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1 Introdução

O Ruído é uma palavra derivada do latim rugitu que significa “estrondo” (DI-
CIONÁRIO MICHAELIS, 2002, p. 367). Dentre os agentes nocivos à saúde existen-
tes nos ambientes de trabalho, o Ruído é o mais comum, proveniente da utilização
de ferramentas elétricas, pneumáticas, maquinário com tecnologia bastante mecani-
zada e/ou em condições de sobrecarga (ajustes e regulagens superiores as condi-
ções normais de operação, sem a manutenção preventiva adequada).
Segundo o NIOSH – National Institute for Occupation Safety and Health, a-
gência federal americana de pesquisa em saúde e segurança ocupacional, há apro-
ximadamente 30 milhões de trabalhadores expostos a ruído no mundo e conforme
estatística de acidentes e doenças do trabalho do site do Ministério da Previdência
Social, apenas no ano de 2005, na Região Nordeste do Brasil, demonstrou que a
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – PAIR, é a 2ª maior ocorrência de danos à saú-
de notificados pelos empregadores, ficando atrás apenas de patologias músculo-
esqueletais relacionadas ao trabalho.
Além disso, segundo GERGES (1992), a exposição permanente a níveis de
ruído acima dos limites de tolerância recomendados geram outros efeitos no corpo
humano como: aceleração da pulsação, aumento da pressão sanguínea, estreita-
mento dos vasos sanguíneos, resultando em mudanças de comportamento que re-
sultam em perdas como: doenças, queda de produtividade e acidentes de trabalho.
A Norma Regulamentadora n.º 15, aprovada pela Portaria 3.214/78, estabele-
ce que as empresas que submetem os trabalhadores a níveis de ruído elevados sem
a devida proteção adequada, o pagamento de adicional de 20% incidente sobre o
salário mínimo da região aos funcionários. Também a Instrução Normativa n.º 11 de
03/06 da Previdência Social, que substituiu a IN 118, permite a aposentadoria pre-
coce, dita “especial”, aos trabalhadores expostos a níveis de ruído elevados e esse
fato obriga as empresas a pagarem um adicional sobre o FAP – Fator Acidentário de
Prevenção, sobre o valor pago do SAT – Seguro Acidente de Trabalho
Somando-se aos aspectos acima relacionados, o alto custo do emprego da
proteção auditiva individual e de exames de saúde ocupacional, este curso foi de-
senvolvido com o objetivo de capacitar os profissionais da área de Segurança do
Trabalho para atuação na identificação, avaliação e controle das fontes de Níveis de
Pressão Sonora, visando a preservação da Saúde de seus colaboradores, bem co-
mo evitar perdas econômicas as organizações.

2 Conceito de Ruído

A NBR 12179 (1992) define Som como “toda e qualquer vibração ou onda
mecânica que se propaga num meio dotado de forças internas (ex.: elástico, visco-
so, etc.), capaz de produzir no homem uma sensação auditiva”. Já o ruído é definido
como “Todo som indesejável”.
Segundo Ribeiro Filho (1974), “Som é um fenômeno físico ondulativo resul-
tante de variações da pressão num meio elástico que se sucede com regularidade.”
Essas variações de pressão são provocadas por zonas de compressão e rarefação

2-1
do ar, que propagam as ondas sonoras longitudinalmente, de maneira uniforme em
todas as direções.
Já Gerges (1992), afirma que o Som é definido como variação da pressão at-
mosférica dentro dos limites de amplitude e banda de freqüências aos quais o ouvi-
do humano responde.
Ainda, CORMICK (1974) sugere a definição “ruído é qualquer classe de
vibrações audíveis “não-harmônicas”, considerando que a maior parte delas pode
ser qualificada como “indesejável”.
Relembrando um pouco o conceito de vibração, podemos defini-la como um
movimento periódico imprimido a uma partícula ou ponto, cujas grandezas de velo-
cidade e aceleração voltam a se repetir no tempo, assumindo a mesma direção e
sentido. É um movimento de vai-e-vem, ou oscilação.
As vibrações podem ser detectadas tatilmente e, dependendo das freqüências
e intensidades, também pelo sistema auditivo. Quando as vibrações são sentidas
através do ouvido, por caírem nas faixas de audiofreqüência, percebemos os sons e
ruídos.

3 Diferença entre Som e Ruído

As ondas sonoras são representadas por senóides por constituírem-se em


movimentos periódicos de partículas que possuem variação da velocidade e varia-
ção da pressão, que acontecem com regularidade no tempo (harmônicos). A figura 1
a seguir representa uma onda sonora produzida por um som puro:

Fonte: Carvalho, 1967, p. 67.


Figura 1 - Onda sonora

Já o Ruído é uma mistura de sons cujas freqüências não seguem nenhuma lei
precisa, produzindo uma sensação não agradável ou indesejável a audição humana
(ASTETE, 1981, p. 321).

A figura 2 a seguir representa uma onda sonora produzida por um ruído:

2-2
Fonte: Carvalho, 1967, p. 68
Figura 2 – Ruído

4 Classificação do Ruído

Segundo a Fundação Mapfre (1983), o Ruído possui três classificações bási-


cas: ruído contínuo, intermitente ou flutuante e de impacto.
a) Ruído Contínuo

É aquele cuja variação de nível de intensidade


sonora é muito pequena (<3 dB) em função do
tempo. São exemplos: motor elétrico, ventilado-
res, etc.

b) Ruído Intermitente ou flutuante

São aqueles que apresentam grandes variações


de nível (>3 dB) em função do tempo. São e-
xemplos: afiação de ferramentas, soldagem,
trânsito de veículos, etc. São os mais comuns no
dia-a-dia.

c) Ruído de Impacto

São aqueles que apresentam picos de energia


acústica de duração inferior a 01 (um) segundo,
a intervalos superiores a 01 (um) segundo, ou
seja, apresentam altos níveis de intensidade so-
nora, num intervalo de tempo muito pequeno.
São exemplos: rebitadeiras, prensas, explosões,
etc.

5 Características físicas do som

Como o Som é uma vibração sonora, se faz necessária ao controle do ruído o


estudo de alguns conceitos físicos como: Amplitude, Período, Freqüência, compri-

2-3
mento de onda, Intensidade de som, Pressão acústica ou sonora e Potência Sonora.
A figura 3 abaixo representa os conceitos definidos por Astete (1981) descritos a
seguir:

Fonte: Astete, 1981, p. 8


Figura 3 – Representação da onda senoidal em determinado ponto do espaço

a) Amplitude “A’

É o valor máximo atingido pela grandeza em estudo (velocidade, aceleração ou


pressão)
b) Período “T”

Tempo que leva a perturbação para repetir o mesmo estado anterior, em ampli-
tude e fase T
c) Freqüência “f”

É o número de vezes que o fenômeno ocorre por unidade de tempo. A unidade


da freqüência é o Hertz (Hz), que é igual a um ciclo por segundo. Como já abor-
dado anteriormente, as freqüências de sons audíveis estão no intervalo de 20 a
20.000Hz, sendo considerado Infra-som, aquele com f abaixo de 20 Hz e Ultra-
som, o acima de 20.000Hz. No intervalo dos sons audíveis, são chamados de
Graves os sons com f de 20 a 200Hz, de Médios com f de 200 a 2000Hz e de
Agudos com f de 2000Hz a 20.000Hz. A freqüência é o inverso do Perído, con-
forme a expressão 1.1:
f = 1/T (1.1)

d) Comprimento de onda “λ”

É a distância percorrida, para que a oscilação repita a situação imediatamente


anterior, em amplitude e fase. Ligando o comprimento de onda coma a sua fre-
qüência pode-se obter a velocidade (c) de propagação da vibração sonora, con-
forme expressão 1.2:
C= f. λ (1.2)

2-4
Fonte: Silva (2007)
Fig. 4 – Variação da pressão sonora com a distância. A distância que percorre a onda por ciclo com-
pleto, é o comprimento de onda λ.

e) Intensidade do som “I”

É a quantidade de energia que atravessa uma unidade de superfície perpendicu-


lar a direção de propagação.
f) Pressão acústica ou sonora “p(t)”

É resultante da variação instantânea da pressão atmosférica P0 , em função do


tempo, conforme expressão 1.3:
p (t)=P - P0 (1.3)

Normalmente a Pressão Sonora é medida em N/m2, unidade de pressão denomi-


nada Pascal, Pa( Pa = 1 N/m2).

6 PROPAGAÇÃO DO SOM

O som se propaga em forma de ondas esféricas, desde que em campo livre, a


partir de uma fonte pontual. A velocidade de propagação vai depender do meio. No
ar a velocidade do som C pode ser relacionado diretamente com a pressão atmosfé-
rica e inversamente com a densidade do meio ρ.

C = V 1,4 P / ρ

Esta expressão pode ser simplificada:

C= 20,05 V T m/s

2-5
T é a temperatura absoluta, em graus Kelvin.

Exemplo de aplicação:

Qual a velocidade do som, quando a temperatura ambiente é de 28 ºC ?

T = 273,2 + 28 = 301,2 º K
C = 20,05 V 301,2 = 348 m / s

Como vimos anteriormente, a velocidade do som pode também ser expresso


pela fórmula C = F. λ
Admitindo que para um determinado ambiente, como o do exemplo a-
cima, a velocidade do som em meio homogêneo, isotrópico e sem barreiras, é razo-
avelmente constante, os comprimentos de onda da faixa de audiofrequência serão:

λ =C/F
Frequência – F (Hz) Comprimento de onda λ (m)
31,5 11,05
63 5,52
125 2,78
250 1,39
500 0,70
1000 0,35
2000 0,17
4000 0,09
8000 0,04
16000 0,02

Saber sobre o comprimento das ondas sonoras que devem ser isoladas, é
fundamental, para a adoção de medidas de controle, principalmente se queremos
adotar barreiras limitadas. Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimen-
sões menores do que seu comprimento de onda, o efeito não é perceptível, ocorren-
do o oposto se a dimensão do obstáculo for comparável ao comprimento de onda do
som. Portanto, para impedir a passagem de som, barreiras devem ser colocadas
perto da fonte ou do receptor, e suas dimensões devem ser três a cinco vezes o
comprimento de onda do som envolvido.
Dependendo da distância e posicionamento da fonte e do meio, alguns tipos
de campos acústicos são definidos, influindo na propagação.
Campos Esféricos: quando a propagação atende às características de pro-
pagação em campo livre ( Campo afastado). A partir de uma fonte puntiforme, as
ondas sonoras são transmitidas em todas as direções, esfericamente, ou quando no
campo afastado. Neste campo a intensidade e/ou a pressão sonora decrescem de
forma inversamente proporcional ao quadrado da distância. No campo esférico, cada

2-6
vez que se dobra a distância da fonte geradora de ruído, o nível de pressão sonora
decresce de 6 db.
Campo Plano: As ondas sonoras, ainda em campo livre, porém a distâncias
apreciáveis da fonte geradora, são consideradas em campo plano.
Campo Reverberante / Campo Difuso: A onda sonora ao encontrar um obs-
táculo, situação frequente em ambientes limitados, é refletida, criando um campo
onde se superpõem as ondas. Nestes campos não é mais obedecida a lei do inverso
do quadrado da distância, podendo tornarem-se campos difusos.
Campo Próximo: Próximo das fontes emissoras, são encontrados, também,
campos difusos, dependendo da anatomia da máquina. Nestes campos não existe
uniformidade de leitura, podendo haver variações de ponto para ponto.
Em todos os casos a fonte sonora pode ser representada por uma superfície
vibrante. O fator crítico é o tamanho desta em relação ao comprimento de onda.
Uma superfície vibrante terá que ter dimensões bem maiores do que o comprimento
de onda para ter uma boa eficiência de radiação acústica. Por esta razão que uma
caixa acústica possui alto falantes de tamanhos diferentes, um para cada faixa de
freqüência.

7 Nível de pressão sonora: o decibel ( dB )

O ouvido humano pode detectar e perceber sons numa larga faixa de intensi-
dade acústica, desde o limiar da audição, na pressão inicial de 0,00002 N / m2 , até
20.000.000 N / m2 , próximo do limiar da dor. Por exemplo, a 1000 Hz a intensidade
acústica capaz de causar a sensação de dor é 1014 vezes a que é capaz de causar a
sensação de audição. Fica difícil trabalhar com números de ordens de grandeza tão
diferentes numa mesma escala linear.
As frequências audíveis variam de 16 a 20.000 Hz. Como já foi explicado no
início da apostila, nós ouvimos relacionando as intensidades com as faixas de fre-
quência audíveis do som. Para estudo precisamos traçar gráficos fazendo esta cor-
relação Intensidade versus Frequência. Experimente traçar este gráfico correla-
cionando a pressão em ordenadas e a frequência em abcissas: Se escolhermos
uma divisão de escala de 0,1 mm, o resultado seria de um gráfico com as dimen-
sões de 1,60 m na horizontal ( Frequência ) e 1 Km na vertical (Pressão sonora).
Daí ser melhor o uso da escala logarítmica.
Ainda mais, as leis de Weber-Fechner, a partir de estudos por eles realizados,
mostram que a sensação é proporcional ao estímulo, dentro de uma relação logarít-
mica:

-“Para haver um aumento na sensação é necessário que a intensidade do estímulo cresça”.


-“O aumento da sensação é proporcional ao logarítmo do estímulo”.
Quer significar o seguinte: quando se aumenta em 10 vezes a pressão sonora
de uma fonte, não implica em se ter a sensação de ouvir 10 vezes maior, mas tão
somente de 2 vezes.
Um valor de divisão adequado a esta escala seria log. 10 sendo que a razão
das intensidades do exemplo acima seria representada por log. 1014 , ou 14 divisões
de escala.

2-7
Ao valor de divisão de escala log. 10, dá-se o nome de Bel. Dois Bel é log.
100 , ....etc. No entanto, o Bel é um valor de divisão de escala muito grande e usa-se
então o decibel ( dB ) que é um décimo do Bel. Um Bel é igual a 10 decibéis:

1 Bel = 10 decibéis

Por exemplo: 10 log. 1014 = 140 dB

Portanto um decibel corresponde a 10 0,1 =1,26 , ou seja, é igual a variação na


intensidade de 1,26 vezes. Uma mudança de 3 dB corresponde a 10 0,3 = 2, ou seja,
dobrando-se a intensidade sonora resulta em um acréscimo de 3 dB.
O nível de intensidade acústica N I é dado por:

N I = 10 log. I.
I0
onde :
I é a intensidade acústica em Watts / m²
I0 é a intensidade de referência = 10 -12 Watts / m²
I0 corresponde, aproximadamente, a intensidade de um tom de 1000 Hz que é le-
vemente audível pelo ouvido humano normal ( valor de referência ).

A intensidade acústica é proporcional ao quadrado da pressão acústica

I=P2
ρc

então o nível de pressão sonora é dado por :

N P S = 10 log. P 2 = 20 log. P .
P0 2 P0

onde P0 = √ ρ I0 c = √ 415 10 -12 = 0,00002 N / m2 é o valor de refe-


rência e correspondente ao limiar da audição em 1000 Hz.

Outro aspecto importante da escala dB é que ela apresenta uma correlação com a
audibilidade humana muito melhor do que a escala absoluta ( N / m² ).

Um (1) dB é a menor variação que o ouvido humano pode perceber. Um acréscimo


de 6 dB no nível de pressão sonora equivale a dobrar a pressão sonora. Exemplo:
para P = 0,1 N / m², o NPS é dado por:

NPS = 10 log. ( 0,1 )2 = 74


-5
2 x 10

para P = 0,2 N / m² , então NPS = 80 dB

2-8
Além do NPS e NI , tem-se a terceira grandeza acústica importante; o nível de
potência sonora NWS definida por :

NWS = 10 log. ( W )
10 -12
onde :

W é a potência sonora ( watts )


10 -12 é a potência sonora de referência (watts) análoga a intensidade I0 citada aci-
ma.
Para medir comprimentos, utilizamos normalmente escalas lineares: 1,2,3,4,5,......,n
Pelas dificuldades já expostas, utilizaremos escalas exponenciais, que na base 10 são:

100, 101 ,102, 103, 104, 105,............, 10n.

2
NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM dB Vs PRESSÃO SONORA EM N/m
2
NPS (db) P (N/m ) EXEMPLOS
140 200 Limiar da dor
130 Sirene de alarme público (a 2m de distância)
120 20 Dinamômetro de motores DIESEL (a 1 m de distância)
110 Serra de fita (p/ madeira ou metais a 1 m de distância)
100 2 Prensas excêntricas
90 Caminhão Diesel a 80 Km / h ( a 15 m de distância)
80 0,2 Escritório barulhento
70 Carro de passageiros a 80 Km / h( a 15 m de distância)
60 0,02 Conversação normal (a 1m de distância)
50
40 0,002 Local residencial tranquilo
30 Tic-tac de relógio
20 0,0002 Sussurro
10
0 0,00002 Limiar de audibilidade
Observar que na escala em db, um aumento de 6 db corresponde a duplicar a pressão (desde
que em campo livre) e que um aumento de 20 db corresponde a 10 vezes a pressão.

8 Adição de níveis de ruído

Se duas ou mais máquinas geram cada uma, num determinado ponto de me-
dição, níveis de pressões sonoras P1 , P2, ..... Pn, respectivamente.
Resolvendo matematicamente, teremos :
NPSt = Σ (10 NPS1/10 +10 NPS2/10 +...........+10 NPSn/10)
Graficamente o procedimento para soma de níveis de pressão sonora (níveis
de potência sonora ou níveis de intensidade ) é o seguinte :
Achar a diferença entre os dois níveis (NPS1 – NPS2), considerando que
NPS1 > NPS2 . Entrar no gráfico a seguir e com a diferença, subir até a curva, e en-

2-9
tão obter a diferença em db no eixo das ordenadas. Adicionar o valor da diferença
obtida, ao maior dos dois níveis medidos.

Figura 5: Adição de níveis de pressão sonora

NPSt = NPS1 + ∆NPS


Exemplo: Para somar 85 dB e 82 dB, tem-se :
L1 = 85 dB
L2 = 82 dB
Diferença = 3 dB
Da figura 3 : ∆NPS = 1,7 dB
Nível Total : Lt = L1 + ∆L = 85 + 1,7 = 86,7 dB

9 Subtração do ruído de fundo

Quando se efetuam medições de níveis de pressão sonora deve-se conside-


rar a influência de mais de uma grandeza que é o ruído de fundo, isto é, o ruído am-
biental gerado por outras fontes que não o objeto de estudo. Isto significa que o nível
do sinal deve estar no mínimo 3 dB acima do nível de fundo, porém, uma correção
deve ainda ser necessária para a obtenção do resultado correto. O procedimento
para a medição do nível sonoro de uma fonte em estudo, sob condições de elevado
nível de ruído de fundo, é o seguinte:
Obter a diferença entre os dois níveis Lt - Lf . Se for menor que 3 dB , o nível
de ruído de fundo é muito alto para uma medição confiável. Se apresentar um valor
entre 3 e 10 dB , uma correção será necessária.
Nenhuma correção será necessária se a diferença for maior que 10 dB.
Para fazer a correção, entrar no gráfico com o valor da diferença Lt - Lf , su-
bindo até a curva ; em seguida, obter ∆L no eixo das ordenadas. Subtrair o valor
obtido ∆L do nível de ruído Lt. O resultado obtido será o nível de ruído da fonte NPS.

2-10
O mesmo procedimento pode ser usado para subtração dos níveis de potência so-
nora ou níveis de intensidade sonora.
Figura 6: Subtração do ruído de fundo

Exemplo: Faz-se uma medição do ruído originado de uma casa de pagode, numa rua onde
existe o ruído dos carros que passam (ruído de fundo). O nível de pressão sonora total é de 99
db. Mandando a música parar e medindo-se só o ruído da rua obteve-se o NPS de 95 db. Qual
o nível de pressão sonora só da casa de pagode?

NPS total : NPS F+f = 99 dB


NPS do ruído : NPS f = 95 d B
Diferença : : NPS F+f - NPS f = 4 dB
Vai-se com a diferença, do eixo vertical até a curva e depois até o eixo hori-
zontal, onde encontramos o valor de 2. Este valor deve ser subtraído dos 99 db to-
tais. 99 – 2= 97 db, que é o ruído da casa de pagode.

10 Outros níveis e as relações entre pressão, intensidade e potência sonora

Para a avaliação e controle do ruído, interessa tratar outras grandezas:


-
Pressão sonora, em N / m2
-
Intensidade, em watts / m2
- Potência, em watts

A intensidade sonora
Em um determinado ponto é a quantidade de energia ou fluxo de energia por
unidade da área perpendicular à direção de propagação do som. O NIS (Nível de
Intensidade Sonora), é dada pela fórmula:

2-11
NIS = 10 log ( I / I0 ) re I0 =10 -12
A relação entre a intensidade sonora e a pressão sonora é dada pela fórmula,
para campos acústicos esféricos ou planos e em espaços abertos ou infinitos, onde
não existem reflexões ou absorções, mas tão somente propagação.
I = ( p2 / ρ v ) onde: p = pressão média quadrática
ρ = densidade do meio
v = velocidade do som no meio considerado
ρ v = impedância acústica do meio.
Para o ar ρ = 1,2 kg / m3 ; se v= 350 m / s, então ρ v = 420 kg / m2s
A pressão média quadrática citada, é dada pela expressão:

Pmq = V( p12 + p22 + p32 + . . . . . + pn2 ) / n

Onde p1, p2, p3, ......pn são os valores instantâneos reais da pressão.
A pressão média quadrática aplica-se ao ruído contínuo ou intermitente, não
se aplicando para o ruído impulsivo ou de impacto.

Potência sonora
Podemos relacionar pressão com intensidade e com potência sonora.
Imaginemos uma fonte puntiforme num espaço aberto, gerando uma onda
sonora, sem reflexões nem absorção, a uma determinada potência acústica. Tere-
mos a fórmula:
πr2
W = I média x 4π
Onde: I média é a intensidade sonora média; r é a distância da fonte sonora; W
é a potência acústica da fonte; 4πr2 é a área da esfera ao redor da fonte.
Para distâncias diferentes da fonte que tem sua potência acústica constante,
chegamos à relação:

W = Imédia1 x 4πr12 = Imédia2 x 4πr22

(I média 1 / I média2) = ( r2 / r1 )2

A fórmula acima leva à conclusão de que “a intensidade é inversamente pro-


porcional ao quadrado das distâncias”.

Substituindo I média dada pela fórmula I = ( p2 / ρ v ), na equação da potência


acústica, teremos:
W = ( p2 x 4πr2 ) / ρ v

Também podemos escrever a lei do inverso do quadrado da distância para os


valores da pressão:

2-12
p12 / p22 / =( r2 / r1 )2
Uma importante propriedade de qualquer fonte é a potência sonora W ou e-
nergia acústica total emitida pela mesma unidade de tempo. A potência sonora é
apenas dependente da própria fonte e independe do meio onde ela se encontra. Por
exemplo, se o nível de pressão sonora NPS de uma máquina for medido em deter-
minado ambiente, quando essa máquina for levada a um outro ambiente (por exem-
plo do campo livre para uma pequena sala), a pressão acústica mudará bastante,
mas a potência sonora W permanecerá inalterada. O ambiente exerce influência na
pressão acústica pela introdução de absorção e reflexões.
É, portanto importante a medição da potência sonora emitida por qualquer
máquina. A partir dos dados obtidos é possível calcular a pressão acústica em qual-
quer ambiente de tamanho, a forma e absorção das paredes conhecidos.
A intensidade acústica I é a energia W passando por uma área S por unidade
de tempo para fonte unidirecional, ou seja :

I=W
S
As escalas para quantificação de intensidade acústica e de pressão sonora
foram descritas em forma logarítmica; a potência sonora é também quantificada da
mesma forma. Assim o nível de potência sonora NWS é dado por:
NWS = 10 log. . I . S.
Iref 1

NWS = NPS + 10 log. S


Para S = 4πr²
NWS = NPS + 10 log. 4πr²

NWS = NPS + 10 log. r² + 10 log. 4π

NWS = NPS + 20 log. r + 11


Note que as equações são válidas para campo livre. Considerando-se o caso
de espaço semi-esférico a área superficial será 2πr². Da mesma forma, outras super-
fícies podem ser consideradas. Por exemplo, uma fonte em linha (fluxo de veículos
na estrada) pode gerar ruído que se propaga segundo uma superfície semi-cilíndrica
através de uma área πr por unidade de comprimento. No primeiro e segundo casos
tem-se:

1º caso : NWS = NPS + 20 log. r + 8


2º caso : NWS = NPS + 20 log. r + 5

A potência sonora de uma fonte pode ser determinada em câmara anecóica,


em câmara reverberante ou usando o medidor de intensidade sonora (técnica de
dois microfones). A potência sonora pode também ser determinada em campo atra-
vés do método de comparação, usando uma fonte calibrada.

2-13
11 Espectro dos sons / ruídos – análise de freqüências

Já vimos anteriormente que a faixa de freqüências onde o homem ouve vai de


16 a 20.000 Hz.
Na análise do som ou ruído por faixas de freqüências, ou para se traçar o seu
espectro sonoro, costuma-se dividir a faixa de audiofreqüência em : bandas de oita-
va, meias oitavas ou terças de oitava.
Os equipamentos que se utilizam para fazer esta tarefa são chamados de a-
nalisadores de freqüência, que são dotados de filtros eletrônicos que tem a proprie-
dade de eliminar as freqüências que estão acima ou abaixo dos limites ou freqüên-
cias de cada filtro.
a) Oitava: É o intervalo de freqüência compreendido entre uma determinada fre-
qüência e o dobro desta mesma freqüência.
b) Centro de bandas de oitava: Os centros de bandas de oitava usuais são: 31,5,
63, 125, 250, 500, 1000, 2000, 4000, 8000, 16000.
c) Centros de terços de oitava: 100, 125, 160, 200, 250, 315, 400, 500,
630, 800, 1000, 1250, 2000, 2500, 3150, 4000, 5000.
Existem várias maneiras da distribuição da energia sonora, expressas pelos
níveis de pressão sonora, nas faixas de freqüência.

Fig. 7 – Distribuição da energia sonora pelas faixas de frequência

12 Efeitos do ruído e de vibrações no homem

12.1 O ouvido humano

O ouvido humano é o mais sofisticado sensor de som. Devido a deterioração


do sistema auditivo por exposição prolongada ao ruído, é necessário que se tenha
conhecimento sobre o funcionamento e o comportamento do sistema de audição.
Também é importante conhecer os efeitos de ruídos e vibrações no corpo humano.
O objetivo deste capítulo é discutir e entender o mecanismo da audição e sua
perda, as escalas usadas para avaliação do ruído e os efeitos de vibrações no corpo
humano.

2-14
Som e ruído não são sinônimos. Um ruído é apenas um tipo de som, mas um
som não é necessariamente um ruído. O conceito de ruído é associado a som desa-
gradável e indesejável. Som é definido como variação da pressão atmosférica dentro
dos limites de amplitude e banda de freqüências aos quais o ouvido humano res-
ponde.
O limiar da audição, isto é, a pressão acústica mínima que o ouvido humano
pode detectar é 20 x 10 – 6 N / m² na freqüência de 1 kHz. A figura a seguir mostra
a variação do limiar de audição com a freqüência e os contornos de audibilidade. Na
banda de freqüência auditiva, que vai de 20 Hz a 20.000 Hz, o ouvido não é igual-
mente sensível.

Figura 8: Contornos padrão de audibilidade para tons puros

O ouvido humano é um sistema bastante sensível, delicado, complexo e dis-


criminativo. Ele permite perceber e interpretar o som. A recepção e análise do som
pelo ouvido humano, são processos complicados que ainda não são completamente
conhecidos.
O ouvido pode ser dividido em três partes: o ouvido externo, o médio e o in-
terno, como mostraremos nas próximas figuras.

Ouvido Externo
O ouvido externo é constituído por três elementos: pavilhão da orelha, canal
auditivo e tímpano. O pavilhão da orelha tem forma afunilada para coletar e transmi-
tir as ondas sonoras que excitam o TÍMPANO ( membrana que vibra ).

2-15
Figura 9: Ouvido humano

Ouvido Médio
O ouvido médio atua como um amplificador sonoro, aumentando as vibrações
do tímpano através de ligações deste com três ossos: o MARTELO que bate contra
a BIGORNA, que por sua vez é ligada com o ESTRIBO.
Esse último está ligado a uma membrana ( na cóclea ) chamada JANELA
OVAL. A CÓCLEA é o órgão responsável por colher esses movimentos e tem a for-
ma de espiral cônica.
O ouvido médio contém importantes elementos para proteger o sistema de
audição, como a TROMPA DE EUSTÁQUIO, que é ligada à garganta e à boca para
equilibrar a pressão do ar.

Figura 10: O ouvido médio

2-16
Ouvido Interno
Os movimentos de vibração do tímpano e dos ossos do ouvido médio são
transmitidos por nervos até o cérebro. A cóclea é a parte responsável por colher es-
tas vibrações. Ela é uma espiral cônica com três tubos comprimidos lado a lado. Os
tubos de cima e de baixo comunicam-se com o ouvido médio através da JANELA
OVAL e JANELA REDONDA, respectivamente. Ambos os tubos são cheios de um
líquido chamado PERILINFA. O tubo do meio, DUTO COCLEAR, também é cheio de
um fluído chamado ENDOLINFA.

Figura 11: A cóclea e os dutos

Figura 12: Corte da cóclea

2-17
12.2 Mecanismo de audição

As ondas sonoras percorrem o ouvido externo até atingir o Tímpano, provo-


cando vibrações que por sua vez são transferidas para os três ossos do ouvido mé-
dio, que trabalham como uma série de alavancas; portanto o ouvido médio atua co-
mo um amplificador. As vibrações da janela oval geram ondas de pressão que pro-
pagam-se até a cóclea, e viajam ao longo do tubo superior.
Neste processo, as paredes finas da cóclea vibram, e as ondas passam para
o tubo central e depois para o tubo inferior até a janela redonda. As vibrações das
membranas BASAL e TECTÓRIA, sentidos opostos, estimulam as células a produzi-
rem sinais elétricos. As ondas percorrem distâncias diferentes ao longo da cóclea,
com vários tempos de atraso, dependendo da freqüência. Isto permite ao ouvido dis-
tinguir as freqüências do som.
A percepção da direcionalidade do som ocorre através do processo de corre-
lação cruzada entre os dois ouvidos. A diferença de tempo entre a chegada do som
num ouvido e no outro ( ouvido esquerdo e direito ), fornece informação sobre a di-
reção de chegada; por isso é necessário manter os dois ouvidos sem perda de sen-
sibilidade.

12.3 Ruído e a perda de audição

Qualquer redução na sensibilidade de audição é considerada perda de audi-


ção. A exposição á níveis altos de ruído por tempo longo danifica as células da có-
clea. O tímpano, por sua vez, raramente é danificado por ruído industrial.
Existe outro tipo de perda de audição, especialmente nas altas Freqüências,
causada por envelhecimento. A figura a seguir mostra valores típicos de perda de
audição, em várias freqüências, em função somente da idade, para homens e mu-
lheres. O nível 0 dB representa audição plena.
O primeiro efeito fisiológico de exposição a níveis altos de ruído, é a
perda de audição na banda de freqüências de 4 a 6 kHz. Geralmente o efeito é a-
companhado pela sensação de percepção do ruído após afastamento do campo rui-
doso. Este efeito é temporário, e portanto, o nível original do limiar da audição é re-
cuperado. Esta é chamada mudança temporária do limiar de audição (MTLA). Se a
exposição ao ruído é repetida antes da completa recuperação, a perda temporária
da audição pode tornar-se permanente, não somente na faixa de freqüências 4 a 6
kHz, mas também abaixo e acima desta faixa. As células nervosas no ouvido interno
são danificadas, portanto o processo da perda de audição é irreversível.

2-18
Figura 13: Perda de audição por idade

A próxima figura mostra o ouvido interno em quatro estados: ( a ) nor-


mal, (b ) danificado parcialmente, ( c ) profundamente danificado e ( d ) danificado
totalmente. O ruído alto causa vibrações da membrana basal, que provocam o cisa-
lhamento das células e consequentemente distorções das células pilares e das fi-
bras nervosas.

Figura 14: Órgão da cóclea, (a) Normal, ( b, c e d ) Danificada

2-19
Na figura abaixo mostramos a perda de audição para três grupos de idade :
18 a 29 anos, 35 a 43 anos e 43 a 51 anos. As curvas mostram a diferença entre um
grupo exposto ao ruído ( 85, 90 e 95 dB ( A ) ) e outro sem exposição aos altos ní-
veis de ruído. O efeito por exposição ao ruído de impacto mostra uma perda de até
55 dB nas faixas de freqüências de 5 a 6 kHz, para até 30 anos de exposição apre-
sentada na seqüência.

Figura 15: Perda de audição, (.....) sem e ( ____ ) com exposição de ruído

Figura 16: Perda de audição por ruído de impacto

2-20
12.4 Efeito do ruído nos sistemas extra – auditivos

Pesquisadores tem compilados dados nos últimos 30 anos sobre o efeito de


ruído no corpo humano.
São conhecidos sérios efeitos tais como: aceleração da pulsação, aumento da
pressão sangüínea e estreitamento dos vasos sangüíneos.
Um longo tempo de exposição a ruído alto pode causar sobrecarga do cora-
ção causando secreções anormais de hormônios e tensões musculares, como mos-
tra a figura seguinte. O efeito destas alterações aparece em forma de mudanças de
comportamento, tais como : nervosismo, fadiga mental, frustração, prejuízo no de-
sempenho no trabalho, provocando também altas taxas de ausência no trabalho.
Existem queixas de dificuldades mentais e emocionais que aparecem como ir-
ritabilidade, fadiga e mal - ajustamento em situações diferentes e conflitos sociais
entre operários expostos ao ruído.

12.5 Critérios para perda de audição

Os seguintes fatos são confirmados pela maioria das pesquisas realizadas


sobre perda de audição em relação aos níveis de ruído.
I) A função mais importante do ouvido é ouvir e entender a conversa humana.
II) Dificuldade significativa na recepção de som ocorre para perdas de audição mai-
ores que 25 dB ( valor médio nas freqüências de 500 Hz, 1 kHz e 2 kHz ).
III) Exposição a níveis de pressão sonora abaixo de 80 dB ( A ) para 90 % da
população - não causa dificuldade na sensação e interpretação do som.
IV) A perda de audição por exposição a níveis acima de 80 dB ( A ) depende da
distribuição dos níveis com o tempo de exposição e da susceptibilidade do indiví-
duo.
A próxima figura mostra a relação desenvolvida por Eldridge sobre critérios
para perda de audição. Um nível de 85 dB (A) na faixa de 3 kHz para 8 horas de ex-
posição por dia pode ser considerado como limite para perda de audição.
Figura 17: Níveis de pressão sonora para risco da perda de audição

2-21
12.6 Escalas para avaliação de ruído

Várias escalas e critérios foram desenvolvidos para quantificar e garantir o


conforto acústico e o estado do sistema auditivo. A seguir são apresentados os prin-
cipais critérios e escalas usados para avaliação subjetiva do conforto acústico.

12.6.1 Circuitos de compensação A, B, C e D

Os fatores que determinam a audibilidade subjetiva de um som, são tão com-


plexos que ainda muita pesquisa continua a ser feita no assunto.
Um desses fatores é que o ouvido humano não é igualmente sensível a todas
as freqüências, mas é mais sensível à faixa entre 2 kHz e 5kHz, e menos sensível
para freqüências extremamente baixas ou altas. Este fenômeno é mais pronunciado
para baixos NPSs do que para altos.
Isto pode ser visto na figura 4, que mostra uma família de curvas que indicam
o nível de pressão sonora necessário, em função da freqüência, para dar a mesma
audibilidade ( fones ) aparente que um tom de 1000 Hz. Por exemplo: um tom de
100 Hz deve ter um nível de 5 dB mais alto, para dar a mesma audibilidade subjetiva
que um tom de 1.000 Hz, a um nível de 80 dB.
Circuitos eletrônicos de sensibilidade variável com freqüência, de forma a
modelar o comportamento do ouvido humano, são padronizados e classificados co-
mo A, B, C e D (ver figura 15 e tabela 1).
 O circuito A aproxima-se das curvas de igual audibilidade para baixos NPSs (e
do inverso de curva de 40 fones, ver figura 4).
 Os circuitos B e C são análogos ao circuito A porém para médios e altos NPSs
respectivamente ( inversos das curva de 70 e 100 fones respectivamente, ver fi-
gura 4. Hoje entretanto, somente o circuito A é largamente usado, uma vez que
os circuitos B e C não fornecem boa correlação em testes subjetivos.
 Uma característica especial, a curva de compensação D, foi padronizada para
medições de ruído em aeroportos. Os níveis mostrados na figura 15 são níveis
relativos, isto é, para um NPS de 70 dB em 1 kHz, o ouvido humano percebe in-
tegralmente 70 dB (A), entretanto, se este nível está em 50 Hz, o ouvido humano
percebe um NPS = 70 – 30,2 = 39,8 dB (A).

2-22
Tabela 1: Atenuação da percepção auditiva A, B e C

Frequência (Hz) Curva A – db(A) Curva B – db(B) Curva C – db(C)


10 -70,4 -38,2 -14,3
12,5 -63,4 -33,2 -25,6
16 -56,7 -28,5 -8,5
20 -50,5 -24,2 -6,2
25 -44,7 -20,4 -4,4
31,5 -39,4 -17,1 -3,0
40 -34,6 -14,2 -2,0
50 -30,2 -11,6 -1,3
63 -26,2 -9,3 -0,8
80 -22,5 -7,4 -0,5
100 -19,1 -5,6 -0,3
125 -16,1 -4,2 -0,2
160 -13,4 -3,0 -0,1
200 -10,9 -2,0 0,0
250 -8,9 -1,3 0,0
315 -6,6 -0,8 0,0
400 -4,8 -0,5 0,0
500 -3,2 -0,3 0,0
630 -1,9 -0,1 0,0
800 -0,8 0,0 0,0
1000 0,0 0,0 0,0
1250 +0,6 0,0 0,0
1600 +1,0 0,0 -0,1
2000 +1,2 -0,1 -0,2
2500 +1,3 -0,2 -0,3
3150 +1,2 -0,4 -0,5
4000 +1,0 -0,7 -0,8
5000 +0,5 -1,2 -1,3
6300 -0,1 -1,9 -2,0
8000 --1,1 -2,9 -3,0
10000 -2,5 -4,3 -4,4
12500 -4,3 -6,1 -6,2
16000 -6,6 -8,4 -8,5
20000 -9,3 -11,1 -11,2

Figura 18: Circuitos de compensação A, B, C e D

2-23
12.7 Nível total de pressão sonora

É uma grandeza que fornece apenas um nível em dB ou dB ( A ) sem infor-


mações sobre a distribuição deste nível nas freqüências. Constitui-se portanto uma
medida global ( RMS ) simples, que pode ser efetuada com um medidor de nível so-
noro sem filtros. No medidor de nível sonoro existem dois circuitos RC, um com
constante de tempo de 125 ms ( circuito rápido ) e outro de 1 s ( circuito lento ).

12.7.1 Nível depressão sonora - Pico [ dB ( Pico ) ]

Este é o pico absoluto do som contínuo. Normalmente as características dos


equipamentos de medição limitam a duração mínima do pico do ruído medido. O
circuito de pico de um medidor de nível de pressão sonora permite a medição do
nível do pico com boa precisão, usando tempo de subida de 20 µs, conforme as
normas IEC R 179 A e DIN 45633. ( ver figura 17 ).

Figura 19: Valor do pico, média e raiz média quadrática ( RMS )

12.7.2 Nível de pressão sonora - Impulsivo [dB ( Impulso )]]

Medidores de nível de pressão sonora impulsiva de precisão, que satisfazem


as normas IEC R 179 A e DIN 45633-2, possuem um circuito incorporado de conta-
gem quadrática, uma seção RC com constantes de tempo de 35 ms para carregar e
descarregar, e uma seção que tira a raiz quadrada da voltagem através do capacitor
da seção RC. Isto significa que quando o medidor está no modo impulsivo, ele inte-
gra o ruído em um período de 35 ms simulando a altura subjetiva do ruído impulsivo.

12.7.3 Nível sonoro equivalente ( Dose de Ruído )

O potencial de danos à audição de um dado ruído depende não somente de


seu nível, mas também de sua duração. Uma exposição de um minuto a 100 dB não
é tão prejudicial quanto uma exposição de 60 minutos a 90 dB. É possível estabele-
cer um valor único Leq, que é o nível sonoro médio integrado durante uma faixa de

2-24
tempo especificada. O cálculo é baseado na energia do ruído ( ou pressão sonora
quadrática ). Leq é definido por:

T
Leq = 10 log. 1 ∫ 0 P ² (t) dt
T P0 ²
Onde:

T é o tempo de integração
P (t) é a pressão acústica instantânea
P0 é a pressão acústica de referência ( 2 x 10 -5 N / m² )
Leq representa o nível contínuo ( estacionário ) equivalente em dB ( A ), que
tem o mesmo potencial de lesão auditiva que o nível variável considerado.
As normas ISO / 1995 e 1999 definem o método para o cálculo do Leq , exis-
tindo medidores ( medidores de doses de ruído ) para a execução automática dos
cálculos ( mostrada na próxima figura 18 ). Esses medidores são disponíveis em
versões fixas ou portáteis, sendo que estes últimos podem ser colocados no bolso
de um operário, com o microfone montado próximo ao seu ouvido mostrada na ( ver
figura 18 ).
Os aparelhos portáteis tem a finalidade de verificação da dose máxima permi-
tida. Esta dose é de 85 dB ( A ) para uma jornada de trabalho de 8 (oito) horas ( Por-
taria Brasileira 3.214 de 08 / 06 / 1978 ).

Figura 20: Medidor de doses de ruído

A tabela 2, mostra os níveis máximos permitidos pela Portaria Brasileira 3.214


e a duração de tempo para cada nível. A exposição a níveis diferentes é considera-
da dentro dos limites permitidos da portaria se o valor de Dose Diária de Ruído – D,
calculada pela expressão abaixo, não excede a unidade.

D = C1 + C2 + C3 + ... + Cm
T1 T2 T3 Tm
Onde:

Ci é o tempo real de exposição a um específico NPS


Ti é o tempo total permitido para aquele NPS ( mostrada na tabela 2 ).

2-25
12.7.4 Distribuição estatística no tempo: LN

A análise de estatística de ruído fornece informações valiosas com relação às


causas do dano à audição. O histograma cumulativo do ruído mostra o percentual do
tempo total de exposição em relação ao nível de pressão sonora dB (A). O nível de-
nominado L90 representa o valor acima do qual os demais níveis permanecem 90 %
do tempo total, como é mostrado na figura 20. Similarmente são definidos L50 e L10.
Os três níveis citados são usualmente empregados. L10 é mais usado para es-
tudos de ruído ambiental (ruído de trânsito).
A variação do Leq com o nível de poluição sonora Lps é dado por:
Lps = Leq + Kσ Onde:

K = 2,56 é uma constante, baseada em distribuição normal (Gaussiana).


Σ. é o desvio padrão em dB

Na maioria dos casos, o valor de Lps pode ser aproximado para:


Lps ≅ Leq + L10 - L90

Tabela 2 : Limites do NPS – Portaria 3214 / 1978


NPS dB ( A ) Máxima exposição
diária permissível
85 08 horas
86 07 horas
87 06 horas
88 05 horas
89 04 horas e 30 minutos
90 04 horas
91 03 horas e 30 minutos
92 03 horas
93 02 horas e 30 minutos
94 02 horas e 15 minutos
95 02 horas
96 01 hora e 45 minutos
98 01 hora e 15 minutos
100 01 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 08 minutos
115 07 minutos

Os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, foram estabelecidos, atendendo à


chamada regra dos 5, a partir da fórmula:

T = ______8________
(L-85 / 5)
2

2-26
Significa que para cada acréscimo de 5 dB no NPS, o tempo máximo de exposição é reduzido à
metade.

12.7.5 Nível de interferência na comunicação verbal

Uma das conseqüências do excesso de ruído nos ambientes industriais é o


aumento de acidentes devido à perda de inteligibilidade na comunicação verbal en-
tre os trabalhadores. Por exemplo, uma pessoa alertando ou avisando a outra de um
perigo, poderá não ser ouvida, acarretando a ocorrência de acidente.

Figura 21: Nível de exposição sonora

Figura 22: Distribuição cumulativa do ruído

O Nível de Interferência na Comunicação Verbal – NICV pode ser determina-


do de forma simples para quantificar a inteligibilidade na comunicação verbal. O
NICV é calculado através da aritmética dos níveis de pressão sonora das bandas de
oitava centradas em 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. As principais variáveis considera-
das para a inteligibilidade da fala são o nível geral das vozes e a distância entre o
emissor e o receptor. A tabela 3 indica em quais condições obtém-se uma inteligibili-
dade mínima aceitável, em função da distância e nível de voz necessários.A compa-
ração entre o nível calculado com os valores na tabela dá uma razoável precisão
para avaliar a classe relativa em regime permanente com respeito à sua qualidade

2-27
de interferência na comunicação. O método é limitado para ruídos com espectros
suaves ( aproximadamente planos ) em regime permanente. Existem outros métodos
que estabelecem escalas de classificação, tal como o Índice de Articulação IA, que é
usado na comunicação telefônica e na qualificação de ambientes internos de veícu-
los e aviões.

Tabela 3 : Nível da voz em dB

Distância (m) Normal Alto Muito alto Grito

0,30 65 71 77 83
0,60 59 65 71 77
0,90 55 61 67 73
1,20 53 59 65 71
1,50 51 57 63 69
3,60 43 49 55 61

12.8 Curvas e critérios para avaliação de ruído

Os países industrializados têm suas próprias normas e recomendações sobre


índices e níveis de ruído para vários tipos de ambientes. Algumas, entre as mais im-
portantes são :
ISO (International Standard Organization) – R 1996 (1971) e R 1999 (1975).
BS ( British Standard ) – BS 4141 ( 1967 ).
NFS ( Association Française de normalization ) – NFS 31-010 (1974 ).
ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas ) – NBR 10151 e 10152.
IBAMA ( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente )- Resolução Conama 001 e
002 de 17 de agosto de 1990.
As normas geralmente levam em conta os parâmetros que influenciam o des-
conforto, a saber: variação dos níveis e hora do dia em que ocorre a exposição.
Existe uma tendência de unificação de todas as normas numa única norma in-
ternacional ( ISO ).

12.8.1 Recomendações ISO R 1996 e NBR 10151

As recomendações ISO R 1996, NBR 10151 ou CONAMA 001 que são basi-
camente similares, estabelecem um conforto acústico em comunidade (excluindo
ruído de aviões) a comparação entre dois níveis : um nível medido corrigido Lc e um
nível critério Lr, definidos como segue :
a) O nível global de avaliação corrigido Lc em dB ( A ) é baseado no nível medido
LA em dB ( A ) ( ou Leq em dB ( A ) quando o ruído varia de maneira complexa )
que deve ser corrigido conforme a tabela 4.
Para um ruído de nível constante, Lc é dado por
Lc = LA + LB + LD Onde :

2-28
LB = 5 dB ( A ) para ruído impulsivo e ou com componentes tonais audíveis;
LD é a correção para ruído intermitente ( ver tabela 4 ) expresso em função de
percentuais.
Para ruído de nível flutuante, Lc é dado por:

Lc = Leq + LB

b) O nível critério Lr em dB ( A ), é considerado o limite superior permitido, que pro-


voca queixas sempre quando Lc ≥ Lr.
O nível critério básico é válido para áreas residenciais com níveis entre 35 dB (A)
e 45 dB (A) de ruído externo ( na NBR 10151 é considerado apenas 45 dB (A).
Este nível básico deve ser corrigido dependendo do horário ( ver tabela 5 ) e zo-
neamento ( ver tabela 6 ) para fornecer o nível critério Lr em dB ( A ).
A diferença entre o nível corrigido Lc e o nível critério Lr dá um indicativo da rea-
ção da comunidade. A tabela 7 mostra uma estimativa da reação do público es-
perada para valores de ∆L = Lc – Lr entre 0 dB ( A ) e 20 dB ( A ).
A avaliação de ruído em ambientes internos residenciais pode ser obtida ainda
com a correção de Lc dependendo da condição das janelas, conforme tabela 8.
No caso de ruído em ambientes internos não residenciais, as curvas de avaliação
NC ( NR ou PNC ) podem ser usadas ( ver seção 3.8.3 ) com nível classificado
NC mostrado na tabela 9.

Tabela 4 : Correções em função das flutuações dos níveis

Características temporais do ruído Correção dB ( A )

Fator de pico para ruído impulsivo +5


Presença de tons puros audíveis +5

Duração do ruído em ( % ) do tempo


100 a 56 0
56 a 18 -5
18 a 6 -10
6 a 1,8 -15
1,8 a 0,6 -20
0,6 a 0,2 -25
< 0,2 -30

Tabela 5 : Correção em função do horário

Horário Correção dB ( A )
Dia 0
Anoitecer -5
Horário de sono -10 a –15

2-29
12.8.2 Curvas de Avaliação de Ruído NR e NC

As curvas de avaliação de ruído NR (Noise Rating) ou NC (Noise Criteria),


são conjuntos dos níveis de banda de oitava que podem ser comparados com o ní-
vel de pressão sonora do ambiente. Curvas NR podem ser encontradas na norma
ISO 1996 / 71 (ver figura 23) e na NBR 10152.

Tabela 6: Correção de zoneamento

Tipo de Ocupação Correção dB (A)

Residencial rural
Hospital 0
Recreação

Residencial suburbana +5
Pequeno tráfego rodoviário

Residencial urbana +10

Idem com algumas lojas ou comércio nas avenidas principais +15

Cidade ( comércio, serviços, administração, etc. ) +20

Área predominante industrial +20

Tabela 7: Resposta estimada da comunidade ao ruído

Valor em dB ( A ) Resposta estimada da comunidade


de Lc – Lr

Categoria Descrição

0 Nenhuma Não se observa reação


5 Pouca Queixas esporádicas
10 Média Queixas generalizadas
15 Enérgicas Ação comunitária
20 Muito enérgicas Ação comunitária vigorosa

Neste método, sobre as curvas padrão NR, são marcados os níveis do ambi-
ente, medidos por banda de freqüência ( linhas horizontais sobre a figura 23).
Pode-se então visualizar qual a classe da NR que se acha associada ao am-
biente sob análise, que é o valor mais alto de NR obtido da interseção das curvas
padrão com os pontos marcados x. No exemplo da figura 23 tem-se NR = 78.
A tabela 10 mostra os valores de NC recomendados para vários tipos de am-
biente.

2-30
Tabela 8 : Correções para interiores de residências

Condições das Janelas Correção dB ( A )

Janelas abertas -10


Janelas simples, fechadas -15
Janelas duplas, fechadas -20

Tabela 9 : NC recomendado par ambientes internos


Tipo de Ambiente NC
Grandes escritórios sem datilografia
Lojas de comércio
Lojas de departamentos 35
Salas de estar
Pequenos restaurantes
Grandes restaurantes
Escritório com datilografia 45
Grandes escritórios com datilografia 55
Oficinas ( dependendo do uso ) 45 – 75

12.8.3 3.7.3 – Curvas de Critérios de Ruído Preferido ( PNC )

As curvas deste método são similares às NR e NC (ver figura 24) e fo-


ram desenvolvidas por Beranek nos EUA, a partir de muitas entrevistas e medições
de ruído em vários ambientes. O método é baseado nas medidas dos níveis de inter-
ferência e nível sonoro. Os resultados de análises nas bandas de oitava são plota-
dos em curvas PNC.
O valor mais alto de PNC é escolhido como limite em função do tipo de ambi-
ente. Por exemplo:

PNC = 45 a 55 instalações de fábricas


PNC = 35 a 45 hotéis e escritórios
PNC = 25 a 35 bibliotecas e escritórios
PNC < 25 no subúrbio e escritórios executivos

12.9 3.8 – EFEITO DA VIBRAÇÃO NO CORPO HUMANO

O corpo humano pode ser considerado como um sistema mecânico


complexo, de múltiplos graus de liberdade (ver figura 25). Na reação do corpo hu-
mano em um campo de vibrações e choque, deve-se considerar, não apenas a res-
posta mecânica do sistema, mas também o efeito psicológico sobre o indivíduo. O
primeiro estudo quantitativo no assunto foi realizado por Goldmann e publicado em
1960. Os efeitos das vibrações sobre o corpo humano podem ser extremamente
graves. Entre estes efeitos pode-se citar : visão turva, perda de equilíbrio, falta de
concentração, e até danificação permanente de determinados órgãos do corpo.

2-31
Indivíduos que trabalham com equipamentos vibratórios de operação
manual, tais como martelo pneumático e moto serra, apresentam degeneração gra-
dativa do tecido muscular e nervoso. Os efeitos aparecem na forma de perda da ca-
pacidade manipuladora e do controle de tato nas mãos, conhecido popularmente por
DEDO BRANCO.
A norma ISO 2631, estabelece curvas de limite de aceleração máxima
recomendada para cada tempo de exposição, de um minuto a 12 horas. A faixa de
freqüências na qual o corpo humano apresenta mais sensibilidade é de 1 Hz. O cor-
po pode ser submetido a vibrações em várias direções e posições, em pé, sentado
ou deitado ( ver figura 24 ).
Três códigos de severidade são encontrados na norma (ver figura 27):

 Limite de conforto, aplicável para passageiros de veículos


 Limite de perda de eficiência, causado por fadiga, relevante para operado-
res de máquinas e motoristas.

Tabela 10: Valores dB ( A ) e NC recomendados

Locais dB ( A ) NC
Hospitais
Apartamentos, enfermarias, berçários, centros 35 – 45 30 – 40
Cirúrgicos, laboratórios, áreas para uso do público 40 – 50 35 – 45
Serviços 45 – 55 40 – 50
Escolas
Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35 – 45 30 – 40
Salas de aula, laboratórios 40 – 50 35 – 45
Circulação 45 – 55 40 – 50
Hotéis
Apartamentos 35 – 45 30 – 40
Restaurantes, salas de estar 40 – 50 35 – 45
Portaria, recepção, circulação 45 – 55 40 – 50
Residências
Dormitórios 35 – 45 30 – 40
Salas de estar 40 – 50 35 – 45
Auditórios
Salas de concertos, teatros 30 – 40 25 – 30
Salas de conferências, cinemas e de uso múltiplo 40 – 50 30 – 35
Restaurantes 40 – 50 35 – 45
Escritórios
Salas de reunião 30 – 40 25 – 35
Salas de gerência, projetos e administração 35 – 45 30 – 40
Salas de computadores 45 – 65 40 – 60
Salas de mecanografia 50 – 60 45 – 55
Igrejas e templos ( cultos meditativos ) 40 – 50 35 – 45
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades
esportivas 45 – 60 40 – 55

2-32
Figura 23: Curvas de avaliação de ruído ( NR )

Figura 24: Curvas de critério de ruído preferido – PNC

2-33
Figura 25: Corpo humano como sistema mecânico

Figura 26: Direções de vibração do corpo e da mão

– Limite de exposição sob condições específicas que oferecem perigo `a saúde.


A direção na qual o corpo é mais sensível à vibrações é vertical ( indivíduo em
pé ) . Na faixa de freqüências de 4 a 8 Hz, se situam as freqüências naturais dos
elementos do corpo humano ( massa abdominal, ombros e pulmões ) . Nesta faixa
de freqüências, o corpo humano apresenta alta sensibilidade, por isso os limites dos
níveis de vibração são menores. Na transversal e lateral, a rigidez do corpo é menor,
portanto a faixa de freqüências mais sensível é de 1 Hz a 2 Hz.
As figuras 27 e 28, mostram os limites de aceleração recomendados pela
norma ISO 2631 / 1978 em função do número de horas de exposição. A norma bra-
sileira NR – 15, Anexo 8, estabelece os níveis máximo de vibração, utilizando os da-
dos especificados pelas recomendações ISO 2631 / 1978.

2-34
Figura 27: Os três limites estabelecidos pela norma ISO 2631

Figura 28: Limites de vibração vertical para posição sentado

2-35
Figura 29: Limites de vibrações para as mãos

12.10 Programa de conservação da audição

Medidas de conservação da audição devem ser aplicadas tão logo se suspei-


te da presença de um problema de ruído. O procedimento básico envolvido na inici-
ação de um programa de conservação da audição é descrito a seguir na figura 30.

Figura 30: Organização de um programa de conservação da audição

O termo conservação da audição deve ser compreendido no seu sentido mais


amplo como meio de prevenir o dano do sistema auditivo, uma vez que um progra-
ma de conservação da audição não consiste meramente em se colocar a disposição

2-36
sistemas de proteção do ouvido às pessoas expostas. A conduta de um empregador
prudente e racional pode ser sumarizada como segue:

12.10.1 Mapeamento de rído

Um dos primeiros passos em um projeto de redução de ruído é a preparação


de um mapa ou levantamento topográfico do ruído.
Um esboço razoavelmente exato deve ser desenhado, mostrando as posições
relativas de todas as máquinas, processos, e outros itens de interesse. A esse esbo-
ço são adicionados os níveis de pressão global em dB (A), tomados em um número
conveniente de posições em torno da área que está sendo investigada. Quanto mai-
or o número de medidas, mais exato será o levantamento.
Traçando-se linhas de conexão entre os pontos de iguais níveis, tem-se uma
melhor visualização dos modos de distribuição do ruído. Um levantamento deste tipo
mostrará, de imediato, as zonas de ruído perigosas. Este é o ponto de partida para
se planejarem as providências a serem tomadas para a proteção dos trabalhadores.
Quando as providências necessárias tiverem sido tomadas, uma série de no-
vas medições dará uma clara imagem da extensão da mudança nos níveis de ruído,
em comparação aos iniciais. Um levantamento topográfico com zonas vermelhas
também pode ser usado, para indicar as áreas onde protetores auriculares seriam
obrigatórios até que nova ação seja tomada para redução de ruído na fonte (ver figu-
ra 31).

Figura 31: Mapa do ruído

12.10.2 Zonas de risco de ruído e avisos de alerta

Todas as áreas e máquinas onde os níveis de ruído excedam os valores es-


tabelecidos em critérios devem ser imediatamente designadas como ÁREA DE RIS-
CO DE RUÍDO, mesmo que medidas de controle de ruído possam ser aplicadas a
longo prazo. Sinais de alerta devem ser colocados em pontos de acesso a áreas de
risco de ruído.

2-37
13 Controle do ruído

Os níveis de ruído adequados deveriam ser tratados, de preferência, na fase


de projeto. Na fase de projeto é mais fácil o estudo de alternativas de utilização de
máquinas e processos.
Para a adoção de medidas de controle do ruído industrial, teremos que consi-
derar os parâmetros mais variados, de acordo com os objetivos previamente estabe-
lecidos. Há a considerar os níveis limites para os postos de trabalho, se de conforto
ou para evitar a ocorrência das doenças do trabalho, as fontes de ruído, as causas
que dão origem, os níveis de exposição, conformidade ou desconformidade com os
critérios de avaliação, tipos de ruído, frequências das emissões, vias de transmis-
são, etc.
Quando se vai analisar um ruído, com vistas à sua eliminação ou diminuição a
níveis aceitáveis, alguns fatores devem ser considerados:
 O tipo de ruído, se o ruído é contínuo ou de impacto;
 Focos de ruído;
 As causas de origem do ruído;
 Os níveis de exposição;
 As vias de transmissão;
 Conformidade ou desconformidade com os critérios legais;
 As faixas de frequência da emissão do ruído;
 Se existem painéis vibrando, válvulas, fluxos de ruído, solos vibrantes, e-
quilíbrio da fonte, acelerações rápidas, fricções, elementos gastos ou de-
sajustados,etc.

Os diferentes procedimentos de controle dividem-se em:


 Controles técnicos, ativos e passivos;
 Controles administrativos;
 Controles por equipamentos de proteção individual

13.1 Procedimentos técnicos de controle

Os procedimentos técnicos de controle do ruído tratam da redução dos níveis


de ruído na fonte de emissão e ou sobre os meios de transmissão ou propagação do
ruído.

FONTE MEIO DE TRANSMIS- RECEPTOR


SÃO
-Substituição do equipamento Planelamento na distribuição Tempo de exposição;
ou processo de trabalho; das fontes na planta; Material de proteção individual;
Métodos ativos: Uso de silenciosos;
-Substituição de equipamentos Isolamento aéreo;
ou processos; Isolamento das vibrações.
-Modificação dos processos de
trabalho;
-Redução das forças geradoras
de ruído;

2-38
Qualquer que seja o problema, é sempre prudente um prévio planejamento
para o controle de ruído de uma fonte que está sendo estudada. Devem ser levados
em conta os seguintes aspectos:
a) O controle do ruído é um problema do conjunto fonte do ruído (uma máquina,
por exemplo), meio e receptor;
b) Ter presente que uma solução ideal é quando combinamos os dois fatores: um
nível de ruído aceitável a um custo também aceitável. Analisar o problema com a
relação custo x benefício;
c) O êxito de um controle se mede em função do resultado conseguido, que é a re-
dução do ruído a níveis planejados;
d) O conjunto contém muitos e diversos componentes que podem ser geradores de
ruído. Todos devem ser analisados;
e) O controle do ruído pode ser conseguido em qualquer ponto do conjunto;
f) Um controle representa, normalmente, um compromisso entre o êxito e o custo;
g) Um desenho acústico deve ser compatível com os outros aspectos: segurança,
qualidade e acessibilidade.
A remoção dos riscos de ruído, ou de pessoas das zonas de ruído, é o cami-
nho mais correto para a preservação da audição. A praticabilidade disto deve ser
examinada em todos os casos. Infelizmente, o controle de ruído de algumas máqui-
nas ou processos se torna difícil, seja pelo alto custo envolvido ou pela impossibili-
dade técnica de serem feitas modificações. Em alguns casos, então, esta forma de
controle de ruído deve esperar até que uma máquina possa ser dispensada ou subs-
tituída, ocasionando um atraso considerável na implantação do programa.
Em algumas máquinas ou processos é possível aplicar enclausuramento ou
outros tratamentos locais, sendo que problemas de ventilação, refrigeração, acesso
de materiais e pessoal, manutenção e assim por diante, não devem ser esquecidos.
A assistência e apoio de técnicos especializados em controle de ruído é fun-
damental para um bom projeto de redução de ruído.

13.1.1 Refúgios do ruído

Em vários processos contínuos, instrumentos de controle e monitora-


mento são freqüentemente instalados num console central, que pode então ser en-
clausurado como um refúgio de atenuação de ruído. Em outras situações onde so-
mente inspeções regulares são requeridas, um refúgio de ruído pode ser providenci-
ado, onde os operadores podem permanecer durante o período de tempo entre tais
inspeções.
É importante lembrar que os refúgios geralmente não proporcionam grande
proteção para o pessoal da indústria, já que, por exemplo, reduzindo-se o tempo de
exposição à metade, obtém-se uma redução de somente 3 dB na dose de ruído.

13.1.2 Rotatividade de função

A rotatividade de função se torna algo prático somente onde os níveis


de ruído estão um pouco acima dos limites aceitáveis, já que, como já foi menciona-

2-39
do, uma redução no tempo de exposição à metade, fornece redução equivalente de
somente 3 dB na dose de ruído.

13.1.3 Especificação de ruído

Uma especificação de ruído deve fazer parte de todos os contratos envolven-


do fornecimento de novas máquinas. Este dado, fornecido pelo fabricante, permitirá
prever o aumento dos níveis de ruído no ambiente de instalação do equipamento.
Para que se possa prever com precisão o efeito da introdução de uma nova
fonte em um ambiente acústico, é necessário conhecer o Nível de Potência Sonora
da fonte (NWS), e desenvolver um modelo matemático do ambiente.

13.1.4 Proteção da Audição

Quando técnicas de controle de ruído não possam ser aplicadas imediata-


mente, ou durante períodos de implantação, sistemas de proteção da audição de-
vem ser usados como solução paliativa. Na prática, a modificação de uma planta
industrial pode levar anos, o que obriga a que se tomem cuidados na seleção dos
protetores de ouvido a serem usados como solução paliativa.
Há vários tipos e marcas de protetores de audição no mercado, e são vários
os fatores a serem considerados na seleção do tipo mais adequado para cada situa-
ção. Alguns destes fatores são : conforto, custo, durabilidade, estabilidade química,
higiene e aceite pelo usuário.

13.1.5 Educação

Uma parte importante de qualquer programa de conservação da audição é


que ele deve ser aceito por pessoas de qualquer nível, desde os trabalhadores e
operadores até o pessoal da gerência (mais altos escalões). O envolvimento de re-
presentantes dos trabalhadores nos estágios iniciais do programa é um passo impor-
tante e normalmente isto resulta numa melhor e mais ampla cooperação por parte
do pessoal mais graduado da indústria.
Cada uma das técnicas de educação disponíveis, tais como posters, fitas de
vídeo, palestras, folhetos, revistas, Tc, deve ser empregada para suplementar o con-
tato do pessoal com os departamentos médico e de pessoal.
Cópias das portarias brasileiras e regulamentos sobre os riscos de ruído, e
qualquer publicação oficial subsequente de natureza similar, devem estar disponí-
veis para o pessoal envolvido.

13.1.6 Supervisão e treinamento

Um programa de conservação da audição será mais efetivo se a responsabili-


dade geral pela coordenação for dada a uma única pessoa, que pode ser de um dos
seguintes departamentos : engenharia, segurança, pessoal ou médico.
É possível que outros aspectos, como por exemplo, especificação dos níveis
de ruído, possam ser delegados a outras pessoas dentro de uma grande organiza-
ção.

2-40
Todas as pessoas engajadas num programa de conservação da audição de-
vem receber treinamento apropriado, e após, devem seguir passos que mantenham
o programa atualizado e com o seu correto desenvolvimento em campo.

13.1.7 Audiometria

Vários argumentos podem ser colocados contra e a favor da audiometria na


indústria. Idealmente, a audiometria não seria necessária se todas as medidas de
conservação da audição fossem tomadas corretamente. Entretanto, devido as falhas
humanas, os protetores de ouvido não são sempre usados adequadamente. Adicio-
nalmente, os limites de níveis de ruído corretamente aceitos são designados para
proteger somente uma certa percentagem do número de pessoas expostas.
A audiometria deve ser realizada em qualquer pessoa a ser empregada pela
primeira vez.
Testes audiométricos adicionais devem ser realizados como segue:
A – Em qualquer pessoa que tenha mostrado, num audiograma inicial, anor-
malidade de qualquer natureza.
B – Em qualquer pessoa que tenha sido empregada por um período de no
máximo dois anos em área de risco de ruído. A partir daí o próximo teste será
feito no máximo ao final do ano seguinte, devendo ser repetido conforme o
resultado obtido.
C – Para o pessoal com longo tempo de serviço sujeito a exposição a ruído;
feito em intervalos de dois ou três anos.
É essencial que a audiometria seja feita em ambientes qualificados, caso con-
trário o limiar da audição será mascarado. O efeito do mascaramento do ruído é
normalmente mostrado como aparente desvio no limiar da audição em baixas fre-
qüências.
Em muitos casos, uma cabina audiométrica se faz necessária para reduzir os
níveis de ruído de fundo a valores aceitáveis.

13.2 Acústica de ambientes fechados

A propagação do ruído pode ser estudado considerando o espaço aberto, li-


vre, sem reflexões. Nesta situação vale a regra da queda dos níveis sonoros propor-
cionalmente com o inverso do quadrado da distância. Cada vez que se dobra a dis-
tância da fonte ao ponto de medição, os níveis de pressão sonora caem de 6 db.
Quando a propagação, no entanto, acontece em ambientes fechados, ocorrem
as reflexões em paredes, obstáculos e outros elementos, devendo serem avaliadas
outras variáveis como a forma geométrica do ambiente, o isolamento, a absorção
dos materiais que revestem os planos refletores, reflexões, difrações, absorções,
transmissões aéreas e via outros meios, a diretividade das fontes, efeitos de abertu-
ras, etc.
Estes ambientes, dependendo do estudo que se quer realizar, devem atender
certos requisitos, para o conforto acústico, qualidade do ambiente para os objetivos

2-41
a que se propõem, como os casos de teatros, salas de confer6encias, salas de aulas
etc.
Interessa-nos inicialmente definir os limites de campos sonoros.

13.2.1 Campos sonoros

A partir de uma fonte sonora, nas suas proximidades, as ondas sonoras


quando em campo próximo, se superpõem, não podendo ser conseguido uma rela-
ção quanto à sua propagação em função da distância. Pode ocorrer que pontos até
mais distantes do corpo da máquina tenham valores maiores que os mais próximos.
No campo afastado, no entanto passa a valer a lei do inverso do quadrado da dis-
tância: a intensidade sonora varia de acordo com alei do inverso do quadrado da
distância. Na prática, a situação de campo afastado pode ser verificada porque cada
vez que a distância entre a fonte e o ponto medido é dobrada, o NPS cai de 6 db.
Exemplo: a 1 metro mediu-se 90 db. A 2 metros a medida será de 84 db. Logo após,
próximo de obstáculos, por exemplo, uma parede, novamente a lei dos inversos dos
quadrados passa a não ser mais atendida, porque existem novas superposições de
ondas, pela reflexão das mesmas. Estamos, então no campo reverberante.

13.2.2 Planejamento e disposição dos equipamentos ruidosos em uma planta


industrial
Os níveis de ruído emitidos por uma mesma máquina podem variar, depen-
dendo da localização onde é instalada, da diretividade da onda sonora, dos materi-
ais aplicados no ambiente, se possuem maiores ou menores coeficientes de absor-
ção. Enfim os níveis resultantes dependem das características do local onde se ins-
tala, além da potência da fonte.
É importante que conheçamos alguns conceitos inicialmente.
Qualquer fonte de ruído possui uma potência sonora que independe do mei-
o, mas tão somente da quantidade de energia sonora emitida pela fonte.
Pode-se relacionar a potência acústica com nível de potência sonora, esta
sim dependendo de várias características do ambiente.
A equação que relaciona a potência sonora com o nível de pressão sonora é:
πr2 ) + (4 / R) )
NWS = NPS – 10 log ( ( D / 4π
Sendo:
NWS – Nível de Potência Sonora;
NPS - Nível de Pressão Sonora;
D - Fator de Diretividade;
r - Distância da fonte de ruído em metros;
R - Constante do local em m2

Fator de Diretividade ( D ): é o fator que dá a medida do grau em que a energia


sonora se concentra em uma determinada direção do espaço.

2-42
 Para fontes puntiformes, em campo aberto ou livre, as ondas se propagam
esfericamente. O fator D=1

 Para fontes semi-esféricas, o fator de diretividade D=2


(Ex.: Uma máquina em um salão com piso refletivo, com as laterais abertas)

 Para situações, quando a diretividade é de ¼ da esfera, D=4


(Ex.: Uma máquina instalada junto de uma parede)

 Para locação da fonte sonora, de maneira que a onda sonora se propaga


na forma de 1/8 da esfera. D=8
( Ex.: Uma máquina instalada num canto de uma sala)

Coeficiente de Absorção ( α ): é a relação entre a energia acústica absorvida por


um material e a energia incidente sobre dito material por unidade de superfície. É
dado em percentual. Costuma-se representar pela letra grega α, por faixa de fre-
quência.

Ex.: o α500 do carpete simples, forrado é de 0,25 ou 25%. Significa que 25% da e-
nergia sonora incidente é absorvida, sendo refletida 75%.

Constante de um Local ( R ): A constante de um local depende da geometria do


local. Mede a capacidade do ambiente para a absorção do som, e é calculado pela
expressão:
R = ( αm x S ) / (1 - αm )

Sendo: αm = O coeficiente médio de absorção. É calculado pela expressão:

2-43
αm = (( S1 x α1 ) + ( S2 x αm2 ) + ( S3 x α3 ) + .....+ ( Sn x αn )) / ( S1 + S2 +..... Sn )
S = superfície em m2.

Exercício: Um fabricante deseja dar a um cliente as características acústicas de uma máquina por ele
fabricada. Para isto submeteu a máquina às seguintes medições:

1. Primeiro colocou a máquina num pátio amplo, de piso cimentado, aberto nas laterais. A 2,5
metros efetuou a medição do NPS, obtendo como resultado NPS = 87 db. O fator de diretividade da
emissão da energia sonora da máquina pelas características do ambiente é D=2. A constante do local
R (ao ar livre) pode ser considerada praticamente infinita.
NWS=87-10 log ( ( 2 / 4.π.2,52) + (4 / ∞)) = 87-10log(0,0255+0) = 87-(-15,9)=102,9 db

2. Posteriormente e para confirmar os dados, o fabricante levou a mesma máquina para um


Centro Técnico que dispunha de uma câmara anecoica. Foi feito novo ensaio do equipamento, com
uma medição a 1,5 metro da máquina, tendo sido obtido o NPS=88,2 db, tendo sido confirmado o
Nível de Potência Acústica de 103 db.
NWS= 88,2-10log(1 / 4.π.1,52)=102,7 db.

3. O cliente recebeu a máquina e instalou-a dentro de uma sala, junto de uma parede, com um
coeficiente de diretividade D=4. A constante do local R=1.000 m2. (superfícies laterais de toda a sala,
incluindo teto e solo, da ordem de 3.000 m2, com um coeficiente médio de absorção de 0,25). Houve
uma surpresa quando mediu o NPS.
102,7=NPS-10log((4 / 4.π.1,52) + ( 4 / 1000)) = 94,3 db.

13.2.3 Crescimento da intensidade acústica em ambientes fechados, pela re-


verberação.
Suponhamos que uma fonte emita constantemente energia sonora,
dentro de um ambiente fechado. A energia cresce no interior do ambiente pela refle-
xão, sendo parte desta energia absorvida pelos materiais dos planos refletores, sen-
do ainda parte transmitida adiante por aberturas ou mesmo via estrutura. No interior
do ambiente, a energia crescerá até se igualar com a energia que é absorvida.
A partir deste momento, passa a haver um equilíbrio, igualando-se a energia gerada
com a energia que sai. Isto ocorre, qualquer que seja a potência da fonte. Perto da
fonte, o som direto, até uma distância chamada de distância crítica, será o predomi-
nante. Após a distância crítica, o som reverberante será o de maior importância.

13.2.4 Redução do ruído por absorção acústica – acondicionamento acústico.


O acondicionamento acústico de um local onde se encontra uma fonte ruido-
sa, tem como objetivo extrair energia sonora do campo acústico, com a absorção
repetida do encontro das ondas com estas paredes tratadas acusticamente.
O ruído existente dentro do ambiente compreende dois componentes:
O ruído recebido diretamente (onda acústica direta) e o ruído refletido nas vá-
rias superfícies (ondas acústicas refletidas).
A distância crítica é a distância da fonte de ruído, onde o acondicionamento
acústico tem resultados que não influem, porque dominam as ondas diretas. As on-
das refletidas não tem influência apreciável, porque a influência das ondas diretas é
bem maior. Quantitativamente esta distância é calculada pela expressão:

r = 0,14 V R x D , sendo : r = distância crítica, em metros


R=Constante do local em m2

2-44
D=Coeficiente de diretividade.
Aproximadamente podemos definir que o som direto dominante fica dentro de
um cone teórico, com o centro na base da máquina ou foco de ruído, o vértice no
teto e o raio da base igual à altura.

Estimativas aproximadas de diferentes distâncias críticas, em função da altura dos tetos.

Absorção – com o símbolo A , e com a unidade em m2 .

É dada pela expressão Af = αf x S


Sendo A – a absorção para a frequência f em m2
αf- coeficiente de absorção do material para a frequência f
S- Superfície do material em m2

Tempo de Reverberação – Símbolo: T.


Unidade : segundo (Seg)

A reverberação é o fenômeno de continuidade do som em um ponto determi-


nado do interior de um ambiente fechado, devido às reflexões sucessivas nas pare-
des e obstáculos existentes no ambiente. O tempo de reverberação é o tempo em
que a potência acústica se reduz a uma milionésia parte da potência inicial ou a
pressão acústica à milésima parte de sua pressão inicial, uma vez cessada a fonte
sonora. Isto é, o tempo que leva para o nível de ruído diminuir ou cair 60 db. Em
geral é função da frequência e pode calcular-se aproximadamente mediante a se-
guinte expressão:
T = 0,161 ( V / A )

V = é o volume do local em m3
A = é a absorção em m2

A redução dos níveis sonoros nos locais antes e depois de um acondiciona-


mento acústico, se calcula pela expressão:

∆ db = 10 log ( T0 / T ), sendo T0 : tempo de reverberação inicial


T: tempo de reverberação final;
Substituindo, teremos:

2-45
0,161 ( V / A0 )
∆ db = 10 log = 10 log ( A / A0 )
0,161 ( V / A )

sendo A0 e A, unidades acústicas de absorção do local, ants e depois do tratamento


acústico.
Antes de se fazer um tratamento acústico, alguns aspectos devem ser questi-
onados:
 É viável o tratamento acústico, com a aplicação de materiais, por absorção
acústica ? A resposta a esta pergunta está condicionada à absorção acús-
tica já existente, o tamanho do local, a distribuição e características das
fontes de ruído;
 Quanto de absorção deve ser feito? A absorção necessária será função do
nível existente e do nível desejado.
 Onde serão colocados os materiais de absorção? Devem ficar nas super-
fícies refletoras e principalmente entre a fonte e o receptor;
 Que tipo de material a aplicar? Deve ser usado um material cujas caracte-
rísticas de absorção estejam relacionadas com as frequências que interes-
sam absorver.

Exercício: Uma oficina com 30 trabalhadores, tem as seguintes características:


- Área retangular: 25 m de largura, 20 m de largura e pé direito de 4 m.
V = 25 x 20 x 4 = 2.000 m3
- O piso é revestido de cimento ( cimentado);
- As paredes verticais revestidas de gesso em 75% da superfície;
- As janelas cobrem 20% da superfície;
- As portas são de madeira e correspondem a 5% da superfície;
- O teto é em gesso sobre cimento.
A oficina tem um conjunto de máquinas que produz um nível de ruído homogêneo da ordem de
95 db, na frequência dominante de 1.000 Hz.

Superfície Materiais Superfície em m2 Absorção a 1.000 Hz


α S. α
Teto Gesso sobre cimento 500 0,05 25
Piso Cimentado 500 0,02 10
Janelas Vidro 72 0,03 2,16
Portas Madeira 18 0,03 0,5
Paredes verticais Gesso sobre alvenaria 270 0,03 8,1
Trinta pessoas - - - 15
Máquinas - - - 5
2
A0 = 65,8 m
A absorção acústica do local é da ordem de 66 m2 . Se tratarmos o teto com um material absor-
vente, que na faixa de frequência de 1000 Hz seja da ordem de 0,80, as 25 unidades acústicas
iniciais passarão para 0,8 x 500 = 400 unidades de absorção. O resultado final em atenuação
acústico, internamente, será de :
∆ db = 10 log ( A1 / A0 ) = 10log ( 441 / 66 )= 8,2 db

2-46
Outro tipo de problema que acontece é quanto à qualidade do som para a
destinação do ambiente tratado. A Norma Brasileira NBR 12179 – TRATAMENTO
ACÚSTICO EM RECINTOS FECHADOS dá os tempos ótimos de reverberação para
recintos fechados, visando o conforto acústico, procurando dar a um recinto, pela
finalidade a que se destina, condições que permitam boa audição aos que estão ne-
les. O tratamento inclui o isolamento acústico e o condicionamento acústico. A
Norma traz tabelas com valores de isolamento e de absorção acústica.

13.2.5 – Transmissão de ruído por meios diferentes

Quando uma onda sonora atravessa um meio, que pode ser o ar, e encontra
um outro meio que pode ser uma parede, acontece o choque a nível molecular, com
impedâncias acústicas diferentes, acontecendo alguns fenômenos, como pode ser
visto na figura abaixo: parte da energia incidentes retorna para o mesmo ambiente,
como energia refletida e parte é absorvida pelo novo meio, havendo dissipação de
parte desta energia absorvida, sob a forma de calor, enquanto a outra parte é trans-
mitida para um terceiro meio. A parede neste caso funciona como uma nova fonte
sonora, gerando ondas sonoras para o terceiro meio.

Fig. 32 – Distribuição da energia sonora na transmissão, absorção, dissipação e reflexão,


após mudança dos meios de propagação.

(Ir / Ii) = r Coeficiente de reflexão


(Ia / Ii)=α Coeficiente de absorção
(It / Ii)=τ Coeficiente de transmissão
(Id / Ii)=d Coeficiente de dissipação

Ii = Ir + Ia
Ia = Id + It
Ii = Ir + Id + It

R+α=1

13.2.6 - Isolamento Sonoro

2-47
O isolamento do ruído é feito pela interposição de barreiras, como paredes,
pisos, divisórias, ou obstáculos sólidos, não porosos, no caminho de uma onda a-
cústica.
A energia sonora pode ser transmitida via aérea (som via o ar) e / ou via sóli-
do (via estruturas).
O isolamento acústico, tal qual a absorção, é função da frequência, e pode
ser definido mediante as expressões, que são carcterísticas dos materiais:
PT = 10 log 1 / αt
Onde αt é o coeficiente de transmissão acústica = energia transmitida
energia incidente

13.2.7 – Isolamento De Um Elemento De Construção Simples-Lei das Massas

O isolamento específico de um elemento construtivo, é função de suas propri-


edades mecânicas e pode calcular-se aproximadamente pela lei das massas, que
estabelece que a redução da intensidade acústica através de um determinado ele-
mento, é função do quadrado do produto da massa unitária (massa por unidade de
superfície) pela frequência considerada (f).
A Perda de Transmissão PT é função de (f x M)2, equação que quando ex-
pressa em db, toma a forma:
PT = 10 log (f x M)2
Para uma frequência fixa, o isolamento aumenta 6 db, quando se duplica a
massa. Analogamente, para uma mesma massa, o isolamento aumenta de 6 db
quando se duplica a frequência do som.

Fig. 33 – Representação gráfica da lei das massas


Existem várias maneiras de se representar a lei das massas.
Alguns aspectos, no entanto, temos a considerar, relacionando tipos de mate-
riais com as frequências de coincidência ou críticas, além das frequências de resso-
nância que alteram os valores dados pela Lei das Massas.
Na zona da frequência crítica (fc), a energia acústica incidente se transmite
através das paredes , em forma de ondas de flexão que se acoplam com as ondas
do campo acústico, produzindo-se uma grande diminuição do isolamento acústico.
No caso limite de uma incidência paralela da onda com a parede, o isolamento ten-

2-48
derá a tornar-se nula nesta frequência. A frequência crítica de coincidência é dada
pela expressão:

Fig. 34 – Representação gráfica da lei das massas

6,4 x 104 V ρ(1-σ2)


Fc = x
d ε
sendo: d=espessura da parede em metros
ρ=densidade do material em Kg/m3
σ=coeficiente elástico de Poisson do material
ε=módulo de elasticidade de Young do material.

Na prática trabalha-se com tabelas nas quais se apresentam os valores do


produto da frequência crítica do material pela massa por unidade de superfície:

MATERIAL Fc . ρs ρ η
2 3
(Hz Kg / m ) (Kg / m )
-4 -2
Alumínio 35.000 2.700 10 - 10
Ladrilho maciço 35.000 – 58.000 2.000-2.300-1.500 0,01
Concreto maciço 43.000 2.300 0,005 – 0,02
Capa de cimento de 5 cm 48.800 1.500 0,005 – 0,02
Ladrilho oco (espessura de 15 cm) 23.200 750 0,005 – 0,02
Ladrilho oco de cimento 23.000 1.000 0,007 – 0,02
Vidro 38.000 2.500 0,001 – 0,01
Chumbo 605.000 11.000 0.015
-4 -2
Aço 97.500 7.700 10 - 10
Madeira com aglomerado 73.200 750 0,005 – 0,01

Fc . ρs = Produto da frequência crítica pela massa


ρ=Peso específico

2-49
η= fator de perdas

A diminuição do isolamento para as frequências superiores à frequência críti-


ca é muito variável em função das perdas por atrito interno do material é que varia
de 10 a 20 db.
A figura seguinte representa as singularidades ou excessões à lei das massas
do isolamento, e como se pode observar, também aparece uma zona (zona I) regu-
lada por fenômenos de ressonância, além da zona de frequência crítica (zona III).

Fig. 35 – Perdas de transmissão em função da frequência

Os fenômenos de ressonância fazem com que nas baixas freqüências o a-


mortecimento não seja linear, como é previsto pela lei das massas. A ressonância se
produz cada vez que uma onda refletida no extremo da parede chega a seu ponto
de origem, em fase consigo mesmo.
No gráfico anterior o isolamento apresenta um defeito de isolamento na dita
freqüência e seus harmônicos.
As freqüências de ressonância estão muito ligadas às dimensões da parede e
do tipo de engaste em seus extremos, mas salvo em casos muito especiais, comu-
mente não apresentam grande importância, já que quase sempre são de baixa fre-
qüência (menores que 200 Hz) e, consequentemente, de baixa risco de dano auditi-
vo, já que o ouvido nesta faixa apresenta uma grande atenuação.
Até alcançar a freqüência crítica, o material se comporta unicamente em fun-
ção de sua massa superficial, independente de outras propriedades físicas. A partir
da freqüência crítica, as características mecânicas do material, tal como a rigidez
mecânica, porosidade e outros fatores que modificam o fator de perdas, resulta de
fundamental importância e que, como se pode comprovar, podem provocar diferen-
ças de isolamento de até 10 a 15 db, por oitava.

2-50
Exemplo prático de isolamento de uma parede simples:
Para cada frequência, o índice de isolamento (Perda de Transmisssão PT) se calcula a
partir da equação:

PT(f) = ( PT (f)-PT (fc) ) + PT (fc )

A primeira soma pode ser obtida do gráfico abaixo:

PT(f)-PT(fc)

A Segunda parcela PT(fc) obtém-se da fig. 34, em função do produto da massa pela unidade de
superfície pela frequência crítica (Lei da massa do isolamento).

Exemplo:
Qual o isolamento acústico que se consegue com uma placa de vidro de 2,0 x 2,0 me-
tros de vidro de 4 mm de espessura?

Espessura d=4 mm
3 2
Massa por unidade de superfície: ρs = ρm.d = 2.500 Kg / m . 0,004 m = 10 Kg / m
Frequência crítica (Ver Tabela da página anterior)
Fc = (Fc . ρs) / ρs = 38.000 / 10 = 3.800 Hz
Fator de Perdas (Ver Tabela da página anterior) = 0,01 (máximo)
2
Frequência Crítica por massa por unidade de superfície: Fc . ρs = 38.000 Kg . Hz / m
2
Índice de Isolamento a 38.000 Kg . Hz / m (Ver tabela)
Lei da Massa = 45 db (Ver fig. 31)

13.2.8 Paredes compostas

Uma parede que tem partes diferentes, portanto não homogênea, que chama-
remos de parede composta, constituída de materiais ou partes diferentes, como por-
tas, janelas, etc . tem o índice de isolamento ou Perda de Transmissão – PT, dada
pela fórmula:
PT = 10 log ( Σ Si / Σ τi x Si )

Sendo Si – As superfícies dos diferentes materiais


τi – coeficientes de transmissão dos mesmos.

2-51
Comprova-se que uma pequena superfície com um índice de isolamento bem
menor, dentro de uma parede composta, reduz consideravelmente a perda de
transmissão total da parede.

13.2.9 Efeito de aerturas em predes cmpostas

Analisemos o problema através de uma aplicação da fórmula anterior. O coe-


ficiente de transmissão para buracos, aberturas, em paredes compostas, é τ=1.
Exemplo: Uma parede de PT1=30 db (τ1= 10-3), com área de S1=1 m2, tendo uma abertura
de S2=0,01 m2, e (τ2= 1),
1
A perda de transmissão será PT = 10 log = 19,6 db
(0,01)(1) + (0,99)(0,001)
Uma abertura de apenas 1% da área total causa uma redução na PT de 30 para 19,6 db, com
uma redução de 10,4 db.

13.2.10 Barreiras

O uso de barreiras é um caso especial de isolamento do ruído. É um isola-


mento parcial, pois apenas uma área entre a fonte de ruído e o receptor é interposta,
ficando as demais abertas. Baseia-se no fenômeno da difração do som, comumente
sendo eficaz para as altas frequências, mas pouco eficaz para as baixas frequên-
cias.
O dimensionamento de uma barreira para redução do nível de ruído após a
mesma, consiste em determinar seu posicionamento, sua altura efetiva e sua lar-
gura, em função do comprimento da onda (por conseguinte da freqüência). Para
cada comprimento de onda existe um ângulo específico de deflexão, que aumenta
ou diminui a sombra acústica após a barreira (ver figura).
As variáveis acima (em negrito) podem ser expressas por um número adi-
mensional que é chamado de número de Fresnel:

2 ( A+B-C ) A – distância entre a fonte e a ponta da barreira


N= B- distância entre o receptor e a ponta da barreira
λ C- distância entre a fonte e o receptor

2-52
A fim de facilitar o entendimento, foi construída uma tabela exemplificativa
que ajudará na determinação do ruído que se produz em uma área de um receptor,
quando se interpõe uma barreira de 1,5 m de altura efetiva e um ângulo e um ângulo
de deflexão de 30º.

Frequência central 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000


( banda de oitava )
Velocidade do som m/seg 345 345 345 345 345 345 345 345
Comprimento da onda em
metros (λ) 5,48 2,76 1,38 0,69 0,35 0,17 0,08 0,04
Altura efetiva da barreira
em metros (H) 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
H/λ 0,27 0,54 1,09 2,17 4,35 8,70 18,75 37,5
Ângulo médio de deflexão 30º 30º 30º 30º 30º 30º 30º 30º
Redução do ruído em db 8 10 12 15 18 21 25 >25
(Ver Gráfico seguinte)

2-53
2-54
14 Medição do ruído

14.1 Fundamentação Legal

Os procedimentos técnicos de levantamento de dados, bem como a metodologia e


os parâmetros de avaliação adotados foram os preconizados pelas Normas de Higiene
Ocupacional – NHO da FUNDACENTRO, ACGIH e Normas Regulamentadoras do MTE,
em especial a NR-15.

14.2 Procedimentos de medição

14.2.1 Instrumento de medição

Foi utilizado medidor integrador de uso pessoal ou dosímetro de ruído. Este instru-
mento possui as seguintes características:
a) Especificações gerais do instrumento
 Marca: QUEST
 Modelo: ________
 Padrão Aplicado: ANSI S1.25 – Ponderação A
 Faixa de nível sonoro: 70 a 140 dBA
 Ponderação em freqüência: A
 Resposta de freqüência: 20 Hz a 10 kHz
 Constante de tempo: F(rápido); S (lento)
 Faixa de Ruído: 0,01 a 9999% dose
 Nível de critério: 80, 84, 85 e 90 dB, selecionável
 Nível de limiar: 70 a 90 dB selecionável
 Razão de mudança (Incremento de Duplicação de Dose): 3, 4, 5 e 6 dB se-
lecionável.
 Detector de Nível Máximo: 155 dB A
 Aviso de Pico: em 140 dBA

14.2.2 Procedimentos gerais de medição

Para utilização do equipamento de medição, os seguintes procedimentos foram a-


dotados a fim assegurar a precisão e exatidão das medidas:

a) Procedimentos iniciais

 Verificação da integridade eletromecânica do instrumento


 Verificação do estado das baterias

b) Calibração do instrumento

2-55
 Conforme anexo 2 – cópia do certificado de calibração do instrumento.

c) Ajuste do instrumento

O instrumento foi ajustado de acordo com a NHO 01 da FUNDACENTRO e NR


– 15 do MTE, conforme descrição a seguir:
 Constante de tempo: S (lento)
 Critério de referência: CR = 85 dB (A), que corresponde a dose de 100% pa-
ra uma exposição de 8 horas
 Nível de limiar: NLI = 80 dB (A)
 Incremento de duplicação de dose: q = 5 dB (A)
 Detector de Nível Máximo: 115 dB (A)
 Aviso de Pico: em 140 dB (A)

d) Instalação do instrumento

O microfone foi posicionado dentro da zona auditiva do trabalhador sobre o om-


bro, preso a vestimenta.

14.2.3 Critérios de avaliação

Para avaliação da exposição ocupacional ao ruído foram adotados os seguintes cri-


térios previstos pela NHO 01 da FUNDACENTRO:

e) Definições

 Contagem da Dose (CD) – parâmetro utilizado para caracterização da ex-


posição ocupacional ao ruído, expresso em porcentagem de energia sonora,
tendo por referência o valor máximo da energia sonora diária admitida, defi-
nida com base em parâmetros preestabelecidos (q, NLI e CR).

 Nível Médio (NM) – nível de ruído representativo da exposição ocupacional


relativo ao período de medição, que considera os diversos valores de níveis
instantâneos ocorridos no período e os parâmetros de medição predefinidos.

 Dose Diária (D) – dose referente à jornada diária de trabalho.

 Tempo de amostragem TM – período de tempo utilizado para realização


das medições (dosimetria)

f) Expressões:

 Dose (D)

CD × 8
D= (% ) Expressão 1
TM
Sendo:
TM = tempo de amostragem (horas decimais)

2-56
CD = dose (percentagem)

 Nível Médio (NM)

CD
NM =80 + 16,61 log (0,16 × ) (dB) Expressão 2
TM
Sendo:
TM = tempo de amostragem (horas decimais)
CD = dose (percentagem)

g) Procedimentos de cálculo

 Conversão de Dose (CD) para Dose Diária (D)

Para os casos em que o ciclo de exposição do trabalhador ao longo da jor-


nada de trabalho seja habitual e permanente e não esteja submetida a gran-
des variações de valores do agente em estudo, a dosimetria foi realizada em
tempo inferior ao da jornada, de modo que o valor da “DOSE (CD)” obtida
foi convertido para “DOSE DIÁRIA (D)” através do processo de extrapola-
ção linear simples (regra de três), conforme a expressão 1.

 Determinação do Nível Médio de Ruído (NM)

Uma vez obtido valor da dose diária projetada para a jornada de 8 horas, o
mesmo será substituído pela sua representação literal (NM) na expressão 2.

 Tempo de amostragem - TM

O tempo de amostragem médio padrão determinado para as medições das


doses foi de 2 horas, sendo em seguida substituído pela sua representação
literal (TM) na expressão 2 para determinação de (NM).

14.3 Exemplo – Setor de litografia

14.3.1 Grupo homogêneo: GHLG 1

− Postos de trabalho: abastecimento da máquina Crabtree

− Natureza da exposição ocupacional: ruído e iluminação.

− Ciclo de exposição: regular

2-57
Valor da Dose e do Nível Médio Representativo da Exposição Ocupacional Diária
Grupo Homogêneo: GHLG 1 Setor: Litografia Data da Medição: 19/3/2004
Amostragem Jornada de Trabalho
Tempo Dose Duração D(Dose %) NM (dBA) Turno
Conclusões
TM(h) CD(%) (h) Projetada LT Calculado LT Medição
D > 100%
2,00 68,04 272,2 92,2 06:00 às 14:00
NM > 85 dBA
D > 100%
2,03 56,7 8 223,1 100 90,8 85 06:00 às 14:00
NM > 85 dBA

2-58
14.4 Exemplo - Setor de fotomecânica

14.4.1 Grupo homogêneo: GHFM 01

− Postos de trabalho: preparação de fotolitos e litografia


− Natureza da exposição: ruído
− Ciclo de exposição: ciclo irregular

Valor da Dose e do Nív el Médio Representativ o da Exposição Ocupacional Diária


Grupo Homogêneo: GHFM 1 Setor: fotomecânica Data da Medição: 17/05/04
Amostragem Jornada de Trabalho
Tempo Dose Duração D(Dose % ) NM (dBA) Turno
Conclusões
TM(h) CD(% ) (h) Projetada LT Calculado LT Medição
D < 100%
6,70 10,25 12,2 69,8 06:00 às 14:00
NM < 85 dBA

8 100 85

2-59

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