos os casos a fonte sonora pode ser representada por uma superfície
vibrante. O fator crítico é o tamanho desta em relação ao comprimento de onda.
Uma superfície vibrante terá que ter dimensões bem maiores do que o comprimento
de onda para ter uma boa eficiência de radiação acústica. Por esta razão que uma
caixa acústica possui alto falantes de tamanhos diferentes, um para cada faixa de
freqüência.
O ouvido humano pode detectar e perceber sons numa larga faixa de intensi-
dade acústica, desde o limiar da audição, na pressão inicial de 0,00002 N / m2 , até
20.000.000 N / m2 , próximo do limiar da dor. Por exemplo, a 1000 Hz a intensidade
acústica capaz de causar a sensação de dor é 1014 vezes a que é capaz de causar a
sensação de audição. Fica difícil trabalhar com números de ordens de grandeza tão
diferentes numa mesma escala linear.
As frequências audíveis variam de 16 a 20.000 Hz. Como já foi explicado no
início da apostila, nós ouvimos relacionando as intensidades com as faixas de fre-
quência audíveis do som. Para estudo precisamos traçar gráficos fazendo esta cor-
relação Intensidade versus Frequência. Experimente traçar este gráfico correla-
cionando a pressão em ordenadas e a frequência em abcissas: Se escolhermos
uma divisão de escala de 0,1 mm, o resultado seria de um gráfico com as dimen-
sões de 1,60 m na horizontal ( Frequência ) e 1 Km na vertical (Pressão sonora).
Daí ser melhor o uso da escala logarítmica.
Ainda mais, as leis de Weber-Fechner, a partir de estudos por eles realizados,
mostram que a sensação é proporcional ao estímulo, dentro de uma relação logarít-
mica:
2-7
Ao valor de divisão de escala log. 10, dá-se o nome de Bel. Dois Bel é log.
100 , ....etc. No entanto, o Bel é um valor de divisão de escala muito grande e usa-se
então o decibel ( dB ) que é um décimo do Bel. Um Bel é igual a 10 decibéis:
1 Bel = 10 decibéis
N I = 10 log. I.
I0
onde :
I é a intensidade acústica em Watts / m²
I0 é a intensidade de referência = 10 -12 Watts / m²
I0 corresponde, aproximadamente, a intensidade de um tom de 1000 Hz que é le-
vemente audível pelo ouvido humano normal ( valor de referência ).
I=P2
ρc
N P S = 10 log. P 2 = 20 log. P .
P0 2 P0
Outro aspecto importante da escala dB é que ela apresenta uma correlação com a
audibilidade humana muito melhor do que a escala absoluta ( N / m² ).
2-8
Além do NPS e NI , tem-se a terceira grandeza acústica importante; o nível de
potência sonora NWS definida por :
NWS = 10 log. ( W )
10 -12
onde :
2
NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM dB Vs PRESSÃO SONORA EM N/m
2
NPS (db) P (N/m ) EXEMPLOS
140 200 Limiar da dor
130 Sirene de alarme público (a 2m de distância)
120 20 Dinamômetro de motores DIESEL (a 1 m de distância)
110 Serra de fita (p/ madeira ou metais a 1 m de distância)
100 2 Prensas excêntricas
90 Caminhão Diesel a 80 Km / h ( a 15 m de distância)
80 0,2 Escritório barulhento
70 Carro de passageiros a 80 Km / h( a 15 m de distância)
60 0,02 Conversação normal (a 1m de distância)
50
40 0,002 Local residencial tranquilo
30 Tic-tac de relógio
20 0,0002 Sussurro
10
0 0,00002 Limiar de audibilidade
Observar que na escala em db, um aumento de 6 db corresponde a duplicar a pressão (desde
que em campo livre) e que um aumento de 20 db corresponde a 10 vezes a pressão.
Se duas ou mais máquinas geram cada uma, num determinado ponto de me-
dição, níveis de pressões sonoras P1 , P2, ..... Pn, respectivamente.
Resolvendo matematicamente, teremos :
NPSt = Σ (10 NPS1/10 +10 NPS2/10 +...........+10 NPSn/10)
Graficamente o procedimento para soma de níveis de pressão sonora (níveis
de potência sonora ou níveis de intensidade ) é o seguinte :
Achar a diferença entre os dois níveis (NPS1 – NPS2), considerando que
NPS1 > NPS2 . Entrar no gráfico a seguir e com a diferença, subir até a curva, e en-
2-9
tão obter a diferença em db no eixo das ordenadas. Adicionar o valor da diferença
obtida, ao maior dos dois níveis medidos.
2-10
O mesmo procedimento pode ser usado para subtração dos níveis de potência so-
nora ou níveis de intensidade sonora.
Figura 6: Subtração do ruído de fundo
Exemplo: Faz-se uma medição do ruído originado de uma casa de pagode, numa rua onde
existe o ruído dos carros que passam (ruído de fundo). O nível de pressão sonora total é de 99
db. Mandando a música parar e medindo-se só o ruído da rua obteve-se o NPS de 95 db. Qual
o nível de pressão sonora só da casa de pagode?
A intensidade sonora
Em um determinado ponto é a quantidade de energia ou fluxo de energia por
unidade da área perpendicular à direção de propagação do som. O NIS (Nível de
Intensidade Sonora), é dada pela fórmula:
2-11
NIS = 10 log ( I / I0 ) re I0 =10 -12
A relação entre a intensidade sonora e a pressão sonora é dada pela fórmula,
para campos acústicos esféricos ou planos e em espaços abertos ou infinitos, onde
não existem reflexões ou absorções, mas tão somente propagação.
I = ( p2 / ρ v ) onde: p = pressão média quadrática
ρ = densidade do meio
v = velocidade do som no meio considerado
ρ v = impedância acústica do meio.
Para o ar ρ = 1,2 kg / m3 ; se v= 350 m / s, então ρ v = 420 kg / m2s
A pressão média quadrática citada, é dada pela expressão:
Onde p1, p2, p3, ......pn são os valores instantâneos reais da pressão.
A pressão média quadrática aplica-se ao ruído contínuo ou intermitente, não
se aplicando para o ruído impulsivo ou de impacto.
Potência sonora
Podemos relacionar pressão com intensidade e com potência sonora.
Imaginemos uma fonte puntiforme num espaço aberto, gerando uma onda
sonora, sem reflexões nem absorção, a uma determinada potência acústica. Tere-
mos a fórmula:
πr2
W = I média x 4π
Onde: I média é a intensidade sonora média; r é a distância da fonte sonora; W
é a potência acústica da fonte; 4πr2 é a área da esfera ao redor da fonte.
Para distâncias diferentes da fonte que tem sua potência acústica constante,
chegamos à relação:
(I média 1 / I média2) = ( r2 / r1 )2
2-12
p12 / p22 / =( r2 / r1 )2
Uma importante propriedade de qualquer fonte é a potência sonora W ou e-
nergia acústica total emitida pela mesma unidade de tempo. A potência sonora é
apenas dependente da própria fonte e independe do meio onde ela se encontra. Por
exemplo, se o nível de pressão sonora NPS de uma máquina for medido em deter-
minado ambiente, quando essa máquina for levada a um outro ambiente (por exem-
plo do campo livre para uma pequena sala), a pressão acústica mudará bastante,
mas a potência sonora W permanecerá inalterada. O ambiente exerce influência na
pressão acústica pela introdução de absorção e reflexões.
É, portanto importante a medição da potência sonora emitida por qualquer
máquina. A partir dos dados obtidos é possível calcular a pressão acústica em qual-
quer ambiente de tamanho, a forma e absorção das paredes conhecidos.
A intensidade acústica I é a energia W passando por uma área S por unidade
de tempo para fonte unidirecional, ou seja :
I=W
S
As escalas para quantificação de intensidade acústica e de pressão sonora
foram descritas em forma logarítmica; a potência sonora é também quantificada da
mesma forma. Assim o nível de potência sonora NWS é dado por:
NWS = 10 log. . I . S.
Iref 1
2-13
11 Espectro dos sons / ruídos – análise de freqüências
2-14
Som e ruído não são sinônimos. Um ruído é apenas um tipo de som, mas um
som não é necessariamente um ruído. O conceito de ruído é associado a som desa-
gradável e indesejável. Som é definido como variação da pressão atmosférica dentro
dos limites de amplitude e banda de freqüências aos quais o ouvido humano res-
ponde.
O limiar da audição, isto é, a pressão acústica mínima que o ouvido humano
pode detectar é 20 x 10 – 6 N / m² na freqüência de 1 kHz. A figura a seguir mostra
a variação do limiar de audição com a freqüência e os contornos de audibilidade. Na
banda de freqüência auditiva, que vai de 20 Hz a 20.000 Hz, o ouvido não é igual-
mente sensível.
Ouvido Externo
O ouvido externo é constituído por três elementos: pavilhão da orelha, canal
auditivo e tímpano. O pavilhão da orelha tem forma afunilada para coletar e transmi-
tir as ondas sonoras que excitam o TÍMPANO ( membrana que vibra ).
2-15
Figura 9: Ouvido humano
Ouvido Médio
O ouvido médio atua como um amplificador sonoro, aumentando as vibrações
do tímpano através de ligações deste com três ossos: o MARTELO que bate contra
a BIGORNA, que por sua vez é ligada com o ESTRIBO.
Esse último está ligado a uma membrana ( na cóclea ) chamada JANELA
OVAL. A CÓCLEA é o órgão responsável por colher esses movimentos e tem a for-
ma de espiral cônica.
O ouvido médio contém importantes elementos para proteger o sistema de
audição, como a TROMPA DE EUSTÁQUIO, que é ligada à garganta e à boca para
equilibrar a pressão do ar.
2-16
Ouvido Interno
Os movimentos de vibração do tímpano e dos ossos do ouvido médio são
transmitidos por nervos até o cérebro. A cóclea é a parte responsável por colher es-
tas vibrações. Ela é uma espiral cônica com três tubos comprimidos lado a lado. Os
tubos de cima e de baixo comunicam-se com o ouvido médio através da JANELA
OVAL e JANELA REDONDA, respectivamente. Ambos os tubos são cheios de um
líquido chamado PERILINFA. O tubo do meio, DUTO COCLEAR, também é cheio de
um fluído chamado ENDOLINFA.
2-17
12.2 Mecanismo de audição
2-18
Figura 13: Perda de audição por idade
2-19
Na figura abaixo mostramos a perda de audição para três grupos de idade :
18 a 29 anos, 35 a 43 anos e 43 a 51 anos. As curvas mostram a diferença entre um
grupo exposto ao ruído ( 85, 90 e 95 dB ( A ) ) e outro sem exposição aos altos ní-
veis de ruído. O efeito por exposição ao ruído de impacto mostra uma perda de até
55 dB nas faixas de freqüências de 5 a 6 kHz, para até 30 anos de exposição apre-
sentada na seqüência.
Figura 15: Perda de audição, (.....) sem e ( ____ ) com exposição de ruído
2-20
12.4 Efeito do ruído nos sistemas extra – auditivos
2-21
12.6 Escalas para avaliação de ruído
2-22
Tabela 1: Atenuação da percepção auditiva A, B e C
2-23
12.7 Nível total de pressão sonora
2-24
tempo especificada. O cálculo é baseado na energia do ruído ( ou pressão sonora
quadrática ). Leq é definido por:
T
Leq = 10 log. 1 ∫ 0 P ² (t) dt
T P0 ²
Onde:
T é o tempo de integração
P (t) é a pressão acústica instantânea
P0 é a pressão acústica de referência ( 2 x 10 -5 N / m² )
Leq representa o nível contínuo ( estacionário ) equivalente em dB ( A ), que
tem o mesmo potencial de lesão auditiva que o nível variável considerado.
As normas ISO / 1995 e 1999 definem o método para o cálculo do Leq , exis-
tindo medidores ( medidores de doses de ruído ) para a execução automática dos
cálculos ( mostrada na próxima figura 18 ). Esses medidores são disponíveis em
versões fixas ou portáteis, sendo que estes últimos podem ser colocados no bolso
de um operário, com o microfone montado próximo ao seu ouvido mostrada na ( ver
figura 18 ).
Os aparelhos portáteis tem a finalidade de verificação da dose máxima permi-
tida. Esta dose é de 85 dB ( A ) para uma jornada de trabalho de 8 (oito) horas ( Por-
taria Brasileira 3.214 de 08 / 06 / 1978 ).
D = C1 + C2 + C3 + ... + Cm
T1 T2 T3 Tm
Onde:
2-25
12.7.4 Distribuição estatística no tempo: LN
T = ______8________
(L-85 / 5)
2
2-26
Significa que para cada acréscimo de 5 dB no NPS, o tempo máximo de exposição é reduzido à
metade.
2-27
de interferência na comunicação. O método é limitado para ruídos com espectros
suaves ( aproximadamente planos ) em regime permanente. Existem outros métodos
que estabelecem escalas de classificação, tal como o Índice de Articulação IA, que é
usado na comunicação telefônica e na qualificação de ambientes internos de veícu-
los e aviões.
0,30 65 71 77 83
0,60 59 65 71 77
0,90 55 61 67 73
1,20 53 59 65 71
1,50 51 57 63 69
3,60 43 49 55 61
As recomendações ISO R 1996, NBR 10151 ou CONAMA 001 que são basi-
camente similares, estabelecem um conforto acústico em comunidade (excluindo
ruído de aviões) a comparação entre dois níveis : um nível medido corrigido Lc e um
nível critério Lr, definidos como segue :
a) O nível global de avaliação corrigido Lc em dB ( A ) é baseado no nível medido
LA em dB ( A ) ( ou Leq em dB ( A ) quando o ruído varia de maneira complexa )
que deve ser corrigido conforme a tabela 4.
Para um ruído de nível constante, Lc é dado por
Lc = LA + LB + LD Onde :
2-28
LB = 5 dB ( A ) para ruído impulsivo e ou com componentes tonais audíveis;
LD é a correção para ruído intermitente ( ver tabela 4 ) expresso em função de
percentuais.
Para ruído de nível flutuante, Lc é dado por:
Lc = Leq + LB
Horário Correção dB ( A )
Dia 0
Anoitecer -5
Horário de sono -10 a –15
2-29
12.8.2 Curvas de Avaliação de Ruído NR e NC
Residencial rural
Hospital 0
Recreação
Residencial suburbana +5
Pequeno tráfego rodoviário
Categoria Descrição
Neste método, sobre as curvas padrão NR, são marcados os níveis do ambi-
ente, medidos por banda de freqüência ( linhas horizontais sobre a figura 23).
Pode-se então visualizar qual a classe da NR que se acha associada ao am-
biente sob análise, que é o valor mais alto de NR obtido da interseção das curvas
padrão com os pontos marcados x. No exemplo da figura 23 tem-se NR = 78.
A tabela 10 mostra os valores de NC recomendados para vários tipos de am-
biente.
2-30
Tabela 8 : Correções para interiores de residências
2-31
Indivíduos que trabalham com equipamentos vibratórios de operação
manual, tais como martelo pneumático e moto serra, apresentam degeneração gra-
dativa do tecido muscular e nervoso. Os efeitos aparecem na forma de perda da ca-
pacidade manipuladora e do controle de tato nas mãos, conhecido popularmente por
DEDO BRANCO.
A norma ISO 2631, estabelece curvas de limite de aceleração máxima
recomendada para cada tempo de exposição, de um minuto a 12 horas. A faixa de
freqüências na qual o corpo humano apresenta mais sensibilidade é de 1 Hz. O cor-
po pode ser submetido a vibrações em várias direções e posições, em pé, sentado
ou deitado ( ver figura 24 ).
Três códigos de severidade são encontrados na norma (ver figura 27):
Locais dB ( A ) NC
Hospitais
Apartamentos, enfermarias, berçários, centros 35 – 45 30 – 40
Cirúrgicos, laboratórios, áreas para uso do público 40 – 50 35 – 45
Serviços 45 – 55 40 – 50
Escolas
Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35 – 45 30 – 40
Salas de aula, laboratórios 40 – 50 35 – 45
Circulação 45 – 55 40 – 50
Hotéis
Apartamentos 35 – 45 30 – 40
Restaurantes, salas de estar 40 – 50 35 – 45
Portaria, recepção, circulação 45 – 55 40 – 50
Residências
Dormitórios 35 – 45 30 – 40
Salas de estar 40 – 50 35 – 45
Auditórios
Salas de concertos, teatros 30 – 40 25 – 30
Salas de conferências, cinemas e de uso múltiplo 40 – 50 30 – 35
Restaurantes 40 – 50 35 – 45
Escritórios
Salas de reunião 30 – 40 25 – 35
Salas de gerência, projetos e administração 35 – 45 30 – 40
Salas de computadores 45 – 65 40 – 60
Salas de mecanografia 50 – 60 45 – 55
Igrejas e templos ( cultos meditativos ) 40 – 50 35 – 45
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades
esportivas 45 – 60 40 – 55
2-32
Figura 23: Curvas de avaliação de ruído ( NR )
2-33
Figura 25: Corpo humano como sistema mecânico
2-34
Figura 27: Os três limites estabelecidos pela norma ISO 2631
2-35
Figura 29: Limites de vibrações para as mãos
2-36
sistemas de proteção do ouvido às pessoas expostas. A conduta de um empregador
prudente e racional pode ser sumarizada como segue:
2-37
13 Controle do ruído
2-38
Qualquer que seja o problema, é sempre prudente um prévio planejamento
para o controle de ruído de uma fonte que está sendo estudada. Devem ser levados
em conta os seguintes aspectos:
a) O controle do ruído é um problema do conjunto fonte do ruído (uma máquina,
por exemplo), meio e receptor;
b) Ter presente que uma solução ideal é quando combinamos os dois fatores: um
nível de ruído aceitável a um custo também aceitável. Analisar o problema com a
relação custo x benefício;
c) O êxito de um controle se mede em função do resultado conseguido, que é a re-
dução do ruído a níveis planejados;
d) O conjunto contém muitos e diversos componentes que podem ser geradores de
ruído. Todos devem ser analisados;
e) O controle do ruído pode ser conseguido em qualquer ponto do conjunto;
f) Um controle representa, normalmente, um compromisso entre o êxito e o custo;
g) Um desenho acústico deve ser compatível com os outros aspectos: segurança,
qualidade e acessibilidade.
A remoção dos riscos de ruído, ou de pessoas das zonas de ruído, é o cami-
nho mais correto para a preservação da audição. A praticabilidade disto deve ser
examinada em todos os casos. Infelizmente, o controle de ruído de algumas máqui-
nas ou processos se torna difícil, seja pelo alto custo envolvido ou pela impossibili-
dade técnica de serem feitas modificações. Em alguns casos, então, esta forma de
controle de ruído deve esperar até que uma máquina possa ser dispensada ou subs-
tituída, ocasionando um atraso considerável na implantação do programa.
Em algumas máquinas ou processos é possível aplicar enclausuramento ou
outros tratamentos locais, sendo que problemas de ventilação, refrigeração, acesso
de materiais e pessoal, manutenção e assim por diante, não devem ser esquecidos.
A assistência e apoio de técnicos especializados em controle de ruído é fun-
damental para um bom projeto de redução de ruído.
2-39
do, uma redução no tempo de exposição à metade, fornece redução equivalente de
somente 3 dB na dose de ruído.
13.1.5 Educação
2-40
Todas as pessoas engajadas num programa de conservação da audição de-
vem receber treinamento apropriado, e após, devem seguir passos que mantenham
o programa atualizado e com o seu correto desenvolvimento em campo.
13.1.7 Audiometria
2-41
a que se propõem, como os casos de teatros, salas de confer6encias, salas de aulas
etc.
Interessa-nos inicialmente definir os limites de campos sonoros.
2-42
Para fontes puntiformes, em campo aberto ou livre, as ondas se propagam
esfericamente. O fator D=1
Ex.: o α500 do carpete simples, forrado é de 0,25 ou 25%. Significa que 25% da e-
nergia sonora incidente é absorvida, sendo refletida 75%.
2-43
αm = (( S1 x α1 ) + ( S2 x αm2 ) + ( S3 x α3 ) + .....+ ( Sn x αn )) / ( S1 + S2 +..... Sn )
S = superfície em m2.
Exercício: Um fabricante deseja dar a um cliente as características acústicas de uma máquina por ele
fabricada. Para isto submeteu a máquina às seguintes medições:
1. Primeiro colocou a máquina num pátio amplo, de piso cimentado, aberto nas laterais. A 2,5
metros efetuou a medição do NPS, obtendo como resultado NPS = 87 db. O fator de diretividade da
emissão da energia sonora da máquina pelas características do ambiente é D=2. A constante do local
R (ao ar livre) pode ser considerada praticamente infinita.
NWS=87-10 log ( ( 2 / 4.π.2,52) + (4 / ∞)) = 87-10log(0,0255+0) = 87-(-15,9)=102,9 db
3. O cliente recebeu a máquina e instalou-a dentro de uma sala, junto de uma parede, com um
coeficiente de diretividade D=4. A constante do local R=1.000 m2. (superfícies laterais de toda a sala,
incluindo teto e solo, da ordem de 3.000 m2, com um coeficiente médio de absorção de 0,25). Houve
uma surpresa quando mediu o NPS.
102,7=NPS-10log((4 / 4.π.1,52) + ( 4 / 1000)) = 94,3 db.
2-44
D=Coeficiente de diretividade.
Aproximadamente podemos definir que o som direto dominante fica dentro de
um cone teórico, com o centro na base da máquina ou foco de ruído, o vértice no
teto e o raio da base igual à altura.
V = é o volume do local em m3
A = é a absorção em m2
2-45
0,161 ( V / A0 )
∆ db = 10 log = 10 log ( A / A0 )
0,161 ( V / A )
2-46
Outro tipo de problema que acontece é quanto à qualidade do som para a
destinação do ambiente tratado. A Norma Brasileira NBR 12179 – TRATAMENTO
ACÚSTICO EM RECINTOS FECHADOS dá os tempos ótimos de reverberação para
recintos fechados, visando o conforto acústico, procurando dar a um recinto, pela
finalidade a que se destina, condições que permitam boa audição aos que estão ne-
les. O tratamento inclui o isolamento acústico e o condicionamento acústico. A
Norma traz tabelas com valores de isolamento e de absorção acústica.
Quando uma onda sonora atravessa um meio, que pode ser o ar, e encontra
um outro meio que pode ser uma parede, acontece o choque a nível molecular, com
impedâncias acústicas diferentes, acontecendo alguns fenômenos, como pode ser
visto na figura abaixo: parte da energia incidentes retorna para o mesmo ambiente,
como energia refletida e parte é absorvida pelo novo meio, havendo dissipação de
parte desta energia absorvida, sob a forma de calor, enquanto a outra parte é trans-
mitida para um terceiro meio. A parede neste caso funciona como uma nova fonte
sonora, gerando ondas sonoras para o terceiro meio.
Ii = Ir + Ia
Ia = Id + It
Ii = Ir + Id + It
R+α=1
2-47
O isolamento do ruído é feito pela interposição de barreiras, como paredes,
pisos, divisórias, ou obstáculos sólidos, não porosos, no caminho de uma onda a-
cústica.
A energia sonora pode ser transmitida via aérea (som via o ar) e / ou via sóli-
do (via estruturas).
O isolamento acústico, tal qual a absorção, é função da frequência, e pode
ser definido mediante as expressões, que são carcterísticas dos materiais:
PT = 10 log 1 / αt
Onde αt é o coeficiente de transmissão acústica = energia transmitida
energia incidente
2-48
derá a tornar-se nula nesta frequência. A frequência crítica de coincidência é dada
pela expressão:
MATERIAL Fc . ρs ρ η
2 3
(Hz Kg / m ) (Kg / m )
-4 -2
Alumínio 35.000 2.700 10 - 10
Ladrilho maciço 35.000 – 58.000 2.000-2.300-1.500 0,01
Concreto maciço 43.000 2.300 0,005 – 0,02
Capa de cimento de 5 cm 48.800 1.500 0,005 – 0,02
Ladrilho oco (espessura de 15 cm) 23.200 750 0,005 – 0,02
Ladrilho oco de cimento 23.000 1.000 0,007 – 0,02
Vidro 38.000 2.500 0,001 – 0,01
Chumbo 605.000 11.000 0.015
-4 -2
Aço 97.500 7.700 10 - 10
Madeira com aglomerado 73.200 750 0,005 – 0,01
2-49
η= fator de perdas
2-50
Exemplo prático de isolamento de uma parede simples:
Para cada frequência, o índice de isolamento (Perda de Transmisssão PT) se calcula a
partir da equação:
PT(f)-PT(fc)
A Segunda parcela PT(fc) obtém-se da fig. 34, em função do produto da massa pela unidade de
superfície pela frequência crítica (Lei da massa do isolamento).
Exemplo:
Qual o isolamento acústico que se consegue com uma placa de vidro de 2,0 x 2,0 me-
tros de vidro de 4 mm de espessura?
Espessura d=4 mm
3 2
Massa por unidade de superfície: ρs = ρm.d = 2.500 Kg / m . 0,004 m = 10 Kg / m
Frequência crítica (Ver Tabela da página anterior)
Fc = (Fc . ρs) / ρs = 38.000 / 10 = 3.800 Hz
Fator de Perdas (Ver Tabela da página anterior) = 0,01 (máximo)
2
Frequência Crítica por massa por unidade de superfície: Fc . ρs = 38.000 Kg . Hz / m
2
Índice de Isolamento a 38.000 Kg . Hz / m (Ver tabela)
Lei da Massa = 45 db (Ver fig. 31)
Uma parede que tem partes diferentes, portanto não homogênea, que chama-
remos de parede composta, constituída de materiais ou partes diferentes, como por-
tas, janelas, etc . tem o índice de isolamento ou Perda de Transmissão – PT, dada
pela fórmula:
PT = 10 log ( Σ Si / Σ τi x Si )
2-51
Comprova-se que uma pequena superfície com um índice de isolamento bem
menor, dentro de uma parede composta, reduz consideravelmente a perda de
transmissão total da parede.
13.2.10 Barreiras
2-52
A fim de facilitar o entendimento, foi construída uma tabela exemplificativa
que ajudará na determinação do ruído que se produz em uma área de um receptor,
quando se interpõe uma barreira de 1,5 m de altura efetiva e um ângulo e um ângulo
de deflexão de 30º.
2-53
2-54
14 Medição do ruído
Foi utilizado medidor integrador de uso pessoal ou dosímetro de ruído. Este instru-
mento possui as seguintes características:
a) Especificações gerais do instrumento
Marca: QUEST
Modelo: ________
Padrão Aplicado: ANSI S1.25 – Ponderação A
Faixa de nível sonoro: 70 a 140 dBA
Ponderação em freqüência: A
Resposta de freqüência: 20 Hz a 10 kHz
Constante de tempo: F(rápido); S (lento)
Faixa de Ruído: 0,01 a 9999% dose
Nível de critério: 80, 84, 85 e 90 dB, selecionável
Nível de limiar: 70 a 90 dB selecionável
Razão de mudança (Incremento de Duplicação de Dose): 3, 4, 5 e 6 dB se-
lecionável.
Detector de Nível Máximo: 155 dB A
Aviso de Pico: em 140 dBA
a) Procedimentos iniciais
b) Calibração do instrumento
2-55
Conforme anexo 2 – cópia do certificado de calibração do instrumento.
c) Ajuste do instrumento
d) Instalação do instrumento
e) Definições
f) Expressões:
Dose (D)
CD × 8
D= (% ) Expressão 1
TM
Sendo:
TM = tempo de amostragem (horas decimais)
2-56
CD = dose (percentagem)
CD
NM =80 + 16,61 log (0,16 × ) (dB) Expressão 2
TM
Sendo:
TM = tempo de amostragem (horas decimais)
CD = dose (percentagem)
g) Procedimentos de cálculo
Uma vez obtido valor da dose diária projetada para a jornada de 8 horas, o
mesmo será substituído pela sua representação literal (NM) na expressão 2.
Tempo de amostragem - TM
2-57
Valor da Dose e do Nível Médio Representativo da Exposição Ocupacional Diária
Grupo Homogêneo: GHLG 1 Setor: Litografia Data da Medição: 19/3/2004
Amostragem Jornada de Trabalho
Tempo Dose Duração D(Dose %) NM (dBA) Turno
Conclusões
TM(h) CD(%) (h) Projetada LT Calculado LT Medição
D > 100%
2,00 68,04 272,2 92,2 06:00 às 14:00
NM > 85 dBA
D > 100%
2,03 56,7 8 223,1 100 90,8 85 06:00 às 14:00
NM > 85 dBA
2-58
14.4 Exemplo - Setor de fotomecânica
8 100 85
2-59